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O Rádio Ontem e Hoje: Promotor de Educação e de CulturaDra. Zeneida Alves de Assumpção - [email protected] aposentada da Prefeitura Municipal de Curitiba, docente do Curso de Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa, no Paraná. Autora do Projeto – Radioescola: uma proposta para o ensino de Curitiba, implantado nas escolas municipais de Curitiba, desde dezembro de 1994
Resumo:O presente trabalho aborda historicamente o papel do rádio no campo da educação e da cultura brasileira, desde o seu surgimento em 1923, até a contemporaneidade. A partir dessa realidade, este estudo permite considerar que apesar da mundialização da cultura e do surgimento de novas tecnologias da comunicação, o rádio com seus oitenta anos de existência continua grande aliado da educação e da cultura. Essa aliança está presente nas rádios universitárias de circuitos abertos (ondas hertzianas) e nas radioescolas de circuitos fechados instaladas em muitas escolas brasileiras. Percebe-se neste estudo que as rádios universitárias e radioescolas transformaram-se em verdadeiras promotoras de educação e de cultura conforme defendia o seu patrono, Edgard Roquette Pinto.
Palavras-chave: rádio, educação, história
1- O rádio e a questão da educação e da culturao Brasil, o rádio já nasceu com missão educativa e cultural. O antropólogo e
professor Edgard Roquette Pinto, pioneiro do rádio brasileiro, transmitia pela Radio
Sociedade do Rio de Janeiro, fundada em 20 de abril de 1923, programação
educativa e cultural. Essa programação “espelhava-se” totalmente na educação
escolarizada, quando transmitia lições, palestras, aulas de Português, Literaturas Francesa e
Inglesa, História do Brasil, Geografias Naturais, Física, Química e cursos práticos sobre
Rádio, Telegrafia, Telefonia e prática de Silvicultura. Esses programas eram veiculados pela
Rádio Sociedade do Rio de Janeiro e demais emissoras filiadas(11), nas quais atuavam
pessoas de renome no meio intelectual e educacional brasileiro. Além desses
conhecimentos, as emissoras difundiam concertos, espetáculos teatrais, temporadas líricas,
programas infantis como Quarto de Hora de Tia Beatriz pela Rádio Sociedade do Rio de
Janeiro e Hora Infantil pela Rádio Guanabara, conselhos de higiene, radiodrama e
noticiários.
N
Neste ano, em 1923, a educação escolarizada vigente no Brasil abalizava-se na
Concepção Humanística Tradicional, conhecida também como Pedagogia Tradicional ou
Escola Tradicional. Essa concepção de educação predominou no final do século XVIII e veio
atender aos interesses da classe burguesa que pretendia se fixar no poder. A burguesia
1 Emissoras filiadas: Rádio Sociedade do Rio de Janeiro; Rádio Educadora do Brasil; Rádio Clube do Brasil; Rádio Phillips; Rádio Mayrinck Veiga; Rádio Guanabara, do Rio de Janeiro; Rádio Recorde, de São Paulo; Rádio Sociedade Mineira, de Belo Horizonte; Rádio Clube de Porto Alegre; Rádio Sociedade da Bahia; Rádio Clube de Pernambuco e Rádio Clube do Pará (ESPINHEIRA, 1952).
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procurou, então, construir um tipo de sociedade fundamentada sobre o indivíduo e sobre os
seus direitos naturais: liberdade, igualdade e fraternidade. Com a intenção de perpetuar-se
no poder, ela reivindicou esses direitos primeiramente para si e para as classes populares
que estavam subordinadas à nobreza e ao clero.
Porém, para que as classes populares tivessem acesso à educação pública e gratuita,
a situação de subordinação dessa classe deveria se reverter, o que jamais aconteceu porque(...) no bojo das lutas de ascensão da burguesia como classe dominante, pelas quais a escola pública se constituiu, a seletividade e a reprodução, atuais mazelas do sistema escolar já poderiam ser ‘lidas’ ou previstas pelo observador atento. Isto porque a história da escola pública, como das outras instituições burguesas é a expansão das contradições da própria burguesia, uma classe que no processo de sua consolidação no poder deixa de ser a que impulsiona a história para tornar-se a que procura segurar o processo de transformação por ela mesma desencadeado. Foi proclamando as educações públicas, gratuitas e obrigatórias, como forma de promoção de igualdade e, portanto direito de todos, que a burguesia conseguiu ser hegemônica e garantiu o apoio de amplos setores da sociedade para a sua proposta político-educacional. A formação do cidadão tornou-se assim objetivo comum a toda a sociedade (...), entretanto, para aqueles que participavam com seu trabalho e às vezes com sua própria vida das lutas pela ascensão e consolidação do poder burguês, a igualdade formal revelou-se desde muito cedo, importante, mas insuficiente. O ideal de cidadão burguês correspondia às aspirações de parcela muito pequena na sociedade. Para a maioria dos setores desfavorecidos materialmente, cujo apoio a burguesia precisou, e cujos interesses articulou em torno de seus próprios, o cidadão era livre apenas para vender sua força de trabalho, não para reivindicar em troca a participação igual no produto desse trabalho (MELLO, 1986:11-12).
A escola criada pela burguesia respaldou-se, então, na Pedagogia tradicional que: (...) dá ênfase aos modelos, em todos os campos do saber. Privilegia-se o especialista, os modelos e o professor era o elemento imprescindível na transmissão de conteúdos. (...) O adulto, na concepção tradicional é considerado um homem acabado, ‘pronto’ e o aluno um ‘adulto em miniatura’, que precisa ser atualizado. O ensino, em todas as suas formas, nesta abordagem tradicionalista, será centrado no professor. Esse tipo de ensino volta-se para o que é externo ao aluno: os conteúdos programáticos, a disciplina, o professor. O aluno apenas executa prescrições que lhe são fixadas por autoridades exteriores (MIZUKAMI, 1986:8)
Esse ideário de educação esteve presente nos sistemas nacionais de ensino brasileiro
até a década de 1930, quando surgem, então, severas críticas a essa teoria de educação,
culminando com o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, lançado em 1932, em âmbito
nacional. Os desideratos dos Pioneiros da Escolanovismo foram influenciados, desde a
década de 1920, por projetos internacionais os quais defendiam que “(...) a educação deveria estar
baseada em princípios científicos e valer-se de métodos ativos, a fim de superar tanto um empirismo grosseiro como as
tendências intelectualistas, através da pesquisa, descoberta e verificação” (CURY IN Mello, 1986:26)
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Deste modo, o professor Edgard Roquette Pinto encontrou nessa teoria respaldo para
a produção e difusão de programas educativos e culturais porqueNa difusão do ensino, a ampliação das oportunidades educacionais era tida pelos representantes do emergente grupo industrial como instrumento pelo qual seria possível combater a aristocracia agrária detentora da hegemonia política do país. Mas marcado pelo huumanitarismo pedagógico havia também a crença de que era necessário limpar o país da ‘chaga vergonhosa do analfabetismo’ e a extensão da escolarização deveria ser assumida como medida de urgência (LOPES in MELLOO, 1986:27).
Sendo assim, pode-se verificar que na situação atual na qual a escola se encontrava
era possível utilizar o rádio e outros meios de comunicação como forma de propagar saber,
em decorrência de seu alcance. Tal procedimento era necessário para buscar uma melhor
“educação” para a população que era analfabeta. Então,(...) a escola deveria utilizar, em seu proveito, com a maior amplitude possível, todos os recursos formidáveis, como a imprensa, o disco, o cinema e o rádio, com que a ciência, multiplicando-lhe a eficácia, acudiu à obra de educação e cultura e que assumiam em face das condições geográficas e da extensão territorial do país, uma importância capital (AZEVEDO in DÂNGELO, 1994:23).
Com essa nova teoria de educação, Roquette Pinto propôs em 1933, a criação de
uma “Comissão de Rádio Educativa”, com o intuito de fazer chegar até a população
conhecimentos necessários à sua formação. Assim, vê-se que através dessa comissão,
Roquette quis(...) promover o emprego da radiodifusão como meio de educação direta pela divulgação de informações técnicas e profissionais pelo auxílio ao ensino público, pela melhoria da saúde e da higiene, pelo apuro do gosto artístico, pelo desenvolvimento do espírito da paz e concórdia entre os povos e pela propagação de notícias de interesse geral (ESPINHEIRA, 1952:104).
As primeiras atividades dessa Comissão foram: a transmissão do programa Quarto de
Hora, veiculada diariamente das 18h45 às 19 horas pelas emissoras filiadas do Rio de
Janeiro, nas quais se divulgavam palestras sobre Psicologia, Direito, Artes, Higiene,
Geografia, História, Língua Pátria e Estrangeira.
Aliou-se, também, a essa Comissão, o Departamento de Educação Municipal do Rio
de Janeiro, que em 31 de dezembro de 1933, em caráter experimental e sob a
responsabilidade de Roquette Pinto, criou a estação da Rádio Escola Municipal do Distrito
Federal. A inauguração dessa rádio ocorreu em 6 de janeiro de 1934, com o pronunciamento
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do diretor do Instituto de Educação, professor Lourenço Pinto, evidenciando a relevância do
rádio como instrumento eficaz para disseminar a educação e a cultura.Neste tumultuar de idéias e de sentimentos, de invenções que não cessam e de desequilíbrios de toda ordem, o rádio representa um instrumento privilegiado. Ele transpõe as distâncias, devassa as paredes, se insinua por toda a parte e por toda a parte pode levar o esclarecimento e o conselho, a dúvida que estimula e a palavra de confiança e de conforto, que aplaca as paixões. Multiplicando ao infinito a capacidade de contato da inteligência humana, o rádio desde que colocado a serviço da educação, cooperará para a desejada unidade espiritual, sem compressão. No dia em que, no Brasil de tão largas distâncias e de tantos núcleos de produção segregada, os serviços de educação puderem dispor deste maravilhoso instrumento de cultura, a consciência nacional ganhará em certeza e em força, e os destinos da Nação, porque mais esclarecidos, ganharão em direção e segurança (...). O microfone centuplicará o poder de extensão da obra civilizadora das escolas; dirá aos pais como e porque se educam as Crianças em novos caminhos; levará a todos, indistintamente, nas horas de lazer, a educação musical e literária; propiciará ao magistério, num mesmo instante e na hora precisa, o esclarecimento da tarefa a cumprir, para maior solidariedade de propósitos (SALGADO in HORTA, 1972:89).
Essa rádio transmitia, na época, conhecimentos sistematizados para as escolas e para
o público em geral. Os alunos-radiouvintes matriculados recebiam antecipadamente, as
apostilas das aulas radiofônicas pelo correio ou na própria rádio. Eles acompanhavam as
aulas pela Rádio-Escola e resolviam as questões que estavam na apostila e as remetiam
pelo correio ou entregavam na Rádio. Quando tinham dúvidas sobre os exercícios, se
comunicavam com a Rádio-Escola por telefone, cartas ou visita aos estúdios da emissora,
explica HORTA (1972).
A experiência envolvendo rádio, educação e cultura se fizeram presente no Brasil,
também, em 1961, quando o Movimento de Educação de Base (MEB) criou as escolas
radiofônicas, supervisionadas pela CNBB, Confederação Nacional dos Bispos do Brasil.
Essas escolas radiofônicas se espelharam na experiência da Rádio Sutatenza, na Colômbia.
Neste aspecto é importante destacar queO rádio acompanhou e viveu a experiência mais significativa de educação popular, utilizando como principal meio as telecomunicações do Brasil que foi o das Emissoras de Educação Rural, cujo pioneirismo cabe à rural de Natal (...). A experiência da Rádio Sutatenza, na Colômbia, serviu de modelo para o Brasil no período pré-1964. Os grupos organizadores de escuta e debate, a participação dos ouvintes, o desenvolvimento de uma consciência crítica através do rádio forma momentos singulares dessa experiência, que veio a ser a mais estruturada no MEB (AZEVEDO in MORAM, 1993:17).
A Rádio-Escola do Rio de Janeiro e o Movimento de Educação de Base, do nordeste
brasileiro, como elo de comunicação e educação, remete-nos a duas observações
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relevantes. Primeira, a Rádio-Escola permitiu e oportunizou espaços na rádio aos alunos-
radiouvintes criando, assim, uma “pseudo-interatividade” com a utilização de telefonemas,
cartas e visitas a rádio. Segunda, a Rádio-Escola e as Escolas Radiofônicas do MEB foram
as “idealizadoras” da educação à distância que se concretizou na década de 1970, com a
utilização do rádio.
A disseminação de palestras, de conferências educativas e de programas versando
sobre a educação formal eram o “carro-chefe” do rádio nesse período histórico, como
demonstram as experiências educativas realizadas com a Rádio-Escola. Esse tipo de
programação educativa era considerado pelos adeptos do escolanovismo de importância
capital, no sentido de “instruir” o contingente de analfabetos que havia no Brasil.
Neste aspecto, a professora Maria Marta Chagas de Carvalho, em sua obra A Escola
e a República, publicada pela Editora Brasiliense, em 1989, menciona:(...) A formação de hábitos saudáveis era objeto de atenções especiais. A saúde não era somente um dos temas preferidos das preleções cívicas nas festividades, como também objeto de celebração em inúmeras competições esportivas oferecidas em espetáculos como modelos exemplares de comportamento. O esporte e a vida saudável simbolizavam a energia, o vigor, a força, a operosidade, signos de progresso inscritos no corpo que conhece o movimento adequado e útil para cada ato. Preceitos de higiene eram divulgados em palestras e folhetos ou constituídos, ainda, pelo incentivo à organização de Pelotões de Saúde, em preceitos cívicos de bom comportamento. O escotismo, fusão exemplar de vida saudável e moralizada era iniciativa que contava com todo o apoio da ABE (CHAGAS DE CARVALHO, 1989:78-79).
Nesta mesma perspectiva, Newton Dângelo, em sua dissertação de mestrado Escolas
sem professores: o rádio educativo nas décadas de 1920/1940, defendida na Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo, em 1994, afirma:A institucionalização dos efeitos moralizantes preconizados pela ‘Escola Nova’, encontraram eco com a criação de órgão específico no Manifesto da Educação e Saúde, que se utilizava de todos os meios de comunicação que a técnica moderna apontava, para levar às massas os conhecimentos e as informações, que lhes proporcionassem melhores condições de vida, quanto ao físico, ao moral e ao intelectual (DÂNGELO, 1994:41).
Conhecedor dessa realidade educacional, o professor de Educação Física Oswaldo
Diniz Magalhães propôs, em 1932, para os diretores das Rádios Paulista e Cruzeiro do Sul,
em São Paulo, a produção e apresentação de programa de ginástica. O programa tinha por
objetivo ensinar e valorizar o caráter, a dignidade, a verdade, os bons costumes e a moral. O
civismo visava o amor à Pátria, o cidadão e seus deveres, datas cívicas, biografias e hinos.
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“O programa Hora da Ginástica podia ser considerado como uma escola radiofônica de saúde, de moral e de
civismo em benefício da coletividade” (CARVALHO, 1994:6).
Hora da Ginástica foi ao ar, inicialmente, pela Rádio Educadora Paulista, em 16 de
maio de 1932 e constituía-se de dois blocos: Ginástica e Suplemento. O bloco Ginástica
abordava: marcha e exercícios (livre e com bastão), corrida e marcha final. O bloco
Suplemento consistia na divulgação educativa sobre: o pensamento do dia (vários autores);
efemérides (datas nacionais, dados biográficos de pessoas ilustres); correspondências
(leitura de cartas com sugestões dos rádios-ginastas); Educação Moral e Cívica com temas
cristãos, hino dos rádios-ginastas Sempre a postos pelo Brasi,l, filosofia e objetivos da
Educação Física (valor da ginástica, dieta e exercícios, valor da alimentação, higiene pessoal
e social, importância dos exames médicos periódicos e apoio da campanha médica). O
Suplemento servia como suporte teórico para as aulas realizadas pelos rádios-ginastas.
A programação era diária e com duração de vinte e cinco a trinta minutos. As aulas
iniciavam-se com marcha rítmica e exercícios (braços e pernas, dorsais, lombares, laterais,
abdominais, de equilíbrio e respiratório), finalizando com uma pequena corrida.
De 1933 a 1936, o programa Hora da Ginástica deixou São Paulo e passou a ser
veiculado pela Rádio Mayrinck Veiga, no Rio de Janeiro. De setembro de 1936 a 1945, a
transmissão passou para a Rádio Nacional. Após nove anos de difusão ininterrupta nessa
emissora, esse programa foi transferido para a Rádio Globo e lá permaneceu por vinte e
quatro anos.
A Rádio MEC difundiu a Hora da Ginástica durante dezessete anos (1955-1972). Em
1970, ameaçou-se tirá-la do ar. Desgostoso com a situação e não encontrando mais espaços
para veicular o programa, o professor Magalhães deixou de apresentá-lo no dia 16 de maio
de 1972, quando o programa completava quarenta anos de transmissão ininterrupta,
desabafando:Queridos rádios-ginastas! Minha longa e sentida despedida começaram no dia 21 de abril passado, e termina nestes minutos finais da minha presença ao microfone da Rádio MEC. Apesar de tudo, sinto-me confortado por haver podido chegar a esta etapa dos quarenta anos. Dentro da rádio instável e volúvel, nenhum outro programa alcançou tão prolongada existência. Atravessei períodos realmente difíceis, fases em que os empecilhos somente foram vencidos ou contornados, graças à minha força de vontade e convicção quanto à
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utilidade de nossa escola. Dediquei o melhor período da minha vida a esta campanha de saúde e de energia pelo rádio. Não me arrependi: pelo contrário, sou feliz por isso. Não poderia ter realizado outro trabalho tão útil, tão patriótico e humanitário. Não pudemos realizar todo o plano geral, por nos faltarem, infelizmente, os meios necessários. Contudo, efetuamos grande parte desse plano, através das aulas e do suplemento, ensinando ginástica, higiene, moral e civismo, história, pátria, transformando os lares em ginásios, criando o disciplinado e ativo Exército da Saúde, para lutar, sem esmorecer, à favor da eugenia nacional, a base sólida em que se firmará a pujança da raça – elemento vital para a grandeza do Brasil. O nosso monumento na Praça Saenz Pena lembrará, por muito tempo, a participação monumental dos admiráveis rádios-ginastas no melhoramento físico e moral da gente brasileira. Minha resolução de encerrar o programa aos quarenta anos foi apresentada ao diretor desta Rádio, o qual tomou conhecimento da referida comunicação e a aceitou (...). Já me despedi do velho companheiro Jorge de Souza Paiva, nosso pianista desde a Rádio Mayrinck Veiga. Foi o maior pianista e acompanhador da Hora da Ginástica, de todos os que conheceram (...). É natural sentir a falta da escola que amamos. Sabemos, porém, o quanto é real o pensamento de ontem, o ditado popular: ‘não há bem que sempre dure, nem mal que nunca acabe’ . Lembrar-me-ei de vocês. Imensa multidão de crianças e adultos, gente risonha e simpática, bons companheiros e amigos. Lembrar-me-ei de todos. Saúde e felicidades, rádios-ginastas (MAGALHÃES in CARVALHO, 1994:155-156) .
É importante observar que nesse período histórico (década de 1930) – quando são
transmitidos pelo rádio temas educativos e culturais, delineava-se, como já mencionamos,
“campo fértil” para esses “ensinamentos” sustentados pelo ideário da Escola Nova. Desse
modo, “(...) O rádio, juntamente com o disco e o cinema passava a representar a possibilidade dos
escolanovistas levarem a todos os lares a pedagogia social experimentada na escola (...)” (DÂNGELO,
1994:38).
Por outro lado, o Brasil vivia um momento político, social e econômico conturbado e
preocupante. A Revolução de 1930 – que colocou Getúlio Vargas no poder – pôs fim à
hegemonia da elite do café. Vencedora a revolução, abriu-se uma espécie de “ausência” de
poder, por força do colapso político dessa elite e da incapacidade das demais classes para
assumi-lo em caráter exclusivo. O estado de compromisso era a resposta para aquela
situação. Embora os limites da ação do Estado fossem ampliados para além da consciência
e das intenções de seus sujeitos, sob o impacto da crise econômica, o novo governo
representava mais um “negócio” para as classes dominantes (sociedade rural).
A Revolução de 1932, a Ação Integralista, o fim do Tenentismo como movimento
autônomo, a Aliança Libertadora e a tentativa insurrecional de 1935, representavam uma
mudança capital no processo historio do Brasil. A mudança das relações entre o poder
estatal e a classe operária era a pedra fundamental para a construção do populismo; a perda
do comando político pelo centro dominante, reunido à nova forma de Estado, possibilitava,
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em longo prazo, o desenvolvimento industrial, no marco do compromisso; as Forças
Armadas tornaram-se marca decisiva como sustentáculo de um Estado que ganhava maior
autonomia, em relação ao conjunto da sociedade, como características deste momento
histórico, aponta FAUSTO (in NAV, 2000).
Nesse contexto histórico, as emissoras radiofônicas deixam de ser difusoras de
educação e passam a “vender” seus espaços e a competir no mercado. Isso ocorre porque o
governo Vargas estimulou o crescimento da industrialização como resolução para os
problemas econômicos. O rádio buscou, então, o lucro, através da conquista de anunciantes
e de público.
Necessário se faz dizer que a comercialização de espaços radiofônicos (veiculação de
publicidade) foi permitida pelo Decreto Federal n. 21.111, de 01/02/1932, assinado por
Getúlio Vargas. Esse decreto legitimou a radiodifusão sonora como empreendimento
comercial, segundo FERRARETTO (2000).
Em 1936, não conseguindo mais manter a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro sem
publicidade como ocorreu durante os treze anos dedicados à emissora, Roquette Pinto
cedeu-a ao Ministério de Educação e Saúde, com o compromisso de que a mesma
continuasse a difundir programas educativos e culturais. Ela passou, então, a denominar-se
Rádio do Ministério de Educação e Cultura (Rádio MEC), iniciando-se, assim, o sistema de
Rádios Educativas no Brasil.
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2- Rádios Educativas (Universitárias) no Brasils rádios universitárias surgiram em 1957, vinte e um anos após Edgard Roquette
Pinto ter cedido a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro ao Ministério de Educação e
Saúde.ACom as rádios universitárias iniciou-se uma nova fase da rádio educativa brasileira –
as emissoras dentro das universidades, local a princípio fértil e destinado à produção e a
transmissão de conhecimentos científicos, tecnológicos e culturais.
Atualmente, o Brasil possui vinte e quatro emissoras radiofônicas universitárias2
concedidas às universidades públicas e privadas. Em média o tempo de transmissão de
programas é de vinte e quatro horas diárias e cada rádio fica no ar, normalmente, das seis
horas da manhã até as duas horas da madrugada, de segunda a domingo.
Na região sul existe seis rádios públicas – a maioria transmitindo vinte horas de
programação. Duas delas estão localizadas nas capitais dos Estados do Rio Grande do Sul e
Santa Catarina: Rádio AM, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre
e Rádio FM, da Universidade Estadual do Estado de Santa Catarina, em Florianópolis. As
demais emissoras localizam-se no interior dos Estados do Rio Grande do Sul e Paraná,
respectivamente: Rádio Federal FM, da Universidade Federal de Pelotas, Rádio AM, da
Universidade Federal de Santa Maria, Rádio FM, da Universidade Estadual de Londrina e
Rádio FM, da Universidade Estadual de Maringá.
2 Conforme Relatório das Emissoras Educativas da Secretaria Nacional de comunicação e do Ministério das Comunicações, em 26/05/96.
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Dessas emissoras, a pioneira está localizada na Universidade Federal do Rio Grande
do Sul, em Porto Alegre. A fundação da Rádio Universidade AM data de 1957. A música
erudita é o carro-chefe da emissora desde a sua concessão, constituindo 80 por cento de
sua programação. Os 20 por cento restantes são espaços destinados à música popular
brasileira, jazz, tango e agenda cultural. A rádio apresenta, também, os programas “A
Universidade é Notícia” e “Conheça a UFRGS”. Nesses programas são divulgadas pesquisas
científicas e tecnológicas.
Cronologicamente, a segunda emissora sulista é a Rádio Universidade AM, da
Universidade Federal de Santa Maria. A rádio foi ao ar, oficialmente, em 27 de maio de 1968.
A emissora transmite programação segmentada: pela manhã, essencialmente jornalística, a
tarde e a noite informativa e musical. A programação musical contempla músicas eruditas e
cantos gaúchos. Ela veicula o programa “Campus da Gente” que divulga pesquisas e
saberes científicos e tecnológicos produzidos nos programas de mestrado e doutorado
oferecidos pela Instituição.
A Rádio Federal FM, da Universidade Federal de Pelotas é a terceira rádio
universitária do Rio Grande do Sul, em funcionamento desde 8 de janeiro de 1981. A
emissora veicula músicas popular brasileira, internacional, erudita e programas jornalísticos.
Florianópolis, capital de Santa Catarina conta, apenas, com a Rádio Universitária FM,
concedida à Universidade Estadual do Estado de Santa Catarina, em 8 de dezembro de
1997. A programação constitui-se, essencialmente de músicas popular brasileira,
internacionais e locais (produzidas pelos catarinenses), programas jornalísticos e noticiários.
No Paraná existem duas emissoras universitárias: Rádio Universidade FM, da
Universidade Estadual de Londrina e a Rádio Universitária FM, da Universidade Estadual de
Maringá.
Sobre a Rádio Universidade FM, da Universidade Estadual de Londrina vê-se que sua
programação se constitui de músicas popular brasileira, clássicas, agenda cultural e
noticiários.
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A Rádio Universitária FM, da Universidade Estadual de Maringá foi ao ar, em maio de
1998, após ficar sete anos na lista de espera do Ministério das Comunicações. A
programação da rádio também perpassa por musicais do MPB (música popular brasileira) e
noticiários.
A produção de musicais, noticiários e programas sobre ciência e tecnologia gerados
nas universidades poderá contribuir com a melhor qualidade de vida, educação e cultura do
radiouvinte. Referindo-se a divulgação da ciência e da tecnologia, José Reis, uma das
pilastras do Jornalismo Científico no nosso País destaca:A divulgação científica tem papel especial, em países pobres e subdesenvolvidos, com tanta gente sem escola ou precocemente fora dela, porém ávida de saber, ou de ascender por esse meio pode exercer, pela divulgação científica ou por outras formas de disseminação do conhecimento, um magistério de insuspeitadas possibilidades (REIS, in BUENO, 1985:30).
Nesta mesma perspectiva, Fernando Acuña concorda com José Reis, ao admitir,
também, que a divulgação científica pode promover a educação popular haja vista que ela “não se esgota com a informação ao público, mas continua com a importante atividade de contribuir com seu
pensamento (da educação) para a formação da opinião pública (...) “ (ACUÑÃ in BUENO, 1985:30-31).
A rádio universitária é a mídia que se for utilizada, adequadamente, pela universidade
poderá ser a mídia mais indicada para comunicar e democratizar as pesquisas científicas e
tecnológicas produzidas na esfera acadêmica, além da educação e cultura.
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3- Radioescola Entendemos por Radioescola as transmissões radiofônicas em circuito fechado ou semi-
aberto. A programação deverá ser de cunho pedagógico e cultural e ser produzida pelos
alunos sob a orientação de educadores ou especialistas.
A Radioescola pode chegar à escola pelo serviço de circuito interno (caixas de som),
pelo sistema de linhas telefônicas privativas ou através de circuito aberto (ondas hertzianas)
através das rádios comerciais e/ou educativas, desde que a programação seja produzida ou
tenha a participação efetiva do aluno. Nos circuitos internos, a emissão é distribuída de uma
única estação geradora ou estúdio para várias receptoras, instaladas nas dependências
escolares.
Estas técnicas, além de apresentarem baixo custo, tornam o meio de comunicação
mais simples, podendo ser instalado em qualquer unidade educacional e levando os
educandos a produzir seus próprios programas radiofônicos. A Radioescola é uma grande
aliada da educação e da cultura, desde que o professor saiba como utilizá-la
(ASSUMPÇÃO, 1999).
De 1991 a 1994, pesquisei instituições educacionais nos Estados do Rio de Janeiro,
São Paulo e Paraná que desenvolveram experiências radiofônicas entre 1985 e 1993.
A experiência pioneira Radioteca Jovem aconteceu em 1985, na cidade de Campos,
interior do Rio de Janeiro, sob a coordenação do Setor de Tecnologia Educacional da
Secretaria de Educação Estadual do Rio de Janeiro.
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Os alunos do Ensino Fundamental e Médio das escolas estaduais, produziam a
programação e debatiam temas pertinentes às comunidades escolar e local. A programação
foi transmitida, semanalmente, pela Rádio Continental, emissora comercial de Campos,
durante três, anos, até 1988.
A Rádio Visão, também em Campos, foi instalada, em 1986, na Escola Técnica
Estadual Professor João Barcelos, Ensino Fundamental e Médio, e a Vanguarda Educativa, na Escola Técnica Federal, Ensino Médio, em 1987. Ambas em circuito interno. A
Rádio Visão ficou no ar um ano e a Vanguarda Educativa, até agosto de 2002, quando foi
desativada pela Polícia Federal 3.
Em São Paulo, o Colégio Regina Mundi, Ensino Fundamental e Médio, lançou, em
1989, uma rádio itinerante, denominada Rádio RM 2002. A programação era produzida pelos
alunos e tinha o objetivo de divulgar e orientar as atividades de campo que desenvolviam em
excursões de estudo no interior de São Paulo e Minas Gerais.
Na capital do Paraná ocorreram quatro experiências radiofônicas:
a) Rádio Interna Vila Verde: na Escola Municipal Vila Verde, da Rede de Ensino
Fundamental de Curitiba (hoje América Sabóia), em 1989, visando à interação dos
alunos, pais e comunidade. Os programas eram produzidos pelos alunos de terceiras e
quartas séries e transmitidos, em circuito interno, semanalmente. Além da questão
educativa e cultural, a Rádio era uma prestadora de serviços à comunidade. Ficou no ar
apenas um ano.
b) Rádio Recreio: programa semanal, produzido e veiculado em 1993, pela Rádio
Educativa do Paraná, com a participação de estudantes do Ensino Médio filiados a UPE
(União Paranaense dos Estudantes), divulgava informações estudantis e agendas
culturais. O programa ficou no ar um ano.
3 Lacrada pela Polícia Federal porque a rádio deixou de operar em circuito fechado e passou a circuito aberto sem autorização.
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c) Radioescola: projeto de minha autoria foi implantado, em dezembro de 1994, pela
Secretaria de Educação da Prefeitura de Curitiba, inicialmente, em três escolas de
ensino fundamental denominadas Centro de Educação Integral (CEI).
No CEI Bela vista do Paraíso foi instalado o estúdio (estação geradora), e as
transreceptoras, nos CEIs David Carneiro e Júlio Moreira. Recentemente, mais dois
CEIs receberam as transreceptoras: Colombo e Expedicionário.
Há nove anos, os educandos do CEI Bela Vista do Paraíso vêm produzindo,
ininterruptamente, com orientação de professores, a programação da Radioescola,
retransmitida interativamente para as transreceptoras por linhas LSP (linhas de som
permanente). Dessa forma, os alunos comunicam-se dialogicamente com outras
escolas (ASSUMPÇÃO, 1999).
d) Radioaluno: (sob minha coordenação e produção). O programa foi transmitido pela
Rádio Educativa do Paraná, em Curitiba, por 80 emissoras comerciais paranaenses e
por emissoras de Santa Catarina (fronteira com o Paraná), nos anos de 1995 e 1996.
Nos 24 meses em que o Radioaluno esteve no ar, foram produzidos e veiculados
96 programas semanais sobre diversos assuntos: Homossexualismo, Pena de Morte,
Drogas, Escola Pública versus Escola Privada, Economia Brasileira, Tabagismo,
Assédio Sexual, Namoro, Prostituição de Menores, Aborto, Mercado de Trabalho,
Maternidade na Adolescência, Aids, O jovem brasileiro sabe votar? e outros, discutidos
e escolhidos pelos alunos.
A opinião do aluno quanto à escolha do tema sempre foi respeitada pela equipe de
produção.
A interatividade acontecia entre alunos e professores, quando da participação no
programa. Eles contavam com o apoio de professores para a realização da pesquisa e
preparação dos temas, para debatê-los com os especialistas, junto à Rádio Educativa.
Atualmente, muitas dessas experiências deixaram de existir, por descontinuidade
administrativa, exceto a Radioescola, que continua prestando relevantes contribuições aos
Centros de Educação Integral de Curitiba.
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4. Descrição da pesquisa e procedimentos metodológicos
sta pesquisa é bibliográfica e qualitativa. A pesquisa bibliográfica visou conhecer os
primórdios do rádio brasileiro nos aspectos educativos e culturais desde a década
de 1920 até a contemporanneidade. Dessa forma, chegou-se às rádios
universitárias e as radioescolas.
EA pesquisa qualitativa tencionou-se conhecer a opinião dos sujeitos sobre a
transmissão de programas educativos e culturais pelas rádios universitárias do sul do Brasil.
Os sujeitos são os diretores da rádio, diretores de programação, produtores e programadores
dessas rádios.
Quanto as radioescolas, os sujeitos são os coordenadores, professores e alunos que
desenvolvem atividades pedagógicas e culturais com esse instrumento de ensino.
A investigação concentrou-se ao universo da divulgação educativa e cultural nas
rádios por ondas hertzianas, em particular, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro e outras
(décadas 1920/1930) e as emissoras universitárias públicas da região sul do Brasil: Rádio
Universidade Am, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Rádio Universidade AM,
da Universidade Federal de Santa Maria; Rádio Federal FM, da Universidade Federal de
Pelotas, no Estado do Rio Grande do Sul; Rádio Universitária FM, da Universidade do
Estado de Santa Catarina, no Estado de Santa Catarina; Rádio Universidade FM, da
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Universidade Estadual de Londrina e Rádio Universitária FM, da Universidade Estadual de
Maringá, ambas no Estado do Paraná e as radioescolas (período de 1985 a 1993): Radioteca
Jovem, Rádio Visão e Rádio Vanguarda Educativa, as três localizadas em Campos, no
Estado do Rio de Janeiro; Rádio RM 2003, em São Paulo; Rádio Vila Verde, Rádio Recreio,
Radioescola e Radioaluno, em Curitiba, Paraná.
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5. Considerações Finaisosso objetivo neste paper foi mostrar como o rádio brasileiro, desde o seu
nascedouro esteve envolvido com a educação e a cultura. Mesmo diante da
mundialização da cultura, o rádio continua sendo um dos veículos de comunicação
social de grande relevância para os povos dos países denominados periféricos, inclusive o
Brasil, por estar à disposição e ao alcance de todas as camadas sociais, de todos os
cidadãos escolarizados ou não e de todas as idades devido as suas características técnicas
próprias e ímpares.
NO rádio se for utilizado adequadamente poderá ser promotor de educação e de
cultura, como as rádios universitárias e as radioescolas. Através das rádios universitárias, as
pessoas poderão obter com mais facilidade informações precisas sobre as diversas áreas de
conhecimentos científico, tecnológico e cultural e de como utilizá-los no seu cotidiano. Isso
pode acontecer porque o rádio, em relação aos outros meios de comunicação, mais se
aproxima da população devido algumas características que lhe são inerentes: linguagem
oral-auditiva, mobilidade, baixo custo, imediatismo e instantaneidade e também porque as
emissoras radiofônicas, em particular, as universitárias, estão localizadas nas universidades,
local onde se produzem a ciência, tecnologia e cultura.
Quanto a radioescola é indispensável que a escola da contemporaneidade repense a
sua metodologia. Hoje, o aluno que ocupa um assento escolar, não é o mesmo aluno que
ocupava o mesmo assento no século XVIII. O aluno do terceiro milênio é conhecedor das
novas tecnologias e não admite uma escola com, apenas, giz e “cuspo” do professor. Neste
aspecto, a radioescola poderá contribuir com a escola, levando o educando a desenvolver a
reflexão sobre a linguagem e a programação radiofônica, principalmente se ele é emissor e
receptor, simultaneamente. Analisando o processo de produção radiofônica, o aluno poderá
compreender também a linguagem e o processo dos bens simbólicos e desenvolver o seu
senso crítico. Neste sentido, GREENFIELD (1988:144) enfatiza: “Em virtude de a produção sempre
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envolver mais conhecimentos do que a mera percepção, parece provável que, uma vez, que as crianças
tenham tido experiência como produtoras, elas serão consumidoras mais exigentes”.
Para que a radioescola desempenhe papel educativo e cultural eficaz é preciso que
educador e educando conheçam e dominem a linguagem e a produção radiofônica, o que os
levará a compreender a função desse instrumento de ensino e a “construção” da realidade
produzida por essa mídia.
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6. Referências BibliográficasASSUMPÇÃO, Zeneida Alves de. Radioescola: uma proposta para o ensino de primeiro grau. São Paulo. Annablume, 1999.
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