igaruana #4

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04 2015

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Expedições em canoa canadense e aventuras na natureza [nesta edição: Trilha Itacoatiara,Estojo de primeiros socorros, O proeiro e o jacumã, Repelente para insetos e formigas, Febre amarela, Fauna local e mais...]

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Page 1: Igaruana #4

Nº042015

Page 2: Igaruana #4

04/2015Nº

nesta edição

Estojo de primeiros socorros.............................pag. 03

E se chover?..............................................................pag. 04

Brasil em canoa: Febre amarela........................pag. 08

O proeiro e o jacumã..............................................pag. 10

Receita: Pasta e ceci..............................................pag. 12

Trilha Itacoatiara.....................................................pag. 14

Repelente para insetos e formigas..................pag. 18

Galeria fotográfica..................................................pag. 20

Fauna local: Balança-rabo-de-chapéu-preto...pag. 22

Todos os textos e as imagens, salvo quando especificadodiferentemente, são de autoria de Jack d’Emilia.

foto da capa: Jonathan Green

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Quem sai para acampar e fazer atividades ao ar livre está sempre propenso a pequenos, ou sérios, acidentes, o que pode ser um problema quando se está longe de um hospital ou centro urbano. Quando nos reunimos alguns dias antes de partir para uma expedição IGARUANA, entre os muitos assuntos que são abordados, um tem a ver diretamente com segurança e primeiros socorros.Uma prática segura do camping e da canoagem turística permite evitar a ocorrência de graves acidentes, na maioria dos casos. Entre outras recomendações, os participantes das nossas aventuras em canoa na natureza, são convi-dados a levar consigo os próprios remédios, que eles estão acostumados a tomar e dos quais conhecem efeitos e contra-indicações. Uma observação importante: os medicamentos são de uso próprio e, em teoria, só podem ser utilizados por outras pessoas sob orientação médica, pois somente um profissional poderia indicar o medicamento certo para cada paciente. Mas , como é sempre bom termos medicamentos em geral – sem tarja preta ou vermelha – que podem ser necessários caso alguém não os possua, o estojo de primeiros socorros das expedições IGARUANA é assim composto:

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1 bolsa de plástico com divisórios e zíper para conter todos os itens abaixo1 tesoura1 termômetro1 pinça1 bisturi6 alfinetes de segurança1 pacote grande de gaze1 pacote de curativos de diferentes tamanhos1 atadura elástica1 rolo de esparadrapo2 seringas descartáveis1 pacote de lenços umedecidos1 garrafinha de água oxigenada1 bisnaga de pomada para cortes, queimaduras e picadas de insetos1 cartela de comprimidos analgésicos e antipiréticos1 cartela de comprimidos analgésicos e anti-inflamatórios1 cartela de comprimidos para dores musculares1 cartela de comprimidos para dor de dente e ouvido1 cartela de comprimidos para a disenteria1 frasco de repelente para mosquitos1 frasco de protetor solar1 cartela de comprimidos para purificar a água1 manual de primeiros socorros ao ar livre

estojo

primeirosde

socorros

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- É, seu Jack, o senhor sempre fala que gosta muito de acampar no sertão dormindo na rede, por baixo de uma arvore. Deve ser bem bonito numa noite de lua cheia ou com o céu todo estrelado... maaaaas, e se chover? Como é que fica?

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chover?...e se

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- Pois é, rapaz, sua duvida é plausível, dado que nunca falamos disso. Primeiramente é preciso lembrar que no sertão do Rio Grande do Norte onde costumamos dar nossas remadas, microrregião Vale do Assú, ecossistema Caatinga, a chuva é rara e circunscrita num período relativamente breve do ano. Se for um "inverno" bom pro sertão, pode começar a chover já no fevereiro e se alastrar até o mês de junho. Mas, geralmente, corremos mais riscos de ter que enfrentar uma boa chuva durante nossas aventuras de março até maio.Outra consideração importante a fazer-se é que raríssimas são as noites inteiras de chuva e que nenhuma delas nos pegaria jamais de surpresa. Nos vastos territórios sertanejos, o visual é muito amplo e eventuais mudanças climáticas são previsíveis com discreta antecipação.O que pode acontecer de noite, quando estamos já dormindo, é ser surpreendidos por uma chuvinha fina ou uma rala e de gotas grossas, quase sempre breves.- Sei. Mas vocês montam algum tipo de abrigo? Uma tenda, algo assim... ?- Tá bom, vou lhe explicar direito, pois para cada situação tem uma ou mais soluções diferentes. A primeira variante a ser considerada é o local de acampamento. Alguns dos campos que frequentamos habitualmente se prestam mais que outros à criação de uma área seca onde jantar também, antes de dormir.Aí vem outra variante, que é o numero de pessoas que estão participando da expedição. Quando viajamos em grupo, com chuva ou sol, sempre carregamos pelo menos duas lonas, uma de 5x5m e outra de 3x3m, que têm tamanha utilidade em muitas ocasiões.Com algumas arvores à disposição, dá para criar uma área seca ou duas separadas, dependendo dos casos. Depois do jantar, quando o pessoal que optou para a barraca vai dormir, armam-se, do melhor jeito possível, as redes necessárias para passar a noite.- As redes do senhor e de seus ajudantes...- Exato: um ou dois ajudantes, mais as eventuais

pessoas que optaram para dormir na rede. Tem algumas pessoas que entram completamente no estilo IGARUANA e decidem de dormir na rede durante toda a expedição.- Entendi. Mas então...- Pois é. Às vezes cai uma chuvarada forte justo após o pôr do sol, que deixa todo mundo preocupado. A gente monta todo o teatrinho e, de repente, a chuva para e segue uma noite de céu estrelado.Prevendo chuvas com boa probabilidade, é melhor logo carregar mais umas lonas de 3x3m, que permitem montar múltiplas soluções individuais, criando uma cobertura para cada rede, se for necessário. Com essas lonas pode-se criar também uma proteção suplementar para as barracas, em caso de chuva muito forte.Quando dou uma remada solitária, sempre carrego uma lona azul 3x3m, mas raramente me decido a usá-la esticada acima de minha rede, como uma tenda. Se não tenho certeza que vai chover a noite inteira, prefiro me arriscar e ficar com a vista aberta pro céu.Em caso de chuva imprevista no meio da noite, o protocolo é o seguinte:• Considerar a intensidade da chuva e, se for fina, aguentar um pouco para ver se pára de chover em breve.• Se a chuva for grossa ou persistir, levantar e dobrar logo a rede para que não molhe muito. Vestir a jaqueta impermeável e, eventualmente, guardar a rede no saco estanque.• Em caso de chuva fina e persistente, existe a possibilidade de vestir a jaqueta impermeável e continuar deitado na rede dormindo. A lona impermeável pode ser armada rapidamente, improvisando uma cobertura.- É, afinal é só água, né seu Jack? A gente não é feita de açúcar, que derrete quando molhar...- Isso mesmo, garoto. Aliás, uma chuvinha de dia, enquanto estamos remando ou caminhando pelo sertão, pra gente é um refresco!Me lembrei agora de uma chuva espetacular que tomamos durante a expedição Lua Cheia de

foto: Mateus Martins

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O raio é uma descarga elétrica de grande intensidade que ocorre na atmosfera, entre regiões eletricamente carregadas, e pode dar-se tanto no interior de uma nuvem, como entre nuvens ou entre nuvem e terra. O raio vem sempre acompanhado do relâmpago (intensa emissão de radiação eletromagnética também visível), e do trovão (som estrondoso), além de outros fenômenos associados. O Brasil é o país onde ocorre a maior quantidade de raios em todo o mundo, devido à sua grande extensão territorial e ao fato de que a maior parte de seu território situa-se na zona tropical, o que significa mais tempestades e mais raios. A região amazônica é a área onde as descargas elétricas ocorrem com maior frequência. Nota-se que, nas regiões tropicais, a atividade elétrica concentra-se sobretudo nos meses de verão.Em caso de tempestades, a melhor forma de proteção pessoal é procurar um abrigo seguro. Os mais recomendados são casas e prédios com pára-raios. Ao ar livre, deve-se evitar a proximidade com árvores e rochedos isolados, torres de ferro, postes e cercas de arame. É recomendado não permanecer em campos abertos, rios e lagos, durante uma tempestade. Descer e afastar-se de motos e bicicletas O local melhor onde ficar é perto de um grupo de arvores baixas, ou numa encosta de fundo arenoso, perto dum barranco, que dê proteção do lado da chuva. É bom afastar-se de todos os objetos metálicos, como remos, facões, grelhas, pás, panelas etc. pelo menos uns 50 metros

abril do ano passado. Foi justo depois do pôr do sol. Voltando do Sítio Mutamba, chegamos ao Campo Janduí, na extremidade sudoeste da Ilha Grande de São Rafael, avistando as nuvens negras da chuva vir na nossa direção. Logo que chegamos na ilha, olhando pro céu entendi que a coisa melhor a fazer-se era deixar a chuva passar e só depois dedicar-se a qualquer outra atividade. Em cinco minutos, amarramos bem as canoas, vestimos a jaqueta impermeável, o chapéu de palha e sentamos enfileirados em nossos banquinhos na beirada de areia: Moreno, eu e os quatro amigos, todo mundo dando as costas pra chuva chegando. Ainda deu tempo de distribuir um pedaço de rapadura de cajú para quem quis, depois começou a chover.O vento parou geral. A superfície do rio ficou parecendo de azeite esverdeado. O céu atrás da Serra das Pinturas todo tingido de vermelho. As primeiras gotas de chuva, grossas e pesadas, bateram nas nossas costas quase doendo. Depois começou o balé da chuva no espelho d'água à nossa frente. Milhões de gotas de chuva atingiram a superfície do rio, respingando saltitantes como numa coreografia acelerada, inspirada por algum tema de Tchaikovsky.Choveu direto assim por uma hora ou pouco menos. Depois parou, como tinha começado, abruptamenteO céu estava já escuro e algumas estrelas apareceram na abobada celeste.Só então descarregamos toda a tralha das canoas e levantamos o acampamento.

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A vacina contra a febre amarela (17DD) é elaborada com o vírus vivo atenuado, sendo produzida inclusive no Brasil (Rio de Janeiro). É aplicada por via subcutânea na região deltóidea (braço). Em 95% das pessoas o efeito protetor (imunidade) ocorre uma semana após a aplicação e confere imunidade por, pelo menos, 10 anos (provavelmente por toda a vida). Está incluída nos Calendários de Vacinação e pode ser utilizada a partir dos 9 meses de idade. A vacina contra a febre amarela (anti-amarílica) está disponível na Rede Pública (gratuitamente) e em clínicas privadas credenciadas. Deve ser aplicada, pelo menos, dez dias antes de qualquer viagem para áreas de risco, no Brasil ou no exterior. A emissão do Certificado Internacional de Vacinação é feita apenas em alguns locais credenciados pela ANVISA, Agencia Nacional de Vigilância Sanitária.A vacina geralmente produz poucos efeitos colaterais. É utilizada há mais de sessenta anos e efeitos colaterais graves (incluindo óbitos) são raros. Cerca de 5% das pessoas pode desenvolver, 5 a 10 dias depois da vacinação, sintomas como febre, dor de cabeça e dor muscular, sendo infrequente a ocorrência de reações no local de aplicação. Reações de hipersensibi l idade são muito raras e geralmente atribuídas às proteínas do ovo contidas na vacina. A ocorrência de encefalite é raríssima, tendo a maioria dos casos ocorrido em crianças vacinadas com menos de seis meses de idade. A vacina confere imunidade contra a febre amarela por, pelo menos, 10 anos. As pessoas vacinadas nos Centros Municipais de Saúde recebem o Cartão Nacional de Vacinação, que é válido em todo território brasileiro.

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O Aëdes aegypti, que pode transmitir o dengue e também a febre amarela, está presente em 3600 municípios brasileiros, incluindo o do Rio de Janeiro. No Brasil, não ocorre transmissão da febre amarela em cidades desde 1942, mas a possibilidade da transmissão em áreas urbanas existe desde da reintrodução do Aëdes aegypti no país. Não está havendo transmissão nas cidades, porém todas as regiões do país possuem áreas (zonas rurais, regiões de cerrado, florestas) onde há risco de transmissão da febre amarela. Nestas áreas, a infecção é principalmente transmitida pelos mosquitos do gênero Haemagogus e o ciclo do vírus é mantido atra-vés da infecção de macacos e da transmissão transovariana no próprio mosquito. O vírus da febre amarela circula em todos os municípios das regiões Norte, Centro-Oeste (incluindo o Distrito Federal). Também circula em numerosos municípios das regiões Nordeste (no Maranhão, em todos), Sudeste e Sul. Em parte dos municípios dos Estados da Bahia, Minas Gerais e Espiríto Santo embora não esteja ocorrendo circulação viral, existem condições que podem permitir a eventual transmissão da febre amarela.Em consideração disso tudo, para um bom êxito da expedição "Rio das Velhas - Delta do Parnaíba", será altamente recomendável consultar em tempo útil os Centros de Saúde de Natal/RN, onde poder receber a vacina em questão, pelo menos quinze dias antes de empreender a viagem.

amarelaa febre

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O proeiro, como diz o nome, é o remador que fica à proa de uma canoa: além de motor propulsor da embarcação, ele tem a incumbência de ficar sempre atento aos possíveis obstáculos perigosos, sejam eles à vista ou submersos: pedras, árvores, mourões, estacas etc.O impacto mais ou menos violento com algum desses obstáculos pode danificar gravemente ou até afundar uma canoa, prejudicando o bom êxito da jornada.O proeiro ideal então tem vista boa e reflexos prontos. Com seu remo empunhado firmemente, o proeiro deve evitar a colisão perigosa da embarcação com um obstáculo imprevisto, apoiando a pá do remo nele e afastando com decisão a proa, eventualmente protegendo a borda ameaçada com o mesmo remo, acompanhando o seguimento da canoa até onde der.Um proeiro experiente reconhece os pequenos sinais na superfície da água que identificam os obstáculos submersos e logo avisa o piloto que mudará subitamente a direção da canoa para evitar o choque perigoso. A maior atenção do proeiro é também muito importante nas proximidades da beira-rio ao chegar em área desconhecida ou notoriamente perigosa. O cultivo à vazante, típico das beiradas ribeirinhas perto de vilas e fazendas, é caracterizado por trincheiras de pedras e/ou cercas de estacas e arame farpado, que adentram no rio por dezenas de metros, acompanhando o desnível e ficando à vista ou submersas dependendo da época do ano. O maior cuidado è necessário ao aproximar-se dessas áreas, reduzindo a velocidade da canoa e ficando de olhos bem abertos.Um bom entendimento entre o proeiro e o piloto é fundamental para otimizar os esforços de ambos os remadores.

O proeiro e o jacumã

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O uso de poucas palavras-chave permite c o m u n i c a r - s e s e m m a l - e n t e n d i d o s desnecessários.A palavra-chave mais usada é "troca", isto é, para mudar o lado da remada. Quando, durante longos percursos, o proeiro cansa de remar do mesmo lado, propõe a "troca" e espera a confirmação do jacumã; isso permite que o piloto esteja pronto para a manobra e a canoa não perca o rumo durante a ação. Quando é o piloto a falar "troca", isso equivale a uma ordem e, sem demora, o proeiro deve trocar o lado da remada. Isso acontece habitualmente para contrastar ventos ou correntes que impedem a canoa de seguir no rumo certo.O jacumã, palavra tupi que significa popa e por extensão piloto de canoa, é o remador que fica à popa da canoa: além de motor propulsor da embarcação, ele é o leme da canoa, que controla e muda a direção da embarcação durante a navegação e nas manobras de saída e chegada em portos e beiradas. Utilizando seu remo como leme, o jacumã mantém o rumo da canoa, corrigindo o desvio que inúmeros fatores causam o tempo inteiro, entre os quais vale a pena destacar: o menor impulso que a remada do proeiro tem em relação a do piloto e a influencia de ventos e correntes.

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Pasta e ceci

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Numa capaz panela com tampa, esquentar o azeite de oliva com os dentes de alho, descascados e cortados no meio, e o ramo de alecrim. Quem não encontrar o alecrim fresco, pode utilizar uma colher de sopa (rasa) de alecrim seco. Quando o alho ficar dourado, acrescentar o grão-de-bico, a metade do sal e mexer bem com a colher de pau durante dois minutos. Versar um litro de água quente na panela, fechar com a tampa e deixar cozinhar a fogo médio por 25 minutos.Destampada a panela, retirar a parte lenhosa do alecrim e acrescentar a água quente restante, o sal e o macarrão. Mexer bem e cozinhar por mais 6-8 minutos.Servir bem quente, com mais ou menos caldo, segundo o gosto de cada um.

Um clássico da cozinha popular romana, feito com poucos, mas característicos ingredientes, "pasta e ceci" cada vez me leva de volta à minha infância, com a viva lembrança do cheiro de alecrim espalhando-se pela casa, avisando que o almoço estava pronto, sem que minha mãe precisasse chamar-nos. Naturalmente existem muitas receitas diferentes de "pasta e ceci" e esta é apenas uma fiel homenagem à singela receita da minha mãe, Giovanna d'Emilia, que a preparava deste jeito mesmo.

Ingredientes para 6 pessoas:300 gr de grão-de-bico5 dentes de alho1 ramalhete de alecrim1,5 dl de azeite de oliva1 colher de sopa de sal fino250 gr de macarrão tipo "avemaria"2 litros de água quente

Importante: deixar o grão-de-bico demolho em água durante doze horas

(Sopa de grão-de-bico à romana)

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ITACOATIARATrilha

Ocorrem também desenhos em tetos e paredes de furnas. Todos os petroglifos do Vale do Assu se encontram em proximidade de cursos de água, rios e riachos, ou tanques ao ar livre ou dentro de alguma gruta.A grande maioria dos desenhos é abstrata, o objeto não sendo representado tal como é visto o u e n c o n t r a d o n a r e a l i d a d e , m a s esquematicamente simplificado. muito do abstracionismo da região é expresso por símbolos geométricos, como o quadrado, o circulo, o triângulo e outros. A fauna acha-se de tal modo estilizada, que apenas podemos reconhecer quadrúpedes, aves, répteis etc. Os símbolos que podemos considerar representações de cobras são as linhas onduladas ou quebradas.Os principais répteis representados são uns lagartos, que nos lembram os tejús.

Todo vestígio antigo deixado pelo Homem na sua passagem pela Terra, constitui um sítio arqueológico. As pinturas e gravuras rupestres são sítios arqueológicos. O estudo desse tipo de vestígio do passado é um dos elementos com que conta o arqueólogo para restaurar a pré-história do Homem que habitou determinada região. As pinturas e gravuras brasileiras foram executadas pelos antigos habitantes da região, o que não quer dizer que tenham sido executadas, obrigatoriamente, pela população que os portugueses encontraram no Brasil do século XVI.A arte rupestre no Vale do Assu é representada por pinturas, gravuras, ou ambas associadas. As artes foram executadas principalmente em matações de natureza granítica, sendo alguns de dimensões consideráveis. Às vezes esses desenhos estão inseridos em concavidades da rocha, ficando portanto ligeiramente protegidos.

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O melhor dia para começar uma expedição ITACOATIARA é o domingo, chegando no Sitio Araras até às 18h do sábado; domingo, remada até São Rafael; segunda, compras na feira e remada até o Sitio Mutamba; terça, a trilha e os demais dois dias para voltar à base, curtindo o Vale do Assu em todo seu esplendor�No dia da trilha Itacoatiara: despertador às 5h. Café da manhã reforçado. Saída do grupo para a trilha às 6h30. Percurso misto de 9+9km pelas estradas de terra e pedras, típicas da caatinga, no sopé das serras do Meio e Cipó. Pausas para descanso e lanche à beira de uns riachos no meio do caminho. Chegada ao riacho da Pedra Lavrada por volta das 9h30. Banho refrescante. Montagem da tenda do rancho. Breve trilha à beira do riacho. Almoço e descanso na sombra. Por volta das 14h30, começa a caminhada de volta ao Sítio Mutamba. Pausa para descanso e lanche no meio do caminho. Jantar e pernoite no Campo Mocó.

A trilha ITACOATIARA até o Riacho da Pedra Lavrada [em Tupi: ita = pedra + coatiara = riscada] inicia no Sítio Mutamba, vila ribeirinha que pertence ao município de Jucurutu, RN, a dois dias de canoa do Sítio Araras, base operacional IGARUANA.Trata-se de uma Itacoatiara da sub-tradição Ingá, uma marca do passado remoto típica da região Seridó e Nordeste em geral. Distante cerca de 9km. do Sítio Mutamba, justamente na Serra das Pinturas, à beira de um riacho temporário, que seca na época da estiagem, de outubro a fevereiro, encontra-se uma série de pinturas rupestres pré-históricas, algumas das quais, tristemente, foram vandalizadas no passado mais recente por bárbaros modernos.Uma pedra maior esta cheia de inscrições, enquanto outras gravuras singelas se encontram nas rochas menores. Um sítio arqueológico praticamente desconhecido, que principalmente serve de bebedouro pro gado criado solto na região além dos bichos silvestres e uma multidão de aves que passam por ali.

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Ingredientes:20 gr. de cravo-da-índia100 ml. de álcool puro50 ml. de óleo corporal

Foi a Dona Nené, do Sítio Colônia, que me ensinou a fazer este repelente natural, no dia que fui atacado por um enxame de mutucas, durante uma caminhada no pé da Serra do Bonito, interior do RN.Quando voltei à vila, perguntei para os moradores locais como se defendem dessa praga e a Dona Nené me deu a receita do repelente/desodorante, que e la usa diariamente nas partes expostas do corpo (mãos, braços, rosto, pernas, pés). O óleo que ela usa é o de amêndoa doce, que vem num vidrinho direto da feira de Jucurutu, mas qualquer óleo corporal presta.O álcool dilui o principio ativo do cravo-da-índia e o óleo serve para manté-lo a contato co a pele, quando o álcool evapora. O cravo-da-índia também tem o poder de inibir a produção de mau cheiro, quando suamos.

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Comprovadamente, este óleo de cravo-da-índia da Dona Nené (cuja receita apenas difere da versão mais popular nas proporções dos ingredientes) repele todo tipo de mosquito, inclusive o da dengue, e a famigerada mutuca. Aplicado nos pés, afugenta as formigas.A preparação é simples. Numa garrafa de vidro escuro, deixar o cravo-da-índia de molho no álcool por quatro dias, agitando um pouco o composto duas vezes por dia. Após quatro dias, filtrar o produto e acondicioná-lo junto com o óleo corporal numa garrafinha de vidro ou plástico com pulverizador.É importante lembrar-se de agitar bem a garrafinha antes da aplicar o repelente no corpo. Vaporizar com cuidado no rosto. Não aplicar em crianças com menos de doze anos e em pessoas com pele sensível. Testar o efeito do produto numa pequena porção de pele, antes de aplicá-lo abundantemente como repelente. No fim de um dia quente e seco, o óleo de cravo-da-índia, pulverizado no corpo inteiro, depois do banho, hidrata a pele ressecada.,

Repelente para insetos e formigas

foto: James Gathany

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- 19 -foto: TinofreyCravo-da-índia a secar ao sol

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O Balança-rabo-de-chapéu-preto é uma ave Passeriforme da família Polioptilidae. Seu nome científico vem do grego (polios = cinza e ptilon = plumagem) e do latim (plumbea = chumbo, cor de chumbo). Ave com plumagem cinza da cor do chumbo.Conhecido também como Miador (Minas Gerais), Gatinha (Ceará), Sibite e Caga-sebo (norte da Bahia), mede cerca de 11 cm de comprimento. O macho tem o alto da cabeça preto-brilhante, o qual é cinza na fêmea. Para alimentar-se, busca insetos diretamente na folhagem e em ramos pequenos. Freqüentemente acompanha bandos mistos de insetívoros. O balança-rabo-de-chapéu-preto faz ninho em formato de xícara, localizado em galhos entre 2 e 8 m de altura. Põe de 2 a 3 ovos brancos manchados de marrom.Presente na maior parte da Amazônia brasileira, estendendo-se para leste até o Rio Grande do Norte e em direção sul até a Bahia e Minas Gerais. Encontrado também do México ao Panamá e em todos os demais países amazônicos: Guianas, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia. Seu habitat varia de incomum a localmente comum em capoeiras, bordas de florestas, clareiras com árvores esparsas, caatingas e manguezais. Na Amazônia, habita também ilhas e as margens ao longo dos rios maiores. Vive solitário ou aos pares, balançando constantemente a cauda.

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fauna da

Caatinga

Balança-rabo-de-chapéu-pretoClassificação Científica

Reino: AnimaliaFilo: ChordataClasse: Aves

Ordem: PasseriformesSubOrdem: Passeri

Parvordem: PasseridaFamília: Polioptilidae (Baird, 1858)

Espécie: Polioptila plumbea (Gmelin, 1788)Nome em Inglês: Tropical Gnatcatcher

fonte: wikiaves.com

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constrói todas as canoas das expedições e muitas outras...

IGARUANA

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