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Sérgio Besserman ViannaPresidente do IBGE

O título escolhido para oeditorial desta edição foi o mes-mo utilizado pelo jornal O Glo-bo no caderno especial que pre-parou para divulgação dos re-sultados preliminares da amos-tra do Censo 2000. Um títulocapaz de traduzir e sintetizar oque representam esses dados,por isso nós o escolhemos paraabrir esta edição.

A cada resultado de Censodivulgado, a repercussão é amplae positiva, no que se refere ao tra-balho do IBGE. Em todo o paísatravés de jornais, revistas, rádios,internet, todos os meios de co-municação abrem espaço para osresultados do Censo 2000 e paraa sua importância ao revelar o re-trato atual do país e das condi-ções de vida dos brasileiros.

E mesmo depois da divul-gação dos resultados em si, osnúmeros do Censo continuammotivando reportagens sobre

comportamento, servindo debase para matérias de cunho so-cial e despertando uma infini-dade de outros temas que me-recem ser levados à discussãocom a sociedade. A coberturacompleta do lançamento está naMatéria de capa.

Nesta edição, o leitor tam-bém conhecerá o trabalho quevem sendo realizado pela Comis-são de Planejamento e Organiza-ção do Censo 2000 (CPO), naseção Espaço aberto.

Acompanhe ainda alguns dostrabalhos da Diretoria deGeociências a partir dos resulta-dos do Censo 2000 na seção Gen-te contando gente. Saiba como foio Encontro dos SDDIs, onde o re-lacionamento com a imprensa e adivulgação dos resultados do Cen-so 2000 em cada estado foram al-guns dos assuntos abordados.

O lançamento da publicaçãotemática “Perfil das mulheres res-

ponsáveis pelos domicílios noBrasil – 2000” está no Censo emfoco. Ainda nesta edição, o cine-asta Zelito Vianna, diretor dodocumentário institucional “Opaís é este” dá algumas dicas decomo vai ser o vídeo baseado nosresultados do Censo 2000.

Para encerrar, AlejandroGiusti, do Instituto Nacional deEstadística y Censos (INDEC) daArgentina, traça um painel sobrea operação censitária que movi-mentou o país em 2001, além derefletir sobre o que os resultadosencontrados representam para asociedade.

Esperamos que aproveitemesta edição. Uma boa leitura atodos!

editorial

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Brasil

RetratosdoBrasil

Retratosdo

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Vou te contar – Revista do Censo 2000 - Publicação do Instituto Brasileiro de Geografia e EstatísticaCentro de Documentação e Disseminação de Informações – CDDIGerência de Promoção e PublicidadeRua General Canabarro, 706/4o andar – Maracanã – Rio de Janeiro – RJ - 20271-201Tel.: (21) 2514-0123 r. 3597/3547 Fax.: (21) 2569-2583www.ibge.gov.bre-mail: [email protected]

Gerente de Promoção e Publicidade: Lúcia Regina Dias GuimarãesCoordenadora do projeto e editora: Rose Barros (Mtb. RJ 20.342)Redação: Agláia Tavares, Marília Loschi, Rose Barros e Valéria ViannaProjeto Gráfico: Jorge Luís P. Rodrigues e Helga SzpizCapa: Ubiratã O. dos SantosDiagramação: Licia RubinsteinTiragem: 6 000 exemplares

Permitida a reprodução das matérias e das ilustrações desta edição, desde que citada a fonte.

expediente

sumário

Conta-gotas – curiosidades sobre o Censo no mundo5

Matéria de capa – começa a divulgação dos resulta-dos da amostra do Censo 2000

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Editorial – mensagem do presidente do IBGE, SérgioBesserman Vianna

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Espaço aberto – em pauta a Comissão de Planeja-mento e Organização do Censo 2000

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Gente contando gente – com os resultados do Cen-so, novos projetos na Diretoria de Geociências

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Nos estados – a divulgação local dos resultados doCenso 2000 através dos SDDIs

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Ponto de vista – Alejandro Giusti, do Instituto Nacio-nal de Estadística y Censos (INDEC), da Argentina, é oautor do artigo desta edição

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Reportagem – cobertura do X Seminário sobre oCenso Comum no Mercosul

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Atualidades – vídeo vai mostrar o país segundo osresultados do Censo 2000

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Censo em foco – Perfil das mulheres responsáveis pordomicílios, mais um produto do Censo 2000

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Registro – novos produtos do Censo 2000 e outras notícias27

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conta-gotas

O Censo 2001 de Hong Kongquer saber os tipos de transportesque os habitantes utilizam para selocomover até os locais de estudoe trabalho. Sem constar no pré-cen-so realizado no país em 1996, asduas perguntas foram incluídas norecenseamento de 2001. A habili-dade para falar outras línguas quenão a materna, bem como dialetostambém foi pesquisada.

Os resultados preliminaresdo Censo 2002 do Chile já estãodisponíveis na página do bureaude estatística do país (www.ine.cl).Foram contados 15.050.341 habi-tantes, sendo 7.403.485 homense 7.646.856 mulheres. O censoanterior, realizado em 1992, con-tou 13.348.041 pessoas, 1.701.940a menos que o número encontra-do este ano. Chile é o terceiro paísda América Latina com menorcrescimento populacional, 1,13%ao ano. Em primeiro lugar estáCuba (0,37%), seguido do Uru-guai (0,78%).

Antiga colônia britânica, HongKong foi devolvida à República Po-pular da China em 1o de julho de1997, na condição de Região Admi-nistrativa Especial, mas ambas reali-zam seus censos separadamente (aChina fez o seu em 2000). Até o anode 2047, Hong Kong deve manteras autonomias administrativa e eco-nômica, cabendo à China cuidar dapolítica externa e defesa da região.

Novidadeno Censode HongKong

O Censo da República daCroácia, realizado em 2001, in-cluiu questões sobre diversos tiposde deficiência agrupadas nas cate-gorias: congênita, adquirida na Se-gunda Guerra Mundial, na guerracivil de independência, em decor-rência do trabalho, acidentes de

trânsito e causada por doenças.É a primeira vez que o bureau deestatísticas do país contempla otema numa pesquisa como o Cen-so. Além de investigar qual a defi-ciência característica e sua causa, apesquisa também averiguou quan-do ocorreu a situação que originoua deficiência.

Uma das mais prósperas re-públicas da antiga Iugoslávia, aCroácia conquistou a indepen-dência em 30 de maio de 1992,após longa guerra civil com aminoria sérvia. Localizado nocentro-sul da Europa, o país pos-sui 56.538 Km2 e 4.381.352 ha-bitantes, de acordo com os resul-tados do censo.

O Instituto Na-cional de Estatís-tica e Informática(INEI) do Peruestá passando

por mudanças de planejamentoque incluem a realização de cen-sos no país. O INEI criou a Pro-posta da Política Nacional Estatís-tica 2002-2006. A proposta con-cebe planos para realização de cen-sos nas áreas econômica,agropecuária e de população e re-sidência, além da pesquisa sobre or-çamento familiar, que não é atua-lizada há cerca de dez anos.

A pesquisa censitária irá in-cluir áreas que até então nãopossuíam registro estatístico tra-dicional, como: novas orienta-ções de gênero, eqüidade, meioambiente e tecnologias de infor-mação e comunicação, porexemplo.

Dados online

Planejamentoé prioridade

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Deficiênciapesquisada

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matéria de capa

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Foi dado o primeiro passo nadivulgação dos dados amostrais doCenso 2000. A Tabulação Avança-da do Censo Demográfico 2000,com resultados preliminares base-ados em uma fração da amostratotal, foi lançada no dia 8 de maio,no auditório Teixeira de Freitas,no Centro de Documentação eDisseminação de Informações,Rio de Janeiro. Participaram daapresentação da publicação o pre-sidente do IBGE, SérgioBesserman Vianna, o diretor exe-cutivo, Nuno Duarte Bittencourt,a diretora de pesquisas, MarthaMayer, e técnicos da Diretoria dePesquisas (DPE).

O evento foi transmitido aovivo, via satélite, às 27 Unida-des Estaduais do IBGE. Nas ci-dades de São Paulo e Belo Ho-rizonte, houve um lançamentolocal, com a presença de técni-

cos do IBGE vindos do Rio deJaneiro.

Para o lançamento nacional,foram selecionados cinco temaspara apresentação: religião, por-tadores de deficiência, educação,domicílios e mortalidade infan-til. Num segundo momento, foirealizada uma coletiva com a im-prensa, que lotava o auditório.O resultado, confirmado pelaCoordenação Geral de Comuni-cação (CGC), foram mais de cin-co horas de IBGE nas principaisredes de televisão do país, em

noticiários, entrevistas e outrosprogramas.

O presidente do IBGE abriua cerimônia comentando que oCenso Demográfico é a “mais com-pleta radiografia da nossa socieda-de”, e revela “um Brasil vivo, di-nâmico, em movimento e com po-tencial de transformação”. NunoBittencourt destacou a competên-cia do instituto para disponibilizaros dados do Censo 2000, em com-paração com os censos anteriores.“É importante realçar esta mudan-ça de trajetória nos lançamentos.

Na abertura dolançamento, o presidentedo IBGE, SérgioBesserman Vianna, odiretor-executivo, NunoBittencourt, e a diretorade Pesquisas, MarthaMayer, ressaltaram aimportância dos novosresultados doCenso 2000.

Uma prévia daamostra do Censo 2000

Uma prévia daamostra do Censo 2000

Números da Tabulação Avançada da Amostra

No de setores selecionados para a Tabulação 4.359

No de setores urbanos selecionados 2.897

No de setores urbanos do tipo favela selecionados 150

No de setores rurais selecionados 1.312

No aproximado de unidades domiciliares que participam da Tabulação 108.989

No aproximado de pessoas que a Tabulação abrange 423.049

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Divulgamos os resultados do Cen-so em tempo recorde para a socie-dade fazer suas análises”, elogiouNuno. Martha Mayer apresentoualguns detalhes técnicos daTabulação Avançada, explicandoque os resultados têm caráter pre-liminar e servem para antecipar osresultados definitivos da amostra.

Enquanto a amostra do Cen-so 2000 engloba 12% dos domicí-lios do país, a Tabulação Avançadacorresponde a uma fração dessaamostra, ou seja, é uma subamostraequivalente a 0,2% do total dosdomicílios brasileiros. Em núme-ros, representa 108.989 domicílios,ou ainda 423.049 pessoas.

“Apurar os questionários daamostra total é uma tarefa demo-rada”, afirmou Martha Mayer. Elaesclareceu o porquê de umaTabulação Avançada nesta altura daapuração: “Uma forma que osgrandes institutos de estatísticaencontraram para divulgar infor-mações de grande porte é atravésde resultados preliminares. Sãopreliminares por dois motivos:porque trabalham com umasubamostra e porque não passarampor todos os processos pelos quaispassam os dados estatísticos”. Nosresultados definitivos, todos os da-dos passam pelo sistema de críticaeletrônica, processo que procura eli-minar inconsistências de dados.

A Tabulação Avançada trouxedados referentes a sete temas: ca-racterísticas das pessoas, famílias,domicílios, educação, migração,nupcialidade e trabalho. MarthaMayer explica mais sobre os temas:“Nesta publicação (Tabulação Avan-çada) estão abordados os principaistemas do Censo, salvo fecundidadee mortalidade infantil. Estes reque-rem dados mais complexos e maisinformação, por isto trabalhamoscom a amostra inteira. Mas tambémsão preliminares porque não passa-

ram pelo processo de crítica e im-putação”, explica a diretora de pes-quisas. Para os temas de mortalida-de infantil e fecundidade foi lançadauma publicação em separado, poisos indicadores derivados receberamtratamento estatístico diferente.

Os dados da Tabulação Avan-çada são bastante consistentes paraBrasil, Grandes Regiões e Unida-des de Federação. Para os municí-pios, ainda é preciso esperar os re-sultados definitivos da amostra,que fornecerão detalhamento ge-ográfico também para distritos,subdistritos e até mesmo bairros,quando for o caso.

Religião

O Censo Demográfico é fontede referência para se conhecer a re-ligião no país desde 1940. Nilza deOliveira Pereira, do Departamentode População e Indicadores Sociais(DEPIS), da DPE, apresentou os re-sultados referentes ao tema.

Revelou-se um país ainda pre-dominantemente católico (73,8%da população), mas com um cres-cente contingente de evangélicos –em muitos estados, a populaçãoevangélica dobrou. Nilza apontoutambém um aumento sem prece-dentes de indivíduos sem religião(7,3%), em sua maioria homens.

“O que podemos destacar éque em todos os estados houve umdeclínio de números de católicosapostólicos romanos, principal-mente em Roraima. Já o Rio deJaneiro tem uma tradição ao lon-go dos Censos de ter menos ca-tólicos. É o estado que apresentaa maior diversidade de religião”,relatou.

Nilza explicou que as classifi-cações utilizadas no tema Religiãovêm sendo trabalhadas em conjun-to com o Instituto Superior de Es-tudos da Religião (ISER) desde oCenso Demográfico de 1991.“O objetivo é conhecer novas religi-ões e manter comparabilidade comcensos passados”, explica Nilza.

Proporção da população residente por religião - Brasil - 2000

Fonte: Tabulação avançada do censo demográfico 2000: resultados preliminares da amostra. Rio de Janeiro: IBGE, 2002.1 CD-ROM encartado.

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Pessoas portadorasde deficiência

A questão das pessoas porta-doras de deficiência é o único temaobrigatório por lei, desde 1989.Portanto, o Censo Demográfico2000 foi a segunda oportunidadede investigá-la, porém com um

método mais abrangente. As defi-nições e conceitos evoluíram emrelação ao último Censo e a ma-neira de se perguntar também mu-dou, ampliando assim o universoao qual se dirigem as perguntas.

Segundo Alicia Bercovich,coordenadora do Comitê do Cen-so Demográfico 2000, da DPE, foimuito importante ter mudado eampliado a definição. “Nós nosbaseamos nas recomendações in-ternacionais, tanto da ONU quan-to da Organização Mundial de Saú-de, que acaba de divulgar uma clas-sificação de incapacidade”.

O maior índice de casos de de-ficiência refere-se à deficiência visu-al. Do total de portadores (cerca de

24,5 milhões), 48,1% têm esta defi-ciência. Contudo, Alicia Bercovichfez uma alerta: “Não podemos dei-xar de levar em conta a subjetivida-de das pessoas que respondem”.

A coordenadora lembroutambém que fatores como a expec-tativa de vida, por exemplo, podemser coadjuvantes no tema. É o casoda freqüência de deficiência por

sexo. As mulheres aparecem comomaioria dos portadores de defici-ência visual, porém é preciso levarem conta que a deficiência visual,assim como a motora, é bastantecomum entre pessoas de idade.Como a expectativa de vida dasmulheres é mais alta do que a doshomens, é natural que os maioresíndices de deficiência visual emotora se situem nesse grupo.

Estas informações sobre defi-ciência são essenciais não só paraconhecer a realidade do país e dasregiões, como também para ante-cipar soluções para possíveis de-mandas. “Nós esperamos umaonda de idosos e não queremos quea deficiência se transforme em li-

mitação. Temos que estar prepara-dos”, completou Alicia.

Educação

Logo no início de sua apre-sentação, Maria Dolores Kappel,do DEPIS, adiantou: “Em relaçãoà educação, as notícias são boas.”E os números confirmam: as cri-anças de 7 a 9 anos e de 10 a 14anos de idade estão quase todasfreqüentando a escola (95% dototal). Além disto, entre os doisCensos, o número de crianças de5 e 6 anos na escola praticamen-te dobrou.

Dolores também ressaltouque mesmo nas proporções meno-res de escolarização o crescimentofoi significativo e mostrou que estáhavendo continuidade nos estudos.“As crianças não param de estudarquando acabam o nível fundamen-tal”. Além disto, o aumento do ín-dice de estudantes de 25 anos oumais revela a importância da edu-cação continuada.

A grande novidade deste Cen-so Demográfico foi a inclusão deperguntas sobre a rede pública deensino, com a proporção de estu-dantes por nível escolar, da crecheaté o ensino superior.

Característicasdos domicílios

As características dos domicí-lios são uma referência de confor-to, ao indicar a densidade de mo-radores por dormitório e por cô-modo, os serviços de que dispõeme os bens de consumo duráveis pre-sentes nos lares. A densidade demoradores, por exemplo, podetambém servir como indicador dedemanda por novas construções.

População portadora de deficiência, por tipo dedeficiência e sexo - Brasil - 2000

Fonte: Tabulação avançada do censo demográfico 2000: resultados preliminares da amostra. Rio de Janeiro: IBGE, 2002.1 CD-ROM encartado.

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Durante a coletiva com a imprensa, a equipe de técnicos da Diretoria de Pesquisas apresentou e analisoualguns dos resultados da preliminares da amostra do Censo 2000.

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As disparidades regionais con-tinuam expressivas. Ana LúciaSabóia, do DEPIS, apontou a altadensidade de moradores nos do-micílios das regiões Norte e Nor-deste. No Brasil, a maioria dos do-micílios (72,8%) apresenta umadensidade de até dois moradorespor dormitório, principalmentenas Regiões Sul, Centro-Oeste e

Sudeste. No Nordeste, 33,2% doslares têm mais de dois moradorespor dormitório, e na Região Nor-te esse índice é bem maior: 43,5%.

Na categoria de serviços, odestaque ficou por conta da ilumi-nação elétrica, com acesso a quasetodos os domicílios (93%), e daslinhas telefônicas, cujo crescimen-to foi de 113%, mesmo que o al-cance continue insatisfatório(39,7%). Os bens de consumo du-ráveis mostraram um empate téc-

nico entre os aparelhos de rádio ede televisão (respectivamente 87,4e 87%), o que indica um privilé-gio sobre geladeira ou freezer, pre-sentes em 83% dos domicílios.

Há ainda os bens de alcance ain-da muito limitados. O ar-condiciona-do está presente em apenas 7,5% dosdomicílios, por exemplo. “O micro-computador, hoje em dia tão

necessário, ainda não é um bem mui-to freqüente nos domicílios brasilei-ros”, disse Sabóia, referindo-se ao al-cance de apenas 10,6% da popula-ção a este bem em seus domicílios.

Mortalidadeinfantil

Nas palavras de Celso Cardo-so Simões, do DEPIS, a taxa demortalidade infantil é um indicador

que vem ganhando espaço nas últi-mas décadas. “Há alguns anos, estataxa era muito pouco estudada noBrasil, até se perceber que os índi-ces eram bastante elevados. Hojeem dia, a mortalidade infantil é umdos índices que melhor refletem ascondições de saúde”, disse Celso.

A mortalidade infantil é ou-tro tema que ganhou nova roupa-

gem no Censo 2000. Os dados an-teriores eram provenientes de car-tórios, o que limitava os númerosde óbitos infantis àquelesregistrados oficialmente. NesteCenso, passou-se a entrevistar ospróprios moradores, perguntandoquantas crianças nasceram equantas permaneceram vivas apósum ano de idade. Com isto, foipossível uma aproximação com osnúmeros reais, principalmente dasregiões Norte e Nordeste, onde osub-registro de óbitos infantis che-

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ga a uma estimativa de 60%, se-gundo Celso Simões.

A média encontrada para opaís (29,6) foi recebida positiva-mente devido à grande diferença emrelação ao Censo de 1991, quandoatingia a marca de 45,3 mortes acada mil crianças de até um ano deidade. Mas não se pode esquecer,em meio às comemorações, que naRegião Nordeste a mortalidade in-fantil atinge uma taxa de 44,2, umíndice bastante preocupante. “Aspolíticas públicas têm que ser ori-entadas para esta região, para quea curto prazo esta tendência dimi-nua”, pontuou Celso. Além disto, amédia brasileira ainda está bastan-te elevada em relação a outros paí-ses, como Portugal, onde é de 5,5,Chile, de 10,5, e Uruguai, 14.

Trabalho erendimento

Segundo Martha Mayer, otema trabalho sofreu grandesmelhorias na investigação, e porconta das mudanças de metodologiaainda precisa de um estudo parapermitir comparabilidade. En-quanto no Censo de 1991 os da-dos eram recolhidos com referên-cia anual, em 2000 valeu ametodologia da Pesquisa Nacionalpor Amostra de Domicílios(PNAD): a referência era o mês, operíodo de 30 dias e a semana dapesquisa.

Do mesmo modo, houve umapreocupação com uniformização eadaptação de conceitos e defini-ções. “Atualmente estamos traba-lhando na adoção de classificaçõesinternacionais dos conceitos de tra-balho”, explicou Vandeli dos San-tos Guerra, do DEPIS. Tanto que,

para o quesito atividade econômi-ca, foi utilizada a adaptação daClassificação Nacional de Ativida-des Econômicas (CNAE) para aspesquisas domiciliares.

A taxa brasileira de atividade(pessoas economicamente ativascom mais de 10 anos de idade) foide 56,4%. Este número traduz nãosó o número de pessoas emprega-das, mas também o de pessoas queestão procurando emprego, o que

leva a uma grande proporção depessoas desempregadas no país:mais de onze milhões. A faixa etáriacom maior índice de atividade si-tua-se entre 30 e 39 anos de idade.Os homens continuam com taxasbem distantes das mulheres: 44%das mulheres de 10 anos ou maisde idade são economicamente ati-vas e, para os homens na mesma si-tuação, a taxa é de 69,4%.

Quanto à renda, verificou-seque a maioria da população vivecom pouco dinheiro: 27,5% daspessoas ocupadas ganham entre 1e 2 salários-mínimos e 24,4% so-brevivem com menos de 1 salário-mínimo por mês. Enquanto isto,apenas uma em cada 39 pessoasvive com mais de 20 salários-mí-nimos (2,6% da população).

Menos filhos,retorno aoNordeste eaumento dasuniões consensuais

A publicação da TabulaçãoAvançada apresenta ainda dados

Proporção de pessoas de 10anos ou mais que viviam emunião conjugal, segundo o tipode união - Brasil - 1991/2000

Fonte: Censo demográfico 1991; Tabulação avançada docenso demográfico 2000: resultados preliminares daamostra. Rio de Janeiro: IBGE, 2002. 1 CD-ROMencartado.

Evolução da taxa de fecundidade totalBrasil e Grandes Regiões - 1940-2000

Fonte: Censo demográfico 1940, 1950, 1960, 1970, 1980, 1991; Censo demográfico 2000 - fecundidade e mortalidadeinfantil - resultados preliminares da amostra.

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Fonte: Tabulação avançada do censo demográfico 2000:resultados preliminares da amostra. Rio de Janeiro: IBGE,2002. 1 CD-ROM encartado.

Proporção da populaçãoresidente por cor ou raça,segundo a situação dodomicílio – Brasil - 2000

sobre cor ou raça, nupcialidade,famílias, gênero e migração e éacompanhada por um CD-ROM,assim como a publicação que con-tém dados sobre fecundidade emortalidade infantil.

Os dados de cor ou raça tam-bém apresentam uma novidadequanto à metodologia empregada.Neste Censo, foram os próprios in-divíduos entrevistados que decla-raram sua cor. A escolha do IBGEpor este critério de auto-classifica-ção se deu com base em estudosantropológicos acerca de relaçõesinterétnicas.

A partir das opções do Ques-tionário da Amostra, 53,7% dosindivíduos consideraram-se bran-cos, concentrados principalmen-te na Região Sul, onde chegam a84,2%. Os que se declaram pre-tos foram 6,2%, enquanto em1991 eram 5%, e sua maior con-centração está no estado da Bahia,com um aumento de 10 para 13%.A população parda, que compre-ende 39,1% do total, foi maiorianas Regiões Norte (63,5%) e Nor-deste (59,8%).

Os amarelos estão mais pre-sentes na Região Sudeste, onde re-presentam 0,8%, enquanto nas ou-

tras regiões não ultrapassam 0,5%.Já os indígenas se concentram naRegião Norte, onde chegam a1,6%, quando no território brasi-leiro correspondem a uma médiade apenas 0,4%.

A fecundidade foi um temaem que se trabalhou com toda aamostra, mas ainda sem a leituracrítica que elimina inconsistências.A queda na fecundidade brasilei-ra é, sem dúvida, uma tendência.Basta comparar a taxa defecundidade de 1970, que era de5,8, declinou para 2,9 em 1991e não passou de 2,3 em 2000.Com isto, diminuiu também o ta-manho das famílias, que hoje têmum número médio de 3,5 pesso-as por domicílio. Pouca diferen-ça em relação a 1991, em que estenúmero era 3,9.

No quesito migração, reve-lou-se um movimento de retor-no à Região Nordeste, que ge-ralmente é responsável peloêxodo de milhares de brasileirosem direção a outras regiões,principalmente a Sudeste. Estaregião é a grande receptora demigrantes, recebendo 70,9% damigração do país.

Quanto à nupcialidade, o au-mento das uniões consensuais é ogrande destaque. Enquanto todasas outras formas de união conju-gal sofreram um decréscimo emcomparação com o Censo de 1991,as uniões consensuais subiram de18,3 para 28,3%.

Os resultados definitivos daamostra estão previstos para o fi-nal deste ano. Enquanto isto, asociedade pode utilizar os dadospreliminares da amostra, respei-tando os graus de consistência dasinformações divulgadas e semperder de vista o caráter prelimi-nar dos dados.

O lançamento daTabulação Avançada

foi transmitido ao vivopara as 27 Unidades

Estaduais do IBGE.

Os resultadospreliminares da

amostra não passampelo sistema de crítica

eletrônica, como osdefinitivos.

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espaço aberto

Diretoria Executiva, Direto-ria de Informática, Diretoria dePesquisas, Diretoria deGeociências. Todas representadascom seus respectivos diretores nasreuniões da Comissão de Planeja-mento e Organização (CPO) doCenso 2000, da qual fazem partejuntamente com os superinten-dentes do instituto. Também osresponsáveis pelas coordenaçõese comitês do Censo marcam pre-sença nesses encontros que têm oobjetivo de estabelecer diretrizes,analisar e aprovar projetos, deci-dir sobre questões orçamentáriasou estratégicas e acompanhar aevolução das atividades, entre ou-tras atribuições.

A Vou te contar acompa-nhou uma dessas reuniões, rea-lizada em abril na unidade doIBGE na Avenida Chile, Rio deJaneiro, com uma extensa pau-ta de discussão e um estilo sé-rio e formal de trabalho, ao tra-tar dos assuntos listados paraavaliação, aprovação e discus-são. A CPO é presidida pelo di-retor executivo do IBGE, NunoDuarte Bittencourt, e reúne umgrupo de pessoas de várias uni-dades do instituto que, juntas,decidem sobre os mais diversosaspectos que envolvem umamegaoperação como o Censo.

Ao falar sobre a comissão, ochefe do Departamento de Aten-

dimento Integrado do Centro deDocumentação e Disseminaçãode Informações, Paulo Quintslr,disse que é justamente nisso quereside a maior importância daCPO: pessoas de diferentes dire-torias e departamentos reunirem-se com um único objetivo. “ACPO, a meu ver, é um modelo decolegiado. A característica quecabe ressaltar é que com essa re-presentação as alternativas dedecisão são analisadas em co-mum. Então você trabalha commais segurança”.

Segundo ele, uma pessoasozinha corre mais riscos de er-rar, porque trabalha com umabagagem de informação só sua,

CPO: Comissão do entendimentoCPO: Comissão do entendimento

Os membros da CPO se reúnem periodicamente para estabelecer metas, decidir sobre questões e analisar eaprovar projetos referentes ao Censo 2000.

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operacionais de cada etapa doCenso e suas eventuais corre-ções de rumo”.

Elson Mattos, da Coorde-nação Operacional dos Censos(COC), por sua vez, prefere es-pecificar a participação do seusetor na Comissão. Ele disse quecoube à COC “acompanhar odesenvolvimento dos trabalhose o estágio de cada uma de suasetapas, permitindo com issoreavaliar permanentemente osrecursos. Além de assessorar odiretor executivo e a Gerênciade Censos sobre disponibilida-des de recursos para atendimen-to dos serviços programados epara serviços especiais e even-tuais que a Comissão julgue in-dispensável realizar”.

Para o Gerente Técnico doCenso Demográfico, Marco An-tonio Alexandre, “uma operaçãogigantesca como a do Censo jájustificaria a existência de umainstância de Coordenação parao planejamento e organizaçãodos processos de trabalho”. O as-pecto que ele julga preponde-rante, no entanto, é “a integraçãoentre as diversas áreas de Coor-denação do Censo. E conside-rando a regularidade das reuni-

que pode até ter captado de vá-rios lugares, mas a partir de umavisão própria. “Mas quandovocê tem um grupo, o risco deerro é menor e a escolha maiscerta se dá, porque há mais in-formação”. Informação com-partilhada, diríamos.

Ele exemplifica: “se umapessoa chega na reunião com umaidéia e ninguém levanta a mãopara discordar ou acrescentaralgo, melhor. Sinal de que todosconcordam. Mas o importante éter o grupo, no caso de haver al-gum equívoco”.

Bom que se diga que é depraxe em todas as pesquisas doIBGE que cada área faça seu tra-balho específico, contribuindocom o todo. No caso do Censo,não é diferente. A diferença, nocaso, é que como “é uma opera-ção muito grande, a maior ativi-dade de pesquisa do IBGE, a cri-ação da CPO foi muito importan-te para garantir que todas as re-soluções estejam em máximasintonia” conclui Quintslr.

Diretor adjunto de Informática,Luiz Fernando Pinto Marianopensa inclusive que comissõescomo essa “poderiam ser forma-das para o acompanhamentoconstante de outros grandesprojetos da instituição, aprovei-tando a experiência altamentepositiva adquirida pela CPOcom a realização do Censo2000”. Segundo Luiz Fernando,essas reuniões se transformaramem “ferramentas indispensá-veis” para se aprofundar as dis-cussões “relativas ao projeto,permitindo a análise e a delibe-ração a respeito dos aspectos

ões e a amplitude da CPO, a pos-sibilidade de conhecer as deci-sões estratégicas do Censo, bemcomo aferir e avaliar os impac-tos que estas decisões exerciamsobre as tarefas sob responsabi-lidade da GTD”.

Já a Coordenadora do Co-mitê do Censo na DGC, CarmemZagari Machado, considera queo mais importante na CPO é que“as grandes decisões são tomadasaqui”. E no que toca à DGC es-pecificamente, “foi bom no sen-tido de as outras diretorias conhe-cerem melhor o nosso trabalho,que se estende ao longo do tem-po, por conta das constantesmudanças nos territórios, nosmunicípios”.

Mais enfático, o Coorde-nador da Base Operacional Ur-bana, Paulo Cesar Martins afir-ma que os sucessos dos últimosCensos se devem à CPO. “Umainovação do Censo 91 que de-via ser uma prática freqüente,digo, grandes projetos têm queter fóruns parecidos”. Ele des-taca a importância, hoje emdia, de as pessoas se darem con-ta de que o mundo não com-porta mais o modelo de “cadaum faz o seu” , então ocartógrafo aqui, o engenheiroali. “Acima de tudo, predomi-na a informação”. E a CPO, noseu entender, cumpriu bem essepapel. O papel de permitir oentendimento, o inter-relacio-namento, as cobranças e prin-cipalmente a visibilidade dostrabalhos das diretorias, depar-tamentos e coordenações nes-sa operação que mobiliza tan-tas pessoas como o Censo.

A integração entreas diversas áreas de

coordenação doCenso é fundamental

para o sucesso daoperação censitária.

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gente contando gente

Finalizadas as fases queantecedem a divulgaçãodos resultados do Censo2000, fica fácil imaginar-mos que é chegada ahora do descanso para aDiretoria de Geociências(DGC). De respirar fundoe relaxar, exclamando:“missão cumprida”. Sim,é até lógico pensarmosisso. Mas, engano. Não ébem assim, ou melhor,não é nada assim. Quemnos esclarece a respeitoé o chefe do Departa-mento de EstruturasTerritoriais (DETRE) daDGC e coordenador daBase Operacional – ver-tente urbana no Censo,Paulo César Martins, aofalar da continuidade dotrabalho da DGC, após aetapa de disseminaçãodos números da pesquisa.Presentes à entrevista es-tavam ainda os coordena-dores da Base Operacional– vertente rural, WolmarGonçalves Magalhães eDulce Santoro Mendes.

Vou te contar – Como está otrabalho da DGC no momento?

Paulo – Não só o dado esta-tístico é dinâmico. O territóriotambém. E num país ainda emformação, você tem uma dinâ-mica territorial de criação denovas unidades, de mobilidadeda população no fenômeno demigração, então tem todo umtrabalho de mapeamento e ain-da tem uma defasagem com re-lação à falta de políticacartográfica e cadastral. Na ver-dade o país tem uma deficiênciade mapeamento não só na áreade mapeamento topográfico mastambém na área de mapeamentocadastral, que é histórica.

Vou te contar - Ainda hámuito a fazer?

Paulo – Tem muito a fazer,até porque a demanda está fican-do cada vez mais pontual. Se agente pensar no Censo de 1940,cada município fazia o seu mapa,entregava para o IBGE, que vali-dava isso ao nível municipal, opaís era essencialmente rural, e fa-zia-se o Censo. Hoje nóschegamos ao Censo 2000 comtécnicos do Departamento deCartografia (DECAR) produ-zindo a melhor base cartográfica,com o melhor mapeamento mu-

nicipal já feito, melhor ma-peamento urbano já produzido,ao nível de setor censitário,subsidiando planejamento,orçamento, dizendo quantossetores tem, quantos domicíliosestimados em cada setor, subsi-diando distribuição de material,o controle da coleta, mas aindanuma unidade chamada setorcensitário.

Vou te contar – E ainda nãoestá bom?

Paulo – Nós precisamos de-talhar mais a informação, atua-lizar o mapeamento e moderni-zar a mídia em que essemapeamento está. Óbvio que éutópico se ter a informação emtempo real, cada vez que se cons-trói um novo loteamento, quesurge uma nova localidade ouque se tem uma alteração muni-cipal. Isso se faz por períodos.Você tem um quadro rural ain-da, do ponto de vista de área,bastante extenso, tem umpercentual urbano da ordem de80%, com novas cidades surgin-do, expansão das cidades, cria-ção de novos municípios. E exis-te um projeto hoje em andamen-to no IBGE, que é oprocessamento da folha de cole-ta, que eu acho fundamental.Porque você não pode trabalhar

O trabalho da DGC pós-resultadosO trabalho da DGC pós-resultados

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com mapa sem cadastro e comcadastro sem mapa e esses cadas-tros não se falarem.

Vou te contar – Você falouem períodos de atualização. Qualo limite mínimo para isso?

Paulo – Após a aprovaçãopela direção, a idéia é se traba-lhar em 36 meses, visando àContagem Populacional de2005. Uma vez lançado, o pro-jeto teria uma duração de 36meses, de validação dos endere-ços da folha de coleta: endereçourbano e rural, na área urbanaem nível de face de quadra, delogradouro, na área rural ao ní-vel de localidades rurais, que sãopovoados, vilarejos, núcleos depropriedades rurais.

Vou te contar – E em que es-pecificamente ele irá dar suporte?

Paulo – Esse cadastro podevir a subsidiar as atualizações detodos os mapas. O IBGE tem umaferramenta fantástica que é a fo-lha de coleta, que tem 50 milhõesde endereços. Esses endereços dopaís, onde logradouro, localidadesde logradouro, número de portase complemento foram visitadospelos recenseadores. O Censo2000 foi muito bem realizado eagora basta criar projetos e man-ter essa base, atualizando, obser-vando as novas demandas e asnovas tecnologias. Essa informa-ção oriunda do Censo 2000, nãosó do ponto de vista da área deGeociências, cartográfica,cadastral, mas também do pontode vista da área estatística, de po-pulação, as informações são mui-to consistentes.

Vou te contar – E quando co-meçam essas atualizações?

Paulo – Acredito que a par-tir do segundo semestre desteano a gente esteja engrenandoum projeto principalmente naquestão de validação dos ende-reços da folha de coleta, comum cronograma de 36 meses,como lhe disse. A idéia é queaté o primeiro semestre de 2005estejamos com a nova baseconstruída, com detalhamentonão mais ao nível de setor, masao nível de face de quadra. E aonível de face de quadra nós va-mos ter um belo SIGC, umabela distribuição de material,um belo subsídio para o orça-mento e uma cobertura aindamuito melhor.

Vou te contar – Na últimaentrevista que você deu à Vou teContar, você citou vários proje-tos, como o “Epidemia”, porexemplo, para auxiliar o Minis-tério da Saúde na identificação defocos das doenças endêmicas.A minha pergunta é: esses proje-tos já estão sendo usados efetiva-mente pela sociedade?

Paulo – Já foi usado. Na ver-dade, o Censo 2000 fez um tra-balho relacionado num primeiromomento com segmentos delogradouros por setor censitário,que tinha uma abreviatura deCADLOG, que surgiu em 1993,num contato com a Fiocruz. E oIBGE tinha uma base estatísticafabulosa, tinha um setorcensitário que é uma unidade.

Para Paulo César, énecessário mantera base cartográficaatravés deconstantesatualizações, apósos resultados doCenso 2000.

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E o que se tinha do setorcensitário? Todas as informaçõesestatísticas. Do ponto de vistademográfico, você tinha popu-lação aberta em pirâmide etária,em educação, em saneamentobásico ao nível de 300 domicí-lios. Mas era um endereçamentopróprio do IBGE, que dizia o se-guinte: o setor 33046570506001tem 300 pessoas. Então o sujei-to ia num posto de saúde comuma doença epidêmica qual-quer, no caso, na época, o pes-soal da Fiocruz estava preocu-pado com a cólera, e aí ele di-zia o seguinte: eu moro na ruaPuruca, número 10. E aí? O queeu faço agora? Em que setor estáa rua Puruca, número 10? O queeu posso pegar do IBGE, doponto de vista de, por exemplo,população e pirâmide etária, seeu tenho um vetor aqui que sepropaga em regiões sem infra-estrutura básica e, principal-mente numa faixa etária peque-na, crianças que se contaminammais? Como é que eu colocoesse indivíduo dentro do setorcensitário do IBGE, que é a vi-são clara do georreferenciamento?Em Fortaleza, onde havia mui-tos casos de cólera, nós pega-mos os setores censitários de 91da cidade e fizemos odetalhamento num banco dedados que dizia: o setorcensitário 1 do IBGE é compos-to pelas ruas x, y, z, do número1 ao número 20. Quando a pes-soa ia lá no posto de saúde e di-zia que morava na rua Puruca,número 10, vinha logo à menteentão o setor censitário núme-ro 1 e posicionava o indivíduo.

Esse estudo foi muito interes-sante para o pessoal da área desaúde.

Vou te contar – Então já éuma ferramenta à mão.

Paulo – Não. Ele não é umproduto. Na verdade isso é umpré-cadastro. Está sendo valida-do agora junto com oprocessamento da folha de cole-ta. Existe uma discussão se issoserá um produto do IBGE, quevai para a prateleira que eu pos-so chegar e comprar ou se ele vaiser uma base de dados com in-formações específicas. Os produ-tos da área técnica passam por es-tágios até a disseminação. Então,esse cadastro ao nível das 1.058cidades acima de 25 mil habitan-tes com um acervo preliminar,

que tinha a idéia de servir comobiblioteca para validar os ende-reços levantados pelo recensea-dor, tem aplicações, mas parausuários específicos e muito bementendido que os municípios commenos de 25 mil ainda não estãoali, vão entrar agora via folha decoleta.

Dulce – É importante di-zer por que nós consideramoso Censo 2000 um marco nomapeamento municipal. Atéagora, falamos bastante sobrea vertente urbana. Mas a deci-são, por exemplo, de se dividiro mapeamento municipal emduas vertentes, urbana e rural,foi justamente pela complexi-dade dessas informações e deuma só unidade do IBGE tra-balhar todas elas. Então isso foium projeto que reuniu as infor-mações da vertente urbana e davertente rural , que forammapeamentos originados deoutros mapeamentos diferen-tes. No caso da vertente rural,nós tivemos que utilizar, comoaté aí era feito, só que no dese-nho, nós usávamos fazer à mão,utilizando o material topográ-f ico, em escala de 1:50 e1:100.000. Nós desenhávamosaquele mapa e isso era umaprodução demorada. Então oCenso 2000 propiciou que nósfizéssemos isso também de for-ma automatizada. Fornecemostodo o mapeamento existentena cobertura do Brasil. Entãoquando eu disse que o Censo2000 é um marco, foi justa-mente porque nós conseguimosde 5.507 municípios da divisãoterritorial do Brasil em 2000,

Dulce Santoro considera que oCenso 2000 é um marco nomapeamento municipal devido àsbases construídas em meio digital.

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dos quais nós produzimos 5.300mapas num tempo recorde, di-gamos assim. É claro que essemapeamento foi convertidopara o meio digital. Para a gen-te converter esse mapeamento,tinha que estar organizado, paraque nós pudéssemos, a partirdesse primeiro mapeamentoconvertido, formar os mapasmunicipais. Então foi desenvol-vido um sistema especificamen-te para isso, para a produçãodos mapas municipais.

Vou te contar – Que tipo desistema?

Dulce – O SISCART, que éo Sistema de Cartografia Auto-mática, ele foi desenvolvido noDECAR e gerencia toda essa par-te, não só dos originais, mas tam-bém tem associados a essas car-tas topográficas, vários bancosde dados, aliás, é uma estruturacomplexa, porque o SISCART seutiliza de uma tecnologia deinformática, de aplicativos desoftwares diversos, numa diver-sidade muito grande.

Wolmar – E o sistema foisendo desenvolvido na medidaem que a gente já tinha que apre-sentar uma produção.

Dulce – Ainda hoje, ele seencontra em desenvolvimento,porque ele não se propôs apenasa produzir esses mapas, mastambém a incorporar asatualizações que foram rea-lizadas para atender ao próprioCenso. Priorizamos os municí-pios acima de 50 mil habitan-

tes, e depois baixamos para mu-nicípios acima de 25 mil.

Vou te contar – Por que essaprioridade?

Wolmar – Essa estrati-ficação foi uma decisão dadiretoria para priorizar os mu-nicípios onde nós tivemos umaatualização cartográfica. Nósprocuramos atualizar esses 1.058municípios acima de 25 mil ha-bitantes, com um trabalho decampo feito por rastreadoresGPS (Global PositioningSatellite). Então, os principaiselementos da rede viária e loca-lidades foram atualizadas atravésdo GPS e esses mapas foram pro-duzidos já com as atualizaçõesincorporadas através do sistema.

Dulce – Houve também otrabalho de montar as cartas to-pográficas. Para que elas recebes-sem o formato desses mapas, foiincorporada a elas toda essa atu-alização GPS, tudo isso automa-ticamente. E foi uma operaçãomonstruosa, que movimentoutodas as Unidades Estaduais doIBGE e que pretende inclusive setornar permanente, pelo menossistemática no IBGE.

Vou te contar – Agora sópara terminar, uma última per-gunta: teria sido possível proje-tos como esses citados na épocaem que os mapas eram desenha-dos? Ou seria possível mas nãoviável?

Paulo – De um modo geral,não seria possível. O custo-be-nefício, quer dizer, o esforçoseria incompat ível com obenefício. E a tecnologia, ainformática veio viabilizarmuita coisa.

Dulce – Eu penso que a mo-dernização de todos os proces-sos, a evolução tecnológica fezsurgirem idéias de aplica-bilidade. A informática é umaciência meio, uma ferramenta,hoje essencial para o nossotrabalho e para a nossa vida.As demandas que hoje o IBGEtem, nós não tínhamos há dezanos, porque não tínhamos ve-locidade, visibilidade e comoatender a determinados questio-namentos em tempo recorde,que pudesse realmente ser utili-zado pela sociedade em geral.

Wolmar Magalhães contoucomo foi feito o trabalho deatualização cartográficados municípios.

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nos estados

“Desde a divulgação dosResultados do Universo atéhoje, a imprensa continua nosprocurando. A mídia nos tratacom muito respeito e vejo quepassamos credibilidade. Em ter-mos locais, somos procuradospara todo tipo de informaçãoque esteja relacionada com oestado”.

AC - Genice Antonio Santos

“Temos um clipping (coletâ-nea de notícias) extenso de vídeoscom a repercussão do Censo 2000.A sociedade tem uma enorme de-manda por estes resultados e quervê-los o mais rápido possível. Coma imprensa, a relação é de apoio ereciprocidade. No caso de Alagoas,o que mais enriqueceu foi a infor-mação por bairro, que está agra-dando a sociedade e a imprensa”.

AL - Alberto Jorge Cavalcanti

O auditório Teixeira de Freitas, no Centro de Documentação e Disseminação de Informa-ções (CDDI), no Rio de Janeiro, foi palco do encontro que reuniu representantes dos 27Setores de Documentação e Disseminação de Informações, os SDDIs. Durante quatro dias(15 a 18 de abril), os participantes tiveram a oportunidade de trocar idéias e experiênciascom representantes das áreas do CDDI.

O tema principal do encontro foram as estratégias de comunicação e outras orientaçõespara o lançamento dos resultados preliminares da amostra do Censo 2000 nos estados, jáque a divulgação local ficou sob a responsabilidade dos SDDIs. E a Tabulação Avançada temum apelo especial para a imprensa local, pois traz informações atualizadas e de interesseda sociedade ao nível da Unidade da Federação.

Os participantes tiveram, ainda, um dia reservado exclusivamente para o treinamento deutilização de “softwares” desenvolvidos pelo IBGE. Os demais dias foram dedicados à dis-cussão dos principais conceitos que norteiam a relação do SDDI com a sociedade: atendi-mento, imagem da Instituição, conhecimento dos produtos, planejamento estratégico, entreoutros pontos fundamentais à atividade de disseminação de informações.

O relacionamento com a imprensa, essencial na divulgação dos resultados do Censo 2000 emcada estado, esteve em pauta na palestra do jornalista Nelson Lemos, com abertura de LuizMario Gazzaneo, coordenador geral da Comunicação Social do IBGE. Segundo Gazzaneo, énecessário que os profissionais do IBGE tenham em mente seu novo público-alvo: o cidadão,que precisa das informações da Instituição. Nelson Lemos complementou a idéia apontando aimportância de um intermediário entre os dados técnicos e a informação final, respeitando aatualidade, a relevância e o interesse do público.

Nesta edição da Vou te Contar, cada representante de SDDI pôde expor seu ponto-de-vistasobre a divulgação dos resultados do Censo 2000 em seu estado – um momento em que oentrosamento dos setores com a mídia mostrou sua importância.

Disseminação de informaçõesem debate no encontro dos SDDIs

Disseminação de informaçõesem debate no encontro dos SDDIs

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“Estamos de portas abertasà imprensa, gerando um elo sau-dável. O IBGE tem uma qualida-de de produto que precisa serapresentada, precisa ser levada àsociedade. Estamos em um mo-mento muito positivo. Com os re-sultados do Censo, podemos ge-rar informação na mídia toda se-mana. Na época da divulgaçãodos Resultados do Universo, con-seguimos fazer uma apresentaçãosimultaneamente à do Rio de Ja-neiro. Isto tem sido muito impor-tante, integrar o trabalho localcom o nacional.”

AM - Adjalma Nogueira Jaques

“Além dos Resultados Preli-minares, os Resultados do Univer-so foram muito bem recebidos. Aprocura foi muito grande e, quan-do a imprensa não vem a nós, nósé que vamos até eles. A relação doSDDI com a imprensa é muitosatisfatória. O setor, assim como aDIPEQ em geral, forma uma equi-pe muito coesa.”

AP - Manuel Dorandins Souza

“O lançamento do Censo foium evento importante que serviupara ampliar a relação com a im-prensa. O que tem ajudado nestarelação é o aumento dacredibilidade. Não só o meio cien-tífico reconhece o valor e a quali-dade dos dados do IBGE como acomunidade começa a ver o quan-to o IBGE é útil para pesquisas deinteresse escolar, acadêmico etc.Hoje, a relação da sociedade como IBGE excede o CensoDemográfico e o IBGE é vistocomo um órgão provedor de in-formações”.

BA - Joílson Rodrigues de Souza

“Perto dos lançamentos, a im-prensa sempre vem até nós; quan-do convocamos, sempre compare-cem ávidos por dados do IBGE. Arelação é amistosa e há muita pro-cura. O problema é a falta de tem-po para regionalizar a informaçãoque recebemos e dar destaque parauma matéria local. No geral, o quevejo é que a população e a impren-sa estão confiando muito mais noIBGE, têm nos procurado cada vezmais a cada ano.”

CE - Vânia Maria Fernandes

“Procuramos atender os jor-nalistas através de fax, deixandomateriais à disposição, emprésti-mos de publicações, dando entre-vistas. Na divulgação dos resul-tados do Censo, pudemos ofere-cer toda a informação à impren-sa. A cobertura foi ampla e está-vamos todos bem informados ebem preparados. Depois da divul-gação, a cada final de semana umgrande jornal publicava algo so-bre algum tema e, com isto, du-rante sucessivos finais de semanaestivemos na mídia.”

DF - Sonia Maria Baena Maciel

“Entre a imprensa e nossoSDDI há um contato bastante am-plo. Comunicamos cada pesquisao mais rápido possível e temos umaproposta de convidar a imprensa apassar uma manhã com a gente,conhecendo os produtos locais,seja através de palestras ou deworkshops, para estreitar o relacio-namento. É importante trazer aimprensa para perto do IBGE. Es-treitar este contato ajuda não só oIBGE como os jornalistas, pois elesbuscam notícia e somos fonte paraum ano inteiro de matérias”.

ES - Guido Giovanini

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“A imprensa é um dos nos-sos principais usuários porquequer material para notícia. Porisso, precisamos ter e divulgar emtempo hábil as informaçõesdesagregadas por Unidade da Fe-deração. O Censo 2000 nos trou-xe um ganho muito alto em rela-ção à rapidez de apuração. Nósafirmávamos à imprensa que nes-te Censo o lançamento seria ofe-recido a curto prazo; a imprensanos cobrava e felizmente pudemosoferecer este produto com umprazo bastante razoável”.

GO - Onesio Francisco Dutra

“Os resultados do Censo2000 foram um tremendo sucessocom a presença maciça da impren-sa e ampla divulgação. Foi o prin-cipal assunto da mídia durantedois dias seguidos.”

MA - Leide Carvalho Freitas

“O Censo permitiu uma gran-de troca com a imprensa, não sóno momento do lançamento dosresultados. É porque sempre há umtipo de informação diferente sen-do demandado, e com isto a expo-sição é constante. Os resultados doCenso 2000 sempre despertaramgrande interesse. Somos muito ca-rentes de dados e o Censo é umaoportunidade única de se levantardados municipais”.

MG – Narciza Santiago

“Existe uma ansiedade, umaavidez para conhecer o Censo2000. A cada censo, a divulgaçãoestá sendo mais rápida. Com isto,além das facilidades da Internet emuitos meios de obter informa-ção, há grande entrosamento nãosó com a imprensa mas com o

público em geral. As pessoas con-fiam muito em nós. E é nosso tra-balho continuar com essa relação,fornecendo informações com achancela do IBGE.”

MS - Isabel de Paula Costa

“A divulgação dos Resultadosdo Universo nos aproximou aindamais da sociedade e da imprensae, com isto, nossa imagem no esta-do é ótima. Estamos sempre pron-tos a oferecer os resultados queprocuram. Dentro do Mato Gros-so, as informações do IBGE sãomuito valorizadas e bem recebidas.Além disto, procuramos trabalharjunto com outros órgãos do Esta-do, o que é bem positivo.”

MT - Maria do Carmo Sigarini

“O Censo 2000 teve umaampla divulgação no estado, inclu-sive no interior. Foi muito elogia-do e levantou o IBGE no estado.Hoje, a imagem do IBGE é a me-lhor possível, no Pará e no Brasilinteiro. Estamos sempre nos rela-cionando e divulgando na impren-sa escrita, falada, televisionada,com grande procura pelos dadoslocais. Facilitamos o contato: ofe-recemos tabelas, cópias, organiza-mos os volumes etc.”

PA - Maria Ivone Maciel

“O que existe é uma relaçãomuito amigável. Sempre procura-mos convocar a imprensa de ante-mão quando há alguma pesquisa adivulgar, pois consideramos que amídia é fundamental para a presen-ça do IBGE na sociedade. Quantoao Censo, a mídia nacional foi mui-to eficiente, mas a local encontroue ainda encontra mais dificuldade,pois temos pouco tempo para or-

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ganizar a informação. Mas, dentrodo possível, conseguimos divulgaros resultados com sucesso”.

PB - Lamartine Candeia deAndrade

“Somos sempre bem divul-gados e com o Censo não foi di-ferente. A divulgação dos resulta-dos do Censo Demográfico foi ex-celente. Geramos muita repercus-são. Estivemos presente em rádio,TV, jornal. Fomos muito procura-dos pelo público, pois o Censo2000 trouxe a curiosidade pornovos dados locais e do país. Éuma dimensão muito grande deinformações.”

PE - Jainiton Filho

“Procuramos dar o máximopara atender à imprensa local. Sem-pre buscamos informar com antece-dência quando há notícias de inte-resse tanto local quanto nacional.Facilitamos o trabalho dos repórte-res. O SDDI precisa conhecer o quetem nas pesquisas e o que é referen-te a seu estado, dentro do contextonacional, porque os repórteres nãotêm obrigação de ser especializadosem economia, demografia, são ape-nas intermediários.”

PI - Pedro Soares

“Para a divulgação dos resul-tados do Censo 2000, realizamosuma coletiva, que serviu para res-ponder a muitas perguntas da so-ciedade. Procuramos manter umapolítica de livre acesso da impren-sa até nós”.

PR - Yara Araújo Ceccato

“No Rio de Janeiro, como oSDDI fica próximo à assessoria deimprensa, o trabalho é feito quaseem conjunto com a CoordenaçãoGeral de Comunicação. Isto é inte-ressante para nós, deixa as coisasmais fáceis e, é claro, contribuiupara a boa repercussão da divulga-ção do Censo. A divulgação dosresultados não poderia ser melhor”.

RJ - Telma Lomba

“Enviamos releases (comuni-cados da imprensa) sempre que aspesquisas são lançadas. No dia dolançamento do Censo, concede-mos uma coletiva, com a presen-ça conjunta do chefe da DIPEQ, acoordenação técnica. Logo que aimprensa divulga, o público nosprocura muito e isto sem dúvidacontribui para a venda dos nossosprodutos e a presença da imagemdo IBGE.”

RN - Maria Ednaide Oliveira

“Todos estavam esperandoesta informação que o Censo traz,há muita procura. Da nossa parte,procuramos sempre divulgar osresultados. Por outro lado, a im-prensa vai ao IBGE e faz uma boacobertura. Sempre sai uma repor-tagem enfocando a importância doIBGE, mostrando que está dispo-nível ao público, com as bibliote-cas, por exemplo. Eu acho que nósprecisamos participar mais deeventos e feiras para divulgaçãodos nossos produtos.”

RO - Maria do Socorro Castro

“Nós somos muito procura-dos pela imprensa. A hora da di-

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vulgação do Censo é um momen-to de grande expectativa e procu-ra. Procuramos atender da melhormaneira possível. Convocamos aimprensa sempre que há um lan-çamento. Com o Censo, não foidiferente”.

RR - Terezinha AlvesEvangelista

“O processo de divulgação doCenso 2000 foi muito bom. Ten-do em mãos os resultados, convo-camos a imprensa e outras institui-ções de pesquisa. O que vejo é umamelhora na imagem do IBGE naimprensa. De uns tempos para cá,temos mais confiabilidade. Com apágina na Internet, o IBGE ficoumais transparente e divulga me-lhor. Ter um cronograma de divul-gação também contribui para aimagem. Dá credibilidade e gerauma boa relação”.

RS - Ademir Barbosa

“Em Santa Catarina, o SDDIé muito procurado tanto na capi-tal como em outros municípios.Estamos sempre repassando infor-mações, seja por fax, e-mail ou pes-soalmente aos jornalistas. E somoscada vez mais procurados. A divul-gação do Censo, por exemplo, teveuma coletiva muito concorrida.Gerou demanda por análises, prin-cipalmente saneamento básico, queé uma questão local”.

SC - Sueni Juraci dos Santos

“Somos muito procurados e,dentro do que nós temos, estamosmuito satisfeitos. O problema queencontramos é a chegada do ma-

terial em tempo hábil. Tanto noCenso como em outros lançamen-tos, sempre divulgamos as pesqui-sas na imprensa escrita e falada, TV,nos sites. A imprensa nos procura,nós a procuramos, é uma relaçãorecíproca. O IBGE é muito bem re-presentado na mídia”.

SE - Lícia Menezes Leite

“De três, quatro anos paracá, o IBGE está mais presente naimprensa e de forma cada vezmais positiva. O relacionamen-to e o espaço na mídia são cadavez mais amplos. Temos um ca-dastro de mais ou menos 800jornais e jornalistas. Repassamosos dados locais para os distritosou para o estado inteiro. Há umrepasse automático do que vemdo Rio. Mas, por estarmos mui-to próximos, parece difícil esta-belecer uma autonomia para osetor – até onde ele tem liberda-de de ser intercâmbio entre im-prensa e técnico.”

SP - Antonio Luiz Leme

“Nossa relação com a mídiaé a melhor possível. Tocantins émuito carente de informações,então nós precisamos da impren-sa e ela de nós. Na divulgaçãodos Resultados do Universo, to-dos nos procuraram. Pudemosoferecer cobertura total à im-prensa e o IBGE foi muito bemrepresentado. A recepção porparte do governo e da prefeitu-ra também foi muito boa e deuum impacto positivo na dissemi-nação dos resultados”.

TO - Francisco Soares

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reportagem

Projetos sobre difusão decensos já realizados; controle es-tatístico de qualidade na capturade dados; banco multidimensionalde microdados estatísticos e siste-ma de recuperação de dados esta-tísticos e cartográficos. Essas fo-ram algumas das novidades apre-sentadas no X Seminário sobreCenso Comum no Mercosul quecontou com a presença de repre-sentantes do IBGE e membros deórgãos de estatística da Argenti-na, Paraguai, Bolívia, Uruguai eChile – estes dois na condição deassociados – nos dias 27 e 28 defevereiro e 1º de março no HotelMarina, Rio de Janeiro.

Na ocasião, os participantesapresentaram trabalhos e pro-

postas, além de trocarem expe-riências, inovações e idéias nocampo das operações censitárias.A revista Vou te contar marcoupresença no evento e deixa re-gistrado os principais assuntosdiscutidos e tratados pelos par-ticipantes.

O que foi eo que será

Na primeira mesa-redonda,sobre gestões para o financia-mento do programa dos censosde 2001 e 2002 e atividades re-alizadas e previstas, Dirk JaspersFaijer, chefe da área de informa-

ção e capacitação do Centro La-tino-americano de Demografia(CELADE), apontou os projetosque a instituição está desenvol-vendo. Difusão e usos dos cen-sos da Costa Rica, México, Bra-sil, Santa Luzia, Belize e Panamáe a construção de indicadorespara a população da terceira ida-de e resgate de censos realizadosnas décadas de 60 e 70 são trêsdeles. Segundo Dirk, este últimoapresenta alguns entraves já quealguns países não possuem pes-quisas devidamente documenta-das. “Por enquanto, o Brasil é oúnico que tem o censo de 1960completo”.

Luis Pereira Stambuk, diretorde Censos e Pesquisas do Instituto

Para falar de censo,vozes do Mercosul

Para falar de censo,vozes do Mercosul

O X Seminário sobre Censo Comum no Mercosul contou com a participação de membros de órgãos de estatística devários países da América do Sul que apresentaram propostas, inovações e avanços durante os três dias de encontro.

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Nacional de Estatística (INE) daBolívia, falou dos erros, acertos edificuldades do censo em seupaís. A captação de recursos doBanco Mundial foi dificultadapelo demorado desenrolar doprocesso. Quanto às atividadesque restam, citou as publicaçõesque pretendem lançar. “Com re-cursos, queremos lançar publica-ções especializadas como, porexemplo, o volume com infor-mações para cada departamentoboliviano”*.

No Chile, René Saa Vidal,secretário técnico do Insituto Na-cional de Estatística do Chile(INE), fez um retrocesso da pes-quisa no país, apontando que des-de 1998, quando o levantamen-to financeiro foi feito, se pensaem censo. A atualizaçãocartográfica foi feita em 2001junto com um pré-censo. Na épo-ca do seminário, as atividadesestavam concentradas na coletaque ocorreria no dia 24 de abril,denominado dia do censo.

Avanços nosfinanciamentos

Quando se colocou em pautaos avanços nos financiamentos, adiscussão girou em torno do quese havia feito para colocar em prá-tica as propostas relativas à etapade construção de uma base de da-dos comum. Segundo LauraCazzolli, coordenadora do progra-ma Censo 2000 do Instituto Naci-onal de Estatísticas e Censos(INDEC) da Argentina, uma basede dados a qual usuários de qual-quer lugar do mundo possamacessar e conhecer as característicasgerais e questões socioeconômicasdos países membros está sendo pen-sada. Proposta que, assim como tudoo que está relacionado a esta etapado projeto, precisa do apoio dosdiretores dos institutos de pes-quisa e de financiamento, na opi-nião de Alicia Bercovich, coor-denadora do Comitê CensoDemográfico 2000 da Diretoriade Pesquisas do IBGE.

Segundo Alicia, a segunda par-te, que é referente ao acesso às in-formações, foi apresentada numareunião de estatística realizada naFinlândia, onde foi aplaudida comoúnica experiência em todo mundono que diz respeito a censo comum.“Não existe outro projeto comoCenso Comum no Mercosul – umtrabalho pioneiro que só aconteceupor esforço conjunto de todos ospaíses envolvidos”.

Em cada canto,uma tarefa

Na mesa-redonda sobre desen-volvimento dos censos na região:planejamento, problemas e solu-ções, o diretor do INE do Chile,

Máximo Aguilera Reyes, reforçouo que René Saa Vidal já havia co-locado sobre o que estava sendofeito no país às vésperas da ope-ração de coleta como, por exem-plo, a licitação das empresas deinformática que irão fazer a leiturae processamento dos questionários.

Diretor da 3ª Região deCopiapó, no Chile, Sergio Barrazaaproveitou para contar as experi-ências censitárias vivenciadas, alémde apontar características do locale adequação da pesquisa às mes-mas. Já José Luiz Benza, da Dire-ção Geral de Estatística, Pesquisase Censos do Paraguai (DGEEC)falou sobre o censo experimentalna área geográfica que ficou sobsua responsabilidade.

Qualidade nacaptura de dados

Qualidade na captura de ima-gens de dados dos censos foi a quar-ta mesa-redonda e contou com apresença do consultor do Departa-

Oscar Barrios, chefe doDepartamento de Censos doDGEEC – Paraguai

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sLuis Pereira Stambuk, diretorde Censos e Pesquisas doINE – Bolívia

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mento de Metodologia do IBGE,Neimar Rodrigues Guimarães. Elemostrou aos participantes como fun-cionou o controle estatístico de qua-lidade na captura de dados do Cen-so 2000, além de explicar todas asetapas, o êxito na sua implementaçãoe os resultados obtidos.

O controle de qualidade doINE da Bolívia também foi desta-que. Betty Pastor, responsável pelotratamento dos dados do censo delá, resumiu seu funcionamento eenumerou os procedimentos utili-zados bem como as dificuldadesencontradas para que fosse coloca-do em prática. Também traçou umpanorama com o número de ques-tionários que passam pelo contro-le; número de pessoas envolvidas ea taxa de erro de reconhecimento.

No caso da Argentina, GustavoAlvarez, coordenador do controlede captura de dados do INDEC,explicou que o sistema é divididoem três partes. A primeira defineem que medida a informação re-sultante é aceitável ou não; a se-gunda, como será a amostra docontrole e a terceira dá conta daapresentação dos resultados a par-tir do controle.

Problemas,soluções e análises

O segundo dia do semináriofoi dedicado à avaliação dos aspec-tos operacionais. Na primeiramesa-redonda, Luis Pereira faloudos aspectos operacionais do Cen-so da Bolívia, destacando que acoleta durou um dia na área urba-na e quase três dias nas áreas ru-rais. Dentre as dificuldadesoperacionais, foi apontado o fatode o morador não se encontrar emcasa e a baixa de capacitação dosrecenseadores. Foram recenseadas

8 milhões e 218 mil pessoas em 2milhões e 300 mil domicílios.

Laura Cazzolli resumiu os prin-cipais problemas enfrentados no cen-so argentino, destacando a crise po-lítica e econômica que o país atra-vessa que causou não só problemasfinanceiros mas atraso no envio dematerial. Já Ricardo Martinez, dire-tor da 7ª Região do INE chileno, lo-calizada na cidade de Talca, falou so-bre a importância do pré-censo queserviu para planejar e organizar astarefas operacionais.

A segunda mesa-redonda con-tou com a presença do coordena-dor técnico do Censo Demográfico,Marco Antônio Alexandre, que fa-lou sobre os problemas de classifi-cação das ocupações e atividadesdescritas nos questionários do Cen-so 2000 e as soluções encontradas.Antes, porém, ele explicou que ofuncionamento do sistema decodificação utilizado no censo bra-sileiro é dividido em duas partes.A primeira é a aplicação dos códi-gos aos textos dos quesitos preen-chidos pelos recenseadores e a se-

gunda verifica se a fase anteriorestá correta.

Betty Pastor informou que ocenso da Bolívia está usando todosos instrumentos necessários paraclassificar ocupações e atividades,além de estar adaptando os concei-tos aplicados no censo argentino.

E Gustavo Alvarez, doINDEC, que substituiu MaraRiestra, especialista no tema, resu-miu o funcionamento dos dicioná-rios elaborados para correção, lei-tura e codificação das atividades.

Conceitos e divul-gação dos censosforam os temasdo último dia

O último dia foi reservado àspalestras sobre aspectos conceituaisdo plano tabular, elementos da basede dados comum e sobre os planosgerais de divulgação dos censos.

Tania Suxo, coordenadorageral do Projeto Mercosul na Bolí-via, sintetizou a definição de do-micílios na Bolívia, enquantoNielly Niedworok, do InstitutoNacional de Estatísticas (INE) doUruguai, apresentou tudo o que foiproduzido pelo grupo de trabalho,com participação da Argentina e daBolívia, que pesquisa a seleção devariáveis para o plano tabular.

Sobre o tema base de dadoscomum, Luiz Antonio VivacquaCorrea Mayer do IBGE apresen-tou o banco multidimensional demicrodados estatísticos, cujo pro-jeto é de autoria de José Sant’AnnaBevilaqua, do Departamento de Ban-

Laura Cazzolli, coordenadora doPrograma Censo 2000 do INDEC –Argentina

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*A Bolívia está estruturada política e admi-nistrativamente em 9 departamentos, 112províncias, 314 municípios e 1.384 cantões.

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co de Dados, da Diretoria deInformática.

O banco é formado demicrodados ou dados oriundos dosquestionários das pesquisas estatís-ticas produzidas pelo IBGE e per-mite ao usuário realizar consultasde acordo com as variáveis, o es-paço geográfico e o período de seuinteresse. O banco é acessado viainternet, através da página doIBGE (www.ibge.gov.br).

Na parte da tarde, os partici-pantes trocaram experiências sobrea divulgação dos produtos dos cen-sos. Alejandro Giusti apresentou oplano de disseminação da Argenti-na, bem como cada um dos produ-tos com seus respectivos conteúdos.Os últimos resultados sobre popu-lação por sexo para províncias, de-partamentos, localidades e municí-pios sairiam em abril de 2002.

Tania Suxo informou que re-sultados de população por sexo paramunicípios da Bolívia sairiam ain-da no primeiro trimestre de 2002,além de resumir algumas novidadescomo os mapas de pobreza e um

mapa lingüístico que fazem parte dasérie de temas especiais.

O superintendente do Centrode Documentação e Disseminaçãode Informações do IBGE, David WuTai, iniciou sua exposição argumen-tando o quanto foi importante arevolução digital para os institutosoficiais de estatística na medida emque possibilita aos usuários ter aces-so rápido e fácil às informações. “Arevolução modificou completamen-te a maneira com que sedisponibilizam as informações paraa sociedade. Estamos com umagrande janela para o mundo que éa internet. Ela permite colocar da-dos transformados em informaçãojuntamente com as ferramentas deexploração dessa informação, fa-zendo, então, chegar à populaçãoos dados coletados no censo”.

Também listou os produtos jádivulgados e os que ainda estavampor vir como o Estartcart – Sistemade Recuperação de InformaçõesGeorreferenciadas; grandes mapasou infográficos e os indicadoressociodemográficos de crianças e ado-lescentes.

Os resultados do Censo noChile serão divulgados em volumesimpressos, CD-Rom e via internet.René Saa Vidal também comentouque o INE já programou uma sériede eventos especiais que terão par-ticipação da imprensa local.

Maria Emilia Guarnaschelli,do INE do Uruguai, adiantou queo plano de divulgação do censo ain-da não foi totalmente elaborado. “Jápensamos em algumas coisas masainda não desenvolvemos. Sabemosque estamos atrás de vocês mas te-mos a vantagem de experimentar oque vocês estão fazendo, além depoder ouvir o que devemos ou nãoseguir”. O último recenseamentono país foi em 1996.

Após as apresentações, DavidWu Tai encerrou o seminário dan-do a palavra aos representantes dosinstitutos de estatística dos paísesdo Mercosul. E finalizou ressaltan-do tratar-se de “um encontro en-tre amigos com uma sinergia ex-traordinária e capaz de alavancaras atividades. Estamos crescendo epodendo fazer, cada vez melhor, oque nos propusemos a fazer”.

Nelly Niedworok, diretorada Unidade de Censos doINE – Uruguai

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Da esquerda para direita, René Saa Vidal (INE-Chile), Sérgio BessermanVianna (IBGE) e Máximo Aguillera Reyes (INE-Chile) trocam experiênciassobre os censos em seus países.

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registro

Resposta positiva aoprojeto Vamos Contar!

Já estão tabulados os resul-tados amostrais com base nas car-tas-respostas enviadas pelos pro-fessores que participaram do pro-jeto “Vamos Contar! – Censo2000 nas escolas”. Em sua pri-meira fase, o projeto enviou às es-colas da rede pública um conjun-to de materiais didáticos e mapasdivulgando a importância doCenso 2000 e seus resultadosatravés da sugestão de atividadesnas áreas de matemática, geogra-fia e estudos sociais para os alu-nos do ensino fundamental emédio. Foi incluída no materialuma carta-resposta para que os

Por dentro do CensoInformação informal, sem ser

superficial. Os dados do CensoDemográfico 2000 estão no ar, naTV Futura, na forma de inter-programas. São ao todo doze peçasde um minuto e meio, exibidas nosintervalos da programação daemissora, com conteúdos dosResultados Preliminares da Amos-tra e dos Resultados do Universodo Censo Demográfico 2000.

A idéia é levar os dados doCenso 2000 à população de manei-ra informal e coerente com a serie-dade do IBGE, com depoimentosdas pessoas sobre os resultados doCenso e com a mediação de especi-alistas da instituição. Já participa-ram os técnicos da Diretoria de Pes-quisas (DPE): Luiz Antônio de Oli-veira, Lilibeth Cardoso, MariaDolores Kappel e Ana Lúcia Sabóia.

Foram seis temas inéditosem junho: mulheres, cor e raça,nupcialidade, idosos, religião ebens de consumo. Em julho, es-trearam os temas analfabetis-mo, microcomputadores, salá-rio mínimo, famílias, migraçãoe população feminina. A TVFutura reprisará as peças aolongo do ano.

professores avaliassem sua expe-riência, fornecendo dados para asegunda fase do projeto.

A amostra das respostascorresponde a 1.627 dos quase100 mil questionários recebidos(foram enviados cerca de 250mil) e permite uma visão inicialde como foi vivido o projeto nasescolas: 76,5% dos professores oclassificaram como “excelente”,“muito bom” ou “bom”; 1,9%considerou o projeto “regular” eapenas 0,2% o considerou ruim.Quanto ao alcance dos objetivos,58,5% acreditam que as metas doprojeto “Vamos Contar!” tenham

sido totalmente alcançadas(2,6%), alcançadas em grandeparte (31,5%) ou alcançadas emparte (13,6%). A segunda fase doprojeto prevê a distribuição deinfográficos e mapas às escolas,destacando resultados do Censo2000 para o Brasil e Unidadesda Federação.

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A 12ª reunião da Comis-são Consultiva do CensoDemográfico 2000 ocorreu nodia 30 de abril, na unidade doIBGE localizada na AvenidaChile, Rio de Janeiro. Em pau-ta estavam o lançamento daTabulação Avançada do Cen-

Os dados do Censo 2000não estão presentes apenas naspublicações específicas de resul-tados da operação censitária, mastambém atualizam e enriquecemprodutos do IBGE e até mesmoservem de base para o desenvol-vimento de novos produtos.

Os Resultados do Universo,por exemplo, permitiram atua-lizar a Base de Informações Mu-

do Censo 2000 e outras pesqui-sas do IBGE, é a publicaçãoVamos compreender o Brasil.Um livro destinado ao públicoem idade escolar, que apresen-ta indicadores sociais – traba-lho, educação, saúde, entreoutros – de uma forma simples,com muitas ilustrações, gráfi-cos, tabelas e questões para re-flexão. Aguardem!

Resultados enovos produtos

Acompanhamento do Censo 2000 é contínuo

so Demográfico 2000, o anda-mento dos trabalhos de apu-ração da amostra, a apuraçãoda folha de coleta e a divulga-ção do arquivo de setores e dasdecisões sobre o BancoMultidimensional de Estatísti-cas – BME. A Comissão, des-

taque na edição nº 6 daVou te contar, se reúne regu-larmente para acompanha-mento dos trabalhos do Cen-so 2000 cumprindo o objeti-vo principal de funcionarcomo elo entre o IBGE e a so-ciedade.

nicipais e gerar a Base de Infor-mações por Setor Censitário.Ambas estão disponíveis em CD-Rom e necessitam do Sistema deInformações Georreferenciadas– Estatcart – para seremvisualizadas. Na página do IBGE– www.ibge.gov.br – há mais in-formações sobre esses softwares.

Uma novidade que vempor aí, baseada em resultados

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censo em foco

Dia 7 de março, véspera doDia Internacional da Mulher. Naunidade do IBGE na Avenida Chi-le, no Rio de Janeiro, o auditóriotestemunhava a presença exclusi-va de mulheres à mesa, no lança-mento de mais uma publicaçãocom dados do CensoDemográfico 2000: o “Perfil dasmulheres responsáveis pelos do-micílios no Brasil”.

O estudo acompanha o cres-cimento da proporção das brasi-leiras chefes de domicílio, com in-formações relativas a distribuiçãoetária e geográfica, escolaridade,rendimento e número de crian-ças sob sua responsabilidade, en-

tre outros aspectos. A ênfase édada aos Resultados do Universodo Censo 2000, mas conjugatambém levantamentos mais re-centes da Pesquisa Nacional porAmostra de Domicílios (PNAD)e dados de censos anteriores, pos-sibilitando observar as mudançasno perfil destas mulheres nesta úl-tima década.

O diagnóstico é de uma mu-lher que trabalha mais, possui es-colaridade cada vez mais alta emaiores rendimentos. As respon-sabilidades também aumentam,como mostra Ana Lúcia Sabóia,coordenadora do trabalho realiza-do pelo Departamento de Popula-

Proporção de pessoasresponsáveis pelodomicílio, por sexoBrasil - 1991/2000

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 1991 e 2000.

ção e Indicadores Sociais (DEPIS),da Diretoria de Pesquisas (DPE).

“É importante a radiografiadestes domicílios que têm umamulher como responsável. Den-tro da nossa missão de retratar arealidade brasileira para o exer-cício da cidadania, é necessáriosaber que as mulheres estão bus-cando se escolarizar mais e ga-nhando melhores salários, masestão reunindo cada vez mais res-ponsabilidades e ainda há desi-gualdades de renda em relaçãoaos homens”, ressalta Sabóia.

Segundo o estudo, são mais de11 milhões de mulheres brasileiras

A mulher doCenso 2000

A mulher doCenso 2000

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à frente de domicílios, represen-tando 12,9% da população femi-nina. Se em 1991 apenas 18,1%dos lares estavam sob o comandode uma mulher, hoje já são 24,9%.

A ocasião do lançamento éum momento único: une os da-dos do Censo 2000, ainda bas-tante recentes, com a proximida-de do Dia Internacional da Mu-lher. A diretora de pesquisas doIBGE, Maria Martha Mayer,compartilha desta posição. “Nopassado, nós costumávamosaproveitar as ocasiões, as datas eeventos importantes, para divul-gar informações relevantes emrelação à data; com o tempo, nósabandonamos este costume. Foiextremamente positivo retomareste ano com o lançamento do‘Perfil’, e mais positivo ainda por-que nós estávamos com os dadosdo Censo 2000 ‘fresquinhos’ namão”, comemora.

Para Alicia Bercovich, coor-denadora do Comitê do CensoDemográfico 2000 da DPE, olançamento da publicaçãoenfatiza o papel de o IBGE sepa-rar a variável sexo no Censo2000, possibilitando uma publi-cação específica como o “Perfildas Mulheres Responsáveis pelosDomicílios no Brasil”.

O lançamento também pos-sibilitou que algumas discussõesque permearam a definição dostermos e conceitos utilizados noCenso 2000 fossem levadas aopúblico em geral. “Quem é o res-ponsável pelo domicílio? Desdea Constituição de 1988 se discu-te a co-responsabilidade. É aoportunidade de se discutir, de-finir. Estamos tentando acompa-nhar todas as mudanças que es-tão acontecendo, melhorando as

nossas investigações”, aponta AnaLúcia Sabóia.

E as mudanças são muitas.Desde a década de 60 a mulhervem ganhando espaço e trans-formando a realidade dos domi-cílios. De acordo com Sabóia, amulher do Censo 2000 ganhoutanto em escolaridade que, en-tre as pessoas ocupadas que têm11 ou mais anos de estudo, 50%são mulheres.

E a repercussão na família ésignificativa: “O background fa-

miliar interfere na educação dosfilhos e no bem-estar da família eisto se reflete em toda a socieda-de”, afirma Maria DoloresKappel, do DEPIS.

Com certeza, o fato de a mé-dia de anos de estudos das res-ponsáveis por domicílios ter au-mentado de 4,4 para 5,6 anosdeve repercutir na família, na so-ciedade como um todo e no mer-cado de trabalho. Mesmo por-que, como coloca Vandeli dos

Santos Guerra, do Departamen-to de Emprego e Rendimento(DEREN) da DPE, “a mulher nomercado de trabalho tem maisinstrução do que o homem, o queé natural, porque na medida queo grau de escolaridade aumenta,aumenta o interesse em partici-par do mercado de trabalho”.

Vide as recenseadoras. Se-gundo Maria Vilma Salles, coor-denadora operacional dos Cen-sos, a escolaridade feminina me-rece destaque. Ela observa que

nas operações do Censo 2000,11% das recenseadoras tinhamcurso superior completo, enquan-to apenas 6% dos homens tinhameste nível educacional.

Mesmo assim, a questão dorendimento ainda se coloca comoum desafio às responsáveis pelosdomicílios. Embora o rendimen-to médio mensal destas mulheresseja de R$ 591, o dos homenspermanece superior: R$ 827.Metade destas mulheres ainda

Distribuição percentual dos responsáveis pelos domicílios,por sexo, segundo as classes de anos de estudo - 2000

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000.

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sustenta a família com menos de1,8 salário mínimo, o que equi-vale a R$ 324.

É importante ter em menteestes valores quando se observamos números de crianças na primei-ra infância (0 a 6 anos) sob res-ponsabilidade feminina. Esta pro-porção passou de 10,5% em1991 para 17,8% em 2000 e atendência é continuar crescendo.Contudo, apesar de ser grande opercentual de crianças de 0 a 6anos em domicílios com respon-sáveis femininos com rendimen-to menor do que 2 salários míni-mos, essa taxa diminuiu. Em1991, o percentual era 71,3.Hoje, são menos mulheres nestacondição: 56,8% do total.

A dupla jornada de trabalho,pelo contrário, aumentou: as mu-lheres que trabalhavam e tambémcuidavam de afazeres domésticoseram 90%, em 1992, e passarama 93,6%, em 1999. É por isto que

Martha Mayer afirma que nemsempre os indicadores de maiorparticipação das mulheres refle-tem melhores condições. “Às ve-zes as pessoas tendem a avaliaristo como um aspecto positivo,como se mostrasse que as mulhe-res estão mais independentes,mas nem sempre é assim. Muitasvezes são mulheres que assumema responsabilidade da família: osustento, a educação dos filhos.E existe também a questão dasmulheres sós, em todas as faixasetárias.”

Martha Mayer refere-se aogrande registro de domicíliosunipessoais – aqueles que têmapenas um morador – na pesqui-sa. Há, proporcionalmente, maismulheres morando sozinhas doque homens. Os dados do Censo2000 mostraram que 17,9% dototal de domicílios chefiados pormulheres eram unipessoais. Dosdomicílios sob responsabilidademasculina, apenas 6,2% (quaseum terço em relação às mulhe-res) eram ocupados por um ho-mem vivendo sozinho.

O número de mulheres viven-do sozinhas está relacionado a di-versos fatores, de acordo com afaixa etária. Mais da metade(53,3%) dos domicílios unipessoaisfemininos são ocupados por mu-lheres com mais de 60 anos de ida-

Para Martha, os indicadores de maior participação feminina nomercado de trabalho nem sempre refletem que as mulheres vivemem melhores condições.

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sde, o que parece ser reflexo damaior expectativa de vida femini-na. Também existe uma grandeconcentração (40%) de mulheresresponsáveis por domicílios na fai-xa de 30 a 50 anos, mas neste casoos domicílios unipessoais já não ser-vem de principal referência porqueem muitos lares há os filhos queficam com a mãe.

Os dados do “Perfil das mu-lheres responsáveis pelos domicí-lios no Brasil” ganharam ampla di-vulgação, principalmente no DiaInternacional da Mulher – quandoserviram de fonte para as principaisnotícias sobre a mulher na mídia.Para Martha Mayer, o impacto dolançamento da publicação foi “ex-tremamente positivo, pela relevân-cia da informação e pela oportuni-dade de colocar as informações dis-poníveis para o país”.

Segundo a diretora de pes-quisas, a grande vantagem de setrabalhar com os dados dos Re-sultados do Censo 2000 é que asinformações chegam ao detalhegeográfico. “Embora a amostraseja mais detalhada, não tem estedetalhamento geográfico do uni-verso. Ainda assim, esperamos co-nhecer mais sobre a mulher comquestionários da amostra, em queteremos dados sobre as condiçõesde trabalho, fecundidade e mui-tos outros temas”, conclui.

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atualidades

Zelito Vianna, cineasta, pro-dutor, roteirista e diretor de inú-meros filmes como “Villa Lobos”e documentários como “Morte eVida Severina” e “Terra dos Ín-dios”, liderou o projeto de vídeoinstitucional do IBGE sobre osnúmeros do Censo 2000, onde éapresentada uma seleção dos re-sultados definitivos do Universoe também dos resultados prelimi-nares da Amostra do Censo 2000.

Nesse filme, Zelito preten-de “vulgarizar, no bom senti-do, os números do IBGE”, ouseja, popularizar a estatística,fazer com que as pessoas se in-teressem pelos números e pro-curem se informar a respeitodos indicadores sociais: sanea-mento básico, educação, mor-talidade infantil, taxa de nata-lidade, “que é importante queelas se interessem, porque são

coisas que fazem parte do dia-a-dia da gente”.

A população, segundo ele,deveria começar a ficar atenta.“Por exemplo, um dado que é umescândalo é o de que os 10% maisricos no Brasil têm uma renda fa-miliar de dois mil e poucos reaispor mês e que a renda de 1% éde seis mil reais só”. Dados queo levam a pensar sobre o que será

Vídeo “O país é este” mostrao Brasil através dos resultados do Censo

Vídeo “O país é este” mostrao Brasil através dos resultados do Censo

Zelito esclarece que o objetivo do vídeo não é apenas mostrar números, mas chamar atenção do telespectadorpara o que os resultados do Censo 2000 representam no cotidiano dos brasileiros.

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a miséria desse país. “Você come-ça a relativizar as coisas e aí des-cobre que 200 reais em saláriomínimo é dinheiro (risos). E queuma família que tem um aposen-tado que ganha 200 reais pormês, mais uma pessoa que traba-lha e ganha outros 200 reais, játá se safando no Brasil!”

Essa posição do Zelito dei-xa claro o seu objetivo com o fil-me, que não é o de se aprofundarnos números, mas o de chamara atenção. E mexer com otelespectador.

“Quero mexer com otelespectador para que ele sintaos números não a partir de umentendimento intelectual, mas deuma forma orgânica”. E o queseria essa forma orgânica? Elemesmo explica: “Uma coisa évocê ouvir falar sobre uma coisa,outra é ver claramente. Não só aidéia de que no Brasil 50% dapopulação é isso ou aquilo – acoisa fria dos números – masapreender que uma pessoa traba-lha a vida toda para comprar umacasa de 1.500 reais. E como é queela trabalhou? Vendeu peru, ven-deu o rádio que tinha, enfim, evocê sente concretamente que aspessoas vivem, sobrevivem e es-tão aí e é legal uma casa de 1.500

reais! Dinheiro que outras pesso-as, de repente, gastam numa la-vanderia”. Isto é relativizar, é in-formar, comunicar o país.

Além do mais, independen-te desse objetivo primeiro, Zelitoacredita que “o que não sai na te-levisão, não aconteceu”. Sem fa-lar no absurdo que é para ele aidéia de um evento acontecer semser documentado visualmente. “Épreciso as pessoas se conscientizaremque tem que documentar. Entãovocê vai fazer um Censo, vocêtem que filmar. Estou falando dearquivo visual. A gente não temmemória visual, mas é importan-te que tenha”.

No caso desse vídeo especi-ficamente, o ideal, de acordo como cineasta, seria haver um filmepara cada item pesquisado. Terí-amos então um filme só sobre sa-neamento básico, outro só sobreeducação e assim por diante. Nãofoi o caso. Trata-se de umdocumentário de 20 minutos, di-vidido em pequenos módulos decada capítulo: módulo natalida-de, rendimento etc. E que se des-taca “pela linguagem ousada. Aomesmo tempo um making off, aomesmo tempo eu apareço, o Mar-cos Palmeira fala, como repórtere narrador, sem ser ator nem per-sonagem. No vídeo, ele é um ân-cora e através dele você vai des-cobrindo as coisas do Censo”.

Zelito nos dá uma pequenavisão do filme: “tem uma intro-dução sobre os levantamentoscensitários no Brasil e depois co-meça uma viagem pelos núme-ros do Censo, que é através doMarquinho (Marcos Palmeira) e

vai mostrando o Censo, com osnúmeros mais importantes”. Se-lecionados por ele para marcaras questões que mais preocupamà população. Renda, por exem-plo, onde é gritante a desigual-dade, que continua, “é uma si-tuação muito forte no Brasil.O problema brasileiro é esse.É isso o que o filme, no fim dascontas, vai mostrar. Vai reportar.E como é que a gente resolve essadesigualdade?”

Ele elogia a liberdade quelhe foi dada pela instituição –um órgão do governo – para de-senvolver o vídeo, sem lhe im-por nenhuma condição, confi-ando assim na própria imagem.“Nesse sentido, o IBGE na ver-dade é o autor do filme, por in-crível que pareça. Essa confian-ça e essa liberdade que o IBGEme deu reverte-se de que a au-toria do filme é do IBGE, mes-mo. Porque só uma instituiçãocomo o IBGE poderia me daressa liberdade”. Isto, conformeressaltou, é uma coisa rara,“normalmente uma instituiçãonão tem essa coragem. Eu pudeexperimentar, certo, e tive umaliberdade enorme, inclusive deestrutura: o filme não é umdocumentário tradicional”.

O objetivo dodocumentário é fazer

com que as pessoas seinteressem não sópelos números do

Censo 2000, mas peloque eles representam

Dados sobresaneamento básico,educação, taxa de

natalidade e outrosindicadores

pesquisados no Censo2000 estão no vídeo

“O país é este”

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ponto de vista

Foto: Álvaro Vasconcellos

Os resultados do Censo 2001nos permitem observar as mudançasocorridas ao longo da última déca-da em relação à dinâmica demográficae às condições habitacionais, econô-micas e sociais da população. Ofe-rece informação que interessa nãosomente à Argentina, mas também aoutros países que revelaram ou vãorevelar, num futuro próximo, dadosde sua própria realidade.

Depois de tudo, quem não es-taria interessado em contar com in-formações para que nossosgovernantes – de quem exigimos jus-tiça e eqüidade – possam planificarpolíticas efetivas de desenvolvimen-to social? Quem poderia não estarinteressado em saber das nossas di-ferenças e semelhanças? Os dadosrevelados nos primeiros censos donosso país deram conta da grandediversidade de comunidades que lápovoaram. E os censos posterioresnos permitirão confirmar essa com-posição heterogênea de populaçãoque começou a se delinear com achegada de nossos avós estrangeirose que segue vigente na atualidade.Finalmente, quem poderia não estarinteressado em se dar conta do pre-sente e deixar um testemunho obje-tivo para as gerações futuras, talcomo nos deixaram nossos avós epais nos censos anteriores desde1869 até 1991?

Na preparação do Censo,estamos trabalhando desde 1995,sob governos diferentes para os quaiso censo foi igualmente importante.Nem os problemas iniciais impedi-ram (a luta foi cruel e muita) que fi-zéssemos em 1999 a prova experi-mental do censo possível, bastanteparecido com o que a Argentina que-ria fazer: sem amostra (um únicoformulário amplo para todos os lo-cais), com a incorporação de novastemáticas (habitat, utensílios domés-ticos e nupcialidade) e o desenvolvi-mento de pesquisas complementaressobre população indígena, deficien-tes físicos e/ou mentais e migrantes,as quais pretendemos levar a caboao longo deste ano.

O Censo da Argentina foi umato cívico, a maior e maisapaixonante mobilização do país nosúltimos tempos. Para sua realização,foram convocadas 500 mil pessoas,em sua maioria, docentes, que ocu-param postos distintos na estruturacensitária. Chefes de departamento,fração e raio e recenseadores foramcapacitados para cumprir com suatarefa ao longo dos quase 3 milhõese oitocentos mil Km2 que formam oterritório argentino. A eles foramentregues quase 20 milhões de cé-dulas censitárias, quase 180 milhõesde folhas, uma para cada domicílio.Tiveram que percorrer todo o terri-

tório em apenas um dia e meio eentregar na noite do dia 18 de no-vembro aproximadamente 6 bilhõesde dados revelados por eles mesmos.

Aproximadamente uma sema-na depois do Censo, confirmamos ototal de população em cada lugar doterritório nacional, estando diante deuma cifra (algo mais de 36 milhõesde pessoas) resultado de mais de dezanos de jogo combinado de nasci-mentos, mortes e movimentos espa-ciais de população. Nesse momen-to, obtivemos informações para con-firmar ou não a hipótese de evolu-ção de natalidade, mortalidade emigrações que dão base às estimati-vas e projeções vigentes, provendoinformação precisa para atualizar ofuturo esperado. Além dos dados ne-cessários para delinear políticas pú-blicas, dar número a nossarepresentatividade parlamentar paraque os setores públicos e privadospossam planificar suas atividades. Enos mostrarão as regularidades e asdiferenças entre nós mesmos e comoutros povos do continente e domundo todo.

A execução do Censo teve queenfrentar dificuldades que parece-ram em certo momento insolúveis.Sem dúvida, o maior obstáculo (masque não foi o único) foi a decisão denão apoiar o Censo por parte de umdeterminado grupo de professoresuniversitários. Mas, graças a umgrande esforço de todos os envolvi-dos no Censo e da população emgeral que esperou os recenseadoresem seus domicílios, os obstáculospuderam ser superados e o censopôde ser realizado em 2001. Istosignificou uma importantíssima vi-tória porque, dada a gravidade dacrise que atravessa nosso país atual-mente, provavelmente não teria sidopossível realizá-lo posteriormente.

Alejandro GiustiDiretor Nacional de Estatísticas Sociais

e de PopulaçãoINDEC – Instituto Nacional deEstadística y Censos (Argentina)

Censo 2001

na Argentina,

algumas

reflexões

Censo 2001

na Argentina,

algumas

reflexões

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