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PUBLICAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO DOS DOCENTES DA UFRRJ SEÇÃO SINDICAL DA ANDES-SN FILIADA À CUT informa informa Nº 64 14 DE DEZEMBRO DE 2004 www.adur-rj.org.br [email protected] ELEIÇÕES UFRRJ: UM NOVO TEMPO VENCE CONSULTA CHAPA 2: UM NOVO TEMPO Com 52,79% dos votos, a chapa Um Novo Tempo foi eleita para a próxima gestão da Reitoria da UFRRJ. Tendo à frente o Prof. Ricardo Miranda como Reitor e a Profa. Ana Maria Dantas Soares como Vice-Reitora, a chapa 2 foi a escolhida pela comunidade da Rural para administrar a universidade, a partir de março de 2005, pelos próximos 4 anos. A chapa concorrente, Amor à Rural, obteve 47,21% dos votos. Para o Prof. Ricardo Miranda, o dia 10 de dezembro é um marco na história da UFRRJ: “-Este processo eleitoral, dentre todos os outros, foi um dos mais esclarecedores, pois as diferentes propostas de gestão foram expostas para a comunidade de maneira clara. A proposta de Um Novo Tempo é a que representa uma gestão efetivamente participativa, e junto com todos os segmentos da Rural, pretende estabelecer as diretrizes para os próximos 4 anos da universidade”, diz. Emocionada, a Profa. Ana Maria Dantas Soares complementa afirmando que, com cooperação, diálogo e muito trabalho, a Um Novo Tempo pretende dar novo rumo à universidade. Como tudo começou Uma pré-comissão eleitoral, formada por representantes de cada segmento (ADUR, SINTUR e DCE), foi organizada para viabilizar as eleições para a próxima Reitoria da UFRRJ. Inicialmente, o principal objetivo desta pré-comissão era o de conduzir a discussão sobre as normas eleitorais. Nesta época, esta pré-comissão reuniu-se várias vezes e deliberou que um Regimento Eleitoral definitivo, que contemplasse os três segmentos da UFRRJ, deveria ser homologado por uma Assembléia Conjunta Paritária. Esta comissão elaborou uma proposta de Regimento Eleitoral, que posteriormente foi discutida por cada segmento, em assembléias de suas respectivas categorias. Vale lembrar que em todas as propostas de regimento eleitoral, discutidas por cada segmento e enviadas por ADUR, SINTUR e DCE para deliberação na Assembléia Conjunta, estava o ponto sobre a composição do colégio eleitoral, o que inclui a questão dos aposentados. Assim, ao convocar a Assembléia Paritária e ao incluir este ponto, cada uma das três entidades estava reconhecendo aquele fórum como o espaço correto para deliberar sobre isto. A Assembléia Conjunta Paritária realizou-se em 7 de outubro, no Gustavão, quando houve a homologação do Regimento Eleitoral e da Comissão Eleitoral. No início desta assembléia, contudo, o SINTUR questionou o caráter deliberativo da reunião em curso. Os representantes da Comissão Eleitoral, entretanto, informaram que os três segmentos acordaram previamente o caráter paritário e deliberativo da assembléia de 7 de outubro, divulgada com antecedência. Desde a realização desta Assembléia Conjunta Paritária, várias reuniões e discussões foram estabelecidas entre os diferentes segmentos da UFRRJ. No dia 14 de outubro, os técnico- administrativos realizaram uma assembléia geral da categoria, e entre outras deliberações, o SINTUR solicitou à Comissão Eleitoral “a revisão da posição tomada pela ADUR e DCE quanto à exclusão dos aposentados técnico-administrativos do processo eleitoral ora em curso”. Em 18 de outubro, a Comissão Eleitoral respondeu, por escrito, ao recurso do SINTUR, informando que na reunião do dia 24 de agosto de 2004, os representantes das três entidades que compunham a pré- comissão eleitoral decidiram que o Regimento Eleitoral para as eleições da Reitoria 2005/2009 deveria ser aprovado e homologado por Assembléia Conjunta Paritária dos três segmentos. A Comissão Eleitoral, neste mesmo ofício, afirmou que “qualquer alteração deste Regimento, não pode se dar no âmbito desta comissão”, e sim, em Assembléia Conjunta Paritária, a ser convocada em comum acordo por ADUR, SINTUR e DCE, como prevê o artigo 46 do Regimento ora em vigor. **CONTINUA NA PÁGINA 2** Componentes da Chapa Reitor: Prof. Ricardo Motta Miranda Vice-Reitora: Profa. Ana Maria Dantas Soares Decanos: Assuntos Administrativos: Ana Lúcia dos Santos Barbosa Assuntos Financeiros: Prof. Eduardo Mendes Callado Assuntos Estudantis: Prof. Azarias M. de Andrade Ensino de Graduação: Profa. Nídia Majerowicz Ensino de Extensão: Prof. José Cláudio S. Alves Pesquisa e Pós-Graduação: Profa. Áurea E. A. N. Lima ANDES IRÁ DISCUTIR DESFILIAÇÃO DA CUT NO PRÓXIMO CONGRESSO UM DOS ENCAMINHAMENTOS DO 49º CONAD FOI DISCUTIR A POSSIBILIDADE DO ANDES-SN DESFILIAR- SE DA CUT, O QUE SERÁ DELI - BERADO PELO SINDICATO N A - CIONAL NO PRÓXIMO CON- GRESSO. VEJA OS TEXTOS SOBRE O ASSUNTO NA PÁGINA ELETRÔNICA DAADUR-RJ, INFORME- SE E OPINE SOBRE ISTO. ACESSE: WWW. ADUR- RJ . ORG. BR OPINIÃO: adur informa 64 grafica.p65 20/12/2004, 22:50 1

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PUBLICAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO

DOS DOCENTES DA UFRRJSEÇÃO SINDICAL DA ANDES-SN

FILIADA À CUT

informainforma Nº 6414 DE DEZEMBRO DE [email protected]

ELEIÇÕES UFRRJ: UM NOVO TEMPO VENCE CONSULTACHAPA 2:

UM NOVO TEMPO

Com 52,79% dos votos, a chapa Um Novo Tempo foi eleita para a próxima gestão da Reitoria da UFRRJ.Tendo à frente o Prof. Ricardo Miranda como Reitor e a Profa. Ana Maria Dantas Soares como Vice-Reitora,a chapa 2 foi a escolhida pela comunidade da Rural para administrar a universidade, a partir de março de2005, pelos próximos 4 anos. A chapaconcorrente, Amor à Rural, obteve 47,21%dos votos.

Para o Prof. Ricardo Miranda, o dia 10 dedezembro é um marco na história da UFRRJ:

“-Este processo eleitoral, dentre todos osoutros, foi um dos mais esclarecedores, poisas diferentes propostas de gestão foramexpostas para a comunidade de maneiraclara. A proposta de Um Novo Tempo é a querepresenta uma gestão efetivamenteparticipativa, e junto com todos os segmentosda Rural, pretende estabelecer as diretrizespara os próximos 4 anos da universidade”,diz.

Emocionada, a Profa. Ana Maria DantasSoares complementa afirmando que, comcooperação, diálogo e muito trabalho, a UmNovo Tempo pretende dar novo rumo àuniversidade.

Como tudo começouUma pré-comissão eleitoral,

formada por representantes decada segmento (ADUR, SINTUR eDCE), foi organizada para viabilizaras eleições para a próxima Reitoriada UFRRJ. Inicialmente, o principalobjetivo desta pré-comissão era ode conduzir a discussão sobre asnormas eleitorais. Nesta época,esta pré-comissão reuniu-se váriasvezes e deliberou que umRegimento Eleitoral definitivo, quecontemplasse os três segmentos daUFRRJ, deveria ser homologado poruma Assembléia Conjunta Paritária.Esta comissão elaborou umaproposta de Regimento Eleitoral,que posteriormente foi discutida porcada segmento, em assembléias desuas respectivas categorias.

Vale lembrar que em todas aspropostas de regimento eleitoral,discutidas por cada segmento eenviadas por ADUR, SINTUR e DCEpara deliberação na AssembléiaConjunta, estava o ponto sobrea composição do colégio eleitoral,o que inclui a questão dos

aposentados. Assim, ao convocara Assembléia Paritária e ao incluireste ponto, cada uma das trêsentidades estava reconhecendoaquele fórum como o espaçocorreto para deliberar sobre isto.

A Assembléia Conjunta Paritáriarealizou-se em 7 de outubro, noGustavão, quando houve ahomologação do RegimentoEleitoral e da Comissão Eleitoral.No início desta assembléia,contudo, o SINTUR questionou ocaráter deliberativo da reunião emcurso. Os representantes daComissão Eleitoral, entretanto,informaram que os três segmentosacordaram previamente o caráterparitário e deliberativo daassembléia de 7 de outubro,divulgada com antecedência.

Desde a realização destaAssembléia Conjunta Paritária,várias reuniões e discussões foramestabelecidas entre os diferentessegmentos da UFRRJ. No dia 14 deoutubro, os técnico-administrativos realizaram umaassembléia geral da categoria, e

entre outras deliberações, oSINTUR solicitou à ComissãoEleitoral “a revisão da posiçãotomada pela ADUR e DCE quantoà exclusão dos aposentadostécnico-administrativos doprocesso eleitoral ora em curso”.

Em 18 de outubro, a ComissãoEleitoral respondeu, por escrito, aorecurso do SINTUR, informando quena reunião do dia 24 de agosto de2004, os representantes das trêsentidades que compunham a pré-comissão eleitoral decidiram que oRegimento Eleitoral para aseleições da Reitoria 2005/2009deveria ser aprovado e homologadopor Assembléia Conjunta Paritáriados três segmentos. A ComissãoEleitoral, neste mesmo ofício,afirmou que “qualquer alteraçãodeste Regimento, não pode se darno âmbito desta comissão”, e sim,em Assembléia Conjunta Paritária,a ser convocada em comumacordo por ADUR, SINTUR e DCE,como prevê o artigo 46 doRegimento ora em vigor.

**CONTINUA NA PÁGINA 2**

Componentes da Chapa

Reitor:Prof. Ricardo Motta Miranda

Vice-Reitora:Profa. Ana Maria Dantas Soares

Decanos:

Assuntos Administrativos:Ana Lúcia dos Santos BarbosaAssuntos Financeiros:Prof. Eduardo Mendes CalladoAssuntos Estudantis:Prof. Azarias M. de AndradeEnsino de Graduação:Profa. Nídia MajerowiczEnsino de Extensão:Prof. José Cláudio S. AlvesPesquisa e Pós-Graduação:Profa. Áurea E. A. N. Lima

ANDES IRÁ DISCUTIR

DESFILIAÇÃO DA CUT NO

PRÓXIMO CONGRESSO

UM DOS ENCAMINHAMENTOS

DO 49º CONAD FOI

DISCUTIR A POSSIBILIDADE DO

ANDES-SN DESFILIAR-SE

DA CUT, O QUE SERÁ DELI-BERADO PELO SINDICATO NA-CIONAL NO PRÓXIMO CON-GRESSO. VEJA OS TEXTOS

SOBRE O ASSUNTO NA PÁGINA

ELETRÔNICA DA ADUR-RJ,INFORME-SE E OPINE SOBRE

ISTO.ACESSE:

WWW.ADUR-RJ.ORG.BR

OPINIÃO:

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ADUR INFORMA - Nº64 2

Em assembléia geral dacategoria, os técnico-administrativos deliberaram por“não convocar ou participar deAssembléia Conjunta que tenhacomo ponto de deliberação aparticipação dos servidorest é c n i c o - a d m i n i s t r a t i v o saposentados no processo deconsulta à Comunidade, que orase desenvolve”. Assim, o SINTURdecidiu não realizar a convocação,o que impossibilitou rediscutir orecurso apresentado por aquelaentidade.

No início do mês de novembro,o SINTUR retirou seusrepresentantes da ComissãoEleitoral, agora composta pordocentes e discentes. Em ofícioenviado à Comissão no dia 17 denovembro, comunicaram queestariam fora do processo, nãoadmitindo “qualquer manifestaçãoque venha contrariar a vontadeda nossa categoria expressada noseu fórum de deliberações”.

Em 22 de novembro, aComissão Eleitoral novamenterespondeu ao SINTUR,esclarecendo que não era de suacompetência alterar a decisãotomada em Assembléia ConjuntaParitária. Como não houve umchamamento do SINTUR para queuma nova Assembléia ConjuntaParitária, fosse convocada pelostrês segmentos, para deliberarsobre possíveis alterações noartigo que se refere ao voto dosaposentados, e a ComissãoEleitoral não dispunha de poderespara alterá-lo, sem aconvocação de tal Assembléia,não foi possível modificar esteartigo do Regimento Eleitoral.Assim, a Comissão conduziu oprocesso de consulta de acordocom o Regimento Eleitoralhomologado na AssembléiaParitária de 07 de outubro.

Consulta eleitoralparalela

O Sindicato dos Técnico-Administrativos da UFRRJdecidiu realizar, por contaprópria, uma consultaeleitoral paralela àorganizada pela ComissãoEleitoral.

Todas as chapasparticipantes, exceto UmNovo Tempo, assinaram umdocumento pelo qual secomprometeram emrespeitar o processo, bemcomo o resultado destaconsulta paralela conduzida

pelo SINTUR, referendada emacordo entre as chapas e oSindicato dos Técnico-Administrativos, em reunião doúltimo dia 29 de novembro.

Embora a orientação do SINTURtenha sido para os técnico-administrativos votassem apenasnas urnas do sindicato, osservidores da UFRRJ participaramexpressivamente das eleiçõesconduzidas pela Comissão Eleitoral.

As entidades – ADUR e DCE –distribuíram uma nota àcomunidade da UFRRJ em 1º dedezembro, pela qual esclareceumais uma vez que “ADUR e DCEfizeram grande esforço, semsucesso, no sentido de que esteprocesso se desse com aparticipação ampla e irrestrita detodas as entidades, incluindo oSINTUR”.

Neste mesmo documento, ADURe DCE informaram ainda que“qualquer mudança no Regimento(...) teria que ser feita, em tempohábil, na Assembléia ConjuntaParitária, o que não ocorreu devidoà negativa do SINTUR emconvocá-la”.

Nesta mesma nota, ADUR e DCEtambém comunicaram àComunidade, que a única consultaque reconheceriam comlegitimidade seria a que foiorganizada pela Comissão Eleitoral,aprovada nas assembléias dascategorias, cujo resultado finalserá o único a ser encaminhadoao Conselho Universitário (CONSU).

Após tomar conhecimento danota divulgada pela ADUR e DCE,o SINTUR distribuiu uma “CartaAberta à ComunidadeUniversitária”, pela qual chamou depropaganda mentirosa adeclaração das entidades,criticando o fato destasreconhecerem legitimamente

apenas o resultado apurado pelasurnas oficiais.

De acordo com estedocumento veiculado peloSINTUR, a entidade nãoparticipou de nenhumaAssembléia Conjunta Paritária eADUR e DCE estariamcomprometidos com uma daschapas concorrentes, priorizandoa defesa da posição da chapa.

A Comissão Eleitoral, queseguiu à risca as determinaçõesdo Regimento Eleitoral aprovadoem Assembléia Conjunta Paritária,não reconheceu o acordo firmadoentre o SINTUR e as chapas, jáque elas não constituíaminstâncias deliberativas doprocesso.

As eleiçõesO primeiro turno das eleições

aconteceu nos dias 30 denovembro, 01 e 02 de dezembro;enquanto a consulta eleitoral dosegundo turno realizou-se nosdias 08, 09 e 10 de dezembro.Dezessete seções eleitorais e 33urnas foram distribuídas peloPrédio Central (P1), CTUR(Colégio Técnico), CPDA, sededos cursos noturnos, einteriorizações da Rural emCampos, Quatis, Nova Iguaçu,Volta Redonda e Três Rios. Cadaseção eleitoral contou com umpresidente e um mesário e umfiscal de cada chapa. A votaçãoaconteceu no período das 8h às17h e os alunos dos cursosnoturnos tiveram um horáriodiferenciado, votando das 18h às20h30min.

Durante todo o períodoeleitoral, a Comissãosupervisionou atentamente otrabalho dos voluntários econseguiu contornar algunsproblemas, entre eles, a atuaçãodesrespeitosa de algunsintegrantes do SINTUR. Antes queas seções eleitorais fossemabertas no primeiro dia devotação, alguns representantesdo Sindicato dos Técnicos daUniversidade Rural riscaram eposteriormente arrancaram oscartazes afixados nas paredesdas seções eleitorais, que incluíama categoria dos servidores comovotantes.

Neste mesmo dia, a ComissãoEleitoral também foi informadaque alguns servidores da UFRRJretiraram a urna do local. Na atada 11ª seção eleitoral consta que,

no dia 30 de novembro do corrente,às 8h40min, a urna nº 25 “foiimpossibilitada de receber os votosreferentes aos técnico-administrativos, pois o técnico-administrativo Celso Nogueirarecolheu a urna do local devotação”. O servidor citado assinoua ata desta seção, que,conseqüentemente, teve queencerrar os trabalhos. (Leia,abaixo, a entrevista realizada como vice-presidente desta seção emCampos, Valdemir Paulo Marques).

No último dia 6 de dezembro, aComissão Eleitoral solicitou, porofício, ao SINTUR a devolução daurna, uma vez que esta pertenciaao Tribunal Regional Eleitoral eestava sob responsabilidade destaComissão. O SINTUR atendeuprontamente a solicitação edevolveu o material apreendido.

Em meio às adversidades, aschapas concorrentes concentraram-seem frente ao P1 e subdividiram-se emoutras sedes de votação, procurandocativar eleitores ainda indecisos.Panfletos contendo as propostas daschapas foram distribuídos aos eleitores.

Após o encerramento das votaçõesdo primeiro turno, a Comissão Eleitoralconduziu os trabalhos de apuração, apartir das 19 horas, no P1. Parapreservar a segurança da apuração, oacesso ao local foi restringido aosrepresentantes nomeados por cadachapa e à Comissão Eleitoral. O públicopôde acompanhar o resultado daapuração em tempo real por umdatashow, disponibilizado no hall do P1.

Durante a apuração, aComissão Eleitoral informou aospresentes que a urna de Camposhavia sido apreendida pelo SINTUR.Por isso, não foi possível,obviamente, contabilizar os votosdos técnico-administrativos dolocal, no primeiro turno.

Mesmo com todas asdificuldades, na madrugada do dia3 de dezembro passado, acomunidade da Rural conheceu asduas chapas vencedoras do primeiroturno, e conseqüentemente,concorrentes à disputa final pelaReitoria da UFRRJ. Um Novo Tempoe Amor à Rural enfrentaram-se nosegundo turno, que transcorreu semgrandes empecilhos e dificuldades.

Segundo turnoO mesmo procedimento

realizado no primeiro turno foitambém adotado nesta segundaetapa das eleições para Reitoria daRural. Durante os dias 08,09 e 10

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3 ADUR INFORMA - Nº64

de dezembro, a Comissão cumpriuo Regulamento Eleitoral comseriedade e contou com acolaboração de docentes, discentese técnico-administrativos, quetrabalharam como mesários e fiscaisde chapa.

Novamente o município deCampos foi a única exceção àrotina do segundo turno. No dia08 de dezembro (quarta-feira),quando teve início a segundafase da consulta eleitoral, estacidade celebrava, em feriado, odia da padroeira do local, NossaSenhora da Conceição.

Tendo em vista este fato e apreocupação da Comissão Eleitoral emgarantir tempo suficiente paravotação dos eleitores de Campos,

esta Comissãodeterminou queo segundo turnopara escolha dopróximo Reitorda UFRRJaconteceria nacitada cidade,nos dias 09/12(quinta-feira),no horário das 8hàs 17horas, e10/12 (sexta-feira), das 8h às11h.

A Comissãoesclareceu quenão seria possívelestender o horário

da consulta eleitoral em Campos atéàs 17h do dia 10/12 devido à distânciae ao tempo despendido para odeslocamento da urna eleitoral docitado município até Seropédica.

No último dia de votação,funcionários da Light estiveram naUFRRJ para realizar um reparo notransformador de energia,possivelmente atingido porrelâmpagos em decorrência dachuva e do mau tempo. Das 23horas do dia 09 até às 11 horasdo dia posterior, a Rural esteve semluz elétrica, o que poderia atrasarou até mesmo adiar a apuraçãodos votos dos segundo turno.

No entanto, não houveempecilhos para que a apuração dasegunda etapa de votação

acontecesse no dia 10 de dezem-bro, às 18 horas, no P1.

Sob a supervisão da ComissãoEleitoral, cinco mesas apuradoras– compostas por voluntários e porfiscais das chapas Um Novo Tempoe Amor à Rural – contabilizaramos resultados.

Tanto na sala de apuraçãoquanto no campus, o clima era detensão e expectativa. Osrepresentantes das chapasfinalistas, assim como seuseleitores, aguardavamansiosamente a divulgação dosresultados parciais. A torcida, di-vidida, concentrou-se em locaisdistintos. Um Novo Tempo estevepredominantemente no hall do P1,enquantoAmor à Ru-ral aguar-dava, nolado de forado prédio, oresultadode cadaparcial.

Duran-te a apura-ção, a cha-pa 2 semanteve naliderança,sobretudodevido a di-ferença devotos con-quistadas

com apoio massivo dos discentes– segmento no qual conquistou amaioria dos votos. A chapa 3 Amorà Rural obteve maior número de vo-tos entre os técnico-administrati-vos. O resultado foi praticamenteo mesmo no segmento docente.

Quando o resultado final foidivulgado, os eleitores da UmNovo Tempo festejaram ao somda música homônima de IvanLins. Os candidatos da chapaAmor à Rural parabenizaram osvencedores. Juntos, represen-tantes e eleitores das chapasUm Novo Tempo e Amor à Ruralescreveram a história de maisuma eleição para Reitoria daUFRRJ.

A chapa UM NOVO TEMPO é frutode uma reflexão coletiva e críticasobre as potencialidades elimitações atuais da UFRuralRJ e daefetiva contribuição de inúmerosestudantes, técnico-administrativose docentes, reunidos semanalmentedesde janeiro de 2004. O programade UM NOVO TEMPO para a Ruralfundamenta-se na convicção de queadministração superior pode criarcondições que fortaleçam auniversidade em sua vocaçãoprimordialmente educativa egeradora de conhecimento aobuscar, através de diferentes ações,projetos e programas, aindissociabilidade entre ensino,pesquisa e extensão. UM NOVOTEMPO defende que a estrutura depoder bem como a gestãoadministrativa da Rural precisam serefetivamente democratizadas por

meio de um processo de reformaestatutária amplamente participativo,representativo e ágil. UM NOVO TEMPO,estabelece os seguintes compromissoscom a comunidade universitária:• administrar, de forma democráticae com a efetiva participação de todosos docentes, técnico-administrativos eestudantes, uma Universidade Ruralpública, gratuita, com comprovadaqualificação e que contribua nasanálises e soluções dos grandesproblemas sociais do país;• viabilizar o conceito detransparência total e de decisõesparticipativas, de fato, na elaboraçãoorçamentária, aplicação de recursos,planejamento e avaliação institucional;• dar prioridade para a infra-estrutura que permita o plenofuncionamento de todas ascoordenações de cursos e arecuperação, ampliação emodernização dos espaços acadêmicos(salas de aulas, laboratórios,bibliotecas, salas de estudos);• disponibilizar um sistema dematrículas e acompanhamento

acadêmico eficiente e totalmenteinformatizado, via internet;• apoiar a participação deestudantes de graduação em eventosacadêmicos, incluindo a aquisição deônibus para este fim;• garantir qualidade, a manutençãodos preços das refeições dorestaurante universitário e melhorar aestrutura física e de funcionamentodos alojamentos;• criar programas de apoio aosrecém-pós-graduados e a gruposemergentes de pesquisa, estimulandoa vinculação entre eles;• incentivar e assessorar osprogramas de pesquisa e extensãoem cada departamento acadêmico,objetivando maior eficiência naaprovação de projetos;• estabelecer ações que visemintegrar plenamente as interiorizaçõesà estrutura acadêmica dauniversidade;• instituir o Fórum Ciência e Culturaem torno de grandes questõesacadêmicas e sociais, estabelecendoparcerias e intercâmbios com as demais

instituições públicas de ensino superiordo Estado do Rio de Janeiro;• melhorar a qualidade de vida nocampus, mediante a implementação deuma política permanente e integradade educação, saúde, cultura,alimentação, habitação, esporte, lazer,segurança e da implementação deespaços de convivência devidamenteestruturados;• criar e incentivar programas e projetosque possibilitem a construção deconhecimentos pela troca entre os saberesacadêmicos e populares, abrindo aUniversidade para a população ao seu redor;• desenvolver programas voltadospara a qualificação pessoal eprofissional dos servidores técnico-administrativos, estimulando-os aformularem soluções para osproblemas institucionais e garantindo-lhes a direção ou chefia de funçõestécnico-administrativas;• cuidar do campus em todos seusaspectos: ambiental, estéticos,artísticos e paisagísticos, recuperando-ocomo local de vivência de toda acomunidade.

PROPOSTA DA CHAPA

UM NOVO TEMPO

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ADUR INFORMA - Nº64 4

O DESAPARECIMENTO DA URNA DE CAMPOS

No último dia primeiro dedezembro, ADUR INFORMA ouviuValdemir Paulo Marques, aluno do6º período de Licenciatura emCiências Agrícolas (LICA), ex-integrante do DCE (2002-2004),que trabalhou como vice-presidente na seção eleitoral deCampos:

ADUR INFORMA: Valdemir,você pode explicar comoaconteceu o seqüestro daurna em Campos?

VM: Dispus-me a ser mesárioem Campos, seção eleitoral naqual só havia o segmento do stécnico-administrativos. Saímosde Seropédica no dia 29 denovembro, segunda-feira, epernoitamos na cidade. No diaseguinte, quando montávamos anossa seção eleitoral, quatropessoas do SINTUR aparecerame nos proibiram de montar nossamesa. Explicamos que havíamosnos comprometido com aComissão Eleitoral em realizar oprocesso eleitoral naquelemunicípio. Eles disseram que nãodeveríamos fazê-lo, pois aeleição da Comissão Eleitoral não

era legítima, uma vez que faltava acategoria dos técnico-administra-tivos. Expliquei que a eleição delesnão seria legítima, já que eles nãoagiram democraticamente, quandose retiraram da Comissão Eleitoral.Eles retiraram a urna e nós relata-mos o acontecido na ata daqueledia, a qual o técnico-administrati-vo Celso Nogueira assinou.

ADUR INFORMA: Qual foi o pri-meiro procedimento de vocês?

VM: Informamos a Comissão Elei-toral sobre o ocorrido, que nos pediuque voltássemos à universidade.

ADUR INFORMA: Houve algumtipo de ameaça do SINTUR?

VM: A conversa foi pacífica, masna medida em que apresentáva-mos nossos argumentos para quea urna permanecesse no local, osânimos foram se alterando. Elesretiraram a urna e disseram que aentregariam depois da consultaeleitoral do primeiro turno. Um fis-cal da Inovar e outro da Amor àRural acompanharam de perto estadiscussão.

ADUR INFORMA: Como você

analisaria este epi-sódio do SINTUR?

VM: Acho que elesdeveriam terrespeitado nossoespaço, assim como aComissão Eleitoral.Entendo que elesapoiaram certocandidato e, por isso,fizeram tamanhapressão para quea p o s e n t a d o svotassem.

ADUR INFORMA:Qual foi aimportância de par-ticipar de um mo-mento como esse?

VM: Há diferenças entre pas-sar para uma universidade pú-blica e estudar nela. Participarde um momento importantecomo é a escolha do próximoReitor, pode até não acrescen-tar nada no seu currículo, mascertamente contribui com o seuaprimoramento pessoal. Sereium estudante com umaformação mais ampla do queaquele que chega aqui, assiste

às aulas e vai embora para casaalheio às discussões.

“ACHO QUE ELES

DEVERIAM TER RESPEITADO

NOSSO ESPAÇO, ASSIM

COMO A COMISSÃO

ELEITORAL”. VLADIMIR MARQUES

ENTREVISTA: VLADIMIR PAULO MARQUES

“Esta foi a vitória da força, da solidariedade,do companheirismo e de uma nova filosofiade tomar decisões que sejam para todos enão para um pequeno grupo.”(Profa. Nídia Majerowicz)

“Nossa luta é por uma universidadedemocrática, fruto de uma construçãocoletiva. Quebramos a hegemonia deinteresses não transparentes eprivatizantes”.(Prof. José Cláudio S. Alves)

“Vamos salvar a UFRRJ da privatização elevantar a auto-estima da comunidade”.(Profa. Profa. Áurea E. A. N. Lima)

“Pretendemos dialogar com todos, com aslideranças das chapas concorrentes, assimcomo com aqueles que não estiveramconosco nesta campanha, para discutir eimplementar nossas propostas”.(Prof. Eduardo Mendes Callado)

Com qualquer resultado, a Rural viveria UmNovo Tempo, pois este movimento foi único,de participação e discussão. Negociamos comnossas propostas, nosso programa, e por isso,chegamos aqui”.(Profa. Ana Lúcia dos S. Barbosa)

O QUE DIZ A UM NOVO TEMPO:

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5 ADUR INFORMA - Nº64

A cena poderia parecerestranha. No entanto, seolhássemos com mais cuidadoiríamos identificar muitossignificados. Uma moça alta, àfrente de um grupo de alunos,professores e técnico-administrativos, cada umabraçado a uma urna, em filaindiana. O cenário, corredores deum prédio colonial, quase ummonastério, completava asingularidade da paisagem. Umachamada, em voz alta, checava apresença de todas as urnas.Apesar da ordem, apesar da filaorganizada pela rígida numeração,o clima era alegre. As pessoas nãose mostravam contrariadas e osorriso e as brincadeiras seguiramtodo o trajeto.

Aquela “ordem unida” nãolembrava em nada um exercíciomilitar, mas era impressionantecomo todos contribuíam, de formaespontânea, para que a ordemfosse mantida e a organizaçãodaquela tarefa tivesse sucesso.Estava se fechando a primeira fasedo processo eleitoral para aescolha do próximo Reitor da UFRRJe aquela marcha conduzia asurnas para o local de apuração.Chegando na sala de destino,todos aguardavam na fila e, àmedida que eram chamados,entravam e depositavam sua urnalacrada, na mesa indicada comprecisão pela moça. Cansados,mas com alegria.

A importância da participaçãode toda a comunidade para aescolha de seus dirigentes poderiaser o fato marcante e de maiorrelevância. Mas aquela “marcha”mostrava que existia muito maisque isto. Depois de um processomuito desgastante, pressõespolíticas, desaparecimento deurna, questões de segurança,reuniões seguidas, etc., aquelegrupo conseguia se organizar parao desfecho parcial. De forma

espontânea, cada integrante deuautoridade àquela moça alta paraguiar e dar as direções para todoo grupo. E este seguia semquestionar. Não era uma relaçãoautoritária, imposta. Era umaautoridade assumida por cadaum, que se submetia de formaespontânea. Era uma autoridadeque nascia no meio da “guerra”e que iria terminar logo que aúltima batalha chegasse ao fim.De certa forma aquela passagemmostrava uma capacidade incrívelde auto-organização, semsubmissões. Todos imbuídos derealizar uma tarefa comum.

O antropólogo Pierre Clastrescontava que, entre os índiosGuaranis, o chefe não tinha opoder de mando sobre osintegrantes da tribo. Ele tinha o“dom” da palavra e resolvia osconflitos sempre através deconversas com as partes. A únicaexceção a isto se dava nosperíodos de guerra, onde o grupotransferia para ele a autoridadede conduzir toda a tribo. Estepoder terminava com o fim daguerra.

Aquela marcha, todas ascircunstâncias, a atuação dogrupo que conduziu o processo,a nossa Chefe Guarani, a maneiraespontânea com que todosreconheceram a sua liderança, abusca de auto-organização e osucesso com que tudo isto sedeu nos faz pensar. Ali não sevia um comando autoritário,hierárquico, obrigatório, mas simuma autoridade efêmera, paraaquela tarefa, assumida por todose que teve sucesso.

Temos muito mais a aprendersobre as nossas potencialidadese nossa capacidade deorganização do que poderíamosimaginar.

Luis Mauro Sampaio MagalhãesDiretoria ADUR

CHEFE GUARANI DEBATES ENTRE CHAPAS MOVIMENTAM A RURAL

Segundo debate doprimeiro turno

No dia 23 de novembropassado, a ComissãoEleitoral organizou umsegundo debate entre aschapas concorrentes àadministração da UFRRJ.Ao contrário do primeirodebate, ocorrido no dia9 do mesmo mês, as“alfinetadas” entre oscandidatos foramconstantes.

O debate foi conduzido porrepresentantes da ComissãoEleitoral, que novamente, antes deiniciarem os trabalhos, esclareceramos impasses entre a ComissãoEleitoral e o SINTUR, conformeretratados nesta edição do ADURInforma. Os representantes damesma Comissão leram o ofício nº114 do SINTUR, datado do dia 17de novembro, pelo qual o Sindicatodos Técnico-Administrativoscomunica a retirada dos servidoresda UFRRJ do processo eleitoral emcurso. Neste momento, a Comissãoleu a resposta encaminhada aoSINTUR, pela qual informa queesperou pela convocação da ditaentidade para uma nova AssembléiaConjunta Paritária, como fizeramADUR e DCE, tendo em vista que amesma só pode ser convocadapelos três segmentos.

Os representantes da ComissãoEleitoral informaram ainda que aposição ocupada por cada chapano palco foi sorteada. Eles tambémsortearam a ordem em que cadaconcorrente responderia asperguntas. Do mesmo modo, aComissão esclareceu que as regrasdo debate foram previamentecombinadas com os representantesde cada chapa, e que não houvemodificações em relação aoprocedimento seguido no primeirodebate de 9 de novembro.

O debate foi dividido em quatroblocos. Inicialmente, cada chapadispôs de 10 minutos para aexposição de suas propostas. Osparticipantes, novamente,priorizaram a apresentação daequipe. Num segundo momento, aschapas responderam a trêsperguntas, cada uma formuladapelos segmentos da UFRRJ(docentes, discentes e técnico-

administrativos) – previamentedepositadas em caixasdiferenciadas por categoria,localizadas à frente do palco.

Na terceira parte do debate, todasas chapas responderam às questõesformuladas, especificamente paraelas, por cada um dos trêssegmentos. As perguntas, bemcomo o nome daqueles quedesejassem formulá-lapessoalmente, poderiam serdepositados na urna da respectivacategoria (docentes, discentes etécnico-administrativos). No últimomomento, cada chapa pode fazersuas considerações finais em cincominutos.

O auditório esteve lotado. Aplatéia manifestou-se vaiando eaplaudindo, tendo havido apenasuma tentativa isolada dedesrespeitar um dos candidatos.Este comportamento foiprontamente repreendido pelaComissão Eleitoral.

O candidato à Reitor da chapaAtitude, Prof. Gabriel Santos, foio primeiro a “cutucar” seusconcorrentes, ao afirmar que estaeleição estaria claramente divididapor duas chapas que se aproximamdo modelo administrativo vigentee que a outra poderia seridentificada como uma chapasindical. À frente da chapa Amorà Rural, o candidato Prof. LaerteGrisi não se distanciou da análisedo oponente. Disse que nestaeleição, as chapas que disputavamcom a sua poderiam sercaracterizadas pela atuaçãosindical, pelo perfil administrativoe outra pelo perfil acadêmico, massem experiência administrativa. Aúnica que conjugaria experiênciaacadêmica e administrativa seriaa liderada por ele.

Diferindo da postura dos outros

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ELETRÔNICA DA ADUR-RJ.

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candidatos, aProfa. ReginaAraújo afirmouque para a Ino-var, ter experiên-cia administrati-va é fundamen-tal. Como princi-pal bandeira, de-fendeu a trans-parência do orça-mento e a valori-zação das pes-soas que com-põem a comuni-dade da UFRRJ. Ocandidato dachapa Um Novo Tempo, Prof.Ricardo Miranda, ressaltou a pro-posta da equipe em adotar a ges-tão participativa como modelo ad-ministrativo, assim como, entreoutras propostas, defendeuotimização de políticas educacio-nais da Rural.

Todas as chapas, ao longo dodebate, declararam-se contráriasà política de Reforma Universitáriaimplementada pelo governo, aindaque algumas nem mencionassemtema tão importante em seusfolhetos de campanha. Para oscandidatos, a universidade carecede reformulação, mas não a queestá sendo imposta pela atualgestão federal.

Da mesma forma, os candidatosressaltaram a necessidade de seinvestir na área de saúde e naqualidade de atendimento dohospital universitário, assim comomelhorar as condições de trabalhodos servidores, alimentação ehabitação dos discentes.

De uma maneira geral, as chapastambém reafirmaram a importânciado debate como um espaço detrocas, conscientização epolitização dos eleitores. Inovar,Um Novo Tempo, Amor à Rural eAtitude parabenizaram a ComissãoEleitoral pela condução dostrabalhos.

Para encerrar o debate, aComissão Eleitoral leu a “CartaAberta aos Técnico-Administrativos”, elaborada peloDiretório Central dos Estudantes,pela qual o DCE conclamou “aosegmento técnico-administrativo aparticipar dessa consulta, (...)”,já que “a não participação doprocesso de consulta é ajudar afazer eleições para reitoria nacúpula da universidade, contrari-ando todo o acúmulo histórico há

mais de 20 anos de lutas em defe-sa de um processo eleitoral ver-dadeiramente participativo e de-mocrático”.

A Comissão Eleitoral ainda leu a“Carta Aberta à Comunidade daUniversidade Federal Rural do Riode Janeiro”, escrita pela Diretoriada ADUR-RJ, pela qual esclareceuaos destinatários os últimosacontecimentos sobre as eleições,assim como também convidou “oscompanheiros do SINTUR, paravoltarem a integrar a ComissãoEleitoral (...)” e fortificar “a lutacontra as forças que pretendemcada vez mais dividir nossosmovimentos”.

O debate do segundo turno: UmNovo Tempo X Amor à Rural

Com a proximidade de umadecisão final, os candidatos daschapas Um Novo Tempo e Amor àRural mostraram-se maissuscetíveis às críticas eprovocações. Os ânimos dosconcorrentes, econseqüentemente, dos eleitoresde cada chapa estiveram latentesno último debate que antecedeu osegundo turno, realizado noGustavão, no dia 7 de dezembro.

A Comissão Eleitoral conduziu asatividades que, desta vez, tevenovas regras, já que o debateganhou dois outros blocos. Noprimeiro deles, cada chapa dispôsde 10 minutos para apresentaçãodas suas propostas. No segundobloco, uma pergunta de cadasegmento foi respondida por todasas chapas. Elas foram colocadasdentro das urnas ou feitaspessoalmente. No terceiromomento, cada chapa respondeua uma pergunta de cada segmen-to.

A grande diferença deste de-bate esteve no quarto bloco,quando cada chapa fez três per-guntas para a oponente, que dis-pôs de 3 minutos para respondera cada uma delas. Houve aindaum minuto para réplica e outropara a tréplica. Na quinta etapa,as concorrentes tiveram 5 minu-tos para fazer considerações so-bre o debate, incluindo repostapara eventuais acusações. Sefosse o caso, neste momento se-ria aberto espaço para direito deresposta. No último bloco, cadachapa teve 5 minutos para asconsiderações finais.

A ordem de apresentação e deresposta às perguntas foisorteada pela Comissão Eleitoral.Na maioria das vezes, Amor à Ruralfoi a primeira chapa a pronunciar-se.

Ambas as chapas agradeceramaos eleitores pelos votosrecebidos, e destacaram aimportância de se realizar estedebate no segundo turno. Asconcorrentes apresentaram oscomponentes da equipe,destacando a formaçãoacadêmica de cada um deles.

O candidato à Reitor da chapaAmor à Rural, Prof. Laerte Grisi,afirmou que a concorrente é umachapa de sindicato, cujo algunsintegrantes já estiveram à frentede administrações anteriores naRural. A chapa Um Novo Tempoassociou a candidatura de suaantagonista como umaperpetuação de um mesmo grupoque há muito administra a UFRRJ.

Prof. Ricardo Miranda,candidato à Reitor pela Um NovoTempo, destacou que desde oprimeiro debate, ocorrido em 9 denovembro, a comunidade da Ruraljá pôde perceber a diferença deproposta das candidaturas.

Durante o debate, a platéia –formada majoritariamente porestudantes – manifestou-se àfavor ou contra as chapas quese apresentavam. Aplausos, vaiase “gritos de guerra” tomaramconta do plenário. Todos puderamse expressar, desde que nãoinfligissem a ordem e nãodesrespeitassem o opositor.Algumas vezes, quando os ânimosficaram exaltados, a ComissãoEleitoral precisou intervir, pedindoque os presentes se acalmasseme mantivessem a ordem.

A bipolaridade da platéia ficou

ainda mais evidente quando osparticipantes enviaram ourealizaram pessoalmente suasperguntas aos candidatos. Prof.Ricardo Miranda, da Um NovoTempo, foi interpelado algumasvezes acerca do acordo firmadoentre as demais chapas e oSINTUR, pelo qual secomprometeram em acatar acondução, bem como o resultado,do processo eleitoral paralelorealizado pelo Sindicato dosTécnicos. A Um Novo Tempo foi aúnica chapa que não assinou taldocumento, e explicou que essadecisão foi coerente com seusprincípios. Segundo o candidatoà Reitor da chapa 2, todas asconcorrentes assinaram,inicialmente, um documento, peloqual acordaram em participar doprocesso em curso, respeitandoe acatando as deliberações doRegimento Eleitoral homologadoem Assembléia Conjunta Paritária,bem como a própria ComissãoEleitoral.

O Prof. Laerte Grisi, da Amor àRural, foi questionado sobre seuposicionamento a respeito doaumento do preço do bandejão.Como a pergunta fora direcionadadiretamente ao candidato e nãoa ambas as chapas, conforme asregras deste debate previam parao segundo bloco das atividades,a Comissão Eleitoral sugeriudesconsiderar tal questionamentoe realizar o sorteio de outrapergunta. Prof. Laerte Grisi, noentanto, não aceitou tal proposta.

Ao responder sobre o preço dobandejão, o candidato disse quenão mentiria para calourospretendendo angariar votos.Afirmou, inicialmente, que apoiarianovo aumento de preço, sepreciso fosse, já que o valor pagopelos estudantes não gera lucros,cobrindo apenas as despesas.Complementou afirmando que nãoé justo que aqueles alunos quepossam pagar não o façam, já quecerca de 500 bolsas sãodistribuídas para outrosestudantes que de fato não podemarcar com o custo daalimentação no RestauranteUniversitário.

Prof. Ricardo Miranda disse quea proposta da chapa Um NovoTempo é produzir na própriauniversidade os alimentos a se-rem consumidos no Bandejão.Para o candidato, a qualidade de

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vida da comunidade da Rural deveser prioridade.

As demais perguntasenglobaram temas como acaptação de recursos financeiros,orçamento participativo,qualificação do trabalho detécnico-administrativos e doensino aos estudantes.

No quarto bloco, quando asperguntas foram estabelecidaspelos concorrentes, Prof. LaerteGrisi questionou Prof. RicardoMiranda sobre a divulgação de umdocumento – “Conclamação emapoio à chapa Um Novo Tempo” –distribuído na entrada doGustavão. O candidato da UmNovo Tempo disse que estedocumento foi uma iniciativa dealgumas pessoas que no primeiroturno pertenceram ou votaramnas demais chapas (Inovar eAtitude), que agora manifestaramseu apoio à chapa 2.

A Um Novo Tempo perguntou aoProf. Laerte Grisi seu posicionamentoem relação à Reforma Universitária,sobretudo no que se refere à LeiOrgânica, Autonomia e InovaçãoTecnológica. O candidato disse sercontra a Reforma Universitária queestá sendo conduzida pelo governo,afirmando que se eleito, buscariaapoio político com deputados federale estadual para combatê-la. Eletambém disse que a Rural está semmobilização de representaçãopolítica.

As demais perguntas trataramda gestão participativa, dasmelhorias nos alojamentos, naqualidade da refeição servida nobandejão, e na implementaçãode bolsas de iniciação científica.

Durante as considerações fi-

nas um discurso bonito, porém,esvaziado. Reiterou que a UmNovo Tempo é uma chapa depolítica partidária, e que aproposta da Amor à Rural éintegrar a sociedade communicípios vizinhos, qualificar amão-de-obra e implantar um póloindustrial em Seropédica com oapoio da Prefeitura do local.

O Prof. Ricardo Miranda concluiuafirmando que Prof. Laerte Grisirepresenta a continuidade domesmo grupo que administra aRural há anos. Defendeu a refor-ma do estatuto, levando em con-sideração o documento base exis-tente, assim como disse quepriorizará o diálogo com a comu-nidade. A chapa Um Novo Tempomanifestou-se veementementecontra a Reforma Universitáriacolocada em curso pelo Governo,e reiterou a proposta de qualifi-car o ensino e o trabalho na Ru-ral.

Por fim, o Prof. Laerte Grisi des-pediu-se parabenizando a consul-ta eleitoral conduzida pela Comis-são e também àquela realizadapelo SINTUR. Disse ainda que foio grande vencedor do primeiroturno, por ter recebido a maioriados votos dos docentes e dostécnico-administrativos.

O Pro f . R i cardo M i randaagradeceu aos eleitores queconduziram a Um Novo Tem-po para o segundo turno,manifestando sua preocupa-ção em respeitar as diferen-ças e as categorias da uni-versidade. Ressaltou que ologotipo da chapa represen-ta a proposta do grupo queconjuga, equi l ibradamente,trabalho e alegria, prazer eresponsabilidade.

nais, Prof. Laerte Grisi acusouProf. Ricardo Miranda de ter ape-

FOTOS: RICARDO CRUZ

INFORMES JURÍDICOS DA ADUR-RJ28,86%:

Alguns professores observaram que a ficha financeira fornecida peloDepartamento de Pessoal da UFRRJ, referente aos 28,86%, não conferecom a mesma ficha obtida pela Internet, no site do Ministério doPlanejamento, Orçamento e Gestão (MPOG): http://www.siapenet.gov.br.De acordo com Dr. Marcelo Chalréo, advogado da ADUR-RJ, o Departamen-to de Pagamento da UFRRJ deve fornecer a ficha financeira referente aoperíodo de 1993 a 1998 a todos os professores que fazem jus ao 28,86%.

Recesso do judiciário:O Judiciário entrará em recesso na segunda quinzena de dezembro, re-

tomando os trabalhos somente na segunda semana de janeiro do próximoano. Sendo assim, apenas em 2005 teremos novas informações a respeito

24ºCONGRESSO ANDES-SN: ESTEJA ATENTO AOS PRAZOS

• O ANDES-SN estabeleceu o período de 1º de dezembro de 2004a 23 de fevereiro de 2005 para o recebimento da documentaçãoregimental para inscrição de delegados e observadores para o 24ºCongresso do Sindicato Nacional. O credenciamento durante o eventodar-se-á somente no dia 24 de fevereiro das 9h às 12h e de 14h às20h.

• O prazo para contribuição dos artigos, para integrarem o Cadernode Textos, que será divulgado no 24º Congresso do ANDES-SN, emCuritiba (PR), é 18 de janeiro de 2005, por e-mail. As contribuições quechegarem à sede do ANDES-SN no período de 19 de janeiro a 10 defevereiro de 2005 também serão remetidas às seções sindicais,juntamente com as correções e análises de textos, para comporem oanexo ao Caderno de Textos a ser publicado no dia 14 de fevereiro de2005. O Caderno de Textos deve ser ordenado dentro de cada temaespecífico:Movimento Docente e Conjuntura:• Tema I – Políticas Setoriais: Plano de Lutas dos Setores.• Tema II - Questões Organizativas e Financeiras• Tema III – Políticas Sociais: Educacional, Financiamento, CarreiraDocente, Sindical, Ciência e Tecnologia, Comunicação, Agrária,Seguridade Social, Relações Internacionais e Etnia, Gênero e ClasseVeja as orientações do ANDES na página da entidade www.andes.org.br(circular nº382), para a melhor ordenação e dinâmica dos trabalhosque irão compor o Caderno de Textos.

- O processo do FGTS caminha para o seu desfecho, após longa e exaus-tiva batalha judicial, ou seja, em breve os professores estarão recebendoas perdas do Fundo. No caso, já foi encaminhado para o processo a rela-ção de docentes que do mesmo conta, com dados necessários à conta deliquidação que será feita pela CEF, com posterior apresentação nos autosda ação. A CEF já está de posse do processo, para o que lhe foi dadoprazo até início de fevereiro para ultimação dos pagamentos devidos aosprofessores.

- No que diz respeito aos 28,86%, para os professores que não fizeramacordo com a União, o processo está para seguir para cálculos, com o queesses professores receberão, com juros e correção monetária, os valoresque lhes são devidos e de uma única vez. A Assessoria Jurídica da Adurestá entrando em contato com contadores e peritos para ver da melhorforma de proceder a esses cálculos, sendo possível a necessidade de do-cumentos complementares à feitura da conta.

- Sobre a GID/GEAD dos professores aposentados do CTUR deve se es-clarecer que após meses de tormentos administrativos para o correto cum-primento da ordem judicial contida no processo que beneficia esses do-centes o assunto está, enfim, solucionado, mas esses profissionais deve-rão ficar atentos, comunicando à ADUR qualquer eventual erro no paga-mento para que possam ser tomadas as medidas porventura necessárias.

Era, em síntese, o que tínhamos a relatar quanto a algumas medidas decaráter coletivo encaminhadas pela entidade,

    Marcelo Chalréo - Assessor Jurídico da ADUR-RJ

Balanço do ano de 2004:

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ADUR INFORMA - Nº64 8

A ILUSÃO DA ELITE SINDICAL NO PARAÍSO

PROFESSOR DA UNICAMP DIZ QUE GOVERNO DO EX-OPERÁRIO LULA ESTÁ CONSOLIDANDO

MODELO NEOLIBERAL NO BRASIL.

ARMANDO BOITO, PROFESSOR TITULAR DE CIÊNCIA POLÍTICA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS (UNICAMP), FOI ENTREVISTADO PELO REPÓRTER

OTTO FILGUEIRAS (GAZETA MERCANTIL) E TECEU VÁRIAS CRÍTICAS À ADMINISTRAÇÃO DO GOVERNO LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA. SEGUNDO O PROFESSOR, O

ATUAL PRESIDENTE ESTÁ CONSOLIDANDO O MODELO NEOLIBERAL NO BRASIL AO MANTER A POLÍTICA ECONÔMICA DE FERNANDO HENRIQUE CARDOSO. “É COMUM

FORÇAS POLÍTICAS QUE SE IMAGINAM INIMIGAS DE UM DETERMINADO MODELO SE CONVERTEREM EM APERFEIÇOADORAS DAQUELE MODELO, QUANDO ASSUMEM O

PODER”.ALÉM DE PROFESSOR DA UNICAMP, ARMANDO BOITO FOI PESQUISADOR VISITANTE DA FONDATION NATIONALE DE SCIENCE POLITIQUE DE PARIS, E

DESENVOLVE PESQUISA NAS ÁREAS DE POLÍTICA BRASILEIRA, MOVIMENTO SINDICAL E TEORIA POLÍTICA. BOITO É AUTOR DE VÁRIOS LIVROS, TAIS COMO “O GOLPE

DE 1954: A BURGUESIA CONTRA O POPULISMO” E “O SINDICALISMO DE ESTADO NO BRASIL, ANÁLISE CRÍTICA DA ESTRUTURA SINDICAL”.

REPRODUZIMOS A SEGUIR TRECHOS DA ENTREVISTA REALIZADA PELA GAZETA MERCANTIL.

Gazeta Mercantil - Por que hámais de duas décadas ocrescimento da economiabrasileira é sem consistência enão se sustenta?Armando Boito - O problema docrescimento na economia brasileiratem de ser compreendido nocontexto mais amplo das economiascapitalistas no mundo de hoje. Nãoé apenas o Brasil que temcrescimento quase insignificantenas últimas duas décadas. Toda aEuropa está funcionando dessamaneira, alternando períodos derecessão com outros dedesenvolvimento muito baixo. Umaexceção que confirma a regra sãoos Estados Unidos, quemantiveram o desenvolvimento nadécada de 1990, mas muitoseconomistas entendem que isso seexplica pelo fato dos norte-americanos controlarem a moedamundial, terem déficit com o restodo mundo e financiarem o seucrescimento com a pauperizaçãodos outros. Portanto, o capitalismobrasileiro, como outros países daAméricaLatina, também secomporta dessa maneira, e ocrescimento da economia deve sermuito provavelmente de fôlegocurto, como já aconteceu outrasvezes nos governos de FernandoHenrique Cardoso e Itamar Franco.Digo muito provavelmente, porqueno caso brasileiro atual há umamudança importante desde aposse do presidente Luiz InácioLula da Silva e que pode repercutirde algum modo nesse processo.

Gazeta Mercantil - Que mudançassão essas?Armando Boito - O modeloeconômico atual começou a ser

Gazeta Mercantil - Por causa dahegemonia do capital financeiro?Armando Boito - Sim, a indústria ea agricultura eram preteridas. Foi umfator econômico que criou aoportunidade para que a pressãodesses setores empresariais fossebem-sucedida. A crise cambial de1999 significou a prova definitiva deque não é possível remunerar ocapital financeiro nacional einternacional nos níveis que elesobtinham, e ainda obtêm, semimplementar uma política paraaumentar as reservas cambiais,porque sem reserva em dólares ocapital f inanceiro não circulalivremente e não pode serremunerado. Quando o FernandoHenrique afastou Gustavo Franco dapresidência do Banco Central eliberou o câmbio e fez adesvalorização do real, ele deu inícioa uma política de favorecimento ao

setor exportador do empresariado.Não podemos esquecer que, juntocom essa política, FernandoHenrique iniciou uma pressão contraos subsídios aos produtos agrícolasdos países centrais. E buscou umapolítica de saldos positivos nabalança comercial e logrou obteresses saldos, contrariamente aoque aconteceu no seu primeiromandato, quando o déficit nabalança comercial era apresentadocomo virtude.

implantado no governo de FernandoCollor de Mello, mas agora entrounuma nova fase, com novos apoiospolíticos e novos arranjos no nível dobloco de forças no poder. A nova fasefoi iniciada em 1999, em plena crisecambial, no segundo mandato deFernando Henrique Cardoso, e ogoverno Lula aprofundou-a e estáconseguindo consolidá-la. Essa novafase implicou em mudanças narelação do governo com oempresariado e na relação dogoverno com as classestrabalhadoras. No início, quando foiimplantado, esse modelo encontrouresistência grande por parte dostrabalhadores organizados ementidades como a Central Única dosTrabalhadores (CUT) e outrosmovimentos sociais vinculadosinclusive ao Partido dosTrabalhadores (PT), PartidoComunista do Brasil (PCdoB), PartidoSocialista Brasileiro (PSB) e PartidoDemocrático Trabalhista (PDT), que noparlamento também resistiam àsmedidas liberalizantes. No que dizrespeito aos empresários, emborahouvesse uma unidade em torno daidéia de desregulamentação eflexibilização, havia tambémresistências pontuais, porémsignificativas, contra alguns pontosdo modelo neoliberal. Em setratando de privatização edesregulamentação do mercado detrabalho havia no meio empresarialquase uma unanimidade favorável aessas medidas. Mas, quando setratava da abertura comercial, dadesregulamentação financeira e dapolítica de juros altos que estavaassociada a essas medidas, aresistência da indústria interna eragrande. Talvez muitos não selembrem, hoje, mas durante oprimeiro mandato do Fernando

Henrique Cardoso, a Federação dasIndústrias do Estado de São Paulo(Fiesp) apoiou uma greve nacionalde trabalhadores convocada pelaCUT e pela Força Sindical. Umamatéria publicada na revista daFiesp, na época, mostrava que todosos conselheiros e membros dadiretoria da Fiesp apoiaram adecisão do Carlos Eduardo Moreira,então presidente da entidade, deapoiar publicamente a greve. Alémdisso, em outubro de 1996, juntocom a Confederação Nacional daIndústria (CNI), a Fiesp fezmanifestação de empresários emBrasília, foram fretados aviões paralevar os industriais, porque setoresimportantes dos empresáriosligados a indústria, em grandemedida ao mercado interno eonerado pela política de juros altos,tinham grande resistência a umaparte do modelo neoliberal.

Gazeta Mercantil - A políticaeconômica do Lula é continuidadeda que existia no governo FHC?Armando Boito - O presidente Luladá seqüência ao segundo governoFHC. Aprofundou essa políticacomercial mais agressiva e que elechama de “nova geografiacomercial”. Não se trata de políticaantiimperialista, o comércio sequeré o principal pilar da dominaçãoimperialista, mas uma política queprovoca atritos com certosinteresses das empresascapitalistas dos países centrais, acomeçar pela produção agrícola. Euma política que permite saldospositivos crescentes na balançacomercial e, conseqüentemente, amanutenção desse modelo queestava praticamente seinviabilizando. Com o aumentoenorme da exportação doagronegócio e um pequenocrescimento na exportação demanufaturados de baixa tecnologia,esse setor da burguesia passou aencontrar posição mais confortável,ainda que subordinada, dentro dapolítica econômica, que ainda é apolítica de hegemonia do capitalfinanceiro. Hoje, a Fiesp, porexemplo, está muito próxima dogoverno, o setor industrial voltadopara a exportação aumentou sua

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influência política na entidade. Onovo presidente da Fiesp contoucom esse setor para vencer ocandidato apoiado pela diretoriaanterior. Portanto, o que se esboçouno segundo mandato de FHC estáse consolidando sob o governo Lula,que administra uma fase maismadura do modelo neoliberal, naqual se mantém a hegemonia docapital financeiro, representadapela desregulamentação financeira,política de juros altos e busca desuperávits primários crescentes.Política que limita a expansão dosnegócios da burguesia interna,impede melhoria da infra-estruturado País e encarece o custo dodinheiro.

Gazeta Mercantil - O arranjo teráfôlego?Armando Boito -É difícil saber. Essamudança não é apenas resultado dainiciativa e viagens de Lula. Ocomércio internacional de produtosprimários melhorou na década de2000 e isso foi aproveitado não sópelo Brasil, mas também por outrospaíses latino-americanos. Quantovai durar, ainda não sabemos aocerto.

Gazeta Mercantil - E em relação aostrabalhadores?Armando Boito - Aí, tambémentramos numa fase nova. Ogoverno Fernando Henrique erabaseado em partidos que nãopossuem a tradição de inserção nossetores operário e popular. Tudomuda quando o governo conta compartidos como o PT, o PCdoB e o PSB.Esses partidos estão obtendo,também aqui, uma acomodaçãopolítica. Havia predisposição departe da base petista paraestabelecer um compromisso com omodelo neoliberal. O governo pôdedesenvolver uma política de cooptaçãodas direções sindicais e populares.Centenas de sindicalistas e milhares demilitantes do PT estão vivendo deemprego público arranjado, de puroclientelismo. Mas, a cooptação não étudo. Há fenômenos profundos, comraízes sociais, porque nos setores commaior capacidade de organização epressão do sindicalismo, a exemplo dospetroleiros, bancários e trabalhadoresda indústria automotiva, que são anata do sindicalismo metalúrgico,percebe-se, acompanhando a históriarecente desses sindicatos, que estãoprocurando acomodação dentro domodelo neoliberal. Esses sindicatos detrabalhadores estão aderindo àaposentadoria complementar e àprevidência privada, procuram umaforma das próprias entidades gerirema aposentadoria privada e estãoaderindo aos planos de saúdeprivado. Ou seja, se afastam da lutapelo Estado de Bem-Estar Social,com direitos sociais universais

financiados e geridos pelo Estado,que foi o que caracterizou a atuaçãoda CUT e o PT na década de 1980.O outro fator importante, e não éuma novidade do governo Lula, éque há uma parte dos trabalhadorespauperizados e politicamentedesorganizados, que são osdeserdados do desenvolvimentismoe agora do neoliberalismo, queparadoxalmente tem servido declasse apoio ao modelo neoliberal.É que esse setor pobre dapopulação não chegou a ter acessoà cidadania social, à saúde, àeducação, ao transporte, à culturae à aposentadoria no períododesenvolvimentista e populista. Ouficou de fora desse direito, por nãoter carteira assinada, ou teveacesso muito limitado. Por isso,esses trabalhadores, cujapauperização foi agravada pelopróprio modelo neoliberal,acumularam na história recente umarevolta difusa, e, em certa medida,politicamente cega, contra odesenvolvimentismo e o populismo.Revolta confiscada pelo capitalf inanceiro, pelas polít icas defocalização do Banco Mundial, e osdireitos sociais foram apresentadoscomo privilégios de poucos a seremextirpados.

Gazeta Mercantil - Isso explica aeleição do Fernando Collor deMello para presidente daRepública?Armando Boito - Fernando Collor deMello foi o primeiro que capitalizouessa revolta difusa com o apelo aos“descamisados” e a sua “caça aosmarajás”. De lá para cá, essestrabalhadores pauperizados têmservido de classe apoio para omodelo neoliberal. Votaram em Collor,a maioria deles votou em FernandoHenrique e, recentemente, nacampanha de 2002, passaram parao lado do governo Lula. Graças a umprocesso complexo de ilusãoideológica, eles estão servindo debase de apoio para as forçaspolíticas da direita que queremdestruir qualquer tipo de cidadaniasocial no Brasil, embora tais forçasse apresentem com um discursodemagogicamente igualitário contraos privilégios. Mas isso vem desdeo Collor. A novidade do atual governoé que Lula está explorando a origempopular dele e dos seus ministrospara aprofundar esse novopopulismo. Na época da reformaneoliberal da previdência, opresidente Lula fez até discursocontra os “professores privilegiados”,comparando-os com os trabalhadoresrurais sem direito.

Gazeta Mercantil - O velho populismoestá de volta?Armando Boito - Esse é um novo tipode populismo, diferente do período de

Getúlio Vargas que apelava à massatrabalhadora para levar de vencida aresistência da oligarquia e dos EstadosUnidos contra a industrialização e amodernização do País. Agora temosum populismo que faz apelo aostrabalhadores desorganizados epobres para isolar os trabalhadoresorganizados e remediados, e para fazerpassar uma política de ajuste fiscalfavorável ao capital financeiro, masjamais favorável aos trabalhadorespobres e desorganizados, aos quais omodelo neoliberal reserva as políticascompensatórias, como bolsa isso,bolsa aquilo, que o governo Lula agoraunificou na Bolsa Família. Então, naverdade está se praticando um novotipo de populismo, com maispossibilidade de ser bem sucedidoquando se tem um presidente deorigem popular.

Gazeta Mercantil - Como se situa osindicalismo metalúrgico do ABCpaulista em relação ao modeloneoliberal?Armando Boito - Além da cooptaçãomassiva de lideranças de movimentossindicais, populares e de partidospolíticos de esquerda por meio doclientelismo e do empreguismo, queocorre no governo Lula e nasprefeituras petistas, os setores daelite sindical com maior capacidade deorganização e de pressão podemprescindir das legislações social etrabalhista. Pegue o exemplo do 13ºsalário garantido por lei. Ora, essessetores recebem o 14º salário egraças à força do seu sindicalismo, elesnão precisam de uma norma protetoracomo essa. É por isso que estãoaceitando a flexibilização da CLTproposta pelo governo Lula. Osprejudicados não serão eles, mas agrande massa trabalhadora poucoorganizada.

Gazeta Mercantil - O governo Lulavai conseguir contemplar asnecessidades do povo mais pobreque lhe dá esse apoio difuso?Armando Boito - Tenho certeza quenão. Não se pode atender àsnecessidades dessa populaçãoempobrecida com um superávitprimário de 4,5% do Produto InternoBruto (PIB) e sem mexer em todaestrutura do modelo econômico. Nãoé possível atender às necessidadesdessa parte da população com umapolítica voltada para o mercadoexterno. A elevação dos salários dostrabalhadores seria um estorvo paraessa política, já que o salárioarrochado é um trunfo para acompetividade das empresasbrasileiras no cenário internacional.O governo Lula mantém o saláriomínimo nem tanto por causa daPrevidência, esse era um fator e elerecorreu a esse argumento porquesabia que ia pegar, mas o outro fator,

e talvez o mais importante, é quenão pode haver uma política derecuperação do salário mínimo noBrasil com esse modelo econômico,pois vai encarecer as exportações,os produtos brasileiros vão perdercompetitividade. A caça aos dólarespara remunerar o capital financeiroexige o arrocho salarial.

Gazeta Mercantil - Do lado dosempresários não existe nenhumacontradição mais aguda de setoresda indústria que dependem domercado interno?Armando Boito - Ainda hácontradições, atritos e divergências.Os setores insatisfeitos estãoorganizados no Instituto de Estudospara Desenvolvimento Industrial(Iedi). E muitos setores da indústriavoltados para o mercado interno nãoestão tendo o mesmo crescimento dossetores exportadores. Mas em termosrelativos, se comparar com o períodode FHC, a unidade dos empresárioscom o governo Lula é maior.

Gazeta Mercantil - Então, o PT, oPCdoB e o presidente Lula, quetanto criticaram o modeloneoliberal dos governos deFernando Collor e de FernandoHenrique, vão consolidar esseprocesso?Armando Boito - Não tenho dúvidanenhuma sobre isso. Eles estãosendo os artífices do período deconsolidação do modelo capitalistaneoliberal no Brasil. E isso nemchega a ser uma situaçãoexcepcional na história. É comumforças políticas que se imaginaminimigas de um determinado modelose converterem em aperfeiçoadorasdaquele modelo, quando assumemo poder governamental. E os críticosdo modelo neoliberal estão nadefensiva e praticamentedecapitados no Congresso Nacional.Durante os dois mandatos doFernando Henrique os projetos dereformas neoliberais encontravamresistência de 25% da Câmara dosDeputados e do Senado, hoje issonão existe mais.

Gazeta Mercantil - A classeoperária chegou ao paraíso?Armando Boito - Não, embora parteda equipe governamental sejaformada por sindicalistas egressosda corrente Articulação Sindical, aexemplo do petroquímico JaquesWagner, que foi ministro do Trabalhoe agora no Conselho deDesenvolvimento Econômico e Social(Cdes), do médico Antonio Palocci,ministro da Fazenda, dos bancáriosLuiz Gushiken, ministro daComunicação Social, Olívio Dutra,ministro das Cidades, RicardoBerzoini, no Ministério do Trabalhoe que foi ministro da Previdência

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Social, e do próprio Presidente daRepública, um ex-operário. E maisde uma centena de sindicalistasoriginários da mesma correnteocupam altos postos naadministração e nas empresasestatais. O fato de os sindicalistasserem hoje parte importante dopessoal dirigente do executivofederal, não significa a formaçãode uma “República de sindicalistas”no Brasil, mas sim uma situaçãopróxima àquela designada pelomarxista greco-francês NicosPoulantzas (1936-1979) com oconceito de “classe detentora” doaparelho de Estado - aquela classeque praticamente monopoliza osaltos cargos da burocracia públicasem que tenha, por causa disso,capacidade de influenciar a políticaeconômica e social. A situaçãobrasileira atual não reproduzfielmente a situação designadapelo conceito de classe detentora- não estamos falando doconjunto da classe operária e ossindicalistas da ArticulaçãoSindical estão muito longe demonopolizar os principais cargos doExecutivo Federal. Porém, mesmonessa versão limitada, a detençãode altos cargos no executivofederal pelos sindicalistas produzefeitos políticos e ideológicosimportantes. A formação dogoverno Lula é vista, por essestrabalhadores, como uma situaçãointeiramente nova. Com essegoverno, esses sindicalistasimaginam ter chegado ao poderou, pelo menos, estar participandodele, e esperam do presidentesindicalista, não uma ruptura como modelo capitalista neoliberal,mas um neoliberalismo comcrescimento econômico eexpansão do emprego. Essacamada de trabalhadores temaceitado parte do privatismoneoliberal e acredita que podeutilizar seu poder de organizaçãoe de pressão sindical paraconverter alguns aspectos doneoliberalismo em instrumentos dedefesa e de melhoria de suascondições de vida. Mas isso é umailusão, porque o modelo neoliberalsó vai acentuar o desemprego epiorar as condições de vida damaioria dos trabalhadores.

Fonte: Gazeta Mercantil/Caderno A -Pág. 6, 13 de Outubro de 2004, porOtto Filgueiras

CALOUROS SÃO RECEPCIONADOS POR AULA INAUGURAL

Diferentemente do queacontece em algumasuniversidades, os novos alunos daUFRRJ não foram recebidos combrincadeiras que pudessemconstrangê-los. O DiretórioCentral dos Estudantes (DCE),pretendendo dar boas-vindas epromover a integração entre oscalouros, organizou uma AulaInaugural, no último dia 22 denovembro, no Cine TeatroGustavo Dutra (Gustavão). Ostrabalhos foram coordenadospelos representantes do DCE,Rodrigo Vitória (Educação Física)e Mário Piratello (Agronomia). Asprofessoras Rosane F. de Oliveirae Maria Teresa C. da Cunhaparticiparam do evento comorepresentantes da ADUR-RJ e daComissão Eleitoral,respectivamente.

A representante da ADUR-RJ fezuma exposição sobre a ReformaUniversitária, demonstrando quaisforam as últimas atitudes dogoverno e as principaisreivindicações de docentes ediscentes. O objetivo destaapresentação foi possibilitar que oscalouros pudessem prontamente sefamiliarizar com a discussão e a lutados diversos segmentos quepretendem barrar o projeto dereforma universitária do governo.

Para a palestrante, um dosmaiores exemplos do descaso dosgovernantes frente à educaçãopública é a instituição do ProgramaUniversidade para Todos (ProUni),que isenta as instituiçõesparticulares de ensino de impostose contribuições fiscais. O governodesloca os recursos que poderiamser investidos nas universidades

públicas para “comprar” vagas nasuniversidades particulares.

Assim como o ProUni, a Lei deInovação Tecnológica, as ParceriasPúblico-Privadas (PPP’s) e oincentivo à educação à distânciasão partes complementares domesmo projeto reformista dogoverno Lula. A palestrantedestacou, inclusive, a importânciada participação de todos osestudantes em atividades demobilização, assim como a GrandeMarcha à Brasília, ocorrida em 25de novembro último.

Já a professora Maria Teresa daCunha, como representante daComissão Eleitoral, esclareceualguns aspectos do processo paraescolha do próximo Reitor da UFRRJ.A professora destacou aimportância de se participar de umaconsulta eleitoral para reitoria,sobretudo, como um exercíciodemocrático.

O grupo teatral APOENA, for-

mado por alunos da UFRRJ, apre-sentou uma esquete pela qual secriticava o abandono e descasodo ensino público brasileiro. À tar-de, houve a exibição dodocumentário “Ilha das Flores”(1989), do diretor Jorge Furtado.

De acordo com João Brandão,estudante de Educação Física daUFRRJ e coordenador do DCE, aaula inaugural teve como princi-pal objetivo estabelecer um pri-meiro contato com o calouro, de-monstrando as dificuldades queatingem o ensino público do país.

Segundo Brandão, desde2002, a organização da aulainaugural não está mais sob res-ponsabilidade da Reitoria, já queo DCE comparecia ao eventopara mostrar a real idadevivenciada pela Rural. Para o co-ordenador do DCE, os alunostêm que lutar, desde cedo, pelaqualidade do ensino, pesquisa eextensão.

13 A 15 DE DEZEMBRO – “MARCHA SOBRE BRASÍLIA PELA RECUPERAÇÃO DO SALÁRIO MÍNIMO ECORREÇÃO DA TABELA DO IMPOSTO DE RENDA”, SOB ORGANIZAÇÃO DA CUT.

26 A 31/01/2005 – FÓRUM SOCIAL MUNDIAL, EM PORTO ALEGRE. OUTRAS INFORMAÇÕES: HTTP://WWW.FORUMSOCIALMUNDIAL.ORG.BR

24/02 A 01/03/2005 – 24º CONGRESSO DO ANDES-SN, EM CURITIBA (PR), COM O

TEMA: “UNIDADE E INDEPENDÊNCIA DA CLASSE TRABALHADORA: DIREITOS SOCIAIS E PROJETO DE

EMANCIPAÇÃO”.

CALENDÁRIO DE LUTAS DO ANDES-SN

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MARCHA À BRASÍLIA REÚNE MANIFESTANTES CONTRA

REFORMAS DO GOVERNO LULA

FOTO: GEORGIA RODRIGUES

Aproximadamente quinze milpessoas estiveram em Brasília noúltimo dia 25 de novembro paraprotestar contra as reformas sin-dical, trabalhista e universitáriado governo Lula. Mais de 200ônibus de diversos Estados dopaís levaram representantes dosdocentes, discentes, técnico-administrativos, sindicalistas e domovimento sem-terra para a ca-pital. O grupo encontrou-se emfrente à Esplanada dos Ministé-rios e marchou contra o pacotede reformas que o governo pre-tende implementar. Várias enti-dades também participaram des-ta manifestação, entre elas:ANDES-SN, Conlutas (Coordena-ção Nacional de Lutas), CUT(Central Única dos Trabalhado-res), diversas entidades estu-dantis, Conlute (CoordenaçãoNacional de Luta dos Estudan-tes) e partidos políticos comoPT, PSOL e PSTU.

Cerca de 40 estudantes daUFRRJ foram à manifestação,com apoio da ADUR-RJ, quepatrocinou metade do custoreferente ao transporte. Deacordo com Mário Piratello,integrante do Diretório Centraldos Estudantes da UFRRJ, aRural foi uma das universidadesque mais enviou discentes paraBrasília.

Segundo Piratello, osestudantes não desperdiçaramtempo e, durante o percursopara o Distrito Federal, assimcomo no caminho de volta para

casa, oDCE daR u r a lpromoveudebatesno ônibus.Oobjetivod oDiretórioC e n t r a ldos Estu-dantes daRural erad i s cu t i ros efeitosnoc i vo sda refor-

ma universitária, abordando temascomo autonomia, gestão, ProgramaUniversidade para Todos (ProUni),entre outros assuntos.

“- Foi importante organizarmoseste espaço para debatermos eanalisarmos o que presenciaríamose o que também vivenciamos emBrasília. Nossa proposta é combatertoda e qualquer prática divisionistado movimento estudantil, já que esteé um momento que exige amplamobilização nacional”, afirmaPiratello.

Para Georgia Rodrigues, aluna do2º período de Ciências Econômicasda UFRRJ que participou pela primeiravez de uma manifestação de grandeporte, a Marcha à Brasília foiimportante porque todos estavamunidos para brigar por um ideal.

- “Apesar da marcha ter sido muitoheterogênea, não me senti só, pois,nós, estudantes, protestamos poruma universidade pública, gratuitae de qualidade. Contudo, acho queaquele não era o momento paramanifestações partidárias, e sim,para carregarmos uma bandeiraúnica”, diz.

Para o Sindicato Nacional dosDocentes (ANDES-SN), a Marcha àBrasília atingiu seus objetivos, namedida em que vários segmentosestiveram unidos para criticar asreformas neoliberais do governo Lula.Entre as críticas, estavam aprivatização das universidadespúblicas, o ProUni, as reformassindical e trabalhista, assim como afalta de investimento para o ensinopúblico.

A direção do ANDES-SN, contu-do, observa que este momentocarece da união das categorias –trabalhadores, docentes, discen-tes, sindicalistas – para evitar quea educação pública brasileira sejadestruída pela política reformista doatual governo.

À frente das manifestações, es-tiveram os parlamentares Babá,Heloisa Helena, Luciana Genro eJoão Fortes, que se pronunciaramcontra o Governo Lula ao lado derepresentantes do ANDES-SN e doConlutas. O deputado ChicoAlencar também participou doevento para representar a ala maisà esquerda do PT, que nãocoaduna com a postura doscompanheiros de partido que estãono governo. O presidente do PSTU,José Maria, criticou o alinhamentoda política brasileira com asdiretrizes do Fundo MonetárioInternacional e do Banco Mundial.

Parte dos manifestantes tomoubanho no espelho d’água noCongresso. Durante o protesto, osparticipantes da Marcha gritavam:“não pago, não pagaria, educaçãonão é mercadoria”, ou ainda:“você, aí fardado, também éexplorado”. Este último “grito deguerra” foi dirigido aos policiais, quesegundo Geórgia Rodrigues,agrediram violentamente umestudante que ameaçou, duranteuma brincadeira, subir a rampa doCongresso. Segundo a aluna, ospresentes, em solidariedade ao rapaz,sentaram no meio da rua, impedindoque o camburão passasse. Em re-presália, um grupo jogou água nos po-liciais.

Georgia Rodrigues não se lembrade ver alguém jogando pedra emdireção aos prédios oficiais, e diztambém que é preciso tomar cui-dado com a versão amplamentedifundida pela grande imprensa.Para aluna da Rural, os grandesveículos de comunicaçãoatribuíram uma conotaçãopejorativa a Marcha à Brasília,enquanto trataram osmanifestantes como se fossembaderneiros.

“- Durante todo o percurso, acavalaria nos acompanhou. Apolícia repreendeu violentamenteo menino que tentou subir arampa, o segurando pela nuca ecabelos. Este foi o únicomomento em que houve violência.

A imprensa transmitiu a idéiade que éramos bagunceiros,vândalos, mas apenas umpequeno e isolado grupo de punkse skinheads destoaram do espíritopacífico da manifestação”, conta.

Embora a Marcha à Brasíliatenha sido considerada vitoriosapelo ANDES-SN, o número departicipantes foi inferior aoesperado. A aluna lamentou queas ruas não estivessem com 100mil ou mais pessoas, comoacontece nos Sambódromosdurante o carnaval carioca.

“- É muito triste que as pessoasse mobilizem, na proporção que ofazem, para participar de umafesta como o carnaval e que nãocompareçam a um ato muito maisimportante, como foi esta Marchaà Brasília. Lutamos paratransformar o futuro de todasociedade”, afirma a estudante.

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EXPEDIENTE

ADUR InformaPublicação da Associação

dos Docentes da UFRRJ

Endereço:Rodovia BR 465, Km 7 – Campus daUFRRJ – Seropédica, RJ.Caixa Postal: 74.537 – CEP: 23.851-970.Telefax: (21)2682-1379.E-mail: [email protected]

Conselho Editorial:Canrobert P. L. Costa Neto, RosaneFerreira de Oliveira, Luis MauroSampaio Magalhães,  Maria TeresaCarneiro da Cunha, Irlete Braga da Trin-dade e  Frederico José Falcão.

Redação e diagramação:Aline Pereira (Reg. 25163/ MTb)

Fotolito e impressão:Gráfica Jornal de HojeTiragem: 2 mil exemplares

Em 25 de novembro, representantes de diversas seções sindicaisestiveram em Brasília para reunião do Setor das IFES (InstituiçõesFederais de Ensino Superior), coordenada pelo ANDES-SN.

Primeiramente, houve um relato dos trabalhos realizados, na semanade 22 a 26 de novembro, pelo Comando Nacional de Mobilização. Apósapresentação da síntese das atividades do CNM, a Diretoria do ANDES-SN informou que o Ministério da Educação encaminhou um documentocom artigos referentes ao Anteprojeto de Lei Orgânica da Reforma daEducação Superior Brasileira. Neste documento, o governo afirma quea minuta deste Anteprojeto será apresentada no dia 6 de dezembro, eque ele não será remetido ao Congresso Nacional, neste momento.

A Diretoria do ANDES-SN também informou que o MEC agendaria umaaudiência entre o Ministro Tarso Genro e representantes do SindicatoNacional para a primeira semana de dezembro. Nesta reunião, seriamdiscutidos os encaminhamentos do Grupo de Trabalho de estruturasalarial dos docentes.

Durante este encontro, representantes do Setor das IFESdeliberaram que o Sindicato Nacional deveria produzir um InformANDESEspecial, que divulgasse o sucesso da Marcha à Brasília – ocorridatambém em 25 de novembro – para protestar contra as reformassindical, trabalhista e universitária do governo Lula. A preocupaçãodo grupo é transmitir a veracidade deste ato pacifista e desmistificaras notícias divulgadas pela grande imprensa, que atribuíram aosmanifestantes às responsabilidades por atos de vandalismo e violência.

Da mesma forma, o grupo decidiu que o InformANDES tambémdeveria encaminhar informações referentes à rejeição da MedidaProvisória 213/04, que estabelece o ProUni, aprovada no último dia1º de dezembro.

A reunião do Setor das IFES deliberou que as seções sindicais devemrestabelecer contato com os parlamentares, seja pessoalmente ouvia correspondência, para explicitarem a rejeição à Medida Provisória213/04. O grupo também combinou enviar abaixo-assinados emensagens eletrônicas que reforçassem o descontentamento emrelação ao ProUni. Nestes abaixo-assinados, deverá conter a seguinteafirmação: “votar contra o ProUni é votar à favor da educação pública ede qualidade, portanto, quem votar à favor será denunciado como inimigoda Universidade Pública”.

Os representantes das seções sindicais que compareceram àreunião do Setor das IFES também aprovaram a indicação do dia 6 dedezembro como o “Dia Nacional contra o ProUni”, com ações políticasem todo país. Outro encaminhamento importante foi o de que as seçõessindicais devem estabelecer contato e somar forças com as diferentesorganizações e entidades que participaram da Marcha à Brasília contrao pacote reformista do governo Lula.

SETOR DAS IFES APROVA 6 DE DEZEMBRO

COMO “DIA NACIONAL CONTRA O PROUNI”

NATAL É MARCADO PELA CONFRATERNIZAÇÃO, SOLIDARIEDADE E AMOR. É UM PERÍODO ONDE O HOMEM PERMITE QUE AEMOÇÃO AFLORE E ATÉ SUPERE OS INTERESSES MERCADOLÓGICOS DO MUNDO CAPITALISTA.

ESTA EMOÇÃO É A MESMA QUE PERMEOU TODO O PROCESSO DE HOMINIZAÇÃO. HUMBERTO MATURANA CHAMA A NOSSA

ATENÇÃO: “A EMOÇÃO FUNDAMENTAL QUE TORNA POSSÍVEL A HISTÓRIA DA HOMINIZAÇÃO É O AMOR. SEI QUE O QUE DIGO PODE

CHOCAR, MAS INSISTO, É O AMOR. NÃO ESTOU FALANDO COM BASE NO CRISTIANISMO. SE VOCÊS ME PERDOAM DIREI QUE,INFELIZMENTE, A PALAVRA AMOR FOI DESVIRTUADA, E QUE A EMOÇÃO QUE ELA CONOTA PERDEU SUA VITALIDADE, DE TANTO SE DIZER

QUE O AMOR É ALGO ESPECIAL E DIFÍCIL. O AMOR É CONSTITUTIVO DA VIDA HUMANA, MAS NÃO É NADA ESPECIAL. O AMOR ÉFUNDAMENTO DO SOCIAL, MAS NEM TODA CONVIVÊNCIA É SOCIAL. O AMOR É A EMOÇÃO QUE CONSTITUI O DOMÍNIO DE CONDUTAS

EM QUE SE DÁ A OPERACIONALIDADE DA ACEITAÇÃO DO OUTRO COMO LEGÍTIMO, OUTRO NA CONVIVÊNCIA, E É ESSE MODO DE

CONVIVÊNCIA QUE CONOTAMOS QUANDO FALAMOS DO SOCIAL. POR ISSO, DIGO QUE O AMOR É A EMOÇÃO QUE FUNDA O SOCIAL.SEM ACEITAÇÃO DO OUTRO NA CONVIVÊNCIA, NÃO HÁ FENÔMENO SOCIAL”. (HUMBERTO MATURANA, EMOÇÕES E LINGUAGENS

NA EDUCAÇÃO E NA POLÍTICA)ENTENDENDO QUE O ESPÍRITO NATALINO É A EMANAÇÃO DO AMOR, DESEJAMOS QUE ELE SE SOBREPONHA AO “CONSUMO” E SE

PERPETUE AO LONGO DE TODO O ANO.FELIZ NATAL E PRÓSPERO ANO NOVO!

SÃO OS VOTOS DA DIRETORIA E DOS FUNCIONÁRIOS DA ADUR-RJ

FELIZ NATAL E PRÓSPERO 2005

MEDIDA PROVISÓRIA 213/04 (PROUNI) É APROVADA

PELA CÂMARA FEDERAL

No dia 1º/12, por acordo de lideranças do PT e do PFL, o ProUni foi aprovadona Câmara Federal. Neste mesmo dia, o ANDES-SN enviou uma correspondência(carta nº368/04) aos parlamentares, pela qual tentou conscientizá-los daimportância de votarem contra o ProUni. Segundo o Sindicato Nacional, estacarta – disponibilizada na íntegra na página eletrônica do Sindicato Nacional(www.andes.org.br)– foi lida em plenário pelo deputado Chico Alencar (PT-RJ).

De acordo com o ANDES-SN, o resultado final dos acordos entre o atualgoverno e os empresários favoreceu o setor privado. Na versão original doprojeto do ProUni, o MEC previa que as instituições privadas deveriam destinar25% das vagas para “alunos carentes”, enquanto na versão aprovada pelaCâmara, as universidades “filantrópicas” concederão apenas 10% de suasvagas, sendo que destas 50% serão na forma de bolsas de estudo parciais,podendo ser oferecidas nas modalidades de ensino à distância ou ainda decursos seqüenciais. Em troca, as universidades que aderirem ao ProUnireceberão isenções fiscais e tributárias.

Segundo a circular 402/04 do ANDES-SN, as universidades consideradasfilantrópicas têm isenções de até 25% de seu faturamento, enquanto asconfessionais, comunitárias e empresariais cederão apenas 7% do seu númerode vagas, e não mais os 25% anteriormente estabelecidos.

A votação desta Medida Provisória, de acordo com o mesmo documentodivulgado pelo ANDES-SN, contou com a oposição das bancadas do PSDB ePSOL. Os deputados Chico Alencar, Babá, Luciana Genro, Ivan Valente e PauloRubem manifestaram-se contrariamente à instituição do ProUni.

O ProUni, uma vez aprovado pela Câmara Federal, será encaminhado aoSenado. Para os diretores do Sindicato Nacional dos Docentes, osencaminhamentos das últimas atividades em Brasília – Grande Marcha e reuniãodo Setor das IFES – devem ser intensificados: pressionar os senadores paraque votem contra a MP 213/04; denunciar partidos políticos e parlamentaresque votaram à favor da aplicação de recursos públicos em instituições privadas.

No último dia 25 /11, durante a Grande Marcha à Brasília contra as reformauniversitária, o ANDES-SN instituiu o dia 6 de dezembro como dia Nacional deluta contra o ProUni.

No dia 6 de dezembro, durante solenidade de lançamento do anteprojetode Reforma Universitária, Paulo Rizzo – primeiro vice-presidente do ANDES-SN– protocolou uma nota pública no MEC, pela qual esclarece o posicionamentodo Sindicato Nacional em relação à Reforma Universitária.

O discurso e o empenho do Sindicato Nacional dos Docentes têm sido, aolongo das últimas duas décadas a favor de uma universidade pública, gratuita,autônoma, de qualidade e socialmente referenciada. Há que se estar atento,entretanto, para a versão amplamente difundida pela grande imprensa, quese apropria de valores e crenças há muito defendidos pelas entidades declasse, seções sindicais e pelo ANDES-SN, atualmente, travestidos em discursogovernista, por uma liderança nacional supostamente “de esquerda”.

adur informa 64 grafica.p65 20/12/2004, 22:5012

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