A navegação consulta e descarregamento dos títulos inseridos nas Bibliotecas Digitais UC Digitalis,

UC Pombalina e UC Impactum, pressupõem a aceitação plena e sem reservas dos Termos e

Condições de Uso destas Bibliotecas Digitais, disponíveis em https://digitalis.uc.pt/pt-pt/termos.

Conforme exposto nos referidos Termos e Condições de Uso, o descarregamento de títulos de

acesso restrito requer uma licença válida de autorização devendo o utilizador aceder ao(s)

documento(s) a partir de um endereço de IP da instituição detentora da supramencionada licença.

Ao utilizador é apenas permitido o descarregamento para uso pessoal, pelo que o emprego do(s)

título(s) descarregado(s) para outro fim, designadamente comercial, carece de autorização do

respetivo autor ou editor da obra.

Na medida em que todas as obras da UC Digitalis se encontram protegidas pelo Código do Direito

de Autor e Direitos Conexos e demais legislação aplicável, toda a cópia, parcial ou total, deste

documento, nos casos em que é legalmente admitida, deverá conter ou fazer-se acompanhar por

este aviso.

III Semana de Geografia Física: Geografia Física e ambiente

Autor(es): Rebelo, Fernando; Lourenço, Luciano

Publicado por: Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra

URLpersistente: http://hdl.handle.net/10316.2/40568

Accessed : 7-Sep-2021 17:21:19

digitalis.uc.ptimpactum.uc.pt

CADERNOS DE GEOGRAFJA

Coimbra, I E G, 1990 - n.0 9

NOTAS, NOTfCIAS E RECENSOES

ill SEMANA DE GEOGRAF1A FISICA

GEOGRAFIA FfSICA E AMBIENTE

FERNANDO REBELO e LUCIANO LoURENyO

Tal como nos dois anos lectivos anteriores 1, decorreu agora, de 2 a 5 de Abril de 1990, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, a Semana de Geografia Fisica. Subordinada ao tema Geografia Fisica e Ambiente, o seu objectivo consistiu em sensibilizar os ge6grafos para a importancia do papel que podem e devem vir a desempenhar na preserva9iio do ambiente e, particularmente para aqueles que desempenham fun9oes docentes no ensino secundario, alerta-los para as estreitas Iiga9oes que existem entre a qualidade do ambiente e o ensino. Ah!m disso pretendeu-se dar a conhecer algumas das mais recentes contribui96es dos ge6grafos fisicos nestes dominios.

A Comissao Organizadora, constituida pelos Profs. Doutores Fernando Rebelo (Presidente) e Lucio Cunha (Vice-Presidente) e pelo Dr. Luciano Louren9o (Secretario), elaborou urn programa urn pouco mais extenso do que o das anteriores Semanas de Geografia Fisica: sete palestras e as duas ja tradicionais viagens de estudo.

No dia 2, ap6s distribui9iio da documenta9iio pelos 269 inscritos, pro­cedeu-se, no Teatro Paulo Quintela, da Faculdade de Letras, a sessao de abertura desta III Semana de Geografia Fisica. A mesa era constituida

1 V. Luciano LoURENc;<>, «I Semana de Geografia Fisica em Coimbra. Problematica da Quantifica9ii0 dos Processos Morfogeneticos». Cadernos de Geograjia, 7, 1988, p. 135-136, e Fernando REBELO, «II Semana de Geografia F isica em Coimbra. Evoluc;iio de vertentes sob climas frios». Cadernos de Geograjia, 8, 1989, p. 175-176.

81 6

pelo Prof. Doutor Ludwig Scheid!, Presidente dos Conselhos Directivo e Cientifico da Faculdade de Letras, pelo Prof. Doutor Jose Manuel Pereira de Oliveira, Director do Instituto de Estudos Geognificos, pelo Prof. Doutor Casilda Ferreras Chasco, da Universidade Complutense de Madrid, e pelos tres elementos da Comissao Organizadora.

A. sessao de abertura seguiu-se a primeira palestra, proferida pelo Prof. Doutor Fernando Rebelo, em que foi feita uma apresenta91io geral da pro­blematica a tratar, atraves da relaciona91io dos diferentes temas e problemas comuns a Geografia Fisica e ao Ambiente, ilustrados com a analise de situa-90es bern concretas, como alias o titulo anunciado deixava antever: «Geografia Fisica e Ambiente - temas e problemas- alguns casas concretos».

Durante a parte da tarde, foram apresentados dois temas. 0 primeiro deles, da autoria do Dr. Luciano Louren9o, versou sobre o «impacte ambiental dos incendios florestais», tendo sido analisados em particular, os efeitos ero­sivos dos incendios florestais observados pelo autor em serras da Cordilheira Central portuguesa.

Depois, o Prof. Doutor Casilda Ferreras abordou muitos dos problemas relacionados com a ac91io humana sobre a paisagem vegetal atraves da ana­lise das associa9oes que a integram.

0 dia 3, inicialmente destinado a uma tmica viagem de estudo, para observa91io das «altera96es recentes no meio ambiente da serra do A9or», acabou por tambem vir a ser preenchido, devido ao elevado numero de par­ticipantes, com a outra viagem de estudo para o «Baixo Mondego, Boa Via­gem, Dunas de Quiaios e Gandaras», prevista somente para o dia 5 de Abril.

A primeira delas, da nossa responsabilidade, destinava-se essencialmente a observa91io dos efeitos ecol6gicos, em especial do acelerar da erosao das vertentes e dos solos como consequencia de urn grande incendio florestal registado em Setembro de 1987 e da violenta tempestade que na mesma area ocorreu em Junho de 1988.

A outra, para o Iitoral, orientada pelo Prof. Doutor Lucio Cunha e pelo Dr. A. Campar de Almeida, visava apresentar nao s6 as caracteristicas mor­fol6gicas e biogeognificas desta paisagem contrastada, mas tambem pretendia mostrar algumas das profundas altera9oes que toda esta area litoral tern vindo a sofrer nos ultimos anos e, ainda, as modifica9oes que estao em curso ou foram projectadas para estas areas.

No dia 4, retomaram-se os trabalhos no Teatro Paulo Quintela. Durante a manhii, o Prof. Doutor Lucio Cunha referiu-se a problemas ambientais em areas carsicas, exemplificando com casos nas serras calcarias de Condejxa­-Sic6-Alvaiazere. Seguidamente, o Dr. A. G. Bettencourt Raposo, ge6grafo e tecnico da Secretaria Regional do Turismo e Ambiente da Regiao Aut6noma

82

dos A9ores, tratou de varias «consequencias ambientais da explora9aO geo­termica em Sao Miguel (A<;ores)».

Depois do almoc;o, o Prof. Doutor A. Brum Ferreira, do Centro de Estudos Geognificos da Universidade de Lisboa, dissertou sobre instabilidade de vertentes e risco geomorfol6gico, dando exemplos que estudou na regiao a Norte de Lisboa. A fechar o ciclo de palestras, o Dr. A. Campar de Almeida tra<;ou as grandes linhas de evoluc;ao morfol6gica das Dunas a Norte de Quiaios e avanc;ou elementos para a compreensao dos solos e vege­tac;:ao que com elas se relacionam.

No ultimo dia, 5 de Abril, repetiram-se, com outros participantes, as viagens de estudo realizadas no passado dia 3. Contudo, devido a ma visi­bilidade e sobretudo a chuva que, por vezes, caiu com intensidade, intro­duziram-se, por motivos de seguran<;a, algumas altera<;oes de pormenor no itinerario previsto para a viagem de estudo a serra do A<;or, desta vez orien­tada apenas pelo Dr. Luciano Louren<;o. Apesar desse facto, os objectivos gerais propostos acabaram por ser conseguidos.

A viagem para o «Baixo Mondego, Boa Viagem, Dunas de Quiaios e Gandaras», entao da responsabilidade dos Profs. Doutores Fernando Rebelo, A. Ferreira Soares e Lucio Cunha e dos Drs. A. Campar de Almeida e Julio Fonseca Marques, apesar das condi<;oes meteorol6gicas serem pouco favora­veis, decorreu com normalidade.

Para finalizar, e de justi<;a referir que a realizac;:ao desta 3.a Semana de Geografia Fisica s6 foi possivel gra<;as a diversos apoios recebidos, nomea­damente da Reitoria da Universidade de Coimbra, dos Conselhos Directivo e Cientifico da Faculdade de Letras e do Servi<;o Nacional de Parques, Reser­vas e Conserva<;ao da Natureza.

Por sua vez, a realizac;:ao da viagem de estudo a serra do A<;or contou com os apoios da Comissao de Melhoramentos da Sorga<;osa e da Casa da Cultura e Recreio do Sobral Magro, sem os quais nao teria sido possivel a sua concretiza9ao.

83