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Boletim informativo da Inspecção-Geral da Educação IGE Informação MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO ANO 4 — N. os 4–5 ABRIL-MAIO 2003 Sumário Actividades inspectivas c Sérvia promove auto-avaliação c Inspecções Inglesa e Holandesa trocam experiências c OFSTED analisa literacia na Finlândia c Inspecção Inglesa permite questionar o processo inspectivo c Lituânia promove Seminário sobre auditorias externas nas escolas c OFSTED consulta opinião pública Temas educativos c UNESCO promove Conferência sobre Educação Intercultural c Programa Fundescola II (Brasil). Promoção do sucesso e da permanência na escola c Avaliar a informação da Internet c OCDE apresenta indicadores anuais c PISA 2000 — Avalia literacia científica dos alunos portugueses c Schoolnet apoia as escolas c Programa Eurydice reflecte sobre profissão docente c Formação de Adultos segundo um relatório da OCDE c Decénio das Nações Unidas para a Alfabetização (2003-2012) c Seminário eSchola2003 c Estratégia nacional sueca para o desenvolvimento das TI nas escolas c Cibernáutica segura c Educação e Formação na Europa: objectivos comuns para 2010 c Análise sociológica das políticas de educação pré-escolar em Portugal Legislação Balanço Social Ficha Técnica Edição © Inspecção-Geral da Educação Av. 24 de Julho, 136 1350–346 Lisboa Telf. 213 924 800 Fax 213 924 960 E-mail [email protected] URL http://www.ige.min-edu.pt Coordenação IGE — Gabinete de Planeamento, Documentação e Formação (GPDF) Colaboração Beja Madeira (BM), Edite Prada (EP) e Paulo Barata (PB) Design Gráfico José Miguel Contreiras Impressão e Acabamento Reprografia da Secretaria-Geral do Ministério da Educação Tiragem 800 exemplares Depósito Legal 74 840/94 ISSN 0872-3192 Actividades inspectivas Sérvia promove auto-avaliação À medida que aumentam as preocupações com a educação e com a formação, progride, igualmente, a reflexão sobre o incremento do sucesso do ensino/aprendizagem a que se associa o papel da inspecção da educação, que, também ele, tem sofrido um desenvolvimento progres- sivo, visível, por exemplo, nas muitas acções (congressos, seminários, etc.) que visam iden- tificar e validar as novas funções da inspecção. Neste âmbito, decorreu em Belgrado, na Sérvia, um seminário subordinado ao tema Inspecção e Avaliação no Sudeste Europeu (Inspection and evaluation in countries in South-Eastern Europe). O evento, que teve lugar entre os dias 17 e 21 de Março de 2003, foi possível graças à disponi- bilidade de alguns membros da SICI (Standing International Conference of Inspectorates of Educa- tion in Europe) — Maria do Carmo Clímaco, presidente da SICI e subinspectora-geral da IGE, James Cuthbert, secretário geral da SICI e Johan van Bruggen, anterior secretário geral do mesmo organismo —, no sentido de oferecerem, gracio- samente, o seu trabalho. Esta posição da SICI teve origem num conjunto de situações iden- tificadas num encontro anterior, ocorrido em Liubliana, na Eslovénia, em Fevereiro de 2002. A organização do encontro deveu-se a Igor Repac do Centro de Estudos de Política Educativa (CEPS) da Universidade de Liubliana, em cola- boração com Nada Vukovic, do Departamento para o Desenvolvimento Educativo (Department for Educational Development) do Ministério de Educação e Desporto da Sérvia. O seminário constou de duas partes distintas: 1 Aspectos gerais Durante dois dias e meio o público foi mais numeroso, tendo participado representantes de vários países do sudeste europeu (SEE — South- Eastern Europe) e os trabalhos tiveram como objectivos, entre outros: • abordagem à diversidade de experiências vividas pelos inspectores dos diversos países membros da SICI; • importância da existência de roteiros orienta- dores da actividade inspectiva e dos conceitos de qualidade subjacentes; • reflexão sobre os indicadores e descritores da prática lectiva, motivada pela observação de um videograma cedido pelo Ofsted (Office for Standards in Education); • Apresentação dos resultados obtidos no pro- jecto ESSE — Effective School Self-Evalua- tion. Através da consecução dos objectivos enun- ciados, foi possível transmitir aos participantes uma ideia geral acerca do que se tem feito nos últimos tempos no âmbito da inspecção e da avaliação dos professores, das escolas e do pró- prio sistema educativo. As exposições foram intercaladas com a realização de exercícios que permitiram uma melhor compreensão das temá- ticas abordadas e facilitaram a sua discussão. O item relacionado com a auto-avaliação foi complementado com uma intervenção de Boris- lava Maksimovic que apresentou um projecto sérvio: School Development Planing. Para o desen- volvimento deste projecto as escolas contam com um sistema de financiamento, o que irá permitir a difusão da iniciativa num plano de trabalho que prevê a implementação da auto-avaliação das escolas. 2 Avaliação integrada das escolas Na segunda parte do seminário participaram apenas inspectores e observadores sérvios e o objectivo fundamental foi aprofundar os aspec- tos relacionados com a avaliação integrada das escolas — conceito subjacente na globalidade do seminário — que a Sérvia parece apostada em implementar. Assim, foi feita uma abordagem do desen- volvimento de indicadores e descritores da prática inspectiva no projecto Educação para a Cidadania (Education for democratic Citizen- ship). Foram, ainda, analisados os indicadores desenvolvidos pelo projecto ESSE, mas o tópico debatido com mais intensidade foi o que se reporta à forma de promover o desenvolvimento do ensino/aprendizagem. Partindo de uma ideia subjacente, a de que há uma grande variedade de estratégias de ensino/aprendizagem eficazes, colocou-se a questão de saber de que forma pode a inspecção avaliar com rigor essa diversidade.Por último, aforam analisados documentos oficiais que se dedicam ao estudo do sucesso educativo, tais como, por exemplo, o PISA… Os diversos temas abordados conseguiram despertar o interesse dos participantes sérvios, que se envolveram nas actividades apresentadas e discutiram, por vezes acaloradamente, as reais possibilidades de aplicação de um ou outro ponto. O balanço global do seminário é claramente positivo, embora tenha decorrido numa semana agitada, quer internacionalmente, com o ataque ao Iraque a preencher os noticiários, quer inter- 8

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B o l e t i m i n f o r m a t i v o d a I n s p e c ç ã o - G e r a l d a E d u c a ç ã o

IGE InformaçãoMINISTÉRIO DA EDUCAÇÃOA N O 4 — N . o s 4 – 5A B R I L - M A I O 2 0 0 3

Sumário

Actividades inspectivasc Sérvia promove auto-avaliaçãoc Inspecções Inglesa e Holandesa trocam

experiênciasc OFSTED analisa literacia na Finlândiac Inspecção Inglesa permite questionar o processo

inspectivoc Lituânia promove Seminário sobre auditorias

externas nas escolasc OFSTED consulta opinião pública

Temas educativosc UNESCO promove Conferência sobre Educação

Interculturalc Programa Fundescola II (Brasil). Promoção

do sucesso e da permanência na escolac Avaliar a informação da Internetc OCDE apresenta indicadores anuaisc PISA 2000 — Avalia literacia científica dos alunos

portuguesesc Schoolnet apoia as escolasc Programa Eurydice reflecte sobre profissão

docentec Formação de Adultos segundo um relatório

da OCDEc Decénio das Nações Unidas para a Alfabetização

(2003-2012)c Seminário eSchola2003c Estratégia nacional sueca para o desenvolvimento

das TI nas escolasc Cibernáutica segurac Educação e Formação na Europa: objectivos

comuns para 2010c Análise sociológica das políticas de educação

pré-escolar em Portugal

LegislaçãoBalanço Social

Ficha Técnica

Edição

© Inspecção-Geral da EducaçãoAv. 24 de Julho, 1361350–346 LisboaTelf. 213 924 800Fax 213 924 960E-mail [email protected] http://www.ige.min-edu.pt

CoordenaçãoIGE — Gabinete de Planeamento, Documentação e Formação (GPDF)

ColaboraçãoBeja Madeira (BM), Edite Prada (EP) e Paulo Barata (PB)

Design GráficoJosé Miguel Contreiras

Impressão e AcabamentoReprografia da Secretaria-Geral do Ministério da Educação

Tiragem 800 exemplares

Depósito Legal 74 840/94

ISSN 0872-3192

Activ idades inspectivas

Sérvia promove auto-avaliação

À medida que aumentam as preocupações com a educação e com a formação, progride, igualmente, a reflexão sobre o incremento do sucesso do ensino/aprendizagem a que se associa o papel da inspecção da educação, que, também ele, tem sofrido um desenvolvimento progres-sivo, visível, por exemplo, nas muitas acções (congressos, seminários, etc.) que visam iden-tificar e validar as novas funções da inspecção. Neste âmbito, decorreu em Belgrado, na Sérvia, um seminário subordinado ao tema Inspecção e Avaliação no Sudeste Europeu (Inspection and evaluation in countries in South-Eastern Europe). O evento, que teve lugar entre os dias 17 e 21 de Março de 2003, foi possível graças à disponi-bilidade de alguns membros da SICI (Standing International Conference of Inspectorates of Educa-tion in Europe) — Maria do Carmo Clímaco, presidente da SICI e subinspectora-geral da IGE, James Cuthbert, secretário geral da SICI e Johan van Bruggen, anterior secretário geral do mesmo organismo —, no sentido de oferecerem, gracio-samente, o seu trabalho. Esta posição da SICI teve origem num conjunto de situações iden-tificadas num encontro anterior, ocorrido em Liubliana, na Eslovénia, em Fevereiro de 2002. A organização do encontro deveu-se a Igor Repac do Centro de Estudos de Política Educativa (CEPS) da Universidade de Liubliana, em cola-boração com Nada Vukovic, do Departamento para o Desenvolvimento Educativo (Department for Educational Development) do Ministério de Educação e Desporto da Sérvia.

O seminário constou de duas partes distintas:

1 Aspectos geraisDurante dois dias e meio o público foi mais

numeroso, tendo participado representantes de vários países do sudeste europeu (SEE — South-Eastern Europe) e os trabalhos tiveram como objectivos, entre outros: • abordagem à diversidade de experiências

vividas pelos inspectores dos diversos países membros da SICI;

• importância da existência de roteiros orienta-dores da actividade inspectiva e dos conceitos de qualidade subjacentes;

• reflexão sobre os indicadores e descritores da prática lectiva, motivada pela observação de um videograma cedido pelo Ofsted (Office for Standards in Education);

• Apresentação dos resultados obtidos no pro-jecto ESSE — Effective School Self-Evalua-tion.Através da consecução dos objectivos enun-

ciados, foi possível transmitir aos participantes uma ideia geral acerca do que se tem feito nos últimos tempos no âmbito da inspecção e da avaliação dos professores, das escolas e do pró-prio sistema educativo. As exposições foram intercaladas com a realização de exercícios que permitiram uma melhor compreensão das temá-ticas abordadas e facilitaram a sua discussão.

O item relacionado com a auto-avaliação foi complementado com uma intervenção de Boris-lava Maksimovic que apresentou um projecto sérvio: School Development Planing. Para o desen-volvimento deste projecto as escolas contam com um sistema de financiamento, o que irá permitir a difusão da iniciativa num plano de trabalho que prevê a implementação da auto-avaliação das escolas.

2 Avaliação integrada das escolasNa segunda parte do seminário participaram

apenas inspectores e observadores sérvios e o objectivo fundamental foi aprofundar os aspec-tos relacionados com a avaliação integrada das escolas — conceito subjacente na globalidade do seminário — que a Sérvia parece apostada em implementar.

Assim, foi feita uma abordagem do desen-volvimento de indicadores e descritores da prática inspectiva no projecto Educação para a Cidadania (Education for democratic Citizen-ship). Foram, ainda, analisados os indicadores desenvolvidos pelo projecto ESSE, mas o tópico debatido com mais intensidade foi o que se reporta à forma de promover o desenvolvimento do ensino/aprendizagem. Partindo de uma ideia subjacente, a de que há uma grande variedade de estratégias de ensino/aprendizagem eficazes, colocou-se a questão de saber de que forma pode a inspecção avaliar com rigor essa diversidade.Por último, aforam analisados documentos oficiais que se dedicam ao estudo do sucesso educativo, tais como, por exemplo, o PISA…

Os diversos temas abordados conseguiram despertar o interesse dos participantes sérvios, que se envolveram nas actividades apresentadas e discutiram, por vezes acaloradamente, as reais possibilidades de aplicação de um ou outro ponto.

O balanço global do seminário é claramente positivo, embora tenha decorrido numa semana agitada, quer internacionalmente, com o ataque ao Iraque a preencher os noticiários, quer inter- 8

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namente, com o assassinato do primeiro minis-tro sérvio, Zoran Djindic. Como se estes dois acontecimentos não bastassem, o colaborador mais directo do ministro da educação sofreu um ataque cardíaco, chegando os organizadores a ponderar a hipótese de não avançar com os trabalhos.

EP

Inspecções Inglesa e Holandesa trocam experiências

Decorreu em Londres, entre 12 e 14 de Março de 2002, o quarto encontro bienal das inspecções inglesa e holandesa promovido pelos organismos oficiais dos dois países: OFSTED (Office for Standards of Education) e Inspectie van het Onderwijs.Este evento teve como objectivo a partilha de experiências e pontos de vista para melhorar a metodologia inspectiva em ambos os países.

Os trabalhos centraram-se na mudança: • mudança nas responsabilidades e expectativas

face a cada um dos organismos; • mudança na metodologia inspectiva, estando

ambas as inspecções direccionadas para a investigação acerca do impacto de interven-ções inspectivas de curta duração;

• uma mudança de legislação, por parte da Holanda, onde fora recentemente aprovado um novo documento sobre a supervisão da educação;

• mudança nos responsáveis, tendo este sido o último acto público do anterior Inspector-Geral do OFSTED, Mike Tomlinson.Houve, neste evento, alguns procedimentos

pouco habituais em encontros deste tipo, mas que o enriqueceram e que tiveram origem no facto de o encontro ter coincidido com a segunda visita anual de Mike Tomlinson à Comissão Parlamentar para a Educação (Select Commitee for Education), onde respondeu a questões relacionadas com o relatório anual de actividades do organismo que chefia. Os participantes da conferência presen-ciaram esta entrevista que teve lugar em Port-cullishouse e que foi seguida de uma recepção e de uma visita ao palácio de Westminster.

O discurso de abertura do encontro foi pro-ferido por Mike Tomlinson, que recordou os aspectos mais relevantes do programa, com realce para a ida ao parlamento e para o programa social subsequente. Seguiu-se a intervenção da Inspec-tora-Geral holandesa, Kete Keverzee, que reflectiu sobre os aspectos comuns das duas inspecções, nomeadamente os conceitos de inspecção de que destacou a noção de inspecções breves, a reflexão sobre a auto-avaliação e sobre a flexibilidade da inspecção que não deverá ser um organismo mera-mente fiscalizador do cumprimento das normas superiormente previstas, mas sobretudo um motor de mudança, que contribua para a qualidade do sucesso das escolas.

Na sequência dos trabalhos, foram abordados vários temas, de que se destacam:

1 Política e prática inspectivasMuito discutido, este tema permitiu focar

aspectos tais como: • o significado exacto que na Holanda se atribui

a supervisão; • implicações para os curricula dos recentes

conceitos de Literacia e Numeracia; • competências dos inspectores; • importância da liderança e da gestão no desem-

penho das escolas; • o papel da auto-avaliação e o papel da avaliação

externa.

2 A inspecção do ensino e da aprendizagemNesta sessão foi debatida a importância da

supervisão de aulas e a forma de recolha e tra-tamento dos dados subsequentes. Ambas as ins-pecções possuem materiais de observação, ainda que diversos: a Inglaterra dispõe de instrumentos muito rigorosos e uniformes, enquanto a Holanda utiliza instrumentos mais diversificados. Os parti-cipantes realçaram, porém, o facto de, indepen-dentemente dos materiais de suporte, os resultados obtidos pelas duas inspecções terem sido muito próximos. Ambas as instituições salientaram que a visita é mais rigorosa se, além da observação, previr conversas com os alunos e os com professores.

Visita de Mike Tomlinson à Comissão Parla-mentar para a Educação (Select Commitee for Education).

Já se referiu que os participantes no encontro assistiram à segunda de duas visitas anuais do Ins-pector-Geral do OFSTED à Comissão Parlamen-tar para a Educação — a outra costuma acontecer no Outono para abordar questões relacionadas com o papel daquela instituição e o trabalho desenvolvido. Esta circunstância foi aproveitada pelos participantes holandeses para, durante os trabalhos, estabelecerem uma comparação entre os procedimentos dos dois países, salientando algu-mas semelhanças e contrastes. Kete Kervezee con-siderou mesmo a atitude da comissão mais crítica do que a da sua congénere holandesa. Salientou ainda o facto de não terem sido levantadas ques-tões relacionadas com a metodologia inspectiva, o que interpretou como um voto de confiança no trabalho efectuado pelo OFSTED.

Foram ainda abordados os aspectos relacionados com a actividade inspectiva no ensino secundário, com a forma de trabalhar os dados recolhidos pela inspecção e com a vantagem de um trabalho inspectivo bilateral defendido por Peter Mathews, considerado importante por permitir: • uma maior compreensão do que é a activi-

dade inspectiva; • o aperfeiçoamento das metodologias; • a validação cruzada dos instrumentos; • a troca de impressões; • uma crítica amigável; • a garantia de qualidade.

Um trabalho deste tipo tem, porém, custos e deve ser: • inclusivo; • contínuo; • regular; • avaliado.

No final foi criado um grupo de trabalho, que reunirá duas vezes por ano, com o objectivo de 8

elaborar um plano bilateral, que defina priorida-des e metas para o futuro. O documento Fourth biennial meeting of England and the Netherlands pode ser consultado no CDI.

EP

OFSTED analisa literacia na Finlândia

As inspectoras do OFSTED Joan Reeves e Anne Yeomans apresentam na revista da SICI de Dezembro de 2002, uma breve reflexão sobre a visita efectuada à Finlândia, com o objectivo de compreender a boa prestação em literacia do povo finlandês. Efectivamente, este país foi o que neste aspecto obteve melhor classificação no relatório do programa PISA 2000.

Foi escolhida para a intervenção uma das escolas de Tampere, cidade situada a cerca de 100 km a noroeste de Helsínquia. Trata-se de uma cidade industrial, rodeada de bosques, cujo encanto e magia se reflectem na maneira de ser da população, que, de alguma forma, representa um pouco as características gerais da cultura finlandesa em que uma certa ruralidade, quase mística, se associa a um sentido de pertença a um povo e a uma cultura.

As inspectoras consideram que esta visita lhes forneceu muita matéria de reflexão e lhes permi-tiu ver a importância dos factores socioculturais na aprendizagem.

Nas aulas observadas viram de que forma os professores tentam reforçar os laços culturais de base rural que povoam o imaginário de florestas e lagos habitados por pequenos seres simpáticos. Uma turma de crianças de seis anos, depois das actividades no exterior, entra na sala e, cada criança acomoda-se ordeiramente nos bancos colocados ao fundo da sala junto à parede. O professor apaga as luzes, coloca música ambiente sugestiva e começa a falar lentamente, descre-vendo a floresta à noite, com a lua e as estrelas a brilhar através das árvores e a neve branqueando tudo. As crianças ouvem atentamente, de olhos abertos, como se vissem as imagens descritas. Excepto duas que não resistiram à curiosidade despertada pela presença das duas inspectoras. Quando o professor acabou de falar e abriu a luz, as crianças dirigiram-se aos seus locais habituais e começaram a desenhar a floresta que ouviram descrever.

Assistiram ainda a duas aulas de música, uma, numa turma de jovens de treze anos, outra numa turma de jovens com necessidades educativas especiais. O resultado desta observação foi igual-mente enriquecedor. Os jovens com necessidades educativas especiais desempenhavam com muito entusiasmo o seu papel e era clara a desenvoltura e o à vontade que sentiam demonstrando a faci-lidade com que estas crianças se integravam em actividades deste tipo. Todos os jovens do grupo dos treze anos constituíam uma orquestra em que cada um deles tocava vários instrumentos e trocava de instrumento durante a execução, tendo, muitas vezes, que trocar de lugar com um colega, o que exigia uma grande disciplina e um espírito de grupo muito enraízado. Revelou-se, assim, ser esta actividade muito profícua para o desenvolvimento da autoconfiança e das atitudes dos alunos.

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Numa breve reflexão sobre estas actividades e sobre os resultados que permitem atingir, as inspectoras realçaram a importância da música na formação destes jovens. Foram ainda sensíveis ao facto de não ter havido, nos últimos dez anos, inspecções formais na Finlândia. Associaram esta realidade à grande autonomia dos professores, difícil de conseguir num país de grande tradição inspectiva como é a Inglaterra e referem ainda que a Finlândia está neste momento a imple-mentar um sistema de inspecção, no âmbito da auto-avaliação das escolas, pretendendo tornar-se membro efectivo da SICI.

EP

Inspecção Inglesa permite questionar o processo inspectivo

A maior parte das inspecções efectuadas pelo OFSTED (Office for Standards in Education) decorreu sem problemas, mas este organismo admite que haja escolas descontentes com alguns aspectos da acção inspectiva ou do relatório daí resultante.

Por isso, a possibilidade do aparecimento de queixas acerca dos inspectores, da sua actividade e dos respectivos relatórios está prevista na Secção 10 do documento oficial sobre a inspecção edu-cativa de 1996.

O OFSTED considera este aspecto muito importante e relevante para a melhoria do processo inspectivo. Por essa razão, se se pretender apresen-tar queixa sobre a actividade inspectiva em geral ou sobre o comportamento de algum inspector ou equipa inspectiva em particular encontra-se no seu site uma lista bastante completa dos procedimen-tos a adoptar. Sob a forma de pergunta-resposta, o leitor é esclarecido acerca dos aspectos de que poderá revestir-se todo o processo.

Começa pela pergunta «Quem pode apresen-tar queixa?» (Who may complain?) — cuja res-posta informa que o pode fazer qualquer pessoa que se sinta lesada — e termina dando indica-ções sobre os locais onde encontrar ajuda caso os resultados obtidos através da queixa inicial não sejam satisfatórios. Esta lista de procedimentos, bastante exaustiva, é acompanhada por um plano que esquematiza as várias etapas possíveis do processo. O documento intitulado Com-plaints about school inspections, HMI 460,existe no CDI e pode ainda ser consultado na página do OFSTED: www.ofsted.gov.uk.

EP

Lituânia promove Seminário sobre auditorias externas nas escolas

Decorreu em Druskininkai, na Lituânia, nos dias 26 e 27 de Novembro de 2002, um semi-nário sobre auditorias externas nas escolas, pro-movido pelo Ministro da Educação e Ciência daquele país, com a colaboração do OFSTED (Office for Standards of Education) da Divisão das Relações Internacionais do Departamento de Educação e Competências — Department of Education and Skills (DFES) e do consulado britânico na Lituânia.

A iniciativa justifica-se pela ocorrência de pro-fundas reformas educativas no país, face às quais se considerou pertinente promover a capacidade de as escolas desenvolverem as suas próprias téc-nicas de auto-avaliação, ou auditoria interna.

O seminário foi considerado como um ponto de partida para a criação de um grupo consultivo constituído por 27 ministérios e vários especia-listas e formado com o objectivo de implemen-tar o sistema de auditorias externas nas escolas — External School Audit System.

O programa desenvolvido focou sobretudo os tópicos relevantes para a inspecção da educação, de que se destacam: • questões essenciais a formular em qualquer

processo de auditoria; • visão histórica dos aspectos positivos e nega-

tivos do modelo inglês; • comparação entre os diferentes modelos de

auditoria/inspecção praticados nos países representados;

• grupos com necessidades de uma intervenção inclusiva;

• possíveis desenvolvimentos a partir deste seminário.O sucesso obtido foi fruto do empenhamento

e do rigor científico dos participantes, e manifes-tou-se através da diversidade e da qualidade das propostas apresentadas, com destaque para: • criação de um grupo de consultadoria para as

auditorias externas das escolas; • organização de mais seminários alargados a

outros países, no sentido de alargar o conhe-cimento sobre diferentes procedimentos no âmbito das auditorias;

• revisão das práticas existentes no país, com o objectivo de identificar as boas práticas e criar formas de as amplificar;

• criação de um plano de acção rigoroso e cir-cunstanciado.Informação mais detalhada sobre este seminá-

rio pode ser obtida no artigo que a ele se refere publicado na Newsletter de Dezembro da SICI, The Standing International Conference of Inspectorates disponível no CDI, ou consultar a página deste organismo: www.sici.org.uk.

EP

OFSTED consulta opinião pública

O Ofsted (Office for Standards in Education) desencadeou em Janeiro uma consulta pública — mediante um inquérito disponível no seu endereço electrónico — sobre o documento que reflecte a nova estrutura da actividade inspectiva (Area Inspection Framework) e que entrará em vigor em Setembro de 2003. Esta nova estrutura obedece às alterações verificadas no âmbito da política educativa que fixa os princípios a que deve obedecer a inspecção do ensino não supe-rior e da educação de adultos.

O inquérito propriamente dito é precedido

de uma síntese de todo o processo inspectivo previsto no documento, desde a definição dos objectivos e da planificação das visitas até à divulgação dos resultados e às possíveis recla-mações por parte das escolas intervencionadas.

As finalidades e princípios gerais apresentados visam, em síntese: • contribuir para o sucesso educativo; • promover a inclusão social; • estabelecer uma relação de confiança com as

escolas intervencionadas; • assegurar a validade, pertinência e consistên-

cia dos dados obtidos.Para facilitar a obtenção destes resultados o

documento oficial prevê:1 O que deve ser avaliado e relatado, de que se

destacam aspectos como a eficácia das estratégias adoptadas; o progresso dos alunos; a inclusão social; a qualidade da aprendizagem; os resulta-dos obtidos e as despesas com a educação.

2 Como devem ser efectuadas as visitas inspec-tivas. Salienta-se: a confidencialidade; a preparação da intervenção mediante uma reunião prévia, com o objectivo de garantir que o processo inspectivo é adequadamente compreendido; a visita inspectiva; a comunicação e a discussão dos resultados e a sua divulgação. É, ainda, focada a necessidade de um comportamento correcto e assertivo por parte dos inspectores, que estimule a qualidade global da intervenção.

Faz-se seguidamente uma apresentação dos pressupostos face a cada uma das áreas de inter-venção, reflectindo, por exemplo, sobre o que se considera uma estratégia eficaz. Esta síntese per-mite aos inquiridos responder com um conhe-cimento razoável da matéria acerca da qual se vão pronunciar. O inquérito propriamente dito é composto por sete questões, sendo as três pri-meiras compostas por duas partes: • uma de resposta fechada, em que o inquirido

opta por uma de três hipóteses: concordo, não concordo nem discordo e discordo;

• outra de resposta aberta, que possibilita o registo de comentários.

As restantes quatro prevêem uma resposta aberta a questões que são colocadas.Este documento está disponível no CDI

e pode ser consultado na página do Ofsted www.ofsted.gov.uk, onde tem o registo HMI 1366.

EP

Temas educativos

UNESCO promove Conferência sobre Educação InterculturalJyvaskyla, de 15 a 18 de Junho

Vai realizar-se de 15 a 18 de Junho de 2003, em Jyvaskyla, na Finlândia, uma Conferência sobre o tema «Ensinar e aprender para a com-preensão intercultural, os direitos do homem e uma cultura de paz», sendo o seu principal objectivo encorajar uma cooperação académica e uma solidariedade à escala mundial a fim de diminuir as desigualdades regionais verificadas no mundo.

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Pretende-se também através desta Conferên-cia rever conceitos de ensino, de aprendizagem e de educação intercultural tendo em vista os direitos do homem e uma cultura de paz.

Esta Conferência é organizada pelo Instituto de Investigação Pedagógica da Universidade de Jyvaskyla em cooperação com a UNESCO, podendo os interessados sobre este assunto consultar a Internet em http://www.jyu.fi/ktl/unesco2003/.

BM

Programa Fundescola II (Brasil)Promoção do sucesso e da permanência na escola

Com a finalidade de promover o sucesso nas escolas públicas do Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil, o Ministério da Educação deste país, em parceria com as respectivas secretarias estaduais e municipais de educação, tem pro-movido um conjunto de acções, procurando aumentar a permanência dos alunos na escola e, consequentemente, o seu sucesso.

Para tal, foi elaborado um projecto, o Fun-descola — financiado pelo governo e pelo Banco Mundial — que vai já na sua segunda edição. O projecto Fundescola I teve início em 1997, com a definição de um conjunto de condições básicas necessárias ao desenvolvimento adequado do ensino/aprendizagem. Desse conjunto constam factores como o espaço, o equipamento e os recursos humanos. Seguiu-se um inventário das escolas existentes e do seu estado e, ainda, um estudo sobre a qualidade dos recursos humanos disponíveis. O projecto propriamente dito impli-cou uma intervenção a vários níveis, tendo sido privilegiados, na primeira edição, a formação de professores e o equipamento das escolas existen-tes, bem como o estudo arquitectónico condu-cente à construção de novos edifícios, que será implementada durante o Fundescola II, a decorrer desde o ano passado.

A gestão destes projectos faz-se a dois níveis: cada município faz o ponto da situação da edu-cação no seu círculo e apresenta propostas de resolução e os responsáveis pelo projecto na glo-balidade elaboram um plano de acção que con-temple os problemas localmente identificados. A par desta intervenção local, facilitada pela atri-buição de verbas às escolas através do programa Dinheiro Directo na Escola, o projecto prevê um plano de acção alargado com uma estrutura que passa pela utilização das novas tecnologias. Os seus responsáveis apostam na divulgação do tra-balho efectuado como meio de, por um lado, dar a conhecer a sua existência e por outro, motivar os participantes e dar sentido às aprendizagens efectuadas. Assim, além da dinamização de um site, diariamente actualizado, participam no pro-

grama de rádio Escola Brasil da responsabilidade da Rádio Nacional de Brasília e divulgado a todo o país por esta mesma rádio e pela Rádio Nacio-nal da Amazónia, podendo ainda ser retrans-mitido, na totalidade ou em parte, pelas rádios regionais que o pretendam fazer. A colaboração do projecto Fundescola é diária e caracteriza-se pela divulgação de um texto subordinado a um tema de interesse geral. O tema tratado no dia 6 de Dezembro foi o pau-brasil, árvore símbolo do Brasil, cujo dia se comemora naquela data.

Além dos suportes multimédia e áudio, o pro-jecto recorre também ao vídeo, elaborando video-gramas temáticos, bem como à publicação de um boletim mensal, que vai dando conta das activi-dades realizadas e da investigação efectuada.

A informação é claramente privilegiada, quer através da produção de materiais, como o boletim, o programa de rádio, os videogramas e os comuni-cados que enviam para os meios de comunicação, quer através da recolha de notícias que se reportem ao projecto. Todo este material é organizado num Centro de Recursos e, na sua maioria, disponibili-zado através do site www.fundescola.org.br.

A formação dos professores não é descurada, sendo um dos objectivos a atingir pelo Fundes-cola II, através do programa de formação em exercício, Proformar. Trata-se de um curso vei-culado à distância, com a duração de dois anos, coordenado pela Secretaria de Educação do ME e visa facultar aos docentes a obtenção de um diploma de curso médio.

Além disso, está ainda prevista a implementa-ção de dois programas, um de gestão de apren-dizagem escolar, GESTAR, outro de gestão pedagógica destinado aos professores e que visa reforçar as actividades de avaliação diagnóstica e elevar o desempenho nas disciplinas de Mate-mática e Língua Portuguesa.

EP

Avaliar a informação da Internet

Com o objectivo de ajudar a identificar a origem do que se consulta, a Schoolnet sueca desenvolve um projecto — Check the source — que visa ajudar os jovens a avaliar as fontes disponíveis via Internet.

Bom instrumento para os professores, o projecto prevê a disponibilização on-line de um conjunto de recursos que podem servir de estímulo ao trabalho desenvolvido nas escolas no âmbito da pesquisa, da avaliação das fontes, dos problemas éticos e dos direitos de autor. Fornece ainda um conjunto de materiais rela-cionados com a programação eficaz da pesquisa, a análise e validação das fontes. Um deles, com o título Easy guide for research work, constitui um guião, para jovens de dez anos, dividido em cinco áreas:

1 Planificação da pesquisa,2 Sentido crítico,3 Inter-relacionamento,4 Elaboração do trabalho,5 Indicação das fontes.

Para cada uma destas áreas é apresentado um conjunto de questões práticas que orientam o jovem e o ajudam a definir os seus objectivos e a concretizá-los.

Para além da sua utilização on-line, os conhe-cimentos adquiridos desta forma revelam-se ainda muito úteis no manuseamento de outras fontes de informação, nomeadamente os textos jornalísticos.

EP

OCDE apresenta indicadores anuais

Como vem sendo hábito, a OCDE lançou em 2001 mais uma edição do livro Regards sur l’éducation: les indicateurs de l’OCDE: enseigne-ments et compétences, onde apresenta um con-junto de dados estatísticos relacionados com o funcionamento, a evolução e os resultados da educação desde o ensino pré-escolar à formação de adultos. Este documento apresenta, em rela-ção aos anteriores, a vantagem de, pela primeira vez, conter dados referentes a toda uma década: 1990-1999, permitindo, deste modo, não só identificar os pontos fortes e fracos da educação de cada país, mas também verificar de que forma evoluiu.

Além disso, o facto de a OCDE, juntamente com a UNESCO, desenvolver o programa IEM (Indicateurs de l’Éducation dans le Monde) per-mitiu a recolha de dados num conjunto alargado de países pelo que os elementos apresentados são significativos, já que dizem respeito a cerca de dois terços da população mundial.

O documento está organizado com base em 31 indicadores, que permitem leituras diversas:

a) uma leitura linear, ao longo dos seis capí-tulos que englobam a totalidade dos indicadores e tratam os seguintes aspectos:

Cap. A — Contexto educativo, focando a variação demográfica e a relação entre escolari-zação e progresso;

Cap. B — Recursos financeiros e humanos investidos na educação, sua relação com o PIB, por um lado e com a globalidade das despesas públicas por outro;

Cap. C — Acesso à educação, taxa de sucesso, educação de adultos, etc.;

Cap. D — Ambiente pedagógico, com espe-cial destaque para os professores: carreira, adesão

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I G E I n f o r m a ç ã o N . o s 4 – 5 A b r i l - M a i o 2 0 0 3 N . o s 4 – 5 A b r i l - M a i o 2 0 0 3 I G E I n f o r m a ç ã o

às TIC, etc. – matéria inovadora relativamente aos documentos de anos anteriores;

Cap. E — Sucesso educativo versus sucesso profissional; situações de desemprego, inserção dos jovens na vida activa, etc.;

Cap. F — Evolução dos resultados dos alunos do oitavo ano em Matemática e Ciências.

b) uma leitura temática, facilitada pela con-sulta selectiva de alguns dos indicadores que constituem o documento. Neste tipo de leitura destacamos dois temas:

1 a evolução global da educação, desde os níveis de formação aos resultados obtidos pelos alunos do oitavo ano em Matemática e Ciên-cias, passando pela problemática do emprego e da formação contínua;

2 as especificidades de cada país no que diz respeito à diferença de formação e emprego entre sexos; às situações em que é necessária uma intervenção educativa especial ou à relação entre pleno emprego e literacia. O facto de os dados se apresentarem em quadro permite não só a percepção da variação no seio de um país, mas também a comparação com o que se passa noutros países.

c ) uma leitura da obra enquanto anuário que a apresentação em quadros torna possível. Realçamos informações referentes à evolução demográfica dos alunos; às despesas com a edu-cação e à esperança de escolarização, ou ainda aos resultados dos alunos.

d ) há ainda a possibilidade de observar isola-damente os aspectos inovadores desta publicação, nomeadamente o estatuto dos professores e a sua adesão às TIC, as tendências de evolução relativa-mente ao domínio da Matemática e das Ciências, a relação entre literacia e progresso, etc.

De todos os aspectos focados merecem maior destaque os que se referem à evolução da educa-ção. Salienta-se um aumento global da formação da população, bem como um progresso nos resultados dos alunos do oitavo ano em 1995 e em 1999, em Matemática e em Ciências. Os alunos que progrediram nestas áreas apresentam igualmente melhores resultados nas capacidades de leitura e de compreensão global de um texto. Note-se, porém, que esse progresso corresponde, em muitos países, a uma melhoria dos alunos dos níveis mais baixos, enquanto que em outros se deve à melhoria dos resultados dos bons alunos, o que aumenta a desigualdade dentro do país.

Verifica-se, a nível do secundário, a procura de um ensino profissionalizante, que conduz quer à vida activa, quer a cursos superiores muito diversificados. Por outro lado, tem aumentado a oferta de cursos superiores, para permitir o acesso de um maior número de pessoas e também uma formação mais prolongada, mediante a oferta de pós-graduações. Nos últimos anos, na maioria dos países, aumentou o número de mulheres que obteve um diploma de ensino superior; no entanto esse facto é, ainda, insuficiente para alte-rar as estatísticas globais. Em muitos países parte do ensino está no sector privado, ainda que com subsídios do estado.

A formação contínua também tem crescido, mas, em vez de atenuar o fosso provocado pela formação inicial, tem-no aumentado, uma vez que são as pessoas com uma formação inicial

mais elevada quem mais procura este tipo de formação.

A análise dos dados permite concluir que uma melhor formação da população condiciona directa e positivamente o crescimento econó-mico de um país. As pessoas mais qualificadas são as que auferem melhores vencimentos e as que vivem menos situações de desemprego. Em qualquer dos níveis de formação, as mulheres estão, porém, mais sujeitas a não ter trabalho e ganham menos do que os homens. São também elas que preenchem a maior parte dos empregos a tempo parcial.

Embora se registe alguma dificuldade de inser-ção dos jovens na vida activa, o período de espera para obter o primeiro emprego é, hoje, menor e varia entre seis e dezoito meses.

A obra está disponível no CDI da IGE ou no site www.oecd.org/els/education/ei/index/html.

EP

PISA 2000 — Avalia literacia científica dos alunos portugueses

Foi publicado o terceiro relatório nacional sobre a literacia científica referente aos alunos portugueses de 15 anos.

A literacia científica é definida como a capaci-dade de usar conhecimentos científicos, de reco-nhecer questões científicas e de retirar conclusões evidentes.

Verifica-se, pelos dados obtidos através do estudo internacional PISA 2000, que os alunos da região de Lisboa e Vale do Tejo apresentam valores superiores aos alunos das outras regiões do país, embora o valor médio obtido nesta região seja, mesmo assim, muito inferior ao da média dos países da OCDE.

A amostra foi obtida através de 4604 partici-pantes, tendo havido preponderância de alunos dos 9.º e 10.º anos.

As conclusões do relatório indicam que o sucesso dos estudantes portugueses de 15 anos foi fraco em Ciências, quando comparado com o dos estudantes da área da OCDE.

Em 2006 terá lugar a concretização do terceiro ciclo do estudo PISA, pelo que se torna urgente dinamizar os currículos dos ensinos básico e secun-dário com a introdução do estudo mais aprofun-dado das Ciências, com vista à aproximação dos alunos portugueses aos índices de conhecimentos dos alunos dos países da OCDE.

Esta publicação intitulada PISA 2000 — Con-ceitos fundamentais em jogo na avaliação de litera-

cia científica e competências dos alunos portugueses foi editada, em Fevereiro passado, pelo Gabinete de Avaliação Educacional (GAVE) do Ministério da Educação e encontra-se disponível para con-sulta no CDI da IGE.

BM

Schoolnet apoia as escolas

A pensar nos órgãos directivos das escolas e nos novos desafios que, graças à implemen-tação das TIC têm que enfrentar, a European Schoolnet criou um espaço que lhes é dedicado: o School Managers Centre (SMC).

Trata-se de um centro de recursos que é, simul-taneamente, um ponto de encontro em linha para os dirigentes de estabelecimentos de ensino euro-peus. Permite também a organização de fóruns de discussão para troca de ideias, de experiências e de pequenos truques necessários para o bom anda-mento dos trabalhos.

O SMC tem condições para identificar as mudanças políticas na área da educação em toda a Europa, o que possibilita uma visão actualizada e crítica. Os serviços prestados podem agrupar-se em três grandes áreas: • conselhos acerca das novas tecnologias; • gestão da mudança; • repensar a orientação dos estabelecimentos de

ensino.Para promover o papel das novas tecnologias,

este organismo centra-se sobretudo nos proble-mas relacionados com a sua gestão, tais como o desenvolvimento de uma política de escola face às TIC, a supervisão do papel do coordenador desta área, preocupações financeiras inerentes à implementação das novas tecnologias, etc.

Todos os participantes são convidados a dar a sua opinião sobre estes e outros problemas, e ainda a falar da sua própria experiência, bem como das dificuldades sentidas. Para além da promoção das TIC, o SMC valoriza e divulga práticas inovadoras, dinamiza e encoraja a discussão e reflexão sobre temas de interesse comuns a todos os níveis de ensino, muitas vezes através da divulgação de experiências pessoais. Além disso, como para valorizar a mudança é importante proceder à avaliação sistemática, o SMC criou um espaço de divulgação e partilha, devidamente actualizado. Pode dispor de mais informação na página http://smc.eun.org.

EP

Programa Eurydice reflecte sobre profissão docente

A Comissão Europeia, através da Direcção--Geral de Educação e de Cultura, publicou no âmbito do programa Eurydice, um segundo relatório intitulado Questions clés de l’éducation en Europe. Volume 3. La profession enseignante en Europe: Profil, métier et enjeux. Rapport II: L’offre et la demande. Secondaire inférieur géné-ral, Eurydice, 2002, sobre a procura e a oferta de professores do ensino secundário na Europa. 8

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I G E I n f o r m a ç ã o N . o s 4 – 5 A b r i l - M a i o 2 0 0 3 N . o s 4 – 5 A b r i l - M a i o 2 0 0 3 I G E I n f o r m a ç ã o

O relatório conclui que todos os sistemas edu-cativos devem, necessariamente, procurar equi-librar as necessidades de docentes e o número vagas disponíveis para professores qualificados.

Segundo os dados estatísticos apresentados, este equilíbrio já se verifica em países como a Espanha, a Finlândia e o Reino Unido, regis-tando-se carência de professores em relação à procura em países como a Bélgica, a Dinamarca, a Holanda, a Suécia, a Noruega, o Luxemburgo, a Islândia, a Polónia e a Checoslováquia.

Portugal aparece no grupo de países onde há maior oferta de professores em relação à pro-cura, acompanhado pela Grécia, Itália, Áustria e Chipre, existindo ainda um conjunto de países onde a oferta e a procura são variáveis anual-mente, casos da Alemanha, França, Irlanda, Roménia e Eslováquia.

Em geral as matérias para as quais se cons-tata haver falta de professores em quase toda a Europa são aquelas cuja procura é elevada em sectores profissionais onde os níveis salariais e as condições de trabalho são mais vantajosos do que os proporcionados pelo ensino.

Estas matérias são essencialmente as línguas estrangeiras, as matemáticas, as TIC e as maté-rias científicas.

Por oposição, as matérias para as quais exis-tem muitos professores são, hoje em dia, as menos procuradas pelas reformas curriculares dos sistemas educativos.

Por exemplo, a transição do socialismo trouxe enormes mudanças nas estruturas curriculares dos países da Europa de Leste, o que conduziu a excedentes de professores, designadamente os que ensinavam a língua russa, e por outro lado a grande carência de professores para ensinar a língua inglesa.

Esta publicação está disponível no CDI da IGE podendo ser consultada por todos aqueles que se interessam pelas reformas curriculares e pelas con-sequências que provocam na oferta e na procura de professores. Em Portugal, este é sem dúvida um facto de grande actualidade.

BM

Formação de Adultos segundo um relatório da OCDE

Na sociedade actual, fundada sobre um conhe-cimento em permanente mudança, as pessoas com idades mais elevadas e com menos qualificações

são aquelas que mais precisam de uma formação complementar, mas são também aquelas que têm menos possibilidade de a obter. É o que se constata num novo estudo sobre a formação de adultos con-duzido em nove países da OCDE, nomeadamente o Canadá, a Dinamarca, a Espanha, a Finlândia, a Noruega, o Reino Unido, a Suécia, a Suíça e Portugal.

Os autores propõem uma série de reformas com base nos dados obtidos nos diferentes países analisados. Segundo este estudo, verifica-se que nos países nórdicos as possibilidades de forma-ção de adultos são maiores do que nos países da Europa do sul.

O estudo intitulado Au-delà du discours: poli-tiques et pratiques de formation des adultes possui resumos nas línguas alemã, inglesa, espanhola, francesa e japonesa, podendo os interessados consultá-los através do site: http://www.oecd.org/els/education/adultlearning.

BM

Decénio das Nações Unidas para a Alfabetização (2003-2012)

A Assembleia Geral das Nações Unidas, na sua Resolução 56/116, declarou o período de 2003-2012: «Decénio das Nações Unidas para a alfabetização», visando prosseguir o objectivo Educação para todos…

As tendências actuais estimam que, por volta do ano 2010 um adulto em cada seis será analfabeto. Sem a introdução de importantes modificações nos sistemas educativos, a baixa qualidade da edu-cação e o abandono escolar são fenómenos que, em vez de diminuírem, se irão acentuar, dando origem à iliteracia e ao analfabetismo funcional.

Foi para tentar inverter estas tendências que a Assembleia Geral das Nações Unidas implementou o programa Educação para Todos, cujo objectivo é estender a alfabetização a todos aqueles que hoje ainda não têm acesso a ela. É o caso de mais de 861 milhões de adultos e de 113 milhões de crianças que não vão à escola e que jamais serão alfabetizadas.

As estatísticas da UNESCO indicavam que no ano 2000 um em cada cinco adultos maiores de 15 anos era analfabeto.

Actualmente está em curso, por exemplo, o projecto nacional de alfabetização do Afeganistão, lançado pela UNESCO em colaboração com o governo afegão, país que tem uma das mais baixas taxas de alfabetização do mundo. A UNESCO estima que actualmente somente 51,9% dos homens com mais de 15 anos e apenas 21,9% das mulheres do mesmo grupo etário sabem ler e escreve e fazem-no apenas em inglês.

BM

Seminário eSchola2003 — projectos de produção de conteúdos educativos e de utilização das TIC nas escolas

No âmbito da iniciativa europeia eSchola2003, o Programa Nónio Século XXI, coordenado pelo Departamento de Avaliação Prospectiva e Planea-mento do ME, realizou, em 7 de Abril passado, o Seminário «Apresentação de projectos de escolas e

de conteúdos educativos», que decorreu nas instala-ções do Museu das Comunicações em Lisboa.

No referido seminário foi possível assistir a um conjunto de apresentações de vários projec-tos desenvolvidos por instituições públicas, por associações privadas, por escolas, por agrupa-mentos de escolas, por centros de investigação, etc., tendo como denominador a utilização das TIC (Tecnologias de Informação e Comunica-ção) em contextos educativos, os quais foram financiados pelo Programa Nónio Século XXI.

As intervenções foram muito variadas, desde um projecto de utilização partilhada de com-putadores portáteis e internet sem fios na sala de aula, desenvolvido pelo Centro de Competências da Universidade de Évora, que procura estudar os impactos das TIC nos processos de ensino e estimular o seu uso, passando pelo projecto «Eurorádio», uma parceria internacional para pro-duzir e difundir informação áudio na internet, ou pelo projecto «Uma rede na escola», que procura divulgar a utilização de plataformas de e-learning e promover a criação de redes intranet e extranet de escolas, até à construção de sites, para a defesa e divulgação da língua, do ambiente, do patrimó-nio, da arte, etc., dos quais destacamos, pela sua originalidade, o projecto «Cidade da Malta», um portal para crianças que representa uma cidade e onde cada criança tem a sua casa virtual e assume diversas responsabilidades.

Mais informações sobre este projecto poderão ser obtidas em: http://www.dapp.min-edu.pt/nonio/eschola2003/

PB

Estratégia nacional sueca para o desenvolvimento das Tecnologias de Informação (TI) nas escolas

Revolucionar a utilização das TI no sistema edu-cativo sueco é o objectivo que um novo grupo de trabalho designado pelo Ministério da Educação da Suécia tem vindo a executar desde 2001.

Um relatório provisório deste grupo contendo propostas para uma nova estratégia nacional em matéria de TI nas escolas foi apresentado em 17 de Maio de 2002. Nele se propõe continuar a investir na formação e no desenvolvimento pro-fissional dos professores e constituir um portal nacional para o sector educativo.

O grupo recomenda ainda que a Suécia conti-nue a desenvolver, de acordo com as idades dos alunos, módulos de aprendizagem destinados ao ensino das TI.

Propõe além disso que os municípios e as escolas devem igualmente dispor de conselhos de técnicos a fim de poderem concorrer e candi-datar-se, com projectos bem apresentados e fun-damentados, à participação financeira da UE.

Torna-se ainda necessário continuar a encorajar a cooperação internacional no seio da European Schoolnet.

O relatório final deste grupo foi apresentado em Outubro de 2002 e está disponível em http://www.itis.gov.se/english/index.html

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I G E I n f o r m a ç ã o N . o s 4 – 5 A b r i l - M a i o 2 0 0 3 N . o s 4 – 5 A b r i l - M a i o 2 0 0 3 I G E I n f o r m a ç ã o

Cibernáutica segura

Os membros de todos os projectos europeus que abordam a Internet segura para os jovens participaram uma oficina subordinada a este tema, que teve lugar em Barcelona, no dia 15 de Outubro de 2002.

Os projectos que se enquadram neste âmbito, e são apoiados pelo programa europeu Plano de Acção Internet Segura (Safer Internet Action Plan), estão agrupados em três categorias:

1 linhas de alerta sobre conteúdos ilegais;2 sistemas de filtro que permitam aos pais

controlar os conteúdos a que os seus filhos têm acesso;

3 sensibilização para melhorar o conheci-mento de professores, pais e jovens.

Na oficina foi, sobretudo, possível abordar os problemas relacionados com a filtragem e com a sensibilização. Cada participante, numa curta intervenção seguida de debate, abordou o seu percurso de aprendizagem e muito testemunhos foram encarados como paradigmáticos, podendo servir para prevenir situações menos positivas ou implementar as que se revelaram mais profícuas.

Procurou-se ao longo dos trabalhos associar a cada tema debatido situações e necessidades con-cretas. Assim, em relação à sensibilização, procurou definir-se que tipo de técnicas usar, qual o público alvo e quais os métodos que seriam mais eficazes; quanto aos filtros, focaram-se aspectos relaciona-dos com as necessidade educativas subjacentes, as preferências, a eficácia dos métodos utilizados, bem como o tipo de problemas detectados. Relati-vamente ao público alvo os trabalhos centraram-se nos mais jovens — utilizadores não só em casa, mas também na escola — e no tipo de abordagem específica para cada um destes espaços.

Dos trabalhos desta conferência conclui-se que há uma consciência crescente da necessidade de controlo da segurança no uso da Internet, que começa já a dar frutos, pois as possibilidades de estabelecer filtros são cada vez mais e mais efica-zes. Há, no entanto, ainda muito trabalho a fazer, nomeadamente o de tornar os filtros menos gene-ralistas, com maiores possibilidades de adaptação à idade e à cultura específica dos utilizadores de diferentes países. Mais informação sobre os resul-tados desta conferência estão disponíveis no site www.saferinternet.org

EP

Educação e Formação na Europa: objectivos comuns para 2010

Os ministros responsáveis pela educação e pela formação nos países da UE e a Comissão Europeia estabeleceram como metas a realizar até 2010: • Atingir a máxima qualidade na educação e

na formação e assegurar que a Europa seja reconhecida, à escala mundial, como uma referência pela qualidade dos seus sistemas e instituições de educação e de formação;

• Garantir que os sistemas de educação e de formação na Europa sejam suficientemente compatíveis para permitir que os cidadãos transitem de um sistema para o outro e tirem partido da sua diversidade;

• Assegurar que os detentores de qualificações, conhecimentos e competências adquiridos em qualquer parte da UE tenham a oportunidade de obter o seu reconhecimento efectivo em todos os estados-membros para efeitos de car-reira e de prosseguimento da aprendizagem;

• Garantir que os europeus de todas as idades tenham acesso à aprendizagem ao longo da vida;

• Abrir a Europa à cooperação, reciprocamente benéfica, com todas as outras regiões e asse-gurar que ela seja o destino preferido dos estudantes, académicos e investigadores de outras regiões do mundo.A partir destas metas foram definidos treze

objectivos genéricos agrupados em torno de três objectivos estratégicos:

1 Melhorar a qualidade e a eficácia dos siste-mas de educação e de formação na UE;

2 Facilitar o acesso de todos aos sistemas de educação e de formação;

3 Abrir ao mundo exterior os sistemas de educação e de formação.

O processo iniciado em 2002, será analisado em 2004, pelo que Portugal, para se aproximar dos objectivos definidos, tem que avançar rapi-damente e tomar medidas que visem resultados equivalentes aos dos seus parceiros da UE.

Apenas a título de exemplo, a proporção da população com 25-34 anos que, em 2000, apenas frequentou a educação básica era em Portugal de 67,9%, na Suécia de 12,9%, na Finlândia de 13,9%, na Alemanha de 15,4%, e na França de 23,6%; mais próximos de nós mas, apesar de tudo, a uma distância muito considerável estavam a Itália com 40,9%, e a Espanha com 43,8%.

Estes dados constam da publicação Educação e Formação na Europa: sistemas diferentes, objectivos comuns para 2010, editada pela Direcção-Geral da Educação e da Cultura da Comissão Europeia e encontra-se à disposição dos interessados no CDI.

BM

Análise sociológica das políticas de educação pré-escolar em Portugal

No número 17 da revista Educação Socie-dade & Culturas publicada pela Associação de Sociologia e Antropologia da Educação, Maria Emília Vilarinho, docente do Departamento de Sociologia da Educação e Administração Edu-cacional do Instituto de Educação e Psicologia da Universidade do Minho, apresenta um bem elaborado artigo em que pretende identificar e discutir algumas das especificidades das actuais políticas de educação pré-escolar em Portugal.

Considerando a Lei-Quadro da Educação Pré--Escolar (Lei n.º 5/97, de 10 de Fevereiro) como um marco legislativo que decreta a gratuitidade da componente lectiva em todas as unidades de edu-cação pré-escolar, que impõe o dever do Estado em criar uma rede pública de educação pré-esco-lar, que prevê que o Estado possa comparticipar nos custos das famílias mais carecidas e que define a tutela pedagógica do Ministério da Educação, a autora desenvolve o seu trabalho e apresenta as suas conclusões.

Por sua vez através do Decreto-Lei n.º 147//97, de 11 de Junho, que regulamenta alguns

dos princípios enunciados na Lei-Quadro, surge a chamada Rede Nacional de Educação Pré-Esco-lar que integra os jardins-de-infância das redes pública e privada e introduz com a tutela pedagó-gica e os mecanismos de avaliação e supervisão, a intervenção do Ministério da Educação em todos os jardins-de-infância.

A autora conclui analisando a acção governa-tiva dos últimos cinco anos e fazendo interroga-ções sobre o futuro.

Nesta análise final são apresentadas estatísti-cas do Departamento de Avaliação, Prospectiva e Planeamento do Ministério da Educação que revelam que as taxas de pré-escolarização têm evoluído positivamente — de 57,5% no ano lec-tivo de 1996/97 para 71,2% no ano lectivo de 1999/2000, incluindo-se nestas taxas as crianças inscritas nas redes pública e privada.

Verifica-se ainda que a rede privada continua a aumentar todos os anos mesmo após a publi-cação da Lei-Quadro.

A autora faz referência à recente Portaria n.º 1267/01, de 6 de Novembro, em que foram criados novos jardins-de-infância privilegiando as zonas rurais e de fraca densidade populacio-nal em detrimento dos grandes centros urbanos, onde predominam os jardins-de-infância das redes privada e solidária.

Assinala também a autora que o princípio da gratuitidade da componente lectiva não está a ser cumprido na quase totalidade da rede privada solidária, apesar de os apoios a estas instituições terem aumentado.

O artigo em questão, «E… Depois da ‘Paixão’? Contributo para a Análise Sociológica das Polí-ticas de Educação Pré-Escolar em Portugal», que integra a revista citada acima, pode ser consultado no Centro de Documentação da IGE.

BM

Legis lação

Despacho n.º 3515/03 (2.ª série) da Secretaria de Estado da Administração Educativa do Mi-nistério da Educação (DR n.º 43, II Série, de 20 de Fevereiro de 2003)Nomeia, em regime de substituição, para o cargo de delegado regional do Norte da Inspecção--Geral da Educação, o mestre Valdemar Castro Almeida, director de serviços do Gabinete de Acompanhamento Técnico-Inspectivo daquela Delegação.

Despacho n.º 3516/03 (2.ª série) da Secretaria de Estado da Administração Educativa do Mi-nistério da Educação (DR n.º 43, II Série, de 20 de Fevereiro de 2003)Cessa, a seu pedido, as funções que vinha exer-cendo como delegado regional do Norte da Ins-pecção-Geral da Educação, o mestre José Maria de Pinho Moreira Azevedo.

Portaria n.º 194/03 do Ministério da Educação (DR n.º 45, I Série-B, de 22 de Fevereiro de 2003)Actualiza, para o ano lectivo de 2002-2003, as condições de prestação de apoio financeiro aos

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alunos que frequentam escolas particulares de ensino especial.

Portaria n.º 195/03 do Ministério da Educação (DR n.º 45, I Série-B, de 22 de Fevereiro de 2003)Actualiza, para o ano lectivo de 2002-2003, as condições de prestação de apoio financeiro aos alunos que frequentam associações e cooperati-vas de ensino especial.

Despacho n.º 3717/03 (2.ª série) da Secretaria de Estado da Administração Educativa do Mi-nistério da Educação (DR n.º 45, II Série, de 22 de Fevereiro de 2003)Suspende o funcionamento de vários jardins-de--infância e indica o número de docentes suspensos.

Despacho n.º 3718/03 (2.ª série) da Secretaria de Estado da Administração Educativa do Mi-nistério da Educação (DR n.º 45, II Série, de 22 de Fevereiro de 2003)Suspende, a partir do ano escolar de 2003-2004, o funcionamento de várias escolas básicas do 1.º ciclo, indicando o número de lugares de docen-tes suspensos.

Decreto-Lei n.º 35/03 do Ministério da Edu-cação (DR n.º 49, I Série-A, de 27 de Fevereiro de 2003)Regula o concurso para selecção e recrutamento do pessoal da educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário.

Portaria n.º 202/03 do Ministério das Finan-ças e do Ministério da Educação (DR n.º 52, I Série-B, de 3 de Março de 2003)Actualiza os quadros de zona pedagógica (QZP) dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensino secundário, com efeitos a partir de 2001-2002.

Despacho Normativo n.º 11/03 do Ministério da Educação (DR n.º 52, I Série-B, de 3 de Março de 2003)Elimina as provas globais no ensino secundário como instrumento de avaliação obrigatório.

Despacho Conjunto n.º 240/03 do Ministério da Educação, do Ministério da Ciência e do Ensino Superior e do Ministério do Trabalho e da Segurança Social (DR n.º 58, II Série, de 10 de Março de 2003)Delega competências na encarregada de missão da Agência Nacional para os Programas Co-munitários SÓCRATES e LEONARDO DA VINCI, licenciada Maria João dos Santos Peliz Ribeiro Donato.

Despacho n.º 5947/03 (2.ª série) da Secre-

taria de Estado da Administração Educati-va do Ministério da Educação (DR n.º 72, II Série, de 26 de Março de 2003)Determina as seguintes quotas de equiparação a bolseiro a conceder no ano lectivo de 2002-2003:Direcção Regional de Educação do Norte – 15;Direcção Regional de Educação do Centro– 10;Direcção Regional de Educação de Lisboa – 15;Direcção Regional de Educação do Alentejo – 5;Direcção Regional de Educação do Algarve – 5.

Despacho n.º 6209/03 (2.ª série) da Secretaria de Estado da Administração Educativa do Mi-nistério da Educação (DR n.º 74, II Série, de 28 de Março de 2003)Determina que o número de vagas para a con-cessão de equiparação a bolseiro no ano escolar de 2003-2004 é de 250, distribuídas do seguinte modo:Educadores de infância – 20;Professores dos 1.º e 2.º ciclos do ensino básico – 80;Professores do 3.º ciclo do ensino básico e ensino secundário – 150.

Decreto-Lei n.º 58/03 do Ministério dos Ne-gócios Estrangeiros (DR n.º 77, I Série-A, de 1 de Abril de 2003)Aprova a nova orgânica da Comissão Nacional da UNESCO.

Decreto-Lei n.º 62/03 do Ministério da Justiça (DR n.º 79, I Série-A, de 3 de Abril de 2003)Altera o Decreto-Lei n.º 290-D/99, de 2 de Agosto, que aprova o regime jurídico dos docu-mentos electrónicos e da assinatura digital.

Despacho Normativo n.º 15/03 do Ministério da Educação (DR n.º 81, I Série-B, de 5 de Abril de 2003)Aprova o Regulamento dos Exames do Ensino Secundário para o ano lectivo de 2003.

Despacho n.º 7149/03 (2.ª série) da Secreta-ria de Estado da Educação do Ministério da Educação (DR n.º 86, II Série, de 11 de Abril de 2003)Nomeia o júri nacional de exames do ensino secundário para o ano de 2003.

Portaria n.º 303/03 do Ministério das Finan-ças (DR n.º 88, I Série-B, de 14 de Abril de 2003)Estabelece as linhas de orientação da política sa-larial para o ano 2003 dos funcionários e agentes da administração central, local e regional, pro-cedendo à actualização das tabelas de ajudas de custo, subsídios de refeição e de viagem e marcha, bem como das pensões a cargo da Caixa Geral de Aposentações.

Portaria n.º 302/03 do Ministério da

Educação e do Ministério da Ciência e do Ensino Superior (DR n.º 87, I Série-B, de 12 de Abril de 2003)Disciplina a matrícula e a frequência no ensino secundário recorrente.

Despacho n.º 7 438/03 (2.ª série) do Ministé-rio da Educação (DR n.º 90, II Série, de 16 de Abril de 2003)Cria o Conselho Coordenador de Estratégia para a Sociedade da Informação no Ministério da Educação (OCESIME).

Decreto-Lei n.º 78/03 do Ministério das Fi-nanças (DR n.º 95, I Série-A, de 23 de Abril de 2003)Cria a bolsa de emprego público.

Despacho n.º 9769/03 (2.ª série) do Ministé-rio da Educação (DR n.º 113, II Série, de 16 de Maio de 2003)Altera as normas que determinam a correlação entre as capitações mensais e as mensalidades devidas pelos beneficiários de acção social com-plementar, na participação do custo mensal das crianças nos CEPI.

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Balanço Social

NomeaçõesFoi nomeada, em comissão de serviço, Inspec-tora-Geral da Educação, a Prof.ª Doutora Maria Conceição Moniz Amaral de Castro Ramos, professora auxiliar da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, que substitui no cargo o licenciado Joaquim Paulo Taveira de Sousa.

Foi nomeado, em comissão de serviço, Subins-pector-Geral da Educação, o licenciado José Manuel de Sousa Luz Afonso, assessor principal da carreira de consultor jurídico do quadro único de pessoal dos serviços centrais, regionais e tutelados do Ministério da Educação, que substitui no cargo o licenciado João Francisco Horta Pacheco dos Santos.

AposentaçõesAposentaram-se os seguintes inspectores:Daniel Luzia Silva — Inspector Superior Prin-cipalDiná Maria Santos Pires Ferreira Gonçalves de Azevedo — Inspectora PrincipalJoaquim Gonçalves — Inspector SuperiorManuel Graça Mateus — Inspector PrincipalÓscar Gonçalves Vieira — Inspector Superior PrincipalSerafim da Conceição Salgado Amaro Afonso — Inspector Superior

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