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Iluminação artificial em fachadas: um estudo aplicado à igreja Santa Rita de Cássia – Vitória/ES dezembro/2014
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 8ª Edição nº 009 Vol.01/2014 dezembro/2014
Iluminação artificial em fachadas: um estudo aplicado à igreja Santa
Rita de Cássia – Vitória/ES
Renan Duarte Lima - [email protected]
Iluminação e Design de Interiores
Instituto de Pós Graduação – IPOG
Vitória- ES, 18/03/2014
Resumo
Trata do tema iluminação artificial em fachadas num estudo aplicado à Igreja Santa Rita de
Cássia, situada em Vitória/ES. Aborda a doutrina catolicista e a simbologia litúrgica com
foco nos principais símbolos católicos e significados das cores dentro do ano litúrgico.
Estuda a importância da iluminação artificial em fachadas e seus efeitos. Traz as
especificações dos sistemas de iluminação atualmente utilizados. Realiza estudo de caso com
um projeto de iluminação artificial para a fachada da Igreja Santa Rita de Cássia. A
metodologia do trabalho é de caráter exploratório, sendo utilizada a pesquisa documental e
bibliografia específica para desenvolver o tema, bem como a pesquisa de campo e visitas
técnicas às empresas de iluminação, levantando os tipos e efeitos de iluminação ideais,
atingindo os objetivos especificados, sendo possível identificar as propostas e tendências
mais adequadas à doutrina catolicista e sua simbologia litúrgica. Avaliando a iluminação
artificial e seus efeitos, através do levantamento dos tipos existentes no mercado e suas
aplicações, pode-se indicar os efeitos de iluminação de LEDs (Lighting Emmiting Diodes)
como mais adequados para atender a proposta deste trabalho, pois possuem uma tecnologia
mais avançada, propondo o tipo e efeitos de iluminação ideais para valorização da fachada
em tela.
Palavras-chave: Iluminação Artificial; Fachadas; Igreja Católica.
1. Introdução
O presente trabalho tem a intenção de propor um projeto luminotécnico, através do estudo da
iluminação artificial e da influência de seus efeitos para a valorização da fachada da Igreja
Santa Rita de Cássia, situada no bairro Praia do Canto, Vitória, Espírito Santo.
O tema é relevante para a área de iluminação e design de interiores, pois busca aplicar os
conhecimentos e técnicas de lighting designer para intervir em fachadas de edifícios e
monumentos arquitetônicos, utilizando efeitos de iluminação, empregando o conceito estético
e funcional.
É conveniente ressaltar que não se trata de interferir na estrutura arquitetônica das
construções, cabível aos profissionais da área, mas sim, desenvolver projetos de iluminação
para valorizar o conjunto como um todo.
Numa observação preliminar, constata-se que a referida igreja foi fundada em 04 de maio de
1935, concebida de forma diferenciada do modelo tradicional adotado pela Igreja Católica na
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construção de seus templos. Transparece que fora edificada numa época em que o local era
pouco urbanizado e hoje se encontra inserida em meio a grandes edificações e intenso tráfego
de pessoas e veículos, não tendo mais o apelo necessário.
A consulta aos materiais existentes atualmente, que possuem uma tecnologia mais avançada,
nos permite inferir que os efeitos de iluminação com LEDs, por exemplo, além de permitir
efeitos coloridos para cada evento litúrgico, proporcionam maior durabilidade, economia de
energia e baixa emissão de calor prejudicial à fachada e ao meio ambiente, tornando-se uma
possibilidade a ser estudada no presente caso.
Grandes obras da arquitetura contemporânea e monumentos históricos em várias partes do
mundo, como por exemplo, a Torre Eiffel em Paris - França e a Catedral Metropolitana do
Rio de Janeiro - Brasil, já utilizam os recursos da Iluminação de LEDs, propiciando aliar os
conceitos de estética e funcionalidade, sem interferir nas características originais.
O problema de pesquisa acende a questão de como a utilização
de uma proposta de iluminação artificial pode exercer influência
na valorização da fachada da Igreja Santa Rita de Cássia?
O objetivo macro é realizar um estudo de elementos de iluminação artificial, analisar a
fachada e, finalmente, propor o tipo e efeitos de luz artificial ideais para valorizar a fachada
da igreja Católica Santa Rita de Cássia, que se encontra situada em local altamente urbanizado
e em meio a construções maiores.
Na hipótese de se adotar um sistema de iluminação que forneça opções de cores de acordo
com a simbologia cristã, pode-se obter como resultados o despertar da atenção e da
curiosidade dos transeuntes que passarem por aquele local, bem como o resgate do interesse e
a participação da comunidade católica.
Quanto à metodologia, pela própria natureza, o trabalho de conclusão de curso é de caráter
exploratório, sendo utilizanda a pesquisa documental da igreja e bibliografia específica para
desenvolver o tema, bem como a pesquisa de campo e visitas técnicas às empresas de
iluminação.
2. Referencial teórico
A Semiótica é definida como a ciência geral dos signos que estuda todos os fenômenos de
significação e foi usada pela primeira vez em inglês por Henry Stubbes (1670), em um sentido
muito preciso, para indicar o ramo da ciência médica dedicado ao estudo da interpretação de
sinais. Mais abrangente que a linguística, a qual se restringe ao estudo do sistema sígnico da
linguagem verbal, esta ciência tem por objeto qualquer sistema sígnico (música, fotografia,
cinema, vestuário, gestos, religião, ciência, dentre outros). (WIKIPEDIA, 2013)
Com base na ciência da Semiótica, podemos interpretar os símbolos, e no caso em foco, a
simbologia usada para expressar a religião católica.
O estudo acerca da relação da simbologia católica com o sentimento religioso busca explicar a
sua necessidade para a realização do indivíduo, conforme posto por Matos (2009), propondo
ainda, o símbolo institucionalizado pelo Catolicismo como mediador nas relações entre o
homem e a divindade, com a responsabilidade de ligar o fiel a Deus:
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Mas, como já foi dito, o homem precisa da religião e esta sempre exerceu uma
relação intrínseca com o seu imaginário. A imaginação contribui para a
sobrevivência do homem no sentido de que expressa todo o conjunto de relações
entre ele e Deus tanto em caráter subjetivo, como objetivamente: através de cultos,
orações e rituais, abrindo caminho para a busca espiritual, fazendo com que não
puderam ser realizados no plano presente possam ser realizados em outro plano – o
do espírito, onde a imaginação pode se desenvolver plenamente. (MATOS, 2009:3)
Desde o surgimento da igreja para ordenar as reuniões da comunidade cristã, o catolicismo
regula as formas rituais acompanhando efetivamente os fiéis convertidos à sua fé, inserindo
toda uma gama de símbolos que referenciavam a sua doutrina, dentro de um contexto litúrgico
e de acordo com Matos (2009), o símbolo está ligado à religião:
Assim, observa-se que no contexto religioso católico, o significado do símbolo
apresenta-se mais restrito do que em outros contextos, pois equivale ao que se
conhece no meio científico como signo, seu sentido torna-se mais limitado já que
não há uma relação de presença entre significante e significado, mas apenas uma
realidade sensível que leva a um significado preciso. O termo símbolo, então, aplica-
se tanto às formas concretas mediante as quais uma religião se explicita como ao
próprio modo de sentir à experiência religiosa, isto é, o que define-se como signo e
símbolo, separadamente, na religião, estes contextos estão reunidos em um só, e
mesmo que se possa notar “algo mais” em sua definição isso vai depender de vários
fatores, principalmente da influência social ou da emergência de um novo arquétipo.
(MATOS, 2009:6)
Destarte, a simbologia da igreja tem que sobressair no ambiente, estar visível para inspirar o
fiel sobre as coisas sagradas. A igreja não pode ficar dissimulada ou escondida e tem que
sobressair no panorama, conforme assevera Dufaur (2006):
Para os construtores de igrejas, diz Dr. Rose, as palavras de Cristo são normativas. E
o Divino Mestre ensinou no Sermão das Bem-aventuranças: “Não pode se esconder
uma cidade que está situada sobre um monte. Nem os que acendem uma luzerna a
metem debaixo do alqueire, mas põem-na sobre o candeeiro, a fim de que ela dê luz
a todos que estão na casa” (Mt 5, 14-15). Por isso, a igreja não pode ficar
dissimulada ou escondida. A igreja tem que sobressair no panorama. Esse destaque
deve ser audível também. Os sinos lembram a presença de Nosso Senhor na Terra,
convocam à oração, marcam os acontecimentos transcendentais da vida, espantam
os demônios. (DUFAUR, 2006:32)
Neste diapasão, Dufaur (2006) entende a Igreja como sagrada, sendo uma construção
superior:
Porque é sagrada, a igreja tem uma superioridade natural sobre os prédios profanos
que a circundam. O bom encaixe estético e hierárquico foi bem alcançado com uma
transição harmônica. Onde possível, uma praça ou um largo, que pertencem à esfera
temporal, faz o primeiro espaço de transição. Logo vem o átrio, pátio aberto que
lembra o átrio do Templo de Salomão, e que pertence à igreja. (DUFAUR, 2006:32)
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Sobre a fachada da igreja, Dufaur (2006) aduz em seus comentos:
A fachada é o rosto da igreja. Ela evangeliza, ensina, catequiza. Na Idade Média,
bastava ao catequista explicar o significado das inúmeras estátuas e cenas entalhadas
na pedra, para dar aulas perfeitas sobre as verdades fundamentais da fé, as virtudes e
os vícios opostos, a História Sagrada, a ordem do Universo, a hierarquia das
ciências, etc. (DUFAUR, 2006:32)
Assim, a importância da igreja, enquanto construção católica, está eivada de simbolismo em
sua arquitetura demandando destaque face ao ambiente em que está localicalizada e às
edificações que a cercam.
3. Símbolos católicos
Dentre os vários elementos da simbologia católica, alguns símbolos podem compor a fachada
das igrejas, onde se destaca a porta, a torre, o sino e a cruz.
Conforme definições de Pastro (1999) sobre os elementos porta e torre, temos:
- A Porta: é Cristo e não qualquer porta. É preciso que ela receba um tratamento
diferenciado das demais, seja maior, que os puxadores sejam mais nobres e, se
possível, tenham alguma simbologia religiosa. A própria folha da porta poderia
trazer algum desenho, muitas portas principais no passado, chegaram a ter toda uma
catequese, ou seja, as portas tinham figuras pintadas ou entalhadas ilustrando a
história de Jesus Cristo na terra e os mandamentos de Deus. (PASTRO, 1999:70)
- A Torre: é o sinal mais alto de identificação de um edifício-igreja cristã. De
origem oriental, proliferou a partir do século VI em quase todas as construções
cristãs. (PASTRO, 1999:71)
Na visão de Machado (2001) os elementos torre, sino e cruz possuem o seguinte simbolismo:
- A torre não é obrigatória e sua construção depende mais de tradições locais e,
principalmente, de recursos que, geralmente, são escassos até para a construção de
um simples salão. Antes da verticalização das cidades, a torre marcava o centro da
cidade e da vida dos cidadãos. Agora, os grandes arranha-céus e as torres de TV
ganharam na disputa. Apesar de a torre e os sinos terem perdido bastante sua força
simbólica, algum elemento na fachada sugerindo uma torre que aponte para o céu,
como uma cruz e um pequeno sino, ainda é característica forte da igreja-edifício e é
reconhecido por todos. (MACHADO, 2001:35)
- O Sino: desde o Antigo Testamento identifica-se com o som da divindade e tocam
ouvidos e coração. Quanto mais grave, sua sonoridade será mais agradável, esses
marcos silenciosos de esperança e vida e seus belos sons não se confundem com a
voz humana. Custam muito, mais duram para sempre. Os sinos chamavam para as
celebrações, hoje dependendo da cidade ou do bairro não são nem mais ouvidos e
não são mais eles que marcam o tempo dos habitantes da cidade. (MACHADO,
2001:35)
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- A Cruz: é um dos mais antigos símbolos. Pode ser encontrada onde há uma
presença cristã. Mesmo antes de Cristo já era representada. Na época romana, a cruz
era vista como um instrumento de tortura, os criminosos eram condenados á morte
na cruz. Para os cristãos, a cruz é sinal de vitória e da salvação. Ela pode conter ou
não a imagem de Cristo, que pode ser representado morto ou ressuscitado.
(MACHADO, 2001:43)
Assim, expostos alguns símbolos católicos presentes nas fachadas das igrejas, verifica-se seu
significado e sua influência na arquitetura católica.
4. Cores e simbologia litúrgica
A liturgia católica é revestida de simbolismo. Acerca das cores litúrgicas, Aquino (2013)
publicou que:
As diferentes cores das vestes litúrgicas visam manifestar externamente o caráter dos
mistérios celebrados, e também a consciência de uma vida cristã que progride com o
desenrolar do ano litúrgico. No princípio havia uma certa preferência pelo branco.
Não existiam ainda as chamadas “cores litúrgicas”. Estas cores foram fixadas em
Roma no século XII. Em pouco tempo os cristãos do mundo inteiro aderiram a este
costume. (AQUINO, 2013)
A utilização de cores associadas a uma simbologia ritualística exterioriza a doutrina católica,
preenchendo de significado a participação dos fiéis nos eventos litúrgicos. Desta forma,
Aquino (2013) no traz que, de acordo com a doutrina católica, as cores possuem os seguintes
significados:
- Branco: É usado na Páscoa, no Natal, nas Festas do Senhor, Nas Festas de Nossa
Senhora e dos Santos, exceto dos mártires. Simboliza alegria, ressurreição, vitória,
pureza e alegria.
- Vermelho: Lembra o fogo do espírito Santo. Por isso é a cor de Pentecostes.
Lembra também o sangue. É a cor dos mártires e da sexta-feira da paixão.
- Verde: Como a natureza que sempre reverdeja, se usa nos domingos e feriados do
Tempo comum. Está ligado ao crescimento, à esperança.
- Roxo: É usado no advento e na Quaresma. É símbolo da penitência e da
serenidade.
- Preto: É sinal de tristeza e luto. Hoje é pouco usado na liturgia.
- Rosa: Pode ser usado no 3º domingo do advento e 4º domingo da Quaresma,
Indicando expectativa alegre. (AQUINO, 2013)
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Observa-se a simbologia das cores na doutrina católica manifestando externamente o caráter
dos mistérios celebrados e a consciência de uma vida cristã que progride no desenrolar do ano
litúrgico.
5. O ano litúrgico
Desde seus primórdios, a Igreja cristã propôs a seus fiéis ritmos de oração destinados a uma
progressão contínua. Assim, o Ano Litúrgico revive em nós a realidade do Mistério de Cristo.
Celebrando a cada ano os mesmos Mistérios e procurando vivê-los, progredimos em direção
ao fim dos tempos, construindo um mundo novo ano a ano. O Ano Litúrgico é, portanto, um
calendário religioso que contém as datas dos acontecimentos da História da Salvação.
(CATOLICOPORQUE, 2013)
No entanto, o Ano Litúrgico não coincide com o Ano Civil, isto é, não começa no mesmo dia;
enquanto o Ano Civil começa em 1º de janeiro, o Ano Litúrgico inicia-se quatro domingos
antes do Natal, respectivamente no 1º Domingo do Advento. (CATOLICOPORQUE, 2013)
De acordo com o site Catolicoporque (2013) o ano litúrgico é formado por dois grandes ciclos
- o do Natal e o da Páscoa - e por um longo período de 33 ou 34 semanas, dependendo do ano,
chamado de Tempo Comum, sendo descrito da seguinte maneira:
CICLO DE NATAL: Inicia-se com o Advento, que é um período de preparação - e
não de penitência - e esperança, recordando a chegada do Natal e o eminente retorno
de Cristo. A seguir vem o Natal, que lembra o nascimento humano do Verbo divino.
Depois vem a Epifania, que mostra Jesus se manifestando às nações como o Filho de
Deus. Por fim, vem o Batismo do Senhor, que marca o início da missão de Jesus que
culminará com a Páscoa.
PRIMEIRA PARTE DO TEMPO COMUM: Inicia-se após o Batismo do Senhor e
vai até a terça-feira anterior à Quarta-Feira de Cinzas. É um tempo destinado ao
acolhimento do Reino de Deus pregado por Jesus.
CICLO DA PÁSCOA: Começa na Quarta-Feira de Cinzas, quando se inicia a
Quaresma; esta dura quarenta dias, os quais são destinados à penitência, oração,
jejum e, principalmente, conversão. Durante a Quaresma não proferimos "aleluias" e
nem enfeitamos as igrejas com flores. Ao final da Quaresma, inicia-se a Semana
Santa, que é formada pelo Domingo de Ramos (que mostra a entrada triunfal de
Jesus em Jerusalém, anunciando a proximidade da Páscoa) e o Tríduo Pascal (que
tem, na Ressurreição do Senhor o seu ponto máximo no Ano Litúrgico e que ocorre
durante a vigília do Domingo da Páscoa). Cinquenta dias depois da Páscoa, temos o
Pentecostes, que assinala o nascimento da Igreja iluminada pela presença
vivificadora do Espírito Santo.
SEGUNDA PARTE DO TEMPO COMUM: Começa na segunda-feira após o
Domingo de Pentecostes e termina no sábado anterior ao Primeiro Domingo do
Advento (v. Ciclo de Natal). Possui a mesma finalidade da primeira parte do Tempo
Comum. (CATOLICOPORQUE, 2013)
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As celebrações litúrgicas acontecem num determinado momento do dia, do ano ou num
momento especial da vida humana do nascer ao morrer, as celebrações atribuem significado
ao tempo e conferem sentido à vida.
6. A iluminação artificial
No começo da civilização, o uso do fogo constituía a fonte de luz artificial, dentro das edificações,
com o uso de velas, tochas e lampiões, dentre outros. Porém, os arquitetos antepassados
exploravam com proficiência o uso da iluminação natural em seus projetos, criando efeitos
artísticos nas construções, com pouco ou nenhum uso de iluminação artificial.
Podemos encontrar nos ensinamentos de Schmid (2005):
A lâmpada elétrica, inventada por Edison, aparentemente libertou os usos
diurnos da arquitetura dos preceitos da iluminação natural, para se tornar
enfim escrava da rede de energia (SCHMID, 2005:308).
Apesar de todos os benefícios do uso da iluminação natural, com o advento da luz elétrica e
posterior adoção do estilo internacional na arquitetura, o profissional foi liberado para buscar
outros paradigmas que não apenas os elementos naturais, sem preocupação de adaptação da
arquitetura às características culturais e climáticas do local. O arquiteto assumiu então uma
posição bastante cômoda quanto aos problemas de adequação ao clima, passando a utilizar
soluções técnicas (LAMBERTS, 2004:18-19).
Com o surgimento da luz elétrica, o homem passa a achar um luxo obter a luz em sua moradia
apenas acionando um botão. Desde seu surgimento até os dias atuais, a iluminação artificial já
teria passado pela fase do “homem-luz” onde era comum o uso de luzes pessoais como tochas e
lanternas, em seguida pela fase da “casa-luz” com o uso de aparelhos de iluminação integrados
nas áreas arquitetônicas, seguida finalmente pela atual fase “luz-tarefa”, onde a luz passa a ser
empregada para atender ao homem nas necessidades de suas funções (BONALI, 2001:175).
Conforme Hertz (1998) a iluminação influencia as formas e expressões arquitetônicas:
Do mesmo modo que não se deve supervalorizar o tradicional simplesmente por ser
histórico, tampouco se deve adotar o moderno por tratar-se de uma novidade. Ainda
mais grave que a atração excessiva pelos materiais novos, são as influências
culturais do exterior e o impacto que elas representam em relação às formas e às
expressões arquitetônicas. (HERTZ, 1998:4).
Com o advento da iluminação artificial, o homem moderno adquire a possibilidade de
ressaltar e valorizar sua arquitetura adaptando-a face aos efeitos desejados.
7. Iluminação artificial em fachadas e seus efeitos
Um conceito fundamental que se pode desenvolver a partir da relação entre arquitetura,
design e iluminação é o da individualidade do espaço. Sendo este, o resultado exato que se
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quer obter tanto nele como com ele. É composto de todas as inter-relações entre luz, cores,
texturas, forma e espaço; relação de harmonia e criação.
Através de uma caracterização particular de luz e cor, os espaços podem adquirir
diferenciação em importância de acordo com suas funções. (VIANNA; GONÇALVES,
2007:37)
No caso das lâmpadas, de acordo com a forma que se trabalha suas características, como a
intensidade do fluxo luminoso, a temperatura de cor, e o IRC – índice de reprodução de cores
– a iluminação pode qualificar vários tipos de ambiências: intensa, brilhante, sombria,
ameaçadora, mórbida, etc. A direção da luz, em especial, produz diferentes interpretações das
formas e relevos. (OSRAM, 2013)
A iluminação em fachadas trabalha a luz em seu papel cenográfico, compondo cenários,
trabalhando em função da obra e expressando uma releitura desta, sendo que a iluminação não
é mais importante que o próprio edifício iluminado. (OLIVEIRA, 2008)
Existem diversas possibilidades de releitura, devido a grande variedade de efeitos,
equipamentos e combinação de cores. O uso da iluminação artificial possibilita a valorização
de elementos arquitetônicos por meio de seus diferentes efeitos, proporcionando um
diferencial na sua composição.
Neste sentido, Oliveira (2008) ressalta os efeitos de iluminação:
As diferenças de iluminação mais evidentes são aquelas dadas pela diferença de
brilhos e cores.
Essas diferenças, além de influenciarem na importância dada a cada elemento,
muitas vezes revelando à noite algum detalhe que durante o dia passava
despercebido no conjunto, prestam-se principalmente a revelar tridimensionalidade.
(OLIVEIRA, 2008:25)
No Estado do Espírito Santo já existe essa preocupação de iluminar fachadas de monumentos
históricos como o Convento da Penha e o Palácio Anchieta, utilizando o mesmo conceito de
valorização de fachadas e embelezamento urbano.
A orientação dos raios luminosos é definida pelos ângulos, direções e sentido de onde partem.
Os aparelhos de iluminação combinam todas as possibilidades de orientação do fecho
luminoso, uma vez que, teoricamente, podem ser colocados em qualquer ponto da esfera
geométrica que envolve o objeto.
O vocabulário a seguir, apresentado por Oliveira (2008), utiliza termos da iluminação cênica e
foi adotada para o presente trabalho.
a) Iluminação down liwn ou plongée:
A fonte luminosa está situada acima e na frente do objeto, com fosco dirigido para
baixo. Ela atenua a escala dos objetos iluminados e os ancora ao solo. Acentua as
sombras decorrentes, dá um caráter dramático ao espaço arquitetônico e aos
passantes, como é o caso de projetores fixados em postes altos ou em consoles nas
fachadas. Quando situada sobre o objeto (na mesma vertical) denomina-se a pino.
b) Iluminação up light ou contre- plongée:
Está colocada embaixo do objeto ou no nível do solo, ligeiramente avançada, por
exemplo, quando se instalam projetores embutidos no solo dirigidos para o alto.
Essa é a situação mais comum no caso da iluminação de fachadas, enfatizando a
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monumentalidade e a elevação. Investe as sombras solares, o que pode parecer
irreal. Por conta disso, pode-se criar um efeito cênico muito intenso, pela inversão
do que se julga natural. É um ótimo recurso para se valorizar elementos que não
atraem o olhar durante o dia. É importante considerar sempre a possibilidade de
embutir os equipamentos.
c) Iluminação frontal:
A fonte luminosa está à frente do objeto é muito utilizada quando se quer iluminar o
tema com uma luz geral, uniforme.
d) Iluminação lateral:
A fonte está colocada em um dos lados do objeto, ligeiramente á frente.
e) Iluminação rasante ou frisante:
É lançada em um plano vertical, paralelo e bem próximo do objeto,; também
chamada de luz tangente, ela pode ser up light ou down light. É muito utilizada para
a iluminação de superfícies ricas em detalhes e ornamentos, pois ela lava as fachadas
e acentua os pequenos relevos e beirais.
f) Iluminação de fundo ou background light:
A fonte luminosa está sobre um plano atrás do objeto em relação ao observador.
Esta condição sublinha as linhas e os contornos dos objetos.
g) Iluminação em contraluz ou back light ou contre-jour:
A fonte luminosa incide sobre o fundo do objeto que se quer destacar, obtendo-se
então o efeito silhueta.
8. Iluminação de LED (Lighting Emmiting Diodes)
A iluminação de LED mostra-se a mais adequada para a proposta deste trabalho, onde
extraímos dos estudos de Oliveira (2013):
Os LEDs (Lighting Emmiting Diodes – diodos emissores de luz) são componentes
eletrônicos de estado sólido, robustos, resistentes ao choque e à vibração, sem partes
móveis e sem componentes de vidro, composto de materiais semicondutores que
convertem corrente elétrica em luz. Diferem-se das lâmpadas de luz convencionais
por não necessitarem de filamentos, eletrodos ou tubos de descarga. (OLIVEIRA,
2008:34-38)
Ainda, quanto aos LEDs podemos buscar no trabalho de Esteves Ascurra (2013) o seguinte:
Os LEDs são componentes eletrônicos existentes há várias décadas, mas somente
nos últimos 10 anos ocorreu a viabilidade técnica dos materiais semicondutores e
encapsulamentos, proporcionando maior potência e maior eficiência luminosa. A
expectativa de economia de energia que os LEDs podem proporcionar em diversas
áreas já é fato comprovado. (ESTEVES ASCURRA, 2013:52)
De acordo com a PHILIPS (2013) as vantagens do LED são:
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- Variedade de cores;
- Dimensões reduzidas;
- Alta resistência a choques e vibrações;
- Luz dirigida;
- Não possui radiação ultravioleta e infravermelha;
- Tecnologia inovadora com iluminação de alta eficiência;
- Flexibilidade com produtos para várias aplicações;
- Longa vida útil, com produtos que duram de 20.000 a 50.000 horas;
- Baixíssimo custo de manutenção e operação;
- Baixíssimo consumo de energia que, além de oferecer grande economia, colabora para a
preservação do meio ambiente;
- Baixíssima emissão de calor.
Além de todas as vantagens, o LED é uma solução sustentável que proporciona um baixo
consumo de energia, a redução de resíduos (é mais durável, o que significa trocas menos
frequentes), a possibilidade de reciclagem, não contém mercúrio, o uso de menos materiais e
recursos, e o efeito nas construções arquitetônicas e design devido a sua variedade de cores.
(PHILIPS, 2013)
Verifica-se então que os limites para aplicação dos LEDs são exatamente o da imaginação e o
da criatividade.
9. Especificações dos sistemas de iluminação
Dentro da pesquisa feita sobre iluminação de LED para a fachada da Igreja Santa Rita de
Cássia foram especificados os seguintes sistemas de iluminação atendendo o projeto proposto:
a) Iplayer 3 É um controlador DMX da Philips compacto, que pode controlar até 340 endereços
individuais e pode armazenar até 250 Mbytes.
Através da tela de LCD e dos botões é possível ativar efeitos de iluminação personalizados e
pré-programados. Possui duas portas seriais RS232 que podem ser interligados aos outros
equipamentos. (PHILIPS, 2013)
Através do software de edição Colorplay3 é possível configurar para que os efeitos de cores
de luz sejam inicializados com data e hora marcada ou através do calendário astronômico
como anoitecer ou amanhecer. Em vários pontos turísticos pelo mundo, como o monumento
London Eye, em Londres, já utiliza essa tecnologia de sistema de automação. (PHILIPS,
2013)
Informações técnicas do produto:
- Peso: 0,54 Kg.
- Alimentação: 100 -240 VCA / 50 -60Hz.
- Potência: 5 W.
- Temperatura: - 10º C a 40º C.
- Corpo: Policarbonato.
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- Interface: USB 2.0.
- Sinal: DMX512 RJ-45 ports.
- Interface Externa: RS-232 9-pin serial ports.
- Capacidade: 256 Mbytes.
- Software incluso.
b) ColorBlast 12 Powercore É um projetor de LED que possui um facho de luz preciso com proteção adequada para a
utilização em ambientes externos e uma base de fixação desenvolvida para permitir rotação do
projetor, proporciona assim, um efeito de iluminação dinâmica de alta performance.
A tecnologia Powercore permite que o sinal de controle DMX seja integrado à alimentação
elétrica e enviado aos projetores em uma só via, o que torna a instalação muito mais simples e
rápida. (PHILIPS, 2013)
Informações técnicas do produto:
- LEDs: 36 LEDs RGB.
- Fluxo Luminoso: 750 Lm.
- Eficácia: 14,5 Lm/W.
- Facho: 10º e 23º.
- Corpo: Alumínio.
- Lente: Vidro temperado.
- Proteção: IP666.
- Controle: DMX.
- Alimentação: 100 – 240 VAC, 50 – 60 Hz.
- Fator de Potência: 0.95.
- Potência: 50 W.
- Temperatura: - 20ºC a 50ºC.
- Vida útil: 50.000 h.
c) Beamer LED É um projetor para iluminação de arquitetura externa. É formado por um único LED de alta
potência que projeta luz em uma distância de até 30m com um perfeito controle do facho,
consumindo apenas 4W.
Possui design elegante e materiais de alta qualidade, oferecendo máxima flexibilidade com
ajuste de zoom e facho, fonte de alimentação integrada e três opções de óptica, mas serão
utilizados somente dois (Linear e Grazer) com LED branco claro. Sua aplicação é ideal para
serem utilizados em efeitos de iluminação dirigida e de iluminação de destaque. (PHILIPS,
2013)
Informações técnicas do produto:
- LEDs: 1 LED.
- Potência: 4 W.
- Alcance: Até 30 m Linear ajustável e 20 m Grazer ajustável.
- Facho: 3º a 6º ajustáveis, Linear e Grazer.
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- Corpo: Alumínio.
- Proteção: IP66 e IK08.
- Alimentação: 110 – 240 VCA, 50 – 60 Hz.
- Vida útil: 50.000 h.
d) High Power Spot
É um projetor de LED que possui alto fluxo luminoso é versátil e pode ser instalado em piso
ou parede e aplicado em áreas externas, como fachadas, edifícios, monumentos, etc.
Possui facho de luz ajustável, entre 10º e 30º, grande variedade de cores e sistema de controle
DMX. (OSRAM, 2013)
Informações técnicas do produto:
- Potência: 30 W.
- Facho: 10º e 30º.
- LEDs: 18 e 36 LEDs.
- Corpo: Alumínio.
- Lente: Vidro temperado.
- Proteção: IP68.
- Controle: DMX.
- Alimentação: OT 75W.
- Vida útil: 50.000 h.
O LED ainda é uma novidade no mercado de iluminação. Devido a este fato, houve grandes
dificuldades em adquirir informações concretas e confiáveis em lojas especializadas em
iluminação no Estado do Espírito Santo. O projeto foi desenvolvido através de pesquisas e
informações obtidas por representantes de produtos de iluminação, catálogos e sites das
marcas utilizadas.
Os aparelhos de LED especificados no projeto, ainda não são encontrados com facilidade,
pois há baixa procura dos mesmos no mercado do Estado do Espírito Santo.
Com relação ao custo, não houve uma preocupação de valores específicos para a execução do
projeto, a intenção é mostrar uma proposta tecnológica diferenciada, inovadora e sustentável.
10. Estudo de caso: projeto de iluminação artificial para a fachada da igreja de Santa
Rita de Cássia
A Igreja de Santa Rita de Cássia está situada no bairro Praia do Canto em Vitória – ES, com o
primeiro projeto original desenvolvido pelo arquiteto Paulo Motta e Albuquerque, inaugurada
em 04 de maio de 1935 pelo Bispo do Estado do Espírito Santo Dom Luiz Scortegagna, tendo
como primeiro Pároco Frei Davi. (PAROQUIASANTARITA, 2013)
A análise histórica da Igreja de Santa Rita de Cássia propicia inferir sobre seu surgimento e
construção utilizando um modelo de arquitetura moderna, mantendo as características
religiosas, diferenciando-se dos templos tradicionais.
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Com o decorrer dos anos e o desenvolvimento da cidade, para atender a necessidade em
relação ao grande número de fiéis que a frequentava, a paróquia sofreu uma ampliação e sua
arquitetura a deixou com uma característica ainda mais modernista, permanecendo hoje com o
mesmo estilo de fachada.
O projeto de pesquisa que ora é levantado, utiliza a nova fachada da igreja. O conceito baseia-
se nos contrastes de cores e luminâncias para valorizar a fachada da Igreja Santa Rita de
Cássia, que possui arquitetura moderna e situada em um local urbanizado, é totalmente
desvalorizada, até mesmo, confundida com os prédios comerciais ao seu redor.
Tecnologia, sustentabilidade, cultura e simbologia são os pontos de partida do projeto
luminotécnico. A idéia foi buscar nos símbolos católicos e nas cores litúrgicas os elementos
chave para os efeitos de luz, sombra, harmonia e contraste.
Esses efeitos são obtidos com os novos projetores tecnológicos de luz de LED. Um só projetor
emite as cores de luz precisa, no qual, são programadas por um sistema de automação,
permitindo que seja iniciado com data e hora marcada.
O resultado final do projeto é uma visão em negativo da aparência diurna da edificação,
buscando ressaltar a fachada por meio de iluminação artificial sustentável, que proporciona
um baixo consumo de energia e não possui radiação ultravioleta e infravermelha, bem como a
possibilidade de reciclagem, afim de que não seja apenas vista, mas sentida e intuída.
A torre da fachada principal, por ser um símbolo católico e o ponto mais alto de identificação
da igreja, é marcada com fachos de luz verticais, em up light, acompanhando a sua forma,
proporcionados pelo sistema de iluminação ColorBlast 12 Powercore, utilizando as cores da
liturgia catolicista, que se alternarão conforme o calendário do ano litúrgico.
Para valorizar a cruz, visto ser o símbolo de maior importância, foram utilizados projetores
Beamer LED Linear, localizados em suas extremidades, com efeitos em up light, down light e
iluminações laterais, com fachos de luz branca voltados para seu centro remetendo à luz
divina do espírito santo.
Mesmo sendo um símbolo religioso considerado o som da divindade, o sino não será
valorizado, pois de acordo com o novo projeto feito pelo arquiteto Diocélio Grasseli, este
elemento não ficará exposto.
A porta é valorizada com iluminação rasante, localizada na extremidade da marquise,
utilizando o sistema Beamer LED Grazer, proporcionando um efeito que lava todo o teto com
luz branca em direção a porta, ocasionando a impressão de luz sagrada, visto que, na
simbologia esse elemento é Cristo.
Além desses pontos de grande importância no catolicismo, a continuação da fachada principal
e o chanfro receberam o sistema de iluminação ColorBlast 12 Powercore, com efeito vertical
em up light, com o mesmo processo de alternação de cores que a torre.
A fachada lateral também utiliza o sistema de alternação de cores, em up light, porém,
utilizando projetores High Power Spot com 18 LEDs, instalados no térreo e no pavimento
superior.
Na fachada voltada para a Avenida Reta da Penha, valorizou-se apenas a vegetação existente,
com projetores High Power Spot de 36 LEDs de luz branca, instalados na calçada, com efeito
up ligh no sentido vertical, causando um contraste de luz e sombra. Como a copa das árvores
esconde a maior parte da edificação, a utilização de uma iluminação inserida diretamente na
fachada não causaria o efeito desejado.
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11. Conclusão
Após desenvolver o tema proposto, resta responder à seguinte questão: a utilização de uma
proposta de iluminação artificial pode exercer influência na valorização da fachada da Igreja
Santa Rita de Cássia? A resposta é afirmativa, ao considerar as inúmeras possibilidades para
construir um espaço litúrgico que seja funcional e irradie por si mesmo a mística da igreja.
Existem muitas maneiras de harmonizar um espaço em meio a seu ambiente externo
influenciando e inspirando os fiéis a buscar a igreja para celebrar e rezar, entrando num
ambiente propício para o encontro com o sagrado.
As formas estéticas, cores e simbologia modelam o modo de sentir, de praticar e de aderir à fé
e atingem algo muito íntimo: o próprio modo de ser de quem frequenta as igrejas.
Este trabalho propõe medidas que possam resgatar o significado sagrado daquela construção,
ainda mais rico e belo que o original, buscando inspirar a religião e dar significado aos fiéis.
A iluminação certamente chama a atenção, mantendo a beleza da igreja dentro do conceito
proposto, o designer pode exercer mais esta incumbência de trabalhar em parceria com os
profissionais de lighting designer, descortinando um novo espaço a ser ocupado.
Avaliando a iluminação artificial e seus efeitos, através do levantamento dos tipos existentes
no mercado e suas aplicações, pode-se indicar os efeitos de iluminação de LEDs (Lighting
Emmiting Diodes) como mais adequados para atender a proposta deste trabalho, pois possuem
uma tecnologia mais avançada, propondo o tipo e efeitos de iluminação ideais para
valorização da fachada da Igreja de Santa Rita.
Dentro do que foi pesquisado, conclui-se que, o produto do trabalho de iluminação deve ser
uma interpretação artística da necessidade dos usuários, independentemente das crenças do
lighting designer, uma vez que o projeto não está sendo feito para si, mas para os utilizadores
daquele local. Para tal, devemos nos colocar por um tempo no lugar de um deles, e isso só
alcança com estudos, pesquisas e muita dedicação.
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ANEXOS
FIGURA 1 – Igreja Santa Rita de Cássia – Vitória/ES
Fonte: Acervo do autor
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FIGURA 2 – Fachada principal com efeito de luz vertical verde em up light
Fonte: Acervo do autor
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FIGURA 3 – Fachada lateral com iluminação verde e efeitos em up light
Fonte: Acervo do autor
FIGURA 4 – Fachada em chanfro com efeito up light na cor verde
Fonte: Acervo do autor