iii.9 eixo peru - brasil - bolívia · passagens de fronteira e portos marítimos do eixo peru -...
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III.9 Eixo Peru - Brasil - Bolívia
III.9.1. Localização e Área de Influência do Eixo O Eixo Peru - Brasil - Bolívia foi definido por meio da delimitação de uma área de influência que incorpora a vinculação dos principais pontos de articulação localizados perto da zona da tríplice fronteira entre o Peru, o Brasil e a Bolívia. Esta área de influência é relativamente dinâmica, já que está vinculada também à localização física dos projetos que se incorporam aos distintos grupos em que se dividiu o eixo. A área atual do Eixo Peru - Brasil - Bolívia está delimitada no mapa a seguir:
Mapa nº 63 - Localização e área de influência do Eixo Peru - Brasil - Bolívia
A região detalhada abrange os departamentos de Tacna, Moquegua, Arequipa, Apurimac, Cusco, Madre de Dios e Puno, no Peru, os departamentos de Pando, Beni e La Paz da Bolívia e os Estados do Acre e de Rondônia no Brasil. Em comparação com a área de influência original do eixo, foram excluídos os Estados brasileiros do Amazonas e do Mato Grosso e agregado o departamento de La Paz, na Bolívia. A área de influência definida para o Eixo Peru-Brasil-Bolívia alcança uma superfície de 1.146.871 km2, incorporando 10,79% da soma de superfície total dos três países que formam o eixo, sendo suas principais cidades, portos e passagens de fronteira os apresentados no quadro a seguir:
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Quadro nº 152 - Superfície, população, principais cidades, passagens de fronteira e portos marítimos do Eixo Peru - Brasil - Bolívia
Países Unidades territoriais
Superfície km2
População hab. 2008
Principais cidades
Passagens de fronteira
Portos marítimos e fluviais
PERU 1.285.234 28.214.000
Tacna 16.076 297.228 Tacna La Concordia
Moquegua 15.734 166.258 Moquegua Ilo
Arequipa 63.345 1.186.009 Arequipa Matarani
Apurimac 20.896 416.013 Abancay
Cusco 72.104 1.205.668 Cusco
Puno 71.999 1.305.545 Puno Desaguadero
Madre de Dios 85.183 112.760 Pto Maldonado Iñapari P. Maldonado
Área de influência 345.337 4.689.481
BRASIL 8.514.877 189.612.814
Acre 152.581 680.073 Rio Branco Assis Brasil, Brasiléia
Rondônia 237.576 1.493.566 Porto Velho Guajará - Mirim Porto Velho
Área de influência 390.158 2.173.639
BOLIVIA 1.098.581 10.027.643
Pando 63.827 75.335 Cobija Cobija
Beni 213.564 430.049 Trinidad Guayaramerín
La Paz 133.985 2.756.989 La Paz, El Alto Visviri
Área de influência 411.376 3.262.373
Total países do Eixo 10.898.692 227.854.457
Total área de influência 1.146.871 10.125.493
III.9.2. Caracterização Básica do Eixo Aspectos Demográficos Calculou-se, para 2008, uma população total aproximada de 10.125.493 habitantes para a área de influência definida para o Eixo Peru - Brasil - Bolívia, o que representa 4,44% da soma da população total dos três países integrantes do eixo. Além disso, a área do eixo alcançou uma densidade demográfica média de 8,83 habitantes/km2. Este indicador varia de um máximo de 20,58 habitantes/km2 para a área de influência do departamento de La Paz, na Bolívia, a um mínimo de 1,18 habitantes/km2 correspondente ao território do departamento de Pando, também na Bolívia. O território do eixo tem a menor densidade demográfica dos nove Eixos de Integração e Desenvolvimento da IIRSA descritos neste documento.
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Aspectos Econômicos Determinou-se para a área de influência do Eixo Peru - Brasil - Bolívia um Produto Interno Bruto de US$ 20,2312 bilhões a preços correntes de mercado em 2000 sobre a base dos valores das estatísticas da Cepal para cada país em 2007 e considerando as porcentagens da participação no PIB calculado por cada instituto estatístico nacional para as unidades territoriais de cada país que fazem parte do eixo. Este montante representa 2,25% da soma dos PIBs totais, para o mesmo ano, dos países que integram o eixo. Estes dois indicadores são, também, os menores entre os nove Eixos de Integração e Desenvolvimento descritos neste documento. O Produto Interno Bruto resultante da soma dos PIBs dos três países que integram o eixo a valores correntes de 2000 variaram positivamente entre 2000 e 2007 em 27,40%, o que implicou uma taxa de crescimento média anual de 3,52% para o mesmo período. Em relação à dinâmica das diversas atividades econômicas nos países da região, constata-se que os setores de estabelecimentos financeiros, seguros, bens, etc.; de agricultura, caça, silvicultura e pesca; minas e pedreiras e transportes; armazenamento e comunicações são os que cresceram em maior proporção, nesta ordem, nos últimos sete anos. Da área de influência do Eixo Peru - Brasil - Bolívia foram realizadas exportações de um valor anual de US$ 6,8457 bilhões em 2008. Comparando-se este valor com o das exportações totais dos países do Eixo Peru - Brasil - Bolívia no mesmo ano, constata-se que as primeiras alcançam 2,9% das segundas (US$ 235,9416 bilhões). Em 2008, 96,62% das exportações em valor pelos países que integram o Eixo Peru - Brasil - Bolívia são extrazona, enquanto 3,38% (US$ 7,9741 bilhões) correspondem a exportações entre os países do eixo (intrarregionais). Esta última porcentagem alcançava 1,99% do total das exportações de 2000 (US$ 1,2623 bilhão/US$ 63,4249 bilhões). Entre os cinco principais produtos exportados pelos países do Eixo Peru - Brasil - Bolívia, o petróleo cru é o mais importante, representando cerca de 6,01% do valor total exportado pelos três países em 2008, seguido em importância pelas exportações de minério de ferro não aglomerado e seus concentrados (com 4,68% do total exportado). O terceiro, o quarto e o quinto lugares foram ocupados, respectivamente, pelos grãos de soja, o minério de cobre e o ouro. A soma dos cinco principais produtos exportados a partir de cada país alcança 29,13% do valor do total exportado pelos países do Eixo Peru - Brasil - Bolívia em 2008. Em relação aos modos de transporte dos movimentos de cargas internacionais (exportações e importações) em volume, a partir dos países do Eixo Peru - Brasil - Bolívia em 2007, o modo marítimo alcançou 89,62% do total movimentado, o modo ferroviário 1,61%, o modo rodoviário 2,6%, o modo fluvial 1,79%, o modo aéreo 0,2%, e o modo “outros meios” 4,18%. Em 2000 os movimentos de cargas internacionais em volume pelos mesmos países foram realizados da seguinte maneira: o modo marítimo alcançava 92,08% do total, o modo ferroviário 0,49%, o modo rodoviário 3,05%, o modo fluvial 2,42%, o modo aéreo 0,25%, e o modo “outros meios” 1,71%. É interessante destacar a evolução do trânsito fronteiriço entre os países na região. Por exemplo, na passagem de fronteira de Guajará-Mirim, entre o Estado de Rondônia no Brasil e o departamento de Beni na Bolívia, as exportações em volume de Rondônia para a Bolívia evoluíram de 1.643,8 toneladas em 2000 para 7.242,2 toneladas em 2008, (representando 1,32% das exportações totais em volume do Estado em 2008 e 41,3% das exportações totais em volume do Brasil que usaram essa passagem). Quando se consideram as exportações totais do Brasil para a Bolívia que utilizaram esta passagem, verifica-se que aumentaram de 17.060,4 toneladas em 2000 para 17.537,1 toneladas em 2008. Por outro lado, as importações da Bolívia para Rondônia pela mesma passagem caíram de 81,2 toneladas (sobre um total para o Brasil por essa passagem de 133,5 toneladas) em 2000 a zero em 2008. As atividades dominantes das unidades territoriais que integram o Eixo Peru - Brasil - Bolívia demonstram os perfis produtivos indicados a seguir:
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• Brasil - Estados do Acre e de Rondônia.
Acre: produção agrícola (arroz, milho, mandioca, banana e grãos); pecuária bovina e lácteos; produção florestal; turismo, castanhas-do-pará, borracha, aquicultura, madeiras, suinocultura e avicultura. Rondônia: castanhas-do-pará; madeira e carvão vegetal; pecuária bovina e lácteos; agricultura (soja, milho, arroz e mandioca); produção de mineral de tungstênio e ouro; avicultura, fruticultura e horticultura.
• Peru – Departamentos de Arequipa, Moquegua, Tacna, Puno, Apurimac, Cusco e Madre de Dios:
Arequipa: exploração mineral: cobre, ouro e prata; pesca e farinha de pescado; agricultura (alfafa, batata, arroz, cebola e alho); pecuária bovina e lácteos. Moquegua: exploração mineral: cobre e prata; pesca, farinha e óleo de pescado; agricultura (alfafa, cebola, batata, milho e azeitonas), camelídeos. Tacna: mineração de cobre e prata; pesca (enlatados, congelados e mariscos); agricultura (alfafa, cebola, batatas e azeitonas); avicultura, suinocultura e camelídeos. Puno: mineração de estanho, ouro e prata; agricultura (batata, aveia forrageira, alfafa), bananas e laranjas; pecuária bovina e lácteos; camélideos, indústria têxtil da alpaca. Apurimac: batata, cebola, milho e cevada. Cusco: turismo; grãos, cereais e gado bovino. Madre de Dios: borracha, madeiras, castanhas-do-pará e ouro.
• Bolívia – Departamentos de Beni, La Paz e Pando:
Beni: pecuária bovina, couros; castanhas-do-pará, madeiras e produção agrícola (cereais, frutas e tubérculos). La Paz: exploração mineral de zinco, estanho, ouro, antimônio e chumbo; indústria têxtil, de couros, cimento e madeiras; serviços, pecuária bovina e camelídeos; agricultura (tubérculos, frutas, coca, forragens e hortaliças). Pando: exploração de castanhas-do-pará; madeiras; produção agrícola (cereais, frutas, hortaliças, tubérculos e bovinos).
Infraestrutura Atual • A infraestrutura de integração do eixo é em geral limitada e seu estado é ainda deficiente. É uma região
com áreas muito isoladas, com barreiras naturais importantes e com muito baixa densidade populacional, embora exista capacidade potencial para superar essas circunstâncias e potencializar seu desenvolvimento e recomposição. É importante destacar que nos últimos anos adiantou-se a execução de obras viárias importantes que melhoram a conexão internacional no eixo e integram áreas isoladas ao desenvolvimento sustentável (“Pavimentação Iñapari - Puerto Maldonado - Inambari, Inambari - Juliaca / Inambari - Cusco” que liga o Peru ao Brasil e à Bolívia).
• A rede viária da área de influência do Eixo Peru - Brasil - Bolívia alcança um total de 80.736 km, o que representa 4,36% do total da soma das redes viárias nacionais dos cinco países que integram o eixo. Além disso, o eixo conta com 11,96% das redes viárias nacionais de sua área de influência pavimentada. A infraestrutura viária caracteriza-se por sua maior densidade nas áreas mais consolidadas próximas ao litoral marítimo do sul do Peru, nas proximidades de La Paz e na zona da fronteira entre o Peru e a Bolívia em Desaguadero. Na maioria das fronteiras entre os países do eixo existem barreiras naturais de importância como a região desértica do planalto andino, a Cordilheira dos Andes, a selva amazônica e os rios Mamoré, Madeira, Acre e Abuna.
• A rede ferroviária existente na área de influência do Eixo Peru - Brasil - Bolívia alcança um total de 2.261 km, dos quais 55,06% se encontram em operação com diferentes graus de qualidade do serviço e quase 100% nos departamentos de Moquegua, Arequipa, Cusco e Puno do Peru, (há 7 km operantes em Rondônia dos 364 km da Estrada de Ferro Madeira - Mamoré). Há ligação ferroviária entre o Peru e o Chile, o Chile e a Bolívia, e entre a Bolívia e o Peru (usava-se um ferryboat entre Guaqui e Puno) na área do eixo, embora atualmente nenhuma das três conexões se encontre em operação (entre os projetos do eixo não se incorporaram ferroviários, os da zona foram incluídos no Eixo Interoceânico Central).
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• Na infraestrutura portuária marítima do eixo destacam-se os seguintes principais portos, segundo seus movimentos de cargas: o porto fluvial de Puerto Maldonado no rio Madre de Dios no departamento peruano do mesmo nome; Matarani e Ilo nos departamentos peruanos de Arequipa e Moquegua, respectivamente, no Pacífico; o porto fluvial de Porto Velho no rio Madeira no Estado de Rondônia. Todos possuem adequadas instalações para o trânsito, movimento e acondicionamento de mercadorias de importação e exportação. Entre 2001 e 2007 o movimento de cargas total dos portos peruanos e brasileiro assinalados (não há dados de Matarani para os anos selecionados), cresceu 44,23%, (de 2.785.709 toneladas para 4.017.929 toneladas).
• Existe uma adequada infraestrutura aeroportuária no eixo, que possibilita a conexão por transporte aéreo em toda sua extensão. A IIRSA prevê para este eixo a intervenção com projetos em três aeroportos da região (todos no Peru).
• Na área de influência do Eixo Peru - Brasil - Bolívia a capacidade instalada de geração elétrica alcança a 2.605,8 MW, dos quais 48,95% correspondem aos departamentos peruanos, 37,43% aos dois Estados brasileiros e os 13,62% restantes aos três departamentos bolivianos (nos departamentos de Beni e Pando a geração provém de sistemas isolados). A capacidade instalada da área do eixo alcança 2,38% da capacidade instalada somada dos países do Eixo Peru - Brasil - Bolívia. Não há interconexão entre os sistemas elétricos dos três países (entre os projetos do eixo incluiu-se a execução de uma linha de transmissão elétrica de Puerto Maldonado à fronteira com Brasil).
Na área de influência do eixo há um oleoduto da Bolívia até o Chile (de Sica Sica, La Paz ao porto de Arica, XV Região).
III.9.3. Potencial de Desenvolvimento do Eixo A área de influência do Eixo Peru - Brasil - Bolívia representa um mercado de mais de 10,1 milhões de habitantes em uma área de influência estendida de 1,14 milhão de km2, com um valor agregado de aproximadamente US$ 20,2312 bilhões (onde o aporte das áreas de influência dos países é o mais equilibrado entre os nove eixos, 53,10 dos sete departamentos peruanos, 32,12% dos dois Estados brasileiros e 14,78% dos três departamentos bolivianos). É importante destacar que na área de influência do Eixo Peru - Brasil - Bolívia os principais produtos gerados só no caso dos departamentos peruanos coincidem quase exatamente com os cinco produtos principais que cada um dos cinco países integrantes do eixo exporta. Além disso, a região conta com áreas significativas com densidade demográfica muito baixa, ocupação mínima ou nula e bastante afastadas dos centros economicamente consolidados. Assim, a estratégia para alcançar um desenvolvimento sustentável na região deveria focalizar o fortalecimento das atividades agrárias, florestais e turísticas das diversas regiões locais como pilar da economia regional. Este enfoque implica a soma de esforços locais, nacionais e regionais para modernizar a agricultura, otimizar a articulação entre as áreas de produção e os mercados, identificar e desenvolver as melhores zonas para a atividade agropecuária, florestal e turística, estimular o desenvolvimento das condições empresariais para a criação de agroindústrias e garantir que o desenvolvimento econômico assegure a conservação dos recursos naturais, da biodiversidade da região e a integração igualitária das comunidades isoladas. As melhorias tecnológicas incorporadas nos setores agropecuários, mineiros, industriais e de serviços, que resultam em importantes aumentos da produtividade, em combinação com a abertura de novos, grandes e crescentes mercados de consumo, a pronta incorporação de vínculos viários importantes na região, e os preços da terra ainda relativamente baixos nas regiões menos desenvolvidas colocam a área do eixo em uma situação muito promissora para o desenvolvimento de investimentos nos setores agropecuário, florestal e mineiro.
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III.9.4. Agrupamentos do Eixo As delegações dos três países que integram o Eixo Peru - Brasil - Bolívia decidiram por consenso manter os três agrupamentos do eixo:
Quadro nº 153 - Agrupamentos identificados no Eixo Peru - Brasil - Bolívia
Agrupamentos Países envolvidos
Grupo 1: Corredor Porto Velho - Rio Branco - Assis - Puerto Maldonado - Cusco / Juliaca - Portos do Pacífico
Perú - Brasil
Grupo 2: Corredor Rio Branco - Cobija - Riberalta - Yucumo - La Paz Brasil - Bolivia
Grupo 3: Corredor Fluvial Madeira - Madre de Dios - Beni Perú - Brasil - Bolivia
A localização geográfica e área de influência de cada um deles são ilustradas no mapa a seguir:
Mapa nº 64 - Agrupamentos do Eixo Peru - Brasil - Bolívia
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III.9.5. Agrupamento de Projetos e Funções Estratégicas
Grupo 1: Corredor Porto Velho - Rio Branco - Assis - Puerto Maldonado - Cusco / Juliaca - Portos do Pacífico
FUNÇÃO ESTRATÉGICA
• Abrir novas possibilidades para o desenvolvimento socioeconômico da macrorregião sul do Peru e os Estados de Acre e Rondônia do Brasil por meio de sua vinculação conjunta, facilitar o acesso dos referidos Estados brasileiros assim como da serra e da Amazônia peruanas aos mercados internacionais, em especial da Bacia do Pacífico, impulsionando assim o processo de integração regional.
Mapa nº 65 - Eixo Peru - Brasil - Bolívia - Grupo 1
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Quadro nº 154 - Eixo Peru - Brasil - Bolívia - Grupo 1: Investimentos associados
Eixo Peru - Brasil - Bolívia: Grupo 1 Investimento estimado (US$ milhões)
Pavimentação Iñapari - Puerto Maldonado - Inambari, Inambari - Juliaca / Inambari - Cusco 1.392,6
Passagem de fronteira e construção do Cebaf (Peru - Brasil) 0,0
Ponte sobre o rio Acre 12,0
Melhoria do aeroporto de Puerto Maldonado 36,9
Linha de transmissão Puerto Maldonado - fronteira Brasil 0,0
Linha de transmissão San Gabán - Puerto Maldonado 0,0
Melhoria do aeroporto de Juliaca 34,8
Melhoria do aeroporto de Arequipa 50,3
TOTAL 1.526,6
Grupo 2: Corredor Rio Branco - Cobija - Riberalta - Yucumo - La Paz
FUNÇÃO ESTRATÉGICA
• Abrir novas possibilidades para o desenvolvimento socioeconômico da região Madre de Dios - Acre - Pando por meio de sua vinculação ao eixo central boliviano.
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Mapa nº 66 - Eixo Peru - Brasil - Bolívia - Grupo 2
Quadro nº 155 - Eixo Peru - Brasil - Bolívia - Grupo 2: Investimentos associados
Eixo Peru - Brasil - Bolívia: Grupo 2 Investimento estimado (US$ milhões)
Ponte Binacional sobre o Rio Mamoré entre Guayaramerín e Guajará - Mirim 100,0
Rodovia Cobija - El Chorro - Riberalta 80,0
Rodovia Yucumo - Trinidad 200,0
Cobija - Extrema 29,0
Passagem de fronteira Bolívia - Peru (Extrema) 2,0
Passagem de fronteira Brasileia - Cobija 0,0
Rodovia Guayaramerín - Riberalta /Yucumo - La Paz 550,0
TOTAL 961,0
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Grupo 3: Corredor Fluvial Madeira - Madre de Dios - Beni
FUNÇÃO ESTRATÉGICA
• Consolidar uma via de integração internacional fluvial afetando principalmente a logística de transporte e o desenvolvimento socioeconômico das regiões de Madre de Dios no Peru, Rondônia no Brasil e Pando e Beni na Bolívia.
• Possibilitar a mudança da matriz energética aumentando a oferta de energia renovável na região.
Mapa nº 67 - Eixo Peru - Brasil - Bolívia - Grupo 3
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Quadro nº 156 - Eixo Peru - Brasil - Bolívia - Grupo 3: Investimentos associados
Eixo Peru - Brasil - Bolívia: Grupo 3 Investimento estimado (US$ milhões)
Navegação do Rio Madeira entre Porto Velho e Guajará-Mirim 0,0
Hidrelétrica Cachuela-Esperanza (Rio Madre de Dios - Bolívia) 1.200,0
Hidrovia Ichilo-Mamoré 0,0
Navegabilidade do rio Beni 0,0
Hidrovia Madre de Dios e porto fluvial 0,0
Complexo hidrelétrico do rio Madeira (Hidrelétrica Santo Antônio e Hidrelétrica Jirau)
6.200,0
Hidrelétrica binacional Bolívia-Brasil 2.000,0
Linhas de transmissão entre as duas centrais hidrelétricas do rio Madeira e o sistema central
1.000,0
TOTAL 10.400,0
III.9.6. Carteira de Projetos do Eixo Peru - Brasil - Bolívia Aspectos Gerais Os países concordaram em incluir no Eixo Peru - Brasil - Bolívia 23 projetos, com um investimento estimado de US$ 12,8876 bilhões, tal como é resumido a seguir:
Quadro nº 157 - Aspectos gerais da Carteira do Eixo Peru - Brasil - Bolívia
Eixo Peru - Brasil - Bolívia
Nome No de projetos
Investimento estimado (US$ milhões)
Grupo 1 Corredor Porto Velho - Rio Branco - Assis - Puerto Maldonado - Cusco / Juliaca - Portos do Pacífico
8
1.526,6
Grupo 2 Corredor Rio Branco - Cobija - Riberalta - Yucumo - La Paz 7 961,0
Grupo 3 Corredor Fluvial Madeira - Madre de Dios - Beni 8 10.400,0
TOTAL 23 12.887,6
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Composição Setorial A composição setorial dos projetos do eixo é detalhada a seguir:
Quadro nº 158 - Composição setorial da Carteira do Eixo Peru - Brasil - Bolívia
Transporte Energia
Setor / Subsetor No de projetos Investimento estimado (US$ milhões)
No de projetos Investimento estimado (US$ milhões)
Rodoviário 7 2.363,6
Fluvial 4 0,0
Passagens de fronteira 3 2,0
Aéreo 3 122,0
Geração energética 3 9.400,0
Interconexão energética 3 1000,0
TOTAL 17 2.487,6 6 10.400,0
Tipologia de Projetos A tipologia de projetos do eixo é resumida nos quadros a seguir:
Quadro nº 159 - Tipologia de projetos de transporte rodoviário do Eixo Peru - Brasil - Bolívia
Tipologia de projectos No de projetos Investimento estimado (US$ milhões)
Ampliação de capacidade da rodovia 1 1.392,6
Pavimentação (obra nova) 4 859,0
Pontes (novas e recuperação) 2 112,0
TOTAL 7 2.363,6
Quadro nº 160 - Tipologia de projetos de transporte aéreo do Eixo Peru - Brasil - Bolívia
Tipologia de projectos No de projetos Investimento estimado (US$ milhões)
Ampliação de aeroportos 3 122,0
TOTAL 3 122,0
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Quadro nº 161 - Tipologia de projetos energéticos do Eixo Peru - Brasil - Bolívia
Tipologia de projectos No de projetos Investimento estimado (US$ milhões)
Interconexão energética 3 1.000,0
Geração energética 3 9.400,0
TOTAL 6 10.400,0
Quadro nº 162 - Tipologia dos projetos de transporte fluvial do Eixo Peru-Brasil-Bolívia
Tipologia de projectos No de projetos Investimento estimado (US$ milhões)
Melhoria da navegabilidade fluvial 4 0,0
TOTAL 4 0,0
Quadro nº 163 - Tipologia dos projetos de passagem de fronteira do Eixo Peru-Brasil-Bolívia
Tipologia de projectos No de projetos Investimento estimado (US$ milhões)
Infraestrutura para implantação de centros de fronteira
3 2,0
TOTAL 3 2,0
Projetos-âncora Os países identificaram no eixo três projetos-âncora, que totalizam um investimento estimado de US$ 1,4926 bilhão de acordo com o detalhamento a seguir:
Quadro nº 164 - Projetos-âncora do Eixo Peru - Brasil - Bolívia
Grupo Projetos-âncora Investimento estimado (US$ milhões)
Tipo de financiamento Âmbito Fase
1 Pavimentação Iñapari - Puerto Maldonado - Inambari, Inambari - Juliaca / Inambari - Cusco
1.392,6
Público Nacional Execução
2 Ponte binacional sobre o rio Mamoré (Guayaramerín / Guajará - Mirim)
100,0
Público Binacional Pré-execução
3 Navegação do rio Madeira entre Porto Velho e Guajará - Mirim
0,0
Público Nacional Perfil
TOTAL 1.492,6
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III.10. Principais Restrições ao Desenvolvimento Vinculadas à Infraestrutura A América do Sul – assim como a área de influência dos dez eixos da IIRSA, guardadas as devidas proporções – é um território muito vasto, com baixas densidades demográficas e grandes vazios entre os núcleos de concentração das populações, e com centros de produção importantes, relacionados com as atividades econômicas mais significativas (mineração, hidrocarbonetos, agricultura, exploração florestal, etc.) das regiões. Além disso, possui concentrações urbanas das mais altas do mundo, visto que abrange cidades como São Paulo, Buenos Aires, Rio de Janeiro, Bogotá e Lima, que estão entre as mais superpopulosas do planeta. De forma geral, pode-se dividir o território da América do Sul – e do mesmo modo as áreas de influência dos dez eixos – em três regiões bem diferenciadas geograficamente e também em densidade demográfica e desenvolvimento. A região litorânea ou costeira dos dois oceanos (no caso dos países sem litoral marítimo sua equivalente seria a área ou eixo Central), que em geral são as regiões consolidadas economicamente, a região intermediária, que normalmente coincide com a área de avanço da ocupação territorial e desenvolvimento rumo ao interior dos países e, por último, a região isolada ou com muito baixa conectividade (selva amazônica, a Cordilheira dos Andes, os desertos patagônicos e andinos, etc.). Nesta última região existem problemas de conectividade territorial significativos, tanto internamente em cada país, quanto através das fronteiras desses mesmos países. É evidente que os problemas da infraestrutura de transporte nas diferentes regiões são muito variados; em alguns casos, será necessário realizar melhorias no serviço das infraestruturas existentes pelo aumento da demanda, e, em outros, definir a integração de áreas isoladas buscando a melhor solução pela ótica do desenvolvimento sustentável. Então, apresentam-se as principais restrições ao transporte verificadas nos territórios dos dez Eixos de Integração e Desenvolvimento da IIRSA no quadro a seguir:
Quadro nº 165 – Principais restrições gerais ao transporte nos dez eixos da IIRSA
Rodovias
Problemas de capacidade insuficiente em alguns trechos e cruzamentos urbanos congestionados.
Cruzamento dos diversos tipos de barreiras naturais (os Andes, grandes rios, etc.).
Problemas físicos em passagens de fronteira.
Problemas de segurança viária.
Padrões e geometrias comuns.
Estado das pistas, acostamentos e sinalização por manutenções descontínuas.
Demoras na solução de descontinuidades pontuais devido a desastres naturais.
Rede ferroviária
Restrições para a operação de trens de grande porte.
Diferenças de bitolas e gabaritos.
Falta de vinculações multimodais.
Baixa velocidade permitida.
Baixo e descontínuo investimento na modalidade.
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Aeroportos Problemas de capacidade insuficiente em alguns terminais.
Falta de equipamento para garantir a confiabilidade e segurança operacional.
Portos e vias navegáveis Correção de pontos críticos e medidas para assegurar a navegabilidade.
Falta de conexões multimodais com o transporte terrestre.
Transporte automotivo
Reservas de carga que obrigam a transbordos.
Demoras e custos substanciais nas passagens de fronteira.
Assimetrias tributárias.
Requisitos de habilitação díspares.
Transporte ferroviário
Demoras nas passagens de fronteira.
Dificuldades para o intercâmbio de carros e vagões.
Irregularidade dos serviços.
Transporte aéreo Reservas de mercado.
Requisitos de habilitação díspares.
Transporte fluvial e marítimo
Reservas de carga.
Calados que não permitem eficiência no uso dos transportes.
Desequilíbrios nas rotas de tráfego.
Implementação do transporte intermodal a fim de conseguir a conectividade das hidrovias.
Regulamentação de segurança que impõe custos excessivos.
Demoras e dificuldades na aplicação dos tratados de transporte fluvial.
Passagens de fronteira
Infraestruturas insuficientes e com problemas de acessibilidade.
Falta de coordenação em horários de atendimento e em exigências de requisitos.
Bloqueio da acessibilidade por crescente número de atividades informais que em alguns casos dificulta o comércio legal.
Acumulação de tempo de espera e custos extraordinários nas múltiplas operações de fronteira.
Defasagem em investimentos em tecnologias da informação e comunicações (TICs).
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