ifrs para pequenas e mÉdias empresas: um estudo … · convergência para o padrão internacional...

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Revista Científica FAZER. Faculdade Anglicana de Erechim – FAE 60 V.4, N.1 - 2016 - ISSN: 2318-289X IFRS PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS: UM ESTUDO SOBRE A ADOÇÃO DAS NORMAS INTERNACIONAIS NOS ESCRITÓRIOS DE CONTABILIDADE DE ERECHIM - RS Autores: Jucileia Giacomin Claudecir Bleil Franciele Dolores Muller Giana Roberta Pescador A contabilidade no Brasil se deparou com a necessidade de se adaptar à tendência mundial de padronização das demonstrações contábeis, adotando as Normas Internacionais de Contabilidade – IFRS. A NBC TG 1000 se constitui uma recente norma contábil que proporcionou procedimentos contábeis específicos para Pequenas e Médias Empresas (PMEs). A adoção das normas é relevante ao fato que gera informações transparentes, confiáveis, de alta qualidade, permitindo comparações entre empresas, um melhor acesso ao mercado de capital, atraindo novos investidores. Muitos profissionais desconhecem as IFRS e sua aplicação na contabilidade das PMEs. Assim o presente trabalho se propõe a fazer uma análise sobre o conhecimento dos profissionais dos escritórios contábeis do município de Erechim – RS, visando averiguar se estão elaborando as demonstrações contábeis das Pequenas e Médias Empresas conforme as normas internacionais de contabilidade - NBC TG 1000 e também buscando identificar a percepção dos contadores diante dessa importante mudança no cenário contábil no Brasil. O estudo classifica-se quanto a sua natureza como teórico-empírico, sendo que a pesquisa teve abordagem quantitativa, através de coleta de dados por meio de questionários aplicados junto aos responsáveis dos escritórios de contabilidade. Os resultados encontrados foram condizentes com a atual situação de convergência das PMEs. Fica evidente a capacitação dos profissionais, porém a norma impõe dificuldades especificas, como a complexidade e interpretação, mesmo assim os profissionais concordam com a convergência, levando em consideração a valorização da profissão contábil. Palavras chaves: Normas Internacionais, Pequenas e Médias Empresas, Contabilidade. 1. INTRODUÇÃO Com a globalização e o aumento das relações mercantis entre os países e continentes, as operações internacionais estão cada vez com maior volume. No Brasil, por ser um país em desenvolvimento, muitos investidores estrangeiros interessados em aplicar seus recursos no país, mas nem sempre as demonstrações financeiras estão claras e podem ser compreendidas por esses usuários externos. Ademais, competitividade no mercado internacional é enfrentada pelas companhias, as que apresentam diferenciais competitivos estarão em evidência e ganhando seu espaço no mercado mundial, por esses motivos o Brasil teve a necessidade de aderir a tendência mundial que são as normas internacionais de contabilidade, padrão adotado em mais de 120 países.

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Revista Científica FAZER. Faculdade Anglicana de Erechim – FAE 60

V.4, N.1 - 2016 - ISSN: 2318-289X

IFRS PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS: UM ESTUDO SOBRE A ADOÇÃO DAS NORMAS INTERNACIONAIS NOS ESCRITÓRIOS DE

CONTABILIDADE DE ERECHIM - RS

Autores: Jucileia Giacomin

Claudecir Bleil Franciele Dolores Muller Giana Roberta Pescador

A contabilidade no Brasil se deparou com a necessidade de se adaptar à tendência mundial de padronização das demonstrações contábeis, adotando as Normas Internacionais de Contabilidade – IFRS. A NBC TG 1000 se constitui uma recente norma contábil que proporcionou procedimentos contábeis específicos para Pequenas e Médias Empresas (PMEs). A adoção das normas é relevante ao fato que gera informações transparentes, confiáveis, de alta qualidade, permitindo comparações entre empresas, um melhor acesso ao mercado de capital, atraindo novos investidores. Muitos profissionais desconhecem as IFRS e sua aplicação na contabilidade das PMEs. Assim o presente trabalho se propõe a fazer uma análise sobre o conhecimento dos profissionais dos escritórios contábeis do município de Erechim – RS, visando averiguar se estão elaborando as demonstrações contábeis das Pequenas e Médias Empresas conforme as normas internacionais de contabilidade - NBC TG 1000 e também buscando identificar a percepção dos contadores diante dessa importante mudança no cenário contábil no Brasil. O estudo classifica-se quanto a sua natureza como teórico-empírico, sendo que a pesquisa teve abordagem quantitativa, através de coleta de dados por meio de questionários aplicados junto aos responsáveis dos escritórios de contabilidade. Os resultados encontrados foram condizentes com a atual situação de convergência das PMEs. Fica evidente a capacitação dos profissionais, porém a norma impõe dificuldades especificas, como a complexidade e interpretação, mesmo assim os profissionais concordam com a convergência, levando em consideração a valorização da profissão contábil.

Palavras chaves: Normas Internacionais, Pequenas e Médias Empresas, Contabilidade.

1. INTRODUÇÃO

Com a globalização e o aumento das relações mercantis entre os países e

continentes, as operações internacionais estão cada vez com maior volume. No Brasil,

por ser um país em desenvolvimento, muitos investidores estrangeiros interessados

em aplicar seus recursos no país, mas nem sempre as demonstrações financeiras

estão claras e podem ser compreendidas por esses usuários externos. Ademais,

competitividade no mercado internacional é enfrentada pelas companhias, as que

apresentam diferenciais competitivos estarão em evidência e ganhando seu espaço

no mercado mundial, por esses motivos o Brasil teve a necessidade de aderir a

tendência mundial que são as normas internacionais de contabilidade, padrão adotado

em mais de 120 países.

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Em um mundo integrado em que estamos inseridos, as informações chegam de

forma instantânea, é imprescindível que a contabilidade se adapte a essa realidade,

uma evolução inevitável é que as demonstrações contábeis das empresas sejam

compreendidas mundialmente. Para Iudícibus; Marion e Faria (2009), as informações

contábeis devem ser bem estruturas, fidedignas e completas, pois podem representar

o fracasso, bem como o sucesso de uma organização.

A contabilidade no Brasil está passando por uma grande mudança com a

convergência para o padrão internacional de contabilidade, as IFRS (International

Financial Reporting Standards). Os pronunciamentos da IFRS são emitidos pelo IASB

(International Accounting Standards Board), tem como principal objetivo o

desenvolvimento de um modelo único de normas internacionais de contabilidade.

Como o Brasil aderiu a esse padrão, surgiu a necessidade de termos aqui um órgão

que pudesse traduzir os pronunciamentos emitidos pelo IASB, surgindo então o

Comitê de Pronunciamento Contábeis – CPC.

A Fundação IFRS tem como missão principal o desenvolvimento, no interesse

público, um conjunto único de elevada qualidade, padrões financeiros, exequíveis e

globalmente aceites compreensíveis de relatórios com alicerce em princípios

claramente articulados. (IFRS, 2014). A regulamentadora das IFRS no Brasil, foi a Lei

11.638 de 28 de Dezembro de 2007, assim as empresas que estavam obrigadas a se

enquadrarem aos padrões internacionais até o ano de 2010, eram as sociedades por

ações de capital aberto (listadas na bolsa de valores) e que tinham por obrigação

divulgarem suas demonstrações contábeis.

Em 2009, por meio da Resolução 1.255 de 10 de Dezembro de 2009 do

Conselho Federal de Contabilidade, foi aprovado a NBC TG 1000, as IFRS para as

Pequenas e Médias Empresas. A norma foi publicada no fim de 2009 e se tornou

obrigatória para o exercício de

2010. Diante de tal fato, os escritórios de contabilidade entraram no rol das IFRS,

demandando capacitações e treinamento para poder absorver os acontecimentos e

acompanhar tais mudanças. A NBC TG 1000 adotou procedimentos mais

simplificados se comparado com as obrigações das empresas de capital aberto e de

grande porte, mas trouxe mais clareza e confiabilidade nas informações financeiras,

possibilitando que as PMEs utilizem suas demonstrações financeiras para a tomada

de decisões e investimentos com mais credibilidade e auxiliem em sua continuidade e

perseverança.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1Cenário da Contabilidade no mundo

Iudícibus (2006, p.35) cita que, “em termos de compreensão da evolução

histórica contábil, raramente o “estado da arte” ultrapassa o grau de evolução

econômica, institucional e social das sociedades analisadas, em cada época”. Para o

autor, a criação das teorias contábeis e de suas práticas está intrinsicamente ligada,

ao nível de evolução comercial, social e institucional das sociedades, cidades ou

nações.

A evolução da contabilidade foi lenta, primeiramente era representada por

figuras, pois ainda não havia sido desenvolvida a escrita. Depois mais tarde, a

civilização começou a fazer as trocas de mercadorias, onde já se era mensurado o

valor das coisas. Iudícibus (2006) afirma que, na época da troca pura e simples de

mercadorias, os negociantes anotavam suas obrigações, os direitos e os bens perante

terceiros, porém, obviamente, trata-se de um mero elemento de inventário físico, sem

avaliação monetária. Ao longo do tempo conforme as atividades foram se

desenvolvendo, o homem foi aperfeiçoando seus métodos de controle de suas

riquezas, com isso a Contabilidade foi evoluindo no tempo juntamente com a

humanidade. Com o surgimento da escrita e os números, nos séculos XIV e XVI,

ocorreram muitas mudanças na área do conhecimento, com algumas descobertas e

invenções que surgiram nesse período (IUDICIBUS; MARION; FARIA, 2009).

Com o desenvolvimento econômico, das atividades mercantis e industriais que

ocorria na época a Contabilidade começou a despertar como ciência. Mas o marco do

desenvolvimento foi com a primeira literatura contábil relevante, escrita pelo Frei Luca

Pacioli, publicou o Tractatus de computis et scripturis, onde foi apresentado o método

das partidas dobradas, considerada por estudiosos como Iudícibus et al (2010), o

primeiro a dar uma exposição completa e com muitos detalhes, ainda hoje atual, da

Contabilidade. Ocorre nessa época a ascensão da Escola Europeia, com ênfase na

Itália, após a obra de Pacioli, surgem outras obras sobre o tema.

No início do século XX, com o surgimento das corportions nos Estados Unidos, a

escola norte-americana invade o cenário. Iudícibus, Marion e Farina (2009) descrevem

que com o crescimento da economia norte-americana, o mundo contábil volta suas

atenções para os País, e que, a partir de 1920 entrou em um ritmo de crescimento

acelerado, tendo um grande desenvolvimento do mercado de capitais, surgindo assim

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mais estudos e pesquisas, consequentemente se difundindo os princípios contábeis,

teorias e práticas.

Hoje em dia, entretanto a tendência é a rumo a harmonização dos padrões contábeis internacionais, visando a eliminação da diferenças nas práticas contábeis e formas de apresentação das demonstrações contábeis entre os países do globo (IUDICIBUS, MARION E FARIA, 2009, p. 16).

A Contabilidade em todo o mundo teve influências tanto da escola europeia,

quanto da escola norte-americana, cada país com seus estudos e interpretações, mas

tudo está caminhando para que exista um padrão entre países para que se possa ser

facilitadas a negociações que ocorrem em diferentes continentes.

A convergência das normas brasileiras de contabilidade para as internacionais

é a mais recente alteração da contabilidade no Brasil, estas mudanças aconteceram

primeiramente para as empresas de grande porte, e depois para as pequenas e

médias empresas, que receberam um tratamento diferenciado, podendo também se

enquadrar ao padrão internacional de contabilidade. As Normas Internacionais de

Contabilidade aplicadas para as PMEs, foram simplificadas, devido à cultura existente

e porte dessas empresas, mas há muitas controvérsias sobre as vantagens e

desvantagens existentes e o custo-benefício trazido pela adoção, Alves etal (2013, p.

108) comentam “...ainda não há histórico da adoção, que permita analisar os efeitos de

sua aplicação”.

2.2 Processo formal do IASB

O International Accouting Standards Board (IASB) é uma organização sem fins

lucrativos, internacional que atualiza e publica as International Financial Reporting

Standards (IFRS) na língua inglesa. O IASB foi criado em 1 de abril de 2001,

assumindo a estrutura do International Accouting Standadrs Committee (IASC) e todas

as responsabilidades técnicas a partir desta data (CARRARO e PICETTI, 2011).

Segundo Weffort (2005), para melhor abarcar a evolução da harmonização da

contabilidade, é necessário analisar desde o período de criação do IASC até 2001,

dividindo em cinco fases distintas:

1ª Fase: 1973 a 1974 - Período inicial de estruturação do IASC, tendo sua criação no ano de 1973 e em 1974 sua primeira elaboração de pronunciamento.

2ª Fase: 1975 a 1984 - Expansão do IASC, coincidente com a criação e formação do International Federation of Accountants (IFAC). Período marcado pelo primeiro pronunciamento entrado em vigor do IASC, o Brasil que era membro do IASC, passa a ser membro da IFAC.

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3ª Fase: 1985 a 1994 - Marcado pela ampliação do IASC e a publicação do IAS, que aumentou as discussões sobre a harmonização da contabilidade no mundo

4ª Fase: 1995 a 1998 - O IASC concentra-se na revisão das Normas Internacionais de

Contabilidade (IAS).

5ª Fase: 1999 a 2001 - Reestruturação do IASC/IASB, no Brasil a primeira tradução oficial para o português do IAS.

Carraro e Picetti (2011, p. 7) cita que “a criação do IASB teve objetivo de

melhorar os anteriores pronunciamentos contábeis internacionais (IAS) emitidos

pelo IASC”. Deloitte (2013, p. 12) define a estrutura do IASB conforme a Figura 2:

Conselho de Monitoramento

Fundação IFRS

Nomeação, supervisão, revisão de eficácia e financiamento

Conselho

Estabelecer agenda técnica. Aprovar as normas, minutas de discussão e interpretação

Conselho Consultivo de normas Comitê de Interpretações das IFRAs Grupo de Implementação do PME

Figura 2: Estrutura do IASB Fonte: Adaptado de Deloitte (2013).

O Conselho de Monitoramento tem como principal objetivo o fornecimento de

um mecanismo para o intercâmbio formal entre autoridades dos mercados de capitais

responsáveis pelo conteúdo dos relatórios financeiros e a Fundação IFRS (IFRSF)

(DELOITTE, 2013).

2.3 Adoção da IFRS no Brasil e no mundo

As Normas Internacionais de Contabilidade – International Financial Reporting

Standars – IFRS, surgiram por estarmos inseridos, nesse século, em um ambiente de

integração entre as economias de todos os países. O IASB é o órgão responsável

pelas IFRS e Alves et al. (2013) afirmam que o IASB foi criado para coordenar a

convergência as normas e regulamentá- las nos sistemas jurídicos dos países optantes

a adoção, assim iniciou-se no mundo na última década a adoção das Normas

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Internacionais de Contabilidade. A adoção teve seu início na Europa, Ernst & Young e

Fipecafi (2009, p. 7) relatam que:

A Comissão Europeia decidiu, em 2001, adotar as normas internacionais de contabilidade... Estabeleceu 2005 como sendo o ano para a adoção integral... A adesão dos países europeus ao IFRS foi rápida. Atualmente, cerca de 7000 companhias listadas nas bolsas de valores europeias adotam o IFRS.

A adoção das normas pela Europa foi um fato importante para conversão

contábil, mas segundo Alves et al. (2013), também estimulou controvérsias, tendo o

governo como maior crítico. Nos mercados, os investidores reagiram positivamente,

em razão da expectativa de melhor qualidade da informação. Ernst & Young e Fipecafi

(2009), citam que mais de 100 países já adotaram o IFRS como padrão contábil e,

mais recentemente, países como Austrália, Canadá, China, Hong Kong, Noruega,

Suécia, Brasil e Colômbia aumentam essa lista, todos com graus diferentes de

convergência, mas se encaminhando para a harmonização mundial da Contabilidade.

Os EUA ainda não adotou o padrão internacionais de contabilidade, isso se justifica

por possuírem suas próprias normas as US GAAP, acredita-se que a adoção as IFRS,

poderia reduzir a comparabilidade já existente entre as empresas no país (ALVES et

al, 2013). Atualmente, segundo o Instituto IFRS (2014), mundialmente 130 países já

adotaram as Normais Internacionais de Contabilidade.

No Brasil, relatam Ernst & Young e Fipecafi (2009), que após sete anos de

tramitação naquele órgão legislativo, o Projeto de Lei foi finalmente aprovado ao

final de 2007 e transformado na Lei nº 11.638 [...], essa Lei foi a que estabeleceu a

adoção das normas internacionais de contabilidade no Brasil. Foi criado em 2005, no

Brasil, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), conforme Mourad (2012, p.

29):

A Resolução CFC nº 1.055 criou o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC). O CPC estuda o preparo e a publicação de novos Pronunciamentos Técnicos que validam a introdução dos IFRSs nas práticas contábeis no Brasil ... possui amplo plano de trabalho para tradução, discussão, aprovação e publicação de todas as normas internacionais de contabilidade gradualmente.

Até então no Brasil a Lei 11.638/07, obrigava as empresas de grande porte e

de capital aberto a se adequarem as novas normas, relatam Neves e Lorandi (2013),

que surge a (NBC) TG 1000, aprovada pela Resolução CFC nº 1.255/09 que abrange

a área de pequenas e médias empresas, inovando e definindo parâmetros específicos

de registro e evidenciação contábil para as empresas desse porte.

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A resolução passou a vigorar nos exercícios contábeis iniciados a partir de 1º de Janeiro de 2010. Deste modo, a NBC TG 1000 estabelece critérios e procedimentos de caráter simplificado se comparado as obrigações das empresas de capital aberto e de grande porte (NEVES e LORANDI, 2013, p.2).

Muitos países já aderiram à adoção das Normas Internacionais de Contabilidade

(IFRS), com níveis diferentes de convergência. O Brasil aderiu à adoção e rapidamente

as empresas de grande porte tiveram que se adequar. As pequenas, porém ainda não

estão convencidas dos benefícios da convergência, assim ainda não se tem como

avaliar os reais efeitos destas normas no Brasil e no mundo.

2.4 Caracterização e participação das PMEs na economia

No Brasil existem 6,3 milhões de empresas. Desse total, 99% são micro e

pequenas empresas (MPEs). Os pequenos negócios, respondem por mais de dois

terços das ocupações do setor privado. O estudo mostra que no Brasil existem 5

milhões de micro e pequenas empresas MPEs (SEBRAE, 2013). Segundo a Lei

Complementar nº 123, de 14 de Dezembro de 2006, que institui o Estatuto Nacional

da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte “Art.3º, consideram-se

microempresas ou empresas de pequeno porte, a sociedade empresária, a sociedade

simples e o empresário... devidamente registrados...”.

Classificação das micro e pequenas empresas de acordo com a receita bruta,

conforme

Simples

Nacional:

Porte Microempresa: Faturamento Anual: Até R$ 360 mil

Porte Pequenas empresas: Faturamento Anual: Acima de R$ 360 mil

até R$ 3,6 milhões

Classificação segundo o Comitê de Pronunciamentos Contábeis -

Pronunciamento

Técnico PME – Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas, que aprovou a NBC

TG 1000

- norma que se destina à utilização por pequenas e médias empresas. Esta norma

afirma que pequenas e médias empresas são empresas que: (a) não tem obrigação

pública de prestação de contas; e (b) elaboram demonstrações contábeis para fins

gerais para usuários externos.

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Essas empresas se caracterizam por muitas vezes não possuírem uma

longevidade de suas atividades, por falta de uma gestão efetiva, conhecimento da real

situação da empresa, possuir um planejamento estratégico e falta de controle, Neves

e Lorandi (2013, p. 4) citam, “... pequenas e médias apresentam características

semelhantes, como pouco capital envolvido em sua constituição, dificuldade de

separação entre o patrimônio dos proprietários e da empresa, além de registros

contábeis pouco adequados.”.

O nosso país registra os maiores índices de empreendedorismo do mundo, mas

a longevidade destas empresas se destaca como um ponto negativo, pois 27% destes

novos empreendimentos não passam de dois anos de funcionamento e vão à falência.

Essas empresas possuem uma participação muito importante na economia brasileira.

Segundo pesquisa realizada pelo SEBRAE (2014, p. 52) “No período de 2009 a 2011,

o valor agregado das MPE na economia nacional cresceu de R$ 445 bilhões para R$

599 bilhões”. As micro e pequenas empresas têm contribuído, em várias faces na

economia, em sua participação nos processos produtivos, na geração de emprego e

renda, mas sobre tudo ao gerar qualidade de vida e redução da desigualdade social e

no desenvolvimento das regiões e municípios (MAROLLI, 2011).

Por isso é tão relevante a garantia de sobrevivência da PMEs em nosso país,

os órgãos regulamentadores estão voltando seu foco para essas empresas que são a

maioria no Brasil, o primeiro passo para essas mudanças foi a regulamentação da

NBC TG 1000 com o objetivos citados por Neves e Lorandi (2013, p. 4), “proporcionar

maior transparência e confiabilidade às informações contábeis”. A contabilidade é

fundamental para a longevidade de uma organização, pois seu papel fundamental é a

geração de informações financeiras e econômicas, mostrando a real situação da

empresa para auxiliar os gestores para a tomada de decisão.

2.5. Adoção das IFRS para pequenas e médias empresas

Atualmente os principais problemas dos profissionais atuantes nas áreas que

estão vinculadas a legislação, consiste na complexidade dos textos bem como na sua

aplicação, devido as diferentes formas de interpretações das leis, e seus contrapontos.

O profissional da contabilidade no Brasil exerce as suas atividades tendo como base

a legislação do país, no entanto segue também as normas emitidas pelo seu conselho

de classe, com o objetivo de exercer sua profissão de acordo com o real objetivo da

contabilidade, que é fornecer informações verdadeiras sobre o patrimônio e o

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resultado, bem como avaliar a situação econômico-financeira das entidades. A

Delloite (2013, p. 22), relata o histórico da adoção das IFRS para as PMEs:

Quadro 1: Histórico da adoção IRFS para PMEs

PERÍODO DESCRIÇÃO

2001 O IASB deu início a um projeto para desenvolver padrões contábeis adequados para PMEs. Um grupo de trabalho composto por especialistas foi instituído para fornecer orientações sobre questões, alternativas e possíveis soluções.

2002 Conselheiros da IASCF (atual IFRSF) manifestaram seu apoio aos esforços do IASB de examinar questões específicas relacionadas a economias emergentes e PMEs.

2003 – 2004 O IASB desenvolveu opiniões preliminares e experimentais sobre o enfoque básico que seguiria no desenvolvimento de normas contábeis para PMEs.

Junho de 2004 O IASB publicou um documento de discussão definindo e solicitando comentários sobre o enfoque do IASB.

Julho de 2004 / Janeiro de 2005

O IASB estudou as questões levantadas através dos comentários fornecidos em resposta ao documento de discussão e decidiu publicar uma minuta para exposição.

Abril de 2005

O IASB percebeu a necessidade de reunir mais informações sobre possíveis modificações dos princípios de reconhecimento e mensuração na IFRS para PMEs. Um questionário foi publicado como ferramenta para identificar possíveis simplificações e omissões.

Junho – Outubro de 2005

As respostas ao questionário foram discutidas com o Conselho Consultivo de Normas (atual Conselho Consultivo das IFRSs), o Grupo de Trabalho de PMEs, os órgãos normatizadores internacionais e as mesas redondas públicas.

2006 Discussões e deliberações do IASB sobre a minuta para exposição.

Agosto de 2006 A minuta completa elaborada pelos membros do IASB é publicada no site do IASB para manter o público informado.

Fevereiro de 2007

A minuta para exposição foi publicada propondo cinco tipos de simplificações das IFRSs completas, com orientações para implantação e fundamentos para conclusões. A minuta para exposição foi traduzida para cinco idiomas.

Junho de 2007 O questionário de teste de campo foi publicado (em quatro idiomas) no site do IASB. Março de 2008 /

Abril de 2009 O IASB deliberou as propostas a respeito da minuta para exposição, com base nas respostas recebidas à minuta para exposição e os resultados do teste de campo.

Julho de 2009 A versão final da IFRS para PMEs é publicada e entrará em vigor sempre que adotada por um país.

Janeiro de 2010 Aprovado o Termo de Referência e Procedimentos de Operação do SMEIG. Junho de 2011 O primeiro Q&A (perguntas e respostas) foi emitido pelo SMEIG.

Junho de 2012 Em 26 de junho de 2012, o IASB emitiu uma requisição de informações como primeiro passo para uma revisão abrangente inicial.

Quadro 3: Histórico da adoção das IFRS para as PMEs. Fonte: Adaptado Delloite (2013, p. 22).

Com a resolução 1.255/09 os escritórios contábeis foram abrangidos em estudo

no quesito temporal, sendo que foi publicada em 2009, e se tornou obrigatória nos

exercícios iniciados em 1º de janeiro de 2010. Os profissionais de contabilidade

precisaram se capacitar e treinar de forma rápida para atender a nova legislação de

forma eficiente e eficaz (LORANDI e NEVES, 2013).

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4 METODOLOGIA

Segundo Gil (2007, p. 43), “[...] para analisar os fatos do ponto de vista empírico,

para confrontar a visão teórica com os dados da realidade, torna-se necessário traçar

um modelo conceitual e operativo de pesquisa”. Após escolhido o tema faz-se

necessário uma forma de estudo que possa analisar os dados coletados de forma a

trazer esclarecimentos sobre o trabalho, e para que tal fato possa se desenvolver o

estudo de caso se enquadra de forma bem construtiva. Quanto a caracterização da

pesquisa, trata-se de pesquisa quantitativa, de abordagem descritiva, que para a

realização do estudo foi obtido uma lista junto a Delegacia do CRC de Erechim/RS, na

qual existem 60 escritórios formais de contabilidade no município. Destes foram

selecionados 12 escritórios (20%), escolhidos aleatoriamente.

A pesquisa foi realizada por meio de questionário enviado via e-mail. Para obter o

maior retorno possível dos questionários foram realizados contatos telefônicos, e

também o reenvio dos e-mails. Do total da amostra de 12 escritórios selecionados,

alguns não responderam no prazo estipulado da pesquisa, desta forma a amostra final

contou com 8 respondentes (66,67%) escritórios de contabilidade, foi enviado por e-

mail para os responsáveis pela contabilidade, entre os meses de março a maio 2015,

que responderam os questionários por meio da ferramenta Google Docs.

5 ANÁLISE DOS RESULTADOS

O objetivo inicial do questionário foi visualizar a caracterização dos escritórios

pesquisados, no que diz respeito a quantidade de funcionários e o nível de formação

dos responsáveis pela contabilidade das Pequenas e Médias Empresas e o nível de

conhecimento sobre as normas internacionais de contabilidade sobre as PMEs. Foram

escolhidos os escritórios formais de Erechim/RS, dentre os 60 escritórios existentes,

foram selecionados aleatoriamente uma amostra de 20% (12), destes 8 responderam

e contribuíram para o estudo. Segundo o Conselho Federal de Contabilidade – CFC

(2015), existem hoje na região do Rio Grande do Sul um total de 23.491 contadores,

destes 12.154 são homens e 11.337 sendo mulheres, os técnicos somam um total de

15.339, as mulheres representam 6.702 e 8.637 são homens.

O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE),

apresenta dois critérios para a caracterização de empresas: o primeiro, associado à

receita bruta anual das empresas, e o segundo, associado ao número de empregados

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que possui. Para o estudo em questão, optou-se pela utilização do segundo critério, o

qual apresenta maior relevância ao estudo, que proporciona uma abordagem

quantitativa de funcionários ativos nos escritórios contábeis. O quadro 2 apresenta a

classificação utilizada pelo SEBRAE (2009) em empresas de comércio e serviços:

Quadro 2: Classificação dos estabelecimentos segundo o número de funcionários

Porte Comércio e Serviço Microempresa Até 9 pessoas ocupadas

Pequena empresa De 10 a 49 pessoas ocupadas

Média empresa De 50 a 99 pessoas ocupadas

Grande empresa 100 pessoas ocupadas ou mais Fonte: SEBRAE (2009)

Os achados do presente estudo, foi possível verificar que dentre a amostra, (8

escritórios pesquisados), o porte que mais se destacou foi o de Pequena Empresa,

representando 50%, seguido pela Microempresa, com 37%, e da Média Empresa com

12,5%. Importante ressaltar que nenhum responsável contábil afirmou trabalhar em

empresa caracterizada como de Grande

Porte. Um estudo realizado pelo IBPT (2013) aponta que das empresas existentes

no Brasil,

46,82% são microempresas; 7,39% são pequenas empresas; 13,30% são médias

empresas e apenas 2,07% são grandes empresas. Assim como na pesquisa aqui

representada, a grande maioria das empresas se classificam como em micro e

pequenas empresas.

No que se refere a formação dos profissionais contábeis responsáveis pelos

escritórios, foi elaborado uma pergunta a fim de evidenciar o nível escolar dos mesmos.

Com a análise dos

8 respondentes, percebeu-se a predominância de profissionais com especialização,

pois 5 possuem especialização, seguido de 3 com apenas graduação, sendo que

nenhum deles possui mestrado ou doutorado. A formação técnica dos responsáveis

pelos escritórios contábeis de Erechim/RS. a necessidade de se ter mais cursos de

mestrado e doutorado na região. O curso de Mestrado e Doutorado do estado do Rio

Grande do Sul em Ciências Contábeis situa-se em São Leopoldo/RS (UNISINOS),

cerca de 380 km de Erechim, e que os profissionais com tal formação costumam se

dedicar exclusivamente à docência, atraindo poucos profissionais para os escritórios

contábeis de Erechim.

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4.1 CONHECIMENTO E APLICAÇÃO DA NBC TG 1000

A respeito do conhecimento da norma NBC TG 1000 – Contabilidade para as

Pequenas e Médias Empresas, que se refere a contabilidade segundo as normas

internacionais foi questionado aos profissionais contábeis se eles tinham o

conhecimento da mesma, e a pesquisa mostrou unanimidade de que todos têm

conhecimento da mesma. Isso demonstra que estes escritórios estão atualizados e

preparados para atender as empresas.

Além do conhecimento foi indagado aos escritórios: A NBC TG 1000 –

Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas está sendo aplicada nas empresas

na qual presta serviço? Dentre os respondentes 7 afirmaram que estão aplicando as

normas internacionais nas empresas para as quais prestam serviço, sendo que apenas

um escritório não se posicionou diante desta indagação.

Analisando o resultado no que tange a aplicação da norma percebe-se que

100% dos escritórios contábeis de Erechim/RS estão prestando seu serviço de

acordo com a NBC TG

1000, pois sua aplicabilidade é de suma importância para o desenvolvimento das

organizações, e consequentemente nos seus rendimentos e produtividade, é a

capacidade de mudança e atualização de seus colaboradores frente ao novo ambiente

de trabalho. Outra questão relevante foi se o responsável realizou algum tipo de

capacitação para atender as necessidades de seus clientes (empresários). A pesquisa

mostra que 87,5% dos escritórios em estudo realizaram algum tipo de capacitação

sobre as normas internacionais de contabilidade para as pequenas e médias

empresas, sendo que apenas 1 não realizou nenhum tipo de treinamento.

No quesito que tange a realização de algum treinamento ou capacitação foi

questionado o local que eles executaram tal treinamento. O resultado demonstrou que

28,6% dos escritórios realizaram cursos no Conselho Regional de Contabilidade –

CRC RS, 42,9% cursos em empresas especializadas, e 28,6% em outros, e que não

citaram onde realizaram tal aprendizado. Outro aspecto pesquisado junto aos

escritórios estudados foi com relação a aplicação das normas, quais foram as

principais dificuldades e o aspecto que mais gerou dúvidas em relação a norma. O

Gráfico 1, percebe-se que dentre os sete escritórios que responderam tal indagação

3 deles sentiu dificuldades na interpretação da normas, outros 3 a complexidades das

normas, um dos escritórios respondeu sendo outros, porém não citou a dificuldade ou

aspecto que mais gerou dúvida, e um deles não se posicionou.

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Gráfico 1: Principais dificuldades das normas. Fonte: Dados da pesquisa (2015)

Como já citado anteriormente sobre o constante aperfeiçoamento dos

contabilistas como um requisito importante para a atuação em consonância com as

atuais exigências do mercado. Langoni (2010) alerta sobre a necessidade de

capacitação e de uma nova postura do profissional contábil para se adequar às novas

normas, sendo que, aqueles que não se prepararem, serão excluídos do mercado.

Outras questões relevantes abordadas na pesquisa foi entre o custo x benefício

da aplicação da nova norma. Questionou-se se os contadores perceberam um

aumento nos custos do escritório para a adequação, quais foram estes custos e quanto

à qualidade dos serviços prestados, se notaram melhora. Analisando os dados

compreende-se, que dos escritórios questionados 75% afirmaram obter um aumento

nos custos para a elaboração das demonstrações contábeis nos padrões da NBC TG

1000 Contabilidade para PMEs. Já no próximo questionamento, procurou-se saber

pela opinião dos entrevistados, quais foram os custos que mais sofreram aumentos.

Os resultados são apresentados na Tabela 01.

Tabela 01: Quais os custos para adequação Alternativas Nº de Respostas % das Respostas

Custo com pessoal 3 50,0% Sistemas 0 0,0% Treinamentos 2 33,3% Consultoria 0 0,0%

Outros 1 16,7% Total 6 100% Fonte: Dados da pesquisa (2015)

A Tabela 01, mostra que dos 8 profissionais questionados, 50% responderam

que o aumento do custo foi com pessoal e 33,3% que foi em gastos com treinamentos

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realizados para a compreensão e interpretação das normas. O fato é que ocorreram

mudanças significativas no cenário contábil do que se vinha praticando, com isso os

profissionais precisaram se atualizar, investindo em capacitações e treinamentos, por

sua vez os escritórios tiveram a necessidade de contratação de profissionais

capacitados para atuar na área.

Sobre o aumento na qualidade dos serviços prestados com o resultado da

pesquisa percebe-se que dos entrevistados 75% responderam que houve uma

melhoria na qualidade dos serviços prestados e 25% disseram que não perceberam

melhorias. Este resultado se justifica, pois as normas foram adotadas no intuito de

trazer mais clareza para demonstrações contábeis, auxiliando nas informações

gerencias. Passando assim o contador de mero recolhedor de impostos ao

reconhecimento dos serviços prestados como ferramenta de gestão nas empresas.

Nota-se que os custos aumentaram, mas na mesma proporção houve um aumento na

qualidade dos serviços prestados, assim os benefícios da aplicação a NBC TG 1000,

se sobre pós aos custos. Constatou-se que a adoção das novas normas de

contabilidade foi válida, ocasionando uma divulgação padronizada das informações e

aumento da utilização destas informações.

Buscou-se também identificar se os usuários das informações contábeis

(empresários, administradores), tiveram boa recepção em relação às mudanças na

contabilidade brasileira, conforme é demonstrado na Tabela 02.

Tabela 02: Receptividade dos clientes em relação à NBC TG 1000 Alternativas Nº de Respostas % das Respostas

Os clientes desconhecem a Resolução 3 37,5%

Os clientes conhecem a Resolução, no entanto não buscam informações acerca da mesma

4

50,0%

Os clientes conhecem a Resolução e já contataram o escritório sobre os assuntos relacionados a mesma

1

12,5%

Os clientes conhecem a Resolução e estão bem informados acerca dos aspectos da mesma.

0

0,0%

Total 8 100% Fonte: Dados da pesquisa (2015)

Das 8 respostas obtidas 50% (4 respostas), afirmaram que os clientes tem

conhecimento da Resolução, mas que não buscam maiores informações juntos aos

escritórios 37,5% (3 respostas) descrevem que os clientes não tem conhecimento da

Resolução, 12,5% (1 resposta) respondeu que os clientes conhecem a Resolução e já

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contataram o escritório sobre os assuntos relacionados a mesma. Havia no

questionário a opção, se os clientes conhecem a Resolução e estavam informados

acerca dos aspectos da mesma, onde não obtivemos nenhuma resposta, o que é muito

preocupante, pois indica que os administradores das empresas não estão utilizando os

benefícios apresentados pela norma para auxiliar na gestão da empresa, observa-se

também que os contadores não estão apresentando as mudanças na legislação de

forma a despertar interesse em seus clientes dos benefícios trazidos pela NBC TG

1000, mostra que muitos contadores então tratando a nova contabilidade como mais

uma obrigação a ser cumprida.

Em seguida foi questionado os profissionais quanto a sua opinião sobre as

mudanças sofridas na contabilidade da PMEs com a adoção da NBC TG 1000.

Gráfico 2: Como classificam esta mudança de normas. Fonte: Dados da pesquisa (2015)

Nota-se que 75% classificou as mudanças como positivas, pois agregam

qualidade a contabilidade, 12,5 ficaram neutros e 12,5% reagiram como sendo uma

mudança negativa pelas dificuldades na elaboração das demonstrações. Nessa

questão percebe-se que os profissionais estão otimistas quando as mudanças,

deixando transparecer que está agregando valor a contabilidade e visualizando do

uma oportunidade de crescimento profissional, atualização e valorização da profissão.

Outro aspecto pesquisado e de relevância para a valorização dos serviços

contábeis, abordou-se no questionário se os escritórios levaram ao conhecimento dos

seus clientes a existências destas mudanças na contabilidade e de que forma foram

informados. Das respostas obtidas 87,5% (7 respostas), afirmaram terem levado ao

conhecimento de seus clientes a existência a NBC TG 1000 e 12,5 %(1 resposta)

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escreveu não ter levado ao conhecimento dos clientes. Os que responderam

positivamente foram questionados sobre de que forma esse conhecimento foi levado

aos clientes.

Tabela 03: Fo r mas de comunicação da norma

Alternativas Nº de Respostas % das Respostas

E-mails 0 0,00%

Informativos mensais acerca da situação da empresa

Pessoalmente, por meio de reuniões presencias e conversas informais

0 0,00%

5 71,4%

Quando da visitação do cliente 1 14,3%

Outros 1 14,3%

Total 7 100% Fonte: Dados da pesquisa (2015)

Dos respondentes 71,4% informaram os clientes pessoalmente em reuniões ou

conversas interpessoais, 14,3 % informaram em visitações dos clientes e o restante

utilizou outros métodos de divulgação. As respostas mostraram-se positivas por

parte do trabalho desenvolvido pelos contadores, que se mostraram interessados em

familiarizar seus clientes com as mudanças ocorridas na contabilidade das empresas

de Pequeno e Médio Porte com a Resolução NBC TG 1000.

Após perguntou-se a opinião dos respondentes acerca de sua posição sobre a

adoção das IFRS na contabilidade brasileira, visando identificar se são a favor ou

contra a normatização, e a maioria dos respondentes, 62,5% opinou ser a favor da

adoção e 37,5%ficaram indiferentes, ninguém respondeu como sendo contra a adoção.

Apesar das IFRSs serem adotados pelo Brasil rapidamente e os profissionais da área

tiveram um prazo pequeno para tomar conhecimento e se adaptarem a nova forma de

fazer a contabilidade de seus clientes, mesmo assim podemos concluir que a adoção

dessas normas internacionais refletiu positivamente na opinião dos entrevistados.

Sobre as mudanças ocorridas na contabilidade com as IFRS, indagou-se os

entrevistados a classificarem as três principais alterações e impactos na contabilidade,

como mostra no Gráfico 03:

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Gráfico03: Principais alterações que as IFRS trouxeram. Fonte: Dados da pesquisa (2015)

Nota-se que as respostas foram as mais variadas, dos 8 entrevistados 25%

afirmaram ser no intangível, outros 25% nos ajustes de avaliação patrimonial e o

restante se dividiu nas outras opções. E por fim, questionou-se se a contabilidade no

formato IFRS é aplicada nos escritório em todas as empresas ou somente nas

grandes. As respostas ficaram bem divididas, 38% responderam que aplicam somente

nas grandes empresas, 37% que aplicam em todas as empresas e 25% não aplicam.

A contabilidade no formato IFRS, nas grandes empresas, principalmente em S/As

entrou em vigor com a Lei 11.638/2007, já para as PMEs mais tarde foi introduzida

uma norma mais simplifica a NBC TG 1000, nessa pesquisa, mas não há muita

fiscalização da aplicação dessa norma ainda, por isso muito escritórios de

contabilidade ainda não se adequaram a nova contabilidade internacional.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo teve como objetivo central identificar o grau de utilização das normas

internacionais de contabilidade para Pequenas e Médias Empresas no Município de

Erechim – RS. A coleta de dados realizada com os contadores de Erechim,

proporcionou uma análise de diversos fatores relacionados ao conhecimento e

aplicação das normas internacionais, o posicionamento diante da adoção das normas,

pelos responsáveis da contabilidade dos escritórios, identificação das principais

dificuldades da aplicação, se houve melhoria na qualidade das informações prestadas,

qual foi a perspectiva dos clientes e também custos versus benefícios da norma. A

pesquisa evidenciou que os escritórios do município de Erechim/RS são pequenas

empresas, seguido das microempresas. Quanto ao conhecimento das normas a

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pesquisa demonstrando que os profissionais entrevistados estão preparados e

atualizados para atender as empresas.

Em caráter geral ao processo de convergência contábil das 8 (oito) respostas

obtidas,

50% afirmaram que os clientes tem conhecimento da resolução, mas não buscam

maiores informações junto aos escritórios, 37,5% descrevem que os clientes não tem

conhecimento da resolução e 12,5% conhecem a resolução e já contataram o escritório,

embora 87,5% afirmaram ter levado junto aos clientes a existência da NBC TG 1000.

Em relação as formas de comunicação das mudanças na contabilidade aos clientes,

71,4% informaram seus clientes pessoalmente, por meio de reuniões presenciais e

conversas informais, 14,3% informaram em visitações dos clientes e os outros 14,3%

utilizou outros métodos de divulgação, na qual não informou.

Outro fator indagado foi quanto ao entendimento e posicionamento classificação

a mudança das normas, onde 75% classificou como positivas, pois uniformiza os

procedimentos contábeis para as empresas, proporcionando uma melhor utilização das

informações gerenciais. Neste estudo, verificou-se que a opinião dos contadores sobre

a adoção no Brasil das IFRS, a maioria opinou ser a favor das novas normas de

contabilidade, apesar de a convergência contábil se constituir em um processo longo

e dificultoso, acredita-se que poderá proporcionar valor a contabilidade. Por fim,

questionou-se se os profissionais fazem a contabilidade e aplicação das normas em

todas as empresas que prestam serviços, as respostas ficaram bem divididas, 38%

responderam que aplicam somente nas grandes empresas, 37% em todas as

empresas e 25% não aplicam.

O presente estudo, realizado nos escritórios de contabilidade de Erechim/RS,

pode ser utilizados como possíveis indicativos da situação da oferta dos serviços

contábeis para as PMEs, pode-se perceber que os escritórios de contabilidade estão

atualizados e buscam constantemente o aperfeiçoamento frente as mudanças no

cenário contábil brasileiro, com a adoção dessa norma a contabilidade se tornou

universal, fornecendo informações confiáveis e de alta qualidade. A maioria dos

entrevistados se mostrou a favor da convergência e faz o uso da mesma na

contabilidade das empresas. Pode-se considerar que os objetivos propostos foram

respondidos e que através desta pesquisa, vários dados podem ser utilizados para uma

posterior analise mais ampla.

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