ii simpósio de ciências biológicas · 2010-11-02 · a composição faunística e distribuição...

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II Simpósio de Ciências Biológicas Universidade Católica de Pernambuco Recife - Pernambuco 23 a 27 de agosto de 2010

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II Simpósio de Ciências Biológicas

Universidade Católica de PernambucoRecife - Pernambuco

23 a 27 de agosto de 2010

32 - LEVANTAMENTO DA ESPONGOFAUNA DA PRAIA DE GAIBÚ, CABO DE SANTOAGOSTINHO, PERNAMBUCO

1SILVA JUNIOR, R. M. P.; 1ALBUQUERQUE, M. F.; 1DE BRITO, C. C; 2COSTA, M. M. A.; 3LUZ, B. R. A.

1 Universidade de Pernambuco – UPE, 2 Universidade Federal de Pernambuco – UFPE,3 Lab. De Biologia Marinha – ICB/UPE.

RESUMOOs poríferos são organismos filtradores que estão inseridos entre os principais

componentes das comunidades bentônicas em todos os oceanos. Ocorrem em todos os

mares e profundidades predominando nos litorais rochosos Estudos espongofaunísticosmares e profundidades, predominando nos litorais rochosos. Estudos espongofaunísticos

brasileiros são ainda pouco explorados, sobretudo na região Nordeste, contudo, vêm se

deparando cada vez mais com novas espécies e ocorrências. Neste conceito, o objetivo

desde trabalho foi realizar o levantamento da fauna de esponjas marinhas no recife

arenítico da zona entremarés da praia de Gaibú, Cabo de Santo Agostinho, Pernambuco,

ifi d t ló i f ló i d é i t Fverificando os aspectos ecológicos e morfológicos das espécies ocorrentes. Foram

identificadas as espécies: Cliona dioryssa, Cinachyrella alloclada, Tedania ignis,

Amphimedon compressa, Amphimedon viridis e Dragmacidon reticulatus. Aspéctos

ecológicos e morfológicos também foram analisados, estabelecendo assim um padrão

base para área estudada.

Palavras-chave: Poríferos, Recifes areníticos, Gaibú.

1. INTRODUÇÃO

As esponjas (Filo Porifera) estão entre os principais componentes de comunidades

bentônicas em todos os oceanos (HOOPER & LÉVI, 1994; VAN SOEST, 1994). Ocorrem

386

em todos os mares e todas as profundidades, mas os litorais rochosos não poluídos

abrigam uma espongofauna relativamente rica (MURICY & HAJDU, 2006). Os poríferos

III Simpósio Nordestino de Ciências Biológicas

são ainda, importantes componentes da biomassa dos ecossistemas marinhos e em

especial dos recifes de coral, onde diversos organismos utilizam este ambiente com fins

de alimentação, reprodução e de abrigo (MURICY, 1989).

A composição faunística e distribuição de Porifera na costa brasileira são ainda pouco

conhecidas. Os estudos sobre esponjas do Brasil se concentram no continente,

principalmente em Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo. (e.g. RIDLEY &

DENDY, 1887; BOURY-ESNAULT, 1973; HECHTEL, 1976, 1983; HAJDU et al., 1996;

HAJDU, BERLINCK & FREITAS, 1999; MURICY & MORAES, 1999; MURICY & RIBEIRO,

1999; VILANOVA & MURICY, 2001). Em Pernambuco, a composição e a distribuição da

espongofauna do litoral foi publicada por MURYCY & MORAES (1998), onde foram

registrados 56 espécies, incluindo 25 novas ocorrências, dentre as quais 9 espécies eram

novas para a costa brasileira.p

O objetivo deste trabalho foi de realizar o levantamento da fauna de esponjas marinhas no

recife de coral da zona entremarés da praia de Gaibú, Cabo de Santo Agostinho,

Pernambuco, verificando os aspectos ecológicos e morfológicos das espécies ocorrentes.

2 MATERIAL E MÉTODOS2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1 Área de Estudo

O estudo foi realizado nos recifes areníticos da zona entremarés da praia de Gaibú,

localizada entre as coordenadas 8°19’S e 34°57’W, no município do Cabo de Santo

Agostinho, a 47 km da cidade de Recife, litoral sul de Pernambuco. Esta praia é

caracterizada pela ocorrência de grandes extensões de recifes de franja, sobre os quais

se desenvolvem uma fauna e flora bem diversificada, além da presença de costões

rochosos (TABARELLI & SILVA, 2002).

287

III Simpósio Nordestino de Ciências Biológicas

Figura 1. Mapa com a localização do recife de arenito da praia de Gaibú, (a) delimitando entre os tracejadosa área de coleta.

2.2 Métodos de campo

As coletas foram realizadas, em outubro de 2009 e julho de 2010, em marés baixas de

i í i iã t é l d tã h O l btid fsizígia, na região entremarés ao longo do costão rochoso. Os exemplares obtidos foram

retirados com o auxílio de espátulas, sendo raspada a superfície de fixação dos

espécimes, em seguida, foram acondicionados em sacos plásticos com água do mar,

devidamente etiquetados e lacrados individualmente. Em tabelas de campo registraram-

se os parâmetros relacionados com a ecologia e a morfologia externa de cada exemplar

(Tabela I).

288

III Simpósio Nordestino de Ciências Biológicas

2.3 Métodos em laboratório

Em laboratório, os espécimes coletados foram triados em bandejas plásticas com auxílio

de pinças para separação de sedimentos e possível fauna associada. Realizou-se então

uma revisão e complementação dos parâmetros morfológicos externos observados, de

modo que todos os exemplares obtivessem as características dos parâmetros

previamente estabelecidos. Posteriormente, fragmentos foram retirados e depositados em

frascos devidamente etiquetados, fixados em formol salino 10%. Para identificação foram

utilizados além dos dados morfológicos de campo, pequenos fragmentos dos exemplares

dissociados em lâminas com hipoclorito de sódio para análise no esqueleto espícular em

289

microscópio óptico. A identificação seguiu chave taxonômica específica para a classe

Demospongiae (MURICY & HAJDU, 2006).

III Simpósio Nordestino de Ciências Biológicas

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram analisados 12 exemplares, dos quais se identificou seis espécies, todas

pertencentes a Classe Demospongiae, as quais foram inseridas em 5 Ordens e 5 famílias,

sendo a Ordem Haplosclerida e a Família Niphatidae as mais representativas em número

de espécies e indivíduos (Tabela II).

As espécies identificadas encontravam-se distribuídas na área nas laterais do recife

(modo calmo), nas superfícies expostas (sobre a rocha) e nas piscinas de maré

(submersas); sendo que a espécie C. Alloclada ocorreu em todos os subambientes. O

crescimento lobado foi predominante e associações entre esponjas/esponjas e

esponjas/invertebrados foram verificadas principalmente entre as espécies A viridis eesponjas/invertebrados foram verificadas, principalmente entre as espécies A. viridis e

A.compressa. Poliquetas, cirripédias, ofiúros e pequenos crustáceos foram os principais

organismos associados. A descrição dos parâmetros para cada espécie pode ser

visualizada na Tabela III.

290

III Simpósio Nordestino de Ciências Biológicas

As espécies identificadas no local se encontram em conformidade com os achados de

MURICY & MORAES (1999), que registraram ocorrência das mesmas em campanha para

levantamento da espongofauna de Pernambuco, porém a região estudada não

contemplava a praia de Gaibú.

As esponjas proporcionam importantes microhabitats complementares para ocupação de

diversos organismos, explicando assim a diversidade dos organismos em associação

encontrados, SARMENTO & CORREIA (2002) também observaram em seus estudos,

grande diversidade de invertebrados associados, assim como interações com algas.

4. CONCLUSÃO

As características ecológicas e morfológicas dominantes foram à fixação na lateral do

recife (modo calmo), crescimento lobado e incrustante, com consistência frágil e( ), , g

facilmente desagregável ou macia, fotonegativas e associações com algas, anelídeos e

crustáceos, principalmente poliquetas e cirripédias, respectivamente.

Este estudo torna-se ponto de partida para estudos posteriores na região, sendo ampliado

o conhecimento sobre a biodiversidade local. Os dados preliminares resultantes indicam

que o ecossistema recifal da praia de Gaibú apresenta considerável diversidade deque o ecossistema recifal da praia de Gaibú apresenta considerável diversidade de

esponjas, a qual poderá ser ampliada futuramente através de estudos mais intensos.

Sugere-se que o monitoramento desta diversidade possa vir a ser utilizado como

potenciais bioindicadores de qualidade ambiental neste ecossistema.

5. REFERÊNCIASHOOPER, J.N.A., & LÉVI, C., Biogeography of indo-west pacific sponges: Microcionidae, Raspailiidae, Axinellidae. In: Sponges in Time and Space. Proc. 4 tt Sponge Conference. Rotterdam: Balkema, p.191-212, 1994.

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291

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292

33 - MACROFAUNA ASSOCIADA À ESPONJA MARINHA Amphimedon viridis

Camila Cristina Pires de Brito1; Rui Milton Patrício da Silva Junior1,2; Mirthes Ferreira de Albuquerque1,2; Marcus Túlio Batista Wanderley1,2; Betty Rose de Araujo Luz¹,²

1 Universidade de Pernambuco; 2 Lab. De Biologia Marinha – UPE

RESUMO

Os poríferos são organismos bentônicos importantíssimos para a manutenção do equilíbrio

marinho, sendo sede de diversas interações biológicas. Mesmo sendo estudadas há

tempos, ainda há muito a ser descoberto, entre novas espécies, propriedades e inter-

relações O objetivo do trabalho foi estabelecer uma análise comparativa entre asrelações. O objetivo do trabalho foi estabelecer uma análise comparativa entre as

frequências dos animais encontrados associados à Amphimedon viridis, correlacionando

com os diferentes períodos pluviométricos (seco/ chuvoso) ocorridos na Praia de Gaibú,

Cabo de Santo Agostinho, Pernambuco. Todas as amostras foram retiradas de um paredão

rochoso meso litoral, encontrado a uns 15m da faixa de areia da praia, com o auxílio de

át l N t i ã l i id d l l f üê i duma espátula. Notou-se que, com a variação na pluviosidade local, as freqüências de

ocorrências dos espécimes, em questões quantitativas, alteram-se também, e que os

Annelida predominam sobre o restante da fauna, sugerindo um padrão de ocorrência dos

mesmos.

Palavras-chave: Poríferos; Interação; Gaibú

1. INTRODUÇÃO

As esponjas são organismos pertencentes ao Filo Porifera, há muito tempo conhecidas e

estudadas; definidas como animais bentônicos sésseis e filtradores, embora haja exceção

quanto à última variável, descoberta recentemente, que são carnívoras e não têm sistema

293

aquífero, ressaltam Vacelet & Boury-Esnault (1995). Podem se arranjar em diversas formas

III Simpósio Nordestino de Ciências Biológicas

e cores, e encontradas em diversos hábitats marinhos. São simples, porém de

importância ecológica inquestionável, pois participam de importantes interações, dentro

das comunidades, podendo servir como abrigo, alimento e até camuflagem para muitos

invertebrados (Moraes et al., 2003) dentre eles os crustáceos (Bezerra & Coelho, 2006).

Além disso, fornecem recursos economicamente viáveis, através da produção de

substâncias químicas de interesses farmacêuticos.

A composição faunística e distribuição dos poríferos na costa brasileira são ainda pouco

conhecidas. Os estudos sobre esponjas do Brasil se concentram no continente,

principalmente em Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo. (e.g. RIDLEY &

DENDY, 1887; BOURY-ESNAULT, 1973; HECHTEL, 1976; HAJDU et al., 1996; HAJDU,

BERLINCK & FREITAS, 1999).

Dentro deste contexto, tem-se a esponja marinha Amphimedon viridis. Essa espécie, p j p p

apresenta uma morfologia maciça ou incrustante com elevações vulcaniformes e

consistência macia, além de uma leve produção de muco. Dessa forma, torna-se um meio

propício a interações com diversos filos, dentre os quais, os mais frequentes: Mollusca,

Annelida, Echinodermata e Arthropoda. A A. viridis também possui, como tantas outras,

compostos de atividades antibióticas tóxicas e antitumorais que são estudadas ecompostos de atividades antibióticas, tóxicas e antitumorais, que são estudadas e

aproveitadas pelo homem. De ocorrência também pernambucana, podem ser

encontradas submersas, expostas à luz ou sobre rochas do meso litoral.

Devido à grande capacidade de adaptar-se a diferentes nichos ecológicos, reforçada por

sua arquitetura, é que as esponjas abrigam uma gama de fauna associada. Do tanto que

se encontram outras espécies por sobre e dentre as esponjas, intenciona-se estudar a

macrofauna associada à A. viridis encontrada na Praia de Gaibú, Pernambuco, a fim de

identificá-las em grandes grupos e avaliá-las quantitativamente, além de estabelecer uma

análise comparativa de frequência dos animais encontrados entre os dados coletados em

diferentes períodos pluviométricos (seco/ chuvoso) do mesmo local.

294

III Simpósio Nordestino de Ciências Biológicas

2. MATERIAIS E MÉTODOS

Com um nome em Tupi- guarani, Aybu, o qual significa Vale do D’água, Gaibú é uma das

mais belas e movimentadas praias do litoral sul pernambucano. Dotada de águas calmas

e esverdeadas, localiza-se a 47 km do Recife, entre as coordenadas 8°19’S e 34°57’W, no

município do Cabo de Santo Agostinho. Esta praia é caracterizada pela ocorrência de

grandes extensões de recifes de franja, sobre os quais se desenvolvem uma fauna e flora

bem diversificada, além da presença de costões rochosos (TABARELLI & SILVA, 2002).

Especialmente devido a essas variáveis físicas e suas atividades turísticas, esse local foi

escolhido como ponto de coleta da esponja Amphimedon viridis.

Foram feitos dois levantamentos sobre a macrofauna associada a essa esponja em

Figura 1. Mapa com a localização do recife de arenito da praia de Gaibú; (a) tracejadosdelimitam a área de coleta.

Foram feitos dois levantamentos sobre a macrofauna associada a essa esponja, em

épocas diferentes. Realizados nos dias 16 de outubro de 2009 e 12 de julho de 2010, os

períodos caracterizavam-se por suas estações, seca e chuvosa, respectivamente. Os

registros físicos indicaram uma maré de 0,2m na primeira coleta, e outra de 0,1m, na

coleta posterior. As medições de salinidade e temperatura também foram observadas em

b d t M ti lh t t d i d t 37 % d

295

ambas as datas. Mantiveram-se semelhantes, constando, aproximadamente, 37 %o de

salinidade e 30o C, a temperatura.

III Simpósio Nordestino de Ciências Biológicas

Todas as amostras de A. viridis foram retiradas de um paredão rochoso meso litoral,

encontrado a uns 15m da faixa de areia da praia, com o auxílio de uma espátula.

Ao serem obtidas, foram acondicionadas em sacos plásticos, preenchidos com água do

mar, e encaminhadas para triagem. Ainda, em tabelas de campo, foram registrados os

dados relacionados à ecologia e morfologia externa de cada espécime.

Em análises técnicas laboratoriais, através de observação laminar do tipo de espícula

presente, e com auxílio de chave de identificação taxonômica específica para a classe

Demospongiae (MURICY & HAJDU, 2006), foi confirmada a espécie em questão. Após, a

esponja foi dissecada em bandejas plásticas, com o auxílio de pinças, para observação e

separação da epifauna e endofauna. Logo após, fragmentos retirados foram depositados

em frascos devidamente etiquetados, fixados em formol salino 10%.

Os animais encontrados associados à esponja foram identificados e separados emp j p

grandes grupos, sendo contabilizados para a realização de estimativas de frequência e

diversidade. Para análises estatísticas foi utilizado o software BIO-DAP (Tabela I).

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A maioria das esponjas coletadas tinha forma incrustante, as quais foram encontradas

fortemente aderidas em substratos rochosos e apresentavam uma coloração verde vivo.

Foram ainda coletadas outras de morfologia diferenciada, ramificada e coloração variando

296

a um verde azulado.

III Simpósio Nordestino de Ciências Biológicas

Após análises das amostras de A. viridis, a macrofauna associada à esponja foi então

identificada e alocada em seus respectivos grupos.

Entre os organismos identificados, havia representantes dos filos Annelida, Arthropoda,

Echinodermata e Mollusca, sendo o primeiro com maior ocorrência, numa análise

quantitativa. Resultado válido para as duas observações. Pois, embora o número de

espécimes encontrados no período seco tenha sido menor, quando comparado ao

chuvoso, ambas as épocas demonstraram uma prevalência dos Annelida nas amostras

(Figura 1).

Na primeira coleta, de um total de 98 organismos de macrofauna encontrados, 52 eram

Annelida. Na segunda amostragem, desta vez com maior abundância de chuva, dos 253

espécimes encontrados, 131 eram Annelida, ou seja, representavam 52% dos animais

observados. A baixa diversidade encontrada no estudo resulta da predominância dessep

filo que, por apresentar um corpo frágil, utilizam substratos secundários, como as

esponjas, para reprodução e proteção contra o predador (Hernández et al. 2001).

Mas, mesmo sendo os Annelida, os animais mais observados durante as análises, as

frequências dos organismos encontrados variaram por vezes, de esponja para esponja,

de acordo com o volume total da espécie e mesmo sua formade acordo com o volume total da espécie e mesmo sua forma.

Durante a manipulação em laboratório, observou-se que, além de associada aos grupos

citados, A. viridis também interagia com outras esponjas e com diversas algas.

297

Figura 1. Comparativo de ocorrências entre os filos Mollusca,Echinodermata, Annelida e Crustacea durante os períodos seco echuvoso.

III Simpósio Nordestino de Ciências Biológicas4. CONCLUSÃOToda a estrutura morfológica das esponjas é conveniente a diversos invertebrados

marinhos sendo então aproveitadas através dos diversos tipos de interações pelosmarinhos, sendo então aproveitadas através dos diversos tipos de interações, pelos

mesmos.

Como retratado, os mais frequentes são os dos filos Mollusca, Echinodermata, Annelida e

Crustacea, em diferentes ocorrências, mostrando que não há uma grande diversidade

faunística associada a essas esponjas, porém, essas relações interespecíficas apesar de

variarem quantitativamente de acordo com a pluviosidade, mantêm um padrão de

distribuição.

Sugere-se que mais estudos sobre essas interações e suas relações com os diferentes

períodos climáticos sejam realizados. Conseguinte, o desenvolvimento de um programa

de conservação nesta região costeira de grande atrativo turístico, especialmente no

verão, a fim de amenizar os impactos antrópicos sobre a biodiversidade.

5. REFERÊNCIASMoraes FC, Vilanova EP & Muricy G (2003), Distribuição das esponjas (Porífera) naReserva Biológica do Atol das Rocas, Nordeste do Brasil. Arquivos do Museu Nacional61(1): 13 2261(1): 13-22.

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298

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34 - AVALIAÇÃO DO PAPEL DAS FORMIGAS NA DINÂMICA DOS VISITANTESFLORAIS DE UMA PLANTA EXÓTICA E DE GRANDE IMPORTÂNCIA MEDICINAL

Jéssica Luiza1, Marcela Woolley1, Marcelo Sobral Leite1, Oswaldo Cruz Neto1,Ariadna Valentina Lopes2

1Laboratório de Biologia Floral e Reprodutiva (POLINIZAR), Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, Recife, [email protected], 2Docente Pesquisador do Departamento de Botânica, UFPE.

RESUMO

Interações mutualísticas entre plantas e animais englobam uma grande quantidade de

relações, dentre as quais se destacam a polinização e a mirmecofilia. O objetivo deste

trabalho foi entender como a presença das formigas interferem na frequência dos visitantes

florais de Ocimum basilicum. Para isso foi testado se inflorescências isoladas das formigas

299

g

recebem maior quantidade de visitas por abelhas e se essas visitas variam ao longo da

antese floral. O estudo foi desenvolvido no jardim experimental do Centro de Ciências

III Simpósio Nordestino de Ciências Biológicas

Biológicas da UFPE. Para análise do efeito das formigas sobre a frequência e

comportamento dos visitantes florais de O. basilicum foram marcadas 84 inflorescências,

das quais metade foi isolada das formigas e o restante mantido em condições naturais.

Formigas apresentaram comportamento agonístico em relação aos visitantes florais de O.

basilicum, sendo registrada menor frequência de abelhas nas inflorescências em que

ocorriam formigas. A similaridade na redução do número de visitas ao longo da antese,

independente da presença das formigas, indica que outros fatores, como disponibilidade

polínica, devem atuar sobre o comportamento dos visitantes florais. A redução na

frequência de visitas ocasionada pela presença das formigas pode interferir

negativamente no fluxo polínico entre flores diferentes e consequentemente, no sucesso

reprodutivo da planta.

Palavras-chave: Polinização, mirmecofilia, Ocimum basilicum.ç , ,

1. INTRODUÇÃO

Uma das formas mais conhecidas de interação mutualística entre planta e animais é a

relação entre flores e seus polinizadores (Prance, 1990), em que as plantas fornecem

principalmente néctar ou pólen e os polinizadores contribuem para o fluxo polínico entreprincipalmente néctar ou pólen, e os polinizadores contribuem para o fluxo polínico entre

flores de um mesmo indivíduo ou de indivíduos diferentes (Faegri e Pijl, 1979; de Jong e

Klinkhamer, 2005). A frequência de visitas à uma flor depende, além da associação de

atributos morfológicos e fisiológicos entre flores e polinizadores (Faegri e Pijl, 1979; de

Jong e Klinkhamer, 2005), da interação das plantas com outros organismos como as

formigas (Leal et al., 2006).

Duas estratégias de associação formiga-planta podem ser distinguidas, a mirmecofitia e a

mirmecofilia. Plantas mirmecófitas fornecem sítios para nidificação e são colonizadas

permanentemente por formigas especializadas, enquanto as mirmecófilas fornecem

alimento, por meio de nectários florais ou extraflorais, para uma comunidade oportunista

300

de formigas que não ocupa regularmente a planta (sensu Webber et al., 2007). Em troca

dos serviços fornecidos, as formigas protegem determinadas estruturas das plantas

III Simpósio Nordestino de Ciências Biológicas

contra herbívoros (e.g. Izzo e Vasconcelos, 2002) ou pilhadores de néctar (Leal et al.,

2006). A mirmecofilia pode ainda estar restrita a um determinado estágio ontogenético das

estruturas reprodutivas das plantas. Em Croton sarcopetalus, por exemplo, os nectários

florais localizados na base do ovário permanecem ativos durante a formação dos frutos e

assim atuam na atração de formigas, as quais passam a defender os frutos (Freitas e

Galetto, 2001).

Por outro lado, interações mirmecofílicas nem sempre conferem benefícios à planta, como

acontece em Roussea simplex (Rousseaceae), uma espécie rara cuja polinização e

dispersão são realizadas por uma espécie de lagarto, Phelsuma cepediana (Hansen e

Müller, 2009). As formigas Technomyrmex albipes patrulham intensamente as flores e

frutos de R. simplex, e além de utilizarem o néctar floral e a polpa dos frutos, restringem o

acesso à esses recursos por P. cepediana e reduzem o sucesso reprodutivo de R. simplexp p p p

(Hansen e Müller, 2009).

Em espécies de Lamiaceae, como Ocimum gratissimum, o nectário floral pode

permanecer ativo durante o desenvolvimento do fruto (Vianna, 2009) e assim pode

representar uma fonte de recursos para formigas. De fato espécies de formigas

forrageiam intensamente estruturas reprodutivas de espécies de Ocimum selloi (Camposforrageiam intensamente estruturas reprodutivas de espécies de Ocimum selloi (Campos

et al., 2009) e podem assim exercer interferência no comportamento e frequência dos

visitantes florais. O objetivo deste trabalho foi entender como o forrageamento de

formigas interfere na frequência dos visitantes florais de Ocimum basilicum. A hipótese foi

que formigas interferem negativamente na frequência e comportamento dos visitantes

florais de O. basilicum. Foi testado por fim se inflorescências isoladas das formigas

recebem maior quantidade de visitas (i) e se essas visitas variam ao longo da antese floral

(ii).

2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1 Área de estudo e espécie estudada

301

O estudo foi realizado no jardim experimental do Centro de Ciências Biológicas do

Campus da Universidade Federal de Pernambuco, em Recife (08°03’22,57”S e

III Simpósio Nordestino de Ciências Biológicas

34°56’51,98”O). O clima regional é tropical costeiro, quente e úmido, com temperatura

médias superiores a 23°C. (Köppen, 1931). A espécie de manjericão, Ocimum basilicum,

é um arbusto aromático exótico, de origem asiática, com cerca de 1m de altura, sendo

amplamente cultivada para uso como condimento fino em culinária (Albuquerque e

Almeida, 2002).

2.2 Coleta e análise dos dados

Foram marcadas 84 inflorescências para análise do efeito das formigas sobre a

frequência e comportamento dos visitantes de O. basilicum. Metade dessas

inflorescências foi isolada das formigas por meio da aplicação de tanglefoot na base do

racemo, enquanto que o restante das inflorescências foi mantido em condições naturais. A

marcação das inflorescências dos dois tratamentos foi feita em um mesmo ramo. Asç

observações focais foram feitas entre 10:00 e 16:00 h para cada tratamento, totalizando

12 horas de observação. Cada inflorescência foi observada quanto ao número de flores

abertas por dia e quanto à frequência e comportamento dos visitantes florais. As flores

foram caracterizadas morfologicamente de acordo com protocolos usuais em biologia

floral A frequência de visitas foi obtida pelo número de registros das espécies de abelhasfloral. A frequência de visitas foi obtida pelo número de registros das espécies de abelhas

em cada inflorescência acompanhada durante o período de observações. Espécimes-

testemunho dos visitantes florais foram capturados com redes entomológicas, sacrificados

em recipientes mortíferos, devidamente preparados e tombados na coleção entomológica

do Laboratório de Biologia Floral e Reprodutiva da UFPE – Polinizar. Para a identificação

dos efeitos do forrageamento das formigas sobre a frequência dos visitantes florais de O.

basilicum foi utilizado o teste de Wilcoxon. Foi utilizado o teste de KruskalWallis, seguido

do teste a posteriori de Dunn, para identificação dos horários com maior ou menor

frequência de visitas. Todos os testes foram executados com auxílio do software Statistica

7.0 (StatSoft Inc, 2001).

302

III Simpósio Nordestino de Ciências Biológicas

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

As inflorescências de O. basilicum são racemosas, medem em média 63,6 ± 23,18mm e

apresentam cerca de 3,51 ± 2,54 flores abertas por dia (Figura 1A). As flores de O.

basilicum são diperiantadas, heteroclamídeas, hermafroditas e oligostêmones

apresentando fusão de verticilos tanto no cálice quanto na corola (Figura 1B). O cálice

mede, em média, cerca de 3,43mm de comprimento e 2,23mm de largura, é gamossépalo

e apresenta coloração verde enquanto a corola tem em média comprimento de 4,70mm e

largura de 3,23mm, é branca e gamopétala, ambos são pentâmeros e zigomorfos. O

androceu é didínamo e dialistêmone. Os estames se apresentam livres e são excertos. As

anteras apresentam inserção do tipo dorsifixa e deiscência longitudinal. O ovário é

bicarpelar, o estilete é ginobásico sendo o estigma bífido. De acordo com os atributos

florais, como antese diurna, odor adocicado, oferta de grãos de pólen ornamentados e, , , g p

com grande quantidade de pollenkit, as flores de O. basilicum se enquadram na síndrome

de polinização de melitofilia (sensu Faegri e Pijl, 1979).

De fato, abelhas foram os visitantes florais mais frequentes em O. basilicum. No total

foram encontradas quatro espécies de abelha visitando as flores, além de duas espécies

de formiga patrulhando permanentemente as inflorescências de O basilicum O períodode formiga patrulhando permanentemente as inflorescências de O. basilicum. O período

de maior frequência de visitas foi entre 12:30 e 14:00h, onde foi possível observar as

quatro espécies de abelhas visitando as flores de O. basilicum (Figura 2). A espécie de

abelha mais frequente, tanto em número de visitas, quanto de inflorescências visitadas, foi

Trigona spinipes. As abelhas pousavam nas flores e raspavam as anteras com as pernas

médias ou anteriores para coletar grãos de pólen (Figura 1C).

Formigas, Camponotus sp. e Crematogaster sp., também foram encontradas nas

inflorescências de O. basilicum (Figura 1D) visitando frutos em formação ou até mesmo

flores em busca de néctar, o qual é secretado por um nectário discóide localizado na base

do ovário. O nectário floral de Ocimum gratissimum permanece ativo mesmo após a

303

senescência da flor (Vianna, 2009), fato que também deve estar ocorrendo em O.

basilicum, o que justificaria o patrulhamento intensivo das formigas aos frutos em

III Simpósio Nordestino de Ciências Biológicas

Figura 1. Inflorescência (A) e vista lateral (B) dasFigura 1. Inflorescência (A) e vista lateral (B) dasflores de Ocimum basilicum; Tigona spinipes eCamponotus sp. visitando, respectivamente, uma flor(C) e um fruto imaturo (D) de O. basilicum.

304

Figura 2. Frequência natural das abelhas nas flores deOcimum basilicum ao longo da antese.

III Simpósio Nordestino de Ciências Biológicas

formação. A atividade de um mesmo nectário em fases distintas do desenvolvimento das

estruturas reprodutivas das plantas, como flores e frutos, representa uma adaptação que

deve contribuir para o aumento do sucesso reprodutivo das plantas (Freitas et al., 2001),

seja na polinização ou na dispersão das sementes.

Além de acessarem o néctar de frutos ou flores, as formigas apresentaram

comportamento agonístico em relação aos visitantes florais de O. basilicum, sendo

encontrada menor frequência de abelhas nas inflorescências em que ocorriam formigas (Z

= 4,103; p < 0,001) (Figura 3). Foi encontrada uma redução similar na frequência de

visitas nas inflorescências com ou sem formigas ao longo da antese (Figura 4), indicando

que outros fatores como a disponibilidade polínica, devem atuar no padrão de

forrageamento dos polinizadores de O. basilicum. A menor quantidade de visitas ao longo

da antese pode ser resultado da diminuição do número de grãos pólen ofertados, o quep ç g p , q

tornaria as flores menos atrativas para as abelhas. A redução na frequência de visitas

ocasionada pela presença das formigas pode interferir negativamente no fluxo polínico

entre flores diferentes e consequentemente, no sucesso reprodutivo da planta, como

ocorre em Passiflora coccinea (Leal et al, 2006) e Roussea simplex (Hansen e Müller,

2009) e como deve ser o caso de O basilicum2009), e como deve ser o caso de O. basilicum.

305

Figura 3. Frequência de visitas por abelhas ao longo daantese em inflorescências de Ocimum basilicum com esem formigas.

III Simpósio Nordestino de Ciências Biológicas

4 CONCLUSÃO

Figura 4. Frequência de visitas por abelhas eminflorescências de Ocimum basilicum com e sem formigas aolongo da antese. (Barras representadas com letras diferentessão valores significativamente distintos; P<0,05).

4. CONCLUSÃO

A ocorrência de interação mutualística em mais de um nível, como mirmecofilia e

polinização zoófila, em uma mesma planta, pode acarretar no comprometimento de uma

dessas interações. No caso de O. basilicum, a ocorrência de interação com formigas

interfere negativamente na frequência dos visitantes florais. Por outro lado, interações

mirmecofílicas geralmente conferem benefícios à planta, como a proteção de

determinadas estruturas, que no caso de O. basilicum devem ser os frutos imaturos.

Estudos futuros devem abordar como a polinização zoófila em associação com a

mirmecofilia interferem, respectivamente, na formação e desenvolvimento dos frutos de O.

basilicum.

306

III Simpósio Nordestino de Ciências Biológicas5. REFERÊNCIASALBUQUERQUE, U.P.; ALMEIDA, C.F.C.B.R. Diversidade da família Labiatae emPernambuco. In: TABARELLI, M.; SILVA, J.M.C. (Orgs.), Diagnóstico da Biodiversidade( g ) gde Pernambuco. Recife: Editora Massangana, 2002. p-295-304

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307

35 - INVENTÁRIO PRELIMINAR DA ESCOR PIOFAUNA E OPILIOFAUNA DE UMFRAGMENTO DE MATA ATLÂNTICA EM PERNAMBUCO

André Felipe de Araujo Lira¹, Adriano Medeiros de Souza ¹

1Departamento de Zoologia, Universidade Federal de Pernambuco, Recife - PE.

RESUMO

A mata Atlântica é um dos biomas com maior biodiversidade do planeta, além de

apresentar um alto grau de endemismo. Por possuir tais características esse trabalho tem

como objetivo fazer um levantamento da fauna de escorpiões e opiliões ocorrentes num

fragmento de mata Atlântica localizado entre os municípios de Jaboatão dos Guararapes efragmento de mata Atlântica, localizado entre os municípios de Jaboatão dos Guararapes e

São Lourenço da Mata, Pernambuco. Os animais foram coletados através de coletas ativas

noturnas realizadas durante o mês de Janeiro de 2010 onde foram coletados, 145

espécimes de escorpiões e opiliões. Com base nos dados, a biodiversidade dos dois

grupos estudados não foge ao padrão esperado para a mata Atlântica nordestina.

P l h Bi di id d S i O iliPalavras-chave: Biodiversidade; Scorpiones; Opiliones.

1. INTRODUÇÃO

A Mata Atlântica constitui uma das áreas com maior biodiversidade do mundo (GALINDO-

LEAL; CÂMARA, 2005), sendo que grande parte de sua fauna e flora são endêmicos. Esta

característica peculiar desse ecossistema fez com que o mesmo fosse incluído em uma

das 25 prioridades mundiais para a conservação da biodiversidade mundial (PORTO;

ALMEIDA-CORTEZ; TABARELLI, 2005). Mesmo assim, boa parte da fauna e flora da

Mata Atlântica permanece desconhecida (SILVA; CASTELETI, 2005). Conhecer a

biodiversidade de uma área é fundamental para se desenvolver um projeto de conservação

308

(BENATI ET AL., 2005), delimitando corretamente as áreas de ocupação de cada espécie e

quais áreas abriga maior diversidade.

III Simpósio Nordestino de Ciências Biológicas

Dentre os grupos de organismos que habitam a Mata Atlântica, os invertebrados sem

dúvida são aqueles menos amostrados. Uma avaliação dos registros de opiliões

Laniatores da Mata Atlântica (KURY, 2003) revelou a ocorrência de uma fauna exclusiva,

com um alto grau de endemismo. Este bioma abriga a maior diversidade de opiliões do

planeta, com mais de 600 espécies descritas, dentre as 900 registradas no Brasil. Esse

alto grau de endemismo, associado a pouca tolerância à fragmentação de habitat e a

preferência por viverem em ambiente restritos os tornam bons indicadores de ambientes

bem conservados (BRAGAGNOLO et al., 2007).

Estudos sobre a distribuição e ecologia da fauna de escorpiões

em florestas urbanas são escassos (CRUCITTI et al., 1998; MCINTYRE, 1999, 2000;

DIAS et al., 2006). O conhecimento desses animais em áreas urbanas no Brasil é quase

que totalmente restrito aos aspectos epidemiológicos. A falta de amostragens da fauna deq p p g g

escorpiões em áreas urbanas é um problema quando se lida com a distribuição geográfica

ou estudos ecológicos, uma vez que existe uma deturpação em várias localidades.

Lourenço (1986a, 1986b; 2002; 2004) contribuiu para o conhecimento e a distribuição

geográfica de escorpiões Neotropicais, mas em seus trabalhos muitas localidades não

são citadas simplesmente devido à falta de amostragem em ambientes urbanos Essasão citadas, simplesmente devido à falta de amostragem em ambientes urbanos. Essa

falta de amostragem provoca uma subestimação da real ocorrência e distribuição da

escorpiofauna Neotropical.

O presente estudo tem como objetivo fazer um levantamento faunístico de escorpiões e

opiliões num fragmento de Mata Atlântica do Nordeste do Brasil, fornecendo mais uma

localidade de ocorrência para algumas espécies.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

2.1 Área de estudo

A Mata do Engenho Mamucaia é um remanescente de Mata Atlântica, situada entre os

309

municípios de Jaboatão dos Guararapes e São Lourenço da Mata, no estado de

Pernambuco (8° 02' 34" S, 35° 02' 22" O). A área possui cerca de 430 ha e inicialmente

boa parte da vegetação foi desmatada para o monocultivo da cana-de- açúcar, sendo que

III Simpósio Nordestino de Ciências Biológicas

o cultivo na área cessou há cerca de 45 anos. A cobertura vegetal é constituída

predominantemente por vegetação secundária em estágio avançado de regeneração, com

algumas áreas de vegetação primária. A área tem um açude (Açude Mamucaia) a partir

do qual nasce a Bacia do Rio Tejipió, que tem uma área total de 93,2 km2, dos quais, 4,2

km2 (4,5%) encontram-se no município de São Lourenço da Mata, 21,4km2 (23,0%) no

município de Jaboatão dos Guararapes e 67,6km2 (72,5%) no município do Recife,

constituindo terceira bacia mais importante da Região Metropolitana do Recife, depois das

bacias dos rios Capibaribe e Jaboatão. Hoje a área está sob administração particular, cujo

principal objetivo é a conservação da biodiversidade e da Mata Ciliar.

2.2 Coleta

Foram realizadas coletas ativas manuais noturnas durante 12 dias no mês de janeiro dej

2010, tendo cada coleta um esforço amostral de 2 horas. Sendo utilizados dois tipos

diferentes de técnicas para os diferentes grupos abordados, para a captura de escorpiões

foi necessário o uso de lanternas de mão com luz ultravioleta (UV) e para os opiliões,

lanternas comuns de cabeça. Para a realização da coleta foi delimitado um transecto de

50m de comprimento Durante cada amostragem o coletor deslocava se até dois metros50m de comprimento. Durante cada amostragem o coletor deslocava-se até dois metros

para as laterais do transecto, averiguando todos os possíveis abrigos para os animais,

como folhiço, troncos ou pedras. Após as coletas os indivíduos foram conservados em

álcool 70% e determinados até o nível de espécie utilizando-se literatura disponível

(HARA; PINTO-DA-ROCHA, 2008; MENDES, 2005; PINTO-DA-ROCHA, 1997; PINTO-

DA-ROCHA ET AL., 2007 para Opiliones e LOURENÇO, 2002 para Scorpiones).

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Foram coletadas quatro espécies de escorpiões, três delas pertencentes ao gênero Tityus

C. L. Koch, 1836 e a outra ao gênero Ananteris Thorell, 1981. Sendo elas, Tityus brazilae

310

Lourenço & Eickstedt, 1984 (n=1), Tityus stigmurus (Thorell, 1876) (n=1), Tityus pusillus

Pocock, 1983 (n=86) e Ananteris mauryi Lourenço, 1982 (n=4), perfazendo um total de 92

espécimes coletados. Enquanto que para opiliões foram registradas três espécies,

III Simpósio Nordestino de Ciências Biológicas

pertecentes a três gêneros diferentes; foram elas: Gaibulus schubarti Roewer, 1943 (n=6),

Pickeliana pickeli Mello-Leitão 1932 (n=28), Pseudopucrolia discrepans (Roewer, 1943)

(n=19), totalizando 53 espécimes coletados.

Três das quatro espécies de escorpiões coletados pertencem ao gênero Tityus Koch,

1836. É um gênero de escorpiões bastante numeroso, com cerca de 175 espécies e 6

sub-espécies descritas (DE SOUZA et al., 2009). Tityus pusillus é uma espécie bem

distribuída pelo nordeste do Brasil (DIAS ET AL., 2006). De acordo com Lourenço (1982)

essa espécie foi inicialmente considerada como restrita ao “Centro de Endemismo

Pernambuco”. No entanto a sua distribuição foi ampliada para Sergipe, Bahia e Piauí

(FET et al., 2000). De acordo com Albuquerque (2009) T. pusillus é capaz de causar

acidentes escorpiônicos no estado de Pernambuco. Tityus stigmurus, é uma espécie

descrita para o Nordeste do Brasil, sendo considerado o principal responsável pelosp , p p p p

acidentes escorpiônicos nessa região (BRASIL, 2009). Embora em baixa densidade, já

que foi coletado apenas um exemplar, a presença desse escorpião pode indicar um futuro

problema epidemiológico, visto que nas proximidades da área de estudo existem

habitações humanas e o mesmo pode se instalar em tais locais. Tityus brazilae de acordo

com Brazil et al (2009) é considerado endêmico para o estado da Bahia emboracom Brazil et al. (2009) é considerado endêmico para o estado da Bahia, embora

Albuquerque et al. (2009) tenha citado esse animal como ocorrente em Pernambuco, não

são fornecidos dados mais precisos. No presente trabalho apresentamos o primeiro

registro consistente de ocorrência desta espécie no estado, estando o único espécime

coletado depositado na coleção aracnológica da UFPE. Além das espécies citadas nesse

trabalho, já foi registrada para a área a ocorrência de Tityus neglectus Mello–Leitão, 1932,

sendo que este registro veio uma coleta aleatória. Possivelmente essa espécie não foi

coletada devido a sua alta especificidade por habitat, sendo encontrada principalmente

em bromélias (LOURENÇO; VON EICKSTEDT, 1988) ou ainda pela pouca amostragem

realizada na área de estudo. O exemplar dessa espécie também se encontra depositado

311

na Coleção Aracnológica da UFPE. O gênero Ananteris é exclusivamente neotropical,

podendo ser encontrado em quase toda a América do Sul; no Brasil sua distribuição

abrange a Amazônia, Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica (LOURENÇO, 2004). Ananteris

III Simpósio Nordestino de Ciências Biológicas

mauryi Lourenço, 1982 inicialmente registrado para o “Centro de Endemismo

Pernambuco” (sensu SILVA; TABARELLI, 2000); Lourenço (1986b) afirmou que esta

espécie foi isolada durante um período de seca no refúgio de Mata Atlântica. Entretanto,

segundo Dias (2006) a sua distribuição foi ampliada para o estado de Sergipe.

Quanto à opiliofauna, os indivíduos coletados pertenciam a duas famílias: Gonyleptidae e

Stygnidae. A duas famílias pertencem à subordem Laniatores, a mais diversa dos

Neotrópicos.

Gonyleptidae Sundevall, 1833, apresenta a maior diversidade de Opiliones da região

Neotropical, tendo 16 subfamílias, 284 gêneros e 823 espécies descritas (KURY, 2003).

Trata-se de uma famíla muito abundante na Mata Atlântica, sendo que de suas

subfamílias Heteropachylinae Kury, 1994 é uma das subfamílias basais de Gonyleptidae e

inclui pequenos opiliões cuja distribuição se concentra no domínio da Mata Atlânticap q p j ç

nordestina. Recentemente a subfamília foi revisada, tendo sido determinado um total de

11 espécies, sendo destes três descrições de novas espécies (MENDES, 2005).

Pseudopucrolia discrepans (Roewer, 1943) é uma espécie com distribuição restrita aos

estados de Sergipe, Paraíba, Pernambuco e Ceará. Sua distribuição vai além do Centro

de Endemismo Pernambuco estendendo se ao estado do Cearáde Endemismo Pernambuco, estendendo-se ao estado do Ceará.

Stygnidae Simon, 1879 é uma família também com distribuição restrita aos Neotrópicos,

com 85 espécies, com distribuição das Antilhas a América do Sul (HARA; PINTO-DA-

ROCHA, 2008; PINTO-DA-ROCHA; CARVALHO, 2009). A maioria das espécies ocorre na

Floresta Amazônica, com algumas espécies com ocorrência no Nordeste. Gaibulus

schubarti Roewer, 1943, é uma espécie que faz parte de um gênero monotípico, que até o

presente estudo tinha registro apenas para Gaibu, Pernambuco, que é a sua localidade

tipo (PINTO-DA-ROCHA, 1997). Nada se conhece sobre qualquer dado ecológico da

espécie. Pickeliana Mello-Leitão, 1932, é um dos gêneros menos diversos de Stygnidae,

com apenas três espécies descritas. Esse gênero tem distribuição restrita ao Nordeste,

312

com distribuição restrita ao litoral (HARA; PINTO-DA-ROCHA, 2008). Pickeliana pickeli

Mello-Leitão 1932 que foi a espécie coletada no presente estudo é amplamente distribuída

III Simpósio Nordestino de Ciências Biológicas

no estado de Pernambuco, mas também com ocorrências nos estados de Alagoas,

Sergipe e Paraíba. São animais de pequeno porte e pouco se conhece sobre aspectos de

sua reprodução ou comportamento.

4. CONCLUSÃO

A área amostrada apresenta uma diversidade de espécies dentro do

esperado para a Mata Atlântica nordestina, tanto para escorpiões quanto para opiliões. Na

região Nordeste, numa forma geral a diversidade de escorpiões e opiliões são

relativamente baixas, quando comparada a outros biomas, como a Floresta Amazônica.

Entretanto, vale ressaltar que a escorpiofauna e a opiliofauna da área em questão pode

ser maior que a registrada, visto que o esforço amostral pode não ter sido o suficiente

para amostrar a área de estudo. Um indício disso seria o não registro de T. neglectus,p g g ,

com ocorrência na localidade, mas que ainda não foi coletado no presente estudo. Assim

faz-se necessária a realização de mais coletas, assim como a utilização de outras

metodologias de coleta, a fim de se obter animais com hábitos e nichos ecológicos mais

específicos.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASALBUQUERQUE, C. M. R.; PORTO, T. J.; AMORIM, M. L. P.; SANTANA NETO, P. L.Scorpionism caused by Tityus pusillus Pocock, 1893 (Scorpiones; Buthidae) in State ofPernambuco. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Uberaba, v.42, n.2, p. 206-208, 2009.

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