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21º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental ABES – Trabalhos Técnicos 1 III-118 – LEVANTAMENTO E SISTEMATIZAÇÃO DE DADOS PARA ELABORAÇÃO DO PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DO AEROPORTO INTERNACIONAL DE BRASÍLIA Zanna Maria Rodrigues de Matos (1) Engenheira Civil pela Universidade Federal de Viçosa (UFV). Mestranda em Tecnologia Ambiental e Recursos Hídricos pela Universidade de Brasília (UnB). Plínio Fabrício Mendonça Fragassi (2) Engenheiro Civil pela Universidade Federal de Viçosa. Mestrando em Geotecnia pela Universidade Federal de Viçosa. Empresa: Engenheiro da Topocart Topografia e Engenharia S/C. Lúcio Mário L. Rodrigues (3) Engenheiro Agrimensor pela Universidade Federal de Viçosa. Engenheiro Civil pela Universidade de Brasília Empresa: Diretor Técnico da Topocart Topografia e Engenharia S/C. Mauro Cauville (4) Arquiteto pela Universidade de Brasília. Empresa: Assessor de Meio Ambiente da INFRAERO-DF. Ricardo Silveira Bernardes (5) PhD pela "Wageningen Agricultural University" - Holanda. Professor Adjunto do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da Universidade de Brasília - UnB. Endereço (2) : SDS, Bloco L no. 30 Ed. Miguel Badya – Salas 301 a 306 Cep: 70394-901 -Brasília-DF- Brasil - Tel: (0XX61) 322-8687- Fax: (0XX61) 226-9837 - e-mail: [email protected] RESUMO A situação dos resíduos sólidos se apresenta como uma das questões ambientais básicas o que resulta graves conseqüências ao meio ambiente Os aeroportos atualmente são áreas de grande fluxo de indivíduos e cargas procedentes dos mais diversos pontos do mundo, podendo a partir daí, serem introduzidas e disseminadas doenças transmissíveis e outros agravos à saúde e ao meio ambiente. O presente trabalho têm como objetivo apresentar levantamento e sistematização de dados para a elaboração de um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) do Aeroporto Internacional de Brasília, gerador de diversos resíduos das mais diversas origens, potencialmente de risco para o meio ambiente e a saúde das pessoas que nele circulam, quer no exercício de suas atividades ou em busca de algum serviço prestado. A metodologia do presente trabalho foi definida em duas etapas: Diagnóstico e Prognóstico. O Diagnóstico teve como objetivo apresentar de maneira descritiva, ações relativas ao manejo de resíduos sólidos no âmbito das instalações aeroportuárias, contemplando aspectos referentes à geração, segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, tratamento e disposição final desses resíduos. No Prognóstico, a partir das informações obtidas no Diagnóstico, teve como objetivo apresentar uma previsão de geração dos resíduos sólidos que servirão de base para a elaboração de uma proposta de gerenciamento. Com a avaliação dos dados levantados foi elaborada uma proposta do PGRS que contempla a criação de uma área de processamento de resíduos que constará de vários módulos dimensionados para atender os diferentes tipos de resíduos gerados no Aeroporto. PALAVRAS-CHAVE: Resíduos Sólidos; Aeroportos; Plano de Gerenciamento. INTRODUÇÃO A situação dos resíduos sólidos se apresenta como uma das questões ambientais básicas o que resulta graves conseqüências ao meio ambiente. Aliado a isso, a falta de políticas governamentais e de critérios no gerenciamento dos resíduos tem gerado impactos ambientais de grande dimensão, especialmente o assoreamento dos corpos d'água, devido ao lançamento dos detritos, a contaminação do solo e de lençóis subterrâneos, a poluição atmosférica e a disseminação de doenças, pela proliferação de vetores entre outros. FOTO NÃO DISPONÍVEL

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21º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental

ABES – Trabalhos Técnicos 1

III-118 – LEVANTAMENTO E SISTEMATIZAÇÃO DE DADOS PARAELABORAÇÃO DO PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

DO AEROPORTO INTERNACIONAL DE BRASÍLIA

Zanna Maria Rodrigues de Matos(1)

Engenheira Civil pela Universidade Federal de Viçosa (UFV). Mestranda em TecnologiaAmbiental e Recursos Hídricos pela Universidade de Brasília (UnB).Plínio Fabrício Mendonça Fragassi(2)

Engenheiro Civil pela Universidade Federal de Viçosa. Mestrando em Geotecnia pelaUniversidade Federal de Viçosa. Empresa: Engenheiro da Topocart Topografia eEngenharia S/C.Lúcio Mário L. Rodrigues(3)

Engenheiro Agrimensor pela Universidade Federal de Viçosa. Engenheiro Civil pela Universidade deBrasília Empresa: Diretor Técnico da Topocart Topografia e Engenharia S/C.Mauro Cauville(4)

Arquiteto pela Universidade de Brasília. Empresa: Assessor de Meio Ambiente da INFRAERO-DF.Ricardo Silveira Bernardes(5)

PhD pela "Wageningen Agricultural University" - Holanda. Professor Adjunto do Departamento deEngenharia Civil e Ambiental da Universidade de Brasília - UnB.

Endereço(2): SDS, Bloco L no. 30 Ed. Miguel Badya – Salas 301 a 306 Cep: 70394-901 -Brasília-DF- Brasil- Tel: (0XX61) 322-8687- Fax: (0XX61) 226-9837 - e-mail: [email protected]

RESUMO

A situação dos resíduos sólidos se apresenta como uma das questões ambientais básicas o que resulta gravesconseqüências ao meio ambiente Os aeroportos atualmente são áreas de grande fluxo de indivíduos e cargasprocedentes dos mais diversos pontos do mundo, podendo a partir daí, serem introduzidas e disseminadasdoenças transmissíveis e outros agravos à saúde e ao meio ambiente.O presente trabalho têm como objetivo apresentar levantamento e sistematização de dados para a elaboraçãode um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) do Aeroporto Internacional de Brasília, geradorde diversos resíduos das mais diversas origens, potencialmente de risco para o meio ambiente e a saúde daspessoas que nele circulam, quer no exercício de suas atividades ou em busca de algum serviço prestado.A metodologia do presente trabalho foi definida em duas etapas: Diagnóstico e Prognóstico. O Diagnósticoteve como objetivo apresentar de maneira descritiva, ações relativas ao manejo de resíduos sólidos no âmbitodas instalações aeroportuárias, contemplando aspectos referentes à geração, segregação, acondicionamento,coleta, armazenamento, transporte, tratamento e disposição final desses resíduos. No Prognóstico, a partirdas informações obtidas no Diagnóstico, teve como objetivo apresentar uma previsão de geração dos resíduossólidos que servirão de base para a elaboração de uma proposta de gerenciamento.Com a avaliação dos dados levantados foi elaborada uma proposta do PGRS que contempla a criação de umaárea de processamento de resíduos que constará de vários módulos dimensionados para atender os diferentestipos de resíduos gerados no Aeroporto.

PALAVRAS-CHAVE: Resíduos Sólidos; Aeroportos; Plano de Gerenciamento.

INTRODUÇÃO

A situação dos resíduos sólidos se apresenta como uma das questões ambientais básicas o que resulta gravesconseqüências ao meio ambiente. Aliado a isso, a falta de políticas governamentais e de critérios nogerenciamento dos resíduos tem gerado impactos ambientais de grande dimensão, especialmente oassoreamento dos corpos d'água, devido ao lançamento dos detritos, a contaminação do solo e de lençóissubterrâneos, a poluição atmosférica e a disseminação de doenças, pela proliferação de vetores entre outros.

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O gerenciamento de resíduos sólidos é um conjunto de ações normativas, operacionais, financeiras e deplanejamento, que uma administração desenvolve, baseado em critérios sanitários e ambientais e econômicospara coletar, tratar e dispor o lixo.

Segundo a Resolução CONAMA N° 05 de 05 de agosto de1993, o Plano de Gerenciamento de ResíduosSólidos, é o documento que aponta e descreve as ações relativas ao manejo de resíduos, no âmbito dosestabelecimentos aeroportuário, contemplando aspectos referentes à geração, segregação, acondicionamento,coleta, armazenamento, transporte, tratamento e disposição final, bem como proteção à saúde pública.

A gestão de resíduos sólidos deve considerar não só alternativas tecnológicas para evitar impactosambientais, mas também aspectos sócio econômicos relacionados com a questão da limpeza urbana, dotratamento e da destinação final, inclusive com ações de prevenção à sua geração.

Em busca das certificações de qualidade ambiental e de atender a legislação, é de suma importância que seobtenha o plano de gerenciamento de resíduos sólidos, para melhor manuseio, transporte, tratamento edisposição final ambientalmente adequado.

Os aeroportos atualmente são áreas de grande fluxo de indivíduos e cargas procedentes dos mais diversospontos do mundo, podendo a partir daí, serem introduzidas e disseminadas doenças transmissíveis e outrosagravos à saúde e ao meio ambiente.

Assim sendo, o presente trabalho têm como objetivo apresentar levantamento e sistematização de dados paraa elaboração de um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos do Aeroporto Internacional de Brasília,gerador de diversos resíduos das mais diversas origens, potencialmente de risco para o meio ambiente e asaúde das pessoas que nele circulam, quer no exercício de suas atividades ou em busca de algum serviçoprestado.

MATERIAIS E MÉTODOS

Para a elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos do Aeroporto de Brasília, foram definidasduas etapas: Diagnóstico e Prognóstico. O Diagnóstico teve como objetivo apresentar de maneira descritiva,ações relativas ao manejo de resíduos sólidos no âmbito das instalações aeroportuárias, contemplandoaspectos referentes à geração, segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, tratamentoe disposição final desses resíduos. No Prognóstico, a partir das informações obtidas no Diagnóstico, tevecomo objetivo apresentar uma previsão de geração dos resíduos sólidos que servirão de base para aelaboração de uma proposta de gerenciamento.

DIAGNÓSTICO

Na primeira fase do Diagnóstico foi realizado um levantamento preliminar da situação referente aogerenciamento dos resíduos sólidos gerados na área que abrange o complexo aeroportuário. Para a realizaçãodesse levantamento foram desenvolvidas atividades tais como:

Ø Visita ao local - procurou-se verificar como os diferentes grupos de resíduos são, efetivamente,processados. Essa preocupação deve-se ao fato, de que existem procedimentos que não são claramenteexplicitados pelos responsáveis pela execução dos serviços.

Ø Composição física dos resíduos - Sobre a composição dos resíduos, as informações até então existenteseram baseadas ou em avaliações qualitativas ou em dados de literatura. Para responder adequadamente aessa questão, houve necessidade de proceder-se a amostragem e quantificação dos resíduos gerados emdiferentes pontos considerados críticos. Com as informações obtidas nessa etapa, foi possível classificaros resíduos segundo a Resolução CONAMA 05/93.

Ø Rotas de coleta – Sobre as rotas de coleta e transporte, houve necessidade de caracterizar dois grandesgrupos: i) rota interna, feita dentro da área restrita, e; ii) rota externa, feita sob responsabilidade doserviço público de limpeza urbana – Belacap. O conhecimento dessas rotas permitiu uma melhororganização do futuro processo de gerenciamento, e mesmo a indicação de alternativas para modificação

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das mesmas. Procurou-se incorporar às rotas, a freqüência da coleta, para que isso também fosseobservado na proposição do plano de gerenciamento.

Ø Entrevistas – As entrevistas serviram tanto para complementar informações, como para avaliar o grau deconhecimento organizacional dos diferentes responsáveis pelos resíduos. Esse conhecimento foi defundamental importância na etapa de definição dos treinamentos necessários.

Ø Vistorias – Sobre as vistorias às concessionárias de serviços, a idéia fundamental foi ter conhecimentosobre como cada uma dessas empresas gerencia seus resíduos separadamente. O gerenciamento dosresíduos é de responsabilidade do seu gerador. Uma vez conhecidas as formas atuais de gerenciamento deresíduos, pode-se definir, dentro da legislação pertinente, qual deve ser a responsabilidade dessasconcessionárias.

Nessa fase de diagnóstico, vale ressaltar que para realização da composição física dos resíduos, foramidentificados os principais pontos de geração tais como: o Terminal de Passageiros (áreas administrativas,escritórios, lojas, lanchonetes, restaurantes, sanitários, posto de atendimento médico, área de embarque edesembarque e balcão das companhias aéreas), o Terminal de Carga, a Comissaria e o Pátio de Aeronaves.Partindo dessa identificação, foram feitas a caracterização e classificação dos resíduos. Para isso, foi adotadauma metodologia por meio de amostragem, onde os resíduos provenientes das diversas fontes geradorasforam pesados e avaliados qualitativamente, identificando os diversos tipos ali existentes, como pode ser vistoem detalhe nas Figuras 01 a 04. Com isso, foi possível classificar os resíduos dentro dos critérios declassificação da Resolução CONAMA Nº 05 /93.

Figura 01- Balança para pesar as amostras

Figura 02 - amostragem de resíduo dasAeronaves

Figura 03 - Amostragem da Parte Interna

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Figura 04 - Amostragem da Comissaria

A segregação, acondicionamento e armazenamento foram etapas importantes do processo de diagnóstico paradefinição dos pontos de coleta, do número de contêineres, das condições do manuseio e da freqüência derecolhimento. Em virtude disso, foi importante detalhar cada etapa desse processo de todas as fontesgeradoras da área do PGRS do Aeroporto. As Figuras 05 a 10 apresentam as diversas formas deacondicionamento em cada ponto de geração.

Figura 05- Recipiente de Acondicionamentodos Resíduos das Aeronaves.

Figura 06- acondicionamento da parte internado terminal de passageiros.

Figura 07- Acondicionamentodos resíduos perfuro-cortantesdo posto de atendimento médico

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Figura 08- Acondicionamento em meiotambores locados na área de estacionamento.

Figura 09 - Armazenamento das ;latas dealumínio.

Figura 10- Armazenamento do Papelão

Ainda nessa fase foram descritas as formas de destinação final dos resíduos, principalmente do que se refereaos resíduos do grupo A, que segundo a resolução CONAMA 05/93 apresentam riscos à saúde pública. Otratamento utilizado para esse tipo de resíduo na situação atual é o incinerador onde eram encaminhadosresíduos de banheiros das aeronaves, resíduo de posto de atendimento médico e vôos considerados de risco,conforme determinação da Vigilância Sanitária.

PROGNÓSTICO

O prognóstico para a geração de resíduos foi elaborado a partir da premissa de que a quantidade de resíduosgerados é proporcional ao movimento do aeroporto. No presente trabalho, entende-se como “movimento doaeroporto” ao número de aeronaves que utilizam o sistema aeroportuário e o número de passageiros.

Terminadas as etapas de levantamento e sistematização dos dados, foi elaborado uma proposta de plano degerenciamento de resíduos sólidos para o aeroporto internacional de Brasília.

RESULTADOS E CONCLUSÕES

Com a caracterização pode-se identificar que os tipos de resíduos mais produzidos são dos grupos A e D. Osresíduos do grupo A compreendem, principalmente, os resíduos dos banheiros, tanto das aeronaves como da

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parte interna, posto médico. Os resíduos do grupo D são provenientes, principalmente, das aeronaves. ATabela 01 apresenta o resumo da classificação dos resíduos sólidos.

Tabela 01 – Classificação dos Resíduos Sólidos Produzidos no Aeroporto Internacional – DF.ÁREA DE GERAÇÃO RESÍDUOS GRUPO

Terminal de Passageiros – áreasadministrativas – escritórios e lojas

Papéis, vidros, plásticos, diversos, metais D

Terminal de Passageiros – lanchonetes,restaurantes

Orgânicos, papéis e embalagens diversas D

Terminal de Passageiros - sanitários Papeis e absorventes utilizados ATerminal de Passageiros – posto deatendimento médico

Restos de curativos, seringas, lâminas, objetosmetálicos

A

Terminal de Carga – embalagensdiversas

Papeis, vidros, metais, plásticos madeiras D

Pátio de Aeronaves Lixo de bordo de aeronavesJornal, copos descartáveis, plásticos, papéis etcs.Sanitários - papéis e absorventes utilizados

A e D

Comissaria Restos de alimentos da comissaria e das aeronavesEnlatados, embalagens de alimentos em geral ebandejas descartáveis dos serviços de bordo dasaeronaves

A e D

Os dados referentes ao movimento atual e previsão futura foram fornecidos pelo setor específico daINFRAERO. Com base nas estatísticas com relação ao aumento do número de aeronaves e de passageiros doano 2000 ao 2005, conseqüentemente, haverá um aumento na produção de resíduos da ordem de 20%, o quereflete significativamente nas proposições do plano de gerenciamento de resíduos sólidos. A Tabela 02apresenta a situação presente e futura detalhada de cada ponto de geração de resíduos sólidos do aeroporto.

Tabela 02 –Produção Presente e Futura de resíduos sólidos para os pontos de geração

2000 2005Banh. Total Banh. TotalPONTOS DE GERAÇÃO

(Kg/dia) (Kg/dia) (ton/ano) (Kg/dia) (Kg/dia) (ton/ano)Aeronaves 458 3639 1328 528 4199 1533Parte Interna do TPS1 299 449 164 370 556 203Comissária 3360 1226 4032 1472Área do TPS2 ao TPS1 874 319 1049 383Total 757 8322 3038 898 9836 3590

Áreas Verdes 500 182 500 182Varrição 25 9 25 9Total 525 191 525 191

Contêineres das Concessionárias * 3100 1131 3100 1131

O atual gerenciamento de resíduos na Infraero prevê estratégias diferentes para os resíduos das classes A e D.Não há um procedimento específico para os resíduos especiais (inclusive das classes B e C).Ø Resíduos Classe A

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Os resíduos do posto médico, dos banheiros de todas as aeronaves e demais resíduos das aeronaves de riscosão segregados na limpeza/coleta da fonte de geração, acondicionados em sacos azuis, armazenados emcontêineres e encaminhados para a queima no incinerador. Os resíduos do posto médico, perfuro-cortantesetc., são separados em caixas especiais e levados diretamente para queima no incinerador. As cinzasresultantes das queimas no incinerador são dispostas em áreas livres internas do aeroporto.Ø Resíduos Classe D

As aeronaves que não são consideradas de risco têm uma segregação parcial dos papéis e das latas dealumínio na limpeza/coleta da aeronave, e encaminhados para comercialização, sem haver, no entanto umasistematização deste procedimento.

Os resíduos dessa classe são acondicionados em sacos branco leitosos, armazenados em contêineres móveis,encaminhados para locais específicos de depósito, onde são coletados pela Belacap, que os transporta paraseu aterro.

Ø Resíduos especiais

Geralmente quando são detectados resíduos incomuns ao processo normal de coleta, esses são encaminhadospara queima no incinerador, sem um análise prévia do tipo de material que o compõe e das possíveisconseqüências de seu manuseio e queima.

Os resíduos líquidos das aeronaves são retirados por veículo específico e encaminhados para um ponto decoleta (denominado de cloaca) o qual os direciona, via rede de dutos, para um sistema de tratamento deefluentes líquidos do aeroporto, do tipo lagoa de estabilização.

PROPOSTA DO PLANO

Com a avaliação obtida através do levantamento e sistematização dos dados foi elaborada uma proposta doPGRS que contempla a criação de uma área de processamento de resíduos, a ser gerenciada pela INFRAERO(ou terceirizada), que tenha um local para recebimento de resíduos segregados pelas concessionárias. Essasegregação deverá atender ao previsto na resolução CONAMA (05/93), no que diz respeito aos grupos deresíduos.

A Central de Processamento de Resíduos constará de vários módulos dimensionados para atender osdiferentes tipos de resíduos gerados no Aeroporto. Cada módulo é classificado quanto ao tipo de resíduo parao qual ele foi destinado, ficando subdividida em quatro grandes áreas, descritas a seguir:

1. Resíduos da Classe A

Os resíduos da Classe A, provenientes dos banheiros e posto de saúde, serão inativados através de um sistemade autoclaves.

2. Resíduos da Classe B

São três os resíduos da Classe B gerados no aeroporto: efluentes dos banheiros químicos das aeronaves;óleos; e, lâmpadas fluorescentes.

Para o efluente dos banheiros reservou-se uma área onde deverá ser construído um novo reservatório deconcreto de pequena dimensão (cloaca) que terá conexão com o sistema de rede de esgoto do aeroporto. Deveser previsto um tanque lateral para dosagem de cloro.

Os óleos também serão armazenados em um reservatório de concreto com capacidade para 1000 L, comtratamento superficial de impermeabilização, totalmente enterrado, com uma abertura na parte superior de no

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mínimo 70 x 70 cm, suficiente para remoção do óleo, por bombeamento/sucção, ou uma eventualmanutenção.

Para as lâmpadas fluorescentes, reservou-se uma área de 5 m2 suficiente para construir um reservatório comcapacidade para acondicionar até 500 unidades em diferentes camadas, separadas por material inerte(serragem).

3. Resíduos da Classe C

Não há geração desse tipo de resíduo – radiativos - nas atividades de rotina realizadas no aeroporto. Sehouver a constatação da existência de resíduos dessa classe no interior da área do aeroporto, eles deverão serisolados na área de emergência, na central de resíduos.

Dimensionou-se uma área de 50 m2, denominada de Área de Emergência, destinada ao armazenamento depossíveis resíduos desconhecidos das Classes B e C, provável de acidentes com cargas, até sua destinaçãofinal adequada .

4. Resíduos da Classe D

Os resíduos da Classe D gerados no aeroporto, podem ser divididos em 3 grandes grupos: os orgânicos; osrecicláveis (papéis, plásticos e latas de alumínio); e, os demais resíduos.

Os resíduos orgânicos, proveniente da comissária e terminais de passageiros, serão acondicionados em umcompactador de lixo estacionário com capacidade para armazenar 17m3. Os resíduos gerados da poda dasáreas verdes serão triturados dentro do Centro de Resíduos e depois dispostos em área de cerrado no interiordo aeroporto.Os recicláveis, papéis, plásticos e latas de alumínio, serão acondicionados em recipientes distintosfornecidos pela própria empresa que os reciclará.

Além das áreas destinadas ao recebimento de resíduos da Classe D recicláveis, o Centro de Resíduos, temuma área destinada ao acondicionamento dos demais resíduos da Classe D, que não foram enquadrados nosgrupos acima enumerados, provenientes dos terminais de passageiros e da inativação dos resíduos da ClasseA.

A proposta de gerenciamento de resíduos do aeroporto está baseada no conceito de que a responsabilidade portodas as etapas do processamento de um resíduo é da entidade/instituição que gerou esse mesmo resíduo.

Também foram contempladas na proposta medidas de redução das quantidades de resíduos sólidos nospontos de geração, medidas de redução e manejo de resíduos perigosos, medidas de segregação de RS,acondicionamento dos resíduos coletados, equipamentos para disposição temporária, forma e freqüência decoleta.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA -Resolução 05 de agosto de 1993.2. Manual de Gerenciamento Integrado - Lixo municipal (CEMPRE,1995).3. NORMA DA INFRAERO - NI - 14.06 (EGA).4. Tchobanoglous, G., Theisen, H. e Vigil, S.A.(1993).Integrated Solid Waste Management. Mcgraw-Hill

International Editions, E.U.A, 978p.