ilimar franco deixa o globo, em brasília, e lydia medeiros ... · promover uma nova geração, a...

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Mulher Dia Internacional da Edição 1.092 8 a 14 de março de 2017 fsb.com.br Pesquisa para comunicação de resultado clique e Saiba Mais aberje cursos 2017 n A Folha de S.Paulo anunciou nessa terça-feira (7/3) três mu- danças estratégicas em postos de relevância do jornal: as no- meações de Daniela Lima, para o cargo de editora do Painel; de Giuliana Vallone, para o de secretária assistente de Redação da área de Edição; e de Matheus Magenta, para o de editor do núcleo de Cultura, com Ivan Finotti incorporando-se à equipe de repórteres da Secretaria de Redação. São mudanças que dão continuidade ao movimento de promover uma nova geração, a sub-40, a posições chave dentro do jornal, como de tempos em tempos a empresa faz, apostando em novos nomes, sem prejuízo de profissionais mais experientes em funções igualmente estratégicas. u As mudanças anunciadas estão todas dentro dessa linha: Daniela e Matheus têm 31 anos e Giuliana, 30. Eles se juntam ao novo diretor da sucursal de Brasília, Leandro Colon, que tem 36; ao secretário de Redação Roberto Dias, que assumiu no ano passado e tem 38, sendo um dos braços direitos do editor executivo Sérgio Dávila (o outro é o Vinícius Mota, ambos ex-trainées do jornal); e a Uirá Machado, que acaba de assumir a Ilustríssima e tem 31. u No caso da Giuliana, vale res- saltar que ela ficou em evidência por ter sido baleada perto do olho, com bala de borracha, pela PM, quando cobria os protestos de junho de 2013. Virou personagem até de um documentário da pró- pria Folha, em julho de 2013, feito por João Wainer. Agora, vai editar a mesma Primeira Página que um dia trouxe a foto dela ferida. n Responsável por algumas das principais coberturas do poder político na Capital Federal, Ilimar Franco, que estava há 17 anos em O Globo, dez dos quais na coluna Panorama Político, uma das mais prestigiadas do jornalismo brasilei- ro, deixou o jornal em 16 de feverei- ro. A coluna é publicada na página 2, e o blog, de mesmo nome, é veiculado na edição online. Segun- do o diretor de Redação Ascânio Seleme, Lydia Medeiros, também colunista de O Globo, assume a coluna na próxima terça-feira (14/3): “A coluna terá algumas mudanças, Será mais leve, mais amigável e de leitura mais fácil. Mas continuará tratando de Política”. Lydia contará com o apoio de Amanda Almeida, que já vinha atuando por lá. u A J&Cia, Ilimar disse que não falaria do assunto, mas afirmou não ter do que reclamar: “Se tivesse não trabalharia lá por 17 anos. Cabe à direção da publicação definir com quem quer contar. E quanto a isso não há o que se possa questionar”. Jornalistas&Cia tem se dedicado ao longo dos últimos anos a acompanhar o intenso movimento de premiações jornalísticas no Brasil e as ramificações internacionais, quando há brasileiros reconhecidos. E tem sido uma grande alegria ver as mulheres aparecendo de forma relevante nessas premiações e, em consequência, figurando com destaque nos rankings dos +Premiados da Imprensa que Jornalistas&Cia realiza desde 2011. Em função disso, decidimos fazer neste Dia Internacional da Mulher uma homenagem às dez mais premiadas jornalistas de 2016, mostrando quem são, o que pensam, como veem o futuro de nossa atividade e as opiniões delas sobre outras questões relevantes. Reproduzimos nas próximas páginas os depoimentos de Ana Aranha (Repórter Brasil), Cristiane Barbieri (Repórteres sem Fronteiras), Eliane Brum (El País), Júlia Pitthan (Diário Catarinense), Leandra Peres (ex-Valor Econômico e atualmente na Petrobras), Luciana Garbin (Estadão), Márcia Foletto (O Globo), Míriam Leitão (Grupo Globo), Natália Florentino (Record TV) e Natália Viana (Agência Pública). Confira os perfis delas nos links para o Portal dos Jornalistas. As opiniões das +Premiadas de 2016 Geração dos 30 ganha protagonismo (ainda maior) na Folha n Jeffrey Sharlach, chairman e fundador da Jeffrey Group, e também professor associado de Management Communication na Universidade de Nova York, confirmou presença e fará a conferência de abertura do 20º Congresso Mega Brasil de Comu- nicação, Inovação e Estratégias Corporativas. E, alinhado com a temática e o espírito do evento, vai se debruçar sobre A necessidade de uma abordagem inovadora na comunicação corporativa, título de sua apresentação. Nela, vai dar a sua visão sobre como a fun- ção da comunicação corporativa cresceu ao longo do último século em sintonia com o crescimento das grandes mídias. “Agora”, diz ele, “num momento em que nos encontramos nos primeiros estágios de um mundo pós-mídia de massa, uma comunicação inovadora com múltiplos stakehol- ders nunca foi tão crítica para o sucesso de um negócio“. Na apresentação como keynote spe- aker, Jeffrey abordará a necessi- dade de inovação nos programas de comunicação corporativa para atingir diferentes pontos de con- tato das empresas com seus públicos, como serviço ao cliente, recursos humanos e engajamento de comunidades, em aditamento aos canais mais tradicionais, já de todos conhecido. u Essa é a segunda participação do executivo no evento da Mega Brasil, ele que fez uma das con- ferências internacionais, poucos meses após ter aberto, no País, a filial de sua empresa, que viria a se transformar na maior operação da organização na América Latina, atualmente sob a liderança de Ro- drigo Pinotti. A apresentação contará com tradução simultânea e será realizada no dia 23/5, às 9h15, logo após o lançamento da edição 2017 do Anuário da Comu- nicação Corporativa, e anteceden- do a Arena da Inovação, painel que este ano vai se debruçar sobre A criação do Vale do Silício brasileiro. u As inscrições para o Congres- so Mega Brasil estão abertas e podem ser feitas diretamente pelo site www.megabrasil.com. br/eventos. Outras informações pelo 11-5576-5600. n Luciano Suassuna assumiu em 6/3 a Secretaria de Imprensa da Presidência da República, em substituição a Douglas De Felice, que ocupou o cargo até o final de fevereiro. De Felice, que disse estar negociando sua saída desde o início do ano por motivos pes- soais, começará, provavelmente a partir da próxima semana, a as- sessorar o presidente nacional do Sebrae Guilherme Afif Domingos. u Suassuna é paraibano, gradua- do em Jornalismo e em Cinema, Rádio e TV pela UnB. Começou como repórter do Correio Brazi- liense, em 1985. Agora, na mes- ma Brasília em que se formou e começou no Jornalismo, assume um dos mais importantes cargos de comunicação do País, com a responsabilidade de pilotar o rela- cionamento do Governo Federal com a imprensa regional, nacional e internacional, reportando-se ao Secretário de Comunicação Már- cio de Freitas. Seu desafio será o de construir uma agenda positiva junto à mídia, priorizando os temas de maior impacto e interesse do governo, sobretudo as reformas em andamento e as conquistas que começam a dar o ar da graça na economia, em que pesem os números desastrosos de encolhi- mento do PIB divulgados nesse início de semana pelo IBGE. u Ele vem de uma curta tempora- da como secretário de Imprensa do Governo do DF, cargo em que ficou por volta de oito meses, e leva consigo para o Governo Federal uma bagagem das mais consistentes, que inclui passa- gens por campanhas eleitorais (Alexandre Padilha, ao Governo do Estado de São Paulo, pelo PT), direção de Conteúdo (iG), direção adjunta de Jornalismo (revista IstoÉ e demais publicações da Editora Três), jornada como cor- respondente internacional em Paris (Zero Hora). Foi vencedor de dois Esso e publicou três livros: O repórter e o poder: Uma autobiografia (Alegro, 1999), com Fernando Bardawil; Como Fernando Henrique foi eleito presidente (Contexto, 1994), com Luiz Antônio Novaes ; e Os fantasmas da Casa da Dinda (também Contexto 1992), com Luís Costa Pinto , que venceu o Jabuti de Melhor Livro- -Reportagem. u A experiência e o amplo relacio- namento construído nesses mais de 30 anos de carreira serão agora colocados à prova, num governo até certo ponto de transição e que, se de um lado começa a colher frutos na economia, ain- da sofre profundamente com a questão política, sobretudo tendo o fantasma da Lava Jato nos seus calcanhares. Luciano Suassuna é o novo secretário de Imprensa da Presidência da República Jeffrey Sharlach abrirá o 20º Congresso Mega Brasil Ilimar Franco deixa O Globo, em Brasília, e Lydia Medeiros assume o Panorama Político

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  • MulherDia

    Internacionalda

    Edio 1.092 8 a 14 de maro de 2017

    fsb.com.br

    Pesquisa para comunicao de resultado

    clique e Saiba Mais

    aberjecursos

    2017

    n A Folha de S.Paulo anunciou nessa tera-feira (7/3) trs mu-danas estratgicas em postos de relevncia do jornal: as no-meaes de Daniela Lima, para o cargo de editora do Painel; de Giuliana Vallone, para o de secretria assistente de Redao da rea de Edio; e de Matheus Magenta, para o de editor do ncleo de Cultura, com Ivan Finotti incorporando-se equipe de reprteres da Secretaria de Redao. So mudanas que do

    continuidade ao movimento de promover uma nova gerao, a sub-40, a posies chave dentro do jornal, como de tempos em tempos a empresa faz, apostando em novos nomes, sem prejuzo de profissionais mais experientes em funes igualmente estratgicas.u As mudanas anunciadas esto todas dentro dessa linha: Daniela e Matheus tm 31 anos e Giuliana, 30. Eles se juntam ao novo diretor da sucursal de Braslia, Leandro Colon, que tem 36; ao secretrio

    de Redao Roberto Dias, que assumiu no ano passado e tem 38, sendo um dos braos direitos do editor executivo Srgio Dvila (o outro o Vincius Mota, ambos ex-traines do jornal); e a Uir Machado, que acaba de assumir a Ilustrssima e tem 31. u No caso da Giuliana, vale res-saltar que ela ficou em evidncia por ter sido baleada perto do olho, com bala de borracha, pela PM, quando cobria os protestos de junho de 2013. Virou personagem

    at de um documentrio da pr-pria Folha, em julho de 2013, feito por Joo Wainer. Agora, vai editar a mesma Primeira Pgina que um dia trouxe a foto dela ferida.

    n Responsvel por algumas das principais coberturas do poder poltico na Capital Federal, Ilimar Franco, que estava h 17 anos em O Globo, dez dos quais na coluna Panorama Poltico, uma das mais prestigiadas do jornalismo brasilei-

    ro, deixou o jornal em 16 de feverei-ro. A coluna publicada na pgina 2, e o blog, de mesmo nome, veiculado na edio online. Segun-do o diretor de Redao Ascnio Seleme, Lydia Medeiros, tambm colunista de O Globo, assume a

    coluna na prxima tera-feira (14/3): A coluna ter algumas mudanas, Ser mais leve, mais amigvel e de leitura mais fcil. Mas continuar tratando de Poltica. Lydia contar com o apoio de Amanda Almeida, que j vinha atuando por l.

    u A J&Cia, Ilimar disse que no falaria do assunto, mas afirmou no ter do que reclamar: Se tivesse no trabalharia l por 17 anos. Cabe direo da publicao definir com quem quer contar. E quanto a isso no h o que se possa questionar.

    Jornalistas&Cia tem se dedicado ao longo dos ltimos anos a acompanhar o intenso movimento de premiaes jornalsticas no Brasil e as ramificaes internacionais, quando h brasileiros reconhecidos. E tem sido uma grande alegria ver as mulheres aparecendo de forma relevante nessas premiaes e, em consequncia, figurando com destaque nos rankings dos +Premiados da Imprensa que Jornalistas&Cia realiza desde 2011.

    Em funo disso, decidimos fazer neste Dia Internacional da Mulher uma homenagem s dez mais premiadas jornalistas de 2016, mostrando quem so, o que pensam, como veem o futuro de nossa atividade e as opinies delas sobre outras

    questes relevantes. Reproduzimos nas prximas pginas os depoimentos de Ana Aranha (Reprter Brasil), Cristiane Barbieri (Reprteres sem Fronteiras), Eliane Brum (El Pas), Jlia Pitthan (Dirio Catarinense), Leandra Peres (ex-Valor

    Econmico e atualmente na Petrobras), Luciana Garbin (Estado), Mrcia Foletto (O Globo), Mriam Leito (Grupo Globo), Natlia Florentino (Record TV) e Natlia Viana (Agncia Pblica). Confira os perfis delas nos links para o Portal dos Jornalistas.

    As opinies das +Premiadas de 2016

    Gerao dos 30 ganha protagonismo (ainda maior) na Folha

    n Jeffrey Sharlach, chairman e fundador da Jeffrey Group, e tambm professor associado de Management Communication na Un ivers idade de Nova York, confirmou presena e far a conferncia de abertura do 20 Congresso Mega Brasil de Comu-nicao, Inovao e Estratgias Corporativas. E, alinhado com a temtica e o esprito do evento, vai se debruar sobre A necessidade de uma abordagem inovadora na comunicao corporativa, ttulo de sua apresentao. Nela, vai dar a sua viso sobre como a fun-o da comunicao corporativa cresceu ao longo do ltimo sculo

    em sintonia com o crescimento das grandes mdias. Agora, diz ele, num momento em que nos encontramos nos primeiros estgios de um mundo ps-mdia de massa, uma comunicao inovadora com mltiplos stakehol-ders nunca foi to crtica para o sucesso de um negcio. Na apresentao como keynote spe-aker, Jeffrey abordar a necessi-dade de inovao nos programas de comunicao corporativa para atingir diferentes pontos de con-tato das empresas com seus pblicos, como servio ao cliente, recursos humanos e engajamento de comunidades, em aditamento

    aos canais mais tradicionais, j de todos conhecido.u Essa a segunda participao do executivo no evento da Mega Brasil, ele que fez uma das con-ferncias internacionais, poucos meses aps ter aberto, no Pas, a filial de sua empresa, que viria a se transformar na maior operao da organizao na Amrica Latina, atualmente sob a liderana de Ro-drigo Pinotti. A apresentao contar com traduo simultnea e ser realizada no dia 23/5, s 9h15, logo aps o lanamento da edio 2017 do Anurio da Comu-nicao Corporativa, e anteceden-do a Arena da Inovao, painel que

    este ano vai se debruar sobre A criao do Vale do Silcio brasileiro.u As inscries para o Congres-so Mega Brasil esto abertas e podem ser feitas diretamente pelo site www.megabrasil.com.br/eventos. Outras informaes pelo 11-5576-5600.

    n Luciano Suassuna assumiu em 6/3 a Secretaria de Imprensa da Presidncia da Repblica, em substituio a Douglas De Felice, que ocupou o cargo at o final de fevereiro. De Felice, que disse estar negociando sua sada desde o incio do ano por motivos pes-soais, comear, provavelmente a partir da prxima semana, a as-sessorar o presidente nacional do Sebrae Guilherme Afif Domingos.u Suassuna paraibano, gradua-do em Jornalismo e em Cinema, Rdio e TV pela UnB. Comeou como reprter do Correio Brazi-liense, em 1985. Agora, na mes-ma Braslia em que se formou e comeou no Jornalismo, assume

    um dos mais importantes cargos de comunicao do Pas, com a responsabilidade de pilotar o rela-cionamento do Governo Federal com a imprensa regional, nacional e internacional, reportando-se ao Secretrio de Comunicao Mr-cio de Freitas. Seu desafio ser o de construir uma agenda positiva junto mdia, priorizando os temas de maior impacto e interesse do governo, sobretudo as reformas em andamento e as conquistas que comeam a dar o ar da graa na economia, em que pesem os nmeros desastrosos de encolhi-mento do PIB divulgados nesse incio de semana pelo IBGE. u Ele vem de uma curta tempora-

    da como secretrio de Imprensa do Governo do DF, cargo em que ficou por volta de oito meses, e leva consigo para o Governo Federal uma bagagem das mais consistentes, que inclui passa-gens por campanhas eleitorais (Alexandre Padilha, ao Governo do Estado de So Paulo, pelo PT), direo de Contedo (iG), direo adjunta de Jornalismo (revista Isto e demais publicaes da Editora Trs), jornada como cor-respondente internacional em Paris (Zero Hora). Foi vencedor de dois Esso e publicou trs livros: O reprter e o poder: Uma autobiografia (Alegro, 1999), com Fernando Bardawil; Como

    Fernando Henrique foi eleito presidente (Contexto, 1994), com Luiz Antnio Novaes; e Os fantasmas da Casa da Dinda (tambm Contexto 1992), com Lus Costa Pinto, que venceu o Jabuti de Melhor Livro--Reportagem.u A experincia e o amplo relacio-namento construdo nesses mais de 30 anos de carreira sero agora colocados prova, num governo at certo ponto de transio e que, se de um lado comea a colher frutos na economia, ain-da sofre profundamente com a questo poltica, sobretudo tendo o fantasma da Lava Jato nos seus calcanhares.

    Luciano Suassuna o novo secretrio de Imprensa da Presidncia da Repblica

    Jeffrey Sharlach abrir o 20 Congresso Mega Brasil

    Ilimar Franco deixa O Globo, em Braslia, e Lydia Medeiros assume o Panorama Poltico

    http://www.gerdau.comhttp://www.fsb.com.brhttps://masteremjornalismo.com/http://www.samsung.com.brhttp://cursosaberje.com.brhttp://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2013/06/1296077-jamais-achei-que-ele-fosse-atirar-diz-reporter-da-folha-atingida-durante-protesto.shtmlhttp://acervo.folha.uol.com.br/fsp/2013/06/14/2/http://www.portaldosjornalistas.com.br/jornalista/ana-aranhahttp://www.portaldosjornalistas.com.br/jornalista/cristiane-barbierihttp://www.portaldosjornalistas.com.br/jornalista/cristiane-barbierihttp://www.portaldosjornalistas.com.br/jornalista/eliane-brumhttp://www.portaldosjornalistas.com.br/jornalista/julia-pitthanhttp://www.portaldosjornalistas.com.br/jornalista/leandra-pereshttp://www.portaldosjornalistas.com.br/jornalista/luciana-garbinhttp://www.portaldosjornalistas.com.br/jornalista/marcia-folettohttp://www.portaldosjornalistas.com.br/jornalista/miriam-leitaohttp://www.portaldosjornalistas.com.br/jornalista/natalia-florentinohttp://www.portaldosjornalistas.com.br/jornalista/natalia-vianahttp://www.megabrasil.com.br/eventoshttp://www.megabrasil.com.br/eventoshttp://www.portaldosjornalistas.com.br/jornalista/luciano-suassunahttp://www.portaldosjornalistas.com.br/jornalista/luiz-antonio-novaes-mineirohttp://www.portaldosjornalistas.com.br/jornalista/luciano-suassuna

  • Edio 1.092Pgina 2

    MulherDia

    Internacionalda

    AnA ArAnhAO ponto alto do ofcio de jornalista, para mim, sempre foi o de mergu-

    lhar em realidades diferentes e garimpar histrias. Fico feliz de lembrar das pessoas que conheci e que confiaram em mim. Algumas me deram proteo em situaes de risco porque acreditaram no sentido do que eu estava fazendo, outras se arriscaram para dar uma entrevista. O que me move a busca por pessoas que tm o que contar, a maior satisfao encontr-las.

    CristiAne BArBieriCom tantos quilmetros percorridos, tive muitas oportunidades e de-

    safios sensacionais. Para ficar no quesito reportagem, a mais gratificante talvez tenha sido Os filhos do Bolsa Famlia, publicada em poca Negcios. As histrias que vi, no interior do Pas, foram todas muito fortes. Durante a apurao, eu saa de cada uma das casas das mes do programa com um n no peito. Mesmo que estivesse fazendo 40 graus no interior do Maranho, meus braos ficavam arrepiados. Era uma mistura de misria com esperana que me quebrou. Pode parecer pouco profissional, mas, mesmo j tendo visto muita coisa pesada, pela primeira vez tive vontade de levar os entrevistados para casa e cuidar deles. impossvel ficar indiferente num pas to desigual. A meu favor, depois que a matria foi publicada pouco antes das eleies de 2014, fui xingada e elogiada por petistas e coxinhas, acho que na mesma proporo. Tambm fiz o bvio ao ignorar, no incio da apurao, um pacote de personagens prontinhos e bem-sucedidos que me foi oferecido pelo ministrio correspondente, quando pedi a lista das cidades mais dependentes do Bolsa Famlia a serem visitadas (e que s chegou depois da reportagem estar fechada). Quem est na pressa do fechamento e nas redaes minsculas de hoje sabe a armadilha que ofertas como essa podem ser. Acho que consegui contar bem o que vi porque, com essa reportagem, ganhei meu maior orgulho: o prmio Vladimir Herzog na categoria revistas, em 2015. Agora, o que eu gostaria mesmo de dizer que, por conta dela, a situao das famlias hoje outra. Mas no .

    JliA PitthAnO caderno Ns nasceu em outubro de 2016 e, desde ento, ele nos

    tem proporcionado muito orgulho. um suplemento que nasceu durante o reposicionamento do Dirio Catarinense nos seus 30 anos, para abrir um espao para a anlise em profundidade, qualidade grfica e, prin-cipalmente, reportagens de flego. No toa, o caderno conquistou os principais reconhecimentos externos que recebemos no ano que passou. Como o nome diz, ele fruto de um trabalho coletivo. Os reprteres

    ngela Bastos e Emerson Gasperin assinam os textos que tiveram os principais prmios da publicao, mas h colaborao da equipe do DC em excelentes trabalhos que tambm foram premiados. O time fixo conta ainda com a editora de arte e design do DC Aline Fialho e do editor de Fotografia Ricardo Wolffenbttel. Como editora do contedo, minha maior preocupao garantir que tenhamos faro e tempo para apostar em boas histrias. Afinal, jornalismo de qualidade depende disso. um trabalho contnuo, que nos desafia a cada semana e, por tudo isso, muito gratificante.

    leAndrA PeresAcredito que o trabalho jornalstico um acmulo de experincias

    que nos vo tornando mais capazes ao longo das nossas carreiras. Dessa forma, participar de coberturas como a desvalorizao cambial de 1999, a renegociao das dvidas estaduais, a crise de energia, privatizaes e a crise econmica mundial mais recente, que se desenhou na forma da nova matriz macroeconmica no Brasil etc., foram todos momentos que ajudaram muito na minha formao. Mas se tiver que individualizar uma nica matria, citaria O aviso foi dado, pedalar faz mal, publicada em dezembro de 2015 no Valor Econmico. Eu vejo a matria como o resultado de um esforo longo e detalhado de apurao que foi pessoal-mente muito recompensador. Mas especialmente como uma reportagem que foi capaz de esclarecer um perodo importante da histria recente do Pas e que contribuiu para a discusso econmica.

    luCiAnA GArBinFelizmente tive a sorte de fazer vrios trabalhos gratificantes. Nos lti-

    mos meses, destacaria A redescoberta de Santos Dumont, que, alm de caderno e especial multimdia no Estado, deu origem a um livro infantil e a um convite para fazer curadoria de uma exposio sobre o inventor. Pessoalmente, tambm teve importncia para mim por ter sido o primeiro especial que fiz na volta da licena-maternidade, quando ainda estava buscando o equilbrio entre vida profissional e vida de me de gmeos.

    MrCiA FolettoNo primeira pgina, no prmio. O mais gratificante para mim

    como jornalista quando uma reportagem ou uma imagem contribui para uma transformao positiva, por menor que seja. Em 1994, fui cobrir uma das fases da Operao Rio, quando o Exrcito ocupou favelas do Rio de Janeiro no governo Marcelo Alencar. Estava na entrada do Santa Marta, em Botafogo, e os soldados revistavam todas as pessoas que entravam e saiam da comunidade. No final da tarde, fotografei um grupo de crianas que

    Qual foi a reportagem ou trabalho jornalstico que mais lhe foi gratificante? E por qu?

    Cristiane BarbieriLeandra Peres

    Jlia Pitthan

    Mrcia FolettoLuciana GarbinAna Aranha

    Eliane Brum

    Natlia Viana Mriam Leito

    Natlia Florentino

    Elas tm uma carreira vitoriosa, mas em 2016 foram ainda mais vitoriosas, conquistando os vrios prmios que as levaram a ficar entre as dez mais premiadas jornalistas do ano, fruto de talento, dedicao e paixo pela profisso que abraaram. A elas, Jornalistas&Cia formulou 11 perguntas, que esto respondidas nas prximas pginas. Optamos, na edio, por agrupar as respostas aps as perguntas para dar maior dinamismo leitura e para que os leitores possam comparar o que elas pensam do Jornalismo e como analisam o trabalho que os jornalistas realizam atualmente no Pas. a nossa homenagem s mulheres, no seu Dia Internacional.

    http://www.iics.edu.brhttp://www.samsung.com.brhttp://www.mcdonalds.com.br

  • Edio 1.092Pgina 3

    AnA ArAnhAAs reportagens de Eliane Brum foram pedras fundamentais, pelo seu olhar

    rico, seu texto preciso e sua tica com os entrevistados. Joseph Mitchell, pela entrega to absoluta ao ofcio de observar que nila2015se deixou consumir pela ltima histria. E Audlio Dantas, por seu compromisso e coragem com as pautas sociais e pela elegncia de seus textos. Por algum tempo tive como hbito ler uma reportagem dele sempre que ia comear a escrever um texto novo.

    CristiAne BArBieriJ que esta edio do Jornalistas&Cia homenageia

    mulheres, vou falar dos meus exemplos femininos no jornalismo impresso, a rea na qual mais atuei. Dorrit Harazim, claro (O instante certo, lanado no ano passado, simplesmente espetacular. Quem gosta do que fazemos tem de ler), com sua seriedade e rigidez

    na apurao e pelo texto primoroso. As mestras sempre admiradas Cida Damasco, Sueli Caldas e Elvira Loba-

    to, incansveis e mais do que talentosas. Malu Gaspar,

    Consuelo Dieguez, Daniela Pinheiro e Julia Duailibi, as meninas da piau, que fazem um trabalho para l de consistente em campos nos quais as barreiras da apurao so difceis de transpor. J sendo injusta por causa das muitas jornalistas excelentes do Valor, mas Vanessa Adachi e Graziela Valenti do show. Porque fazer reportagem especial e com tempo uma coisa. Mas cobrir o dia a dia com qualidade e profundidade no para qualquer um. No digital, que adoro, Mariana Castro, do F451, est em-preendendo, se reinventando e fazendo bonito. Tambm tive muitos chefes inspiradores, com quem constru grandes parcerias e aprendi o pouco que sei. Tristemente, entre eles s houve uma mulher: a querida Clia Chaim. D o que pensar, n?

    JliA PitthAnO jornalismo existe quando provoca reflexo. Isso acontece quando reve-

    lamos desigualdades, mazelas, desmandos. E tambm quando jogamos luz sobre algum trabalho bem-feito, belas histrias humanas ou compartilhamos uma viso crtica sobre o mundo que nos cerca. isso que perseguimos e isso que nos inspira. Provocar reflexo e ajudar a sociedade a enxergar e entender melhor o mundo em que vive.

    MulherDia

    Internacionalda

    voltava da escola com as mos encostadas na parede sendo revistadas por soldados armados com fuzis. A fotografia foi publicada na capa de O Globo e teve uma imensa repercusso. No dia seguinte, o Governo Federal mandou

    suspender toda e qualquer revista em crianas. Isso aconteceu h mais de duas dcadas, mas o

    curioso que esta imagem hoje s vezes circula nas redes sociais como sendo atual...

    MiriAM leitoGratificante tem sido toda a vida de jornalista. Isso no significa que

    fcil. uma carreira difcil de ser trilhada para homens e mulheres. Para a mulher da minha gerao os obstculos foram imensos. Posso escolher uma reportagem e dizer que ela foi a melhor que fiz, mas vou ficar pen-sando nas que no inclu. O jornalismo como um todo a profisso que sempre quis seguir. Isso gratifica.

    nAtliA FlorentinoEspero no ser mal interpretada ao falar que me sinto grata em contar

    uma histria de pobreza e fome. Ao contrrio! Essas so as com que mais me envolvo e sofro trabalhando, ao expor uma realidade que no gostaria que existisse. Nessa temtica, um dos trabalhos de que mais me sinto orgulhosa de ter contribudo foi o documentrio A estrada da fome, que contou o drama de famlias que vivem abaixo da linha da pobreza no interior do Maranho. Conhecemos famlias que no tinham nada para comer, ou tinham no mximo farinha mida para tapear a fome. Vendo a situao deplorvel em que vivem essas pessoas e sabendo que o Maranho est entre os estados mais corruptos do Brasil, no h ilha de edio que distancie o sentimento de indignao!

    O saldo positivo que, ao mostrar essa realidade, conseguimos mobi-lizar uma campanha de arrecadao de alimentos e roupas, que foram enviadas em mais de um caminho aos moradores da cidade de Belgua e minimizar momentaneamente o sofrimento daquelas famlias.

    nAtliA ViAnAForam muitas! Eu amo fazer reportagem, amo

    mergulhar em um assunto denso, amo escrever, ento so muitas pra lembrar. Acho que a repor-tagem So Gabriel e seus demnios, que ganhou o Prmio Gabriel Garca Marquez, foi uma das mais especiais, porque mergulhei muito intensa-mente na histria dos suicdios indgenas.

    Foi uma reportagem que mudou a minha per-cepo do mundo, do ser humano e do Brasil. No toa, n? Encontrar profundamente as naes ind-genas brasileiras, ouvi-las, muito forte. Tambm gosto muito da srie O bispo e seus tubares, sobre o impeachment de Lugo no Paraguai quando escrevi, em 2012, jamais esperava que fosse ser o preconizador de um impeachment no Brasil. Os especiais transmdia que estamos fazendo agora na Agncia Pblica, cujo foco experimentao e inovao na maneira de contar histrias, tambm tm me trazido muita alegria, porque juntamos jornalistas, artistas e desenvolvedores para resolver uma tarefa complexa. Dois resultados foram os especiais Transmdia 100 e Vigilncia. Mas eu me lembro tanto de cada uma das reportagens que escrevi, me lembro dos cheiros, dos momentos de surpresa, dos momentos de reviravolta no esqueo por exemplo de uma das primeiras, ainda na Caros Amigos, na qual passei um ms trabalhando em subempregos em So Paulo, conhecendo his-trias incrveis. So muitas e amo todas.

    O seu trabalho jornalstico tem alguma fonte de inspirao?

    leAndrA PeresTem: a crena de que informao completa, de qualidade e bem apurada

    essencial para qualquer democracia.

    luCiAnA GArBinTem vrias fontes: das pessoas que encontro nas ruas s coisas que leio

    nas redes sociais.

    MrCiA FolettoQuando comecei a Faculdade de Jornalismo, em Santa Maria (RS),

    no final dos anos 1980, e comecei a fotografar, costumava comprar o Jornal do Brasil de domingo, que chegava na cidade s na segunda--feira. Me encantava o tamanho e a qualidade das fotografias publica-das, que tinham a assinatura de nomes como Rogrio Reis e Evandro Teixeira. Queria seguir esse caminho. Nesse perodo pr-internet era muito difcil acompanhar o trabalho de fotgrafos mundo afora, ento fui construindo minhas referncias visuais com as grandes reportagens das revistas e jornais do Brasil. Tambm fui percebendo que o nosso repertrio vai sendo construdo com muita observao, leitura e con-tato direto com as pessoas. Isso o que me inspira. Conversar, ver e sentir com o outro, compartilhar os momentos com os personagens e suas histrias.

    MiriAM leitoTenho sim. Mas eles no esto apenas na histria do jornalismo. A cada

    dia vejo uma matria que gostaria de ter feito, ou algum trabalho que admiro, de colegas de qualquer idade, inclusive os mais jovens que eu. Agora, quase todo mundo mais jovem do que eu.

    nAtliA FlorentinoMuitas vezes, nossa profisso nos obriga a contar histrias que nem

    sempre gostaramos. Mas saber que ao mostr-las podemos contribuir para mudar uma situao, reverter injustias ou esclarecer pensamentos o que me inspira.

    nAtliA ViAnATem, claro. Sempre h mestres que ensinam por onde a gente deve ir, acho

    que o jornalismo uma profisso que depende muito da transmisso desses ensinamentos e do compromisso com o jornalismo. O Srgio de Souza, um dos fundadores da Realidade, claro, foi o meu primeiro grande mestre. Aprendi muito com o Julian Assange, com o Gavin MacFadyen que faleceu no ano passado , fundador do Center for Investigative Journalism, em Londres, onde comecei a entender o que era jornalismo sem fins de lucro. E a Marina Amaral, que hoje minha parceira na Pblica, e tambm diretora junto comigo: quando a conheci eu era estagiria e ela era dona da Caros Amigos, uma jornalista completa, fervorosa, admirvel, que continua me ensinando muito.

    http://www.iics.edu.brhttp://www.samsung.com.brhttp://www.mcdonalds.com.brhttp://www.cause.net.br/?utm_campaign=institucional&utm_medium=Banner&utm_source=jornalistas&utm_content=Banner-03http://www.portaldosjornalistas.com.br/jornalista/eliane-brumhttp://www.portaldosjornalistas.com.br/jornalista/audalio-dantashttp://www.portaldosjornalistas.com.br/jornalista/dorrit-harazimhttp://www.portaldosjornalistas.com.br/jornalista/dorrit-harazimhttp://www.portaldosjornalistas.com.br/jornalista/cida-damascohttp://www.portaldosjornalistas.com.br/jornalista/elvira-lobatohttp://www.portaldosjornalistas.com.br/jornalista/elvira-lobatohttp://www.portaldosjornalistas.com.br/jornalista/malu-gasparhttp://www.portaldosjornalistas.com.br/jornalista/consuelo-dieguezhttp://www.portaldosjornalistas.com.br/jornalista/daniela-pinheirohttp://www.portaldosjornalistas.com.br/jornalista/julia-duailibihttp://www.portaldosjornalistas.com.br/jornalista/vanessa-adachihttp://www.portaldosjornalistas.com.br/jornalista/celia-chaimhttp://www.portaldosjornalistas.com.br/jornalista/evandro-teixeirahttp://www.portaldosjornalistas.com.br/jornalista/evandro-teixeiramailto:http://www.portaldosjornalistas.com.br/jornalista/marina-amaral

  • Edio 1.092Pgina 4

    MulherDia

    Internacionalda

    AnA ArAnhAAcho que a fora da nossa profisso est nos

    reprteres e editores que conseguem ir alm da agenda, que apostam em histrias relevantes, surpre-

    endentes, de interesse pblico. Nossa fraqueza a velha engrenagem dos veculos de comunicao, engessada na repetio de um mesmo discurso que representa poucos. Isso no Brasil e em qualquer outro pas.

    CristiAne BArBieriA formao dos reprteres de primeira linha da minha rea, o jornalismo

    econmico, acima da mdia. Cresci com uma turma em que muitos foram estudar nas melhores escolas para se aprimorar, entender conceitos, questionar fontes, explicar bem o que acontece. Por outro lado, h uma srie de iniciativas surgindo no mundo digital, com gente nova testando formatos e narrativas que so muito bacanas e ousadas. Seria fantstico juntar a ponta de conhecimento, perdida com o enxugamento das redaes, ao novo mundo do jornalismo. Mas algo que simplesmente no creio que v acontecer. A mora nossa fraqueza: o que sobrou na mdia impressa tradicional de uma pobreza indigna. Olhar os maiores jornais do Pas num fim de semana e ver uma (!) pgina por editoria, que claro no faz a menor diferena, s faz aumentar a vontade de cancelar a assinatura. O monte de opinio oferecida em troca nem de longe substitui boas repor-tagens e, com isso, a leitura deixa de ser obrigatria, inviabilizando ainda mais o modelo de negcios.

    JliA PitthAnO melhor do jornalismo brasileiro, para mim, ainda o jornalista brasi-

    leiro. As redaes todas lidam com cenrios de enxugamento e reduo de quadros. As tecnologias no param de se renovar com velocidade e toda inovao chega com o prenncio de que veio sepultar de vez o nosso tra-balho. Ainda assim, as equipes se desdobram para levar informao, fazer reportagem, ter boas ideias, se reinventar. No sempre que conseguimos isso; muitas vezes vamos para casa frustrados. Mas quando possvel co-locar na rua uma reportagem que revela algum desmando, incomoda um poltico que se sente protegido pelo poder, denuncia algum abuso ou leva reflexo, entendemos por que, afinal de contas, estamos todos os dias ali.

    leAndrA PeresO jornalismo brasileiro dinmico, forte e, na minha avaliao, capaz

    de contribuir para o debate democrtico. Diria que temos que avanar,

    assim como o resto do mundo, num modelo de negcios que permita rentabilidade no mundo online.

    luCiAnA GArBinO jornalismo tem funes essenciais para um pas

    democrtico. Entre elas, destacaria a cobertura de poder, a garimpagem dos assuntos relevantes para a sociedade em meio a uma avalanche de informaes na era digital e a reflexo diria sobre o impacto desses temas na vida dos leitores. Infelizmente, nem sempre o jornalismo de qualidade consegue chegar a todas as pessoas.

    MrCiA FolettoAcho que o mais expressivo no jornalismo brasileiro so os profissionais.

    Jornalistas que so capazes de, com poucos recursos e nenhuma produo ou investimento, produzir excelentes reportagens ou mesmo importantes denncias. Trabalho h muitos anos na imprensa tradicional e vejo muitos reprteres e fotgrafos se entregando de corpo e alma na tarefa de contar histrias. Esses profissionais desafiam a falta de tempo e estrutura. Como fraqueza, temos justamente a falta de investimento em grandes reportagens.

    MiriAM leitoO jornalismo brasileiro tem excelente qualidade. Cobriu com coragem a

    luta contra a ditadura, com eficincia tcnica o combate inflao, e vem exibindo muita competncia, e capacidade de antecipao, na cobertura dos escndalos de corrupo. Mas precisa ser mais nacional, representar o Pas como um todo. Houve um tempo em que cada jornal tinha cor-respondentes ou sucursais em outros estados. Hoje mandam-se enviados especiais. Isso um retrocesso.

    nAtliA ViAnAAcho que o jornalismo brasileiro tem muitos, muitos bons reprteres,

    que, por teimosia, paixo e garra, fazem um trabalho maravilhoso. Se voc comparar com os EUA, por exemplo, a estrutura deixa muito a desejar, assim como o apoio dentro da redao. Temos reprteres que so demitidos ou deixados na geladeira depois de fazerem reportagens investigativas que incomodam pessoas, por exemplo. Um dos maiores problemas que est sendo curado pela exploso de novos meios a falta de pluralidade e de diversidade nos meios; ainda so poucos, e as chances de um veculo pequeno fazer barulho ainda pouca. Mas isso est mudando.

    AnA ArAnhAH trs anos optei por trabalhar principalmente

    em veculos no tradicionais. Sei que o bom jornalismo um s, pode ser feito em qualquer modelo, e queria experimentar o ar novo dessas iniciativas to diversas que crescem e se enrique-cem no mundo todo.

    Mas, tradicional ou no, acho que a relevncia do jornalismo s vem com investimento srio em

    apurao. Precisamos cobrir as histrias de inte-resse pblico e precisamos garimpar histrias novas,

    que surpreendam a ns e aos leitores. Menos agenda, menos dossi, menos coletiva de imprensa. Mais apurao e

    mais diversidade no olhar.

    CristiAne BArBieriAh, se eu soubesse a resposta Sei que meu tempo e o de todos

    est mais disputado. A gente quase sugado num vrtice de coisas legais pra fazer: cursos gratuitos das maiores faculdades do mundo, leituras, joguinhos, compras, assistir ao que os amigos esto apron-tando no Facebook, no Twitter, no LinkedIn, no Instagram, os memes, Netflix, Spotify No meio disso tudo, notcias, notcias, notcias. Uma mais bombstica do que outra, nascendo e morrendo rapidamente, na desimportncia de novas urgncias. Talvez se o jornalismo ofere-cesse uma experincia to arrebatadora que pudesse competir com esses outros interesses mais gente acessaria e compartilharia pginas, atraindo anunciantes. Ensaiamos fazer isso no iG com algum sucesso e teramos avanado muito mais se no tivssemos sido atropelados pela ameaa de quebra da Oi e de controladores com interesses no poder pblico. Fazamos exatamente o que vem dando certo l fora: grande investimento em jornalismo profissional, com reportagens profundas e exclusivas, narradas tambm em vdeos, infogrficos e outros formatos criativos. Sem grandes barreiras atrapalhando a navegao, com vrias mdias conversando e muita experimentao em tentativas e erros, tentativas e acertos. Resta saber se haver algum disposto a fazer no Brasil esse investimento de longo prazo, pelo amor arte. Sem certeza, nem pressa pelo retorno.

    JliA PitthAnA grande crise do modelo de negcio, das empresas, no do jorna-

    lismo. O contedo que produzido com discernimento e tica, que tem compromisso com os fatos e conquista os leitores pela edio cuidadosa e redao com estilo sempre tem espao (e audincia). Ainda precisamos encontrar o caminho do equilbrio financeiro, que fundamental para a perpetuidade da atividade. Mas ningum mais tem dvida de que ele passa por mais investimento em jornalismo e jornalismo de qualidade. Para que os leitores nos percebam imprescindveis e, para isso, estejam dispostos a pagar assinatura e, a sim, voltaremos a ter um ciclo virtu-oso. No voltaremos a ter redaes do tamanho que tnhamos h 20 anos, mas ainda h pblico interessado em consumir bom jornalismo e pagar por isso.

    leAndrA PeresNo acho que o jornalismo ou as empresas tradicionais estejam em

    decadncia ou perdendo prestgio. H demanda crescente por infor-mao de qualidade. O momento de transformao tecnolgica e os novos meios de entrega e consumo de informaes exigem mudanas. Como estamos no meio desse processo, ainda no temos um novo modelo consolidado.

    luCiAnA GArBinH jornalismo de muita qualidade sendo feito. O desafio , num mo-

    delo de negcio sustentvel, aliar bons contedos, criatividade editorial e ferramentas tecnolgicas para conseguir informar cada vez melhor os leitores, surpreend-los e ajud-los a refletir sobre os principais assuntos da atualidade.

    MrCiA FolettoPenso que existe um caminho para os veculos tradicionais de im-

    prensa. a prtica de um jornalismo srio e mais profundo, com mais investimento em grandes reportagens. No caso da fotografia, no bastam registros dos acontecimentos estes qualquer celular faz e publica no Facebook , mas sim imagens carregadas de conceito, que provoquem e faam pensar.

    Ao analisar o jornalismo brasileiro como um todo, o que nele considera mais expressivo e qual a sua maior fraqueza?

    Quais as sadas que enxerga para o jornalismo recuperar o prestgio que vem perdendo com a decadncia de empresas e veculos tradicionais?

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  • Edio 1.092Pgina 5

    Que consideraes faz sobre as transformaes da profisso e a intensificao das redes sociais?

    AnA ArAnhAAs redes trouxeram uma potncia enorme de comunicao. Hoje

    alcanamos grandes audincias em veculos pequenos, isso uma mudana incrvel. Mas ela traz muitos problemas, um dos maiores o fenmeno da bolha. Fica cada vez mais difcil levar uma informao diferente a algum que j no se interesse por ela. Entre tantos, acho esse um grande desafio para o jornalismo.

    CristiAne BArBieriPara mim, as redes sociais so irresistveis. Por um motivo simples:

    l eu fao exatamente uma das partes mais gostosas do dia a dia da redao, que vibrar com o noticirio. At pouqussimo tempo atrs, quem chegasse primeiro na Redao logo falava para os colegas: Voc viu o que saiu na revista X? ou O jornal Y tem um furao hoje. J

    viu?. As redes sociais nos conectam nessa adrenalina da notcia, com o bnus daquela fofoquinha bsica do caf, sobre quem casou, quem est grvida, quem est namorando, quem xingou o outro. S que a parte boa para a. Um primeiro efeito ruim, todos sabem, foi a quebra do modelo de negcios do nosso mercado.

    Como as agncias de propaganda e as plataformas tecnolgicas so mui-to mais rpidas, esto juntas fazendo muito dinheiro com esse contedo gratuito, e tambm com o pago, que produzimos. Tanto Google quanto Facebook (e suponho que outras plataformas tambm) esto fazendo ten-tativas de dividir com publishers ferramentas tecnolgicas para aumentar o ganho das publicaes. Suponho que ser uma questo de tempo at que a remunerao vinda das redes sociais para os veculos jornalsticos aumente. Agora, um outro efeito txico foi a multiplicao das opinies. Sado das redes e transportado para jornais, revistas, tevs e rdios, com

    MulherDia

    Internacionalda

    MiriAM leitoNo vejo decadncia, vejo transformao,

    mudana, revoluo digital. O modelo de negcios e a forma de exercer a profisso esto

    mudando radicalmente. As audincias esto transitando de um para outro formato. Aqui e

    em qualquer lugar do mundo. O desafio o de mudar sempre. A alternativa seria voltar mquina

    de escrever e ao telex.

    nAtliA FlorentinoSou de uma gerao que praticamente nunca viveu o jornalismo de

    verdade. Entrei no mercado j num mundo globalizado, com internet e troca rpida de informaes. Ainda estagiria j vi e sofri um pas-saralho, reflexo da desconexo do novo modo de consumir notcia e da oferta dessa notcia.

    Como numa relao pessoal, quando a confiana de algum que-brada, necessrio muito esforo, provaes e pacincia do culpado

    para tentar recuperar sua credibilidade. Acredito que o jornalismo, aps anos errando em troca da rapidez, est vislumbrando uma reestruturao baseada na frmula que sempre conheceu: fazer um bom jornalismo, sem apelao, com profundidade e voltado para o interesse pblico. Cabe a persistncia para conseguir atravessar totalmente a arrebenta-o e principalmente muita empatia para perceber e respeitar a nova mentalidade e perfil desse consumidor de notcias.

    nAtliA ViAnAAcho que h milhares de sadas. Mas isso um problema do meu

    otimismo galopante. No entendo como algum pode ficar prostrado, lamentando-se de que as coisas no so mais como antes. Poxa, vamos inventar solues! No caso da Pblica, nossa opo fazer, fazer jornalis-mo, fazer reportagens de todo jeito, e ajudar outras pessoas a faz-las. Por isso que nossa misso produzir e fomentar o jornalismo investigativo e independente. Veja, se realmente o prestgio do bom jornalismo estivesse to em baixa, no teramos chegado a lugar nenhum. Porque, afinal, tudo o que fazemos so longas reportagens. E s. E veja, chegamos longe.

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  • Edio 1.092Pgina 6

    E em relao ao fenmeno das notcias falsas, do movimento ps-verdade?AnA ArAnhA

    Um fenmeno que vemos crescer h muitos anos, fico feliz que esteja comeando a ganhar nomes e rostos. No h segredo, a melhor forma de combater a mentira, no importa qual sua roupagem, com o bom e velho jornalismo.

    CristiAne BArBieriJ foi dito que a ps-verdade o fenmeno mais preocupante que viveremos

    nos prximos anos, por causar diviso e danos sociedade como um todo. No acredito que as pessoas queiram ser enganadas. Espero que seja questo de tempo e aprendizado at que os usurios saibam diferenciar o bom trabalho feito pelo jornalismo profissional de bobagens propagadas sem fundamento.

    JliA PitthAnPodemos enxergar a ps-verdade como um novo pro-duto da era da informao ou como um fenmeno que ganha fora e velocidade por vivermos em uma socie-dade conectada: eu fico com a segunda alternativa. As pessoas tm uma grande tendncia a enxergar aquilo que refora verdades pr-concebidas. Um artigo da New Yorker em fevereiro, assinado por Elizabeth Kol-bert, traz informaes bem interessantes sobre isso. Ela

    relata que pesquisadores de Stanford fizeram um estudo em 1975 em que voluntrios precisavam identificar entre

    bilhetes suicidas quais eram falsos e verdadeiros. Os pes-quisadores, ento, induziam os cobaias a acreditar que as escolhas

    deles estavam majoritariamente certas. Quando a verdade era revelada que eles estavam sendo enganados tinham dificuldade de aceitar. Uma vez formadas, as impresses so notavelmente perseverantes, concluram. uma espcie de efeito placebo da mentira. Pelo lado positivo, esse um cenrio que d fora para os veculos tradicionais no ambiente digital. At mesmo para os jornais e aquelas marcas que tm sua origem na imprensa. A Pesquisa Brasileira de Mdia, encomendada pela Secretaria de Comunicao da Presidncia ao Ibope, aponta que os jornais impressos esto na liderana de confiana dos brasileiros como meio de comunicao.

    leAndrA PeresA existncia de notcias falsas travestidas de jornalismo me preocupa.

    Mas tambm vejo que se comea a construir uma reao, o que me leva a crer que haver sempre uma diferenciao entre jornalismo e inverdades.

    luCiAnA GArBinEsses fenmenos no me preocupam apenas como jornalista, mas

    principalmente como cidad. chocante saber que boa parte das notcias mais compartilhadas hoje nas redes sociais foi simplesmente inventada. Mais que ignorncia, elas muitas vezes reforam a intolerncia. Isso d ao jornalismo uma importncia ainda maior.

    MrCiA FolettoNotcias falsas sempre foram manipuladas para ganhos polticos e

    econmicos. No novidade. O que acontece hoje que a internet deu agilidade e velocidade, boatos e notcias escandalosas chamam muito mais a ateno. Os nimos esto acirrados e os fatos concretos parecem no ter importncia. Tambm um ponto nevrlgico do jornalismo atual, que parece apenas pensar em cliques e audincia.

    MiriAM leito um problema com o qual temos que lidar da forma como sempre

    lidamos com boatos, rumores, plantaes. Com apurao, checagem, ouvindo todos os lados.

    nAtliA FlorentinoComplexa tal qual a realidade em que estamos vivendo, a rede social que

    amplia o raio de alcance de uma notcia e favorece uma proximidade com o receptor a mesma que permite que esse receptor torne-se emissor, e crie e replique notcias baseadas em experincias pessoais e achismos. Agora, todos tm nas mdias sociais um palanque para dizer a sua verdade para uma plateia que geralmente no questiona, s concorda. A ps-verdade, que talvez tenha surgido a partir da crise do jornalismo e da perda de sua credibilidade, hoje o combustvel que dificulta a sua recuperao.

    um custo muito menor do que o do jornalismo, ajudou a empobrecer o que j estava mirrando. Opinio fora das reas de estudo dos especia-listas, sem embasamento terico e informaes novas, para mim, so bem desimportantes. No

    valem meu to disputado tempo.

    JliA PitthAnH dez anos, quando comecei a atuar como reprter,

    a redao no tinha internet em todos os terminais de computador. Hoje impensvel fazer jornalismo sem conexo. Os colegas mais antigos tm capacidade de traar paralelos ainda mais gritantes da evoluo do tempo e das novas mdias do que eu. Mas, na prtica, apesar da velocidade com que a informao circula hoje, os processos no esto to diferentes do que j foram: ainda precisamos sujar os sapatos para contar histrias; precisamos entrevistar as fontes e quando pesso-almente, sempre melhor; precisamos duvidar e questionar e voltar a duvidar e questionar mais uma vez antes de publicar uma notcia (ou pelo menos, deveria ser assim). A velocidade e a presso aumentaram, sem dvida, principalmente no jornalismo factual. Os grupos de What-sApp inundam nossos celulares com boletins de ocorrncia, releases,

    anncios de coletivas, informao que chega sob influncia de toda sorte de interesse. No fim das contas, faz diferena aquela histria que trabalhada com cuidado, muitas vezes num ritmo bem diferente do que dita o chamado tempo real.

    leAndrA PeresO mundo digital mudou a forma como trabalhamos, fato. Hoje ne-

    nhum de ns pode desconsiderar a velocidade e a importncia das redes sociais, por exemplo. uma tristeza constatar a reduo dos empregos em redaes, mas ao mesmo tempo vemos colegas buscando novas formas de fazer jornalismo e acho isso extremamente interessante. Na prtica, acho que a nossa profisso ficou muito mais desafiadora, porque temos que produzir com maior rapidez, mas sem perda de qualidade.

    luCiAnA GArBinAs redes sociais aumentaram muito a interao entre o fato e a not-

    cia, os jornalistas e os leitores, ao mesmo tempo em que transformaram qualquer pessoa em potencial produtora de contedo. Tanta mudana em pouco tempo d margem a muitas dvidas e insegurana. Mas eu prefiro encarar essa nova realidade como um lembrete de que hoje a reciclagem do jornalista tem de ser permanente.

    MulherDia

    Internacionalda

    MrCiA FolettoO avano tecnolgico, crescimento constante

    das redes sociais e o acesso rpido informao transformaram sem piedade a atividade jornals-tica. E ficamos todos um pouco tontos com isso. O modelo de negcio da mdia tradicional est em crise, as redaes esto cada vez menores e no Brasil ningum parece estar trilhando um ca-

    minho de sucesso. O investimento em velocidade maior do que a busca pela qualidade. No acho

    que essa seja a alternativa. A sada est em apresentar um contedo cada vez mais elaborado e comprometido

    com a verdade. Para a fotografia, ento, chega a ser cruel. Como concorrer com cada uma das pessoas que carrega uma cmera no seu celular? Quando samos da Redao para cobrir um acontecimento, as imagens do fato j foram publicadas e replicadas.

    MiriAM leitoAs redes sociais esto sendo caminhos tambm para o exerccio da

    profisso de jornalista. Em geral, quem faz uma matria mesmo nos veculos tradicionais depois posta no Facebook, pe o link no Twitter, divulga por todas as redes que usa. As redes so usadas para se falar com fontes, para ampliar a visibilidade do trabalho, para se informar. Elas no so inimigas do jornalismo, so ferramentas. Quem jornalista, contudo, tem que divulgar apenas aquilo que apurou com as tcnicas que aprendemos na profisso. Nossa responsabilidade aumentou nesse tempo de informao em rede.

    nAtliA FlorentinoEntender a importncia das redes sociais para o jornalismo um comeo

    para a recuperao do seu prestgio. justamente entender que as pessoas mudaram o modo de consumir notcias, passando de somente leitores/espectadores a receptores que tambm so produtores de contedo. Esse quase delivery de notcias oferecido nas redes sociais tende a criar uma troca de informaes com mais frescor, menos obrigatria ou manipulada. Alm de ser, em algumas vezes, a fasca para buscar mais informaes, pessoalmente e direto na fonte confivel. nesse cenrio que os veculos tradicionais/sites principais ganham protagonismo e devem estar preparados para oferecer materiais relevantes. Redes sociais e veculos tradicionais de-vem trabalhar em sinergia total. Os veculos de comunicao devem ir onde esto os leitores, no se preocupar em perder os cliques no site principal, mas, sim, preocupar-se em realizar um bom jornalismo.

    nAtliA ViAnAA comunicao est em constante mudana, e o jornalismo tambm,

    bvio. Uma das frases que acho mais cativantes sobre esse momento da revoluo informacional do Julian Assange. Ele diz: A internet o siste-ma nervoso central da sociedade. Tudo passa por ela: nosso lazer, nosso trabalho, nossas relaes, nossos amores e nossas dores. O crescimento das redes sociais uma evoluo disso, um avano de corporaes por con-trolar um pedao enorme desse espao e, portanto, de nossas vidas e da poltica. Por isso, acho que mais importante do que discutir questes muito em voga hoje, como Fake News como se fossem pequenos desvios no espao livre da internet , compreender o territrio da internet como um territrio geopoltico, econmico, fsico, e ainda em disputa, graas a Deus.

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  • Edio 1.092Pgina 7

    Pode relacionar os nomes daqueles que considera os maiores jornalistas da histria do Brasil? E mundial?

    O que representa ter ficado entre as dez profissionais mais premiadas de 2016?

    Como encara o futuro do jornalismo e o seu futuro nele?

    MulherDia

    Internacionalda

    CristiAne BArBieriParafraseando a inesquecvel Glria Pires,

    no sou capaz de opinar. Como todo mundo que gosta do tema, li as obras literrias e acompa-

    nhei parte do trabalho de jornalistas de destaque em seu tempo: Elio Gaspari, Alberto Dines, Caco Barcellos,

    Miriam Leito, Fabio Altman, Gay Talese, David Remnick, Truman Capote, Bob Woodward, Carl Bernstein, Nick Davies e tantos outros. Mas eles no cabem no mesmo balaio, nem seria capaz de dizer quem so os melhores.

    leAndrA PeresEu seria sempre injusta nesse exerccio, ento prefiro no faz-lo.

    luCiAnA GArBinEssas relaes so sempre ingratas porque acabam excluindo muita

    gente talentosa e importante. Acho que quem acompanha o J&Cia j consegue ter uma boa ideia sobre os grandes nomes do jornalismo.

    MrCiA FolettoJ que as outras devem relacionar nomes ligados Redao, vou listar

    fotojornalistas. No Brasil, dois nomes importantes do sculo passado, que ainda hoje fotografam. Evandro Teixeira, claro, que durante dcadas brilhou nas pginas do Jornal do Brasil, e Flvio Damm, que por mais de uma dcada trabalhou na revista O Cruzeiro. Em atividade hoje nas redaes cito Jorge Arajo e Marlene Bergamo, da Folha de S.Paulo, Custdio Coimbra e Domingos Peixoto, de O Globo. Em atuao hoje no mundo, um nome importante James Nachtwey, da agncia Seven.

    MiriAM leitoQualquer lista por mais ampla que seja fica sempre incompleta por-

    que o Brasil sempre teve, e tem ainda agora, excelentes profissionais. Pergunta difcil essa. Acho que vou pular.

    nAtliA ViAnASou muito f do Gay Talese. Muito muito muito. Sou f do Seymour Hersh,

    estou agora descobrindo a Svetlana Alexievich, tem todo esse povo que eu citei, meus mestres, mas tem tanta gente boa! Acho injusto fazer uma lista.

    AnA ArAnhA uma honra enorme estar entre as profissionais dessa lista.

    CristiAne BArBieriRepresenta muito. Fui sada das redaes h quase dois anos e no

    encontrei o caminho de volta. H menos espao para gente mais experiente. Os prmios serviram ento, em primeiro lugar, como um blsamo no ego, que sofreu com a demisso. Para eu pensar: Calma, seu trabalho legal. Os profissionais que entendem de bom jornalismo que esto dizendo. Tem grandes chances de o problema no ser voc, mas o momento. Tambm serviram para eu conseguir viver nesse mundo maluco do jornalismo independente, em que h muito trabalho e pouco emprego. Tenho podido escolher fazer coisas que gosto, acredito em, principalmente, persistir no jornalismo. No em branded content nem em comunicao corporativa, com todo respeito a quem opta por essas reas. Cada um sabe do desafio que o estimula e do tamanho de suas contas a pagar. Mas a minha ainda essa paixo antiga e adolescente pela notcia, que teima em no acabar.

    JliA PitthAnFoi realmente uma surpresa aparecer no ranking entre as dez profis-

    sionais mais premiadas. Ainda mais em meio a colegas to talentosas e que admiro tanto. O fato no deixa de ser motivo de orgulho e acredito que resultado de um ano de trabalho intenso e muita capacidade de adaptao. E, sem dvida, reflexo das decises que tomei como ges-tora, j que estou numa cadeira de editora. Da parceria com grandes reprteres, como ngela Bastos e Emerson Gasperin, com colegas do design e da fotografia e tambm com o respaldo e confiana da Chefia de Redao do DC.

    leAndrA Peres uma imensa honra saber que meus colegas de profisso fizeram essa

    avaliao sobre o meu trabalho.

    luCiAnA GArBinUm incentivo para tentar fazer um trabalho melhor em 2017.

    MrCiA Foletto claro que foi com felicidade que recebi a notcia de estar entre as

    mais premiadas de 2016, reconhecimento importante e todo mundo gosta. Mas o mais importante que as boas histrias con-sigam o maior nmero de leitores possvel.

    MiriAM leitoEu fiquei feliz, muito feliz, mas pensei assim:

    preciso continuar fazendo o melhor que eu posso a cada matria, coluna, comentrio, entrevista, reportagem. Se achar que estou completa, se ficar me achando, eu paro de aprender, paro de me sentir desafiada, paro de avanar.

    nAtliA Florentino uma grande realizao profissional e pessoal.

    Estar entre as mais premiadas, ao lado de jornalistas to competentes, que admiro e respeito, inspirador. Devo a minha figurao equipe do Ncleo de Reportagens Especiais da Record TV, que, cada vez mais, tem ido atrs de produzir reportagens que transbordam jornalismo. Trabalho com profissionais que amam o que fazem e ralam muito na cobertura de grandes assuntos, de forma comprometida e sria. Pessoalmente, me envolvo com todas as reportagens de que participo, e acredito que tenho conseguido cumprir com o objetivo, que trabalhar bem. Os prmios vm como uma linda consequncia dessa dedicao coletiva. No so essenciais, mas so extremamente motivacionais.

    nAtliA ViAnAFoi uma emoo muito grande, fico muito feliz que o trabalho de uma

    organizao independente, de apenas seis aninhos de idade, esteja sendo reco-nhecido. E olha, sangue, suor, lgrima e jornalismo na veia o que a gente faz.

    AnA ArAnhAApesar da crise, fico feliz em ver que estamos criando novos jeitos de fazer

    jornalismo. Depois de dez anos tralhando para grandes veculos de comuni-cao, estou vivendo um momento de descobertas e satisfao profissional em iniciativas menores. Aprendi bastante sobre modelos de financiamento desde que entrei na Reprter Brasil, que h 15 anos produz reportagens online sem publicidade. O modelo que v o jornalismo como um investimento o que nos d a liberdade necessria para investigar o setor privado. um jeito de fazer que precisa existir, sempre em dilogo com os outros modelos.

    CristiAne BArBieriNa biografia de Roberto Civita, do mestre Carlos Maranho, o dono

    da Abril confessa, quando descobre a grandeza do que est por vir, de-pois de uma visita ao Google: Ah, eu queria ter 30 anos a menos. Concordo com ele, no no sentido de ser mais nova (se bem que), mas achando que tudo o que vai acontecer ser fascinante. H a dor desse momento de transio, mas, ao mesmo tempo, tantas iniciativas boas, tantos meninos ousados e brilhantes, que vislumbram e testam caminhos, sem medo e com nenhuma outra ambio a no ser fazer bom jornalismo. No meu caso, tenho trabalhado para empreender na rea, a nica opo que consigo enxergar nesse futuro prximo.

    JliA PitthAnEu sou verdadeiramente apaixonada pelo jornalismo. Fao exerccios

    de imaginao na tentativa de descobrir uma nova carreira, o que faria se deixasse a Redao, mas sempre frustrante. Alm disso, tenho uma natureza otimista e penso que sempre haver espao para quem se dedica a essa profisso tantas vezes ingrata, mas inebriante. Por tudo isso, imagino que, no futuro, ainda estarei trabalhando na rea, de alguma forma. J o futuro do jornalismo um tanto mais difcil de prever. Tenho certeza de que as pessoas vo precisar de informao, de anlise, de boas histrias e de servio: no sei ao certo como vamos entregar isso e nem se, daqui alguns anos, a pessoa responsvel por essa edio ser um jornalista. A futurologia nesse segmento uma atividade de grande risco.

    leAndrA PeresSou uma otimista. O jornalismo essencial e

    no perder espao ao sol, mas ser feito de forma diferente do que estivemos acostumados at muito recentemente. Quanto a mim, nasci com esprito de reprter e vou continuar curiosa quando aparecer uma informao interessante, independentemente de onde estiver trabalhando.

    http://www.iics.edu.brhttp://www.samsung.com.brhttp://www.mcdonalds.com.brhttp://www.portaldosjornalistas.com.br/jornalista/elio-gasparihttp://www.portaldosjornalistas.com.br/jornalista/alberto-dineshttp://www.portaldosjornalistas.com.br/jornalista/caco-barcelloshttp://www.portaldosjornalistas.com.br/jornalista/miriam-leitaohttp://www.portaldosjornalistas.com.br/jornalista/fabio-altmanhttp://www.portaldosjornalistas.com.br/jornalista/jorge-araujohttp://www.portaldosjornalistas.com.br/jornalista/marlene-bergamohttp://www.portaldosjornalistas.com.br/jornalista/custodio-coimbrahttp://www.portaldosjornalistas.com.br/jornalista/domingos-peixotohttp://www.portaldosjornalistas.com.br/jornalista/roberto-civita

  • Edio 1.092Pgina 8

    AnA ArAnhASo muitas as mulheres em redaes, mas poucas em cargos de chefia

    e a diferena salarial continua sendo um fator importante de discrimina-o. No posso dizer isso do meu trabalho hoje, pois sou coordenadora do Jornalismo da Reprter Brasil. Nem da ltima redao por onde passei, a Agncia Pblica, que comandada por duas mulheres.

    Acho que a questo discriminatria mais gritante nas redaes brasilei-ras ainda a racial, precisamos urgentemente contratar mais jornalistas afrodescendentes, indgenas e de outras nacionalidades.

    CristiAne BArBieriNo muito diferente do resto da sociedade brasileira: apesar de ser-

    mos maioria nas redaes, poucas chegamos a cargos de chefia. Menos ainda sobrevivemos nas redaes, apesar de trabalharmos mais, com nossas jornadas duplas e triplas. S tenho a dizer, porm, que o melhor jornal do Pas hoje dirigido por uma mulher. Pra mim, um comeo.

    JliA PitthAnAs mulheres j so maioria nos bancos universitrios e tambm, em

    volume, nas redaes. Um estudo do Ncleo de Estudos sobre Trans-formaes no Mundo do Trabalho da Universidade Federal de Santa Catarina (TMT/UFSC) mostrou que j somos 64% da categoria no Pas. Porm, como em outros segmentos corporativos, ainda h poucas que ascendem aos cargos de deciso. Quanto mais alta a esfera de poder, menor a presena feminina. Essa uma realidade que se repete em muitas empresas que trabalhei. Pode ser questo de tempo. Seguimos lutando para reverter essa tendncia com mais algumas dcadas de trabalho. Ainda escutamos comentrios inacreditavelmente machistas em reunies de pauta e discusses com colegas homens. Precisamos advertir e marcar o limite, lembrar que esse ou aquele pensamento no tem mais espao. Enfim, ainda vivemos diferenas no dia a dia.

    leAndrA PeresA situao no nosso setor faz parte de um problema maior de equilbrio

    de gnero no mercado de trabalho. O ideal a equidade.

    luCiAnA GArBinAcho houve avanos expressivos nas ltimas dcadas. Outro dia,

    vendo fotos de redao dos anos 1960, notei que quase no havia mulheres. Hoje, em qualquer empresa jornalstica, ns somos em grande nmero seno a maioria. Mas ainda h muito a caminhar at a completa igualdade.

    MrCiA FolettoComo seria bom se no existisse esse tipo de pergunta, n? rsrs.

    Mas no, ainda temos muitas diferenas entre homens e mulheres no

    mercado. Principalmente no fotojornalismo, que uma profisso mais masculinizada, por causa do peso do equipamento e da fora que s vezes necessria para realizar uma cobertura. Eu costumo brincar que trabalho em uma borracharia... Durante toda a minha carreira tive que batalhar para mostrar ser capaz de fazer alguns trabalhos, considerados masculinos, como os protestos, a violncia urbana etc...

    MiriAM leitoAs mulheres avanaram muito, mas ainda h caminho a andar. Os

    aqurios ainda so muito masculinos, mas o espao de poder e de opinio no to dominado pelos homens quanto antes.

    nAtliA FlorentinoInfelizmente, o machismo no jornalismo, assim

    como em toda a nossa sociedade, ainda muito cultural, presente e difcil de combater. Se para homens estar no mercado de trabalho matar um leo a cada dia, para ns mulheres soma-se o fato de termos que lidar com o leo e toda uma plateia de hienas risonhas que mantm olhos de julgamento.

    Sou editora finalizadora e meu ambiente de trabalho a ilha de edio. Apesar de hoje j se verem com mais frequncia mulheres transitando pelos corredores escuros, ainda assim uma rea do jornalismo tomada por rodinhas de homens. Na teoria, ningum machista, mas ns sabemos do esforo dobrado que temos para transpor esteretipos de gnero, lidar com a velha ideia de que mulher frgil e no consegue trabalhar sob presso; alm de encarar gracinhas veladas diariamente. Trabalhamos duro. Amamos o que fazemos, mas nem sempre temos nosso trabalho efetivamente ou igualitariamente reconhecido.

    Fico muito feliz em engrossar uma publicao que enaltece o trabalho de mulheres to profissionais e excelentes, e de ver tantas mulheres entre os jornalistas mais premiados do ano. Entretanto, ainda espero o dia em que homenagens de gnero ou perguntas como essa, sejam questes no mais necessrias de apresentarmos.

    nAtliA ViAnAAcho que no jornalismo, como em muitas reas, o machismo impera

    e percebido em diversas situaes cotidianas. Sei de muitos casos de machismo que deixaram marcas, s vezes essas memrias vo saindo no papo entre as mulheres mesmo (somos a maioria de mulheres na Pblica). Essas coisas deixam marcas que s vezes esto escondidas, porque foram normalizadas. Na Pblica, fazemos questo de dizer que somos uma organizao fundada e dirigida por mulheres. Ainda h poucas, no jornalismo investigativo menos ainda.

    luCiAnA GArBinComo um desafio permanente. A cada dia

    surgem novas tecnologias, novas plataformas, novas formas de interao, novos modos de

    contar histrias. Em geral, eles so boas ferra-mentas para melhorar a apresentao da infor-

    mao. Sabendo us-las bem, podemos melhorar o contedo oferecido ao leitor.

    MrCiA FolettoBem, no consigo imaginar quanto tempo resistirei ainda traba-

    lhando em um jornal impresso. Vejo as equipes se tornarem menores ano a ano. Talvez em pouco tempo o papel acabe. Mas vejo antigos

    colegas, timos profissionais, fazendo um excelente trabalho em sites e blogs, com poucos recursos, mas sobrevivendo fora da mdia tradicional.

    MiriAM leitoA profisso vai continuar mudando. Por isso vai continuar sendo uma

    aventura fazer jornalismo. Meu sonho permanecer, enquanto viver, exercendo a profisso e tendo algum espao nesse trabalho de informar.

    nAtliA ViAnACom muito otimismo. Estamos passando por um momento de mu-

    dana de paradigmas na indstria, e me sinto muito sortuda de poder acompanhar isso de perto.

    MulherDia

    Internacionalda

    Homens e mulheres: como encara a questo de gnero no jornalismo?

    E quanto aos rumos do Pas, cr em sadas de curto prazo para a crise?

    CristiAne BArBieriOutra pergunta para a qual no sei a resposta. Quer dizer, acho que

    at sei. Mas, como trabalho exatamente nessa rea, prefiro ser xingada de petista ou coxinha pelo que os entrevistados disserem nas matrias e no pela minha opinio. Afinal, h muito mais cores do que as do Palmeiras e do Corinthians a serem mostradas.

    leAndrA PeresAcredito que para todo problema complexo existe uma soluo

    simples e geralmente errada. E isso se aplica ao momento do Pas: no temos respostas simples.

    luCiAnA GArBinEm comparao com os meses passados, acho que h um pouco mais

    de confiana agora de que o Pas pode retomar o crescimento. Mas a economia real ainda tem indicadores muito preocupantes, de desem-prego e endividamento de famlias por exemplo. Atrelado a isso, est a crise poltica, que amplia o cenrio de desestabilizao e incertezas. O fundamental que as instituies tenham autonomia para trabalhar e o Pas possa tirar boas lies do momento atual.

    MrCiA FolettoA curto prazo difcil encontrar alguma sada. Vivemos uma crise

    moral e poltica que nos deixou com pouca fora para estabelecer o equilbrio econmico e social. No acredito que exista soluo para nossas questes fora da educao. Qualquer reforma nessa rea leva-ria pelo menos uns 15 anos para fazer algum efeito e no temos hoje nenhum sinal que aponte para essa direo. Triste.

    MiriAM leitoA crise profunda, machucou muito a economia, o nmero de de-

    sempregados grande demais. No h sada fcil a curto prazo. Mas este ano j est tendo alguns pontos de melhora. Contudo, recuperar o tempo e o PIB perdidos levar anos. Vamos sair se nos lembrarmos de tudo o que o Pas tem de patrimnio e de vantagens para o desenvolvi-mento no sculo XXI. Estudei muito as inmeras possibilidades do Brasil, por isso no falo por falar. srio. A conjuntura difcil, mas podemos superar essa crise como superamos outras.

    http://www.iics.edu.brhttp://www.samsung.com.brhttp://www.mcdonalds.com.br

  • Edio 1.092Pgina 9

    Acho que o jornalismo s pode recuperar seu pres-tgio fazendo jornalismo. E especialmente reportagem,

    que o grande diferencial do jornalismo quando compa-rado a outras narrativas. O que implica investigao

    exaustiva e checagem rigorosa. E investimento. No apenas de dinheiro, mas de tempo. O tempo do jornalismo no o das redes sociais. A questo hoje no apenas encontrar novas formas de financiamento, mas tambm recuperar o tempo. Para fazer bom jornalismo preciso avanar para alm das camadas da aparncia, pelo instrumento da escuta que se faz com todos os sentidos. E

    isso no se faz na velocidade da internet. Assim, o jornalismo no pode e no deve competir com a

    velocidade dos posts no Facebook. Quando faz isso, pode at ganhar cliques e likes, mas perde a mdio e a

    longo prazo, porque perde o seu diferencial e passa a se confundir e ser confundido com outro tipo de narrativa, esta fartamente disponvel na internet. Sempre que uma matria se assemelha a um post de rede social o jornalismo desce mais um degrau em direo irrelevncia.

    tambm com jornalismo que se resiste neste momento de ps-

    verdade e dos falsrios de notcias. Neste sentido, acho que uma parcela da populao comea a redescobrir o papel insubstituvel da imprensa para uma democracia que merea este nome. Mas a imprensa tambm precisa merecer este nome, ao documentar a histria em movimento com responsabilidade e rigor tico, contribuindo para informar e qualificar o debate do seu tempo histrico. Ser jornalista, do ponto de vista individual, no um ttulo vitalcio ou um ttulo garantido por um diploma, mas uma conquista cotidiana que se d no prprio fazer. A cada dia reeditamos nosso compromisso com os fatos e com a tica, assim como nosso respeito pelo leitor, para merecer ser chamado de jornalista e ocupar esse lugar.

    Depois de anos de crise profunda de credibilidade e representao, a imprensa tem uma oportunidade de refazer seus prprios pactos com a busca da verdade ou das verdades, no plural. Mas penso tambm que esta no uma tarefa apenas de jornalistas. Garantir uma imprensa de fato independente deve ser uma preocupao de toda sociedade. E, no caso da imprensa escrita, do leitor. As pessoas precisam se comprometer com o financiamento de uma imprensa relevante, capaz de documen-tar a enorme complexidade deste mundo que vivemos hoje e capaz tambm de enfrentar suas contradies. O leitor, cada vez mais, tem um papel ativo neste futuro que j presente.

    Em funo de problemas familiares e de sade, Eliane Brum no teve condies de responder a todas as perguntas de J&Cia. Fez uma resposta s para trs perguntas (Quais as sadas que enxerga para o jornalismo recuperar o prestgio que vem perdendo com a decadncia de empresas e veculos tradicionais? Que consideraes faz sobre as transformaes da profisso e a intensificao das redes sociais? E em relao ao fenmeno das notcias falsas, do movimento ps-verdade?). Da a estarmos editando em separado:

    MulherDia

    Internacionalda

    http://www.iics.edu.brhttp://www.samsung.com.brhttp://www.mcdonalds.com.brhttp://www.megabrasil.com.br/eventos

  • Edio 1.092Pgina 10

    n Cristiane Barbieri acertou com a ONG internacional Reprteres sem Fronteiras para coordenar no Brasil o projeto Media Ownership Monitor, que monitora quem so os controladores dos principais ve-

    culos de comunicao de diferentes pases, os outros negcios a que se dedicam e as relaes que mantm com os governos. Ela viaja nesta sexta-feira (10/3) para Berlim, onde fica em treinamento at o dia 20, e

    em junho comea a implant-lo. O projeto, que j funciona em Cam-boja, Colmbia, Filipinas, Monglia, Peru, Tunsia, Turquia e Ucrnia, no Brasil deve estar no ar at outubro.u Cristiane tem atuado como

    freelance desde que deixou poca Negcios, h dois anos. Nesse perodo, colaborou com Estado, Valor Econmico, GQ e Isto. Os contatos dela so [email protected] e 11-981-066-438.

    n O Dirio da Regio, de So Jos do Rio Preto (SP), denuncia um atentado sofrido em 3/3 por Rodrigo Lima, editor de Poltica da casa. De acordo com o jornal, o carro de Rodrigo foi incendiado de forma criminosa. O fogo foi contido pelos prprios funcion-rios do Dirio.u O reprter, que trabalha no Dirio h 17 anos e j revelou uma srie de escndalos envolvendo polticos e agentes pblicos de Rio Preto e regio, classificou o ataque como ato contra a liberdade de imprensa: No foi um ato contra mim, mas contra a liberdade de imprensa em que

    todos os meios de comunicao acabam atingidos. uma tentativa clara de intimidao que em nenhum momento vai surtir efeito. Eu e todos os jornalistas do Dirio cumprimos nosso papel perante a sociedade, que o de informar o que acontece na pol-tica de Rio Preto. Espero que a polcia consiga descobrir o autor e o mandante. Esse ato de covardia no pode ficar impune. u Uma funcionria do jornal, que testemunhou a ao, disse ter visto um homem, de pele morena, magro e cabelo curto descer de um carro prata que estava estacionado mais frente do estacionamento e

    depois jogar um objeto em chamas prximo roda dianteira do auto-mvel de Rodrigo.u O fogo se alastrou da roda para toda a parte dianteira do veculo e quase atingiu os carros prximos. Ningum se feriu. Bombeiros chegaram ao jornal e logo depois a Polcia Militar. No incio da noite, peritos da Polcia Civil foram at o Dirio e examinaram e fizeram dezenas de imagens do carro, de uma tampa de galo que estava perto do veculo e do prprio reci-piente, que foi jogado no canteiro da avenida e cheirava a gasolina.u Milton Rodrigues, editor-che-fe do Dirio, repudiou o ataque:

    As circunstncias deixam muito claro que foi um episdio crimino-so. No podemos tirar concluses precipitadas, mas interessante observar que o responsvel pelo ataque escolheu justamente o carro do jornalista que vem fazen-do muitas matrias investigativas da editoria de Poltica.u A ABI condenou o atentado: Atos dessa natureza so inacei-tveis em um regime democrti-co. A ABI entende que ameaas a profissionais da imprensa repre-sentam tambm uma afronta liberdade de expresso e ao livre exerccio da informao assegu-rados pela Constituio.

    n A TV Brasil estreou em 6/3 programao com mais espao para o jornalismo ao vivo e te-mas para cada dia da semana. Adalberto Piotto ter o novo programa dirio Cenrio econmi-co, s 18 horas. Exibido a partir da BM&FBovespa, que entra como parceira na produo, traz notici-rio do dia a dia da economia, seu impacto na vida das pessoas e en-trevistas com nomes importantes do ambiente econmico do Pas.u Uma das inovaes implan-tadas agora na TV Brasil a organizao da grade semanal

    por temas, das 21h30 em diante, aps a programao de drama-turgia. Na segunda-feira o tema opinio, quando entra o novo Conversa com Roseann Kennedy, uma entrevista de 30 minutos com grandes nomes, que Ro-seann Kennedy define como gente que tem o que dizer. Na tera-feira, programas de cultura; na quarta, de conhecimento; na quinta, realidade; e, na sexta, o assunto diversidade.u Cada grupo de programas, em horrios determinados o que a emissora chama de faixas da

    programao tem suas carac-tersticas. Na nova fase, haver jornalismo ao vivo, de segunda a sexta-feiras, das 16h30 s 20h30. A faixa comea com o Fique ligado, sobre entretenimento e variedades, apresentado por Gustavo Minari. O Sem censura, com Vera Barroso, muda o hor-rio e passa para as 17 horas. Em seguida, s 18h, Adalberto Piotto e o novo Cenrio econmico. Nos corredores do poder continua no ar s 18h30, com bastidores da poltica apresentados por Rose-ann Kennedy. s 19h, a vez do

    Stadium o programa esportivo completa 40 anos neste ano , com Daniella Christoffer. Para encerrar, das 19h30 s 20h30, o telejornal Reprter Brasil Noite.u Caque Novis, superinten-dente da TV Brasil, resume a nova grade de programao: Queremos valorizar o jornalismo e oferecer ao pblico notcias e anlises do mundo poltico, eco-nmico, esportivo e cultural. E tudo isso diariamente e ao vivo. E ressalta que os programas so conduzidos por jornalistas talen-tosos e experientes.

    n A 24x7, agncia dirigida por Fbio Cardo e Antnio Costa Filho, acaba de assinar uma parceria com a BlueFocus, maior grupo de comunicao da China e um dos dez maiores do mundo. O acordo servir como porta de en-trada para a companhia em outros pases da Amrica Latina. O Bra-sil um mercado parecido com o da China e as empresas chinesas esto tendo uma presena cada vez maior no Pas, disse em en-trevista ao Valor Econmico Holly

    Zheng, presidente da BlueFocus International, diviso que respon-de pelos negcios fora da China. Atualmente, a operao responde por um tero dos clientes e por 20% da receita anual de US$ 1,8 bilho da companhia. Segundo Holly, a fatia pode chegar a 50% nos prximos anos.u Alm de atuar no mercado de relaes pblicas, a BlueFocus navega por outros segmentos, como publicidade, anlise de dados, comrcio eletrnico e at

    design industrial. Sua expanso internacional comeou em 2014, a maior parte por meio de aqui-sies. At agora, foram oito companhias nos Estados Unidos e na Europa. u Para o Brasil, a estratgia, segundo o executivo, ser dife-rente. A opo por uma parceria com uma agncia local fez mais sentido inicialmente como uma forma de conhecer as particula-ridades do mercado. Mas outros formatos, como joint ventures,

    aquisies ou compra de partici-pao societria, tambm esto no radar, destacou.u O Brasil est experimentando um aprofundamento do relaciona-mento com a China e um nvel de investimento nunca antes visto, destaca Fbio Cardo. A velocida-de com que isso est acontecendo dificulta a execuo de estratgias efetivas de comunicao e marke-ting a muitos negcios chineses ao desenvolver suas atividades empresariais no Brasil .

    n Fernando Luna est deixando a direo editorial e a sociedade na Trip Editora depois de 16 anos. Em comunicado a J&Cia sobre o assunto, assinado por Paulo Lima, fundador da editora, Carlos (Califa) Sarli, diretor superinten-dente e scio, alm do prprio Luna, a Trip afirma que esse foi um perodo relevantssimo na histria da editora e d como exemplos o fato de que ela levou definitivamente sua revista para outras plataformas, criou a marca TPM (batizada pelo prprio Luna, alis) e se consolidou como a produtora de branded content desenvolvendo estratgias de comunicao, contedo impres-so, digital, vdeos e eventos para grandes empresas.

    u "Foi uma jornada incrvel, com desafios e oportunidades nicos, diz Luna. A editora cresceu muito em tamanho e reputao, sem nunca deixar de inovar. S deu certo graas a, li-teralmente, centenas de pessoas muito talentosas e, em especial, confiana, habilidade e parceria dos meus scios e amigos Paulo e Califa. Minha deciso de sair foi amadurecida durante o ano passado. Em dezembro, comea-mos a planejar como fazer essa transio acontecer da maneira mais tranquila possvel. Este mo-mento de transformao da mdia altamente estimulante e aponta novos horizontes para todos que fazem comunicao.u Para Paulo Lima, "a contribui-

    o do Luna foi fundamental em mais de uma dcada e meia de dedicao irrestrita ao projeto Trip. Sempre com elegncia e competncia, nos ajudou a tornar a marca Trip algo muito mais abrangente e relevante do que imaginvamos nas nossas melhores projees. S temos a agradecer pelo talento, lealdade e amizade, nesse fechamento de um ciclo realmente especial. Tenho certeza que o Luna con-tinuar por perto, colaborando, frequentando e curtindo as coisas que fazemos.u Sarli ressalta que "Luna par-ticipou de um perodo decisivo de crescimento e consolidao dos produtos e servios que desenvolvemos na Trip, primeiro

    como colega, depois como scio e, sempre, como amigo. Seu permanente sorriso, postura colaborativa e competncia pro-fissional contriburam muito para o reconhecimento da qualidade, prmios e o prestgio que a Trip vem construindo h dcadas. Somos gratos pela energia, pelo conhecimento e pela boa vibe que ele dedicou ao nosso projeto nesses anos.u Os diretores dos ncleos de contedo Rafaela Ranzzani (Trip/TPM), Claudio Gova (customi-zado 1) e Renata Leo (custo-mizado 2) passam a se reportar interina e diretamente ao editor/presidente Paulo Lima, que em breve deve anunciar o novo dire-tor editorial da empresa.

    nACionAis

    Cristiane Barbieri vai coordenar monitor de mdia para a RSF

    Fernando Luna deixa a direo editorial e a sociedade na Trip

    Carro de jornalista incendiado em Rio Preto (SP)

    TV Brasil reformula a programao

    24x7 firma parceria com o grupo chins BlueFocus

    http://www.iics.edu.brhttp://www.samsung.com.brhttp://www.mcdonalds.com.brhttp://www.mom-rsf.orghttp://www.mom-rsf.orgmailto:[email protected]:[email protected]://www.diariodaregiao.com.br/politica/carro-de-jornalista-do-di%C3%A1rio-%C3%A9-alvo-de-atentado-ao-lado-da-reda%C3%A7%C3%A3o-1.675408mailto:http://www.portaldosjornalistas.com.br/jornalista/rodrigo-limahttp://www.portaldosjornalistas.com.br/jornalista/adalberto-piottohttp://www.portaldosjornalistas.com.br/jornalista/roseann-kennedyhttp://www.portaldosjornalistas.com.br/jornalista/roseann-kennedyhttp://www.portaldosjornalistas.com.br/jornalista/gustavo-minarihttp://www.portaldosjornalistas.com.br/jornalista/vera-barrosohttp://www.portaldosjornalistas.com.br/jornalista/paulo-limahttp://www.portaldosjornalistas.com.br/jornalista/paulo-lima

  • Edio 1.092Pgina 11

    n A Aberje, em parceria com a DMR Consulting e apoio do Plano Feminino, est realizando a pes-quisa A mulher da comunicao. Sua fora, seus desafios. Com foco nas profissionais de comu-nicao, o objetivo da pesquisa

    compreender os principais desafios da mulher no mercado de trabalho, alm de mapear o estgio em que empresas e or-ganizaes esto em relao ao desenvolvimento das lideranas femininas. Uma prvia dos re-

    sultados foi apresentada nessa quarta-feira (8/3), em evento do Dia da Mulher Aberje, e sua ntegra constar da edio 2017 do Anurio da Comunicao Corporativa, da Mega Brasil, que ser lanado no dia 23 de maio, na

    abertura do 20 Congresso Mega Brasil de Comunicao, Inovao e Estratgias Corporativas, no Centro de Convenes Rebou-as, em So Paulo. Para participar, basta clicar neste link e responder s questes.

    n Andr Muniz, coordena-dor de pauta e reportagem da Agncia Brasil em So Paulo, deixou a empresa. Segundo o site Brasil247, o motivo teria sido a cobertura que a Agncia fez de um ato do Movimento

    dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST). Fernanda Melazo, da Coordenao de Comunicao Institucional da EBC em Bras-lia, informou a J&Cia que ele exercia um cargo em comisso, passvel de dispensa a qualquer

    momento pela prpria natureza da funo. Sua sada se deve a um rearranjo interno de pessoal que no guarda qualquer relao com contedo jornalstico.n Helosa Valente est de volta Mega Brasil, contratada para

    dar suporte rea de eventos e projetos jornalsticos da empresa. Substitui a Adriana Somma, que saiu. Hel foi por alguns anos edi-tora do Jornalistas&Cia Imprensa Automotiva.

    e MAis...n A Experimento Intercmbio Cultural, empresa especializada no segmento de educao, com programas de viagens de trabalho e estudo no exterior adquirida pelo Grupo CVC no final de 2016, passa a contar com nova estru-tura de atendimento imprensa, sob os cuidados da gerente de Comunicao Corporativa do Grupo Priscila Bures, e com atendimento de Fernanda Pa-jares e Fabiana Andrade. Mais informaes pelos [email protected], 11-2123-2195 e 2194.n A CR Comunicao, criada em 1998 por Cludia Rubinstein Gi-rard e incorporada recentemente pela GBR, de Guilherme Barros ([email protected]), tem novos e-mails, todos for-mados por [email protected], para Cludia Ru-binstein, Grasiela Caldeira e Bruna Espinosa. Entre outros clientes, a equipe atende conta da Jequiti Cosmticos.n A Medialink, de Raul Fagundes Neto, assumiu o trabalho de rela-es com a imprensa das marcas Topper e Rainha, pertencentes BR Sports. No atendimento, sob direo de Fernando Marchi (fer

    [email protected]), est o recm-contratado gerente de Contas Eduardo Vella (eduar do.vella@).u Destaque tambm na agncia para o trabalho de lanamento no Brasil da rede de comida inspirada na culinria mexicana Taco Bell, sob responsabilidade de Amauri Vargas (amauri.vargas@), e da rede de lojas de produtos naturais e saudveis Mundo Verde, sob direo de Renata Saud (renata.saud@), com Michelle Alessio (mi chelle.alessio@) como executiva de Atendimento.n A VGCom comemora a con-quista da conta da Tecfil, empresa com 64 anos e cerca de 1.500 colaboradores, especializada em filtros automotivos. Mais informa-es pelos 11-3213-9972 / 2155-0246 / 998-757-353 ou [email protected], com Vanessa Giannellini.n A nixPress a nova assesso-ria de imprensa da Vinho Seleto. Atendimento de Marina Lapie-tra ([email protected] ou 11-996-692-328) e Luiza Malagrino (luizamalagrino@ ou 989-021-694).n Na Sing, destaque para a con-quista da conta da Acer, empresa de tecnologia e fornecedora global

    de computadores. A equipe de atendimento ter Rassa Palma como executiva e Janana Leme como gerente, sob coordenao de Vnia Gracio. Mais informa-es pelos 11-5091-7838 e [email protected].

    CurtAs-sPn Jos Nello Marques informa que a sua Rdio Sonho j tem disposio dos ouvintes/internau-tas o WhatsApp 11-971-311-668 para contato direto. Ele sugere gravar mensagem de voz falando dos programas e playlists, dando dicas de msicas, pedindo e ofere-cendo: A participao direta em toda a programao de 24 horas. E no se esquea: Jornal da Rdio Sonho em duas edies, s 7h e s 12 horas.n Ser em 17/3 a segunda edio do Aberje Trends Tendncias em Comunicao. O encontro apontar tendncias que im-pactaro o dia a dia na rea de comunicao corporativa. Es-tudos, casos e discusses so oferecidos em seis painis para preparar profissionais do mundo corporativo. Das 9h s 18h, na Unibes Cultural (rua Oscar Freire, 2.500). Inscries abertas.

    AGendA-sP8/3 (quarta-feira) n O Consultor Jurdico lana o Anurio da Justia So Paulo 2017. A partir das 18h30, no Tribunal de Justia de So Paulo (praa da S). Confirmaes de presena pelo secretaria@consul torjuridico.com.br.9/3 (quinta-feira) n A revista Gla-mour promove o Prmio Gerao Glamour, a partir das 20h30, na Casa Charl (rua Tabapu, 1.353), que reconhecer talentos da nova gerao em 11 categorias, dez delas dedicadas s mulheres. Informaes e credenciamento com Mayana Borzani ([email protected]).14/3 (tera-feira) n Lanamento do projeto Brazil Global Impact Challenge, que selecionar uma iniciativa brasileira com poder de impactar positivamente o planeta, premiando seu criador com uma viagem de trs meses ao Vale do Silcio. A partir das 9h30, no espao C.O.W Coworking (rua Viradouro, 63, 14). Mais informa-es com Renata Lima (11-983-462-551) ou Guilhermo Benitez (983-099-890).n s 18h30, na Livraria da Vila do Shopping Ptio Higienpolis (Av. Hi-gienpolis, 618), Odir Cunha lana Lies de jornalismo (Summus).

    nACionAis ContinuAo

    Aberje pesquisa o perfil da mulher comunicadoraIniciativa celebra o Dia Internacional da Mulher e ser divulgada na ntegra no Anurio da Comunicao Corporativa

    n Aps mais de 20 anos atuando no Brasil, a Motorpress Brasil Editora, brao local do Grupo Mo-torpress Internacional, informou nessa tera-feira (7/3) o encerra-mento de suas atividades no Brasil. A medida, segundo o comunicado, visa a minimizar o impacto da crise mundial para a empresa, que pretende reduzir a quantidade de pases nos quais o grupo atua.u At o final de 2016 a editora era responsvel pela publicao de quatro revistas impressas, alm de seus respectivos sites e uma srie de eventos relacionados a cada marca. Porm no comeo de 2017, j como reflexo desse novo posi-cionamento, um de seus ttulos, a

    Transporte Mundial, foi repassado para a Editora GG, que edita entre outros a revista O Carreteiro.u O mesmo molde agora ser aplicado aos trs ttulos restan-tes. Com isso, a revista Carro, o site Carro Online, suas mdias sociais e outros produtos agrega-dos, alm da pesquisa Best Cars no Brasil, passam a ser controla-dos pela Infini Editora, que publica a revista O Mecnico, que circula h mais de 32 anos. A aquisio do ttulo Carro fortalecer ainda mais nosso posicionamento tc-nico em informaes para o setor automotivo, destaca o presiden-te da Infini Fbio Antunes de Figueiredo. Agora, poderemos

    difundir tambm nosso trabalho para o consumidor final.u J as revistas Motociclismo e Racing, seus sites, mdias sociais, e eventos como Moto de Ouro e Capacete de Ouro, alm dos cat-logos dos sales, edies customi-zadas e outros especiais, seguem sob os cuidados de Isabel Reis, scia-fundadora e vice-presidente da Motorpress Brasil. Para tocar a operao, ela se associou Matel, de Eduardo Ribeiro (no confundir com o Eduardo Ribeiro deste J&Cia). Com 45 anos no mer-cado de comunicao e eventos, a empresa responsvel pela orga-nizao de eventos automotivos como o Auto Show (para venda de

    automveis usados) e Auto Show Collection (exposio de carros antigos). Dessa unio, surgir uma nova empresa, com solues de contedo e de varejo voltadas para o consumidor, que ser apresenta-da ao mercado em breve.u CEO das operaes no Brasil e na Argentina, Adrian Lualdi se-guir tendo alguns compromissos com a Motorpress Brasil at o encerramento total da empresa, mas sua participao no pas vizinho seguir inalterada.u Nos prximos dias devero ser anunciados outros detalhes da operao, incluindo o destino dos profissionais de redao e a nova estrutura das revistas.

    n Antonio Epifnio Moura Reis, de todos conhecido como Moura Reis, foi eleito no final de fevereiro novo diretor de Jornalismo da ABI, passan-do a integrar a diretoria executiva da instituio, cargo que acumular com o de membro do Conselho Delibe-

    rativo e diretor da Seo So Paulo. Moura assume no lugar de Jos Luis Laranjo Duarte, que renunciou ao cargo. A deciso foi aprovada na ltima reunio do Conselho Delibe-rativo, realizada na sede da entidade, em 20 de fevereiro.

    u Moura Reis tem mais de 50 anos de estrada, tendo passado por alguns dos mais importantes veculos de comunicao do Pas, caso do jornal O Globo, onde atuou por muitos anos. Dirigiu, por ltimo, a Redao do Dirio

    do Comrcio, de So Paulo, e, na sequncia, foi editor do Dirio de S.Paulo/Dirio Popular. Vai liderar a equipe integrada pelos jornalistas Claudia Sanches e Edir Lima e pela designer Ana Paula Aguiar.

    Moura Reis assume a Diretoria de Jornalismo da ABI

    Motorpress encerra atividades no Brasil e ttulos so negociados

    so PAulo

    http://www.iics.edu.brhttp://www.samsung.com.brhttp://www.mcdonalds.com.brhttp://planofeminino.com.br/http://planofeminino.com.br/http://www.surveygizmo.com/s3/3355223/ABERJE-A-mulher-de-Comunica-o-Sua-for-a-seus-desafioshttp://www.surveygizmo.com/s3/3355223/ABERJE-A-mulher-de-Comunica-o-Sua-for-a-seus-desafioshttp://www.aberje.com.br/calendario/dia-da-mulher-aberje/http://www.surveygizmo.com/s3/3355223/ABERJE-A-mulher-de-Comunica-o-Sua-for-a-seus-desafioshttp://www.portaldosjornalistas.com.br/jornalista/heloisa-valentemailto:[email protected]:[email protected]://www.portaldosjornalistas.com.br/jornalista/guilherme-barrosmailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]://www.portaldosjornalistas.com.br/jornalista/jose-nello-marqueshttp://www.radiosonho.comhttp://www.aberje.com.br/calendario/aberje-trends-2a-edicao/mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]

  • Edio 1.092Pgina 12

    n Cristina Alves a nova inte-grante da equipe de assessores da presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos Marques. O convite partiu de Mariza Louven, que chefia a comunicao e completa agora um time de peso para o tra-tamento com a imprensa: l esto Lucila Soares, Eliane Velloso e Alexandre Rodrigues. Cristina se licenciou de sua empresa, a Nau Comunicao, e a scia Re-gina Eleutrio cuida do negcio aps seu afastamento, no final de fevereiro.n A GBR, de Guilherme Barros ([email protected]), acaba de ganhar mais um refor-o para o escritrio do Rio de Janeiro. Mrcio Vieira (marcio.vieira@) junta-se equipe que presta atendimento Estcio, formada por Carla Falco (carla.falcao@), Mariana SantAnna (mariana.santanna@) e Marina Rocha (marina.rocha@). Mrcio esteve frente da comunicao da Autoridade Pblica Olmpica e do Conselho Federal de Economia,

    alm de ter atuado junto ao Banco Mundial, ministrios do Turismo e da Agricultura, Conselho Federal de Psicologia, MB Sntese e Cor-reio Braziliense.n Depois de quase quatro anos no Departamento de Comuni-cao Corporativa da Nissan, como terceirizado pela Imagem Corporativa, Vinicius Andrade ([email protected], 21-2240-8783 e 992-794-260) foi promovido no incio do ano e assumiu este ms a coordenao do escritrio da agncia no Rio de Janeiro.u Contratado em 2011, na poca para cuidar da rea de relaes pblicas da Rede DOr So Luiz no Rio, e transferido em 2013 para atuar como interno na Nissan, ele agora ter como desafio levar novos clientes e jobs para a agn-cia, alm de fomentar parcerias e coordenar o atendimento dos clientes na capital carioca.u Na nova estrutura, responder diretora Adlia Chagas e ao CEO Ciro Dias Reis. Para a vaga

    dele na Nissan foi contratado Michael Figueredo (21-989-190-800 e [email protected]), que vinha atuando como reprter automotivo dos jornais Extra e O Globo.n Approach Trends o ttulo do boletim que a Approach lanou, trazendo tendncias de contedo, novidades das principais platafor-mas e outros temas relevantes para o mercado de comunicao. A pu-blicao no tem periodicidade defi-nida e quem quiser ver as primeiras edies, esto disponveis. Para assinar, basta preencher os campos no rodap do site da agncia.n Luisi Valado, da Lupa, come-mora a chegada de novo cliente: a Med-Rio Check-up. Uma das pioneiras no Brasil na rea de me-dicina preventiva, j realizou mais de 100 mil check-ups mdicos em executivos, homens e mulheres, das maiores empresas do Pas. O atendimento est a cargo de Leila Souza Lima ([email protected]) e Gabriel Oliven (gabriel@). A Lupa completa nove anos em 2017.

    n A Ex-Libris assumiu a asses-soria de imprensa do Cons