imigração lituana

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História da imigração lituana feito para trabalho escolar no colégio São Luis, em São Paulo. Por Anna Carolina Musolino Japiassu.

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nquanto a Lituânia estava ocupada pelo império russo, no final do século 19 e início do século 20, os lituanos que chegaram ao Brasil constam

nas estatísticas brasileiras como sendo russos. Um grupo importante que emigrou para cá foram os judeus lituanos, também conhecidos como Litvaks. Um exemplo é o de Moshe Elkhanan Lafer, que deixou a cidade de Zelva, atualmente na Bielorrússia, e chegou a São Paulo em 1889, com seu nome alterado para Maurício Klabin. No Brasil ele fundou a indústria de papel e celulose Klabin. Pertence à família dele a tradutora Jenny Klabin Segall, que se casou com o pintor Lasar Segall, também emigrado da Lituânia. Existe hoje o Museu Lasar Segall, na Vila Mariana.

CAPITULO VI

PABAIGOSFIM

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A terra da chuva e o pais do sol

Lietaus zemes ir saules zeme

Anna CarolinaEdITORA. Pavilionis

xviii XI mmxiiANNO DOMINI

Capa

do

pass

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avô

Brun

o

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Trajes típicos lituanos. Minha avó Alina, filha de Domicele, ainda guarda a roupa que usava quando criança nas comemorações da

comunidade lituana. Ainda existem grupos que dançam em São Paulo.

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família foi morar na Vila Zelina, bairro que abriga, desde o início do século, a comunidade lituana em São Paulo. Eles se reuniram em torno da Igreja São José, fundada

em 1927, onde ainda se realizam missas com cantos lituanos. A comunidade lituana no Brasil é a segunda maior do mundo fora do país de origem (a primeira fica em Chicago, nos Estados Unidos).Na padaria da praça da igreja ainda é possível comprar o pão preto de centeio, feito segundo a receita tradicional. Na Vila Zelina também existem grupos que mantêm as tradições folclóricas locais, como o Rambynas, que faz apresentações em datas comemorativas, como a da independência do país.

CAPITULO V

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Eu e minha família na Igreja São José(02/11/2011)

Olha eu aqui!

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ra uma vez um país muito distante (pelo menos do Brasil), que ficava no leste europeu, às margens do mar Báltico, chamado Lituânia. Segundo alguns, o

nome vem de “lugar onde chove muito” (lietus significa chuva em lituano). Segundo outros, a origem é o nome do rio Lietava. É um país de relevo suave, com muitas florestas, rios, riachos e lagos de águas cristalinas. Há mais de 4.000 lagos e 722 rios lá. Muitos povos disputaram essa terra: poloneses, alemães e russos. Oficialmente, o país começou a existir com a coroação do rei Mindaugas, em 1253. Ele uniu os duques lituanos em uma só nação. Depois disso, o país foi dominado pelos mongóis. Em 1835, uniu-se à Polônia até ser anexada à Rússia Imperial.

CAPITULO i

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presença dos lituanos no Brasil começou com um certo coronel Andrius Visteliauskas, no século 19. Ele ajudou o Exército brasileiro na Guerra do Paraguai.

Sua experiência no País influenciou seus compatriotas. Em 1890, um grupo de 25 imigrantes lituanos com suas famílias se estabeleceu no sul do Brasil, na cidade de Ijuí, no Rio Grande do Sul. Com o tempo, muitos outros lituanos que chegaram ao Brasil acabaram indo trabalhar como operários nas fábricas que surgiam em São Paulo. Uma dessas lituanas foi Domicele Pavilionis, que trabalhou numa tecelagem no Brás. Ela depois conheceu um russo naturalizado lituano, Bruno Purvinis, que chegou ao Brasil em 10 de novembro de 1930, e com quem se casou em

20 de junho de 1942 e teve uma filha chamada Alina Purvinis, minha avó.

CAPITULO IV

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Acima, passaporte lituano de meu bisavô materno, Bronius (Bruno) Purvinis, russo naturalizado lituano. Ele tirou o visto para o Brasil na cidade de Hamburgo, na Alemanha. Abaixo, carteira do

sindicato dos tecelãos de minha bisavó Domicele Pavilionis

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m 16 de fevereiro de 1918, o país ficou independente. Em seguida, envolveu-se em disputas territoriais com a Polônia e a Alemanha. Foi anexado pela União Soviética em 1940, durante a Segunda

Guerra Mundial, e só se tornou independente novamente em 11 de março de 1990. Foi a primeira república soviética a conquistar a independência. Como o país viveu muitos anos dominado por outros, sem poder falar o próprio idioma, os lituanos passaram a dar ainda mais importância a sua língua e religião, o catolicismo, que adotaram após a dominação polonesa. Antes, acreditavam em diversos deuses que podiam ser bondosos ou malvados com os seres humanos, espíritos malignos, bruxas e sacerdotes que faziam a ligação entre o mundo terreno e o espiritual. Dessa mistura de crenças pagãs e cristãs nasceu um povo com uma cultura muito rica e muito amor pela liberdade perdida.

CAPITULO Ii

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Exemplar nº 1 do jornal Musu Lietuva (Nossa Lituânia), de 1º de janeiro de 1948. O jornal foi confiscado durante

comemoração da independência da Lituânia.

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Primeira Guerra Mundial espalhou fome e miséria pela Europa, e os lituanos começaram a sonhar com uma outra terra mágica, do outro lado do mundo, o Brasil, um país

cheio de sol. Para eles, seria o paraíso na Terra, onde pães nasciam nas árvores e existiam frutas maravilhosas, como bananas, muito raras na Europa naquele tempo. O Brasil, por sua vez, queria atrair imigrantes, de preferência brancos (e os lituanos tinham a pele branca como a neve e olhos azuis como o mar Báltico), para trabalhar nas fazendas de café após a abolição da escravatura. O governo adotava a visão racista daquela época, segundo a qual a mistura de raças era ruim. Os lituanos vinham de navio, numa longa viagem,

com a família toda, acreditando que aqui era o Eldorado.

CAPITULO III