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I Encontro de Boas Práticas Educativas, 20 de Setembro de 2014

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I Encontro de Boas Práticas Educativas, 20 de Setembro de 2014

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NAV Bragança

Secr. de Estado do

MAI

CIG

ISS, IP

CD Bragança

ASMAB

GNR

PSP

ULS NE

ESE

SCM Bragança

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Funções

Prestar apoio às vítimas de violência doméstica, diariamente, na Associação dos Socorros Mútuos dos Artistas de Bragança, podendo ainda, efetuar atendimento descentralizado, sempre que se justifique;

Prestar apoio às Forças de Segurança no atendimento e encaminhamento das vítimas bem como em algumas diligências processuais;

Apoio psicológico

Apoio social

Apoio Jurídico

Apoio económico

Acolhimento institucional

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A ASMAB desenvolveu o Projeto (Re)Equilibrar, enquadrado na Tipologia 7.3 do POPH – Apoio Técnico e Financeiro às Organizações Não Governamentais (ONG) – que abrangeu nos seus objetivos fundamentais a difusão de uma cultura de igualdade, através da integração da perspetiva de género nas estratégias de educação e formação e a prevenção da violência de género.

Todo o projeto foi concebido sob as problemáticas da violência de género, violência doméstica e violência no namoro, no sentido de introduzir o vértice da prevenção primária ao trabalho já desenvolvido ao nível da prevenção secundária e terciária pelo NAV de Bragança, sediado e gerido pela ASMAB.

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Em termos de resultados, o Projeto (Re) Equilibrar permitiu: Qualificar os técnicos das várias entidades parceiras, com serviços

descentralizados pelas sedes de concelho do Distrito de Bragança, a acolher e encaminhar vítimas de violência doméstica segundo o mesmo modelo e instrumentos;

Criar redes de parceiros informais primárias e secundárias, nessas sedes de concelho com interlocutores nomeados pelas suas entidades, paralelamente à que já existe protocolada, nomeadamente Câmaras Municipais e as CPCJ´s;

Dotar os Agrupamentos de Escolas com material pedagógico sobre violência doméstica e no namoro;

Produzir materiais de sensibilização/informação para a comunidade geral;

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Especificamente no que concerne à área da educação, o Projeto

(Re)Equilibrar apostou na prevenção da violência no namoro, através

de mecanismos de informação, sensibilização, desmistificação e

educação para a Igualdade de Género, Cidadania e Não-Discriminação

e no reforço do papel do Sistema de Ensino como agente estruturante

para a Igualdade de Género, através de atividades dirigidas à

comunidade educativa:

1) Criação de uma Bolsa de Animadores Juvenis (no Agrupamento de Escolas

Emídio Garcia e Escola Superior de Educação) para a dinamização de ações de sensibilização em parceria com NAV;

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2) Campanhas de prevenção da violência no namoro com as comunidades educativas dos Agrupamentos de Escolas de Torre de Moncorvo, Macedo de Cavaleiros, Mirandela, Vinhais, Vila Flor, Miranda do Douro, Vimioso, Miguel Torga e Emídio Garcia;

3) Marchas simbólicas pelas ruas das sedes de concelho e distribuição de

material pedagógico à comunidade civil em articulação com os alunos do Agrupamento de Freixo de Espada à Cinta, Carrazeda de Ansiães, Vimioso, Bragança, Mogadouro e Vila Flor;

4) Exposição de materiais sobre violência doméstica/no namoro (desenhos,

pinturas, poemas e/ou outros textos) realizados pelos alunos dos Agrupamentos de Escolas em Mirandela, Macedo de Cavaleiros, Mogadouro, Bragança e Miranda do Douro;

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5) Formação de professores na área da violência doméstica/no namoro (25h – 3 turmas em Bragança, Alfândega da Fé e Carrazeda de Ansiães, num total de 67 professores). Estas ações de formação tinham como principais objetivos:

promover a qualificação inicial e a formação contínua de professores; divulgar de materiais informativos e pedagógicos sobre a problemática; diminuir a legitimação e a tolerância social face à violência doméstica e à

violência de género; eliminar estereótipos e alterar representações sociais de género que

legitimam a existência de relações desiguais; refletir sobre os constructos teóricos associados à problemática da violência

no namoro, metodologias e procedimentos de intervenção e encaminhamento de alunos vítimas de violência, nomeadamente para CPCJ´s, GNR, PSP, Ministério Público e NAV;

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A pertinência das ações dirigidas à comunidade educativa baseou-se no diagnóstico de necessidades realizado, através de questionários, aos alunos dos Agrupamentos de Escolas do Distrito de Bragança, entre os 14 e os 18 anos (52% do sexo feminino e 48% do sexo masculino), em que apesar dos 231 inquiridos apresentarem um baixo índice de violência na sua relação atual e/ou anterior e relatarem uma baixa concordância com o uso da violência nas relações amorosas, um número significativo de jovens tende a legitimar e a concretizar o recurso a alguns tipos de violência nas relações de namoro, às vezes consideradas por aqueles como formas menores mas que são encaradas pela literatura como preditores de uma escalada de violência no futuro.

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Especificamente na amostra inquirida o comportamento de:

Puxar o cabelo – 4 jovens já o fizeram (2 uma única vez e 2 + do que 1x); 5 jovens foram vítimas (4 uma única vez e 1 + do que 1x);

Dar um murro – 8 jovens já o fizeram (5 uma única vez e 3 + do que 1x); 6 jovens já foram vítimas (5 uma única vez e 1 + do que 1x);

Dar uma bofetada - 19 jovens já o fizeram (10 uma única vez e 9 + do que 1x); 7 jovens já foram vítimas (3 uma única vez 4 + do que 1x)

Apertar o pescoço - 2 jovens já o fizeram e 4 jovens já foram vítima, deste comportamento (2 uma única vez e 2 + do que 1x);

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Dar pontapés ou cabeçadas – 5 jovens já deram e 6 jovens foram vítimas (2 apenas uma vez e 4 mais do que uma vez;

Dar empurrões violentos – 6 jovens já o fizeram e 10 jovens foram vítimas (7 apenas uma vez e 3 mais do que uma vez);

Forçar a outra pessoa a atos sexuais contra a sua vontade – 2 jovens já o fizeram apenas uma vez e 5 jovens foram vítimas;

Gritar – 44 jovens já o fizeram e 41 jovens foram vítimas (27 apenas uma vez e 14 mais do que uma vez;

Ver mensagens, chamadas recebidas e efetuadas no telemóvel – 50 jovens já o fizeram e 42 jovens foram vítimas (23 apenas uma vez e 19 mais do que uma vez);

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Limitar o acesso a determinados locais por não serem adequados – 16 jovens já o fizeram (8 uma única vez e 8 +do que 1x); 24 jovens já foram vítimas (12 uma única vez e 12 + do que 1x);

Insultar, humilhação ou ferir a dignidade – 14 jovens já o fizeram (9 uma única vez e 5 + do que 1x); 15 jovens já foram vítimas, deste comportamento (9 uma única vez e 6 + do que 1x);

Impedir o contacto com outras pessoas (amigos, familiares, professores) – 20 jovens já o fizeram e 30 jovens já foram vítimas (20 apenas uma vez e 10+ do que 1x);

Obrigar a disponibilizar passwords (facebook, twitter, email, telm) para controlar o contacto com outras pessoas – 12 jovens já o fizeram e 21 jovens já foram vítimas (13 apenas uma vez e 8 + do que 1x);

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No geral, o que os diversos estudos revelam é que os jovens não são eficientes para viver uma relação de namoro quando efetivamente as iniciam isto porque não possuem recursos intra e interpessoais suficientes que lhes permitam gerir a relação e as emoções inerentes à mesma (Close, 2005). O que acontece é que uma grande parte dos jovens são ingénuos e imaturos, o que faz com que as reações dentro da relação sejam impulsivas e pouco ponderadas (Ayers & Davies, 2011). Por outro lado, alguns autores (e.g. Caridade et al., 2007; Oliveira, 2009) apontam para o facto de os adolescentes não terem ainda as capacidades cognitivas necessárias para compreender as diversas nuances do relacionamento e poderem não ter a compreensão ou discernimento para lidar com a intensidade de suas emoções.

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O espaço onde moramos, ou seja, a nossa casa, o

nosso lar devia ser sinónimo de conforto e amor, mas

nem sempre é assim...

Muito obrigado!