impresso fevereiro de 2012 - ano 02 - nº 13

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A revista imPRESSo é uma publicação de negócios do interior paulista, com foco em economia, recursos humanos, investimentos, varejo, indústria e serviços, voltada a tomadores de decisão, empresários e profissionais liberais.

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Carta ao leitor

2012 chega com promessas de desenvolvimento e crescimento da economia brasileira. E aqueles que souberem aproveitar as oportunidades, devem ter bons resultados este ano. Já foi as-

sim em 2011. A despeito da crise financeira global, vimos a economia brasileira despertar para os mercados mais diversos, juntamente com os outros países do BRIC.

Uma curiosidade a respeito do BRIC: não basta sermos um país em desenvolvimento. Existem muitos países na mesma condição. Deze-nas deles. Você já pensou na peculiaridade dos países do BRIC (Brasil, Índia, Russia e China)? Todos possuem vastos territórios. Territórios tão extensos que têm um mercado interno capaz de absorver praticamen-te toda produção, em caso de crise mundial.

Mas não podemos nos restringir apenas ao mercado interno. Da mesma forma que o Brasil, outros países possuem a mesma demanda de consumo, mas com produções diversificadas. Assim, a livre troca torna-se instrumento de desenvolvimento desses mercados. Enquanto importamos eletrônicos e automóveis da China, exportamos produtos agrícolas para eles. As relações comerciais entre os quatro países do blo-co fortalecem as nações, enquanto o resto do mundo mergulha na crise.

Nesse intercâmbio, vemos nossos empresários aprendendo novas formas de negociação e também ensinamos os chineses a diversidade de negócios que temos em nosso país. Ambos os lados crescem, se desenvolvem e criam novas formas de mercado.

Esses são os temas das duas matérias principais desta edição. A pauta de exportações e as relações com o mercado chinês. Para nos auxiliar na compreensão dessa cultura tão diferente, temos uma entrevista exclusiva com o presidente da Câmara Brasil-China de Desenvolvi-mento Econômico, Fernando Ou.

Por fim, falamos sobre o reajuste do Salário Mí-nimo e como ele vai afetar as relações de tra-balho e a sua empresa. E torcemos para que todo esse conteúdo o ajude na tomada de decisões, afinal, se não for assim, nosso trabalho não terá valido a pena.

Boa leitura!

José Carlos ToledoGrupo Marpress

PresidenteJosé Carlos Toledo

Diretor Luiz Carlos T. Borges

Editor e Jornalista Responsável Vides Júnior (MTB 41.756-SP) [email protected]

Projeto gráfico e diagramação Patricia Gomiero [email protected]

Ilustração Mariana Pavusa

Gerente Comercial Silvia Batalha [email protected]

Contato Comercial Caio Sanches, Luiz Feijolli

Colaboradores Isaac Pinski, Marília Silvério, Marcelo Nakagawa e Cleide Gonçalves

Impressão Marpress Gráfica e Editora

GRUPO MARPRESS (11) 4723-6600Av. Henrique Peres, 1.500 - Vl. Bernadotti Mogi das Cruzes - SP - Cep 08735-400 Esta é uma publicação do Grupo Marpress, Distribuição Gratuita. Tiragem: 15.000

Para dúvidas, sugestões e elogios: [email protected]

As opiniões contidas nesta revista são de inteira responsabilidade de seus autores.

O mundo de olho no Brasil

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Índice

06 II Notícias Mogi

10 II Região

16 II Cenário

26 II Economia

48 II Agronegócio

50 II Pesquisa

54 II Online

64 II Leitura

66 II Artigos

70 II Antiácido

42 II Mercado ExternoNão basta exportar commodities. O País precisa agora aumentar sua pauta de manufaturas

58 II EntrevistaFernando Ou, presidente da Câmara Brasil-China de Desenvolvimento Econômico, fala sobre o mercado

32 II CapaO que Governo e empresários podem fazer para tornar o Brasil competitivo frente aos produtos chineses?

5fevereiro 2012

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Alto Tietê: R$ 4 bi em impostos

As dez cidades que compõem a região totalizaram R$ 3,8 bi em im-postos pagos em 2011. O cálculo é do Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). A ci-dade que mais arrecadou impostos foi Mogi das Cruzes, com mais de R$ 978 milhões, aumento de 11,16% em relação a 2010. E a menor arre-cadação ficou com Salesópolis, com cerca de R$ 38 milhões.

Tânia Fukusen assume ACMC

Tânia Fukusen, eleita presidente da Associação Comercial de Mogi das Cruzes, assumiu o cargo em janei-ro. Tânia substitui Marcus Melo e deve permanecer na presidência até 2014. De acordo com ela, a meta para este ano é conquistar novos benefícios para os associados e con-tinuar contribuindo para o cresci-mento do comércio na cidade.

Bertaiolli prioriza sistema viário

Em entrevista ao jornal O Diário, de Mogi das Cruzes, o prefeito Marco Bertaiolli disse que não dá para esperar mais para resolver os pro-blemas de mobilidade da cidade, e citou as travessias férreas (que deverão ser sanadas com viadu-tos ou passagens subterrâneas) e projetos para desafogar a ligação Mogi-Suzano. Parte dos projetos já foi apresentada à CEF para garantir o financiamento.

Alto giro Notícias mogi

O novo trecho da Avenida Peri-metral em César de Souza deve

custar R$ 60 milhões. Destes, R$ 40 milhões devem ser aplicados apenas na transposição da linha férrea. Os outros R$ 20 milhões serão para desa-propriações e abertura das pistas.

O novo trecho integra a lista de projetos prioritários que a prefei-tura vai elaborar para pleitear a li-beração de recursos federais por

meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em 2013. O novo trecho deve ocupar o leito da Avenida Vereador Dante Jordão Stoppa, estendendo-se até a Fran-cisco Rodrigues Filho, onde se en-contrará com o primeiro trecho da Perimetral, que faz a ligação entre César de Souza e o Rodeio. O tre-cho tem aproximadamente um qui-lômetro, além do viaduto.

Mogi deve ganhar mais

zonas industriaisMogi das Cruzes deve in-

corporar novas zonas industriais, segundo in-

formações da Secretaria de Desen-volvimento Econômico. A proposta inclui os bairros do Taboão (que pos-sui uma das maiores reservas de ter-renos industriais da Região Metropo-litana), Vila Moraes, Cocuera, César de Souza e Volta Fria.

Para o secretário Marcos Damásio, a extensão territorial de Mogi está comprometida com as legislações ambientais e de proteção de manan-ciais, o que diminui o potencial de desenvolvimento. Por isso a secreta-ria fez um estudo de potenciais áreas

que podem abrigar os pólos indus-triais, sem comprometer o meio am-biente. "Nesta avaliação prévia, leva-mos em conta regiões onde existem grandes áreas não habitadas e sem a influência representativa de vegeta-ção e cursos d’água".

No caso de César de Souza e Ta-boão, que já são zonas industriais, as propostas incluem otimização da infraestrutura e ocupação de áreas de antigas propriedades rurais. Já Cocuera e Vila Moraes devem ter im-plantadas Zonas Mistas Residenciais, que visam a implantação de empresas de baixo impacto ambiental, sem al-terar as áreas habitacionais.

Perimetral deve custar R$ 60 milhões

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Notícias mogi

O governador Geraldo Alck-min e o prefeito Marco Ber-

taiolli assinaram o convênio que as-segura recursos para a construção do primeiro centro paradesportivo de Mogi das Cruzes. A unidade será er-guida no Rodeio, ao lado da AACD, por meio de uma parceria entre a prefeitura e o governo do Estado. O centro terá investimento total de R$ 2,5 milhões. O Estado destinará R$ 1,5 milhão para as obras, enquanto

o município entrará com R$ 1 milhão. A licitação será aberta no início de 2012 e a expectativa é de que o complexo seja entregue até o final do ano que vem.

"Fechamos 2011 com mais este presente, que vai proporcionar um atendimento ainda mais qualificado às pessoas com deficiência. Mogi das Cruzes já possui a AACD e a Apae, e o ginásio oferecerá um espaço pri-vilegiado para as práticas esportivas", disse Bertaiolli.

Emesp ganha novo espaço

O prefeito Marco Bertaiolli, acompanhado pelo vice-prefeito José Antonio Cuco

Pereira, assinou a ordem de serviço para o início das obras de reforma e ampliação da Escola Municipal de Educação Especial (Emesp) Profª Jovita Franco Arouche, na Vila La-vínia. A unidade faz parte da rede de proteção à pessoa com deficiência de Mogi das Cruzes.

A prefeitura investiu R$ 984.868,78 na obra, que deverá ser concluída em 180 dias. "Mogi está construindo uma rede, assim como temos a rede de pro-teção da saúde mental e a de deficiên-cia física, tudo isso se completa. Não são equipamentos isolados. Este tra-balho é fundamental para que tenha-mos um atendimento digno de uma cidade de 400 mil habitantes como a nossa", disse o chefe do executivo. Inaugurada em agosto de 1987, a Emesp atende 210 alunos e tem como

Mogi terá centro paradesportivo

prioridade crianças de Educação In-fantil e dos primeiros anos do Ensino Fundamental matriculadas na rede regular de ensino. "Tínhamos um espaço único para atender os alu-nos. Temos todos os profissionais

capacitados para fazer este atendi-mento, mas faltava o espaço. Com a reforma, as crianças poderão ser melhor atendidas", comentou Maria de Lourdes Masiero Lamim, direto-ra da unidade.

Bertaiolli assina a ordem de serviço para as obras de ampliação da Emesp

Alckmin e Bertaiolli comemoram convênio para construção do ginásio paradesportivo

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7fevereiro 2012

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Alto giro Notícias mogi

R$ 243 mi para Mogi

Isso é quanto o Governo do Estado pretende investir na cidade levan-do em conta seis principais obras de grande porte. Para os próximos 12 meses, a previsão é de R$ 20 bi, com um contingente de R$1,5 bi no orçamento deste ano, em razão da crise econômica. Dentre as obras esperadas, estão a duplicação da Mogi-Dutra e da SP-66, bem como a reconstrução das estações Estudan-tes e Mogi das Cruzes.

Eleições: seis pré-candidatos

Faltando ainda 10 meses para as eleições deste ano, Mogi já tem seis pré-candidatos para o cargo de pre-feito, além do atual, Marco Bertaiolli, que vai concorrer à reeleição. Ber-taiolli, além do apoio de Junji Abe (que compartilha o mesmo parti-do), também conta com o apoio do governador Geraldo Alckmin.

Frota já supera 200 mil veículos

Que as mudanças viárias em Mogi serão bem-vindas, não há dúvida, afinal, já são mais de 200 mil veícu-los emplacados na cidade, segundo a Secretaria Municipal de Transpor-tes. O secretário Carlos Nakaharada confirmou que a cidade recebe mil novos veículos por mês. Do total que roda na cidade, 129 mil são de passeio, e 28 mil são motocicletas. Veículos pesados somam 32,4 mil.

CDHU deve investir R$ 4,6 milhões

A Companhia de Desenvol-vimento Habitacional e Urbano do Estado de São

Paulo (CDHU) deve investir aproxi-madamente R$ 4,6 milhões em Mogi das Cruzes neste ano. Os recursos serão aplicados na construção de 96 unidades habitacionais térreas, de dois projetos diferentes.

A previsão é de que as obras tenham início no próximo semestre e que os empreendimentos sejam inaugurados já no próximo ano. As informações são do secretário de Estado da Habi-tação, Silvio Torres, que esteve em Ita-quaquecetuba para acompanhar o go-vernador Geraldo Alckmin na entrega de 360 apartamentos populares.

O primeiro projeto (Vila Dignida-de) terá 24 casas populares destina-das exclusivamente a idosos de baixa

renda e investimentos de R$ 2,2 mi-lhões. O condomínio será erguido no distrito de Braz Cubas. Tanto a licita-ção quanto as obras ficarão ao cargo da CDHU, porque as casas serão doa-das aos beneficiários. Já a administra-ção ficará por conta da prefeitura em parceria com o Conselho Municipal do Idoso, que indicará os moradores.

O segundo projeto será erguido no Conjunto Jeferson, mas sem demanda específica. As 45 unidades sairão ao custo de R$ 2,4 milhões. A constru-ção, neste caso, será por administra-ção direta, ou seja, em parceria com o município. A CDHU entra com os recursos e a prefeitura faz uma licita-ção para as obras. Para dar suporte aos novos condomínios, a prefeitura (que cedeu os terrenos), vai construir uma creche e uma escola.

O presidente da Câmara Muni-cipal de Mogi, Mauro Araú-

jo, entregou para o prefeito Marco Bertaiolli um cheque no valor de R$ 2,1 milhões referente a recursos não utilizados em 2011. A economia foi possível graças às melhorias na gestão, que incluíram horas-extras, otimização do sistema de compras e redução dos gastos com energia elé-trica e água. "É um valor três vezes

maior que o devolvido no ano pas-sado, quando foram economizados R$ 700 mil", disse Mauro Araújo.

Durante a entrega do cheque, Araújo sugeriu que os recursos sejam utilizados no programa de expansão de câmeras de segurança, principal-mente nos bairros de Braz Cubas e Jardim Universo. "São recursos im-portantes, e vamos estudar a solicita-ção do vereador", disse Bertaiolli.

Câmara economiza R$ 2,1 milhões

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Novas indústrias devem injetar R$ 300 mi na cidade

Os investimentos gera-dos pelas novas indús-trias que se instalaram

em Mogi das Cruzes somados ao volume de recursos aplicados na ampliação de empresas já existen-tes na cidade movimentaram cerca de R$ 150 milhões em 2011. Para 2012, a expectativa é o dobro, ou

seja, R$ 300 milhões. Pelo menos dez companhias de grande porte se instalaram no município em 2011, segundo informações da Secretaria Municipal de Desenvolvimento. A maioria se estabeleceu no distrito do Taboão e em César de Souza e cada uma gerou uma média de 250 postos de trabalho.

Investimentos em crescimento

Parte das indústrias já estabele-cidas na cidade também investiu na ampliação de seus parques. O des-taque ficou por conta da General Motors, que apresentou plano de investimento de R$ 80 milhões, au-mentando consequentemente o nú-mero de funcionários. A Fame tam-bém migrou parte de suas operações para o distrito de Sabaúna, contra-tando mais 200 funcionários.

A previsão para este ano é que as novas indústrias, assim que es-tiverem instaladas, devam gerar mais cinco mil empregos. Todos os outros setores somados (comércio, serviços e indústria) devem somar mais cinco mil vagas.

Uma grande expectativa acompa-nha a ampliação do Mogi Shopping e a construção das torres da Helbor, que devem atrair dezenas de novas lojas e empresas. Por fim, Carrefour, Wal-Mart e Makro sondam a cidade para abertura de novas unidades.

As três torres do Helbor Concept prometem valorizar ainda mais a região

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Alto giro

Divino terá capelaA mais tradicional festa do muni-cípio, (o Divino Espírito Santo), vai ganhar uma capela no Centro da ci-dade. O projeto prevê a transforma-ção da Casa da Criança, que fica nos fundos da Catedral de Santana, no local que servirá aos adoradores do Divino. O prédio é tombado pelo Pa-trimônio Histórico, mas apesar disso, algumas paredes já foram derruba-das para dar lugar ao altar e ao átrio.

Aumenta procura por emprego em Mogi

Com a chegada de 2012, aumentou a procura por recolocação no Em-prega Mogi, programa da Secreta-ria Municipal de Desenvolvimento da cidade. Com uma média de 120 atendimentos diários em 2011, a chegada deste ano causou um au-mento de 25% na demanda. Mas nem todo atendimento é por empre-go. Interessados também procuram emissão de Carteira de Trabalho e orientações de seguro-desemprego.

Tamoios vai ser duplicada

As obras para a duplicação da ro-dovia dos Tamoios, que liga o Vale do Paraíba ao Litoral Norte, devem começar em março deste ano, se-gundo o Dersa. A conclusão das obras está prevista para 20 meses, ou seja, novembro de 2013. No en-tanto, somente o trecho entre São José e Paraibuna será duplicado, ou seja, o trecho de serra deve perma-necer com pista única até a conclu-são dos estudos.

Região

Estado cria a RM Vale

Governador Geraldo Alckmin sanciona lei que cria Região Metropolitana do Vale do Paraíba

A RM Vale é um instrumento do Estado que permitirá o planejamento e a gestão de

questões comuns que afetam as cida-des da região. Com a criação da Re-gião Metropolitana os 39 prefeitos e o governo do Estado trabalharão em conjunto políticas públicas com o ob-jetivo de agilizar a resolução de pro-blemas comuns nas cidades da região.

O Projeto de Lei 66/2011 divide a RM Vale em cinco sub-regiões (veja quadro) facilitando a criação de ins-trumentos de planejamento, execução e fomento das ações metropolitanas. Também será criado o Conselho de Desenvolvimento e a partir dele os Conselhos Consultivos, o Fundo e a Agência de Desenvolvimento. O con-

selho será composto, de forma paritá-ria, pelos prefeitos dos 39 municípios da região e representantes do Governo do Estado, e será a principal entidade de deliberação sobre planos, projetos, programas, serviços e obras a serem executados na RM Vale com recursos do Fundo de Desenvolvimento.

A Região Metropolitana do Vale do Paraíba será dividida em cinco sub-regiões

Cidade-sede Cidades da sub-região

Cruzeiro Arapeí, Areias, Bananal, Cruzeiro, Lavrinhas, Queluz, São José do Barreiro, Silveira

GuaratinguetáAparecida, Cachoeira Paulista, Canas, Cunha, Guaratinguetá, Piquete, Potim, Roseira

São José dos CamposCaçapava, Igaratá, Jacareí, Jambeiro, Monteiro Lobato, Paraibuna, Santa Branca, São José dos Campos

Taubaté

Campos do Jordão, Loginha, Natividade da Serra, Pindamonhangaba, Santo Antonio do Pinhal, São Bento do Sapucaí, São Luiz do Paraitinga, Taubaté, Tremembé, Redenção da Serra

Litoral Norte Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião, Ubatuba

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Foto: divulgação

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Região

Interior de São Paulo foi líder em investimentos

No Brasil, São Paulo perma-nece como o estado que mais recebe investimentos

no país. Em 2010, o estado recebeu 678 anúncios de investimento, perfa-zendo um montante de US$ 49,9 bi-lhões, segundo a Pesquisa de Investi-mentos Anunciados no Estado de São Paulo (Piesp), da Fundação Seade.

Com a divulgação da Piesp, São Paulo ocupa a liderança nacional com folga (Rio de Janeiro havia atraí-do US$ 18,5 bilhões em 2010 e Minas Gerais US$ 10,6 bilhões).

O secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Paulo Alexandre Barbosa, destacou a importância desse tipo de pesquisa. "A publicação desse resultado é fun-damental para que possamos dire-cionar nossas políticas de atração de investimentos, buscando levar em-preendimentos para as regiões me-nos favorecidas do Estado", afirmou.

A Piesp identifica os setores de atividade econômica a que perten-cem os investimentos anunciados,

além de mostrar para quais regiões do Estado foram direcionados e a origem do capital.

Maior mercado

Para o presidente da Investe São Paulo, Luciano Almeida, alguns fa-tores explicam porque o Estado é o maior destino de investimentos do Brasil. "Temos o maior mercado con-sumidor da América Latina, mão-de-obra qualificada, infraestrutura de padrão internacional, cadeia de for-necedores diversificada e legislação ambiental avançada. Isso faz de São Paulo um destino obrigatório para qualquer empresa que queira se ex-pandir na América Latina", afirmou.

Outro fator que, segundo Almeida, contribui para São Paulo ocupar a li-derança na atração de investimentos é a profissionalização do atendimento fornecido aos empresários que dese-jam se instalar ou expandir seus ne-gócios. "A Investe São Paulo foi criada

há três anos para ser a porta de entra-da das empresas no Estado. Até o mo-mento, a Agência garantiu US$ 6 bi-lhões em investimentos de empresas privadas, gerando 18,7 mil empregos diretos", ressaltou Almeida.

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A distribuição dos investimentos no Estado *

São Paulo US$ 28,8 bilhões

Campinas US$ 4,4 bilhões

São José dos Campos

US$ 2,2 bilhões

Baixada Santista US$ 2 bilhões

Sorocaba US$ 1,4 bilhão

Presidente Prudente

US$ 1,3 bilhão

Investimentos por nacionalidade de empresa

Espanholas US$ 3,2 bilhões

Norteamericanas US$ 2,2 bilhões

Japonesas US$ 1,6 bilhão

Alemãs US$ 1,1 bilhão

Inglesas US$ 817 milhões

* Por regiões metropolitanas

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RegiãoAlto giro

Orçamento maior I

As Câmaras das cinco maiores cida-des do Alto Tietê (Mogi das Cruzes, Suzano, Itaquá, Ferraz e Poá) terão disponíveis R$ 65 milhões do orça-mento da União para os trabalhos legislativos de 2012. Mogi terá o maior valor, de R$ 21 milhões (ano passado foram R$ 17,5 milhões). Para Suzano, o valor é de R$ 19 mi-lhões, um milhão a mais que em 2010. Já Poá vai contar com R$ 10 milhões, quase três milhões a mais do que em 2010.

Ferraz terá Universidade Federal

Jorge Abissamra, prefeito de Fer-raz, confirmou que a cidade terá mesmo uma Universidade Federal. O otimismo é tanto que espera-se que já a partir de agosto deste ano já sejam oferecidas vagas para pre-enchimento dos cursos. O prédio será erguido no Jardim Seminário, onde havia o seminário que deu nome ao bairro.

Orçamento maior II

Já o orçamento para a cidade de Mogi será 35% maior que em 2010, devendo chegar a R$ 1,1 bilhão, um recorde para a cidade. Aproximada-mente R$ 901 milhões estão direcio-nados à administração municipal; R$ 99 milhões ficam para o Semae e outros R$ 86 milhões para a Previ-dência Municipal. O novo programa de emergências, o Samu, terá R$ 10 milhões. A maior receita do municí-pio, de R$ 214 milhões, é a cota do ICMS, 22% a mais que o ano passado.

Imigrantes: gargalo logístico no Litoral Sul causa congestionamentos e transtornos

Empresas têm interesse na

Nova ImigrantesDuas empresas  manifesta-

ram interesse em executar juntas a construção e ma-

nutenção da rodovia que ligará o Ro-doanel Mario Covas, em São Paulo, a Itanhaém: a Contern Construções e Comércio Ltda e a Cibe.

O projeto é uma alternativa para o congestionado trânsito do Sistema Anchieta-Imigrantes. Embora não haja ainda a definição de traçado da nova via, a capital paulista e Itanhaém estão separadas por aproximadamen-te 50 quilômetros. Já pela Imigrantes, a distância entre São Paulo e a Bai-xada Santista é de cerca de 70 Km. Com a construção da ‘Nova Imi-grantes’, a viagem do Rodoanel até Itanhaém deve durar cerca de meia hora. Além do Rodoanel, mais uma alternativa estudada pelo Governo do Estado é ligar Itanhaém pela Fa-zenda Araraú a Parelheiros, no ex-tremo sul de São Paulo.

A Secretaria de Estado de Logísti-ca e Transportes está fazendo estudos sobre a ligação e vai analisar propos-tas da iniciativa privada, mas não fi-xou prazo para concluir os estudos. O Governo Estadual avalia incluir a obra em uma concessão abrangendo a maior parte da rodovia Padre Ma-nuel da Nóbrega à Régis Bittencourt.

O prefeito de Itanhaém, João Carlos Forssell, defende a criação da ‘Nova Imigrantes’ como a melhor solução

para toda a Região Metropolitana da Baixada Santista. "O problema do congestionamento durante a tempo-rada de verão na Região já é crônico. Uma nova via em Itanhaém aliviará muito o trânsito de Praia Grande para o Litoral Sul. Isso facilita o tráfego em Santos, Guarujá e São Vicente, na me-dida em que teríamos uma nova alter-nativa mais ao Sul", disse.

A reivindicação atende ainda en-tidades empresariais, o turismo e a Petrobras, que tem em Itanhaém um ponto estratégico na exploração do pré-sal. O objetivo é resolver gargalos que possam atrapalhar o ‘boom’ eco-nômico que se espera com a explora-ção da Bacia de Santos. A expectativa é que até 2025 sejam injetados R$ 209 bilhões na Região Metropolitana da Baixada Santista.

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Região

Quatro profissionais da pre-feitura de Guararema esti-veram em Mogi das Cruzes

para uma reunião técnica com o chefe de divisão Luiz Carlos Pinheiro, res-ponsável pelo Sistema Integrado de Licenciamento (SIL) na cidade. No encontro, Pinheiro forneceu informa-ções sobre a implantação e operacio-nalização do sistema no município, promovendo uma troca de experiên-cias e comprovando que a iniciativa em Mogi já se tornou um modelo.

O SIL desburocratiza e agiliza o processo de licenciamento de em-presas, permitindo ao empresário ou a seu contador realizar todos os procedimentos pela Internet de for-ma integrada para os quatro órgãos responsáveis pela emissão do docu-

mento – Prefeitura, Cetesb, Corpo de Bombeiros e Vigilância Sanitária. A eficácia da iniciativa já rendeu, em novembro de 2011, o Prêmio Con-gresso de Informática e Inovação da Gestão Pública na categoria Admi-nistração Pública Eficiente e Eficaz – Aplicações Voltadas ao Cidadão.

Em Mogi, o SIL funciona desde junho de 2010. Antes, como explica Pinheiro, havia uma média de 92 li-cenças emitidas mensalmente a novas empresas na cidade. Já depois do sis-tema implantado, esse número saltou para 380 por mês. O aumento é justi-ficado pela agilidade do sistema – atu-almente uma empresa com baixo risco consegue sua licença em no máximo 48 horas após dar entrada no pro-cesso. Já empresas de alto risco têm

acesso ao documento em um prazo médio de 30 dias.

"O Estado entrou com a tecnologia, mas a formatação e a postura é muni-cipal. Com o SIL, o diretor da empresa vai responder a um questionário onli-ne e, a partir disso, ele passa a se res-ponsabilizar por todas as informações concedidas. É um sistema com um alto índice de aprovação e que agilizou muito o nosso trabalho", declarou o chefe da divisão da Prefeitura de Mogi. Em Guararema, o sistema utilizado ainda é o antigo, e o licenciamento de uma empresa de alto risco, por exem-plo, chega a levar de oito meses a um ano. Pela lentidão, há centenas de pe-didos parados no setor de Vigilância Sanitária e é exatamente por isso que o município decidiu adotar o SIL.

Guararema se espelha em SIL

Representantes de Guararema em reunião com Luiz Carlos Pinheiro para adotar SIL

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13fevereiro 2012

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Alto giro

Mogi quer Super Copa

O secretário de Esportes de Mogi, Nilo Guimarães, está pleiteando trazer para a cidade a Super Copa, que corresponde a fase final da Copa Brasil. A despeito de Pelotas (RS) estar praticamente confirmada para o evento, Mogi está fazendo forte lobby junto a Confederação Brasileira de Basquete para sediar a competição. A cidade ainda precisa levantar a questão financeira para finalizar seu interesse.

Vale tem estágios sobrando

Segundo o Sincovat, o Vale do Pa-raíba tem mais de 700 vagas de es-tágios não preenchidas apenas no mês de janeiro. Isso se deve à falta de pessoal qualificado, o que abre oportunidades aos recém-formados e oferece chances aos empresários de moldarem os funcionários às ne-cessidades da empresa.

Mogi pode receber BMW

Com o interesse da BMW em insta-lar uma unidade fabril no Brasil, e o anúncio do empresário José Gozzi de que a unidade pode ser erguida em Mogi das Cruzes, é notório que o município teria enormes ganhos em muitos sentidos. Os investi-mentos iniciais ficariam em torno de R$ 600 milhões apenas para a implantação do projeto, idealizado para a Chácara Guanabara.

Região

Zona rural terá banco de dados

A Secretaria Municipal de Agricultura de Mogi das Cruzes deve desenvolver

em 2012 um banco de dados que vai reunir informações da zona ru-ral do município. Cerca de duas mil propriedades são responsáveis pelo cultivo de hortaliças, flores, frutas e criação de animais.

Com o banco de dados, será mais fácil trabalhar as necessidades dos agricultores e promover o desenvolvi-mento do setor. O objetivo do Gover-no é acompanhar o setor de perto. "Ao finalizar o Plano de Desenvolvimento Rural, destacamos algumas priorida-des, como criar este banco de dados, qualificar o sinal de Internet e telefonia, melhorar as estradas vicinais e oferecer segurança aos moradores e produtores. Quanto às informações, vamos realizar uma espécie de censo, preenchendo formulários, e digitalizaremos os dados que deverão ser atualizados sempre, mantendo uma periodicidade", expli-cou o secretário interino, Yusi Edagi.

Outras prioridades serão cumpri-das obedecendo fases. "A qualidade

dos sinais de Internet e telefonia são essenciais para os produtores realiza-rem a venda e manter o negócio. A qualidade das vicinais é igualmente importante, já que a mercadoria deve chegar em perfeito estado ao destino. E a segurança, discutida em diversas reuniões, consiste em pedir patrulhas rurais 24 horas por dia e também bases nos bairros mais distantes do Centro. Tudo isso estará na pauta em 2012", garante o secretário.

A prefeitura também vai realizar, com o apoio da Companhia de De-senvolvimento Agrícola de São Paulo (Codasp), o tratamento especial de drenagem superficial para águas plu-viais e compactação de doze estradas. "Concluímos nove quilômetros da Estrada Ken Saito, entre Cocuera e Biritiba Ussu (entre a Mogi-Salesó-polis e a Mogi-Bertioga) e estamos nos preparando para os quatro quilô-metros que ligam o Hospital Doutor Arnaldo Pezzuti Cavalcante e o Con-junto Santo Ângelo. Além disso, os dois quilômetros da Estrada do Mae-da, no Pindorama", finaliza Edagi.

14

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Região

Suzano prevê R$ 4 bilhões em investimentos

A Suzano estima um investi-mento de R$ 4 bilhões no plano para o ano de 2012,

ante o montante de R$ 3,5 bilhões contabilizado em 2011. Deste valor, R$ 500 milhões serão alocados na manutenção de projetos e R$ 3,5 bi-lhões em expansão. Já para o ano de 2013, está previsto um investimento de R$ 2,2 bilhões - R$ 1,7 bilhões em cres-cimento e R$ 500 milhões em manu-tenção. Os valores não incluem investi-mentos que poderão ser terceirizados.

De acordo com a empresa, os pro-jetos de crescimento serão desenvol-vidos com disciplina, "respeitando o equilíbrio financeiro da companhia". Entre as iniciativas para a redução de alavancagem, a empresa afirma que estão em andamento a alienação da unidade Capim Branco, que possui 81 megawatt de capacidade instalada e 51 megawatt de energia assegurada.

Alienação e Dívidas

Estão em andamento ainda a alie-nação de terras não utilizadas e a ob-tenção de parceria estratégica para a Suzano Energia Renovável. Em estu-do ficam a pré-venda de energia, a possibilidade de terceirização de ati-vidades não-estratégicas, a venda de determinados ativos da área de papel e a venda de participações em novos projetos da área de celulose.

Em setembro de 2011, a dívida bruta da empresa somava R$ 8,25 mi-lhões, sendo R$ 6,38 milhões como

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dívidas de longo prazo e R$ 1,86 mi-lhão de curto prazo, ante uma dívida bruta total de R$ 7,19 milhões regis-trada em junho de 2011.

O cronograma de amortização da

dívida prevista pela companhia pre-vê o pagamento de R$ 3,61 milhões entre os anos de 2011 e 2013, R$ 2,02 milhões entre 2014 e 2016 e R$ 2,61 milhões de 2017 em diante.

Suzano Papel e Celulose: unidade de branqueamento e pátio de madeiras

15fevereiro 2012

OS NúMEROS DA COMPANhIA

Investimentos

Montante para 2012 4 bilhões

Manutenção de projetos 500 milhões

Crescimento e expansão 3,5 bilhões

Montante para 2013 2,2 bilhões

Crescimento e expansão 1,7 bilhões

Manutenção 500 milhões

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Cenário

Empresas planejam crescimento por fusões

Cinco em cada dez corporações brasileiras pretendem crescer por meio de fusões e aquisições nos próximos três anos

Dados do International Bu-siness Report (IBR- 2011) da Grant Thornton reve-

lam que 46,4% das empresas brasi-leiras planejam expandir por meio de Fusões e Aquisições (M&A) nos próximos três anos.

A maioria (60%) tem como ob-jetivo ampliar o acesso geográfico a novos mercados, seguido pelo inte-resse em adquirir novas tecnologias ou novas marcas (56,7%) e acesso a custos operacionais mais baratos (51,1%). A pesquisa engloba mais de 11 mil empresas em 39 países.

Segundo o sócio da Grant Thorn-

ton Brasil, Octavio Zampirollo, o es-tudo mostra que o Brasil se tornou atrativo para os investidores. "O dado reflete, por um lado, a concentração de riqueza econômica no Sudeste, e por outro, a grande necessidade de desenvolvimento das outras regiões, tanto em termos socioeconômicos, como também geopolíticos".

Já na China, país onde 43,3% das companhias pretendem crescer por meio de M&A, as duas principais ra-zões são crescer em escala (76,5%) e acesso a novos mercados (71,20%). "Atualmente a China dispõe de um grande mercado interno capaz de re-

duzir os custos de produção em esca-la e de assegurar a sobrevivência da economia quando a demanda exter-na se retrair", diz Zampirollo.

Regionalmente, os destaques são a América Latina e os países do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) com 47% e 42,6% dos empresários, respectivamente (a média mundial é de 33,6).

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Veja os países onde as empresas privadas pretendem crescer

por meio de M&A*

Geórgia 62,5

Polônia 57,7

Chile 57,1

Holanda 53,8

México 53,5

Bósnia 52

Filipinas 49,5

Quais as nações onde menos se planeja esse tipo de crescimento **

Alemanha 84,6

Tailândia 84,5

Grécia 81,8

Taiwan 78

Itália 76,5* Em porcentagem** Índice dos que não pretendem esse tipo de

crescimentoFonte: International Business Report (IBR- 2011)

Page 17: imPRESSo Fevereiro de 2012 - ano 02 - nº 13

CALLAN METHOD

INGLÊS EM 1/4 DO TEMPO

Cenário

Empreendedor Individual formaliza 1,9 milhões

O programa Empreendedor Individual formalizou a- proximadamente 1,9 mi-

lhões de pessoas, segundo dados do Ministério da Previdência Social. Na análise dos estados que apresentaram o maior número de adesões estão São Paulo, com 442.624, Rio de Janeiro (239.031), Minas Gerais (186.931) e Bahia (151.703).

O secretário de Políticas de Pre-vidência Social, Leonardo Rolim,

afirmou que as metas deverão ser revistas este ano, devido ao gran-de número de adesões. "Esperamos uma aceleração ainda maior, com a entrada de novos empreendedores, e já pensamos em estipular uma nova meta para 2012, já que a anterior, de dois milhões, está para ser superada.

O ministro da Previdência So-cial, Garibaldi Alves Filho, também avaliou positivamente o programa. "Desde o início, nosso objetivo foi

ESTADOS QUE MAIS ADERIRAM AO EMPREENDEDOR INDIVIDUAL

Estado Adesões

São Paulo 442.624

Rio de Janeiro 239.031

Minas Gerais 186.931

Bahia 151.703

incentivar ainda mais a formalização destes trabalhadores, para permitir que tenham acesso à previdência".

Page 18: imPRESSo Fevereiro de 2012 - ano 02 - nº 13

Cenário

Foto: divulgação

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Vagas para executivos caíram 14% em 2011

Queda pode ter sido ocasionada pela crise financeira global

Levantamento mensal de va-gas feito pela Ricardo Xavier Recursos Humanos apontou

a abertura de 23.346 posições para executivos no ano passado. O nú-mero, que representa um declínio de 13,77% em relação a 2010, mostra que as empresas sentiram o efeito da crise internacional e colocaram o pé no freio nas contratações.

O mês de dezembro foi o de maior recuo para o mercado de trabalho. No período, foram ofertadas 1.215 oportunidades, o que equivale a uma diminuição de 37,27% na compara-ção com novembro. "Mas o ano não foi de todo negativo para os profissio-nais. Talentos de áreas como Enge-nharia, Comercial, Recursos Huma-nos e de Compras foram disputados, e muitas companhias até reclamaram do aumento dos salários dos contra-tados", destaca João Xavier, diretor geral da empresa. Para ele, o aumento da remuneração é justamente reflexo da valorização profissional.

Setores ganharam destaque

No último mês do ano, a área Co-mercial liderou as contratações, sen-do a responsável por 15,1% do total de vagas abertas. Engenharia ocupou o segundo lugar no ranking, com 11,7% das oportunidades, seguida

Levantamento não representa a totalidade das vagas abertas

no país. Veja as cidades com maior oferta.*

São Paulo 44,12

Campinas 18,44

Salvador 13,33

Porto Alegre 12,43

Belo Horizonte 7,24

Rio de Janeiro 4,44

* em porcentagem** fonte: Ricardo Xavier Recursos Humanos

Confira a lista das dez graduações que mais se destacaram no período *

Engenharia 21,86

Administração 14,09

Ciências Contábeis 6

Economia 5,43

Publicidade e Marketing

3,03

Direito 2,97

Comunicação 1,39

Psicologia 1,20

Arquitetura 1,14

Tecnologia da Informação

0,88

* em porcentagem** fonte: Ricardo Xavier Recursos Humanospela área Administrativa, que ofertou

6,3% das posições. Na sequência, os setores que tam-

bém se destacaram foram: Financeiro (6,1%), Marketing (4,8%), Tecnolo-gia da Informação (3,7%), Recursos Humanos (3,5%) e Compras/Supri-mentos (3,4%).

Assim como nos meses anteriores, em dezembro os engenheiros perma-neceram na liderança dos profissio-nais mais procurados no mercado, com 21,86% do total das oportuni-dades. Empresas brasileiras abriram 79,26% das novas oportunidades de emprego, sendo o restante das vagas oferecidas por multinacionais.

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Cenário

Ponto eletrônico adiado de novo

A nova data fixada pelo minis-tério está entre abril e setem-bro, de acordo com os seto-

res de atividade econômica. O ponto eletrônico passaria a valer a partir de 1 de janeiro de 2012. Agora, a partir do dia 2 de abril próximo, o novo ponto eletrônico passa a valer para as empre-sas que exploram atividades na indús-tria, no comércio em geral e no setor de serviços, incluindo, entre outros, os

financeiros, de transportes, de cons-trução, de comunicações, de energia, de saúde e de educação.

Em 1 de junho, a obrigatoriedade entra em vigor para as empresas que exploram atividade agroeconômica. E a partir de 3 de setembro, valerá para as microempresas e empresas de pequeno porte.

A adoção do ponto eletrônico vem gerando divergências entre os setores

sindicais e as confederações patronais. Para os sindicatos, a exigência vai evi-tar que os trabalhadores façam horas extras e não recebam por elas. Já as en-tidades sindicais patronais argumen-tam que a adoção do ponto eletrônico pode gerar altos custos, principalmen-te para as pequenas empresas. Segun-do o Ministério do Trabalho, a regra está sendo adotada para evitar fraudes na marcação das horas trabalhadas.

Ministério do Trabalho adiou pela quinta vez a adoção do ponto eletrônico impresso, desta vez entre abril e setembro de 2012

Muita coisa tem mudado nas últimas quatro décadas, em todos os campos da sociedade. Os avanços tecnológicos, que por um lado geram maiores facilidades para todos, ao mesmo tempo trazem às empresas que pretendem ser competitivas a necessidade de atualização e investimentos constantes. E a história da Transportes Rodoviarios Lunardi confirma esta realidade. São 45 anos prestando serviços de qualidade e, mais do que isso, estamos à frente de seu tempo e contribuindo para o desenvolvimento do país, transportando a produção de importantes indústrias com segurança, rapidez e eficiência. Com sua atuação, apartir de 1998 vem se especializando em transporte de produtos químicos embalados cada vez mais.

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Cenário

Recalls crescem 100% no Brasil em oito anos

Em 2011 foram realizados 75 chamamentos no País, mas número ainda está bem abaixo de outros países. Líderes ainda são carros e motos

A legislação brasileira esta-belece que, sempre que um produto apresentar algum

defeito e colocar em risco a saúde e a segurança do consumidor, a em-presa deverá fazer uma campanha de chamamento para corrigir o de-feito, sem nenhum custo. Esse pro-cedimento é conhecido como recall. Em 2011, foram feitos recalls de 75 produtos no País. Veículos e moto-cicletas lideram a lista, com 41 e 14 campanhas, respectivamente.

O número ainda é bem diferente de outros países. Nos Estados Uni-dos, por exemplo, foram anunciadas cerca de 60 campanhas de chama-mento só em dezembro. "Quando há o reconhecimento de eventual risco para o consumidor, a realização da campanha de chamamento elimina o risco e pode evitar acidentes de con-sumo", avalia Juliana Pereira, direto-ra do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), do Ministério da Justiça.

Segundo ela, o mercado precisa compreender que realizar o recall, quando necessário, é uma demons-tração de transparência e respeito ao consumidor. Ao longo dos últimos anos, o número de campanhas no Brasil aumentou. Em 2003, foram 33 campanhas de chamamento, número

que subiu para 75 em 2011.O Código de Defesa do Consu-

midor determina que o fornecedor do produto defeituoso faça uma am-pla campanha de chamamento com

divulgação em rádio, jornal e TV. Não pode haver custo para o con-sumidor. Além disso, é obrigatório comunicar o recall às autoridades de defesa do consumidor.

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ChAMAMENTOS DE 2003 A 2011

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011*

Veículos 29 29 26 27 28 27 36 51 41

Motocicletas 0 2 5 5 1 6 8 13 14

Medicamentos 2 4 5 3 3 1 1 0 0

Produtos 1 3 1 1 7 6 5 7 17

Informática 1 1 1 4 0 3 1 0 0

Brinquedos 0 0 0 4 4 2 0 4 0

Alimentos 0 1 0 0 1 1 1 2 3

Total 33 40 38 44 44 46 52 77 75*Recalls até 28/12

Page 21: imPRESSo Fevereiro de 2012 - ano 02 - nº 13

Cenário

Empreendedores pretendem ampliar o negócio

Pesquisa revela que quase 70% dos empreendedores planejam expandir ou diversificar os negócios

O superintendente de Pequenas e Médias Empresas do Santander, Cé-sar Fischer, se disse bastante surpreso com o resultado.  "Jamais imaginei uma resposta como essa. Se alguém me perguntasse, eu diria que a por-centagem dos que querem expandir chegaria a 25%, no máximo", disse.

Para o professor do Insper, José Luiz Rossi Junior, os números mos-tram que a confiança na realização de investimentos cresceu. "O em-preendedor está vendo problemas a curto prazo, mas está esperançoso no médio e longo prazo", analisa.

Queda na confiança

Se de um lado, a visão dos em-preendedores é positiva, do outro, a confiança diminuiu: passou de 73,7 a 73,4 pontos numa escala de 0 a

100, de acordo com o Índice de Con-fiança de Pequenos e Médios Negó-cios (IC-PMN). O estudo é realizado trimestralmente.

Na última semana de 2011, a Se-rasa Experian divulgou indicador apontando que a partir do primeiro trimestre de 2012 a economia inicia um novo ciclo de crescimento.

Analistas se dizem surpresos com a pesquisa que foi di-vulgada pela revista Peque-

nas Empresas & Grandes Negócios (PEGN), onde 69,7% dos pequenos e médios empreendedores brasilei-ros dizem planejar a expansão ou diversidade dos negócios em 2012. Outros 27,9% disseram que deve-rão conduzir a empresa sem grandes mudanças. A pergunta que gerou es-ses dados foi "O que você mais dese-ja profissionalmente em 2012?", feita com exclusividade para a publicação.

O universo da pesquisa abrangeu 1.200 empreendedores, que foram entrevistados pelo Instituto de Ensi-no e Pesquisa (Insper), em parceria com o banco Santander, entre os dias 1 e 5 de setembro de 2011. Participa-ram os setores da indústria, do co-mércio e de serviços.

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Page 22: imPRESSo Fevereiro de 2012 - ano 02 - nº 13

meses do ano, com cinco elevações consecutivas na taxa básica de juros, foi preponderante para consolidar um quadro de maior endividamen-to das famílias, em função do custo mais caro do crédito e do estanca-mento das linhas de financiamento de longo prazo. "Tivemos juros mais altos e inflação persistente durante todo o ano, e isso gerou um impacto significativo no poder de compra do brasileiro", disse.

Recuperação de crédito

No que se refere aos cancelamen-tos de registros, que dão medida ao nível de recuperação de crédito no varejo, o resultado do ano também foi mais tímido em 2011, com alta de 4,94%. Um ano antes, esse índice ha-via variado positivamente em 5,69%.

Assim como o quadro de vendas a prazo, espera-se uma melhora des-ses dados em 2012, já que os últimos dados disponíveis mostraram uma elevação tanto na comparação entre dezembro e novembro, com alta de 10,7%, quanto no confronto dezem-bro-dezembro, com 1,26%. "Em 2011, houve uma alta dos índices de recupe-ração de crédito e de inadimplência. Em geral, quando há alta de um, há queda do outro. Não foi o que aconte-ceu neste ano, mas esperamos que em 2012 esse movimento volte a ocorrer, com recuperações em alta e inadim-plência em desaceleração", disse.

Cenário

De acordo com dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), a

inadimplência do consumidor au-mentou 5,34% em 2011. O resultado é o oposto dos números de 2009 e 2010, que estavam em baixa. O re-sultado de 2011 decorre de onze ele-vações consecutivas da taxa durante o ano, levando-se em comparação o confronto com os mesmos meses de 2010. A última alta registrada ocor-reu em dezembro, quando houve ex-pansão de 2,29% sobre os resultados do último mês de 2010.

Em 2011, o valor médio das dívidas não-bancárias (que incluem cartões de crédito, financeiras, lojas em geral e prestadoras de serviços com telefo-nia e fornecimento de energia e água)

foi de R$ 320,63, uma queda de 17,3% na comparação com 2010. Já títulos movimentados e cheques sem fundo apresentaram elevação de valores mé-dios de 16% e 8,4% respectivamente. Na avaliação do Serasa, o aumento dos juros afetou a capacidade de paga-mento do consumidor.

Já para o presidente da Confede-ração Nacional de Dirigentes Lojis-tas (CNDL), Roque Pellizzaro Junior, a inadimplência mais alta em 2011 é resultado da instabilidade econômica provocada pela crise financeira inter-nacional e as consequências que ela gerou no humor das economias, como a perda de confiança no mercado.

Além disso, avalia o dirigente lojista, o equívoco na condução da política monetária nos primeiros

Inadimplência volta a crescerDe acordo com SCPC, índice aumentou mais de 5% em 2011

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Page 23: imPRESSo Fevereiro de 2012 - ano 02 - nº 13

Cenário

Mulher paquerada no trabalho rende menos

Todo mundo sabe que não de-vemos misturar negócios com

prazer. Essa máxima acaba de ser comprovada cientificamente por uma pesquisa da Universidade de Ne-braska, nos Estados Unidos.

Um estudo recente, publicado pela revista Psychology of Women Quar-terly, constatou que mulheres expostas à paquera deixam de executar as ativi-dades com a mesma desenvoltura com que realizam aquelas com relações es-tritamente profissionais. A conclusão veio com a observação do desempe-nho de 67 mulheres que tinham como tarefa completar um teste de matemá-tica com o auxílio de um homem.

Durante o teste, as mulheres que foram paqueradas pelo auxiliar ti-veram resultado inferior em compa-ração com as que foram tratadas de forma mais profissional. Do total de

questões, a média de acerto das que não foram alvo de flerte foi de  12 questões, número que caiu para cin-co no outro grupo.

Os pesquisadores afirmam que a situação de paquera provoca ansie-dade nas mulheres, independente de a iniciativa ser correspondida ou não. Para Sarah Gervaisa, coordenadora da pesquisa, um olhar já é o suficien-te para despertar os estereótipos se-xistas no ambiente de trabalho. "Isso gera nervosismo e ansiedade na mu-lher. A distração e o mau desempe-nho nas tarefas seriam consequências desses sentimentos".

O mesmo teste foi aplicado de for-ma invertida, ou seja, como homens respondendo as questões, e auxilia-dos por mulheres. Curiosamente, neste caso, não houve diferenças nos resultados obtidos.

O Brasil atingiu a marca de 3,63 milhões de automóveis

vendidos em 2011, segundo dados da Anfavea. O número é o novo re-corde de uma indústria que só se supera ano após ano. Em relação a 2010, o aumento foi de 3,4%, apesar da crise. Destes, 541,5 mil unidades foram exportadas, 7,7% a mais que o ano anterior.

Os veículos com motor flex foram os mais vendidos (83,1%), os movidos a gasolina somaram 11% e os movidos a diesel 5,9%. Carros com motor 1.0 responderam por 45,2% das vendas e os superiores a 2.0, por 1,2%.

A participação de importados no total das vendas, enquanto isso, dis-parou a 27% ante 25,7% em novem-bro e 21,7% um ano antes. Apesar do aumento em meados de dezembro do Imposto sobre Produtos Indus-trializados (IPI) dos veículos impor-tados, muitos distribuidores comer-cializaram estoques durante o mês, sem alterações de preços, informou na véspera a associação de conces-sionárias Fenabrave.

Com isso, as vendas de importa-dos em dezembro subiram mais que as de veículos nacionais, a 14% sobre novembro e a 13,8% no comparativo anual. As exportações do setor em dezembro somaram US$ 1,34 bilhão, queda de 2,7% sobre novembro, mas salto de quase 25% sobre um ano an-tes. No ano, as vendas externas dis-pararam 20,6%, a US$ 15,48 bilhões, ficando acima dos US$ 13,1 bilhões previstos pela Anfavea.

Anfavea: novo recorde

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23fevereiro 2012

Page 24: imPRESSo Fevereiro de 2012 - ano 02 - nº 13

"IGUARzINhO" AO dA "CAPITAR": Conceitos de negócios já validados em grandes capitais estão sendo demandados pela população das cidades do interior. Esta população quer as mesmas facilidades e sofisticações encontradas nas capitais. Um exemplo são as padarias gourmets, onde é possível tomar café da manhã, almoçar, jantar e fazer um lanchinho na noite.

Cenário

DEZ públicos-alvo que você não pode ignorar em 2012

Em pouco mais de 10 anos, o mercado consumidor brasi-leiro se expandiu rapidamente

com o avanço de milhões de pessoas para classes sociais superiores. No co-tidiano, isto pode ser observado na po-pularização de produtos e serviços que eram sofisticados como smartphones,

banda larga, jantares, ou ultrasofistica-dos como carros importados, viagens internacionais e tratamentos estéticos.

Mas depois deste período, os pró-ximos anos tendem a ser encobertos pela crise econômica europeia e pelo patamar de juros no Brasil que tende a implodir a saúde financeira dos que

fizeram dívidas de longo prazo. Mas o futuro ainda apresenta diver-

sas oportunidades para empreendedo-res que sabem planejar antecipadamen-te suas ações. Desta forma, empresários que lidam diretamente com o público final precisam estar atentos a, pelo me-nos, dez públicos em 2012.

EM PâNICO: Infelizmente, o pânico da violência urbana se expande rapidamente para municípios de qualquer porte. Há um público em um pânico cada vez maior que conso-me soluções de segurança residencial, privada e patrimo-nial. Mas isto também implica em uma demanda maior por serviços de comunicação, rastreamento e monitora-mento de pessoas, veículos e ambientes.

MElhOR IdAdE: Depois da classe C, a próxima grande tendência que inevitavelmente se tornará realidade é a emergência do consumo do pessoal da terceira idade. Esta população ainda é mal atendida com produtos feios, sem design inteligente e caros, e serviços descuidados e até desrespeitosos. Um dos mercados que começa a se organizar melhor, apesar do amadorismo, é o de viagens para o público da terceira idade.

GAlINhA MORTA: O endividamento não planejado e a piora do cenário mundial estão contribuindo para a formação de um público com dívidas complexas que financiou imóveis, veículos e produtos eletrônicos. Isto tende a criar um mercado consumidor ruim conhecido pelo jargão "galinha morta", para pessoas que precisam se desfazer da dívida, mesmo que isto signifique grandes perdas econômicas.

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Por Marcelo Nakagawa

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Page 25: imPRESSo Fevereiro de 2012 - ano 02 - nº 13

UM MElhOR: Mas os que conseguirão manter seu status econômico ou até melhorá-lo tendem a buscar produtos e serviços melhores. Se estiver acostumado com um determi-nado restaurante, buscará "um melhor". Se tiver um deter-minado aparelho celular, pensará em comprar "um melhor".

Cenário

PAIS CONSUMISTAS E CONSCIENTES: O otimismo eco-nômico também incentivou casais a terem filhos. Mas estes pais frescos também são mais "frescos" no que diz respeito àquilo que compram para seus filhos. Alimen-tação mais saudável, entretenimento mais educativo, viagens para locais de lazer seguro, escolas com propos-tas pedagógicas mais modernas são algumas caracterís-ticas deste mercado.

FAST FAShION: É um termo que poderia ser traduzido como moda passageira. Isto sempre existiu, mas com a Internet, o número de produtos e serviços associados a uma grande moda passageira não para de crescer. Os mais antigos se lembrarão da pulseira Sabona e os mais jovens da Powerbalance. Duas modas super passageiras, mas que chamaram a atenção. Se uma loja tivesse isto na vitrine, as pessoas paravam para ver. O mercado de consumido-res fast fashion exige empreendedores antenados e que fazem pequenas apostas de produtos que geram muitos comentários e "likes" no Facebook.

CONSUMIdOR vIRTUAl: Não há volta para o comércio eletrônico. Ele só tende a crescer. Os sites de compras co-letivas empurraram milhões de brasileiros que ainda não tinham tido a coragem de digitar o número do seu cartão de crédito em um site. Depois disso, estas pessoas se acos-tumaram a comprar online e isto só tende a se consolidar. Mas a compra virtual também acontecerá de empreende-dores locais e também de produtos mais perecíveis. Diver-sos sites estão, por exemplo, oferecendo serviços para que pequenos artesãos divulguem sua atividade na Internet.

COlUNA dO MEIO: Outro mercado que cresce sem pa-rar é o de homossexuais e é fato, que a imensa maioria dos empresários não sabe como lidar com este público que tem um imenso poder de consumo. Os poucos que acertam, não têm do que reclamar. Muitas construtoras adoram atender este público porque são mais sofisticados e, é claro, gastam mais. Os donos de pet shops sabem que, se bem atendidos, são fiéis e ainda divulgam para outros conhecidos. Em muitas empresas será a coluna do meio que sustentará o negócio.

SOMbRA E áGUA FRESCA: O ser humano é vagabundo por natureza. Se tiver um jeito mais rápido e fácil de fazer algo ele logo se interessa. Desta forma, o mercado que sempre estará na moda é o que oferece um aumento da percep-ção da conveniência. Se você vende um produto ou presta um serviço, se torná-lo mais conveniente para o consumi-dor final, tenha certeza, que venderá mais.

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25fevereiro 2012

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Economia

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Novo salário míNimo

Cerca de R$ 47 bilhões serão injetados na economia brasileira em 2012 com o

reajuste do salário mínimo. Saiba como o aumento afeta trabalhadores e empresas

Como será o impacto na economia nacional?

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Economia

ClASSES C E d TêM CRISE?

O Instituto Data Popular realizou um estudo em que aponta que os consumi-dores da classe C serão os principais beneficiários do aumento do salário mí-nimo. Os indicadores antecedentes da economia brasileira já mostram uma recuperação para o segundo semestre, o que não traria grandes consequên-cias para a classe assalariada. O que vai determinar se existe crise ou não para a classe assalariada é o nível de contágio da economia brasileira em relação a crise da Europa; se o contá-gio fosse muito forte, obviamente as empresas adiariam projetos de investi-mentos e demitiriam, mas até o momento com os dados e indicadores dispo-níveis este contágio teve um efeito limitado, e a partir do segundo semestre a economia voltará a crescer num ritmo mais acelerado.A Classe C continuará crescendo e deverá chegar a 113 milhões de pessoas em 2014, o que representa 56% da população brasileira. A continuidade da oferta de crédito deve garantir a expansão dessa classe.

* fontes: Richard Rytenband, economista pela PUC-SP e especialista em investimentos e Fernanda Della Rosa, assessora econômica da FecomercioSP

27fevereiro 2012

Com a entrada em vigor do novo mínimo de R$ 622, cerca de R$ 47 bilhões de-

vem ser injetados na economia bra-sileira, segundo estimativa do Depar-tamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O reajuste não deve causar pressão nas contas públicas, apesar da dife-rença de 9,2% em ganho real para o trabalhador. O aumento de R$ 77 deve trazer uma despesa adicional R$ 19,8 bilhões para a Previdência Social. Mas a arrecadação sobre o consumo deve compensar esse gasto com saldo positivo de R$ 22,9.

O coordenador de relações sindi-cais do Dieese, José Silvestre Prado, garantiu que o reajuste está de acordo com o orçamento do Governo. "O au-mento está perfeitamente dentro das possibilidades das contas públicas. O governo tinha, inclusive, espaço para arredondar o salário para R$ 625, como já fez em anos anteriores".

Oliveira também esclarece que os setores mais beneficiados pelo au-mento do mínimo serão o alimen-tício e o de bens de consumo semi-duráveis, como calçados e vestuário, isso porque são indústrias mais sen-síveis ao ganho salarial da população de baixa renda.

Para onde vão os R$ 47 bi?

No contexto geral, aproximada-mente 47,6 milhões de pessoas, en-tre beneficiários da Previdência e trabalhadores, vão ser beneficiados, pois pouco mais da metade dos tra-balhadores (50,3%), recebe até um salário mínimo.

Parte dos recursos devem ser di-recionados para o pagamento de

dívidas e consumo, acredita o eco-nomista e especialista em investi-mentos Richard Rytenband. "A eco-nomia brasileira sofreu uma forte desaceleração no último trimestre do ano passado. Com o agravamen-to da crise da Europa, o aumento do salário mínimo aliado a redução da taxa básica de juros vão impulsionar a recuperação da atividade econô-mica a partir do segundo semestre", explica. Alguns indicadores antece-dentes já confirmam esta recupera-ção para o meio do ano.

A assessora econômica da Federa-ção do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fe-comercioSP), Fernanda Della Rosa, também acredita que as pessoas de-vam utilizar o aumento do mínimo para o pagamento de dívidas ou gastar o excedente que receberam na compra de novos produtos. "No Brasil, estima--se que cerca de 17 milhões de pensio-nistas recebam remuneração vincula-

da ao salário mínimo. Para este grupo o aumento de R$ 77,13 representa um adicional anual de R$ 17 bilhões. Além dos pensionistas, pouco mais de 11 milhões de trabalhadores recebem formalmente salário mínimo. O efeito anual desse acréscimo será de cerca de R$ 11 bilhões. Com a injeção des-ses recursos na economia o comércio tende a apresentar aquecimento nas vendas", prevê.

A aposta do Governo para o cres-cimento da economia está baseada na expansão do crédito. "Embora o aumento do consumo sempre cause preocupação sobre a ocorrência de possíveis pressões inflacionárias, o Go-verno está atento sobre a evolução dos índices e atuará se necessário", lembra Fernanda, e explica que no primeiro semestre de 2010, o Governo adotou diversas medidas de restrição ao crédi-to que foram, no segundo semestre, re-vertidas. "A última medida foi a redu-ção dos empréstimos compulsórios".

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Economia

Ferreira: pisos estaduais vão sofrer reajuste para não ficar próximos do piso nacional

Akl: as empresas já precificaram eventuais aumentos de custo em função do reajuste

Fernanda: com a injeção desses recursos, comércio deve apresentar aquecimento

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Contratações formais

Sempre que o salário mínimo é reajustado com valores acima dos da inflação, aumenta o poder aquisitivo dos aposentados e daqueles que es-tão em início de carreira, como, por exemplo, a geração do "primeiro em-prego". "Mas, há outros efeitos: certa-mente o valor impulsionará os pisos salariais de categorias profissionais que fiquem muito perto do mínimo, levando os sindicatos a buscarem au-mentos acima da inflação, pelo menos neste item", explica o diretor jurídico da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-Nacional), Wolnei Ferreira, e lembra que haverá aumen-to nos adicionais que são vinculados ao salário mínimo, especialmente o de insalubridade. "Também os pisos esta-duais, fixados pelos governadores de Estado, deverão sofrer reajustes maio-res, para não ficarem próximos do mí-nimo nacional", completa. No entanto, Wolnei acredita que o mercado de con-tratações sofra com reflexos negativos,

já que a grande maioria das categorias já possui valores acima do salário mí-nimo (o governador Geraldo Alckmin já fixou o novo mínimo estadual em R$ 690, ou seja, aumento de R$ 90).

Rytenband esclarece que o aumen-to do salário mínimo isoladamente não será responsável pela aumento de contratações, mas será mais uma variável que vai impulsionar a recu-peração da atividade econômica. "Em 2012 teremos baixo crescimento, mas para 2013 devemos apresentar um forte crescimento similar a 2010".

Mohamad Akl, presidente da Cen-tral Nacional Unimed, explica que a central já paga salários acima de mé-dia de mercado, de modo que não se enquadra entre aquelas que terão mais impacto com o novo mínimo. Quanto as outras empresas, ele con-sidera: "Tudo dependerá da saúde financeira de cada uma. De manei-ra geral, as empresas já precificaram eventuais aumentos de custos em função do novo salário".

Contratações informais

Geralmente, o reflexo do aumento do salário mínimo não afeta as con-tratações nem o mercado informal de contratações, explica Ferreira. "A informalidade possui outros fato-res que favorecem seu crescimento, como a alta incidência de encargos sobre a mão-de-obra, especialmen-te". Para ele, categorias que estão muito próximas do salário mínimo, como aquelas de mão-de-obra de baixa qualificação, sofrerão acrésci-mo em custos. "Mas isso já é tradi-cional quanto ao repasse, de forma que os clientes que contratam tais empregados receberam com natu-ralidade o repasse". Rytenband já coloca que, com a desaceleração da economia brasileira, o ritmo de contratações formais ou informais está se reduzindo. "Com os dados e indicadores antecedentes dispo-níveis a partir do segundo semestre este quadro começará a ser reverti-do", espera.

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Economia

29fevereiro 2012

Terceirização e repasse de valores

Rytenband diz que o aumento dos custos automaticamente é repassado aos clientes, num movimento que intensifica a distorção da precifi-cação dos bens e serviços no País. "O brasileiro acaba pagando muito mais do que deveria por um bem e serviço, quando comparado com um similar oferecido no exterior". Já Al-cântara, da FMU, afirma que o custo variável das empresas deve aumen-tar com o novo salário mínimo, mas que é pouco provável que essas em-presas repassem esse aumento aos clientes. "Dado que com a demanda interna pouco aquecida, aumentos de preços podem fazer com que os clientes migrem para empresas que mantenham os preços".

Fernanda também duvida que o aumento do salário cause impacto negativo para as empresas, pois ele faz parte da sua composição de cus-tos. "A formação de preços contem-pla custos fixos, custos variáveis e a

margem de lucro desejada. O merca-do, contudo, é concorrencial, o que limita a prática de preços elevados". Há de se considerar também que os preços ao consumidor são reajusta-dos conforme o caso pelos índices inflacionários, pondera.

Wolnei avalia que os departamen-tos de Recursos Humanos estrutu-rados, com escalas salariais e qua-dros de carreira, não se incomodam com o reajuste do salário mínimo, pois seguem a tendência de merca-do, avaliando periodicamente seus níveis de competição e retenção de mão-de-obra. "Assim, os salários mais altos não devem ser afetados, pois são medidos por vários outros fatores, não pelo salário mínimo".

Relação funcionário-empregador

Com uma escassez de mão-de-obra qualificada que afeta uma série de se-tores (como de tecnologia e constru-ção civil), em casos como este, existe

um problema estrutural que eleva os salários, assim como nos setores que possuem um sindicato forte, como o dos bancários, que ano após ano orga-niza greves para reivindicar aumentos reais. "Com o forte crescimento eco-nômico dos últimos anos e a manu-tenção deste cenário, será muito co-mum este tipo de movimento; cabe ao Governo reformar os tributos trabalhistas e permitir que a preci-ficação dos bens e serviços no país não sofra distorções, com o repasse do aumento dos custos", aconselha Rytenband, e completa: "No atual momento, se compararmos o cus-to de bens e serviços produzidos no Brasil com o de outros países já vamos verificar tal distorção, criada pelo excesso de impostos".

Índices de confiança

O crescimento da renda afeta po-sitivamente o Índice de Confiança do Consumidor. A escala varia de 0=pessimismo total a 200=otimismo total. Em dezembro, o ICC da Feco-mercioSP ficou em 158,2, apontando elevada confiança dos consumidores entrevistados. O principal fator que está contribuindo para este alto índi-ce é o bom desempenho do mercado de trabalho. "Os últimos dados divul-gados pelo IBGE apontaram que, na Região Metropolitana de São Paulo RMSP, a Taxa de Desocupação em outubro de 2011 ficou em 5,6% da população contra 6,1% registrada para setembro", explica Fernanda. A massa salarial cresceu 0,5% em rela-ção ao mês anterior chegando 16.341 milhões. "Na trajetória do ano, o va-lor mais elevado foi apontado em ju-lho quando foi registrada uma massa

Rytenband: salário e taxa básica vão impulsionar a atividade econômica

Alcântara: os importadores serão os mais beneficiados com o aumento do mínimo

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O aumento do salário mínimo afeta positivamente o sis-tema de consórcios. Será natural que, nos primeiros me-ses, haja uma tendência ao consumo de produtos diver-sos até então não consumidos e mais desejados, como, por exemplo, no setor de alimentação. Só num segundo momento o foco deixará de ser dirigido a esses produtos e passará para o consumo de bens duráveis ou formação de poupança. E o consórcio oferece uma vantagem expressiva ao consumidor: a formação de poupança com objetivo definido.É assim que é definido o setor de consórcios pelo presidente da ABAC (Asso-ciação Brasileira das Administradoras de Consórcios), Paulo Roberto Rossi. "Se atentarmos para o valor do aumento, R$ 77 (14,13% a mais do que o salário mínimo anterior), é aproximadamente o valor de uma parcela mensal em um consórcio de motos".É importante lembrar que o consórcio é considerado um bem de futuro, por isso o consumidor se sente mais seguro em seu emprego, com salário maior, e pode pensar em formar ou ampliar seu patrimônio pessoal ou familiar.Pesquisa realizada pela Quorum Brasil, a pedido da Abac em 2010, identificou participação maior da classe C na compra de consórcios (veja gráficos).

A ERA dE OURO dOS CONSóRCIOS

MOTOCICLETAS

AUTOMóVEIS

2006

2009

2010

2006

2009

2010

14%

39%

10%

31%

35%

54%

55%

14%

1%

3%

26%71%

31%

56%

48%

28%

12%

ABC

64%

30

salarial de 16.450 milhões. Esses são os fatores que aumentam a confiança do consumidor", conclui.

Akl complementa dizendo que o processo de recuperação do sa-lário mínimo começou na segunda metade da década de 1990, após o advento do Plano Real. "Então, es-ses reajustes não surpreendem as empresas, que já consideram essa realidade em seus planejamentos". O presidente da Central Unimed conta que toda vez que a econo-mia cresce, o segmento de saúde suplementar é impactado positiva-mente. Portanto, as empresas mais suscetíveis ao reajuste do salário mínimo (alimentos, bebidas, têx-teis) tendem a contratar mais pes-soal e a ampliar a oferta de planos de saúde como benefício contratu-al. "A inflação da medicina, forma-da por honorários médicos, custos hospitalares e laboratoriais, é bem diferente da que norteia os demais segmentos econômicos. Logo, não haverá, em nossa avaliação, um peso maior para os clientes dos pla-nos de saúde, devido ao novo salá-rio", finaliza.

Em 2012, 75% do que for injetado na economia será destinado à classe média que consome produtos im-portados. Apenas 12% desse mon-tante serão destinados as camadas mais baixas da população, de acordo com o instituto Data Popular. "Dessa forma, apesar da indústria nacional ganhar com o aumento do salário mínimo, os importadores serão os maiores beneficiados com esse au-mento", sugere Alcântara. Sobre os índices de confiança, ele conclui: "Os índices devem aumentar, dado que a situação pessoal dessa melhoria au-menta o consumo, e assim melhora a

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China:Capa

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O brasileiro reclama da invasão de produtos chineses no mercado

nacional, mas não consegue ser competitivo em relação aos produtos "made in china". O que empresários,

indústria e Governo podem fazer para reverter esse quadro?

Às vezes aliada, às vezes concorrente, o fato é que o brasileiro reclama da invasão dos produtos da Chi-na, mas na comparação de preços, acaba optando pelo produto chinês. Se antes o Dragão do Oriente era um mero "copiador", hoje desenvolveu tecno-logia própria, com preço baixo e facilidade de pe-netração em qualquer mercado. Dentre os empre-sários brasileiros, existe uma quase-revolta diante do que chamam de "competitividade injusta", mas quando têm a chance, não pensam duas vezes para entrar no mercado chinês, o mais cobiçado do mundo. Diante de tanta complexidade, o que pode ser feito para que o Brasil tenha tanta competitivi-dade quanto nossos concorrentes orientais?

Espelho para o desenvolvimento brasileiro?

Por Vides Júnior Fotos Divulgação

33fevereiro 2012

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A relação da China com a glo-balização pode ser compara-da a um namoro que evolui

rapidamente para o casamento. A antiga fórmula ‘salários miseráveis+clonagem de produtos+exportações’ está mudan-do. Hoje, os salários estão melhores, os trabalhadores mais qualificados; o país forma um sem-número de espe-cialistas de diversas áreas e já tem uma forte indústria própria, que não mais copia produtos do ocidente, mas que desenvolve novidades que são abraça-das pelo mundo todo.

Se algo tem mudado com enorme lentidão, são os preços baixos. O gi-gante chinês continua com os preços mais competitivos do mercado glo-bal, e se antes era o rei da pirataria, hoje abre mercados legais, fecha par-cerias com outros países e importa quantias impressionantes de tudo que possa interessar aos seus 1,6 bi-lhões de habitantes.

Mas quando a China se abriu ao mercado, com suas parcas fábricas e funcionários desqualificados, o Brasil já tinha uma forte indústria desenvol-vida. O que aconteceu para que eles nos superassem tão rapidamente? Onde o Brasil falhou, ou onde deixou de investir para que o gigante asiáti-co nos ultrapassasse tão facilmente (e a outros países), tornando-se a se-gunda maior economia do planeta? E mais importante: o que podemos fazer para nos igualar ou mesmo su-perar os chineses?

Brasil-China, a curva crescente

Se, por um lado, o brasileiro tem reclamado da invasão de produtos chineses no mercado nacional, por outro, não pensa duas vezes em com-

prar o made in China quando faz a comparação de preços. O que pouca gente sabe é que, ao comprar o pro-duto chinês, está contribuindo para a desindustrialização do país.

Para o diretor executivo da Asso-ciação Brasileira de Mobiliário Cor-porativo (Abramco), Maurício Men-des Pereira, a relação entre Brasil e China tem apresentado uma curva extremamente crescente nos últimos anos. "Certamente, o que impulsio-na este crescimento está relacionado com a política externa da China com relação ao mundo, ou seja, a China está se preparando cada vez mais para se tornar um grande produtor para todos os mercados, principal-mente para os países emergentes, de-vido ao seu consumo crescente".

A relação Brasil-China é uma relação de benefício mútuo muito grande para ambos e cada vez mais importante à medida que as relações comerciais dos dois países se apro-fundam. Somente no ano passado, o fluxo de comércio entre os dois paí-

ses alcançou, incluindo exportações e importações, U$ 77 bilhões, o que representa um aumento de quase 39% na comparação com 2010, informa o diretor da Prática Chinesa da KPMG no Brasil, Daniel Lau. "Somente as exportações do Brasil para a China cresceram 44% de 2010 para 2011 e as importações aumentaram 29% no mesmo período. Isso vem de um ci-clo longo de crescimento do comér-cio exterior dos dois países e que, em 2011, atingiu uma marca histórica  de superávit brasileiro de U$ 11 bilhões". O executivo explica que esse fluxo, ao mesmo tempo que é positivo para o Brasil, também o é para a China, através da importação de commodi-ties. "Ao mesmo tempo, nos últimos anos temos visto um grande aumento de investimentos (diretos e indiretos) chineses no Brasil. São grandes mar-cas chinesas chegando no País. E exis-te mais empresas pesquisando o mer-cado e que vão desembarcar aqui".

A gerente de comunicação da Clas-se, uma das maiores importadoras

Feira Internacional da Construção Civil, em Bauma, na China: reflexo do crescimento

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no segmento de bens de consumo do Brasil, Eliane De Martini, esclarece que as relações entre Brasil e China são muito antigas e nunca houve con-flitos bélicos entre os dois países, o que facilita muito as relações e o entendi-mento entre ambos. "Brasil e China podem ser considerados economias complementares. A China precisa dos alimentos que o Brasil produz em abundância e o Brasil necessita da alta tecnologia produzida pela China. Além disso, enfrentam dificuldades bem semelhantes, como distribuição de renda problemática e alto índice de disparidades sócioeconômicas. Os dois países acreditam que esses pro-blemas podem ser minimizados por meio da elevação da capacidade de consumo e da melhora da qualidade de vida de suas populações, melho-rando a distribuição de renda".

Eliane lembra que essa troca gera empregos e empresas, tanto aqui quanto na China, além de movimen-tar o turismo. "Milhares de turistas chineses, bem como estudantes e empresários, visitam o Brasil todos os anos e também cresce, anual-mente, o número de brasileiros em visita a China, seja a passeio ou a negócios. Ser parceiro comercial da China é, indiscutivelmente, uma das mais importantes relações no mer-cado internacional, já que o alto pa-drão de vida desfrutado na maioria das nações do mundo desenvolvido é resultado direto de parcerias co-merciais com a China".

João Furtado, professor e pesqui-sador ligado a Fundação Vanzolini, explica que a relação Brasil-China se baseia em dois conjuntos de fatores, um ligado às complementaridades econômicas e o outro às ambições da China. "O Brasil possui grande capa-

cidade para aumentar a produção de produtos básicos, que o crescimento chinês estimula - quantidade e preço. E a China pretende ser a manufatura do mundo e vem ocupando todos os grandes mercados, para todos os gê-neros de produtos". 

Parceria política e econômica

A importância da China para o Brasil não é apenas econômica. Brasil

e China já assinaram diversos acor-dos bilaterais para cooperação nas áreas de política, defesa, ciência e tec-nologia, recursos hídricos, inspeção e quarentena, esporte, educação, agri-cultura, energia elétrica, telecomuni-cações e aeronáutica, dentre outros. "Quanto maior a cooperação entre os dois países, menos dependentes dos Estados Unidos e Europa se tornarão. China e Brasil têm, atualmente, uma importante parceria para objetivos

O que o empresário brasileiro deve fazer para conquistar o mercado chinês?

estabelecer relações com pessoas que tenham conhecimento do mercado chinês e que sejam altamente confiáveis

conhecer o mercado interno e as eventuais possibilidades de garantias para a operação

fazer uma profunda pesquisa de mercado, conhecer fornecedores, saber onde investir, avaliar a empresa parceira

descobrir se o tipo de empresa que vai ser desenvolvida possui prioridade dentro do Plano Quinquenal Chinês

estudar a logística do país, pois não existe integração total dos meios de transporte e canais de escoamento.

Contribuição: Daniel Lau e Maurício Mendes Pereira

Instalação do estaleiro norueguês Norway's Group, em Octobuoy

35fevereiro 2012

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políticos e estratégicos e ambos são peças-chaves na diplomacia global de cada um", conta Eliane.

Nos últimos 15 anos, o governo brasileiro tem se preocupado bastan-te em elevar a importância do Brasil no cenário político internacional. A China desempenha um papel muito importante para o crescimento da economia mundial e é um país de crescente influência no cenário inter-nacional, explica a gerente da Clas-se. "O Brasil é a principal economia da América Latina e a 8ª economia mundial. Assim, é importante que caminhem juntos. Não podemos, também, nos esquecer dos BRICs, cujo peso econômico é considerável. Entre 2003 e 2007, o crescimento dos quatro países representou 65% da ex-pansão do PIB mundial", reitera.

Mendes, da Abramco, concorda: "Hoje a China representa um dos principais parceiros comerciais do nosso país, haja visto o grau de impor-tância em nossa Balança Comercial. E isto pode ser verificado tanto nas im-portações como nas exportações".

O maior desafio do Brasil no que diz respeito ao comércio com a Chi-na é promover a diversificação das exportações, afirmou a secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Co-mércio Exterior (MDIC), Tatiana La-cerda, durante o programa de rádio Brasil em Pauta, da Secretaria de Co-municação Social da Presidência da República (Secom).

De acordo com Tatiana, a China deixou de concentrar investimentos em commodities, e passou a investir cada vez mais em indústrias, princi-palmente automotivas e de telecomu-nicações. Com um saldo comercial de significativos US$ 11 bilhões em

2011, as exportações do Brasil para a China crescem num ritmo mais ace-lerado do que as importações.

Mar de obstáculos, oceano de oportunidades

Dentre os obstáculos que podem viabilizar ainda mais a relação entre Brasil e China, idiomas e culturas to-talmente diferentes podem ser consi-derados os principais obstáculos para retardar as negociações. "Isso sem falar na diferença de fuso horário. Quando aqui no Brasil estamos chegando ao trabalho, na China eles estão chegando em suas casas para o repouso noturno. Às vezes isso causa algum problema quando há a necessidade de alguma comunicação urgente", explana Eliane. Segundo ela, a Classe mantém execu-tivos chineses e também brasileiros em posições estratégicas da organiza-ção. "Essa ação minimiza bastante as dificuldades de comunicação com a China, mas causa alguma dificuldade

de comunicação interna. É notório, porém, aqui na empresa, o empenho, tantos dos brasileiros, como dos chi-neses, em conseguir entender as dife-renças culturais e aprender o idioma alheio, mas, por se tratar de idiomas bastante diferentes, o aprendizado não é fácil e nem rápido".

Já Lau tem opinião bem diferente. "Os maiores problemas não são a lín-gua, nem a distância, e sim um maior conjunto de medidas e ações de apro-ximação entre os dois países em to-dos os níveis da economia brasileira pública e privada". Para ele, é preciso melhorar o nível de cooperação por-que a ajuda mútua ainda é pequena diante do ‘oceano de oportunidades’ que os dois lados oferecem. "Faltam mais pessoas interessadas nessa re-lação e dispostas a tomar ação. É preciso ir à China e conhecer a rea-lidade dos chineses: como eles fazem negócios, a sua cultura empresarial, o nível de competição, o  ambiente em que os empresários fabricam os pro-dutos, etc. O mercado chinês é bem

Eliane: alto padrão de vida de algumas nações é resultado de parcerias comerciais

Lau: a presença de empresas brasileiras na China ainda é muito tímida

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dinâmico, está em constante mudan-ça e não adianta querer vencer na China estando fora da China".

Avaliando o lado econômico do ponto de vista do empresário brasi-leiro, Mendes afirma que o princi-pal obstáculo está nas diferenças de preço decorrentes da política cam-bial. "Enquanto que no Brasil nos-sos custos relacionados a impostos, folha de pagamento, etc, fazem com que nossos insumos não tenham competitividade externa, a China, em uma direção totalmente contrá-ria, trabalha para que seus produ-tos sejam realmente competitivos para outros mercados. O obstáculo está, portanto, nesta distinção dos governos para encarar o mercado externo". Furtado completa, com certa acidez: "Entre os vários obs-táculos, a incompreensão do sig-nificado da China na atualidade e no futuro. Enquanto não compre-endermos seriamente o significado desse novo mundo comandado pela China, vamos ficar na defensiva e

aproveitando oportunidades a re-boque dos acontecimentos".

Vitória para o agronegócio

Mesmo depois da crise surgida em 2008, com a quebra do Lehman Brothers nos Estados Unidos, até os graves problemas econômicos agora na região do Euro, os países asiáticos mais dinâmicos prosseguem em rápi-do ritmo de crescimento. É natural, portanto, as esperanças voltarem-se para lá, diante das grandes oportuni-dades oferecidas pelos seus mercados consumidores, explica o presidente da Associação Brasileira do Agrone-gócio, Luiz Carlos Corrêa Carvalho.

Neste contexto, sem dúvida, a Chi-na é o grande destaque, com parti-cipação fundamental para o bom desempenho das exportações de pro-dutos agrícolas brasileiros. Em 2011, quando o superávit do país alcançou US$ 29,8 bilhões, a China contribuiu com nada menos do que 39%. O sal-do positivo para o Brasil no comércio com os chineses foi de US$ 11,5 bi-lhões no ano passado, mais que o do-bro do superávit de 2010, de US$ 5,1 bilhões (aumento de 125%).

Como isso tende a aumentar, é fundamental termos uma visão es-tratégica na relação com os chineses, aconselha Carvalho. "Muitos analis-tas apontam que a demanda crescen-te dos países asiáticos é uma grande oportunidade para o Brasil. Com-partilhamos dessa análise, já que esse conjunto de países com enorme po-pulação e renda recente enfrenta pro-blemas de disponibilidade de recur-sos naturais. O economista Edmar Bacha, define bem esse cenário como "a era asiocêntrica".

SE UMA MãO COlOCA, A OUTRA TIRA

As exportações de agroprodutos brasileiros para a China deram um salto de 2,7% em 2000 para 14,4% no ano passado, segundo os Mi-nistérios da Agricultura e do De-senvolvimento. Em 2011, a China foi líder na importação de commo-dities do Brasil. O gigante asiático tem sido responsável pela manu-tenção de preços do agronegócio. Nos últimos anos, a importação de agroquímicos chineses contribuiu visivelmente para a queda do valor desses produtos. Se em 2006 o Brasil importava pouco mais de 11 mil to-neladas, em 2011 foi de mais de 45 mil toneladas. Os dados são do Sindi-cato Nacional da Indústria de Produ-tos para Defesa Agrícola (Sindag). Se por um lado, o produtor se beneficia com a redução dos custos de pro-dução, por outro, o crescimento das importações causa a desindustria-lização do setor. "Na época da dita-dura, o Brasil fabricava cerca de 80% dos defensivos agrícolas que usa-va. Hoje, esse número não chega a 35%", adverte o diretor executivo da Associação Brasileira dos Defensivos Genéricos, Túlio Teixeira de Oliveira. Fernando Marini, diretor de produ-to do Sindag, complementa: "Outro problema é a entrada de agroquími-cos ilegais ( sem registro no Ministé-rio da Agricultura) no País. "Hoje, o contrabando corresponde a 9% do mercado brasileiro de defensivos". A Câmara Brasil-China de Desen-volvimento Econômico (CBCDE) se defende: "As empresas chinesas são colocadas como culpadas por tudo, muitas vezes para justificar a falta de competitividade brasileira", alfineta o porta-voz da entidade, Tang Wei.

Mendes: a China representa um dos principais parceiros comerciais do país

37fevereiro 2012

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Oportunidades para indústria de carnes em 2012

Apesar dos problemas enfrentados pelos produtores de carne suína, 2011 foi um ano positivo. No entanto, a aposta dos produtores para este ano é mesmo a China, que vem aumentan-do as importações do gênero. Quem avalia é o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína, Pedro de Camargo Neto. Com as restrições impostas pela Rússia para a entrada de carne suína brasileira, coube ao país buscar novos mercados na China, que deve se consolidar como um mercado importante para o Brasil, não apenas em função das negociações governa-mentais amplamente divulgadas na mídia, mas também em função da for-te restrição de oferta devido a proble-mas sanitários. Isso já está mudando a composição das exportações brasi-leiras, com a substituição da Rússia como principal comprador.

Há ainda a possibilidade de aber-tura das exportações para Japão e Coréia do Sul, mas persistem dúvi-das se o Brasil conseguirá ser aceito nestes mercados mais exigentes. Os preços internacionais das carnes de-vem se manter em níveis elevados devido aos baixos estoques e a pro-blemas sanitários em vários países. Além disso, o câmbio se manterá vo-látil, mas em patamares superiores a 2011. O efeito dessas variáveis será o aumento das exportações, sempre considerando um cenário de contro-le da febre aftosa no Brasil.

O mercado do luxo

Com a aceleração das economias emergentes, cresce também o mer-

cado de artigos de luxo. E sendo os países do BRIC com maior expo-nencial de mercado, China e Brasil, que antes passavam longe do mer-cado do luxo, agora lideram esses mercados. Prova disso é que a Chi-na criou um ranking de premiação com as 100 marcas mais valiosas

do mundo. A premiação, conside-rada o "Oscar do Luxo" é apurada pela World Luxury Association - organização internacional sem fins lucrativos de pesquisa e gestão de marcas desse segmento.

A lista de 2012, a primeira de-las, contempla segmentos variados,

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OS dOIS lAdOS dOS EMPREENdEdORES NO bRASIl E NA ChINADiferenças

Enfoque das preocupações: o em-presário chinês está comprometido com a alta produtividade, devido às margens de lucro enxutas

Perfil individual: chineses são mais compenetrados, sérios e metódicos. Sua hora de almoço é reduzida e eles quase nunca deixam o es-critório na hora da saída, sempre prolongam o expediente

Apoio do Governo: o governo chi-nês, apesar de comunista, é alta-mente empreendedor, incentivando todos os setores da economia em determinado momento

Enfoque das preocupações: o em-presário brasileiro têm um compro-misso social maior, seja pela política interna de suas empresas, seja por imposição das leis trabalhistas

Perfil individual: O brasileiro é mais irreverente, mais criativo, há sempre um pouco de diversão no trabalho e uma grande gama de feriados e licenças

Apoio do Governo: os poucos programas lançados pelo Governo não são suficientes para incentivar a competitividade, e perdem para os altos tributos

Semelhanças

Visão empreendedora: o empresário chinês passa pelas mesmas dificulda-des que o brasileiro: concorrência, busca por espaço para venda do produto, obtenção de crédito

Criatividade: ambos buscam soluções para enfrentar os desafios e proble-mas do comércio internacional Adaptabilidade: ambos conseguem se adaptar à realidade do mercado e ao ambiente do outro, aprendendo com a troca de experiências

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como aeronaves, iates, carros, joias, relógios, moda, bebidas e marcas de inovação.

Nas palavras da entidade, "com o fenômeno da valorização do Yuan (a moeda chinesa), a desvalorização do euro e do número de chineses via-jando para a Europa em 2012, o con-sumo total de produtos de luxo deve alcançar 59 bilhões de euros, um número recorde". A entidade tam-bém aposta que o poder de gasto dos chineses no estrangeiro estimulará a China a se tornar o mais poderoso país comprador de produtos de luxo do mundo. O curioso é que, dentre as 100 marcas mais valiosas do mer-cado de luxo, apenas uma é chinesa: a Sun Valley Icewine.

Como conquistar o dragão?

A entrada no mercado chinês ainda é um entrave para diversos setores de nosso país. Por exemplo: como vamos competir com produtos manufaturados com os chineses, se nossos custos são muito superiores aos custos internos da China? "Ago-ra, quando o assunto é o agronegó-cio, a China representa uma grande oportunidade de crescimento para as exportações. No entanto, o gover-no ou as câmaras de comércio ainda fazem muito pouco se comparado aos tamanhos dos respectivos mer-cados", desabafa Mendes.

Lau discorda. "As câmaras de comércio e entidades do setor têm

ajudado, na sua maioria, pequenas e médias empresas, o que represen-ta apenas uma parte da economia brasileira. Muitos empresários bra-sileiros têm ido à China querendo fazer negócios, mas a presença de fato ainda é muito tímida frente a milhares de empresas asiáticas, eu-ropeias e americanas que já se es-tabeleceram por lá". Lau conta que, até 2011, mais de 300 mil empresas estrangeiras investiram na China. "Atualmente ainda existem pou-cas empresas brasileiras por lá, e o mercado chinês está cada vez mais competitivo e seletivo. Com isso, a janela de oportunidades para os empresários brasileiros está fican-do cada vez mais restrita", adverte.

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bRASIl-ARGENTINA qUER COMbATER INvASãO ChINESA

O combate à invasão de produtos chineses no mercado latino-americano é prioridade do Conselho Empresarial Brasil-Argentina, cuja primeira reunião deve ocorrer em meados de fevereiro. Especialistas calculam que, entre 2005 e 2009, o Brasil deixou de exportar mais de US$ 2,5 bilhões para os países da América Latina por causa da concorrência com a China. As perdas da Argentina soma-ram US$ 730 milhões.Entre os produtos dos dois países que mais perderam mer-cado para os similares chineses estão químicos, de infor-mática, de telecomunicações e máquinas e equipamentos. Além disso, o Conselho, criado no ano passado pelas pre-sidentes do Brasil, Dilma Rousseff, e da Argentina, Cristina Kirchner, buscará soluções para os conflitos comerciais en-

tre os dois países e promoverá a integração bilateral. O Conselho terá uma secretaria executiva formada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e sua congêne-re do país vizinho, a União Industrial Argentina (UIA). Se-gundo a gerente-executiva de Comércio Exterior, Tatiana Porto, o intuito do Conselho é facilitar a elaboração de propostas para os governos brasileiro e argentino. "O diá-logo é extremamente importante e, em muitos casos, leva a soluções rápidas e fáceis", destaca. Além da Argentina, a CNI integra conselhos empresa-riais de outros países, como Estados Unidos, Alemanha, Japão, Taiwan e África do Sul. Esses conselhos debatem propostas para eliminar barreiras comerciais e estreitar relações bilaterais.

E a indústria brasileira no Brasil, como fica?

Apesar das diferenças entre as culturas comerciais entre Brasil e China, há mercados em que am-bos se apresentam como potenciais competidores. "Um deles é o merca-do moveleiro. Neste caso, a empre-sas fornecedoras de componentes para esta indústria estão, cada vez mais, encarando a difícil tarefa de competir com produtos chineses, o que inibe o crescimento da indústria nacional", alerta Mendes.

Furtado lembra que esse não é um aspecto exclusivo da relação Brasil-China. "A China é competidora do mundo todo, de todos os países rele-vantes. Claro que pode inibir. E não será com medidas pontuais de pro-teção que vamos evitar isso. O desafio chinês exige seriedade, um conjunto de ações ousadas em coordenação com políticas abrangentes e consistentes".

Para Eliane, o assunto é polêmico, pois como criticar o país mais bem sucedido em relação ao desenvolvi-mento econômico? "Os índices de

crescimento do PIB, em mais de 25 anos, são contínuos. Mas não pode-mos esquecer que existem diferen-ças gritantes entre Brasil e China. Os regimes políticos e índices demo-gráficos são diferentes, as culturas e a história dos dois países são muito diferentes". Conforme o poder aqui-sitivo dos chineses aumenta, o seu mercado interno se desenvolve no-tadamente, a fim de atender à nova classe média em formação, explica. "Daí o surgimento de novas empresas e a instalação de multinacionais em território chinês. Algumas grandes empresas chinesas, inclusive, já têm projeção internacional, tornando o país cada vez menos dependente do mercado externo".

Lau defende que, em qualquer re-lação comercial realizada entre dois grandes países, há setores que não se confrontam e existem outros que acabam competindo. "A China tem trazido oportunidades de desen-volvimento interno em áreas como mineração e agricultura. E a impor-tação cada vez maior das commodi-

ties, especialmente mineração e agri-cultura, faz com que estas empresas façam cada vez mais investimentos, P&D e tecnologia nestas áreas. Ao exportarmos produtos como celulo-se ou alimentos, existe sim pesqui-sa de desenvolvimento e tecnologia agregada nestes produtos".

Dá para seguir o exemplo chinês?

Para seguir os passos da China, só para começar, o Brasil precisaria abrir mão de algumas leis trabalhistas e am-bientais e reduzir os salários para ga-rantir custos baixos. Isso geraria um conflito social incontornável. "Mas al-guns exemplos podem ser seguidos. A China não teve medo do capitalismo internacional e soube tirar proveito dele, adotando ou negando os prin-cípios do liberalismo ocidental con-forme seus interesses. E tem investido incansavelmente na infraestrutura, educação e ciência", sugere Eliane.

Mendes diz que podemos nos es-pelhar na desoneração de forma pla-nejada. "Deve ser feita respeitando os

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direitos constitucionais, para não ter-mos o risco de ver nossas diferenças sociais potencialmente aumentadas, como ocorre na China. Porém, vejo que muitas ações poderiam ser toma-das através de reformas fiscais e tra-balhistas, o que posicionaria o Brasil de forma mais contundente no cená-rio econômico internacional".

Lau finaliza dizendo que é difí-cil fazer uma base de comparação. "O principal desafio está no enten-dimento e adaptação. Muita coisa que funciona aqui não funciona lá e vice-versa. É importante ver a China como uma sugestão; observar como as coisas são feitas por lá e adaptá-las

às necessidades brasileiras". Como exemplo, ele cita a construção civil na China, que é extremamente avan-çada. "Podemos citar a construção recente de um hotel cinco estrelas de 30 andares que foi feito em ape-nas um mês e que, mesmo assim, foi preparado para resistir a fortes ter-remotos. Isso é um exemplo do que pode ser copiado ou adaptado pelo Brasil e não ignorado".

Quer saber mais? Leia a matéria "Do Brasil para o mundo", na pági-na 42, e a entrevista feita com o pre-sidente da Câmara Brasil-China de Desenvolvimento Econômico, Fer-nando Ou, na página 58.

NúMEROS GIGANTES DE UM MERCADO GIGANTE

5 mil

é a quantidade de fábricas instaladas apenas na cidade de Huangyan

U$ 1,7 trilhões

é o PIB anual da China, três vezes maior que o do Brasil

US$ 600 bilhões

é a média anual do volume de exportações

1.228

é a média de registros patentes internacionais, 5,5 vezes maior que o do Brasil

US$ 5,5 bilhões

é a quantidade de títulos vendidos pela iniciativa privada chinesa em 2011

US$ 3,2 trilhões

é o mercado de títulos de dívidas, segundo maior da Ásia, atrás somente do Japão

17,3%

dos produtos brasileiros para comércio exterior foram vendidos para a China

30%

foi o aumento dos negócios nos escritórios de importação chineses em 2011

US$ 100

é o salário médio do operário chinês, um dos menores do mundo, dificilmente acompanhado de algum benefício

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Mercado

Do BRASIL para o mundoApesar da crise financeira global, o Brasil

continua batendo recordes de exportação. Mas não basta viver de commodities. O que

o país pode fazer é diversificar também a produção e exportação de manufaturas

Por Vides Júnior Fotos Divulgação

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Mercado

Sim. É possível diversificar nossa pauta e torná-la mais qualitativa se avançarmos em

competitividade. Vale observar que hoje a participação dos manufatura-dos no total da exportação brasileira para o mundo é de quase 36%, sendo o restante distribuído entre básicos e semimanufaturados.  Para a Ásia, a pauta está concentrada em produ-tos básicos (76%). Já para os Estados Unidos, temos uma fatia bem mais representativa de venda de manufa-turados, de 46%, portanto uma pau-ta mais qualitativa. Nesse sentido, é muito importante dinamizar e au-mentar o comércio com os Estados Unidos como forma de exportar mais e com mais valor agregado.

As considerações estão expostas no programa "Competitividade Bra-sil – Custos de Transação", da Câmara Americana de Comércio Brasil-Esta-dos Unidos (Amcham), onde são dis-cutidas propostas para tornar o Brasil mais competitivo. "Acreditamos que é possível ampliar fortemente nossa corrente de comércio com os america-nos, que representa apenas 13% do co-mércio internacional brasileiro hoje. Se considerarmos o tamanho da eco-nomia americana, vemos que ainda há muito potencial de expansão, e perce-bemos que ela começa a apresentar importantes sinais de reação, o que deve contribuir para aumentar as im-portações por parte dos Estados Uni-dos e, portanto, nossas vendas", sugere o diretor de Relações Governamentais da Amcham, Eduardo Fonseca.

Potencial para diversificação

Com certeza, o Brasil tem poten-cial para a diversificação da produção

e exportação de produtos manufatu-rados. Mas, para isso, é preciso po-líticas públicas para viabilizar esse crescimento. Nesse sentido, será im-portante aguardar as medidas que o Governo pretende divulgar nesse primeiro trimestre, a respeito de es-tímulo às exportações de produtos manufaturados. A sugestão é do presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Luiz Carlos Corrêa Carvalho.

Carvalho indica que para me-lhorar nossas posições no comércio mundial, temos que investir mais em inovação, pesquisa, tecnologia e design, de modo a aprimorar os produtos e serviços já existentes e também os novos. "Acontece que, nesses casos, os resultados não apa-recem no curto prazo. Assistiremos agradáveis surpresas a partir da uti-lização de ferramentas biotecnológi-cas para a produção de combustíveis renováveis como, por exemplo, nos etanóis e óleos. Podemos maximizar a produção sustentável de alimentos e energia, com soluções ambiental-mente corretas, para mitigar os gran-des problemas ligados a poluição e o aquecimento global. Diversificar, via tecnologia industrial, os produtos derivados do agronegócio também", explica o presidente da Abag.

Período desfavorável e incertezas

Diversificação está relacionada à capacidade produtiva, o que tem a ver com as vantagens comparativas e com a disponibilidade dos fatores de produção, mas principalmente na capacidade de consolidar essas vantagens. Isso especialmente no que diz respeito à P&D (Pesquisa &

Desenvolvimento), que, no Brasil, é algo que ainda não está ao alcance de muitas empresas, em grande parte pelos altos custos tributários relativos a esse tipo de investimento.

As palavras acima são do coorde-nador dos cursos de Gestão Finan-ceira e Ciências Contábeis da Veris IBTA Metrocamp, faculdade do Grupo Ibmec Educacional, Fabrício Pessato Ferreira.

Quanto ao aumento de exporta-ção, essa variável é função direta da competitividade da taxa de câmbio e da demanda estrangeira. E ambas vivem um período desfavorável no caso brasileiro. "A taxa de câmbio está sobrevalorizada, em particular pela entrada de capitais financeiros, atraídos, em parte, pelas altas taxas de juros. E a demanda externa vive um momento de incertezas pela es-tagnação na Europa e nos Estados Unidos, além da possibilidade de de-saceleração da economia chinesa. O fator "China" é o que tem favorecido o Brasil nas contas externas, porque o consumo daquele país tem elevado os preços das commodities no mer-cado internacional. Se a China desa-celerar, os preços de produtos como soja, açúcar e aço podem cair, o que poderia prejudicar o saldo comer-cial brasileiro", explica Pessato.

Concorrência com o BRIC

Para que o Brasil tenha melhores condições de competir com países concorrentes, principalmente com os outros BRICs (Rússia, Índia e China), é urgente avançar em inovação e in-fraestrutura. "O Brasil está vivendo um momento positivo, mas outros países estão atuando com muito mais

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Mercado

agressividade e rapidez no que diz respeito à inovação. O País precisa discutir uma plataforma ampla de inovação e colher os frutos da ascen-são social da população, da desco-berta do pré-sal, de nossa atuação de vanguarda em biocombustíveis e do fato de que seremos sede de grandes eventos mundiais, como a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016", acon-selha Fonseca, da Amcham.

A boa notícia é que a maioria das empresas no Brasil planeja ampliar seus investimentos em inovação. Segundo pesquisa realizada pela Amcham durante o '3º Seminário Rumos da Inovação no Contexto Empresarial Brasileiro', em maio de 2011, quase 80% dos empresários consultados afirmaram essa intenção, enquanto 17% disseram pretender manter os aportes. "Além disso, ve-mos com muito bons olhos o progra-ma Ciência sem Fronteiras. Um pas-so que é fundamental para o Brasil estimular o incentivo à inovação é a relação entre academia e setor priva-do. O estímulo do Governo Federal para que o setor privado faça parte do programa naturalmente incrementa-rá esta relação", explica.

Agronegócio, salvador da Pátria?

Se o Brasil está com posição pri-vilegiada no comércio global, a con-tribuição do agronegócio foi decisiva para isso. Em 2011 o setor foi respon-sável por 26% das exportações e mais do que o triplo do saldo da balança comercial do Brasil, segundo dados do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio. "Os produtos básicos são os principais sustentá-culos do saldo da balança comercial,

principalmente minério de ferro, ce-lulose e soja em grãos. A China foi o principal destino dos produtos brasi-leiros. O país comprou 44,3 bilhões de toneladas. O segundo são os Esta-dos Unidos com 25,9 bilhões de to-neladas", defende Carvalho, da Abag.

O crescimento das exportações para os Estados Unidos, de 2000 a 2011, teve um salto de US$ 1,1 bi-lhão para US$ 44,3 bilhões. "A crise econômica nos países desenvolvidos poderá configurar para o Brasil um novo ciclo de desenvolvimento eco-nômico, tanto a ampliação do mer-cado interno como à inserção mais profunda da moderna agricultura e da indústria no mercado internacio-nal", completa.

A China e a Índia, durante mui-to tempo, competiram no mercado internacional por meio do fator de produção "trabalho". A mão-de-obra barata desses países possibilitou a venda de mercadorias para o mun-

do todo e atraiu parte expressiva dos investimentos diretos do exterior, a ponto de serem denominadas as "fá-bricas do mundo" na década de 1990.

A China iniciou uma mudança desse padrão no início da década de 2000, com pesados investimentos em C&T (Ciência & Tecnologia), para dar o salto produtivo que a Coreia do Sul deu nos anos 1980. "E está sen-do muito eficaz nesse processo. Por exemplo, as montadoras chinesas es-tão se tornando cada vez mais fortes em todo o mundo. Em breve, a China deixará de ser conhecida pejorativa-mente como produtora de ‘ching lin-gs’ e se tornará forte em produtos de alta tecnologia", aposta Pessato.

Já o Brasil ficou estagnado nesse processo. "Na segunda metade da década de 1990, o então governo FHC cometeu dois erros estratégi-cos importantes. Em primeiro lugar, acreditou que a estabilidade econô-mica por si só traria um ambiente

Pessato: China deixará de ser conhecida como produtora de "ching-lings"

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Mercado

favorável à P&D e as empresas co-meçariam a investir. Segundo, como consequência do primeiro, o Estado poderia diminuir a participação de seus gastos nessa área e se concen-trar em setores que considerou mais importantes, como Educação e In-fraestrutura – além dos pesados en-cargos da dívida pública, que então comprometiam um percentual ele-vado dos gastos do Governo", lem-bra o coordenador do Ibmec.

Pessato lembra também que os governos Lula e Dilma não muda-ram substancialmente essa política. Na hierarquia dos orçamentos pú-blicos, C&T continua no "final da fila" e os investimentos em Infraes-trutura continuam aquém do neces-sário. "É urgente que os investimen-tos em C&T entrem nas prioridades das políticas públicas, assim como Educação, Saúde e Infraestrutura. Os governantes precisam estar con-vencidos de que C&T é uma questão

de sobrevivência no comércio exte-rior e que, sem isso, o Brasil ficará à mercê das intempéries do sistema financeiro internacional", adverte.

Brasil: risco de ser um país agrícola?

Fonseca, da Amcham, diz que te-mos que evidenciar os pontos positi-vos da economia brasileira, e a agro-pecuária é um deles. "No entanto, se utilizarmos os aprendizados nessas áreas, a evolução também permea-bilizará outros setores da economia. O know how que temos na produção agrícola também abre portas para o Brasil realizar parcerias internacio-nais e trocar tecnologias com países, estimulando outras potencialidades internacionais em nosso mercado". Quanto à indústria, ele sugere que "se avançarmos em competitividade, o que envolve avanços em infraes-

trutura, capacitação de mão-de-obra (especialmente técnica) para atender os desafios produtivos e simplificação tributária, é natural que nossa parti-cipação nas exportações aumente".

Pessato esclarece que o consumo chinês no mercado internacional in-flacionou os preços das commodities e o Brasil foi um dos países que mais se beneficiou desse processo, o que ex-plica a sucessão de recordes de expor-tações nos últimos anos. No entanto, esse comércio é centralizado em pro-dutos de baixo valor agregado. "Para que a indústria ganhe destaque no rol das exportações, é necessária uma po-lítica industrial que trace e efetive es-tratégias com essa finalidade".

Ao contrário do que muitos pen-sam, a Abag trabalha como "entidade guarda-chuva" das cadeias produtivas, voltadas para os setores agrícola e in-dustrial, de modo que trabalhem de forma equilibrada. "Alimento farto e barato depende de energia barata. Após

Fonseca: temos que evidenciar os pontos positivos da economia brasileira Carvalho: capital estrangeiro em si não é problema, é solução

45fevereiro 2012

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Mercado

a chamada revolução verde, o Brasil se industrializou e se fortaleceu. Tornou--se importante player no mercado in-ternacional. Mas terá de continuar na busca de progresso, dependente cada vez mais do domínio de tecnologias avançadas", esclarece Carvalho.

A produção agropecuária envolve tecnologias de ponta nos ramos da biotecnologia e da química fina. Se-tores ligados a indústria da cana en-saiam passos para frente na área al-coolquímica. "Temos que dar o pulo em cadeias como das plantas oleagi-nosas para os diferentes óleos, do gás natural para fertilizantes, da minera-ção para siderurgia, do petróleo para produtos refinados".

O pré-sal

O Brasil tem potencial para ex-plorar produtos de origem petrolífe-

ra, mas não pode deixar em segun-do plano a cadeia sucroenergética, um case de sucesso na consolidação da tecnologia e da gestão no agro-negócio brasileiro. "São 40 anos de experiência desde o surgimento do Proálcool", lembra Carvalho. "Nas últimas décadas, o aumento da pro-dutividade nas lavouras e na indús-tria de cana-de-açúcar, fruto dos significativos avanços tecnológicos, foi o grande responsável pela com-petitividade do etanol. E esse pro-cesso segue em frente".

O Brasil pode se desenvolver como potência na área de geração de ener-gia dos derivados do petróleo, bem como na indústria petroquímica. Desde que, obviamente, haja estra-tégia de governo traçada e executada para isso. "A ação do Estado, não só no Brasil, como em todos os lugares do mundo desenvolvido, foi funda-

mental para orientar os investimen-tos privados", avalia Pessato. "Sem tal ação, os investimentos privados não se arriscarão em empreendimentos com alto grau de incertezas e cujo retorno sobre investimento oferece longos períodos para a recuperação do capital investido".

A indústria nacional é mesmo nacional?

Desenvolver a indústria nacio-nal. Essa proposta apresenta uma problemática: boa parte da indús-tria nacional tem origem estran-geira. Desenvolver essa indústria fortalece, indiretamente, econo-mias de outros países. Mas uma in-dústria puramente nacional pode beirar o protecionismo. Fonseca esclarece que a Amcham defende os avanços em competitividade como

imPRESSo: Como podemos concorrer com a China e a Ín-dia, por exemplo, que realizam grandes investimentos em inovação e também em infra-estrutura?

Romeu Roque: Somente com melhorias institucionais que garantam investimentos

privados de longo prazo, mesmo que sejam através de parcerias público-privadas. A melhoria institucional passa pelo estrito controle da corrupção, gestão adequada de conflitos, de interesses, fortalecimento dos órgãos de pro-teção da concorrência e simplificação da legislação traba-lhista e tributária.

imPRESSo: Já somos um dos maiores exportadores de commodities do mundo. É possível agregar também a in-dústria manufatureira nesse rol de exportações recordes?

Romeu Roque: Ser um país agrícola é uma de nossas vo-cações. Porém a indústria de outros setores pode se bene-ficiar dessa característica. Nosso país poderá ser forte com agricultura altamente competitiva e a indústria também poderá, em nichos específicos existentes e com as melhorias institucionais já comentadas. Não vejo antagonismo insu-perável em ter-se indústria, agricultura, comércio e serviços saudáveis e fortes

imPRESSo: A questão tributária é um grande empecilho para o desenvolvimento do nosso mercado externo. Como resolver essa questão?

Vocação, inovação e boa gestãoEntrevista com José Roberto Romeu Roque, coordenador do PNBE – Pensamento Nacional das Bases Empresariais.

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Mercado

Romeu Roque: Simplificando a legislação tributária, aumentando a eficiên-cia do serviço público e realizando gastos públicos corretos. Entendemos que não há necessidade de reduzir os gastos públicos em valor absoluto. Basta man-termos o seu valor. O próprio crescimento da economia propiciará a redução percentual dos gastos em alguns anos. Sem corte de gastos pode-se chegar à uma carga tributária adequada e saudável para o crescimento do Brasil.

imPRESSo: Como criar uma indústria puramente nacional, que concorra no mercado interno e externo com a indústria estabelecida em nosso território?

Romeu Roque: A economia mundial após a globalização é alicerçada em grandes corporações. As lógicas são transnacionais. A questão não parece ser indústria nacional x estrangeira. É melhor pensar na questão de como empre-sários nacionais podem se articular com empresas nacionais e estrangeiras, protegendo o mercado interno para empresas competitivas e que tenham que gerar conhecimento e empregos no Brasil.

chave para o sucesso de toda eco-nomia. "Quando uma economia é competitiva, não há necessidade de adotar políticas protecionistas ou reserva de mercado. Indústria nacional e protecionismo são ques-tões diferentes. O que o País deve, e tem se estruturado para fazer, é de-senvolver o setor industrial, e não a indústria de capital estrangeiro, e aqui novamente faz-se fundamental o desenvolvimento e avanço con-creto da competitividade do País".

Carvalho conta que a China en-controu algo que oferecia vanta-gens comparativas de curto prazo; no caso, produtos fabricados com mão-de-obra barata – mas não se deixou iludir pela teoria econômica que defende a tese de que as mes-mas vantagens comparativas man-têm o equilíbrio no longo prazo. "Com o tempo, a diversificação, os investimentos em capacidade pro-

dutiva e em tecnologia são os itens que asseguram a verdadeira inde-pendência econômica".

Para o presidente da Abag, o capi-tal estrangeiro em si não é problema. É solução. "Desde que seja utilizado de forma estratégica, integrando-o à indústria doméstica e aos centros de pesquisa. Pensar em indústria puramente nacional é um equívoco em termos de estratégia para políti-ca industrial, porque simplesmente é inviável. A China, por exemplo, não fortaleceu a indústria automo-tiva sozinha, mas sim, desenvolveu tecnologia integrada a empresas de países como Estados Unidos, Itália e Japão. Hoje em dia, nenhum país conseguirá "dar o salto" sozinho. Pensar em indústria puramente na-cional pode induzir os governantes a executar políticas equivocadas, como a "Lei de Reserva de Mercado" do período militar", alerta.

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Agronegócio

2011 fecha com recorde de produção e lucro inesperadoSoja e milho geraram boa renda, e café bateu recorde de exportações

A soja despertou lucros iné-ditos em 2011, com pro-dução de 75,3 milhões de

toneladas e um crescimento de 9,7% sobre a safra anterior. Algumas sacas foram vendidas por até R$ 45. Já a produção de milho ficou em 57,5 to-neladas somente no primeiro semes-tre de 2011, um aumento de 2,7%. No geral, a produção de grãos no ano passado ficou em 160 milhões de toneladas, um número 9% maior em relação à safra anterior.

No entanto, os desafios para o agri-cultor estão além da exportação ou escoamento do produto. Em alguns estados, principalmente no Centro-Oeste e Norte, parte da produção se

perde devido às condições precárias das estradas, que na época das chuvas ficam quase intransitáveis.

Segundo o corretor de agronegó-cios Antonio Sartori, a safra recor-de e os preços historicamente altos formaram uma combinação perfeita em 2011. "Para 2012, o consumo vai diminuir. Vamos ter estoques mais apertados e preços mais altos do que temos hoje. A China é e continuará sendo um grande importador de pro-dutos agrícolas", avalia.

O governo americano já avaliou que o Brasil poderá ser o maior ex-portador mundial de soja em 2012, mas para isso, o país precisa confir-mar as novas colheitas recordes.

Café com preço recorde

Já os produtores de café comemo-raram, pois 2011 foi o ano das safras curtas e preços recordes, com altas de 61% em relação a 2010. Isso porque problemas climáticos afetaram as pro-duções de países concorrentes, como Colômbia e Vietnã. Por isso, as expor-tações também bateram recorde.

Com a estimativa da OIC (Orga-nização Internacional do Café) de que a produção de café possa ter retração de 3,34% em 2012, produ-tores brasileiros correm atrás da cer-tificação do Estado, exigida para o comércio exterior, de modo a man-ter a produção em alta.

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AgronegócioFo

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Governo vai fortalecer agronegócio em 2012

Central de cadastro e seguro rural devem trazer benefícios ao pequeno produtor, tornando o setor mais homogêneo e diminuindo a pobreza

A senadora do Tocantins e presidente da Confedera-ção da Agricultura e Pecu-

ária do Brasil (CNA), Kátia Abreu, afirmou que mudanças na política agrícola brasileira a partir de 2012 vão levar mais produtores rurais para o agronegócio de sucesso, de alta produtividade, o que vai tornar o setor mais homogêneo.

Segundo a senadora, dos 16 mi-lhões de brasileiros abaixo da linha da pobreza, mais da metade está no

campo, reve-lam dados

do Programa Brasil Sem Miséria. "Essas pessoas não têm acesso às po-líticas públicas e ficam cada vez mais pobres com a política agrícola ina-dequada", afirma.

Para a senadora, o investimen-to em seguro e crédito para o setor agropecuário deve melhorar o cená-rio para o produtor rural.

Entre as novas regras estão previs-tas a criação de uma central transpa-rente onde o produtor não é obrigado a se cadastrar, mas participando da iniciativa tem direito a crédito, rene-gociação de dívidas e seguro rural.

Como funciona?

Ao se cadastrar na central, o agri-cultor informa as características da sua produção, como tamanho da propriedade, o que é produzido e os números de produção. No entanto, o produtor que optar pelo cadastro terá, obrigatoriamente, que fazer um seguro para a sua produção. "Como poucas pessoas hoje fazem a apóli-ce, o seguro fica caríssimo. Então, quando ele se torna obrigatório, fica muito mais barato", explica Kátia. O seguro não será somente para atender a demanda de possíveis problemas climáticos, mas também comporta a questão financeira, para que o produtor tenha capacidade de continuar produzindo, mesmo que

tenha perdido investimento em uma safra anterior.

O recurso utilizado na ini-ciativa (cerca de

R$ 5 bilhões) deve vir da verba des-tinada aos

leilões reali-zados pela Com-

panhia Nacional de Abastecimento

(Conab) para es-coamento das safras,

como os de PEP e Pepro.

49fevereiro 2012

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Doze índices que podem ajudar a melhorar seus negócios

Rapi12

é quanto o novo salário mínimo vai contribuir para a alta do PIB em 2012, prevê a Apas. O impac-to deverá ser sentido principalmente no consumo das famílias das classes C, D e E. Para a entidade, o aumento do salário mínimo e a economia aquecida impactarão na economia.

0,3% foi o crescimento do nú-mero de domínios registrados na In-ternet no terceiro trimestre de 2011, segundo a VeriSign. O número chega a impressionantes 220 milhões de domínios. A pesquisa também apon-tou que os domínios .com e .net são líderes de crescimento.

2,3% é quanto se espera de crescimento do PIB neste ano. Para o ano passado, a projeção foi reduzida pela sexta semana segui-da, ao passar de 2,9% para 2,87%. O IBGE divulgará o resultado do PIB de 2011 em março próximo. As projeções são do Boletim Focus.

3,3%

Pesquisa

Diferença de salários deverá ser proibida

Projeto de Lei vai autuar empresas que pagarem salários menores às mulheres

Um Projeto de Lei tramita na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), atacando

um problema que ainda persiste em muitas empresas: o projeto favore-ce as mulheres que recebem salários inferiores aos de outros profissionais exercendo o mesmo cargo. A infor-mação é da Agência Senado.

O PLC 130/11, de autoria do de-putado Marçal Filho, condena as organizações que praticarem tal dis-criminação a pagarem à contratada multa cinco vezes superior à diferença verificada durante todo o contrato. "A diferença de salários entre homens e mulheres está expressa na Constitui-ção e em outras normas, inclusive por meio da CLT [Consolidação das Leis do Trabalho]", esclarece o deputado.

Segundo um estudo da Confede-ração Internacional dos Sindicatos as brasileiras são as mais prejudicadas com a diferenciação salarial em todo o mundo: elas ganham em média 34% menos que os homens.

O Estudo foi elaborado em 2009, com base numa pesquisa envolven-do 300 mil mulheres de 24 países. Depois do Brasil, a maior diferença é na África do Sul (33%), seguida pelo México (29%). A menor diferença é da Índia, com 6,3%.

Apesar da proliferação de normas, o país ainda não conseguiu acabar com esse tipo de discriminação. Depois da análise na CAS, a matéria seguirá para a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), onde receberá decisão terminativa.

50

A discriminação no mundo

País Diferença salarial

Brasil 34%

África do Sul 33%

México 29,8%

Argentina 26,1%

Estados Unidos 20,8%Países mais

justosDiferença salarial

Suécia 11%

Dinamarca 10,1%

Reino Unido 9%

Índia 6,3%

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foi o crescimento nas ven-das do varejo em 2011, segundo a ACSP. As vendas a prazo, medidas pelo SCPC, subiram 4,1% no ano e as transações à vista, acompanha-das pelo SCPC/Cheque aumenta-ram 3,8% no mesmo período. O resultado foi considerado positivo.

4% foi o aumento do merca-do turístico em 2011. O número de brasileiros que viajam saltou de 43 milhões para 50 milhões, entre 2007 e 2010. O levantamento apurou também que cerca de 30% do custo total da viagem internacional fica no Brasil, beneficiando empresas locais.

16% foi o crescimento do volume de reservas internacionais bra-sileiras em 2011, segundo o BC, o que representa um recorde de US$ 352,012 bilhões. Parte do crescimento se deve às compras feitas pelo BC no mercado à vista de câmbio para conter a desva-lorização da moeda norte-americana.

21,98%

Pesquisa

Microempresas não precisam de computador

Pelo menos é isso que os empresários disseram em pesquisa realizada pelo Cetic com duas mil microempresas de diversos setores

Levantamento realizado pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e

da Comunicação (Cetic), revelou que, em 2010, 77% das microempresas afir-maram utilizar computadores, contra 23% que disseram não fazer uso.

Os entrevistados que afirmaram não usar o computador e, conse-quentemente, não acessar a Inter-net, alegaram que o equipamento não é necessário para o seu tipo de negócio. A resposta foi apontada por 72%. Vale lembrar que as mi-croempresas são aquelas que têm até nove funcionários.

Para o estudo, as microempresas não utilizam ainda o computador e a Internet porque ainda não percebe-ram a utilidade destes meios para suas atividades, ou talvez, exista uma lacu-na na aquisição de habilidades para o uso efetivo dessas ferramentas.

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51fevereiro 2012

O que as micros fazem na Internet?

Ver e-mails 97%

Buscar informações 90%

Mensagens instantâneas 57%

Oferecer serviços ao cliente 53%

Monitorar o mercado 53%

Treinamento e educação 34%

Telefone via Internet 15%

Entrega de produtos online 13%

CELULAR CORPORATIVO

A mesma pesquisa questionou a utilização do celular como ferra-

menta de trabalho. Curiosamente, a utilização cresce proporcionalmen-

te ao tamanho das empresas

Tamanho Utilizam o celular

Micros 36%

Pequenas 61%

Médias 82%

Grandes 93%

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BRICs terão 40% do mercado automotivo até 2016

A KMPG Internacional reali-zou pesquisa com 200 exe-cutivos da indústria auto-

mobilística mundial, e apontou que o Brasil pode se tornar o terceiro maior mercado de carros do planeta em 2016. A pesquisa diz que, em quatro anos, as vendas de veículos no país devem somar entre quatro e seis mi-lhões de unidades, superando o volu-me de negócios do mercado japonês.

O levantamento também indica que o Brasil deve exportar mais de um milhão de veículos até 2017. "O resultado da pesquisa demonstra claramente a imagem que o merca-do automobilístico mundial proje-ta para o Brasil: a de um país com economia saudável e ótimas pers-pectivas para negócios. Ao final, o mercado automobilístico encontrou um lugar próprio no Brasil", afirmou Charles Krieck, sócio-líder das áreas de mercado industrial e auditoria da KPMG Internacional.

Pesquisa

Rapi12

dos alemães têm a percepção de que o Euro fracassou como moeda única na Europa, revela pesquisa do Instituto Faktenkontor. Apesar da avaliação negativa, 56% confiam no futuro do euro e 19% esperam, inclusive, que no futuro ou-tros países da UE adotem a moeda.

36% dos acessos à Inter-net no Brasil acontecem por meio de tablets, revela pesquisa do Grupo NPD. O número coloca o Brasil como líder latinoamericano de acesso à rede por esses dispositivos. Se-gundo a comScore, celulares ainda lideram o segmento, com 56, 6%.

39,9% das consultas para concessão de crédito vieram da região Sudeste, revela o Serasa Experian. Na segunda posição, apa-rece o Nordeste, com 22,4% seguida pelo Sul, com 14,4%. As regiões com menos consultas foram a Centro-Oeste (9,3%) e a Norte (9,2%).

46,8%

Doze índices que podem ajudar a melhorar seus negócios

BRICs crescem

O estudo também apontou que os países do bloco BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) responderão por 40% das vendas de carros no planeta em 2016. O relatório, porém, considera o cenário com a China seguindo na ponta das vendas globais – à frente

dos Estados Unidos – e o Brasil as-sumindo a terceira colocação e supe-rando Japão (atual 3º do ranking) e a Alemanha (4ª colocada).

Além disso, a pesquisa apontou ainda que os veículos híbridos são a solução ecológica mais viável e indi-ca que haverá entre 9 e 14 milhões de carros elétricos no mundo até 2026.

Linha de montagem da General Motors: empresa investe na ampliação das fábricas

52

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Pesquisa

da energia ofertada no Brasil vem de fontes renováveis, como a biomassa, a energia hidro-elétrica e os biocombustíveis, o que coloca o País na liderança da agroenergia, pois 85% da energia consumida no mundo vem de fon-tes não-renováveis e esgotáveis.

48% dos empreendedores desconhecem o conceito de susten-tabilidade, embora desenvolvam ações que mostrem sua aplicação no cotidiano, afirma o Sebrae. Ainda assim, 72% atribuem grande impor-tância ao meio ambiente e somente 17% admitiram não se preocupar.

58% dos municípios e dis-tritos brasileiros devem ser aten-didos pelos Correios até 2015, promulgou o MinC. Hoje, apenas 64% dos pequenos distritos (de até 500 habitantes) possuem o serviço. Dos municípios, apenas 46 não possuem agências.

100%

Os brasileiros estão mais oti-mistas em relação à situação socioeconômica do país,

informa pesquisa do Instituto de Pes-quisa Econômica Aplicada (Ipea). Pelo levantamento, em dezembro, 64,4% das famílias acreditavam que, em 2012, o Brasil passaria por melhores momen-tos do que em 2011. Em novembro o índice era menor, de 60,1%.

De acordo com o presidente do Ipea, a confiança das pessoas atua como in-dutor ou redutor do crescimento eco-nômico. "Se as expectativas estão oti-mistas em relação ao futuro, tende-se a gastar mais. Quando há forte pessimis-mo, gasta-se menos", disse.

O otimismo dos brasileiros resul-ta de uma percepção de que houve melhoria nas condições de vida. Em dezembro, 78,2% das famílias diziam se sentir melhores financeiramente do que um ano antes. Na metade de 2011, eram 74,7%. Para 2012, 86,6% das famílias apostam que irão pro-gredir, percentual maior do que em novembro passado (82,7%).

Os dados apurados pelo Ipea fazem parte de uma pesquisa mensal reali-zada com 3,8 mil domicílios, distri-

buídos por 200 cidades diferentes, na qual o instituto tenta apurar um Índi-ce de Expectativas das Famílias (IEF).

Pela metodologia do Ipea, quan-do o índice fica entre 60 e 80 pontos, as famílias podem ser consideradas "otimistas". Acima disso, é "grande otimismo". Abaixo, na faixa de 40 a 60 pontos, há "moderação". De 20 a 40 pontos, há "pessimismo" e, de 0 a 20 pontos, "muito pessimismo".

No mais recente levantamento, observou-se que todas as regiões do país apresentaram em dezembro um IEF superior ao de novembro, com

exceção do Nordeste, que registrou queda de 0,6 pontos.

Em dezembro, o IEF atingiu 67,2 pontos, 3,5 a mais do que em novem-bro, igualando-se ao mais alto já ob-servado antes (janeiro de 2011). Em dezembro de 2010, o índice estava em 64,6 pontos.

Em relação à expectativa para 2012, a região mais otimista é a Centro-Oeste (82,2% das famílias acham que a situação socioeconô-mica será melhor este ano) e a me-nos otimista, o Sul (59,6% apostam em melhoria em 2012).

Otimismo ajuda na economia

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53fevereiro 2012

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Online

Internet vai melhorar o mundo

É o que diz o CEO da Google, Eric Schmidt. Para ele, a Google e outras companhias rivais (como Apple, Facebook e Amazon), são as empresas cujas plata-formas estão tendo o maior impacto político e nos negócios no mundo. Schmidt também considera os smartphones como supercomputadores pessoais pois "podem responder a qualquer questão impor-tante na vida de uma pessoa".

FEED

S

PaísParticipação

atual*Previsão*

China 11,5 18,8

Estados Unidos

24,4 16,8

Japão 6,6 4,9

Brasil 3 4,3

Rússia - -

* Em porcentagem

banda larga vai puxar crescimento

O setor de telecomunicações tem perspectivas posi-tivas para 2012 e a grande responsável será a banda larga. Isso porque, em 2011, o crescimento foi de 103% na comparação com 2010. Este ano, com a aju-da do Plano Nacional de Banda Larga, a expectativa (ainda não mensurada) é de que aumente o número de usuários de aparelhos fixos e móveis, principal-mente entre as classes A, B e C.

54

com participação de 24,4%, será des-bancado nos próximos quatro anos pela China (veja quadro).

Atualmente, a China tem uma fa-tia de 11,5% do e-commerce mun-dial, mas em 2015 terá 18,8% dos negócios da web. O Brasil deve subir do sexto para o quarto lugar, com a queda dos Estados Unidos, Alema-nha e Reino Unido.

O cálculo da projeção supõe uma tendência de crescimento linear para todos os países. Se a China mantiver a taxa de aumento que apresentou desde 2005 até 2009, pode superar os Estados Unidos em 2015. No entan-to, confrontando os dados de 2005 a 2009 com os dos últimos dois anos, a tendência da China parece sofrer uma leve queda que pode influenciar a projeção para 2015.

e-commerce: Brasil deve ser 4º maior até 2015

Em 2011, País aparece em 6º lugar entre as dez maiores nações com potencial de vendas online e em 2º entre os emergentes

O Brasil deverá ser o quarto maior do mercado mun-dial de e-commerce em

2015. Atualmente o País ocupa o sétimo lugar e deverá subir, ajudado pela crise mundial, que fará com que Estados Unidos e nações europeias mudem de posição nos próximos quatro anos. A projeção é do T-in-dex 2015, índice estatístico que in-dica a participação de vendas online de cada país no mercado mundial, associando a população na Internet ao PIB per capita estimado.

No estudo, o Brasil aparece entre os dez com maior potencial de vendas pela web, atrás dos Estados Unidos, China, Japão, Alemanha, Reino Unido e França. Segundo a projeção T-Index 2015, os Estados Unidos, que hoje é o primeiro colocado em vendas virtuais,

Países emergentes com maior crescimento em e-commerce

China +63,4%

Brasil +43,3%

Rússia +27,5%

Índia +26,6%

Indonésia +20,8%

Turquia +20%

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A principal queixa dos con-sumidores em relação aos sites de e-commerce con-

tinua sendo o atraso na entrega dos itens adquiridos. Essas reclamações, porém, cresceram apenas 6,18% entre dezembro de 2010 e o mesmo período de 2011 (14 mil reclamações em de-zembro passado). Isso segundo dados do site ReclameAqui (www.reclamea-qui.com.br) que ganhou popularidade devido a facilidade com que se pode registrar uma reclamação.

Apesar da alta, o presidente do ReclameAqui, Maurício Vargas, não acredita que o número evidencie uma crise no setor de comércio ele-trônico. Ao analisar o comportamen-to dos consumidores, observou-se que a maioria (52%) considera o pre-ço como o fator decisivo para efetivar

Online

Google+ ultrapassa 62 milhões de usuários

A plataforma que combina serviços de busca, redes sociais e compartilhamento atingiu a marca no final de 2011, segundo o site de genealogia Ancestry.com. De acordo com a pesquisa do portal, o Google+ ganha 625 mil usuários por dia. O grande desafio para a plataforma é mensurar a quantidade de internautas ativos, fato que a colocaria em pé de igualdade com o Facebook (que tem mais de 800 milhões de usuários).

FEED

S brasileiro passa mais tempo na Internet

Segundo o Ibope Nielsen Online, 63,5 milhões de brasileiros têm acesso à Internet, seja no trabalho ou em casa. Os números são referentes a novem-bro de 2011 e, se comparados com outubro do mesmo ano, o crescimento foi de 3,7%. Se com-parados aos resultados de novembro de 2009, o crescimento foi de 17%. Já o número de horas conectadas por usuário foi de 63 horas/mês.

Confira o ranking de queixas do e-commerce em 2011

O site ReclameAqui divulgou a lista dos sites de comércio eletrônico que mais receberam reclamações no ano passado

O RANkING DAS MAIS RECLAMADAS*

Empresa** Reclamações

Americanas.com 2091

Walmart 1732

Extra.com.br 1529

Ponto Frio 1520

Compra Fácil 1244

Submarino 1225

Ricardo Eletro 922

Shoptime 881

Casas Bahia 696

Saraiva 616

Carrefour 518

Efacil 457

Fnac.com.br 316Fast Shop 254* Fonte: ReclameAqui** Consideradas apenas lojas virtuais

uma compra pela Internet. Outros 17% citam a confiança na loja e 10% citam o prazo de entrega.

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Page 57: imPRESSo Fevereiro de 2012 - ano 02 - nº 13

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Page 58: imPRESSo Fevereiro de 2012 - ano 02 - nº 13

Entrevista

fazendo negócios

SEIS MIL

ANOS

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Entrevista

A Câmara Brasil-China de Desenvolvimento Econô-mico (CBCDE) surgiu da

necessidade de haver uma entidade reconhecida e representativa, com serviços, estrutura, parcerias estra-tégicas e conhecimento específico, para edificar e promover o comércio entre o Brasil e a China. E em seus 10 anos, a CBCDE vem fazendo um importante trabalho. O empresário Fernando Ou assumiu em 2010 a presidência da entidade.

Nascido na cidade de Qing Tian, na Província de Zhejiang, Ou vive há 38 anos no Brasil, onde atua no ramo da importação de maquinário para construção civil. Há 10 anos atua na promoção das relações e dos negócios entre o Brasil e a China e foi presi-dente da Associação Chinesa do Bra-sil (ACB) por duas gestões. Em 2010 foi escolhido pelo governo chinês re-presentante da comunidade chinesa da América Latina na 3ª sessão anual da 11ª Assembleia Popular Nacional (APN), principal órgão legislativo da China. Tem o título de Personalidade da Comunidade Chinesa do Brasil, outorgado pela Assembleia Legislati-va do Estado de São Paulo.

Na entrevista que segue, Ou fala sobre as relações entre os dois países, comércio internacional, concorrên-cia e desenvolvimento.

imPRESSo: Em sua opinião, quais são os principais motivos que impul-sionam a relação Brasil-China?

Ou: Brasil e China são países em desenvolvimento. Ambos buscam o bem-estar de seus povos. Com a nova estrutura de crescimento mundial, na qual os países em desenvolvimen-to têm um novo papel, brasileiros e chineses têm de andar juntos, pois possuem economias complementa-res em vários setores e podem en-contrar soluções para as áreas mais complexas. Destaco que os princi-pais motivos para essa parceria são o novo realinhamento econômico mundial e a nova posição dos cha-mados países emergentes. O cresci-mento chinês, antes visto como uma bolha, gerou procura por commodi-ties que o Brasil tinha a oferecer. E isso fez aumentar a procura de negó-cios no Brasil por parte dos chineses. Hoje essa parceria também envolve setores mais industriais, como o de tablets e o automotivo, o que mostra que o comércio bilateral pode e deve ser aperfeiçoado para que contemple os interesses dos dois países.

imPRESSo: Qual é a relevância da China para a política externa do Brasil?

Ou: A China e o Brasil têm interes-ses comuns em várias pautas exter-nas. Isso foi demonstrado pela parce-ria de ambos em importantes fóruns, como o G20, e na recente reunião dos BRICs. Essa mudança foi e está sen-do importante, pois a pauta de deba-tes globais estava muito contaminada apenas pelos interesses hegemônicos

americanos e da integração europeia. Com essa inflexão da postura da Chi-na e do Brasil, que teve o apoio de outros países emergentes, o contexto do debate mudou. Hoje é impossível pensar num G8 mais forte do que o G20. É impossível pensar numa mu-dança no mercado financeiro sem a decisiva participação de China e Bra-sil, ambos credores dos EUA, ambos importantes cotistas do FMI e ambos geradores do atual crescimento eco-nômico mundial. Ou seja: os dois países são atores importantes e de-vem caminhar juntos.

imPRESSo: Quais são os princi-pais obstáculos na relação entre o Brasil e a China?

Ou: Há muito mito na relação Brasil-China. Muita gente ainda fala dela como se estivéssemos em 1974, ano em que as duas nações reataram relações diplomáticas. Outros ainda enxergam nessa relação um ganho apenas para a China. Quem poderia comprar a maior parte da produção de commodities do Brasil, como ocorre hoje? Isso gera empregos só na China ou também no Brasil? Essas questões são elementares e devem ser colocadas no debate. Cabe ao Brasil modificar sua pauta de exportação, o que o governo do presidente Lula fez e o da presidenta Dilma está fazendo. Mas isso não depende só do Brasil. O mercado hoje é global e o Brasil vai ter de investir em educação e tecno-logia, como fez a China. Isso não é

Com diversos interesses em comum, Brasil e China são os países do BRIC que apresentam o maior desenvolvimento e uma pauta

de negócios bilateral que promete mais crescimento

59fevereiro 2012

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Entrevista

"

"

Há muito mito na

relação Brasil-China. Ainda falam como se estivéssemos

em 1974

novidade. O Japão fez isso. A Coreia do Sul fez isso. E o Brasil, hoje, está nesse caminho. Mas isso leva tempo. Vejo que o maior obstáculo é a comu-nicação entre os dois países. Os bra-sileiros precisam conhecer melhor a China e os chineses, da mesma for-ma, o Brasil. Uma ou outra pendên-cia comercial não pode afastar esses dois grandes parceiros.

imPRESSo: Como os empresários brasileiros têm abordado o desafio de entrar no mercado chinês? Há co-ordenação com o governo federal ou com as câmaras de comércio?

Ou: Empresários de norte a sul do Brasil já fazem negócios com a China, mas muitos ainda têm a intermediação de empresas americanas e europeias. O preço da soja ainda é negociado em Chicago... Mas acredito que isso tam-bém está em mudança. Hoje vejo que os empresários já buscam conhecer diretamente as opções de negócios.

Como exemplo, cito o crescimento exponencial de pedidos de visto para visitas à China. Câmaras de comércio são instrumentos importantes, pois os próprios empresários fazem parte da sua composição. Ir para a China sem uma assessoria de negócios é temerá-rio. Muitos foram – e ainda vão – e vol-taram com uma imagem negativa das relações comerciais. Mas muitos outros vão com a ajuda da CBCDE, por exem-plo, e voltam com várias oportunida-des, muitas das quais viram contratos de compra e venda. Muitos geram empregos aqui e lá. O Governo tam-bém tem sua parcela de importância e, a meu ver, está fazendo a sua parte. A presidente Dilma visitou a China, mas ainda não foi aos Estados Unidos. Isso pode ser simbólico, demonstra que o Governo não descuida dessa aproxi-mação. E ressalto que as missões co-merciais brasileiras sempre têm a parti-cipação de muitos empresários.

imPRESSo: Qual é a diferença entre o discurso da China e o dos países europeus no que diz respeito às relações com o Brasil?

Ou: O discurso é mutável. E no caso das relações entre países mais ainda. A Europa da década de 2000 era uma zona de integração forte e em crescimento. Hoje a mesma Euro-pa é uma economia frágil e em cri-se. Mas o discurso, em vários temas, não mudou e não mudará. O que está por trás do discurso é que a China promove uma invasão de produtos no Brasil. Muitas das empresas ditas brasileiras que se queixam são, na verdade, multinacionais americanas e europeias, que estão aqui, mas re-presentam interesses de seus países de origem. Não se pode esquecer de que muito do que se diz sobre o cres-cimento da parceria entre o Brasil e a China, na realidade, tem a ver com essa "guerra" comercial. A China, por outro lado, tem enfrentado jun-to com o Brasil temas complexos e avançados. Veja o caso da entrada de empresas de alta tecnologia no mer-cado brasileiro. O Brasil não tem essa tecnologia. A vinda dessas empresas vai gerar formação de mão-de-obra. E também gerará pesquisa. Essa ne-gociação foi feita em alto nível, envol-veu as chancelarias dos dois países. E avançou. Não vejo isso nas parcerias americanas e europeias com o Brasil. Isso se reflete nos dados da balança comercial, obviamente.

imPRESSo: Quais são as princi-pais estratégias que a China usa na abordagem ao Brasil? A cooperação econômica? A cooperação política? 

Ou: A China faz negócios há seis mil anos. Há uma cultura comercial adquirida ao longo desse tempo. Cla-

60

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Entrevista

"

"

A presidente Dilma visitou a China, mas

não os Estados Unidos. Isso

pode ser simbólico

ro que o mundo mudou, mas ressalto que o negociador chinês tem experi-ência em comércio exterior, adquirida principalmente nos últimos 20 anos. As estratégias usadas são conhecidas e utilizadas por todos; o que diferen-cia o empresário chinês é sua deter-minação em ouvir, conhecer, estudar e ousar. Muitas empresas chinesas ti-veram prejuízos, pois mesmo com es-ses cuidados fizeram apostas erradas. Mas muitas empresas foram bem su-cedidas. A estratégia é não desistir de entrar no mercado brasileiro e buscar parceiros certos e honestos. Conhecer de perto o mercado é fundamental. A cooperação econômica e política é a base para qualquer negociação.

imPRESSo: As relações entre a China e o Brasil são principalmen-te centradas no Estado, ou outros atores (como empresas privadas, decisores políticos, organizações internacionais) influenciam o de-senvolvimento das relações?

Ou:  O Estado, seja ele chinês ou brasileiro, deve ter papel indutor e re-gular alguns setores. Mas ressalto que ele não pode substituir as empresas e o papel dos empresários. Por isso é importante saber até onde vai o Esta-do e até onde o empresariado pode ir. Numa relação de negócios deve haver um direcionamento para as priorida-des, mas essa costura governamental não pode deixar de lado os observa-dores, os empresários etc... E os em-presários tampouco podem esperar que o Estado resolva seus problemas, como na questão de impor barrei-ras. As barreiras podem até segurar o fluxo de comércio por um tempo, mas não melhoram o mercado in-terno nem a competitividade, e com o tempo atrofiam o próprio desen-

volvimento do país. Atores como as câmaras de comércio são fundamen-tais para que não seja preciso adotar medidas que só afastam as parcerias. É necessário sempre sentar à mesa, debater e encontrar as soluções. 

imPRESSo: De que forma o Bra-sil olha para o crescimento chinês?

Ou: O Brasil não só observa, mas aproveita o crescimento chinês para melhorar vários setores da economia. O caso do agronegócio é emblemáti-co. Hoje essa cadeia de exportação, muito voltada para a China, gera im-pacto em outros setores. Para se ex-portar soja são necessárias estradas e portos para escoamento. A melhora da infraestrutura beneficia outras culturas produtivas e até favorece o transporte de pessoas entre cidades. Mas ainda vejo o Brasil tímido e pou-co ousado na hora de tomar decisões para grandes projetos. Registro tam-bém que não é só o Brasil que olha

e usufrui do crescimento chinês. Das 500 maiores empresas americanas, 90% têm filial na China. Quantas em-presas brasileiras têm filial na China? Poucas. Por isso a CBCDE quer in-centivar a ida de empresas para lá, fornecendo a elas o apoio necessário.

imPRESSo: Os dois países são potenciais competidores?

Ou:  Não acho certo dizer que os dois países são competidores. São parceiros comerciais que têm rela-ções em muitos setores e como tal também enfrentam muitos desafios. A competição no mercado interna-cional é saudável, gera novas estraté-gias e tecnologias. Vejo os dois países mais como complementares do que como competidores. Muito do que se fala da competição entre a China e o Brasil é, na verdade, uma briga entre empresas multinacionais e a China. O caso dos automóveis é interessante. A indústria automotiva brasileira não

61fevereiro 2012

Page 62: imPRESSo Fevereiro de 2012 - ano 02 - nº 13

Entrevista

é propriamente nacional. A China, por sua vez, tem nessa área empresas novas, que estão se desenvolvendo e competindo. A entrada delas no Bra-sil causa desconforto nas empresas que dominam o mercado brasileiro, pois gera competição nos preços e na oferta. Isso é bom ou ruim? E para quem? É preciso fazer essa ressalva para que não se pense que a China é um parceiro negativo para o Brasil. A China não vai indicar quais seto-res o Brasil deve ter como prioridade e quais indústrias deve desenvolver. Mas está pronta para ser parceira no desenvolvimento de várias áreas nas quais o Brasil não tem tecnologia, e quer aprender em setores que não domina, como a agricultura, a extra-ção de petróleo etc.

imPRESSo: Quando se fala em empresas brasileiras na China, muitos pensam apenas em grandes companhias, como a Embraer e a Embraco. Há espaço para empresas de menor porte? 

Ou: A CBCDE tem entre seus associados empresas grandes, mé-dias e pequenas. Isso comprova que acreditamos que existem negócios e oportunidades para todos. Na Itália, 80% das exportações são feitas por pequenas empresas. A presidente Dilma sabe da importância dos pe-quenos empresários e encaminhou projeto de lei criando o Ministério das Pequenas e Médias Empresas. Isso indica o foco do governo brasi-leiro na promoção de políticas para desenvolver esse tipo de empresa. Por isso é fundamental estimularmos as missões comerciais, que são inte-gradas principalmente por pequenas empresas. Juntas, elas podem somar forças e fazer muitos negócios.

imPRESSo: Quais são os princi-pais cuidados para uma empresa na-cional iniciar um negócio na China?

Ou: É preciso uma consultoria ou assistência prévia. Isso pode se dar via câmara de comércio ou via Sebrae e entidades setoriais. Mas alerto que o principal cuidado é não cair no conto do negócio fácil. "Se eu conseguir ven-der para 1% dos chineses..." Esse é um grande mito para muitas empresas. Isso só será possível se houver inves-timento contínuo e se elas contarem com a ajuda de especialistas no mer-cado chinês. Deve-se ter claro que na China a competição é brutal e o mer-cado é dinâmico. Outro cuidado é com os prazos de contrato e de pagamento. É preciso muito know-how na hora de se fechar um contrato. É sempre muito importante ter relacionamento direto com o parceiro chinês.

imPRESSo: Quando se fala em produtos chineses, logo se imagina tecnologia a preços competitivos. É possível uma empresa de tecnologia brasileira competir na China?

Ou: Não só é possível como já acontece. O caso da Embraer é clás-sico. E há a Embraco, entre outras. O mercado financeiro do Brasil tam-bém deveria se mirar no chinês. O Brasil tem uma área de tecnologia de serviços que ainda não existe na Chi-na. É uma oportunidade. Também temos uma tecnologia em produção de alimentos que a China não tem.

 imPRESSo: Qual a diferença entre

o empresário chinês e o brasileiro?Ou: Pode parecer que há mui-

tas diferenças, mas depois de algum tempo se constata que eles são pa-recidos. Todo empresário, no fun-do, quer aumentar seu mercado. Há

uma simpatia grande entre chineses e brasileiros. Tenho muitos amigos no Brasil, que vão além dos negócios. A CBCDE reúne empresários dos dois países, que convivem de forma har-mônica. Nas missões que a Câmara organiza se vê esse entrosamento. Os empresários se ajudam. Chega uma hora em que cada qual vai cuidar do seu mercado, mas isso é normal. Com outros povos também é assim.

imPRESSo: Para finalizar, como tem sido os trabalhos da CBCDE nos últimos dez anos?

Ou: A Câmara Brasil-China de Desenvolvimento Econômico che-ga a esta fase consciente dos imen-sos desafios que tem diante de si. Mas chega também cheia de alegria, pois quando começou a funcionar, a corrente de comércio entre os dois países não passava de US$ 1 bilhão, e hoje ultrapassa US$ 50 bilhões. É um crescimento expressivo e emble-mático de tudo que foi feito. Não só pela CBCDE, é claro, mas ela ajudou no debate, na mediação e na busca de soluções. Nosso objetivo é que nos próximos dez anos a parceria entre a China e o Brasil se expanda para se-tores que ainda não são prioritários, e que, no entanto, são norteadores do desenvolvimento, como tecnolo-gia e educação. Contamos com a aju-da dos dois governos para que nosso suporte esteja sempre presente. E pretendemos iniciar um processo de expansão de nossas atividades para além de São Paulo. O que realmen-te desejamos é que os negócios pos-sam ser feitos, mas que sejam feitos para o desenvolvimento e a melhoria da qualidade de vida dos chineses e brasileiros. Se não tiverem esse fim, então não terá valido a pena.

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Ao analisar as carreiras de profissio-nais de bancos de Wall Street, Boris Groysberg, professor em Harvard, concluiu que profissionais-estrela, (esses que fazem a diferença den-tro de uma organização), quando mudam de empresa, sofrem um declínio em sua performance e isso acontece por conta da diferença de culturas organizacionais ou das redes de contato ou por conta de outros recursos que estavam acos-tumados, mas que pertenciam ao antigo empregador, ou ainda pela conjunção de todos esses fatores. O resultado é que muitos executi-vos, quando recebem uma propos-ta mais vantajosa de emprego, cos-tumam carregar consigo a equipe que o apoiava na empresa anterior. O autor oferece ao leitor orienta-ções e insights sobre a natureza fundamental da performance. A obra traz também orientações prá-ticas sobre como gerenciar a car-reira de forma estratégica e como as empresas fazem para identificar, desenvolver e reter talentos.

Num mundo altamente conectado, empresas nascem e morrem numa agilidade que só não é maior por conta da burocracia que emperra o País. Ser um empreendedor no Bra-sil requer paciência e muito jogo de cintura, já que a carga tributá-ria e a legislação costumam agir como entraves para o crescimento corporativo. O livro traz know how gerencial e auxilia o empresário a entender não somente a nature-za e origem da dificuldade, mas também propicia elementos para percepção da adequação (ou não) da sua atuação. Além de tocar em aspectos sensíveis da conduta do empresário, o livro fornece as ferra-mentas certas para a superação da crise. Também traz à tona um dos momentos mais cruciais do mun-do corporativo, quando a crise vem para a empresa. É nessa hora que se discute "quem deve morrer quando surge a busca pela sobrevivência? As convicções de quem deu vida ao negócio, ou tudo que foi gerado pela iniciativa do empreendedor?".

Com a atual crise econômica na Europa e Estados Unidos, os paí-ses em desenvolvimento passam a ter um papel bastante relevan-te para o crescimento mundial. Dentre eles, o Brasil aparece como uma opção interessante para investimentos. Mais prepa-rado para enfrentar a atual crise do que no crash de 2008 - já que na atual não existe paralisia de crédito -, o Brasil pode se bene-ficiar da situação momentânea e se tornar destino do capital inter-nacional, que está temeroso de investir nas economias centrais. Consciente desses fatos, o advo-gado David Roberto Soares da Silva lançou o Brazil Tax Guide for Foreigners, que vai auxiliar inves-tidores estrangeiros a conhecer e entender o sistema tributário brasileiro. "Se para os brasileiros já é difícil compreender como funciona o sistema tributário na-cional, o que dizer dos estrangei-ros que sequer conhecem a nos-sa língua", argumenta o autor.

Perseguindo EstrelasAutor: Boris GroysbergPáginas: 448Editora: ÉvoraPreço: R$ 99

quem Matar na hora da Crise?Autor: Artur LopesPáginas: 182Editora: EvoraPreço: R$ 49,90

Guia Tributário do brasilAutor: David Roberto R. Soares da SilvaPáginas: 356Editora: EskalabPreço: R$ 134

leitura

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Artigo

A (ir)responsabilidade sobre as finanças

Isaac PinskiSócio-diretor da Pinski

Consultoria, mestre em administração pela FEA-USP

e certificado como Coach pela Sociedade Brasileira

de Coaching

Atribui-se importância exage-rada às variáveis exógenas à organização quando o assun-

to tratado é inadimplência. Mercado em recessão, competição desleal com os chineses, tributação excessiva do gover-no, e por aí vai. Culpa-se a todos, mas, será que fizemos a nossa lição de casa?

Olhando-se a intimidade dessa em-presa podemos observar outra busca por culpados, agora dentro de casa. Ora foram os vendedores incautos que tanto pressionaram a área de Crédito, que produtos foram fornecidos a clien-tes sem garantias de crédito; ora foi o gerente industrial que exagerou na ne-cessidade daquele novo equipamento que desequilibrou o fluxo de caixa. Por outro lado, os "clientes internos" da área Financeira não deixam por me-nos e a culpam pela incompetência de permitir que a organização chegasse ao ponto que chegou, ainda mais quando isso afeta diretamente seus bolsos.

Façamos um paralelo entre a organi-zação corporativa e a familiar e iremos perceber algumas notáveis semelhan-ças. Em grande parcela das famílias brasileiras há uma separação muito clara das funções: há os provedores e há os consumidores. O papel do provedor, além de trazer os recursos financeiros para o grupo familiar, é de se indispor com todos os demais ao tentar reduzir o montante de gastos desejado.

A responsabilidade do provedor so-bre os recursos financeiros é total e a dos demais... nenhuma! Ele é o chato e controlador, mas quando os recursos

são insuficientes ele se torna o incom-petente. E quando a família entra no vermelho de dívidas impagáveis através de cheques especiais e no rotativo de cartões de crédito os dedos acusadores apontam apenas para o provedor.

Como mudar essa equação? Mudan-do a maneira de pensar e de agir dos atores, ou seja, mexendo no seu com-portamento e em suas emoções. Para começar, uma conversa franca, onde se expõe a situação concreta da organiza-ção, os riscos que todos correm e uma análise das alternativas. Decidido isso, deve-se escolher o caminho a trilhar bem como renegociação dos papéis, das responsabilidades e da contribuição de cada um para a organização.

O mesmo deve ser feito nas institui-ções, com o suporte profissional neces-sário para que tais evoluções aconteçam da maneira e no momento adequado. A responsabilidade sobre as finanças cor-porativas deverá se distribuir de forma mais inteligente e sensata entre seus consumidores internos, deixando para a área Financeira, além das tarefas roti-neiras habituais, a imprescindível coor-denação da sua gestão estratégica.

Assim, a organização poderá dire-cionar - e não desperdiçar - seus esfor-ços, evitar a inadimplência e atingir um patamar desejável em seu ambiente de trabalho. Afinal, se a atividade financei-ra, assim como a inadimplência, é tão sensível para as corporações, esta não deve ser exclusividade da área Finan-ceira, mas compartilhada com sensatez pelas diferentes áreas da organização.

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Artigo

Sorriso rentável

Marília SilvérioÉ gerente corporativa

de Comunicação Interna e Cultura Organizacional

da Serasa Experian

As razões que levam as pesso-as ao mercado de trabalho vão muito além de um con-

tracheque no fim do mês. Todos nós estamos em busca de um propósito, de significado para aquilo que fazemos todos os dias. Queremos ser relevantes, fazer a diferença. Hoje, com ambientes complexos e desafiadores e a crescente competitividade, a felicidade tornou-se pauta obrigatória nas mesas de RH, di-retores e presidentes de empresas.

Não há outro caminho, só vão se sobressair nesse cenário as empresas que contarem com equipes de alta performance, trabalhando de forma alinhada e coesa. Dessa forma, temos a missão de conciliar as aspirações pessoais dos nossos funcionários com os objetivos e metas organizacionais, com ambientes de trabalho positivos, que fomentem a criação de relações de confiança e de cooperação.

Na Serasa Experian, há muito não falamos mais de Gestão do Clima Or-ganizacional. Hoje, falamos em felici-dade e colocamos nosso discurso em prática. Desenvolvemos internamen-te uma metodologia que nos permite mensurar a felicidade dos profissionais em três esferas: na empresa como um todo, na área em que atuam e com o líder ao qual respondem.

A pesquisa é aplicada em uma amostra da população. Trimestral-mente 50% da empresa é convidada a participar, respondendo a um ques-tionário extremamente objetivo. São apenas três perguntas às quais os fun-cionários atribuem uma nota de zero

a dez. O diferencial reside na análise qualitativa. Caso queiram, as pessoas podem comentar as suas respostas e isso tem nos permitido evoluir muito na gestão do ambiente de trabalho.

Os resultados têm sido bastante po-sitivos. A média geral da felicidade na empresa passa de oito, em uma escala de zero a dez, e tem se mantido estável desde a primeira edição da pesquisa.

Mas isso só é possível com o apoio da liderança. É papel dos líderes en-volver as pessoas e fazer com que se sintam parte da organização. Não há desempenho diferenciado em times desmotivados. Pessoas felizes são mais dedicadas e se mantêm produ-tivas por muito mais tempo. Existe uma relação entre a felicidade dos profissionais, a satisfação dos clientes e os resultados de negócio.

No contexto corporativo, felicidade é a existência de processos capazes de criar valor para todos os públicos com os quais a empresa interage. É a exis-tência de uma visão clara e realista do presente e, por que não, otimista, do futuro que pretendemos conquistar. É o respeito e a valorização das pessoas, a excelência no atendimento ao cliente e a consciência de que responsabilida-de social deve permear todos os pro-cessos da organização.

Hoje, estamos convictos de que não existe forma mais clara e objetiva de preservar a confiança e prover senti-do do que enfatizar que buscamos a felicidade dos nossos profissionais no trabalho e, acima de tudo, colocar esse discurso em prática.

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Antiácido

AutorÅber Lavlov

Quando você era criança, deve ter brincado de "Telefone Sem Fio", aquele jogo aonde um vai passando a informação no ouvido do outro, e

geralmente o último tem uma noção totalmente distorci-da da mensagem original. Por ser apenas uma brincadeira, ninguém sai prejudicado (claro que, dependendo da imagi-nação das crianças envolvidas, às vezes rola um bullying).

Mas é bem provável que na sua empresa aconteça algo parecido. É a Rádio-Peão. Dispensa explicações, não é? Quando você estava na base da pirâmide, provavelmente deve ter trocado alguns cochichos com seus colegas de trabalho. Talvez ainda troque.

A diferença entre o "Telefone Sem Fio" e a "Rádio-Peão", é que a segunda geralmente traz prejuízos para a empresa. Seja em que direção for.

Exemplo 1A cadeia descendente

Presidente para diretor: a empresa está mal das per-nas. Talvez eu tenha que viajar para a China fechar algu-mas parcerias novas, quem sabe diminuir nossa produ-ção e otimizar nossos ganhos.

Diretor para gerente: O chefe está mal das pernas. Talvez viaje para a China para fechar novas parcerias e descansar um pouco. Quando voltar, talvez corte parte da produção e comece a importar dos chineses.

Do gerente para o assistente: O chefe está de sacana-gem. Vai viajar para a China com uma nova parceira en-quanto a gente fica trabalhando. E o pior é que, quando voltar, vai mandar metade do pessoal pra rua e substituir por chineses, que ganham menos.

Do assistente para o aspone (toda empresa tem aspo-nes): O chefe e sua amante chinesa vão viajar pra fora visi-tar a família dela, que tem um fábrica ching-ling. Talvez ele nem volte e mande fechar a empresa. Vamos todos pra rua.

Do aspone para os peões: negócio é o seguinte, temos que fazer uma greve antes que o chefe venda tudo e se mude pra China, onde tem duas famílias, duas empresas e mão-de-obra escrava. Avisem o sindicato!

Exemplo 2A cadeia ascendente

Do peão para o aspone: Acho que vou pedir um au-mento, sabe. Faz anos que trabalho aqui, e nunca tive um. Se não conseguir, vou procurar outro emprego.

Do aspone para o assistente: O pessoal da produção disse que quer um aumento, e talvez alguns benefícios adicionais, senão podem sair da empresa ou fazer uma greve. Será que ganho uma promoção pela informação?

Do assistente para o gerente: Sabe, o pessoal da pro-dução, da cozinha e da limpeza estão preparando uma greve na surdina. Parece que o sindicato está envolvido. Quem me contou foi o aspone. Ele merece uma promo-ção pela informação!

Do gerente para o diretor: É bom se preparar porque a categoria vai fazer greve! É capaz que o Estado todo pare! Acho bom deixar um pessoal terceirizado já de prontidão e contratar alguns advogados para cuidar dis-so quando chegar a hora. Ah sim, e tome cuidado que ouvi falar que o aspone quer o seu lugar.

Do diretor para o presidente: Senhor, o aspone está organizando uma greve com todo o pessoal da produção, cozinha, limpeza e chefes de departamento. O senhor de-via mandá-lo embora para acabar com o problema.

Do presidente para o presidente (em pensamento): relaxe, é óbvio que tudo isso é fofoca. Provavelmente te-mos um funcionário da produção insatisfeito, querendo aumento. Basta descobrir quem é e ver se ele merece um aumento ou uma promoção. Ah, sim, e mandar o aspone fofoqueiro embora.

Conclusão 1: não tenha aspones na empresa, eles são pródigos em criar confusão.

Conclusão 2: tenha um mural onde possa publicar as decisões importantes, ou faça reuniões com os chefes, para evitar as fofocas.

Conclusão 3: presidentes não ouvem a rádio-peão.

A rádio-peão!

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