i-logica formal 11

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I. Lógica formal Racionalidade argumentativa e filosofia 1- Distinção validade-verdade A lógica como estudo da validade dos argumentos A razão e a lógica são os procedimentos que se utilizam para apresentar argumentos rigorosos e estar aptos a acautelar raciocínios defeituosos. Para que os nossos raciocínios possam ser claros e traduzir-se em bons argumentos, é importante saber evitar o erro. Para nos auxiliar nessa tarefa existe a lógica científica, uma disciplina que sistematiza os princípios ou fundamentos com os quais é possível argumentar validamente. O que se entende por argumento ? Um argumento é um complexo formado por uma ou várias proposições (premissas), a partir da(s) qual(ais) se infere uma única proposição (conclusão). A relação que se estabelece entre as premissas e a conclusão é uma relação de justificação. O movimento ou passagem das premissas para a conclusão designa-se inferência ou raciocínio. Conceitos nucleares: Lógica: Ciência geral da inferência, fundada por Aristóteles. Divide-se hoje em lógica formal e lógica informal. A lógica formal é o estudo sistemático das formas válidas e inválidas dos argumentos. Avalia o modo como se chega à conclusão a partir das premissas. Argumento: Refere-se, genericamente, ao complexo formado por uma ou várias proposições (premissas), a partir da(s) qual(ais) se infere uma proposição (conclusão). Existe, portanto, uma grande proximidade entre os termos argumento, inferência e raciocínio. Inferir é chegar a uma conclusão a partir de um conjunto de premissas, ou seja, é apresentar um argumento. Argumentar é expressar um raciocínio. O que são proposições?

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resumo da logica formal 11

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Page 1: I-logica Formal 11

I. Lógica formal Racionalidade argumentativa e filosofia

1- Distinção validade-verdade

A lógica como estudo da validade dos argumentos

A razão e a lógica são os procedimentos que se utilizam para apresentar argumentos rigorosos e estar aptos a acautelar raciocínios defeituosos. Para que os nossos raciocínios possam ser claros e traduzir-se em bons argumentos, é importante saber evitar o erro. Para nos auxiliar nessa tarefa existe a lógica científica, uma disciplina que sistematiza os princípios ou fundamentos com os quais é possível argumentar validamente.

O que se entende por argumento ?

Um argumento é um complexo formado por uma ou várias proposições (premissas), a partir da(s) qual(ais) se infere uma única proposição (conclusão). A relação que se estabelece entre as premissas e a conclusão é uma relação de justificação. O movimento ou passagem das premissas para a conclusão designa-se inferência ou raciocínio.

Conceitos nucleares:

Lógica: Ciência geral da inferência, fundada por Aristóteles. Divide-se hoje em lógica formal e lógica informal. A lógica formal é o estudo sistemático das formas válidas e inválidas dos argumentos. Avalia o modo como se chega à conclusão a partir das premissas.

Argumento: Refere-se, genericamente, ao complexo formado por uma ou várias proposições (premissas), a partir da(s) qual(ais) se infere uma proposição (conclusão). Existe, portanto, uma grande proximidade entre os termos argumento, inferência e raciocínio. Inferir é chegar a uma conclusão a partir de um conjunto de premissas, ou seja, é apresentar um argumento. Argumentar é expressar um raciocínio.

O que são proposições?

Cada uma das premissas de um argumento, bem como a sua conclusão, são proposições. As proposições, aquilo que é proposto ou declarado, são asserções: dizem como as coisas são, forma ou serão.. Só as frases indicativas, por vezes também chamados enunciados declarativos, suscetíveis de serem encaradas como verdadeira ou falsas, são proposições.

Uma proposição é necessariamente portadora de valor de verdade. Por esta razão, as frases usadas para exprimir ordens, preces, pedidos ou perguntas, por exemplo, não constituem proposições.

Conceitos nucleares:

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Proposição: Noção elementar da lógica. Embora a formulação precisa possa variar, designa, genericamente, o que se afirma, declara ou propõe quando se exprime uma asserção, enunciado indicativo ou declarativo, suscetível de ser encarado como verdadeiro ou falso, isto é, suscetível de possuir valor de verdade. Uma proposição é a expressão de um juízo.

Valor de verdade: Expressão da lógica clássica ou bivalente que se refere ao facto de uma proposição poder ser verdadeira ou falsa. A verdade ou falsidade, valores que se excluem mutualmente, são propriedades podem unicamente ser atribuídas às proposições e nunca aos argumentos.

Como se distinguem as noções de validade e de verdade?

Que partes constituem um argumento?

Um argumento é constituído por: premissas, que podem ser várias, são o ponto de partida; e a conclusão que deriva das premissas.

O que distingue verdade de validade?

A verdade diz respeito ao conteúdo/matéria das proposições. Enquanto, a validade refere-se à forma/estrutura dos argumentos.

Qual o objeto de estudo da lógica?

O objeto de estudo da lógica é saber se não há maneira de as premissas seres verdadeiras e a conclusão falsa.

Nota: Das proposições dizemos que são verdadeiras ou falsas. Dos argumentos afirmamos que são válidos ou inválidos. A validade refere-se à forma/estrutura dos argumentos. A verdade diz respeito ao conteúdo/matéria das proposições.

Um argumento inválido pode ter premissas e conclusão verdadeiras, do mesmo modo que um argumento válido pode ser constituído por premissas e conclusão falsa. A virtude essencial de um argumento válido não reside no facto de as premissas serem verdadeiras ou falsas, mas no facto de a conclusão se seguir necessariamente das premissas.

Sabemos que é impossível que, num argumento válido, as premissas sejam verdadeira e a conclusão falsa, então podemos rejeitá-lo de imediato: é inválido. Mas, em todas as demais circunstâncias, teremos de analisar a forma como a conclusão é extraída do conjunto das premissas para podermos determinar se o argumento é válido ou inválido.

A validade é uma propriedade que se refere exclusivamente à forma lógica ou estrutura formal do argumento.

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O conteúdo específico das premissas e da conclusão não é relevante para determinar a validade dos argumentos.

Apenas os argumentos dedutivos pode ser classificados como válidos ou inválidos.

Quais as diferenças entre argumentos dedutivos e argumentos indutivos?

Um argumento dedutivo válido é quando a conclusão é consequência lógica das premissas. Se as premissas forem aceites e a conclusão não, ocorre uma contradição, visto que a conclusão está implicasa pelas premissas. Por isso se estás são verdadeiras, a conclusão será garantidamente verdadeira. Este tipo de argumento preservam a verdade, e não são ampliativos, isto é, não dizem mais do que aquilod que impicam.

Um argumento indutivo não nos leva a uma conclusão que realmente deriva das premissas, mas a extrapolações: do particular para o geral, do observável para o não observável, do conehcido para o desconhecido, do passado e presente para o futuro, etc.

A conclusão de uma inferência indutiva ultrapassa as premissas, no sentido em que a verdade conjunta das premissas não garante a verdade da conclusão.

Os argumentos indutivos conduzem –nos sempre a conclusões prováveis. São ampliativos, mas não são demostrativos , dado que a conclusão é uma extrapolação feita a partir das premissa.

Premissas verdadeiras

Argumento válido

Conclusão verdadeira