iam - relato de caso

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INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO EM UM ADULTO JOVEM: RELATO DE CASO Natane Moreira de Carvalho Enfermeira. Especialista em Gestão Hospitalar pela Escola de Saúde Pública (ESP-MG) e em Terapia Intensiva pela UFMG Preceptora de estágio na Universidade Federal de Itaúna e-mail: [email protected] Anadias Trajano Camargos Enfermeira. Mestre em Enfermagem em Biologia Celular pela UFMG Professora assitente da UFMG Andrei Pereira Pernambuco Fisioterapeuta. Doutorando em Biologia Celular pela UFMG Professor do UNIFOR RESUMO Introdução: O Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) é causado pela interrupção do fluxo sanguíneo nas artérias coronárias que irrigam o miocárdio. Trata-se de um evento de alta relevância clínica que requer internação hospitalar, preferencialmente em um Centro de Terapia Intensiva. Objetivo: Descrever o caso de um homem jovem de 30 anos que apresentou IAM, e a assistência do enfermeiro para este paciente internado na Unidade de Terapia Intensiva. Método: Trata-se de um estudo de caso realizado em um hospital da região Centro-Oeste de Minas Gerais, em dezembro de 2008, conveniado ao Sistema único de Saúde, utilizando o Processo de Enfermagem baseado em Horta (1979) e na Sistematização da Assistência de Enfermagem baseado na taxonomia II da NANDA. Resultado: Foram encontrados 15 diagnósticos e intervenções associadas. Conclusão: Importância fundamental da Assistência do Enfermeiro para o tratamento dos pacientes com Infarto Agudo do Miocárdio. Palavras-chave: Infarto Agudo do Miocárdio. Adulto jovem. Estudo de caso. Assistência de enfermagem. MYOCARDIAL INFARCTION IN YOUNG ADULT: A CASE REPORT ABSTRACT Introducton: Acute myocardial infarction (AMI) is caused by interruption of blood flow in coronary arteries that supply the myocardium. This is an event of high clinical relevance that requires hospitalization, preferably in an intensive Care Unit. Objective: Study a case about a young man that is 30 years old and had AMI and a nursing assistance for this patient to take in to hospital in Intensive Care Unit. Method: It is about one case study executed on a hospital of Minas Gerais, mid wester region, on 2008, December, that use the Unified National Health System, and use the Process of Nursing, according to Horta (1979) and according to NANDA Taxonomy II. Result: We founded 15 diagnosis and intervention. Conclusion: The fundamental importance of the nursing assistance for the treatment of the patient with acute Myocardial infarction. Keywords:  Acute myocardial infarction. Young adult. Case report. Nursing assistence.

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Page 1: IAM - Relato de Caso

INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO EM UM ADULTO JOVEM: RELATO DE CASO

Natane Moreira de CarvalhoEnfermeira. Especialista em Gestão Hospitalar pela

Escola de Saúde Pública (ESP­MG) e em Terapia Intensiva pela UFMGPreceptora de estágio na Universidade Federal de Itaúna

e­mail: [email protected] Trajano Camargos

Enfermeira. Mestre em Enfermagem em Biologia Celular pela UFMGProfessora assitente da UFMG

Andrei Pereira PernambucoFisioterapeuta. Doutorando em Biologia Celular pela UFMG

Professor do UNIFOR

RESUMO

Introdução: O Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) é causado pela interrupção do fluxo sanguíneo nas artérias coronárias que irrigam o miocárdio. Trata­se de um evento de alta relevância clínica que requer   internação   hospitalar,   preferencialmente   em   um   Centro   de   Terapia   Intensiva.   Objetivo: Descrever   o   caso   de   um   homem   jovem   de   30   anos   que   apresentou   IAM,   e   a   assistência   do enfermeiro para este paciente internado na Unidade de Terapia Intensiva. Método: Trata­se de um estudo de caso realizado em um hospital da região Centro­Oeste de Minas Gerais, em dezembro de 2008, conveniado ao Sistema único de Saúde, utilizando o Processo de Enfermagem baseado em Horta   (1979)   e  na  Sistematização  da  Assistência  de  Enfermagem baseado  na   taxonomia   II   da NANDA. Resultado:  Foram encontrados  15  diagnósticos   e   intervenções   associadas.  Conclusão: Importância fundamental da Assistência do Enfermeiro para o tratamento dos pacientes com Infarto Agudo do Miocárdio.

Palavras­chave:  Infarto   Agudo   do   Miocárdio.  Adulto   jovem.  Estudo   de   caso.   Assistência   de enfermagem.

MYOCARDIAL INFARCTION IN YOUNG ADULT: A CASE REPORT

ABSTRACT

Introducton: Acute myocardial infarction (AMI) is caused by interruption of blood flow in coronary arteries   that   supply   the  myocardium.  This   is   an   event   of   high   clinical   relevance   that   requires hospitalization, preferably in an intensive Care Unit. Objective: Study a case about a young man that is  30 years old and had AMI and a nursing assistance for  this  patient  to  take in  to hospital   in Intensive Care Unit. Method: It is about one case study executed on a hospital of Minas Gerais, mid wester region, on 2008, December, that use the Unified National Health System, and use the Process of Nursing, according to Horta (1979) and according to NANDA Taxonomy II. Result: We founded 15 diagnosis and intervention. Conclusion: The fundamental importance of the nursing assistance for the treatment of the patient with acute Myocardial infarction.

Keywords:  Acute myocardial infarction. Young adult. Case report. Nursing assistence.

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1 INTRODUÇÃO

O Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) é causado pela interrupção do fluxo sanguíneo 

nas artérias coronárias que irrigam o miocárdio. Trata­ se de um evento de alta relevância 

clínica   que   requer   internação   hospitalar,   preferencialmente   em   um   Centro   de   Terapia 

Intensiva.   Devido   à   complexidade   e   gravidade   do   estado   em   que   o   paciente   passa   a   se 

encontrar,   o   desenvolvimento   de   padrões   de   qualidade   da   assistência   é   de   fundamental 

importância,   sobretudo   devido   às   novas   tecnologias   médicas   hospitalares,   o   impacto   da 

mortalidade,   a   letalidade   hospitalar   e   o   volume   de   internações   que   o   IAM   acarreta. 

(MANSUR et al, 2006).

Scheider  et   al,  (2008)   ressaltam   que,   no   Brasil,   as   doenças   cardiovasculares   são 

responsáveis  por  16,7  milhões  de  mortes  ao  ano,   com projeções  para  o   ano de  2020  de 

persistirem como a causa principal de mortalidade e incapacitação entre adultos. Dentre   as 

doenças   cardíacas,   destacam­se   a   doença   arteriosclerótica   coronariana   e   o   infarto   do 

miocárdio,  sendo que os conhecidos fatores de risco são:  idade, sexo, hipercolesterolemia, 

hipertensão,   diabetes   mellitus,   obesidade,   tabagismo,   estilo   de   vida   sedentário,   estresse 

psicológico e antecedentes familiares, entre outros. (SCHEIDER et al, 2008). 

O   IAM,  por   sua  vez  é   uma  das   doenças   cardíacas  mais   frequentes   em pacientes 

hospitalizados   nos   países   ocidentais,   incluindo   o   Brasil.   Apesar   do   grande   acúmulo   de 

conhecimentos acerca da etiologia, fisiopatologia, epidemiologia, história natural, diagnóstico 

e tratamento das doenças cardiovasculares, nos últimos 50 anos, estas continuam sendo a mais 

importante causa de morbidade e mortalidade a partir da quarta década de vida. (ROCHA; 

SILVA, 2000). 

  Araújo  e  Marques  (2007)  consideram que os  sintomas do IAM são:  dor  ou forte 

pressão no peito; dor no peito refletindo nos ombros, braço esquerdo, pescoço e maxila; dor 

abdominal;   suor;   palidez;   dispnéia,   perda   temporária   da   consciência;   sensação   de   morte 

iminente; náuseas e vômitos. A prevenção do IAM está  relacionada com uma alimentação 

balanceada, controle do peso e do índice de massa corporal, à prática de exercícios físicos 

regulares   e   aos   exames   de   prevenção,   como   eletrocardiograma,   hemograma,   glicose, 

colesterol, entre outros, conforme critério médico. 

Até recentemente, acreditava­se que o IAM não seria comum em indivíduos jovens, 

por acometer somente quatro a oito por cento desta população. Considerando­se, entretanto, 

em   números   absolutos,   verifica­se   que   o   acometimento   nessa   faixa   etária   não   pode   ser 

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desconsiderado. Apenas nos hospitais brasileiros credenciados pelo Sistema Único de Saúde, 

durante o ano de 2000, 4.549 pacientes com menos de 45 anos de idade foram internados 

devido ao infarto agudo do miocárdio. (CONTI et al, 2002).

Quando o IAM acomete um jovem, diversos outros fatores devem ser considerados, já 

que   existem   alterações   peculiares   a   esta   classe,   como   características   etiopatogênicas, 

anatômicas  e  prognósticas  próprias,  diferenciando­a dos  pacientes  mais  velhos.  O fato de 

acometer   jovens   abruptamente   e   levá­los   ao   adoecimento   durante   seus   anos   de   maior 

produtividade traz consequências psicossociais e econômicas ainda mais graves, necessitando, 

pois, de apoio constante, tanto familiar, quanto da equipe multiprofissional.

Nesse   sentido,   pode­se   afirmar   que   o   enfermeiro   tem   papel   fundamental   neste 

contexto,   pois   ele   está   presente   desde   a   entrada   do   paciente   na   rede   hospitalar   até   o 

encaminhamento do mesmo para Centro de Terapia Intensiva, assistindo­o em todas as suas 

necessidades. O processo de enfermagem foi desenvolvido a partir da Teoria de Motivação 

Humana proposto por Maslow, que se fundamenta nas necessidades humanas básicas, que 

segundo o autor, em equilíbrio as necessidades não se manifestam, mas no desequilíbrio elas 

se   instalam.  Partindo  deste  pressuposto,  as  necessidades  básicas   foram hierarquizadas   em 

cinco níveis: Necessidades Fisiológicas, Necessidades de Segurança, Necessidades de Amor, 

Necessidades de Estima e Necessidades de Auto­realização. (HORTA, 1979). Ainda segundo 

a autora, as necessidades não atendidas ou atendidas de forma inadequada trazem desconforto 

e, se isto se prolonga, gera doença.

Ao analisar este contexto, é que se propôs a realização deste estudo, para descrever o 

caso de um homem jovem de 30 anos  que sofreu Infarto  Agudo do Miocárdio e  que foi 

atendido   em   um   Centro   de   Terapia   Intensiva;   discutir   a   importância   do   Processo   de 

Enfermagem, tomando como referência a Teoria das Necessidades de Wanda Horta e construir 

os diagnósticos de enfermagem conforme taxonomia II do NANDA, além das intervenções 

necessárias. 

2 MÉTODOS

Este estudo se caracteriza como um estudo descritivo, exploratório e documental, com 

abordagem   qualitativa,   do   tipo   relato   de   caso.   Este   desenho   de   estudo   contribui   para   a 

compreensão dos fenômenos individuais, organizacionais, sociais e políticos, resultando em 

uma estratégia comum de pesquisa na psicologia, sociologia, na ciência política, ciências da 

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saúde, dentre outras. (LIMA et al, 2007). Ao término deste tipo de investigação, espera­se que 

o profissional possa reunir informação suficiente para tomar decisões e resolver os problemas 

identificados no relato de caso. (GALDEANO et al, 2003).

A coleta  de  dados  ocorreu  após  a  aprovação do  Comitê  de  Ética  em Pesquisa  do 

Hospital   Filantrópico   Manoel   Gonçalves   (Itaúna   –   Minas   Gerais   –   Brasil)   pelo   parecer 

favorável   número   021/2008.   Todas   as   etapas   do   estudo   cumpriram  as   recomendações   da 

resolução 196/96 do  CONEP/MS.    Os  critérios  de   inclusão   foram:  Ser  portador  de   IAM 

(Infarto Agudo do Miocárdio),  estar  hospitalizado com diagnóstico de IAM no Centro de 

Terapia   Intensiva   e   aceitar   participar   da   pesquisa   mediante   a   assinatura   do   Termo   de 

Consentimento Livre e Esclarecido. 

A operacionalização da coleta de dados aconteceu no mês de novembro, período de 

internação do paciente, seguindo estes passos do processo: obtenção dos dados através da 

anamnese e exame físico (evolução do paciente); acompanhamento diário do paciente durante 

a permanência hospitalar em um leito de CTI; planejamento dos diagnósticos de enfermagem 

determinados conforme taxonomia II do NANDA; intervenções de enfermagem ao paciente 

que foram propostas em conjunto por diversos autores e, por último, a resposta do paciente às 

mesmas. Foi utilizada também coleta de informações no prontuário e exames. 

 

3 RESULTADOS

3.1 Descrição do caso

Paciente F. J., 30 anos e 6 meses, negro, casado, natural e procedente de Minas Gerais, 

auxiliar de bombeiro hidráulico, com diagnóstico clínico de IAM , apresentando­se com supra 

desnivelamento   de   segmento   ST   após   realização   de   eletrocardiograma.   Foi   admitido   no 

serviço em 25/11/2008, proveniente do Pronto Socorro, queixando­se de dor epigástrica após 

esforço físico. No dia da admissão, sentiu dor tipo pontada na região do precórdio, associada à 

dispnéia intensa durante o trabalho, o que o levou a procurar o hospital. Relata não fazer uso 

de medicação em domicílio. No Pronto Socorro foi medicado com Isordil®,  Dolantina® e 

Tramal®.   Negou   tabagismo,   etilismo,   hipertensão   e   diabetes,   desconhecia   alergias 

medicamentosas, não realizava atividades físicas e desconhecia a doença.  Não apresentava 

antecedentes   familiares   de   coronariopatias   e   doença   vascular   cerebral.   Informou   ingestão 

hídrica e calórica satisfatória, eliminações urinárias e fecais preservadas, ausência de insônia, 

relatava ansiedade devido à dor que havia sentido e medo de morrer.

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Após ter sido internado no CTI, seu medo da morte aumentou ainda mais. No Centro 

de Terapia Intensiva, foram prescritas as seguintes medicações: Dipirona quando necessário 

(SN), Plasil® SN, Omeprazol 40 mg, Liquemine  5000UI/0,25 ml, AAS 100 mg, Propanolol 

40 mg, Captopril 25 mg, Hidroclorotiazida 25 mg, Isordil® 0,5 mg sub lingual, Diazepan® 20 

mg, Sulfato de Morfina  2mg/2 ml SN, Soro Fisiológico para manter veia e dieta oral branda. 

Durante a realização do exame físico pela enfermeira, o paciente apresentava­se com 

bom estado geral, corado, hidratado, anictérico, acianótico, afebril. Consciente, orientado no 

tempo,  espaço  e  pessoa,  pupilas   isocóricas  e   fotorreagentes,   força  motora  e   sensibilidade 

preservadas. Eupneico, com oxigenação suplementar através do cateter nasal (CN) a 03 l/min, 

expansibilidade e simetria pulmonar preservadas, saturação de O2 = 96%, pulmões limpos. 

Normotenso (PA de 130x70 mmHg), eucárdico (120bpm), mantém monitorização cardíaca em 

ritmo sinusal,  ausculta cardíaca: bulhas normorrítmicas e normofonéticas (BRNF) em dois 

tempos (2t) . Apresentava abdome globoso, flácido e indolor à palpação, ruídos hidroaéreos 

(RHA) presentes.   Aparelho genital sem anormalidades. Mantinha acesso venoso periférico 

heparinizado em Membro Superior  Esquerdo (MSE)  sem sinais   flogísticos,   recebendo SF 

0,9% para hidratação. Mantinha repouso no leito na posição de  Semi fowler, com cabeceira 

elevada a 45º. Apresentava pulsos simétricos, com boa perfusão periférica.

Os exames laboratoriais demonstraram os seguintes resultados, Creatina fosfoquinase 

(CPK) total 322 mg/dl e Creatina fosfoquinase (CPK MB) de 21,0 mg/dl. 

3.2 Diagnósticos e intervenções de enfermagem

Os   diagnósticos   e   as   intervenções   de   enfermagem   foram   levantados   conforme 

necessidade do paciente, sendo os diagnósticos embasados na taxonomia II do NANDA e as 

intervenções de acordo com Carpenito (2006), Smeltzer e Bare (2002), Penna e Barros (2003), 

Morton et al, (2007) e Lima et al, (2007). 

Lima  et   al,  (2007)   propõe   que   os   diagnósticos   e   intervenções   de   enfermagem 

necessitam  ser   agrupados  conforme  necessidade,  de  maneira   que   se   evite   a   repetição  de 

informações.

1 ­ Dor aguda relacionada à dor precordial: Reconhecer a presença da dor e avaliar início, 

duração, intensidade, localização e  irradiação. Ouvir atentamente a respeito da dor. Explicar 

as causas da dor. Explicar por quanto tempo poderá durar. Proporcionar alívio ideal da dor 

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com analgésicos prescritos. Após administrar o medicamento, retornar após um tempo para 

averiguar a eficiência.

2 ­ Padrão respiratório ineficaz relacionado à dor e ansiedade: Garantir ao paciente que 

estão sendo tomadas as medidas para manter a segurança. Monitorar frequência respiratória e 

padrão   respiratório   a   cada   duas   horas   ou   conforme   necessidade.   Observar   saturação   de 

oxigênio por meio da oximetria de pulso a cada duas horas ou conforme necessidade. Oferecer 

oxigenação suplementar conforme prescrição, não esquecendo de trocar a água destilada dos 

umidificadores   diariamente.   Avaliar   parâmetros   da   gasometria   arterial.   Manter   cabeceira 

elevada a 45 graus. Manter paciente na posição de semi­Fowler. Observar perfusão capilar. 

Realizar ausculta pulmonar.

3 ­ Risco de desequilíbrio do volume de líquidos relacionado aos procedimentos invasivos 

maiores   e   diminuição   do   débito   cardíaco:  Manter   hidratação   endovenosa   conforme 

prescrição. Manter a ingestão de líquidos recomendada. Realizar balanço hídrico a cada 12 

horas. Monitorar os níveis de eletrólitos séricos.  Monitorar a hidratação pela coloração da 

urina. Avaliar sinais de desidratação e edema.

 

4   ­   Nutrição   desequilibrada   menos   do   que   as   necessidades   corporais   relacionada   à 

incapacidade de absorver nutrientes devido aos vômitos e/ou dietas restritas:  Orientar 

que a restrição da dieta por 24 horas é necessária. Incentivar a hidratação. Solicitar avaliação 

do  nutricionista.  Explicar  a   importância  da  nutrição  adequada.  Estar  perto  e   incentivar   a 

alimentação limitando o tempo em no máximo 30 minutos. Evitar procedimentos dolorosos 

antes das refeições. Planejar formas para reduzir odores durante a refeição. Manter higiene 

oral.

5   ­   Náusea   relacionada   à   dor   cardíaca,   medo   e   ansiedade:  Administrar   antiemético 

conforme prescrição. Após administrar o medicamento, retornar após um tempo para avaliar a 

eficiência. Encorajar o paciente a ingerir dietas brandas quando liberado.  Evitar   ingerir 

grande quantidade de líquidos. Evitar grande ingestão de líquidos durante e após a refeição 

Evitar deitar­se por no mínimo duas horas após a refeição. Evitar odores desagradáveis.

6   ­  Ansiedade  relacionada  ao  medo  da  morrer:  Permitir  que  a  pessoa  compartilhe   as 

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percepções sobre a situação. Explorar a relação que a pessoa estabelece com a espiritualidade. 

Controlar de forma agressiva, sintomas que não alcançaram alívio. Transmitir segurança.

7 ­ Medo relacionado à hospitalização no Centro de Terapia Intensiva: Orientar quanto ao 

ambiente usando explicações simples. Orientar o funcionamento da rotina das atividades de 

enfermagem.  Falar  pausadamente.  Explicar   as  modificações  que   irão  acontecer  durante   a 

permanência   no   Centro   de   Terapia   Intensiva,   como   restrição   no   leito,   banho   de   leito, 

monitorização cardíaca, avaliação de sinais vitais, dentre outros. Enfatizar que pacientes que 

são internados no CTI são aqueles dentro das possibilidades terapêuticas. Orientar familiares, 

antes no horário de visita, sobre a rotina do CTI.

8 ­ Déficit no auto­cuidado para banho e higiene relacionado à restrição de movimentos: 

Explicar a necessidade e orientar que é temporário. Proporcionar privacidade durante a rotina 

de  banho.  Direcionar  homens  para   ajudar  na   rotina  de  pacientes  do   sexo  masculino   (ex: 

momento   do   banho).   Definir   com   o   paciente   a   temperatura   da   água.   Combinar   quando 

possível, o melhor horário de banho. Avaliar queixas álgicas. Manter repouso absoluto no leito 

nas primeiras 24 horas ou conforme necessidade.

9  ­   Intolerância  a atividade  física  relacionada à   restrição de  movimentos:  Explicar  a 

necessidade   da   restrição   de   movimentos   durante   a   internação   no   CTI   e   orientar   que   é 

temporário.   Manter   repouso   absoluto   no   leito   nas   primeiras   24   horas   ou   conforme 

necessidade. Orientar mudança de decúbito a cada duas horas e observar de perto possíveis 

alterações.

10 ­ Padrão de sono perturbado relacionado ao barulho, iluminação, mobiliário para 

sono não familiares, estimulação excessiva para procedimentos e odores nocivos: Explicar 

para a pessoa as causas do transtorno do sono. Reduzir o ruído. Limitar o sono durante o 

período do dia. Fazer leitura, assistir televisão ou ouvir rádio durante o período do dia. Usar 

tampões de orelha.  Trazer objetos familiares (travesseiros,  cobertores, outros).  Administrar 

sedativos ou ansiolíticos conforme a prescrição durante o período noturno.

11   ­   Interação   social   prejudicada   relacionada   a   isolamento   terapêutico:  Explicar   a 

Page 8: IAM - Relato de Caso

necessidade   e   orientar   que   é   temporário.   Ajudar   a   identificar   como   o   estresse   agrava   o 

problema. Proporcionar um relacionamento individual sustentador. Incentivar atividades de 

distração, como leitura. Reforçar com a família sobre a importância do horário de visita.

12 ­  Risco para  infecção relacionado a procedimentos   invasivos:  Reduzir  a  entrada de 

microrganismos nos indivíduos pela lavagem das mãos, técnica asséptica, realizar somente 

procedimentos necessários  e uso de  luvas de forma correta.  Encorajar  a  manter  a   ingesta 

calórica ideal. Observar  manifestações   clínicas  de   infecção  e   registrar   caso  haja  presença. 

Trocar   acesso   venoso   periférico   e   equipos   a   cada   72   horas   ou   na   presença   de   sinais 

inflamatórios e se necessário colher ponta do cateter para cultura. Trocar  fixação dos acessos 

de micropore e esparadrapo todos os dias ou conforme necessidade. Limpar a inserção do 

acesso com degermante e depois soro fisiológico 0,9%.

13   ­   Risco   de   desequilíbrio   na   temperatura   corporal   relacionado   a   medicações 

vasodilatadoras e exposição a ambiente quente:  Ensinar  a  pessoa a   ter  uma  ingesta  de 

líquidos adequada. Monitorar ingestão e eliminação. Tomar banhos mornos. Evitar cobertores 

e roupas quentes. Ensinar os sinais precoces de hipertermia.

14 ­ Risco de débito cardíaco diminuído relacionado à interrupção do fluxo arterial e 

ejeção alterada:  Observar sinais como fadiga, confusão mental,  ausculta pulmonar, débito 

urinário,   pressão   arterial,   temperatura   periférica   e   perfusão   capilar.   Monitorar   nível   de 

consciência. Encorajar ingesta hídrica. Realizar balanço hídrico a cada 12 horas para evitar 

sobrecarga hídrica e pulmonar. Verificar níveis séricos bioquímicos. Manter monitorização 

cardíaca e de saturação de oxigênio frequente. Observar pressão venosa central a cada duas 

horas.

  

15 ­ Perfusão tissular cardíaca ineficaz relacionada à interrupção do fluxo arterial:  As 

mesmas orientações acima.

3.3 Evolução de enfermagem

A evolução de enfermagem consiste em um relato diário ou periódico das mudanças 

acontecidas ao paciente enquanto estiver sob assistência profissional. É uma síntese global dos 

Page 9: IAM - Relato de Caso

planos de cuidado. (HORTA, 1979).

Esta evolução de enfermagem aconteceu diariamente durante o tempo de internação do 

paciente no Centro de Terapia Intensiva, sendo feita pelo enfermeiro. Neste estudo, buscou­se 

relatar seus aspectos mais relevantes.

 Faz parte da rotina do hospital em questão manter os pacientes portadores de IAM por 

no  mínimo 72 horas   internados  em um  leito  de  CTI.   Isto   foi   relatado ao  paciente   já   no 

primeiro dia, para reduzir sua ansiedade de alta. No mesmo dia, ele foi orientado sobre as 

intervenções de enfermagem às quais seria submetido e que, durante os dias de internação no 

CTI,  passaria   a   receber  orientações   constantes.  Durante   as   abordagens,   ele   foi   receptivo, 

demonstrou atenção e em muitos momentos questionou algumas intervenções de enfermagem, 

o  que  demonstrava   interesse   e   curiosidade   sobre  o   tema.  A  despeito  das   argumentações, 

percebeu­se   o   desconhecimento   do   mesmo   sobre   sua   patologia,   evidenciando,   pois,   a 

necessidade de uma orientação específica sobre a doença. 

No   segundo   dia,   o   paciente   relatou   diminuição   da   ansiedade   que,   segundo   ele, 

aconteceu devido à melhora da dor e devido também às orientações da equipe de enfermagem. 

Entretanto, o mesmo relatou que os ruídos (ambientais, eletrônicos etc) gerados no setor e a 

monitorização   contínua  o   incomodavam  muito.  Neste  momento,   o   paciente   foi   orientado 

novamente sobre a necessidade do uso da tecnologia para o tratamento de seu caso e que os 

ruídos eram necessários, servindo como alerta para a equipe de enfermagem.

No último dia de internação, o paciente relatou que as orientações de enfermagem o 

ajudaram muito, o deixaram menos ansioso, reduziram o stress gerado pela doença e pela 

internação e amenizaram o medo de morrer. No momento da alta, o paciente relatou que não 

gostaria de passar por aquele episódio novamente e que para isso procuraria modificar hábitos 

alimentares, praticar atividades físicas após autorização médica e realizar acompanhamento 

com um cardiologista. Relatou segurança a partir das orientações e que, caso fosse necessário, 

indicaria o hospital como referência, dizendo que atualmente ele conhece o significado da 

patologia IAM e a repercussão que pode ter em sua vida.

4 DISCUSSÃO

No Brasil,  de acordo com os dados  da Organização Mundial  de Saúde (OMS),  as 

doenças cardiovasculares são responsáveis por 16,7 milhões de mortes ao ano.  Os estudos 

mostram que, para o ano de 2020, elas serão a principal causa de mortalidade e incapacitação. 

Page 10: IAM - Relato de Caso

(SCHNEIDER et al, 2008).

A síndrome coronariana aguda (SCA) compreende o conjunto de sinais e sintomas 

decorrentes   de   isquemia   aguda   do   miocárdio.   Esta   síndrome   pode   ter   duas   formas   de 

apresentação clínica: o complemento angina instável/infarto agudo do miocárdio (IAM) sem 

supradesnivelamento   do   segmento   ST   e   o   infarto   agudo   do   miocárdio   (IAM)   com 

supradesnivelamento do segmento ST. (KNOBEL, 2006). 

O paciente normalmente apresenta dor precordial mais frequentemente retroesternal, 

de forte intensidade, que pode surgir durante a realização de atividades físicas intensas (18% 

dos casos) ou em repouso (+ ­ 50% dos casos), com mais de 30 minutos de duração, podendo 

irradiar para ambos os membros superiores ou só o membro superior esquerdo, mandíbula, 

dorso, ou mesmo não apresentar irradiação para as regiões citadas anteriormente. A dor pode 

caracterizar­se   por   aperto,   constrição,   peso   e   queimação.   Pode   originar­se   na   região 

epigástrica,   caracterizando  quadros   abdominais.  Além da  dor,  o  paciente  pode  apresentar 

náuseas  e  vômitos.   (KNOBEL, 2006).  O mesmo autor  ainda relata  que alguns  grupos de 

pacientes   (diabéticos,   idosos,   hipertensos,   neurológicos   e   em   pós   operatório)   podem 

manifestar a dor de forma diferente, não existindo ou não sendo o sintoma mais importante. O 

quadro clínico é variável e as queixas podem ser inespecíficas, sendo às vezes necessária a 

utilização de protocolos de probabilidade utilizados nas Unidades de DOR Torácica.

Discute­se, ainda, se o tamanho do infarto pode ser influenciado por outros fatores, 

como:   a   extensão,   intensidade,   duração   do   episódio   isquêmico,   o   tamanho   do   vaso,   a 

quantidade   de   circulação   colateral,   o   estado   do   sistema   fibrinolítico   intrínseco,   o   tônus 

vascular e as demandas metabólicas do miocárdio no momento do evento. Já a localização do 

infarto é um determinante importante da função ventricular, podendo­se localizar na parede 

anterior, septal, lateral, posterior ou inferior do ventrículo esquerdo (MORTON et al., 2007). 

Morton  et   al,  (2007)   afirmam   que   os   principais   fatores   de   risco   são:   idade, 

hereditariedade, raça, sexo, tabagismo, dislipidemia, hipertensão, sedentarismo, obesidade e 

sobrepeso,   diabetes mellitus, estresse, hormônios sexuais, pílulas anticoncepcionais, ingesta 

excessiva   de   álcool   e   níveis   de   hemocisteína.   Atualmente   estes   fatores   têm   acometido 

pacientes mais jovens. 

Conti  et al,  (2002) consideram jovens com infarto agudo do miocárdio os pacientes 

com idade ≤40 ou 45 anos. Colombo e Aguilar (1997) demonstram que, mesmo nos países em 

desenvolvimento,   com   um   maior   controle   das   doenças   infecto­parasitárias   e   consequente 

aumento da longevidade das populações, o IAM tem alcançado índices cada vez maiores em 

Page 11: IAM - Relato de Caso

pessoas com faixas etárias cada vez menores.

Portanto,   faz­se necessário  que o diagnóstico seja  preciso e  realizado rapidamente, 

para assim diminuir os riscos de lesões ainda maiores no miocárdio. O diagnóstico do IAM 

baseia­se em quatro principais elementos: história, exame físico, eletrocardiograma (ECG) e a 

realização de marcadores bioquímicos. Com a obtenção dessas informações, é possível definir 

a   forma   de   abordagem   para   o   início   do   tratamento   dos   clientes,   de   modo   a   orientar   a 

terapêutica. (SCHETTINO et al, 2006)

Morton et al (2007) concordam que o IAM pode ser determinado a partir de inúmeras 

perspectivas diferentes, incluindo as perspectivas clínicas, eletrocardiográfica, bioquímica e 

patológica.  Por   isso,   segundo o  autor,  a    European Society  of  Cardiology  e  o  American  

College of Cardiology Committee  desenvolveram um documento conjunto de consenso de 

redefinição do IAM. Os autores apontaram os seguintes critérios para o diagnóstico de IAM: 

A ­ Aumento típico e diminuição gradual da troponina ou aumento mais rápido e queda dos 

marcadores bioquímicos da necrose miocárdica com pelo menos um dos seguintes: sintomas 

isquêmicos; dsenvolvimento de ondas Q patológicas no Eletrocardiogrma (ECG); alterações 

eletrocardiográficas   indicativas   de   isquemia   (elevação   ou   depressão   do   segmento   ST); 

intervenção da artéria coronária. B ­ Achados patológicos de IAM.

Knobel (2006),  por sua vez,  explica que os marcadores de necrose miocárdica são 

necessários para o diagnóstico de infarto e estimam o prognóstico. A membrana plasmática 

dos   cardiomiócitos   perde   a   integridade   e   permite   a   passagem   dessas   macromoléculas 

intracelulares para o interstício, capilares linfáticos e microvasculatura do coração, atingindo a 

circulação periférica, sendo, portanto, diagnosticadas. Os marcadores que mais contribuem 

para o diagnóstico do IAM são a CKMB (creatinoquinase­enzima que pode ser medida e 

avaliada quanto à origem, células miocárdicas) e as troponinas. A CKMB começa a se elevar 

com cerca de quatro a oito horas do IAM, voltando ao normal em três a quatro dias.  As 

troponinas T, I e C são proteínas que regulam a interação, dependente do cálcio, entre miosina 

e actina. A troponina C apresenta­se de modo igual nas células musculares esqueléticas e 

cardíacas, entretanto, a sequência de aminoácidos da troponina T e I é diferente no músculo 

cardíaco  em  relação  ao  músculo  esquelético,  possibilitando  assim  a  diferenciação  de   sua 

origem. 

Vários estudos relatam que a troponina T e I são marcadores sensíveis e específicos de 

necrose   miocárdica,   podendo   ser   detectados   na   corrente   sanguínea   três   horas   após   os 

sintomas, com pico em 24 horas; diferentemente da CKMB, permanecem aumentadas por até 

Page 12: IAM - Relato de Caso

14 dias, assegurando o diagnóstico de IAM, na fase tardia. Uma amostra deve ser colhida na 

admissão e uma segunda amostra colhida entre oito a doze horas após, conforme sugestão da 

American Heart Association. Para a rotina na fase aguda da doença já diagnosticada, podem 

ser colhidas três a quatro amostras consecutivas, respeitando os horários fixados: seis, 12, 18 e 

24 horas. (KNOBEL, 2006).

O autor supracitado afirma que a Mioglobina é  uma proteína que está  presente no 

citoplasma do miócito das células musculares cardíacas e esqueléticas. É liberada na corrente 

sanguínea em uma a  quatro  horas   após  o  processo  necrótico,   sendo um marcador  pouco 

específico por este motivo.

Como valores de referência para CK MB temos o de < 5ng/ml, para Mioglobina, o de 

de 10­12 ng/ml e para Troponina, <0,05 ng/ml (SCHETTINO et al, 2006). Conforme descrito 

neste estudo de caso, pode­se perceber que o diagnóstico do paciente foi definido no setor do 

Pronto Socorro do Hospital, basicamente pela história do paciente, sinais e sintomas e com a 

realização   do   eletrocardiograma,   fator   que   contribuiu   para   indicação   de   internação   num 

Centro  de  Terapia   Intensiva  e  assim buscar   atendimento  específico  e   adequado.  Porém a 

confirmação através da realização dos exames bioquímicos, CK e CKMB, efetuou­se somente 

quando o paciente   já   estava   internado no  CTI,   fator  este  que entra  em desacordo com a 

literatura consultada.

Para Morton et al  (2007) o tratamento envolve o uso da terapia trombolítica, quando 

não existe contra­indicação para seu uso. A Angioplastia Coronária Transluminal Percutânea 

Primária   (ACTP)   é   uma   alternativa   efetiva   para   restabelecer   o   fluxo   do   sangue   para   o 

miocárdio.   Durante   a   terapia   farmacológica,   é   essencial   o   uso   de   beta­bloqueadores, 

inibidores   da   enzima   conversora   de   angiotensina   (ECA)   e   heparina.   Os   antiarrítmicos 

profiláticos  durante   as  primeiras  24  horas  de  hospitalização não são  recomendáveis,  mas 

devem estar  de   fácil  acesso.  O uso  de  um cateter  de  artéria  pulmonar  para  monitoração 

hemodinâmica está indicado para aqueles pacientes com IAM que apresentarem também uma 

Insuficiência Cardíaca Congestiva Grave (ICC). 

Assim, os autores acima também indicam repouso no leito, dieta zero, balanço hídrico 

registrado  e   emolientes   fecais   a   serem administrados  para   evitar   a  manobra  de  Valsalva, 

cuidados estes também realizados com o paciente deste estudo de caso. Exames adicionais 

como Imageamento  com Radionuclídeo,  Ecocardiograma,  Teste  de  Esforço  e  Angiografia 

Coronária podem ser solicitados, porém, não foram necessários desta vez. 

Quando   o   paciente   vivencia   um   processo   de   doença,   ele   está   em  desequilíbrio 

Page 13: IAM - Relato de Caso

psíquico, físico e emocional. Tratando­se de um paciente jovem, como descrito no estudo de 

caso, este efeito pode ser ainda mais grave, pois, um paciente jovem que apresenta o infarto 

diferencia­se   dos   demais   pela   rápida   alteração   ocorrida   em   seu   cotidiano,   já   que   ele 

encontrava­se   inserido   em   sua   trajetória   de   vida,   economicamente   ativo   e   engajado 

socialmente, quando repentinamente, defronta­se com o seu coração em mau funcionamento, 

instalado num ambiente estranho, um CTI, onde possui privação sensorial, barreira corpórea 

para tocar o próprio corpo e não tem o mesmo contato diário que tinha com a família. Tudo 

isso altera sua autoestima, autoimagem e sua capacidade de recuperação. 

É   nesta   perspectiva   que   o   enfermeiro   necessita   atuar   revertendo   os   estados   de 

desequilíbrios em equilíbrio, contribuindo assim para a recuperação do estado de saúde do 

paciente. As intervenções de enfermagem necessitam ser dirigidas para a pessoa como um 

todo   e   não  para   os   aspectos   fisiopatológicos  do  quadro,   para   que   assim   seja   possível   a 

implementação do cuidado individualizado e humanizado, garantindo um tratamento eficaz e 

a reabilitação do paciente. Apoiadas na Teoria de Horta (1979), conseguimos demonstrar que 

Processo de Enfermagem funcionou de forma eficiente para um paciente jovem portador de 

IAM, trazendo benefícios ao mesmo e resultados satisfatórios.

Durante a realização das intervenções, é  essencial motivar os pacientes, de maneira 

que os mesmos voltem aos seus  trabalhos e se sintam produtivos,  evitando consequências 

psicossociais e econômicas ainda mais graves, contando sempre com apoio familiar. 

Morton  et   al  (2007)   afirmam que   a   preparação  para   alta   deve   começar   ainda  no 

hospital,   portanto,   foi   recomendado   ao   paciente   a   realização   de   exercício   físico   com 

acompanhamento médico, cessação do tabagismo, controle de lipídios, de peso, de pressão 

arterial e até mesmo intervenções psicológicas, quando necessárias. 

No estudo, conseguimos demonstrar que quando os enfermeiros e outros profissionais 

de saúde vivenciam a experiência individual destas pessoas, através do exame físico, evolução 

e assistência de enfermagem, consegue­se assim nortear os fatores que envolvem a patologia, 

sendo capaz de fornecer uma estrutura muito mais significativa do infarto do miocárdio para o 

cuidar em enfermagem e concomitantemente proporcionar uma melhor qualidade de vida para 

estes. 

5 CONCLUSÃO

A literatura que aborda casos de pessoas jovens que sofreram infarto do miocárdio é 

Page 14: IAM - Relato de Caso

escassa, entretanto, os enfermeiros têm vivenciado isso com maior frequência em sua rotina 

prática. Apesar de ser um caso isolado, de acordo com o estudo de caso demonstrado, pode­se 

perceber que o IAM, que outrora acometia pessoas em idade superior a 50 anos, hoje incide 

também em pessoas com um perfil etário diferente. Diante disto, os enfermeiros necessitam 

estar preparados para lidar com esta nova situação. Surge então a necessidade contínua de 

qualificação e  comprometimento  dos  enfermeiros  em  todas  as  esferas  do  cuidar.  Fica  em 

destaque a necessidade do cuidar sob uma visão holística,   levando­se em consideração as 

crenças, valores, educação, situação econômica e familiar de cada paciente.

Nesse estudo, foi possível demonstrar que os cuidados de enfermagem contribuíram 

para a melhora do estado de saúde de um paciente jovem, que sofreu um episódio de IAM. 

Também   foi   evidenciada   a   importância   de   se   conhecer   bem   o   paciente,   pois   quando   se 

compreende o significado dos fenômenos vivenciados pelo mesmo, como seus medos, desejos 

e   inquietações,   pode­se   implementar   uma   assistência   de   enfermagem   mais   resolutiva, 

pautando­se nas expectativas dos pacientes e não só  na doença,  conseguindo dessa forma 

alcançar uma assistência de enfermagem humanizada que busca um estado de saúde mais 

abrangente,   englobando   as   esferas   biológica,   psicológica   e   social   do   indivíduo,   sem,   em 

qualquer momento, fragmentá­lo ou vê­lo simplesmente como um portador de enfermidade.

REFERÊNCIAS

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COLOMBO, R. C. R; AGUILLAR, O. M. Estilo de vida e fatores de risco de pacientes com primeiro episódio de infarto agudo do miocárdio. Revista latino­americana de enfermagem, Ribeirão Preto, v. 5, n. 2, p. 69­82, abr. 1997.

CONTI, R. A. S. et al. Comparison between young males and females with acute myocardial infarction. Arquivos brasileiros de cardiologia, São Paulo, v. 79, n. 5,  p. 510­517, nov. 2002. 

GALDEANO, L. E. et al. Roteiro instrucional para a elaboração de um estudo de caso clínico. Revista latino­americana de enfermagem, São Paulo, v. 11, n. 3,  p. 371­375, maio/jun. 2003. 

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Page 15: IAM - Relato de Caso

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