[iiam] fernanda gomes - investigação agrária e mudanças climáticas
Upload: ccafs-cgiar-program-climate-change-agriculture-and-food-security
Post on 15-Apr-2017
393 views
TRANSCRIPT
Investigação Agrária e
Mudanças Climáticas
Gerir o risco climático para melhorar o modo de vida e a capacidade de
adaptação das familias rurais nos ecossistemas agrários no sul de
Moçambique
14 de Maio de 2015
Fernanda Gomes
O clima e sua variabilidade influenciam Agricultura,
afecta a segurança alimentar e o modo de vida dos
camponeses que dependem da agricultura de
sequeiro para a sua subsistência
As mudanças climáticas são uma realidade e
Moçambique é um país propenso aos seus
impactos; Agricultura o sector mais vulnerável às
mudanças climáticas;
Desafio: melhorar a capacidade de resposta ao
risco climático,
– encontrando e aplicando alternativas que se
adaptem às condições locais do clima;
1. Introdução
Adaptação dos sistemas de produção agrários ao risco climático,
através:
− Previsão do impacto das alterações climáticas;
− Identificar e testar práticas agrárias e tecnologias para o
aumento da produção para as condições do clima do local;
− Garantir o uso sustentável dos recursos naturais associados
aos sistemas produtivos.
IIAM inicia em finais de 2011 um programa de pesquisa sobre
adaptação às mudanças climáticas;
2012 assina Acordo de Parceria com o CIAT (Centro Internacional
de Agricultura Tropical), programa CCAFS (Mudanças Climáticas,
Agricultura e Segurança Alimentar), para financiamento de um
projecto de investigação:
“Gerir o risco climático, melhorar a resiliência e a capacidade
de adaptação das familias rurais nos ecossistemas agrários no
Sul de Moçambique”.
2. Desafios para a Investigação Agrária
− Objectivo:
Contribuir para melhorar o modo de vida e a capacidade de
adaptação das familias rurais às alterações climáticas em
zonas propensas a insegurança alimentar, no Sul de
Moçambique.
− Resultados:
1. Investigar o conhecimento local relativo às alteraçòes
climáticas na região seleccionada;
2. Prever e analisar os impactos das mudanças climáticas
na aptidão agrária;
3. Identificar e testar intervenções que contribuam para
desenvolver a capacidade adaptativa das comunidades
para enfrentarem o efeito do risco climático;
4. Partlhar resultados e lições aprendidas.
3. Objectivos e Resultados
4. Área de estudo
Província de Gaza, 2 locais propensos a insegurança alimentar.
(1) Distrito de Chicualacuala:
• Interior , clima semi-arido a árido, propenso a secas;
• Base de recursos naturais deteriorada devido à forma insustentável
de exploração dos recursos naturais (florestas);
• Actividade pecuária de relevo; potencial agro-florestal.
(2) Distrito do Xai-Xai:
• Litoral, clima sub-húmido; propenso a estiagens, inundações,
ciclones, intrusão salina;
• 2 formas de terreno predominantes: a planicie aluvionar (Vale) e a
circundante planicie elevada (Serra);
• Presença de Machongos (solos orgâncios, em zonas de
escoamento superficial das encostas, agricultura familiar) e
Mangais (vegetação densa, influenciado pela água do mar; pesca
artesanal).
• Potencial para agricultura irrigada e agricultura de terras húmidas.
5. Trabalhos realizados Investigar o conhecimento local relativo às alterações climáticas:
Levantamento da Linha de Base – (IUCN).
Enfrentar o risco climático e melhorar a
segurança alimentar e renda familiar
através de:
• Modos de vida alternativos,
diversificação, promoção da pecuária;
• Culturas e variedades mais tolerantes à
seca, maneio do solo e da água para
aumentar a produção;
• Uso sustentável do recurso florestal;
evitar a sobre-exploração do recurso,
• Capacitação como forma de melhorar a
organização comunitária
Aptidão Actual Aptidão - 2030 Aptidão - 2050
Mandioca (Manihot sculentum): Xai-Xai
Feijão boere (Cajanus cajan): Chicualacuala
Aptidão Actual Aptidão - 2030 Aptidão - 2050
5. Trabalhos realizados – Análise da vulnerabilidade climática
5. Trabalhos realizados
• Mapeamento de solos;
• Sistemas de produção;
• Mapas aptidão da terra
Carcaterização do ambiente biofisico (solos, clima, recursos hidricos,
vegetação, ecologia, aptidão):
Identificar e testar intervenções que ajudem a construir a capacidade de
adaptação:
Agricultura de conservação, maneio integrado variedades/fertilidade
do solo/pragas e doenças, conservação do solo e água;
Maneio florestal comunitário: uso de especies indigenas agro-
florestais, uso sustentável de produtos madeireiros e não
madeireiros;
Criação animal: melhoria dos sistemas agro-pastoris e silvo-pastoris,
alimentos alternativos (residuos das culturas, introdução de árvores
forrageiras), suplementação alimentar e sanidade animal.
Pós colheita e processamento: métodos de processamento dos
produtos de colheita, receitas culinárias para maior utilização dos
produtos e aumento renda familiar;
Capacitação comunitária, usando abordagens de centros de
aprendizagem comunitária e escolas de campo
5. Trabalhos realizados
5. Trabalhos realizados
5. Trabalhos realizados
1. Estes resultados são apenas os primeiros e dizem respeito a 2 anos de
actividades;
2. Há muito para fazer e aprender no que respeita a adaptação às mudanças
climáticas; o país é vasto e os impactos esperados são distintos de região
para região;
3. O treino em métodos de agro-processamento deu bons resultados, mas
sente-se a necessidade de seguir com os camponeses treinados no uso
destas tenologias para identificar possívei constrangimentos.
4. Os camponeses reconhecem que o uso de algumas das praticas
testadas/demonstradas produzem bons resultados e contribuem para
melhorar a segurança alimentar, criar modos de vida mais preparados
para enfrentar o risco climático. Contudo,
– Agroprocessamento permite estender a vida do produto para
alimentação familiar, mas não é ainda comercializado (Chicualacuala)
– Necessário trabalhar mais nas técnicas de conservação e
armazenamento dos produtos pós colheita, desenvolvimento de
celeiros melhorados.
5. Grande potencial da melancia cultivada em ambientes semi áridos
(elevado teor de sumo, importante para saciar a sede, rico em vitaminas).
– Estudar o potencial genético destas variedades locais de melancia.
6. Lições aprendidas
6. Lições aprendidas 6. Uma prática local desenvolvida em algumas aldeias de Chicualacuala e que
constituem uma iniciativa local para lidar com o risco climático, é o uso de melancias
enterradas no solo, onde são espetadas estacas de mandioca, promovendo assim a
sua brotação e manutenção do material vegetativo vivo para novas plantações.
7. A criação animal é uma prática relevante nas zonas aridas e semiáridas. Continuação
de pesquisa:
– Melhoria dos pastos naturais introduzindo especies locais bem adaptadas e de
elevado valor nutritivo;
– Estabelecimento de bancos forrageiros (especies locais bem adaptadas às
condições locais);
– Aumento da produtividade animal através da uma alimentação combinada de
forragens de elevado valor nutritivo, residuos de culturas, e suplementaçào com
blocos nutritivos de ureia-melaço; e
– Produção de leite de vaca e de cabra para melhorar a segurança alimentar.
8. Áreas de investigação importantes mas que requerem muito mais tempo de pesquisa
no campo são: maneio florestal, agro-florestal, conservação e uso sustentável dos
ecossistemas; trabalho iniciado e que necessita ser coninuado.
9. Outras áreas de trabalho cruciais para adaptação ao risco climático, e que não foram
ainda totalmente cobertas por limitações de tempo e de recursos:
– praticas de maneio e conservação da água;
– maneio integrado de pragas nos produtos armazenados.
Muito Obrigada
https://dataverse.harvard.edu/dataverse/CCAFSbaseline
https://cgspace.cgiar.org/handle/10568/65986
https://cgspace.cgiar.org/handle/10568/65985
https://cgspace.cgiar.org/handle/10568/56995
https://cgspace.cgiar.org/handle/10568/65984
https://cgspace.cgiar.org/handle/10568/65987
https://cgspace.cgiar.org/handle/10568/65988