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VII Encuentro Asociacin de Educadores e Investigadores de Bibliotecologa, Archivologa, Ciencias de la Informacin y Documentacin de Iberoamrica y el Caribe VII EDIBCIC Grupo Temtico: Alfabetizacin Informacional Grupo Temtico: Alfabetizao Informacional
IMPACTOS TICOS DA INTERNET E DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAO E COMUNICAO NA ATUAO DO PROFISSIONAL DA INFORMAO NA ATUALIDADE:
A QUESTO DAS BIBLIOTECAS VIRTUAIS
Andr Lus Onrio Coneglian Programa de Ps-Graduao em Cincia da Informao
UNESP/Marilia [email protected]
Bruno Henrique Rodrigues Arraes
Programa de Ps-Graduao em Cincia da Informao UNESP/Marilia
Fabiano Ferreira de Castro Programa de Ps-Graduao em Cincia da Informao
UNESP/Marilia [email protected]
Jos Augusto Chaves Guimares
Departamento de Cincia da Informao UNESP/Marilia
Juan Carlos Fernndez-Molina Facultad de Biblioteconoma y Documentacin
Universidad de Granada [email protected]
Mrio Furlaneto Neto
Programa de Ps-Graduao em Cincia da Informao UNESP/Marilia
Rachel Cristina Vesu Alves Programa de Ps-Graduao em Cincia da Informao
UNESP/Marilia [email protected]
Silvia Nathaly Yassuda
Programa de Ps-Graduao em Cincia da Informao UNESP/Marilia
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VII Encuentro Asociacin de Educadores e Investigadores de Bibliotecologa, Archivologa, Ciencias de la Informacin y Documentacin de Iberoamrica y el Caribe VII EDIBCIC
RESUMO Observa-se que, no contexto informacional, os problemas ticos foram ampliados e adquiriram mais visibilidade em virtude dos impactos da Internet e das Tecnologias de Informao e Comunicao TICs, principalmente no mbito das bibliotecas virtuais e das preocupaes concernentes alfabetizao informacional. Desse modo, por meio de uma anlise da literatura internacional da ltima dcada, foi possvel identificar problemas ticos especficos presentes nas bibliotecas virtuais, tais como: acesso, direitos autorais, representao do virtual e representao do recurso informacional. Tais aspectos levam a concluir sobre as dimenses que assume a responsabilidade de atuao tica do profissional da informao, na atualidade, no mbito das bibliotecas virtuais, para garantir o acesso aos recursos informacionais em um espao global de atuao. Palavras-Chave: Tecnologias de Informao e Comunicao; Internet; tica; Profissional da Informao; Bibliotecas Virtuais.
ABSTRACT The impacts of Information and Communications Technology have enlarged the ethical problems related to the information professionals activities in Virtual Libraries and, mores specifically, in information literacy questions. Considering such a landscape, it was possible to carry out a critical analysis of international literature in the last decade, in order to identify those ethical problems, in areas like: information access, copyright, virtual representation etc. Such analysis allowed to conclude that the information professional has new ethical challenges in virtual liberties in order to guarantee the access to information resources in global spaces. Key-words: Information and Communication Technologies; Internet; Ethics; Information Professional; Virtual Libraries. INTRODUO
No contexto informacional de nossa sociedade, permeado, por um
lado, pelos impactos advindos das inovaes tecnolgicas da agilizao dos meios
de comunicao e, por outro, do papel cada vez mais estratgico assumido pela
informao nas distintas reas do conhecimento, observa-se a necessidade cada
vez mais premente de uma reflexo sobre as questes ticas a incidentes, na
medida em que essas foram, em larga medida, ampliadas em quantidade e em
complexidade.
A denominada Sociedade da Informao traz, em seu bojo, a
necessidade de uma reflexo sobre o uso de tecnologias, em especial as
Tecnologias de Informao e Comunicao - TICs e a Internet, pois atuam
significativamente no ambiente de trabalho do profissional da informao, exigindo
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VII Encuentro Asociacin de Educadores e Investigadores de Bibliotecologa, Archivologa, Ciencias de la Informacin y Documentacin de Iberoamrica y el Caribe VII EDIBCIC um repensar sobre suas atividades, notadamente nos processos de produo,
organizao e recuperao do conhecimento em novos ambientes de trabalho, tais
como as bibliotecas virtuais.
Assim, os problemas ticos existentes ganham visibilidade
justamente pelo uso crescente dessas tecnologias, principalmente quando se
discutem as questes da alfabetizao informacional como um direito inerente ao
cidado.
A vista disso, este estudo teve como epicentro a reflexo dos
impactos ticos da Internet e das TICs na atuao do profissional da informao na
atualidade, no mbito das bibliotecas virtuais.
Para tanto, valeu-se da anlise da literatura internacional da ltima
dcada sobre os aspectos ticos das TICs, no mbito da Cincia da Informao,
com especial nfase nas bibliotecas virtuais, uma vez que so espaos cujo fluxo de
informao constante e cada vez maior.
Desse modo, tem-se como ponto de partida a questo tica em seus
aspectos histricos e conceituais para se chegar especificamente ao universo das
atividades informativas. Com base em tais elementos, adentra-se especificamente
na questo das bibliotecas virtuais como um novo universo de ao do profissional
da informao, notadamente no que tange a suas especificidades e peculiaridades.
Isso permite que se chegue discusso da questo tica que incide sobre esse
universo informacional especfico, no intuito de delinear, ainda que preliminarmente,
questes e problemas ticos que possam contribuir para uma reflexo acerca dos
valores incidentes.
TICA NA SOCIEDADE DA INFORMAO: A QUESTO DA ALFABETIZAO INFORMACIONAL
No cenrio de mutaes pela qual nossa sociedade vem passando
nos ltimos tempos, no podemos deixar de mencionar as mudanas ocorridas em
todas as reas do conhecimento devido ao impacto das Tecnologias. Porm, se
destacam, de modo especial, as TICs, juntamente com o surgimento da Internet,
como tecnologias que alteraram no s a vida e o modo de comunicar das pessoas,
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VII Encuentro Asociacin de Educadores e Investigadores de Bibliotecologa, Archivologa, Ciencias de la Informacin y Documentacin de Iberoamrica y el Caribe VII EDIBCIC mas tambm todas as reas do conhecimento, setores profissionais e o modo de
disponibilizar e adquirir informaes.
Diante dessas transformaes somos levados a refletir sobre os
aspectos ticos que permeiam essa nova realidade no contexto informacional no
qual se insere o profissional da informao, devido ao impacto dessas tecnologias.
Sabendo que a tica no contexto informacional se constitui como um
fator importante a ser discutido na denominada Sociedade da Informao preciso
antes de tudo contextualiz-la.
De acordo com Martins (1994), [...] a tica, tambm chamada filosofia moral, a parte da filosofia que reflete sobre os princpios da vida moral, isto , dos valores em sociedade. a reflexo crtica sobre a moralidade e busca a consistncia dos valores morais.
Dentro dos inmeros filsofos que discutiram a questo tica, podemos
apontar Immanuel Kant, fundador da tica Moderna e da filosofia crtica, que se destaca
como um ponto de referncia para avaliao de uma situao e destino da
modernidade (PINHO, 2006; CANTO-SPERBER, 2003). Para o referido autor, a ao
tica parte da noo de dever, a partir daquilo que ele denomina como imperativos
categricos, verdadeiros princpios universais de ao tica (MARTINS, 1994).
De acordo com Pinho (2006), a tica kantiana atribui razo a
origem das aes ticas, sendo que a conduta do ser humano deve estar de acordo
com princpios universais, em outras palavras o comportamento do ser humano deve
ser guiado por imperativos categricos. Durozoi e Roussel (2002 apud PINHO, 2006,
p. 37), explicam que o imperativo categrico, uma preposio que tem o aspecto de um mandamento verdadeiro. Ordena sem condio: nica moral propriamente dita, concerne no a matria do ato ou seu resultado, mas unicamente sua forma, ou seja, sua relao com uma exigncia de universalizao.
Sendo assim, um imperativo pode ser considerado como uma
representao (frmula) de um princpio. O imperativo categrico como um
princpio necessrio com carter de lei prtica e universal (princpio universal), ou
ainda como um valor que apresenta um fim em si mesmo. (SILVEIRA, 2004).
A ttulo de exemplificao, a Declarao Universal dos Direitos
Humanos est baseada na tica kantiana, expressada por meio do imperativo
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VII Encuentro Asociacin de Educadores e Investigadores de Bibliotecologa, Archivologa, Ciencias de la Informacin y Documentacin de Iberoamrica y el Caribe VII EDIBCIC categrico (princpio universal) que norteia a conduta dos sujeitos na sociedade de
um modo geral.
Outra questo que deve ser considerada so os valores inerentes a
cada indivduo. Na realidade, definir valor algo complexo, entretanto, segundo
Gorman (2000), podemos dizer que valor uma convico duradoura, geralmente
sobre condutas ou modos de ser, presentes em um continuum de importncia
relativa, que pode ser interpretado pelo interesse prprio de cada indivduo ou grupo.
Um valor deve se caracterizar por ser duradouro e comportar
aes de existncia por um longo perodo. Entretanto, os valores no devem ser
imutveis e sim flexveis para se adequar s mudanas (GORMAN, 2000). Sendo
assim, a essncia do valor deve permanecer, devendo ser repensado em um novo
contexto proporcionado pelas mudanas.
Em relao ao contexto informacional, Gorman (2000) aponta que
bibliotecas, profissionais da informao e a prpria rea de Biblioteconomia e
Cincia da Informao, passam por um processo de mudanas aparentemente
constantes. Nesse contexto, o autor ressalta a necessidade de se terem presentes
as questes ticas, cujos princpios conduzem para uma atuao mais acertada o
que, por sua vez, depende da constante reafirmao de valores antigos e da
compreenso de novos valores, surgidos devido s mudanas da nossa rea em um
contexto maior (GORMAN, 2000).
O impacto das tecnologias criou uma necessidade premente de se
avaliar e rever questes ticas informacionais que envolvem a formao e
capacitao dos profissionais envolvidos (FROHLICH, 2004). Atualmente, o
profissional da informao se v responsvel tambm por atuar na alfabetizao
informacional, pois no basta disponibilizar computadores e softwares sem que os
usurios sejam educados a us-los (BUCHANAN, 1999).
Nesse ambiente, a alfabetizao informacional ganha especial
relevncia, mormente em face de ser um direito inerente ao cidado, uma vez que o
acesso educao uma das formas de realizao concreta do ideal democrtico
(MELLO FILHO, 1986 apud MORAES, 2002, p. 671). Nesse contexto, a biblioteca se
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VII Encuentro Asociacin de Educadores e Investigadores de Bibliotecologa, Archivologa, Ciencias de la Informacin y Documentacin de Iberoamrica y el Caribe VII EDIBCIC apresenta como um espao democrtico de acesso ao conhecimento socializado,
sendo este um direito essencial ao cidado.
Assim, torna-se necessrio que haja uma consolidao de: fundamentos conceituais, atitudinais e de habilidades necessrios compreenso e interao permanente com o universo informacional e sua dinmica, de modo a proporcionar um aprendizado ao longo da vida. (DUDZIAK, 2003, p. 28).
Segundo a autora, a consolidao poder se firmar em trs concepes: a) a concepo da informao (com nfase na tecnologia da informao), a qual
estaria limitada aos conhecimentos com o aprendizado de uso de mecanismos de
busca e uso de informaes em ambiente eletrnico;
b) a concepo cognitiva (nfase nos processos cognitivos), cujo foco est no
indivduo, em seus processos de compreenso e uso da informao;
c) a concepo da inteligncia (nfase no aprendizado), que pressupe a incorporao
de um estado permanente de mudana, a prpria essncia do aprendizado como um
fenmeno social. Assim, a concepo da inteligncia est alm da apropriao
tecnolgica ou a mudana em processos cognitivos. Nesse sentido, o usurio aprende a
aprender, superando as barreiras do conhecimento, de forma a passar a dominar os
meios de acesso e busca informao, diminuindo a excluso digital.
Neste cenrio de alfabetizao informacional, o profissional da
informao se faz presente principalmente na concepo da informao, auxiliando
o usurio no aprendizado sobre o uso da informao no ambiente tecnolgico.
Desde modo, pode-se afirmar que a alfabetizao informacional um
aspecto fundamental relacionado ao proceder tico do profissional da informao, mas,
anteriormente a tal proceder existem princpios ticos que devem pautar as aes deste
profissional, independente do ambiente informacional que esteja. Frohlich (2004)
aponta os seguintes princpios que podem ser aplicados em situaes ticas:
1) Respeito autonomia moral prpria e das demais pessoas:
concernente liberdade e autonomia moral, proteo contra danos, igualdade de
oportunidades, privacidade, mnimo de bem-estar e reconhecimento do trabalho,
tanto do profissional quanto do usurio e/ou cliente que atende;
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VII Encuentro Asociacin de Educadores e Investigadores de Bibliotecologa, Archivologa, Ciencias de la Informacin y Documentacin de Iberoamrica y el Caribe VII EDIBCIC
2) Busca por justia ou imparcialidade: um princpio geral, mas que
deve ser considerado no contexto no qual acontece, afinal, para determinados
problemas ticos, existiro diferentes pontos de vistas; a imparcialidade se faz
necessria para no delegar a favor de uma pessoa (grupo e/ou situao) em
detrimento de outra(s);
3) Busca por harmonia social: os servios oferecidos pela biblioteca,
por exemplo, devem proporcionar o desenvolvimento scio-cultural da comunidade
que atende. Este princpio est em consonncia com o princpio do utilitarismo, ou
seja, aes e/ou servios que possam atingir o maior nmero possvel de pessoas;
4) Agir de tal maneira que a quantidade de prejuzo seja minimizada:
devido diversidade de pessoas e interesses da comunidade na qual a biblioteca
est inserida, o bibliotecrio procurar agir de tal maneira que haja o mnimo de
prejuzo. Na possibilidade de tomar uma deciso drstica, ele dever considerar o
menor impacto da sua deciso. Inversamente ao princpio do utilitarismo, mais que
proporcionar felicidade e satisfao ao maior nmero de pessoas, necessrio no
causar ou minimizar infelicidades.
5) Ser fiel responsabilidade organizacional, profissional e pblica: o
ltimo princpio assinalado a fidelidade organizacional, profissional e pblica, que
diz respeito aos relacionamentos implicados em qualquer atividade profissional,
principalmente quando esta atividade inclui prestao de servios, envolvimento
direto com o pblico, bem como a fidelidade empregado-empregador-instituio. Os
princpios ticos devem permear todos estes relacionamentos. Como se pode observar, a dimenso tecnolgica trouxe antes um
detalhamento e uma especificao de valores ticos nas atividades informativas do
que propriamente uma mudana. Tal aspecto, por sua vez, sinaliza para uma
necessidade de ateno cada vez mais premente sobre as dimenses e
conseqncias - dos problemas ticos advindos muitas vezes da inexistncia, do
desrespeito ou das contradies dos citados valores.
Nesse contexto, especial meno merece a realidade das bibliotecas
virtuais, visto trazerem novas perspectivas de acesso informao pelos cidados.
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VII Encuentro Asociacin de Educadores e Investigadores de Bibliotecologa, Archivologa, Ciencias de la Informacin y Documentacin de Iberoamrica y el Caribe VII EDIBCIC A BIBLIOTECA VIRTUAL COMO AMBIENTE DE TRABALHO DO PROFISSIONAL DA INFORMAO
A Biblioteca, inicialmente considerada como um depsito de livros
com o objetivo apenas de preservao dos documentos (MATOS, 2003), com o
passar do tempo teve sua funo transformada de simples guardi do conhecimento
para assumir um papel social e cultural mais amplo como ponto de acesso a
socializao do conhecimento da humanidade. No entanto, ressalta Cunha (2000,
p.75) que em todas as pocas, bibliotecas sempre foram dependentes da
tecnologia da informao. Reforando tal idia, Matos (2003, p. 54), afirma que,
Com o aumento da oferta e demanda de informaes e com as facilidades que as tecnologias tm proporcionado quanto ao acesso, armazenamento, recuperao e disseminao da informao, vimos a biblioteca deixando de ser um mero depsitos de livros e outros materiais, para tornar-se um ambiente integrado pelas redes de comunicaes.
Nesse sentido, possvel verificar uma mudana de paradigma nos
ambientes de bibliotecas, principalmente com os aportes das novas tecnologias de
informao e comunicao e o desenvolvimento da Internet (CAPURRO, 2005). Isso
pode ser verificado pelo surgimento das bibliotecas virtuais, definidas por Takahashi
(2000, p. 166) como um, Servio que rene informaes antes dispersas, que so capturadas, organizadas, sistematizadas, integradas e disponibilizadas em rede. Consiste de dados e metadados relativos a documentos, pessoas, instituies, servios e objetos, existentes nas mais diversas formas. As informaes podem ser apresentadas mesclando texto e multimdia (imagem, som e vdeo).
Esse conceito incorpora, como ressalta Rezende (2000, p. 52), a
dimenso do acesso por meio de redes a recursos informacionais disponveis em
sistemas de base computadorizada o que, como destaca a autora, possibilita a
melhoria da qualidade dos servios e produtos da biblioteca, notadamente no
paradigma atual, voltado para a eficincia e a qualidade de servios.
Igualmente merece destaque o fato de a biblioteca virtual se diferenciar
da biblioteca digital pela forma de disseminao da informao, pois quela se
caracteriza por permitir o acesso a diferentes bases de dados remotas, enquanto esta
disponibiliza contedos associados base de dados das bibliotecas convencionais
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VII Encuentro Asociacin de Educadores e Investigadores de Bibliotecologa, Archivologa, Ciencias de la Informacin y Documentacin de Iberoamrica y el Caribe VII EDIBCIC (MATOS, 2003). Desse modo, a biblioteca virtual inexiste fisicamente nos moldes
tradicionais, mas pode ser consultada a distncia, por meio de redes de comunicaes.
Sintetizando o papel desempenhado pela biblioteca virtual na
atualidade, Marchiori (1997, p. 115) a considera como uma importante [...] alternativa para ampliar as condies de busca, disponibilidade e recuperao de informao de maneira globalizada, quantitativa, pertinente e racional, aliando o acesso local ao acesso remoto, com base nas redes de telecomunicaes disponveis.
Indo alm, observa-se, ainda, a possibilidade do uso especfico da
realidade virtual no mbito das citadas bibliotecas virtuais. Nesse sentido, destaca
Brey (1999, p. 5), que a realidade virtual, enquanto uma interatividade
tridimensional que ser gerada em um ambiente computacional que incorpora a
perspectiva como primeira-pessoa atua como uma avanada tcnica de interface,
permitindo ao usurio realizar, em uma biblioteca virtual, atividades de imerso,
navegao e interao em um ambiente sinttico tridimensional gerado por
computador, utilizando canais multi-sensoriais. Desse modo, o uso da realidade
virtual por uma biblioteca virtual propicia ao usurio, como bem destacam Machado,
Novaes e Santos (1999, p. 218), [...] estar caminhando pelos corredores, olhando
as prateleiras e escolhendo os itens que deseja utilizar.
Entretanto, as tecnologias de realidade virtual ainda esto em um
estgio de desenvolvimento e estudos para uma efetiva aplicao, por se tratar de
uma tecnologia dispendiosa.
Se, por um lado, as tecnologias permitiram novos ambientes e
servios informacionais, por outro, trouxeram uma maior complexidade dos fazeres a
eles inerentes, levando a um repensar das dimenses e conseqncias ticas da
decorrentes.
Nesse contexto, Brey (1999) aponta duas ordens de preocupaes:
as ligadas aos aspectos representacionais (do ambiente e dos recursos
informacionais) e as relativas aos aspectos interativos e de comportamento (do
usurio) nos ambientes de realidade virtual. Para tanto, o autor discute os aspectos
ticos que envolvem a questo do comportamento do mundo real e sua
representao no mundo virtual e considera essas questes mais difceis de se
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VII Encuentro Asociacin de Educadores e Investigadores de Bibliotecologa, Archivologa, Ciencias de la Informacin y Documentacin de Iberoamrica y el Caribe VII EDIBCIC resolver, pois necessitam de uma discusso mais acurada para os aspectos ticos
do comportamento, necessitando de pesquisas prticas do comportamento do
mundo real para o comportamento no mundo virtual.
Capurro (2005) aprofunda tais reflexes, ao afirmar que a tica da
informao no ambiente de bibliotecas virtuais deve comear com base em
representaes bem descritas do mundo real para o mundo virtual, sendo
considerada um dos desafios atuais mais importantes a serem analisados.
Alm desses aspectos preciso destacar o tratamento informacional
(catalogao, classificao e indexao) dos recursos informacionais, que so
considerados elementos essenciais para a efetivao do ambiente virtual no que
concerne busca e recuperao dos recursos, principalmente quando se considera
a efetiva ampliao de acesso a dados bibliogrficos, textos completos, imagens e
outros recursos informacionais, integrando recursos tanto internos quanto externos,
seja por meio de provedores de informao seja por bases de dados de outras
bibliotecas (KEENAN, 1995, p. 134).
possvel verificar, no cenrio atual, que as aplicaes de
Realidade Virtual, que incorporam textos, imagens tridimensionais em movimento,
programas de reconhecimento automtico de voz, apresentam-se como a maior
potencialidade da gerao de comunidades multimdias interativas, onde no s se
recupera e representa conhecimento, mas tambm se atua e interage com o
documento e outros usurios (MARZAL GARCA-QUISMONDO; MOREIRO
GONZLEZ, 2004). Ao se pensar em formas de representao, pode-se destacar o
papel do profissional bibliotecrio como protagonista neste cenrio. O trabalho de
representao da informao seja em uma ambincia convencional, digital ou virtual,
deve ser bem realizado e pautado em normas e padres pr-estabelecidos, uma vez
que informaes bem descritas sero produtos de qualidade em um sistema de
recuperao de informao.
Sendo assim, e reforando a idia de Brey (1999), uma boa
representao da informao na biblioteca convencional, deve ser preservada como um
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VII Encuentro Asociacin de Educadores e Investigadores de Bibliotecologa, Archivologa, Ciencias de la Informacin y Documentacin de Iberoamrica y el Caribe VII EDIBCIC valor tico intrnseco ao contexto da biblioteca virtual, a fim de evitarem desvios ou erros
(e os eventuais danos da decorrentes) no processo de recuperao da informao.
Nesse sentido, no que diz respeito s novas formas de organizao
e tratamento de informaes em ambincias virtuais, requer um trabalho
interdisciplinar, onde cada vez mais h uma parceria dos profissionais da rea de
Cincia da Informao e dos profissionais da rea de Cincia da Computao.
Esse componente tico, por sua vez, exige, como substrato, uma
ao colaborativa entre profissionais de reas como a Ciencia da Informao e a
Cincia da Computao, de modo a que se possam atingir, como destacam
Ramalho, Vidotti e Fujita (2005, p. 18), [...] melhorias significativas nos processos de representao, organizao e recuperao de contedos informacionais, possibilitando novas perspectivas no fazer profissional da rea de Cincia da Informao, principalmente no mbito de bibliotecas digitais e [virtuais].
Assim, evidencia-se uma repercusso efetivamente tica (no caso,
enquanto busca de um bem fazer profissional), no contexto das bibliotecas virtuais,
apontando para a necessidade de os profissionais da Cincia da Informao refletirem
sobre as especificidades que se lhes apresentam, como se aborda a seguir.
IMPACTOS TICOS DA INTERNET E DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAO E COMUNICAO NA ATUAO DO PROFISSIONAL DA INFORMAO NO CONTEXTO DAS BIBLIOTECAS VIRTUAIS
Se as bibliotecas virtuais passaram a ser consideradas um novo e
efetivo ambiente de atuao do profissional da informao e se os novos fazeres da
decorrentes trouxeram em seu bojo a necessidade de uma reflexo tica, resta
analisar em que medida tais questes efetivamente se colocam.
Por um lado, tem-se o prprio impacto causado por essas
tecnologias, visto refletir um novo paradigma na medida em que a gerao, e a
aplicao de conhecimentos e informaes se agiliza e se transforma em um ciclo
de realimentao cumulativo entre inovao e seu uso e passa a exigir dispositivos
de processamento mais geis e complexos (SILVA, 2004).
Desse modo, distribuir e acessar o conhecimento mediante
tecnologias de comunicao e informao e da interatividade instantnea, equivale
indicar mudanas permanente na inter-relao dos indivduos e instituies, uma vez
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VII Encuentro Asociacin de Educadores e Investigadores de Bibliotecologa, Archivologa, Ciencias de la Informacin y Documentacin de Iberoamrica y el Caribe VII EDIBCIC que o verdadeiro impacto ocorre na operao e no no uso da tecnologia, ou, como
destaca Silva (2004, p. 86), [...] na mudana de postura no pensar, na aquisio de
novos conhecimentos, nas mudanas de atitudes e de comportamentos que
visualizem novas alternativas.
Entretanto, no se trata somente de uma mudana no ambiente
tecnolgico, mas, indo alm, de uma mudana nas bases da ao profissional, visto
que o componente tico passa a exigir uma constante reflexo em virtude da prpria
mutabilidade do ambiente.
Esse componente permeia, como destaca Valentim (2004, p. 55), o
fazer intrnseco do profissional da informao, haja vista a natureza eminentemente
mediadora do mesmo, desde a prospeco e filtragem de dados e informaes, at
a disseminao e transferncia desses mesmos dados e informaes ao pblico
interessado, com especial destaque para o tratamento de contedos informacionais,
no mbito dos quais o uso das linguagens, como instrumentos de mediao, requer
uma atitude - e reflexo - tica constante e vigilante.
O primeiro impacto trazido pelas TICs e Internet pode ser
visualizado no ambiente de trabalho do profissional da informao, que passa a ter
atualmente ambientes informacionais dependentes de tecnologia, tais como as
bibliotecas virtuais.
Entretanto, independentemente do ambiente em que se inserem as
atividades do profissional da informao, em sua essncia, permanecero as mesmas.
Assim, continuaro a desempenhar as tarefas de seleo, aquisio, organizao e
acesso, preservao e conservao (GORMAN, 2000). Contudo, as atividades de
assistncia aos usurios, administrao e gerenciamento de biblioteca (pessoal, servios e programas) merecem novas reflexes quando se tratam de bibliotecas virtuais.
Nesse sentido, as questes ticas no contexto das bibliotecas virtuais
merecem ser amplamente debatidas pela comunidade cientfica, como desafio para
proporcionar o acesso informao neste ambiente. Em decorrncia, foi possvel
identificar problemas ticos especficos os quais assumem uma dimenso importante e
decisiva. Dentre os problemas identificados podemos destacar:
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VII Encuentro Asociacin de Educadores e Investigadores de Bibliotecologa, Archivologa, Ciencias de la Informacin y Documentacin de Iberoamrica y el Caribe VII EDIBCIC A. ACESSO
Haveria controle de acesso aos recursos informacionais e como se
daria o acesso a estes na biblioteca virtual?
A interao com o bibliotecrio virtual (agente inteligente) atenderia a
todas as necessidades dos usurios?
O custo do desenvolvimento e manuteno de uma Biblioteca virtual
viabilizaria sua implementao?
B. DIREITOS AUTORAIS
Os usurios teriam acesso parcial (simples visualizao) ou total (na
ntegra) aos recursos informacionais?
Como resolver a questo do direito autoral na hiptese de acesso total
aos recursos informacionais?
Como se resolve o conflito entre o respeito aos direitos de autor e os
direitos de acesso informao?
C. REPRESENTAO DO VIRTUAL
Entre a proposio e a representao da biblioteca virtual existe
violao tica, quando no houver fidedignidade? O profissional estaria
sendo tendencioso?
O fato de alguns servios (e no dos recursos informacionais) da
biblioteca virtual ser disponibilizada em outras lnguas violaria a
fidedignidade da representao em realidade virtual, em detrimento da
garantia cultural?
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VII Encuentro Asociacin de Educadores e Investigadores de Bibliotecologa, Archivologa, Ciencias de la Informacin y Documentacin de Iberoamrica y el Caribe VII EDIBCIC D. REPRESENTAO DO RECURSO INFORMACIONAL
Evitar desvios
Evitar tendenciosidade
Evitar insuficincia
Evitar suprimir a informao (censura)
Evitar a ausncia de padronizao
Evitar a m-representao
Alm desses fatores, podemos citar ainda a questo da
interoperabilidade de software e hardware que deve permitir o acesso biblioteca
virtual, onde o usurio, em qualquer parte do mundo, atravs de um computador,
possa interagir navegando dentro da biblioteca, em uma rplica fiel do mundo real.
Para tanto, faz-se necessrio que a biblioteca virtual seja
desenvolvida em um trabalho conjunto do Web designer responsvel por manter a
representao da biblioteca convencional para um ambiente de realidade virtual e o
profissional da informao, responsvel pelo gerenciamento do fluxo informacional.
CONSIDERAES FINAIS
Podemos concluir que a Internet e as TICs no modificaram a
essncia das atividades do profissional da informao em bibliotecas virtuais, mas,
em virtude das caractersticas intrnsecas a este novo ambiente, trouxeram consigo
novos problemas de natureza e efeito tico, o que tem exigido, do profissional, uma
profunda reflexo sobre o por que e o para que de seu fazer.
Assim, preciso considerar que esse profissional j no atua mais
em um espao local, mas sim global. Desta forma, tem uma responsabilidade de
atuao tica, que vai muito alm da mera dimenso deontolgica do termo para
atingir, isso sim, assuno, a crena mesmo, em um conjunto de valores a serem
preservados para que se tenha garantido o acesso aos recursos informacionais a
um nmero de usurios cada vez mais amplo, indistinto e diversificado.
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VII Encuentro Asociacin de Educadores e Investigadores de Bibliotecologa, Archivologa, Ciencias de la Informacin y Documentacin de Iberoamrica y el Caribe VII EDIBCIC
Essa responsabilidade, no contexto especfico das bibliotecas
virtuais, assume uma dimenso significativamente mais complexa na medida em que
os efeitos advindos das aes profissionais empreendidas nesse meio possuem
maior mbito e alcance e, destarte, maior probabilidade de eventuais danos ao
usurio. REFERNCIAS
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VII Encuentro Asociacin de Educadores e Investigadores de Bibliotecologa, Archivologa, Ciencias de la Informacin y Documentacin de Iberoamrica y el Caribe VII EDIBCIC MACHADO, R. N. das ; NOVAES, M. S. F. ; SANTOS, A. H. dos. Biblioteca do futuro na percepo de profissionais da informao. Transinformao, v. 11, n. 3, p. 215-222, set./dez. 1999. MARCHIORI, P. Z. Ciberteca ou biblioteca virtual: uma perspectiva de gerenciamento de recursos de informao. Cincia da Informao, Braslia, v. 26, n. 2, p. 114-124, maio/ago. 1997. MARTINS, M. H. P. A tica em questo. Palavra-chave, So Paulo, n.8, p.8-9, 1994. Disponvel em: . Acesso em: 27 set. 2006. MATOS, A. T. A biblioteca em realidade virtual com um ambiente colaborativo. 2003. 241 f. Dissertao (Mestrado em Cincia da Informao)- Faculdade de Filosofia e Cincias, Universidade Estadual Paulista. Marlia, 2003. MORAES, A. de. Direito Constitucional. 11 ed. So Paulo: Atlas, 2002. 836p. PINHO, F. A. Aspectos ticos em representao do conhecimento: em busca do dilogo entre Antonio Garca Gutirrez, Michle Hudon e Clare Beghtol. 2006. 123 f. Dissertao (Mestrado em Cincia da Informao)- Faculdade de Filosofia e Cincias, Universidade Estadual Paulista. Marlia, 2006. RAMALHO, R. A. S.; VIDOTTI, S.A.B.G.; FUJITA, M.S.L. Bibliotecas digitais na era da Web Semntica: reflexes no mbito da gesto de contedos informacionais. So Paulo: CRUESP, 2005. Disponvel em: .Acesso em: 03 ago. 2006. REZENDE, A. P. de. Centro de informao jurdica eletrnica e virtual. Cincia da Informao, Braslia, v. 29, n. 1, p. 51-60, jan./abr. 2000. SILVA, J. F. M. da. O impacto tecnolgico no exerccio profissional em cincia da informao: o bibliotecrio. In: VALENTIM, M. L. P. (Org.). Atuao profissional na rea de informao. So Paulo: Polis, 2004. cap. 5, p. 83-96. SILVEIRA, D. C. A fundamentao da tica em Kant. Filosofazer, Passo Fundo, v. 13, n. 24, p. 9-34, 2004. Disponvel em: . Acesso em: 06 out. 2006. TAKAHASHI, T. (Org.). Sociedade da Informao no Brasil: o livro verde. Braslia: Ministrio da Cincia e Tecnologia, 2000. VALENTIM, M. L. P. tica profissional na rea de cincia da informao. In: ______. (Org.). Atuao profissional na rea de informao. So Paulo: Polis, 2004. cap. 3, p. 55-69.
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VII Encuentro Asociacin de Educadores e Investigadores de Bibliotecologa, Archivologa, Ciencias de la Informacin y Documentacin de Iberoamrica y el Caribe VII EDIBCIC Grupo Temtico : Alfabetizacin Informacional Grupo Temtico: Alfabetizao Informacional
A EQUAO FUNDAMENTAL DA CINCIA DA INFORMAO E A IMPORTNCIA DE BROOKES ENQUANTO REFERNCIA
PARA O CAMPO DA CINCIA DA INFORMAO
Frederico Csar Mafra Pereira
Mestre em Cincia da Informao pela ECI/UFMG Docente Convidado ECI/UFMG
Docente Titular do Centro Universitrio de Belo Horizonte (UNI-BH) [email protected] / [email protected]
RESUMO
Este artigo busca trazer tona aspectos que permitam re-discutir e re-pensar a relao entre informao e conhecimento, a partir da Equao Fundamental da Cincia da Informao, elaborada por Brookes, no incio dos anos 80. Apesar de passados mais de 25 anos, ainda hoje serve de referncia ou de modelo preliminar a muitos autores que estudam a chamada Sociedade da Informao e a relao entre conhecimento e informao. Palavras-Chave: Cincia da Informao; Informao; Conhecimento; Equao Fundamental da Cincia da Informao; Paradigma Cognitivo.
ABSTRACT This article search to bring aspects that allow to re-discuss and to re-think the relation between information and knowledge, from the "Fundamental Equation of the Information Science", elaborated for Brookes, in the beginning of years 80. Although passed more 25 years, still today it serves of reference or preliminary model many authors who study the called Information Society and the relation between knowledge and information. Key-Words: Information Science; Information; Knowledge; Fundamental Equation of Information Science; Cognitive Paradigm.
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VII Encuentro Asociacin de Educadores e Investigadores de Bibliotecologa, Archivologa, Ciencias de la Informacin y Documentacin de Iberoamrica y el Caribe VII EDIBCIC 1 INTRODUO
A informao e o conhecimento como conceitos presentes na rea
da Cincia da Informao possuem vrias definies, de acordo com diversos
autores e suas linhas de atuao ou formao acadmica / cientfica1. E muitos
destes autores trabalham com conceitos que tm origem na Equao Fundamental
da Cincia da Informao, elaborada por Bertram C. Brookes, no incio dos anos 80,
cuja linha de estudo considera a Cincia da Informao a partir de uma viso
cognitiva. Apesar de passados mais de 25 anos, sua contribuio para o campo
inquestionvel, e muitas atualizaes foram e so feitas a partir desta equao, alm
dela servir como referncia a diversos estudos, artigos, dissertaes e teses da
rea.
O presente artigo busca retomar a discusso sobre a Equao
Fundamental da Cincia da Informao, fazendo uma releitura sobre o trabalho
desenvolvido por Brookes, com foco prioritrio na srie de artigos referentes
Cincia da Informao, publicados por ele entre 1980 e 1981, intitulados The
Foundations of Information Science. O objetivo ser o de, num primeiro momento,
identificar o contexto da poca em que os artigos foram escritos, passando pela
apresentao e explicao sobre a formulao da Equao Fundamental, e
terminando com a apresentao das razes que explicam a motivao de Brookes
em elaborar a referida equao. Num segundo momento, o artigo demonstrar a
relevncia do trabalho de Brookes para a rea da Cincia da Informao, atravs de
um levantamento bibliogrfico, ou documental, sobre o nmero de referncias ao
trabalho de Brookes, utilizado pelos autores e cientistas da rea da Cincia da
Informao, e tendo como fontes de referncia a base de dados do Portal Capes
ISI Web of Science e as referncias bibliogrficas utilizadas nos artigos e trabalhos
apresentados no V e VI ENANCIB Encontro Nacional de Pesquisa em Cincia da
Informao, realizados em Belo Horizonte (2003) e em Florianpolis (2005). Por
ltimo, ser apresentado um estudo sobre a Equao do Impacto Informacional -
EII, de Arajo (2003), que tem como base a Equao Fundamental da Cincia da
Informao de Brookes.
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VII Encuentro Asociacin de Educadores e Investigadores de Bibliotecologa, Archivologa, Ciencias de la Informacin y Documentacin de Iberoamrica y el Caribe VII EDIBCIC 2 O CONTEXTO PR-EQUAO FUNDAMENTAL DE BROOKES
Brookes (1980), quando da poca da publicao de seus artigos
The Foundations of Information Science, comea discorrendo sobre a Cincia da
Informao e seu estado terico, e comparando-a com o surgimento de uma cincia
em geral. Os problemas bsicos da Cincia da Informao j eram considerados
antigos por Brookes (1980), problemas estes epistemolgicos, desde a teoria de
Plato e a formalizao da lgica de Aristteles, bem como relacionados teoria do
conhecimento, tanto na filosofia clssica, quanto na psicologia ou neurobiologia,
cincias consideradas modernas e importantes. Para reivindicar o nome de Cincia
da Informao, o terico (e sua respectiva teoria) teria que mostrar que esta nova
cincia ia do que tratava a filosofia, a psicologia e a neurobiologia, apresentando
reas e problemas novos que poderiam ser legitimamente prprios da nova cincia.
Brookes (1980) afirmou que o conceito de informao oferecia
dificuldades peculiares ao cientista terico. Mesmo no senso comum, poder-se-ia
pensar que a informao uma entidade que se difunde por toda a atividade humana.
difcil observar fenmenos da informao de forma isolada, com o destacamento que
o mtodo cientfico tradicional exige. O prprio processo de descrever a observao de
algum fenmeno uma atividade prpria da informao. Desta forma, difcil manter
separados os efeitos objetivos dos subjetivos, ...mas possvel uniformiz-los?,
perguntou Brookes. Segundo o prprio, esta pergunta era crucial. Ele citou que nas
cincias naturais supe-se que o observador no perturba os fenmenos que est
observando, exceto no nvel da fsica quntica. Mas nas cincias sociais no se pode
supor que o comportamento humano no afetado pela observao ou pelas respostas
inconscientes do observador ao comportamento daquelas pessoas que observa. O
limite entre a descrio objetiva e a subjetiva torna-se muito confuso. Para Brookes
(1980), todas as cincias sociais enfrentam esta dificuldade, mas nenhuma delas
encarou-a de frente. E, de todas as cincias sociais, a Cincia da Informao a mais
preocupada com as interaes entre os processos mentais e fsicos, ou entre as
modalidades subjetivas e objetivas do pensamento humano. Ele afirmou que uma
responsabilidade especial descansava, conseqentemente, na Cincia da Informao,
na busca de um esclarecimento sobre estas questes.\
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VII Encuentro Asociacin de Educadores e Investigadores de Bibliotecologa, Archivologa, Ciencias de la Informacin y Documentacin de Iberoamrica y el Caribe VII EDIBCIC 2.1 Os Paradigmas Fsico, Cognitivo e Social
Brookes foi considerado um pioneiro na rea da Cincia da Informao,
se destacando e influenciando vrios autores quanto ao estudo deste campo a partir de
uma viso cognitiva. Para entendermos essa linha de estudo, abrir-se- um espao para
discorrer sobre os paradigmas epistemolgicos do sculo XX fsico, cognitivo e social.
Segundo Capurro (2003), a Cincia da Informao nasceu em meados do sculo XX,
como teoria da recuperao da informao, baseada numa epistemologia fisicista. A
esse paradigma, relacionado com a assim chamada Teoria da Informao de Shannon
e Weaver (1949-1972), e com a ciberntica de Wiener (1961), deu-se o nome de
paradigma fsico. Esse paradigma postula que h algo (objeto fsico) que um emissor
transmite a um receptor, que denominado mensagem, ou mais precisamente,
signos, e no chamado de informao. Informao seria o nmero de selees
(choices) que implica a codificao da mensagem no momento de sua transmisso.
Capurro (2003) comenta que este paradigma fsico exclui o papel ativo do sujeito
cognoscente no processo de recuperao da informao, e nos processos informativo e
comunicativo. Portanto, essa teoria refere-se a um receptor da mensagem e seus limites
conduziram ao paradigma oposto, o cognitivo. O paradigma cognitivo trata da
recuperao da informao, ou do contedo dos suportes fsicos do conhecimento, sendo
influenciado diretamente pela ontologia e epistemologia de Karl Popper (1972). Brookes,
segundo Capurro (2003), subjetiva o modelo de Popper, no qual os contedos
intelectuais formam uma espcie de rede que existe somente em espaos cognitivos ou
mentais, e chama tais contedos de informao objetiva. Sob a idia deste paradigma
que Brookes desenvolve seu trabalho The foundations of Information Science e a
Equao Fundamental da Cincia da Informao. O paradigma social aparece como
uma crtica ao paradigma cognitivo, visto como reducionista por Frohmann (1992), por
considerar a informao como algo separado do usurio localizado em um mundo
numnico, e de ver o usurio, se no exclusivamente como sujeito cognoscente, em
primeiro lugar como tal, deixando os condicionamentos sociais e materiais do existir
humano. Considera o paradigma cognitivo idealista e associal, e critica a epistemologia
baseada em conceitos como imagens mentais, mapas cognitivos, modelos do
mundo, realidades internas.
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VII Encuentro Asociacin de Educadores e Investigadores de Bibliotecologa, Archivologa, Ciencias de la Informacin y Documentacin de Iberoamrica y el Caribe VII EDIBCIC 2.2 Os Trs Mundos de Popper
Brookes (1980) via a informao como um fenmeno especfico para
a Cincia da Informao, como um conhecimento comunicado e que opera uma
transformao na estrutura de conceitos do indivduo. Na sua tentativa de buscar
uma definio de informao, Brookes (1980) toma a noo de conhecimento
objetivo e cita Popper (1972), afirmando que a Cincia da Informao necessita, em
suas razes, de um objetivo mais do que uma teoria subjetiva do conhecimento. Para
Brookes (1980), toda linha de pensamento que reivindicar ser cientfica deve tratar
com objetividades mais do que com subjetividades.
Apesar dos filsofos da poca reconhecerem o mundo fsico e o
mundo mental como realidades independentes, Popper (1972) avanou nesta linha
de pensamento, reconhecendo um terceiro mundo, o mundo do conhecimento
objetivo, que a totalidade do pensamento humano personificado em artefatos
humanos, como nos originais, e tambm na msica, nas artes, nas tecnologias.
Assim, Popper (1972) apresenta seu esquema ontolgico dos trs mundos: Mundo
1: mundo fsico, mundo material (dos estados materiais); Mundo 2: mundo do
conhecimento humano subjetivo (dos "estados mentais"); Mundo 3: mundo do
conhecimento objetivo, os produtos da mente humana gravado nas lnguas, nas
artes, nas cincias, nas tecnologias - em todos os artefatos humanos armazenados
ou dispersados em torno da terra. o mundo das idias no sentido objetivo, o
mundo das teorias e das relaes lgicas, dos argumentos e das situaes
problemticas. (MARTELETO, 1987, p.172). Para Popper (1972), estes trs mundos
so independentes, mas tambm se interagem. Todos os seres humanos fazem
parte do mundo 1 (mundo fsico) pois vivem na Terra e dependem do oxignio, do
calor e da luz do sol, da gua fresca, das substncias materiais e protenas para
existirem. Tambm fazem parte do mundo 2, (mundo dos estados mentais)
justamente por seu conhecimento subjetivo presente nas mentes de cada indivduo.
E tambm fazem parte do mundo 3 por ser o mundo do conhecimento objetivo, ou
da totalidade de todo o pensamento humano implcito nos objetos elaborados pelo
homem, como documentos, objetos artsticos ou tecnologias. Brookes (1980) cita
que um artefato como representao do conhecimento permite que algum saiba
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VII Encuentro Asociacin de Educadores e Investigadores de Bibliotecologa, Archivologa, Ciencias de la Informacin y Documentacin de Iberoamrica y el Caribe VII EDIBCIC (obtenha conhecimento) sobre algo, mesmo que ele no se interaja com o autor do
artefato. Ou seja, um ser humano talentoso pode adquirir um amplo conhecimento, a
sabedoria profunda e ter insights espirituais, mas todo este conhecimento perdido
quando morre, exceo daquele que gravou em algum artefato. Para Brookes
(1980), Popper (1972), no seu mundo 3, reconheceu o valor do ser humano, j que o
mundo 3, por ser objetivo, criado pelo homem, diferentemente da idia de criao
dos mundos 1 e 2, atribudos a um Deus ou a foras csmicas.
Considerando essa posio, o mundo 3 de Popper (1972) oferece
uma racionalidade para as atividades desenvolvidas pelos profissionais da rea da
Cincia da Informao, j que podem expressar seu trabalho de forma prtica e
objetiva atravs dos artefatos. Brookes (1980) conclui que o mundo prtico dos
cientistas da rea da Cincia da Informao pode ser o mundo 3, utilizado para
coletar e organizar os artefatos para o uso de outras pessoas. E o mundo terico
deve estudar as interaes entre os mundos 2 e 3, descrever e explicar se elas
podem ajudar na organizao do conhecimento mais do que os documentos em si.
Ao adotar as interaes entre os mundos 2 e 3, o campo da Cincia da Informao
estaria reivindicando um territrio que nenhuma outra disciplina j reivindicou.
Segundo Brookes (1980), essa idia de um estudo objetivo do conhecimento que
justificaria o estabelecimento de uma nova cincia, e afirma que esta nova cincia
deveria ser uma mistura peculiar da lingstica, da comunicao, da informtica, da
estatstica, dos mtodos de pesquisa, juntamente com algumas tcnicas da
biblioteconomia, como a indexao e a classificao. Ou seja, toda a integrao
destes elementos deveria ser conseguida por quem a estuda e se interessa por ela.
Ao mesmo tempo, Brookes (1980) alertou para a importncia de que a Cincia da
Informao seja uma disciplina que tenha seu prprio territrio original, seus prprios
problemas originais e seu prprio ponto de vista original, relacionados aos casos
humanos, e que desenvolva seus prprios princpios e tcnicas.
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VII Encuentro Asociacin de Educadores e Investigadores de Bibliotecologa, Archivologa, Ciencias de la Informacin y Documentacin de Iberoamrica y el Caribe VII EDIBCIC 3 A EQUAO FUNDAMENTAL DA CINCIA DA INFORMAO
3.1 A Relao entre Informao e conhecimento: O Estado Anmalo do Conhecimento
Para Brookes (1980), a informao um elemento que provoca
transformaes nas estruturas do indivduo estruturas subjetivas ou objetivas,
formadas por conceitos ligados pelas relaes que o indivduo possui, ou sua
imagem do mundo, sendo a informao uma parte de tal estrutura. Esta
informao (mensagem) enviada atravs de um cdigo conhecido, tanto pelo
sujeito-emissor, quanto pelo sujeito-receptor, podendo ser interpretada e, a partir
da, adquirir sentido. Ou seja, o sujeito social produz conhecimento quando recebe
uma informao (com sentido) para resolver determinado problema ou se informar
sobre qualquer situao, e se utiliza dela. Neste sentido que se apresenta uma
relao entre informao e conhecimento, onde estes elementos podem provocar
transformaes nas estruturas de conceitos que o indivduo possui.
Segundo Belkin (1980), cada indivduo possui um estado (ou
estados) de conhecimento sobre um determinado assunto e em um determinado
momento, sendo este estado de conhecimento representado por uma estrutura de
conceitos ligados por suas relaes. No momento em que o indivduo constata uma
deficincia (ou anomalia) desse(s) estado(s) de conhecimento(s), ele se encontra
em um estado anmalo de conhecimento. Ao tentar obter uma informao ou um
conjunto de informaes que possam corrigir essa deficincia, o indivduo cria um
novo estado de conhecimento, que ser aplicado na situao-problema, provocando
uma nova situao ou uma transformao de estruturas.
3.2 A Equao Fundamental
Partindo do conceito de estado anmalo do conhecimento e da
relao entre informao e conhecimento na soluo de uma situao anmala,
Brookes (1980) expressou esse relacionamento entre a informao e o
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VII Encuentro Asociaci cologa, Archivologa, Ciencias de la Informacin y Docume be VII EDIBCIC
n de Educadores e Investigadores de Bibliotentacin de Iberoamrica y el Cari
conhecimento atravs de uma frmula, denominada de "A Equao Fundamental da
Cincia da Informao":
K [S] + K = K [S + S]
I
Esta equao exprime a passagem de um estado de conhecimento
(anmalo) K[S] para um novo estado de conhecimento K[S+S], devido
contribuio de um novo conhecimento K, extrado de uma informao I; sendo que
o termo S indica o efeito dessa modificao. Dessa forma, ocorre a transformao do
estado inicial de conhecimento, sendo que, se tal transformao for aplicada ao nvel
das relaes que ocorrem num determinado contexto social, pode-se ter a
transformao deste contexto. Este processo tem caractersticas transformadoras, pois
possibilita uma reviso do conhecimento estabelecido e/ou a criao de novos
conhecimentos. A idia bsica a de que o conhecimento se d quando a informao
percebida e aceita, sendo toda alterao provocada no estoque mental de saber do
indivduo, oriunda da interao com estruturas de informao. A partir das consideraes feitas, compreendemos que a informao uma prtica social que envolve aes de atribuio, e comunicao de sentido que, por sua vez, podem provocar transformaes nas estruturas, pois geram novos estados de conhecimento (ARAJO, 2003, p.4).
Brookes (1980) expressou a equao numa forma pseudo-
matemtica, pois foi a maneira que encontrou de mostrar a relao entre a informao
e o conhecimento da forma mais compacta possvel. Mas afirmou tambm que um
matemtico notar que os termos e smbolos utilizados so indefinidos. Na realidade, a
equao diz pouco a mais do que Brookes vinha discorrendo sobre o tema, e serviu
para enfatizar como ele pouco sabia, na poca, sobre as maneiras em que o
conhecimento das pessoas cresce e se desenvolve. H, entretanto, um ponto implcito
na equao, destacado por Marteleto (1987, p.172): Essa equao implica que essas entidades (informao e conhecimento) so mensurveis, podendo ser medidas atravs das mesmas unidades, isto , a informao e o conhecimento so fenmenos do mesmo tipo. Assim definida, a informao um pequeno bit do conhecimento (MARTELETO, 1987, p.172).
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VII Encuentro Asociacin de Educadores e Investigadores de Bibliotecologa, Archivologa, Ciencias de la Informacin y Documentacin de Iberoamrica y el Caribe VII EDIBCIC
A equao mostra tambm que o crescimento do conhecimento no
simplesmente incremental. A absoro da informao em uma estrutura do
conhecimento pode causar no simplesmente uma adio, mas algum ajuste
estrutura, uma mudana nas relaes que ligam dois ou mais conceitos j admitidos.
Brookes (1980) afirma que, de acordo com a equao, a informao pode depender
da observao sensorial, mas os dados recebidos teriam que ser subjetivamente
interpretados por uma estrutura de conhecimento para se transformar em
informao. Para ele, a equao fundamental se aplica s estruturas subjetivas e
objetivas do conhecimento. Concorda com Popper (1972) quando este diz que os
indivduos aprendem mais sobre a aprendizagem subjetiva estudando a Equao
Fundamental num contexto objetivo do que nos contextos subjetivos tradicionais, e
sugere que este tipo de estudo seja um alvo principal e importante da Cincia da
Informao. Tomando por base a Equao Fundamental, Brookes (1980) afirma
que se houver um conhecimento objetivo, ento deve tambm existir uma
informao objetiva correspondente. A idia do perceptor, pronto para transmitir a
informao ao sujeito-receptor, ajustada para a coleta de pontos que permitam que
a informao se torne objetiva. A informao objetiva aquela que pode ser
compartilhada por qualquer um (sujeito-emissor) que se identificou com outro
(sujeito-receptor) de alguma forma, mas quando essa informao alcana o sujeito-
receptor, torna-se subjetiva para ele, e a cada um dos que tambm receberem esta
informao. Um exemplo citado por Brookes (1980) seria o caso da informao
transmitida atravs do rdio. Ela objetiva porque compartilhada e recebida por
todos que esto escutando o rdio, mas o que os ouvintes ouvem pode ser a opinio
subjetiva de algum comentarista poltico que traga lembrana dos ouvintes suas
prprias respostas subjetivas ao seu comentrio. Mas se a informao, considerada
uma seqncia programada de sinais, no for estruturada no conhecimento do
indivduo, permanece como informao objetiva.
Brookes (1980) relembra que as medidas da informao objetiva
foram propostas h 50 anos (tomando-se como base a poca em que escreveu seu
artigo, em 1980), e so usadas na teoria de Shannon (1948) aplicada aos sistemas
de telecomunicaes e aos computadores. E tais medidas ainda no tinham sido
aplicadas no estudo do conhecimento objetivo, mas que, ao mesmo tempo, no via
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VII Encuentro Asociacin de Educadores e Investigadores de Bibliotecologa, Archivologa, Ciencias de la Informacin y Documentacin de Iberoamrica y el Caribe VII EDIBCIC nenhum empecilho para que fossem. O que Brookes (1980) afirmou que o
crescimento do conhecimento observvel publicamente como aquele gravado na
literatura e publicado reflete os caminhos em que as mentes individuais pensam
confidencialmente. Em todo o caso, no h nenhuma maneira de inspecionar as
estruturas confidenciais do conhecimento de um indivduo sem eliciar sua resposta a
perguntas, atravs de examinaes escritas. Em estudos subjetivos, os cientistas
tm que usar "tcnicas da caixa preta" para encontrar a estrutura confidencial do
conhecimento, dando forma ao que quer que eles tentem obter de resposta,
comparando a sada com as suas prprias estruturas subjetivas. Esta parece ser
uma tcnica metodologicamente precria para ser adotada, segundo Brookes
(1980), j que o mesmo problema pode ser estudado objetivamente.
4. A RELEVNCIA DE BROOKES PARA A CINCIA DA INFORMAO
Como forma de demonstrar a importncia do trabalho de Brookes
para a rea da Cincia da Informao, apresentada uma sntese do nmero de
autores, do incio da dcada de 80 at agosto de 2006, que se utilizaram (e/ou ainda
se utilizam) dos artigos de Brookes The foundations of Information Science part I,
II, III and IV como referncia em diversos tipos de trabalhos na rea.
A metodologia empregada para o levantamento destas informaes foi a
de pesquisa bibliogrfica, ou documental. Este mtodo de pesquisa tambm chamado
de levantamento em fontes secundrias, e de acordo com Mattar (1996, p.20), [...] uma das formas mais rpidas e econmicas de amadurecer ou aprofundar um problema de pesquisa atravs do conhecimento dos trabalhos j feitos por outros, via levantamentos bibliogrficos. Este levantamento dever envolver procura em livros sobre o assunto, revistas especializadas ou no, dissertaes e teses apresentadas em universidades e informaes publicadas por jornais, rgos governamentais, sindicatos, associaes de classe, concessionrias de servios pblicos, etc. (MATTAR, 1996, p.20).
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VII Encuentro Asociacin de Educadores e Investigadores de Bibliotecologa, Archivologa, Ciencias de la Informacin y Documentacin de Iberoamrica y el Caribe VII EDIBCIC
Segundo Mafra Pereira (2000, p.31), O levantamento de dados secundrios compreende levantamentos bibliogrficos, documentais, estatsticas e levantamento de pesquisas realizadas. Os dados secundrios podem advir de fontes internas e/ou externas instituio contratante da pesquisa e deve-se ater para a importncia de se coletar dados secundrios atravs de fontes primrias (MAFRA PEREIRA, 2000, p.31).
De acordo com a base de dados do Portal Capes ISI Web of
Science, desde 1981, um ano aps a publicao dos artigos de Brookes (1980), at
agosto de 2006, foram identificados 108 trabalhos que apresentam, em suas
referncias bibliogrficas, as quatro partes ou pelo menos uma das quatro partes do
trabalho de Brookes The foundations of Information Science:
88 trabalhos citaram a Parte I Philosophical Aspects;
29 trabalhos citaram a Parte II Quantitative aspects: classes of
things and the challenge of human individuality;
30 trabalhos citaram a Parte III Quantitative aspects: objective
maps and subjective landscapes;
31 trabalhos citaram a Parte IV Information science: the
changing paradigm.
So, ao todo, 106 autores diferentes, que apresentaram trabalhos
individuais ou em parceria com outros autores, e que citam os artigos de Brookes
como referncia.
Outra fonte de pesquisa utilizada foi o conjunto de referncias
bibliogrficas dos trabalhos e artigos apresentados no V ENANCIB Encontro
Nacional de Pesquisa em Cincia da Informao, realizado entre os dias 10 e 14 de
novembro de 2003, na ECI/UFMG, Belo Horizonte (MG), e no VI ENANCIB,
realizado entre os dias 28 e 30 de novembro de 2005, em Florianpolis (SC). Por se
tratar de um dos eventos mais importantes da rea da Cincia da Informao no
Brasil, esta fonte de informao foi escolhida para mostrar, dentre os mais recentes
trabalhos apresentados na rea da Cincia da Informao no pas, a contribuio
dos estudos de Brookes (1980) como referncia, principal ou secundria. Do total de
140 trabalhos apresentados no V ENANCIB, incluindo o texto da Conferncia de
Abertura, oito deles destacaram Brookes (1980) como referncia bibliogrfica ou
como citao, por outros autores, no corpo dos artigos. Nestes oito trabalhos,
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VII Encuentro Asociacin de Educadores e Investigadores de Bibliotecologa, Archivologa, Ciencias de la Informacin y Documentacin de Iberoamrica y el Caribe VII EDIBCIC Brookes foi citado 27 vezes. Com relao s citaes, seis trabalhos citaram partes
do artigo The Foundations of Information Science, e dois citaram outros artigos de
Brookes. No VI ENANCIB o artigo de Brookes (1980) foi citado por apenas um
trabalho, dentre os 125 apresentados.
Observa-se que os estudos de Brookes (1980) so importantes e
ainda so utilizados por diversos de seus pares, nas diversas linhas de pesquisa
dentro da rea da Cincia da Informao, ou como referncia principal para o
desenvolvimento de novas propostas, ou como base para uma contra-opinio
(crtica) e a exposio de uma nova idia na rea. De qualquer forma, a utilizao de
seus trabalhos como referncia presente e inquestionvel.
5 ATUALIZAES DA EQUAO FUNDAMENTAL
Dentre os diversos trabalhos que utilizam os estudos de Brookes
(1980) na rea da Cincia da Informao, este artigo destaca um em especial,
apresentado no V ENANCIB (2003), de Eliany Alvarenga de Arajo, intitulado Equao
do Impacto Informacional: uma proposta paradigmtica. Segundo a autora, O texto analisa aspectos conceituais da informao e prope uma nova conceituao para a mesma. A partir da equao fundamental da Cincia da Informao elaborada por Brookes, analisa as possibilidades de se avaliar o impacto da informao nos contextos mental e/ou social. Apresenta uma proposta paradigmtica para a avaliao do impacto da informao atravs da EQUAO DO IMPACTO INFORMACIONAL EII (ARAJO, 2003, p.1).
Este estudo apresenta, na sua parte inicial, a compreenso sobre o
termo informao segundo Brookes (1980), alm do conceito de estado anmalo do
conhecimento, e retoma a Equao Fundamental da Cincia da Informao como
ponto de partida para sua proposta. Arajo (2003) destaca a importncia de se
considerar o sujeito do conhecimento tanto o sujeito-usurio quanto o sujeito-
gerador -, como forma de se compreender melhor o fenmeno informacional, e
apresenta trs tendncias, no campo da Cincia da Informao, sobre esse tema. A
primeira fala sobre a informao como produo de um sujeito universal,
considerando este sujeito portador de categorias e operaes estabelecidas a
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VII Encuentro Asociacin de Educadores e Investigadores de Bibliotecologa, Archivologa, Ciencias de la Informacin y Documentacin de Iberoamrica y el Caribe VII EDIBCIC priori, sendo que este sujeito do conhecimento (usurio ou gerador de informao)
desenvolve prticas informacionais. Para Arajo (2003), esta interpretao do
fenmeno informacional de difcil aceitao, j que considera o sujeito do
conhecimento um ente abstrato, um ente a-histrico. A segunda abordagem fala
sobre a informao como produo de um sujeito cognitivo-individual que, a partir de
suas experincias individuais, combina percepes elementares e as generaliza,
dando lugar a produtos mais complexos, como o conhecimento cientfico. Esta
abordagem enfatiza a dimenso subjetiva do processo informacional, onde as
prticas de informao (recepo, gerao e transferncia) so aes que ocorrem
no interior de um sujeito cognitivo individual, e no so estabelecidas a priori.
Entretanto, tambm segundo Arajo (2003), esta abordagem acaba por aprisionar o
sujeito do conhecimento num universo de escolhas mecnicas. A autora destaca
que as duas abordagens anteriores desconsideram um terceiro elemento importante
no processo informacional, que a realidade social. Neste sentido, apresenta uma
terceira abordagem que considera a informao como produo de um sujeito
cognitivo-social, sendo as prticas informacionais mediadas por um sistema de
conceitos, que constituem um modelo de mundo para o sujeito do conhecimento, e
que opera como uma unidade de seleo na filtragem e estruturao, tanto da
emisso, como na recepo da informao. O elemento diferenciador desta
abordagem para as duas anteriores o ponto de vista que relaciona o sujeito do
conhecimento com seu contexto social. Segundo Gonzalez de Gomez (1984, p.112),
esse modelo conceitual depende das experincias anteriores de um indivduo ou
grupo, sendo afetado pelos processos de socializao que recebem os indivduos e
pela vivncia histrica dos grupos sociais. So, como preferimos dizer, modelos
scio-cognitivos.
Arajo (2003) conclui que o fenmeno informacional no algo
natural, pois se d a partir de um sujeito cognitivo e tambm social, sendo a
informao uma construo do sujeito cognitivo-social. Com isso, admite-se que o
processo informacional constantemente reconstrudo pelo sujeito do
conhecimento, a partir de uma determinada realidade social e de significativos
pessoais, no sendo o ato de informar-se um processo finalizado quando o sujeito
do conhecimento recebe e usa a informao, mas sim algo aberto e inacabado,
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VII Encuentro Asociacin de Educadores e Investigadores de Bibliotecologa, Archivologa, Ciencias de la Informacin y Documentacin de Iberoamrica y el Caribe VII EDIBCIC sempre propcio a reestruturaes e criao de novas informaes. Neste ponto,
Arajo (2003) aborda em seu trabalho o aspecto da funo da informao na
sociedade atual, e ento, toma como ponto de partida a Equao Fundamental da
Cincia da Informao de Brookes (1980) para buscar ampliar a compreenso
sobre a relao informao e sociedade, e sobre o novo estado do conhecimento -
K[S+S] - proveniente de uma determinada informao - I. Apresenta, enfim, sua
Equao do Impacto Informacional EII.
Esta equao p
ocorrido nos sujeitos sociais e
mesma rene, num s momento
mudana mental e/ou social. [...] a profundsuas respectnecessidadespor tais sujeitoinformao di
Mesmo tendo a
informao como construo d
Brookes (1980), que trabalhou c
utilizou-se da referncia de Br
propor a sua Equao do Impa
referncia de Brookes (1980) fo
conceitos apresentados por Ara
desenvolvido seu estudo, sob um
IF = Ni + Cs x Int
ermite que se conhea o nvel de transformao
nas formaes sociais correspondentes, pois a
, os elementos caracterizadores da transformao /
idade do impacto da informao sobre os sujeitos sociais e ivas prticas relaciona-se diretamente, por um lado, s informacionais (Ni) e aos contextos sociais vivenciados (Cs) s e, por outro lado, intencionalidade (Int) explcita ou no da
sseminada e/ou utilizada (ARAJO, 2003, p.12)2.
vanado, em seu trabalho, para o conceito de
e um sujeito cognitivo-social, diferentemente de
om a idia do paradigma cognitivo, Arajo (2003)
ookes (1980) e a Equao Fundamental... para
cto Informacional neste novo contexto. Portanto, a
i importante para fundamentar as idias e novos
jo (2003), mesmo que a autora tenha avanado, ou
paradigma diferente3.
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VII Encuentro Asociacin de Educadores e Investigadores de Bibliotecologa, Archivologa, Ciencias de la Informacin y Documentacin de Iberoamrica y el Caribe VII EDIBCIC 6 CONSIDERAES FINAIS
Conforme exposto na parte introdutria deste trabalho, o objetivo
maior deste foi abordar a contribuio de Brookes (1980), e de sua Equao
Fundamental da Cincia da Informao, para o campo da Cincia da Informao, e
rediscutir e repensar o tema deve fazer parte do trabalho de estudiosos da rea.
Como visto durante todo o artigo, e no estudo apresentado por Arajo (2003), as
idias de Brookes (1980) apresentadas em Foundations of Information Science
ainda so uma forte referncia no campo da Cincia da Informao e podem servir
de modelo preliminar para o surgimento, incrementaes ou ampliaes de
conceitos e idias. Vrias das definies modernas sobre informao e
conhecimento, e sobre a relao entre eles, baseiam-se, sob o ponto de vista
epistemolgico, nos conceitos que Brookes (1980) apresentou h 26 anos.
Nos dias atuais, sob o contexto do paradigma social, no deixamos
de considerar importante a questo cognitiva do sujeito do conhecimento, e Brookes
(1980) j afirmara e considerara, mesmo que conceitualmente presente em um
paradigma cognitivo, que a transformao do estado inicial de conhecimento,
demonstrada na Equao Fundamental, pode ocorrer no nvel das relaes que
ocorrem num determinado contexto social, acarretando na transformao deste
contexto. Estudos sobre este atual paradigma social e a atuao neste de um
sujeito cognitivo social, conforme mencionado por Arajo (2003), podem utilizar as
idias de Brookes (1980) como ponto de partida, um modelo a ser ampliado e
incrementado.
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VII Encuentro Asociacin de Educadores e Investigadores de Bibliotecologa, Archivologa, Ciencias de la Informacin y Documentacin de Iberoamrica y el Caribe VII EDIBCIC
NOTAS 1. Segundo Gonzales de Gomez (1990) e outros autores citados em Capurro e Hjorland
(2003, p.356) como Bodgan (BODGAN, R, J. Grounds for cognition. How goal-guided behavior shapes the mind. Hillsdale, NJ: Lawrence Earlbaum, 1994), a Cincia da Informao uma disciplina interdisciplinar e/ou transdisciplinar, e por isso, questionvel a possibilidade de se ter um significado comum para o conceito de informao.
2. Arajo (2003) destaca que o elemento da intencionalidade, que surge como o elemento mais subjetivo da Equao do Impacto Informacional (EII), ainda no tem sido considerado, em termos terico-conceituais, na rea da Cincia da Informao. No caso da EII, a intencionalidade utilizada no sentido fenomenolgico, como direo, orientao que d sentido ao ato de entendimento. A autora destaca, portanto, que a anlise da intencionalidade pode revelar a relao que se estabelece entre a conscincia e o real e as transformaes ou impactos da informao ocorridos em tal conscincia.
3. Como referncia complementar, ver MENOU, M. J., The Impact of information I: Toward a research agenda for its definition and measurement. Information Processing and Management, 31(4), p. 455-477, 1995, e MENOU, M. J., The Impact of information II: Concepts of information and its value. Information Processing and Management, 31(4), 479-490, 1995. Este autor atua como consultor internacional independente em Gesto do Conhecimento e da Informao, e tem estudos sobre o impacto e o valor da informao, utilizando como referncia, tambm, a Equao Fundamental de Brookes (1980).
REFERNCIAS ARAJO, Eliany Alvarenga de. Equao do Impacto Informacional: uma proposta paradigmtica. V Encontro Nacional de Pesquisa em Cincia da Informao ENANCIB. Belo Horizonte: ECI/UFMG, 2003. BELKIN, N.J. Anomalous states of knowledge as a basis for information retrieval. Canadian Journal of Information Science, 5, 1980. BROOKES, B. C. The developing cognitive view in information science. International Workshop on the Cognitive Viewpoint, CC-77, p. 195-203, 1977. BROOKES, B. C. The foundation of Information Science. Journal of Information Science, v. 2, Part I (p.125-133), Part II (p.209-221), Part III (p.269-275), and v. 3, Part IV (p.3-12), 1980/1981. CAPURRO, R. Epistemologia e Cincia da Informao. V Encontro Nacional de Pesquisa em Cincia da Informao ENANCIB. Conferncia de abertura. Belo Horizonte: ECI/UFMG, 2003, 19p. CAPURRO, R., HJORLAND, B. The Concept of Information. ARIST, v.37, Chapter 8, p. 343-411, 2003. ENANCIB, V. V Encontro Nacional de Pesquisa em Cincia da Informao. CD-ROM. Anais. Belo Horizonte: ECI/UFMG, nov/2003.
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VII Encuentro Asociacin de Educadores e Investigadores de Bibliotecologa, Archivologa, Ciencias de la Informacin y Documentacin de Iberoamrica y el Caribe VII EDIBCIC FROHMANN, Bernd. The power of images: a discourse analysis of the cognitive viewpoint. Journal of Documentation, vol.48, no.4, p.365-286, 1992. GONZALEZ DE GOMEZ, Maria Nlida. Informao e Conhecimento. Cincia da Informao, Braslia, v.13, no.2, p. 107-114, jul/dez, 1984. GONZALEZ DE GOMEZ, Maria Nlida. O objeto de estudo da Cincia da Informao: paradoxos e desafios. Cincia da Informao, Braslia, vol.19, n.2, p. 117-122, jul/dez 1990. ISI WEB OF SCIENCE. Disponvel em: < http://www.periodicos.capes.gov.br >. Acesso em: 31 maio 2004. LE COADIC, Yves-Franois. A Cincia da Informao. Braslia (DF): Briquet de Lemos/Livros, 1996. MAFRA PEREIRA, Frederico C. Fundamentos Metodolgicos da Pesquisa de Marketing. 2000. 68 F. Monografia (Especializao lato sensu em Gesto Estratgica de Marketing) Centro de Ps-Graduao e Pesquisas em Administrao da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2000. MARTELETO, Maria Regina. Informao: elemento regulador dos sistemas, fator de mudana social ou fenmeno ps-moderno? Cincia da Informao, Braslia, IBICT/MCT, vol.16, n.2, p. 169-181, 1987. MATTAR, Fauze Najib. Pesquisa de Marketing. So Paulo: Atlas, 1996. SHANNON, C. A Mathematical Theory of Communication. Bell System Technical Journal, 27, 379-423, 623-656, 1948. SHANNON, Claude, WEAVER Warren. The mathematical theory of communication. Urbana, IL.: University of Illinois Press, 1949/1972. POPPER, Karl R. Objective Knowledge; An Evolutionary Approach. Clarendon Press, Oxford, 1972. WIENER, Norbert. Cybernetics or the control and communication in the animal and the machine. M.I.T. Press, 1961.
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Grupo Temtico: Alfabetizacin Informacional Grupo Temtico: Alfabetizao Informacional
ALFABETIZACION INFORMACIONAL: EXPERIENCIAS EN BIBLIOTECAS UNIVERSITARIAS ARGENTINAS
Jorge Hernn Pugh Lic. en Bibliotecologa y Documentacin
Universidad Nacional de Mar del Plata Argentina
RESUMEN Se desarrolla el concepto de alfabetizacin informacional y los antecedentes sobre la temtica que se registran en algunas bibliotecas universitarias de Europa, Amrica y especficamente en bibliotecas universitarias argentinas. Por ltimo se presentan las conclusiones sobre el trabajo de investigacin realizado en las Bibliotecas Universitarias Argentinas. Palabras-Clave: Alfabetizacion Informacional; Bibliotecas Universitarias.
ABSTRACT Developing the information literacy concept and the record of thematic in same university libraries in Europe, America and specially in Argentine. Finally presents the conclusions of the investigation in university libraries of Argentina. Key-Words: Information Literacy; University Libraries.
INTRODUCCIN
La expresin alfabetizacin informacional, denominada en ingls
information literacy, se utiliza para indicar el conjunto de habiblidades, competencias,
aptitudes, conocimientos y valores para saber localizar, acceder, usar, evaluar y
comunicar la informacin, que realiza una persona en distintas situaciones de su
vida.
En nuestra sociedad, en la que la informacin y los conocimientos
crecen en forma exponencial, actualizndose permanentemente en una variedad de
fuentes y soportes, se hace necesario que las personas sean alfabetizadas en
informacin. Las instituciones educativas estn dando cada vez mayor importancia
al tema y, en particular, las de educacin superior.
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VII Encuentro Asociacin de Educadores e Investigadores de Bibliotecologa, Archivologa, Ciencias de la Informacin y Documentacin de Iberoamrica y el Caribe VII EDIBCIC
La universidad prepara profesionales, docentes e investigadores que
necesitan continuamente actualizar sus conocimientos. La satisfaccin de esa
constante necesidad requiere el desarrollo de aptitudes para determinar la validez,
pertinencia y calidad de la informacin. Esta tarea se lleva a cabo en la mayora de
las bibliotecas universitarias del mundo, e involucra la participacin de todos los
actores de la vida acadmica: autoridades, profesores, investigadores y estudiantes.
El presente trabajo indaga sobre las experiencias realizadas en las
Bibliotecas Universitarias Argentinas (BUA) sobre las actividades de alfabetizacin
informacional (AI).
ANTECEDENTES DEL PROBLEMA
El trmino information literacy fue utilizado por primera vez por el
bibliotecario norteamericano Paul Zurkowski, quien lo emple para referirse a lo que
se conoce hoy como alfabetizacin informacional, en el escrito titulado The
information service enviroment relationships and priorities, publicado en 1974.
Zurkowski sugera que los recursos informacionales deberan ser aplicados en
situaciones reales de trabajo, resolucin de problemas por medio del aprendizaje de
tcnicas y habilidades en el uso herramientas de acceso a la informacin. La
informacin se buscaba para tomar decisiones.
Benito Morales al referirse al tema, define en la actualidad la
alfabetizacin informacional como: [] un proceso de aprendizaje mediante el cual
uno identifica una necesidad o define un problema; busca recursos aplicables; rene
y consume informacin; analiza e interpreta; sintetiza y comunica eficazmente a
otras personas y evala el producto realizado. Una persona alfabetizada en
informacin es aquella capaz de reconocer cundo se necesita informacin y tiene la
capacidad para localizar, evaluar y utilizar eficientemente la informacin requerida, lo
que le permite ser un aprendiz independiente a lo largo de la vida 1.
1 Benito Morales, Flix (2000). Nuevas necesidades, nuevas habilidades. Fundamentos de la alfabetizacin informacional. En Gmez Hernndez, Jos Antonio (Coord.). (2000). Estrategias y modelos para ensear a usar la informacin (p 36). Murcia: KR.
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A partir de la dcada de los 80 en diferentes partes del mundo
surgieron movimientos que desarrollaron la nocin de aptitudes o competencias en
el manejo de la informacin.
Estos movimientos promovan la formacin en el uso de la
informacin a travs del desarrollo de habilidades de informacin en todos los
niveles del sistema educativo.
Francia puso en marcha la formacin en el uso de informacin en
casi cien escuelas de ingeniera y de gestin entre los aos 1980 y 1990,
posteriormente se extendi la experiencia a ochenta establecimientos de enseanza
superior a partir de 1992. En la mayora de los establecimientos la formacin estaba
integrada en las asignaturas de cada disciplina y en la mayora de los casos, en los
ciclos superiores.
En Blgica, una encuesta llevada a cabo en 1995 revel que el
68,5% de las bibliotecas universitarias realizaban al menos una actividad de
alfabetizacin informacional y que sta se encontraba integrada en las asignaturas
opcionales dirigidas prioritariamente al segundo ciclo, sin descuidar al primero y al
tercero.
En Gran Bretaa, encontramos que en el ao 1981 se desarroll el
Modelo Marland, de uso generalizado en el Reino Unido. Dicho modelo se basa en
la formulacin de preguntas y su relacin con los conocimientos que debe adquirir la
persona participante del proceso de alfabetizacin informacional. Con la introduccin
de proyectos relacionados con las tecnologas de la informacin como Teaching
with Idependent Learning Technologies, Information Literacy in All Departments y
NetLinkS, cobr mayor importancia an.
En Australia y Nueva Zelanda muchas bibliotecas universitarias han
adoptado las normas de Alfin elaboradas por la Austalian and New Zealand
Information Literacy Framework: principles, standars and practice, a fin de que se
garantice a los estudiantes la gestin y recuperacin de la informacin, la dedicacin
a la investigacin de calidad y el desarrollo eficaz de las competencias para el
aprendizaje a lo largo de la vida.
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En Espaa, sobre todo en la dcada de los noventa, hubo un
crecimiento importante sobre la temtica de la AI en el nivel de la educacin
superior. Muchas universidades ofrecen asignaturas y/o cursos, en algunos casos
obligatorios y en otros, optativos. La Universidad Politcnica de Valencia, por
ejemplo, ofrece un curso denominado Recuperacin de la informacin en Bases de
Datos, Recursos de Informacin y Gestin de Recursos Bibliogrficos2; se dicta
varias veces al ao y es impartido por personal bibliotecario. Existen tambin casos
de asignaturas: en Extremadura, Servicios de Documentacin para la Empresa; en
Granada, Documentacin aplicada a la Psicologa, Documentacin aplicada a las
Ciencias Jurdicas, y Fuentes de informacin en Ciencias de la Salud); y en
Zaragoza, Documentacin Cientfica en Agronoma. 3
En Qubec, Canad, se cre en 1991 el Grupo de trabajo sobre
formacin documental en el seno del subcomit de bibliotecas de la CREPUQ
(Conferencia de rectores y presidentes de Universidades de Qubec) siendo uno de
los objetivos principales la formacin documental en la formacin universitaria. En la
mayora de las bibliotecas universitarias existe un cargo de coordinador de la
formacin documental. En Montreal todas las bibliotecas universitarias cuentan con
una sala para formacin documental y en muchas universidades de este pas existe
una asignatura de formacin en el uso de la informacin integrada a los programas
de estudio del primer ciclo.
Actualmente es en los Estados Unidos donde el pas en el que ms
desarrollado se encuentra el tema de la AI, en especial a partir de los trabajos
realizados por la Association of College and Research Libraries, dependiente de la
ALA. La publicacin por la ALA en 1989 del Presidential Committee on information
literacy: final report como documento normativo ampla la aplicacin del concepto de
AI, hasta el momento slo visto dentro de la biblioteca. El documento propone los
requerimientos y estndares para afirmar cundo una persona cumple los objetivos
2 Gmez Hernndez, Jos Antonio (2000). La alfabetizacin informacional y la biblioteca universitaria. Organizacin de programas para ensear el uso de la informacin. En Gmez Hernndez, Jos Antonio (Coord.). (2000). Estrategias y modelos para ensear a usar la informacin (p 204). Murcia: KR. 3 Gmez Hernndez, Jos Antonio. Op cit
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de la AI, recomendando un nuevo modelo de aprendizaje que implicaba instruir en el
hbito de buscar y utilizar crticamente la informacin. La ACRL elabor y dio a
conocer en el ao 2000 las Normas sobre aptitudes para el acceso y uso de la
informacin en la educacin superior, muy difundidas en la actualidad. Tambin en
este pas se encuentran, entre otras, significativas experiencias en las
universidades: Florida International University; California State University y State
University of New York. Dichas instituciones tambin han elaborado documentos
institucionales que identifican las aptitudes para el uso de la informacin a
desarrollar en el transcurso de los estudios superiores.
En Cuba, el Centro de Documentacin e Informacin Cientfico-
Tcnica de la Universidad Central, se encuentra desarrollando acciones de
capacitacin de su personal bibliotecario para que llos puedan posteriormente
formar a los usuarios. La capacitacin est basada en el Modelo Marland, uno de los
ms generalizados en el Reino Unido. Tambin se trabaja en la elaboracin de
tutoriales para el autoaprendizaje de los estudiantes.
En los pases mencionados anteriormente, adems de cursos y
asignaturas integradas a la formacin, se ha incrementado en forma creciente el
nmero de cursos on line y tutoriales web.
Es menester destacar tambin los principios bsicos sobre
alfabetizacin informacional propuestos en Praga en el ao 2003, con motivo de la
Information Literacy Meeting of Experts y el Encuentro realizado durante el ao 2005
en la Biblioteca de Alejandra:
La creacin de una sociedad de la informacin es clave para el
desarrollo social, cultural y econmico de las naciones y de las
comunidades, de las instituciones y de los individuos en el siglo XXI.
La AI, que abarca el reconocimiento de la necesidad de
informacin y la capacidad para identificar, localizar, evaluar,
organizar y utilizar eficazmente la informacin para afrontar
cuestiones o problemas, es un prerequisito para participar
eficazmente en la sociedad de la informacin, y forma parte del
derecho humano bsico al aprendizaje a lo largo de la vida.
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