impresso das comunidades 6

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NÚMERO 6 -ANO 1 - MENSAL - ABRIL DE 2010 - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA 8 8 8 IMPRESSO DAS COMUNIDADES COMUNIDADES COMUNIDADES COMUNIDADES COMUNIDADES 8 8 8 ABRIL/2010 ABRIL/2010 ABRIL/2010 ABRIL/2010 ABRIL/2010 IMPRESSO DAS COMUNIDADES Agradecemos ao amigo João Lasheres pelo apoio dado a este número do jornal São nas fronteiras entre municípios que encontramos as piores comunidades, em condições de infra-estrutura. Em certos lu- gares, em pleno século XXI, podemos encon- trar ruas não reconhecidas pelas prefeituras; sem água encanada; asfalto ou esgoto. Essas comunidades estão paradas no tempo. É comum ver moradores carregando latas d’água ladeira acima ou perdendo seu dia de descanso do trabalho tapando os buracos da sua rua. Esse é o caso do Loteamento Bela Vista. Situado à margem esquerda de quem vai para o Rio do Ouro, na Estrada Velha de Maricá, altura da Associação Niteroiense dos Deficientes Físicos (ANDEF). A maioria dos moradores adquiriram suas posses, comprando das mãos de um vereador, na década de 90. No documento que possuem, há promessas que nunca foram cumpridas... Para ter uma idéia, a AMPLA só AÇÃO COMUNITÁRIA NO LOTEAMENTO BELA VISTA Comunidades visitadas antes das chuvas já se apresen- tavam em péssimas condições Da esquerda para a direita: Colica, morador do Barreto em meio ao mato alto que toma conta da comunidade. Na sequência, José Carlos já falava, uma semana antes da catás- trofe, sobre o total abandono da Chácara. Na foto seguinte, uma ponte improvisada pelos moradores da Souza Soares, há muito tempo serve como única forma de acesso para poderem entrar e sair de casa. Ao lado, Jorge de Oliveira, Presidente da Souza Soares, se pronuncia emocionado: “Os olhos do poder público só se voltam para as comunidades depois que acontece uma catástrofe. Eu só queria parabenizar a popula- ção de Niterói que está dando um exemplo de solidariedade e união.” BARRETO CHÁCARA SOUZA SOARES se fez presente na comunidade em 1999, e mesmo assim, acrescida de uma multa que os moradores tiveram que pagar, por um serviço que nunca havia sido prestado, de fato, pela empresa. Onze anos se pasaram e a comunidade ainda não possui calçamento, água ou esgoto. O abandono pode ter sido acentuado pela desunião dos moradores, como um todo. Foi em 1º de março desse ano (2010) que apenas um trecho da comunidade conseguiu articular um grupo de ação comunitária, afim de sanar os problemas ocasionados pela distância do poder público. Surgiu então o GACRUMA (Grupo de Ação Comunitária da Rua da Mangueira). Eu, Alexandre Mendes, 33, rodoviário e estudante de História, sou o responsável pela iniciativa do grupo. Continua na página 5 Nascido e criado no Barreto, Colica, 55, começa a nos apresentar onde mora pelo Buraco da Bacia. “Aqui é uma Região que precisava de atenção. O esgoto e a iluminação estão entre os piores problemas enfrentados pelos moradores do Buraco da Bacia. Precisa pavimentar também. É muita coisa para fazer. Tá complicado.”, informa. Nas escadas de acesso aos morros do Papagaio e Marítimos o mato alto já está to- mando conta de tudo. Colica explica que eles têm apenas um gari para cuidar de toda região, o que é insuficiente e que por mais que esse funcionário se esforce, fica impossível manter tudo limpo. O recolhimento de lixo também não tem sido regular. Na Rua Dr. March ouvimos relatos de moradores que têm de passar pelo meio da rua, porque as calçadas estão cheias de lixo. “Você tem de ver como fica a pracinha do Barreto. Aquilo é uma ver- gonha” Declara Colica. Existem vários postes com luz queimada, como na Rua do Rumo, onde os moradores já pediram diversas vezes pela troca de luz e ainda não foram aten- didos. Colica disse que no último conta- to eles asseguraram que iriam trocar. A falta de guarda-corpo já ocasionou a queda de uma criança, que até o fechamento deste número, ainda se encontrava internada. O acidente aconteceu na Travessa São José, onde a Rua está cedendo e a colocação do guarda-corpo se encontra pela metade. A rua Dr. March está com deficiência no abastecimento de água. Apesar do fornecimento de água não satisfazer a toda região, Colica garante que está sendo feito um trabalho para reverter a situação. “A empresa Águas de Niterói está fazendo uma ótima parceria com a gente, tentando solucio- nar as questões relativas a água. Quero até Falta tudo no Barreto agradecer ao Dante, Leonardo, Elias, ao pessoal do atendimento telefônico que sem- pre procura ajudar... É difícil lembrar o nome de todo mundo.” Siga as pegadas e veja o trajeto to- mado pelo mato que os moradores têm de fazer para poder ir e vir Local onde a criança se acidentou. O Guar- da corpo termina de repente.O pedestre completamente sem proteção. “Já morreu gente nesse poço antes da Águas de Niterói vir manilhar” Por: Fabio da Silva Barbosa Fotos: Fabio da Silva Barbosa Colica mostra o esgoto correndo a céu aberto. Águas de Niterói trabalha na solução do abas- tecimento precário de água. Por: Alexandre Mendes Fotos: Alexandre Mendes Registros da tragédia Em vários pontos de Niterói os rastros da destruição ainda podem ser vistos e sentidos. Ciara, Lider comunitária da Ititioca relata a situação difícil do Morro do Céu, comu- nidade vizinha a sua. “Os desabrigados do Morro do Céu estão recebendo doações dos moradores da Iti- tioca. Há cerca de 30 desabrigados, no C.E Vila Costa Monteiro. O Morro do Céu está há cinco dias sem luz e água. Um senhor morreu sem poder fazer uma nebulização. As vítimas também necessitam de alimentos perecíveis.Para fazer doações, ligue para 9571-8038”. Até o fechamento deste número (12/04) já chegavam a 229 vítimas fatais em to- do o estado do Rio de Janeiro. Em Niterói, 146. O mais impres- sionante é que esse número não para de subir. Pág. 8 O trabalho em busca dos corpos continua no Bumba Acidentes fatais em diversas partes de Niterói Registros da tragédia Pág. 8 Pág. 3 Pág. 5 - Atitude: Projeto Recomeçar - 1 ano Pág. 7 - POESIA PARA QUEM PRECISA Pág. 3 - Esporte: Um dia de atividades com o Projeto Nosso Amanhã. Pág. 4 Chapéu acredita no futu ro e aposta em escolinha de futebol na Atalaia Pág. 4 5 1 2 3 4 1 - Vera Lúcia, 29, massoterapeuta, ajudando pela SOS Rio parentes e amigos das vítimas no Bumba. 2 - Silêncio e lágrimas ao som das retroescavadeiras. 3 - Moradores da Ititioca levam doações arrecadadas para vítimas do Morro do Céu. 4 - Quem conheceu antes o Morro do Bumba, não consegue acreditar no que ele se transformou. 5 - Casa na subida da Garganta a ponto de desabar Por Alexandre Mendes, morador do Bela Vista e organizador do GACRUMA

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NÚMERO 6 -ANO 1 - MENSAL - ABRIL DE 2010 - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

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COMUNIDADESCOMUNIDADESCOMUNIDADESCOMUNIDADESCOMUNIDADES88888 ABRIL/2010ABRIL/2010ABRIL/2010ABRIL/2010ABRIL/2010

IMPRESSO DAS

COMUNIDADES

Agradecemos ao amigo João Lasheres pelo apoio dado a este número do jornal

São nas fronteiras entre municípiosque encontramos as piores comunidades, emcondições de infra-estrutura. Em certos lu-gares, em pleno século XXI, podemos encon-trar ruas não reconhecidas pelas prefeituras;sem água encanada; asfalto ou esgoto. Essascomunidades estão paradas no tempo. Écomum ver moradores carregando latasd’água ladeira acima ou perdendo seu dia dedescanso do trabalho tapando os buracosda sua rua. Esse é o caso do Loteamento BelaVista. Situado à margem esquerda de quemvai para o Rio do Ouro, na Estrada Velha deMaricá, altura da Associação Niteroiense dosDeficientes Físicos (ANDEF).

A maioria dos moradores adquiriramsuas posses, comprando das mãos de umvereador, na década de 90. No documentoque possuem, há promessas que nunca foramcumpridas... Para ter uma idéia, a AMPLA só

AÇÃO COMUNITÁRIA NO LOTEAMENTO BELA VISTA

Comunidades visitadas antes das chuvas já se apresen-tavam em péssimas condições

Da esquerda para a direita: Colica, morador do Barreto em meio ao mato alto que tomaconta da comunidade. Na sequência, José Carlos já falava, uma semana antes da catás-trofe, sobre o total abandono da Chácara. Na foto seguinte, uma ponte improvisadapelos moradores da Souza Soares, há muito tempo serve como única forma de acessopara poderem entrar e sair de casa. Ao lado, Jorge de Oliveira, Presidente da SouzaSoares, se pronuncia emocionado: “Os olhos do poder público só se voltam para ascomunidades depois que acontece uma catástrofe. Eu só queria parabenizar a popula-ção de Niterói que está dando um exemplo de solidariedade e união.”

BARRETO CHÁCARA SOUZA SOARES

se fez presente na comunidade em 1999, emesmo assim, acrescida de uma multa queos moradores tiveram que pagar, por umserviço que nunca havia sido prestado, defato, pela empresa. Onze anos se pasarame a comunidade ainda não possuicalçamento, água ou esgoto. O abandonopode ter sido acentuado pela desunião dosmoradores, como um todo.

Foi em 1º de março desse ano (2010)que apenas um trecho da comunidadeconseguiu articular um grupo de açãocomunitária, afim de sanar os problemasocasionados pela distância do poderpúblico. Surgiu então o GACRUMA(Grupo de Ação Comunitária da Rua daMangueira). Eu, Alexandre Mendes, 33,rodoviário e estudante de História, sou oresponsável pela iniciativa do grupo.Continua na página 5

Nascido e criado no Barreto, Colica,55, começa a nos apresentar onde mora peloBuraco da Bacia. “Aqui é uma Região queprecisava de atenção. O esgoto e a iluminaçãoestão entre os piores problemas enfrentadospelos moradores do Buraco da Bacia. Precisapavimentar também. É muita coisa para fazer.Tá complicado.”, informa.

Nas escadas de acesso aos morros doPapagaio e Marítimos o mato alto já está to-mando conta de tudo. Colica explica que elestêm apenas um gari para cuidar de toda região,o que é insuficiente e que por mais que esse

funcionário se esforce, fica impossívelmanter tudo limpo. O recolhimento delixo também não tem sido regular. NaRua Dr. March ouvimos relatos demoradores que têm de passar pelo meioda rua, porque as calçadas estão cheiasde lixo. “Você tem de ver como fica apracinha do Barreto. Aquilo é uma ver-gonha” Declara Colica.

Existem vários postes com luzqueimada, como na Rua do Rumo, ondeos moradores já pediram diversas vezespela troca de luz e ainda não foram aten-didos. Colica disse que no último conta-to eles asseguraram que iriam trocar.

A falta de guarda-corpo já ocasionoua queda de uma criança, que até o fechamentodeste número, ainda se encontrava internada.O acidente aconteceu na Travessa São José,onde a Rua está cedendo e a colocação doguarda-corpo se encontra pela metade.

A rua Dr. March está com deficiênciano abastecimento de água. Apesar dofornecimento de água não satisfazer a todaregião, Colica garante que está sendo feitoum trabalho para reverter a situação. “Aempresa Águas de Niterói está fazendo umaótima parceria com a gente, tentando solucio-nar as questões relativas a água. Quero até

Falta tudo no Barreto

agradecer ao Dante, Leonardo, Elias, aopessoal do atendimento telefônico que sem-pre procura ajudar... É difícil lembrar o nomede todo mundo.”

Siga as pegadas e veja o trajeto to-mado pelo mato que os moradorestêm de fazer para poder ir e vir

Local onde a criança se acidentou. O Guar-da corpo termina de repente.O pedestrecompletamente sem proteção.

“Já morreu gente nesse poço antesda Águas de Niterói vir manilhar”

Por: Fabio daSilva BarbosaFotos: Fabio

da SilvaBarbosa

Colica mostra o esgoto correndo a céu aberto.Águas de Niterói trabalha na solução do abas-tecimento precário de água.

Por: Alexandre MendesFotos: Alexandre Mendes

Registros da tragédiaEm vários pontos de Niterói os rastros da destruição ainda podemser vistos e sentidos. Ciara, Lider comunitária da Ititioca relata asituação difícil doMorro do Céu, comu-nidade vizinha a sua.“Os desabrigados do Morro do Céu estão recebendo doaçõesdos moradores da Iti-tioca. Há cerca de 30desabrigados, no C.EVila Costa Monteiro.O Morro do Céu estáhá cinco dias sem luze água. Um senhor morreu sem poder fazer uma nebulização. Asvítimas também necessitam de alimentos perecíveis.Para fazerdoações, ligue para9571-8038”.Até o fechamentodeste número (12/04) já chegavam a 229vítimas fatais em to-do o estado do Rio deJaneiro. Em Niterói,146. O mais impres-sionante é que essenúmero não para desubir. Pág. 8

O trabalho em busca dos corposcontinua no Bumba

Acidentes fatais emdiversas partes de Niterói

Registros da tragédia

Pág. 8 Pág. 3Pág. 5

- Atitude: Projeto Recomeçar - 1 ano Pág. 7

- POESIA PARA QUEM PRECISA Pág. 3

- Esporte: Um dia de atividades com o Projeto Nosso Amanhã. Pág. 4 Chapéu acredita no futu ro e aposta em escolinha de futebol na Atalaia Pág. 4

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1 - Vera Lúcia, 29, massoterapeuta, ajudando pela SOS Rio parentes e amigos dasvítimas no Bumba.

2 - Silêncio e lágrimas ao som das retroescavadeiras.

3 - Moradores da Ititioca levam doações arrecadadas para vítimas do Morro do Céu.

4 - Quem conheceu antes o Morro do Bumba, não consegue acreditar no que ele setransformou.

5 - Casa na subida da Garganta a ponto de desabar

Por Alexandre Mendes,

morador do

Bela Vista

e organizador

do GACRUMA

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ALÉM DOS MUROS - JUL/09ALÉM DOS MUROS - JUL/09ALÉM DOS MUROS - JUL/09ALÉM DOS MUROS - JUL/09ALÉM DOS MUROS - JUL/09 77777ABRIL/2010ABRIL/2010ABRIL/2010ABRIL/2010ABRIL/2010IMPRESSO DAS

COMUNIDADES22222 ABRIL/2010ABRIL/2010ABRIL/2010ABRIL/2010ABRIL/2010IMPRESSO DAS

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Visite nosso blog: www.impressodascomunidades.blogspot.com REBO COCAÍDO - Para quem não tem medo de chuva: www.rebococaido.blogspot.com

DIAGRAMAÇÃO: Fabio da Silva Barbosa REVISÃO: Antônio Paulo Dos Santos Filho

DIRETORES: Fabio da Silva Barbosa Alexandre Mendes EDITORES: Fabio da Silva Barbosa Alexandre Mendes JORNALISTA RESP.: Fabio da Silva Barbosa Registro: 31310/RJ

EXPEDIENTE

Quanta coisa acontece em um mês.Mais pessoas se aproximam para apoiar eparticipar dessa idéia. Pessoas com pensa-mentos diferentes e diferentes formas dever o mundo, mas com um ponto em co-mum, a vontade de concretizar uma rea-lidade melhor e mais justa para todos. Semexceção. Pessoas com a crença de que épossível mudar o mundo. Mesmo quando aluta é desigual. Como disse o amigo ZéMohura, “Se fosse fácil, qualquer um faria”.

Uma prova de que tudo pode melho-rar é a volta do meu parceiro AlexandreMen-des. Bem vindo, meu amigo, de voltaa essa diretoria. Com você, a viagem ficamuito mais prazerosa. De novo, juntos,seguimos nesse rumo louco... Nessa guerrasem tréguas... Onde todo tempo é pouco ea batalha se vence a cada dia.

Esse número, também, é um númerode pesar e reflexão devido às grandestragédias que assolaram o Estado do Riode Janeiro. Somando essas tragédias aopouco espaço físico de nosso veículoimpresso, tivemos de abrir mão de nossocantinho de cartas, entrevistas e cultura,entre outros, para dar maior visibilidade a

Por: Fabio da Silva Barbosa

EDITORIAL: Chuvas causam acidentes fatais Projeto Recomeçar - 1 ano de AtitudeAtitudeAtitudeAtitudeAtitude

O Recomeçar se reuniu pela primeiravez no dia 24/03/09 e assim por mais 3 mesesseguidos. Trocando e planejando o que podiaser feito para darmos início a este movimentocomunitário. Vinte pessoas reunidasperiodicamente e a vontade em cada umadelas de tentar fazer uma comunidade melhor.Muitas sugestões. Vontade também de mudaro olhar preconceituoso em relação ao nossobairro. Nascidos e criados aqui, já demos aomundo administradores de empresa,pedagogos, fisioterapeutas, advogados, umpadre e uma diversidade de profissionais.Daqui sairão muitos outros.

A primeira atitude iniciada norecomeçar, e talvez o mais importante, foi aalfabetização de jovens e adultos. Atividadeessa, que desde fevereiro de 2010, vem tendorespaldo do Projeto Brasil Alfabetizado daSecretaria de Educação. Logo depois veio aimplantação do artesanato, com aulas defuxico, pintura em tecido e bordado. Seguindoadiante fizemos uma parceria com o instrutorde capoeira Akuma, cedendo a essa atividadeberimbais. O futebol de crianças foi iniciadotambém e hoje tem em torno de 40 criançasparticipando todos os sábados. A mais novaatividade do Recomeçar é o reforço escolar,tão solicitado por pais de crianças comdificuldades na escola.

Nosso projeto é feito com o serviçovoluntário de pessoas que doam uma parcelado tempo de suas vidas durante a semana,sem cobrar pelo que fazem. Somando essaspequenas parcelas de tempo doadas, temosum efeito muito significativo. Para todos, issoé o resgate da cidadania e auto-estima do serhumano. O Recomeçar tem se mantidoatravés de recursos captados de um bingorealizado com sucesso ano passado e porparcerias como com o Crer-sendo. Tendo ainiciativa de realizar a primeira açãocomunitária do Recomeçar no dia 20/03/2010no espaço cedido gentilmente pela EscolaVila Costa Monteiro, pelas diretoras Gilda eRita e as coordenadoras Maria Fernanda eGraça, podemos dar acesso aos moradores

da Ititioca a serviços primordiais, comoa aplicação de flúor, corte de cabelo,terapias, entre outros.

Outro parceiro que nãopodemos esquecer de citar é oProfessor Stealing do IFEC (InstitutoInteramericano de Fomento a EducaçãoCultura e Ciência). Grande incentivadorda educação e de seus mecanismos, afim de que se possa viabilizar cada vezmais o ensino nas comunidadescarentes. Outra que vem colaborandocom esse processo educacional é aSecretaria de Educação, através doprojeto Brasil Alfabetizado.

Tendo nosso ideal completado1 ano, gostaríamos de fazer algunsagradecimentos: Ao Fabio e aoAlexandre, que nos procuraram pelaprimeira vez afim de falarmos sobre oRecomeçar e das dificuldades da nossacomunidade. Vocês continuarão, tenhocerteza, essa luta. Luta que é acentuada

pelo prazer de produzir as entrelinhas desteimpresso. O caminho desses jovensjornalistas está apenas começando e irá muitoalém. Conhecendo a filosofia dos autoresdesse jornal, afirmo que o Impresso dasComunidades não foi criado apenas comocanal de divulgação de pequenos negóciosde bairros de Niterói, mas principalmente, paradivulgar grandes ações organizadas em váriascomunidades que clamam por recursos emecanismos necessários para se fazer umpouco melhor o dia a dia de seus moradores.Fabio e Alexandre, o Recomeçar não estásozinho nessa caminhada, nem vocês.Estamos juntos.Agradecemos também àspessoas que começaram essa trajetória, masque, por algum motivo, não estão mais nessacaminhada do Recomeçar e aos quepermanecem:Alfabetização - Bira e MariliaArtesanato - Valeria, Carmem, Nilza, Elenice eSelmaCapoeira - Akuma e KeizaFutebol - Dedé, Lucinho e Zé MariaReforço escolar - JanaínaAos que breve desenvolverão atividades:Dança de salão e hip hop e a seresta dançante– Professor Welington e Zé PretinhoJiu jitsu - Professor Guilherme e os amigosLeandro, Melão e JuninhoPintura básica em automóveis – FabinhoAgradecimentos aos outros integrantes doRecomeçar: Sergio, Galocha, Jorginho, Feijão,Lorena, Vanderlei, Patrícia, Graça, MariaFernanda e Toquinho.

Na Ititoca estão havendo alguns

problemas com o transporte público dobairro. O principal é a falta de ônibuspara cadeirantes na linha 44 (Ititioca-Centro). Fomos à casa da morado-ra Taiane Fátima Rosa dos Santos, 15 ,deficente física. Ela desabafouconosco a dificuldade que enfrentadesde pequena para chegar à escola.”Inicialmente, estudava . no ColégioJoaquim Távora. Como tenho que subirno ônibus me arrastando, frequente-mente me queimo com a quentura doassoalho e me machuco. O ato de fechare abrir a cadeira de rodas para entrarpela porta dianteira, também já trouxeprejuízo, pois ela quebra com o tem-po. Outro problema é o ônibus semprecheio na hora da ida e volta da escola.

Tenho que ficar esperando um ônibus vazioe como ele demora muito, sempre chegoatrasada. Minha mãe, então, me matriculou nocolégio Guilherme Briggs, por ser mais perto.Mesmo assim, pouco solucionou oproblema.Peço, não só por mim, mas por todos os defi-cientes da região onde moro, que incluam, nafrota da linha 44, o ônibus para cadeirante.”

Outros moradores aproveitaram paradar seu depoimento e escutamos repetida-mente os seguintes problemas:

Ônibus de cadeirante para o bairro Ititioca e outras reclamações

Nosso amigo, integrante do ProjetoRecomeçar, Fafá, comenta que a empresa éprestativa, cedendo ônibus para enterrose outros eventos, entretanto, deixa a desejarcom os problemas anteriormente citados. Aproveitando o espaço - O morador José E-vilázio nos pediu que registrássemos que aluz dos postes está queimada há muitotempo, no trecho da Rua Belo Ho-rizonte com Rua da Fé. O esgoto localtambém é um problema, pois a Prefeitura odesentope de quatro em quatro meses e oserviço deveria ser prestado mensalmente.

Por: Fabio da Silva BarbosaFotos: Fabio da Silva Barbosa

Ubirajara dosSantos,44-“São poucosônibus para aperiferia. As li-nhas que aten-dem a zona sul,sempre possu-em mais.”

José Evilázio Rodrigues, 53,vendedor-Peço que co-loquem maisônibus, prin-cipalmente aossábados; do-mingos e nahora do rush.”

Por Flávio deAraúlo Silva

(Fafá)

Nos reunimosquinzenalmente.Às 2° feiras,19:00hs, na RuaBelo Horizonte,n° 43, Ititioca.

Esperamos novas sugestões e idéias. Sóassim estaremos dando um importante passopara recomeçar uma comunidade melhor.

Lixo, mato alto eo povo solta a voz

Por: Alexandre MendesFoto: Alexandre Mendes

Mato alto e acúmulo de lixo foramflagrados na Rua Mentor Couto, no Pita,em São Gonçalo. Pessoas que passavampor ali comentaram que isso não é difícilde ver e que esse é apenas um dos proble-mas. A mesma rua, que teria sido asfaltadahá pouco tempo, se encontra com sinaisde desgaste na pavimentação, o que, se-gundo moradores, demonstra que o servi-ço feito não teria sido de boa qualidade.

O padre ortodoxo Carlos AntônioCoutinho, morador da rua, disse que a co-munidade precisa de atenção e que ajudaatravés de sua igreja no que pode. “Sem-pre ajudei a comunidade, mas estou comminhas atividades paradas, por ter sidovítima de intolerância religiosa. Isso por-que algumas pessoas não conseguem en-tender que um padre ortodoxo pode casar.Eles me chamam de Padre Charlatão. Nãocompreendem minha doutrina. Espero re-tomar minhas atividades em breve.”

esse assunto tão sério que é a precarieda-de que grande parte da população vive.

Não há mais tempo. Temos de pri-orizar o bem estar geral, ao invés de ficar-mos apreciando a vida sob um olhar eliti-zado, onde se prega que só é pobre quemquer e que construir uma casa em local derisco é uma escolha. Parece absurdo, masainda existem pessoas com essa men-talidade. Pessoas que fecham os olhos pa-ra não ver que as comunidades carentessão compostas por trabalhadores quevendem seu suor e grande parte de suavida em troca de um salário insuficiente.Vamos reavaliar nossos conceitos. Maisvidas não podem ser perdidas em trocade um mundo ilusório. Não há comoescapar da realidade. Abra sua mente eseu coração.Alguns locais para onde estão sendoencaminhados desabrigados e doações:- Escola Municipal Paulo Freire – RuaSoares Miranda 77,Fonseca,Nit.2718-5121- Clube Canto do Rio – Rua Visconde doRio Branco 701, Centro Nit. 2710-0072- Creche do Gema - Rua Martins Torres479, Niterói- Colégio Estadual Guilherme Briggs –Rua Doutor Mário Viana 625, St Rosa,

Niterói 2711-1966- E.S. Acadêmicos do Cubango – RuaNoronha Torrezão 560, Cubango, Niterói- Escola Estadual Alberto Brandão – RuaCastro Alves, 22, Fonseca, Niterói- E. S. da Grota do Surucucú - Grota, SãoFrancisco, Niterói- Escola Municipal José de Anchieta –Rua B e D, Morro do Céu, Nit. 2618-1549- UMEI Antônio Vieira da Rocha – RuaAraújo Pimenta,Morro do Estado2717-2465- UMEI Prof. Nilo Neves – Rua Silveira daMota, s/n,Boa Vista,Fonseca,Nit.2629-3443- UMEI Senador Vasconcelos Torres –Est.Frei Orlando, 370, Jacaré, Piratininga- Centro Comunitário Raiz e Vida, Av.28de setembro,406/02,Vila Isabel,RJ 96334982- CIEP da Rua São Miguel (Borel) ouPosto de Saúde - RJ 9154-4938- Andaraí - Rua Sá Viana, 269, Grajaú, RJ.8185-9498- Colégio Estadual Herbert de Souza -Rua Barão de Itapagipe,, Rio Comprido, RJ7896-8200Maiores informações sobre as chuvas,como ajudar e outros locais de doaçõesem nosso blog, na internet, atualizadodiariamente.www.impressodascomunidades.blogspot.com

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Mais problemas na Souza

Na Souza Soares, em Santa Rosa,Niterói, fica difícil saber os estragosprovocados pelas últimas chuvas e o que es-tava destruído antes, já que a comunidade vemhá muito tempo reclamando das péssimascondições de ruas e acessos. Segundo oPresidente da associação de moradores local,Jorge de Oliveira, existem idosos que já nãopodem sair de casa devido à erosão nas ruas.

Vários postes colocados há mais de 20anos, durante o projeto Luz na escuridão, noGoverno Brizola, estão correndo risco de cair.A maioria está com a base desgastada e muitosjá se encontram tombados. “Os postes demadeira, por serem muito antigos, estão pondodiversas casas em risco. Existem Postes de ferroque dão choque quando chove. Na TravessaSilvio Pinto Magaldi, antiga 654, a rede precisaser revista. Vários fios estão embolados. Natravessa Maria Carlota não existe fase. Ficano escuro. Mas estamos confiantes que tudo

terá solução, já que o último contato com aAmpla foi positivo e o senhor Albino,Diretor da empresa, disponibilizou seutelefone e garantiu que assim que melhorara situação caótica na cidade a empresa iráatuar ativamente aqui. Inclusive trazendoprojetos sociais. O superintendente Máriotambém está sendo muito atencioso”.

As árvores são outra fonte de pre-ocupação para os moradores, já que muitostiveram prejuízos devido à queda de galhos.Lucimara Vieira de Souza reclama que o ór-gão responsável não poda as árvores e re-força a reclamação dos postes desgas-tados. “O último poste que caiu levanta-ram e deixaram sem fixar direito no Chão.Os fios ficaram pelo caminho. Os morado-res que tiraram os fios para uma criançadistraída não esbarrar”. Tatá, outro mora-dor, diz que estão todos apavorados com asituação em que vive a comunidade.

Por: Fabio da Silva BarbosaFotos: Fabio da Silva Barbosa

Jorge pensa em solução para o problema defalta d’água: “Existem diversas nascentespor aqui. Essa água poderia ser levada paraum reservatório através de canos, sendoassim disponibilizada.”

“Espaço temos. Precisamosé de apoio para levantarmosáreas de lazer”Jorge

Campinho completamente abandonado.

Antes das chuvas já não era difícil ver que uma tragédia estava prestes a acontecer

Use camisinha! Se prevenir ainda é a melhor solução!

POESIA PARA QUEM PRECISA*Helena Ortiz

Uma coluna precisa sempre começar falando com o leitor comose fosse a primeira vez. Nunca se sabe em que momento ele pegará ojornal em algum lugar, receberá das mãos de alguém ou o achará noassento de um ônibus, por exemplo. É neste momento que se estabelecea identificação e, quem sabe, a intimidade entre um e outro.

O Impresso das Comunidades chega à sexta edição e isso,convenhamos, não é pouca coisa para o mundo de hoje, essencialmentevirtual. É aqui que você tem seu rosto, sua voz e sua região presentes epróximos. Aqui você é notícia, motivo e razão. E a coluna é justamenteo momento em que você pára com o que o aflige para deixar-se levarpara um outro campo, que é o da poesia, onde tudo é mais profundo,onde as coisas mostram outra face, onde os autores e leitores, quesomos eu e você, deixamos de ser aquela pessoa comum e nos tornamosoutras, quando emerge uma outra face da compressão do mundo a quepertencemos.

O objetivo da coluna já tinha sido informado no número anterior:recolher e divulgar a produção de leitores. E eis que já recebemos aprimeira participação.Renata Machado Seti, estudante de Comunicação, ativista dos direitoshumanos, descendente da nação tupinambá, conforme informa no seubloghttp://fragmentosdoinfinito.blogspot.com/

Fui conferir e vi que a moça escreve muito bem, está ligada a tudo o queacontece e relata com autoridade os problemas decorrentes das chuvasrecentes, que tantos estragos materiais e humanos causaram no Estadointeiro, mas principalmente em Niterói. Vale a pena!Agradecemos a Renata pela colaboração, e convidamos outros poetasa participar do Impresso das Comunidades, o jornal que reproduzvoz do povo.

ULISSES

Uma multidão de pensamentos abafados pelo tempo;

andam todos próximos, mas são cegos e segregados pelo vento.

Nas calçadas, passos apressados - pés que pisam juntos e não são

unidos.

Sombras em movimento, vultos dançantes e olhares

desencontrados.

A buzina do carro não assusta, mas furta a atenção,

aprisiona os Ulisses na cidade, como o canto das sereias no mar,

só que no centro não existe mastro para se amarrar:

o naufrágio do eu na cidade, não se pode evitar.

Homens respiram juntos e o único som é o da sua própria

respiração.

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IGREJAEVANGÉLICAASSEMBLÉIA

DE DEUSMINISTÉRIO

JESUS É OCAMINHO E

A VIDATel: 3607-6988

Rua A, 17,Ititioca,Niterói

19:00-domingo-Louvor de adoração19:30-segunda-Culto19:30-quinta-Libertação9:00-sábado-Consagração

BARBEARIABARBEARIABARBEARIABARBEARIABARBEARIA

ITITIOCAITITIOCAITITIOCAITITIOCAITITIOCA

Corte masculinotesoura e máquina

Venhaconferir!Rua Costa

Monteiro nº 15Atrás do Sacolão

do Fafá

PROMOÇÃO AMIGO DAS COMUNIDADESO Impresso das Comunidades estará ressarcindo através de anúncios, todas as pessoas, físicas ou jurídicas,

que se interessarem em ajudar uma ou mais comunidades mostradas em nosso veículo. Basta entrar em contato conosco efazer sua parte. O jornal também se compromete em mostrar a entrega do benefício a comunidade escolhida.

Nosso e-mail para contato é: [email protected] VOCÊ TAMBÉM UM AMIGO DAS COMUNIDADES

APÓIE OIMPRESSO DAS

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NESTE ESPAÇO.ANÚNCIOSA PREÇOS

POPULARES PARADIVULGAR SEU

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Por: Alexandre MendesFotos: Alexandre Mendes

AÇÃO COMUNITÁRIA NO LOTEAMENTO BELA VISTAPor: Alexandre Mendes

Fotos: Alexandre Mendes

Fizemos uma reunião e conseguimosarrecadar entre os moradores uma quantiaesse mês, que nos enche de esperança emconseguir asfaltar a rua (ou trecho dela) atéo fim do ano.

A emissão de recibos e transparênciana prestação de contas é fundamental.Entretanto, ressalto que alguns moradoresnão participaram da reunião ou não seprontificaram em contribuir na arrecadação,o que pode causar um retardo na chegadadas melhorias.

Já entramos em contato com aOuvidoria da Prefeitura de São Gonçalo,Nova Cedae, Wagner Montes e até agoranada. A cada dia que passa, percebemosque estamos realmente sozinhos. Se nãonos unirmos por essa causa,continuaremos na mesma.

- Caminhões de aterro ou entulho, poisnão temos mais aonde cavar, para taparos buracos da rua.

- Lâmpadas, pois a cada temporalficamos na escuridão em certos trechos.

- Materiais de Construção, que viabilizemo asfaltamento ou canalização do esgoto.

- Escada alta, para que possamos trocara luz dos postes.

- Assessoria jurídica: Algum advogadode bom coração que pudesse nos ajudara legalizar o loteamento na Prefeitura.

CONTATOS:7689-6813

ou pelo e-mail do jornal:impressodascomunidades

@hotmail.com

Aproveito para agradecer a todos osmoradores que estão empenhados na melhoriado local e, particularmete, ao moradorRiquinho, que passou grande parte das suasférias consertando a rua ( que já está todaesburacada de novo).

Um dia de atividades com o Projeto Nosso Amanhã

Tive a grande oportunidade deprestigiar, no sábado de aleluia, dia 3/04, asatividades do Projeto Nosso Amanhã, dirigidoJorge Luis Vitorino, 41, auxiliar administrativo(Dedé da Martins) e José Carlos Cunha DosSantos, 40 , segurança (Tukinha). Achei im-portante frisar que os rapazes são pessoascomuns, com empregos que garantem o sus-tento deles, isto é, não trabalham para nenhumórgão governamental e, ainda assim, encon-tram tempo para praticar boas ações. O projetodeles, o Nosso Amanhã, tem o objetivo de le-var o futebol para as crianças da Martins Tor-res e adjacências (principalmente, para as cri-anças mais carentes). O trabalho deles já estána praça, há uns oito anos . Dedé e Tukinha nos contam que nessemeio tempo, as coisas evoluíram bastante.“Antes tirávamos do nosso bolso, o lanchedas crianças. Atualmente, recebemos um si-gnificativo apoio para isso.” Pude presenciara distribuição dos lanches das crianças, apóso futebol dos menores (70 pães e 20 litros derefresco, aproximadamente). Após as dez damanhã, os meninos se reuniram no centro daquadra e fizeram um círculo de oração. Fiqueiimpressionado com o tato deles, na forma delidar com os meninos. Os ”tios” Dedé e Tuki-nha me explicaram que nem sempre foi assim;que, para se chegar a tal harmonia, foi neces-sário acumular experiência, de acordo com odesenrolar o Projeto.

A novidade do dia, entre os partici-

pantes, foi a promoção do alunoEveraldo, de 16 anos, para professor daescolinha. Ele, que participa do projetodesde os oito anos, diz que o Projeto émuito bom e está lhe dando rumo esegurança para seu futuro. O rapaz estáse preparando para um teste, que fará

no São Paulo Futebol Clube. “Estou aqui, ese necessário for, para sempre.”

O Projeto Nosso Amanhã agradece ao apoiode: Viação Araçatuba, Real Tortas, ClínicaDert, Citylar - Materiais de Construção,Padaria do Naldo, Natural e Gasosa -distribuidora de bebidas (ao amigoFrancisco), D’Frutti - sacolão (ao amigoPaulo), ONG Visão Esperança ( a SenhoraMarina), Lúcio da Nevada e Fabio Lucas -do Bloco Carnavalesco Um Dia Sai.

Levi da Silva, 41, estoquista: “Trago meufilho mais velho (Iury) para o futebol,desde os 4 anos. Hoje, ele tem 9 anos.

Meu filho menor ( Matheus), de 5 anos, jápratica há um ano. Eles que me pedem

para trazê-los, e eu os trago com prazer.”

Esporte

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ONG VISÃO ESPERANÇARua Martins Torres, 145, Santa

Rosa, Niterói, RJTel: 2611-9453

Leve essa parte do jornal até a ONG Visão Esperança para ganhar 20% de desconto em diversas atividades Futebol - Basquete - Natação

Musculação - HidroginásticaArtes Marciais - Capoeira - DançaArte de Rua - Fábrica de Berimbau

Reciclagem - Horta OrgânicaReforço escolar

Esgoto acu- mulando nas ruas

Fotos da Rua da Mangueira ou Rua Projetada(nome empregado pela AMPLAnas contas de luz) com seus buracos e esgoto a céu aberto.

Marco Antônio,35, suqueiro,trabalhando noconserto da rua:“Não queremossó dinheiropara a melhoriado local. Esperoque os vizinhosque não ajudamem nada, pelomenos ajudem aconsertar arua.”

Esse cara realmente é um símbolode resistência e luta. Sebastião dosSantos, o popular Chapéu, 50, há 30 a-

nos põe a garotada para correr atrás da bola.Chegando do Ceará aos 13, viu o lugar cres-cer. “Quando cheguei aqui não tinha essacidade... Não tinha nada do que tem agora”.Mas, uma coisa que sempre sentiu falta foide um time na Atalaia e contou que essa ativi-dade de montar um time sempre representouo prazer. “Nunca tive apoio. Só gente paradizer que sou maluco. O problema é que parapromover esses eventos precisamos de aju-da, mas dizem que isso não tem futuro. Comonão tem futuro se essas crianças que partici-pam são o futuro? Eu não sei se vou estar a-qui amanhã, mas eles vão.” Questiona.

Jonas Ribeiro Rodrigues,12, dizgostar do futebol, mas ressalta que precisamde uniformes e manutenção no campo.“Chapéu sempre ajuda. Mais ninguém. Senão fosse ele...”. Jeferson Ribeiro Rodrigues,10, concorda com Jonas e acrescenta:“Tinham de aumentar e consertar o campo.Tapar os buracos...”.

Por: Fabio da Silva BarbosaFoto: Fabio da Silva Barbo

Chapéu, Mais de 30 anos ensinando respeito e perseverança na AtalaiaMarcos Aurélio da Silva, 15, destaca: “Paraficar à toa na rua, prefiro jogar bola.” Leandrodos Santos, 17, embora não conhecendooutro que faça o mesmo por eles, reflete:“Tinha de ter mais alguém para ajudar a pôrrefletores e conseguir os materiais.”

Chapéu aproveitou para divulgar ou-tras necessidades. “Ao lado do campinho,tinha de ter uma mureta. Ali não tem proteçãopara as pesoas que estão passando próximasà rua e tem acidentes. Na rua 30 de Outubrotem um valão que tinha de ser dado um jeito.O mau cheiro e os mosquitos atrapalham.Tem ratos, baratas, doenças... Os vereadoresaparecem para pegar voto, mas não vêemisso. Precisamos também de uma caçambapara colocar o lixo. Mas uma coisa boa queeu quero falar é do projeto em frente aocampo. Ele ensina ler. Projeto do Adão. Issoé importante. Muita gente que chegou semsaber ler, hoje em dia já sabe. Ele tambémprecisa de ajuda para o trabalho dele”

Uma semana antes das tragédias queaconteceram com as chuvas nascomunidades de Niterói, a Chácara, nocentro da cidade, estava entre os locais quepercorremos para esta edição e nos apre-sentaram uma série de problemas queestavam pondo em risco seus moradores.O Presidente da associação de moradoresJosé Carlos, o popular Budinha, 49, noslevou para um passeio por todas essasdificuldades que a comunidade vemenfrentando de longa data. A associaçãoque cuida de duas comunidades (a Chácarae o Morro do Arroz) disse que são duas milpessoas completamente desassistidas.

Os postes, assim como os mostradosna matéria da Souza Soares, na página 3,foram erguidos no Projeto Luz na escuridão,do governo Brizola, há mais de vinte anos,e desde então nunca mais passaram porreparos, o que vem pondo toda a co-munidade em risco. A pavimentação e acolocação de guarda-corpos para evitaremacidentes nos acessos a casas e ruas sãooutro problema alarmante que nos foiapresentado na ocasião. O mato alto e alimpeza nas ruas ficam a cargo dosmoradores, já que há muito tempo foi pedidoum gari e até agora ninguém enviou umapessoa para cuidar da limpeza. Já existe um

projeto para montar a sede da associaçãode moradores, mas falta apoio para aaquisição de material. “A água e oesgoto também estão horríveis. Osmoradores vêm organizando mutirõespara tentar amenizar o problema das ruasque estão caindo por falta de ma-nutenção e de anos de chuva, masprecisamos de ajuda para realizar todoesse trabalho.”, esclarece Budinha.

Como se não bastassem todos osproblemas, ainda tem um prédio que estáprevisto para subir na frente da co-munidade e que irá desalojar algunsmoradores que já estão no lugar há mais

de trinta anos. A associação está a-guardando a notificação para começaremas conversas sobre a indenização.

Depois das chuvas voltamos aentrar em contato com a associação quenos informou haver oito famílias alojadasna creche comunitária e que a vice-presidente, apoiada por outros membrosda associação, estava tentando oferecero melhor possível para elas. Budinha nosinformou ainda, que, naquele mesmo dia(08/04), aconteceria uma reunião noMorro do Estado para discutir oproblema e que ele estaria presente paraparticipar.

Chácara já previa tragédiasPor: Fabio da Silva BarbosaFotos: Fabio da Silva Barbosa

Você conhece O Berro? Não? Então o papo é: www.umanodebverro.blogspot.com

Caminho para chegar em casa umasemana antes das chuvas

Poste caído uma semana antes das chu-vas

O GACRUMA aceita doações de:

Mais um valão vem trazendo transtor-no as comunidades. Dessa vez a localidade pre-judicada é a Rua Doutor Jurumenha, no BarroVermelho, em São Gonçalo. O valão corta a ruapassando em frente a diversas residências.Fora os tradicionais problemas que sempre tra-zem a vizinhança, este não tem nenhum tipo deproteção para pedestres, como guarda corpos,ou muretas para evitar acidentes.

Por: Fabio da Silva barbosaFoto: Fabio da Silva barbosa

Mais um valão