ì “não sabem discernir entre a mão direita e a mão ... · discernir entre a mão direita e a...

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Andando na Verdade 3 João 4 O que o cego viu ............. 1 ì A Serviço do Rei Você é santificado? ............. 4 Amizades .................... 6 Um mundo cansativo ............ 7 Olhando para o céu ............ 8 í A Família Lições para pais jovens .......... 9 Provocando os filhos ........... 11 î Na Casa de Deus Lutando pela união .................................. 13 Educação espiritual .................................. 14 A parábola dos baldes de água ......................... 16 Filhos de Deus mediante a fé ........................... 18 ï Escrito para o Nosso Ensino O propósito do Velho Testamento ....................... 20 Acabe, rei de Israel .................................. 22 ð O Poder de Deus para a Salvação Coisas escritas para nosso exemplo ..................... 25 Um tolo e seu dinheiro ............................... 29 Rico para com Deus .................................. 31 Você é salvo? ...................................... 33 æ Desafios e Dúvidas Entendendo o bom livro .............................. 34 Por trás da Reforma Protestante ......................... 36 O desejo de agradar a Deus ........................... 41 O modo do batismo ................................. 44 Bíblia apologética: Avaliação de livro ..................... 45 Como para o Senhor ................................. 46 Casais do Antigo Testamento (respostas) .................. 48 Distribuição Gratuita Venda Proibida Ano 6 • Número 1 Janeiro - Março 2004 Discernimento Deus descreveu as crianças de Nínive como pessoas que “não sabem discernir entre a mão direita e a mão esquerda” (Jonas 4:11). O discernimento é uma característica de maturidade. Crianças não têm a mesma capacidade de distinguir que os adultos têm. Espiritualmente, também, o discernimento é uma característica de maturidade. Adultos na fé são “aqueles que, pela prática, têm as suas faculdades exercitadas para dicernir não somente o bem, mas também o mal” (Hebreus 5:14). Atitudes carnais impedem o crescimento e impossibilitam o discernimento espiritual (1 Coríntios 3:1). O discernimento que vem pelo estudo e pela aplicação prática da palavra nos capacita para escolher bem. Escolhemos entre alvos celestiais e prazeres terrestres. Escolhemos entre a santidade e a imundícia. Decidimos obedecer e amar, ao invés de sermos rebeldes e teimosos. Buscamos entendimento da vontade de Deus, e fazemos questão de praticar o que o Senhor pede. Por isso, doutrinas e práticas que vêm dos homens não servem. Insistimos na pureza da palavra de Deus. Os artigos nas páginas desta revista desafiam cada um de nós a compreender e a aplicar bem a vontade de Deus, distinguindo entre a verdade do Senhor e as noções falsas dos homens. Vamos estudar com maturidade, amor e discernimento. Andando na Verdade é publicada trimestralmente e distribuída gratuita- mente a pessoas interessadas no estudo da palavra de Deus. Alguns dos artigos foram traduzidos por Arthur Nogueira Campos, Heather Allan da Silva e Megan Allan e usados com permissão de seus autores e redatores. Os autores retêm os direitos ao próprio trabalho. Redator: Dennis Allan, C.P. 60804, São Paulo, SP, 05786-990. E-mail: [email protected] Estudos Bíblicos na Internet: www.estudosdabiblia.net

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Page 1: ì “não sabem discernir entre a mão direita e a mão ... · discernir entre a mão direita e a mão esquerda” (Jonas 4:11). O discernimento é uma característica de maturidade

Andandona

Verdade3 João 4

O que o cego viu . . . . . . . . . . . . . 1

ì A Serviço do ReiVocê é santificado? . . . . . . . . . . . . . 4

Amizades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

Um mundo cansativo . . . . . . . . . . . . 7

Olhando para o céu . . . . . . . . . . . . 8

í A FamíliaLições para pais jovens . . . . . . . . . . 9

Provocando os filhos . . . . . . . . . . . 11

î Na Casa de DeusLutando pela união . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

Educação espiritual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

A parábola dos baldes de água . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

Filhos de Deus mediante a fé . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

ï Escrito para o Nosso EnsinoO propósito do Velho Testamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

Acabe, rei de Israel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

ð O Poder de Deus para a SalvaçãoCoisas escritas para nosso exemplo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

Um tolo e seu dinheiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29

Rico para com Deus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31

Você é salvo? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

ñ Desafios e DúvidasEntendendo o bom livro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34

Por trás da Reforma Protestante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36

O desejo de agradar a Deus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41

O modo do batismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44

Bíblia apologética: Avaliação de livro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45

Como para o Senhor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46

Casais do Antigo Testamento (respostas) . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48

Distribuição Gratuita — Venda Proibida

Ano 6 • Número 1 Janeiro - Março 2004

DiscernimentoDeus descreveu as crianças de Nínive como pessoas que “não sabem

discernir entre a mão direita e a mão esquerda” (Jonas 4:11). O

discernimento é uma característica de maturidade. Crianças não têm a

mesma capacidade de distinguir que os adultos têm.

Espiritualmente, também, o discernimento é uma característica de

maturidade. Adultos na fé são “aqueles que, pela prática, têm as

suas faculdades exercitadas para dicernir não somente o bem,

mas também o mal” (Hebreus 5:14). Atitudes carnais impedem o

crescimento e impossibilitam o discernimento espiritual (1 Coríntios 3:1).

O discernimento que vem pelo estudo e pela aplicação prática da

palavra nos capacita para escolher bem. Escolhemos entre alvos

celestiais e prazeres terrestres. Escolhemos entre a santidade e a

imundícia. Decidimos obedecer e amar, ao invés de sermos rebeldes e

teimosos. Buscamos entendimento da vontade de Deus, e fazemos

questão de praticar o que o Senhor pede. Por isso, doutrinas e práticas

que vêm dos homens não

servem. Insistimos na pureza da

palavra de Deus.

Os artigos nas páginas desta

revista desafiam cada um de

nós a compreender e a aplicar

bem a vontade de Deus,

distinguindo entre a verdade do

Senhor e as noções falsas dos

homens.

Vamos estudar com maturidade,

amor e discernimento.

Andando na Verdade é publicada

trimestralmente e distribuída gratuita-

mente a pessoas interessadas no

estudo da palavra de Deus. Alguns

dos artigos foram traduzidos por

Arthur Nogueira Campos, Heather

Allan da Silva e Megan Allan e usados

com permissão de seus autores e

redatores. Os autores retêm os

direitos ao próprio trabalho.

Redator: Dennis Allan, C.P. 60804,

São Paulo, SP, 05786-990.

E-mail: [email protected]

Estudos Bíblicos na Internet:

www.estudosdabiblia.net

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Andando na Verdade 1

O que o cego viu

Nos últimos meses antes da crucificação de Jesus, os conflitos entre o Filho

de Deus e as autoridades religiosas judaicas aumentavam. Os

ensinamentos de Jesus cativavam a atenção das multidões, e a presença

dele em Jerusalém durante três festas religiosas nos últimos seis meses

(veja João 7:2,10; 10:22-23; 12:1,12) deu oportunidades amplas para os conflitos

entre o verdadeiro Mestre e os arrogantes líderes do povo. Em um desses conflitos,

uma cura impressionante levou à discussão entre os judeus e uma família,

culminando na censura dos líderes por Jesus. O relato se encontra no nono

capítulo do evangelho segundo João. Observemos a história e, especialmente, os

comentários de um cego que viu a Jesus.

O homem nasceu cego. Os discípulos de Jesus imaginavam que o sofrimento dele

fosse devido ao pecado de alguém – ou do homem ou dos seus pais. Sofrimento

nesta vida pode ser conseqüência de pecado próprio, mas nem sempre vem por

este motivo. Homens fiéis como Jó, Daniel, Paulo e o próprio Jesus sofriam.

Pessoas fiéis sofrem, até por causa da sua fé (2 Timóteo 3:12; 1 Pedro 2:19-21).

O ponto principal, para Jesus, não foi a causa do sofrimento, e sim o benefício ou

propósito dele. Ele viu a oportunidade de demonstrar o poder de Deus e de se

mostrar como a luz do mundo (9:3-5). Ele curou o homem (9:6-7). Talvez não teria

arrumado confusão com os judeus só pela cura, mas Jesus realizou este milagre

no sábado, violando as tradições deles (9:14,16).

Ao longo das discussões relatadas neste capítulo, o homem curado fala dez vezes,

respondendo às dúvidas e perguntas do povo, dos líderes religiosos e, por último,

respondendo ao próprio Jesus. Nas afirmações deste homem, percebemos uma

sinceridade e honestidade que todos nós precisamos, e que os líderes em

Jerusalém nem tinham, nem compreendiam. Por suas palavras, podemos

entender o que o homem, outrora cego, chegou a ver.

Ele falou com os vizinhos e conhecidos

Logo após a cura, as pessoas que conheciam o cego ficaram perplexas e

discutiram entre si. Será que é o mesmo que era cego? O mendigo

conhecido?

ì Sou eu (9:9). Ele sabia a verdade e respondeu à dúvida dos vizinhos. Não tinha

motivo para negar a sua identidade nem o seu passado como o mendigo cego.

Sua resposta levou a outras perguntas. O que aconteceu? Como foi curado?

2 2004:1

í Jesus fez lodo e mandou-me lavar. Fiz o que mandou, e fui curado

(9:11). Jesus o curou. Ele fez apenas o que Jesus mandou. Esta resposta

aumentou a curiosidade, e queriam ver Jesus. Onde está?

î Não sei (9:12). A mesma sinceridade deste homem se transparece nesta

resposta. Ele não sabia para onde Jesus fora, e falou a verdade. Recebeu a bênção,

mas ainda não sabia como guiar outros a Jesus.

Ele falou com os fariseus

Ocaso chegou rapidamente ao conhecimento dos líderes judeus, e

começaram a interrogar o homem. Queriam saber o que aconteceu.

ï Jesus aplicou lodo aos meus olhos, lavei-me e fui curado (9:15).

A mesma pergunta traz a mesma resposta. O homem honesto não oferece versões

distintas de sua história para pessoas diferentes. Falando com o povo comum, ou

com os líderes religiosos, a resposta é a mesma.

ð Ele é profeta (9:17). Esta afirmação é um dos comentários mais interessantes

do homem curado. Ele ainda não sabia tudo sobre Jesus, mas já entendeu o

significado dos sinais milagrosos. Moisés realizou milagres para confirmar a sua

mensagem profética. Elias e Eliseu fizeram sinais para provar que as suas

pregações vinham de Deus. No Novo Testamento, também, os sinais realizados

pelos apóstolos serviam para confirmar a palavra falada (Marcos 16:20; 2 Coríntios

12:12; Hebreus 2:3-4).

ñ Não sei se Jesus é pecador, mas sei que ele me curou (9:25). O homem

se mostra aberto para ouvir e compreender o significado do que aconteceu, mas

ele não nega o fato básico que já confessou. Neste momento, ele está

processando os dados e ouvindo os argumentos. Ainda chegará a sua convicção

sobre o Cristo.

ò Já expliquei o que aconteceu; por que perguntaram de novo? Querem

ser seus discípulos, também? (9:27). Por que perguntam? Este homem

simples faz perguntas importantes. Perguntam por qual propósito? Estão realmente

buscando a verdade, ou simplesmente procurando uma saída, uma maneira de

negar os fatos? Nem todas as perguntas são honestas e boas, e nem todas

merecem respostas (2 Timóteo 2:23-26; Tito 3:9). A outra pergunta aqui abre uma

porta de oportunidade aos fariseus. O homem sugere o melhor motivo possível.

Vocês, também, são pessoas honestas? Querem seguir esse profeta? Mas a

mesma pergunta deu-lhes, também, uma saída. Poderiam continuar negando as

evidências e usar as palavras do homem para condená-lo. Foi exatamente isso que

decidiram fazer.

Page 3: ì “não sabem discernir entre a mão direita e a mão ... · discernir entre a mão direita e a mão esquerda” (Jonas 4:11). O discernimento é uma característica de maturidade

Andando na Verdade 3

ó Vocês são os líderes religiosos, e não sabem de onde vem Jesus? Que

estranho! Ele, obviamente, é de Deus! (9:30-33). A desonestidade dos

fariseus, diante dos fatos apresentados, ficou bem evidente ao homem curado. As

explicações deles não foram adequadas. Alguns alegaram que ele não fosse o

mesmo homem cego de nascença, mas os próprios pais os desmentiram. Outros

concluíram que Jesus não fosse de Deus, porque violou as regras dos fariseus

sobre o sábado. Mas o homem curado viu a prova e decidiu ser discípulo do

profeta chamado Jesus. A sua honestidade lhe custou caro. Ele foi expulso da

sinagoga.

Ele falou com Jesus

Asua aceitação da pessoa que o curou levou este homem a ser rejeitado pelos

homens. Mas Jesus não o abandonou. O Senhor o encontrou com o

propósito de realizar uma obra maior ainda – abrir os seus olhos espirituais.

Jesus abordou o assunto com uma pergunta simples mas profunda: “Crês tu no

Filho do Homem?” (9:35).

ô Quem é o Filho do Homem, para que eu possa crer nele? (9:36). O

milagre provou que Jesus era profeta, mas o homem ainda desconhecia a sua

mensagem. Ele estava pronto para ouvir, ansioso para conhecer o Filho do

Homem.

õ Creio, Senhor (9:38). Jesus se revelou, e o homem compreendeu o significado

de tudo que havia acontecido. Jesus era profeta, mas mais ainda, era o esperado

Messias. O homem que fez lodo foi o próprio Deus! Foi firmada a sua fé na

divindade de Jesus, o “Eu Sou” que, há pouco, fora rejeitado pelos homens e

quase apedrejado no templo (8:24,56-59), O homem fez o que todos os homens

devem fazer diante de Jesus Cristo. Adorou-o. E Jesus, sabendo perfeitamente que

a adoração pertence somente a Deus (Mateus 4:10), aceitou o louvor deste

homem. Pelas suas ações, ele confirmou a conclusão do homem. Jesus é o eterno

Deus.

O cego viu o que os líderes religiosos recusaram enxergar. Ele viu Jesus, o Ungido

de Deus, o único verdadeiro Salvador.

Nós – todos nós – precisamos ver o que o cego viu. Precisamos chegar até Jesus,

a nossa única esperança da vida eterna. Ele merece a nossa obediência e a nossa

adoração. –Dennis Allan

São Paulo, SP

4 2004:1

Você é santificado?

Você é santificado? A santificação é ensinada na Bíblia, tanto no Velho

Testamento quanto no Novo. Também é uma doutrina popular de muitos

grupos religiosos.

No entanto, a santificação que muitas pessoas religiosas afirmam não é a

santificação que é ensinada na Bíblia. Muitas pessoas alegam ser santificadas,

alegam receber “santidade instantânea” pela virtude da operação direta do

Espírito Santo que, de acordo com suas alegações, remove até a capacidade e

vontade de pecar. O Novo Testamento ensina a santificação, mas não ensina

nada dessas operações especiais de Deus para santificar as pessoas.

O que é a santificação?

Santificar é separar ou chamar. O termo é usado para referir-se a várias

coisas diferentes no Novo Testamento. Comida pode ser santificada (1

Timóteo 4:5). Um homem pode ser santificado para um propósito

específico (2 Timóteo 2:21). Até Deus será santificado pelo homem, num sentido

(1 Pedro 3:15). Marido e esposa são santificados, num sentido especial, a fim de

agradar a Deus. Muitas pessoas, na Bíblia, foram santificadas para Deus.

Como os homens se tornam santificados?

Como os homens e mulheres se tornam santificados? A Bíblia diz que Deus

santifica as pessoas: “Judas, servo de Jesus Cristo e irmão de Tiago,

aos chamados, amados em Deus Pai e guardados em Jesus Cristo”

(Judas 1). A Bíblia também diz que o Espírito Santo santifica as pessoas:

“...Porque Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela

santificação do Espírito e fé na verdade” (2 Tessalonicenses 2:13).

Romanos 15:16 diz que os gentios foram santificados pelo Espírito. Assim, Deus

Î A Serviço do Rei Vivendo como Seguidores de CristoS !

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Andando na Verdade 5

e o Espírito santificam homens e mulheres. Mas, como? O Espírito age de

maneiras misteriosas e miraculosas mudando todo o caráter e os desejos das

pessoas instantaneamente? Não! O Espírito santifica homens e mulheres da

mesma forma que converte homens e mulheres e guia homens e mulheres por

meio da palavra que entregou. Conseqüentemente, a Bíblia fala sobre a palavra

santificar as pessoas. “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade”

(João 17:17). Hebreus 10:10 passa a mesma mensagem. Conforme as pessoas

acreditam na mensagem dada pelo Espírito e a obedecem, elas são mudadas e

chamadas, ou seja, santificadas. Os homens são lavados, santificados e

justificados (1 Coríntios 6:11).

Quem são os santificados?

No Novo Testamento, as pessoas que eram santificadas eram as mesmas

que obedeciam o evangelho e se tornaram cristãos. Observe Atos 18:8:

“...também muitos dos coríntios, ouvindo, criam e eram

batizados”. Estas eram as pessoas que, mais tarde, seriam chamadas de

santificados (1 Coríntios 6:11). Como esses eram santificados, foram chamados

pelo termo. Eram chamados de santos (1 Coríntios 1:2). Todo o povo de Deus

hoje é um povo santificado.

Nem sempre sem pecado

É significante observar que, na Bíblia, as pessoas santificadas nem sempre

eram sem pecado. Esses que foram santificados às vezes eram

contenciosos (1 Coríntios 1:11). Também foi dito que eram carnais, apesar

de serem santificados (1 Coríntios 3:1-6). Pelo menos uma pessoa santificada era

culpada de cometer fornicação (1 Coríntios 5:1). Muitos desses santificados

profanaram a Ceia do Senhor e agiram com desordem na adoração (1 Coríntios

11:20-30). Faltavam muito para serem perfeitos e sem pecado. É claro que isso

é uma das diferenças entre uma pessoa santificada na Bíblia e uma pessoa

santificada em alguns grupos religiosos hoje em dia.

Todos os cristãos são santificados

Todos os cristãos devem ser santos e sempre buscar fazer o que é certo. No

entanto, todos os cristãos pecam e não chegam à perfeição. “Se, porém,

andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns

com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo

pecado. Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos

nos enganamos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os

6 2004:1

nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos

purificar de toda injustiça. Se dissermos que não temos cometido

pecado, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós” (1 João

1:7-10).–por Curtis E. Flatt

Amizades

Que tipo de amigo você é ... de verdade? Você é o tipo de amigo que

influencia seus amigos na direção certa – um que toma a frente em fazer

o certo e o bom? Ou você é o tipo de amigo que influencia na direção

errada – um que toma a frente em fazer o que é errado? Qual destes dois tipos

de amigo você é, de verdade? Ou talvez você

é o tipo de amigo que é um seguidor – um que

segue na direção errada ou que si permite a

ser levado na direção errada. Ou talvez (e isso,

na verdade, não é muito melhor) você apenas

segue na direção certa se tiver alguém para te

levar na direção certa? Você não é forte o

suficiente para escolher para si próprio o que

é certo; você tem que ter alguém para te levar,

senão você não vai. Esse é o tipo de amigo

que você é?

E o que você procura num amigo? Você

procura um amigo que te ajudará a fazer o que

é certo, ou um que deixa você fazer o errado?

Ou talvez você procura qualquer um –

qualquer um que será seu amigo – sem

considerar seus padrões éticos ou morais?

Uma vez o apóstolo Paulo avisou: “Não vos enganeis: as más conversações

corrompem os bons costumes” (1 Coríntios 15:33). Você acredita que esta

afirmação foi inspirada por Deus? Se acredita, então você já considerou que tipo

de amigo você deve procurar? E você já pensou em que tipo de amigo você é?

–por Rick Liggin

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Andando na Verdade 7

Um mundo cansativo“Todas as coisas são canseiras tais, que ninguém as pode exprimir; os

olhos não se fartam de ver, nem se enchem os ouvidos de ouvir”

(Eclesiastes 1:8).

Para os seres feitos para a comunhão com Deus, o mundo de coisas

temporais, por si, nunca poderá ser inteiramente satisfatório. O que

encontramos é que o mundo, mesmo nos seus melhores momentos, nos deixa

exaustos e desejando Algo Mais. “Ó Deus! Ó Deus! Quão cansativos, insípidos,

passados e sem lucros me parecem todas as utilidades deste mundo” (Shakespeare).

É um trabalho frustrante e decepcionante tentar guardar para sempre coisas que

são essencialmente impermanentes. Podemos passar muitos dos anos de nossas

vidas tentando agarrar o vento, mas em alguma hora a maioria de nós percebe

que as coisas temporais simplesmente não podem cumprir desejos eternos.

Quando o tentamos fazer acontecer, colocamos nas coisas deste mundo um

fardo maior do que elas possam suportar. “Será também como o faminto

que sonha que está a comer, mas, acordando, sente-se vazio; ou como

o sequioso que sonha que está a beber, mas, acordando, sente-se

desfalecido e sedento” (Isaías 29:8).

Tiraríamos mais alegria verdadeira do mundo se prestássemos mais atenção ao

mundo que está por vir. Nosso problema não é pedir demais ao mundo, mas sim

pedir de menos a Deus. C. S. Lewis disse: “Nosso Senhor encontra nossos

desejos não muito fortes, mas muito fracos. Somos criaturas sem muita coragem

. . . nos agradamos muito facilmente”. Buscar as coisas maiores de Deus é tirar

mais do mundo, não menos. “Peca contra essa vida aquele que diminui a

próxima” (Edward Young).

A canseira da vida temporal em si deve ser uma prova de que fomos feitos para

algo mais. Há muitas coisas boas aqui para apreciarmos, mas se fingimos que

o mundo é tudo de que precisamos, nós nos enganamos. Nós nos

“satisfazemos” com tão pouco, quando os nossos corações foram feitos para

uma alegria muito maior. Mesmo assim, Deus continua nos atraindo para que

sejamos verdadeiramente refrescados!

Pois quando nós nos chegamos a Deus e procuramos viver de acordo com

o seu propósito, ele sabe e nós sabemos de onde viemos: da inquietação do

mundo, da tribulação dos eventos humanos, do sentimento de

desencorajamento, da falta de fé, da falha em ouvir a mensagem, do

anoitecer de exaustão espiritual e moral.

(Paul Ciholas)

–por Gary Henry

8 2004:1

Olhandopara o céu“Não acumuleis para vós outros

tesouros sobre a terra...Mas

ajuntais para vós outros tesouros

no céu” (Mateus 6:19-21)

Jesus trata aqui da atitude que

devemos tomar em relação ao uso

dos nossos bens mater ia is .

Também adverte os cristãos a nunca

terem o sentimento de egoísmo e avareza, e a nunca olharem para as coisas que

são aqui da terra.

Em seguida ele compara os tesouros aqui da terra com as maravilhas lá do céu,

onde devemos depositar nosso coração. Ele nos diz que devemos lutar pelas

coisas santas e puras, assim chamando nossa atenção para que olhemos

somente para o céu.

“Porque o amor do dinheiro é a raiz de todos os males...” (1 Timóteo 6:8-

10).

Paulo exorta-nos que aprendamos a dar mais valor as coisas do céu e a

entregar nosso coração as coisas que pertencem ao nosso Pai Celeste.

O amor pelas coisas do mundo acaba sendo nosso maior problema e, muitas

vezes, nos tornamos cegos e ingratos. O homem se torna um enamorado do

dinheiro e das coisas do mundo “as quais afogam os homens na ruína e

perdição” e acaba se desviando da fé. Tomemos cuidado para que os males do

mundo não tomem o lugar de Deus no nosso coração.

Satanás, com a permissão de Deus, feriu a Jó, tirando tudo quanto ele possuía.

Mesmo assim Jó continuou sendo um servo fiel a Deus. Não é a quantia do que

temos que nos fará servos fiéis, mas a vontade de trabalhar no reino do nosso

Senhor.

É nosso dever usar nossas posses, sejam elas poucas ou muitas, para louvar ao

Senhor. Nunca devemos usar as bênçãos que Deus nos deu para desonrar seu

nome. Mas primeiramente devemos reconhecer que tudo que temos foi ele quem

nos concedeu, para termos assim condições de dar honras e glórias ao seu santo

nome. –por Joel Oliveira Pinto

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Andando na Verdade 9

Lições para pais jovens

As aplicações dos princípios da verdade em situações diferentes são

testemunho à sabedoria de Deus. Por exemplo, todos nós conhecemos o

mandamento “amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Agora isso se

aplica numa variedade de circunstâncias. Aplica-se ao seu próximo que é o

vizinho do lado e aplica-se ao seu próximo que mora do outro lado do oceano

ou da fronteira. Aplica-se aos seus próximos que gostam de vocês e aos que não

gostam. Aplica-se àqueles que nem mesmo merecem sua atenção.

Os Provérbios de Salomão são princípios gerais, como este, e podem ser

aplicados em várias situações diferentes com importância igual. Quero pegar

alguns provérbios do capítulo 4 (versículos 23-27) e aplicá-los aos pais jovens.

Com certeza, esse ensinamento aplica-se à educação dos filhos.

“Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele

procedem as fontes da vida.” Ironicamente, educar filhos começa com seu

próprio coração estar correto. Familiarizar seu coração com os princípios altos

da justiça e da santidade não é apenas um bom lugar para começar, é o único

lugar para começar. O que procede das fontes da vida – o que acontece com a

sua família – tem mais chances de ter bons resultados se for baseado nas

verdades reveladas na palavra de Deus. Isso significa que pais jovens têm que ser

diligentes em continuar nas regras da justiça. Afinal, você não pode ensinar o que

você mesmo não conhece.

“Desvia de ti a falsidade da boca e afasta de ti a perversidade dos

lábios.” É assustador quanta influência nós temos sobre nossas famílias através

do falar. Na verdade, é o instrumento básico da comunicação. A língua é o

professor. Se os pais aprenderem bons hábitos de fala, não apenas ensinamos

boas informações, também ilustramos. As vidas de muitas crianças têm sido

afetadas adversamente pela falta de controle de um pai sobre a sua língua. E

Ï A FamíliaServindo a Cristo no Lar

10 2004:1

muitos filhos bons saíram de uma família onde a boa fala foi praticada. A NTLH

traduz este versículo bem: “Nunca fale mentiras, nem diga palavras

perversas”. Tenham certeza, pais, a fala dos seus filhos será muito parecida

com a sua. É assim que você quer?

“Os teus olhos olhem direito, e as tuas pálpebras, diretamente diante

de ti.” Satchel Paige, um grande jogador de beisebol da Liga Negra e do Hall da

Fama disse bem. “Nunca olhe para trás,” ele disse, “algo pode estar se

aproximando”. Os planos de muitas famílias falharam porque os pais estavam

olhando para trás. Uma família sem visão é como uma nação sem visão –

provavelmente irá perecer. Um olhar fixo para frente provavelmente produzirá

bons resultados. Olhos que olham para frente estão focalizados, verão para onde

a família está indo, estarão cientes do que vêm pela frente – buracos, desvios,

curvas. Estão concentrados em chegar lá, também. Boa liderança espiritual vem

de bons pais com as mentes voltadas às coisas espirituais que têm seus olhos

fixos em coisas melhores.

“Pondera a vereda de teus pés, e todos os teus caminhos sejam retos.”

“Ponderar” é meditar. Isso significa que o bom pai irá pensar sobre onde ele está

levando sua família. O pai sábio usa um tempo para pensar na sua família: as

coisas que vêem, as coisas que ouvem, as coisas nas quais é permitido que

participem, até em quem são seus amigos. E pais sábios conversam um com o

outro. Muito. Eles usam um tempo para discutir perigos potenciais, para

investigar certas tendências na conduta dos seus filhos, para planejar correções

e para encorajar conforme cada coisa é precisa. Meditação leva tempo, mas o pai

sábio irá tomar um tempo para isso.

“Não declines nem para a direita nem para a esquerda; retira o teu pé

do mal.” Este provérbio fala do assunto de convicção, compromisso e

constância. Diz que a verdade tem que continuar para frente, que a energia pela

justiça e o entusiasmo pela santidade não devem diminuir. Não desvia para

algum caminho inferior, deixando aquele que você saber ser o certo – esta é a

mensagem aqui. Uma versão diz “não se desvie nem um só passo do caminho

certo.” Isso significa que o caminho reto é o caminho certo e, uma vez que você

está nele, deve ficar nele. Você tem que ensinar para sua família a correr do mal,

a abominá-lo, a vê-lo como um perigo potencial. Você deve ensinar aos seus

filhos a não paquerarem com o mal, a não brincarem com fogo, a não

confraternizarem com o mundo. E você não deve apenas ensiná-los, você deve

ilustrar isso, se mantendo fora do caminho do mal.

Uma vez eu disse que se soubesse o quanto era difícil educar filhos talvez não

teria tido filhos. Isso não é verdade, mas é difícil, eu sei. Mas faça bem e torna-se

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Andando na Verdade 11

o esforço singular que mais satisfaz que a vida tem a oferecer. Faça bem e trará

uma recompensa bem melhor do que possa imaginar. Faça bem e um dia um

netinho, com os olhos cheios de amor e respeito, esticará os braços e dirá, “Eu

te amo, Vovô!”–por Dee Bowman

Provocando os filhos

Efésios 6:4 diz: “E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas

criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor.” Considere

algumas maneiras que os pais podem provocar seus filhos à ira:

� Críticos severos. Ridicularização e comparações negativas não devem ser

permitidas para ninguém. O espírito de uma criança pode ser quebrado por uma

crítica injusta.

� Resmungar constantemente. Isso cansa a pessoa. Logo as crianças

aprenderão a não dar ouvidos a resmungos e se tornarão amargos de coração.

� Castigo que está fora da proporção do erro cometido. Isso acontece

muitas vezes quando o pai está bravo. Há uma linha entre castigo e abuso. Esta

linha pode ser atravessada quando a ira é nosso motivo. Castigo é uma forma de

aprendizagem. A estima ou o espírito de uma criança não devem ser destruídos

pelo castigo que ela recebe.

� Ignorar perguntas sinceras. As crianças gostam de fazer perguntas.

Algumas perguntas são bem bobas e simples. Outras sondam o significado

profundo da vida. Uma pergunta honesta merece uma resposta honesta. A

resposta: “Vai perguntar para sua mãe”, não é resposta alguma. Guarde o jornal,

desligue a TV e responda a pergunta do seu filho.

� Quebrar promessas. As crianças lembram o que você fala. Quando um pai

promete fazer alguma coisa, mas quebra aquela promessa, uma criança é ferida.

Às vezes, as circunstâncias obrigam os pais a adiarem aquilo que prometeram,

mas constantemente fazer promessas que você não tem nenhuma intenção de

cumprir destrói a credibilidade dos pais e leva a criança a não confiar nos pais.

É difícil fazer a criança ser honesta, quando os pais não são honestos em guardar

suas promessas.

� Não permitir que a criança manifeste sua opinião. Há uma diferença

entre deixar a criança fazer do seu jeito e deixar a criança dar uma opinião.

Recusar a ouvir a criança ou a permitir que ela manifeste sua opinião provoca a

ira.

12 2004:1

� Falta de disciplina. Foram realizadas muitas pesquisas sobre adolescentes

e o que eles querem dos seus pais. Por incrível que pareça, cada pesquisa revela

que os adolescentes querem regras e estrutura. A falta de disciplina é uma das

maiores formas de negligência. Todos são responsáveis. Uma falta de disciplina

manda uma mensagem que deixa os filhos frustrados e os provoca.

–por Roger Shouse

Edições anteriores de A ndando na VerdadeAinda temos alguns exemplares de todas as edições anteriores desta

revista trimestral, exceto as primeiras duas edições (Ano 1, Número 1 –

Janeiro - Março de 1999 e Ano 1, Número 2 – Abril - Junho de 1999).

Para receber qualquer outro número anterior (de 1999 a 2003), preencha

este formulário e o envie a:

Andando na Verdade

C. P. 60804

São Paulo – SP

05786-990

Coloque aqui a suaetiqueta deendereçamento, ou useletra de forma bemlegível:

Nome ____________________________________

Rua __________________________ Nº _______

Complemento _____________________________

Bairro ____________________________________

Cidade ___________________________________

Estado _______ CEP __ __ __ __ __ - __ __ __

[Aceitamos cópia xerográfica deste formulário]

Revistas solicitadas:1999� Ano 1, Número 3� Ano 1, Número 42000� Ano 2, Número 1� Ano 2, Número 2� Ano 2, Número 3� Ano 2, Número 42001� Ano 3, Número 1� Ano 3, Número 2� Ano 3, Número 3� Ano 3, Número 42002� Ano 4, Número 1� Ano 4, Número 2� Ano 4, Número 3� Ano 4, Número 42003� Ano 5, Número 1� Ano 5, Número 2� Ano 5, Número 3� Ano 5, Número 4

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Andando na Verdade 13

Lutando pela uniãoA

oração do Senhor (João 17) é muito citada – em parte – para enfatizar a

necessidade de união entre o povo de Deus. Eu te desafio a estudar

cuidadosamente o capitulo a procura dos meios de obter e manter aquela

união.

Há três partes a serem consideradas: a oração de Cristo em favor de si mesmo,

em favor dos apóstolos, e em favor daqueles que “vierem a crer em mim, por

intermédio da sua palavra”. Na oração de Cristo para si (versículos 1-5) ele

diz que veio à terra para dar a vida eterna, e ele identifica isso como “conhecer”

o Pai e Filho. Seu trabalho na terra glorificou o Pai e quando terminasse (na

crucificação) ele pediria para voltar à sua glória original com o Pai.

Assim como o Pai foi glorificado no Filho, Cristo é glorificado nos seus apóstolos

(versículo 10). Também, na segunda parte de sua oração, Cristo diz que ele

manifestou o nome de Deus (versículo 6) e havia lhes dado a palavra do Pai

(versículos 6,8 e 14) a fim de “conhecerem” Deus (receber, acreditar e guardar

a palavra – versículos 6 e 8; veja 1 João 2:3-5). Sendo tão “guardados” os

apóstolos são “um, assim como nós” (versículo 11). São separados,

santificados, através da verdade (versículos 17-19).

Finalmente, Cristo ora por todos aqueles a quem os apóstolos ensinariam. A

“glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos; eu

neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade”

(versículos 22-23). Esses também “conheceram” Deus (versículo 25), como

resultado de terem recebido a verdade declarada.

É pedir demais esperar que um leitor discernente observe certos pensamentos

recorrentes? Primeiro, há glória divina, na qual o Pai e Filho são um . Depois há

uma declaração daquela glória (através da manifestação e ensinamento da

palavra de Deus); e compartilhar naquela glória, conforme os ensinados

Ð Na Casa de DeusA Igreja no Plano do Senhor

14 2004:1

venham a conhecer Deus. Foi através disso que aqueles que não são divinos

venham a ser UM com a divindade.

A igualdade dos crentes pelos quais Jesus orou era a qualidade comum a ser

encontrada entre todos que fazem parte da imagem divina. A união existe porque

eles são um . O plano divino não é um molde de uma organização ou de uma

crença que força pessoas heterogêneas a ficarem na mesma sociedade. O plano

do Senhor muda as pessoas, na essência que diz respeito à sua vida espiritual,

assim se tornam homogêneas e por isso são um . “Eu neles, e tu em mim, a

fim de que sejam aperfeiçoados na unidade”. O ideal (e com certeza é um

ideal) é um povo semelhante a Deus; que tem a mente de Cristo (Filipenses 2:5),

em palavra e nas ações fazendo tudo em seu nome (Colossenses 3:17)

transformado da glória à glória de sua imagem (2 Coríntios 3:18), e tudo isso

para a glória de Deus (1 Pedro 4:11).

A natureza ideal desta unidade não é diferente de ser santo como Deus é santo

(1 Pedro 1:16), puro como ele é puro (1 João 3:3), etc. Isso não é obtido no

sentido absoluto, mas seus princípios são aceitos; é a nossa meta constante, a

marca para qual estamos indo. Se falharmos em reconhecer o aspecto ideal

desta união, podemos considerar o nível de nossa obtenção como o padrão e

começarmos a nos medir em comparação aos outros. Isso pode derrotar a união

pela qual Cristo orou e promover nossa marca de sectarismo.

–por Robert F. Turner

Educação espiritualH

á algo bem agradável sobre uma pessoa simples —

e com “simples” não quero dizer burra; quero dizer,

sem complicações. É principalmente agradável ver

um homem de fé simples (sem complicações). Um

homem de fé simples não é ignorante. Sua fé é baseada

em evidência sólida e acreditável. Mas ele não discute com Deus, e ele não

discute sobre o óbvio. Quando a evidência está na sua frente para ver, ele

simplesmente crê – sem duvidar.

Todos os verdadeiros crentes em Jesus devem ser pessoas de fé simples. Para

tais pessoas, todas as suas perguntas já são potencialmente respondidas; tudo

que precisam fazer é aprender o que Jesus pensa sobre a pergunta, e aí sabem

o que eles devem pensar ... e acreditam. Isso é fé simples!

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Andando na Verdade 15

Mas, às vezes, as pessoas interpretam mal o que queremos dizer quando falamos

sobre fé simples. Elas pensam que estamos elogiando a falta de educação ou de

capacidade. E pior, parece que acreditam que, entre cristãos, é de alguma

maneira elogiável ser iletrado e faltar capacidade – afinal, falaram que até os

apóstolos eram “iletrados e incultos”! (Atos 4:13).

Mas, por favor, não se confunda com isso: os apóstolos não eram homens

ignorantes! É claro que eles não tinham muita educação formal — no modo de

ver dos líderes judaicos. Eles não freqüentaram nenhuma escola religiosa, nem

sentaram aos pés de algum rabino judeu popular. Mas não eram ignorantes

sobre as coisas religiosas, e com certeza não eram incultos em assuntos

espirituais. Para dizer a verdade, eles foram treinados pelo maior professor que

já viveu; eles foram treinados por Jesus Cristo, e foram guiados (até inspirados)

pelo Espírito Santo de Deus.

“Então, qual é o seu ponto?” Meu ponto é: precisamos ver que não há uma

virtude especial em ser simples – não se com isso queremos dizer alguém que

é ignorante e iletrado. Não é “tudo bem” ser ignorante ou iletrado na Vontade de

Deus! Claro, a pessoa não precisa de muita educação formal, se é que precisa

de alguma, para ser um discípulo fiel de Jesus. Mas isso não significa que

podemos ser ignorantes da vontade de Deus e iletrado na sua palavra.

Faremos bem se lembramos que são os “indoutos e inconstantes” (RC), ou

os “ignorantes e os fracos na fé” (NTLH), que “deturpam” as Escrituras

“para a própria destruição deles” (2 Pedro 3:16). Pode ter bons irmãos em

Cristo que são verdadeiramente limitados no seu conhecimento das Escrituras,

e eles podem até ser limitados na sua capacidade de aprender o que a Bíblia diz.

Mas nenhum de nós pode se contentar com nossa falta de educação na Palavra

de Deus. Temo que alguns de nós usamos “simples” para disfarçar nossa própria

preguiça.

Deus não pede a ninguém para fazer mais do que tem capacidade. Mas quando

temos a capacidade de melhorar – de nos educarmos mais na palavra de Deus

– temos que fazer isso (2 Timóteo 2:15; 2 Pedro 3:18)! Se queremos que a igreja

do Senhor cresça nos anos que vêm, então teremos que nos desafiar a nos

esticarmos. Temos que nos exercitar – se não a igreja de amanhã será ainda

mais fraca do que a igreja de hoje. Visão do futuro requer que nós nos

esforçermos a uma educação espiritual maior!–por Rick Liggin

16 2004:1

A parábola dos baldes de água

Uma certa vez, um príncipe chamou alguns servos e explicou-lhes suas

responsabilidades: “Serão responsáveis por levar água para mim,” ele disse.

“Carregarão água até o topo da colina em baldes de madeira.

Entenderam?”

Todos os servos responderam que haviam entendido e começaram a carregar

água.

No começo, todos estavam contentes em usar os baldes de madeira como o

príncipe havia mandado. Mas, logo alguns sugeriram que os baldes de madeira

eram “antiquados” e muitos começaram

a usar outros tipos de baldes. Alguns

fizeram baldes de ferro para si enquanto

outros começaram a usar baldes de

bronze. Alguns raciocinaram que, como

estavam no serviço do grande príncipe,

deviam procurar honrá-lo corretamente.

Então fizeram baldes de ouro decorados

com jóias.

Após m uito tem po a lguns dos

carregadores de água mais pensativos

começaram a rever as instruções do

príncipe. “Nosso príncipe não nos disse

que devíamos usar baldes de madeira?”, perguntaram-se. Então resolveram

voltar às instruções originais e fazer as coisas exatamente como seu príncipe

havia mandado. Imediatamente foram ridicularizados e até perseguidos por aqueles que, há muito

tempo, haviam abandonado a idéia de baldes de madeira, mas eles se

mantiveram firmes e fizeram tudo que podiam para convencer todos os outros

a seguirem seu exemplo. Era com grande alegria que eles carregavam água para

o grande príncipe da maneira que foram instruídos.

Em questão de dias era possível ver “o povo dos baldes de madeira” se reunindo

para suas “reuniões de baldes de madeira”. Eles passavam o dia inteiro falando,

pensando e cantando sobre baldes de madeira, mas sua maior alegria era citar

as instruções do grande príncipe sobre baldes de madeira.

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Andando na Verdade 17

Finalmente, após muitos anos, chegou o dia em que os servos tiveram que

prestar contas ao grande príncipe pelos seus serviços. Um por um, aqueles que

falharam em obedecer às instruções de levar água em baldes de madeira foram

condenados pela sua falta de obediência. Por fim chegou a vez do “povo dos

baldes de madeira” orgulhosamente exibindo seus baldes de madeira. Você

consegue imaginar a surpresa que foi quando o príncipe lhes disse: “Vocês não

entenderam nada. Não estou interessado em baldes, seja de madeira, seja de

qualquer outro material. Eu instruí-vos a trazerem água em baldes de madeira.

Há muitos anos vocês nem me trazem mais água”? Caro leitor, qual castigo é justo para aqueles que não levaram nenhuma água?

As aplicações são evidentes. Para aqueles que servem ao Senhor Jesus Cristo

hoje em dia é absolutamente crucial que obedeçamos cuidadosamente todos os

mandamentos de Deus, até os detalhes.

Os apóstolos mandaram aos discípulos do primeiro século a aprenderem a não

ultrapassarem o que está escrito (1 Coríntios 4:6), a falarem de “acordo com

os oráculos de Deus” (1 Pedro 4:11) e a terem certeza de que “todo aquele

que ultrapassa a doutrina de Cristo e nela não permanece não tem

Deus” (2 João 9). No entanto, o príncipe na parábola não estava interessado

apenas em baldes de madeira em si, era a água dentro do balde que ele queria!

E é assim com o Senhor Jesus Cristo; o que ele mais quer são os nossos

corações. E apenas um certo tipo de coração irá agradá-lo – um coração

compungido e contrito (Salmo 51:16-17), submisso (1 Samuel 15:22-23) e puro

e reto (Miquéias 6:6-8). Então se você é uma pessoa com um balde de madeira,

deve usá-lo. Mas se você quer a aceitação do Senhor – por favor, não esqueça

de trazer a água.–por Mike Bozeman

Estudos Bíblicos

na Internet

www.estudosdabiblia.net

18 2004:1

Filhos de Deus mediante a fé“Pois todos vós sois filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus;

porque todos quantos fostes batizados em Cristo de Cristo vos

revestistes. Dessarte, não pode haver judeu nem grego; nem escravo

nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em

Cristo Jesus. E, se sois de Cristo, também sois descendentes de

Abraão e herdeiros segundo a promessa” (Gálatas 3:26-29).

Os seres humanos não têm privilégio maior que se tornarem filhos de Deus.

Este ponto não é disputado por aqueles que professam afeição por Jesus

como o Cristo. Aqueles que acreditam na Bíblia como a palavra inspirada

por Deus concordam em relação à necessidade de serem “filhos de Deus

mediante a fé”. Sabemos que os filhos de Deus são “co-herdeiros com

Cristo” (Romanos 8:12-17). Os filhos de Deus têm o direito de clamar “Aba,

Pai” (Romanos 8:15; Gálatas 4:6). Estes filhos devem receber a “glória a ser

revelada” (Romanos 8:18-19). Graças a Deus que podemos ser seus filhos!

Muitos de nós concordamos com a necessidade de sermos filhos de Deus, mas

nem sempre concordamos em relação a quem são os filhos de Deus. Um

estudo detalhado do nosso texto deve esclarecer um pouco este assunto. Se

repararmos expressões equivalentes a “vós sois filhos de Deus mediante a

fé” podemos entender melhor o que envolve ser filhos de Deus.

“Se sois de Cristo”

Para os filhos de Deus, Paulo disse, “se sois de Cristo” (v. 29). Se torna filho

de Deus por causa de uma compra, assim é de Cristo. Ele foi comprado com

o sangue redentor de Jesus (1 Timóteo 2:6; Mateus 26:28; Atos 20:28).

Aqueles que foram comprados (redimidos) “pelo precioso sangue...de Cristo”

(1 Pedro 1:18-19) são os mesmos que purificaram as suas almas, “pela

obediência à verdade” (1 Pedro 1:22) e que foram “regenerados... mediante

a palavra de Deus” (1 Pedro 1:23). Aquele que pertence a Cristo é obrigado a

se submeter continuamente à sua autoridade (1 Coríntios 6:19-20; Gálatas 2:20).

“Também sois descendentes de Abraão”

Paulo também escreveu aos filhos de Deus, “também sois descendentes de

Abraão” (v. 29). Quem é filho de Deus hoje goza este privilégio por causa da

promessa que Deus fez a Abraão há muito tempo (Gênesis 12:3). Os fiéis são

herdeiros desta promessa. São filhos (herdeiros) por causa das suas ligações

espirituais com Abraão e não por causa de ligações carnais. Aqueles ainda

envolvidos na tradição judaica (que se orgulhava das suas ligações carnais com

Abraão) acharam difícil aceitar isso – muitas vezes, depois de terem aceitado a

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Andando na Verdade 19

Cristo. É o objetivo de Paulo em Gálatas 3 mostrar a tais pessoas que é possível

alguém ser um filho de Deus, um herdeiro, e um descendente de Abraão sem fazer

parte da sua descendência carnal e separado da sua lei nacional, a lei de Moisés.

Ele mostra que a promessa de Deus a Abraão incluía mais do que seus herdeiros

carnais – incluía “todos os povos”, os gentios (Gálatas 3:8-9). Cristo era a semente

através da qual as nações do mundo seriam abençoadas (Gálatas 3:16). Assim,

aqueles em Cristo são descendentes de Abraão. Esta bênção veio através de uma

promessa dada muito antes da lei de Moisés (Gálatas 3:17-18), assim mostrando

que se é filho de Deus pela fé em Cristo, de acordo com a promessa, e não de

acordo com a lei. Então, qualquer pessoa, seja judeu ou grego, pode pela fé ser

recipiente da bênção prometida à descendência de Abraão sem ser descendente

pela carne ou estar sujeito à lei dada aos seus descendentes carnais. Esta lei desde

então serviu o seu propósito (Gálatas 3:23-27).

“Todos vós sois um em Cristo Jesus”

Além disso, Paulo disse, “todos vós sois um em Cristo Jesus” (v. 28). Um

filho de Deus é unido com todos os outros que são filhos de Deus mediante

a fé. Em Cristo há UM corpo ou uma igreja (Efésios 1:22-23; 4:4). Aqueles

que estavam longes são reconciliados em UM corpo (Efésios 2:13,16). A Bíblia

não conta nada de filhos de Deus estando em Cristo e estando em corpos ou

igrejas diferentes. A união está “em Cristo” e não numa união fabricada pregada

em conferências humanas. É o resultado natural de todas as pessoas serem

reconciliadas com Deus.

“Porque todos quantos fostes batizados em Cristo”

Paulo continuou escrevendo a estas pessoas, “porque todos quantos

fostes batizados em Cristo...”. A palavra “porque”, que inicia o versículo

27 mostra que o autor está dando uma razão por serem filhos de Deus

mediante a fé. O motivo exato por serem filhos de Deus é que foram batizados

em Cristo. Assim, ninguém pode ser um filho de Deus sem que tenha sido

batizado em Cristo. Aquele que ensina a doutrina de “somente fé” encontraria

pouco conforto no versículo 26 se se preocupasse com o versículo 27. A

passagem inteira mostra que o ensinamento da Bíblia de salvação pela fé envolve

muito mais do que dar um assentimento mental à verdade que é Jesus o Cristo.

Um filho de Deus é um cuja fé o levou a obedecer ao Senhor através do batismo

(cf. Marcos 16:16; Atos 2:38,41,47; 1 Pedro 3:21; Atos 22:16).

Amigo, ser um filho “de Deus mediante a fé” é ser “de Cristo”; é ser

“descendente de Abraão”; é ser “um em Cristo”; é ser “batizado em

Cristo”. São expressões equivalentes para as mesmas pessoas dadas no mesmo

contexto. Você não deseja se tornar um filho de Deus hoje?

–por Edward O. Bragwell

20 2004:1

O propósitodo Velho Testamento

ABíblia é dividida em duas partes principais. A primeira parte é chamada de

o Velho Testamento e contém 39 livros escritos durante um período de

aproximadamente 1.000 anos. O primeiro livro, Gênesis, começa com a

criação do mundo por Deus e traça a história do homem através dos tempos de

Noé, Abraão, Isaque, Jacó e José. O resto do Velho Testamento descreve,

principalmente, a história do povo israelita e os esforços de Deus para os guiar

através da sua Lei e dos seus profetas.

Hoje, é esperado que usemos o Velho Testamento para aprender mais sobre a

natureza de Deus e a necessidade de servi-lo. “Pois tudo quanto, outrora, foi

escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e

pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança” (Romanos 15:4).

Ao estudar a história israelita, podemos aprender da sua fé e as bênçãos que

Deus lhes deu quando eram obedientes. Da mesma forma, podemos aprender

da sua desobediência e das conseqüências que Deus pôs sobre eles quando

eram indiferentes, transigentes ou rebeldes. É esperado que façamos aplicações

espirituais positivas nas nossas vidas dos princípios encontrados aqui. “Estas

coisas lhes sobrevieram como exemplos e foram escritas para

advertência nossa...” (1 Coríntios 10:11).

No Velho Testamento, Deus deu um conjunto especial de leis à nação de Israel.

Esta Lei geralmente era chamada de “a Lei de Moisés”, já que Moisés recebeu de

Deus e entregou aos israelitas. A Lei mandava que eles fizessem certas coisas no

Ñ Para o Nosso EnsinoLições Valiosas do Antigo Testamento

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Andando na Verdade 21

seu serviço público e pessoal a Deus. Podemos aprender muitas coisas da Lei de

Moisés, mas há duas coisas principais que a Lei foi feita para ensinar:

ì Quando o homem desobedece a Deus é pecado. “Qual, pois, a razão

de ser da lei? Foi adicionada por causa das transgressões...” (Gálatas

3:19). “...em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do

pecado” (Romanos 3:20). Estes versículos explicam que a Lei de Moisés foi dada

para mostrar ao homem o quanto ele realmente é pecador. Em outras palavras,

Deus havia dito aos israelitas “faça” e “não faça” a respeito de muitas coisas, mas

eles freqüentemente desobedeciam e transgrediam sua Lei, não atingindo o

padrão de Deus. Sob a Lei, sacrifícios de animais foram oferecidos

continuamente a Deus como expiação pelo pecado, no entanto o sangue de

animais nunca foi um sacrifício adequado e permanente pelos pecados da alma

do homem. Assim, o mundo podia ver que algo mais era necessário para libertar

o povo dos seus pecados — um Salvador.

í O Cristo viria para sofrer pelos nossos pecados. Durante a época do

Velho Testamento, Deus revelou que o Messias nasceria no mundo e morreria

como sacrifício pelos pecados da humanidade. Deus disse a Abraão: “nela

serão benditas todas as nações da terra....” (Gênesis 22:18). Em outras

palavras, um dos descendentes de Abraão faria algo para abençoar o mundo

inteiro. Aquele descendente é identificado no Novo Testamento como Jesus

Cristo (Gálatas 3:16). Muitas profecias do Velho Testamento apontam para Cristo

como vindo para ser um sacrifício para nossos pecados. “Mas ele foi

traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas

iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas

pisaduras fomos sarados” (Isaías 53:5). “E cumpriu-se a Escritura que

diz: Com malfeitores foi contado” (Marcos 15:28).

Assim o Velho Testamento apontou os israelitas para Jesus de Nazaré,

fornecendo provas de que ele é “o Cristo, o Filho do Deus vivo”. O apóstolo

Paulo disse: “De maneira que a lei nos serviu de aio para nos conduzir

a Cristo, a fim de que fôssemos justificados por fé. Mas, tendo vindo a

fé, já não permanecemos subordinados ao aio” (Gálatas 3:24-25). Este

versículo explica que, quando Cristo e sua nova Lei de Fé vieram, nós não

permanecemos subordinados à Lei de Moisés que, na profecia e no paralelo,

apontaram para Cristo. A Velha Lei havia servido seu propósito. Agora devemos

seguir os mandamentos dados a nós no Novo Testamento pelo nosso Salvador

Jesus Cristo e seus apóstolos inspirados.–por Tom Rainwater

22 2004:1

Politicamente forte, moralmente corrupto

Acabe, rei de Israel

Acabe foi um rei politicamente forte e muito poderoso, mas muito fraco na

moralidade pessoal. Ele fez alianças com Fenícia, Judá e Síria e levantou

Israel como uma nação. No entanto, ele permitiu que sua esposa e rainha,

Jezabel, uma mulher estranha para Israel, tanto na nacionalidade quanto na

prática religiosa, promovesse idolatria em Israel. Isso provocou a ira de Deus e

levou à queda de Acabe. Ele juntou-se a sua rainha na prática de idolatria, no

entanto se humilhou diante de Deus ocasionalmente. Ele morreu em batalha em

853 a.C.

Israel invadido pelos siros

Podemos ler sobre como aconteceu a guerra entre Israel e a Síria, também

chamada de “Arã” (1 Reis 20:1-21). Ben-Hadade, o rei da Síria, fez uma

proposta, esperando que Acabe recusasse. Essencialmente, Síria exigiu que

Acabe pagasse tributo à Síria que consistia de tudo de valor em Israel. Acabe

teria que recusar isso, e seria o pretexto da Síria para guerra.

Pode ser que Ben-Hadade estava com medo que Israel estivesse ficando forte

demais, assim obrigando Acabe a lutar. Acabe deu sua resposta famosa: “Dizei

ao rei, meu senhor: Tudo o que primeiro demandaste do teu servo farei,

porém isto, agora, não posso consentir. E se foram os mensageiros e

deram esta resposta. Ben-Hadade tornou a enviar mensageiros,

dizendo: Façam-me os deuses como lhes aprouver, se o pó de Samaria

bastar para encher as mãos de todo o povo que me segue. Porém o rei

de Israel respondeu e disse: Dizei-lhe: Não se gabe quem se cinge como

aquele que vitorioso se descinge” (1 Reis 20:9-11). Isso foi uma resposta

corajosa, mas arrogante. Acabe avisou ao Ben-Hadade que não agisse como se

já houvesse ganho. Mas a arrogância de Acabe é vista no fato que ele não

buscou a ajuda de Deus.

Com a batalha marcada para começar, Deus interveio para que Israel soubesse

“que eu sou o Senhor” (1 Reis 20:13). Acabe fez como o profeta o instruiu, e

a Síria foi derrotada. Mas os siros tiveram uma idéia. Teria uma segunda batalha

(1 Reis 20:22-43). Os siros atribuíram corretamente a vitória de Israel ao seu

Deus. Julgando-o como o Deus apenas dos montes, eles decidiram atacar Israel

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Andando na Verdade 23

nas planícies (1 Reis 20:23,28). Novamente Acabe se preparou para a batalha

sem buscar a ajuda de Deus. Novamente Deus interveio, não por causa de

Acabe, mas porque os siros pensaram que ele era apenas “um deus dos

montes”. Os siros foram derrotados com grandes perdas. Acabe, confiando na

seu próprio juízo político, poupou Ben-Hadade e fez uma aliança com ele (1 Reis

20:32-34).

O Senhor ficou irado com Acabe por ter poupado Ben-Hadade. Deus predisse

que na próxima batalha, Ben-Hadade venceria e Acabe morreria. Acabe ficou

“desgosto e indignado” com a repreensão de Deus (1 Reis 20:42-43).

Há muito para aprendermos, hoje em dia, desta história. Algumas coisas para

você pensar a respeito:

Primeiro, Deus deve receber a glória que ele merece. Ele não é um Deus

apenas dos montes, mas do universo que ele mesmo criou. Os siros não tiveram

respeito suficiente pelo poder de Deus, e muitos hoje em dia também não têm!

Temo por aqueles que não reconhecem Deus e não lhe dão a glória correta na

suas vidas (1 Coríntios 1:24-25; Mateus 19:26; 22:29; Romanos 4:20-22).

Segundo, as coisas destinadas a destruição devem ser destruídas. Há

coisas que o cristão deve destruir em relação aos seus pecados, suas atitudes e

características perversas (Romanos 6:6; Gálatas 2:20; 5:24).

A vinha de Nabote

Acabe desejava a vinha de Nabote em Jezreel para usar como horta, e fez

uma oferta para trocar terrenos. Nabote recusou a oferta de Acabe, e o rei

ficou “desgostoso e indignado” (1 Reis 21:1-4). Jezabel planejou matar

Nabote e seus filhos (1 Reis 21:7; 2 Reis 9:26), acusando-o com falsa acusações

feitas por “homens malignos” que ela subornou. Nabote foi morto por crimes

pelos quais ele foi acusado falsamente, e com a sua morte, Acabe tomou posse

da sua vinha.

Deus mandou Elias para profetizar contra Acabe pela sua maldade. As

oportunidades de Acabe para se tornar uma pessoa melhor haviam acabado (1

Reis 21:17-24). A profecia consistia de três partes principais:

ì O sangue de Acabe seria derramado no mesmo lugar.

í A casa de Acabe seria destruída.

î Cães comeriam Jezabel.

24 2004:1

Acabe arrependeu-se e Deus adiou a destruição de sua casa até após a sua

morte (1 Reis 21:27-29). Novamente podemos ver algumas lições importantes

neste episódio da vida de Acabe:

Primeiro, não devemos ser tão fracos moralmente (como Acabe foi) que

se torna fácil para os injustos nos manipularem (como Jezabel fez) (1

Reis 21:25-26). Dá para entender que Acabe nunca ficou confortável com as

concessões que fez mas não estava disposto a tomar uma posição moral

corajosa (Mateus 6:24).

Segundo, Deus irá retribuir mal por mal. No final das contas, nenhum mal

fica sem pagar. Para homens e mulheres de fé, o preço foi pago por Jesus e aceito

por nós através da nossa obediência fiel. O preço foi o sangue de Cristo. Para os

sem fé, o preço será cobrado no julgamento final (Romanos 12:17,19; 2:5-6).

Israel e Judá invadem o território siro

Acabe pediu que o Rei Josafá de Judá os ajudasse em recapturar Ramote-

Gileade. Josafá concordou em ajudar Acabe mas pediu orientação profética

de Deus. Quatrocentos falsos profetas profetizaram sucesso. Micaías, um

verdadeiro profeta de Deus, predisse derrota e foi preso (1 Reis 22:5-8,27-28).

Na batalha resultante, os siros foram vitoriosos. Apesar de estar disfarçado,

Acabe foi morto por uma flecha perdida (1 Reis 22:34-37). Acabe morreu

corajosamente na batalha. Os cães lamberam o sangue de sua carruagem no

poço de Samaria, assim cumprindo uma parte da profecia de Elias (versículo 38).

A profecia inteira seria cumprida em breve.

Novamente, estamos lembrados de algumas coisas importantes para nós

também. A palavra de Deus é verdadeira e deve ser obedecida. Assim como

Acabe escolheu não acreditar em Micaías o profeta, podemos fingir que a Bíblia

não diz o que diz, preferindo alguma outra coisa, mas isso não muda a verdade

(João 8:31-32,44-45; 14:6; 17:17; 18:37).

De certas maneiras Acabe teve muito êxito. Ele ganhou algumas batalhas. Sua

nação prosperou durante seu reinado; ele é conhecido por construir cidades em

Samaria. Mas sua vida acabou tragicamente, e ele entrou na eternidade afastado

de Deus. Ele ouviu Jezabel demais e não ouviu Deus o suficiente. Ele foi um

rebelde orgulhoso em vida, mas agora o orgulho se foi. É um sucesso vazio nesta

vida que é seguido por derrota eterna! Deus foi paciente com Acabe. Não

precisava acabar daquele jeito. Não tem que acabar daquele jeito com nenhum

de nós!–por Jon W. Quinn

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Andando na Verdade 25

1 Coríntios 10:1-13; Hebreus 3:7-19

Coisas escritas para nosso exemplo

Ahistória do Velho Testamento claramente exibe que Deus sempre é fiel às

suas promessas. Também identifica os princípios da justiça que ele requer

de nós em Cristo. Com Abraão vemos a vida de fé, um que “Pela fé...

obedeceu, a fim de ir para um lugar que devia receber por herança; e

partiu sem saber aonde ia” (Hebreus 11:8). Com José ficamos sabendo

sobre a providência de Deus (Gênesis 45:5-8; 50:20). Com Elias aprendemos o

significado de coragem quando ele desafiou os profetas de Baal no Monte

Carmelo (1 Reis 18). Tais estudos fazem uma contribuição rica para o

entendimento da fidelidade na vida de um cristão. Vamos imitar a fidelidade

destas e outras pessoas notáveis do Velho Testamento (Hebreus 11).

O apóstolo Paulo usou a história do Velho Testamento para ensinar aos coríntios

a importância da fidelidade a Deus (1 Coríntios 10:1-13). Nos versículos 11 e 12

ele disse: “Estas coisas lhes sobrevieram como exemplos e foram

escritas para advertência nossa, de nós outros sobre quem os fins dos

séculos têm chegado. Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não

caia.” Verdadeiramente “tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso

ensino foi escrito” (Romanos 15:4). Vamos aprender estas lições da história.

Os cristãos podem ser rejeitados da mesma maneira que os israelitas, que

haviam recebido tantas bênçãos de Deus, foram rejeitados quando tornaram-se

infiéis. A abundância de bênçãos especiais não garantiram a aceitação

incondicional deste povo por Deus. O povo de Deus hoje são os receptores das

“suas preciosas e mui grandes promessas” (2 Pedro 1:4), mas isso não é

Ò O Poder de DeusEstudos no Novo Testamento

26 2004:1

uma garantia de salvação incondicional. Através do exemplo de Israel, os

coríntios foram avisados que a mesma coisa poderia acontecer com eles.

O contexto de 1 Coríntios 10 é crucial. A palavra “ora” (versículo 1) exige uma

conexão próxima com os dois capítulos anteriores. Capítulo 8 avisa-os a respeito

de exercitarem sem cuidado suas liberdades em Cristo. Capítulo 9 reforça isso

com o exemplo da auto-negação e abstenção do próprio Paulo. Ele reconheceu

a necessidade pela auto-disciplina “para que, tendo pregado a outros, não

venha eu mesmo a ser desqualificado” (1 Coríntios 9:27).

Considere a abundância das bênçãos de Deus sobre Israel. Ele libertou-os da

escravidão egípcia com sua mão poderosa. Paulo não quer que os coríntios,

muitos dos quais eram de descendência gentia, sejam ignorantes a respeito das

grandes lições da história de Israel. Os israelitas todos foram privilegiados para

serem “todos batizados, assim na nuvem como no mar, com respeito a

Moisés”. A palavra “todos” é repetida quatro vezes nos primeiros três versículos

de 1 Coríntios 10. Isso enfatiza que todo o povo judeu desfrutava do privilégio

grande do relacionamento de aliança com Deus. Este “batismo com respeito

a Moisés” colocou-os sob a obrigação de reconhecer sua comissão divina e

submeter-se à sua autoridade. Este ato voluntário sugere a disposição de

submeter-se a Moisés como o líder escolhido de Deus. De fato, ser um discípulo

de Moisés era considerado uma grande honra (veja João 9:28). Todos eles foram

privilegiados em receberem comida e bebida miraculosamente durante a viagem

longa pelo deserto, indo à terra prometida (Êxodo 16; 17; Números 20).

“Entretanto, Deus não se agradou da maioria deles, razão por que

ficaram prostrados no deserto” (1 Coríntios 10:5). Devemos ficar

impressionados com o contraste enfatizado aqui. Toda esta grande nação (talvez

até três milhões de pessoas) começou no mesmo nível de favor divino. Todos

começaram a viagem em direção a Canaã, a terra que manava leite e mel, com

a mesma libertação miraculosa. Todos comiam a mesma comida e bebiam a

mesma água, ambas de origem divina. Todos dividiam a mesma expectativa de

chegar a Canaã. No entanto, “Deus não se agradou da maioria deles”.

Todos, exceto dois, Josué e Calebe (Números 14:30), acima de vinte anos,

esqueceram a bondade de Deus e abandonaram Moisés e os mandamentos de

Deus. Todos, exceto dois desta enorme multidão, pereceram no deserto e não

receberam a recompensa da terra prometida. Um povo que fora o receptor das

bênçãos mais ricas de Deus agora estava espalhado no deserto pelo pecado.

Paulo cita um dos fracassos maiores e mais trágicos de uma geração inteira

Page 15: ì “não sabem discernir entre a mão direita e a mão ... · discernir entre a mão direita e a mão esquerda” (Jonas 4:11). O discernimento é uma característica de maturidade

Andando na Verdade 27

como aviso aos coríntios, e aos cristãos de todas as gerações depois, das

conseqüências horríveis da desobediência.

Apesar das bênçãos de Deus, Israel pecou e provou que era infiel. O que fizeram?

Ao aprender por que muitos de Israel falharam em entrar no descanso de Deus,

podemos evitar seus erros. Paulo mencionou algumas coisas específicas: ì Eles

desejavam coisas ruins (Números 11:4-35; Salmo 106:7,21). Seu conceito de

que Deus havia lhes preparado bênçãos nunca pareceu passar além do físico.

Cansaram do maná e queriam carne, melões, alhos silvestres e cebolas do Egito.

í Cometeram idolatria (Êxodo 32). Em vez de olhar para Deus em Canaã,

olharam de volta para o Egito (Atos 7:39) quando construiram um bezerro de

ouro e o adoraram. Deus ficou extremamente descontente e três mil foram

mortos. î Eles cometeram fornicação (Números 25:1-9), quando se prostituíram

com as mulheres de Moabe e adoraram seus idólos. Vinte e quatro mil morreram

numa praga. ï Tentaram o Senhor (Números 21:4-9). Eles tentaram a paciência

de Deus quando sairam do Monte Hor passando pelo caminho do Mar Vermelho.

Eles não queriam dar a volta por Edom e reclamaram, “a nossa alma tem

fastio deste pão vil”. Deus mandou serpentes abrasadoras para morderem as

pessoas e muitos morreram. ð Eles murmuram continuamente. Como resultado

do pecado, numa ocasião catorze mil e setecentos morreram (Números 16:41-

50). Isso foi logo após a morte dos duzentos e cinquenta que seguiram Corá

(Números 16:31-35). Uma geração que saiu do Egito com grande esperança

morreu durante quarenta anos de peregrinação no deserto, com exceção de Josué

e Calebe e aqueles que tinham menos de vinte anos. Por quê? Eles não podiam

entrar na terra prometida “por causa da incredulidade” (Hebreus 3:19).

Este exemplo da falha de Israel torna-se num aviso familiar aos Hebreus. “Hoje,

se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração como foi na

provocação, no dia da tentação no deserto” (Hebreus 3:7-19). Deus disse:

“Por isso, jurei na minha ira: não entrarão no meu descanso” (veja

Números 14:20-35). O escritor de Hebreus avisa: “Tende cuidado, irmãos,

jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso coração de

incredulidade que vos afaste do Deus vivo”. O perigo da apostasia era tão

real a estes cristãos hebraicos quanto fora para seus antepassados no deserto.

Esse perigo surge de um “perverso coração de incredulidade”. Mas é uma

tragédia desnecessária e evitável; pode ser evitada por todo cristão se manter o

coração com toda a diligência (Provérbios 4:23).

O perigo da apostasia é tão real hoje quanto era para os hebreus e os coríntios.

Deus tem abençoado tão ricamente seus filhos. Ele libertou-nos da escravidão

28 2004:1

do pecado (Romanos 6:16-23; Colossenses 1:13). Quão mais vil é esta

escravidão do que a escravidão de Israel no Egito! Ele permitiu que fôssemos

batizados em Cristo (Gálatas 3:27; Romanos 6:3-7). Ser unido com Cristo é a

maior honra. Deus, pela sua graça, nos guia através da sua palavra enquanto

caminhamos em direção a Canaã celestial onde nos é prometido “descanso”.

“Temamos, portanto, que, sendo-nos deixada a promessa de entrar no

descanso de Deus, suceda parecer que algum de vós tenha falhado”

(Hebreus 4:1). Só porque desfrutamos ricas bênçãos em Cristo não garante que

receberemos o “descanso” reservado aos fiéis.

Infelizmente, cristãos ignoram as lições do passado e cometem os mesmos

pecados hoje, apesar das bênçãos de Deus. Nós tentamos fazer uma concessão

nos nossos esforços ao tentarmos andar junto com o mundo e aprovarmos as

coisas que são aceitáveis socialmente. Fornicação e adultério são, com muita

freqüência, descobertos e tolerados na igreja (veja 1 Coríntios 5:4-13; Gálatas

5:19). Nós tentamos Deus quando colocamos em questão a necessidade de

aderir a “doutrina de Cristo” (veja 2 João 9-11). Tentamos torná-lo num deus

que aceita tudo e não condena nada, que ajunta-se com todo tipo de crença e

aqueles que a ensinam. Nós murmuramos e reclamamos quando sofremos,

assim falhando em dar lugar à disciplina de Deus (veja Hebreus 12:4-13;

Apocalipse 3:19). Pensamos que a única maneira de adorar a um ídolo é

colocando uma imagem de pedra ou metal precioso e nos inclinar diante dele.

Mas na verdade, idolatria é colocar outras coisas antes de Deus (veja Mateus

6:33). Como são os pensamentos de um homem tolo (Isaías 55:8-9) quando ele

procura justificar sua idolatria (veja 2 Crônicas 25:15; 28:22-23).

Nós não temos que cair. Paulo escreveu aos coríntios: “Aquele, pois, que

pensa estar em pé veja que não caia. Não vos sobreveio tentação que

não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados

além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos

proverá livramento, de sorte que a possais suportar” (1 Coríntios

10:12-13).

Nossas tentações sempre têm uma saída. Fidelidade é necessária e é possível.

“Por esta razão, importa que nos apeguemos, com mais firmeza, às

verdades ouvidas, para que delas jamais nos desviemos” (Hebreus 2:1).

Vamos nos esforçar para não cair como Israel, mas pela graça de Deus e pela

força de Cristo, vamos aprender que disciplina e domínio próprio podem ser

usados para superar, com sucesso, o mundo.–por Mickey Galloway

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Andando na Verdade 29

Um tolo e seu dinheiro“Nesse ponto, um homem que estava no meio da multidão lhe falou:

Mestre, ordena a meu irmão que reparta comigo a herança. Mas Jesus

lhe respondeu: Homem, quem me constituiu juiz ou partidor entre vós?

Então, lhes recomendou: Tende cuidado e guardai-vos de toda e

qualquer avareza; porque a vida de um homem não consiste na

abundância dos bens que ele possui” (Lucas 12:13-15).

Em algum lugar, muito provavelmente na Judéia, no outono do ano anterior

a sua morte, Jesus estava rodeado por uma agitada multidão de milhares

de pessoas que estavam pisoteando umas outras (Lucas 12:1). Com um

sentido de urgência, ele buscava preparar seus discípulos para os então

inimagináveis dias negros quando a única defesa deles contra uma perseguição

brutal seria temer somente a Deus e confiar nele para todas as coisas.

Este momento intenso, cheio de sinceras exortações sobre as coisas celestiais,

foi subitamente interrompido por uma solicitação que agitou bastante o ar no

qual se introduziu. Algum homem da multidão estava pedindo a Jesus que

interviesse numa disputa sobre uma herança. Pode-se imaginar que o silêncio

pairou pesadamente no ar durante algum tempo. Quando o Senhor respondeu,

foi uma forte repreensão.

O interrogador, evidentemente, não tinha ouvido nada do que o Senhor estava

dizendo. Seu coração estava totalmente preocupado com dinheiro para ter

qualquer interesse em coisas eternas. O que ele queria eram os serviços deste

influente mestre para cumprir sua agenda material. Seu erro não estava em

buscar o que não era seu por direito (ele não é acusado de injustiça), nem em

querer a ajuda de algum homem sábio e piedoso para julgar uma disputa familiar

(1 Coríntios 6:5). Seu problema repousava numa obsessão tão grande por coisas

materiais que ele poderia ficar em pé e ouvir as transcendentes palavras do Filho

de Deus e não ver nele nada mais do que um instrumento para suas próprias

ambições. Ele queria “usar” Jesus, e não segui-lo. Ele o viu, não como o

Salvador dos homens, mas como um juiz banal.

O Senhor não o apaziguou, e ele não nos apaziguará. Muitos de nós queremos

Jesus para resolver nossos problemas, e não para mudar nossos corações. Ele

não estava mais interessado no trabalho mundano que este homem tinha em

mente para ele do que estava em ser o rei do pão para alguns galileus carnais

(João 6:15). Ele tinha vindo para salvar os homens perdidos da destruição eterna

30 2004:1

(Lucas 19:10) e não tinha intenção de ajudar este homem a avançar na estrada

da ruína abaixo.

O homem que fez este pedido inconveniente devia ser lastimado. Ele pensava

que suas dificuldades terminariam se apenas pudesse pegar sua herança. Ele

estava convencido de que o problema era a avareza de seu irmão, quando era o

seu próprio amor às coisas que o estava matando. Mas Jesus o advertiu, e a

multidão ao redor, que ele era uma vítima dessa perversa filosofia (cupidez) que

diz que a vida de um homem consiste na “abundância de coisas que ele

possui”. Em resumo, o que se tem é o que se é. Esta idéia deles é perniciosa

pois quanto mais se busca engrandecimento pela acumulação de bens mais a

alma é faminta e mesquinha. Quanto maior a riqueza, maior o vazio espiritual.

A palavra que Jesus usa para “vida” aqui [em grego] é zoe, vida essencial, e não

bios, meio de vida (Marcos 12:44). Vivemos num mundo material e temos

necessidades materiais, a falta das quais pode ameaçar nossas vidas físicas; elas,

porém, não podem negar nem prover a verdadeira vida (Lucas 12:4-5). Jesus

nunca condenou a riqueza, nem de sua humilde circunstância jamais a invejou,

mas advertiu contra suas tentações sedutoras (Lucas 18:24-25; 16:13). Ele

preveniu contra confiar nela como a essência da vida. Isso, ele disse, os matará.

Paulo repetiu a advertência do seu Mestre em termos fortes: “Ora, os que

querem ficar ricos caem em tentação e cilada, e em muitas

concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens

na ruína e perdição. Porque o amor ao dinheiro é raiz de todos os

males...” (1 Timóteo 6:9-10). A cobiça é aquela doença espiritual que faz com

que um homem seja mais preocupado com o tempo do que com a eternidade,

e a ansiedade por esta vida afoga todo o interesse na vida futura.

Conforme George Buttrick observou, este é ensinamento revolucionário, e

mesmo quando repetimos fielmente a advertência do Senhor não cremos nele

muito profundamente. Ainda encontramos identidade e significado em nossas

posses materiais e nos sentimos despidos de importância quando elas são

reduzidas. Muitos de nós somos como este triste homem que se encontrou na

própria presença de Jesus sem uma indicação sobre o que era a vida. Passamos

nossos dias em reuniões de igrejas e aprendemos somente a servir a nós

mesmos. O homem de nosso texto necessitava, como freqüentemente

precisamos, ver-se como o cego simplório que ele era. Então, o Senhor mostrou-

lhe o espelho em sua Parábola do Rico Tolo (Lucas 12:16-21).

–por Paul Earnhart

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Andando na Verdade 31

Rico para com Deus“E lhes proferiu ainda uma parábola, dizendo: O campo de um homem

rico produziu com abundância. E arrazoava consigo mesmo, dizendo:

Que farei, pois não tenho onde recolher os meus frutos? E disse: Farei

isto: destruirei os meus celeiros, reconstruí-los-ei maiores e aí

recolherei todo o meu produto e todos os meus bens. Então, direi à

minha alma: tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa,

come, bebe e regala-te. Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te

pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? Assim é

o que entesoura para si mesmo e não é rico para com Deus” (Lucas

12:16-21).

Assim falou Jesus à multidão reunida que tinha acabado de ouvi-lo reprovar

um homem que não tinha visto nele mais do que um árbitro para uma

contenda por dinheiro familiar. “Cuidado com a cobiça,” ele disse; e então

contou a parábola acima para explicar o motivo. A Parábola do Rico Tolo é um

espelho para a alma.

O agricultor desta parábola não era algum homem pobre que conseguiu riqueza

subitamente. Ele já era rico quando uma grande colheita fez os seus já grandes

celeiros parecerem pequenos. Não há indicação de que nenhuma das riquezas

do agricultor tivesse sido mal ganha. Por tudo o que sabemos, ele ganhou cada

pedaço dela com trabalho duro e gerenciamento prudente. Esta história não é

sobre fraude. É sobre tolice. O agricultor, que tinha sido tão hábil gerindo sua

propriedade, tornou-se um simplório ao gerir a vida. Ele cometeu algumas tolices

muito óbvias.

Primeiro de tudo, ele cometeu o engano de pensar que era o proprietário de sua

riqueza. “Minhas colheitas”, “meus bens”, “meus celeiros” e até “minha alma”, ele

disse. Que arrogância! Que ingratidão! Como se ele, e somente ele, tivesse

conseguido tudo isso. Não há nenhuma palavra pronunciada de agradecimento

ao grande Deus que nos dá “do céu chuva e estações frutíferas, enchendo

os vossos corações de fartura e de alegria” (Atos 14:17), para não falar de

“vida, respiração e tudo o mais” (Atos 17:25). Em qualquer tempo em que

pensarmos que merecemos as coisas que estamos usando, far-nos-ia bem verificar

a relação da terra ou da casa em que estamos. Somos todos inquilinos aqui.

A segunda tolice foi pensar consigo mesmo sobre que disposição ele deveria dar

a suas bênçãos inesperadas (12:17). Ele deveria ter consultado Deus porque o

32 2004:1

mundo e toda a sua plenitude são dele (Salmo 50:12). Mas isso nunca lhe

passou pela cabeça. Nem ele pensou nos celeiros vazios das pessoas pobres e

lutadoras para quem suas sobras teriam significado livramento. Ele só pensou

em si mesmo.

Sua terceira tolice está em supor que o que ele pudesse colocar num celeiro

fosse tudo o que ele precisava. Olhando sobre toda sua abundância, ele disse

consigo mesmo: “Consegui fazer!” Ele pensava que estas coisas significavam

conforto assegurado, felicidade e segurança. Admiramo-nos sobre em que

mundo ele vivia. Como agricultor, praga, seca, inundação e roubo não lhe eram

estranhos. É preciso cegueira incomum para imaginar que haja qualquer

segurança em coisas materiais (Mateus 6:19). Mas é preciso estupidez ainda

maior para imaginar que espíritos formados à imagem do Eterno possam jamais

ficar satisfeitos e realizados com a mera matéria, mesmo que ela fosse eterna

(Eclesiastes 5:10-11; 6:7). Fomos feitos para “o Deus vivo” (Salmo 42:2; Atos

17:26-28) e a vida provém do coração, não do banco (Provérbios 4:23).

Finalmente, nosso agricultor “bem sucedido” esqueceu-se do tempo e da morte.

Ele estava pensando em muitos anos, mas Deus disse que não seria nem mais

um dia. Sua riqueza foi para um lado e ele foi para outro. Não há bolso numa

mortalha. Salomão fala freqüentemente desta verdade em Eclesiastes.

“Também aborreci todo o meu trabalho, com que me afadiguei debaixo

do sol, visto que o seu ganho eu havia de deixar a quem viesse depois

de mim. E quem pode dizer se será sábio ou estúpido?” (Eclesiastes 2:18-

19). Não há tolice imperdoável maior do que planejar a vida sem considerar a

morte, e construir a vida sobre coisas que a morte certamente tirará. A evidência

de nossa mortalidade e incerteza da vida não é apenas premente, é irresistível.

Nenhuma verdade sobre nós mesmos é tão evidente como o fato de que vamos

morrer, e morrer em algum tempo imprevisível. E a única coisa que sobreviverá

à morte é uma relação segura com Deus. Deveremos, portanto, derramar todas

as nossas vidas e tesouros para ele, amontoados, comprimidos, transbordando.

Diz-se que Alexandre o Grande pediu para ser enterrado com suas mãos

colocadas de tal modo que todos poderiam ver que elas estavam vazias. É

também relatado que, quando a cripta do Imperador Carlos Magno foi aberta,

ele foi encontrado sentado em seu trono, uma figura agora só ossos, apontando

para um texto em uma Bíblia aberta: “Que aproveita ao homem, ganhar o

mundo inteiro e perder a sua alma?” (Marcos 8:36). É uma pergunta muito

boa.–por Paul Earnhart

Page 18: ì “não sabem discernir entre a mão direita e a mão ... · discernir entre a mão direita e a mão esquerda” (Jonas 4:11). O discernimento é uma característica de maturidade

Andando na Verdade 33

Momentos na vida de Cristo

Você é salvo?J

esus pregava de vila em vila, quando um homem lhe perguntou: “Senhor,

são poucos os que são salvos?” (Lucas 13:23). Essa é uma pergunta

interessante. Muitos perguntam quantas pessoas serão salvas. Em outras

ocasiões, Jesus disse que haveria apenas poucas (Mateus 7:13-14). Mas desta

vez, ele não responde à pergunta. Jesus revê a questão em vez de dizer quantos

serão salvos. Jesus diz: “Esforçai-vos por entrar” (Lucas 13:24). Na verdade,

não importa muito quantos serão salvos. O importante é se sou salvo ou não. Se

99% do mundo fosse salvo, mas eu não, eu não estaria lucrando com isso. E se

somente 5 pessoas fossem salvas e eu fosse uma delas, o dia do juízo seria de

grande alegria para mim. Assim, Jesus insistiu que o homem se esforçasse por

entrar. A palavra esforçar significa aplicar intenso esforço. Era a palavra usada

em referência ao esforço do atleta para ganhar. O céu não é algo que devemos

buscar com desânimo; é algo para ser buscado com vigor.

Jesus apresenta quatro motivos, em Lucas 13:23-30, por que devemos nos

esforçar para ser salvos.

ì Muitos tentarão e não conseguirão. Nem todos que desejam ir para o céu

ou mesmo tentam chegar lá conseguirão. Esse é o príncipio que explica o grande

esforço do atleta. Nem todos ganham a corrida.

í Jesus avisou que existe um prazo. Após se fechar a porta da salvação, ela

jamais será reaberta.

î Alguns pensam estar salvos sem verdadeiramente estarem . Essa

possibilidade aterradora deveria motivar-me a me certificar cuidadosamente da

minha salvação.

ï As conseqüências são espantosas. Ou seremos lançados em horrenda

agonia, ou desfrutaremos a mesa do jantar no céu. “Esforçai-vos por entrar...”

–por Gary Fisher

Na Internet, você encontrará (grátis):

! Centenas de estudos de diversos textos e assuntos

! Ferramentas de busca para facilitar suas pesquisas

! Respostas a centenas de perguntas bíblicas

www.estudosdabiblia.net34 2004:1

Entendendo o bom livro

Vou começar sugerindo três afirmações com as quais acredito que a maioria

das pessoas que acreditam que a Bíblia é a palavra de Deus concordarão,

pelo menos até certo ponto.

ì Deus nos deu um livro que podemos entender (Efésios 3:4; 5:17). Se não

podemos, então por que ele nos mandou entendê-lo? Por que ele nos diria que

podemos entendê-lo se não podemos?

í Temos que ter entendimento deste livro para sermos agradáveis a

Deus (Mateus 24:39). Jesus ilustrou o destino daqueles que falham em entender

hoje usando aqueles que falharam em entender na época de Noé.

î Muitos não entendem. Jesus descreveu isso como estar no caminho

largo (Mateus 7:13-14). Se as pessoas podem entender a Bíblia, mas não

entendem, então a culpa é delas.

Aceitando o desafio paraconhecer melhor a palavra de Deus

Devemos desejar conhecer a Bíblia. Por que isso é uma coisa boa para

conhecer?

Primeiro, a pessoa deve conhecer a vontade de Deus para poder aplicá-la na sua

vida. Isso é verdade bem no começo da nossa jornada na fé (Romanos 10:13-17;

1 Pedro 2:1-3). Isso também é verdade durante a vida de um discípulo (João

8:31-32). Talvez não conhecemos (nem podemos conhecer) todos os caminhos

e a mente de Deus, mas podemos conhecer sua vontade para nossas vidas e

regozijarmos (Romanos 11:33-36; 1 João 3:18-19).

Também, nossa salvação depende do nosso conhecimento das Escrituras. Isso

Ó Desafios e DúvidasCrescendo em Conhecimento e Fé?

Page 19: ì “não sabem discernir entre a mão direita e a mão ... · discernir entre a mão direita e a mão esquerda” (Jonas 4:11). O discernimento é uma característica de maturidade

Andando na Verdade 35

sempre foi verdade (Oséias 4:6). Mesmo aqueles que tem zelo para Deus ainda

precisam de conhecimento (Romanos 10:1-3; Atos 17:30-31).

Além disso, nós podemos fazer mais para Jesus se conhecermos a Bíblia melhor.

Ele fez tanto por nós (2 Coríntios 8:9). A falta de conhecimento irá prejudicar

nosso relacionamento com o Senhor assim como nossa capacidade de trabalhar

com ele e chegar às sua metas. Por causa da ignorância, alguns que procuravam

servir a Deus acabaram pecando contra ele! (2 Coríntios 2:8-11; 1 Timóteo 1:13).

Então, nós precisamos determinar nos nossos corações que iremos procurar

conhecer melhor o caminho de Deus. Isso requer comprometimento. Como o

salmista disse: “Entrega o teu caminho ao SENHOR, confia nele, e o mais

ele fará” (Salmos 37:5). Tal dedicação será recompensada nesta vida e na

próxima (2 Timóteo 2:12-13).

Dedicar um tempo

Passar tempo com a palavra de Deus é necessário para conhecê-la e crescer

nela. Lembre-se de Efésios 3:4 – “pelo que, quando ledes, podeis

compreender o meu discernimento do mistério de Cristo....” Qual

freqüência é o suficiente para passar tempo com a palavra? Não sei se posso dar

uma resposta definitiva, mas eu sei disso: discípulos, nobres na mente e nas

metas, prontos para conhecerem o caminho de Deus no primeiro século

responderiam a pergunta falando: “Nós achamos que é bom passar tempo com

as Escrituras todos os dias” (cf. Atos 17:11). Também sei que Deus apreciou seus

esforços, e os recompensou de acordo. Ele nos recompensará também.

Não deixe sua armadura espiritual ter fendas (Efésios 6:13,15). Use um tempo

para conhecer e fazer como a perfeita lei da liberdade nos aconselha (Tiago 1:21-

23).

“Eu não tenho tempo” não será satisfatório. Nunca foi. Isso foi uma coisa que

Marta precisava aprender, e Jesus deixou este ponto bem claro. Não se distraia

tanto a ponto de falhar em dedicar o tempo necessário ao seu crescimento na

palavra e acabar perdendo a alma! (Lucas 10:38-42).

A necessidade de ver

Podemos nos permitir a ficarmos cegos à verdade. Às vezes, o problema não

a falta de estudo, mas a atitude. Jesus disse: “Por isso, lhes falo por

parábolas; porque, vendo, não vêem; e, ouvindo, não ouvem, nem

entendem. De sorte que neles se cumpre a profecia de Isaías: Ouvireis

com os ouvidos e de nenhum modo entendereis; vereis com os olhos e

de nenhum modo percebereis. Porque o coração deste povo está

endurecido, de mau grado ouviram com os ouvidos e fecharam os

olhos; para não suceder que vejam com os olhos, ouçam com os

36 2004:1

ouvidos, entendam com o coração, se convertam e sejam por mim

curados” (Mateus 13:13-15; veja João 5:39-40). Essas pessoas foram dedicadas

às Escrituras, mas não ao Messias do qual falavam. Foram cegadas pelos seus

próprios preconceitos e opiniões (João 8:43).

Líderes religiosos, teólogos e estudiosos não são a resposta. Não há como

substituir a investigação pessoal por uma alma cheia de vontade de conhecer a

vontade de Deus e agradá-lo. A quantidade de tempo dedicada ao estudo da

palavra não importa se o coração não estiver certo (Mateus 15:14; João 16:2).

Há conseqüências tristes em permitir a nós mesmos que sejamos cegados (2

Coríntios 4:3-4). Também temos que lembrar que as pessoas não precisam

permanecer na escuridão. Após explicar porque alguns continuariam “cegos”

devido às suas próprias atitudes péssimas, Jesus disse aos que procuravam

honestamente, “Bem-aventurados, porém, os vossos olhos, porque vêem;

e os vossos ouvidos, porque ouvem” (Mateus 13:16).

O Novo Testamento diz: “De novo, lhes falava Jesus, dizendo: Eu sou a

luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário,

terá a luz da vida” (João 8:12). Viver na escuridão é continuar perdido. Chegar

à luz é receber a vida eterna (João 3:19-21).

Entender a palavra de Deus é possível para aqueles que desejam fazer isso e que

estão dispostos a se esforçarem e a deixarem de lado as desculpas. Essa é a

única maneira de conseguir chegar à glória do trono de Deus na eternidade,

partindo de onde você está agora. É muito fácil ficarmos tão cativados pelo

mundo que negligenciamos esse aspecto muito importante das nossas vidas.

As Escrituras de Deus nos falam de Jesus como nosso Salvador, do seu sacrifício

pelos nossos pecados, do seu amor por nós e do seu retorno para levar seu povo

para casa. Também nos contam o que é necessário para alcançarmos a vitória.

Nós somos capazes de entender “o Bom Livro” e de ver que ele realmente é

bom, como é boa a recompensa que Deus tem para aqueles que si dedicarem

a aprender e viver pelas suas palavras.–por Jon W. Quinn

Por trás da Reforma Protestante

AReforma Protestante começou em 1517, quando Martinho Lutero divulgou

suas 95 Teses em Wittenberg, Alemanha. O que levou ao movimento é mais

complexo. O movimento foi condicionado pelos fatores políticos, sociais,

Page 20: ì “não sabem discernir entre a mão direita e a mão ... · discernir entre a mão direita e a mão esquerda” (Jonas 4:11). O discernimento é uma característica de maturidade

Andando na Verdade 37

econômicos, morais e intelectuais. Mas, acima de tudo, foi um movimento

religioso liderado por homens interessados em uma reforma verdadeira do

cristianismo.

O declínio do poder papal

Osurgimento de monarquias nacionais nos séculos XIII a XV veio às custas

do poder do papado. Este fato é ilustrado pela luta do Papa Bonifácio VIII

com o rei da França, que resultou na humilhação e morte precoce do papa

em 1303. O papado subseqüentemente estava localizado em Avinhão, França

durante um período de aproximadamente 75 anos, conhecido na história como

o Papado de Avinhão ou o Cativeiro Babilônico da igreja (1303-1377). Durante

aquele tempo o papa foi dominado pela monarquia francesa. Esforços de

restaurar o papado para Roma apenas provocaram, inicialmente, uma divisão,

conhecida como o Grande Cisma. Papas rivais alegaram legitimidade até a

situação finalmente se resolver em 1417.

Acontecimentos tão escandalosos na alta liderança da Igreja Católica Romana

levaram ao aumento de corrupção e à perda de confiança na igreja. Muitos

questionaram a autoridade absoluta reivindicada pelo papa. Outros clamavam

cada vez mais por uma reforma da igreja nos “líderes e membros”.

Corrupção moral na liderança da igreja

Os anos antes da Reforma Protestante também foram marcados pela

corrupção moral e o abuso de posição na igreja Católica Romana. O

sacerdócio era culpado de vários abusos de privilégios e responsabilidades,

inclusive simonia (usar as próprias riquezas ou influência para comprar uma

posição eclesiástica), pluralismo (ocupar vários cargos simultaneamente) e

absentismo (a falha em residir na paróquia onde deviam administrar). A prática

do celibato que foi imposta pela igreja no sacerdócio muitas vezes era abusada

ou ignorada, levando a conduta imoral por parte do clero. Padres ignorantes com

mentes mundanas corromperam suas posições pela negligência e abuso de

poder.

Durante o século XV, o mundanismo e a corrupção na igreja chegou ao pior. O

problema da corrupção chegou até o papado.

Entre aqueles que pediam uma reforma da igreja estava o domiciano Giralamo

Savonarola (1452-1498) de Florença, Itália. Este pregador impetuoso falou

contra os morais corruptos dos líderes da cidade e dos abusos do papado. O

povo foi ganho pela causa de Savonarola em Florença, mas devido a rivalidades

religiosas e circunstâncias políticas, o movimento durou pouco. Savonarola foi

enforcado e queimado por heresia em 1498.

38 2004:1

Primeiros movimentos religiosos da Reforma

Durante o final da Idade Média surgiram vários movimentos que desafiaram

algumas das doutrinas básicas da Igreja Católica Romana. Muitos destes

movimentos foram oficialmente condenados pela igreja como heresias e

foram severamente oprimidos.

Os Albigensianos surgiram no sul da França no final do século XII e início do

século XIII. Os Albigensianos (também chamados de Catari) seguiam um

dualismo rigoroso semelhante ao antigo gnosticismo. Eles defendiam o Novo

Testamento como o único padrão de autoridade — um desafio à autoridade

alegada pelo papa. A seita tornou-se o objeto de uma campanha terrível de

perseguição quando o Papa Inocêncio III lançou uma cruzada contra eles em

1204.

Um movimento conhecido como os Waldensianos provavelmente foi fundado no

século XI por Pedro Waldo. Pregadores viajantes conhecidos como os Homens

Pobres de Lyons enfatizaram o estudo e a pregação da Bíblia. Traduziram o Novo

Testamento para a língua comum do povo, rejeitaram as doutrinas católicas do

sacerdócio e purgatório, e defenderam à volta às Escrituras como a única

autoridade na religião.

Na Inglaterra, João Wiclif (1324-1384), um professor bem-conhecido da Oxford,

também desafiou a autoridade do papado. Durante o Papado de Avinhão, ele

argumentou que todo o domínio legítimo vem de Deus e é caracterizado pela

autoridade exercida por Cristo na terra – não de ser servido mas sim, de servir.

Durante o Grande Cisma, Wiclif ensinou que a verdadeira igreja de Cristo, em vez

de consistir em um papa e hierarquia da igreja, é um corpo invisível dos eleitos.

Ele promoveu o estudo das Escrituras sobre a tradição da igreja. E ensinou que

as Escrituras devem ser colocadas nas mãos dos eleitos, e na sua própria língua.

Assim Wiclif fez uma tradução inglesa em aproximadamente 1384.

No fim, Wiclif foi condenado por heresia, mas sua influência continuou. Seus

seguidores, chamados de lolardos espalharam seus ensinamentos como um

movimento oculto na Inglaterra. Rejeitaram a doutrina da transubstanciação, a

veneração de imagens, o celibato do clero e outras doutrinas católicas como

abominações. Foram uma influência importante na Inglaterra na véspera da

Reforma Protestante.

Uma outra voz precoce clamando pela reforma foi a de João Hus (1369-1415),

um pregador e estudioso boêmio. Influenciado pelos escritos de Wiclif, Hus

argumentou que a verdadeira igreja não era a instituição como definida pelo

catolicismo, mas o corpo dos eleitos sob a liderança de Cristo. Ele insistiu que

a Bíblia é a autoridade final pela qual o papa e qualquer cristão será julgado. Hus

foi queimado por heresia em 1415, aproximadamente um século antes da

Page 21: ì “não sabem discernir entre a mão direita e a mão ... · discernir entre a mão direita e a mão esquerda” (Jonas 4:11). O discernimento é uma característica de maturidade

Andando na Verdade 39

resistência de Lutero em Wittenberg. O movimento Husita continuou a crescer

depois da morte do seu líder, preparando o caminho para a Reforma Protestante.

Religião, movimentos místicos e pietistas

No final da Idade Média uma forma de misticismo religioso surgiu na

Alemanha. Muitos dos místicos, como Meister Eckhart, enfatizaram temer

o divino através da contemplação mística, em vez de através de uma

abordagem racional à religião.

Outros, como Gerhard Groote, ensinaram uma abordagem mais prática ao

cristianismo. Groote fundou os Irmãos da Vida Comum como um esforço de

chamar seguidores a uma devoção e santidade renovadas. Seguiram a devotio

moderna, uma vida de devoção disciplinada centralizada em meditar na vida de

Cristo e seguir a mesma. A obra de mais influência desta escola de pensamento

foi A Imitação de Cristo, escrita por Thomas à Kempis. Quando não se

opuseram à igreja católica ou à hierarquia, o movimento criticava a corrupção

da igreja. Seu ênfase no relacionamento pessoal com Deus parecia minimizar o

papel da função sacramental da igreja. Escolas fundadas pelos Irmãos

enfatizavam escolaridade e devoção e tornaram-se centros para a reforma.

Muitos dos líderes da Reforma Protestante foram influenciados pelos seus

ensinamentos.

O Renascimento

ORenascimento (ou Renascença) foi um movimento que constituiu a

transição do mundo medieval para o mundo moderno. Começou no

século XIV na Itália como resultado de um interesse renovado na cultura

clássica ou humanística da Grécia e Roma. Estudiosos do Renascimento

estudaram antigos manuscritos recuperados de um mundo que era

decididamente mais secular e individualístico do que religioso e unido. Os artistas

do período enfatizaram a beleza da natureza e do homem. A religião no

Renascimento tornou-se menos importante conforme os homens voltaram sua

atenção ao prazer do aqui e agora.

O Renascimento afetou os papas do período. Muitos dos “Papas do

Renascimento”, como Júlio II (1441-1513), eram humanistas mais interessados

na cultura clássica e arte do que em assuntos espirituais. Alguns, como

Alexandre VI (1431-1503), viveram vidas notoriamente malvadas e escandalosas.

Leão X (1475-1521), o filho de Lorenzo de’Medici e papa quando Martinho

Lutero afixou as 95 Teses, uma vez disse que Deus lhe deu o papado, então ele

ia “aproveitar”.

O Renascimento contribuiu para a Reforma de outras maneiras mais positivas.

A invenção da prensa de impressão móvel por Johann Gutenberg, em

40 2004:1

aproximadamente 1456, forneceu um meio para a divulgação de idéias.

Estudiosos do Renascimento ao norte dos Alpes dividiram muitos dos mesmos

interesses – uma paixão pelas fontes antigas, uma ênfase no ser humano como

indivíduo e uma fé nas capacidades racionais da mente humana. No entanto,

esses “cristãos humanistas do norte” estavam menos interessados no passado

clássico do que no passado cristão. Eles aplicaram as técnicas e os métodos do

humanismo do Renascimento no estudo das Escrituras nas suas línguas

originais, assim como o estudo dos “pais da igreja” como Augustinho. Sua

preocupação principal com os seres humanos era pelas suas almas. Sua ênfase

era étnica e religiosa em vez de estética e secular.

O resultado desta ênfase era um interesse num retorno às Escrituras e a

restauração do cristianismo primitivo. Os humanistas bíblicos apontaram os

maus na igreja da sua época e pediram uma reforma interna. Talvez quem teve

mais influência foi Disidério Erasmo (aproximadamente 1466-1536). Conhecido

como o “príncipe dos humanistas”, Erasmo usou sua ampla escolaridade para

desenvolver um texto do Novo Testamento em grego, baseado em quatro

manuscritos gregos que estavam disponíveis para ele. Como a ajuda da prensa

de impressão, Erasmo publicou o texto grego do Novo Testamento em 1516. A

capacidade de estudar a Bíblia na sua língua original encorajou uma comparação

mais precisa da igreja dos seus dias com a igreja do Novo Testamento. Martinho

Lutero, por exemplo, usou imediatamente o texto grego de Erasmo. Ele logo

percebeu que a interpretação da Vulgata Latina em Mateus 4:17 de “pagar

penitência” mais precisamente seria “arrepender-se”. Tal conhecimento

contribuiu para uma percepção crescente de que o sistema sacramental não era

apoiado pelas Escrituras.

Assuntos doutrinárias e autoridade religiosa

Oassunto imediato que levou Lutero a afixar suas 95 propostas para debate

em 1517 foi o abuso do sistema católico romano de indulgências. A

doutrina de indulgências, inicialmente formulada no século XIII, era

associada com o sacramento de penitência e a doutrina do purgatório. Enquanto

acreditava-se que o sacramento fornecia perdão dos pecado e do castigo eterno,

acreditava-se que havia uma satisfação temporal que o pecador arrependido teria

que cumprir nesta vida ou no purgatório. A indulgência era um documento que

a pessoa podia comprar por uma certa quantia de dinheiro que a livraria da

punição temporal do pecado. Acreditava-se que os méritos excedentes de Cristo

e dos santos seriam guardados numa “tesouraria de mérito” celestial da qual o

papa podia tirar méritos para o benefício dos vivos. Em 1517 o dominicano

Johann Tetzel estava vendendo uma indulgência plena especial (prometendo o

perdão completo dos pecados) para conseguir dinheiro para a igreja. Metade do

dinheiro seria dada ao Arcebispo Alberto, a quem o papa havia dado uma

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Andando na Verdade 41

dispensa especial para ocupar dois cargos. O resto ajudaria a financiar o término

do catedral de São Pedro em Roma. O protesto de Lutero inicialmente era contra

o que via como o abuso do sistema de indulgências. Também era um desafio à

autoridade papal que tornava tais abusos possíveis.

Depois de um tempo Lutero rejeitou todo o sistema sacramental católico

romano. Mais do que qualquer outro fator, suas conclusões surgiram de seu

estudo intensivo da Bíblia. A partir de aproximadamente 1513 até 1519 Lutero

discursou sobre as Escrituras na Universidade de Wittenberg. Ele estava convicto

de que a Bíblia era a única autoridade verdadeira na religião (sola scriptura), em

oposição ao papa ou um conselho geral da igreja. Através do seu estudo ele

percebeu que muitos dos aspectos do sistema teológico da Igreja Romana não

eram baseados nas Escrituras. Lutero acreditava que havia resgatado a

verdadeira essência do cristianismo nos seus ensinamentos de que a salvação é

pela graça através da fé em Cristo (sola fide), e não através de um sistema de

obras como manifestado no sistema sacramental católico. Ele desafiou o

conceito católico do sacerdócio com a declaração de que o Novo Testamento

ensinava o sacerdócio de crentes.

Enquanto muitos outros fatores se combinaram para tornar a Reforma

Protestante possível, acima de tudo era a crença dos reformadores em voltar

à autoridade única da Bíblia que definiu o movimento. A que ponto

conseguiram em fazer uma verdadeira reforma pode ser julgado pelo quanto

aderiram a esse princípio.–por Dan Petty

O desejo de agradar a DeusN

ossa época é uma de análise e descoberta. Os homens não se contentam

em saber que alguma coisa acontece. Eles têm que saber por quê.

Por isso, muitos dos nossos problemas sociais estão recebendo explicações

psicológicas. Conseqüentemente dizem que ficar bêbado, roubar e matar são

doenças psicológicas. É apenas natural que o comportamento religioso também

seja explicado com base sociológica e psicológica. Por isso, pode ser mostrado

que os desvios na maioria dos períodos de inovação vêm das classes de pessoas

mais ricas. A tendência é virem das classes superiores. A tentação é dizer que os

ricos são maus e os pobres são bons. No entanto, uma suposição dessas seria

altamente injustificada. Então o que estamos dizendo é que devemos tomar

muito cuidado com a maneira que empregamos a psicologia e a sociologia na

religião.

42 2004:1

A fidelidade de Jó

Antropólogos sempre buscaram colocar o comportamento religioso

exclusivamente em aspecto de necessidades sociológicas. Há uma

necessidade psicológica e sociológica para a religião; no entanto estas

explicações, ou apenas estas necessidades, não explicam comportamento

religioso. Há muitas exceções às explicações sociológicas comuns para a

religião. Por exemplo, como poderíamos justificar a piedade de Jó numa base

sociológica ou psicológica? Ele não era justo porque era pobre visto que também

era justo quando era rico. Sua posição social não fez nenhuma diferença na sua

justiça. Pense sobre sua situação psicológica. Lá ele esteve, com tudo. Aí, de

uma vez, tudo foi tirado dele. Psicologicamente Jó foi colocado numa situação

muito difícil. Todas as explicações psicológicas para o comportamento de Jó e

para sua confiança em Deus foram tiradas. Jó admitiu que ele não sabia porque

Deus havia trazido tal infortúnio sobre ele. Mas ele permaneceu fiel a Deus. Por

quê? Por que havia tantas personagens religiosas na Bíblia que eram fiéis a

Deus? Porque amavam a Deus e desejavam servi-lo.

Razões para a justiça

Agora quando olhamos as divisões religiosas sobre o uso de música

instrumental ou o sustento de instituições humanas pela igreja, vemos que

muitas pessoas de classes mais altas e mais ricas se afastam e pessoas de

classes mais baixas tendem a permanecer fiéis, Assim, pensarmos que seu

comportamento respectivo era meramente devido a posições financeiras e

sociais e deixamos de fora a parte mais importante – a justiça diante do Senhor:

“Se me amais, guardareis os meus mandamentos” (João 14:15). Havia

pessoas ricas que se opuseram aos instrumentos e outras inovações. Não

muitas, mas algumas sim. Por quê? Porque amavam Deus e desejavam guardar

seus mandamentos. Sem dúvida era mais fácil para a classe mais baixa, as

pessoas mais pobres, resistir a estas inovações, simplesmente porque não

tinham o dinheiro para adotá-las; e seus gostos costumavam ser mais simples,

mais conservadores e mais rígidos. Mas justificar sua oposição deixaria de fora

a parte mais importante da justiça: “Se me amais, guardareis os meus

mandamentos”. É por isso que Abraão rico, Lázaro pobre, Jó rico, Jó pobre,

Davi rico, Elias pobre, José de Arimatéia rico e João Batista pobre serviram a

Deus. Eles tinham quase nada em comum sociológica ou psicologicamente, mas

tinham uma coisa em comum – eles amavam Deus e desejavam servi-lo. Então

é óbvio qual influência é a maior – o desejo de servir a Deus ultrapassa as

barreiras sociológicas e psicológicas.

Page 23: ì “não sabem discernir entre a mão direita e a mão ... · discernir entre a mão direita e a mão esquerda” (Jonas 4:11). O discernimento é uma característica de maturidade

Andando na Verdade 43

Necessidade pela religião

Isso nos leva a uma outra pergunta: E a necessidade pela religião? “Algumas

pessoas precisam e outras não.” Esta afirmação deixa muito a desejar. Uma

outra afirmação quase certa da idéia seria que algumas pessoas sentem a

necessidade pela religião e outras não; mas todos os homens precisam da

religião. Os homens, reconhecendo ou não, precisam da Bíblia; e, reconhecendo

ou não, precisam tomar muito cuidado para obedecerem a Deus. Devemos

lembrar que, muitas vezes, há uma grande diferença entre o que precisamos e

o que achamos que precisamos.

“Pregue o evangelho a toda criatura”

Éverdade que as pessoas têm tipos diferentes de mentes. Estas diferenças

são devidas à herança e ao ambiente. Estas mentes desejam tipos

diferentes de religiões, tipos diferentes de atividades mentais. Dizem que

não é a missão do evangelista atormentar aqueles de mentes e necessidades

diferentes a aceitarem algo que não querem. Isso é verdade. Já aconteceu antes,

e o resultado tem sido membros meio-convertidos. No entanto, há uma

tendência de levar esta idéia longe demais e usarmos como uma desculpa para

não tentarmos converter interessados improváveis. Em outras palavras, apenas

converter as almas que “caem do céu”. Mas lembre-se que em Mateus 13 havia

tipos diferentes de corações (mentes) e apenas um tipo de mente deu frutos

verdadeiros. Apesar disso, a semente foi semeada para todos os corações. O

coração que precisava e sabia que precisava da palavra e que a aceitou era o

coração que deu frutos. Os outros corações, no fim, foram rejeitados.

Esta é a maneira que devemos proclamar o evangelho hoje. “E disse-lhes: Ide

por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for

batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado” (Marcos

16:15-16). Também vamos tomar cuidado em falar sobre o tipo de mente que

precisa da religião bíblica para não deixarmos a impressão de que não tem

problema se precisarmos dela, assim como não tem problema se não

precisarmos dela. Não devemos dar a impressão de que, se a pessoa, por acaso,

não tenha a herança e o ambiente certo para criar o tipo certo de disposição

mental, então a conversão é impossível. Atitudes podem mudar. Afinal, não é

disso que a conversão trata?–por Bob Waldron

44 2004:1

Do céu ou dos homens?

O Modo do BatismoNa Bíblia Nas Igrejas Atuais

Imersão

Significado da palavra

grega: imergir, mergulhar

Exemplos no N.T. (Mc 1:9-

10; Jo 3:23; At 8:38-39)

Obs.: História nos primeiros

séculos d.C. – “O

Batismo, que

originalmente era uma

imersão do corpo do fiel

na água, foi substituído

durante o século XIV na

Igreja Romana por

aspersão” (George

Mastrantonis da

Igreja Ortodoxa Grega)

Obs.: Linguagem de

sepultamento

(Rm 6:4; Cl 2:12)

Muitas praticam a imersão.

Outras praticam a aspersão

ou efusão:

“Pessoas adultas e os pais ou

tutores de cada criança a ser

batizada, têm escolha entre o

batismo por imersão, aspersão

ou afusão” (Manual, Igreja

Metodista Livre)

“Não é necessário imergir na

água o candidato, mas o

batismo é devidamente

administrado por efusão ou

aspersão. At. 2:41, e 10:46-

47, e 16:33; I Cor. 10:2”

(Confissão de Fé, Igreja

Presbiteriana do Brasil)

“Em nossa Igreja há liberdade

para celebrá-lo por aspersão

ou por imersão, de acordo com

os usos e costumes de cada

paróquia” (Igreja Anglicana)

– por Dennis Allan

Page 24: ì “não sabem discernir entre a mão direita e a mão ... · discernir entre a mão direita e a mão esquerda” (Jonas 4:11). O discernimento é uma característica de maturidade

Andando na Verdade 45

Avaliação de livro

Bíblia ApologéticaTítulo: Bíblia Apologética

Editora: ICP (Instituto Cristão de Pesquisas) Editora

ABíblia Apologética é uma extensão do trabalho do Instituto Cristão de

Pesquisas, uma organização que se dedica à defesa das doutrinas geralmente

aceitas pelas igrejas protestantes. Além de artigos históricos e analíticos de

grupos descritos como seitas, esta Bíblia traz comentários de rodapé refutando

diversos argumentos feitos por grupos que não seguem a tradicional linha

protestante. Responde a pontos doutrinários do mormonismo, Testemunhas de

Jeová, catolicismo, judaísmo, islamismo, maçonaria, espiritismo, adventismo, etc.

Sem dúvida, muitos dos comentários feitos nesta Bíblia esclarecem questões

polêmicas e oferecem algumas dicas boas para responder às falsas doutrinas de

vários grupos religiosos. Defendem a divindade de Jesus, a inspiração das

Escrituras, a ressurreição corporal, a realidade do castigo eterno, a personalidade

do Espírito Santo, etc. Ensinam contra as práticas de poligamia e homos-

sexualismo, e doutrinas da reencarnação, da virgindade perpétua de Maria, etc.

Ao mesmo tempo, fiquei decepcionado com esta Bíblia por vários motivos. Entre

suas falhas:

ì A tradição protestante acima da Bíblia. Os comentaristas valorizam demais

a posição histórica “da Igreja” (que quer dizer, as doutrinas geralmente aceitas

pelos herdeiros da tradição da Reforma Protestante).

í Cuidado de não ofender os leitores “evangélicos”. Embora existam

diferenças importantes entre presbiterianos, batistas, luteranos, metodistas, as

principais igrejas pentecostais, etc., os comentaristas não ousam entrar nestas

questões. Se o propósito é defender a verdade, por que fugir de controvérsias

sobre dons do Espírito Santo, batismo de recém-nascidos, etc.? Por que não

criticar as igrejas que desrespeitam as qualificações de pastores, permitem que

as mulheres tomem posições de autoridade sobre homens ou profiram doutrinas

humanas sobre o reino milenar terrestre? É válido condenar quem está fora da

corrente protestante enquanto olha com vistas grossas os divergentes

ensinamentos das grandes igrejas evangélicas?

î Quando forçados a escolher entre a Bíblia e a tradição protestante, os

redatores dessa Bíblia seguem os homens. Observando suas manobras

impressionantes para negar a necessidade do batismo para a salvação,

contradizendo as palavras de Jesus (Marcos 16:16), Pedro (Atos 2:38), Ananias

(Atos 22:16) e Paulo (Gálatas 3:27), percebemos que há lealdade maior à tradição

46 2004:1

da Reforma Protestante do que à palavra de Deus. Quando decidem não

comentar nada sobre textos freqüentemente distorcidos para defender o batismo

de crianças pequenas ou para exigir os dízimos dos fiéis, mostram mais

preocupação com as opiniões de líderes religiosos atuais do que com a

autoridade absoluta do Mestre de todos.

Se as minhas críticas da Bíblia Apologética chegarem até os responsáveis pela

redação dela, é bem provável que eu, também, receba o rótulo de herético ou de

defensor de seitas. Mas não devemos nos preocupar com tais táticas de homens,

mesmo de líderes religiosos. “Antes, importa obedecer a Deus do que aos

homens” (Atos 5:29). Adotemos a mesma atitude de Paulo: “Porventura,

procuro eu, agora, o favor dos homens ou o de Deus? Ou procuro

agradar a homens? Se agradasse ainda a homens, não seria servo de

Cristo” (Gálatas 1:10).

A Bíblia Apologética, como qualquer Bíblia com notas de rodapé, deve ser usada

com bastante cautela. Ela contém notas que ajudam a responder aos

ensinamentos errados de alguns grupos religiosos, mas nem todos os seus

argumentos vêm da palavra de Deus. As notas dessa ou qualquer outra Bíblia

devem ser analisadas da mesma maneira que o discípulo cuidadoso examina este

artigo ou ouve qualquer sermão ou palestra. Com o mesmo espírito demonstrado

na Beréia, deve examinar cada dia nas Escrituras para ver se as coisas realmente

são assim (Atos 17:11). As instruções de Paulo valem hoje: “...julgai todas as

coisas, retende o que é bom; abstende-vos de toda forma de mal” (1

Tessalonicenses 5:21-22).

Ao invés de agradar à maioria religiosa, ou ganhar a aprovação de líderes de

igrejas, devemos avaliar qualquer prática ou doutrina pelo critério proposto por

Jesus quando ele enfrentou os chefes em Jerusalém: Donde vem esta doutrina,

“do céu ou dos homens?” Porque no final de contas, não seremos julgados

pela Torre de Vigia, nem pelo Vaticano, nem pelo Instituto Cristão de Pesquisas.

A palavra proferida por Jesus nos julgará no último dia (João 12:48). Sejamos fiéis

à verdade que ele revelou!Spor Dennis Allan

Os desafios na vida do novo cristão (19)

Como para o Senhor“T

udo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração como para o

Senhor e não para homens” (Colossenses 3:23). A base de todos os

relacionamentos dos cristãos deve ser o Senhor. Tudo o que fazemos

deve ser para a sua glória, para exaltar o seu nome e para o crescimento do seu

Page 25: ì “não sabem discernir entre a mão direita e a mão ... · discernir entre a mão direita e a mão esquerda” (Jonas 4:11). O discernimento é uma característica de maturidade

Andando na Verdade 47

reino. Isso inclui a responsabilidade do cristão para com os empregadores

(senhores, Colossenses 3:22).

Como mensageiros de Deus, passamos muito tempo ao redor dos perdidos. Se

levamos a sério viver e andar como Deus deseja, devemos tratar o nosso ambiente

de trabalho como um lugar para influenciar a vida daqueles com os quais temos

contato.

Devemos ter o cuidado de não sermos presunçosos, achando que os colegas de

trabalho, os vendedores, supervisores, etc. não se interessam por assuntos

espirituais. Vivemos numa época em que as pessoas têm problemas tremendos.

Ouvimos gritos de socorro daqueles que nos cercam. Quantas vezes não

ouvimos as pessoas dizer: “Parece que falta algo em minha vida”? O povo de

Deus tem a resposta. Podemos preencher o vazio!

O tema da carta escrita à igreja de Colossos é a plenitude em Cristo Jesus.

“Porquanto, nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade.

Também, nele, estais aperfeiçoados. Ele é o cabeça de todo principado

e potestade” (Colossenses 2:9-10). Assim, devemos olhar para o exemplo de

Cristo em tudo o que dizemos ou fazemos. O apóstolo nos manda, no texto que

citei no início deste artigo, trabalhar “de todo o coração”. Poderíamos dizer:

“Entregue tudo o que tem” ou “Dê o seu melhor”. O rei Salomão disse: “Tudo

quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças”

(Eclesiastes 9:10).

Ao fazermos esse esforço de darmos ao nosso empregador tudo o que temos,

devemos entender as cláusulas do contrato de trabalho. É importante sabermos

quando e onde devemos trabalhar; quais os horários que os nossos

empregadores querem que estejamos trabalhando. Será que essas horas

coincidem com outros compromissos que assumimos (por exemplo: momentos

importantes em reunião com a igreja ou com a família)? Será que esse emprego

nos afastará da família de tal modo que nos prejudique (p. ex.: muitas viagens ou

horas extras demais)? Quanto esse emprego paga? Será que é suficiente para

sustentar a minha família? Será que a compensação é bastante justa para o

esforço empreendido? Todas essas são perguntas importantes que devemos

fazer antes de aceitar um emprego. Muitas vezes essas questões passam

despercebidas até o primeiro pagamento ou a primeira viagem de negócios. Isso

faz com que alguns negligenciem o trabalho que receberam.

Deus nos abençoou ricamente com um governo que nos permite trabalhar

arduamente, dar o nosso melhor e ser recompensados pelo esforço que

empreendemos em nossa determinada linha de trabalho. Como cristãos,

tenhamos certeza de que estamos nos esforçando em nosso ambiente de

trabalho. Como funcionários cristãos, devemos ser os melhores!

48 2004:1

O rei Ezequias propôs-se a agradar ao seu Senhor. A Bíblia diz que ele “fez o

que era bom, reto e verdadeiro perante o Senhor, seu Deus, em toda a

obra que começou no serviço da Casa do Senhor, na lei e nos

mandamentos, para buscar a seu Deus, de todo o coração o fez e

prosperou” (2 Crônicas 31:20-21).

Entendemos que servir com fidelidade aos nossos empregadores é agradável ao

Senhor. Deus nos disse: “Servos, obedecei a vosso senhor segundo a

carne com temor e tremor, na sinceridade do vosso coração, como a

Cristo, não servindo à vista, como para agradar a homens, mas como

servos de Cristo, fazendo, de coração, a vontade de Deus; servindo de

boa vontade, como ao Senhor e não como a homens, certos de que cada

um, se fizer alguma coisa boa, receberá isso outra vez do Senhor, quer

seja servo, quer livre” (Efésios 6:5-8).

Como os funcionários se esforçam para fazer a vida de modo honesto, vamos

buscar “as coisas lá do alto” e pensar “nas coisas lá do alto” (Colossenses

3:1-2). O nosso Senhor está sempre com os seus filhos e sempre podemos

depender de sua ajuda em qualquer momento de nossa vida.

Lembre-se das palavras do rei Davi, quando incentivou seu filho Salomão a

construir o templo do Senhor: “Sê forte e corajoso e faze a obra; não

temas, nem te desanimes, porque o SENHOR Deus, meu Deus, há de ser

contigo; não te deixará, nem te desamparará, até que acabes todas as

obras para o serviço da Casa do SENHOR” (1 Crônicas 28:20).–por James L. Johnson

Casaisdo Antigo

Testamento

C on fira a s su a s

respostas às palavras

cruzadas da última

edição.

S J O Q U E B E D E

A R U T E É

R Z G B

A T A L I A Ô E O

S B M V R

E R E B E C A A

N L R Z

A N Í

T O P

J E O S A B E A T E O

M R

M I L C A

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