iasd - 100 anos de história em ms

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IASD: 100 anos de história em MS "Neste mundo sozinho, eu nunca posso avançar, pois sendo tão fraquinho, incerto fico a lutar". Em um esforço de imaginação, podemos voltar a 1915 e ouvir Gabriela, a primeira adventista de Mato Grosso Sul a cantar seu hino preferido. Aquela mulher que todos diziam ser uma mulher forte, destemida e decidida, em seu íntimo sabia que era tão fraquinha e dependente de Deus. Sua força para evangelizar os filhos nas verdades da Bíblia, à revelia do marido, vinha de Deus. Alguns anos antes, o casal José Cândido e Grabriela, seus 13 filhos, junto com uma grande comitiva em carros de bois, vieram do Rio Grande do Sul para Mato Grosso em busca de novas terras. No caminho, nas picadas em meio às matas, paravam para plantar, colher, para o nascimento de filhos. Nesse trajeto, passaram algum tempo na Argentina, onde Gabriela e sua filha Jovina foram assistir as conferências de um pastor adventista. Ali começaram a se interessar pelas verdades bíblicas e ganharam uma Bíblia. Preocupada em conhecer a vontade de Deus, Gabriela começou a estudar o novo livro. O esposo se opôs firmemente e para por um ponto final às novas ideias, tomou a Bíblia e a queimou. Mas o interesse em conhecer a vontade de Deus ardia no coração de Gabriela que, sem que o Marido soubesse, comprou outra Bíblia de um colportor, ainda na Argentina. Ela a escondeu em meio às rapaduras. Passou a estudá-la com afinco, alfabetizando os filhos na Bíblia, ensinando-lhes suas verdades. Aos poucos o esposo não mais se opôs, reconhecendo a utilidade didática daquele livro. Estudando com diligência a Bíblia, Gabriela aceitou a salvação em Jesus, sua lei eterna, e nela, o Sábado. Confirmou os princípios de temperança e as promessas da breve volta de Jesus, temas aprendidos com o conferencista na Argentina, decidindo em seu coração a ser uma adventista. Assim, 1915 é o ano que marca o início da Igreja Adventista em Mato Grosso do Sul, quando essa mulher, contra as forças visíveis e invisíveis do mal, em meio ao sertão inóspito, onde hoje é Nova Alvorada, passa a guardar o Sábado e outras verdades ensinadas pela Igreja Adventista do Sétimo Dia. A partir dela, os filhos e outras pessoas foram evangelizadas. Mas ainda não havia no estado um pastor adventista. Em 1920, chegou a Campo Grande um pastor adventista alemão, aposentado pela Casa Publicadora Brasileira, por nome de Max Rhode, que passou a estudar a Bíblia com Ernesto Matias e sua esposa, Amanda. Em sua casa, na Avenida Afonso Pena, começou uma classe bíblica e mais tarde uma Escola Sabatina. Com Ernesto Matias, Max Rhode foi procurar as pessoas nas fazendas ao sul do estado, que mesmo sem o batismo já eram conhecidas como adventistas. Em 1921 ocorreu o primeiro batismo no estado. Max Rhode batiza em Campo Grande Ernesto Matias e esposa, Maria Michel, Jovina Assunção, filha de Gabriela e Maria do Carmo Santos, casada com Thimóteo, filho de Gabriela.

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História do inicio da Igreja Adventista em mato Grosso do Sul

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Page 1: IASD - 100 Anos de História Em MS

IASD: 100 anos de história em MS

"Neste mundo sozinho, eu nunca posso avançar, pois sendo tão fraquinho, incerto fico a lutar". Em um esforço de imaginação, podemos voltar a 1915 e ouvir Gabriela, a primeira adventista de Mato Grosso Sul a cantar seu hino preferido. Aquela mulher que todos diziam ser uma mulher forte, destemida e decidida, em seu íntimo sabia que era tão fraquinha e dependente de Deus. Sua força para evangelizar os filhos nas verdades da Bíblia, à revelia do marido, vinha de Deus.

Alguns anos antes, o casal José Cândido e Grabriela, seus 13 filhos, junto com uma grande comitiva em carros de bois, vieram do Rio Grande do Sul para Mato Grosso em busca de novas terras. No caminho, nas picadas em meio às matas, paravam para plantar, colher, para o nascimento de filhos. Nesse trajeto, passaram algum tempo na Argentina, onde Gabriela e sua filha Jovina foram assistir as conferências de um pastor adventista. Ali começaram a se interessar pelas verdades bíblicas e ganharam uma Bíblia. Preocupada em conhecer a vontade de Deus, Gabriela começou a estudar o novo livro. O esposo se opôs firmemente e para por um ponto final às novas ideias, tomou a Bíblia e a queimou. Mas o interesse em conhecer a vontade de Deus ardia no coração de Gabriela que, sem que o Marido soubesse, comprou outra Bíblia de um colportor, ainda na Argentina. Ela a escondeu em meio às rapaduras. Passou a estudá-la com afinco, alfabetizando os filhos na Bíblia, ensinando-lhes suas verdades. Aos poucos o esposo não mais se opôs, reconhecendo a utilidade didática daquele livro.

Estudando com diligência a Bíblia, Gabriela aceitou a salvação em Jesus, sua lei eterna, e nela, o Sábado. Confirmou os princípios de temperança e as promessas da breve volta de Jesus, temas aprendidos com o conferencista na Argentina, decidindo em seu coração a ser uma adventista. Assim, 1915 é o ano que marca o início da Igreja Adventista em Mato Grosso do Sul, quando essa mulher, contra as forças visíveis e invisíveis do mal, em meio ao sertão inóspito, onde hoje é Nova Alvorada, passa a guardar o Sábado e outras verdades ensinadas pela Igreja Adventista do Sétimo Dia. A partir dela, os filhos e outras pessoas foram evangelizadas. Mas ainda não havia no estado um pastor adventista.

Em 1920, chegou a Campo Grande um pastor adventista alemão, aposentado pela Casa Publicadora Brasileira, por nome de Max Rhode, que passou a estudar a Bíblia com Ernesto Matias e sua esposa, Amanda. Em sua casa, na Avenida Afonso Pena, começou uma classe bíblica e mais tarde uma Escola Sabatina. Com Ernesto Matias, Max Rhode foi procurar as pessoas nas fazendas ao sul do estado, que mesmo sem o batismo já eram conhecidas como adventistas. Em 1921 ocorreu o primeiro batismo no estado. Max Rhode batiza em Campo Grande Ernesto Matias e esposa, Maria Michel, Jovina Assunção, filha de Gabriela e Maria do Carmo Santos, casada com Thimóteo, filho de Gabriela.

O segundo batismo foi em 1922, em Ponta Porã, resultado dos testemunhos da costureira adventista Laudelina Cuermann e sua filha Alba Rosa Abdo aos seus fregueses. Elas haviam chegado à pouco tempo do Rio Grande do Sul. No mesmo ano, dois colportores estudantes do Colégio Adventista Brasileiro, aceitaram o desafio de desbravar o Mato Grosso levando a página impressa e trabalharam no centro-sul do estado por vários meses. Viajando à cavalo, em meio à onças, sem estradas, pontes, pousadas e dentre outras dificuldades, Egídio Machado e Antônio de Souza alcançaram os irmãos Fernandes: Luciano, Arthur e Zacarias que os hospedaram. Os irmãos só aceitaram o Sábado e as doutrinas adventistas pelos colportores quando estes provaram na própria Bíblia dos irmãos Fernandes que o mandamento sobre a guarda do Sábado estava lá. Em 1929 chega em Campo Grande Godfredo Ruf, o primeiro pastor enviado pela União Sul Brasileira que vai junto com o Pr. Max Rhode e o irmão Ernesto Matias procurar algumas famílias na fazenda Caçadinha. Alfredo Barbosa, que depois se tornaria o primeiro pastor evangelista, brasileiro, em Mato Grosso, vindo a iniciar o que se tornou o Hospital Adventista do Pênfigo, na época estava com 21 anos de idade, serviu de guia pelas matas nessa busca. Ali são batizados Arthur Fernandes e a esposa Belmira. O irmão Luciano e esposa já haviam sido batizados em São Paulo, em 1922.

Em 1933 foi construída a primeira igreja com paredes de barro e telhado de tabuinhas nas proximidades do rio Santa Luzia, posteriormente chamada de Igreja do Lambari. No mesmo salão passou a funcionar também a primeira Escola Adventista, motivo para muitas famílias se mudarem para a região e logo muitas delas aceitarem a mensagem adventista.

Em 1935 foi nomeado o primeiro pastor presidente da Missão, Alfredo Meyer.

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Em 1936 foi inaugurada a segunda igreja do estado, localizada na Rua Barão do Rio Branco, esquina com a Rua Rui Barbosa, hoje a Central de Campo Grande. Junto foi construída a Missão e começou a funcionar também a Escola Adventista, hoje Colégio Adventista Campo-Grandense.

Em 1936 a Missão envia também para Lambari a primeira professora, Yolanda Karru, para a escola que funcionava no mesmo salão da igreja.

A trajetória da Igreja Adventista do Sétimo Dia em Mato Grosso do Sul está entrelaçada por histórias e evidências que mostram a direção de Deus na trama e nos dramas das vidas de pessoas que foram usadas por Ele na construção de Sua obra. Mais detalhes desta história serão revelados nas comemorações do Centenário da igreja no estado, neste ano de 2015, quando a mão de Deus guiando Seu povo neste estado será enaltecida e glorificada.