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ILMA. SRA. PREGOEIRA POLLYANA GUERRA E CÁSSIA COUTINHO DA SILVA E
EQUIPE DE APOIO DA COMISSÃO ESPECIAL DE LICITAÇÃO DO SERVIÇO
NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – DEPARTAMENTO REGIONAL
DE PERNAMBUCO E DO SERVIÇO NACIONAL DA INDUSTRIA EM
PERNAMBUCO – SESI – PE.
PREGÃO PRESENCIAL N°004/2016.
TIPO DE LICITAÇÃO: MENOR PREÇO POR FAIXA ETÁRIA MENSAL.
HAPVIDA ASSISTÊNCIA MÉDICA LTDA., pessoa jurídica de
Direito Privado, inscrita no CNPJ n° 63.554.067/0001-98, com sede em Fortaleza, Estado do
Ceará, situada na Avenida Heráclito Graça, nº 406, 2° Andar, Bairro: Centro, futura participante
da licitação em epígrafe, vem por intermédio de sua representante infra firmada, apresentar
PEDIDO DE IMPUGNAÇÃO ao Instrumento Convocatório n°004/2016, com fulcro no item
8.1 do edital, pelos fatos e fundamentos aduzidos.
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INTRÓITO
Cumpre estabelecer, inicialmente, que a Licitação é um procedimento administrativo
prévio a todos os contratos da Administração, devendo tal procedimento ser a regra e não a
exceção. Encontrando, fundamentação legal no art.37, inciso XXI da Carta Magna. Ressalta-se,
que o objetivo da licitação é a busca da proposta mais vantajosa dentre as apresentadas por
aqueles que desejam contratar com o Poder Público, bem como garantir a isonomia das
contratações públicas.
A modalidade ora escolhida para a realização deste certame foi o Pregão Presencial com
o escopo de ampliar a competitividade e consequentemente aumentar as oportunidades de
participação e ter como resultado a redução de despesas contratando com quem oferecer a
proposta mais vantajosa que atenda aos anseios desejados.
Nos ensinamentos do Doutrinador Jorge Ulisses Jacob, “Pregão é o procedimento
administrativo por meio do qual a Administração Pública, garantindo a isonomia, seleciona
fornecedor ou prestador de serviço, visando à execução de objeto comum no mercado,
permitindo aos licitantes, em sessão pública, reduzir o valor da proposta por meio de lances
verbais e sucessivos.”.
No mesmo sentido, o Ministro Relator Eros Grau menciona na ADI 3070/RN:
“(...) 3. A licitação é um procedimento que visa à satisfação
do interesse público, pautando-se pelo Princípio da Isonomia.
Está voltada a um duplo objetivo: o de proporcionar à
Administração a possibilidade de realizar o negócio mais
vantajoso - o melhor negócio - e o de assegurar aos
administrados a oportunidade de concorrerem em igualdades
condições, a contratação pretendida pela Administração (...).
A função de licitar é a de viabilizar, através da mais ampla
disputa , envolvendo o maior número possível de agentes
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econômicos capacitados, a satisfação do interesse
público.(...).”
Por essas razões faz-se necessário que as alegações aqui expostas sejam analisadas,
processadas e sejam dadas publicidade. Caso, as mesmas não sejam acolhidas, que sejam
motivadamente respondidas, com observância ao Direito Constitucional de Petição, disposto na
Carta Magna. Assim, vale mencionar os ensinamentos do doutrinador José Afonso da Silva.
Vejamos:
"É importante frisar que o direito de petição não pode ser
destituído de eficácia. Não pode a autoridade a que é dirigido
escusar-se de pronunciar sobre a petição, quer para acolhê-la
quer para desacolhê-la com a devida motivação.”
DA TEMPESTIVIDADE DO PEDIDO DE IMPUGNAÇÃO
O Pedido de Impugnação, ora apresentado, é cabível por estar em consonância com a
legislação pertinente à matéria e tempestivo com fulcro no item 8 do Edital.
É cediço, que o prazo para o Pedido de Impugnação é de até o segundo dia útil que
antecede a abertura dos envelopes de habilitação, ou seja, dois dias úteis antes da data fixada
para a abertura do Certame.
Conforme o ensinamento do Doutrinador Jorge Ulisses Jacoby, orienta que: “A contagem
do prazo para a impugnação se faz com a observância da regra geral do art.110 da Lei Federal nº
8.666/93, tendo por termo inicial a data estabelecida para o da apresentação da proposta”.
No caso apresentado, a data de abertura do referido certame está marcada para o dia
20/06/2016.
Logo, o referente Pedido de Impugnação é TEMPESTIVO, devendo ser apreciado.
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DAS RAZÕES DA IMPUGNAÇÃO
1. DA EXIGÊNCIA DE REDE CREDENCIADA DA LICITANTE
Prevê o Edital no item 8. DOS LOCAIS DE ATENDIMENTO – ANEXO III as seguintes
exigências de apresentação de rede, vejamos:
8.1 Os SERVIÇOS DE ASSISTÊNCIA MÉDICO
AMBULATORIAL COM OBSTETRÍCIA,
deverão ter cobertura mínima obrigatória, nas localidades
abaixo relacionadas, sem prejuízo do atendimento para
urgências e emergências em todo território nacional:
8.1.1 O licitante deverá apresentar junto a sua proposta
comercial, a comprovação de que possui em sua rede
própria, credenciada ou conveniada pelo menos
600(seiscentos) médicos, no Recife e região metropolitana,
não podendo contar mais de uma vez aquele que possui mais
de uma especialidade. Esta comprovação deverá ser
apresentada impressa em mídia digital (CD ou DVD)
RECIFE E REGIÃO METROPOLITANA
Recife
O Convênio Médico deverá apresentar credenciamento de
no mínimo:
10 médicos por especialidade em Cardiologia,
Oftalmologia, Clínica Médica, Ginecologia/Obstetrícia e
Pediatria, não podendo contar mais de uma vez aquele que
possui mais de uma especialidade.
04 médicos por especialidade em Neurologia, Psiquiatria,
Otorrinolaringologia, Oncologia, Urologia e Ortopedia, não
podendo contar mais de uma vez aquele que possui mais de
uma especialidade.
04 Psicólogos.
03 redes de laboratórios de grupos empresariais diferentes
que realizem exames de diagnósticos – análises clínicas,
exames de alta complexidade e medicina nuclear.
03 hospitais, sendo um com no mínimo, 150 (cento e
cinquenta) leitos e pelo menos 30 (trinta) leitos de UTI e dois
hospitais com no mínimo 100 (cem) leitos cada, sob pena de
desclassificação, e que o conjuntamente atendam as
especialidades de Cardiologia, Otorrinolaringologia, Clínica
Médica, Ginecologia/Obstetrícia, Pediatria, Neurologia e
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Ortopedia, com atendimento de urgência, emergência e
cirurgias, mesmo que o atendimento se dê em espaços
físicos distintos e por serviço de sobre aviso. A verificação
dos atributos do hospital poderá ser feita pelo site do CNES –
Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde do
Ministério da Saúde, ou presencialmente através de
diligência.
Ao menos 1 hospital credenciado com cobertura para
obstetrícia com UTI Neonatal.
A escolha do prestador de serviços deverá ser facultada
aousuário em rede própria, credenciada, cooperada ou
conveniada, sem obrigatoriedade de encaminhamento pela
operadora de saúde.
Olinda
O Convênio Médico deverá apresentar credenciamento de no
mínimo:
03 médicos por especialidade em Cardiologia, Clínica
Médica, Oftalmologia, Ginecologia/Obstetrícia e Pediatria,
não podendo contar mais de uma vez aquele que possui mais
de uma especialidade.
02 redes de laboratório de grupos empresariais diferentes
que realize, em conjunto ou separadamente, todos os exames
de diagnósticos e análises clínicas.
01 hospital com no mínimo 110 (cento e dez) leitos, sob
pena de desclassificação, que atenda as especialidades de
Cardiologia, Clínica Médica, Pediatria e Ortopedia, com
atendimento de urgência, emergência e cirurgias, mesmo que
o atendimento se dê em espaços físicos distintos
e por serviço de sobreaviso. A verificação dos atributos do
hospital poderá ser feita pelo site do CNES – Cadastro
Nacional de Estabelecimentos de Saúde do Ministério da
Saúde, ou presencialmente através de diligência.
A escolha do prestador de serviços deverá ser facultada ao
usuário em rede própria, credenciada, cooperada ou
conveniada, sem obrigatoriedade de encaminhamento pela
operadora de saúde.
Jaboatão dos Guararapes:
O Convênio Médico deverá apresentar credenciamento de no
mínimo:
03 médicos por especialidade em Cardiologia, Clínica
Médica, Oftalmologia, Ginecologia/Obstetrícia e Pediatria,
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não podendo contar mais de uma vez aquele que possui mais
de uma especialidade.
02 laboratórios de grupos empresariais diferentes que
realize em conjunto ou separadamente, todos os exames de
diagnósticos – análises clínicas.
01 hospital para atendimento de urgência e emergência
adulto e pediátrico.
A escolha do prestador de serviços deverá ser facultada ao
usuário em rede própria, credenciada, cooperada ou
conveniada, sem obrigatoriedade de encaminhamento pela
operadora de saúde.
Cabo de Santo Agostinho:
O Convênio Médico deverá apresentar credenciamento de no
mínimo:
02 médicos por especialidade em Cardiologia, Clínica
Médica, Ginecologia/Obstetrícia e Pediatria, não podendo
contar mais de uma vez aquele que possui mais de uma
especialidade.
01 laboratório que realize em conjunto ou separadamente,
todos os exames de diagnósticos –
análises clínicas.
01 hospital que atenda urgência e emergência.
A escolha do prestador de serviços deverá ser facultada ao
usuário em rede própria, credenciada, cooperada ou
conveniada, sem obrigatoriedade de encaminhamento pela
operadora de saúde.
CIDADES DO INTERIOR
Caruaru:
O Convênio Médico deverá apresentar credenciamento de no
mínimo:
03 médicos por especialidade em Cardiologia, Clínica
Médica, Oftalmologia, Otorrinolaringologia,
Ginecologia/Obstetrícia e Pediatria não podendo contar mais
e uma vez aquele que possui mais de uma especialidade .
01 médico por especialidade em Neurologia, Oncologia,
Urologia, Psiquiatria (conforme item 4.1.6.1)e Ortopedia, não
podendo contar mais de uma vez aquele que possui mais de
uma especialidade .
01 laboratório que realize em conjunto ou separadamente,
todos os exames de diagnósticos – análises clínicas.
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01 hospital para atendimento o de urgência e emergência
adulto e pediátrico e cirurgia.
A escolha do prestador de serviços deverá ser facultada ao
usuário em rede própria, credenciada, cooperada ou
conveniada, sem obrigatoriedade de encaminhamento pela
operadora de saúde.
Garanhuns:
O Convênio Médico deverá apresentar credenciamento de no
mínimo:
01 médico por especialidade em Cardiologia, Ortopedia,
Clínica Médica, Oftalmologia, Ginecologia/Obstetrícia e
Pediatria, não podendo contar mais de uma vez aquele que
possui mais de uma especialidade
01 laboratório que realize exames de diagnósticos –
análises clínicas.
01 hospital para atendimento de urgência e emergência
adulto e pediátrico e cirurgias eletivas e de urgência.
A escolha do prestador de serviços deverá ser facultada ao
usuário em rede própria, credenciada, cooperada ou
conveniada, sem obrigatoriedade de encaminhamento pela
operadora de saúde.
Petrolina:
O Convênio Médico deverá apresentar credenciamento de no
mínimo:
03 médicos por especialidade em Cardiologia, Clínica
Médica, Ortopedia, Psiquiatria (conforme item 4.1.6.1),
Oftalmologia, Ginecologia/Obstetrícia e Pediatria, não
podendo contar mais de uma vez aquele que possui mais de
uma especialidade.
01 laboratório que realize em conjunto ou separadamente,
todos os exames de diagnósticos – análises clínicas.
01 hospital para atendimento de urgência e emergência
adulto e pediátrico e cirurgias eletivas e de urgência.
A escolha do prestador de serviços deverá ser facultada ao
usuário em rede própria, credenciada, cooperada ou
conveniada, sem obrigatoriedade de encaminhamento pela
operadora de saúde.
Araripina:
O Convênio Médico deverá apresentar credenciamento ou
atendimento por reembolso dos custos integrais devido a
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inexistência de rede da região, observada a relação de
preços em vigor dos serviços médicos e hospitalares
praticados pela licitante:
01 médico por especialidade em Cardiologia, Clínica
Médica, Ortopedia, Psiquiatria, Oftalmologia,
Ginecologia/Obstetrícia e Pediatria , não podendo contar
mais de uma vez aquele que possui mais de uma
especialidade.
Credenciamento de laboratórios que realizem exames de
diagnósticos – análises clínicas.
01 hospital para atendimento de urgência e emergência
adulto e pediátrico e cirurgias eletivas e de urgência ainda
que ocorra em espaços físicos distintos e pelo sistema de
sobreaviso.
A escolha do prestador de serviços deverá ser facultada ao
usuário em rede própria, credenciada, cooperada ou
conveniada, sem obrigatoriedade de encaminhamento pela
operadora de saúde.
Goiana:
O Convênio Médico deverá apresentar credenciamento de no
mínimo:
01 médico por especialidade em Cardiologia, Clínica
Médica, Ortopedia, Psiquiatria (conforme item 4.1.6.1),
Oftalmologia, Ginecologia/Obstetrícia e Pediatria, não
podendo contar mais de uma vez aquele que possui mais de
uma especialidade.
01 laboratório que realize exames de diagnósticos –
análises clínicas.
01 hospital para atendimento de urgência e emergência e
cirurgias eletivas e de urgência, ainda que ocorra em espaços
diferentes e pelo sistema de sobre aviso.
A escolha do prestador de serviços deverá ser facultada ao
usuário em rede própria, credenciada, cooperada ou
conveniada, sem obrigatoriedade de encaminhamento pela
operadora de saúde.
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Observa-se, ainda, com a leitura dos dispositivos retro mencionados que o Edital,
dispõe NOMINALMENTE as cidades nos quais o proponente deverá possuir rede, além de
estabelecer o quantitativo de hospitais, laboratórios e especialistas.
Contudo, NÃO ESTABELECE QUAL O CRITÉRIO ADOTADO PARA A INDICAÇÃO
ESPECIFICAMENTE DAQUELAS CIDADES E QUAL O CRITÉRIO UTILIZADO PARA O
QUANTITATIVO DE REDE EXIGIDO. Restando, assim, evidente que o quantitativo, bem
como a indicação nominal das cidades e o quantitativo de rede credenciada, foi realizado
de forma discricionária, sem adoção de critérios objetivos e, com isso, RESTRINGINDO
ASSIM, À PARTICIPAÇÃO DE POSSÍVEIS INTERESSADOS EM PARTICIPAR DO
CERTAME.
Ademais, como pode ser constatado ainda, que o instrumento convocatório não prevê
prazo algum para o futuro contratado efetivar os possíveis ajustes necessários em relação a sua
rede ou quiçá estabelece a como forma de ampliar o caráter competitivo a divisão de lotes, uma
vez que cada plano de saúde exigido no edital em apreço possui características distintas,
restringindo, dessa maneira, de forma clara e inequívoca a participação de mais interessados no
certame.
Na concepção do Doutrinador Hely Lopes Meirelles, o ato discrionário “são os que a
Administração pode praticar com liberdade de escolha seu conteúdo, destinatário, conveniência,
oportunidade e seu modo de realização”.
Contudo, é relevante ressaltar, que a discricionariedade como poder da Administração,
deve ser exercido consoante determinados limites, não se constituindo em opção arbitrária para
o gestor público. Logo, deve ser esclarecido que a discricionariedade é diferente de
arbitrariedade. Onde, a primeira, é a liberdade para atuar, para agir DENTRO DOS LIMITES
DA LEI, enquanto a segunda é a atuação do administrador além (fora) dos limites da
lei, SENDO ILEGAL, ILEGÍTIMO E INVÁLIDO.
No caso em apreço, o quantitativo de rede e a indicação das cidades tão próximas, bem
fora disposto de forma discricionária e arbitrária, sem qualquer estudo técnico ou amparo legal
que justificasse aquelas exigências, restringindo de sobre maneira o número possíveis licitantes.
Sendo, dessa forma, ato ILEGAL e INVÁLIDO, pois NÃO ADOTOU critérios legais que,
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estabelecesse parâmetros para disposição de rede, afora exigência de quantitativo exacerbado em
cidades próximas.
Dessa forma, tais exigências, impossibilita que prováveis licitantes possam compareçam
ao certame, com redes próprias que apresentam as mesmas características em termos de
atendimento, capaz de atender aquele número de usuários. Ficando demonstrando, TOTAL
CERCEAMENTO NA PARTICIPAÇÃO DOS LICITANTES QUE APRESENTAM
REDE SUFICIENTE E QUE ATENDEM DE FORMA SATISFATÓRIA O NÚMERO DE
USUÁRIOS DO EDITAL EM APREÇO, CONFRONTANDO, DESSA FORMA, OS
DITAMES LEGAIS E OS PRINCÍPIOS DO PROCEDIMENTO LICITATÓRIO, QUAL
SEJA: LISURA, AMPLA DISPUTA, ECONOMICIDADE, BUSCA DA PROPOSTA
MAIS VANTAJOSA, ISONOMIA, LEGALIDADE, dentre outros.
Nesse mesmo sentido, o art.37, XXI da Constituição Federal estabelece que, em
licitações não é admitido cláusulas restritivas à participação dos interessados. Vejamos:
“ressalvados os casos especificados na legislação, as
obras, serviços, compras e alienações serão
contratados mediante processo de licitação pública
que assegure igualdade de condições a todos os
concorrentes, com cláusulas que estabeleçam
obrigações de pagamento, mantidas as condições
efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual
somente permitirá exigências de qualificação
técnica e econômicas indispensáveis à garantia do
cumprimento das obrigações.”.
Logo, por disposição Constitucional, resta claro, que as únicas exigências que a
Administração PODEM fazer aos interessados são AQUELAS INDISPENSÁVEIS AO
CUMPRIMENTO DO CONTRATO, sob pena de violação do Princípio da
Competitividade e, consequentemente, da Legalidade.
No mesmo sentido, o art. 2° do Regulamento de Licitações e Contratos do SESI dispõe
que:
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A licitação destina-se a selecionar a proposta mais vantajosa
para o SESI e será processada e julgada em estrita
conformidade com os princípios básicos da legalidade, da
impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade,
da probidade, da vinculação ao instrumento convocatório, do
julgamento objetivo e dos que lhe são correlatos,
inadmitindo-se critérios que frustrem seu caráter competitivo.
É cediço e ratificado por lei, que possíveis exigências em Editais NÃO PODEM ir
além do estritamente necessário à obtenção do objeto desejado pelo Poder
Público. Entendimento esse, ratificado pelo Doutrinador Marçal Justen Filho, em sua obra
Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos, 12° Edição, Editora Dialética,
Vejamos:
“A Lei ressalva a liberdade para a Administração definir as
condições da Contratação Administrativa. Mas, simultaneamente,
estrutura o procedimento licitatório de modo a restringir a
discricionariedade em determinadas fases ou momentos
específicos.”
Corroborando o exposto anteriormente, restou demonstrado, que não foi adotado
nenhum critério legal, que contivesse parâmetros diferenciadores que “justificassem” aquele
número exacerbado de credenciados ou quiçá a disposição dos mesmos naquelas regiões.
Nesse diapasão, a formulação de exigências exorbitantes que restringem
indevidamente a participação dos interessados foi analisada pelo doutrinador Marçal Justen
Filho. Vejamos:
“A Administração não tem liberdade para
impor exigências quando a atividade a ser
executada não apresentar alta complexidade nem
envolver graus mais elevados de
aperfeiçoamento. Especialmente em virtude da
regra constitucional (art.37, XXI), somente
poderão ser impostas exigências compatíveis com o
mínimo de segurança da Administração Pública.”.
(grifos nossos).
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Assim, tais exigências a ser apresentadas pelas licitantes, limita consideravelmente, o
número de participantes, sendo, portanto, um desrespeito aos princípios constitucionais e
legislação pertinente, DEVENDO SEREM ABOLIDAS DESTE EDITAL.
Nesse contexto, sabido é, o entendimento, já ratificado, pelos Tribunais Superiores,
onde menciona que o objetivo da licitação é a busca da promoção da ampla disputa e
interesse público. Devendo tais princípios, serem harmônicos e não conflitantes.
Compartilhando o mesmo entendimento, vale mencionar, ainda, a lição do Mestre
Marçal Justen Filho, em sua consagrada obra “Comentários à lei de Licitações e Contratos
Administrativos”, vejamos:
(...) Não cabe à administração ir além do mínimo
necessário à garantia do interesse público. Logo, não se
validam exigências que, ultrapassado o mínimo,
destinam-se a manter a Administração em situação
“confortável”. A CONSTITUIÇÃO FEDERAL/88
PROIBIU ESSA ALTERNATIVA.”.
“Pode-se afirmar que, em face da Constituição, o mínimo
necessário à presunção de idoneidade é o máximo
juridicamente admissível para exigir-se no ato
convocatório.”.
“LOGO, TODA VEZ QUE FOR QUESTIONADA
ACERCA DA INADEQUAÇÃO OU
EXCESSIVIDADE DAS EXIGÊNCIAS, A
ADMINISTRAÇÃO TERÁ DE COMPROVAR QUE
ADOTOU O MÍNIMO POSSÍVEL. Se não for possível
comprovar que a dimensão adotada envolvia esse mínimo,
a Constituição terá sido infringida.”.
“SE A ADMINISTRAÇÃO NÃO DISPUSER DE
DADOS TÉCNICOS QUE JUSTIFIQUEM A
CARACTERIZAÇÃO DA EXIGÊNCIA COMO
INDISPENSÁVEL (MÍNIMA), SEU ATO SERÁ
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INVÁLIDO. NÃO CABERÁ INVOCAR
COMPETÊNCIA DISCRICIONÁRIA E TENTAR
RESPALDAR O ATO SOB O ARGUMENTO DE
LIBERDADE DE APURAÇÃO DO MÍNIMO. É claro
que a referência constitucional se reporta ao mínimo
objetivamente comprovável – não àquilo que parece ser o
mínimo objetivamente comprovável – não àquilo que
parece ser o mínimo em avaliação meramente subjetiva de
um agente.”. (in ob. Cit., 5ªed., ver. e ampl. Pág.284).
(grifo nossos).
Frente aos ensinamentos doutrinários acima, e o que preceituam os dispositivos legais
que versam sobre a nulidade de exigências desproporcionais e desarrazoadas, sem um critério
lógico e legal nas cláusulas editalícias, infere-se, com bastante facilidade, que o Edital
apresenta-se eivados de vícios, devendo sempre a Administração privilegiar a interpretação
dos aspectos fáticos, normativos e legais a ampla competividade no certame licitatório e o
alcance do objetivo buscado pelo Poder Público.
Deste modo, após a leitura de todo exposto, associado com o posicionamento do TCU
faz-se necessário que tais exigências referentes ao quantitativo exacerbado de Rede, afora a
indicação objetiva daquelas cidades, SEJAM RETIRADAS do corpo editalício, já que tais
exigências são ILEGAIS e DESRAZOADA. Afetando, assim, na elaboração da proposta de
preços, o caráter competitivo e a licitude do certame.
2. DA ILEGALIDADE DE APRESENTAÇÃO DE REDE NA PROPOSTA DE
PREÇO
Aduz o item 7.1.3 letra “a” do Edital, a seguinte exigência:
7.1.3 A proposta comercial deverá conter, além dos elementos
relativos à completa identificação, quantificação e qualificação dos
serviços, de acordo com o objeto desta licitação, catálogos e/ou
descritivos técnicos dos serviços ofertados por produto/plano, que
permitam comprovar claramente que todos os serviços solicitados
no ANEXO III foram atendidos pelo licitante, sem prejuízo das
exigências a seguir elencadas.
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a) Relação atualizada de toda a rede própria, credenciada e ou
cooperada, de médicos, hospitais, clínicas e laboratórios da licitante
para cada produto/plano ofertado (com o número do respectivo
registro junto a ANS), onde deverá ser demonstrado inclusive o
cumprimento das exigências mínimas dos locais de atendimento
descritos no item 8.do termo de referência Anexo III.
Contudo, o art. 12, II do Regulamento de Licitações e Contratos do SESI estabelece,
taxativamente, as únicas exigências de qualificação técnica que poderão ser realizadas ao
vencedor do Certame. Vejamos:
Art. 12. Para a habilitação nas licitações poderá, observado o
disposto no parágrafo único, ser exigida dos interessados, no
todo ou em parte, conforme se estabelecer no instrumento
convocatório, documentação relativa a:
(...)
II - qualificação técnica:
a) registro ou inscrição na entidade profissional competente;
b) documentos comprobatórios de aptidão para desempenho
de atividade pertinente e compatível em características,
quantidades e prazos com o objeto da licitação;
c) comprovação de que recebeu os documentos e de que
tomou conhecimento de todas as condições do instrumento
convocatório;
d) prova de atendimento de requisitos previstos em lei
especial, quando for o caso.
Como cediço, a qualificação técnica tem a finalidade de aferir a aptidão técnica do
licitante conferindo segurança à Administração Pública de que o mesmo possui pleno
conhecimento técnico para a execução do contrato, caso se sagre vencedor do certame.
Da mesma forma, esclarece o princípio da Legalidade, impondo à Administração o
dever de rever seus atos que vão de encontro às normativas do instituto d. É o que diz o Excelso
doutrinador Hely Lopes Meirelles, a saber:
Aqui fazemos menção ao Princípio da Legalidade da
Administração, que preconiza pela atuação administrativa
segundo a lei, ou seja, atuação mediante observação
irrestrita das disposições contidas em lei. Pelo Princípio da
Legalidade Administrativa, “não há liberdade nem vontade
pessoal. Enquanto na Administração particular é lícito fazer
tudo que a lei não proíbe, na Administração Pública só é
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permitido fazer o que a lei autoriza. A lei para o particular
significa ‘pode fazer assim’”; para o administrador público
significa ‘deve fazer assim’ – Hely Lopes Meirelles (Direito
Administrativo Brasileiro, 26ª ed., São Paulo, Malheiros
Editores, 2001, p. 82.)
Assim, em que pese as determinações do item 7.1.3 e subitens a comprovação da
rede credenciada, de acordo Regulamento de Licitações e Contratos desta Instituição deverá ser
apresentada apenas no momento da contratação. Exigir rede credenciada específica para o objeto
licitado antes mesmo da contratação, fere ainda a razoabilidade do certame.
A corroborar, ainda, o exposto acima, ainda que sobejamente demonstrada, a
irregularidade apontada por esta proponente já fora devidamente analisada pelo Tribunal de
Contas da União que, através do voto do Excelso Ministro Augusto Sherman Cavalcanti,
consolidou o tema, tratando a exigência de Rede Credenciada como “ônus financeiro e
operacional desarrazoado para as empresas competidoras”. Assim, clarividente que a mais alta
corte de contas do país corrobora as assertivas trazidas à baila, entendendo ser ilegal a exigência.
Vejamos o brilhante posicionamento:
A exigência de apresentação da rede credenciada, no
fornecimento de vale refeição, deve ser efetuada no
momento da contratação e não na ocasião da apresentação
de proposta, de forma a garantir a adequada prestação dos
serviços, sem comprometer a competitividade do certame
Representação de empresa apontou possível irregularidade
na Tomada de Preços CRBio-01 nº 1/2013, conduzida pelo
Conselho Regional de Biologia – 1ª Região (CRBio-01), que
tem como objeto a contratação de serviços de administração,
gerenciamento, emissão e fornecimento de documentos de
legitimação – vale refeição, para aquisição de refeições em
estabelecimentos comerciais credenciados. A autora da
representação insurgiu-se contra a exigência contida no
edital do certame que impunha à licitante a apresentação de
proposta contendo “6.13.4. Relação dos estabelecimentos
credenciados, sendo que num raio 2 km da sede do CRBio-01
em São Paulo, localizada na Rua Manoel da Nóbrega n° 595,
Paraíso, bem como num raio de 2 Km da sede das
Delegacias Regionais de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul,
situadas, respectivamente, na Avenida Isaac Povoas no 586,
Diretoria de Licitações | Fone: (85) 3255 9071 | Fax: (85) 3255 9050
Cuiabá-MT e Rua XV de Novembro no 310, Campo Grande-
MS deverá haver, no mínimo, 20 (vinte) restaurantes e/ou
estabelecimentos similares credenciados”. Alegou que, em
face da jurisprudência do Tribunal de Contas do Estado de
São Paulo e do TCU, somente no momento da contratação
seria cabível a demonstração do cumprimento de tal
exigência. A unidade técnica considerou consistente tal
argumento e, por entender presentes os requisitos do
periculum in mora e do fumus boni iuris, propôs a suspensão
cautelar do certame e a oitiva da entidade. O relator
ressalvou o fato de que outra cláusula do edital sinalizava a
necessidade de apresentação da rede credenciada de
restaurantes apenas quando da assinatura do contrato
(cláusula 8.1). Ponderou, a despeito disso, que “a inclusão
da cláusula 6.13.4, ora impugnada, tornou o edital
contraditório, o que pode levar ao afastamento de possíveis
empresas interessadas, bem como à eventual desclassificação
indevida de propostas de preços”. E também que, conforme
jurisprudência do Tribunal. “o momento adequado para a
exigência de apresentação da rede credenciada é quando da
contratação, concedendo ao licitante vencedor prazo
razoável para tanto, de forma a garantir uma boa prestação
do serviço sem causar qualquer prejuízo à competitividade
do certame”. A inclusão dessa exigência no decorrer da
licitação, portanto, “constitui ônus financeiro e operacional
desarrazoado para as empresas competidoras”. O Tribunal,
por sua vez, ao endossar proposta do relator, decidiu: a)
suspender cautelarmente o certame; b) promover a oitiva do
CRBio e da empresa vencedora do certame acerca da
exigência contida no subitem 6.13.4 do edital acima
transcrito, “uma vez que, conforme jurisprudência desta
Corte, somente é cabível exigir a rede credenciada na fase de
contratação e apenas em relação à licitante vencedora do
certame, após concedido prazo razoável para que a empresa
credencie os estabelecimentos comerciais fornecedores de
refeição”. Precedentes mencionados: Acórdãos 1884/2010,
307/2011, 2962/2012, 3400/2012, todos do Plenário.
Acórdão 686/2013-Plenário, TC 007.726/2013-9, relator
Ministro-Substituto Augusto Sherman Cavalcanti,
27.3.2013.
Por derradeiro, apenas por extremo zelo e cautela, ir de encontro ao entendimento
supra, é atentar contra a mais lídima justiça.
Diretoria de Licitações | Fone: (85) 3255 9071 | Fax: (85) 3255 9050
Neste sentido, é incongruente e ilegal exigência acima disposta, na fase de apresentação
das propostas de preço, além, uma vez que descumpre os preceitos e princípios legais que regem
as Licitações e Contratos desta Instituição.
Em outras palavras, pode-se-ia dizer que os dispositivos legais trazem uma visível
determinação no sentido de que os requisitos de capacidade técnica deverão ser apresentados no
momento da Contratação, dessa maneira, qualquer exigência estabelecida em fase distinta
aquela, será tida como insubordinação aos preceitos legais vigentes, comprometendo de sobre
maneira a lisura do Certame, legalidade, moralidade dos atos administrativos e isonomia do
certame.
Dessa maneira, restou demonstrado que as referidas exigências são ilegais, devendo ser
abolidas do Edital em comento. Todavia, uma vez presentes serão tidas como atos ilegais e sob
pena de apreciação judicial.
DOS PEDIDOS
Ante ao exposto, requer que sejam julgadas, TOTALMENTE PROCEDENTES a
Impugnação suscitada, já que tais exigências são DESPROPORCIONAIS E
CONSEQUENTEMENTE ILEGAIS, sob pena de comprometer a lisura do Certame.
Devendo-se SUSPENDER a data de abertura do certame, pelo fato do atual edital
encontrar-se eivado de vícios e, uma vez, retificado influenciará na lisura do certame, na
Proposta de Preço, na ampla participação dos futuros licitantes, economicidade e
consequentemente, na busca da melhor proposta.
Observando-se, contudo, a remarcação do prazo e o intervalo mínimo exigido
legalmente.
Nesses Termos, pede deferimento.
Fortaleza (CE), 16 de junho de 2016.
HAPVIDA ASSISTÊNCIA MÉDICA LTDA. Dra. Roberta Siebra de Pontes
Gerente Jurídica de Licitações
OAB/CE n° 30.924