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IMPLEMENTAÇÃO METODOLÓGICA DO MODELO DE GOVERNANÇA DO CONHECIMENTO PARA A SUSTENTABILIDADE NO SENAI - SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL Geraldo Cardoso de Oliveira Neto (UNINOVE) [email protected] Dionísio Xavier da Silva (SENAI) [email protected] Oduvaldo Vendrametto (UNIP) [email protected] O presente artigo apresenta uma implementação metodológica do modelo de Governança do Conhecimento para a Sustentabilidade no SENAI, que mostra um caminho para a conscientização de uma grande parcela da população através da gestão escolar. Para isto, apresentar-se-á a gestão ambiental na busca da certificação NBR ISO 14001, a política da qualidade, a implementação estratégica da consciência ambiental, as vantagens ambientais mensuradas através da metodologia Wuppertal e o levantamento das vantagens econômicas através da redução de resíduos, o racionamento de água e energia, e as práticas de Sustentabilidade interna da escola disseminada em parceria com a sociedade. A implementação metodológica, em estudo de caso de origem exploratória na gestão escolar, alinhada com a sociedade, reflete as práticas ambientais, disseminando um tratamento bastante responsável e consciente da cidadania sobre a sustentabilidade, preservando a vida na Terra de maneira indefinida. Os resultados de se economizar (água, energia elétrica, papel sulfite e cobre), destinar resíduos adequadamente (óleo solúvel e óleo vegetal), estabelecer a coleta seletiva de papéis e plásticos, desenvolver ações sociais para a coleta de óleo vegetal e o plantio de árvores, são ganhos ambientais e econômicos para o SENAI-SP. Um aspecto importante é que nem todas as práticas ambientais visam vantagens econômicas. Palavras-chaves: Palavras-chave: Implementação da Governança do Conhecimento para a Sustentabilidade, Estratégia Ambiental para Instituição de Ensino. 5, 6 e 7 de Agosto de 2010 ISSN 1984-9354

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IMPLEMENTAÇÃO METODOLÓGICA

DO MODELO DE GOVERNANÇA DO

CONHECIMENTO PARA A

SUSTENTABILIDADE NO SENAI -

SERVIÇO NACIONAL DE

APRENDIZAGEM INDUSTRIAL

Geraldo Cardoso de Oliveira Neto (UNINOVE)

[email protected]

Dionísio Xavier da Silva (SENAI)

[email protected]

Oduvaldo Vendrametto (UNIP)

[email protected]

O presente artigo apresenta uma implementação metodológica do

modelo de Governança do Conhecimento para a Sustentabilidade no

SENAI, que mostra um caminho para a conscientização de uma grande

parcela da população através da gestão escolar. Para isto,

apresentar-se-á a gestão ambiental na busca da certificação NBR ISO

14001, a política da qualidade, a implementação estratégica da

consciência ambiental, as vantagens ambientais mensuradas através

da metodologia Wuppertal e o levantamento das vantagens econômicas

através da redução de resíduos, o racionamento de água e energia, e

as práticas de Sustentabilidade interna da escola disseminada em

parceria com a sociedade. A implementação metodológica, em estudo

de caso de origem exploratória na gestão escolar, alinhada com a

sociedade, reflete as práticas ambientais, disseminando um tratamento

bastante responsável e consciente da cidadania sobre a

sustentabilidade, preservando a vida na Terra de maneira indefinida.

Os resultados de se economizar (água, energia elétrica, papel sulfite e

cobre), destinar resíduos adequadamente (óleo solúvel e óleo vegetal),

estabelecer a coleta seletiva de papéis e plásticos, desenvolver ações

sociais para a coleta de óleo vegetal e o plantio de árvores, são ganhos

ambientais e econômicos para o SENAI-SP. Um aspecto importante é

que nem todas as práticas ambientais visam vantagens econômicas.

Palavras-chaves: Palavras-chave: Implementação da Governança do

Conhecimento para a Sustentabilidade, Estratégia Ambiental para

Instituição de Ensino.

5, 6 e 7 de Agosto de 2010

ISSN 1984-9354

VI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO Energia, Inovação, Tecnologia e Complexidade para a Gestão Sustentável

Niterói, RJ, Brasil, 5, 6 e 7 de agosto de 2010

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1. Introdução

Nas últimas décadas do século XX, surgiu uma preocupação de caráter amplo e geral

sobre a preservação da natureza. Essa preocupação veio à tona porque a revolução industrial,

a partir de 1760, que se consolidou na Inglaterra no século XIX, produzia bens em larga

escala sem a preocupação ambiental em um ciclo aberto. Especificamente na primeira e

segunda guerra mundial, prevaleciam objetivos isolados de cada país, muitas vezes para

estabelecer ou garantir monopólios econômicos. Não havia preocupação com resíduos e

poluição.

Principalmente após o último conflito mundial, surgiu uma avalanche de novos

materiais e produtos sem o mínimo de atenção com o ecossistema. Revolucionários em

termos econômicos, como alguns catalisadores especiais, provocaram mudanças radicais na

preservação ambiental. A geração de uma grande quantidade de materiais de difícil

degradação, como plásticos versáteis, borrachas, metais, compósitos não tinha um

planejamento de reuso ou de reciclagem para retardar seu retorno ao ambiente.

Os resultados econômicos aos olhos capitalistas foram excelentes. Entretanto, o

desgaste ambiental dos fatores ecológicos classificados em bióticos, que envolvem os seres

vivos, abióticos, representados pelo solo, água, ar e ainda pela pressão atmosférica,

temperatura vêm sofrendo transformações irreversíveis. Segundo Barbieri (2007), diversos

processos foram e continuam sendo desenvolvidos para capturar, tratar e dispor os poluentes,

bem como utilizar os recursos de forma mais eficiente.

Com esse intuito, como objetivo geral apresentar-se-á a metodologia do modelo de

Governança do Conhecimento para a Sustentabilidade implementada pela instituição de

ensino SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, a fim de conscientizar uma

grande parcela da população por meio da gestão escolar. Em específico, visa: classificar o

sistema produtivo do SENAI e implementar a estratégia da educação ambiental na busca da

certificação NBR ISO 14001; mostrar as vantagens econômicas obtidas na redução de

resíduos, racionamento de água e energia elétrica; disseminar as práticas ambientais do

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SENAI em parceria com a sociedade; mostrar as vantagens ambientais mensuradas através da

metodologia Wuppertal (2008).

2. Referencial teórico

2.1. A disseminação da educação ambiental na governança corporativa

empresarial e instituições de ensino

Neste tópico, apresentar-se-á a disseminação da educação ambiental na governança

corporativa rumo ao desenvolvimento sustentável nas empresas e instituições de ensino (IE).

IBGC (2006) define governança corporativa como um sistema pelo qual as sociedades são

dirigidas e monitoradas, envolvendo os relacionamentos entre acionistas/cotistas, conselho de

administração, diretoria, auditoria independente e conselho fiscal. As boas práticas de

governança corporativa têm a finalidade de aumentar o valor da sociedade, facilitar seu acesso

ao capital e contribuir para sua perenidade.

Segundo Tachizawa e Andrade (2008), a importância da gestão ambiental para o

desenvolvimento sustentável se iniciou através da Comissão Mundial do Ambiente e

Desenvolvimento (Comissão Brundland em 1987) na qual apresentou uma carta empresarial

que enfatiza a necessidade de partilhar o entendimento comum e não conflituoso entre

desenvolvimento econômico e proteção ambiental, tanto para o momento presente quanto

para as gerações futuras.

Veiga (2005) apud Sachs considera que a abordagem fundamentada na harmonização

de objetivos sociais, ambientais e econômicos, é primeiramente chamada de eco

desenvolvimento e depois de desenvolvimento sustentável, e que não se alterou

substancialmente nos vinte anos em que separam as conferências de Estolcomo e do Rio.

Porém, acredita-se que permanece válida na recomendação de objetivos específicos para oito

das suas dimensões: social, cultural, ecológica, ambiental, territorial, econômica, política

nacional e política internacional. Oliveira Neto et.al (2008) complementa que no processo de

Crescimento Econômico é preciso investir na Sustentabilidade, pois o crescimento é de valor

quantitativo e de maneira contínua (quanto mais tem mais quer), já a Sustentabilidade provém

de qualidade, voltada à realidade física com controle nas fontes da emissão de resíduos,

reciclando-os dentro das empresas e transferindo o capital recebido para os cuidados com o

meio ambiente focado nas gerações futuras.

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Segundo Barbieri (2007), a Gestão Ambiental visa implementar diretrizes desde o

planejamento, alocação de recursos e controle, a fim de obter efeitos positivos sobre o meio

ambiente, quer reduzindo quer eliminado os danos causados pelas ações humanas.

Barbieri e Cajazeira (2009) mencionam que a evolução da gestão ambiental

empresarial alinhada à estratégia da empresa seguiu caminho similar ao da qualidade. A

pressão exercida pelas legislações ambientais, para tornar as leis mais rigorosas e sua

fiscalização mais efetiva, fez com que as empresas passassem a controlar a poluição, mas não

são somente por pressões externas que essa área caminhou. Muitas empresas, entidades e

instituições de ensino estão formulando propostas de gestão ambiental coerentes com os

objetivos do desenvolvimento sustentável, criando para isso modelos de gestão.

Segundo Tachizawa e Andrade (2008), há uma crescente sensibilização das

instituições educacionais para práticas de estratégias ambientais, nas quais as principais são de

desenvolvimento de projetos sociais em meio ambiente que objetiva a educação ambiental.

A Educação Ambiental está garantida pela Constituição da República Federativa do

Brasil de 1988. O artigo 225 diz que cabe ao Poder Público promover a educação ambiental

em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio

ambiente. A Educação Ambiental sozinha não é suficiente para resolver os problemas

ambientais, mas é condição indispensável para tanto.

Tachizawa e Andrade (2008) revelam sobre a crescente necessidade de maior

disseminação da educação ambiental nas instituições de ensino e sugere algumas estratégias:

1) desenvolver programas de integração com a comunidade com a participação dos alunos; 2)

firmar convênios em redes, visando programas conjuntos; 3) incentivar e sensibilizar o corpo

docente e discente além de todos os pertencentes da gestão escolar; 4) estabelecer reuniões,

nas quais professores, alunos e grupo escolar estabeleceriam um canal de comunicação e

subsidiariam a gestão estratégica; 5) consolidar parcerias com fornecedores de tecnologia e

equipamentos na área educacional.

Barbieri (2007) assevera que a educação ambiental deve estimular as pessoas a serem

portadoras de soluções e não apenas de denúncias, embora estas devam ser as primeiras

atitudes diante dos desmandos socioambientais. Deve também produzir mudanças nas suas

próprias condutas, modificando, por exemplo, seus hábitos de consumo.

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Conforme Tachizawa e Andrade (2008), um exemplo de estratégia de gestão

ambiental é o projeto recicle: a vida se renova, apoiado pela associação de ex-alunos de

administração de empresas da Fundação Getúlio Vargas – FGV que visa: a inclusão social,

econômica e cultural dos catadores de lixos através do acesso à educação, o incentivo a ações

de tratamento, coleta seletiva e reciclagem de materiais, preservação ambiental e

desenvolvimento de atividades educativas.

Mas os objetivos de várias empresas e (IE), inclusive o SENAI, é a disseminação de

práticas ambientais para a gestão escolar, discentes e comunidade e, como conseqüência,

conquistar a certificação ISO 14001. A normalização ISO 14000, segundo Carvalho e

Paladini (2005), tem por objetivo equilibrar a proteção ambiental e a prevenção da poluição

com as necessidades socioeconômicas da população. Segundo a NBR ISO 14001:2000

(2003), meio ambiente é conceituado como: a circunvizinhança em que a organização opera,

incluindo ar, água, solo, recursos naturais, flora, fauna, seres humanos e suas inter-relações; a

preocupação da organização com os aspectos e impactos ambientais de qualquer modificação

do meio ambiente, tendo como responsabilidade o comprometimento da alta gerência e todos

os empregados, promover treinamentos, conscientização, competências com uma

comunicação ao pessoal envolvido, e assegurar o fornecimento de um nível apropriado de

recursos para garantir a implementação e manutenção do sistema de gestão ambiental.

Portanto, na atualidade, devido ao crescimento econômico acelerado e descontrolado,

gerou-se degradação ambiental, sendo assim, é imprescindível que os empresários, reitores

universitários, diretores escolares, entre outros que estão na alta direção, implementem gestão

ambiental na governança corporativa para disseminação de conhecimento, iniciando no

planejamento, alocação de recursos e controle. Muitas empresas e IE buscam criar modelos de

gestão para essa prática emergente, com os quais visam: participação assídua, sensibilização e

motivação dos envolvidos, estabelecer convênios e parcerias. As pessoas não devem somente

fornecer críticas, o ideal é as pessoas consigam transformá-las em soluções. Outro aspecto

importante é utilizar a certificação ISO 14000 para melhorias na realidade física, isto é,

realmente reduzir a poluição por meio de práticas ambientais, infelizmente o que se percebe é

somente o foco em ganhos econômicos. De acordo com o SENAI (2003) a implementação

real de práticas ambientais intrínsecos a certificação resultam em vantagens ambientais e

econômicas.

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2.2. Metodologia para implementação do modelo de Governança do

Conhecimento para a Sustentabilidade para IE

Conforme Oliveira Neto et.al, (2009), a metodologia para a implementação da

Governança do Conhecimento para a Sustentabilidade (GCS) para IE requer participação,

diagnóstico, reflexão e ação, traduzem compromissos que exigem aprendizagens de

processos, enfatizando o conhecimento crítico para incorporar uma nova visão do mundo,

onde todos os fenômenos sociais, culturais e econômicos são tratados em suas relações de

interdependência, nas quais a educação assume o seu papel político e social.

Na Figura 1, apresenta-se um modelo de GCS para IE. Ele parte do direcionamento

estratégico que visa disseminar cinco aspectos: 1) Princípios, capacitando a uma base ética

para a formação de disseminadores do conhecimento; 2) Propósito de treiná-los; 3) Poder para

delegar com clareza para responsabilizar a equipe; 4) Processos para gerenciamento, incluem,

planejamento, alocação de recursos e mensuração de desempenho; e 5) Práticas, objetivando

comprometimento dos envolvidos. Uma sugestão é utilizar os quatro pilares da educação

segundo a Unesco (2005), que consistem em aprender a conhecer: aprender com qualidade,

sabendo utilizar seus conhecimentos quando necessário; aprender a fazer: propiciar ao

educando colocar em prática os conhecimentos aprendidos; aprender a viver junto: no

relacionamento em grupo e no desenvolvimento de projetos coletivos; aprender a ser: agir

com autonomia, crítica e criatividade.

O modelo de gestão propõe uma maneira particular de como a organização pode

implementar a GCS fornecendo, através de um processo estruturado, subsídios para atingir

melhorias no âmbito social e ambiental, cujo ritmo e amplitude são determinados pela nova

diretriz e tem como base a agenda 21(Eco/Rio92). Esta constitui um plano de ação de

abrangência mundial para transformar o modelo de desenvolvimento atual, baseada na

exploração ilimitada de recursos naturais – que são limitados – em um modelo de

desenvolvimento sustentável, isto é, que satisfaçam as necessidades das gerações atuais sem

comprometer a capacidade de sobrevivência das gerações futuras.

Oliveira Neto et.al (2009) menciona que, para a implementação de um planejamento

estratégico, desenvolveu-se um cronograma para a disseminação da consciência ambiental

para IE, fundamentado na Agenda 21 (2006) e Gadotti (2000) em sete fases: 1) Apresentar,

informar e sensibilizar o grupo da IE pelo corpo diretivo da instituição; 2) Priorizar a

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realidade e necessidades mais urgentes da universidade e de seu ambiente mais próximo; 3)

motivar o corpo docente e discente, demais funcionários, coordenadores, reitoria e diretório

acadêmico e o seu entorno; 4) Reflexão sobre a filosofia ambiental da IE, a fim de eliminar a

reatividade e se voltar às reais necessidades, com um pensamento uníssono nas gerações

futuras; 5) Diagnosticar os problemas sócio-ambiental; 6) Agir, a fim de priorizar os

problemas mais urgentes e passíveis de encaminhamentos; 7) Acompanhar e avaliar a

implementação para melhorias contínuas.

Figura 1 - Modelo de Governança do Conhecimento para a Sustentabilidade para IE (Fonte: Oliveira

Neto et.al, 2009)

3. Exemplo de aplicação

3.1. Apresentação da IE e classificação do sistema produtivo

O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI foi criado em 1942, por

iniciativa do empresariado do setor. A IE procura estar sempre em sintonia com novas

práticas de trabalho, a escola considera que na atualidade a maior preocupação do sistema

produtivo das empresas é reduzir a poluição, para isso, precisam-se implementar práticas e

princípios ambientais na governança, a fim de disseminar conhecimento para o educando,

indústrias e comunidade e, em consequência, conquistar a certificação ISO 14000. Oliveira

Neto et.al (2009) relata que convergir desenvolvimento econômico e sustentabilidade tornou-

se uma questão paradigmática, por intensificar no pensamento dos empresários a preocupação

com as gerações futuras e busca manter a vida na terra de forma indefinida através de

princípios que visem a reciclagem, a produção mais limpa, o ciclo fechado. Ambos buscam

reduzir a poluição no processo produtivo. Kuhn (1962) destaca o conceito de paradigma como

uma espécie de “teoria ampliada”, formada por leis, conceitos, modelos, analogias, valores e

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regras para a avaliação de teorias e formulação de problemas. Tais paradigmas orientam a

pesquisa científica por meio das revoluções científicas, nas quais novos fenômenos são

descobertos, conhecimentos antigos são abandonados ou adaptados.

O sistema de produção do conhecimento da IE é classificado em: manufatura em

massa por atribuir cursos de qualificação profissional em giro contínuo. Segundo Godinho

(2004), geralmente opera com alto volume de produção, sem nenhuma ou baixa diferenciação.

Outra característica do sistema produtivo da IE está no desenvolvimento de treinamentos e

cursos sob encomenda, Godinho (2004) relata que na manufatura customizada os níveis de

repetitividade são baixos e a produção ou desenvolvimento de produtos é sob encomenda.

3.2. Métodos da pesquisa

3.2.1. Caracterização da pesquisa

Os dados foram coletados de maneira exploratória com método de estudo de caso in

locus. Segundo Gil (2002), a pesquisa exploratória desenvolve: (a) levantamento

bibliográfico; (b) levantamento de dados técnicos sobre o estudo pesquisado; (c) análise e

apresentação de exemplos que estimulem a compreensão. Em relação à natureza

metodológica, Oliveira (1999) enfatiza que existem duas tipologias básicas: a quantitativa e a

qualitativa. O método do estudo de caso, segundo Fachin (2003), é caracterizado por ser um

estudo no local, leva-se em consideração, principalmente, a compreensão, como um todo, do

assunto investigado. Para avaliar as vantagens ambientais será utilizada a metodologia de

Intensidade de Material. A seguir, uma breve descrição desta última ferramenta.

3.2.2. Avaliação de Intensidade de Material

O método, desenvolvido pelo Instituto Wuppertal, pode avaliar as mudanças

ambientais associadas à extração de recursos de seus ecossistemas naturais. Desta forma, para

suprir com um fluxo de material um sistema, uma quantidade maior de material foi

previamente processada em vários compartimentos ambientais. Os compartimentos são

classificados em: abiótico, biótico, água e ar. A quantidade total de material de cada

compartimento que foi processado para suprir um dado material denomina-se Intensidade de

Material. Para determinar a Intensidade de Material, o fluxo de entrada de massa (expresso

nas unidades correspondentes) é multiplicado pelo fator MIF (mass intensity factors) que

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corresponde à quantidade de matéria necessária para produzir uma unidade de fluxo de

entrada. Os valores de MIF usados no presente trabalho estão na Tabela 1.

Fatores de Intensidade de Material

Material abiótico Material biótico Água Ar

Água 0,01 1,3 0,001

Papel Sulfite 4,38 2,64 185,2 0,655

Energia elétrica 4,70 83,10 0,600

Cobre 179,07 236,39 1,16

Óleo Solúvel 1,36 9,4 0,019

Plástico 6,45 294,2 3,723

Papel 0,30 0,22 24,9 0,070

Óleo vegetal 1,22 9,26 0,056

Tabela 1 - Fatores de Intensidade de Material usados no presente trabalho ( a dados da Europa, Alemanha)

4. Resultados e discussão

4.1. Gestão da Qualidade e Meio Ambiente SENAI-SP

O Sistema de Gestão da Qualidade e Meio Ambiente do SENAI – SP visa:

I. Melhoria Contínua – visa melhorar continuamente a desempenho do processo educacional

com base nas variáveis de controle estabelecidas. A meta corporativa é obter, anualmente,

taxa de crescimento de, no mínimo, 80% das variáveis de controle estabelecidas.

II. Controle da poluição e destinação de resíduos – objetiva controlar o volume de resíduos

gerados no SENAI-SP. As metas corporativas visam redução do volume dos resíduos

perigosos gerados, redução do consumo ou substituição de produtos com substâncias

restritivas, por materiais alternativos e coleta seletiva, reciclagem e descarte adequado.

III. Controle do Consumo dos recursos naturais – visa reduzir o uso de recursos naturais

em níveis aceitáveis conforme processos da organização. A meta corporativa objetiva manter

e aprimorar o programa para o controle e a manutenção do consumo de recursos naturais.

IV. Prevenção de acidentes de trabalho – objetiva reduzir o número de acidentes do

trabalho, com afastamento envolvendo funcionários, alunos e terceiros. As metas corporativas

são: reduzir em 10%, em relação ao ano anterior, o número de acidentes de trabalho, com

afastamento e no ano vigente realizar, no mínimo, 20% das ações previstas no Programa de

Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA).

V. Foco no cliente – visa melhorar continuamente o atendimento ao cliente. As metas

corporativas objetivam manter o índice médio de satisfação do cliente acima de 90% e tratar

100% das reclamações de clientes registradas no ano.

VI. Desenvolvimento de Recursos Humanos – objetiva promover a capacitação e

atualização dos funcionários de atendimento ao Programa de Desenvolvimento de Pessoal. A

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meta corporativa visa obter, até dezembro de 2011, um índice médio de capacitação de

recursos humanos superior a 40 horas de funcionário treinado sobre práticas ambientais.

4.2. Implementação metodológica do modelo de GCS no SENAI-SP

Na primeira fase de apresentação, visa informar e sensibilizar o grupo da IE,

representada pela reitoria, coordenação, corpo docente e outros profissionais envolvidos na

IE. Nessa fase foi apresentado o planejamento para o grupo da IE que sustenta a

implementação da governança do conhecimento para a sustentabilidade. Para estabelecer essa

fase de apresentação e sensibilização para a política de consciência ambiental, foram

necessárias diversas palestras envolvendo alunos, professores e demais colaboradores da IE.

As palestras ocorreram juntamente com as reuniões pedagógicas. Os objetivos principais do

SENAI para a conquista da certificação ISO 14000 (Figura 2) são:

1. Aspectos ambientais - A organização deve estabelecer, implementar e manter

procedimento(s) para: Identificar os aspectos ambientais de suas atividades, produtos e

serviços que a organização possa controlar e aqueles os quais possa influenciar (produtos e

serviços novos ou modificados) e determinar os aspectos que tenham ou possam ter impactos

significativos sobre o meio ambiente (p.ex., aspectos ambientais significativos).

Assim a organização deve documentar essas informações e mantê-las atualizadas,

assegurar que os aspectos ambientais significativos sejam levados em consideração no

estabelecimento, implementação e manutenção de seu Sistema de gestão da qualidade.

2. Requisitos legais e outros - A organização deve estabelecer, implementar e manter

procedimento(s) para: a) identificar e ter acesso a requisitos legais aplicáveis e a outros

requisitos subscritos relacionados aos seus aspectos ambientais, b) determinar como esses

requisitos se aplicam aos seus aspectos ambientais.

3. Objetivos, metas e programa(s), com isso a organização deve: estabelecer,

implementar, manter objetivos e metas ambientais documentados, nas funções e níveis

relevantes, os objetivos e metas devem ser mensuráveis. Ao estabelecer e analisar seus

objetivos e metas, uma organização deve considerar: os requisitos legais e outros

significativos e suas opções tecnológicas, seus requisitos financeiros, operacionais, comerciais

e a visão das partes interessadas.

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Figura 2 – Fluxograma de ação à busca da certificação ISO 14000 (Fonte: autores)

A segunda fase visa priorizar a realidade e necessidades mais urgentes da IE, a fim de

conquistar a certificação ISO 14000. Após disseminar o planejamento entre os envolvidos

desenvolveu-se um cronograma das necessidades mais urgentes da escola, conforme Quadro

1. As atividades 3 e 7 foram priorizadas, assim formaram-se equipes para identificar e

atualizar os aspectos e impactos dos processos envolvidos na implementação da GCS.

Também buscou-se desde o início implementar a sistemática focada na ISO 14000,

desenvolvendo normas e instruções internas. Para essa atividade foi necessário selecionar

empresas terceirizadas para a coleta do lixo, reciclagem de metais e reutilização de óleo

solúvel e vegetal, e exigiu-se um controle do terceiro aos materiais enviados. Outro aspecto

relevante é sobre a atividade 13, que nomeou dois funcionários para a análise crítica, porém,

na primeira reunião, não havia nenhuma verificação, assim registrou-se uma não

conformidade interna.

Quadro 1 – Cronograma das necessidades mais urgentes do SENAI (Fonte: autores)

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A terceira fase objetiva motivar, sensibilizar e conscientizar para práticas ambientais,

que compreende a informação, sensibilização, compromisso e participação do conjunto

educativo que compõe a escola – corpo docente e discente, demais funcionários,

coordenadores, reitoria e diretório acadêmico – e o seu entorno, considerando parcerias com

Sociedades Amigos do Bairro, ONGs (Organizações Não-Governamentais) etc. É

necessário o comprometimento e a participação de todos, e analisar as urgências e riscos

ambientais e sociais que ameaçam não só o bairro e a cidade, mas a saúde humana e a vida no

planeta de forma global. Oliveira Neto et.al (2009) relata que a implantação da GCS permite

um exercício dinâmico de uma verdadeira cultura participativa, ampliando seus projetos para

fora dos muros da escola e trazendo o conhecimento da comunidade para dentro dela.

A motivação dos grupos foi planejada utilizando-se de recursos multimídia, tais como

filmes, slides etc, abordando questões ambientas de uma maneira geral.

Os treinamentos realizados até o momento deram prioridade para aquelas pessoas que

estão envolvidas diretamente no processo de certificação ISO 14000 e que estão responsáveis

em repassar para a comunidade escolar todas as informações pertinentes ao SGA (Sistema de

Gestão Ambiental) e disseminação da GCS. O SENAI-SP tem como objetivo receber a

certificação ambiental para todas as unidades escolares do Estado de São Paulo e, para isso,

vem trabalhando com afinco visando o cumprimento destas metas. As metas para

sensibilização e conscientização à ação são:

1) Competência, treinamento e conscientização - A organização deve assegurar que a

pessoa que, para ela ou em seu nome, realize tarefas que tenham o potencial de causar

impacto(s) ambiental(is) significativo(s) identificados pela organização, seja competente com

base em formação apropriada, treinamento ou experiência, devendo reter os registros

associados. Com a organização precisa prover treinamento ou tomar alguma ação para atender

às necessidades, manter os registros e estabelecer, implementar e manter procedimento(s) para

fazer com que as pessoas que trabalhem para ela ou em seu nome estejam conscientes:

a) da importância de se estar em conformidade com a política ambiental e com os requisitos;

b) dos aspectos ambientais significativos e respectivos impactos reais ou potenciais

associados ao seu trabalho;

c) de suas funções e responsabilidades em atingir a conformidade com o SGA;

d) das potenciais consequências de inobservância.

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Dessa forma, o SENAI dissemina primeiramente para os membros internos na GCS,

que têm participado de cursos ministrados nos períodos de recesso escolar. Os cursos são:

Educação Ambiental, seguido por Gestão Ambiental, Gestão de Resíduos, Gestão Master I,

Auditor Interno SGA e chegando a alguns casos ao Auditor Líder. Estes cursos são

ministrados semestralmente e envolvem, simultaneamente, dezenas de escolas espalhadas por

todo o Estado. Os cursos visam aprimorar conhecimentos na área de gestão ambiental

intrínsecos à gestão escolar, objetivando formar disseminadores desses conhecimentos para os

discentes ou aprendizes que, com maior aderência, multiplicam para os familiares e

comunidade, que são esclarecidos a seguir.

2) Comunicação - Com relação aos seus aspectos ambientais e ao GCS, a organização

deve estabelecer procedimento(s) para: a comunicação interna entre os vários níveis e funções

da organização e recebimento, documentação e resposta a comunicações pertinentes oriundas

de partes interessadas externas. Assim o SENAI decidiu integrar-se à comunicação com os

alunos, comunidade e organizações não governamentais sobre seus aspectos ambientais.

A participação dos alunos se faz através de atividades interativas, campanhas de

coletas seletivas, palestras, filmes, exposições, abordagem em sala de aula de forma a cumprir

o que está previsto no Plano de Ensino. A sociedade tem acesso às informações relativas à

Gestão Ambiental da escola através do repasse por parte dos alunos e colaboradores aos seus

amigos e familiares, como ocorreu recentemente na campanha de redução do consumo de

água, onde foram distribuídos milhares de redutores de água (peça plástica desenvolvido por

uma aluna do curso de plástico da Escola SENAI “Mário Amato” em São Bernardo do Campo

– SP).

A participação de organizações não governamentais na unidade escolar até o momento

tem sido insignificante, apesar de algumas escolas já manterem parceria com algumas ONG’s,

como por exemplo, a retirada de sucatas que são geradas no ambiente escolar (coleta de lixo).

Conforme a revista Consumidor Moderno de julho de 2007, a solução, é consenso, está na

busca de sustentabilidade, que será alcançada com a mudança de comportamento, geração e

utilização de tecnologias, fontes de energia limpas e novos hábitos de consumo e contenção

de queimadas, entre outras iniciativas que envolverão a soma de esforços de governos,

empresas e cidadãos.

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Na quarta fase busca-se reflexão: É necessário repensar a filosofia ambiental da IE a

fim de eliminar a reatividade e se voltar às reais necessidades, com um pensamento uníssono

nas gerações futuras. Segundo Lopes (2009), o maior desafio está posto na 15ª conferência da

convenção-Quadro das nações unidas sobre as mudanças climáticas (COP15), realizada em

dezembro, em Copenhague. Diz respeito não só à definição de um acordo global para a

redução das emissões de gases de efeito estufa, mas também aos novos padrões de produção e

consumo. Antes mesmo da conferência em outubro, a Federação das Indústrias do Estado de

São Paulo (FIESP) proprietária do (SENAI) revela a aderência ao (COP15). “O que está

sendo discutido é uma questão de economia mundial, o comércio internacional futuro. O fato

de termos uma matriz limpa, que é essencialmente hidrelétrica, é uma vantagem competitiva.

O grande desafio é transformá-la em vantagem competitiva, conferindo aos nossos processos

e produtos um diferencial” afirma Nelson Pereira dos Reis, diretor do Departamento de Meio

Ambiente da FIESP.

Continuando, Lopes (2009) menciona que diante desse desafio o caminho é mensurar

a intensidade da redução da poluição nos setores administrados pela FIESP, e incentivar o

grupo escolar, os discentes, a comunidade e os empresários a rever o processo de pesquisa e

desenvolvimento, ajudando a consolidar novos padrões produtivos e de consumo. Trata-se de

uma implementação da política e filosofia ambiental na governança corporativa.

A Política da Qualidade e Meio Ambiente do SENAI-SP visa o cumprimento da sua

missão, promete contínuo aprimoramento dos serviços educacionais, tecnológicos,

direcionando os esforços para: atender à legislação aplicável aos seus produtos e serviços,

preservação do meio ambiente por meio da prevenção da poluição e do uso consciente de

recursos, manutenção de ambientes de trabalho adequados e seguros, atendimento às

necessidades e expectativas dos clientes e desenvolvimento contínuo dos recursos humanos.

Segundo as diretrizes do SENAI-SP já foram certificadas pela ISO 14000 oito

instituições escolares é já foram iniciados o segundo grupo de escolas para a implementação

da Gestão Ambiental, dentre elas, a 1.12 SENAI “Ary Torres”. Serão mais de vinte novas

escolas fazendo parte do projeto, as quais estarão recebendo as devidas orientações por meio

dos técnicos das primeiras oito escolas participantes do processo. A meta é certificar todas as

unidades do SENAI-SP até 2011. A NBR ISO 14001: 2004 tem a finalidade geral de

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equilibrar a proteção ambiental e a prevenção da poluição com as necessidades sócio-

econômicas.

A quinta fase consiste em levantar um diagnóstico e estabelecer um planejamento

ambiental. No Quadro 2 mostra-se o planejamento estratégico de qualidade e meio ambiente,

percebe-se que há um diagnóstico, isto é, um plano de ação – metas corporativas e os

indicadores de desempenho, esse foi desenvolvido na sede (FIESP) e objetiva que todas as IE

do SENAI criem o seu. Esse será esclarecido na próxima fase.

Quadro 2 - Plano de gestão da qualidade e meio ambiente do SENAI desenvolvido na sede

Na sexta fase objetiva a ação: Após levantar o diagnóstico é necessário gerar,

formalizar, elaborar e desenvolver planos de ação – fruto de análises, discussões e os

consensos possíveis – para priorizar os problemas mais urgentes e passíveis de

encaminhamentos.

O SENAI dividiu o plano de ação em quatro aspectos: 1) Redução de Consumo

interno - água, energia elétrica e papel sulfite; 2) Destinação de Resíduos gerados nas aulas -

de cobre e óleo solúvel gerados nas aulas de eletricidade e usinagem; 3) Coleta Seletiva de

papéis e plásticos; 4) Campanhas sociais e ações comunitárias - descartar corretamente o óleo

de cozinha e a incentivar o plantio de árvores.

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No primeiro aspecto (Tabela 2), objetiva a redução de consumo interno de água,

energia elétrica e papel sulfite.

Sobre a redução do consumo de água, em 84 m³ do primeiro semestre de 2009 para o

segundo semestre de 2009, a escola SENAI de São Bernardo do Campo, através do trabalho

de conclusão de cursos de um grupo de alunos, desenvolveu um redutor de vazão de água,

produzido em material plástico que é adaptado na torneira e que reduz a vazão em até 60%.

Estes redutores estão sendo distribuídos para todas as escolas SENAI do Estado de São Paulo.

Na nossa unidade, foram instalados em todas as torneiras, além de distribuirmos para todos os

alunos, incentivando a redução no consumo de água a toda a comunidade escolar, atingindo

assim, um público superior a 12000 pessoas. Além disso, desenvolvem-se constantemente

campanhas educativas com relação ao uso racional da água, visando à conscientização, por

parte dos alunos e demais colaboradores, sobre a preservação dos recursos naturais. Quanto à

medição no lençol freático, até o momento foi feita apenas uma análise do solo para conhecer

o nível de contaminação presente, porém os resultados mostraram que o solo nas

dependências da escola encontra-se em condições satisfatórias, não necessitando assim

qualquer intervenção por parte da Equipe Escolar ou por órgãos responsáveis.

Sobre a redução do consumo de energia, 18.000 KWH por mês, ocorreu devido à

substituição das luminárias da oficina de panificação e confeitaria, que antes eram luminárias

de 4 lâmpadas fluorescentes de 40W cada e passou a ser de 2 lâmpadas de 32W cada. Com

isso, aumentou-se o nível de iluminação e obtivemos uma economia de energia elétrica em

torno de 60%, o consumo com iluminação é de 30.000 KWH por mês, com essa redução

passou a gastar 12.000 KWH por mês, já que as luminárias possuem reatores eletrônicos de

alto rendimento. Além disso, a GCS dissemina, constantemente, campanhas educativas com

relação ao uso racional da energia elétrica, visando à conscientização, por parte dos alunos e

demais colaboradores, sobre a preservação dos recursos naturais, e em especial a energia

elétrica.

O consumo de papel na escola (papéis utilizados na administração (200 kg) somada

aos papéis utilizados para a comercialização na elaboração de contratos e divulgação de

cursos (534 Kg)), no primeiro semestre de 2009 era de 734 kg. Algumas ações têm sido

tomadas na administração escolar, tais como a substituição de alguns documentos que antes

eram arquivados fisicamente e passaram a ser armazenados em forma digital aumentando a

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comunicação via e-mail, obtendo-se uma economia de 50% de papel sulfite, reduzindo o

consumo para 634 Kg por mês no segundo semestre.

Redução de consumo 1º semestre de 2009 2º semestre de 2009 Ganhos

Consumo de água m³ 1753 1669 84 M³

Custo em R$ 23.194,00 18.983, 00 R$ 4.211,00

Consumo de papel sulfite kg 734 634 100 Kg

Custo em R$ 2.664,00 2.301,06 R$ 362, 95

Consumo de energia elétrica KWH 195669 177699 17970 kWh

Custo em R$ 59.143,00 58.640,00 R$ 503,00

Tabela 2 – Ganhos no consumo interno de água, energia elétrica e papel sulfite. (elaborado pelos autores)

No primeiro aspecto (Tabela 3) objetiva-se a destinação de Resíduos gerados nas aulas

- de cobre e óleo solúvel gerados nas aulas de eletricidade e usinagem.

Na aula de eletricidade a escola utiliza fio de cobre para a montagem dos comandos

elétricos que, por sua vez, são reciclados por uma empresa especializada. Já foram retirados

458 Kg no ano de 2009.

No processo produtivo, específico da usinagem, é utilizado óleo solúvel que, após um

tempo de uso torna-s obsoleto e necessita de descarte adequado. No ano de 2009 foram

descartados 310 Kg para uma empresa especializada que, simbolicamente, ofereceu R$ 50,00

para ajudar na Associação de Pais e Mestres (APM).

Destinação de resíduos 1º semestre de 2009 2º semestre de 2009 Somatório Ganhos R$

Cobre Kg 205 253 458 Kg 8243,80

Óleo Solúvel Litros 110 200 310 L 50,00

Resíduos coletados 1º semestre de 2009 2º semestre de 2009 Somatório Ganhos R$

Plástico Kg 95 100 195 Kg 50,00

Papel Kg 287 316 603 Kg 50,00

Óleo vegetal Litros 27 103 130 L 10,00

Ação comunitária 1º semestre de 2009 2º semestre de 2009 Somatório Ganhos R$

Plantio de pau-brasil Unidade 0 5 5 Unid. 0

Tabela 3 – Destinação de Resíduos gerados nas aulas, resíduos coletados e ação comunitária (elaborado

pelos autores)

No segundo aspecto (Tabela 3) a escola aderiu à coleta seletiva, no ano de 2009

enviou 195 Kg de plástico e 603 Kg de papel, tendo o retorno simbólico de R$ 100,00 para

ajudar na Associação de Pais e Mestres (APM). Também a IE está empenhada na coleta do

óleo vegetal utilizado nas residências dos alunos e colaboradores, através de uma parceria

com a empresa BIOAUTO, que utiliza o óleo no processo de fabricação de biodiesel.

Conscientizamos a todos sobre a importância de não jogarem o óleo usado no esgoto comum,

devido ao seu alto poder de contaminação da água e destruição de espécies aquáticas através

da retirada do oxigênio da água. No ano de 2009 foram enviados para a empresa especializada

130 litros. A empresa ofereceu, simbolicamente, R$ 10,00 para ajudar na Associação de Pais

e Mestres (APM).

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No terceiro aspecto (Tabela 3) objetiva-se incentivar as campanhas sociais e ações

comunitárias através de plantio de árvores. A equipe do NPAQA (Núcleo de Prevenção de

Acidentes e Qualidade Ambiental), juntamente com alguns alunos, ganhadores do prêmio

destinado àqueles que tiveram os melhores resultados na campanha de redução do consumo

de água, através do uso de redutores de vazão, foram até uma fazenda localizada no município

de Porto Feliz, no Estado de São Paulo, e fizeram o plantio de 5 mudas de pau-brasil em 200

m², dando assim o início de uma campanha para conservação e recuperação da mata nativa. A

ideia é envolver a comunidade escolar como um todo nesse trabalho, cujo objetivo é preservar

e recuperar a fauna e a flora em diversas localidades, além dessa campanha.

Na sétima fase inicia-se a avaliação: Visa acompanhar e avaliar as mudanças, a fim de

elaborar instrumentos de acompanhamento e avaliação permanentes, durante todo o processo

de conscientização da GCS, com o propósito de recolher informações, interpretá-las,

construírem coletivamente indicadores e fazer os ajustes necessários. O que mudou, o que

ainda temos por realizar, experiências, amadurecimento do coletivo, solidariedade, confiança,

dificuldades superadas e a superar; ideias para o futuro.

A IE SENAI-SP objetiva avaliar o controle dos documentos e o controle operacional, a

fim de desenvolver monitoração e medição.

1) Controle de Documentos - Os documentos requeridos pelo SGA e por esta Norma

devem ser controlados. A organização deve estabelecer, implementar e manter

procedimento(s) para: a) aprovar documentos quanto à sua adequação antes de seu uso; b)

analisar, atualizar e reprovar; c) as alterações e a situação atual da revisão de documentos

sejam identificadas; d) disponíveis em seu ponto de uso; e) legíveis e prontamente

identificáveis; f) documentos de origem externa necessários ao SGA sejam identificados e que

sua distribuição seja controlada; g) prevenir a utilização inadvertida de documentos obsoletos,

e utilizar identificação adequada.

2) Controle operacional - A organização deve identificar e planejar aquelas operações

que estejam associadas aos aspectos ambientais significativos. Assegurar que as operações

sejam realizadas sob condições especificadas por meio: a) de procedimento(s)

documentado(s) para controlar situações onde sua ausência possa acarretar desvios em relação

à sua política e aos objetivos e metas ambientais; b) de critérios operacionais no(s)

procedimento(s); c) de procedimento(s) associado(s) aos aspectos ambientais significativos,

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identificados de produtos e serviços utilizados pela organização, e a comunicação de

procedimentos e requisitos pertinentes a fornecedores, incluindo-se prestadores de serviço.

3) Monitoramento e medição - A organização deve: estabelecer procedimento(s) para

monitorar e medir regularmente as características principais de suas operações que possam ter

um impacto ambiental significativo. (monitorar o desempenho, os controles operacionais

pertinentes e a conformidade com os objetivos e metas ambientais da organização).

Os indicadores de desempenho (Tabela 4) utilizados no SENAI são mensurados

semestralmente, e comparam as suas respectivas metas. Conforme Giannetti e Almeida

(2006), os indicadores transmitem informações que esclarecem inúmeros fenômenos não

imediatamente observáveis. São ferramentas de informações que permitem avaliar vários

aspectos de um sistema, inclusive impactos ambientais. No indicador referente à energia

elétrica percebe-se que se planeja um aumento no consumo em 52.301 KWH. Esse fato

ocorreu porque a IE precisou comprar novas máquinas para novos cursos, a fim de atender às

necessidades dos clientes, porém está estudando tecnologias limpas, que consomem menos

energia sem afetar o rendimento do processo e, com isso, espera-se em 2011 normalizar o

consumo. Segundo Yuksel (2007) e Thrane et.al (2009), é necessário selecionar máquinas e

equipamentos com tecnologias limpas para o processo, que são caracterizadas por máquinas e

equipamentos que economizam energia sem afetar o rendimento. Na atualidade, devido à

nova situação paradigmática, surgem muitas empresas fornecedoras que estão inovando seus

produtos ou apenas inserindo essa inovação incremental.

Nos indicadores de desempenho (cobre e óleo solúvel) pretende-se manter a

quantidade, já que no segundo semestre de 2009 esse curso funcionava com capacidade

máxima. Sobre o indicador de plantio de pau-brasil, busca-se plantar 5 mudas por semestre,

ou seja, 200 m². Os demais indicadores voltados à coleta seletiva e ação comunitária não são

medidos, por serem fatores extrínsecos à gestão escolar.

Redução de consumo 1º 2010 2º 2010 1º 2011 2º 2011 1º 2012 2º 2012 1º 2013 2º 2013

Consumo de água m² 1650 1600 1550 1525 1500 1475 1450 1425

Consumo de papel kg 620 610 600 580 570 570 570 570

Consumo de energia elétrica KWH 230000 230000 180000 180000 180000 180000 180000 180000 Reciclagem de Cobre Kg 840 840 840 840 840 840 840 840 Reciclagem de Óleo Solúvel Litros 200 200 200 200 200 200 200 200 Plantio de pau-brasil 5 5 5 5 5 5 5 5

Tabela 4 - Indicadores de desempenho ambiental e metas até 2013 do SENAI (elaborado pelos autores)

4) Não-conformidade, ação corretiva e ação preventiva – A organização deve: manter

procedimento(s) para tratar as não-conformidades reais e potenciais. O(s) procedimento(s)

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deve(m) definir requisitos para: a)identificar e corrigir não-conformidade(s) e executar ações

para mitigar seus impactos ambientais; b)investigar não-conformidade(s), determinar sua(s)

causa(s) e executar ações para evitar sua repetição; c)avaliar a necessidade de ação(ões) para

prevenir não-conformidades; d)registrar os resultados da(s) ação(ões) executada(s); e) analisar

a eficácia.

5) Auditoria interna - A organização deve assegurar auditorias internas do SGA em

intervalos planejados para: a)determinar se o SGA para a GCS: 1)está em conformidade com

planejados para a gestão ambiental; 2)foi adequadamente implementado e é mantido; e b)

fornecer informações à Alta Administração sobre os resultados das auditorias. Programa(s) de

auditoria deve(m) ser: planejado(s), estabelecido(s), implementado(s) e mantido(s) e

considerar operação(ões) pertinente(s) e resultados das auditorias anteriores.

4.3. Vantagens econômicas através das práticas ambientais

Na Tabela 2, é possível notar que se reduziu o consumo de água, somando um ganho

de R$ 4211,00. Outro ganho mostrado é a redução do consumo de energia elétrica,

contabilizando R$ 503,00 no semestre. Também se reduziu o consumo de papel sulfite, R$

362, 95 no semestre.

Na Tabela 3, somente na destinação de resíduos de cobre para a transformação ocorre

o ganho econômico, o valor cobrado médio de mercado para a compra do Kg de cobre é de

R$ 30,00. Quando envia para transformação, o fabricante não cobra a matéria prima, e sim

apenas o preço da mão de obra no valor de R$ 10,00 por Kg transformado, só que se perde

aproximadamente 10% de matéria prima no processo. Desta forma, em vez de comprar

412,20 Kg, subtraídos os 10%, paga somente a transformação, contabilizando um valor de R$

4.122,20. Pelo mesmo produto novo, pagaria R$ 12.366,00. A diferença e o ganho no

semestre é de R$ 8.243,80. As vantagens econômicas totais no semestre são de R$ 13.320,75.

Os demais, resíduos coletados, ação comunitária e a destinação correta de óleo solúvel não

visam ganhos econômicos.

4.4. Vantagens ambientais

Observa-se na Tabela 5 que, através da economia no consumo (água, papel sulfite e

energia elétrica), a destinação de resíduos (cobre, óleo solúvel e óleo vegetal) e a coleta

seletiva (papel e plástico) levam a uma expressiva economia de material na escala global, que

são evidenciados nos compartimentos (abiótico, biótico, água e ar).

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Fatores de Intensidade de Material

Material abiótico Material biótico Água Ar

Água L 840 109200 70560

Óleo Solúvel L 42,6 2914 5,89

Óleo vegetal L 158,6 1203,8 7,28

Vantagens ambientais L 1.041,2 113.317,8 70.573.17

Papel Sulfite Kg 438 264 18520 65,5

Cobre Kg 82014,06 108226,62 531,28

Plástico Kg 1257,75 57369 725,98

Papel Kg 180,9 132,66 15014,7 42,21

Vantagens ambientais Kg 83890,71 396,66 199.130,32 1367,97

Energia elétrica kWh 84459 1493307 10782

Vantagens ambientais kWh 84459 1493307 10782

Tabela 5 – Economia de material por compartimento e escala global ( a dados da Europa, Alemanha)

Através da economia, da destinação de resíduos e da coleta seletiva, a IE deixa de

poluir ou economiza:

- 1041,2 litros, 83890,71 Kg e 848459 kWh, no nível abiótico, isto é, deixa de retirar os

recursos no ecossistema, os fatores sem vida, como por exemplo, a extração de água.

- 396,66 Kg no nível biótico, isto é, deixa de retirar os recursos no ecossistema, os fatores

com vida, como por exemplo, a extração de árvores para a produção do papel.

- 113317,8 litros, 199130,32 Kg e 1493307 kWh na água, isto é, deixa de poluir a água.

- 70573,17 litros, 1367,97 Kg e 10792 kWh no ar, isto é, deixa de poluir o ar.

5. Conclusões

Na verdade, é preciso redimensionar o olhar dos educandos, responsabilizando-os para

a redução da poluição. Considera-se que uma das diversas formas de preservação ambiental é

disseminar esse conhecimento nas escolas, universidades e indústrias, com o objetivo de

conscientização de uma grande parcela da população. Acredita-se que só assim, na mudança

de hábitos da sociedade, é possível agir, dar soluções para a Sustentabilidade. Neste artigo

mostrou-se a implementação da GCS no SENAI-SP no cerne da Gestão da Qualidade, com o

seguinte intuito: disseminação de uma nova prática, um novo princípio, uma ruptura da visão

puramente econômica para uma visão que visa preservar o meio ambiente, a fim de reduzir a

poluição e conquistar a certificação ISO 14000, porém preocupados com a realidade física,

não somente com os ganhos comerciais. Essa questão é paradigmática para os autores, por

isso ocorreu a necessidade de mostrar as vantagens econômicas e ambientais, para que se

incentive o empresário, o reitor da universidade, o diretor da escola, dentre outros, para o

desenvolvimento de um plano estratégico, ponderando os itens de controle e mensuração.

Assim, poder-se-á verificar se realmente ocorrem as vantagens econômicas e ambientais em

uma iniciativa, mostrando que pequenos incrementos podem se tornar grandes para o meio

ambiente.

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Na tabela 6, confrontam-se as vantagens ambientais com as vantagens econômicas, por

exemplo, o benefício financeiro na redução do consumo de água corresponde a R$ 4211,00,

muda-se de 19,94 para 42,89 de benefício ambiental, isto é, o material não é modificado e

nem retirado dos ecossistemas considerando o material da soma dos compartimentos.

Observa-se um ganho ambiental (42,89) de 215 % em comparação com o ganho econômico

(19,94). Considerando a somatória percebe-se um benefício financeiro R$ 13.480,75, muda-se

de 91,7 para 4968 de benefício ambiental, isto é, o material não é modificado e nem retirado

dos ecossistemas considerando o material da soma dos compartimentos.

Vantagens econômicas Vantagens ambientais

Material

economizado

R$ economizado Resultado Soma dos

compartimentos

R$

economizado

Resultado

Água 84000 L 4211,00 19,94 180600 4211,00 42,89

Energia elétrica 17970 kWh 503,00 35,73 1588548 503,00 3158,15

Papel Sulfite 100 Kg 362,95 0,27 19287,5 362,95 53,14

Cobre 458 Kg 8243,80 0,056 190771,96 8243,80 23,14

Óleo Solúvel 310 L 50,00 6,2 2962,49 50,00 59,25

Plástico 195 Kg 50,00 3,9 59352,73 50,00 1187,05

Papel 603 Kg 50,00 12,6 15370,47 50,00 307,41

Óleo vegetal 130 L 10,00 13,0 1369,68 10,00 136,97

Somatória 91,70 Somatória 4968

Tabela 6 – Confrontando as vantagens econômicas e ambientais (Fonte: autores) Oliveira Neto et.al (2009) menciona que a educação é um processo dinâmico em

permanente construção, portanto deve propiciar a reflexão, o debate e a sua própria

modificação. Os educadores têm grande importância na formação de valores e na ação social.

Sair do lugar comum, buscar novos horizontes, novas rotas. Recriar em sala de aula uma nova

História. Promover uma educação participativa, integrada com a realidade, que tem em mãos

o poder de alterar e transformar o mundo. Um mundo diferente é possível. Depende de como

atuamos e incentivamos aqueles que estão ao nosso redor. As ferramentas para essa

transformação estão ao nosso alcance, os desafios estão cada vez mais claros.

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