id: 61167797 17-09-2015 corte: 1 de 2 santana lopes...

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A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) vai doar, através do Fundo Rainha Dona Leonor, mais de 312 mil euros para apoiar dois projetos das Misericórdias de Almeirim e Pernes. São dois dos primeiros seis projetos que a SCML vai apoiar em todo o País no âmbi- to deste fundo que foi criado em parceria com a União das Miseri- córdias Portuguesas para financiar projetos na área social que estejam em fase de conclusão e que neces- sitem de um “empurrão” final para a sua concretização. O fundo tem um valor global de 5 milhões de euros anuais, prove- nientes de receitas do jogo social, e nesta primeira fase de contratos vai financiar mais de um milhão de euros em projetos destas seis instituições. A prioridade de apoio são valências ligadas ao envelhe- cimento, à deficiência e ao com- bate à pobreza e os projetos são escolhidos de acordo com a sua sustentabilidade, quer na fase de obra (que não é financiada na tota- lidade pelo fundo) quer na fase de funcionamento futuro. O provedor da Santa Casa de Lis- boa, Santana Lopes, veio assinar os protocolos de apoio aos seis pri- meiros projetos nas instalações da Misericórdia de Almeirim, no antigo hospital da cidade, onde através deste apoio vai nascer em breve uma valência de creche e jardim-de-infância. Santana Lopes diz que este apoio não é mais do que a obrigação da Santa Casa de Lisboa e que “aquilo que se está a fazer é pouco”. “Estamos numa fase em que temos a obrigação de ir mais além no apoio social que prestamos, ser mais ousados a imaginar novos modelos de orga- nização funcional e de intergera- cionalidade”, referiu o provedor da SCML. Santana Lopes lembrou ainda que este apoio é necessário para “dar coesão social e territo- rial do País” e cumpre o objetivo traçado por esta provedoria de estender o papel da SCML a todo o território nacional. Já antes o presidente da União das Miseri- córdias de Lisboa tinha dito que este apoio “vem afirmar a respon- sabilidade social da Misericórdia de Lisboa enquanto Misericórdia, para além da dimensão pública desta instituição”. Manuel Lemos lançou ainda o apelo para que a Santa Casa de Lisboa deixe de ser um serviço público do Estado e passe a ser como todas as outras misericórdias, ao que Santana Lopes comentou: “Tudo isto irá dar origem a algo diferente do que temos hoje. Entendo que não faz sentido organizado como está”. Entre os seis projetos apoiados, estão os de Almeirim e de Pernes. Em Almeirim, a Santa Casa (SCMA) está já a recuperar o antigo hos- pital da cidade para aqui concen- trar todas as crianças que acolhe nas suas valências de creche e jardim-de-infância, atualmente distribuídas por várias localizações na cidade. O novo edifício vai ter capacidade para 249 utentes (99 bebés e 150 crianças) e as obras, já em curso, devem estar termi- nadas em novembro, recebendo uma comparticipação de 221.083 euros por parte do Fundo Rainha Dona Leonor. O provedor da SCMA, José Lobo Vasconcelos, sublinhou a importância de recuperar este edifício histórico, onde funcionou o antigo hospital e onde, segundo os seus cálculos, terá nascido metade da população atual da cidade. “É um local simbólico de esperança para o nosso futuro”, afirmou o dirigente. No caso de Pernes, o apoio de 91.260 euros do Fundo vai per- mitir a criação de uma unidade para pessoas com demência, uma valência que vai ter capacidade para acolher 10 utentes em fase aguda de demências várias e ain- da sem condições para integrar a unidade de grandes dependentes desta instituição. As obras vão ser breves e podem estar terminadas ainda este mês, ficando a funcionar junto à Unidade de Saúde Familiar do Alviela, no topo da vila de Per- nes. Com a abertura desta valência vão ainda ser criados sete postos de trabalho a tempo inteiro e mais quatro a meio tempo. Manuel João Frazão, provedor da Misericórdia de Pernes, diz que esta unidade “é a forma humana de lhes dar [aos utentes] um fim de vida com mais qualidade” e que esta é a primeira unidade especializada do género a nascer no concelho de Santarém. No global, estes primeiros seis projetos apoiados pelo Fundo vão abranger mais de 600 utentes das seis instituições, assim como permite criar vários postos de tra- balho. Neste primeiro protocolo assinado, cada instituição recebe 30% da verba atribuída, sendo o restante entregue aquando da con- clusão do projeto. O Fundo já recebeu 20 candi- daturas de todo o País e está em pleno funcionamento para outras candidaturas. A análise das can- didaturas é feita pelo conselho de gestão e tem em conta as áreas de maior necessidade de apoio, a sustentabilidade e a qualidade dos projetos. Santana Lopes frisa que este fun- do nasceu não para apoiar a pri- meira pedra mas a última, isto é, a fase final de projetos já em mar- cha ou em fase de arranque mas que precisem de um apoio extra. Por isso, Santana Lopes elogiou o trabalho das misericórdias ao apostarem em equipamentos de apoio aos mais necessitados, mas mostrou-se menos otimista quan- to ao estado do País. “Ando cada vez mais apreensivo e preocupado porque assisto a uma separação entre a realidade com que lidamos todos os dias e a maneira como os humanos circulam, esquecendo os outros que estão ali”, afirmou o provedor, para depois deixar uma imagem mais forte: “se há extrater- restres, o que será que eles pensam de nós ao olharem para a forma como andamos a correr de um lado para o outro e depois temos umas pessoas numas casas, vamos lá de vez em quando e depois dormi- mos todos descansados e andamos bem”. Santana criticou ainda o fac- to de não se falar destes assuntos na campanha eleitoral. Santana Lopes distribui milhares de euros por misericórdias da região Santa Casa da Misericórdia de Lisboa financia seis projetos de Misericórdias de todo o País. Na nossa região, vão ser apoiados os projetos de Almeirim e Pernes Santana Lopes e os dois provedores das misericórdias que vão receber apoios, de Almeirim (à esquerda) e de Pernes (à direita) mil euros é quando vai chegar do Fundo Rainha Dona Leonor à nossa região, para apoiar os projetos das misericórdias de Almeirim e Pernes. Na 1ª fase, o fundo vai financiar seis projetos com mais de um milhão de euros. 312 Bruno Oliveira [email protected]

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Tiragem: 8500

País: Portugal

Period.: Semanal

Âmbito: Regional

Pág: 10

Cores: Cor

Área: 25,30 x 30,14 cm²

Corte: 1 de 2ID: 61167797 17-09-2015

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) vai doar, através do Fundo Rainha Dona Leonor, mais de 312 mil euros para apoiar dois projetos das Misericórdias de Almeirim e Pernes. São dois dos primeiros seis projetos que a SCML vai apoiar em todo o País no âmbi-to deste fundo que foi criado em parceria com a União das Miseri-córdias Portuguesas para fi nanciar projetos na área social que estejam em fase de conclusão e que neces-sitem de um “empurrão” fi nal para a sua concretização.

O fundo tem um valor global de 5 milhões de euros anuais, prove-nientes de receitas do jogo social, e nesta primeira fase de contratos vai fi nanciar mais de um milhão de euros em projetos destas seis instituições. A prioridade de apoio são valências ligadas ao envelhe-cimento, à defi ciência e ao com-bate à pobreza e os projetos são escolhidos de acordo com a sua sustentabilidade, quer na fase de obra (que não é fi nanciada na tota-lidade pelo fundo) quer na fase de funcionamento futuro.

O provedor da Santa Casa de Lis-boa, Santana Lopes, veio assinar os protocolos de apoio aos seis pri-meiros projetos nas instalações da Misericórdia de Almeirim, no antigo hospital da cidade, onde através deste apoio vai nascer em breve uma valência de creche e jardim-de-infância. Santana Lopes diz que este apoio não é mais do que a obrigação da Santa Casa de Lisboa e que “aquilo que se está a fazer é pouco”. “Estamos numa fase em que temos a obrigação de ir mais além no apoio social que prestamos, ser mais ousados a imaginar novos modelos de orga-nização funcional e de intergera-cionalidade”, referiu o provedor

da SCML. Santana Lopes lembrou ainda que este apoio é necessário para “dar coesão social e territo-rial do País” e cumpre o objetivo traçado por esta provedoria de estender o papel da SCML a todo o território nacional. Já antes o presidente da União das Miseri-córdias de Lisboa tinha dito que este apoio “vem afi rmar a respon-sabilidade social da Misericórdia de Lisboa enquanto Misericórdia, para além da dimensão pública desta instituição”. Manuel Lemos lançou ainda o apelo para que a Santa Casa de Lisboa deixe de ser um serviço público do Estado e passe a ser como todas as outras misericórdias, ao que Santana Lopes comentou: “Tudo isto irá dar origem a algo diferente do que temos hoje. Entendo que não faz sentido organizado como está”.

Entre os seis projetos apoiados, estão os de Almeirim e de Pernes. Em Almeirim, a Santa Casa (SCMA) está já a recuperar o antigo hos-pital da cidade para aqui concen-trar todas as crianças que acolhe nas suas valências de creche e jardim-de-infância, atualmente distribuídas por várias localizações na cidade. O novo edifício vai ter capacidade para 249 utentes (99

bebés e 150 crianças) e as obras, já em curso, devem estar termi-nadas em novembro, recebendo uma comparticipação de 221.083 euros por parte do Fundo Rainha Dona Leonor. O provedor da SCMA, José Lobo Vasconcelos, sublinhou a importância de recuperar este edifício histórico, onde funcionou o antigo hospital e onde, segundo os seus cálculos, terá nascido metade da população atual da cidade. “É um local simbólico de esperança para o nosso futuro”, afirmou o dirigente.

No caso de Pernes, o apoio de 91.260 euros do Fundo vai per-mitir a criação de uma unidade para pessoas com demência, uma valência que vai ter capacidade para acolher 10 utentes em fase

aguda de demências várias e ain-da sem condições para integrar a unidade de grandes dependentes desta instituição. As obras vão ser breves e podem estar terminadas ainda este mês, fi cando a funcionar junto à Unidade de Saúde Familiar do Alviela, no topo da vila de Per-nes. Com a abertura desta valência vão ainda ser criados sete postos de trabalho a tempo inteiro e mais quatro a meio tempo. Manuel João Frazão, provedor da Misericórdia de Pernes, diz que esta unidade “é a forma humana de lhes dar [aos utentes] um fi m de vida com mais qualidade” e que esta é a primeira unidade especializada do género a nascer no concelho de Santarém.

No global, estes primeiros seis projetos apoiados pelo Fundo vão abranger mais de 600 utentes das seis instituições, assim como permite criar vários postos de tra-balho. Neste primeiro protocolo assinado, cada instituição recebe 30% da verba atribuída, sendo o restante entregue aquando da con-clusão do projeto.

O Fundo já recebeu 20 candi-daturas de todo o País e está em pleno funcionamento para outras candidaturas. A análise das can-didaturas é feita pelo conselho de

gestão e tem em conta as áreas de maior necessidade de apoio, a sustentabilidade e a qualidade dos projetos.

Santana Lopes frisa que este fun-do nasceu não para apoiar a pri-meira pedra mas a última, isto é, a fase fi nal de projetos já em mar-cha ou em fase de arranque mas que precisem de um apoio extra. Por isso, Santana Lopes elogiou o trabalho das misericórdias ao apostarem em equipamentos de apoio aos mais necessitados, mas mostrou-se menos otimista quan-to ao estado do País. “Ando cada vez mais apreensivo e preocupado porque assisto a uma separação entre a realidade com que lidamos todos os dias e a maneira como os humanos circulam, esquecendo os outros que estão ali”, afirmou o provedor, para depois deixar uma imagem mais forte: “se há extrater-restres, o que será que eles pensam de nós ao olharem para a forma como andamos a correr de um lado para o outro e depois temos umas pessoas numas casas, vamos lá de vez em quando e depois dormi-mos todos descansados e andamos bem”. Santana criticou ainda o fac-to de não se falar destes assuntos na campanha eleitoral.

Santana Lopes distribui milhares de euros por misericórdias da regiãoSanta Casa da Misericórdia de Lisboa fi nancia seis projetos de Misericórdias de todo o País. Na nossa região, vão ser apoiados os projetos de Almeirim e Pernes

Santana Lopes e os dois provedores das misericórdias que vão receber apoios, de Almeirim (à esquerda) e de Pernes (à direita)

mil euros é quando vai chegar do Fundo Rainha Dona Leonor à nossa região, para apoiar os projetos das misericórdias de Almeirim e Pernes. Na 1ª fase, o fundo vai fi nanciar seis projetos com mais de um milhão de euros.

312

Bruno [email protected]

Tiragem: 8500

País: Portugal

Period.: Semanal

Âmbito: Regional

Pág: 1

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Área: 5,83 x 3,08 cm²

Corte: 2 de 2ID: 61167797 17-09-2015

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