impactos ambientais dos postos de combustivel

182
Avaliação e Valoração dos Impactos Ambientais no Processo de Operação de Postos Revendedores de Combustíveis. C AMILO P INTO DE S OUZA Dissertação Apresentada ao Curso de Pós- Graduação em Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos para a Obtenção do Grau de Mestre em Ciências ORIENTADOR: PROF A . DENIZE DIAS CARVALHO, D.SC. PROF. JOSIMAR RIBEIRO DE ALMEIDA, D. SC. Universidade Federal do Rio de Janeiro Escola de Química 2009

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Impactos Ambientais Dos Postos de Combustivel

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  • Avaliao e Valorao dos Impactos Ambientais no

    Processo de Operao de Postos Revendedores de

    Combustveis.

    CCAAMMIILLOO PP IINNTTOO DDEE SSOOUUZZAA

    Dissertao Apresentada ao Curso de Ps-

    Graduao em Tecnologia de Processos

    Qumicos e Bioqumicos para a Obteno do

    Grau de Mestre em Cincias

    OORRIIEENNTTAADDOORR::

    PROFA. DENIZE DIAS CARVALHO, D.SC.

    PROF. JOSIMAR RIBEIRO DE ALMEIDA, D. SC.

    Universidade Federal do Rio de Janeiro

    Escola de Qumica

    2009

  • iii

    Souza, C.P.

    Avaliao e Valorao dos Impactos Ambientais no

    Processo de Operao de Postos Revendedores de

    Combustveis.

    CAMILO P INTO DE SOUZA

    Dissertao Apresentada ao Curso de Ps-Graduao em

    Tecnologia de Processos Qumicos e Bioqumicos para a Obteno

    do Grau de Mestre em Cincias (MSc)

    Universidade Federal do Rio de Janeiro

    Escola de Qumica

    2009

  • iv

    Souza, C.P.

    Avaliao e Valorao dos Impactos Ambientais no

    Processo de Operao de Postos Revendedores de

    Combustveis.

    CAMILO P INTO DE SOUZA

    Dissertao submetida ao Programa de Ps-graduao em Tecnologia de

    Processos Qumicos e Bioqumicos da Escola de Qumica da Universidade Federal do

    Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessrios a obteno do grau de Mestre

    em Cincias, sob orientao da Profa. Denize Dias Carvalho.

    _____________________________________

    Profa. Denize Dias Carvalho, D.Sc.

    Presidente da Banca

    _____________________________________

    Prof. Josimar Ribeiro de Almeida, D.Sc.

    _____________________________________

    Prof. Paulo Sergio Moreira Soares, D.Sc.

    _____________________________________

    Profa Ldia Yokoyama, D.Sc.

    _____________________________________

    Profa Las Alencar de Aguiar, D.Sc.

    Rio de Janeiro, 09 de Maro de 2009

  • v

    Souza, C.P.

    FICHA CATALOGRFICA

    Souza, Camilo Pinto de

    Avaliao e Valorao dos Impactos Ambientais no Processo

    de Operao de Postos Revendedores de Combustveis

    Dissertao (Mestrado em Cincias) Universidade Federal do Rio de Janeiro -

    UFRJ, Escola de Qumica, Ps-Graduao em Tecnologia de Processos Qumicos

    e Bioqumicos.

    Orientadores: Denize Dias Carvalho.

    Josimar Ribeiro de Almeida

    1. Postos Revendedores de Combustveis. 2. Licenciamento Ambiental

    3.Identificao e Avaliao de Impactos Ambientais .4.Valorao Econmica

    Ambiental

    Teses. I. Carvalho, Denize, Dias, (Orient.). II. Ps-Graduao em Tecnologia de Processos Qumicos e Bioqumicos. III. Ttulo

  • vi

    Souza, C.P.

    vontade e a determinao superam as dificuldades e tornam os sonhos em

    realizaes concretas e satisfatrias

  • vii

    Souza, C.P.

    Agradecimentos

    O Deus, por ter me dado o dom da vida e pela oportunidade de desenvolver

    este trabalho.

    Aos meus pais, Camilo e Rosangela, por todo amor, compreenso e incentivo e pelo

    esforo que fizeram para que eu chegasse at aqui e tambm pela pacincia, carinho

    e a ajuda de minha namorada Flvia;

    A Professora Denize, pela orientao, amizade e pelos conhecimentos passados e por

    ter me aturado pacientemente durante esses mais de dois anos.

    Ao Professor Josimar, pela orientao, pela amizade e pelos conhecimentos passados

    durante todo o desenvolvimento dessa dissertao.

    Aos amigos da EQ companheiros de disciplinas, almoos e afins: Bianca, Ricardo,

    Felipe, Afonso, Cristina. Sentirei saudades da convivncia diria.

    A Secretria Municipal de Meio Ambiente (SMAC) pelo suporte financeiro.

  • viii

    Souza, C.P.

    Resumo

    Souza, Camilo Pinto de. Avaliao e Valorao dos Impactos Ambientais no

    Processo de Operao de Postos Revendedores de Combustvel.

    Orientadores: Denize Dias Carvalho; Josimar Ribeiro de Almeida. Rio de Janeiro:

    UFRJ/ EQ, 2009. Dissertao (Mestrado em Cincias).

    Em 2000, a atividade de posto revendedor de combustvel (PRC) foi considerada

    potencialmente poluidora por meio da referida Resoluo CONAMA n 273 de 29 de

    novembro de 2000 em mbito federal e em mbito estadual a FEEMA, elaborou a

    Diretriz Tcnica 1841.R2 e a Instruo Tcnica 1842, em que, ambos instrumentos

    legislativos voltavam-se especificamente ao processo de licenciamento ambiental dos

    PRC. No entanto, apesar de seu potencial impactante reconhecido pelos instrumentos

    legislativos citados anteriormente, em nenhum momento nestes documentos citada

    ou solicitada a avaliao de impactos ambientais desta atividade.

    Portanto, buscou-se neste trabalho demonstrar com aplicao de ferramentas de

    avaliao e valorao de impactos ambientais, o potencial impactante do processo de

    operao dos postos de revendedores de combustveis ao meio ambiente. Para tanto,

    foram desenvolvidas matrizes para cada atividade operacional dos PRC. Nestas

    matrizes, identifica-se os aspectos e impactos ambientais , avalia-se os impactos para

    posteriro valorao econmica dos mesmos.

    Comprovou-se que os PRC so atividades que quando operadas em condies

    anormais de funcionamento geram impactos ao meio ambiente diretamente e

    indiretamente, contaminando: o solo, as guas superficiais e subterrneas e poluindo

    o ar, comprometendo a sade humana e ambiental Alm disso, quando valorado

    economicamente esses impactos, verificou-se o quanto esses impactos so onerosos

    economicamente.

  • ix

    Souza, C.P.

    Abstract

    Souza, Pinto de Camilo. Environmental Impact Assessment and Mometary Estimetion

    on Gas Station Operations Process. Guiding: Denize Dias Carvalho; Josimar Ribeiro

    de Almeida. Rio de Janeiro: UFRJ / EQ, 2009. Dissertao (Mestrado em Cincias).

    In 2000, gas station activity was considered potentially polluting through

    CONAMA Resolution No. 273 on November 29, 2000 under federal and state to

    FEEMA, prepared technical guidelines 1841.R2 and technical Instruction 1842, in

    which, both legislative instruments returned specifically to the process of

    environmental licensing of gas station. However, despite their impressive potential to

    be recognized by the legislative instruments listed above, at no time is mentioned or

    requested in these documents an evaluation of environmental impacts of this activity.

    Therefore, we demonstrate in this study with application of a tool for evaluating

    environmental impacts, the potential impact of the fuel dealers operations process on

    the environment. Thus, matrices were developed for each operational activity of the

    gas station, which the environmental aspects and impacts were identified, analyzed

    and valued economically.

    We verified that, the gas stations when are operated in abnormal operating

    conditions generate impacts directly and indirectly on the environment, contaminating:

    the soil, surface water and groundwater and polluting the air, endangering human and

    environmental health. Moreover, when we value these impacts, we realize on how

    much they are economically costly.

  • x

    Souza, C.P.

    LISTA DE SIGLAS E ACRNIMOS

    ABEMA Associao Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente

    ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas

    ANP Agencia Nacional do Petrleo

    BTEX Benzeno, Tolueno, Etilbenzeno e Xilenos

    CETESB Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental

    CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente

    CECA Conselho Estadual de Controle Ambiental

    DOU Dirio Oficial da Unio

    DZ Diretrizes Tcnica

    FEAM Fundao Estadual de Meio Ambiente de Minas Gerais

    FEEMA Fundao Estadual de Engenharia de Meio Ambiente

    FECOMBUSTVEIS Federao Nacional do Comrcio de Combustveis e de

    Lubrificantes

    GMV Gs Metano Veicular

    GNV Gs Natural Veicular

    GCC Gs Combustvel Comprimido

    GLP Gs Liquefeito de Petrleo

    IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis

    INMETRO Instituto Nacional de Metrologia, Normatizao e Qualidade Industrial

    IT Instruo Tcnica

    INEA Instituto Estadual do Ambiente

    ISR Instalao de Sistema Retalhista

    EPI Equipamentos de Proteo Individual

    LP Licena Prvia

    LI Licena de Instalao

    LO Licena de Operao

    LMP Licena Municipal Prvia

    LMI Licena Municipal de Instalao

    LMO Licena Municipal Operao

    MMA Ministrio do Meio Ambiente

    NR Norma Regulamentadora

  • xi

    Souza, C.P.

    NT Norma Tcnica

    PRC Posto de Revendedor de Combustvel

    PR Posto Revendedor

    PA Posto de Abastecimento

    PF Posto Flutuante

    SINDESTADO-RJ Sindicato do Comrcio Varejista de Derivados de Petrleo do Estado

    do Rio de Janeiro

    SISNAMA Sistema Nacional de Meio Ambiente

    SMAC Secretaria Municipal de Meio Ambiente

    UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro

  • xii

    Souza, C.P.

    ndice de tabelas

    Tabela 1 Caractersticas do GNV X GLP .................................................................... 29

    Tabela 2 Matriz modelo de Levantamento de Aspectos e Avaliao dos Impactos

    Ambientais dos Postos Revendedores de Combustveis ............................................ 80

    Tabela 3 Situao Operacional ................................................................................... 81

    Tabela 4 Responsabilidades ....................................................................................... 81

    Tabela 5 Classe do Impacto ....................................................................................... 81

    Tabela 6 Temporalidade ............................................................................................. 81

    Tabela 7 Abrangncia ................................................................................................. 82

    Tabela 8 Gravidade .................................................................................................... 82

    Tabela 9 Freqncia/Probabilidade ............................................................................ 82

    Tabela 10 Grau de Significncia ................................................................................. 83

    Tabela 11 Classificao da Significncia .................................................................... 83

    Tabela 12 Taxas Aplicadas para o Custo da Analise das Licenas Ambientais dos

    Postos Revendedores de Combustveis ..................................................................... 84

    Tabela 13 Taxas Aplicadas para o Custo da Analise das Licenas Ambientais dos

    Postos Revendedores de Combustveis que possuem GNV ....................................... 84

    Tabela 14 Classes dos Postos Revendedores de Combustvel .................................. 85

    Tabela 15 Grau de Abrangncia do Impacto ............................................................... 86

    Tabela 16 Exemplo 1 .................................................................................................. 86

    Tabela 17 Exemplo 2 .................................................................................................. 87

    Tabela 18 Exemplo 3 .................................................................................................. 87

    Tabela 19 Somatrio dos Resultados ......................................................................... 87

    Tabela 20 Matriz de Levantamento de Aspectos e Avaliao dos Impactos Ambientais

    na Distribuio de Combustveis ................................................................................. 90

    Tabela 21 Abrangncia dos Impactos na Distribuio ................................................. 95

    Tabela 22 Abrangncia dos Impactos ......................................................................... 96

    Tabela 23 Matriz de Levantamento de Aspectos e Avaliao dos Impactos Ambientais

    da Manuteno ........................................................................................................... 99

    Tabela 24 Abrangncia dos Impactos da Manuteno .............................................. 105

    Tabela 25 Abrangncia dos Impactos na Manuteno - GNV ................................... 106

    Tabela 26 Matriz de Levantamento de Aspectos e Avaliao dos Impactos Ambientais

    do Armazenamento .................................................................................................. 109

    Tabela 27 Abrangncia dos Impactos do Armazenamento ....................................... 117

  • xiii

    Souza, C.P.

    Tabela 28 Abrangncia dos Impactos no Armazenamento-GNV .............................. 118

    Tabela 29 Matriz de Levantamento de Aspectos e Avaliao dos Impactos Ambientais

    da Troca de leo Box de Lubrificao .................................................................... 121

    Tabela 30 Abrangncia dos Impactos da Troca de leo Box de Lubrificao ........ 124

    Tabela 31 Abrangncia dos Impactos da Troca de leo Box de Lubrificao ........ 125

    Tabela 32 Matriz de Levantamento de Aspectos e Avaliao dos Impactos Ambientais

    na Lavagem de Veculos .......................................................................................... 128

    Tabela 33 Abrangncia dos Impactos na Lavagem de Veculos ............................... 131

    Tabela 34 Abrangncia dos Impactos na Lavagem de Veculos-GNV ...................... 132

    Tabela 35 Matriz de Levantamento de Aspectos e Avaliao dos Impactos Ambientais

    na Loja de Convenincia .......................................................................................... 135

    Tabela 36 Abrangncia dos Impactos na Loja de Convenincia ............................... 138

    Tabela 37 Abrangncia dos Impactos na Loja de Convenincia - GNV .................... 139

    Tabela 38 Matriz de Avaliao de Aspectos e Impactos Ambientais no Escritrio ou

    rea Administrativa ................................................................................................... 142

    Tabela 39 Abrangncia dos Impactos no Escritrio ou rea Administrativa .............. 144

    Tabela 40 Abrangncia dos Impactos no Escritrio ou rea Administrativo-GNV ..... 145

    Tabela 41 Matriz de Levantamento de Aspectos e Avaliao dos Impactos Ambientais

    em Outras Atividades ................................................................................................ 148

    Tabela 42 Abrangncia dos Impactos em Outras Atividades .................................... 151

    Tabela 43 Abrangncia dos Impactos em Outras Atividades-GNV ........................... 152

    Tabela 44 Totalizao dos Valores: Primeiro Caso ................................................... 158

    Tabela 45 Totalizao dos Valores: Segundo Caso .................................................. 160

    Tabela 46 Totalizao dos Valores: Terceiro Caso ................................................... 161

    Tabela 47 Totalizao dos Valores: Quarto Caso ..................................................... 163

    Tabela 48 Totalizao dos Valores:Primeiro Caso-GNV ........................................... 164

    Tabela 49 Totalizao dos Valores: Segundo Caso-GNV ......................................... 166

    Tabela 50 Totalizao dos Valores:Terceiro Caso-GNV ........................................... 167

    Tabela 51 Totalizao dos Valores: Quarto Caso-GNV ............................................ 168

  • xiv

    Souza, C.P.

    Indce de Figuras

    Figura 1 Mtodos de Valorao Ambiental ................................................................. 68

    Figura 2 Mtodos Indiretos ......................................................................................... 69

    Figura 3 Mtodos Diretos ............................................................................................ 72

    Figura 4 Distribuio de Impactos no Processo de Operao dos PRC .................... 154

    Figura 5 Distribuio da Classe dos Impactos .......................................................... 155

    Figura 6 Distribuio do Grau de Relevncia dos Impactos ...................................... 158

    Figura 7 Distribuio dos Impactos Ambientais por Atividade ................................... 171

  • xv

    Souza, C.P.

    Sumrio

    1 Introduo ........................................................................................................... 18

    1.1Relevncia ......................................................................................................... 19

    1.2 Objetivo Geral ................................................................................................... 22

    1.2.1 Objetivos Especficos ................................................................................. 22

    1.3 Hipteses .......................................................................................................... 23

    2 Base Epistemolgica (Sistema Conceptual) ........................................................ 24

    2.1 Posto Revendedor de Combustvel: definies e classificaes ....................... 24

    2.1.1 Combustveis ............................................................................................. 26

    2.1.2 Gasolina ..................................................................................................... 26

    2.1.3 leo Diesel................................................................................................. 27

    2.1.4 lcool etlico ou etanol ............................................................................... 27

    2.1.5 Lubrificantes ............................................................................................... 28

    2.1.6 Gs Natural Veicular .................................................................................. 29

    2.2 Componentes de um Posto de Combustveis Lquidos ..................................... 30

    2.2.1 Tanques ..................................................................................................... 30

    2.2.2 Suspiros ..................................................................................................... 32

    2.2.3 Bombas (Unidades de Abastecimento) ...................................................... 33

    2.2.4 Piso impermevel e cobertura .................................................................... 34

    2.3 Componentes de um Posto de GNV ................................................................. 35

    2.3.1 rea de compresso .................................................................................. 35

    2.3.2 rea de abastecimento .............................................................................. 40

    2.3.3 Outros ........................................................................................................ 40

    3 Reviso Bibliogrfica ........................................................................................... 43

    3.1 Licenciamento Ambiental de Postos Revendedores de Combustveis .............. 43

    3.1.1 Resoluo CONAMA n0 237 de 29 de Novembro de 2000 ......................... 43

    3.1.2 Resoluo CONAMA n 319, de 04 de dezembro de 2002 ........................ 50

  • xvi

    Souza, C.P.

    3.1.3 Associao Brasileira de Normas Tcnicas - ABNT ................................... 52

    3.2 Licenciamento Ambiental de Posto Revendedores de Combustveis no Estado

    Rio de Janeiro ......................................................................................................... 54

    3.2.1 Diretriz Tcnica n0 1.841 R2 ....................................................................... 54

    3.2.2 Instruo Tcnica n01. 842 ......................................................................... 61

    3.3 Licenciamento Ambiental de Posto Revendedores de Combustveis no Municpio

    do Rio de Janeiro .................................................................................................... 62

    3.4 Consideraes sobre o Licenciamento Ambiental do PRC: ............................... 65

    3.5 Valorao Econmica Ambiental ....................................................................... 66

    3.5.1Mtodos Indiretos de Valorao .................................................................. 68

    3.5.2 Mtodos Diretos de Valorao ................................................................... 71

    3.6 Consideraes sobre os mtodos de Valorao Econmica Ambiental ............ 74

    4 Metodologia ........................................................................................................ 75

    4.1 Reviso Bibliogrfica ......................................................................................... 75

    4.2 Elaborao de caractersticas do posto referencia ........................................... 75

    4.2.1 Atividade de distribuio dos combustveis ................................................ 76

    4.2.2 Atividade de armazenamento ..................................................................... 76

    4.2.3 Atividade de lavagem de veculos .............................................................. 77

    4.2.4 Atividade de troca de leo Box de Lubrificao ....................................... 77

    4.2.5 Atividade de manuteno ........................................................................... 77

    4.2.6 Loja de Convenincia ................................................................................. 78

    4.2.7 Escritrio ou rea de Administrao........................................................... 78

    4.2.8 Outras Atividades ....................................................................................... 78

    4.3 Matriz de Levantamento de Aspectos e Avaliao dos Impactos Ambientais dos

    Postos ..................................................................................................................... 79

    4.3.1 Situao Operacional ................................................................................. 81

    4.3.2 Responsabilidades ..................................................................................... 81

    4.3.3 Classe do impacto ...................................................................................... 81

    4.3.4 Temporalidade ........................................................................................... 81

    4.3.5 Avaliao da Significncia do Impacto ....................................................... 81

  • xvii

    Souza, C.P.

    4.4 Valorao Econmica dos Impactos Ambientais ............................................... 83

    5 Resultados e Discusso .......................................................................................... 89

    5.2 Avaliao dos Aspectos e Impactos Ambientais ............................................... 89

    5.2.1 Levantamento de aspectos e Avaliao dos Impactos Ambientais da

    Distribuio de Combustveis .............................................................................. 89

    5.2.2 Levantamento de Aspectos e Avaliao dos Impactos Ambientais da

    Manuteno ........................................................................................................ 98

    5.2.3 Levantamento de Aspectos e Avaliao dos Impactos Ambientais do

    Armazenamento ................................................................................................ 108

    5.2.4 Levantamento de Aspectos e Avaliao dos Impactos Ambientais da Troca

    de leo Box de Lubrificao ........................................................................... 120

    5.2.5 Levantamento de Aspectos e Avaliao dos Impactos Ambientais na

    Lavagem de Veculos ........................................................................................ 127

    5.2.6 Levantamento de Aspectos e Avaliao dos Impactos Ambientais na Loja de

    Convenincia .................................................................................................... 134

    5.2.7 Levantamento de Aspectos e Avaliao dos Impactos Ambientais no

    Escritrio ou rea Administrativa ...................................................................... 141

    5.2.8 Levantamento de Aspectos e Avaliao dos Impactos Ambientais em Outras

    Atividades ......................................................................................................... 147

    5.3. Consideraes sobre os Impactos Ambientais Avaliados ........................... 154

    5.3.1 Consideraes sobre as categorias dos impactos .................................... 154

    5.3.2 Consideraes sobre o Grau de Relevncia dos Impactos ...................... 157

    5.3.3 Consideraes sobre a valorao econmica dos impactos .................... 158

    5.3.4 Concluso em relao Valorao Econmica dos Impactos Ambientais .. 169

    6 Constataes ......................................................................................................... 171

    7 Concluses ............................................................................................................ 173

  • Captulo 1 Introduo 18

    Souza, C.P.

    1 Introduo

    Segundo Cunha, (Cunha, 2006) o meio ambiente constitui um dos temas

    essenciais das polticas governamentais e uma das maiores preocupaes dos

    cidados, seja nos pases industrializados ou no. Pois, o crescente processo de

    industrializao verificado desde o final do sculo XX, ao lado do incremento das

    pesquisas, do desenvolvimento e da difuso de novas tecnologias, os processos de

    produo e seus respectivos produtos, tm contribudo para pr em perigo ou causar

    prejuzos sade humana e ambiental.

    No processo de desenvolvimento, diversas atividades se destacaram, dentro

    destas, os postos revendedores de combustvel ou tambm chamado de posto de

    gasolina, nome tradicionalmente utilizado pela maioria da populao brasileira para

    indicar o local onde se abastece de combustvel os veculos automotivos (Santos,

    2005).

    Os postos revendedores de combustvel se distribuem nos centros urbanos, no

    meio rural, nas estradas (rodovias), ressalta-se que esta atividade encontrada nos

    mais diferentes locais, independente do porte das atividades econmicas realizadas

    na regio e representam ainda hoje uma importante atividade para a economia

    nacional (Santos, 2005).

    O posto de revenda de combustveis, caracterizado como empreendimento de

    pequeno a mdio porte, pode gerar inmeros impactos ao meio ambiente relacionados

    sua instalao, operao e descomissionamento, exemplo: vazamentos no

    intencionais (acidentes); derramamentos durante a operao de transferncia de

    produto para o tanque; vazamentos no sistema devido corroso; falhas estruturais

    do tanque ou da tubulao conectada ao tanque ou ento devido instalao

    inadequada (Guiguer, 1993).

    Em 2000, atividade de posto revendedor foi considerada potencialmente

    poluidora atravs da Resoluo CONAMA n 273 de 29 de novembro de 2000. No

    entanto, a Federao Nacional do Comrcio de Combustveis e de Lubrificantes

    (FECOMBUSTVEIS), considerava que independente dos aspectos de riscos de

    segurana e de impactos ambientais envolvidos com essa atividade, dever-se-ia

    isent-la dos diplomas legais de licenciamento ambiental, pois no havia nenhuma

  • Captulo 1 Introduo 19

    Souza, C.P.

    evidncia que esta pudesse ser uma atividade com potencial de causar danos ao

    ambiente (Santos, 2005).

    Portanto, busca-se neste trabalho demonstrar com aplicao de uma ferramenta

    de avaliao de impactos ambientais, o potencial impactante do processo de operao

    dos postos de revendedores de combustveis ao meio ambiente. E assim que, com o

    auxlio desta ferramenta prvia de estudo ambiental, que seja possvel acelerar o

    processo de licenciamento e a futura implantao de um sistema de gesto ambiental,

    fornecendo ao rgo ambiental competente informaes dos aspectos e impactos

    ambientais nos postos revendedores e conseqentes passivos ambientais futuros do

    empreendimento.

    1.1Relevncia

    A relevncia deste estudo est voltada no efetivo potencial impactante durante a

    fase de operao dos postos revendedores de combustveis, pois esse potencial

    impactante somente e reconhecido pela rgida legislao ambiental durante as fases

    de construo e descomissionamento, por meio de exigncia de levantamentos,

    estudos e equipamentos especficos.

    Neste contexto, destacamos o processo de licenciamento ambiental dos postos

    revendedores de combustveis nos eventos apresentados:

    No workshop Plano de Monitoramento Ambiental para Postos de Servios de

    Combustveis, realizado pelo Sindestado-RJ (Sindicato do Comrcio Varejista de

    Derivados de Petrleo do Estado do Rio de Janeiro) em 2007, em Duque de Caxias, o

    Presidente do Sindestado-RJ Ricardo Lisba Vianna, comentou:

    O licenciamento ambiental um tema vasto e que d margem a muitas

    dvidas e muitas perguntas por parte dos Revendedores.

    Tambm, participando do evento o responsvel pelo licenciamento dos Postos

    no Grande Rio (Rio de Janeiro) pela Feema (Fundao Estadual de Engenharia de

    Meio Ambiente), o engenheiro Henrique Nunes comentou:

    H muitos casos que o processo de licenciamento est parado por

    ausncia de anexao de documentos indispensveis

  • Captulo 1 Introduo 20

    Souza, C.P.

    E lembrou que:

    So requeridos mais documentos administrativos do que tcnicos para o

    incio do processo de licenciamento dos Postos Revendedores de

    Combustvel.

    Os postos revedendores de combustveis so atividades altamente poluidoras e

    so assim considerados pela legislao ambiental brasileira (Resoluo CONAMA

    273). Tal fato se d pelos aspectos relacionados ao potencial perigo ao meio

    ambiente, e que so apresentados em diversos estudos pelo mundo (Santos, 2005 e

    Bortoluzzi, 2004).

    Segundo Silva, (Silva, 2004), algumas operaes nos postos requerem

    cuidados, pois coloca em riscos o meio ambiente e expe os trabalhadores e

    vizinhanas. Por exemplo:

    Manuseio imprprio de combustvel: derrame (vazamento "em gotas" ou

    gotejamento) durante o abastecimento de automvel;

    Defeitos Tcnicos;

    Vazamentos acidentais;

    Estocagem inadequada;

    Corroso dos tanques subterrneos;

    Ressalvado por Marques et al. (Marques et al, 2005), as instalaes dos postos

    de combustveis, conjuntamente com seus sistemas de armazenagem de derivados de

    petrleo e lcool hidratado configuram-se como empreendimentos potencialmente ou

    parcialmente poluidores e geradores de acidentes ambientais.

    No entanto, os estabelecimentos obedecem a rgidas normas de instalao

    concernentes proteo ambiental, contudo ficando a desejar na fase da operao.

    No 1 Seminrio Tcnico de Integrao dos rgos de Meio Ambiente

    CONAMA 273, ocorrido em 16 de Junho de 2005, no Hotel Meli Confort, em

    Guarulhos/SP. Realizado pela ABEMA (Associao Brasileira de Entidades Estaduais

    de Meio Ambiente) e o MMA (Ministrio do Meio Ambiente), com o apoio da CETESB

    (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) e da FEAM (Fundao

    Estadual de Meio Ambiente), de Minas Gerais, com o principal objetivo de discutir o

  • Captulo 1 Introduo 21

    Souza, C.P.

    cumprimento da resoluo que trata da questo do licenciamento de postos e

    sistemas retalhistas de combustveis.

    No desenvolvimento das discusses no seminrio foram identificados alguns

    problemas referentes ao processo de licenciamento ambiental dos Postos de

    Revendedores de Combustvel.

    Segundo Santos (Santos, 2005) foram discutidos os seguintes problemas:

    A falta de recursos humanos montagem inadequada do processo de

    licenciamento, desde a caracterizao do empreendimento at o diagnstico

    ambiental das condies de solo e gua subterrnea do stio a ser licenciado,

    realizada pelos consultores contratados;

    A falta de recursos financeiros por parte do poder pblico;

    Desinteresse dos responsveis pelos Postos Revendedores, gerando atrasos

    no processo de licenciamento;

    Demora dos prazos decorridos no processo de licenciamento ambiental,

    mediante a lentido dos rgos ambientais a emitir a licena;

    Falta de recursos humanos tanto em quantidade como em qualidade e de

    recursos financeiros para melhorias das instalaes e proviso de treinamento

    do corpo tcnico dos rgos ambientais;

    O processo de licenciamento requer melhorias, mas no se deve confundir a

    palavra simplificao como busca de menores prazos e reduo das

    atividades potencialmente poluidoras na lista de atividades do anexo 1 da

    resoluo CONAMA n 237;

    Alm disso, a legislao ambiental concernente ao processo de licenciamento

    ambiental de postos revendedores de combustvel, no atribui a responsabilidade de

    execuo de qualquer estudo ambiental que permita:

    Identificar, avaliar e prevenir efeitos adversos, relacionados como conhecimento

    cientfico sobre o ambiente, a ao e suas inter-relaes fornecendo um importante

  • Captulo 1 Introduo 22

    Souza, C.P.

    componente para o processo de tomada de deciso, no qual a avaliao de impactos

    de uma ao pode ter um importante papel que est intimamente relacionado com

    regras administrativas e vontade poltica (Almeida et al., 2002).

    Mesmo que, os impactos que estes empreendimentos possam gerar sejam

    classificados de pequeno a mdio porte.

    Portanto, o desenvolvimento de ferramentas para agilizar, capacitar, financiar,

    fiscalizar e avaliar as atividades potencialmente poluidoras imprescindvel para

    adequar e acelerar o processo de licenciamento ambiental dos postos revendedores

    de combustvel, envolvendo os aspectos econmicos, operacionais e ambientais da

    atividade.

    Com o intuito de elaborar tal ferramenta, aplicou-se neste trabalho a matriz de

    avaliao dos impactos ambientais, que se trata de um artifcio que visa identificar e

    avaliar os impactos ambientais decorrentes do processo operacional de um posto

    revendedor de combustvel.

    1.2 Objetivo Geral

    Avaliar e valorar os impactos ambientais no processo de operao de postos

    revendedores de combustveis atravs de um posto referencia.

    1.2.1 Objetivos Especficos

    Realizar levantamento bibliogrfico sobre temas de Identificao de Aspectos

    e Impactos Ambientais e de Valorao Econmica dos Recursos Ambientais,

    para servir de arcabouo terico para o desenvolvimento do projeto;

    Identificar os aspectos e impactos ambientais de postos revendedores de

    combustveis;

    Aplicar e implementar matriz de levantamento de aspectos e avaliao dos

    impactos ambientais de um posto referncia revendedor de combustveis;

  • Captulo 1 Introduo 23

    Souza, C.P.

    Valorar os impactos ambientais identificados na matriz supracitada;

    Aplicar instrumentos econmicos, para valorar economicamente os impactos

    identificados na matriz.

    1.3 Hipteses

    H1 - Os postos revendedores de combustveis geram impactos ambientais

    significativos;

    H2 A matriz aplicada permite levantar os aspectos e avaliar os impactos ambientais

    do caso referencia;

    H3 Instrumentos econmicos permitem valorar economicamente os impactos

    identificados na matriz aplicada;

  • Captulo 2 Base Epistemolgica 24

    Souza, C.P.

    2 Base Epistemolgica (Sistema Conceptual)

    2.1 Posto Revendedor de Combustvel: definies e classificaes

    As atividades em um posto de revenda de combustvel (PRC) so bastante

    diversificadas e envolvem no s o abastecimento, mas tambm troca de leo e

    lavagem de veculo, loja de convenincia, lanchonete, restaurante. Portanto, pode-se

    denomin-lo Posto Revendedor de Combustvel Derivados de Petrleo, lcool e

    Prestao de Servios (Marques, et al 2005).

    A Resoluo CONAMA n 273 de 29 de novembro de 2000, que denomina esta

    atividade da seguinte forma:

    Posto Revendedor PR: Instalao onde se exera a atividade de revenda

    varejista de combustveis lquidos derivados de petrleo, lcool combustvel e

    outros combustveis automotivos, dispondo de equipamentos e sistemas para

    armazenamento de combustveis automotivos e equipamentos medidores;

    Posto de Abastecimento PA: Instalao que possua equipamentos e

    sistemas para o armazenamento de combustvel automotivo, com registrador de

    volume apropriado para o abastecimento de equipamentos mveis, veculos

    automotores terrestres, aeronaves, embarcaes ou locomotivas; e cujos

    produtos sejam destinados exclusivamente ao uso do detentor das instalaes

    ou de grupos fechados de pessoas fsicas ou jurdicas, previamente identificadas

    e associadas em formas de empresas, cooperativas, condomnios, clubes ou

    assemelhados;

    Instalao de Sistema Retalhista ISR: Instalao com sistema de tanques

    para o armazenamento de leo diesel, leo combustvel, querosene iluminante,

    destinada a exerccio da atividade de Transportador Revendedor Retalhista;

    Posto Flutuante PF: Toda embarcao sem propulso empregada para o

    armazenamento, distribuio e comrcio de combustveis que opera em local

    fixo e determinado;

  • Captulo 2 Base Epistemolgica 25

    Souza, C.P.

    A Associao Brasileira de Normas Tcnicas estabelecerem critrios e

    classificaes para os Postos de Servios atravs da NBR 13.786/97:

    A classe definida pela anlise do ambiente no entorno do posto de servio,

    num raio de 100 m a partir do seu permetro. O fator de agravamento neste ambiente,

    depois de identificado deve ser classificado no nvel mais alto, mesmo que haja

    apenas um dos fatores desta classe.

    Classe 0 quando no possuir nenhum dos fatores de agravamento das classes

    seguintes;

    Classe 1 rua com galeria de drenagem de guas; galeria de esgoto ou de

    servios; fossa em reas urbanas; edifcio multifamiliar sem garagem

    subterrnea at quatro andares;

    Classe 2 edifcio multifamiliar com garagem subterrnea, com mais de quatro

    andares, garagem ou tneis construdos no subsolo, poo de gua, artesiano ou

    no, para consumo domstico (na rea do posto inclusive), casa de espetculo

    ou templo;

    Classe 3 hospital, metr, atividades industriais de risco (conforme NB 16),

    gua do subsolo utilizada para consumo pblico da cidade (independente o

    permetro de 100m.), campos naturais superficiais de gua, destinados a

    abastecimento domestico; proteo das comunidades aquticas; recreao de

    contato primrio (natao esqui aqutico e mergulho); irrigao; criao natural

    e/ou intensiva de espcies destinadas alimentao humana.

    A Portaria da ANP n 116 de 05/07/2000 regulamenta e define o exerccio da

    atividade de revenda varejista de combustvel automotivo. No seu Art. 1 menciona: A

    atividade de revenda varejista consiste na comercializao de combustvel automotivo

    em estabelecimento denominado Posto Revendedor.

    Por este documento fica definido o termo Posto Revendedor de Combustveis

    (PRC) para a atividade de venda a varejo de combustveis em estabelecimentos que,

    ao longo dos anos, ficaram conhecidos como: Posto de Servios, Posto de

    Abastecimentos de Combustveis ou o tradicional Posto de Gasolina.

  • Captulo 2 Base Epistemolgica 26

    Souza, C.P.

    Assim, neste trabalho ser assumido com terminologia de Posto de Servios,

    Posto de Abastecimento de Combustveis ou Posto de Gasolina, o termo Posto

    Revendedor de Combustvel (PRC) como apresentado na Resoluo CONAMA n0

    273.

    2.1.1 Combustveis

    Os combustveis so quaisquer substncias cuja combinao qumica com outro

    seja exotrmica de forma a produzir calor, chama e gases (Esso, 2004).

    Tendo por base o seu estado fsico, eles podem classificam em slidos, lquidos

    e gasosos:

    Para o presente trabalho nos voltamos para os combustveis lquidos e gasosos.

    Nos combustveis lquidos, os compostos que causam maior preocupao so

    os compostos aromticos, pois possuem grande estabilidade em suas ligaes.

    Compostos como: benzeno, tolueno, etilbenzeno e xilenos, devido a estas ligaes

    qumicas orto meta e para, so mais solveis e mais txicos entre os demais

    existentes na composio dos combustveis(Marques et al., 2005).

    Esses compostos (comumente denominados BTEX) so poderosos depressores

    do sistema nervoso central, apresentando toxidade crnica, mesmo em pequenas

    concentraes (da ordem de ppb parte por bilho). O benzeno reconhecidamente

    o composto mais txico deles. Trata-se de uma substncia cancergena (pode causar

    leucemia, ou seja, cncer dos tecidos que formam os linfcitos do sangue) se ingerida

    mesmo em baixas concentraes durante perodos muito longos de tempo. Uma

    exposio aguda (altas concentraes em curtos perodos) por inalao ou ingesto

    pode levar o indivduo ao bito. O padro de potabilidade do benzeno sugerido pelo

    Ministrio da Sade de 5 g/L (Portaria n 518/2004).

    2.1.2 Gasolina

    A gasolina um combustvel constitudo basicamente por hidrocarbonetos

    (compostos orgnicos que contm tomos de carbono e hidrognio) e, em menor

    quantidade, por produtos oxigenados (produtos que possuem tomos de oxignio em

    sua formula qumica) (Esso, 2004).

    A gasolina o combustvel de maior consumo no mundo. Sua principal

    caracterstica o poder antidetonante ou octanagem, que a resistncia combusto

  • Captulo 2 Base Epistemolgica 27

    Souza, C.P.

    espontnea, avaliada em relao temperatura e a presso, obtido pela mistura de

    hidrocarbonetos contidos no petrleo bruto, por intermdio do craqueamento, ou seja,

    so compostas de numerosos constituintes e a maior parte desses classificada como

    alifticos ou como aromticos. Os compostos alifticos incluem constituintes como o

    butano, o penteno e o octano. Os compostos aromticos incluem compostos como o

    benzeno, o tolueno, o etilbenzeno e os xilenos (BTEX).(Marques et al., 2005).

    2.1.3 leo Diesel

    O leo diesel composto principalmente por hidrocarbonetos alifticos, formado

    principalmente por tomos de carbono, hidrognio e baixas concentraes de enxofre,

    nitrognio e oxignio. Produto inflamvel, txico, voltil e ligeiramente mais denso do

    que a querosene, destilada na faixa de 250 400C (ANP, 2007).

    2.1.4 lcool etlico ou etanol

    Os alcois so compostos orgnicos caracterizados por hidrocarbonetos

    saturados ou insaturados, mediante ocorrncia de um ou mais tomos de hidrognio

    com uma ou mais oxidrilas (OH). So classificados em monovalentes, bivalentes, etc.,

    dependendo da quantidade de oxidrilas (Marques et al., 2005).

    O nico pas no mundo a usar o lcool anidro como combustvel o Brasil,

    sendo tambm utilizado como aditivador da gasolina para aumentar a octanagem,

    substituindo com vantagens o chumbo tetra etilo (proibido em vrios pases).

    composto de duas formas:

    lcool Etlico Hidratado Carburante AEHC (lcool+gua);

    lcool Etlico Anidro Carburante AEAC (lcool+gasolina);

    Na Amrica do Norte, o lcool misturado gasolina conhecido como gasolina

    oxigenada. Apresenta comportamento de solvente (aumento da solubilidade da

    gasolina em gua). Esta propriedade aumenta o impacto ambiental quando ocorre

    derramamento ou vazamento da mistura lcool-gasolina (Guiguer, 1993).

  • Captulo 2 Base Epistemolgica 28

    Souza, C.P.

    2.1.5 Lubrificantes

    Os lubrificantes so substncias que colocadas entre duas superfcies mveis ou

    uma fixa e outra mvel, formam uma pelcula protetora, com o objetivo de reduzir o

    atrito e o desgaste, eles podem ser sintticos ou naturais (Esso, 2004).

    Os lubrificantes sintticos ou no, apresentam cerca de 2,5% de derivados de

    petrleo. So empregados em fins automotivos ou industriais, que aps o perodo de

    uso recomendado pelos fabricantes dos equipamentos, deterioram-se parcialmente

    formando compostos como cidos orgnicos, aromticos polinucleares,

    potencialmente carcinognicos. Contm elevados nveis de hidrocarbonetos e metais

    pesados, sendo os mais representativos: Chumbo (Pb), Zinco (Zn), Cobre (Cu), Nquel

    (Ni), Cdmio (Cd) e outros (Marques et al., 2005).

    Podemos considerar como exemplo de lubrificantes:

    Graxa um lubrificante fludo espessado por adio de outros agentes,

    formando uma consistncia gel. Tem a mesma funo do leo lubrificante, mas com

    consistncia semi-slida para reduzir a tendncia do lubrificante em fluir ou vazar

    (ANP, 2007).

    leo Lubrificante Conforme resoluo CONAMA N 9 um produto

    formulado a partir de leos lubrificantes bsicos e aditivos; leo lubrificante bsico:

    De acordo com sua origem, pode ser mineral (derivado de petrleo), ou sinttico

    (derivado de vegetal ou de sntese qumica). Uma das principais diferenas de um leo

    novo e um leo usado, e que confere o seu carter de resduo perigoso, a presena de

    metais pesados e hidrocarbonetos aromticos policclicos (PAH). O leo usado contm

    normalmente grandes quantidades de Pb, Zn, Ca, Ba, e quantidades menores de Fe,

    Na, Cu, Al, Cr, K, Ni, Sn, B e Mo.

    O popular leo queimado mundialmente considerado como produto malfico

    ao meio ambiente e a sade pblica, estando inserido na Classe I dos Resduos

    Perigosos, por apresentar toxidade, conforme a norma da ABNT, NBR 10004 e a

    Resoluo CONAMA 9/93. Constitui crime ambiental no s o descarte em local

    inapropriado como tambm comercializar, fornecer, transportar, queimar ou dar

  • Captulo 2 Base Epistemolgica 29

    Souza, C.P.

    destino que no seja reciclagem atravs do re-refino. Tais crimes esto capitulados na

    Lei n 9.605/98, Seo III, Artigos 41 e 43.

    2.1.6 Gs Natural Veicular

    Os combustveis gasosos so o GNV Gs Natural Veicular e o GLP Gs

    Liquefeito de Petrleo. O GNV a poro do petrleo que existe na fase gasosa ou

    em soluo no leo nas condies de reservatrio, e que permanece no estado

    gasoso nas condies atmosfricas de presso (Garcez, 2004).

    O gs natural uma mistura de hidrocarbonetos (CnH2n+2) com predominncia

    do metano CH4 (percentual mnimo aproximado de 83%) tendo como elementos

    inertes N2, 02 e CO2, mais leve que o ar dissipa-se facilmente na atmosfera, sendo

    considerada fonte de energia limpa e no poluente.

    O GLP - Gs Liquefeito de Petrleo, ou gs de cozinha, consiste numa mistura

    gasosa de hidrocarboneto obtido do gs natural das reservas do subsolo, ou do

    processo de refino do petrleo cru nas refinarias, onde antigamente, era encontrado

    nos postos revendedores de combustveis (Copagaz, 2009). Em seguida,

    apresentamos a tabela 1 que apresenta as caractersticas do GNV X GLP.

    Tabela 1 Caractersticas do GNV X GLP

    GNV GLP

    Possui odor Possui odor

    Ao queimar libera menos calor Libera mais calor ao queimar

    Permanece gs ao ser comprimido Torna-se liquido ao ser comprimido

    Presso de trabalho mais elevado Baixa presso de trabalho

    Armazanados em cilindros especiais Cilindros de baixa qualidade

    Preo baixo Preo mais alto

    Vendido em volume (m3) Vendido em peso (Kg)

    Mais leve que o ar Mais pesado que o ar

    Ao vazar dissipa rpido para atmosfera Permanece nas partes baixas do

    ambiente

    Menores molculas Maiores molculas

    Distribudos em gasodutos ou cilindros Distribudos em botijes ou a granel

    Fonte: Garcez (2004) apud Petrobrs (2001)

  • Captulo 2 Base Epistemolgica 30

    Souza, C.P.

    2.2 Componentes de um Posto de Combustveis Lquidos

    Em seguida, apresentamos os principais componentes de um posto revendedor

    de combustveis lquidos:

    Tanques

    Suspiros

    Bombas (Unidades de Abastecimento)

    Piso impermevel e cobertura

    2.2.1 Tanques

    Os tanques utilizados ao longo das ltimas dcadas no possuam nenhuma

    garantia quanto segurana contra vazamentos, trazendo danos diversos ao meio

    ambiente, como a contaminao do solo e dos recursos hdricos, bem como

    aumentando o risco de incndios e exploses (Garcez, 2004).

    Em 2003 os rgos ambientais solicitaram a remoo dos tanques antigos para

    serem substitudos pelos novos tanques ecolgicos (tanques jaquetados).

    Os novos tanques jaquetados - jacketed tank devem possuir as seguintes

    caractersticas:

    Tanque primrio;

    Tanque secundrio com 360 graus;

    Interstcio;

    Sistema de compartilhamento;

    Vacumetro;

    Cmara de acesso boca-de-visita (Tank Sump);

    Cmara de conteno de descarga;

    Estes sistemas so detalhados a seguir:

    2.2.1.1 Tanque primrio:

    Fabricado em chapa de ao carbono certifica a espessura nunca inferior a 4,8

    mm, soldada com equipamentos de fuso automtica de penetrao total garantido

    por ultra-som, com estanqueidade assegurada por testes pneumticos e produzidos

    em conformidade com a NBR 13.312.

  • Captulo 2 Base Epistemolgica 31

    Souza, C.P.

    2.2.1.2 Tanque secundrio com 360 graus:

    Laminado em resina polister reforado com fibra de vidro-espessura nominal de

    3,2 mm. Esta jaqueta, fabricada sem emendas, de alta resistncia qumica que isola

    o tanque primrio do solo, assegurando total proteo contra a corroso. Sua

    produo dever estar em conformidade com as normas da NBR 13.785.

    2.2.1.3 Interstcio

    Formado pelo espao anular entre o tanque de ao e a jaqueta, que serve de

    conteno secundria e permite o monitoramento continuo da estanqueidade.

    2.2.1.4 Sistema de compartimento

    Possibilita o armazenamento de diferentes combustveis em um nico tanque,

    resultando em otimizao de espao.

    2.2.1.5 Vacumetro:

    Identifica qualquer dano ocasionado na jaqueta durante o transporte, desde a

    sada da fabrica, at sua instalao no local da obra. Este sistema garante a entrega

    dos tanques em perfeitas condies de segurana e uso.

    2.2.1.6 Cmara de acesso boca-de-visita (Tank Sump):

    A funo principal permitir o acesso s conexes (suco, respiro e medio

    de nvel) da boca-de visita do tanque.

    Alm disso, devem conter possveis vazamentos de combustveis e impedir a

    entrada de gua do solo. Todos os componentes da cmara devem garantir sua

    impermeabilidade (estanque e impermevel).

    2.2.1.7 Cmara de conteno de descarga:

  • Captulo 2 Base Epistemolgica 32

    Souza, C.P.

    Sua funo principal conter possveis derramamentos oriundos da operao de

    descarga de combustveis nos tanques.

    De acordo com a Resoluo n 273 de 29 de Novembro 2000, os

    abastecimentos ficam proibidos de utilizarem tanques recuperados em instalaes

    subterrneas.

    Os tanques subterrneos que apresentarem vazamento devero ser removidos

    aps sua desgaseificao e limpeza e dispostos de acordo as exigncias do rgo

    ambiental competente. Comprovada a impossibilidade tcnica de sua remoo, estes

    devero ser desgaseificados, limpos, preenchidos com material inerte e lacrados.

    No caso de desativao dos tanques enterrados, os estabelecimentos ficam

    obrigados a apresentar um plano de encerramento das atividades a ser aprovado pelo

    rgo ambiental competente.

    2.2.2 Suspiros

    Os tanques de armazenamento de lquidos inflamveis devero ser equipados

    com respiradores e vlvulas de alivio para presses, tanto positivas como negativas

    (presso e vcuo)

    De acordo com a NBR 13783/97, as tubulaes de suspiros devero atender s

    seguintes especificaes:

    Parte enterrada: material flexvel e no metlicos (permeabilidades menor ou

    igual a 2 g/m dia)

    Parte area: material metlico.

    Dever ser instalada vlvula retentora de esfera flutuante nas extremidades da

    tubulao area, proporcionando segurana, rpida abertura para descarga dos

    vapores e proteo em condies severas de operao, sendo ativada a partir de 8

    OZ de presso e 5 OZ de vcuo. exigido que os suspiros dos tanques estejam

    projetados por sobre o telhado do posto, na vertical, com no mnimo 9 m de

    comprimento, distar no mnimo 6 m de distancia de quadros de comando eltricos e a

    2,7 m mnimos acima de janela ou prticos que acessem outros locais.

  • Captulo 2 Base Epistemolgica 33

    Souza, C.P.

    De acordo com os estudos realizados pelo fabricante das vlvulas retentoras de

    vapores (Steam Keep) existem as seguintes perdas por evaporao e arraste em

    valores mdios no:

    Tanque de gasolina: 0,3% de volume lquido manuseado1, ou seja, 3 litros a

    cada 1000 litros recebidos no tanque e vendidos;

    Tanque de diesel: 0,14% de volume liquido manuseado, ou 1,4 litros/1000

    litros;

    Considerando que cada tanque possui capacidade para 15.000 l e que cada

    posto possua em mdia 02 (dois) tanques de gasolina, 01 (um) para lcool e 01 (um)

    para o diesel tem-se:

    - Gasolina: 15x 2 x 3 = 90 litros/ tanque;

    - lcool: 15x 1,2 = 18 litros/ tanque;

    - Diesel: 15x 1,4 = 21 litros/ tanque;

    Levando em considerao a quantitadade de postos que existem no

    Municpio/Estado/Brasil e quanto possvel existir de perda por evaporao,

    observamos que, alm de perdas financeiras, temos contaminao do ar e aumento

    de risco de exploses nas proximidades destes locais.

    2.2.3 Bombas (Unidades de Abastecimento)

    As bombas so equipamentos de suco e medidores, que devero estar em

    perfeito estado de conservao e funcionamento, e aferido pelo Instituto Nacional de

    Metrologia, Normatizao e Qualidade Industrial (INMETRO).

    As Bombas de Abastecimento devero estar providas dos seguintes

    equipamentos:

    - Cmara de conteno estanque e impermevel, com sensor de deteco de

    lquidos: destinadas a conter os vazamentos decorrentes das conexes das

    tubulaes.

    1 manuseado: consideramos o perodo da descarga do caminho da companhia at o prximo

    recebimento.

    Nota: A norma considera desprezvel a influncia da temperatura mdia do subsolo, pois ela

    razoavelmente conservativa.

  • Captulo 2 Base Epistemolgica 34

    Souza, C.P.

    - Vlvula de reteno (check valve) junto bomba (com eliminao da vlvula

    de p instalada no interior do tanque), incluindo as unidades de

    abastecimento de diesel quando no estiverem ligadas a sistema de

    filtragem.

    - Vlvula de segurana (anti-abalroamento) nas unidades de abastecimento

    ligadas a reservatrio de combustvel instalado no nvel da pista.

    As bombas de lcool devero ter o termodensmetro para leitura direta da

    qualidade do produto.

    O sistema de filtragem de diesel dever atender s seguintes especificaes:

    - Possuir cmara de conteno estanque e impermevel dotada de sensor de

    lquidos, destinada a conter os vazamentos decorrentes das tubulaes e

    dos componentes do sistema de filtragem (bomba, filtro e reservatrio);

    - Vlvula de reteno junto bomba do sistema de filtragem;

    - A parte enterrada da tubulao situada entre o reservatrio de diesel filtrado

    e a bomba da unidade de abastecimento e a parte enterrada da tubulao

    do eliminador de ar devero ser flexveis, encamisadas e no metlicas.

    As tubulaes devero atender s seguintes especificaes:

    - As tubulaes de suco devero ser flexveis e no metlicas

    (permeabilidade menor ou igual a 2 g/m2. dia;

    - As tubulaes que trabalham sob presso positiva devero ser flexveis,

    encamisadas e no metlicas;

    - As tubulaes de descarga distncia devero ser flexveis e no metlicas

    (permeabilidade menor ou igual a 2 g/m2.dia).

    As tubulaes de polietileno de alta densidade possuem alta resistncia que

    dificilmente apresenta qualquer tipo de vazamento.

    2.2.4 Piso impermevel e cobertura

    O piso da rea de abastecimento, descarga de combustveis, rea de lavagem

    de veculos e qualquer rea passvel de vazamento de combustveis e/ou leo dever

  • Captulo 2 Base Epistemolgica 35

    Souza, C.P.

    ser construdo em concreto armado impermevel com sistema de drenagem interno e

    projeo da cobertura, direcionando para o sistema Separador de gua e leo (SAO).

    Cobertura para proteo contra intempries e maior conforto dos empregados e

    clientes. Todos os equipamentos e sistemas destinados ao armazenamento e a

    distribuio de combustveis automotivos, assim como sua montagem e instalao,

    devero ser avaliados quanto sua conformidade, no mbito do Sistema Brasileiro de

    Certificao.

    Previamente entrada em operao e com periodicidade no superior a cinco

    anos, os equipamentos e sistemas, devero ser testados e ensaiados para a

    comprovao da inexistncia de falhas ou vazamentos de forma a possibilitar a

    avaliao de sua conformidade, no mbito do Sistema Brasileiro de Certificao.

    2.3 Componentes de um Posto de GNV

    O gs natural direcionado ao abastecimento de veculos automotores possui

    diversas nomenclaturas, porm possuindo a mesma especificao tcnica, so elas:

    Gs Metano Veicular (GMV);

    Gs Natural Veicular (GNV), mais comumente utilizado;

    Gs Combustvel Comprimido (GCC).

    Um posto de abastecimento de GNV (Gs Natural Veicular) esta dividido em

    duas reas distintas, sendo a primeira destinada compresso do gs natural e outra

    destinada a ao abastecimento dos veculos.

    Um posto de abastecimento de GNV (Gs Natural Veicular) composto das

    seguintes instalaes:

    2.3.1 rea de compresso

    ERPM - Estao Reguladora de Presso e Mediao

  • Captulo 2 Base Epistemolgica 36

    Souza, C.P.

    Estao de medio e totalizao de gs fornecido ao posto de GNV, equipada

    com indicadores de presso e temperatura, vlvulas de fechamento rpido,

    reguladores de presso e vazo, filtros de reteno de impurezas e umidade, e

    mediadores.

    Recomenda-se que seja composto de:

    - Vlvula de bloqueio geral, de fechamento rpido, para isolamento do

    conjunto.

    Vlvula tipo esfera, com anis de vedao de material compatvel com GNV,

    cujo fechamento total pode ser executado com o movimento de um quarto de volta da

    alavanca.

    Destina-se a bloquear ou permitir o fluxo em uma linha, no devendo ser

    operadas em posies diferentes de fechadas ou abertas, pois isto aceleraria o

    desgaste de seus componentes.

    - Manmetro (montante)

    Indicao da presso a montante do conjunto.

    - Filtro

    Retirada de impurezas ou hidratos por ventura carreados dentro do gasoduto de

    distribuio.

    - Vlvula de bloqueio automtico com rearme manual

    Destina-se como o prprio nome diz, a realizar o controle de alguma varivel,

    sendo a principal o prprio fluxo. Na atividade do gs natural existe ainda o controle de

    presso como fundamental, e isto se deve as caractersticas do gs ser um fluido

    compressvel, devendo ser do tipo agulha com vedao metal contra metal, que

    impea completamente o fornecimento do gs sempre que ocorra variao brusca nas

    condies de operao do posto.

    - Vlvula reguladora de presso

  • Captulo 2 Base Epistemolgica 37

    Souza, C.P.

    Vlvula reguladora de presso do gs (auto-operada), de uso facultativo, que

    reduz a presso de entrada no conjunto, necessria para alimentao do compressor

    e/ou para atender s necessidades do medidor de vazo.

    - Termmetro

    Medir a temperatura antes da mediao do gs.

    - Manmetro

    Indicao de presso a jusante da vlvula redutora da presso.

    - Vlvula de segurana (PSV)

    Deve atuar quando a presso do gs de suprimento estiver acima da presso

    limite permitida, devendo descarregar para local seguro e ventilado.

    So as vlvulas que possuem por funo bsica proteger os sistemas

    principalmente contra sobre-presses, aliviando o excedente para o sistema

    denominado de Alivio.

    Estas vlvulas operam automaticamente, sem a interveno de um operador,

    sendo um dispositivo exclusivamente mecnico com a presso de abertura regulada

    na fabrica. A sua abertura sbita que provoca muito rudo e aps o alivio do excesso

    de presso, a vlvula fecha automaticamente pela presso da mola, jamais se deve

    tentar regular uma PSV, sendo permitido apenas nos laboratrios de instrumentao.

    Este tipo de vlvula est presente em todas as instalaes dentro de um posto

    de GNV sendo: 06 (seis) no compressor, 01 (um) na ERPM.

    - Medidor de vazo

    Medir o gs fornecido ao revendedor.

    - Conjunto de filtragem e secagem do gs, para reteno de impurezas e

    retirada de umidade.

    Filtro separador

    recomendvel a instalao de filtro na suco dos compressores, para

    remover eventual umidade da corrente gasosa e quaisquer partculas slidas

    arrastadas pelo gs.

  • Captulo 2 Base Epistemolgica 38

    Souza, C.P.

    Deve ser projetado para presso de projeto igual mxima presso a que possa

    ficar submetida linha de suco (presso de ajuste da vlvula de segurana da

    suco do compressor e da estao de medio) e temperatura de projeto igual

    temperatura ambiente mais 30C.

    Sistema de secagem do gs

    Para evitar a formao de hidratos a baixas temperaturas, caso necessrio,

    prever a instalao de sistema de secagem do gs ou injeo de metanol ou produto

    equivalente.

    Vlvula de reteno (anti-retorno)

    So vlvulas que permitem a passagem do gs em um nico sentido, impedindo

    que o fluxo se d em sentido contrario ao desejado. uma vlvula auto-operada, isto

    , operada sem sofrer ao externa.

    Vlvulas de reteno podem ser do tipo pisto, disco ou portinhola, dependendo

    de sua aplicao e localizao na instalao.

    - Compressores

    Conforme a capacidade do posto, de armazenamento, revenda e compresso

    podero ser instaladas um ou mais compressores.

    A compresso do gs se dar em 2 ou mais estgios de compresso sendo

    intercalados por resfriamento. Cada estagio deve ser uma vlvula de segurana

    dimensionada para a vazo do compressor. A presso de ajuste deve ser no mnimo,

    175 kPa (25 psi) ou 10% prevalecendo o que for maior acima da presso mxima de

    operao de cada estagio associado.

    Os compressores destinados instalao ao ar livre devem ser protegidos

    adequadamente das intempries para garantir segurana e operao confivel.

  • Captulo 2 Base Epistemolgica 39

    Souza, C.P.

    O conjunto de proteo do compressor deve prever o seu desligamento, no

    mnimo, para os seguintes casos:

    baixa presso de suco;

    Alta presso de suco (quando necessrio);

    Altar presso de descarga;

    Altar temperatura de descarga;

    Condies anormais no sistema de lubrificao;

    O projeto e a operao dos controles do compressor devem ser tais que

    permitam uma parada segura da maquina em qualquer situao anormal.

    - Estocagem

    Instalao representada por feixes ou conjunto mvel de GNV, destinados ao

    armazenamento de GNV. Permite o abastecimento rpido por equalizao de presso

    sucessiva.

    A estocagem deve ser dividida em grupos de cilindros de at 305m, com vlvula

    de fechamento rpido para assegurar seu isolamento do resto do conjunto e um

    dispositivo de segurana ajustado para 10% acima da presso mxima de operao

    (PSV).

    - Canaletas e tubulao de alta presso

    Redes de dutos rgidos ou flexveis destinados conduo de GNV s diversas

    instalaes do posto de abastecimento.

    O arranjo da tubulao deve ser o mais direto possvel, respeitadas as

    necessidades de absoro de dilataes trmicas e de vibrao, devendo ser

    ancoradas de forma a suportar os esforos normais de operao e os casos de

    rompimento.

    As tubulaes dispostas em canaletas2 devem ter uma distncia mnima do seu

    topo at o piso de 30 cm, onde se espera a passagem de veculos, e 20 cm, onde se

    2 a canaleta dever ter profundidade mnima de 55 cm. A variao dessa dimenso ser

    sempre um valor acima de 55 cm.

  • Captulo 2 Base Epistemolgica 40

    Souza, C.P.

    espera a passagem de pessoas. As canaletas devem ser protegidas com concreto

    vazado ou com grade com no mnimo 50% de rea livre, de forma a permitir a

    liberao do vazamento de gs, devendo ser dimensionadas para trfego de veculos.

    Deve-se prever drenagem destas.

    - Painel eltrico de comando do compressor

    Comando geral do compressor, atuando na ligao, operao, desligamento,

    religamento, recirculao e alarmes em condies anormais.

    2.3.2 rea de abastecimento

    - Ilhas de Dispenser

    Local destinado ao abastecimento de veculos. Provido de pontos de

    abastecimento (Bicos).

    - Dispenser ( unidades de abastecimento)

    Conjunto de um ou, no mximo, dois pontos de abastecimento, sendo

    equipamentos medidores, que devero estar em perfeito estado de conservao e

    funcionamento, e aferidas pelo INMETRO.

    A presso mxima permitida de 220kgf/cm, sendo a presso de trabalho dos

    cilindros de armazenamento veicular.

    - Ponto de abastecimento

    Conjunto formado por uma mangueira, bico e cabo de aterramento, destinado a

    efetuar a transferncia de GNV para veculos, feixes ou conjunto mvel de GNV. Os

    pontos de abastecimento devem ter resistncia estrutural de forma a preservar a linha

    de abastecimento contra choques que possam ocasionar sua ruptura.

    2.3.3 Outros

    - Gasoduto de distribuio

    Os postos de abastecimento de GNV podem ser alimentados por gasoduto ou

    por conjunto mvel de GNV. Porm sendo mais comum utilizao do primeiro

  • Captulo 2 Base Epistemolgica 41

    Souza, C.P.

    (gasoduto), pois pelo sistema de mvel de GNV eleva muito os custos e

    consequentemente o preo de revenda.

    As instalaes, conservao e manuteno dos gasodutos so de

    responsabilidade das concessionrias de cada estado.

    Para postos alimentados por gasoduto, deve ser prevista vlvula de bloqueio

    geral, instalada em rea no classificada de fcil acesso e convenientemente

    sinalizada.

    - Subestao eltrica

    Para a alimentao eltrica do compressor necessrio que se faa sua ligao

    a rede de alta tenso de concessionria local, devendo ser previstos transformadores

    de energia para adequao a tenso do motor do compressor.

    - Observaes importantes:

    Existem outros componentes que, como a vlvula de segurana (PSV), esto

    presentes em quase todas as instalaes do sistema de abastecimento de GNV,

    contribuindo de forma direta e indireta para a questo de segurana. So elas:

    - Vlvulas de excesso de fluxo

    Componente da instalao de GNV destinado a interromper o fluxo de gs em

    caso de ruptura da tubulao de alta presso. Elas esto presentes no compressor, na

    estocagem, no dispenser e na vlvula do cilindro (componente do sistema interno do

    veiculo convertido a GNV).

    - Manmetro

    Medidor de presso. Serve para o monitoramento da presso nas diversas

    etapas do processo de compresso e revenda do GNV. Deve-se prever a instalao

    de manmetro nos seguintes pontos:

    Entrada na ERPM;

    A jusante da vlvula de regulagem de presso;

    Suco do compressor;

    Descarga de cada estagio na compresso do gs;

    Estocagem;

    Dispenser;

    - Vlvula de fechamento manual (Vlvula Esfera)

  • Captulo 2 Base Epistemolgica 42

    Souza, C.P.

    Vlvula que esta presente em todos os equipamentos de um posto de gs

    natural, possui fechamento rpido (/4 volta), sendo de fcil operao e manuteno.

    Devem ser abertas suavemente, proporcionam tima vedao e resfriam ou

    congelam quando no esto totalmente vedadas.

    Todos os equipamentos e sistemas destinados ao armazenamento e a

    distribuio de combustveis automotivos, assim como sua montagem e instalao,

    devero ser avaliados quanto sua conformidade, no mbito do Sistema Brasileiro de

    Certificao.

    Previamente entrada em operao e com periodicidade no superior a cinco

    anos, os equipamentos e sistemas, devero ser testados e ensaiados para a

    comprovao da inexistncia de falhas ou vazamentos de forma a possibilitar a

    avaliao de sua conformidade, no mbito do Sistema Brasileiro de Certificao.

  • Captulo 3 Reviso Bibliogrfica 43

    Souza, C.P.

    3 Reviso Bibliogrfica

    3.1 Licenciamento Ambiental de Postos Revendedores de Combustveis

    Em decorrncia da poluio ambiental provocada por combustveis derivados de

    petrleo e lcool, promoveu-se a edio de leis, decretos, resolues e normas para

    proteo, como tambm o monitoramento da qualidade do solo e dos recursos

    hdricos nas reas de influncia dos postos de combustveis (Gouveia, 2004).

    Para o desenvolvimento deste trabalho detalhamos os documentos relacionados

    ao processo de licenciamento ambiental.

    A definio de licenciamento ambiental apresentada pela Resoluo CONAMA

    n0 237:

    Procedimento administrativo, mediante o qual busca a administrao

    compatibilizar o desenvolvimento econmico com o uso sustentvel dos recursos

    naturais, procedendo, para tanto, anlise das condies apresentadas pelo

    empreendedor, para a instalao e operao de atividades, da qual poder resultar a

    concesso de licena ambiental.

    3.1.1 Resoluo CONAMA n0 237 de 29 de Novembro de 2000

    Ela regulamenta o processo administrativo de licenciamento ambiental, definindo

    as etapas do processo com os seus respectivos prazos, a serem observados pelo

    empreendedor e pelos rgos ambientais federal (IBAMA) e estaduais (agncias

    ambientais definidas por lei em cada estado).

    No entanto, o sistema de licenciamento ambiental j havia sido implantado pela

    Lei n 6.938, de 31 de agosto de 1981, que instituiu a Poltica Nacional do Meio

    Ambiente e seus instrumentos, mas a Resoluo CONAMA n 237/1997 veio ordenar

    o processo junto aos rgos ambientais.

    A atividade de distribuio de combustveis lquidos derivados de petrleo, lcool

    combustvel e outros combustveis esto sujeita ao processo administrativo de

    licenciamento ambiental tal como definido na lista de empreendimentos

    potencialmente poluidores da Resoluo CONAMA n 237/97 (Milar, 2003).

  • Captulo 3 Reviso Bibliogrfica 44

    Souza, C.P.

    Torna-se evidente que, a revenda de combustveis, possui um considervel

    potencial degradador, e que por isso requer especfico licenciamento, vigorando a

    Resoluo CONAMA n 273, de 29 de novembro de 2000, a qual aponta na ementa as

    justificativas para a sua elaborao e contedo; este ltimo, tratando em especfico

    procedimento administrativo de licenciamento.

    No Brasil, a ateno para incidentes ambientais com PRC comeou pelo Estado

    de So Paulo, atravs da Central de Atendimento de Emergncias Ambientais da

    CETESB, que teve o seu primeiro caso envolvendo Posto Revendedor em 1984.

    Desse ano em diante, at 2004, foram registrados 550 casos de emergncias de

    Postos Revendedores no estado de So Paulo (Santos, 2005).

    Segundo Santos, (Santos, 2005), verifica-se que no primeiro ano de registro de

    acidente ambiental envolvendo Posto Revendedor (1984) ocorreram apenas dois

    casos. A partir desse ano os nmeros de casos cresceram a cada ano at o ano de

    1999, quando se iniciou no CONAMA a discusso de uma resoluo especfica para

    licenciamento de Postos Revendedores. A partir deste ano (1999), houve uma presso

    da CETESB junto aos Postos Revendedores no sentido de providenciarem melhorias

    das suas instalaes com vistas a reduzirem o nmero de acidentes, bem como o

    atendimento Resoluo CONAMA n 273, que s foi publicada no Dirio Oficial da

    Unio no incio do ano de 2001.

    Como forma de incentivar a discusso entre os setores produtivos e a CETESB,

    no ano de 1995, atravs de uma Resoluo de Diretoria n 019/95 de 12/09/1995, este

    rgo instituiu as Cmaras Ambientais, constituindo-se de rgos colegiados de

    carter consultivo para assessorar a Secretaria de Meio Ambiente, fazendo parte do

    Sistema de Planejamento Estratgico e Desenvolvimento Institucional da CETESB.

    Mediante os problemas ambientais que vinham ocorrendo no setor de

    distribuio de combustveis, a CETESB, em novembro de 1996, convidou os setores

    produtivos envolvidos com a distribuio e revenda de combustveis, representados

    pelos seus sindicatos de classes e empresas de petrleo, a formarem a Cmara

    Ambiental do Comrcio de Derivado de Petrleo.

    Aps intensa realizao de reunies e discusses das classes interessadas foi

    aprovada no CONAMA a Resoluo n 273 de 29/11/2000, que cria procedimentos

  • Captulo 3 Reviso Bibliogrfica 45

    Souza, C.P.

    especficos de licenciamento ambiental para atividades com tanques enterrados de

    combustveis, conforme definido no seu artigo 1:

    A localizao, construo, instalao, modificao, ampliao e operao de

    Postos Revendedores, postos de abastecimento, instalaes de sistemas retalhistas e

    postos flutuantes de combustveis dependero de prvio licenciamento do rgo

    ambiental competente, sem prejuzo de outras licenas legalmente exigveis.

    Ressalta-se que na Resoluo CONAMA n 273/2000 vm justificadas as razes

    para o seu estabelecimento, ligadas diretamente ao cenrio vigente na poca de sua

    publicao, ou seja:

    Considerando que toda instalao e sistemas de armazenamento de derivados

    de petrleo e outros combustveis configuram-se como empreendimentos

    potencialmente ou parcialmente poluidores e geradores de acidentes ambientais;

    Considerando que os vazamentos de derivados de petrleo e outros

    combustveis podem causar contaminao de corpos dgua subterrneos e

    superficiais, do solo e do ar;

    Considerando os riscos de incndio e exploses, decorrentes desses

    vazamentos, principalmente pelo fato de que parte desses estabelecimentos

    localiza-se em reas densamente povoadas;

    Considerando que a ocorrncia de vazamentos vem aumentando

    significativamente nos ltimos anos em funo da manuteno inadequada ou

    insuficiente, da obsolescncia do sistema e equipamentos e da falta de

    treinamento de pessoal;

    Considerando a ausncia e/ou uso inadequado de sistemas confiveis para a

    deteco de vazamento;

    Considerando a insuficincia e ineficcia de capacidade de resposta frente a

    essas ocorrncias e, em alguns casos, a dificuldade de implementar as aes

    necessrias.

  • Captulo 3 Reviso Bibliogrfica 46

    Souza, C.P.

    De fato, somente a partir de 2001 a sociedade brasileira passou a ter

    mecanismos de comando e controle, via licenciamento ambiental, para a atividade de

    Postos de Revendedores de Combustveis. O licenciamento passou a ser exigido para

    todos os tipos de postos: os existentes, os em reforma e os novos a serem construdos

    (Santos, 2005).

    Em Sander et al (2007), a Resoluo CONAMA n 273, considerada uma das

    mais importantes leis em procedimentos de segurana para estabelecimentos

    proprietrios de tanques subterrneos de armazenamento de combustveis. Uma das

    suas exigncias para que os postos de gasolina obtenham seu licenciamento, a

    aquisio de tanques subterrneos jaquetados de armazenamento de combustveis,

    que apresentem parede dupla com monitoramento do espao intersticial.

    A Portaria da ANP n 116 de 05/07/2000 regulamenta e define o exerccio da

    atividade de revenda varejista de combustvel automotivo. No seu Art. 1 menciona: A

    atividade de revenda varejista consiste na comercializao de combustvel automotivo

    em estabelecimento denominado Posto Revendedor.

    O Posto Revendedor somente poder iniciar a sua operao aps a publicao

    no Dirio Oficial da Unio DOU da aprovao e registro do estabelecimento, aps ter

    atendido todos os requisitos exigidos nessa portaria.

    Essa portaria da ANP, que substituiu a portaria anterior do antigo Departamento

    Nacional de Combustveis, foi amplamente negociada durante o ano de 1999, no

    perodo em que se discutiu e se aprovou a Resoluo n 273 do CONAMA.

    Nesta resoluo inclui-se a caracterizao dos responsveis pelos danos

    ambientais da atividade, conforme preconiza o artigo art. 8:

    Em caso de acidentes ou vazamentos que representem situaes de perigo ao

    meio ambiente ou a pessoas, bem como na ocorrncia de passivos ambientais, os

    proprietrios, arrendatrios ou responsveis pelo estabelecimento, pelos

    equipamentos, pelos sistemas e os fornecedores de combustvel que abastecem ou

    abasteceram a unidade respondero solidariamente, pela adoo de medidas para

    controle da situao de emergncias, e para o saneamento das reas impactadas, de

    acordo com as exigncias formuladas pelo rgo ambiental licenciado.

  • Captulo 3 Reviso Bibliogrfica 47

    Souza, C.P.

    O processo de licenciamento varia de acordo com os procedimentos de cada

    rgo ambiental, conforme estabelece a Resoluo CONAMA n 273, faz-se

    necessrio um cadastramento geral de todos os postos existentes. Este

    cadastramento deve seguir as regras estabelecidas por cada rgo ambiental e dentro

    do prazo de seis meses fixado pela referida resoluo.

    Tendo o cadastramento dos PRC, cada rgo ambiental deve estabelecer quais

    so as condies mnimas para se emitir a Licena Prvia (LP), a Licena de

    Instalao (LI) e posteriormente a Licena de Operao (LO).

    No artigo n0 4 desta resoluo define os tipos de licena e no artigo n0 5

    estabelece condies mnimas para a obteno das licenas

    Licena Prvia LP: concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento

    aprovado sua localizao e concepo, atestando a viabilidade ambiental e

    estabelecendo os requisitos bsicos e condicionais a serem atendidos nas prximas

    fases de sua implementao;

    Licena de Instalao LI: autoriza a instalao do empreendimento com as

    especificaes constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo

    medidas de controle ambiental e demais condicionates da qual constituem motivo

    determinante;

    Licena de Operao LO: autoriza a operao da atividade, aps a verificao do

    efetivo cumprimento do que consta das licenas anteriores, com as medidas de controle

    ambiental e condicionantes determinados para a operao

    A resoluo ainda estabelece que, a critrio de cada rgo ambiental, podero

    ser expedidas as licenas LP e LI simultaneamente para o caso dos PRC existentes.

    Para emisso da Licena Prvia e de Instalao

    a) Projeto bsico que dever especificar equipamentos e sistemas de monitoramento,

    proteo, sistema de deteco de vazamento, sistemas de drenagem, tanques de

    armazenamento de derivados de petrleo e de outros combustveis para fins

    automotivos e sistemas acessrios de acordo com as Normas ABNT e, por diretrizes

    definidas pelo rgo ambiental competente;

  • Captulo 3 Reviso Bibliogrfica 48

    Souza, C.P.

    b) Declarao da prefeitura municipal ou do governo do Distrito Federal de que o local e o

    tipo de empreendimento ou atividade esto em conformidade com o Plano Diretor ou

    similar;

    c) Croqui de localizao do empreendimento, indicando a situao do terreno em relao

    ao corpo receptor e cursos d'gua e identificando o ponto de lanamento do efluente

    das guas domsticas e residurias aps tratamento, tipos de vegetao existente no

    local e seu entorno, bem como contemplando a caracterizao das edificaes

    existentes num raio de 100 m com destaque para a existncia de clnicas mdicas,

    hospitais, sistema virio, habitaes multifamiliares, escolas, indstrias ou

    estabelecimentos comerciais;

    d) No caso de posto flutuante apresentar cpia autenticada do documento expedido pela

    Capitania dos Portos, autorizando sua localizao e funcionamento e contendo a

    localizao geogrfica do posto no respectivo curso d'gua;

    e) Caracterizao hidrogeolgica com definio do sentido de fluxo das guas

    subterrneas, identificao das reas de recarga, localizao de poos de captao

    destinados ao abastecimento pblico ou privado registrados nos rgos competentes

    at a data da emisso do documento, no raio de 100 m, considerando as possveis

    interferncias das atividades com corpos d'gua superficiais e subterrneos;

    f) Caracterizao geolgica do terreno da regio onde se insere o empreendimento com

    anlise de solo, contemplando a permeabilidade do solo e o potencial de corroso;

    g) Classificao da rea do entorno dos estabelecimentos que utilizam o Sistema de

    Armazenamento Subterrneo de Combustvel-SASC e enquadramento deste sistema,

    conforme NBR 13.786;

    h) Detalhamento do tipo de tratamento e controle de efluentes provenientes dos tanques,

    reas de bombas e reas sujeitas a vazamento de derivados de petrleo ou de

    resduos oleosos;

    i) Previso, no projeto, de dispositivos para o atendimento Resoluo CONAMA no 9,

    de 1993, que regulamenta a obrigatoriedade de recolhimento e disposio adequada

    de leo lubrificante usado.

    Para emisso da Licena de Operao

    a) Plano de manuteno de equipamentos e sistemas e procedimentos operacionais

  • Captulo 3 Reviso Bibliogrfica 49

    Souza, C.P.

    b) Plano de resposta a incidentes contendo:

    1. comunicado de ocorrncia;

    2. aes imediatas previstas; e

    3. articulao institucional com os rgos competentes;

    c) Atestado de vistoria do Corpo de Bombeiros;

    d) Programa de treinamento de pessoal em:

    1. operao;

    2. manuteno;

    3. e resposta a incidentes;

    e) Registro do pedido de autorizao para funcionamento na Agncia Nacional de

    Petrleo-ANP;

    f) Certificados expedidos pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normatizao e Qualidade

    Industrial-INMETRO, ou entidade por ele credenciada, atestando a conformidade

    quanto fabricao, montagem e comissionamento dos equipamentos e sistemas

    previstos no art. 4o desta Resoluo;

    g) Para instalaes em operao definidas no art. 2o desta Resoluo, certificado

    expedido pelo INMETRO ou entidade por ele credenciada, atestando a inexistncia de

    vazamentos.

    h) 1o Os estabelecimentos definidos no art. 2o que estiverem em operao na data de

    publicao desta Resoluo para a obteno de Licena de Operao devero

    apresentar os documentos referidos neste artigo, em seu inciso I, alneas "a", "b" (que

    poder ser substituda por Alvar de Funcionamento), "d", "g", "h, "i" e inciso II, e o

    resultado da investigao de passivos ambientais, quando solicitado pelo rgo

    ambiental licenciador.

    i) 2o Os estabelecimentos abrangidos por esta Resoluo ficam proibidos de utilizarem

    tanques recuperados em instalaes subterrneas-SASCs.

    Segue-se dessa forma o mesmo padro determinado pela Lei Federal n

    6938/81 do Sistema Nacional de Meio Ambiente. Sendo assim, tm-se os trs tipos de

    situao nos Postos Revendedores:

    (i) os existentes que requerem reformas para atenderem s condies mnimas,

    (ii) os existentes que por interesse do operador / distribuidora opta por fazer uma

    reforma geral e

    (iii) os novos postos a serem construdos.

    O problema est nos casos dos PRC existentes em que o rgo ambiental ir

    solicitar condies mnimas de adequao no primeiro momento e melhorias contnuas

    durante as renovaes anuais das licenas de operao (LO). Os casos (ii) e (iii) so

  • Captulo 3 Reviso Bibliogrfica 50

    Souza, C.P.

    mais simples, pois, durante o processo, j se adotaro todas as condies tcnicas

    necessrias preveno contra o potencial impacto ambiental.

    Ainda destaca-se, nesse processo todo, a fragilidade do sistema de penalidades,

    incentivando o infrator a melhorar o seu sistema particular de como burlar a legislao.

    Por esta razo, quase seis anos aps a publicao no dirio oficial da unio da

    Resoluo CONAMA n 237, ainda faltam muitos Postos Revendedores se

    licenciarem.

    3.1.2 Resoluo CONAMA n 319, de 04 de dezembro de 2002

    A Resoluo CONAMA n 319 d nova redao aos dispositivos da Resoluo

    CONAMA n 273, de 29.11.2000, que dispe sobre preveno e controle da poluio

    em postos de combustveis e servios.

    Nesta resoluo foram alterados os artigos:

    "Art. 3 - Os equipamentos e sistemas destinados ao armazenamento e a distribuio de

    combustveis automotivos, assim como sua montagem e instalao, devero ser

    avaliados quanto sua conformidade, no mbito do Sistema Brasileiro de Avaliao da

    Conformidade.

    Onde ressalta em pargrafo nico:

    Previamente entrada em operao e com periodicidade no superior a cinco anos, os

    equipamentos e sistemas, a que se refere o "caput" deste artigo devero ser testados e

    ensaiados para a comprovao da inexistncia de falhas ou vazamentos, segundo

    procedimentos padronizados, de forma a possibilitar a avaliao de sua conformidade,

    no mbito do Sistema Brasileiro de Avaliao da Conformidade(NR).

    "Art. 9 - Os Certificados de conformidade, no mbito do Sistema Brasileiro de Avaliao

    da Conformidade, referidos no art. 3, tero sua exigibilidade em vigor a partir de 01 de

    janeiro de 2004, para postos revendedores e 01 de julho de 2004 para os demais

    estabelecimentos.

    Onde tambm ressalta em pargrafo nico:

  • Captulo 3 Reviso Bibliogrfica 51

    Souza, C.P.

    At 31 de dezembro de 2003 para postos revendedores e at 30 de junho de 2004 para

    os demais estabelecimentos, o rgo ambiental competente, responsvel pela emisso

    das licenas, poder exigir em substituio aos certificados mencionados no "caput"

    deste artigo, laudos tcnicos, atestando que a fabricao, montagem e instalao dos

    equipamentos e sistemas e testes aludidos nesta Resoluo, esto em conformidade

    com as normas tcnicas exigidas pela ABNT e, na ausncia destas, por regulamentos

    tcnicos do Sistema Brasileiro.

    No mbito federal, a questo de controle de impactos ambientais referentes

    poluio causada por postos de combustveis normatizada em um amplo amparo

    legal. Essas leis surgiram para atribuir responsabilidades aos empreendimentos

    potencialmente impactantes no que se refere tomada das devidas precaues

    cabveis, de forma racional evitando os excessos.

    Conforme o descrito no artigo n0 54 da Lei n0 9.605 de 12 de feverei