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PORTO FACULDADE DE CIÊNCIAS DA NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO UNIVERSIDADE DO PORTO Implementação de um Programa de Intervenção Alimentar estruturado em crianças de 5 anos de Jardins-de-lnfância públicos da Cidade do Porto 2005/2006 Maria do Rosário Seixas Martins Orientadora. Dra. Carla Rego

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PORTO FACULDADE DE CIÊNCIAS DA NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO UNIVERSIDADE DO PORTO

Implementação de um Programa

de Intervenção Alimentar

estruturado em crianças de 5

anos de Jardins-de-lnfância

públicos da Cidade do Porto

2005/2006

Maria do Rosário Seixas Martins

Orientadora. Dra. Carla Rego

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CKo-JUl

índice

Lista de abreviaturas

Resumo

Introdução

Objectivos

Participantes e Métodos

Resultados

Discussão

Conclusão

Referências bibliográficas

Anexos

1 5

15 16 23 30 37 39 v

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Lista de Abreviaturas ' FCNUup BIBLIOTECA

AF - Actividade Física

CDC - Centers of Disease Control and Prevention

CICAS - Crianças Inteligentes Crescem Activas e Saudáveis

GC - Grupo de Controlo

Gl - Grupo de Intervenção

IMC - índice de Massa Corporal

IOTF - International Obesity Task Force

Jl - Jardim-de-infância

MG - Massa Gorda

OB - Obesidade

01 - Obesidade Infantil

PA - Perímetro da Anca

PC - Perímetro da Cinta

Pc IMC - Percentil de índice de Massa Corporal

SP - Sobrepeso

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IV

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Tese de Licenciatura 1

Resumo '^FCNAUP \ / BIB IOTECA \

A obesidade, particularmente a infantil, tem aumentado muito ;nòs últimos

anos. A educação para a saúde deve basear-se na promoção precoce de hábitos

de vida saudáveis, de preferência ministrados de uma forma lúdica e inseridos na

rotina diária. Nem sempre o contexto e o currículo escolar permitem esta atitude.

Foi objectivo deste trabalho criar e testar um programa de promoção de hábitos

saudáveis de vida com uma vertente ludo-educativa que fosse aplicável e

reprodutível no contexto escolar dos Jardins Infantis portugueses.

Da totalidade dos jardins-de-infância (Jl) públicos da cidade do Porto foram

escolhidos aleatoriamente 10, tendo sido os agrupamentos a que pertenciam

aleatoriamente divididos em dois grupos. Um dos grupos foi alvo de uma

intervenção (Gl) para a qual foi criado material específico, constituindo o outro

grupo o controlo. Foram alvo do estudo as crianças da classe dos 5 anos. A

intervenção consistiu em três sessões teórico-práticas interactivas, nas quais

foram abordados temas como: composição e função dos alimentos, Roda dos

Alimentos, composição e importância das refeições e actividade física. Todas as

sessões foram acompanhadas de actividades lúdicas tendo por base pintura,

artes plásticas e jogos com materiais didácticos. Os professores foram

activamente envolvidos neste projecto e incentivados a dar-lhe continuidade nas

actividades por eles estruturadas. Também os pais foram alvo de intervenção.

Procedeu-se ainda à aplicação de um protocolo de avaliação do estado nutricional

(peso, altura e cálculo do índice de massa corporal - IMC) e da composição

corporal (através da massa gorda aferida por bioimpedância) nos momentos

inicial e final, para a totalidade da amostra. Em ambos os momentos foi pedido

aos pais que respondessem a um questionário sobre hábitos alimentares e de

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2 Tese de Licenciatura

prática de actividade física dos seus filhos. O estudo teve uma duração de 3

meses.

Das 209 crianças convocadas inicialmente, participaram no estudo 204 (121

rapazes) com idades compreendidas entre os 5 e os 6 anos e meio (M ± d.p.=5,6

± 0,3). O Gl (51,5% da amostra) ficou constituído por 64 rapazes e 41 raparigas.

Registou-se uma elevada adesão ao programa por parte das crianças e muito

particularmente dos professores. O grau de motivação dos professores foi muito

elevado, por outro lado os pais não se mostraram tão empenhados. Registou-se

uma prevalência de 15,3% de sobrepeso e 7,9% de obesidade na amostra total,

segundo os critérios de Cole et al., e de 16,3% e 11,8%, respectivamente,

segundo os critérios do Centers of Disease Control and Prevention (CDC). No

final da intervenção, embora sem significado estatístico, observou-se uma

redução de 3% na prevalência total de sobrepeso e obesidade, sendo esta

redução notoriamente mais marcada no sexo masculino (5%) e no Gl (5%). No Gl

registou-se uma redução significativa do IMC (p=0,001). Não se encontrou

associação entre o peso ao nascimento e o IMC actual da criança. O IMC da mãe

pareceu associar-se ao do filho (r=0,284, p<0,05). O estado nutricional das

crianças não pareceu relacionar-se com a prática de actividade física nem com o

tempo gasto em actividades sedentárias. Os comportamentos sedentários

parecem associar-se ao consumo de determinados tipo de alimentos, o que

sugere uma associação de comportamentos de risco com a obesidade.

As elevadas prevalências encontradas sugerem que a prevenção desde as

idades mais precoces é urgente. É possível a aplicação integrada no currículo

escolar deste programa ludo-educativo para a promoção de hábitos de vida

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Tese de Licenciatura 3

saudáveis. Os resultados objectivos da sua eficácia são atestados pela redução

significativa do IMC das crianças envolvidas.

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Tese de Licenciatura .y • ^ ? < % >

. . . FCNAUP .

Introdução BIBLIOTECA

A obesidade (OB), considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS)

como a epidemia do século XXI (1), é nos dias de hoje um dos mais preocupantes

problemas de saúde pública. Ainda segundo a OMS, define-se como uma doença

em que o excesso de gordura corporal acumulada, pode atingir níveis capazes de

afectar a saúde.

A OB, particularmente a infantil, tem aumentado muito rapidamente nos

últimos anos (2,3), não constituindo, até há 30 anos atrás, um interesse especial

entre os pediatras (4). Trata-se de uma doença multi-factorial em relação à qual,

para além da influência predisponente de factores genéticos, as rápidas

alterações ocorridas no estilo de vida são determinantes (4).

Apesar do efeito que os factores genéticos possam ter (5), a prevalência

crescente entre populações geneticamente estáveis sugere que factores

ambientes podem justificar a epidemia da obesidade infantil (Ol) (6,7),

nomeadamente o baixo nível de actividade física (AF) associado a uma dieta

hiperenergética (8).

Particularmente nos últimos dez anos, tem ocorrido um dramático aumento na

frequência de OB e sobrepeso (SP) entre crianças e adolescentes na União

Europeia: dados recentes indicam que cerca de 18% das crianças escolares

europeias (14 milhões de crianças das 77 milhões das crianças escolares nos 25

estados membros) têm excesso de peso, havendo um aumento anual de

prevalência entre 0,55% e 1,65%, ou seja mais de 400 mil casos novos por ano.

Entre as crianças com excesso de peso, estima-se que pelo menos 3 milhões

sejam obesas (9).

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6 Tese de Licenciatura

Um estudo recente comparou a prevalência de obesidade entre adolescentes

de 13 países europeus e Estados Unidos da América e concluiu que a Irlanda, a

Grécia, Portugal e os Estados Unidos da América tinham os maiores valores. Por

sua vez, a República Checa, Dinamarca, Bélgica, França, Alemanha, Lituânia e

Suécia tinham uma prevalência de OB entre os seus adolescentes

significativamente menor (10).

Comparada com a de outros países europeus, a prevalência de SP entre as

crianças portuguesas é bastante elevada. Segundo Padez et ai., 31,6% das

crianças com 7 a 9 anos de idade apresentam SP ou OB. Portugal segue uma

tendência semelhante à de outros países mediterrâneos tais como Espanha

(30%), Grécia (31%) e Itália (36%) (11).

Contudo, os dados referentes ao estado nutricional bem como dados

referentes aos consumos alimentares dos portugueses são ainda muito escassos,

particularmente no que diz respeito a crianças com idades inferiores.

Doenças como a hipertensão, a diabetes não insulino-dependente, a

esteatose hepática entre outras, tipicamente associadas a um indivíduo adulto,

tornam-se cada vez mais frequentes entre crianças com peso excessivo (12).

A prevalência de diabetes tipo 2 entre as crianças obesas europeias varia entre

0,14% e 1,9%, indicando que mais de 4000 crianças sofrem dessa doença, na

maior parte das vezes não diagnosticada (13).

São múltiplas as doenças relacionadas com esta epidemia e que, desde cedo,

comprometem a saúde actual e futura da criança, bem como a sua qualidade de

vida. As alterações do perfil lipídico (14), os distúrbios metabólicos (15), a idade

óssea avançada (16) e a apneia do sono (17) são outros exemplos de patologias

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Tese de Licenciatura 7

comummente encontradas nestes indivíduos. Estas doenças instalam-se desde

cedo na criança e, frequentemente mantêm-se, mesmo após a resolução da OB.

Para além destas repercussões, as alterações fenotípicas que ocorrem neste

tipo de crianças acabam por conduzi-las a estados de desânimo, baixa

auto-estima, falta de auto-confiança (15,18) desagrado com a imagem corporal,

descriminação social (17), depressão (19) e a alterações ainda mais acentuadas

do comportamento alimentar, criando um efeito de bola de neve.

A OB é por todos estes factores uma doença que acarreta elevados custos de

saúde. Ainda que um adolescente obeso consiga perder peso e manter um peso

saudável até à idade adulta terá uma morbilidade cardiovascular superior a um

outro que tenha tido um peso adequado ao longo de toda a sua vida (18,20).

Assim, se a OB for tratada precocemente durante a infância poderá reduzir o risco

de doença futura e os custos do serviço de saúde (9,13).

Eriksson ef at. (21) encontraram uma associação positiva entre a OB em

adultos e elevados z-scores de índice de massa corporal (IMC) entre o 1o e 12°

ano de vida. Também a relação entre o peso de crianças e o risco de se tornarem

adultos obesos aumenta à medida que a idade avança (22,23).

Noutro estudo Eriksson ef ai. referem que quem tem um IMC>16kg/m2 aos 7

anos tem um risco de desenvolver obesidade três vezes superior a quem tem um

IMC <14,5 kg/m2, na mesma idade (24). Muitos são os trabalhos que mostram que

crianças obesas tendem a tornar-se adultos obesos (22,25-31).

O peso da mãe durante a gravidez também parece relacionar-se com o risco

de OB do filho (32), pelo que devemos preocupar-nos em proporcionar um

crescimento saudável às raparigas de alto risco e mulheres jovens para que todas

possam entrar na idade fértil com um peso adequado (33).

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8 Tese de Licenciatura

As medidas tradicionais de tratamento de OB que se centram na perda de

peso individual são importantes mas, não tendo repercussões a nível populacional

(33), rapidamente se tornaram insuficientes no combate a esta epidemia.

Uma revisão sistemática publicada em 2005 sobre programas individuais de

perda de peso constatou que essa perda não era mantida, na maior parte dos

casos, a longo prazo (34).

Apesar da crescente preocupação com o grande aumento da prevalência de

OB no mundo, particularmente a infantil, ainda não há consenso sobre a melhor

forma de combater este problema. Contudo está claro que o segredo não passa

pelo tratamento mas sim pela prevenção, pelo que é de extrema urgência adoptar

medidas para prevenir a OB, que se adivinha para as gerações futuras (33).

Há alguns séculos atrás o Homem era nómada, estando em digressão

constante, dependia do clima, da caça e das colheitas para sobreviver. A sua luta

pela sobrevivência envolvia grandes gastos e uma ingestão irregular. Mas foi este

mesmo Homem que passou a ter à sua disposição uma infinidade de alimentos

processados, de fácil acesso, e um conjunto de facilidades que torna

desnecessários muitos dos gastos que tinha no passado. Esta grande mudança

nos estilos de vida não foi acompanhada de alterações genéticas condizentes

pelo que, actualmente, gastamos cada vez menos e consumimos cada vez mais.

Se nos centrarmos apenas nos últimos dez/vinte anos as mudanças são bem

evidentes: o aumento não só do consumo de alimentos de elevada densidade

energética, aos quais geralmente está associado um preço acessível (35,36) e

elevados teores de sal, açúcar e gordura (snacks, fast-foods, bolachas, biscoitos,

bolos, guloseimas, refrigerantes e refeições pré-cozinhadas) (37-41); bem como o

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Tese de Licenciatura 9

aumento do próprio tamanho das porções (42), acompanhados de hábitos de vida

cada vez mais sedentários, resultam em balanços energéticos positivos, que :NMCÍP

repetidos, dia após dia, conduzem a situações de SP e OB. ' ' ■

O elevado consumo de sumos e refrigerantes também tem sido indicado como

uma das causas de 01 pois conduz a uma ingestão calórica diária excessiva:

estima-se que crianças que bebam regularmente estas bebidas têm uma ingestão

energética total 10% superior às que não o fazem habitualmente (43). E se nos

centrarmos na facilidade que as crianças têm em adquirir estes produtos em

bares, cantinas e máquinas, dentro da sua própria escola, é facilmente

compreensível que, com uma simples mudança no acesso a este tipo de produtos

possam ser obtidos bons resultados na prevenção e tratamento da OB.

Há também evidências de que o ganho de peso se relaciona positivamente

com o tempo gasto a ver televisão (44,45). As crianças que vêm televisão durante

longos períodos de tempo têm um maior risco de ganho de peso, por diversos

factores: estão muito expostas à influência da publicidade, estão relativamente

inactivas durante esse período e geralmente têm uma maior ingestão de sumos e

"snacks" dentro e fora desses períodos (13,46-49). A todo este quadro costuma

ainda estar associado um baixo consumo de outro tipo de alimentos tais como

leite, frutos e hortícolas (46,50).

Wardle et ai. (51) concluíram, no seu estudo com crianças (de 4 a 5 anos) de

famílias com SP e OB, que as mais sedentárias preferiam actividades que

envolviam menores gastos. Num teste de sabor, essas mesmas crianças

mostravam uma maior preferência por alimentos gordos e menor gosto por

vegetais. Num estudo realizado com crianças de Melbourne (46) pode-se concluir

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10 Tese de Licenciatura

que fazer uma simples pergunta sobre os hábitos televisivos das crianças permitia

deduzir uma série de associações entre práticas alimentares pouco saudáveis e

inactividade física. Karen MacPherson refere que desde o final da década de 70,

as crianças diminuíram em 25% as "brincadeiras" e em 50% as actividades ao ar

livre (52).

O crescimento deste ambiente obesogénico teve também um grande

contributo da evolução tecnológica: o aumento da diversidade de produtos, a

publicidade cada vez mais apelativa (42) e dirigida estrategicamente às crianças,

os recursos cada vez mais facilitadores das rotinas, a utilização crescente de

refeições pré-confecionadas e muito processadas, o aumento do número de

refeições feitas fora de casa (42) (muito provavelmente devido ao facto de muitas

famílias serem monoparentais ou de ambos os pais terem uma ocupação

porfissional fora de casa), associados à falta de segurança dos espaços públicos

e ao tempo cada vez mais preenchido dos pais, faz com que estes recorram à

televisão, computador ou consolas de videojogos como forma de ocupar o tempo

livre dos seus filhos, limitando a prática de actividade física espontânea por parte

destes. Qualquer esforço para modificar comportamentos associados com o

excesso de peso deverá ter em conta esta realidade sócio-cultural, ou pelo menos

considerar o seu impacto nos programas de intervenção (35).

Estes dados vão de encontro aos do Ministério da Saúde, que revelam que, no

que se refere à Nutrição, houve um grande decréscimo das situações de carência

nutritiva quantitativa, na população infantil. A desnutrição tornou-se um raro

motivo de internamento, embora persista ainda em certos grupos

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Tese de Licenciatura 11

sócio-económicos mais desfavorecidos. Qualitativamente, por alterações dos

hábitos alimentares e de prática de AF, o problema da desnutrição foi sendo

progressivamente substituído pelo da OB (53).

Assim, torna-se claro que o comportamento alimentar e de prática de AF

devem ser os principais alvos na promoção de hábitos de vida saudáveis para

prevenção ou redução do SP ou OB (54).

O Centers of Disease Control and Prevention (CDC) realça a importância da

utilização de 6 estratégias chave em programas escolares de promoção da prática

de AF e alimentação saudável com vista à prevenção de SP e doenças crónicas

(55-57): promoção do aleitamento materno, promoção de AF, redução do tempo

gasto a ver televisão, aumento do consumo de frutos e vegetais, redução do

consumo de bebidas açucaradas e redução do tamanho das porções dos

alimentos (58).

O investimento e implementação deste tipo de programas são vantajosos pois

parecem ter um elevado potencial na redução da Ol e, a longo prazo, das

comorbilidades associadas, bem como dos gastos em saúde (55).

A prevenção pode e deve ter várias vertentes: no contexto da clínica,

impede-se que uma criança obesa se torne numa criança extremamente obesa;

no contexto da comunidade, evita-se que uma criança com SP se torne obesa e

finalmente numa vertente mais abrangente, populacional, a prevenção deve

passar por impedir que crianças saudáveis ganhem peso excessivo (13).

Os planos de intervenção devem ser delineados tendo uma vertente educativa

e lúdica sem nunca deixar de fora a escola (59) e a família (60,11), os dois

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12 Tese de Licenciatura

principais veículos responsáveis pela educação e criação de hábitos de vida da

criança (61).

Os programas escolares de intervenção baseados na promoção de uma

alimentação saudável e no incentivo da prática de AF, constituem óptimas

oportunidades para intervir (62), pois abrangem uma grande parte da população

infantil que acaba por passar grande parte do seu dia na escola (49). Estes

aumentam a aprendizagem trazendo benefícios sociais, promovem a saúde

durante períodos mais críticos do crescimento e maturação, diminuem o risco de

doenças crónicas na adolescência e ajudam a estabelecer comportamentos

saudáveis desde as idades mais precoces que se irão perpetuar para o resto da

vida (63-66).

A intervenção em crianças é mais fácil relativamente à intervenção em adultos

pois as crianças ainda não têm os seus hábitos completamente estabelecidos

sendo mais permeáveis à novidade e à mudança, e, pelo facto de terem

necessidades energéticas crescentes devido ao processo de crescimento, é

possível obter-se bons resultados sem reduzir a sua ingestão energética (67).

Quer a prevenção, quer o tratamento, só são possíveis com a participação

activa da criança ou jovem, familiares e escola (4).

Os pais desempenham um importante papel na prevenção do SP e OB dos

seus filhos, assim como no seu tratamento (14,61), pois são responsáveis por

muitos dos comportamentos que os seus filhos adquirem (61) e por qualquer tipo

de mudança que deva ocorrer nos mesmos (14). As intervenções de prevenção

devem envolver os pais como importantes motores de mudança de

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Tese de Licenciatura 13

comportamentos (14). Há pois evidências de que as medidas que evolvem a

família permitem obter melhores resultados (60).

Lindsay et ai., (14) fizeram uma importante revisão sobre o papel dos pais

neste campo e realçaram alguns aspectos muito importantes: os pais devem

ajudar os seus filhos a adquirir e manter hábitos alimentares saudáveis assim

como hábitos de prática de AF, contribuindo deste modo para a saúde dos seus

filhos nomeadamente através da prevenção de doenças futuras como a OB (14).

Estes autores concluem que a prevenção e controlo da Ol requerem politicas e

programas comunitários multidisciplinares, onde os pais têm um importante papel

a desempenhar e que medidas eficazes devem trabalhar directamente com os

pais desde os estádios mais precoces do desenvolvimento dos seus filhos

possibilitando desde logo a criação de hábitos de vida saudáveis que passem por

uma alimentação equilibrada e pela prática regular de AF. É fundamental que os

pais dêem em casa continuidade aos trabalhos que são feitos na escola e na

comunidade (14), bem como a escola deve reforçar os hábitos saudáveis

implementados pela família.

De entre as diferentes tarefas atribuídas aos pais na modulação dos hábitos

alimentares dos filhos, podemos citar a responsabilidade pela selecção dos

alimentos, pela estruturação das refeições e por conseguinte, pelo

estabelecimento dos padrões alimentares da família. Os pais são também

modelos de comportamento, não só alimentares e de AF como também no que

diz respeito a estilos de vida sedentários, por exemplo através do tempo que

passam a ver televisão. As crianças facilmente adquirem esses comportamentos

para a sua rotina diária podendo contribuir para um peso saudável ou conduzir a

situações de SP e até mesmo de OB (61,69).

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14 Tese de Licenciatura

Epstein refere três grandes razões para envolver os pais nas intervenções de

prevenção de OB: sendo uma doença que se generaliza na família é irreal intervir

apenas num membro isoladamente, enquanto que os outros membros continuam

as suas vidas sem sofrerem nenhuma modificação podendo muitas vezes ter

comportamentos contrários aos desejáveis para a criança que está a ser alvo de

uma intervenção; os pais constituem modelos, reforçam e suportam a aquisição e

manutenção de comportamentos alimentares saudáveis e de prática de AF e são

ainda responsáveis por alterações comportamentais dos seus filhos, pelo que é

necessário ensinar os pais a usar estratégias úteis como o reforço positivo, muito

importantes à motivação dos seus filhos (70).

A necessidade de conhecer o estado nutricional das crianças portuguesas

(particularmente com idades inferiores a 7 anos) e a identificação dos factores

associados à OB no nosso país torna-se, cada vez mais urgente.

Deste modo, o presente estudo reveste-se de grande interesse e oportunidade

pois tem como principal objectivo promover a saúde dos mais pequenos, utiliza a

escola como veículo de informação, envolve professores e encarregados de

educação.

Visando a estruturação de um programa ludo-educativo replicável de intervenção

nas escolas, e tendo por lema "Não censurar. Não proibir. Educar para melhor

crescer!", este trabalho constitui um dos primeiros ensaios do CICAS - Crianças

Inteligentes, Crescem Activas e Saudáveis.

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Objectivos

Tese de Licenciatura 15

Foram objectivos deste trabalho:

1. Caracterizar a prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças de

Jardins-de-infância públicos da cidade do Porto, relacionando-a com

hábitos alimentares e de actividade física;

2. Avaliar a repercussão de um programa de intervenção ludo-educativo no

estado nutricional da amostra.

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16 Tese de Licenciatura

Participantes e Métodos

Caracterização da amostra

Foi realizado um estudo prospectivo e experimental com crianças do ensino

pré-escolar pertencentes à classe dos 5 anos de 10 jardins-de-infância (Jl)

públicos da cidade do Porto. Os Jl foram escolhidos aleatoriamente de uma lista

de todos os Jl públicos da cidade do Porto. Numa fase posterior, após um prévio

contacto telefónico e/ou pessoal com cada um dos agrupamentos verticais a que

pertenciam, a amostra total foi dividida aleatoriamente em dois grupos com base

no número total de crianças de cada Jl seleccionado. Foi formado um grupo com

4 Jl (107 crianças) para ser alvo de uma intervenção ludo-educativa, grupo de

intervenção (Gl). O outro grupo, considerado de controlo (GC), ficou composto por

6 Jl tendo um total de 102 crianças.

Foi enviado um pedido de autorização a cada encarregado de educação para

que fosse dado o consentimento informado para o seu educando participar no

estudo, bem como foi transmitido o objectivo do estudo e garantida a

confidencialidade de todos os dados. Foram definidos como critérios de exclusão

a presença de doenças crónicas, de síndromes dismórficos e de malformações

congénitas.

Descrição do estudo

Para responder aos objectivos, foi realizado um estudo prospectivo e

experimental, com a duração de 3 meses. No momento inicial e final foi realizada

uma avaliação antropométrica e da composição corporal, acompanhada da

distribuição de um questionário para os encarregados de educação preencherem,

com informações relativas a hábitos dos seus filhos. Um dos grupos, já descrito

anteriormente, foi alvo de uma intervenção de promoção de hábitos saudáveis de

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Tese de Licenciatura 17

vida destinadas às crianças e uma sessão de informação destinada a

encarregados de educação, professores e auxiliares. No GC as crianças e

respectivos encarregados de educação não foram alvo de nenhum tipo de

intervenção. A este grupo apenas foi distribuído, no final do estudo, um panfleto

informativo igual ao distribuído aos pais das crianças do grupo alvo, bem como o

registo dos resultados das duas medições antropométricas.

Foram comparados os resultados obtidos nos momentos inicial e final entre os

dois grupos de estudo e também alguns dos parâmetros antropométricos com

informações recolhidas através do questionário.

Avaliação antropométrica e de composição corporal (anexo 1)

Foi realizada uma primeira avaliação às crianças de ambos os grupos da qual

constava a medição do peso e altura, dos perímetros da cinta (PC) e anca (PA) e

a medição da percentagem da gordura corporal, por bioimpedância (71).

Para avaliar o peso e a percentagem de massa gorda (MG) corporal utilizou-se a

balança TANITA®, modelo TBF-401A, com medidor da impedância corporal,

sensibilidade de 100g.

As crianças foram pesadas e medidas vestidas apenas com roupa interior e sem

qualquer tipo de adereço.

A altura foi medida com um estadiómetro de madeira, portátil com uma escala de

0,1 cm. As crianças foram colocadas em posição anatómica, de pés encostados

ao plano de suporte do estadiómetro e com a cabeça em plano de Frankfurt.

Com base no peso e altura, foi calculado o IMC (72), através da fórmula [IMC=

peso (Kg)/altura2(m)]. Foi também calculado o z-score de IMC com aplicação da

fórmula [z-score de IMC= (IMC actual do individuo - média do IMC da população

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18 Tese de Licenciatura

de referência adequada à idade e sexo da criança)/ desvio padrão da população

de referência para idade e sexo da criança]. O percentil e z-score de IMC foram

classificados segundo tabelas padrão do CDC estratificadas para o sexo e idade

(73). Para a avaliação da prevalência de SP e OB na amostra inicial, foram

utilizados os critérios recomendados pela International Obesity Task Force (IOTF)

(74) e os recomendados pelo CDC (73). No caso do primeiro, foram adaptadas

para o sexo e idade os pontos de corte correspondentes a 25Kg/m2 e 30 kg/m2 do

IMC de adultos, para traduzir o SP e a OB, respectivamente (74). Com base nos

critérios do CDC, foram consideradas com baixo peso as crianças com Percentil

de IMC menor que 5 (Pc IMC<5), com SP as crianças com Pc IMC no canal 85-95

e classificadas como obesas as de Pc IMC> 95. (73)

Para a medição do PC e PA foi utilizada uma fita métrica extensível de 1,5 m

de comprimento e com uma escala de 0,1 cm. A cinta foi medida 1 cm acima da

crista ilíaca e foi tomada como medida da anca a maior circunferência obtida na

região nadegueira.

As medições foram realizadas sempre pelo mesmo profissional, previamente

treinado para o efeito.

Aproximadamente três meses após as primeiras medições procedeu-se a uma

reavaliação, sobreponível à inicial, de todas as crianças de ambos os grupos.

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Tese de Licenciatura Í9

Intervenção de promoção de hábitos saudáveis de vida

Foi levada a cabo uma intervenção com duas vertentes: uma ludo-educativa

destinada às crianças, e outra informativa/educativa destinada a encarregados de

educação, professores e auxiliares.

A intervenção ludo-educativa constou de 3 sessões teórico-práticas e foi

levada a cabo dentro do horário normal de funcionamento do jardim, tendo os

períodos sido acordados com cada professor, de forma a ser ajustada aos

conteúdos programáticos previstos.

Numa primeira sessão foi abordada a composição e função dos diferentes

alimentos: cada criança falou dos alimentos que mais gosta e menos gosta, dos

alimentos prejudiciais à saúde e dos que devem ser consumidos com maior

frequência; foi salientada a função e importância de alguns tipos de alimentos. Foi

também abordada a função e importância de cada refeição bem como a sua

composição desejável, dando ênfase ao consumo de sopa e fruta. No final da

sessão cada criança escolheu um desenho com alimentos para pintar, (anexo 2)

Numa segunda sessão foram abordados alguns aspectos sobre alimentação

saudável tendo por base a Roda dos Alimentos (75) e transmitida a importância

da prática de actividade física. No fim da sessão foi feito um jogo com alimentos

de plástico e material didáctico com o objectivo de consolidar os conhecimentos

previamente adquiridos, (anexo 3)

Após um levantamento das preferências das crianças no que diz respeito às

artes plásticas, foi acordado com cada professor a realização de uma actividade

de trabalhos manuais (3a sessão) em que cada criança deveria recriar o seu

alimento preferido, (anexo 4)

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20 Tese de Licenciatura

As 3 sessões foram realizadas assim que tivessem sido concluídas todas as

medições, com intervalos de 15 dias entre cada uma.

Na reunião destinada aos encarregados de educação, professores e

auxiliares, levada a cabo em horário pós-laboral, foram abordados temas como:

Ol, suas causas e consequências, alimentação saudável e a importância da AF.

No final da reunião foi distribuído um desdobrável com informações sobre

alimentação saudávelV com um jogo e desenho para os filhos (anexo 5).

Durante toda a intervenção foram envolvidos os professores sempre que

possível e motivados para a continuação destas actividades. No fim do estudo foi

distribuído material de apoio a todos os Jl que colaboraram neste projecto,

independentemente de terem, ou não^ido alvos de intervenção.

Questionário

Aquando das avaliações inicial e final foi distribuído a cada criança um

questionário (anexo 6) para ser preenchido pelos encarregados de educação,

conforme o acordado na carta de pedido de autorização enviada inicialmente.

Esse questionário pretendia avaliar hábitos alimentares e de AF.

Os hábitos alimentares foram avaliados através de um questionário de 24

horas anteriores com perguntas abertas e fechadas e através de uma

questionário de frequência alimentar com 36 itens.

A actividade física foi avaliada também por relato dos pais, através de algumas

perguntas abertas e fechadas. Procurou-se estimar o tempo gasto em AF

estruturada no Jl, o tempo gasto de AF estruturada extra-escolar, o tempo médio

aproximado gasto com actividades sedentárias (ver televisão, jogar computador

ou consola de videojogos) durante a semana e nas 24 horas anteriores. Foi ainda

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Tese de Licenciatura 21

realizado um levantamento das actividades com que cada criança ocupava o seu

tempo livre.

Foi solicitado a todos os encarregados de educação que no segundo momento

do estudo voltassem a responder a um questionário sobreponível ao inicial e no

qual era adicionalmente perguntado o peso e altura aproximados de cada um dos

progenitores bem como o peso da criança ao nascimento, 3 e 4 anos de idade.

No final do estudo, foi enviada uma carta aos encarregados de educação das

crianças com SP, sensibilizando-os para o problema de saúde dos seus filhos de

forma a que, em colaboração e acompanhados pelo médico de família, fossem

tomadas medidas que impedissem o agravamento da situação. Aos encarregados

de educação das crianças obesas foi enviada uma carta de forma a incentivá-los,

com a colaboração do médico de família, a encaminharem o seu filho para uma

consulta especializada no tratamento OB pediátrica (anexos 7).

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22 Tese de Licenciatura

Análise estatística dos dados

A caracterização da amostra inicial e final foi realizada através do cálculo de

frequências, médias e desvio padrão.

Para verificar a normalidade da distribuição das variáveis usou-se a prova de

Kolmogorov-Smirnov.

Quando a distribuição dos parâmetros estudados era normal, compararam-se

as médias pela prova t de Student. Quando as distribuições não eram normais

e/ou as variâncias não eram homogéneas usou-se o teste Mann-Whitney.

O teste de Friedman foi usado para comparar a distribuição de frequências.

Para avaliar a relação entre o IMC dos progenitores e das crianças, a relação

entre o peso actual e o peso ao nascimento bem como a relação entre a

percentagem de MG e o IMC, foi usado o coeficiente de correlação de Pearson. A

associação entre o tempo gasto em actividades sedentárias e o consumo de

algum tipo de alimentos foi efectuada através do coeficiente de correlação de

Spearman.

Para os testes realizados considerou-se um nível de significância de 5%.

A análise dos dados foi realizada utilizando o software estatístico SPSS®

(Statistical Package for the Social Sciences), versão 14.0, para Microsoft

Windows.

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Tese de Licenciatura 23

Resultados

Das 209 crianças convocadas no início do estudo, quatro (3 do GC e 1 do Gl)

não foram autorizadas a participar no estudo. Foi também excluída do Gl uma

outra criança por possuir síndrome dismórfico osteoarticular. Assim a amostra

final ficou constituída por 204 crianças, 105 no Gl e 99 no GC (98,1% e 97,0%,

respectivamente). A amostra final (97,9% dos convocados inicialmente) ficou

composta por 83 raparigas (41 no Gl) e 121 rapazes, com uma média de idades

de 5,6±0,3 anos. A idade distribuiu-se de forma semelhante pelos dois grupos.

No Gl uma criança autorizada não esteve presente na primeira avaliação.

Tabela 1 - Taxa de participação na primeira e segunda avaliações.

Grupo de Intervenção Grupo de Controlo Total da Amostra

Avaliação Inicial n (%) 104(99,0%) 99(100,0%) 203 (99,5%)

Avaliação Final n (%) 100(95,2%) 97 (98,0%) 197(96,6%)

Tabela 2 - Taxa de resposta ao primeiro e segundo questionários.

Grupo de Intervenção Grupo de Controlo Total da Amostra

Primeiro Questionário n (%) 72 (68,6%) 63 (63,6%) 135(66,2%)

Segundo Questionário n (%) 45 (42,9%) 37 (37,4%) 82 (40,2%)

Apenas 63 crianças (30,9%) participaram nas duas medições e entregaram os

dois questionários respondidos, 32 do Gl e 31 do GC.

Segundo os critérios recomendados pelo CDC a amostra inicial apresentava

uma prevalência de 16,3 % de SP e 11,8% de OB. Pelos critérios recomendados

pela IOTF essas prevalências eram de 15,3% e 7,9%, respectivamente (Tabela3).

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24 Tese de Licenciatura

Tabela 3 - Diferença entre as prevalências de sobrepeso e obesidade avaliadas segundo os

critérios do CDC (73) e os critérios da IOTF (74), no momento incial.

CDC IOTF Sobrepeso Obesidade Sobrepeso Obesidade P*

Amostra Total n=203 16,3% 11,8% 15,3% 7,9% 0,001

Grupo de Intervenção n=104 14,4% 10,6% 15,4% 5,8% 0,011

Grupo de Controlo N=99 15,2% 10,1% 18,2% 13,1% 0,020

Raparigas N=83 20,5% 12,5% 22,9% 10,8% 1,000

Rapazes n=120 13,3% 11,7% 10,0% 5,8% <0,001

* valor de p para a comparação das prevalências com base nos dois métodos utilizados

Após terminada a intervenção pode verificar-se que a prevalência total de SP

e OB se manteve sensivelmente igual no GC e diminuiu cerca de 5% no Gl

(Tabela 4). Quando estratificamos para o sexo, pudemos registar uma diminuição

de 5% da prevalência, apenas no sexo masculino (Tabela 5).

Tabela 4 - Diferença da prevalência de sobrepeso e obesidade entre os momentos inicial e final,

por grupos e para o total da amostra, tendo por base os critérios do CDC (73).

Momento Inicial Momento Final P* Total da amostra

N baixo peso (%)

normoponderal (%) sobrepeso (%)

obesa (%)

203 4,9 67,0 16,3 11,8

197 5,1

69,5 12,7 12,7

0,841

Grupo de Controlo N

baixo peso (%) normoponderais (%)

sobrepeso (%) obesos(%)

99 4,0 64,6 18,2 13,1

97 4,0 63,6 15,2 15,2

0,439

Grupo de Intervenção N

baixo peso (%) normoponderais (%)

sobrepeso (%) obesos (%)

104 5,8

69,2 14,4 10,6

100 6,0 74,0 10,0 10,0

0,206

*valor de p para a comparação entre momento inicial e final

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Tese de Licenciatura 25

Tabela 5 - Diferenças das prevalências de sobrepeso e obesidade em rapazes e raparigas: comparação entre momentos inicial e final, tendo por base os critérios do CDC (73).

Momento Inicial Momento final P* Raparigas

N

baixo peso (%) normoponderais (%)

sobrepeso (%) obesas(%)

83

6,0 61,4 20,5 12,0

80

5,0 61,3 17,5 16,3

0,248

Rapazes N

baixo peso (%) normoponderais (%)

sobrepeso (%) obesos(%)

120

4,2 70,8 13,3 11,7

117

5,1 75,2 9,4 10,3

0,166

*valor de p para a comparação entre momento inicial e final

Do Gl 4 crianças, 3 inicialmente com SP e 1 inicialmente obesa, foram

classificadas como normoponderais na segunda avaliação. Sendo que, no Gl, das

crianças inicialmente normoponderais, nenhuma piorou o seu estado nutricional,

no GC 5 dessas passaram a apresentar SP no segundo momento de avaliação.

Apesar de se ter registado uma diminuição do IMC em ambos os grupos (GC e

Gl) entre o primeiro e segundo momentos de avaliação, esta redução não

apresentou significado estatístico e foi acompanhada de um aumento da MG

corporal (Tabela 6).

Porém as diferenças entre grupos e sexos não se mostraram significativas

para nenhum dos parâmetros avaliados (Tabela 6 e 7).

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26 Tese de Licenciatura

Tabela 6 - Diferenças de IMC, z-score de IMC e percentagem de massa gorda entre o momento

inicial e o final, por grupo de intervenção e para o total da amostra.

Total

n=197

Grupo de Intervenção

n=100

Grupo de Controlo

n=97 p " índice de Massa Corporal

média±d.p. P*

-0,9±0,5 0,008

-0,2±0,4 0,001

-0,3±0,5 0,618

0,057

z-score de IMC média±d.p.

P*

-0,32±4,1 0,283

-0,64±5,8 0,277

0,01±0,3 0,818

0,276

Massa Gorda média±d.p.

P* 0,7±1,7 <0,001

0,6±1,4 <0,001

0,9±2,0 <0,001

0,201

"valor de p para a comparação entre momento inicial e final **valor de p para a comparação entre Gl e GC d.p. - desvio padrão

Tabela 7 - Diferenças de IMC, z-score de IMC e percentagem de massa gorda das raparigas e

rapazes, entre o momento inicial e o final.

Rapaz n=117

Rapariga n=80 p***

índice de Massa Corporal médiaid.p.

P* -0,1+0,4

0,013 -0,1i0,6

0,192 0,810

z-score de IMC médiaid.p.

P* -0,04i0,3

0,152 -0,73+6,5

0,317 0,342

Massa Gorda médiaid.p.

P* 0,9i1,6 <0,001

0,5i1,8 0,022

0,105

*valor de p para a comparação entre momento inicial e final **valor de p para a comparação entre rapazes e raparigas

d.p. - desvio padrão

Encontrou-se uma forte associação entre o IMC e a percentagem de MG em

ambas as medições (r=0,824 e r=0,828, respectivamente; p<0,001).

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Tese de Licenciatura 27

Não foi encontrado nenhum tipo de associação para a comparação do peso ao

nascimento com o peso e IMC actuais da criança (Tabela 8).

Tabela 8 - Associação entre o peso ao nascimento e o peso actual da criança (registado na

segunda avaliação).

Peso actual IMC actual Peso ao nascimento r=0,119* r=0,136*

*p>0,05 r - coeficiente de correlação

O IMC corporal da mãe pareceu relacionar-se positivamente com o do filho,

embora numa correlação fraca (Tabela 9).

Tabela 9 - Associação entre o IMC de cada um dos progenitores e o IMC actual da criança

(registado na segunda avaliação).

IMC Mãe IMC Pai IMC filho r=0,284* r=-0,096

*p<0,05 r - coeficiente de correlação

Não foram encontradas diferenças, entre crianças que praticam habitualmente

AF estruturada e crianças que não praticam, no que diz respeito ao seu IMC e à

percentagem de MG.

Tabela 10- Relação entre a prática regular de actividade física, o IMC e a percentagem de massa

gorda das crianças, (dados relativos ao momento inicial)

IMC (média±d.p.) % Massa Gorda (médiaid.p.) Pratica (43,9%) 16,1±2,0 16,7±9,0

Não pratica (56,1%) 16,7±2,6 14,6±8,2

P 0,187 0,188 d.p. -desvio padrão

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28 Tese de Licenciatura

Quando analisamos os comportamentos sedentários da nossa amostra,

verificamos que 47% gasta, diariamente, mais de 2 horas do seu dia com

actividades sedentárias (ver televisão, jogar computador ou consola de

videojogos), sendo que 10% dessas crianças ultrapassa as 4 horas (Tabela 11).

Tabela 11 - Tempo aproximado gasto em actividades sedentárias por parte de cada grupo e pela

amostra total, avaliado no momento inicial.

Tempo médio diário de actividades sedentárias Amostra total n(%) Grupo de

intervenção n(%) Grupo de

controlo n(%) <1h 23(18,0) 20 (29,4) 3(5,0)

>1he<2h 45 (35,2) 25 (36,8) 20(33,3) >2h e <3h 40(31,3) 16(23,5) 24 (40,0) >3h e <4 14(10,9) 4(5,9) 10(16,7)

>4h 6(4,7) 3 (4,4) 3(5,0)

Não foi encontrada nenhuma associação entre o tempo gasto em actividades

sedentárias e o IMC e PC das crianças (Tabela 12).

Tabela 12- Relação entre o tempo gasto em actividades sedentárias, o IMC e o perímetro da

cinta, (dados referentes à avaliação inicial)

<2h >2h P IMC 1a avaliação (mediana) 15,6 15,8 0,312 PC 1a avaliação (mediana) 54,0 53,5 0,974

"valores arredondados à décima de unidade.

A relação entre o consumo de alguns tipos de alimentos e o tempo gasto em

actividades sedentárias está descrita na Tabela 13.

Tabela 13 - Relação entre o tempo gasto em actividades sedentárias e o consumo de algum tipo

de alimentos.

refrigerantes chocolate bolos empacotados fruta sopa batatas-

fritas

produtos de

pastelaria Tempo de

Actividades Sedentárias

r=0,610 r=0,469 r=0,197 r=-0,359 r=-0,169 r=0,034 r=0,083

P <0,001 <0,001 <0,001 0,007 0,205 0,811 0,538

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Tese de Licenciatura 29

Foi encontrada uma associação positiva entre o tempo gasto em actividades

sedentárias e o consumo de chocolates e refrigerantes (p<0,001) e negativa com

o consumo de fruta.

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30 Tese de Licenciatura

Discussão

As grandes limitações dos estudos populacionais, particularmente dos

longitudinais, residem na fidelidade da informação bem como na dificuldade da

adesão e manutenção da amostra inicial. Assim, a análise dos resultados

expostos no presente estudo tornou-se, logo à partida, difícil, devido a baixa taxa

de resposta por parte dos pais aos questionários. Embora na carta de pedido de

autorização, enviada no início do estudo, fosse referido que iria ser pedida a

colaboração dos pais no preenchimento de um questionário e numa sessão de

informação sobre 01 e alimentação saudável, apenas 66,2% entregou o primeiro

questionário e 40,2% entregou o segundo. Para além deste facto muitos dos

questionários tinham campos por preencher, o que limitou ainda mais a avaliação

dos resultados. Do total da amostra, só 30,9% participou nas duas avaliações e

entregou os dois questionários preenchidos. Por estes motivos, sempre que foram

necessárias informações obtidas através do questionário, foram utilizados os

dados referentes ao momento inicial.

A baixa taxa de resposta aos questionários mas sobretudo a falta de

comparência dos pais às reuniões agendadas reflecte provavelmente a falta de

sensibilização face ao problema da 01 e à importância da prática de uma

alimentação saudável. Por outro lado, o facto da alimentação ser um tema sobre o

qual todos julgam deter o conhecimento cria nos pais a ideia de que já sabem o

que deve e não deve ser feito, podendo julgar desnecessárias as sessões

realizadas.

Em Portugal ainda existe a ideia de que "gordura é formosura", principalmente

quando se trata dos mais pequenos, as mães e as avós associam uma imagem

bem nutrida, diga-se frequentemente obesa, à saúde e uma boa alimentação,

Maria do Rosário Martins 2005/2006

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Tese de Licenciatura 31

logo, a um óptimo crescimento. Alguns autores referem e nós próprios pudemos

comprovar pela nossa observação, que, normalmente, as mães só admitem a

doença dos seus filhos quando estes têm já algum tipo de queixa ou limitação

física.

Existem estudos que demonstram uma forte associação entre o elevado

ganho de peso nos primeiros meses de vida e a OB na infância (76,13),

adolescência e posteriormente, se não tratada anteriormente, na vida adulta

(29-31), o que torna a sensibilização dos pais ainda mais importante, pois a

prevenção deve começar antes da concepção, e mais marcadamente após o

nascimento. Todas as crianças devem ser seguidas por um médico de família ou

pediatra que, na presença de uma situação de um rápido ganho de peso nos

primeiros meses de vida, avalie o problema evitando que se prolongue (4,11). O

reconhecimento do problema pelos pais facilita a mudança de comportamentos

(77) pelo que a sua sensibilização e adesão são fundamentais.

O intervalo de idades deste estudo foi escolhido por razões práticas e

fisiológicas. Sendo a idade dos 4-6 anos um dos períodos mais críticos de

ocorrência da obesidade (52), é de grande interesse intervir neste grupo.

Tratam-se de idades favoráveis à implementação de estratégias preventivas

(49,78), pois muitas crianças ainda estão a criar hábitos de vida. Os já adquiridos

não se encontram ainda muito enraizados pelo que se tornam mais fáceis de

alterar. Estas crianças tornam-se excelentes mensageiros e activistas dentro das

suas famílias e comunidades (79). A elevada dependência dos pais nestas

idades, facilita o ajuste de comportamentos quando estes são envolvidos.

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32 Tese de Licenciatura

Uma vez que hoje é amplamente aceite que o IMC para a idade deve constituir

a base das definições de SP e OB pediátricos (80,81,82), foi este o critério

empregue neste estudo.

Pela análise dos resultados obtidos, após a comparação das prevalências

entre os dois métodos (Tabela 3) pudemos concluir que as prevalências de SP e

OB são significativamente subestimadas pelos critérios de Cole, quando

comparadas com as do CDC. Padez ef ai. (11) encontraram, pelos critérios da

IOTF, uma prevalência de SP e OB bastante superior numa amostra

representativa de crianças com 7 a 9 anos de idade (SP=20,3% e OB=11,3%).

Muito embora se tenha observado uma tendência de redução da prevalência

de SP e OB ao longo da intervenção (Tabela 4), a ausência de significado

estatístico pode-se justificar pelo reduzido tamanho da amostra (n=204) e curto

tempo de intervenção (3 meses, aproximadamente). O facto de muitas vezes as

crianças faltarem à escola nestas idades, que impossibilitou que todas estivessem

presentes nas diferentes sessões realizadas, assim como a baixa taxa de adesão

dos pais à reunião de informação, podem também explicar a ausência de

diferenças com significado estatístico. No entanto, os resultados são bastante

encorajadores, no que diz respeito a este tipo de intervenção, pois foram

encontradas, entre os grupos estudados, diferenças percentuais que sugerem

melhorias importantes do estado nutricional.

A diminuição da prevalência de SP e OB mais marcada no sexo masculino

(Tabela 5) poderá ser explicada pelo ressalto adipocitário que fisiologicamente é

mais precoce nas raparigas (83).

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Tese de Licenciatura

Apesar de se ter registado uma diminuição do IMC em ambos os grupos (GC e

Gl) entre o primeiro e segundo momentos de avaliação (Tabela 6), esta redução

não apresentou significado e foi acompanhada de um aumento da MG corporal.

Tal aumento poder-se-á dever ao "ressalto adipocitário", aumento fisiológico da

gordura corporal, que normalmente ocorre por volta destas idades (83). Uma vez

que um "ressalto adipocitário" precoce se relaciona positivamente com a

obesidade já na infância, na adolescência e posteriormente na idade adulta

(83-86) deve ser nossa preocupação retardá-lo o mais possível.

Apesar da metodologia usada para a avaliação da composição corporal não

ser a mais indicada para idade pediátrica encontrou-se uma forte associação

entre o IMC e a MG em ambas as medições.

Padez et ai. (11), no seu estudo sobre a prevalência de SP e OB em crianças

portuguesas, encontraram uma associação entre o peso ao nascimento e o

estado nutricional das crianças naquelas idades (7 a 9,5 anos). Dubois e Girard

num estudo longitudinal sobre os determinantes precoces de SP também

encontraram uma associação semelhante referente a crianças de 4,5 anos de

idade (76). A ausência de associação entre o peso ao nascimento e o peso e IMC

actuais da criança (Tabela 8) verificada neste trabalho, poderá dever-se à baixa

taxa de resposta por parte dos pais a essa questão (32,8%) bem como à falta de

precisão dos pesos referidos.

Nos estudos supracitados (11,76) e noutros foi encontrada uma associação

positiva entre o estado nutricional dos progenitores e o da criança, sendo essa

associação mais exuberante na relação mãe-filho (11,76,87-89). No nosso estudo

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34 Tese de Licenciatura

encontramos apenas uma correlação fraca entre o IMC da mãe e do filho (Tabela

9). Dentro dos agregados familiares portugueses é geralmente a mãe que se

ocupa das tarefas relacionadas com a aquisição e preparo de alimentos, tendo

por esse motivo um papel de relevo no estabelecimento dos hábitos alimentares

dos seus filhos, pelo que a associação encontrada se torna compreensível. A

baixa taxa de resposta a essa questão bem como a imprecisão dos dados

referidos podem explicar os resultados obtidos.

A diversidade da metodologia usada na avaliação dos hábitos de AF torna

difícil a comparação entre diferentes trabalhos.

Embora nem todos os estudos tenham tido resultados semelhantes, Epstein et

ai. (90) mostram claramente que uma diminuição dos comportamentos

sedentários é eficaz na prevenção da 01.

Rose e Bodor (91) encontraram uma associação positiva entre inactividade

física, SP e OB, tendo usado os mesmos indicadores do nosso trabalho na

avaliação da prática de AF.

A AF foi avaliada através das informações disponibilizadas pelos pais no

questionário, sendo a veracidade das respostas questionável. Em várias ocasiões

estes referiam que a criança praticava AF no Jl, enquanto a instituição relatava

que esse tipo de actividades não constava do seu programa curricular.

Apenas 132 crianças apresentavam informações relativas à prática de AF no

primeiro questionário, sendo que dessas, mais de metade, 56%, dizia não praticar

qualquer tipo de AF estruturada. Estes factores acabaram por limitar o

estabelecimento de associações deste parâmetro com as variáveis

antropométricas e de composição corporal.

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Tese de Licenciatura 35

As crianças da nossa amostra não só praticam pouca AF como gastam grande

parte do seu tempo com actividades que envolvem um baixo dispêndio energético

(Tabelas 10 e 11). Estudos anteriores referem uma associação inversa entre

estes dois parâmetros (46,47,49).

No estudo de Dietz et ai. (92), em que era avaliado o papel da televisão no

desenvolvimento da Ol, concluiu-se que cada hora diária adicional de televisão

aumenta a prevalência de OB em 2%. Na amostra estudada não se encontraram

diferenças entre o sedentarismo e os parâmetros antropométricos (Tabela 12).

Para além de se associarem a um baixo gasto energético, este tipo de actividades

sedentárias são muitas vezes acompanhadas da ingestão de alimentos de

elevada densidade energética (49). Quanto mais televisão vêm as crianças mais

influenciadas ficam pela publicidade (49) e mais procuram esse tipo de alimentos.

A estes comportamentos, geralmente, associa-se um baixo consumo de frutos e

hortícolas (46,50).

O nosso estudo obteve resultados semelhantes, encontrando-se uma

associação entre o tempo gasto em actividades sedentárias e um elevado

consumo de refrigerantes (46,48) e um baixo consumo de fruta (46,50,93). Foi

também encontrada uma associação positiva entre o tempo gasto naquelas

actividades e o consumo de chocolates (Tabela 13).

Apesar das limitações já referidas e do reduzido tamanho amostrai, este

trabalho retrata uma realidade pouco conhecida em Portugal. Os resultados

apresentados demonstram que uma intervenção deste tipo aplicada a uma

população poderia ter importantes repercussões nos hábitos de vida e na

prevenção de doenças como a obesidade.

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38 Tese de Licenciatura

Conclusão

A pré-escola mostrou ser um excelente veículo para intervenção pois permite,

em idades precoces e sensíveis, modular comportamentos visando a adopção de

estilos de vida saudáveis no futuro. Sendo um local de aprendizagem, facilita a

integração de conceitos na área da promoção da saúde num contexto da rotina

curricular diária, pelo que a adesão e motivação dos professores é uma mais valia

imprescindível.

As elevadas prevalências de sobrepeso e obesidade encontradas na amostra

reflectem a necessidade urgente de implementação de medidas preventivas que

envolvam toda a população e possam, assim, sensibilizar os mais velhos e criar

nos mais novos hábitos saudáveis de vida desde as idades mais precoces.

À semelhança do que tem sido demonstrado por muitos outros trabalhos, no

que diz respeito à obesidade, encontra-se também uma agregação de

comportamentos de risco que se associam, potenciando predisposições e

conduzindo a graus cada vez mais acentuados de doença. De entre todos

podemos realçar a associação entre o consumo de determinado tipo de alimentos

e a inactividade física.

A baixa adesão dos pais denota uma provável falta de consciencialização para

a importância da aquisição precoce de hábitos saudáveis de vida, num contexto

familiar e social, na promoção da saúde.

A intervenção ludo-educativa, levada a cabo neste estudo, mostrou ter

sucesso na melhoria global dos indicadores do estado nutricional, pelo que seria

desejável a inclusão, no caminho escolar, de intervenções neste contexto.

Maria do Rosário Martins 2005/2006

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Anexos

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vi

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índice de Anexos

vu

Anexo 1 - Ficha de registo de medições antropométricas a1

Anexo 2 - Fotografias da primeira sessão realizada a3

Anexo 3 - Fotografias da segunda sessão realizada a9

Anexo 4 - Fotografias da terceira sessão realizada a11

Anexo 5 - Desdobrável informativo "Coma melhor, Viva mais" a15

Anexo 6 - Questionário a17

Anexo 7 - Cartas enviadas após conclusão do projecto a33

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Tese de Licenciatura - Anexos a1

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL CICAS

Nome:

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Peso: Kg

Altura: m

IMC: Kg/m2 Perc: Z-score:

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a2 Tese de Licenciatura - Anexos

Maria do Rosário Martins 2005/2006

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Tese de Licenciatura - Anexos a3

Fotografias da primeira sessão realizada

Maria do Rosário Martins 2005/2006

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a4 Tese de Licenciatura - Anexos

Maria do Rosário Martins 2005/2006

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Tese de Licenciatura - Anexos a5

Maria do Rosário Martins 2005/2006

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a8 Tese de Licenciatura - Anexos

Maria do Rosário Martins 2005/2006

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Tese de Licenciatura - Anexos a7

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Maria do Rosário Martins 2005/2006

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a8 Tese de Licenciatura -> Anexos

Maria do Rosário Martins 2005/2006

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Tese de Licenciatura - Anexos 39

Fotografias da segunda sessão realizada

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Tese de Licenciatura - Anexos a11

Fotografias da terceira sessão realizada

Maria do Rosário Martins 2005/2006

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a12 Tese de Licenciatura - Anexos

Maria do Rosário Martins 2005/2006

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Tese de Licenciatura - Anexos a13

Maria do Rosário Martins 2005/2006

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a14 Tese de Licenciatura - Anexos

Maria do Rosário Martins 2005/2006

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Tese de Licenciatura - Anexos a15

Desdobrável informativo: "Coma Melhor Viva Mais"

Marta do Rosário Martins 2005/2006

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a16 Tese de Licenciatura - Anexos

Maria do Rosário Martins 2005/2006

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Tese de Licenciatura - Anexos a17

Inquérito para Pais

Inquirido n°

Maria do Rosário Martins 2005/2006

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a18 Tese de Licenciatura - Anexos

Maria do Rosário Martins 2005/2006

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Tese de Licenciatura - Anexos a19

Caro Encarregado de Educação, desde já, muito agradecemos toda a sua colaboração e empenho neste projecto. Pedíamos uma última colaboração no preenchimento deste último questionário referente à alimentação do seu filho/a bem como, no fornecimento de algumas informações adicionais, se necessário consulte o boletim de saúde do seu filho/a:

Peso do seu filho/a ao nascimento: (g) Comprimento do seu filho/a ao nascimento: (cm)

Peso do seu filho/a aos 3 anos: (kg) Peso do seu filho/a aos 4 anos: (kg)

Actualmente:

Peso aproximado da Mãe: Altura aproximada da Mãe:

(kg) (m)

Peso aproximado do Pai: Altura aproximada do Pai:

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Maria do Rosário Martins 2005/2006

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3 Tese de Licenciatura - Anexos

Como preencher o questionário?

Antes de começar leia atentamente as perguntas e os diferentes tipos de resposta possíveis. Responda apenas colocando uma cruz (X) no quadrado destinado para o efeito que se encontra atrás da resposta correspondente. Nalgumas questões pode colocar mais do que uma cruz e noutras deve escrever a sua própria resposta no local destinado a esse efeito.

Se tiver dificuldade em responder a alguma pergunta passe, por favor, para a seguinte. Sugerimos que, em caso de duvida, consulte o seu filho/a, perguntando-lhe o necessário. Caso a refeição tenha sido efectuada na escola e não tenha forma de saber o que o seu filho/a comeu, agradecemos que deixe o espaço destinado para o efeito em branco e apenas assinale explicitamente essa informação.

É muito importante que devolva o questionário preenchido mesmo que não tenha respondido a todas as perguntas.

Resposta modelo:

1. Tomou o pequeno-almoço? Sim X Não Por volta de que horas? 8h 30m

2. O que comeu e/ou bebeu o seu filho no pequeno-almoço? (registe por favor os alimentos, quantidades*, veja a nota em baixo, e os modos de confecção)

Alimentos Quantidade(s)* Modos de confecção Pão de trigo 1 unidade fresco Fiambre 1 fatia de grossura média Ovo 1 unidade cozido Leite meio gordo 1 copo médio Chocolate em pó 2 colheres de chá

(*Quantidades: registe as quantidades em medidas caseiras ou porções: uma colher de sopa, meio prato, um copo, uma fatia. No caso da fruta refira se se trata de uma peça grande, pequena ou média...) (**Alimentos: refira sempre o que o seu filho bebeu independentemente do tipo de bebida, e no caso de leite e ou outros produtos indique se são magros, meio gordos ou gordos, caso tenha essa informação)

Maria do Rosário Martins 2i

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Tese de Licenciatura - Anexos a21

Algumas perguntas sobre o que o seu filho/filha comeu ontem

Que dia da semana foi ontem? segunda-feira terça-feira quarta-feira quinta-feira sexta-feira

Relativamente ao pequeno-almoço

1. A que horas o seu filho/filha se levantou? h m

2. Tomou o pequeno-almoço? Sim Não Por volta de que horas? h m

3. Onde? _Casa _Escola _Confeitaria/café

Outro local Qual?

4. Com quem? _ Sozinho _ Família _Amigo(s)

Outro Quem?

Maria do Rosário Martins 2005/2006

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a22 Tese de Licenciatura - Anexos

5. O que comeu e/ou bebeu o seu filho no pequeno-almoço? (registe por favor os alimentos, quantidades*, veja a nota em baixo, e os modos de confecção)

Alimentos** Quantidade(s)* Modos de confecção

(*Quantidades: registe as quantidades em medidas caseiras ou porções: uma colher de sopa, meio prato, um copo, uma fatia. No caso da fruta refira se se trata de uma peça grande, pequena ou média...) ("Alimentos: refira sempre o que o seu filho bebeu independentemente do tipo de bebida, e no caso de leite e ou outros produtos indique se são magros, meio gordos ou gordos, caso tenha essa informação)

6. Se o seu filho/a não tomou pequeno-almoço qual foi a razão?

_ Não teve tempo _ Não é hábito _ Não gosta _ Não tem fome _ Em casa ninguém toma pequeno-almoço

Outra razão Qual?

Relativamente ao resto da manhã

1. Ontem, durante a manhã, o seu filho comeu e/ou bebeu alguma coisa?

Sim Não

2. Onde? _Casa _Escola _Confeitaria/ Café

Outro local Qual?

Maria do Rosário Martins 2005/2006

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Tese de Licenciatura - Anexos di&lO

3. O que comeu e/ou bebeu o seu filho ao longo da manhã? (registe por favor as horas dessas ingestões, os alimentos, quantidades*, veja a nota em baixo, e os modos de confecção)

Hora aproximada da ingestão

Alimentos Quantidade(s)* Modos de confecção

(*Quantidades: registe as quantidades em medidas caseiras ou porções: uma colher de sopa, meio prato, um copo, uma fatia. No caso da fruta refira se se trata de uma peça grande, pequena ou média.) ("Alimentos: refira sempre o que o seu filho bebeu independentemente do tipo de bebida, e no caso de leite e ou outros produtos indique se são magros, meio gordos ou gordos, caso tenha essa informação)

4. Se o seu filho/a não comeu mais nada durante a manhã qual foi a razão?

_ Não teve tempo _ Não é hábito _ Não gosta _ Não tem fome

Outra razão Qual?

Maria do Rosário Martins 2005/2006

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a24 Tese de Licenciatura - Anexos

Relativamente ao almoço

1. Ontem, o seu filho/a almoçou? Sim Não Por volta de que horas? h m

2.0nde? _Casa _Escola _Confeitaria/café/restaurante

Outro local Qual?

3. Com quem? _ Sozinho _ Família _Amigo(s)

Outro Quem?

Maria do Rosário Martins 2005/2006

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Tese de Licenciatura - Anexos 3ic0

4. O que o seu filho/a comeu e/ou bebeu ontem ao almoço? (registe por favor os alimentos, quantidades*, veja a nota em baixo, os modos de confecção, não se esqueça de referir bebidas e sobremesa)

Alimentos Quantidade(s)* Modos de confecção

(*Quantidades: registe as quantidades em medidas caseiras ou porções: uma colher de sopa, meio prato, um copo, uma fatia. No caso da fruta refira se se trata de uma peça grande, pequena ou média...) (**Alimentos: refira sempre o que o seu filho bebeu independentemente do tipo de bebida, e no caso de leite e ou outros produtos indique se são magros, meio gordos ou gordos, caso tenha essa informação)

5. Se o seu filho/a não almoçou qual foi a razão?

_ Não teve tempo _ Não é hábito _ Não gosta _ Não tem fome _ Em casa ninguém almoça

Outra razão Qual?

Relativamente ao resto da tarde

1. Ontem, durante a tarde, o seu filho comeu e/ou bebeu alguma coisa?

Sim Não

Maria do Rosário Martins 2005/2006

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a28 Tese de Licenciatura - Anexos

2. Onde? _Casa

Escola _Confeita ria/Café

Outro local Qual?

3. Com quem? _ Sozinho _ Família _ Amigo(s)

Outro Quem?

4. O que comeu e/ou bebeu o seu filho durante a tarde? (registe por favor a hora aproximada e o local de cada ingestão, os alimentos, quantidades*, veja a nota em baixo, e os modos de confecção).

Hora aproximada da ingestão

Local da ingestão Alimentos Quantidade(s)* Modos de

confecção

(*Quantidades: registe as quantidades em medidas caseiras ou porções: uma colher de sopa, meio prato, um copo, uma fatia. No caso da fruta refira se se trata de uma peça grande, pequena ou média...) (**Álimentos: refira sempre o que o seu filho bebeu independentemente do tipo de bebida, e no caso de leite e ou outros produtos indique se são magros, meio gordos ou gordos, caso tenha essa informação) 5. Se o seu filho/a não comeu mais nada durante a tarde qual foi a razão?

Não teve tempo _ Não é hábito _ Não gosta _ Não tem fome _ Em casa ninguém come nada a meio da tarde

Outra razão Qual?

Maria do Rosário Martins 2005/2006

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Tese de Licenciatura - Anexos

Relativamente ao jantar

1. O seu filho/a, ontem, jantou? Sim Não Por volta de que horas? h m

2.0nde? Casa

_Escola _Confeitaria/café/restaurante

Outro local Qual?

3. Com quem? _ Sozinho _ Família _Amigo(s)

Outro Quem?

;> Ri ■;■' -,:; • - ' 008

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azo Tese de Licenciatura - Anexos

4. O que o seu filho/a comeu e/ou bebeu ontem ao jantar? (registe por favor os alimentos, quantidades*, veja a nota em baixo, os modos de confecção, não se esqueça de referir bebidas e sobremesa)

Alimentos Quantidade(s)* Modos de confecção

(*Quantidades: registe as quantidades em medidas caseiras ou porções: uma colher de sopa, meio prato, um copo, uma fatia. No caso da fruta refira se se trata de uma peça grande, pequena ou média...) (**Alimentos: refira sempre o que o seu filho bebeu independentemente do tipo de bebida, e no caso de leite e ou outros produtos indique se são magros, meio gordos ou gordos, caso tenha essa informação)

5. Se o seu filho/a não jantou qual foi a razão?

_ Não teve tempo _ Não é hábito _ Não gosta _ Não tem fome _ Em casa ninguém janta

Outra razão Qual?

Relativamente ao resto da noite

1. Ontem, antes de se deitar o seu filho comeu e/ou bebeu alguma coisa?

Sim Não

Maria do Rosário Mar;

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Tese de Licenciatura - Anexos a29

2. Onde? Casa

_Confeitaria/Café/Restaurante Outro local Qual?

3. Com quem? _ Sozinho _ Família _Amigo(s)

Outro Quem?

4. O que comeu e/ou bebeu o seu filho à noite antes se deitar? (registe por favor a hora aproximada e o local de cada ingestão, os alimentos, quantidades*, veja a nota em baixo, e os modos de confecção)

Hora aproximada da ingestão

Local da ingestão Alimentos Quantidade(s)* Modos de

confecção

(*Quantidades: registe as quantidades em medidas caseiras ou porções: uma colher de sopa, meio prato, um copo, uma fatia. No caso da fruta refira se se trata de uma peça grande, pequena ou média...) ("Alimentos: refira sempre o que o seu filho bebeu independentemente do tipo de bebida, e no caso de leite e ou outros produtos indique se são magros, meio gordos ou gordos, caso tenha essa informação)

Maria do Rosário Martins 2005/2006

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»3Q Tese de Licenciatura - Anexos

5. Se o seu filho/a não comeu nada depois do jantar qual foi a razão?

_ Não teve tempo _ Não é hábito _ Não gosta _ Não tem fome _ Em casa ninguém come depois do jantar

Outra razão Qual?

Relat ivamente ao resto do dia

1. Para além de tudo o que mencionou atrás, ontem o seu filho/a ingeriu mais algum alimento ou bebida? (lembre-se de todos os t ipos de al imentos nomeadamente guloseimas, snacks, entre outros)

_ S i m _ Não

1.2. Se respondeu Sim. O quê? (faça, por favor, referência a todos o tipo de al imentos referindo as quant idades e o modo de confecção, se for caso disso)

2. Ainda relativamente ao dia de ontem, esse dia foi para o seu filho/a um dia habitual?

_ S i m _ Não

2.1 Se Não, porquê?

3. A que horas o seu filho/a se deitou ontem? h m

-lo Martins 2005/r

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Tese de Licenciatura - Anexos a31

Ainda relativamente à alimentação do seu filho:

Alimentos/bebidas Por dia Por semana Por mês

Nunca

6 ou mais

X

4-5 X

2-3 X

1 X

5-6 X

2-4 X

1 X

1-3 X

Nunca consome

Leite simples Fruta Leite achocolatado Sopa Refrigerantes (Coca-Cola , ice-tea...) Batata frita Pão Café Produtos hortícolas Bolachas Pizza Hamburger Cereais de pequeno-almoço Produtos de pastelaria (croissant, queque, bola de berlim) Queijo Massa Salgados (rissol, empada, folhado...) Bebidas alcoólicas Iogurte líquido Rebuçados, gomas Pastilhas elásticas Arroz Manteiga Iogurte sólido Barras de cereais Aperitivos salgados Carne Peixe Ovos Molhos comerciais Chocolates Vegetais Sumos naturais Donuts® Bolicao®/Chipicao®

Maria do Rosário Martins 2005/2006

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a32 Tese de Licenciatura - Anexos

Relativamente à prática de Actividade Física

1. Ontem, quantas horas o seu filho:

Viu televisão horas minutos Jogou computador horas minutos Jogou outro tipo de consola _horas minutos

2. Durante a semana (segunda a sexta-feira), quantas horas em média o seu filho passa a:

<2 horas 2-4 horas 4-8 horas >12 horas Ver televisão

Jogar computador Jogar outro

tipo de consola

3. O seu filho tem actividade física inserida no plano curricular?

Sim Quantas horas por semana? horas Não

4. Ontem o seu filho fez algum tipo de desporto fora da escola?

Sim Se sim, quanto tempo? horas min Não

5. O seu filho pratica habitualmente desporto fora da escola? Não_ Sim_ Se sim, preencha por favor a seguinte tabela:

(Indique na tabela abaixo o (s) tipo (s) de desporto (s) e assinale nas colunas seguintes com uma cruz o número aproximado de horas).

Tipo de desporto <2h/semana 2-4h/semana >4h/semana

6. Habitualmente, com que actividades o seu filho ocupa o tempo livre?

Maria do Rosário Martins 2005/7

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Tese de Licenciatura - Anexos a33

Cartas enviadas aos encarregados de educação após a conclusão do projecto

HOSPITAL DE S. JOÃO

Exmo. Encarregado de Educação

filho Desde jà agradecemos a sua colaboração e a participação do seu

„o Programa de Avaliação Nutricional c intervenção Comportamental desenvolvido

pela Unidade de Nutrição do Serviço de Pediatria da UAG - MC do Hospital de S João

E.P.E. em parceria com a Faculdade de Ciências da Nutrição e com a Escola.

Na sequência deste projecto, que como V. Exa. teve oportunidade de avaliar teve uma

forte vertente educativa, foi constatado, como pode observar peio documento anexo, que

o seu filho apresenta uma situação de obesidade. A obesidade pediátrica deve ser

prevenida ou tratada o mais precocemente possível de forma a garantir o sucesso bem

como a reduzir o risco de possíveis repercussões na saúde actual e futura.

Achamos importante que recorra ao seu médico/pediatra assistente no sentido de lhe

colocar a questão e ouvir a opinião. Ele será a pessoa mais capacitada para o ajudar bem

como ao seu filho. Não apresentando ainda critérios que justifiquem a orientação para

uma consulta de referência, desde já o informamos que existem consultas de obesidade

pediátrica no nosso Hospital, no Hospital de Crianças Maria Pia e no Hospital de Sto.

António. Quando da conversa com o seu médico / pediatra assistente ou quando da

solicitação de consulta de especialidade deverá ser portador ou fazer referência aos

valores constantes do documento de avaliação em anexo, e que caracterizam a

magnitude da obesidade do seu filho.

Atenciosamente

"Bra. Carla Rego ' Assistente Hospitalar Graduada de Pediatria

Consulta de Obesidade - Unidade de Nutrição / Serviço de Pediatria

Hospital de S. João E.P.E.

:o Rosário Martins 2005//

Page 92: Implementação de um Programa de Intervenção Alimentar ...€¦ · tornam-se cada vez mais frequentes entre crianças com peso excessivo (12). A prevalência de diabetes tipo 2

a34 Tese de Licenciatura - Anexos

«»f!8TÈftlO ÍÍA SAOftiï,

HOSPITAL DE S. JOÃO

Exmo. Encarregado de Educação

Desde já agradecemos a sua colaboração e a participação do seu filho

no Programa de Avaliação Nutricional e Intervenção Comportamental desenvolvido

pela Unidade de Nutrição do Serviço de Pediatria da UAG MC do Hospital de S.João

E.P.E. em parceria com a Faculdade de Ciências da Nutrição e com a Escola.

Na sequência deste projecto, que como V. Exa. teve oportunidade de avaliar teve uma

forte vertente educativa, foi constatado, como pode observar pelo documento anexo, que

o seu filho apresenta uma situação de excesso de peso o que significa risco de

obesidade. A obesidade pediátrica deve ser prevenida ou tratada o mais precocemente

possível de forma a garantir o sucesso bem como a reduzir o risco de possíveis

repercussões na saúde actual e fritura.

Achamos importante que recorra ao seu médico/pediatra assistente no sentido de lhe

colocar a questão e ouvir a opinião. Ele será a pessoa mats capacitada para o ajudar bem

como ao seu filho. Não apresentando ainda critérios que justifiquem a onentaçao para

uma consulta de referência, desde já o informamos que existem consultas de obesidade

pediátrica no nosso Hospital, no Hospital de Crianças Maria Pia e no Hospital de Sto.

António. Quando da conversa com o seu medico / pediatra assistente ou quando da

solicitação de consulta de especialidade deverá ser portador ou fazer referência aos

valores constantes do documento de avaliação em anexo, e que caracterizam a

magnitude da obesidade do seu filho.

Atenciosamente __

£^3^^9(¾. \> \ > \ -> Dptf€árla Rego

/'.Assistente Hospitalar Graduada de Pediatria

Consulta de Obesidade - Unidade de Nutrição / Serviço de Pediatria

Hospital de S. João E.P.E.

■no Martins 2005/2006