i workshop em bovinos - sites.unipampa.edu.br · karine de mattos e daniele missio ministraram a...

10
O primeiro Workshop em Bovinos está se aproximando. O evento ocorrerá nos dias 04, 05 e 06 de julho na Universidade Federal do Pampa. Durante estes dias, diversas atividades estarão ocorrendo. Dia 04, 05 e 06 pela manhã e pela tarde estarão sendo ministrados os cursos teóricos-práticos de Casqueamento e Correção de Aprumos em Bovinos”, pelo Mestrando em Medicina Veterinária Chester Patrique Batista, o curso de Manejo de vacas em lactação (cria e recria)” pelo Doutor Jorge Schafhäuser Junior e curso de Ultrassonografia Aplicada à Reprodução” ministrado pelo professor Doutor Fábio Gallas Leivas. Dia 04 à noite, haverá a palestra “Doenças diagnosticadas em bovinos na região sul do RS: uma abordagem de 30 anos/ Coleta e remessa de material para o diagnóstico patológico.com a Doutora Ana Lucia Pereira Schild, coordenadora do Laboratório Regional de Diagnóstico da Faculdade de Veterinária da UFPEL com experiência na área de patologia animal. Após haverá a palestra Manejo reprodutivo: (anestro pós parto e idade de acasalamento de novilhas)” com o Mestre Walter Ney Ribeiro, instrutor do SENAR com conhecimento amplo na área de reprodução. No dia 05, ocorrerá pelo turno da noite a palestra “Novas perspectivas da suplementação lipídica para vacas leiteiras” com o Doutor em Zootecnia Jorge Schafhäuser Junior, pesquisador da Embrapa. Na sequência, o Médico Veterinário da Secretaria Estadual da Agricultura Waylton dos Santos Franco irá e ministrar a palestra O controle da raiva herbívora no RS”. Nos intervalos das palestras, haverá a exposição de banners juntamente com seus respectivos autores. Após o ciclo de palestras de cada dia, um grupo de professores e profissionais da área convidados, irão compor uma mesa redonda onde ocorrerá o debate e discussão dos temas abordados. Nesta primeira edição do Workshop em Bovinos, os principais temas abordados serão bovinocultura de corte e de leite, mais especificamente aos aspectos de nutrição, clínica, sanidade e reprodução. Ao longo destes últimos meses foram sorteadas inscrições para acadêmicos da Medicina Veterinária de diferentes semestres, se você não foi uns dos sortudos, ainda há poucas vagas disponíveis para as palestras... Faça sua inscrição pelo site http://porteiras.s.unipampa.edu.br/petveterinaria/ i-workshop-em-bovinos e invista no seu conhecimento! BOLETIM INFORMATIVO DO GRUPO PET VETERINÁRIA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA JUNHO 2013 – Edição nro. 1 I WORKSHOP EM BOVINOS A comissão organizadora do I WORKSHOP EM BOVINOS percorreu as turmas do curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Pampa realizando sorteios de oito inscrições teóricas gratuitas para o evento. Para cada turma, foi sorteada uma vaga para a parte teórica do curso. Parabéns aos sorteados: Página 1 Safira Campello Gabriel Caleffi Lucas Oliveira de Andrades Gabriel Grussler frantz Tiago Schreiner Kamila Welter Ana Paula Ibarra Ana luiza kalb Nesta edição: I Workshop em Bovinos - 1 História da Medicina Veterinária - 2 Encontro dos grupos PET da Unipampa - 3 Os rumos atuais da pesquisa em Anatomia Animal - 4 Acupuntura: O que é? O que faz? - 6 Manejo e conservação de animais selvagens - 7 Biblioteca recheada - 8 Projeto 4 Patas: Semeando conscientização - 8 PPG em ciência animal aprova sua primeira dissertação - 9 Conhecimento sem fronteiras - 9 Edição: Natan Carvalho; Tainã Souza; Amanda López.

Upload: buitram

Post on 14-Feb-2019

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

O primeiro Workshop em Bovinos está

se aproximando. O evento ocorrerá nos

dias 04, 05 e 06 de julho na Universidade

Federal do Pampa.

Durante estes dias, diversas atividades

estarão ocorrendo. Dia 04, 05 e 06 pela

manhã e pela tarde estarão sendo

ministrados os cursos teóricos-práticos de

“Casqueamento e Correção de Aprumos

em Bovinos”, pelo Mestrando em

Medicina Veterinária Chester Patrique

Batista, o curso de “Manejo de vacas em

lactação (cria e recria)” pelo Doutor Jorge

Schafhäuser Junior e curso de

“Ultrassonografia Aplicada à Reprodução”

ministrado pelo professor Doutor Fábio

Gallas Leivas.

Dia 04 à noite, haverá a palestra

“Doenças diagnosticadas em bovinos na

região sul do RS: uma abordagem de 30

anos/ Coleta e remessa de material para

o diagnóstico patológico.” com a Doutora

Ana Lucia Pereira Schild, coordenadora

do Laboratório Regional de Diagnóstico

da Faculdade de Veterinária da UFPEL

com experiência na área de patologia

animal. Após haverá a palestra “Manejo

reprodutivo: (anestro pós parto e idade de

acasalamento de novilhas)” com o Mestre

Walter Ney Ribeiro, instrutor do SENAR

com conhecimento amplo na área de

reprodução.

No dia 05, ocorrerá pelo turno da

noite a palestra “Novas perspectivas da

suplementação lipídica para vacas

leiteiras” com o Doutor em Zootecnia

Jorge Schafhäuser Junior, pesquisador

da Embrapa. Na sequência, o Médico

Veterinário da Secretaria Estadual da

Agricultura Waylton dos Santos Franco

irá e ministrar a palestra “O controle da

raiva herbívora no RS”.

Nos intervalos das palestras, haverá

a exposição de banners juntamente

com seus respectivos autores. Após o

ciclo de palestras de cada dia, um

grupo de professores e profissionais da

área convidados, irão compor uma

mesa redonda onde ocorrerá o debate

e discussão dos temas abordados.

Nesta primeira edição do Workshop

em Bovinos, os principais temas

abordados serão bovinocultura de corte

e de leite, mais especificamente aos

aspectos de nutrição, clínica, sanidade

e reprodução. Ao longo destes últimos

meses foram sorteadas inscrições para

acadêmicos da Medicina Veterinária de

diferentes semestres, se você não foi

uns dos sortudos, ainda há poucas

vagas disponíveis para as palestras...

Faça sua inscrição pelo site http://porteiras.s.unipampa.edu.br/petveterinaria/

i-workshop-em-bovinos e invista no seu

conhecimento!

BOLETIM INFORMATIVO DO GRUPO PET VETERINÁRIA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA

JUNHO 2013 – Edição nro. 1

I WORKSHOP EM BOVINOS

A comissão organizadora do I WORKSHOP EM BOVINOS percorreu as turmas do curso de

Medicina Veterinária da Universidade Federal do Pampa realizando sorteios de oito

inscrições teóricas gratuitas para o evento. Para cada turma, foi sorteada uma vaga para a

parte teórica do curso. Parabéns aos sorteados:

Página 1

Safira Campello

Gabriel Caleffi

Lucas Oliveira de Andrades

Gabriel Grussler frantz

Tiago Schreiner

Kamila Welter

Ana Paula Ibarra

Ana luiza kalb

Nesta edição:

I Workshop em Bovinos - 1 História da Medicina

Veterinária - 2

Encontro dos grupos PET da Unipampa - 3

Os rumos atuais da pesquisa em Anatomia

Animal - 4

Acupuntura: O que é? O que faz? - 6

Manejo e conservação de animais selvagens - 7

Biblioteca recheada - 8

Projeto 4 Patas: Semeando conscientização - 8

PPG em ciência animal aprova sua primeira

dissertação - 9

Conhecimento sem fronteiras - 9

Edição: Natan Carvalho; Tainã Souza; Amanda López.

A atividade veterinária teve início a partir do processo de

domesticação de animais realizado pelos primórdios da

civilização humana. Na Idade da Pedra Lascada (Paleolítico

Inferior) o homem nômade utilizava os animais para se

deslocar de uma região para outra, no período Médio

Paleolítico a vida pastoril era predominante e então os animais

eram capturados e posteriormente domesticados.

Algumas bibliografias apontam que os primeiros animais

domesticados pelo homem foram a ovelha e o cão, por serem

de fácil captura, mais pacíficos e por sua utilidade alimentar e

lã.

No Egito, em 1890, foi encontrado o “Papiro de Kahoun”,

tal material descrevia atividades realizadas há 4000 anos

a.C., como procedimentos de diagnóstico, prognóstico, sinais

clínicos e tratamento de doenças de diversas espécies animais.

Na Europa a Medicina Animal teve início na Grécia onde

algumas cidades reservavam cargos públicos para os

responsáveis pela cura dos animais, eles eram denominados

hipiatras.

Na Índia, no século IV a.C., surge o primeiro hospital para

animais de que se tem notícia no mundo por ordem no

imperador Asoka. Isso deu origem a uma grande rede

hospitalar para animais por todo o país.

Alguns estudiosos merecem destaque por buscarem o

conhecimento sobre a anatomia animal como Alcmeon de

Croton, em 500 a.C, que dissecando animais descobriu o nervo

óptico, a tuba auditiva (descrita por Eustáquio cerca de 2000

anos depois) além de aludir a ideia da dominância do cérebro

sobre as funções do corpo, e o filósofo grego Aristóteles (384

a 322 a.C.) que dissecou cerca de cinquenta espécies de

animais iniciando a Anatomia Comparativa.

No século VI d.C., em Bizâncio, foi identificado um tratado

enciclopédico chamado Hippiatrika, redigido por diversos

autores e que explicava a criação dos animais e suas doenças.

São exemplos desses escritores Theomnesta e Aspirtos

(considerado no mundo ocidental o pai da Medicina

Veterinária).

Na transição da Idade Medieval e Renascença, o

antropocentrismo se tornou predominante e então as pessoas

começaram a acreditar que os animais eram insensíveis aos

estímulos externos, não respondendo à dor. Tanto se fez, que os

observadores desta época promoviam cirurgias em animais

para observarem estruturas anatômicas e funcionais “in vivo”,

sem uso de anestésicos. Jeremy Bentham foi quem defendeu a

teoria de que todas as criaturas eram capazes de sentir dor.

O Em 1761, foi assinado o Édito Real pelo rei Luiz XV, que

autorizava a criação de uma escola médica-veterinária onde

"se ensinará publicamente os princípios e os métodos de tratar

as doenças dos animais", que seria a primeira a entrar em

funcionamento no mundo. A escola iniciou suas atividades com 8

alunos em 19 de fevereiro de 1762 como a primeira escola

para doenças dos animais domésticos.

A partir do funcionamento da primeira Escola de

Medicina Veterinária houve um maior reconhecimento e

compreensão da relevância social, econômica e política da

profissão, assim outras escolas foram fundadas em diversos

países.

O interesse pela inserção do curso de Medicina

Veterinária e ensino às Ciências Agrárias no Brasil só surgiu

após o Imperador Dom Pedro II viajar pela França (1875) e

visitar a Escola Veterinária de Alfort. Ao regressar ao Brasil,

tentou propiciar condições para a criação de entidade

semelhante no país.

Somente sob regime republicano, nossas autoridades

decretaram a criação das duas primeiras instituições de

ensino de Veterinária no Brasil, a Escola de Veterinária do

Exército (Dec. nº 2.232, de 06 de janeiro de 1910, aberta

em 17/07/1914) e a Escola Superior de Agricultura e

Medicina Veterinária, Civil (Dec. nº 8.919 de 20/10/1910,

aberta em 04//07/1913).

A partir de 09 de setembro de 1933 com o Dec. nº

23.133 do Presidente Getúlio Vargas, é que as condições e

os campos de atuação do Médico Veterinário foram

normatizadas, podendo ser feita a organização, a direção

e a execução do ensino Veterinário, para os serviços

referentes à Defesa Sanitária Animal, Inspeção das

industriais de produtos de origem animal, hospitais e

policlínicas veterinárias, para organizações de congressos e

representação oficial e peritagem em questões judiciais que

envolvessem apreciação sobre os estados dos animais,

dentre outras. Assim, o profissional pra exercer suas funções

necessitava ter o registro do diploma.

Em 23 de outubro de 1968, entra em vigor a Lei

5.517, que dispõe sobre o exercício da profissão do Médico

Veterinário e cria os Conselhos Federal e Regionais de

Medicina Veterinária, transferindo para a própria classe a

função fiscalizadora do exercício profissional.

HISTÓRIA DA MEDICINA VETERINÁRIA

Página 2

BOLETIM INFORMATIVO DO GRUPO PET VETERINÁRIA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA

JUNHO 2013 – Edição nro. 1

Museu da Escola Nacional de Medicina Veterinária de Alfort, Universidade que serviu de inspiração para Dom Pedro II.

O Programa de Educação Tutorial (PET) é um

programa do governo federal, Ministério da Educação,

existente há mais de 40 anos tendo por objetivo a

formação de grupos de excelência acadêmica e o

desenvolvimento de atividades indissociáveis entre

ensino, pesquisa e extensão.

Após a aprovação do PET Ciências Biológicas em

2008, a Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA) foi

contemplada com a aprovação da implantação de mais

13 grupos PET em diferentes áreas. O Grupo PET

Veterinária iniciou suas atividades no ano de 2010 e

conta atualmente com 9 alunos bolsistas e a tutora Profª

Drª Daniela dos Santos Brum.

Os Grupos PET encontram-se periodicamente em

eventos regionais e nacionais, como por exemplo, o

Encontro dos grupos PET da região Sul (SULPET) e o

Encontro Nacional dos grupos PET (ENAPET).

O Encontro de grupos PET da UNIPAMPA

(PAMPAPET) foi criado com a proposta de promover

o encontro entre alunos, tutores, pró-reitores e demais

interessados vinculados à esta Universidade.

A segunda edição do PAMPAPET ocorreu nos dias

03, 04 e 05 de maio em Jaguarão, sendo organizada

pelos grupos PET do mesmo campus. O evento

abordou inúmeras discussões sobre o Programa de

Educação Tutorial, através de palestras, assembleias de

tutores e discentes, oficinas e atividades culturais.

Os representantes do grupo PET Veterinária também

participaram das comunicações orais do evento

apresentando dois dos trabalhos que vem sendo

desenvolvidos pelo grupo, foram eles: Índices de

reprovação e evasão no curso de graduação em

Medicina Veterinária da Universidade Federal do

Pampa – RS e Projeto Quatro patas: Ação e

conscientização.

BOLETIM INFORMATIVO DO GRUPO PET VETERINÁRIA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA

ENCONTRO DOS GRUPOS PET DA UNIPAMPA

O Grupo PET Veterinária contou com a representação

da tutora e três bolsistas. Os petianos Natan Carvalho,

Karine de Mattos e Daniele Missio ministraram a oficina

“O que os crânios nos dizem?”, que apresentou as

adaptações dasestruturas anatômicas do crânio nas

diferentes espécies, decorridas dos tipos de dieta e de

hábitos em vida livre, instigando uma reflexão teórico-

prática sobre as principais adaptações morfológicas

que os crânios sofrem em diferentes animais através da

evolução.

O grupo PET Veterinária se prepara para a próxima edição do Encontro Nacional dos grupos PET que ocorrerá nos dias 01 a 06 de outubro de 2012 em Recife – PE, e também organiza juntamente com os grupos PET Fisioterapia e PET PISC a terceira edição do PAMPAPET, que será sediada no campus Uruguaiana em 2014.

Participantes da oficina “O que os crânios nos dizem?”

ministrada no II PampaPet.

Apresentações orais do grupo PET Veterinária no II

PampaPet.

Jaguarão – RS.

JUNHO 2013 – Edição nro. 1

Página 3

Anatomia é um componente curricular do ensino da

área médica cuja finalidade não se modificou desde que

foi introduzida, há um milênio: aprender a estrutura e a

função do corpo2. Ainda que seja quase unanimemente

reconhecida como uma introdução indispensável à

prática médica, umas das peculiaridades deste

componente é que o seu processo de ensino-

aprendizagem se apresenta complexo e difícil, uma vez

que a memorização de estruturas infindáveis e com

nomes bastante complexos torna a tarefa monótona e

desestimulante para muitos alunos. Isto encontra eco

desde os tempos de Charles Darwin que, ainda jovem,

escreveu: “As aulas de anatomia do Prof. Munros eram

tão chatas quanto ele (...) eu definitivamente não gosto

nada dessa disciplina.”1 Mas vejamos o que o próprio

Darwin, mais velho, comentou sobre suas impressões

juvenis: “O fato de eu não ter sido obrigado a praticar

dissecção se tornou uma das maiores calamidades da

minha vida. Se eu tivesse superado a minha

repugnância, a prática da dissecção seria de

inquestionável valor para todos meus trabalhos futuros.

Esta foi uma falha irremediável, assim como minha

incapacidade de desenhar.”1

De fato reconheço que nós, professores de

anatomia, somos olhados em parte como o Prof. Munros

era pelo jovem Darwin. Em tempos onde outras áreas

médicas se aproveitam do avançar estrondoso da

tecnologia e que as pessoas vivem conectadas e mais

agitadas do que nunca, podemos considerar que o

trabalho meticuloso e lento de dissecar cadáveres

parece estar fora de sintonia com a modernidade. Desde

o início do século XXI, o ensino da anatomia

(especialmente em humanos) por dissecação tem sofrido

pressões consideráveis para que se modifique ou

mesmo que seja eliminado. O avanço na área de

informática levou alguns a assumirem que possa ser

desejável ensinar o conteúdo sem cadáveres. No século

XVII um dos maiores prestígios a que um médico

poderia alcançar era ser retratado estudando anatomia

em uma pintura assinada por um artista famoso.

A carga horária das disciplinas de Anatomia tem sido

consideravelmente reduzida nos cursos da área

médica, em parte como resposta à explosão de

informações de disciplinas mais modernas como

Genética, Biologia Celular e Molecular3, mas também

à necessidade de se introduzirem conteúdos que se

proponham a fazer do aluno um profissional mais

“cidadão”.

Hoje, a anatomia não é mais capaz, como em

outros tempos, de atrair tantos talentos intelectuais e

isto afeta seus ensino e pesquisa. Vejo este fato

associado a uma mudança na atitude geral da

comunidade científica que, ao longo das últimas três

ou quatro décadas, abandonou a perseguição pela

ciência como vocação para tê-la como carreira. O

slogan “publique ou pereça” parece mais atual que

nunca. Isto é compreensível devido à grande

expansão no número de pesquisadores, o que induz

uma competição benéfica por um lado, mas

prejudicial por outro. O custo da pesquisa de ponta é

muito alto, o que implica na necessidade de se atrair

recursos públicos ou privados. Assim, autores que

publicam vários artigos, especialmente em periódicos

de grande reputação, têm maior chance de

receberem verba para suas pesquisas. Mais verba

significa não só melhores equipamentos, mas

também mais pessoal e, mais pessoal, significa mais

pesquisa (não necessariamente melhor!).

BOLETIM INFORMATIVO DO GRUPO PET VETERINÁRIA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA

OS RUMOS ATUAIS DA PESQUISA EM ANATOMIA ANIMAL

JUNHO 2013 – Edição nro. 1

Página 4

A Aula de anatomia do Dr. Tulp , pintada por Rembrandt em 1632.

Autor do artigo:

Prof. Paulo de Souza Junior.

Laboratório de Anatomia Animal da Universidade Federal do Pampa

Professor assistente da Universidade Federal do Pampa.

Membro da Sociedade Brasileira de Anatomia (SBA).

Membro da World Association of Veterinary Anatomists (WAVA).

Darwin C. Charles Darwin: autobiografía y cartas seleccionadas. Madrid: Alianza Editorial, 1977.

FAzan, V.P.S. Por que ensinar anatomia?O Anatomista, v.1, n.1, p. 13-17, 2010

GRANGER NA, CALLESON DC, HENSON OW, JULIANO E, WINESKI L, MCDANIEL MD, BURGOON JW. Use of web-based

materials to enhance anatomy instruction in the health sciences. Anat Rec 289B: 121-127, 2006

Desde o início dos anos 2000 o número de publicações em anatomia animal cresce substancialmente e

preenche uma série de lacunas no conhecimento de outras áreas. Durante o último Congresso Brasileiro de

Anatomia, realizado em Salvador no ano passado, pode ser observada uma predominância jamais encontrada de

trabalhos que descreviam distintos aspectos morfológicos de várias espécies de animais, a ponto de ser sugerida

inclusive a criação de um evento próprio para a anatomia animal. Encerro este texto conclamando os alunos do

curso de medicina veterinária a fazerem uma reflexão pragmática sobre: Como a anatomia pode continuar

servindo a prática veterinária com a credibilidade histórica de sempre e adaptada aos novos desafios que a

comunidade científica a impõe?

Examinar a disposição dos órgãos dos animais domésticos em equipamentos sofisticados como, por exemplo, microscópios eletrônicos de varredura ou em reconstruções tridimensionais por tomografia computadorizada. Estas linhas de pesquisas geram publicação em periódicos renomados, porém demandam mais recursos financeiros ou trabalho em parceria com outros laboratórios.

Interagir com outras áreas médicas mais capazes de obter recursos, apresentando a anatomia como solução para muitas das dificuldades que surgem. Atualmente diversas técnicas cirúrgicas e interpretação de exames de imagem em animais domésticos dependem de estudos anatômicos prévios. Isto explica linhas de pesquisa em anatomia animal inseridas nos cursos de pós-graduação em cirurgia veterinária, por exemplo.

Desvendar as particularidades anatômicas dos animais silvestres, até então pouco exploradas. Esta é uma alternativa viável, pois permite a publicação em periódicos nacionais e internacionais de razoável impacto mesmo com poucos recursos financeiros. A descrição morfológica clássica de espécies silvestres auxilia nas intervenções de ordem clínico-cirúrgica em zoológicos, na elaboração de estratégias conservacionistas, além de produzir conhecimento que subsidia estudos filogenéticos, evolutivos e comportamentais comparativos.

BOLETIM INFORMATIVO DO GRUPO PET VETERINÁRIA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA

JUNHO 2013 – Edição nro. 1

Página 5

Por sua vez, mais pesquisa origina mais publicações, aumento de prestígio para o pesquisador e, assim,

naturalmente convites para ser consultor/editor das revistas em que ele próprio publica. Daí o pesquisador passa

a ter também o poder de influenciar os rumos das atividades científicas. Esta sequência coloca a anatomia

veterinária em desvantagem. Primeiramente, pois, ao ser considerada uma ciência “básica” ou “pré-clínica”, fica

mais difícil competir por recursos com outras áreas mais “da moda” ou que apresentem resultados diretos de um

determinado tratamento. Segundo, porque os fatores de impacto das revistas da área de anatomia, mesmo

daquelas mais criteriosas e exigentes, são muito baixos se comparadas com os de outras áreas. Como se pode

presumir, estas barreiras determinam uma escassez de cursos de pós-graduação em anatomia veterinária, o que

pressiona os anatomistas a uma quase extinção enquanto classe.

Apesar de tudo, a anatomia animal vem passando por um novo período de renascimento e o pessimismo

vem dando espaço à discussão de alternativas sobre como conseguir financiamento para pesquisa. Estudos

clássicos por dissecção em espécies domésticas têm pouco ineditismo e quase nenhum impacto perante a

literatura científica. Portanto, as pesquisas de qualidade em anatomia animal seguem algumas tendências:

O laboratório de Anatomia Animal da UNIPAMPA, campus Uruguaiana, é o local onde são ministradas as

aulas das disciplinas de Anatomia dos Animais domésticos I, II e Anatomia Topográfica para cerca de 150

alunos do curso de Medicina Veterinária. A equipe do laboratório desenvolve pesquisas na área de

morfologia de animais silvestres do bioma Pampa e realiza o projeto de extensão "Por Dentro dos Animais"

nas escolas públicas de Uruguaiana (www.dentrodosanimais.blogspot.com.br).

Laboratório de Anatomia animal

A acupuntura é uma das técnicas que faz parte da

Medicina Tradicional Chinesa, sendo o recurso

terapêutico mais conhecido dentre as demais. Além dos

chineses, também faziam uso da acupuntura os egípcios

e os indianos. Acredita-se que a acupuntura tem sido

aplicada à 4000 anos, inicialmente em cavalos utilizados

para guerra e agricultura e no Siri Lanka foi encontrado

um tratado de aproximadamente 3000 anos que descreve

o uso da acupuntura em elefantes indianos.

A acupuntura objetiva o tratamento e cura de

determinadas doenças a partir de estímulos realizados em

pontos específicos do corpo através da inserção de

agulhas. O estímulo nocicepctivo de uma área vai ter ação

sobre outras áreas, auxiliando na homeostasia e auto-

cura do organismo.

As regiões do corpo que são utilizadas para a

acupuntura são chamadas de acupontos e são

caracterizadas por conterem grande concentração de

feixes musculares, elementos vasculares e terminações

nervosas sensoriais, havendo acesso direto ao Sistema

Nervoso Central.

Para a eficácia do tratamento é fundamental que o

diagnóstico seja preciso, caso contrário os sintomas serão

somente mascarados podendo levar ao agravamento do

quadro clínico do animal e causar outras complicações. A

acupuntura pode ser indicada para determinadas doenças

como o principal meio de tratamento e em outros casos é

indicada como uma medicina integrativa, sendo

empregada juntamente com medicamentos e cirurgias.

Além a acupuntura tradicional utilizando agulhas

para a estimulação, há outras propostas que são

amplamente aplicadas, como a eletroacupuntura que

promove estímulo elétrico nas agulhas e acupuntura sem

agulhas, empregando pastilhas de sílica.

O grupo PET Veterinária entrou em contato com a

Médica Veterinária Daniela Lewgoy que fez

especialização em Acupuntura Veterinária e Fitoterapia

Chinesa no Instituto Bioéthicos em São Paulo e curso de

formação em Quiropraxia e Ostiopatia Animal na

Espanha.

De acordo com Médica Veterinária Daniela Lewgoy,

as principais enfermidades que são tratadas com a

acupuntura são casos relacionados à ortopedia e

neurologia. Dentre os atendimentos que ela realiza, 90%

são casos de origem neuro-osteo-articulares e

musculares. A mais comum é doença do Disco

Intervertebral, seguida de Displasia Coxofemural,

Displasia do Cotovelo, Ruptura de Ligamento Cruzado

Cranial, Luxação de Patela e etc. Também atua intervindo

em patologias oftálmicas, doenças de pele e cardiopatias.

Ela afirma que tudo pode ser tratado com acupuntura, em

alguns casos como terapia principal e em outros, pode ser

aplicada como terapia complementar.

A acupuntura faz neuroplastia, por isso é tão eficaz

em patologias neurológicas. Além disso, tem efeitos

analgésicos, e antinflamatórios, reduzindo o edema (e

consequentemente a compressão), estimula e melhora

a perfusão dos tecidos adjacentes, estimula o sistema

imune, libera catecolaminas, endorfina, melatonina,

serotonina e apomorfina. Tudo isso estimula o

organismo a se reequilibrar.

A profissional da área destaca as principais

vantagens da técnica, que é não possuir efeitos

colaterais ou adversos, sendo amplamente empregada

para reduzir efeitos colaterais de diversos

quimioterápicos, auxilia na melhora da resposta imune

de pacientes imunossuprimidos pelos quimioterápicos,

o tratamento é indolor, rápido, em uma única sessão é

possível tratar diversas patologias sem uso de

medicações.

Os métodos que ela frequentemente faz uso são

eletroestimulação, agulha seca, moxa e lazer. A

utilização dos métodos variam de acordo com cada

indivíduo, com o que cada paciente tolera e aos poucos

vão sendo introduzidas outros métodos de estímulo

dependendo da melhora do paciente.

Sendo assim, a acupuntura é uma técnica

reconhecida que pode ser empregada como uma

opção de tratamento, tendo como vantagem a redução

de efeitos colaterais. É importante que médicos

veterinários tenham um mínimo de conhecimento sobre

o tema, afim de poder ou não indicar o uso desta

terapia. Aos que se interessaram pelo tema, fica o

convite para conhecer o site da Médica Veterinária

entrevistada (www.acuvetpoa.com.br) e aos que

participarão do Congresso Medvep de Especialidades

Veterinárias, nos dias 24 e 25 de julho acontecerão

palestras sobre acupuntura.

BOLETIM INFORMATIVO DO GRUPO PET VETERINÁRIA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA

ACUPUNTURA: O QUE É? O QUE FAZ?

Fonte: http://tosavirtual.com

JUNHO 2013 – Edição nro. 1

Página 6

O Brasil possui uma grande biodiversidade que

vem sendo explorada a muito tempo de uma forma

irresponsável e essa é uma das principais causas da

extinção de diversas espécies. Alguns fatores que tem

intensificado essa extinção é a caça excessiva,

destruição de habitats e tráfico de animais

São considerados animais selvagens (silvestres)

todas as espécies nativas que tinha seu ciclo de vida

dentro dos limites do território brasileiro ou águas

brasileiras (PORTARIA Nº93, DE 07 JULHO 1998; Artigo

2, Parágrafo 1).

O manejo e conservação têm a função de receber

esses animais que por algum motivo foram retirados da

natureza, tratar até que possam ser transferidos para

zoológicos, criadouros do IBAMA e quando possível,

realizar o processo de reabilitação afim de o animal ser

devolvido à natureza. A conservação se mantém depois

do animal ser transferido, garantindo a adaptação no

novo local.

O trabalho de recepcionar e triar animais visa

identificar as características destes, buscar informações

sobre o local em que foi capturado ou o tempo de

cativeiro, alojar esses animais em local adequado para

receberem o tratamento. Após serem tratados, ficam sob

quarentena para observação caso manifestem possíveis

doenças e para restabelecerem sua condição física.

Nesse período é estudado o melhor destino para os

animais.

A permanência dos animais recolhidos nos centros

de manejo é temporário, pois o local necessita receber

novas apreensões de fiscalizações, mas o animal que já

foi avaliado só será destinado a um

criadouro/zoológico/centro de pesquisa se este for

considerado adequado pra atender as suas

necessidades visando o bem estar.

As Unidades de Conservação buscam proteger

e preservar permanentemente as espécies e seus

habitats. São os locais onde são encaminhados os

animais depois de tratados. Nesses locais o uso dos

recursos naturais (para atividades educacionais,

recreativas, turísticas e de pesquisas científicas) só é

permitido com liberação do órgão responsável. Alguns

exemplos de unidades de conservação são Estações

Ecológicas, Reservas Biológicas, Refúgios de Vida

Silvestre e Criadouros.

Em conversa com o Grupo PET Veterinária,

Marina Marchesi, a mestranda em Manejo e

Conservação de Animais Selvagens pela

Universidade Vila Velha, ressalta a importância da

formação de médicos veterinários nessa área, pois os

animais selvagens não têm proprietários, e quem se

dedica a esses animais está cuidando de um

patrimônio ecológico e ambiental.

Segundo Marina, o médico veterinário está

inserido neste contexto atuando em órgãos

fiscalizadores, dentro dos centros de manejo, fazendo

a remoção, avaliação e tratamento (clínica e cirurgia)

de animais silvestres em diversas situações, pode

estar envolvido junto com biólogos na escolha do local

apropriado para readaptação, trabalhando em

zoológicos, centros de conservação, em instituições

de pesquisa, ONG’s e na área acadêmica.

Para os estudantes que se interessam pela

área, a associação Mata Ciliar em Jundiaí, São Paulo,

aceita estagiários para o Centro de Reabilitação de

Animais Silvestres como estágio curricular de pelo

menos trinta dias, mais informações no site

www.mataciliar.org.br.

BOLETIM INFORMATIVO DO GRUPO PET VETERINÁRIA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA

MANEJO E CONSERVAÇÃO DE ANIMAIS SELVAGENS

Parque Estadual Florestal do Rio da

Onça (Paraná)

Vila Caeté-Açú – Chapada

Diamantina

Caverna do Maroaga – APA (Aréa

de Proteção Ambiental)

Estação Pau Brasil

(Paraíba)

JUNHO 2013 – Edição nro. 1

Página 7

A falta de informação da população e a ineficiente

atuação dos órgãos públicos com os animais domésticos

geram o descaso, a superpopulação dos animais de rua e

consequentemente as zoonoses. Pensando nisso, o grupo

PET Veterinária em parceria com a ONG Associação

Melhor Amigo, desenvolveram um projeto que tem como

objetivo realizar um levantamento da população dos

animais domésticos no bairro Papa João Paulo II no

município de Uruguaiana/RS, buscando com isso subsídios

para a execução de atividades efetivas que colaborem com

a adoção de medidas alternativas de controle populacional

pelas autoridades sanitárias, bem como permite avaliar os

conhecimentos dos moradores e conscientizá-los sobre

zoonoses e posse responsável.

O trabalho, existente há pouco mais de quatro meses é

supervisionado pela tutora do grupo PET Veterinária e

doutora Daniela dos Santos Brum, nas quais as atividades

do projeto consistem inicialmente na aplicação de um

questionário nas casas visitadas, visando a identificação

das condições dos moradores do bairro, número de

animais, vacinações e vermifugações. Entrega de material

informativo a respeito das principais zoonoses,

cadastramento dos animais, aplicação de Pour On

(Cipermetrina e Top Line) nos animais cadastrados,

buscando a prevenção de ectoparasitas, aplicação de

Vermífugos (Ivermectina) em animais debilitados e entrega

de amostra de ração.

Futuramente pretende-se realizar a confecção de

carteirinha de identificação para os animais do bairro,

bem como a análise dos questionários, onde irá se

verificar o conhecimento da população sobre alguns

itens principais, relacionados à zoonoses, posse

responsável, entre outros. Com isso, espera-se realizar

uma maior conscientização quanto a temas como

vacinações, zoonoses e posse responsável e realizar o

estreitamento de laços entre a universidade e a

comunidade.

BOLETIM INFORMATIVO DO GRUPO PET VETERINÁRIA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA

BIBLIOTECA RECHEADA

Os frequentadores da biblioteca já devem ter

notado que ela está ficando “recheada” de novos livros.

Desde 2012 foram adquiridos pelo menos 2300 livros

que são específicos do curso de Medicina Veterinária,

além de tantos outros que são comuns à outras

disciplinas de outros cursos.

Alguns destes livros são acompanhados de DVD

didático, como é o caso dos relacionados à pastagens,

feno e forragens. Além dos livros tradicionais que são

fundamentais para o curso, como anatomia, fisiologia,

bioquímica, farmacologia, parasitologia, virologia,

patologia, técnica cirúrgica e tantas outras matérias,

também contamos agora com literatura mais específica,

como hemoterapia, oftalmologia, endocrinologia,

acupuntura e vários outros.

Foram adquiridos uma grande variedade de livros

relacionados à agronegócio, e criação de diferentes

espécies, entre eles, bovinos (de corte e leite), suínos,

coelhos, capivaras, avestruzes, codornas, abelhas,

pacas, ovinos e frangos (de corte e aves poedeiras),

algumas bibliografias tratam de como montar e operar

abatedouros de suínos, caprinos e bovinos e outros

inspeção e qualidade de produtos de origem animal.

Aos que sentiam falta de literatura abrangendo

animais silvestres agora há pelo menos duas obras

sobre o tema, uma sobre clínica de animais silvestres e

exóticos e outro sobre manejo e conservação.

Além destes, há muitos outros, específicos de

caninos, felinos, equinos, sobre comportamento das

diferentes espécies, nutrição, bem-estar... Sendo

assim, fica aqui o convite para todos darem uma

“passadinha” pela nossa Biblioteca e conhecer o novo

acervo de livros.

PROJETO QUATRO PATAS: SEMEANDO CONSCIENTIZAÇÃO

Fonte: https://www.facebook.com/sistemadebibliotecasunipampa

JUNHO 2013 – Edição nro. 1

Página 8

Petianos, membros da Associação Melhor Amigo e voluntários em ação

pelo Projeto Quatro Patas.

O Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal da

Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA) Campus

Uruguaiana, aprovou dia 26 de abril, sua primeira

dissertação. O novo mestre Antônio Carlos Guimarães

defendeu o trabalho intitulado Influência da Força de

Centrifugação na Viabilidade Espermática e Capacidade

Fecundante in Vitro de Espermatozoides Bonivos.

Antônio Carlos se formou em Zootecnia em 1985 pela

PUC de Uruguaiana e é servidor técnico administrativo

da UNIPAMPA na mesma cidade. Esta é a primeira

dissertação aprovada pelo PPG em Ciência Animal, e o

projeto fez parte da linha de pesquisa em Reprodução

Animal.

A produção in vitro de embriões em bovinos pode ser

considerada uma biotécnica ainda em desenvolvimento,

embora sua aplicação atualmente seja responsável por

cerca de 30% dos embriões de bovinos produzidos no

mundo e mais de 60% dos produzidos no Brasil, que é o

líder mundial no setor. Em um processo de fecundação

natural, os espermatozoides são depositados no

sistema reprodutor da fêmea e seguem um trajeto até

chegar a um local chamado ampola, lugar onde

efetivamente acontece a fecundação. Na fecundação in

vitro (FIV), ou seja, quando a fecundação é realizada em

laboratório, é necessário que sejam realizados métodos

de seleção do esperma antes de introduzi-lo. Neste

processo, o sêmen é depositado em um tubo com meios

de cultivo específicos e estes tubos são centrifugados

em diferentes forças. O trabalho avaliou qual seria a

melhor força de centrifugação para realizar este

processo e buscou uma força capaz de recuperar

espermatozoides com melhor qualidade.

Espermatozoides viáveis (sem lesão) são capazes de

fecundar com mais facilidade.

A pecuária representa uma parcela importante na

economia nacional e é crescente o uso das biotécnicas

aplicadas à reprodução, entre elas, a produção in

vitro de embriões, visando a aceleração no ganho

genético e maior produtividade. Neste contexto,

trabalhos como esse são fundamentais para o sucesso

e a expansão da técnica.

BOLETIM INFORMATIVO DO GRUPO PET VETERINÁRIA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA

PPG EM CIÊNCIA ANIMAL APROVA SUA PRIMEIRA

DISSERTAÇÃO

Como você ficou sabendo sobre o programa

Ciência sem Fronteiras? Primeiramente, através de notas em sites de notícias

e, posteriormente, a Unipampa divulgou informações no

portal da Universidade.

Como foi o processo de inscrição e seleção para

ganhar a bolsa? O processo de seleção durou, em média, 3 meses e,

após o resultado, foram mais 2 meses para iniciar a

vigência da bolsa. Ocorreram diversas etapas durante

estes 3 meses, dentre as quais devíamos encaminhar

documentos acadêmicos e pessoais para a ARInter

(Assessoria de Relações Internacionais) da Unipampa que

homologava ou não a inscrição. Após aprovação pela

Universidade, cabia ao CNPq (Conselho Nacional de

Desenvolvimento Científico e Tecnológico) homologar

nossa candidatura. Pouco tempo depois da aprovação pelo

órgão responsável pelo programa, foi possibilitada a

chance de escolher por ordem de preferência 6 opções de

Universidade, de acordo com a área de interesse

pretendida, no meu caso Biotecnologia. Quando o

resultado saiu, os alunos foram alocados nas

Universidades de acordo com o número de vagas e da

opção escolhida. Eu fui alocada na Universidade que

escolhi como primeira opção.

Porque você escolheu a UTAD para estudar? Por diversos motivos. Dentre as possibilidades de

Universidade que foram ofertadas havia muitas de renome

internacional como a Universidade do Porto e a

Universidade Técnica de Lisboa, porém levei outros fatores

em consideração na hora da minha escolha.

Primeiramente, gostei muito da grade curricular da

Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro porque

englobava muitas matérias diferentes e interessantes. O

Curso de Medicina Veterinária da UTAD é um dos

melhores de Portugal e tem uma infraestrutura muito boa.

Outro grande motivo para ir para a UTAD foi pelo fato de

ela estar situada em uma cidade pequena do norte (Vila

Real) e de custo de vida menor quando comparado a

Lisboa e Porto. Há muita facilidade na hora de me

transportar, sem falar na tranquilidade e segurança do

local.

CONHECIMENTO

SEM FRONTEIRAS

Realizamos uma entrevista

com a acadêmica Natália Picoli

Folchini sobre sua experiência

como a primeira aluna do curso

de Medicina Veterinária da

Unipampa a ganhar uma bolsa

no Programa Ciência sem

Fronteiras. Natália estudou dois

semestres na Universidade de

Trás-os-Montes e Alto Douro

(UTAD), entre setembro de

2012 e junho de 2013, na

cidade de Vila Real, na região

norte de Portugal.

JUNHO 2013 – Edição nro. 1

Página 9

Mestre Antônio Carlos em atividade no Laboratório de Biotecnologia da

Reprodução (BIOTECH) e sua apresentação de defesa do Mestrado.

Natália, Bolsista do CsF.

BOLETIM INFORMATIVO DO GRUPO PET VETERINÁRIA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA

Quais as maiores dificuldades na adaptação em

Portugal?

Pode soar estranho e parecer brincadeira, mas nos

primeiros dias “decifrar” a língua, mesmo sendo

Português, foi um dilema. Em Portugal, assim como no

Brasil, cada região (ou “zona”) possui um sotaque, mas

é indiscutível como os portugueses falam rápido sejam

eles de onde forem. Senti dificuldades no início em

acompanhar as aulas e tentava fazer uma leitura labial,

porém isso foi apenas nos primeiros dias. Algumas

palavras do dia-a-dia e até mesmo termos que usamos

em Medicina Veterinária também são diferentes ou têm

outro significado lá, como autocarro (ônibus),

frequências (provas), fixe (legal), entretanto foi questão

de tempo acostumar-me com elas e hoje percebo que já

incorporei algumas ao meu vocabulário, é inevitável.

Quais são as principais diferenças no ensino

superior português?

A UTAD onde estudo é uma universidade pública,

porém mesmo assim os alunos pagam taxas ou

“propinas” anuais. No geral, o sistema de avaliação é

diferente, no qual as provas não são contabilizadas até

10 e sim até 20 e existem até 3 outros exames que

decorrem entre 2 meses após o término das aulas

presenciais para conseguir aprovação em uma

disciplina. Desta forma, muitos dos alunos têm o hábito

de não realizar a matéria no tempo normal e sim fazer

algumas provas na época de exames para diminuir a

carga de conteúdos durante as provas e aulas. Quanto à

qualidade de ensino, falo pelo curso de Medicina

Veterinária que é muito renomado aqui, a infraestrutura é

boa (campus e hospital veterinário) e os professores

também. Algumas disciplinas têm enfoque um pouco

diferente, como por exemplo as que tratam de doenças

dos animais, porque nem todas as enfermidades que

ocorrem no continente Europeu ocorrem aí no nosso.

Quais os pontos positivos e negativos de ir para

um intercâmbio?

É realmente maravilhoso poder conhecer outras

culturas, como são os moradores de um determinado

lugar, quais seus hábitos, o que comem, como vivem,

de que gostam. Tive a oportunidade de conviver com

pessoas de vários países do mundo como Espanha,

Turquia, Eslováquia, Eslovênia, Itália, fora os

Portugueses, claro, e essa troca que ocorre é

impagável. Também pude conhecer alguns lugares

fora de Portugal nas férias e foi muito bom! A pior

parte é a saudade, sem dúvidas. Por mais que tu

faças amigos e conheça lugares incríveis nada é

como de onde viemos e ao lado de quem gostamos.

Mas hoje, com a tecnologia da internet, Skype,

Facebook conseguimos amenizar bastante a ausência

e manter contato frequentemente.

O que você aconselha aos futuros bolsistas do

programa Ciência sem Fronteiras?

Que assim como agarraram esta nova

oportunidade do intercâmbio estejam sempre abertos

a outras, sejam elas quais forem. Sempre há algo que

nos acrescenta. O que vale é a experiência, aquilo

que fazemos e conquistamos, que querendo ou não

vai ditar o que seremos lá na frente. Esta chance de

poder estudar em outro país é incrível e deve ser

aproveitada ao máximo, em todos os aspectos. Digo

por mim que, com certeza, o intercambista não volta a

ser a pessoa que era antes.

JUNHO 2013 – Edição nro. 1

Página 10

Logotipo da Universidade de Trás-Os-Montes e Alto Douro. Natália e colegas em frente à Universidade.