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LEAL (março de 2012) 1 I Jornada Científica – Outubro de 2012 Doutorando do PPED/IE/UFRJ: Rodrigo Mendes Leal ([email protected]) Orientadora: Dra. Maria Lucia T. Werneck Vianna (IE/UFRJ) Planos de saúde no Brasil: Uma análise da regulação econômica.

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LEAL (março de 2012) 1

I Jornada Científica – Outubro de 2012

Doutorando do PPED/IE/UFRJ: Rodrigo Mendes Leal([email protected])

Orientadora: Dra. Maria Lucia T. Werneck Vianna (IE/UFRJ)

Planos de saúde no Brasil: Uma análise da regulação econômica.

Introdução

O sistema de saúde brasileiro é híbrido:

Pós 1988 com a criação do SUS :

• Perspectiva de saúde universal: financiamento fiscal, acesso a todos e gratuidade em todos os níveis de atenção (Esping-Andersen, 1990; Costa et al, 2001).

• CF (1988):• “saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido

mediante políticas ... e o acesso universal e igualitário às ações e serviços ...”

• “assistência à saúde é livre à iniciativa privada” ... “cabendo ao poder público dispor ... sobre sua regulação, fiscalização e controle”

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Introdução

Prestador

Público

Privado semfins de lucro

Privado com fins de lucro

ANVISA

BNDES, FINEP

RECEITA

MS, SES, SMS

Operador

Público (SUS)

Plano de saúde(público e privado )

Pagamento diretoprivado

ANS CADE

Atividade produtiva:

Há responsabilidade pública e privada nas diversas dimensões.

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A organização dos serviços de saúde no Brasil é com plexa:

Despesa

Público

Empresas

MS, SES, SMS

Famílias

Financiador

Agentes econômicos:

Inst. sem fins de lucro

Público

Empresas

Famílias

Inst. sem fins de lucro

RECEITA

A regulação é resultado de diversas instituições.

45% dos gastos são privados (IBGE,2012) Parte com incentivo do governo (renúncia fiscal ou benefícios públicos)

Introdução

Planos de saúde têm relevância e são objeto de regu lação

1988

1991

1998

2000

1997

• Constituição / SUS

• Definição da saúde privada como setor regulado

Código de Defesa do Consumidor - CDC

Debates no Congresso

Foco: atividade econômica e assistência à saúde

Promulgação da Lei 9656 em 03 de junho de 1998

Lei 9.961/00 – ANS Autarquia vinculada ao MS

1988

1991

1998

2000

1997

• Constituição / SUS

• Definição da saúde privada como setor regulado

Código de Defesa do Consumidor - CDC

Debates no Congresso

Foco: atividade econômica e assistência à saúde

Promulgação da Lei 9656 em 03 de junho de 1998

Lei 9.961/00 – ANS Autarquia vinculada ao MS

1988

1991

1998

2000

1997

• Constituição / SUS

• Definição da saúde privada como setor regulado

Código de Defesa do Consumidor - CDC

Debates no Congresso

Foco: atividade econômica e assistência à saúde

Promulgação da Lei 9656 em 03 de junho de 1998

Lei 9.961/00 – ANS Autarquia vinculada ao MS

1988

1991

1998

2000

1997

• Constituição / SUS

• Definição da saúde privada como setor regulado

Código de Defesa do Consumidor - CDC

Debates no Congresso

Foco: atividade econômica e assistência à saúde

Promulgação da Lei 9656 em 03 de junho de 1998

Lei 9.961/00 – ANS Autarquia vinculada ao MS

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ANS (2012): Planos de saúde no BR - 2° maior sistema privado do mundo: a) faturamento anual próximo ao do orçamento federa l para a saúde pública, b) atendimento a cerca de ¼ da população

Justificativa

Antes da RegulamentaçãoLivre Atuação

Após a RegulamentaçãoAtuação controlada

Operadoras - DIOPE

• Legislação do tipo societário

• Livre definição da cobertura assistencial

• Seleção de risco• Livre exclusão de usuários

(rompimento de contratos)• Livre definição de carências

e reajustes

�Autorização de funcionamento�Regras de operação (Ex.: balanço)�Sujeitas à intervenção e liquidação�Exigência de reservas (garantias

financeiras)

• Assistência integral à saúde obrigatória

• Limitação da rescisão unilateral dos contratos

• Proibição de limites de internação• Limitação das carências• Reajustes controlados

Produto (acesso, preço e

assistência)- DIPRO

Fonte: Matos, Kornis e Leal (2009).

A Regulação Econômico-Financeira da ANS

Importante analisar resultados da regulação econômi ca da ANS

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O que é? O que debater? Qual o resultado esperado?

É a lógica quedetermina opreço que oconsumidorpaga por seuplano de saúde.

- aperfeiçoar o modelo dosreajustes de preços dosplanos de saúde,- reavaliar os reajustesestabelecidos de acordo coma faixa etária do consumidor e- estudar a criação de planosde saúde que incluam umpagamento semelhante ao daprevidência privada.

- Evitar aumentos de preçosabusivos para beneficiários detodas as idades,- Facilitar a aquisição de um planode saúde e- Garantir que os aumentos depreços autorizados pela ANSsejam suficientes para mantertanto a saúde econômica dasempresas quanto um atendimentode qualidade aos consumidores.

Fonte: ANS (2011, p.1).

Agenda regulatória da ANS – 2011-2012

• Eixo 1 - Modelo de financiamento do setor

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Justificativa

Importante analisar resultados da regulação econômi ca da ANS, à luz dos desafios de financiamento do setor.

Objetivo

Analisar a regulação econômica de planos de saúde n oBrasil no que tange ao modelo de financiamento do s etor,

a fim de averiguar se a atuação da ANSestá na direção de sua finalidade institucional de promover a

defesa do interesse público contribuindo para o desenvolvimento das ações de saúde no país.

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Pesquisa terá como base a análise da trajetória da regulação de produtos da ANS, por meio de revisão bibliográfica e dos

normativos da ANS, bem como da análise de dadosempíricos.

Metodologia

Regulação da ANS

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Ações iniciais priorizaram segmentos mais expostos às imperfeições do mercado.

1) Proibição da rescisão unilateral de

contratos e 2) regulação de preços

Evolução dos planos de saúde médicos

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Crescimento mais intenso para os planos coletivos

O modelo de financiamento

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Similar ao de seguros, mas com regulação específica da ANS

Regulação de preços (planos médicos contratados por pessoas físicas):

a) Reajuste de mensalidades: Índice-teto para o rea justes de mensalidades.

b) Regra de preço por faixa etária: mutualismo com pacto intergeracional.

=> Variação de mensalidades por reajuste e por muda nça de faixa etária.

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Variação das mensalidades é índice de valor (Leal e Matos, 2008b)- Não é índice de preço como apontado em outros estud os- Deve ser medida com o acréscimo da mudança de faixa etária

Resultados do modelo de financiamento

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A taxa de sinistralidade tem apresentado relativa e stabilidade

- Receita e despesa unitária com evolução próxima ent re si.- Mas inferior à variação das mensalidades dos planos

individuais. Possivelmente em função de novas aquis ições de planos e dos reajustes dos planos coletivos.

Resultados do modelo de financiamento

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Conclusões

O modelo de financiamento dos planos de saúde tem c onsiderado as dimensões de eficiência e equidade.

- Eficiência: flexibilidade de preços de venda e reaj uste livre no mercado mais competitivo (benchmark para o índice A NS)

- Equidade (redução de assimetrias (ENAP, 2008) entre os beneficiários): Pacto intergeracional, não discrimi nação de preços por gênero, não desagregação do índice de reajuste por regiões.

⇒ Desafios: a) idosos e b) segmentos dos planos colet ivos mais expostos a abusos:- por adesão (vínculo frágil com PJ contratante) e - coletivos empresariais com menos de 30 vidas (sujei tos à

carência).

⇒ Aprofundar investigação dos resultados da regulação de preços: análise de indicadores de preço, custos e v alor mais específicos para os serviços de saúde.

LEAL (março de 2012) 14

Obrigado!!!!

Rodrigo Mendes Leal ([email protected] )

- Doutorando do PPED/IE/UFRJ- Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental pela ENAP e Mestre em Economia pela UERJ.- Economista do BNDES. Atuou como especialista no IBGE, na ANS e no Ministério da Fazenda.