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__________________________________________________________________________________ 1 MINISTÉRIO DA JUSTIÇA DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL DIRETORIA DE POLÍTICAS PENITENCIÁRIAS MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA, ALFABETIZAÇÃO, DIVERSIDADE E INCLUSÃO DIRETORIA DE POLÍTICAS DE ALFABETIZAÇÃO E EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NOTA TÉCNICA CONJUNTA MEC/MJ ASSUNTO: PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO NAS PRISÕES 2015-2016 I- DO CONTEXTO DA POLÍTICA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES, MARCOS LEGAIS E EVOLUÇÃO HISTÓRICA. A educação é um direito humano universal e confirmado pela Constituição da República Brasileira. Apesar disso, grandes são as barreiras que impedem o efetivo acesso à este direito, sobretudo, quando se trata de uma parcela invisível da sociedade que são as pessoas privadas de liberdade. Há centenas de anos possui-se o registro sobre o aprisionamento no Brasil, porém a educação está inserida neste contexto há pouquíssimo tempo. Conforme preceitua a Constituição Brasileira no Art. 205, A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. A seguir destaca-se, de forma cronológica, algumas das fundamentações e marcos importantes sobre a educação nas prisões brasileiras: o 1984: Lei de Execução Penal – Lei 7.210

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MINISTÉRIO DA JUSTIÇA DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL

DIRETORIA DE POLÍTICAS PENITENCIÁRIAS

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA, ALFABETIZAÇÃO,

DIVERSIDADE E INCLUSÃO DIRETORIA DE POLÍTICAS DE ALFABETIZAÇÃO E EDUCAÇÃO DE

JOVENS E ADULTOS

NOTA TÉCNICA CONJUNTA MEC/MJ ASSUNTO: PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO NAS PRISÕES 2015-2016

I- DO CONTEXTO DA POLÍTICA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES,

MARCOS LEGAIS E EVOLUÇÃO HISTÓRICA.

A educação é um direito humano universal e confirmado pela Constituição da

República Brasileira. Apesar disso, grandes são as barreiras que impedem o efetivo acesso à

este direito, sobretudo, quando se trata de uma parcela invisível da sociedade que são as

pessoas privadas de liberdade.

Há centenas de anos possui-se o registro sobre o aprisionamento no Brasil, porém a

educação está inserida neste contexto há pouquíssimo tempo. Conforme preceitua a

Constituição Brasileira no Art. 205,

A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

A seguir destaca-se, de forma cronológica, algumas das fundamentações e marcos

importantes sobre a educação nas prisões brasileiras:

o 1984: Lei de Execução Penal – Lei 7.210

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Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando

prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade.

Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso.

Art. 11. A assistência será:

I - material;

II - à saúde;

III - jurídica;

IV - educacional;

V - social;

Art. 17 à 21. Tratam da assistência educacional no sistema prisional, inclui a

instrução escolar e a formação profissional.

Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua natureza, deverá contar em

suas dependências com áreas e serviços destinados a dar assistência, educação, trabalho,

recreação e prática esportiva.

§ 4o Serão instaladas salas de aulas destinadas a cursos do ensino básico e

profissionalizante.(Incluído pela Lei nº 12.245, de 2010)

Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto

poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena. (Redação

dada pela Lei nº 12.433, de 2011)

o 1996: Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Lei 9.394

Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de

liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno

desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua

qualificação para o trabalho.

Art. 5º O acesso ao ensino fundamental é direito público subjetivo, podendo

qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical,

entidade de classe ou outra legalmente constituída, e, ainda, o Ministério Público, acionar

o Poder Público para exigi-lo.

o 2005: A publicação “Educando para a Liberdade”: trajetória, debates e proposições de um projeto para a educação nas prisões brasileiras

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A cooperação para a oferta de educação nas prisões ganhou novos contornos a partir

de 2005 com a criação do “Projeto Educando para a Liberdade”, que contou com a parceria

da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e da

Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) permitindo pôr na agenda das políticas

públicas um tema periférico e invisível para parte considerável da população brasileira.

Essa iniciativa promoveu a abertura de espaços para o diálogo e a construção coletiva

de referenciais para o setor. Entre 2005 e 2007 foram realizados encontros estaduais,

regionais e nacionais que contaram com a participação de representantes, de gestores, de

professores, de agentes penitenciários, de técnicos, de operadores da execução penal e dos

presos.

Desses encontros saíram as propostas que subsidiaram a elaboração das resoluções do

Conselho Nacional de Educação e do Conselho Nacional de Políticas Criminal e Penitenciária.

o Diretrizes e recomendações dos Conselhos Nacionais de Educação (CNE) e

Política Criminal e Penitenciária (CNPCP)

Vale destacar as diversas diretrizes e recomendações emanadas pelos Conselhos

Nacionais de Educação (CNE) e Política Criminal e Penitenciária (CNPCP). Observa-se que

ações coordenadas pelos Ministérios da Justiça e da Educação em parceria com os estados e

com a sociedade civil organizada vêm demandando bastante aos conselhos. Dentre as diversas

recomendações e diretrizes, pontua-se, a Resolução nº 3, de 11 de março de 2009, na qual o

CNPCP aprovou as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação nos estabelecimentos

penais no âmbito da política de execução penal. A Resolução nº 2, de 19 de maio de 2010, na

qual o CNE aprovou as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação para jovens e adultos

em situação de privação de liberdade no âmbito das políticas de educação. E a Resolução nº

4, de 30 de maio de 2016, na qual o CNE aprovou as Diretrizes Operacionais Nacionais para a

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remição de pena pelo estudo de pessoas em privação de liberdade nos estabelecimentos

penais do sistema prisional brasileiro.

o 2011: Plano Estratégico de Educação no Âmbito do Sistema Prisional -Decreto

nº 7.626

Institui o Plano Estratégico de Educação no Âmbito do Sistema Prisional (PEESP) que

tem como finalidade ampliar e qualificar a oferta de educação nos estabelecimentos penais,

contemplando a educação básica na modalidade de educação de jovens e adultos, a educação

profissional e tecnológica, e a educação superior.

Dentre as diversas diretrizes do PEESP, destaca-se a integração dos órgãos

responsáveis pelo ensino público com os órgãos responsáveis pela execução penal, tanto a

nível estadual quanto federal.

. Segundo o Decreto, compete ao MEC o apoio financeiro para equipar e aparelhar os

espaços, distribuir material didático, compor os acervos das bibliotecas, fomentar programas

de alfabetização e de educação de jovens e adultos e de capacitação dos profissionais; ao MJ,

o apoio financeiro para construção, ampliação e reforma dos espaços destinados à educação

nos estabelecimentos penais.

Para acessar os recursos do orçamento federal os Estados e o Distrito Federal

deveriam apresentar plano de ação contendo:

a) diagnóstico das demandas de educação no âmbito dos estabelecimentos

penais;

b) estratégias e metas para sua implementação; e

c) as atribuições e responsabilidades de cada órgão, especialmente quanto à

adequação dos espaços destinados às atividades educacionais nos estabelecimentos

penais, à formação e à contratação de professores e de outros profissionais da

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educação, à produção de material didático e à integração da educação de jovens e

adultos à educação profissional e tecnológica.

O PEESP promove um alinhamento estratégico entre o planejamento dos estados

e as políticas implementadas pelo Governo Federal. Esse alinhamento permite dimensionar

os recursos a serem transferidos no âmbito do PAR, a distribuição do material didático e a

política de formação continuada para os servidores que atuam na oferta de educação em

prisões.

Os Ministérios da Educação e da Justiça compreenderam o plano de ação previsto

no Decreto nº 7.626/2011 como parte de um esforço maior de organização da oferta de

educação nas prisões e nesse sentido fomentaram a elaboração de Planos Estaduais de

Educação nas prisões. Essa estratégia foi pactuada no III Seminário Nacional de Educação nas

Prisões realizado no primeiro semestre de 2012.

Para subsidiar a elaboração dos planos o Governo Federal apresentou um Guia de

Orientações sugerindo que os planos contivessem informações sobre a gestão e organização

da oferta de educação, a formação continuada dos profissionais, exames de certificação de

exames e estratégias de acompanhamento das ações. Todos os itens que compõe esse guia

estão vinculados aos normativos legais que definem como deve ser oferta de educação.

No sentido de orientar a elaboração dos planos de ação e permitir uma análise

técnica mais qualificada, o guia indicava a importância de apresentar um amplo diagnóstico

com informações sobre a quantidade de estabelecimentos penais com oferta de educação, a

quantidade de salas de aula, espaços de leituras e laboratórios de informática, além do perfil

dos professores e dos agentes penitenciários.

II- DA ANÁLISE DOS DADOS NACIONAIS DE EDUCAÇÃO NAS

PRISÕES.

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A) O crescimento da quantidade de presos em atividades educacionais – base de dados Infopen

B)

Ao analisar o gráfico acima observa-se que houve um crescimento de 61% de presos

estudando no Brasil entre os anos de 2008 e 2014, enquanto no mesmo período, houve um

crescimento de 45% da população carcerária no país.

B) A evolução das matrículas no Brasil – base de dados Educacenso

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32

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65

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37

99

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2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Número de presos estudando Linha de Crescimento

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Através do dados de alunos matriculados apresentados pelo Educacenso/MEC

constata-se um crescimento de 97% de presos matriculados no período.

C) A evolução de matrículas por regiões – base de dados Educacenso

Destaca-se que a região Centro-Oeste teve o maior crescimento percentual de presos

matriculados com um crescimento de 175% no período. Enquanto a região Norte teve o

menor crescimento de apenas 5%.

D) Presos envolvidos em atividades educacionais, por nível de ensino

Na tabela a seguir, observa-se que dos presos inseridos em atividades educacionais, 87% estão

inseridos na modalidade de Educação de Jovens e Adultos, evidenciando a importância que

esta ação possui para o sistema prisional brasileiro. Por outro lado, constata-se que 0% dos

presos estão cursando ensino superior.

Fonte: Dez.2014/Infopen-MJ

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E) O crescimento da oferta de educação nas prisões por dependência

administrativa

UF

Alf

abet

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ão

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no

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AC 18% 49% 2% 0% 0% 31%

AL 18% 56% 4% 0% 0% 22%

AM 17% 65% 18% 0% 0% 0%

AP 4% 17% 35% 0% 0% 43%

BA 19% 59% 16% 0% 1% 6%

CE 13% 50% 12% 0% 0% 25%

DF 10% 40% 19% 2% 2% 27%

ES 15% 47% 19% 0% 3% 15%

GO 15% 71% 11% 3% 0% 0%

MA 40% 40% 15% 4% 1% 0%

MG 15% 59% 18% 2% 0% 6%

MS 15% 66% 14% 2% 2% 2%

MT 17% 53% 21% 0% 1% 8%

PA 8% 80% 9% 0% 2% 1%

PB 35% 42% 15% 0% 3% 5%

PE 28% 59% 12% 0% 1% 0%

PI 76% 24% 0% 0% 0% 0%

PR 10% 56% 19% 0% 3% 12%

RJ 17% 75% 7% 0% 0% 1%

RN 46% 36% 13% 0% 0% 5%

RO 25% 44% 17% 1% 8% 5%

RR 5% 70% 22% 2% 1% 1%

RS 17% 45% 37% 0% 0% 1%

SC 15% 51% 19% 1% 6% 10%

SE 42% 27% 24% 7% 0% 0%

SP 15% 37% 26% 0% 0% 21%

TO 16% 57% 16% 0% 5% 7%

Brasil 17% 51% 19% 0% 1% 12%

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Fonte:MEC-INEP

Ao analisar o gráfico acima, constata-se que a partir do ano de 2010 há uma mudança

significativa em função da dependência administrativa, que se caracteriza pelo Ente

Federativo (Municipal, Estadual, Distrito Federal ou União), ou ainda, pelo setor privado que

ofertam educação nas prisões. Houve crescimento de 75% ofertado pelos Estados, enquanto,

houve decréscimo de 286% ofertado pelos municípios, fato que demonstra a

responsabilização e aceitação dos Estados na oferta educacional no sistema prisional.

F) O crescimento de inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM PPL

Fonte:MEC-INEP

0

50

100

150

200

250

300

350

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

NÚMERO DE MUNICIPIOS COM OFERTAPOR DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA/ANO

Federal Estados Municípios Privadas

13

90

8

23

66

5

30

34

1

35

80

4

42

54

2

13

90

8

23

66

5

30

34

1

35

80

4

42

54

2

2011 2012 2013 2014 2015

Número de alunos inscritos no Enen PPL Evolução no número de inscritos

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Apesar do fomento da oferta de Educação de Jovens e Adultos, a falta de espaços para

a ampliação de novas turmas, estimula a realização dos exames de certificação, que por outro

lado aponta o crescimento na procura pela elevação da escolaridade.

G) O crescimento de inscritos no Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – ENCCEJA PPL Fonte: MEC-INEP

H) O crescimento de inscritos no Programa Nacional de Acesso ao Ensino

Técnico e Emprego – PRONATEC

Fonte: SETEC-MEC

Observa-se relação direta no crescimento de inscritos no Programa Nacional de Acesso

ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) com a evolução da oferta educacional desde o início

dos Planos Estaduais de Educação nas Prisões no ano de 2012.

50

94

20

85

2

19

14

0

50

94

20

85

2

19

14

0

2013 2014 2015 - 1° Semestre

Número de alunos inscritos no Pronatec PPL Evolução no número de inscritos

1810

9

2294

0

1810

9

2294

0

2012 2013

Número de alunos inscritos no Ecceja PPL Evolução no número de inscritos

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III- DA ANÁLISE E INSTRUÇÕES GERAIS POR UNIDADE

FEDERATIVA - Acre

A) A evolução da quantidade de presos em atividades educacionais

Fonte: INFOPEN-MJ

B) A evolução das matrículas na Unidade Federativa

Fonte: EDUCACENSO-MEC-INEP

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3

31

4

25

5

21

5

32

3

28

5

27

5

25

3

31

4

25

5

21

5

32

3

28

5

27

5

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Número de presos estudando Linha de Crescimento Colunas1

16

7

32

4

32

9

48

0

64

4

43

8

41

9

35

4

16

7

32

4

32

9

48

0

64

4

43

8

41

9

35

4

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Número de presos Matriculados Linha de Crescimento

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C) Presos envolvidos em atividades educacionais, por nível de ensino

Fonte: Dez.2014/INFOPEN-MJ

D) Inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM PPL

Fonte: INEP-MEC

E) Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – ENCCEJA PPL

27

1

41

3

31

6

32

7

30

8

27

1

41

3

31

6

32

7

30

8

2011 2012 2013 2014 2015

Número de alunos inscritos no Enen PPL Evolução no número de inscritos

UF

Alf

abet

izaç

ão

Ensi

no

Fu

nd

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Ensi

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io

Ensi

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Fonte: INEP-MEC

F) Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – PRONATEC

Fonte: SETEC-MEC

G) Das análises e instruções específicas do Plano

As análises e instruções específicas para cada Unidade Federativa são alicerçadas no

“Guia com Orientações para Subsidiar as Unidades federativas para a Elaboração do Plano

de educação nas Prisões”. Portanto, as observações e orientações de ajustes de cada item

do plano estão demonstradas abaixo:

31

4

28

7

31

4

28

7

2013 2014

Número de alunos inscritos no Ecceja PPL Evolução no número de inscritos

12

1

43

8

79

12

1

43

8

79

2013 2014 2015

Número de alunos inscritos no Pronatec PPL Evolução no número de inscritos

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ATENDE ÀS ORIENTAÇÕES DO PLANO

No. Itens para Análise SIM PARCIAL NÃO

01. APRESENTAÇÃO DO PLANO X

02. CONCEPÇÕES FUNDAMENTAIS E NORTEADORAS DA OFERTA EDUCAÇÃO NO SISTEMA PRISIONAL

X

03. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES NO ESTADO X

04. DIAGNÓSTICO X

05. GESTÃO X

5.1. ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS X

5.2. REGRAS E PROCEDIMENTOS DE ROTINA X

5.3. GESTÃO DE PESSOAS X

5.4. REGISTROS ESCOLARES X

5.5. ARTICULAÇÃO E PARCERIAS X

06. FINANCIAMENTO X

07. ORGANIZAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO FORMAL X

08. ORGANIZAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL E DA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

X

09. FORMAÇÃO/CAPACITAÇÃO DOS PROFISSIONAIS X

10. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E ATENDIMENTO À DIVERSIDADE X

11. CERTIFICAÇÃO X

12. INFRAESTRUTURA FÍSICA X

13. MATERIAL DIDÁTICO E LITERÁRIO X

14. REMIÇÃO DA PENA PELO ESTUDO X

15. ATENDIMENTO ÀS CRIANÇAS X

16. ACOMPANHAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO X

17. PLANO DE AÇÃO X

META I – AMPLIAÇÃO DA MATRÍCULA DA EDUCAÇÃO FORMAL X

META II – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL X

META III – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

X

META IV – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE INSCRITOS NOS EXAMES DE CERTIFICAÇÃO

X

META V – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE BIBLIOTECAS E DE ESPAÇOS DE LEITURA

X

META VI – MELHORIA NA QUALIDADE DA OFERTA DE EDUCAÇÃO

X

ORIENTAÇÃO AO ESTADO:

ITEM 15: ATENDIMENTO ÀS CRIANÇAS

Orienta-se detalhar mais o item atendimento às crianças informando medidas por

parte do Estado afim de garantir a oferta da educação infantil e propostas de melhorias no

atendimento.

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__________________________________________________________________________________15

IV- INSTRUÇÕES E RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA MELHORIAS NA EXECUÇÃO, ACOMPANHEMENTO E AVALIAÇÃO DOS PLANOS

O Plano Estadual de Educação nas Prisões objetiva executar ações em conjunto, para

tanto, dentre as diversas diretrizes do plano, destaca-se a importância da interlocução entre

os atores regionais. A promoção de maior diálogo entre as Secretarias de Estado de Educação

e de Administração Prisional permite a realização de ações articuladas, que por sua vez são

essenciais para a evolução e aprimoramento desta política.

Conforme destacado no Art. 4o,, do Decreto 7.626, de 2011, que institui o PEESP,

este tem como objetivo:

I - executar ações conjuntas e troca de informações entre órgãos

federais, estaduais e do Distrito Federal com atribuições nas áreas de

educação e de execução penal;

Neste sentido, sugere-se a criação de Comitê Estadual que acompanhará e avaliará as

ações previstas no Plano Estadual de Educação nas Prisões. Sugere-se que, além das

Secretarias de Estado de Educação e de Administração Prisional, sejam convidados a participar

deste comitê representantes dos:

Ministério Público;

Defensoria Pública;

Vara de Execução Penal;

Conselho Estadual da Educação;

Conselho Estadual Penitenciário;

Conselho da Comunidade.

O comitê gestor de acompanhamento, monitoração e avaliação organizará propostas

de visitas semestrais aos Estabelecimentos Penais. Visando sistematizar o planejamento,

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__________________________________________________________________________________16

sugere-se que, após a realização das visitas nos espaços educacionais inseridos no âmbito das

prisões, o comitê gestor irá elaborar relatório técnico constando o detalhamento de todas as

etapas executadas, resultados e recomendações que se fizerem necessárias e os encaminhará

às respectivas Secretarias de Educação e Administração Prisional, de modo que o fluxo de

informações provenientes deste relatório venha apontar os resultados alcançados e/ou ainda

subsidiar o redimensionamento das atividades ao longo do curso.

No decorrer de cada semestre e de acordo com as problemáticas evidenciadas pelo

Comitê gestor, este poderá propor aos Secretários de Estado de Educação e de Administração

Prisional ações afim de garantir a execução e metas estabelecidas nos Plano Estaduais

abrangendo estratégias de formação educacional da população carcerária e dos profissionais

envolvidos em sua implementação

V- INTRUÇÕES DO PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO NAS PRISÕES - 2017

O Plano é um instrumento de planejamento das Unidades Federativas que auxilia e

subsidia o organização das ações de reintegração social do Governo Federal. Por sua vez, o

monitoramento e avaliação das ações de educação serão realizados a partir da análise das

informações apresentadas ao INFOPEN e disponíveis no Censo Escolar do INEP.

A seguir, instruções importantes sobre os Planos Estaduais de Educação nas Prisões a partir

de 2017:

o Será quadrienal;

o Novas informações, por escola, serão incluídas, como o detalhamento se são

exclusivas ou vinculas, sobre os Projetos Políticos Pedagógicos, os Regimentos

Internos, entre outros; e

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__________________________________________________________________________________17

o Em breve, um novo guia a fim de orientar as Unidades Federativas sobre a

elaboração dos Planos Estaduais de Educação nas Prisões será apresentado.

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__________________________________________________________________________________18

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL

DIRETORIA DE POLÍTICAS PENITENCIÁRIAS

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA, ALFABETIZAÇÃO,

DIVERSIDADE E INCLUSÃO DIRETORIA DE POLÍTICAS DE ALFABETIZAÇÃO E EDUCAÇÃO DE

JOVENS E ADULTOS

NOTA TÉCNICA CONJUNTA MEC/MJ ASSUNTO: PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO NAS PRISÕES 2015-2016

I- DO CONTEXTO DA POLÍTICA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES,

MARCOS LEGAIS E EVOLUÇÃO HISTÓRICA.

A educação é um direito humano universal e confirmado pela Constituição da

República Brasileira. Apesar disso, grandes são as barreiras que impedem o efetivo acesso à

este direito, sobretudo, quando se trata de uma parcela invisível da sociedade que são as

pessoas privadas de liberdade.

Há centenas de anos possui-se o registro sobre o aprisionamento no Brasil, porém a

educação está inserida neste contexto há pouquíssimo tempo. Conforme preceitua a

Constituição Brasileira no Art. 205,

A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

A seguir destaca-se, de forma cronológica, algumas das fundamentações e marcos

importantes sobre a educação nas prisões brasileiras:

o 1984: Lei de Execução Penal – Lei 7.210

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__________________________________________________________________________________19

Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando

prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade.

Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso.

Art. 11. A assistência será:

I - material;

II - à saúde;

III - jurídica;

IV - educacional;

V - social;

Art. 17 à 21. Tratam da assistência educacional no sistema prisional, inclui a

instrução escolar e a formação profissional.

Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua natureza, deverá contar em

suas dependências com áreas e serviços destinados a dar assistência, educação, trabalho,

recreação e prática esportiva.

§ 4o Serão instaladas salas de aulas destinadas a cursos do ensino básico e

profissionalizante.(Incluído pela Lei nº 12.245, de 2010)

Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto

poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena. (Redação

dada pela Lei nº 12.433, de 2011)

o 1996: Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Lei 9.394

Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de

liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno

desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua

qualificação para o trabalho.

Art. 5º O acesso ao ensino fundamental é direito público subjetivo, podendo

qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical,

entidade de classe ou outra legalmente constituída, e, ainda, o Ministério Público, acionar

o Poder Público para exigi-lo.

o 2005: A publicação “Educando para a Liberdade”: trajetória, debates e proposições de um projeto para a educação nas prisões brasileiras

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__________________________________________________________________________________20

A cooperação para a oferta de educação nas prisões ganhou novos contornos a partir

de 2005 com a criação do “Projeto Educando para a Liberdade”, que contou com a parceria

da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e da

Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) permitindo pôr na agenda das políticas

públicas um tema periférico e invisível para parte considerável da população brasileira.

Essa iniciativa promoveu a abertura de espaços para o diálogo e a construção coletiva

de referenciais para o setor. Entre 2005 e 2007 foram realizados encontros estaduais,

regionais e nacionais que contaram com a participação de representantes, de gestores, de

professores, de agentes penitenciários, de técnicos, de operadores da execução penal e dos

presos.

Desses encontros saíram as propostas que subsidiaram a elaboração das resoluções do

Conselho Nacional de Educação e do Conselho Nacional de Políticas Criminal e Penitenciária.

o Diretrizes e recomendações dos Conselhos Nacionais de Educação (CNE) e

Política Criminal e Penitenciária (CNPCP)

Vale destacar as diversas diretrizes e recomendações emanadas pelos Conselhos

Nacionais de Educação (CNE) e Política Criminal e Penitenciária (CNPCP). Observa-se que

ações coordenadas pelos Ministérios da Justiça e da Educação em parceria com os estados e

com a sociedade civil organizada vêm demandando bastante aos conselhos. Dentre as diversas

recomendações e diretrizes, pontua-se, a Resolução nº 3, de 11 de março de 2009, na qual o

CNPCP aprovou as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação nos estabelecimentos

penais no âmbito da política de execução penal. A Resolução nº 2, de 19 de maio de 2010, na

qual o CNE aprovou as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação para jovens e adultos

em situação de privação de liberdade no âmbito das políticas de educação. E a Resolução nº

4, de 30 de maio de 2016, na qual o CNE aprovou as Diretrizes Operacionais Nacionais para a

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__________________________________________________________________________________21

remição de pena pelo estudo de pessoas em privação de liberdade nos estabelecimentos

penais do sistema prisional brasileiro.

o 2011: Plano Estratégico de Educação no Âmbito do Sistema Prisional -Decreto

nº 7.626

Institui o Plano Estratégico de Educação no Âmbito do Sistema Prisional (PEESP) que

tem como finalidade ampliar e qualificar a oferta de educação nos estabelecimentos penais,

contemplando a educação básica na modalidade de educação de jovens e adultos, a educação

profissional e tecnológica, e a educação superior.

Dentre as diversas diretrizes do PEESP, destaca-se a integração dos órgãos

responsáveis pelo ensino público com os órgãos responsáveis pela execução penal, tanto a

nível estadual quanto federal.

. Segundo o Decreto, compete ao MEC o apoio financeiro para equipar e aparelhar os

espaços, distribuir material didático, compor os acervos das bibliotecas, fomentar programas

de alfabetização e de educação de jovens e adultos e de capacitação dos profissionais; ao MJ,

o apoio financeiro para construção, ampliação e reforma dos espaços destinados à educação

nos estabelecimentos penais.

Para acessar os recursos do orçamento federal os Estados e o Distrito Federal

deveriam apresentar plano de ação contendo:

a) diagnóstico das demandas de educação no âmbito dos estabelecimentos

penais;

b) estratégias e metas para sua implementação; e

c) as atribuições e responsabilidades de cada órgão, especialmente quanto à

adequação dos espaços destinados às atividades educacionais nos estabelecimentos

penais, à formação e à contratação de professores e de outros profissionais da

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__________________________________________________________________________________22

educação, à produção de material didático e à integração da educação de jovens e

adultos à educação profissional e tecnológica.

O PEESP promove um alinhamento estratégico entre o planejamento dos estados

e as políticas implementadas pelo Governo Federal. Esse alinhamento permite dimensionar

os recursos a serem transferidos no âmbito do PAR, a distribuição do material didático e a

política de formação continuada para os servidores que atuam na oferta de educação em

prisões.

Os Ministérios da Educação e da Justiça compreenderam o plano de ação previsto

no Decreto nº 7.626/2011 como parte de um esforço maior de organização da oferta de

educação nas prisões e nesse sentido fomentaram a elaboração de Planos Estaduais de

Educação nas prisões. Essa estratégia foi pactuada no III Seminário Nacional de Educação nas

Prisões realizado no primeiro semestre de 2012.

Para subsidiar a elaboração dos planos o Governo Federal apresentou um Guia de

Orientações sugerindo que os planos contivessem informações sobre a gestão e organização

da oferta de educação, a formação continuada dos profissionais, exames de certificação de

exames e estratégias de acompanhamento das ações. Todos os itens que compõe esse guia

estão vinculados aos normativos legais que definem como deve ser oferta de educação.

No sentido de orientar a elaboração dos planos de ação e permitir uma análise

técnica mais qualificada, o guia indicava a importância de apresentar um amplo diagnóstico

com informações sobre a quantidade de estabelecimentos penais com oferta de educação, a

quantidade de salas de aula, espaços de leituras e laboratórios de informática, além do perfil

dos professores e dos agentes penitenciários.

II- DA ANÁLISE DOS DADOS NACIONAIS DE EDUCAÇÃO NAS

PRISÕES.

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__________________________________________________________________________________23

C) O crescimento da quantidade de presos em atividades educacionais – base de dados Infopen

D)

Ao analisar o gráfico acima observa-se que houve um crescimento de 61% de presos

estudando no Brasil entre os anos de 2008 e 2014, enquanto no mesmo período, houve um

crescimento de 45% da população carcerária no país.

B) A evolução das matrículas no Brasil – base de dados Educacenso

34

32

1 41

65

9

37

99

8 46

22

3

44

79

8

54

81

0

55

62

3

34

32

1 41

65

9

37

99

8 46

22

3

44

79

8

54

81

0

55

62

3

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Número de presos estudando Linha de Crescimento

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__________________________________________________________________________________24

Através do dados de alunos matriculados apresentados pelo Educacenso/MEC

constata-se um crescimento de 97% de presos matriculados no período.

C) A evolução de matrículas por regiões – base de dados Educacenso

Destaca-se que a região Centro-Oeste teve o maior crescimento percentual de presos

matriculados com um crescimento de 175% no período. Enquanto a região Norte teve o

menor crescimento de apenas 5%.

D) Presos envolvidos em atividades educacionais, por nível de ensino

Na tabela a seguir, observa-se que dos presos inseridos em atividades educacionais, 87% estão

inseridos na modalidade de Educação de Jovens e Adultos, evidenciando a importância que

esta ação possui para o sistema prisional brasileiro. Por outro lado, constata-se que 0% dos

presos estão cursando ensino superior.

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__________________________________________________________________________________25

Fonte: Dez.2014/Infopen-MJ

UF

Alf

abet

izaç

ão

Ensi

no

Fu

nd

ame

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l

Ensi

no

méd

io

Ensi

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0 h

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16

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aula

)

AC 18% 49% 2% 0% 0% 31%

AL 18% 56% 4% 0% 0% 22%

AM 17% 65% 18% 0% 0% 0%

AP 4% 17% 35% 0% 0% 43%

BA 19% 59% 16% 0% 1% 6%

CE 13% 50% 12% 0% 0% 25%

DF 10% 40% 19% 2% 2% 27%

ES 15% 47% 19% 0% 3% 15%

GO 15% 71% 11% 3% 0% 0%

MA 40% 40% 15% 4% 1% 0%

MG 15% 59% 18% 2% 0% 6%

MS 15% 66% 14% 2% 2% 2%

MT 17% 53% 21% 0% 1% 8%

PA 8% 80% 9% 0% 2% 1%

PB 35% 42% 15% 0% 3% 5%

PE 28% 59% 12% 0% 1% 0%

PI 76% 24% 0% 0% 0% 0%

PR 10% 56% 19% 0% 3% 12%

RJ 17% 75% 7% 0% 0% 1%

RN 46% 36% 13% 0% 0% 5%

RO 25% 44% 17% 1% 8% 5%

RR 5% 70% 22% 2% 1% 1%

RS 17% 45% 37% 0% 0% 1%

SC 15% 51% 19% 1% 6% 10%

SE 42% 27% 24% 7% 0% 0%

SP 15% 37% 26% 0% 0% 21%

TO 16% 57% 16% 0% 5% 7%

Brasil 17% 51% 19% 0% 1% 12%

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__________________________________________________________________________________26

E) O crescimento da oferta de educação nas prisões por dependência

administrativa

Fonte:MEC-INEP

Ao analisar o gráfico acima, constata-se que a partir do ano de 2010 há uma mudança

significativa em função da dependência administrativa, que se caracteriza pelo Ente

Federativo (Municipal, Estadual, Distrito Federal ou União), ou ainda, pelo setor privado

ofertam educação nas prisões. Houve crescimento de 75% ofertado pelos Estados, enquanto,

houve decréscimo de 286% ofertado pelos municípios, fato que demonstra a

responsabilização e aceitação dos Estados na oferta educacional no sistema prisional.

F) O crescimento de inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM PPL

Fonte:MEC-INEP

0

50

100

150

200

250

300

350

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

NÚMERO DE MUNICIPIOS COM OFERTAPOR DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA/ANO

Federal Estados Municípios Privadas

13

90

8

23

66

5

30

34

1 35

80

4

42

54

2

13

90

8

23

66

5

30

34

1 35

80

4

42

54

2

2011 2012 2013 2014 2015

Número de alunos inscritos no Enen PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________27

Apesar do fomento da oferta de Educação de Jovens e Adultos, a falta de espaços para

a ampliação de novas turmas, estimula a realização dos exames de certificação, que por outro

lado aponta o crescimento na procura pela elevação da escolaridade.

G) O crescimento de inscritos no Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – ENCCEJA PPL Fonte: MEC-INEP

H) O crescimento de inscritos no Programa Nacional de Acesso ao Ensino

Técnico e Emprego – PRONATEC

Fonte: SETEC-MEC

50

94

20

85

2

19

14

0

50

94

20

85

2

19

14

0

2013 2014 2015 - 1° Semestre

Número de alunos inscritos no Pronatec PPL Evolução no número de inscritos

1810

9

2294

0

1810

9

2294

0

2012 2013

Número de alunos inscritos no Ecceja PPL Evolução no número de inscritos

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Observa-se relação direta no crescimento de inscritos no Programa Nacional de Acesso

ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) com a evolução da oferta educacional desde o início

dos Planos Estaduais de Educação nas Prisões no ano de 2012.

III- DA ANÁLISE E INSTRUÇÕES GERAIS POR UNIDADE

FEDERATIVA - Alagoas

A) A evolução da quantidade de presos em atividades educacionais

Fonte: INFOPEN-MJ

B) A evolução das matrículas na Unidade Federativa

Fonte: EDUCACENSO-MEC-INEP

70 1

09

18

5

24

7

21

9

20

9

50

2

70 1

09

18

5

24

7

21

9

20

9

50

2

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Número de presos estudando Linha de Crescimento

97

27

2

13

4

14

8 21

4 26

4

47

4

69

8

97

27

2

13

4

14

8 21

4 26

4

47

4

69

8

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Número de presos Matriculados Linha de Crescimento

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__________________________________________________________________________________29

C) Presos envolvidos em atividades educacionais, por nível de ensino

Fonte: Dez.2014/INFOPEN-MJ

D) Inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM PPL

Fonte: INEP-MEC

10

1

20

3

28

9

28

6

34

3

10

1

20

3

28

9

28

6

34

3

2011 2012 2013 2014 2015

Número de alunos inscritos no Enen PPL Evolução no número de inscritos

UF

Alf

abet

izaç

ão

Ensi

no

Fu

nd

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l

Ensi

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io

Ensi

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al, a

cim

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60

ho

ras

de

aula

)

AL 18% 56% 4% 0% 0% 22%

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__________________________________________________________________________________30

E) Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – ENCCEJA PPL

Fonte: INEP-MEC

F) Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – PRONATEC

Fonte: SETEC-MEC

G) Das análises e instruções específicas do Plano

19

2

25

4

19

2

25

4

2013 2014

Número de alunos inscritos no Ecceja PPL Evolução no número de inscritos1

70

24

6

95

17

0

24

6

95

2013 2014 2015

Número de alunos inscritos no Pronatec PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________31

As análises e instruções específicas para cada Unidade Federativa são alicerçadas no “Guia

com Orientações para Subsidiar as Unidades federativas para a Elaboração do Plano de

educação nas Prisões”. Portanto, as observações e orientações de ajustes de cada item do

plano estão demonstradas abaixo:

ATENDE ÀS ORIENTAÇÕES DO PLANO

No. Itens para Análise SIM PARCIAL NÃO

01. APRESENTAÇÃO DO PLANO X

02. CONCEPÇÕES FUNDAMENTAIS E NORTEADORAS DA OFERTA EDUCAÇÃO NO SISTEMA PRISIONAL

X

03. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES NO ESTADO X

04. DIAGNÓSTICO X

05. GESTÃO X

5.1. ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS X

5.2. REGRAS E PROCEDIMENTOS DE ROTINA X

5.3. GESTÃO DE PESSOAS X

5.4. REGISTROS ESCOLARES X

5.5. ARTICULAÇÃO E PARCERIAS X

06. FINANCIAMENTO X

07. ORGANIZAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO FORMAL X

08. ORGANIZAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL E DA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

X

09. FORMAÇÃO/CAPACITAÇÃO DOS PROFISSIONAIS X

10. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E ATENDIMENTO À DIVERSIDADE X

11. CERTIFICAÇÃO X

12. INFRAESTRUTURA FÍSICA X

13. MATERIAL DIDÁTICO E LITERÁRIO X

14. REMIÇÃO DA PENA PELO ESTUDO X

15. ATENDIMENTO ÀS CRIANÇAS X

16. ACOMPANHAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO X

17. PLANO DE AÇÃO X

META I – AMPLIAÇÃO DA MATRÍCULA DA EDUCAÇÃO FORMAL X

META II – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL X

META III – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

X

META IV – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE INSCRITOS NOS EXAMES DE CERTIFICAÇÃO

X

META V – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE BIBLIOTECAS E DE ESPAÇOS DE LEITURA

X

META VI – MELHORIA NA QUALIDADE DA OFERTA DE EDUCAÇÃO

X

ORIENTAÇÃO AO ESTADO:

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__________________________________________________________________________________32

Todos os itens atendem as orientações emanadas pelo Ministério da Educação e

Departamento Penitenciário Nacional, através do “Guia com Orientações para Subsidiar as

Unidades federativas para a Elaboração do Plano de educação nas Prisões”.

VI- INSTRUÇÕES E RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA MELHORIAS NA EXECUÇÃO, ACOMPANHEMENTO E AVALIAÇÃO DOS PLANOS

O Plano Estadual de Educação nas Prisões objetiva executar ações em conjunto, para

tanto, dentre as diversas diretrizes do plano, destaca-se a importância da interlocução entre

os atores regionais. A promoção de maior diálogo entre as Secretarias de Estado de Educação

e de Administração Prisional permite a realização de ações articuladas, que por sua vez são

essenciais para a evolução e aprimoramento desta política.

Conforme destacado no Art. 4o,, do Decreto 7.626, de 2011, que institui o PEESP,

este tem como objetivo:

I - executar ações conjuntas e troca de informações entre órgãos

federais, estaduais e do Distrito Federal com atribuições nas áreas de

educação e de execução penal;

Neste sentido, sugere-se a criação de Comitê Estadual que acompanhará e avaliará as

ações previstas no Plano Estadual de Educação nas Prisões. Sugere-se que, além das

Secretarias de Estado de Educação e de Administração Prisional, sejam convidados a participar

deste comitê representantes dos:

Ministério Público;

Defensoria Pública;

Vara de Execução Penal;

Conselho Estadual da Educação;

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__________________________________________________________________________________33

Conselho Estadual Penitenciário;

Conselho da Comunidade.

O comitê gestor de acompanhamento, monitoração e avaliação organizará propostas

de visitas semestrais aos Estabelecimentos Penais. Visando sistematizar o planejamento,

sugere-se que, após a realização das visitas nos espaços educacionais inseridos no âmbito das

prisões, o comitê gestor irá elaborar relatório técnico constando o detalhamento de todas as

etapas executadas, resultados e recomendações que se fizerem necessárias e os encaminhará

às respectivas Secretarias de Educação e Administração Prisional, de modo que o fluxo de

informações provenientes deste relatório venha apontar os resultados alcançados e/ou ainda

subsidiar o redimensionamento das atividades ao longo do curso.

No decorrer de cada semestre e de acordo com as problemáticas evidenciadas pelo

Comitê gestor, este poderá propor aos Secretários de Estado de Educação e de Administração

Prisional ações afim de garantir a execução e metas estabelecidas nos Plano Estaduais

abrangendo estratégias de formação educacional da população carcerária e dos profissionais

envolvidos em sua implementação

VII- INTRUÇÕES DO PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO NAS PRISÕES - 2017

O Plano é um instrumento de planejamento das Unidades Federativas que auxilia e

subsidia o organização das ações de reintegração social do Governo Federal. Por sua vez, o

monitoramento e avaliação das ações de educação serão realizados a partir da análise das

informações apresentadas ao INFOPEN e disponíveis no Censo Escolar do INEP.

A seguir, instruções importantes sobre os Planos Estaduais de Educação nas Prisões a partir

de 2017:

o Será quadrienal;

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__________________________________________________________________________________34

o Novas informações, por escola, serão incluídas, como o detalhamento se são

exclusivas ou vinculas, sobre os Projetos Políticos Pedagógicos, os Regimentos

Internos, entre outros; e

o Em breve, um novo guia a fim de orientar as Unidades Federativas sobre a

elaboração dos Planos Estaduais de Educação nas Prisões será apresentado.

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__________________________________________________________________________________35

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL

DIRETORIA DE POLÍTICAS PENITENCIÁRIAS

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA, ALFABETIZAÇÃO,

DIVERSIDADE E INCLUSÃO DIRETORIA DE POLÍTICAS DE ALFABETIZAÇÃO E EDUCAÇÃO DE

JOVENS E ADULTOS

NOTA TÉCNICA CONJUNTA MEC/MJ ASSUNTO: PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO NAS PRISÕES 2015-2016

I- DO CONTEXTO DA POLÍTICA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES,

MARCOS LEGAIS E EVOLUÇÃO HISTÓRICA.

A educação é um direito humano universal e confirmado pela Constituição da

República Brasileira. Apesar disso, grandes são as barreiras que impedem o efetivo acesso à

este direito, sobretudo, quando se trata de uma parcela invisível da sociedade que são as

pessoas privadas de liberdade.

Há centenas de anos possui-se o registro sobre o aprisionamento no Brasil, porém a

educação está inserida neste contexto há pouquíssimo tempo. Conforme preceitua a

Constituição Brasileira no Art. 205,

A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

A seguir destaca-se, de forma cronológica, algumas das fundamentações e marcos

importantes sobre a educação nas prisões brasileiras:

o 1984: Lei de Execução Penal – Lei 7.210

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__________________________________________________________________________________36

Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando

prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade.

Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso.

Art. 11. A assistência será:

I - material;

II - à saúde;

III - jurídica;

IV - educacional;

V - social;

Art. 17 à 21. Tratam da assistência educacional no sistema prisional, inclui a

instrução escolar e a formação profissional.

Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua natureza, deverá contar em

suas dependências com áreas e serviços destinados a dar assistência, educação, trabalho,

recreação e prática esportiva.

§ 4o Serão instaladas salas de aulas destinadas a cursos do ensino básico e

profissionalizante.(Incluído pela Lei nº 12.245, de 2010)

Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto

poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena. (Redação

dada pela Lei nº 12.433, de 2011)

o 1996: Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Lei 9.394

Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de

liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno

desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua

qualificação para o trabalho.

Art. 5º O acesso ao ensino fundamental é direito público subjetivo, podendo

qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical,

entidade de classe ou outra legalmente constituída, e, ainda, o Ministério Público, acionar

o Poder Público para exigi-lo.

o 2005: A publicação “Educando para a Liberdade”: trajetória, debates e proposições de um projeto para a educação nas prisões brasileiras

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__________________________________________________________________________________37

A cooperação para a oferta de educação nas prisões ganhou novos contornos a partir

de 2005 com a criação do “Projeto Educando para a Liberdade”, que contou com a parceria

da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e da

Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) permitindo pôr na agenda das políticas

públicas um tema periférico e invisível para parte considerável da população brasileira.

Essa iniciativa promoveu a abertura de espaços para o diálogo e a construção coletiva

de referenciais para o setor. Entre 2005 e 2007 foram realizados encontros estaduais,

regionais e nacionais que contaram com a participação de representantes, de gestores, de

professores, de agentes penitenciários, de técnicos, de operadores da execução penal e dos

presos.

Desses encontros saíram as propostas que subsidiaram a elaboração das resoluções do

Conselho Nacional de Educação e do Conselho Nacional de Políticas Criminal e Penitenciária.

o Diretrizes e recomendações dos Conselhos Nacionais de Educação (CNE) e

Política Criminal e Penitenciária (CNPCP)

Vale destacar as diversas diretrizes e recomendações emanadas pelos Conselhos

Nacionais de Educação (CNE) e Política Criminal e Penitenciária (CNPCP). Observa-se que

ações coordenadas pelos Ministérios da Justiça e da Educação em parceria com os estados e

com a sociedade civil organizada vêm demandando bastante aos conselhos. Dentre as diversas

recomendações e diretrizes, pontua-se, a Resolução nº 3, de 11 de março de 2009, na qual o

CNPCP aprovou as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação nos estabelecimentos

penais no âmbito da política de execução penal. A Resolução nº 2, de 19 de maio de 2010, na

qual o CNE aprovou as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação para jovens e adultos

em situação de privação de liberdade no âmbito das políticas de educação. E a Resolução nº

4, de 30 de maio de 2016, na qual o CNE aprovou as Diretrizes Operacionais Nacionais para a

remição de pena pelo estudo de pessoas em privação de liberdade nos estabelecimentos

penais do sistema prisional brasileiro.

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__________________________________________________________________________________38

o 2011: Plano Estratégico de Educação no Âmbito do Sistema Prisional -Decreto

nº 7.626

Institui o Plano Estratégico de Educação no Âmbito do Sistema Prisional (PEESP) que

tem como finalidade ampliar e qualificar a oferta de educação nos estabelecimentos penais,

contemplando a educação básica na modalidade de educação de jovens e adultos, a educação

profissional e tecnológica, e a educação superior.

Dentre as diversas diretrizes do PEESP, destaca-se a integração dos órgãos

responsáveis pelo ensino público com os órgãos responsáveis pela execução penal, tanto a

nível estadual quanto federal.

. Segundo o Decreto, compete ao MEC o apoio financeiro para equipar e aparelhar os

espaços, distribuir material didático, compor os acervos das bibliotecas, fomentar programas

de alfabetização e de educação de jovens e adultos e de capacitação dos profissionais; ao MJ,

o apoio financeiro para construção, ampliação e reforma dos espaços destinados à educação

nos estabelecimentos penais.

Para acessar os recursos do orçamento federal os Estados e o Distrito Federal

deveriam apresentar plano de ação contendo:

a) diagnóstico das demandas de educação no âmbito dos estabelecimentos

penais;

b) estratégias e metas para sua implementação; e

c) as atribuições e responsabilidades de cada órgão, especialmente quanto à

adequação dos espaços destinados às atividades educacionais nos estabelecimentos

penais, à formação e à contratação de professores e de outros profissionais da

educação, à produção de material didático e à integração da educação de jovens e

adultos à educação profissional e tecnológica.

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__________________________________________________________________________________39

O PEESP promove um alinhamento estratégico entre o planejamento dos estados

e as políticas implementadas pelo Governo Federal. Esse alinhamento permite dimensionar

os recursos a serem transferidos no âmbito do PAR, a distribuição do material didático e a

política de formação continuada para os servidores que atuam na oferta de educação em

prisões.

Os Ministérios da Educação e da Justiça compreenderam o plano de ação previsto

no Decreto nº 7.626/2011 como parte de um esforço maior de organização da oferta de

educação nas prisões e nesse sentido fomentaram a elaboração de Planos Estaduais de

Educação nas prisões. Essa estratégia foi pactuada no III Seminário Nacional de Educação nas

Prisões realizado no primeiro semestre de 2012.

Para subsidiar a elaboração dos planos o Governo Federal apresentou um Guia de

Orientações sugerindo que os planos contivessem informações sobre a gestão e organização

da oferta de educação, a formação continuada dos profissionais, exames de certificação de

exames e estratégias de acompanhamento das ações. Todos os itens que compõe esse guia

estão vinculados aos normativos legais que definem como deve ser oferta de educação.

No sentido de orientar a elaboração dos planos de ação e permitir uma análise

técnica mais qualificada, o guia indicava a importância de apresentar um amplo diagnóstico

com informações sobre a quantidade de estabelecimentos penais com oferta de educação, a

quantidade de salas de aula, espaços de leituras e laboratórios de informática, além do perfil

dos professores e dos agentes penitenciários.

II- DA ANÁLISE DOS DADOS NACIONAIS DE EDUCAÇÃO NAS

PRISÕES.

E) O crescimento da quantidade de presos em atividades educacionais – base de dados Infopen

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__________________________________________________________________________________40

F)

Ao analisar o gráfico acima observa-se que houve um crescimento de 61% de presos

estudando no Brasil entre os anos de 2008 e 2014, enquanto no mesmo período, houve um

crescimento de 45% da população carcerária no país.

B) A evolução das matrículas no Brasil – base de dados Educacenso

Através do dados de alunos matriculados apresentados pelo Educacenso/MEC

constata-se um crescimento de 97% de presos matriculados no período.

C) A evolução de matrículas por regiões – base de dados Educacenso

34

32

1 41

65

9

37

99

8 46

22

3

44

79

8

54

81

0

55

62

3

34

32

1 41

65

9

37

99

8 46

22

3

44

79

8

54

81

0

55

62

3

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Número de presos estudando Linha de Crescimento

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__________________________________________________________________________________41

Destaca-se que a região Centro-Oeste teve o maior crescimento percentual de presos

matriculados com um crescimento de 175% no período. Enquanto a região Norte teve o

menor crescimento de apenas 5%.

D) Presos envolvidos em atividades educacionais, por nível de ensino

Na tabela a seguir, observa-se que dos presos inseridos em atividades educacionais, 87% estão

inseridos na modalidade de Educação de Jovens e Adultos, evidenciando a importância que

esta ação possui para o sistema prisional brasileiro. Por outro lado, constata-se que 0% dos

presos estão cursando ensino superior.

UF

Alf

abet

izaç

ão

Ensi

no

Fu

nd

ame

nta

l

Ensi

no

méd

io

Ensi

no

su

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de

80

0 h

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Cu

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ação

in

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ima

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16

0 h

ora

s d

e

aula

)

AC 18% 49% 2% 0% 0% 31%

AL 18% 56% 4% 0% 0% 22%

AM 17% 65% 18% 0% 0% 0%

AP 4% 17% 35% 0% 0% 43%

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__________________________________________________________________________________42

Fonte: Dez.2014/Infopen-MJ

E) O crescimento da oferta de educação nas prisões por dependência

administrativa

BA 19% 59% 16% 0% 1% 6%

CE 13% 50% 12% 0% 0% 25%

DF 10% 40% 19% 2% 2% 27%

ES 15% 47% 19% 0% 3% 15%

GO 15% 71% 11% 3% 0% 0%

MA 40% 40% 15% 4% 1% 0%

MG 15% 59% 18% 2% 0% 6%

MS 15% 66% 14% 2% 2% 2%

MT 17% 53% 21% 0% 1% 8%

PA 8% 80% 9% 0% 2% 1%

PB 35% 42% 15% 0% 3% 5%

PE 28% 59% 12% 0% 1% 0%

PI 76% 24% 0% 0% 0% 0%

PR 10% 56% 19% 0% 3% 12%

RJ 17% 75% 7% 0% 0% 1%

RN 46% 36% 13% 0% 0% 5%

RO 25% 44% 17% 1% 8% 5%

RR 5% 70% 22% 2% 1% 1%

RS 17% 45% 37% 0% 0% 1%

SC 15% 51% 19% 1% 6% 10%

SE 42% 27% 24% 7% 0% 0%

SP 15% 37% 26% 0% 0% 21%

TO 16% 57% 16% 0% 5% 7%

Brasil 17% 51% 19% 0% 1% 12%

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__________________________________________________________________________________43

Fonte:MEC-INEP

Ao analisar o gráfico acima, constata-se que a partir do ano de 2010 há uma mudança

significativa em função da por dependência administrativa, que se caracteriza por qual Ente

Federativo (Municipal, Estadual, Distrito Federal ou União), ou ainda, pelo setor privado que

ofertam educação nas prisões. Houve crescimento de 75% ofertado pelos Estados, enquanto,

houve decréscimo de 286% ofertado pelos municípios, fato que demonstra a

responsabilização e aceitação dos Estados na oferta educacional no sistema prisional.

F) O crescimento de inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM PPL

Fonte:MEC-INEP

0

50

100

150

200

250

300

350

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

NÚMERO DE MUNICIPIOS COM OFERTAPOR DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA/ANO

Federal Estados Municípios Privadas

13

90

8

23

66

5

30

34

1

35

80

4

42

54

2

13

90

8

23

66

5

30

34

1

35

80

4

42

54

2

2011 2012 2013 2014 2015

Número de alunos inscritos no Enen PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________44

Apesar do fomento da oferta de Educação de Jovens e Adultos, a falta de espaços para

a ampliação de novas turmas, estimula a realização dos exames de certificação, que por outro

lado aponta o crescimento na procura pela elevação da escolaridade.

G) O crescimento de inscritos no Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – ENCCEJA PPL Fonte: MEC-INEP

H) O crescimento de inscritos no Programa Nacional de Acesso ao Ensino

Técnico e Emprego – PRONATEC

Fonte: SETEC-MEC

Observa-se relação direta no crescimento de inscritos no Programa Nacional de Acesso

ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) com a evolução da oferta educacional desde o início

dos Planos Estaduais de Educação nas Prisões no ano de 2012.

50

94

20

85

2

19

14

0

50

94

20

85

2

19

14

0

2013 2014 2015 - 1° Semestre

Número de alunos inscritos no Pronatec PPL Evolução no número de inscritos

1810

9

2294

0

1810

9

2294

0

2012 2013

Número de alunos inscritos no Ecceja PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________45

III- DA ANÁLISE E INSTRUÇÕES GERAIS POR UNIDADE

FEDERATIVA - Amapá

A) A evolução da quantidade de presos em atividades educacionais

Fonte: INFOPEN-MJ

B) A evolução das matrículas na Unidade Federativa

Fonte: EDUCACENSO-MEC-INEP

14

7

91

3 0 0

12

3

11

34

14

7

91

3 0 0

12

3

11

34

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Número de presos estudando Linha de Crescimento

30

0

21

8

23

0 26

0

27

3 30

5

29

8

36

4

30

0

21

8

23

0 26

0

27

3 30

5

29

8

36

4

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Número de presos Matriculados Linha de Crescimento

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__________________________________________________________________________________46

C) Presos envolvidos em atividades educacionais, por nível de ensino

Fonte: Dez.2014/INFOPEN-MJ

D) Inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM PPL

Fonte: INEP-MEC

19

0

26

1

34

2

31

5

19

0

26

1

34

2

31

5

2 0 1 1 2 0 1 2 2 0 1 3 2 0 1 4 2 0 1 5

Número de alunos inscritos no Enen PPL Evolução no número de inscritos

UF

Alf

abet

izaç

ão

Ensi

no

Fu

nd

ame

nta

l

Ensi

no

méd

io

Ensi

no

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ão

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ion

al, a

cim

a d

e 1

60

ho

ras

de

aula

)

AP 4% 17% 35% 0% 0% 43%

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__________________________________________________________________________________47

E) Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – ENCCEJA PPL

Fonte: INEP-MEC

F) Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – PRONATEC

Fonte: SETEC-MEC

G) Das análises e instruções específicas do Plano

As análises e instruções específicas para cada Unidade Federativa são alicerçadas no “Guia

com Orientações para Subsidiar as Unidades federativas para a Elaboração do Plano de

educação nas Prisões”. Portanto, as observações e orientações de ajustes de cada item do

plano estão demonstradas abaixo:

12

5

32

9

12

5

32

9

2 0 1 3 2 0 1 4

Número de alunos inscritos no Ecceja PPL Evolução no número de inscritos

16

149

30

8

16

14

9

30

8

2013 2014 2015

Número de alunos inscritos no Pronatec PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________48

ATENDE ÀS ORIENTAÇÕES DO PLANO

No. Itens para Análise SIM PARCIAL NÃO

01. APRESENTAÇÃO DO PLANO X

02. CONCEPÇÕES FUNDAMENTAIS E NORTEADORAS DA OFERTA EDUCAÇÃO NO SISTEMA PRISIONAL

X

03. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES NO ESTADO X

04. DIAGNÓSTICO X

05. GESTÃO X

5.1. ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS X

5.2. REGRAS E PROCEDIMENTOS DE ROTINA X

5.3. GESTÃO DE PESSOAS X

5.4. REGISTROS ESCOLARES X

5.5. ARTICULAÇÃO E PARCERIAS X

06. FINANCIAMENTO X

07. ORGANIZAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO FORMAL X

08. ORGANIZAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL E DA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

X

09. FORMAÇÃO/CAPACITAÇÃO DOS PROFISSIONAIS X

10. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E ATENDIMENTO À DIVERSIDADE X

11. CERTIFICAÇÃO X

12. INFRAESTRUTURA FÍSICA X

13. MATERIAL DIDÁTICO E LITERÁRIO X

14. REMIÇÃO DA PENA PELO ESTUDO X

15. ATENDIMENTO ÀS CRIANÇAS X

16. ACOMPANHAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO X

17. PLANO DE AÇÃO X

META I – AMPLIAÇÃO DA MATRÍCULA DA EDUCAÇÃO FORMAL X

META II – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL X

META III – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

X

META IV – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE INSCRITOS NOS EXAMES DE CERTIFICAÇÃO

X

META V – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE BIBLIOTECAS E DE ESPAÇOS DE LEITURA

X

META VI – MELHORIA NA QUALIDADE DA OFERTA DE EDUCAÇÃO

X

ORIENTAÇÃO AO ESTADO:

Todos os itens atendem as orientações emanadas pelo Ministério da Educação e

Departamento Penitenciário Nacional, através do “Guia com Orientações para Subsidiar as

Unidades federativas para a Elaboração do Plano de educação nas Prisões”.

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__________________________________________________________________________________49

VIII- INSTRUÇÕES E RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA MELHORIAS NA EXECUÇÃO, ACOMPANHEMENTO E AVALIAÇÃO DOS PLANOS

O Plano Estadual de Educação nas Prisões objetiva executar ações em conjunto, para

tanto, dentre as diversas diretrizes do plano, destaca-se a importância da interlocução entre

os atores regionais. A promoção de maior diálogo entre as Secretarias de Estado de Educação

e de Administração Prisional permite a realização de ações articuladas, que por sua vez são

essenciais para a evolução e aprimoramento desta política.

Conforme destacado no Art. 4o,, do Decreto 7.626, de 2011, que institui o PEESP,

este tem como objetivo:

I - executar ações conjuntas e troca de informações entre órgãos

federais, estaduais e do Distrito Federal com atribuições nas áreas de

educação e de execução penal;

Neste sentido, sugere-se a criação de Comitê Estadual que acompanhará e avaliará as

ações previstas no Plano Estadual de Educação nas Prisões. Sugere-se que, além das

Secretarias de Estado de Educação e de Administração Prisional, sejam convidados a participar

deste comitê representantes dos:

Ministério Público;

Defensoria Pública;

Vara de Execução Penal;

Conselho Estadual da Educação;

Conselho Estadual Penitenciário;

Conselho da Comunidade.

O comitê gestor de acompanhamento, monitoração e avaliação organizará propostas

de visitas semestrais aos Estabelecimentos Penais. Visando sistematizar o planejamento,

sugere-se que, após a realização das visitas nos espaços educacionais inseridos no âmbito das

prisões, o comitê gestor irá elaborar relatório técnico constando o detalhamento de todas as

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etapas executadas, resultados e recomendações que se fizerem necessárias e os encaminhará

às respectivas Secretarias de Educação e Administração Prisional, de modo que o fluxo de

informações provenientes deste relatório venha apontar os resultados alcançados e/ou ainda

subsidiar o redimensionamento das atividades ao longo do curso.

No decorrer de cada semestre e de acordo com as problemáticas evidenciadas pelo

Comitê gestor, este poderá propor aos Secretários de Estado de Educação e de Administração

Prisional ações afim de garantir a execução e metas estabelecidas nos Plano Estaduais

abrangendo estratégias de formação educacional da população carcerária e dos profissionais

envolvidos em sua implementação

IX- INTRUÇÕES DO PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO NAS PRISÕES - 2017

O Plano é um instrumento de planejamento das Unidades Federativas que auxilia e

subsidia o organização das ações de reintegração social do Governo Federal. Por sua vez, o

monitoramento e avaliação das ações de educação serão realizados a partir da análise das

informações apresentadas ao INFOPEN e disponíveis no Censo Escolar do INEP.

A seguir, instruções importantes sobre os Planos Estaduais de Educação nas Prisões a partir

de 2017:

o Será quadrienal;

o Novas informações, por escola, serão incluídas, como o detalhamento se são

exclusivas ou vinculas, sobre os Projetos Políticos Pedagógicos, os Regimentos

Internos, entre outros; e

o Em breve, um novo guia a fim de orientar as Unidades Federativas sobre a

elaboração dos Planos Estaduais de Educação nas Prisões será apresentado.

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__________________________________________________________________________________51

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL

DIRETORIA DE POLÍTICAS PENITENCIÁRIAS

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA, ALFABETIZAÇÃO,

DIVERSIDADE E INCLUSÃO DIRETORIA DE POLÍTICAS DE ALFABETIZAÇÃO E EDUCAÇÃO DE

JOVENS E ADULTOS

NOTA TÉCNICA CONJUNTA MEC/MJ ASSUNTO: PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO NAS PRISÕES 2015-2016

I- DO CONTEXTO DA POLÍTICA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES,

MARCOS LEGAIS E EVOLUÇÃO HISTÓRICA.

A educação é um direito humano universal e confirmado pela Constituição da

República Brasileira. Apesar disso, grandes são as barreiras que impedem o efetivo acesso à

este direito, sobretudo, quando se trata de uma parcela invisível da sociedade que são as

pessoas privadas de liberdade.

Há centenas de anos possui-se o registro sobre o aprisionamento no Brasil, porém a

educação está inserida neste contexto há pouquíssimo tempo. Conforme preceitua a

Constituição Brasileira no Art. 205,

A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

A seguir destaca-se, de forma cronológica, algumas das fundamentações e marcos

importantes sobre a educação nas prisões brasileiras:

o 1984: Lei de Execução Penal – Lei 7.210

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__________________________________________________________________________________52

Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando

prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade.

Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso.

Art. 11. A assistência será:

I - material;

II - à saúde;

III - jurídica;

IV - educacional;

V - social;

Art. 17 à 21. Tratam da assistência educacional no sistema prisional, inclui a

instrução escolar e a formação profissional.

Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua natureza, deverá contar em

suas dependências com áreas e serviços destinados a dar assistência, educação, trabalho,

recreação e prática esportiva.

§ 4o Serão instaladas salas de aulas destinadas a cursos do ensino básico e

profissionalizante.(Incluído pela Lei nº 12.245, de 2010)

Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto

poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena. (Redação

dada pela Lei nº 12.433, de 2011)

o 1996: Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Lei 9.394

Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de

liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno

desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua

qualificação para o trabalho.

Art. 5º O acesso ao ensino fundamental é direito público subjetivo, podendo

qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical,

entidade de classe ou outra legalmente constituída, e, ainda, o Ministério Público, acionar

o Poder Público para exigi-lo.

o 2005: A publicação “Educando para a Liberdade”: trajetória, debates e proposições de um projeto para a educação nas prisões brasileiras

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__________________________________________________________________________________53

A cooperação para a oferta de educação nas prisões ganhou novos contornos a partir

de 2005 com a criação do “Projeto Educando para a Liberdade”, que contou com a parceria

da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e da

Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) permitindo pôr na agenda das políticas

públicas um tema periférico e invisível para parte considerável da população brasileira.

Essa iniciativa promoveu a abertura de espaços para o diálogo e a construção coletiva

de referenciais para o setor. Entre 2005 e 2007 foram realizados encontros estaduais,

regionais e nacionais que contaram com a participação de representantes, de gestores, de

professores, de agentes penitenciários, de técnicos, de operadores da execução penal e dos

presos.

Desses encontros saíram as propostas que subsidiaram a elaboração das resoluções do

Conselho Nacional de Educação e do Conselho Nacional de Políticas Criminal e Penitenciária.

o Diretrizes e recomendações dos Conselhos Nacionais de Educação (CNE) e

Política Criminal e Penitenciária (CNPCP)

Vale destacar as diversas diretrizes e recomendações emanadas pelos Conselhos

Nacionais de Educação (CNE) e Política Criminal e Penitenciária (CNPCP). Observa-se que

ações coordenadas pelos Ministérios da Justiça e da Educação em parceria com os estados e

com a sociedade civil organizada vêm demandando bastante aos conselhos. Dentre as diversas

recomendações e diretrizes, pontua-se, a Resolução nº 3, de 11 de março de 2009, na qual o

CNPCP aprovou as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação nos estabelecimentos

penais no âmbito da política de execução penal. A Resolução nº 2, de 19 de maio de 2010, na

qual o CNE aprovou as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação para jovens e adultos

em situação de privação de liberdade no âmbito das políticas de educação. E a Resolução nº

4, de 30 de maio de 2016, na qual o CNE aprovou as Diretrizes Operacionais Nacionais para a

remição de pena pelo estudo de pessoas em privação de liberdade nos estabelecimentos

penais do sistema prisional brasileiro.

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__________________________________________________________________________________54

o 2011: Plano Estratégico de Educação no Âmbito do Sistema Prisional -Decreto

nº 7.626

Institui o Plano Estratégico de Educação no Âmbito do Sistema Prisional (PEESP) que

tem como finalidade ampliar e qualificar a oferta de educação nos estabelecimentos penais,

contemplando a educação básica na modalidade de educação de jovens e adultos, a educação

profissional e tecnológica, e a educação superior.

Dentre as diversas diretrizes do PEESP, destaca-se a integração dos órgãos

responsáveis pelo ensino público com os órgãos responsáveis pela execução penal, tanto a

nível estadual quanto federal.

. Segundo o Decreto, compete ao MEC o apoio financeiro para equipar e aparelhar os

espaços, distribuir material didático, compor os acervos das bibliotecas, fomentar programas

de alfabetização e de educação de jovens e adultos e de capacitação dos profissionais; ao MJ,

o apoio financeiro para construção, ampliação e reforma dos espaços destinados à educação

nos estabelecimentos penais.

Para acessar os recursos do orçamento federal os Estados e o Distrito Federal

deveriam apresentar plano de ação contendo:

a) diagnóstico das demandas de educação no âmbito dos estabelecimentos

penais;

b) estratégias e metas para sua implementação; e

c) as atribuições e responsabilidades de cada órgão, especialmente quanto à

adequação dos espaços destinados às atividades educacionais nos estabelecimentos

penais, à formação e à contratação de professores e de outros profissionais da

educação, à produção de material didático e à integração da educação de jovens e

adultos à educação profissional e tecnológica.

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__________________________________________________________________________________55

O PEESP promove um alinhamento estratégico entre o planejamento dos estados

e as políticas implementadas pelo Governo Federal. Esse alinhamento permite dimensionar

os recursos a serem transferidos no âmbito do PAR, a distribuição do material didático e a

política de formação continuada para os servidores que atuam na oferta de educação em

prisões.

Os Ministérios da Educação e da Justiça compreenderam o plano de ação previsto

no Decreto nº 7.626/2011 como parte de um esforço maior de organização da oferta de

educação nas prisões e nesse sentido fomentaram a elaboração de Planos Estaduais de

Educação nas prisões. Essa estratégia foi pactuada no III Seminário Nacional de Educação nas

Prisões realizado no primeiro semestre de 2012.

Para subsidiar a elaboração dos planos o Governo Federal apresentou um Guia de

Orientações sugerindo que os planos contivessem informações sobre a gestão e organização

da oferta de educação, a formação continuada dos profissionais, exames de certificação de

exames e estratégias de acompanhamento das ações. Todos os itens que compõe esse guia

estão vinculados aos normativos legais que definem como deve ser oferta de educação.

No sentido de orientar a elaboração dos planos de ação e permitir uma análise

técnica mais qualificada, o guia indicava a importância de apresentar um amplo diagnóstico

com informações sobre a quantidade de estabelecimentos penais com oferta de educação, a

quantidade de salas de aula, espaços de leituras e laboratórios de informática, além do perfil

dos professores e dos agentes penitenciários.

II- DA ANÁLISE DOS DADOS NACIONAIS DE EDUCAÇÃO NAS

PRISÕES.

G) O crescimento da quantidade de presos em atividades educacionais – base de dados Infopen

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__________________________________________________________________________________56

H)

Ao analisar o gráfico acima observa-se que houve um crescimento de 61% de presos

estudando no Brasil entre os anos de 2008 e 2014, enquanto no mesmo período, houve um

crescimento de 45% da população carcerária no país.

B) A evolução das matrículas no Brasil – base de dados Educacenso

Através do dados de alunos matriculados apresentados pelo Educacenso/MEC

constata-se um crescimento de 97% de presos matriculados no período.

C) A evolução de matrículas por regiões – base de dados Educacenso

34

32

1 41

65

9

37

99

8 46

22

3

44

79

8

54

81

0

55

62

3

34

32

1 41

65

9

37

99

8 46

22

3

44

79

8

54

81

0

55

62

3

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Número de presos estudando Linha de Crescimento

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__________________________________________________________________________________57

Destaca-se que a região Centro-Oeste teve o maior crescimento percentual de presos

matriculados com um crescimento de 175% no período. Enquanto a região Norte teve o

menor crescimento de apenas 5%.

D) Presos envolvidos em atividades educacionais, por nível de ensino

Na tabela a seguir, observa-se que dos presos inseridos em atividades educacionais, 87% estão

inseridos na modalidade de Educação de Jovens e Adultos, evidenciando a importância que

esta ação possui para o sistema prisional brasileiro. Por outro lado, constata-se que 0% dos

presos estão cursando ensino superior.

UF

Alf

abet

izaç

ão

Ensi

no

Fu

nd

ame

nta

l

Ensi

no

méd

io

Ensi

no

su

per

ior

Cu

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ima

de

80

0 h

ora

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Cu

rso

de

form

ação

in

icia

l e c

on

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uad

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itaç

ão p

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nal

, ac

ima

de

16

0 h

ora

s d

e

aula

)

AC 18% 49% 2% 0% 0% 31%

AL 18% 56% 4% 0% 0% 22%

AM 17% 65% 18% 0% 0% 0%

AP 4% 17% 35% 0% 0% 43%

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__________________________________________________________________________________58

Fonte: Dez.2014/Infopen-MJ

E) O crescimento da oferta de educação nas prisões por dependência

administrativa

BA 19% 59% 16% 0% 1% 6%

CE 13% 50% 12% 0% 0% 25%

DF 10% 40% 19% 2% 2% 27%

ES 15% 47% 19% 0% 3% 15%

GO 15% 71% 11% 3% 0% 0%

MA 40% 40% 15% 4% 1% 0%

MG 15% 59% 18% 2% 0% 6%

MS 15% 66% 14% 2% 2% 2%

MT 17% 53% 21% 0% 1% 8%

PA 8% 80% 9% 0% 2% 1%

PB 35% 42% 15% 0% 3% 5%

PE 28% 59% 12% 0% 1% 0%

PI 76% 24% 0% 0% 0% 0%

PR 10% 56% 19% 0% 3% 12%

RJ 17% 75% 7% 0% 0% 1%

RN 46% 36% 13% 0% 0% 5%

RO 25% 44% 17% 1% 8% 5%

RR 5% 70% 22% 2% 1% 1%

RS 17% 45% 37% 0% 0% 1%

SC 15% 51% 19% 1% 6% 10%

SE 42% 27% 24% 7% 0% 0%

SP 15% 37% 26% 0% 0% 21%

TO 16% 57% 16% 0% 5% 7%

Brasil 17% 51% 19% 0% 1% 12%

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__________________________________________________________________________________59

Fonte:MEC-INEP

Ao analisar o gráfico acima, constata-se que a partir do ano de 2010 há uma mudança

significativa em função da dependência administrativa, que se caracteriza pelo Ente

Federativo (Municipal, Estadual, Distrito Federal ou União), ou ainda, o setor privado ofertam

educação nas prisões. Houve crescimento de 75% ofertado pelos Estados, enquanto, houve

decréscimo de 286% ofertado pelos municípios, fato que demonstra a responsabilização e

aceitação dos Estados na oferta educacional no sistema prisional.

F) O crescimento de inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM PPL

Fonte:MEC-INEP

0

50

100

150

200

250

300

350

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

NÚMERO DE MUNICIPIOS COM OFERTAPOR DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA/ANO

Federal Estados Municípios Privadas

13

90

8

23

66

5

30

34

1

35

80

4

42

54

2

13

90

8

23

66

5

30

34

1

35

80

4

42

54

2

2011 2012 2013 2014 2015

Número de alunos inscritos no Enen PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________60

Apesar do fomento da oferta de Educação de Jovens e Adultos, a falta de espaços para

a ampliação de novas turmas, estimula a realização dos exames de certificação, que por outro

lado aponta o crescimento na procura pela elevação da escolaridade.

G) O crescimento de inscritos no Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – ENCCEJA PPL Fonte: MEC-INEP

H) O crescimento de inscritos no Programa Nacional de Acesso ao Ensino

Técnico e Emprego – PRONATEC

Fonte: SETEC-MEC

Observa-se relação direta no crescimento de inscritos no Programa Nacional de Acesso

ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) com a evolução da oferta educacional desde o início

dos Planos Estaduais de Educação nas Prisões no ano de 2012.

50

94

20

85

2

19

14

0

50

94

20

85

2

19

14

0

2013 2014 2015 - 1° Semestre

Número de alunos inscritos no Pronatec PPL Evolução no número de inscritos

1810

9

2294

0

1810

9

2294

0

2012 2013

Número de alunos inscritos no Ecceja PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________61

III- DA ANÁLISE E INSTRUÇÕES GERAIS POR UNIDADE

FEDERATIVA - Amazonas

A) A evolução da quantidade de presos em atividades educacionais

Fonte: INFOPEN-MJ

B) A evolução das matrículas na Unidade Federativa

Fonte: EDUCACENSO-MEC-INEP

21

9

19

9 27

9

39

2

71

6

29

8

75

1

21

9

19

9 27

9

39

2

71

6

29

8

75

1

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Número de presos estudando Linha de Crescimento

47

7

30

3

13

6

49

7

14

3

32

2

10

4

45

0

47

7

30

3

13

6

49

7

14

3

32

2

10

4

45

0

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Número de presos Matriculados Linha de Crescimento

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__________________________________________________________________________________62

C) Presos envolvidos em atividades educacionais, por nível de ensino

Fonte: Dez.2014/INFOPEN-MJ

D) Inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM PPL

Fonte: INEP-MEC

E) Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – ENCCEJA PPL

10

6

23

4

34

0

47

8

57

4

10

6

23

4

34

0

47

8

57

4

2011 2012 2013 2014 2015

Número de alunos inscritos no Enen PPL Evolução no número de inscritos

UF

Alf

abet

izaç

ão

Ensi

no

Fu

nd

ame

nta

l

Ensi

no

méd

io

Ensi

no

su

per

ior

Cu

Cu

rso

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00

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icia

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tin

uad

a (c

apac

itaç

ão

pro

fiss

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al, a

cim

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60

ho

ras

de

aula

)

AM 17% 65% 18% 0% 0% 0%

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__________________________________________________________________________________63

Fonte: INEP-MEC

F) Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – PRONATEC

Fonte: SETEC-MEC

G) Das análises e instruções específicas do Plano

As análises e instruções específicas para cada Unidade Federativa são alicerçadas no “Guia

com Orientações para Subsidiar as Unidades federativas para a Elaboração do Plano de

educação nas Prisões”. Portanto, as observações e orientações de ajustes de cada item do

plano estão demonstradas abaixo:

24

2

25

1

24

2

19

2

2013 2014

Número de alunos inscritos no Ecceja PPL Evolução no número de inscritos

0

44

26

2

0

44

26

2

2 0 1 3 2 0 1 4 2 0 1 5

Número de alunos inscritos no Pronatec PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________64

ATENDE ÀS ORIENTAÇÕES DO PLANO

No. Itens para Análise SIM PARCIAL NÃO

01. APRESENTAÇÃO DO PLANO X

02. CONCEPÇÕES FUNDAMENTAIS E NORTEADORAS DA OFERTA EDUCAÇÃO NO SISTEMA PRISIONAL

X

03. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES NO ESTADO X

04. DIAGNÓSTICO X

05. GESTÃO X

5.1. ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS X

5.2. REGRAS E PROCEDIMENTOS DE ROTINA X

5.3. GESTÃO DE PESSOAS X

5.4. REGISTROS ESCOLARES X

5.5. ARTICULAÇÃO E PARCERIAS X

06. FINANCIAMENTO X

07. ORGANIZAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO FORMAL X

08. ORGANIZAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL E DA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

X

09. FORMAÇÃO/CAPACITAÇÃO DOS PROFISSIONAIS X

10. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E ATENDIMENTO À DIVERSIDADE X

11. CERTIFICAÇÃO X

12. INFRAESTRUTURA FÍSICA X

13. MATERIAL DIDÁTICO E LITERÁRIO X

14. REMIÇÃO DA PENA PELO ESTUDO X

15. ATENDIMENTO ÀS CRIANÇAS X

16. ACOMPANHAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO X

17. PLANO DE AÇÃO X

META I – AMPLIAÇÃO DA MATRÍCULA DA EDUCAÇÃO FORMAL X

META II – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL X

META III – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

X

META IV – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE INSCRITOS NOS EXAMES DE CERTIFICAÇÃO

X

META V – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE BIBLIOTECAS E DE ESPAÇOS DE LEITURA

X

META VI – MELHORIA NA QUALIDADE DA OFERTA DE EDUCAÇÃO

X

ORIENTAÇÃO AO ESTADO:

ITEM 06: FINANCIAMENTO

Este item “FINANCIAMENTO” não foi informado. Portanto, orienta-se a sua inclusão.

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__________________________________________________________________________________65

ITEM 15: ATENDIMENTO ÀS CRIANÇAS

Orienta-se detalhar mais o item atendimento às crianças informando medidas por

parte do Estado afim de garantir a oferta da educação infantil e propostas de melhorias no

atendimento.

IV- INSTRUÇÕES E RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA MELHORIAS NA EXECUÇÃO, ACOMPANHEMENTO E AVALIAÇÃO DOS PLANOS

O Plano Estadual de Educação nas Prisões objetiva executar ações em conjunto, para

tanto, dentre as diversas diretrizes do plano, destaca-se a importância da interlocução entre

os atores regionais. A promoção de maior diálogo entre as Secretarias de Estado de Educação

e de Administração Prisional permite a realização de ações articuladas, que por sua vez são

essenciais para a evolução e aprimoramento desta política.

Conforme destacado no Art. 4o,, do Decreto 7.626, de 2011, que institui o PEESP,

este tem como objetivo:

I - executar ações conjuntas e troca de informações entre órgãos

federais, estaduais e do Distrito Federal com atribuições nas áreas de

educação e de execução penal;

Neste sentido, sugere-se a criação de Comitê Estadual que acompanhará e avaliará as

ações previstas no Plano Estadual de Educação nas Prisões. Sugere-se que, além das

Secretarias de Estado de Educação e de Administração Prisional, sejam convidados a participar

deste comitê representantes dos:

Ministério Público;

Defensoria Pública;

Vara de Execução Penal;

Conselho Estadual da Educação;

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__________________________________________________________________________________66

Conselho Estadual Penitenciário;

Conselho da Comunidade.

O comitê gestor de acompanhamento, monitoração e avaliação organizará propostas

de visitas semestrais aos Estabelecimentos Penais. Visando sistematizar o planejamento,

sugere-se que, após a realização das visitas nos espaços educacionais inseridos no âmbito das

prisões, o comitê gestor irá elaborar relatório técnico constando o detalhamento de todas as

etapas executadas, resultados e recomendações que se fizerem necessárias e os encaminhará

às respectivas Secretarias de Educação e Administração Prisional, de modo que o fluxo de

informações provenientes deste relatório venha apontar os resultados alcançados e/ou ainda

subsidiar o redimensionamento das atividades ao longo do curso.

No decorrer de cada semestre e de acordo com as problemáticas evidenciadas pelo

Comitê gestor, este poderá propor aos Secretários de Estado de Educação e de Administração

Prisional ações afim de garantir a execução e metas estabelecidas nos Plano Estaduais

abrangendo estratégias de formação educacional da população carcerária e dos profissionais

envolvidos em sua implementação

V - INTRUÇÕES DO PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO NAS PRISÕES - 2017

O Plano é um instrumento de planejamento das Unidades Federativas que auxilia e

subsidia o organização das ações de reintegração social do Governo Federal. Por sua vez, o

monitoramento e avaliação das ações de educação serão realizados a partir da análise das

informações apresentadas ao INFOPEN e disponíveis no Censo Escolar do INEP.

A seguir, instruções importantes sobre os Planos Estaduais de Educação nas Prisões a partir

de 2017:

o Será quadrienal;

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__________________________________________________________________________________67

o Novas informações, por escola, serão incluídas, como o detalhamento se são

exclusivas ou vinculas, sobre os Projetos Políticos Pedagógicos, os Regimentos

Internos, entre outros; e

o Em breve, um novo guia a fim de orientar as Unidades Federativas sobre a

elaboração dos Planos Estaduais de Educação nas Prisões será apresentado.

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__________________________________________________________________________________68

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL

DIRETORIA DE POLÍTICAS PENITENCIÁRIAS

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA, ALFABETIZAÇÃO,

DIVERSIDADE E INCLUSÃO DIRETORIA DE POLÍTICAS DE ALFABETIZAÇÃO E EDUCAÇÃO DE

JOVENS E ADULTOS

NOTA TÉCNICA CONJUNTA MEC/MJ ASSUNTO: PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO NAS PRISÕES 2015-2016

I- DO CONTEXTO DA POLÍTICA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES,

MARCOS LEGAIS E EVOLUÇÃO HISTÓRICA.

A educação é um direito humano universal e confirmado pela Constituição da

República Brasileira. Apesar disso, grandes são as barreiras que impedem o efetivo acesso à

este direito, sobretudo, quando se trata de uma parcela invisível da sociedade que são as

pessoas privadas de liberdade.

Há centenas de anos possui-se o registro sobre o aprisionamento no Brasil, porém a

educação está inserida neste contexto há pouquíssimo tempo. Conforme preceitua a

Constituição Brasileira no Art. 205,

A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

A seguir destaca-se, de forma cronológica, algumas das fundamentações e marcos

importantes sobre a educação nas prisões brasileiras:

o 1984: Lei de Execução Penal – Lei 7.210

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__________________________________________________________________________________69

Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando

prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade.

Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso.

Art. 11. A assistência será:

I - material;

II - à saúde;

III - jurídica;

IV - educacional;

V - social;

Art. 17 à 21. Tratam da assistência educacional no sistema prisional, inclui a

instrução escolar e a formação profissional.

Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua natureza, deverá contar em

suas dependências com áreas e serviços destinados a dar assistência, educação, trabalho,

recreação e prática esportiva.

§ 4o Serão instaladas salas de aulas destinadas a cursos do ensino básico e

profissionalizante.(Incluído pela Lei nº 12.245, de 2010)

Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto

poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena. (Redação

dada pela Lei nº 12.433, de 2011)

o 1996: Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Lei 9.394

Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de

liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno

desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua

qualificação para o trabalho.

Art. 5º O acesso ao ensino fundamental é direito público subjetivo, podendo

qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical,

entidade de classe ou outra legalmente constituída, e, ainda, o Ministério Público, acionar

o Poder Público para exigi-lo.

o 2005: A publicação “Educando para a Liberdade”: trajetória, debates e proposições de um projeto para a educação nas prisões brasileiras

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__________________________________________________________________________________70

A cooperação para a oferta de educação nas prisões ganhou novos contornos a partir

de 2005 com a criação do “Projeto Educando para a Liberdade”, que contou com a parceria

da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e da

Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) permitindo pôr na agenda das políticas

públicas um tema periférico e invisível para parte considerável da população brasileira.

Essa iniciativa promoveu a abertura de espaços para o diálogo e a construção coletiva

de referenciais para o setor. Entre 2005 e 2007 foram realizados encontros estaduais,

regionais e nacionais que contaram com a participação de representantes, de gestores, de

professores, de agentes penitenciários, de técnicos, de operadores da execução penal e dos

presos.

Desses encontros saíram as propostas que subsidiaram a elaboração das resoluções do

Conselho Nacional de Educação e do Conselho Nacional de Políticas Criminal e Penitenciária.

o Diretrizes e recomendações dos Conselhos Nacionais de Educação (CNE) e

Política Criminal e Penitenciária (CNPCP)

Vale destacar as diversas diretrizes e recomendações emanadas pelos Conselhos

Nacionais de Educação (CNE) e Política Criminal e Penitenciária (CNPCP). Observa-se que

ações coordenadas pelos Ministérios da Justiça e da Educação em parceria com os estados e

com a sociedade civil organizada vêm demandando bastante aos conselhos. Dentre as diversas

recomendações e diretrizes, pontua-se, a Resolução nº 3, de 11 de maço de 2009, na qual o

CNPCP aprovou as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação nos estabelecimentos

penais no âmbito da política de execução penal. A Resolução nº 2, de 19 de maio de 2010, na

qual o CNE aprovou as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação para jovens e adultos

em situação de privação de liberdade no âmbito das políticas de educação. E a Resolução nº

4, de 30 de maio de 2016, na qual o CNE aprovou as Diretrizes Operacionais Nacionais para a

remição de pena pelo estudo de pessoas em privação de liberdade nos estabelecimentos

penais do sistema prisional brasileiro.

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__________________________________________________________________________________71

o 2011: Plano Estratégico de Educação no Âmbito do Sistema Prisional -Decreto

nº 7.626

Institui o Plano Estratégico de Educação no Âmbito do Sistema Prisional (PEESP) que

tem como finalidade ampliar e qualificar a oferta de educação nos estabelecimentos penais,

contemplando a educação básica na modalidade de educação de jovens e adultos, a educação

profissional e tecnológica, e a educação superior.

Dentre as diversas diretrizes do PEESP, destaca-se a integração dos órgãos

responsáveis pelo ensino público com os órgãos responsáveis pela execução penal, tanto a

nível estadual quanto federal.

. Segundo o Decreto, compete ao MEC o apoio financeiro para equipar e aparelhar os

espaços, distribuir material didático, compor os acervos das bibliotecas, fomentar programas

de alfabetização e de educação de jovens e adultos e de capacitação dos profissionais; ao MJ,

o apoio financeiro para construção, ampliação e reforma dos espaços destinados à educação

nos estabelecimentos penais.

Para acessar os recursos do orçamento federal os Estados e o Distrito Federal

deveriam apresentar plano de ação contendo:

a) diagnóstico das demandas de educação no âmbito dos estabelecimentos

penais;

b) estratégias e metas para sua implementação; e

c) as atribuições e responsabilidades de cada órgão, especialmente quanto à

adequação dos espaços destinados às atividades educacionais nos estabelecimentos

penais, à formação e à contratação de professores e de outros profissionais da

educação, à produção de material didático e à integração da educação de jovens e

adultos à educação profissional e tecnológica.

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__________________________________________________________________________________72

O PEESP promove um alinhamento estratégico entre o planejamento dos estados

e as políticas implementadas pelo Governo Federal. Esse alinhamento permite dimensionar

os recursos a serem transferidos no âmbito do PAR, a distribuição do material didático e a

política de formação continuada para os servidores que atuam na oferta de educação em

prisões.

Os Ministérios da Educação e da Justiça compreenderam o plano de ação previsto

no Decreto nº 7.626/2011 como parte de um esforço maior de organização da oferta de

educação nas prisões e nesse sentido fomentaram a elaboração de Planos Estaduais de

Educação nas prisões. Essa estratégia foi pactuada no III Seminário Nacional de Educação nas

Prisões realizado no primeiro semestre de 2012.

Para subsidiar a elaboração dos planos o Governo Federal apresentou um Guia de

Orientações sugerindo que os planos contivessem informações sobre a gestão e organização

da oferta de educação, a formação continuada dos profissionais, exames de certificação de

exames e estratégias de acompanhamento das ações. Todos os itens que compõe esse guia

estão vinculados aos normativos legais que definem como deve ser oferta de educação.

No sentido de orientar a elaboração dos planos de ação e permitir uma análise

técnica mais qualificada, o guia indicava a importância de apresentar um amplo diagnóstico

com informações sobre a quantidade de estabelecimentos penais com oferta de educação, a

quantidade de salas de aula, espaços de leituras e laboratórios de informática, além do perfil

dos professores e dos agentes penitenciários.

II- DA ANÁLISE DOS DADOS NACIONAIS DE EDUCAÇÃO NAS

PRISÕES.

I) O crescimento da quantidade de presos em atividades educacionais – base de dados Infopen

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__________________________________________________________________________________73

J)

Ao analisar o gráfico acima observa-se que houve um crescimento de 61% de presos

estudando no Brasil entre os anos de 2008 e 2014, enquanto no mesmo período, houve um

crescimento de 45% da população carcerária no país.

B) A evolução das matrículas no Brasil – base de dados Educacenso

Através do dados de alunos matriculados apresentados pelo Educacenso/MEC

constata-se um crescimento de 97% de presos matriculados no período.

C) A evolução de matrículas por regiões – base de dados Educacenso

34

32

1 41

65

9

37

99

8 46

22

3

44

79

8

54

81

0

55

62

3

34

32

1 41

65

9

37

99

8 46

22

3

44

79

8

54

81

0

55

62

3

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Número de presos estudando Linha de Crescimento

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__________________________________________________________________________________74

Destaca-se que a região Centro-Oeste teve o maior crescimento percentual de presos

matriculados com um crescimento de 175% no período. Enquanto a região Norte teve o

menor crescimento de apenas 5%.

D) Presos envolvidos em atividades educacionais, por nível de ensino

Na tabela a seguir, observa-se que dos presos inseridos em atividades educacionais, 87% estão

inseridos na modalidade de Educação de Jovens e Adultos, evidenciando a importância que

esta ação possui para o sistema prisional brasileiro. Por outro lado, constata-se que 0% dos

presos estão cursando ensino superior.

UF

Alf

abet

izaç

ão

Ensi

no

Fu

nd

ame

nta

l

Ensi

no

méd

io

Ensi

no

su

per

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Cu

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de

80

0 h

ora

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Cu

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de

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ação

in

icia

l e c

on

tin

uad

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apac

itaç

ão p

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nal

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ima

de

16

0 h

ora

s d

e

aula

)

AC 18% 49% 2% 0% 0% 31%

AL 18% 56% 4% 0% 0% 22%

AM 17% 65% 18% 0% 0% 0%

AP 4% 17% 35% 0% 0% 43%

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__________________________________________________________________________________75

Fonte: Dez.2014/Infopen-MJ

E) O crescimento da oferta de educação nas prisões por dependência

administrativa

BA 19% 59% 16% 0% 1% 6%

CE 13% 50% 12% 0% 0% 25%

DF 10% 40% 19% 2% 2% 27%

ES 15% 47% 19% 0% 3% 15%

GO 15% 71% 11% 3% 0% 0%

MA 40% 40% 15% 4% 1% 0%

MG 15% 59% 18% 2% 0% 6%

MS 15% 66% 14% 2% 2% 2%

MT 17% 53% 21% 0% 1% 8%

PA 8% 80% 9% 0% 2% 1%

PB 35% 42% 15% 0% 3% 5%

PE 28% 59% 12% 0% 1% 0%

PI 76% 24% 0% 0% 0% 0%

PR 10% 56% 19% 0% 3% 12%

RJ 17% 75% 7% 0% 0% 1%

RN 46% 36% 13% 0% 0% 5%

RO 25% 44% 17% 1% 8% 5%

RR 5% 70% 22% 2% 1% 1%

RS 17% 45% 37% 0% 0% 1%

SC 15% 51% 19% 1% 6% 10%

SE 42% 27% 24% 7% 0% 0%

SP 15% 37% 26% 0% 0% 21%

TO 16% 57% 16% 0% 5% 7%

Brasil 17% 51% 19% 0% 1% 12%

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__________________________________________________________________________________76

Fonte:MEC-INEP

Ao analisar o gráfico acima, constata-se que a partir do ano de 2010 há uma mudança

significativa em função da dependência administrativa, que se caracteriza pelo Ente

Federativo (Municipal, Estadual, Distrito Federal ou União), ou ainda, pelo setor privado que

ofertam educação nas prisões. Houve crescimento de 75% ofertado pelos Estados, enquanto,

houve decréscimo de 286% ofertado pelos municípios, fato que demonstra a

responsabilização e aceitação dos Estados na oferta educacional no sistema prisional.

F) O crescimento de inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM PPL

Fonte:MEC-INEP

0

50

100

150

200

250

300

350

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

NÚMERO DE MUNICIPIOS COM OFERTAPOR DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA/ANO

Federal Estados Municípios Privadas

13

90

8

23

66

5

30

34

1

35

80

4

42

54

2

13

90

8

23

66

5

30

34

1

35

80

4

42

54

2

2011 2012 2013 2014 2015

Número de alunos inscritos no Enen PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________77

Apesar do fomento da oferta de Educação de Jovens e Adultos, a falta de espaços para

a ampliação de novas turmas, estimula a realização dos exames de certificação, que por outro

lado aponta o crescimento na procura pela elevação da escolaridade.

G) O crescimento de inscritos no Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – ENCCEJA PPL Fonte: MEC-INEP

H) O crescimento de inscritos no Programa Nacional de Acesso ao Ensino

Técnico e Emprego – PRONATEC

Fonte: SETEC-MEC

Observa-se relação direta no crescimento de inscritos no Programa Nacional de Acesso

ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) com a evolução da oferta educacional desde o início

dos Planos Estaduais de Educação nas Prisões no ano de 2012.

50

94

20

85

2

19

14

0

50

94

20

85

2

19

14

0

2013 2014 2015 - 1° Semestre

Número de alunos inscritos no Pronatec PPL Evolução no número de inscritos

1810

9

2294

0

1810

9

2294

0

2012 2013

Número de alunos inscritos no Ecceja PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________78

III- DA ANÁLISE E INSTRUÇÕES GERAIS POR UNIDADE

FEDERATIVA - Bahia

A) A evolução da quantidade de presos em atividades educacionais

Fonte: INFOPEN-MJ

B) A evolução das matrículas na Unidade Federativa

Fonte: EDUCACENSO-MEC-INEP

67

2

11

47

90

6

80

8

14

10

19

70

28

72

67

2

11

47

90

6

80

8

14

10

19

70

28

72

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Número de presos estudando Linha de Crescimento

17

24

37

19

12

39

12

48

31

59

64

7 98

3

67

6

17

24

37

19

12

39

12

48

31

59

64

7 98

3

67

6

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Número de presos Matriculados Linha de Crescimento

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__________________________________________________________________________________79

C) Presos envolvidos em atividades educacionais, por nível de ensino

Fonte: Dez.2014/INFOPEN-MJ

D) Inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM PPL

Fonte: INEP-MEC

E) Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – ENCCEJA PPL

285

52

0 55

1

64

8

89

0

28

5

52

0 55

1

64

8

89

0

2 0 1 1 2 0 1 2 2 0 1 3 2 0 1 4 2 0 1 5

Número de alunos inscritos no Enen PPL Evolução no número de inscritos

UF

Alf

abet

izaç

ão

Ensi

no

Fu

nd

ame

nta

l

Ensi

no

méd

io

Ensi

no

su

per

ior

Cu

Cu

rso

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00

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Cu

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de

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ação

in

icia

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on

tin

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a (c

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ão

pro

fiss

ion

al, a

cim

a d

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60

ho

ras

de

aula

)

BA 19% 59% 16% 0% 1% 6%

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__________________________________________________________________________________80

Fonte: INEP-MEC

F) Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – PRONATEC

Fonte: SETEC-MEC

G) Das análises e instruções específicas do Plano

As análises e instruções específicas para cada Unidade Federativa são alicerçadas no “Guia

com Orientações para Subsidiar as Unidades federativas para a Elaboração do Plano de

educação nas Prisões”. Portanto, as observações e orientações de ajustes de cada item do

plano estão demonstradas abaixo:

ATENDE ÀS ORIENTAÇÕES DO PLANO

No. Itens para Análise SIM PARCIAL NÃO

01. APRESENTAÇÃO DO PLANO X

18

3

52

1

18

3

52

12 0 1 3 2 0 1 4

Número de alunos inscritos no Ecceja PPL Evolução no número de inscritos

12

6

38

6

17

6

12

6

38

6

17

6

2013 2014 2015

Número de alunos inscritos no Pronatec PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________81

02. CONCEPÇÕES FUNDAMENTAIS E NORTEADORAS DA OFERTA EDUCAÇÃO NO SISTEMA PRISIONAL

X

03. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES NO ESTADO X

04. DIAGNÓSTICO X

05. GESTÃO X

5.1. ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS X

5.2. REGRAS E PROCEDIMENTOS DE ROTINA X

5.3. GESTÃO DE PESSOAS X

5.4. REGISTROS ESCOLARES X

5.5. ARTICULAÇÃO E PARCERIAS X

06. FINANCIAMENTO X

07. ORGANIZAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO FORMAL X

08. ORGANIZAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL E DA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

X

09. FORMAÇÃO/CAPACITAÇÃO DOS PROFISSIONAIS X

10. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E ATENDIMENTO À DIVERSIDADE X

11. CERTIFICAÇÃO X

12. INFRAESTRUTURA FÍSICA X

13. MATERIAL DIDÁTICO E LITERÁRIO X

14. REMIÇÃO DA PENA PELO ESTUDO X

15. ATENDIMENTO ÀS CRIANÇAS X

16. ACOMPANHAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO X

17. PLANO DE AÇÃO X

META I – AMPLIAÇÃO DA MATRÍCULA DA EDUCAÇÃO FORMAL X

META II – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL X

META III – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

X

META IV – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE INSCRITOS NOS EXAMES DE CERTIFICAÇÃO

X

META V – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE BIBLIOTECAS E DE ESPAÇOS DE LEITURA

X

META VI – MELHORIA NA QUALIDADE DA OFERTA DE EDUCAÇÃO

X

ORIENTAÇÃO AO ESTADO:

ITEM 03: HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES NO ESTADO

O item “HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES NO ESTADO” não foi informado.

Portanto, orienta-se a elaboração deste.

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__________________________________________________________________________________82

ITEM 17: META V – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE BIBLIOTECAS E

DE ESPAÇOS DE LEITURA

Neste item, a meta V – “AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE BIBLIOTECAS E DE ESPAÇOS DE

LEITURA” foi informada parcialmente. Portanto, orienta-se incluir nesta meta quais

Estabelecimentos Penais serão contemplados com esta ação.

IV- INSTRUÇÕES E RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA MELHORIAS NA EXECUÇÃO, ACOMPANHEMENTO E AVALIAÇÃO DOS PLANOS

O Plano Estadual de Educação nas Prisões objetiva executar ações em conjunto, para

tanto, dentre as diversas diretrizes do plano, destaca-se a importância da interlocução entre

os atores regionais. A promoção de maior diálogo entre as Secretarias de Estado de Educação

e de Administração Prisional permite a realização de ações articuladas, que por sua vez são

essenciais para a evolução e aprimoramento desta política.

Conforme destacado no Art. 4o,, do Decreto 7.626, de 2011, que institui o PEESP,

este tem como objetivo:

I - executar ações conjuntas e troca de informações entre órgãos

federais, estaduais e do Distrito Federal com atribuições nas áreas de

educação e de execução penal;

Neste sentido, sugere-se a criação de Comitê Estadual que acompanhará e avaliará as

ações previstas no Plano Estadual de Educação nas Prisões. Sugere-se que, além das

Secretarias de Estado de Educação e de Administração Prisional, sejam convidados a participar

deste comitê representantes dos:

Ministério Público;

Defensoria Pública;

Vara de Execução Penal;

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__________________________________________________________________________________83

Conselho Estadual da Educação;

Conselho Estadual Penitenciário;

Conselho da Comunidade.

O comitê gestor de acompanhamento, monitoração e avaliação organizará propostas

de visitas semestrais aos Estabelecimentos Penais. Visando sistematizar o planejamento,

sugere-se que, após a realização das visitas nos espaços educacionais inseridos no âmbito das

prisões, o comitê gestor irá elaborar relatório técnico constando o detalhamento de todas as

etapas executadas, resultados e recomendações que se fizerem necessárias e os encaminhará

às respectivas Secretarias de Educação e Administração Prisional, de modo que o fluxo de

informações provenientes deste relatório venha apontar os resultados alcançados e/ou ainda

subsidiar o redimensionamento das atividades ao longo do curso.

No decorrer de cada semestre e de acordo com as problemáticas evidenciadas pelo

Comitê gestor, este poderá propor aos Secretários de Estado de Educação e de Administração

Prisional ações afim de garantir a execução e metas estabelecidas nos Plano Estaduais

abrangendo estratégias de formação educacional da população carcerária e dos profissionais

envolvidos em sua implementação

V - INTRUÇÕES DO PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO NAS PRISÕES - 2017

O Plano é um instrumento de planejamento das Unidades Federativas que auxilia e

subsidia o organização das ações de reintegração social do Governo Federal. Por sua vez, o

monitoramento e avaliação das ações de educação serão realizados a partir da análise das

informações apresentadas ao INFOPEN e disponíveis no Censo Escolar do INEP.

A seguir, instruções importantes sobre os Planos Estaduais de Educação nas Prisões a partir

de 2017:

o Será quadrienal;

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__________________________________________________________________________________84

o Novas informações, por escola, serão incluídas, como o detalhamento se são

exclusivas ou vinculas, sobre os Projetos Políticos Pedagógicos, os Regimentos

Internos, entre outros; e

o Em breve, um novo guia a fim de orientar as Unidades Federativas sobre a

elaboração dos Planos Estaduais de Educação nas Prisões será apresentado.

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__________________________________________________________________________________85

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL

DIRETORIA DE POLÍTICAS PENITENCIÁRIAS

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA, ALFABETIZAÇÃO,

DIVERSIDADE E INCLUSÃO DIRETORIA DE POLÍTICAS DE ALFABETIZAÇÃO E EDUCAÇÃO DE

JOVENS E ADULTOS

NOTA TÉCNICA CONJUNTA MEC/MJ ASSUNTO: PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO NAS PRISÕES 2015-2016

I- DO CONTEXTO DA POLÍTICA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES,

MARCOS LEGAIS E EVOLUÇÃO HISTÓRICA.

A educação é um direito humano universal e confirmado pela Constituição da

República Brasileira. Apesar disso, grandes são as barreiras que impedem o efetivo acesso à

este direito, sobretudo, quando se trata de uma parcela invisível da sociedade que são as

pessoas privadas de liberdade.

Há centenas de anos possui-se o registro sobre o aprisionamento no Brasil, porém a

educação está inserida neste contexto há pouquíssimo tempo. Conforme preceitua a

Constituição Brasileira no Art. 205,

A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

A seguir destaca-se, de forma cronológica, algumas das fundamentações e marcos

importantes sobre a educação nas prisões brasileiras:

o 1984: Lei de Execução Penal – Lei 7.210

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__________________________________________________________________________________86

Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando

prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade.

Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso.

Art. 11. A assistência será:

I - material;

II - à saúde;

III - jurídica;

IV - educacional;

V - social;

Art. 17 à 21. Tratam da assistência educacional no sistema prisional, inclui a

instrução escolar e a formação profissional.

Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua natureza, deverá contar em

suas dependências com áreas e serviços destinados a dar assistência, educação, trabalho,

recreação e prática esportiva.

§ 4o Serão instaladas salas de aulas destinadas a cursos do ensino básico e

profissionalizante.(Incluído pela Lei nº 12.245, de 2010)

Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto

poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena. (Redação

dada pela Lei nº 12.433, de 2011)

o 1996: Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Lei 9.394

Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de

liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno

desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua

qualificação para o trabalho.

Art. 5º O acesso ao ensino fundamental é direito público subjetivo, podendo

qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical,

entidade de classe ou outra legalmente constituída, e, ainda, o Ministério Público, acionar

o Poder Público para exigi-lo.

o 2005: A publicação “Educando para a Liberdade”: trajetória, debates e proposições de um projeto para a educação nas prisões brasileiras

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__________________________________________________________________________________87

A cooperação para a oferta de educação nas prisões ganhou novos contornos a partir

de 2005 com a criação do “Projeto Educando para a Liberdade”, que contou com a parceria

da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e da

Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) permitindo pôr na agenda das políticas

públicas um tema periférico e invisível para parte considerável da população brasileira.

Essa iniciativa promoveu a abertura de espaços para o diálogo e a construção coletiva

de referenciais para o setor. Entre 2005 e 2007 foram realizados encontros estaduais,

regionais e nacionais que contaram com a participação de representantes, de gestores, de

professores, de agentes penitenciários, de técnicos, de operadores da execução penal e dos

presos.

Desses encontros saíram as propostas que subsidiaram a elaboração das resoluções do

Conselho Nacional de Educação e do Conselho Nacional de Políticas Criminal e Penitenciária.

o Diretrizes e recomendações dos Conselhos Nacionais de Educação (CNE) e

Política Criminal e Penitenciária (CNPCP)

Vale destacar as diversas diretrizes e recomendações emanadas pelos Conselhos

Nacionais de Educação (CNE) e Política Criminal e Penitenciária (CNPCP). Observa-se que

ações coordenadas pelos Ministérios da Justiça e da Educação em parceria com os estados e

com a sociedade civil organizada vêm demandando bastante aos conselhos. Dentre as diversas

recomendações e diretrizes, pontua-se, a Resolução nº 3, de 11 de março de 2009, na qual o

CNPCP aprovou as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação nos estabelecimentos

penais no âmbito da política de execução penal. A Resolução nº 2, de 19 de maio de 2010, na

qual o CNE aprovou as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação para jovens e adultos

em situação de privação de liberdade no âmbito das políticas de educação. E a Resolução nº

4, de 30 de maio de 2016, na qual o CNE aprovou as Diretrizes Operacionais Nacionais para a

remição de pena pelo estudo de pessoas em privação de liberdade nos estabelecimentos

penais do sistema prisional brasileiro.

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__________________________________________________________________________________88

o 2011: Plano Estratégico de Educação no Âmbito do Sistema Prisional -Decreto

nº 7.626

Institui o Plano Estratégico de Educação no Âmbito do Sistema Prisional (PEESP) que

tem como finalidade ampliar e qualificar a oferta de educação nos estabelecimentos penais,

contemplando a educação básica na modalidade de educação de jovens e adultos, a educação

profissional e tecnológica, e a educação superior.

Dentre as diversas diretrizes do PEESP, destaca-se a integração dos órgãos

responsáveis pelo ensino público com os órgãos responsáveis pela execução penal, tanto a

nível estadual quanto federal.

. Segundo o Decreto, compete ao MEC o apoio financeiro para equipar e aparelhar os

espaços, distribuir material didático, compor os acervos das bibliotecas, fomentar programas

de alfabetização e de educação de jovens e adultos e de capacitação dos profissionais; ao MJ,

o apoio financeiro para construção, ampliação e reforma dos espaços destinados à educação

nos estabelecimentos penais.

Para acessar os recursos do orçamento federal os Estados e o Distrito Federal

deveriam apresentar plano de ação contendo:

a) diagnóstico das demandas de educação no âmbito dos estabelecimentos

penais;

b) estratégias e metas para sua implementação; e

c) as atribuições e responsabilidades de cada órgão, especialmente quanto à

adequação dos espaços destinados às atividades educacionais nos estabelecimentos

penais, à formação e à contratação de professores e de outros profissionais da

educação, à produção de material didático e à integração da educação de jovens e

adultos à educação profissional e tecnológica.

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__________________________________________________________________________________89

O PEESP promove um alinhamento estratégico entre o planejamento dos estados

e as políticas implementadas pelo Governo Federal. Esse alinhamento permite dimensionar

os recursos a serem transferidos no âmbito do PAR, a distribuição do material didático e a

política de formação continuada para os servidores que atuam na oferta de educação em

prisões.

Os Ministérios da Educação e da Justiça compreenderam o plano de ação previsto

no Decreto nº 7.626/2011 como parte de um esforço maior de organização da oferta de

educação nas prisões e nesse sentido fomentaram a elaboração de Planos Estaduais de

Educação nas prisões. Essa estratégia foi pactuada no III Seminário Nacional de Educação nas

Prisões realizado no primeiro semestre de 2012.

Para subsidiar a elaboração dos planos o Governo Federal apresentou um Guia de

Orientações sugerindo que os planos contivessem informações sobre a gestão e organização

da oferta de educação, a formação continuada dos profissionais, exames de certificação de

exames e estratégias de acompanhamento das ações. Todos os itens que compõe esse guia

estão vinculados aos normativos legais que definem como deve ser oferta de educação.

No sentido de orientar a elaboração dos planos de ação e permitir uma análise

técnica mais qualificada, o guia indicava a importância de apresentar um amplo diagnóstico

com informações sobre a quantidade de estabelecimentos penais com oferta de educação, a

quantidade de salas de aula, espaços de leituras e laboratórios de informática, além do perfil

dos professores e dos agentes penitenciários.

II- DA ANÁLISE DOS DADOS NACIONAIS DE EDUCAÇÃO NAS

PRISÕES.

K) O crescimento da quantidade de presos em atividades educacionais – base de dados Infopen

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__________________________________________________________________________________90

L)

Ao analisar o gráfico acima observa-se que houve um crescimento de 61% de presos

estudando no Brasil entre os anos de 2008 e 2014, enquanto no mesmo período, houve um

crescimento de 45% da população carcerária no país.

B) A evolução das matrículas no Brasil – base de dados Educacenso

Através do dados de alunos matriculados apresentados pelo Educacenso/MEC

constata-se um crescimento de 97% de presos matriculados no período.

C) A evolução de matrículas por regiões – base de dados Educacenso

34

32

1 41

65

9

37

99

8 46

22

3

44

79

8

54

81

0

55

62

3

34

32

1 41

65

9

37

99

8 46

22

3

44

79

8

54

81

0

55

62

3

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Número de presos estudando Linha de Crescimento

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__________________________________________________________________________________91

Destaca-se que a região Centro-Oeste teve o maior crescimento percentual de presos

matriculados com um crescimento de 175% no período. Enquanto a região Norte teve o

menor crescimento de apenas 5%.

D) Presos envolvidos em atividades educacionais, por nível de ensino

Na tabela a seguir, observa-se que dos presos inseridos em atividades educacionais, 87% estão

inseridos na modalidade de Educação de Jovens e Adultos, evidenciando a importância que

esta ação possui para o sistema prisional brasileiro. Por outro lado, constata-se que 0% dos

presos estão cursando ensino superior.

UF

Alf

abet

izaç

ão

Ensi

no

Fu

nd

ame

nta

l

Ensi

no

méd

io

Ensi

no

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de

80

0 h

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16

0 h

ora

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e

aula

)

AC 18% 49% 2% 0% 0% 31%

AL 18% 56% 4% 0% 0% 22%

AM 17% 65% 18% 0% 0% 0%

AP 4% 17% 35% 0% 0% 43%

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__________________________________________________________________________________92

Fonte: Dez.2014/Infopen-MJ

E) O crescimento da oferta de educação nas prisões por dependência

administrativa

BA 19% 59% 16% 0% 1% 6%

CE 13% 50% 12% 0% 0% 25%

DF 10% 40% 19% 2% 2% 27%

ES 15% 47% 19% 0% 3% 15%

GO 15% 71% 11% 3% 0% 0%

MA 40% 40% 15% 4% 1% 0%

MG 15% 59% 18% 2% 0% 6%

MS 15% 66% 14% 2% 2% 2%

MT 17% 53% 21% 0% 1% 8%

PA 8% 80% 9% 0% 2% 1%

PB 35% 42% 15% 0% 3% 5%

PE 28% 59% 12% 0% 1% 0%

PI 76% 24% 0% 0% 0% 0%

PR 10% 56% 19% 0% 3% 12%

RJ 17% 75% 7% 0% 0% 1%

RN 46% 36% 13% 0% 0% 5%

RO 25% 44% 17% 1% 8% 5%

RR 5% 70% 22% 2% 1% 1%

RS 17% 45% 37% 0% 0% 1%

SC 15% 51% 19% 1% 6% 10%

SE 42% 27% 24% 7% 0% 0%

SP 15% 37% 26% 0% 0% 21%

TO 16% 57% 16% 0% 5% 7%

Brasil 17% 51% 19% 0% 1% 12%

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__________________________________________________________________________________93

Fonte:MEC-INEP

Ao analisar o gráfico acima, constata-se que a partir do ano de 2010 há uma mudança

significativa em função da dependência administrativa, que se caracteriza pelo Ente

Federativo (Municipal, Estadual, Distrito Federal ou União), ou ainda, pelo setor privado

ofertam educação nas prisões. Houve crescimento de 75% ofertado pelos Estados, enquanto,

houve decréscimo de 286% ofertado pelos municípios, fato que demonstra a

responsabilização e aceitação dos Estados na oferta educacional no sistema prisional.

F) O crescimento de inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM PPL

Fonte:MEC-INEP

0

50

100

150

200

250

300

350

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

NÚMERO DE MUNICIPIOS COM OFERTAPOR DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA/ANO

Federal Estados Municípios Privadas

13

90

8

23

66

5

30

34

1

35

80

4

42

54

2

13

90

8

23

66

5

30

34

1

35

80

4

42

54

2

2011 2012 2013 2014 2015

Número de alunos inscritos no Enen PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________94

Apesar do fomento da oferta de Educação de Jovens e Adultos, a falta de espaços para

a ampliação de novas turmas, estimula a realização dos exames de certificação, que por outro

lado aponta o crescimento na procura pela elevação da escolaridade.

G) O crescimento de inscritos no Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – ENCCEJA PPL Fonte: MEC-INEP

H) O crescimento de inscritos no Programa Nacional de Acesso ao Ensino

Técnico e Emprego – PRONATEC

Fonte: SETEC-MEC

Observa-se relação direta no crescimento de inscritos no Programa Nacional de Acesso

ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) com a evolução da oferta educacional desde o início

dos Planos Estaduais de Educação nas Prisões no ano de 2012.

50

94

20

85

2

19

14

0

50

94

20

85

2

19

14

0

2013 2014 2015 - 1° Semestre

Número de alunos inscritos no Pronatec PPL Evolução no número de inscritos

1810

9

2294

0

1810

9

2294

0

2012 2013

Número de alunos inscritos no Ecceja PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________95

III- DA ANÁLISE E INSTRUÇÕES GERAIS POR UNIDADE

FEDERATIVA – Ceará

A) A evolução da quantidade de presos em atividades educacionais

Fonte: INFOPEN-MJ

B) A evolução das matrículas na Unidade Federativa

Fonte: EDUCACENSO-MEC-INEP

0

17

91 2

37

6

22

94

22

94

47

52

32

62

0

17

91 2

37

6

22

94

22

94

47

52

32

62

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Número de presos estudando Linha de Crescimento

24

18

21

95

20

88

17

59

22

68

15

75

16

29

16

57

24

18

21

95

20

88

17

59

22

68

15

75

16

29

16

57

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Número de presos Matriculados Linha de Crescimento

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__________________________________________________________________________________96

C) Presos envolvidos em atividades educacionais, por nível de ensino

Fonte: Dez.2014/INFOPEN-MJ

D) Inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM PPL

Fonte: INEP-MEC

E) Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – ENCCEJA PPL

13

7

39

7

63

4

11

79

16

82

13

7

39

7

63

4

11

79

16

82

2011 2012 2013 2014 2015

Número de alunos inscritos no Enen PPL Evolução no número de inscritos

UF

Alf

abet

izaç

ão

Ensi

no

Fu

nd

ame

nta

l

Ensi

no

méd

io

Ensi

no

su

per

ior

Cu

Cu

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ion

al, a

cim

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60

ho

ras

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aula

)

CE 13% 50% 12% 0% 0% 25%

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__________________________________________________________________________________97

Fonte: INEP-MEC

F) Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – PRONATEC PPL

Fonte: SETEC-MEC

G) Das análises e instruções específicas do Plano

As análises e instruções específicas para cada Unidade Federativa são alicerçadas no “Guia

com Orientações para Subsidiar as Unidades federativas para a Elaboração do Plano de

educação nas Prisões”. Portanto, as observações e orientações de ajustes de cada item do

plano estão demonstradas abaixo:

ATENDE ÀS ORIENTAÇÕES DO PLANO

No. Itens para Análise SIM PARCIAL NÃO

01. APRESENTAÇÃO DO PLANO X

29

3

50

8

29

3

50

82 0 1 3 2 0 1 4

Número de alunos inscritos no Ecceja PPL Evolução no número de inscritos

8

18

0

74

8

18

0

74

2013 2014 2015

Número de alunos inscritos no Pronatec PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________98

02. CONCEPÇÕES FUNDAMENTAIS E NORTEADORAS DA OFERTA EDUCAÇÃO NO SISTEMA PRISIONAL

X

03. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES NO ESTADO X

04. DIAGNÓSTICO X

05. GESTÃO X

5.1. ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS X

5.2. REGRAS E PROCEDIMENTOS DE ROTINA X

5.3. GESTÃO DE PESSOAS X

5.4. REGISTROS ESCOLARES X

5.5. ARTICULAÇÃO E PARCERIAS X

06. FINANCIAMENTO X

07. ORGANIZAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO FORMAL X

08. ORGANIZAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL E DA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

X

09. FORMAÇÃO/CAPACITAÇÃO DOS PROFISSIONAIS X

10. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E ATENDIMENTO À DIVERSIDADE X

11. CERTIFICAÇÃO X

12. INFRAESTRUTURA FÍSICA X

13. MATERIAL DIDÁTICO E LITERÁRIO X

14. REMIÇÃO DA PENA PELO ESTUDO X

15. ATENDIMENTO ÀS CRIANÇAS X

16. ACOMPANHAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO X

17. PLANO DE AÇÃO X

META I – AMPLIAÇÃO DA MATRÍCULA DA EDUCAÇÃO FORMAL X

META II – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL X

META III – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

X

META IV – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE INSCRITOS NOS EXAMES DE CERTIFICAÇÃO

X

META V – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE BIBLIOTECAS E DE ESPAÇOS DE LEITURA

X

META VI – MELHORIA NA QUALIDADE DA OFERTA DE EDUCAÇÃO

X

ORIENTAÇÃO AO ESTADO:

ITEM 05: 5.2. REGRAS E PROCEDIMENTOS DE ROTINA

O item “HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES NO ESTADO” não foi informado.

Portanto, orienta-se a elaboração deste.

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__________________________________________________________________________________99

IV- INSTRUÇÕES E RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA MELHORIAS NA EXECUÇÃO, ACOMPANHEMENTO E AVALIAÇÃO DOS PLANOS

O Plano Estadual de Educação nas Prisões objetiva executar ações em conjunto, para

tanto, dentre as diversas diretrizes do plano, destaca-se a importância da interlocução entre

os atores regionais. A promoção de maior diálogo entre as Secretarias de Estado de Educação

e de Administração Prisional permite a realização de ações articuladas, que por sua vez são

essenciais para a evolução e aprimoramento desta política.

Conforme destacado no Art. 4o,, do Decreto 7.626, de 2011, que institui o PEESP,

este tem como objetivo:

I - executar ações conjuntas e troca de informações entre órgãos

federais, estaduais e do Distrito Federal com atribuições nas áreas de

educação e de execução penal;

Neste sentido, sugere-se a criação de Comitê Estadual que acompanhará e avaliará as

ações previstas no Plano Estadual de Educação nas Prisões. Sugere-se que, além das

Secretarias de Estado de Educação e de Administração Prisional, sejam convidados a participar

deste comitê representantes dos:

Ministério Público;

Defensoria Pública;

Vara de Execução Penal;

Conselho Estadual da Educação;

Conselho Estadual Penitenciário;

Conselho da Comunidade.

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__________________________________________________________________________________100

O comitê gestor de acompanhamento, monitoração e avaliação organizará propostas

de visitas semestrais aos Estabelecimentos Penais. Visando sistematizar o planejamento,

sugere-se que, após a realização das visitas nos espaços educacionais inseridos no âmbito das

prisões, o comitê gestor irá elaborar relatório técnico constando o detalhamento de todas as

etapas executadas, resultados e recomendações que se fizerem necessárias e os encaminhará

às respectivas Secretarias de Educação e Administração Prisional, de modo que o fluxo de

informações provenientes deste relatório venha apontar os resultados alcançados e/ou ainda

subsidiar o redimensionamento das atividades ao longo do curso.

No decorrer de cada semestre e de acordo com as problemáticas evidenciadas pelo

Comitê gestor, este poderá propor aos Secretários de Estado de Educação e de Administração

Prisional ações afim de garantir a execução e metas estabelecidas nos Plano Estaduais

abrangendo estratégias de formação educacional da população carcerária e dos profissionais

envolvidos em sua implementação

V - INTRUÇÕES DO PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO NAS PRISÕES - 2017

O Plano é um instrumento de planejamento das Unidades Federativas que auxilia e

subsidia o organização das ações de reintegração social do Governo Federal. Por sua vez, o

monitoramento e avaliação das ações de educação serão realizados a partir da análise das

informações apresentadas ao INFOPEN e disponíveis no Censo Escolar do INEP.

A seguir, instruções importantes sobre os Planos Estaduais de Educação nas Prisões a partir

de 2017:

o Será quadrienal;

o Novas informações, por escola, serão incluídas, como o detalhamento se são

exclusivas ou vinculas, sobre os Projetos Políticos Pedagógicos, os Regimentos

Internos, entre outros; e

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__________________________________________________________________________________101

o Em breve, um novo guia a fim de orientar as Unidades Federativas sobre a

elaboração dos Planos Estaduais de Educação nas Prisões será apresentado.

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__________________________________________________________________________________102

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL

DIRETORIA DE POLÍTICAS PENITENCIÁRIAS

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA, ALFABETIZAÇÃO,

DIVERSIDADE E INCLUSÃO DIRETORIA DE POLÍTICAS DE ALFABETIZAÇÃO E EDUCAÇÃO DE

JOVENS E ADULTOS

NOTA TÉCNICA CONJUNTA MEC/MJ ASSUNTO: PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO NAS PRISÕES 2015-2016

I- DO CONTEXTO DA POLÍTICA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES,

MARCOS LEGAIS E EVOLUÇÃO HISTÓRICA.

A educação é um direito humano universal e confirmado pela Constituição da

República Brasileira. Apesar disso, grandes são as barreiras que impedem o efetivo acesso à

este direito, sobretudo, quando se trata de uma parcela invisível da sociedade que são as

pessoas privadas de liberdade.

Há centenas de anos possui-se o registro sobre o aprisionamento no Brasil, porém a

educação está inserida neste contexto há pouquíssimo tempo. Conforme preceitua a

Constituição Brasileira no Art. 205,

A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

A seguir destaca-se, de forma cronológica, algumas das fundamentações e marcos

importantes sobre a educação nas prisões brasileiras:

o 1984: Lei de Execução Penal – Lei 7.210

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__________________________________________________________________________________103

Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando

prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade.

Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso.

Art. 11. A assistência será:

I - material;

II - à saúde;

III - jurídica;

IV - educacional;

V - social;

Art. 17 à 21. Tratam da assistência educacional no sistema prisional, inclui a

instrução escolar e a formação profissional.

Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua natureza, deverá contar em

suas dependências com áreas e serviços destinados a dar assistência, educação, trabalho,

recreação e prática esportiva.

§ 4o Serão instaladas salas de aulas destinadas a cursos do ensino básico e

profissionalizante.(Incluído pela Lei nº 12.245, de 2010)

Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto

poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena. (Redação

dada pela Lei nº 12.433, de 2011)

o 1996: Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Lei 9.394

Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de

liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno

desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua

qualificação para o trabalho.

Art. 5º O acesso ao ensino fundamental é direito público subjetivo, podendo

qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical,

entidade de classe ou outra legalmente constituída, e, ainda, o Ministério Público, acionar

o Poder Público para exigi-lo.

o 2005: A publicação “Educando para a Liberdade”: trajetória, debates e proposições de um projeto para a educação nas prisões brasileiras

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__________________________________________________________________________________104

A cooperação para a oferta de educação nas prisões ganhou novos contornos a partir

de 2005 com a criação do “Projeto Educando para a Liberdade”, que contou com a parceria

da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e da

Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) permitindo pôr na agenda das políticas

públicas um tema periférico e invisível para parte considerável da população brasileira.

Essa iniciativa promoveu a abertura de espaços para o diálogo e a construção coletiva

de referenciais para o setor. Entre 2005 e 2007 foram realizados encontros estaduais,

regionais e nacionais que contaram com a participação de representantes, de gestores, de

professores, de agentes penitenciários, de técnicos, de operadores da execução penal e dos

presos.

Desses encontros saíram as propostas que subsidiaram a elaboração das resoluções do

Conselho Nacional de Educação e do Conselho Nacional de Políticas Criminal e Penitenciária.

o Diretrizes e recomendações dos Conselhos Nacionais de Educação (CNE) e

Política Criminal e Penitenciária (CNPCP)

Vale destacar as diversas diretrizes e recomendações emanadas pelos Conselhos

Nacionais de Educação (CNE) e Política Criminal e Penitenciária (CNPCP). Observa-se que

ações coordenadas pelos Ministérios da Justiça e da Educação em parceria com os estados e

com a sociedade civil organizada vêm demandando bastante aos conselhos. Dentre as diversas

recomendações e diretrizes, pontua-se, a Resolução nº 3, de 11 de maço de 2009, na qual o

CNPCP aprovou as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação nos estabelecimentos

penais no âmbito da política de execução penal. A Resolução nº 2, de 19 de maio de 2010, na

qual o CNE aprovou as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação para jovens e adultos

em situação de privação de liberdade no âmbito das políticas de educação. E a Resolução nº

4, de 30 de maio de 2016, na qual o CNE aprovou as Diretrizes Operacionais Nacionais para a

remição de pena pelo estudo de pessoas em privação de liberdade nos estabelecimentos

penais do sistema prisional brasileiro.

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__________________________________________________________________________________105

o 2011: Plano Estratégico de Educação no Âmbito do Sistema Prisional -Decreto

nº 7.626

Institui o Plano Estratégico de Educação no Âmbito do Sistema Prisional (PEESP) que

tem como finalidade ampliar e qualificar a oferta de educação nos estabelecimentos penais,

contemplando a educação básica na modalidade de educação de jovens e adultos, a educação

profissional e tecnológica, e a educação superior.

Dentre as diversas diretrizes do PEESP, destaca-se a integração dos órgãos

responsáveis pelo ensino público com os órgãos responsáveis pela execução penal, tanto a

nível estadual quanto federal.

. Segundo o Decreto, compete ao MEC o apoio financeiro para equipar e aparelhar os

espaços, distribuir material didático, compor os acervos das bibliotecas, fomentar programas

de alfabetização e de educação de jovens e adultos e de capacitação dos profissionais; ao MJ,

o apoio financeiro para construção, ampliação e reforma dos espaços destinados à educação

nos estabelecimentos penais.

Para acessar os recursos do orçamento federal os Estados e o Distrito Federal

deveriam apresentar plano de ação contendo:

a) diagnóstico das demandas de educação no âmbito dos estabelecimentos

penais;

b) estratégias e metas para sua implementação; e

c) as atribuições e responsabilidades de cada órgão, especialmente quanto à

adequação dos espaços destinados às atividades educacionais nos estabelecimentos

penais, à formação e à contratação de professores e de outros profissionais da

educação, à produção de material didático e à integração da educação de jovens e

adultos à educação profissional e tecnológica.

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__________________________________________________________________________________106

O PEESP promove um alinhamento estratégico entre o planejamento dos estados

e as políticas implementadas pelo Governo Federal. Esse alinhamento permite dimensionar

os recursos a serem transferidos no âmbito do PAR, a distribuição do material didático e a

política de formação continuada para os servidores que atuam na oferta de educação em

prisões.

Os Ministérios da Educação e da Justiça compreenderam o plano de ação previsto

no Decreto nº 7.626/2011 como parte de um esforço maior de organização da oferta de

educação nas prisões e nesse sentido fomentaram a elaboração de Planos Estaduais de

Educação nas prisões. Essa estratégia foi pactuada no III Seminário Nacional de Educação nas

Prisões realizado no primeiro semestre de 2012.

Para subsidiar a elaboração dos planos o Governo Federal apresentou um Guia de

Orientações sugerindo que os planos contivessem informações sobre a gestão e organização

da oferta de educação, a formação continuada dos profissionais, exames de certificação de

exames e estratégias de acompanhamento das ações. Todos os itens que compõe esse guia

estão vinculados aos normativos legais que definem como deve ser oferta de educação.

No sentido de orientar a elaboração dos planos de ação e permitir uma análise

técnica mais qualificada, o guia indicava a importância de apresentar um amplo diagnóstico

com informações sobre a quantidade de estabelecimentos penais com oferta de educação, a

quantidade de salas de aula, espaços de leituras e laboratórios de informática, além do perfil

dos professores e dos agentes penitenciários.

II- DA ANÁLISE DOS DADOS NACIONAIS DE EDUCAÇÃO NAS

PRISÕES.

M) O crescimento da quantidade de presos em atividades educacionais – base de dados Infopen

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__________________________________________________________________________________107

N)

Ao analisar o gráfico acima observa-se que houve um crescimento de 61% de presos

estudando no Brasil entre os anos de 2008 e 2014, enquanto no mesmo período, houve um

crescimento de 45% da população carcerária no país.

B) A evolução das matrículas no Brasil – base de dados Educacenso

Através do dados de alunos matriculados apresentados pelo Educacenso/MEC

constata-se um crescimento de 97% de presos matriculados no período.

C) A evolução de matrículas por regiões – base de dados Educacenso

34

32

1 41

65

9

37

99

8 46

22

3

44

79

8

54

81

0

55

62

3

34

32

1 41

65

9

37

99

8 46

22

3

44

79

8

54

81

0

55

62

3

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Número de presos estudando Linha de Crescimento

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__________________________________________________________________________________108

Destaca-se que a região Centro-Oeste teve o maior crescimento percentual de presos

matriculados com um crescimento de 175% no período. Enquanto a região Norte teve o

menor crescimento de apenas 5%.

D) Presos envolvidos em atividades educacionais, por nível de ensino

Na tabela a seguir, observa-se que dos presos inseridos em atividades educacionais, 87% estão

inseridos na modalidade de Educação de Jovens e Adultos, evidenciando a importância que

esta ação possui para o sistema prisional brasileiro. Por outro lado, constata-se que 0% dos

presos estão cursando ensino superior.

UF

Alf

abet

izaç

ão

Ensi

no

Fu

nd

ame

nta

l

Ensi

no

méd

io

Ensi

no

su

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80

0 h

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16

0 h

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e

aula

)

AC 18% 49% 2% 0% 0% 31%

AL 18% 56% 4% 0% 0% 22%

AM 17% 65% 18% 0% 0% 0%

AP 4% 17% 35% 0% 0% 43%

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__________________________________________________________________________________109

Fonte: Dez.2014/Infopen-MJ

E) O crescimento da oferta de educação nas prisões por dependência

administrativa

BA 19% 59% 16% 0% 1% 6%

CE 13% 50% 12% 0% 0% 25%

DF 10% 40% 19% 2% 2% 27%

ES 15% 47% 19% 0% 3% 15%

GO 15% 71% 11% 3% 0% 0%

MA 40% 40% 15% 4% 1% 0%

MG 15% 59% 18% 2% 0% 6%

MS 15% 66% 14% 2% 2% 2%

MT 17% 53% 21% 0% 1% 8%

PA 8% 80% 9% 0% 2% 1%

PB 35% 42% 15% 0% 3% 5%

PE 28% 59% 12% 0% 1% 0%

PI 76% 24% 0% 0% 0% 0%

PR 10% 56% 19% 0% 3% 12%

RJ 17% 75% 7% 0% 0% 1%

RN 46% 36% 13% 0% 0% 5%

RO 25% 44% 17% 1% 8% 5%

RR 5% 70% 22% 2% 1% 1%

RS 17% 45% 37% 0% 0% 1%

SC 15% 51% 19% 1% 6% 10%

SE 42% 27% 24% 7% 0% 0%

SP 15% 37% 26% 0% 0% 21%

TO 16% 57% 16% 0% 5% 7%

Brasil 17% 51% 19% 0% 1% 12%

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__________________________________________________________________________________110

Fonte:MEC-INEP

Ao analisar o gráfico acima, constata-se que a partir do ano de 2010 há uma mudança

significativa em função da dependência administrativa, que se caracteriza pelo Ente

Federativo (Municipal, Estadual, Distrito Federal ou União), ou ainda, pelo setor privado

ofertam educação nas prisões. Houve crescimento de 75% ofertado pelos Estados, enquanto,

houve decréscimo de 286% ofertado pelos municípios, fato que demonstra a

responsabilização e aceitação dos Estados na oferta educacional no sistema prisional.

F) O crescimento de inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM PPL

Fonte:MEC-INEP

0

50

100

150

200

250

300

350

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

NÚMERO DE MUNICIPIOS COM OFERTAPOR DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA/ANO

Federal Estados Municípios Privadas

13

90

8

23

66

5

30

34

1

35

80

4

42

54

2

13

90

8

23

66

5

30

34

1

35

80

4

42

54

2

2011 2012 2013 2014 2015

Número de alunos inscritos no Enen PPL Evolução no número de inscritos

Page 111: I- DO CONTEXTO DA POLÍTICA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES, …depen.gov.br/DEPEN/dirpp/cgpc/acoes-de-educacao/... · Os Ministérios da Educação e da Justiça compreenderam o plano

__________________________________________________________________________________111

Apesar do fomento da oferta de Educação de Jovens e Adultos, a falta de espaços para

a ampliação de novas turmas, estimula a realização dos exames de certificação, que por outro

lado aponta o crescimento na procura pela elevação da escolaridade.

G) O crescimento de inscritos no Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – ENCCEJA PPL Fonte: MEC-INEP

H) O crescimento de inscritos no Programa Nacional de Acesso ao Ensino

Técnico e Emprego – PRONATEC

Fonte: SETEC-MEC

Observa-se relação direta no crescimento de inscritos no Programa Nacional de Acesso

ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) com a evolução da oferta educacional desde o início

dos Planos Estaduais de Educação nas Prisões no ano de 2012.

50

94

20

85

2

19

14

0

50

94

20

85

2

19

14

0

2013 2014 2015 - 1° Semestre

Número de alunos inscritos no Pronatec PPL Evolução no número de inscritos

1810

9

2294

0

1810

9

2294

0

2012 2013

Número de alunos inscritos no Ecceja PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________112

III- DA ANÁLISE E INSTRUÇÕES GERAIS POR UNIDADE

FEDERATIVA – Distrito Federal

A) A evolução da quantidade de presos em atividades educacionais

Fonte: INFOPEN-MJ

B) A evolução das matrículas na Unidade Federativa

Fonte: EDUCACENSO-MEC-INEP

70

2

18

00

11

70

93

7 10

25

15

20

19

49

70

2

18

00

11

70

93

7

10

25

15

20

19

49

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Número de presos estudando Linha de Crescimento

0

54

4

32

0

98

1

16

15

12

44

82

9

10

64

0

54

4

32

0

98

1

16

15

12

44

82

9 10

64

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Número de presos Matriculados Linha de Crescimento

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__________________________________________________________________________________113

C) Presos envolvidos em atividades educacionais, por nível de ensino

Fonte: Dez.2014/INFOPEN-MJ

D) Inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM PPL

Fonte: INEP-MEC

E) Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – ENCCEJA PPL

UF

Alf

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ão

Ensi

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)

DF 10% 40% 19% 2% 2% 27%

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__________________________________________________________________________________114

Fonte: INEP-MEC

F) Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – PRONATEC

Fonte: SETEC-MEC

G) Das análises e instruções específicas do Plano

Não há análises e instruções específicas do Plano, pois até a presente data o Distrito

Federal não apresentou o Plano Estadual de Educação nas Prisões 2015-2016.

50

287

89

50

287

89

2013 2014 2015

Número de alunos inscritos no Pronatec PPL Evolução no número de inscritos

49

0

83

8

49

0

83

82013 2014

Número de alunos inscritos no Ecceja PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________115

IV- INSTRUÇÕES E RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA MELHORIAS NA EXECUÇÃO, ACOMPANHEMENTO E AVALIAÇÃO DOS PLANOS

O Plano Estadual de Educação nas Prisões objetiva executar ações em conjunto, para

tanto, dentre as diversas diretrizes do plano, destaca-se a importância da interlocução entre

os atores regionais. A promoção de maior diálogo entre as Secretarias de Estado de Educação

e de Administração Prisional permite a realização de ações articuladas, que por sua vez são

essenciais para a evolução e aprimoramento desta política.

Conforme destacado no Art. 4o,, do Decreto 7.626, de 2011, que institui o PEESP,

este tem como objetivo:

I - executar ações conjuntas e troca de informações entre órgãos

federais, estaduais e do Distrito Federal com atribuições nas áreas de

educação e de execução penal;

Neste sentido, sugere-se a criação de Comitê Estadual que acompanhará e avaliará as

ações previstas no Plano Estadual de Educação nas Prisões. Sugere-se que, além das

Secretarias de Estado de Educação e de Administração Prisional, sejam convidados a participar

deste comitê representantes dos:

Ministério Público;

Defensoria Pública;

Vara de Execução Penal;

Conselho Estadual da Educação;

Conselho Estadual Penitenciário;

Conselho da Comunidade.

O comitê gestor de acompanhamento, monitoração e avaliação organizará propostas

de visitas semestrais aos Estabelecimentos Penais. Visando sistematizar o planejamento,

sugere-se, que após a realização das visitas nos espaços educacionais inseridos no âmbito das

prisões, o comitê gestor irá elaborar relatório técnico constando o detalhamento de todas as

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__________________________________________________________________________________116

etapas executadas, resultados e recomendações que se fizerem necessárias e os encaminhará

às respectivas Secretarias de Educação e Administração Prisional, de modo que o fluxo de

informações provenientes deste relatório venha apontar os resultados alcançados e/ou ainda

subsidiar o redimensionamento das atividades ao longo do curso.

No decorrer de cada semestre e de acordo com as problemáticas evidenciadas pelo

Comitê gestor, este poderá propor aos Secretários de Estado de Educação e de Administração

Prisional ações afim de garantir a execução e metas estabelecidas nos Plano Estaduais

abrangendo estratégias de formação educacional da população carcerária e dos profissionais

envolvidos em sua implementação

V - INTRUÇÕES DO PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO NAS PRISÕES - 2017

O Plano é um instrumento de planejamento das Unidades Federativas que auxilia e

subsidia o organização das ações de reintegração social do Governo Federal. Por sua vez, o

monitoramento e avaliação das ações de educação serão realizados a partir da análise das

informações apresentadas ao INFOPEN e disponíveis no Censo Escolar do INEP.

A seguir, instruções importantes sobre os Planos Estaduais de Educação nas Prisões a partir

de 2017:

o Será quadrienal;

o Novas informações, por escola, serão incluídas, como o detalhamento se são

exclusivas ou vinculas, sobre os Projetos Políticos Pedagógicos, os Regimentos

Internos, entre outros; e

o Em breve, um novo guia a fim de orientar as Unidades Federativas sobre a

elaboração dos Planos Estaduais de Educação nas Prisões será apresentado.

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__________________________________________________________________________________117

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL

DIRETORIA DE POLÍTICAS PENITENCIÁRIAS

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA, ALFABETIZAÇÃO,

DIVERSIDADE E INCLUSÃO DIRETORIA DE POLÍTICAS DE ALFABETIZAÇÃO E EDUCAÇÃO DE

JOVENS E ADULTOS

NOTA TÉCNICA CONJUNTA MEC/MJ ASSUNTO: PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO NAS PRISÕES 2015-2016

I- DO CONTEXTO DA POLÍTICA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES,

MARCOS LEGAIS E EVOLUÇÃO HISTÓRICA.

A educação é um direito humano universal e confirmado pela Constituição da

República Brasileira. Apesar disso, grandes são as barreiras que impedem o efetivo acesso à

este direito, sobretudo, quando se trata de uma parcela invisível da sociedade que são as

pessoas privadas de liberdade.

Há centenas de anos possui-se o registro sobre o aprisionamento no Brasil, porém a

educação está inserida neste contexto há pouquíssimo tempo. Conforme preceitua a

Constituição Brasileira no Art. 205,

A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

A seguir destaca-se, de forma cronológica, algumas das fundamentações e marcos

importantes sobre a educação nas prisões brasileiras:

o 1984: Lei de Execução Penal – Lei 7.210

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__________________________________________________________________________________118

Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando

prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade.

Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso.

Art. 11. A assistência será:

I - material;

II - à saúde;

III - jurídica;

IV - educacional;

V - social;

Art. 17 à 21. Tratam da assistência educacional no sistema prisional, inclui a

instrução escolar e a formação profissional.

Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua natureza, deverá contar em

suas dependências com áreas e serviços destinados a dar assistência, educação, trabalho,

recreação e prática esportiva.

§ 4o Serão instaladas salas de aulas destinadas a cursos do ensino básico e

profissionalizante.(Incluído pela Lei nº 12.245, de 2010)

Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto

poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena. (Redação

dada pela Lei nº 12.433, de 2011)

o 1996: Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Lei 9.394

Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de

liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno

desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua

qualificação para o trabalho.

Art. 5º O acesso ao ensino fundamental é direito público subjetivo, podendo

qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical,

entidade de classe ou outra legalmente constituída, e, ainda, o Ministério Público, acionar

o Poder Público para exigi-lo.

o 2005: A publicação “Educando para a Liberdade”: trajetória, debates e proposições de um projeto para a educação nas prisões brasileiras

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__________________________________________________________________________________119

A cooperação para a oferta de educação nas prisões ganhou novos contornos a partir

de 2005 com a criação do “Projeto Educando para a Liberdade”, que contou com a parceria

da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e da

Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) permitindo pôr na agenda das políticas

públicas um tema periférico e invisível para parte considerável da população brasileira.

Essa iniciativa promoveu a abertura de espaços para o diálogo e a construção coletiva

de referenciais para o setor. Entre 2005 e 2007 foram realizados encontros estaduais,

regionais e nacionais que contaram com a participação de representantes, de gestores, de

professores, de agentes penitenciários, de técnicos, de operadores da execução penal e dos

presos.

Desses encontros saíram as propostas que subsidiaram a elaboração das resoluções do

Conselho Nacional de Educação e do Conselho Nacional de Políticas Criminal e Penitenciária.

o Diretrizes e recomendações dos Conselhos Nacionais de Educação (CNE) e

Política Criminal e Penitenciária (CNPCP)

Vale destacar as diversas diretrizes e recomendações emanadas pelos Conselhos

Nacionais de Educação (CNE) e Política Criminal e Penitenciária (CNPCP). Observa-se que

ações coordenadas pelos Ministérios da Justiça e da Educação em parceria com os estados e

com a sociedade civil organizada vêm demandando bastante aos conselhos. Dentre as diversas

recomendações e diretrizes, pontua-se, a Resolução nº 3, de 11 de maço de 2009, na qual o

CNPCP aprovou as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação nos estabelecimentos

penais no âmbito da política de execução penal. A Resolução nº 2, de 19 de maio de 2010, na

qual o CNE aprovou as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação para jovens e adultos

em situação de privação de liberdade no âmbito das políticas de educação. E a Resolução nº

4, de 30 de maio de 2016, na qual o CNE aprovou as Diretrizes Operacionais Nacionais para a

remição de pena pelo estudo de pessoas em privação de liberdade nos estabelecimentos

penais do sistema prisional brasileiro.

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__________________________________________________________________________________120

o 2011: Plano Estratégico de Educação no Âmbito do Sistema Prisional -Decreto

nº 7.626

Institui o Plano Estratégico de Educação no Âmbito do Sistema Prisional (PEESP) que

tem como finalidade ampliar e qualificar a oferta de educação nos estabelecimentos penais,

contemplando a educação básica na modalidade de educação de jovens e adultos, a educação

profissional e tecnológica, e a educação superior.

Dentre as diversas diretrizes do PEESP, destaca-se a integração dos órgãos

responsáveis pelo ensino público com os órgãos responsáveis pela execução penal, tanto a

nível estadual quanto federal.

. Segundo o Decreto, compete ao MEC o apoio financeiro para equipar e aparelhar os

espaços, distribuir material didático, compor os acervos das bibliotecas, fomentar programas

de alfabetização e de educação de jovens e adultos e de capacitação dos profissionais; ao MJ,

o apoio financeiro para construção, ampliação e reforma dos espaços destinados à educação

nos estabelecimentos penais.

Para acessar os recursos do orçamento federal os Estados e o Distrito Federal

deveriam apresentar plano de ação contendo:

a) diagnóstico das demandas de educação no âmbito dos estabelecimentos

penais;

b) estratégias e metas para sua implementação; e

c) as atribuições e responsabilidades de cada órgão, especialmente quanto à

adequação dos espaços destinados às atividades educacionais nos estabelecimentos

penais, à formação e à contratação de professores e de outros profissionais da

educação, à produção de material didático e à integração da educação de jovens e

adultos à educação profissional e tecnológica.

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__________________________________________________________________________________121

O PEESP promove um alinhamento estratégico entre o planejamento dos estados

e as políticas implementadas pelo Governo Federal. Esse alinhamento permite dimensionar

os recursos a serem transferidos no âmbito do PAR, a distribuição do material didático e a

política de formação continuada para os servidores que atuam na oferta de educação em

prisões.

Os Ministérios da Educação e da Justiça compreenderam o plano de ação previsto

no Decreto nº 7.626/2011 como parte de um esforço maior de organização da oferta de

educação nas prisões e nesse sentido fomentaram a elaboração de Planos Estaduais de

Educação nas prisões. Essa estratégia foi pactuada no III Seminário Nacional de Educação nas

Prisões realizado no primeiro semestre de 2012.

Para subsidiar a elaboração dos planos o Governo Federal apresentou um Guia de

Orientações sugerindo que os planos contivessem informações sobre a gestão e organização

da oferta de educação, a formação continuada dos profissionais, exames de certificação de

exames e estratégias de acompanhamento das ações. Todos os itens que compõe esse guia

estão vinculados aos normativos legais que definem como deve ser oferta de educação.

No sentido de orientar a elaboração dos planos de ação e permitir uma análise

técnica mais qualificada, o guia indicava a importância de apresentar um amplo diagnóstico

com informações sobre a quantidade de estabelecimentos penais com oferta de educação, a

quantidade de salas de aula, espaços de leituras e laboratórios de informática, além do perfil

dos professores e dos agentes penitenciários.

II- DA ANÁLISE DOS DADOS NACIONAIS DE EDUCAÇÃO NAS

PRISÕES.

O) O crescimento da quantidade de presos em atividades educacionais – base de dados Infopen

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__________________________________________________________________________________122

P)

Ao analisar o gráfico acima observa-se que houve um crescimento de 61% de presos

estudando no Brasil entre os anos de 2008 e 2014, enquanto no mesmo período, houve um

crescimento de 45% da população carcerária no país.

B) A evolução das matrículas no Brasil – base de dados Educacenso

Através do dados de alunos matriculados apresentados pelo Educacenso/MEC

constata-se um crescimento de 97% de presos matriculados no período.

C) A evolução de matrículas por regiões – base de dados Educacenso

34

32

1 41

65

9

37

99

8 46

22

3

44

79

8

54

81

0

55

62

3

34

32

1 41

65

9

37

99

8 46

22

3

44

79

8

54

81

0

55

62

3

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Número de presos estudando Linha de Crescimento

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__________________________________________________________________________________123

Destaca-se que a região Centro-Oeste teve o maior crescimento percentual de presos

matriculados com um crescimento de 175% no período. Enquanto a região Norte teve o

menor crescimento de apenas 5%.

D) Presos envolvidos em atividades educacionais, por nível de ensino

Na tabela a seguir, observa-se que dos presos inseridos em atividades educacionais, 87% estão

inseridos na modalidade de Educação de Jovens e Adultos, evidenciando a importância que

esta ação possui para o sistema prisional brasileiro. Por outro lado, constata-se que 0% dos

presos estão cursando ensino superior.

UF

Alf

abet

izaç

ão

Ensi

no

Fu

nd

ame

nta

l

Ensi

no

méd

io

Ensi

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80

0 h

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16

0 h

ora

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e

aula

)

AC 18% 49% 2% 0% 0% 31%

AL 18% 56% 4% 0% 0% 22%

AM 17% 65% 18% 0% 0% 0%

AP 4% 17% 35% 0% 0% 43%

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__________________________________________________________________________________124

Fonte: Dez.2014/Infopen-MJ

E) O crescimento da oferta de educação nas prisões por dependência

administrativa

BA 19% 59% 16% 0% 1% 6%

CE 13% 50% 12% 0% 0% 25%

DF 10% 40% 19% 2% 2% 27%

ES 15% 47% 19% 0% 3% 15%

GO 15% 71% 11% 3% 0% 0%

MA 40% 40% 15% 4% 1% 0%

MG 15% 59% 18% 2% 0% 6%

MS 15% 66% 14% 2% 2% 2%

MT 17% 53% 21% 0% 1% 8%

PA 8% 80% 9% 0% 2% 1%

PB 35% 42% 15% 0% 3% 5%

PE 28% 59% 12% 0% 1% 0%

PI 76% 24% 0% 0% 0% 0%

PR 10% 56% 19% 0% 3% 12%

RJ 17% 75% 7% 0% 0% 1%

RN 46% 36% 13% 0% 0% 5%

RO 25% 44% 17% 1% 8% 5%

RR 5% 70% 22% 2% 1% 1%

RS 17% 45% 37% 0% 0% 1%

SC 15% 51% 19% 1% 6% 10%

SE 42% 27% 24% 7% 0% 0%

SP 15% 37% 26% 0% 0% 21%

TO 16% 57% 16% 0% 5% 7%

Brasil 17% 51% 19% 0% 1% 12%

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__________________________________________________________________________________125

Fonte:MEC-INEP

Ao analisar o gráfico acima, constata-se que a partir do ano de 2010 há uma mudança

significativa em função da dependência administrativa, que se caracteriza pelo Ente

Federativo (Municipal, Estadual, Distrito Federal ou União), ou ainda, pelo setor privado que

ofertam educação nas prisões. Houve crescimento de 75% ofertado pelos Estados, enquanto,

houve decréscimo de 286% ofertado pelos municípios, fato que demonstra a

responsabilização e aceitação dos Estados na oferta educacional no sistema prisional.

F) O crescimento de inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM PPL

Fonte:MEC-INEP

0

50

100

150

200

250

300

350

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

NÚMERO DE MUNICIPIOS COM OFERTAPOR DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA/ANO

Federal Estados Municípios Privadas

13

90

8

23

66

5

30

34

1

35

80

4

42

54

2

13

90

8

23

66

5

30

34

1

35

80

4

42

54

2

2011 2012 2013 2014 2015

Número de alunos inscritos no Enen PPL Evolução no número de inscritos

Page 126: I- DO CONTEXTO DA POLÍTICA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES, …depen.gov.br/DEPEN/dirpp/cgpc/acoes-de-educacao/... · Os Ministérios da Educação e da Justiça compreenderam o plano

__________________________________________________________________________________126

Apesar do fomento da oferta de Educação de Jovens e Adultos, a falta de espaços para

a ampliação de novas turmas, estimula a realização dos exames de certificação, que por outro

lado aponta o crescimento na procura pela elevação da escolaridade.

G) O crescimento de inscritos no Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – ENCCEJA PPL Fonte: MEC-INEP

H) O crescimento de inscritos no Programa Nacional de Acesso ao Ensino

Técnico e Emprego – PRONATEC

Fonte: SETEC-MEC

Observa-se relação direta no crescimento de inscritos no Programa Nacional de Acesso

ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) com a evolução da oferta educacional desde o início

dos Planos Estaduais de Educação nas Prisões no ano de 2012.

50

94

20

85

2

19

14

0

50

94

20

85

2

19

14

0

2013 2014 2015 - 1° Semestre

Número de alunos inscritos no Pronatec PPL Evolução no número de inscritos

1810

9

2294

0

1810

9

2294

0

2012 2013

Número de alunos inscritos no Ecceja PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________127

III- DA ANÁLISE E INSTRUÇÕES GERAIS POR UNIDADE

FEDERATIVA – Espírito Santo

A) A evolução da quantidade de presos em atividades educacionais

Fonte: INFOPEN-MJ

B) A evolução das matrículas na Unidade Federativa

Fonte: EDUCACENSO-MEC-INEP

13

61

97

0 14

28

25

27

36

83

35

25

47

28

13

61

97

0 14

28

25

27

36

83

35

25

47

28

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Número de presos estudando Linha de Crescimento

48

6 75

0

75

2 91

5

28

99

23

13

29

36 3

28

5

48

6 75

0

75

2 91

5

28

99

23

13

29

36 3

28

5

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Número de presos Matriculados Linha de Crescimento

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__________________________________________________________________________________128

C) Presos envolvidos em atividades educacionais, por nível de ensino

Fonte: Dez.2014/INFOPEN-MJ

D) Inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM PPL

Fonte: INEP-MEC

UF

Alf

abet

izaç

ão

Ensi

no

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ame

nta

l

Ensi

no

méd

io

Ensi

no

su

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60

ho

ras

de

aula

)

ES 15% 47% 19% 0% 3% 15%

75

4

13

44

16

06

19

40

23

36

75

4

13

44

16

06

19

40

23

36

2011 2012 2013 2014 2015

Número de alunos inscritos no Enen PPL Evolução no número de inscritos

Page 129: I- DO CONTEXTO DA POLÍTICA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES, …depen.gov.br/DEPEN/dirpp/cgpc/acoes-de-educacao/... · Os Ministérios da Educação e da Justiça compreenderam o plano

__________________________________________________________________________________129

E) Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – ENCCEJA PPL

Fonte: INEP-MEC

F) Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – PRONATEC

Fonte: SETEC-MEC

G) Das análises e instruções específicas do Plano

As análises e instruções específicas para cada Unidade Federativa são alicerçadas no “Guia

com Orientações para Subsidiar as Unidades federativas para a Elaboração do Plano de

55

1

14

05

55

1

14

05

2013 2014

Número de alunos inscritos no Ecceja PPL Evolução no número de inscritos

54

3

3089

667

54

3

3089

667

2013 2014 2015

Número de alunos inscritos no Pronatec PPL Evolução no número de inscritos

Page 130: I- DO CONTEXTO DA POLÍTICA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES, …depen.gov.br/DEPEN/dirpp/cgpc/acoes-de-educacao/... · Os Ministérios da Educação e da Justiça compreenderam o plano

__________________________________________________________________________________130

educação nas Prisões”. Portanto, as observações e orientações de ajustes de cada item do

plano estão demonstradas abaixo:

ATENDE ÀS ORIENTAÇÕES DO PLANO

No. Itens para Análise SIM PARCIAL NÃO

01. APRESENTAÇÃO DO PLANO X

02. CONCEPÇÕES FUNDAMENTAIS E NORTEADORAS DA OFERTA EDUCAÇÃO NO SISTEMA PRISIONAL

X

03. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES NO ESTADO X

04. DIAGNÓSTICO X

05. GESTÃO X

5.1. ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS X

5.2. REGRAS E PROCEDIMENTOS DE ROTINA X

5.3. GESTÃO DE PESSOAS X

5.4. REGISTROS ESCOLARES X

5.5. ARTICULAÇÃO E PARCERIAS X

06. FINANCIAMENTO X

07. ORGANIZAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO FORMAL X

08. ORGANIZAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL E DA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

X

09. FORMAÇÃO/CAPACITAÇÃO DOS PROFISSIONAIS X

10. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E ATENDIMENTO À DIVERSIDADE X

11. CERTIFICAÇÃO X

12. INFRAESTRUTURA FÍSICA X

13. MATERIAL DIDÁTICO E LITERÁRIO X

14. REMIÇÃO DA PENA PELO ESTUDO X

15. ATENDIMENTO ÀS CRIANÇAS X

16. ACOMPANHAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO X

17. PLANO DE AÇÃO X

META I – AMPLIAÇÃO DA MATRÍCULA DA EDUCAÇÃO FORMAL X

META II – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL X

META III – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

X

META IV – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE INSCRITOS NOS EXAMES DE CERTIFICAÇÃO

X

META V – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE BIBLIOTECAS E DE ESPAÇOS DE LEITURA

X

META VI – MELHORIA NA QUALIDADE DA OFERTA DE EDUCAÇÃO

X

ORIENTAÇÃO AO ESTADO:

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__________________________________________________________________________________131

ITEM 17: META I – AMPLIAÇÃO DA MATRÍCULA DA EDUCAÇÃO

FORMAL

Neste item, a meta I – “AMPLIAÇÃO DA MATRÍCULA DA EDUCAÇÃO FORMAL” não foi

informada. Portanto, orienta-se a sua inclusão.

ITEM 17: META II – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO

FORMAL

Neste item, a meta II – “AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL” não foi

informada. Portanto, orienta-se a sua inclusão.

ITEM 17: META III – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE QUALIFICAÇÃO

PROFISSIONAL

Neste item, a meta III – “AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL” não

foi informada. Portanto, orienta-se a sua inclusão.

ITEM 17: META IV – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE INSCRITOS NOS

EXAMES DE CERTIFICAÇÃO

Neste item, a meta IV – “AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE INSCRITOS NOS EXAMES DE

CERTIFICAÇÃO” não foi informada. Portanto, orienta-se a sua inclusão.

ITEM 17: META V – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE BIBLIOTECAS E

DE ESPAÇOS DE LEITURA

Neste item, a meta V – “AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE BIBLIOTECAS E DE ESPAÇOS DE

LEITURA” não foi informada. Portanto, orienta-se a sua inclusão.

ITEM 17: META VI – MELHORIA NA QUALIDADE DA OFERTA DE

EDUCAÇÃO

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__________________________________________________________________________________132

Neste item, a meta V – “MELHORIA NA QUALIDADE DA OFERTA DE EDUCAÇÃO” não foi

informada. Portanto, orienta-se a sua inclusão.

IV- INSTRUÇÕES E RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA MELHORIAS NA EXECUÇÃO, ACOMPANHEMENTO E AVALIAÇÃO DOS PLANOS

O Plano Estadual de Educação nas Prisões objetiva executar ações em conjunto, para

tanto, dentre as diversas diretrizes do plano, destaca-se a importância da interlocução entre

os atores regionais. A promoção de maior diálogo entre as Secretarias de Estado de Educação

e de Administração Prisional permite a realização de ações articuladas, que por sua vez são

essenciais para a evolução e aprimoramento desta política.

Conforme destacado no Art. 4o,, do Decreto 7.626, de 2011, que institui o PEESP,

este tem como objetivo:

I - executar ações conjuntas e troca de informações entre órgãos

federais, estaduais e do Distrito Federal com atribuições nas áreas de

educação e de execução penal;

Neste sentido, sugere-se a criação de Comitê Estadual que acompanhará e avaliará as

ações previstas no Plano Estadual de Educação nas Prisões. Sugere-se que, além das

Secretarias de Estado de Educação e de Administração Prisional, sejam convidados a participar

deste comitê representantes dos:

Ministério Público;

Defensoria Pública;

Vara de Execução Penal;

Conselho Estadual da Educação;

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__________________________________________________________________________________133

Conselho Estadual Penitenciário;

Conselho da Comunidade.

O comitê gestor de acompanhamento, monitoração e avaliação organizará propostas

de visitas semestrais aos Estabelecimentos Penais. Visando sistematizar o planejamento,

sugere-se, que após a realização das visitas nos espaços educacionais inseridos no âmbito das

prisões, o comitê gestor irá elaborar relatório técnico constando o detalhamento de todas as

etapas executadas, resultados e recomendações que se fizerem necessárias e os encaminhará

às respectivas Secretarias de Educação e Administração Prisional, de modo que o fluxo de

informações provenientes deste relatório venha apontar os resultados alcançados e/ou ainda

subsidiar o redimensionamento das atividades ao longo do curso.

No decorrer de cada semestre e de acordo com as problemáticas evidenciadas pelo

Comitê gestor, este poderá propor aos Secretários de Estado de Educação e de Administração

Prisional ações afim de garantir a execução e metas estabelecidas nos Plano Estaduais

abrangendo estratégias de formação educacional da população carcerária e dos profissionais

envolvidos em sua implementação

V - INTRUÇÕES DO PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO NAS PRISÕES - 2017

O Plano é um instrumento de planejamento das Unidades Federativas que auxilia e

subsidia o organização das ações de reintegração social do Governo Federal. Por sua vez, o

monitoramento e avaliação das ações de educação serão realizados a partir da análise das

informações apresentadas ao INFOPEN e disponíveis no Censo Escolar do INEP.

A seguir, instruções importantes sobre os Planos Estaduais de Educação nas Prisões a partir

de 2017:

o Será quadrienal;

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__________________________________________________________________________________134

o Novas informações, por escola, serão incluídas, como o detalhamento se são

exclusivas ou vinculas, sobre os Projetos Políticos Pedagógicos, os Regimentos

Internos, entre outros; e

o Em breve, um novo guia a fim de orientar as Unidades Federativas sobre a

elaboração dos Planos Estaduais de Educação nas Prisões será apresentado.

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__________________________________________________________________________________135

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL

DIRETORIA DE POLÍTICAS PENITENCIÁRIAS

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA, ALFABETIZAÇÃO,

DIVERSIDADE E INCLUSÃO DIRETORIA DE POLÍTICAS DE ALFABETIZAÇÃO E EDUCAÇÃO DE

JOVENS E ADULTOS

NOTA TÉCNICA CONJUNTA MEC/MJ ASSUNTO: PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO NAS PRISÕES 2015-2016

I- DO CONTEXTO DA POLÍTICA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES,

MARCOS LEGAIS E EVOLUÇÃO HISTÓRICA.

A educação é um direito humano universal e confirmado pela Constituição da

República Brasileira. Apesar disso, grandes são as barreiras que impedem o efetivo acesso à

este direito, sobretudo, quando se trata de uma parcela invisível da sociedade que são as

pessoas privadas de liberdade.

Há centenas de anos possui-se o registro sobre o aprisionamento no Brasil, porém a

educação está inserida neste contexto há pouquíssimo tempo. Conforme preceitua a

Constituição Brasileira no Art. 205,

A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

A seguir destaca-se, de forma cronológica, algumas das fundamentações e marcos

importantes sobre a educação nas prisões brasileiras:

o 1984: Lei de Execução Penal – Lei 7.210

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__________________________________________________________________________________136

Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando

prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade.

Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso.

Art. 11. A assistência será:

I - material;

II - à saúde;

III - jurídica;

IV - educacional;

V - social;

Art. 17 à 21. Tratam da assistência educacional no sistema prisional, inclui a

instrução escolar e a formação profissional.

Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua natureza, deverá contar em

suas dependências com áreas e serviços destinados a dar assistência, educação, trabalho,

recreação e prática esportiva.

§ 4o Serão instaladas salas de aulas destinadas a cursos do ensino básico e

profissionalizante.(Incluído pela Lei nº 12.245, de 2010)

Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto

poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena. (Redação

dada pela Lei nº 12.433, de 2011)

o 1996: Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Lei 9.394

Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de

liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno

desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua

qualificação para o trabalho.

Art. 5º O acesso ao ensino fundamental é direito público subjetivo, podendo

qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical,

entidade de classe ou outra legalmente constituída, e, ainda, o Ministério Público, acionar

o Poder Público para exigi-lo.

o 2005: A publicação “Educando para a Liberdade”: trajetória, debates e proposições de um projeto para a educação nas prisões brasileiras

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__________________________________________________________________________________137

A cooperação para a oferta de educação nas prisões ganhou novos contornos a partir

de 2005 com a criação do “Projeto Educando para a Liberdade”, que contou com a parceria

da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e da

Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) permitindo pôr na agenda das políticas

públicas um tema periférico e invisível para parte considerável da população brasileira.

Essa iniciativa promoveu a abertura de espaços para o diálogo e a construção coletiva

de referenciais para o setor. Entre 2005 e 2007 foram realizados encontros estaduais,

regionais e nacionais que contaram com a participação de representantes, de gestores, de

professores, de agentes penitenciários, de técnicos, de operadores da execução penal e dos

presos.

Desses encontros saíram as propostas que subsidiaram a elaboração das resoluções do

Conselho Nacional de Educação e do Conselho Nacional de Políticas Criminal e Penitenciária.

o Diretrizes e recomendações dos Conselhos Nacionais de Educação (CNE) e

Política Criminal e Penitenciária (CNPCP)

Vale destacar as diversas diretrizes e recomendações emanadas pelos Conselhos

Nacionais de Educação (CNE) e Política Criminal e Penitenciária (CNPCP). Observa-se que

ações coordenadas pelos Ministérios da Justiça e da Educação em parceria com os estados e

com a sociedade civil organizada vêm demandando bastante aos conselhos. Dentre as diversas

recomendações e diretrizes, pontua-se, a Resolução nº 3, de 11 de maço de 2009, na qual o

CNPCP aprovou as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação nos estabelecimentos

penais no âmbito da política de execução penal. A Resolução nº 2, de 19 de maio de 2010, na

qual o CNE aprovou as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação para jovens e adultos

em situação de privação de liberdade no âmbito das políticas de educação. E a Resolução nº

4, de 30 de maio de 2016, na qual o CNE aprovou as Diretrizes Operacionais Nacionais para a

remição de pena pelo estudo de pessoas em privação de liberdade nos estabelecimentos

penais do sistema prisional brasileiro.

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__________________________________________________________________________________138

o 2011: Plano Estratégico de Educação no Âmbito do Sistema Prisional -Decreto

nº 7.626

Institui o Plano Estratégico de Educação no Âmbito do Sistema Prisional (PEESP) que

tem como finalidade ampliar e qualificar a oferta de educação nos estabelecimentos penais,

contemplando a educação básica na modalidade de educação de jovens e adultos, a educação

profissional e tecnológica, e a educação superior.

Dentre as diversas diretrizes do PEESP, destaca-se a integração dos órgãos

responsáveis pelo ensino público com os órgãos responsáveis pela execução penal, tanto a

nível estadual quanto federal.

. Segundo o Decreto, compete ao MEC o apoio financeiro para equipar e aparelhar os

espaços, distribuir material didático, compor os acervos das bibliotecas, fomentar programas

de alfabetização e de educação de jovens e adultos e de capacitação dos profissionais; ao MJ,

o apoio financeiro para construção, ampliação e reforma dos espaços destinados à educação

nos estabelecimentos penais.

Para acessar os recursos do orçamento federal os Estados e o Distrito Federal

deveriam apresentar plano de ação contendo:

a) diagnóstico das demandas de educação no âmbito dos estabelecimentos

penais;

b) estratégias e metas para sua implementação; e

c) as atribuições e responsabilidades de cada órgão, especialmente quanto à

adequação dos espaços destinados às atividades educacionais nos estabelecimentos

penais, à formação e à contratação de professores e de outros profissionais da

educação, à produção de material didático e à integração da educação de jovens e

adultos à educação profissional e tecnológica.

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__________________________________________________________________________________139

O PEESP promove um alinhamento estratégico entre o planejamento dos estados

e as políticas implementadas pelo Governo Federal. Esse alinhamento permite dimensionar

os recursos a serem transferidos no âmbito do PAR, a distribuição do material didático e a

política de formação continuada para os servidores que atuam na oferta de educação em

prisões.

Os Ministérios da Educação e da Justiça compreenderam o plano de ação previsto

no Decreto nº 7.626/2011 como parte de um esforço maior de organização da oferta de

educação nas prisões e nesse sentido fomentaram a elaboração de Planos Estaduais de

Educação nas prisões. Essa estratégia foi pactuada no III Seminário Nacional de Educação nas

Prisões realizado no primeiro semestre de 2012.

Para subsidiar a elaboração dos planos o Governo Federal apresentou um Guia de

Orientações sugerindo que os planos contivessem informações sobre a gestão e organização

da oferta de educação, a formação continuada dos profissionais, exames de certificação de

exames e estratégias de acompanhamento das ações. Todos os itens que compõe esse guia

estão vinculados aos normativos legais que definem como deve ser oferta de educação.

No sentido de orientar a elaboração dos planos de ação e permitir uma análise

técnica mais qualificada, o guia indicava a importância de apresentar um amplo diagnóstico

com informações sobre a quantidade de estabelecimentos penais com oferta de educação, a

quantidade de salas de aula, espaços de leituras e laboratórios de informática, além do perfil

dos professores e dos agentes penitenciários.

II- DA ANÁLISE DOS DADOS NACIONAIS DE EDUCAÇÃO NAS

PRISÕES.

Q) O crescimento da quantidade de presos em atividades educacionais – base de dados Infopen

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__________________________________________________________________________________140

R)

Ao analisar o gráfico acima observa-se que houve um crescimento de 61% de presos

estudando no Brasil entre os anos de 2008 e 2014, enquanto no mesmo período, houve um

crescimento de 45% da população carcerária no país.

B) A evolução das matrículas no Brasil – base de dados Educacenso

Através do dados de alunos matriculados apresentados pelo Educacenso/MEC

constata-se um crescimento de 97% de presos matriculados no período.

C) A evolução de matrículas por regiões – base de dados Educacenso

34

32

1 41

65

9

37

99

8 46

22

3

44

79

8

54

81

0

55

62

3

34

32

1 41

65

9

37

99

8 46

22

3

44

79

8

54

81

0

55

62

3

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Número de presos estudando Linha de Crescimento

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__________________________________________________________________________________141

Destaca-se que a região Centro-Oeste teve o maior crescimento percentual de presos

matriculados com um crescimento de 175% no período. Enquanto a região Norte teve o

menor crescimento de apenas 5%.

D) Presos envolvidos em atividades educacionais, por nível de ensino

Na tabela a seguir, observa-se que dos presos inseridos em atividades educacionais, 87% estão

inseridos na modalidade de Educação de Jovens e Adultos, evidenciando a importância que

esta ação possui para o sistema prisional brasileiro. Por outro lado, constata-se que 0% dos

presos estão cursando ensino superior.

UF

Alf

abet

izaç

ão

Ensi

no

Fu

nd

ame

nta

l

Ensi

no

méd

io

Ensi

no

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80

0 h

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16

0 h

ora

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e

aula

)

AC 18% 49% 2% 0% 0% 31%

AL 18% 56% 4% 0% 0% 22%

AM 17% 65% 18% 0% 0% 0%

AP 4% 17% 35% 0% 0% 43%

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__________________________________________________________________________________142

Fonte: Dez.2014/Infopen-MJ

E) O crescimento da oferta de educação nas prisões por dependência

administrativa

BA 19% 59% 16% 0% 1% 6%

CE 13% 50% 12% 0% 0% 25%

DF 10% 40% 19% 2% 2% 27%

ES 15% 47% 19% 0% 3% 15%

GO 15% 71% 11% 3% 0% 0%

MA 40% 40% 15% 4% 1% 0%

MG 15% 59% 18% 2% 0% 6%

MS 15% 66% 14% 2% 2% 2%

MT 17% 53% 21% 0% 1% 8%

PA 8% 80% 9% 0% 2% 1%

PB 35% 42% 15% 0% 3% 5%

PE 28% 59% 12% 0% 1% 0%

PI 76% 24% 0% 0% 0% 0%

PR 10% 56% 19% 0% 3% 12%

RJ 17% 75% 7% 0% 0% 1%

RN 46% 36% 13% 0% 0% 5%

RO 25% 44% 17% 1% 8% 5%

RR 5% 70% 22% 2% 1% 1%

RS 17% 45% 37% 0% 0% 1%

SC 15% 51% 19% 1% 6% 10%

SE 42% 27% 24% 7% 0% 0%

SP 15% 37% 26% 0% 0% 21%

TO 16% 57% 16% 0% 5% 7%

Brasil 17% 51% 19% 0% 1% 12%

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__________________________________________________________________________________143

Fonte:MEC-INEP

Ao analisar o gráfico acima, constata-se que a partir do ano de 2010 há uma mudança

significativa em função da dependência administrativa, que se caracteriza pelo Ente

Federativo (Municipal, Estadual, Distrito Federal ou União), ou ainda, pelo setor privado que

ofertam educação nas prisões. Houve crescimento de 75% ofertado pelos Estados, enquanto,

houve decréscimo de 286% ofertado pelos municípios, fato que demonstra a

responsabilização e aceitação dos Estados na oferta educacional no sistema prisional.

F) O crescimento de inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM PPL

Fonte:MEC-INEP

0

50

100

150

200

250

300

350

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

NÚMERO DE MUNICIPIOS COM OFERTAPOR DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA/ANO

Federal Estados Municípios Privadas

13

90

8

23

66

5

30

34

1

35

80

4

42

54

2

13

90

8

23

66

5

30

34

1

35

80

4

42

54

2

2011 2012 2013 2014 2015

Número de alunos inscritos no Enen PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________144

Apesar do fomento da oferta de Educação de Jovens e Adultos, a falta de espaços para

a ampliação de novas turmas, estimula a realização dos exames de certificação, que por outro

lado aponta o crescimento na procura pela elevação da escolaridade.

G) O crescimento de inscritos no Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – ENCCEJA PPL Fonte: MEC-INEP

H) O crescimento de inscritos no Programa Nacional de Acesso ao Ensino

Técnico e Emprego – PRONATEC

Fonte: SETEC-MEC

Observa-se relação direta no crescimento de inscritos no Programa Nacional de Acesso

ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) com a evolução da oferta educacional desde o início

dos Planos Estaduais de Educação nas Prisões no ano de 2012.

50

94

20

85

2

19

14

0

50

94

20

85

2

19

14

0

2013 2014 2015 - 1° Semestre

Número de alunos inscritos no Pronatec PPL Evolução no número de inscritos

1810

9

2294

0

1810

9

2294

0

2012 2013

Número de alunos inscritos no Ecceja PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________145

III- DA ANÁLISE E INSTRUÇÕES GERAIS POR UNIDADE

FEDERATIVA – Goiás

A) A evolução da quantidade de presos em atividades educacionais

Fonte: INFOPEN-MJ

B) A evolução das matrículas na Unidade Federativa

Fonte: INFOPEN-MJ

29

6

49

0

52

4

68

5 80

4

11

28

63

1

29

6

49

0

52

4

68

5 80

4

11

28

63

1

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Número de presos estudando Linha de Crescimento

30

5

44

5

65

5

62

6

82

8

54

2 61

7

93

5

30

5

44

5

65

5

62

6

82

8

54

2 61

7

93

5

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Número de presos Matriculados Linha de Crescimento

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__________________________________________________________________________________146

C) Presos envolvidos em atividades educacionais, por nível de ensino

Fonte: Dez.2014/INFOPEN-MJ

D) Inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM PPL

Fonte: INEP-MEC

UF

Alf

abet

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ão

Ensi

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Fu

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)

GO 15% 71% 11% 3% 0% 0%

3

44

518

221

343

3

44

518

221

343

2011 2012 2013 2014 2015

Número de alunos inscritos no Enen PPL Evolução no número de inscritos

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E) Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – ENCCEJA PPL

Fonte: INEP-MEC

F) Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – PRONATEC

Fonte: SETEC-MEC

G) Das análises e instruções específicas do Plano

As análises e instruções específicas para cada Unidade Federativa são alicerçadas no “Guia

com Orientações para Subsidiar as Unidades federativas para a Elaboração do Plano de

272

249

272

249

2013 2014

Número de alunos inscritos no Ecceja PPL Evolução no número de inscritos

25

142

42

5

25

142

42

5

2013 2014 2015

Número de alunos inscritos no Pronatec PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________148

educação nas Prisões”. Portanto, as observações e orientações de ajustes de cada item do

plano estão demonstradas abaixo:

ATENDE ÀS ORIENTAÇÕES DO PLANO

No. Itens para Análise SIM PARCIAL NÃO

01. APRESENTAÇÃO DO PLANO X

02. CONCEPÇÕES FUNDAMENTAIS E NORTEADORAS DA OFERTA EDUCAÇÃO NO SISTEMA PRISIONAL

X

03. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES NO ESTADO X

04. DIAGNÓSTICO X

05. GESTÃO X

5.1. ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS X

5.2. REGRAS E PROCEDIMENTOS DE ROTINA X

5.3. GESTÃO DE PESSOAS X

5.4. REGISTROS ESCOLARES X

5.5. ARTICULAÇÃO E PARCERIAS X

06. FINANCIAMENTO X

07. ORGANIZAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO FORMAL X

08. ORGANIZAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL E DA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

X

09. FORMAÇÃO/CAPACITAÇÃO DOS PROFISSIONAIS X

10. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E ATENDIMENTO À DIVERSIDADE X

11. CERTIFICAÇÃO X

12. INFRAESTRUTURA FÍSICA X

13. MATERIAL DIDÁTICO E LITERÁRIO X

14. REMIÇÃO DA PENA PELO ESTUDO X

15. ATENDIMENTO ÀS CRIANÇAS X

16. ACOMPANHAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO X

17. PLANO DE AÇÃO X

META I – AMPLIAÇÃO DA MATRÍCULA DA EDUCAÇÃO FORMAL X

META II – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL X

META III – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

X

META IV – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE INSCRITOS NOS EXAMES DE CERTIFICAÇÃO

X

META V – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE BIBLIOTECAS E DE ESPAÇOS DE LEITURA

X

META VI – MELHORIA NA QUALIDADE DA OFERTA DE EDUCAÇÃO

X

ORIENTAÇÃO AO ESTADO:

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__________________________________________________________________________________149

Todos os itens atendem as orientações emanadas pelo Ministério da Educação e

Departamento Penitenciário Nacional, através do “Guia com Orientações para

Subsidiar as Unidades federativas para a Elaboração do Plano de educação nas

Prisões”. Orienta-se apenas, detalhar as bibliotecas disponíveis nos Estabelecimentos

Penais e verificar a inconsistências na relação demanda educacional e oferta nos

Estabelecimentos Penais.

IV- INSTRUÇÕES E RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA MELHORIAS NA EXECUÇÃO, ACOMPANHEMENTO E AVALIAÇÃO DOS PLANOS

O Plano Estadual de Educação nas Prisões objetiva executar ações em conjunto, para

tanto, dentre as diversas diretrizes do plano, destaca-se a importância da interlocução entre

os atores regionais. A promoção de maior diálogo entre as Secretarias de Estado de Educação

e de Administração Prisional permite a realização de ações articuladas, que por sua vez são

essenciais para a evolução e aprimoramento desta política.

Conforme destacado no Art. 4o,, do Decreto 7.626, de 2011, que institui o PEESP,

este tem como objetivo:

I - executar ações conjuntas e troca de informações entre órgãos

federais, estaduais e do Distrito Federal com atribuições nas áreas de

educação e de execução penal;

Neste sentido, sugere-se a criação de Comitê Estadual que acompanhará e avaliará as

ações previstas no Plano Estadual de Educação nas Prisões. Sugere-se que, além das

Secretarias de Estado de Educação e de Administração Prisional, sejam convidados a participar

deste comitê representantes dos:

Ministério Público;

Defensoria Pública;

Vara de Execução Penal;

Conselho Estadual da Educação;

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__________________________________________________________________________________150

Conselho Estadual Penitenciário;

Conselho da Comunidade.

O comitê gestor de acompanhamento, monitoração e avaliação organizará propostas

de visitas semestrais aos Estabelecimentos Penais. Visando sistematizar o planejamento,

sugere-se que, após a realização das visitas nos espaços educacionais inseridos no âmbito das

prisões, o comitê gestor irá elaborar relatório técnico constando o detalhamento de todas as

etapas executadas, resultados e recomendações que se fizerem necessárias e os encaminhará

às respectivas Secretarias de Educação e Administração Prisional, de modo que o fluxo de

informações provenientes deste relatório venha apontar os resultados alcançados e/ou ainda

subsidiar o redimensionamento das atividades ao longo do curso.

No decorrer de cada semestre e de acordo com as problemáticas evidenciadas pelo

Comitê gestor, este poderá propor aos Secretários de Estado de Educação e de Administração

Prisional ações afim de garantir a execução e metas estabelecidas nos Plano Estaduais

abrangendo estratégias de formação educacional da população carcerária e dos profissionais

envolvidos em sua implementação

V - INTRUÇÕES DO PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO NAS PRISÕES - 2017

O Plano é um instrumento de planejamento das Unidades Federativas que auxilia e

subsidia o organização das ações de reintegração social do Governo Federal. Por sua vez, o

monitoramento e avaliação das ações de educação serão realizados a partir da análise das

informações apresentadas ao INFOPEN e disponíveis no Censo Escolar do INEP.

A seguir, instruções importantes sobre os Planos Estaduais de Educação nas Prisões a partir

de 2017:

o Será quadrienal;

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__________________________________________________________________________________151

o Novas informações, por escola, serão incluídas, como o detalhamento se são

exclusivas ou vinculas, sobre os Projetos Políticos Pedagógicos, os Regimentos

Internos, entre outros; e

o Em breve, um novo guia a fim de orientar as Unidades Federativas sobre a

elaboração dos Planos Estaduais de Educação nas Prisões será apresentado.

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__________________________________________________________________________________152

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL

DIRETORIA DE POLÍTICAS PENITENCIÁRIAS

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA, ALFABETIZAÇÃO,

DIVERSIDADE E INCLUSÃO DIRETORIA DE POLÍTICAS DE ALFABETIZAÇÃO E EDUCAÇÃO DE

JOVENS E ADULTOS

NOTA TÉCNICA CONJUNTA MEC/MJ ASSUNTO: PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO NAS PRISÕES 2015-2016

I- DO CONTEXTO DA POLÍTICA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES,

MARCOS LEGAIS E EVOLUÇÃO HISTÓRICA.

A educação é um direito humano universal e confirmado pela Constituição da

República Brasileira. Apesar disso, grandes são as barreiras que impedem o efetivo acesso à

este direito, sobretudo, quando se trata de uma parcela invisível da sociedade que são as

pessoas privadas de liberdade.

Há centenas de anos possui-se o registro sobre o aprisionamento no Brasil, porém a

educação está inserida neste contexto há pouquíssimo tempo. Conforme preceitua a

Constituição Brasileira no Art. 205,

A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

A seguir destaca-se, de forma cronológica, algumas das fundamentações e marcos

importantes sobre a educação nas prisões brasileiras:

o 1984: Lei de Execução Penal – Lei 7.210

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__________________________________________________________________________________153

Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando

prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade.

Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso.

Art. 11. A assistência será:

I - material;

II - à saúde;

III - jurídica;

IV - educacional;

V - social;

Art. 17 à 21. Tratam da assistência educacional no sistema prisional, inclui a

instrução escolar e a formação profissional.

Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua natureza, deverá contar em

suas dependências com áreas e serviços destinados a dar assistência, educação, trabalho,

recreação e prática esportiva.

§ 4o Serão instaladas salas de aulas destinadas a cursos do ensino básico e

profissionalizante.(Incluído pela Lei nº 12.245, de 2010)

Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto

poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena. (Redação

dada pela Lei nº 12.433, de 2011)

o 1996: Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Lei 9.394

Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de

liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno

desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua

qualificação para o trabalho.

Art. 5º O acesso ao ensino fundamental é direito público subjetivo, podendo

qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical,

entidade de classe ou outra legalmente constituída, e, ainda, o Ministério Público, acionar

o Poder Público para exigi-lo.

o 2005: A publicação “Educando para a Liberdade”: trajetória, debates e proposições de um projeto para a educação nas prisões brasileiras

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__________________________________________________________________________________154

A cooperação para a oferta de educação nas prisões ganhou novos contornos a partir

de 2005 com a criação do “Projeto Educando para a Liberdade”, que contou com a parceria

da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e da

Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) permitindo pôr na agenda das políticas

públicas um tema periférico e invisível para parte considerável da população brasileira.

Essa iniciativa promoveu a abertura de espaços para o diálogo e a construção coletiva

de referenciais para o setor. Entre 2005 e 2007 foram realizados encontros estaduais,

regionais e nacionais que contaram com a participação de representantes, de gestores, de

professores, de agentes penitenciários, de técnicos, de operadores da execução penal e dos

presos.

Desses encontros saíram as propostas que subsidiaram a elaboração das resoluções do

Conselho Nacional de Educação e do Conselho Nacional de Políticas Criminal e Penitenciária.

o Diretrizes e recomendações dos Conselhos Nacionais de Educação (CNE) e

Política Criminal e Penitenciária (CNPCP)

Vale destacar as diversas diretrizes e recomendações emanadas pelos Conselhos

Nacionais de Educação (CNE) e Política Criminal e Penitenciária (CNPCP). Observa-se que

ações coordenadas pelos Ministérios da Justiça e da Educação em parceria com os estados e

com a sociedade civil organizada vêm demandando bastante aos conselhos. Dentre as diversas

recomendações e diretrizes, pontua-se, a Resolução nº 3, de 11 de março de 2009, na qual o

CNPCP aprovou as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação nos estabelecimentos

penais no âmbito da política de execução penal. A Resolução nº 2, de 19 de maio de 2010, na

qual o CNE aprovou as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação para jovens e adultos

em situação de privação de liberdade no âmbito das políticas de educação. E a Resolução nº

4, de 30 de maio de 2016, na qual o CNE aprovou as Diretrizes Operacionais Nacionais para a

remição de pena pelo estudo de pessoas em privação de liberdade nos estabelecimentos

penais do sistema prisional brasileiro.

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__________________________________________________________________________________155

o 2011: Plano Estratégico de Educação no Âmbito do Sistema Prisional -Decreto

nº 7.626

Institui o Plano Estratégico de Educação no Âmbito do Sistema Prisional (PEESP) que

tem como finalidade ampliar e qualificar a oferta de educação nos estabelecimentos penais,

contemplando a educação básica na modalidade de educação de jovens e adultos, a educação

profissional e tecnológica, e a educação superior.

Dentre as diversas diretrizes do PEESP, destaca-se a integração dos órgãos

responsáveis pelo ensino público com os órgãos responsáveis pela execução penal, tanto a

nível estadual quanto federal.

. Segundo o Decreto, compete ao MEC o apoio financeiro para equipar e aparelhar os

espaços, distribuir material didático, compor os acervos das bibliotecas, fomentar programas

de alfabetização e de educação de jovens e adultos e de capacitação dos profissionais; ao MJ,

o apoio financeiro para construção, ampliação e reforma dos espaços destinados à educação

nos estabelecimentos penais.

Para acessar os recursos do orçamento federal os Estados e o Distrito Federal

deveriam apresentar plano de ação contendo:

a) diagnóstico das demandas de educação no âmbito dos estabelecimentos

penais;

b) estratégias e metas para sua implementação; e

c) as atribuições e responsabilidades de cada órgão, especialmente quanto à

adequação dos espaços destinados às atividades educacionais nos estabelecimentos

penais, à formação e à contratação de professores e de outros profissionais da

educação, à produção de material didático e à integração da educação de jovens e

adultos à educação profissional e tecnológica.

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__________________________________________________________________________________156

O PEESP promove um alinhamento estratégico entre o planejamento dos estados

e as políticas implementadas pelo Governo Federal. Esse alinhamento permite dimensionar

os recursos a serem transferidos no âmbito do PAR, a distribuição do material didático e a

política de formação continuada para os servidores que atuam na oferta de educação em

prisões.

Os Ministérios da Educação e da Justiça compreenderam o plano de ação previsto

no Decreto nº 7.626/2011 como parte de um esforço maior de organização da oferta de

educação nas prisões e nesse sentido fomentaram a elaboração de Planos Estaduais de

Educação nas prisões. Essa estratégia foi pactuada no III Seminário Nacional de Educação nas

Prisões realizado no primeiro semestre de 2012.

Para subsidiar a elaboração dos planos o Governo Federal apresentou um Guia de

Orientações sugerindo que os planos contivessem informações sobre a gestão e organização

da oferta de educação, a formação continuada dos profissionais, exames de certificação de

exames e estratégias de acompanhamento das ações. Todos os itens que compõe esse guia

estão vinculados aos normativos legais que definem como deve ser oferta de educação.

No sentido de orientar a elaboração dos planos de ação e permitir uma análise

técnica mais qualificada, o guia indicava a importância de apresentar um amplo diagnóstico

com informações sobre a quantidade de estabelecimentos penais com oferta de educação, a

quantidade de salas de aula, espaços de leituras e laboratórios de informática, além do perfil

dos professores e dos agentes penitenciários.

II- DA ANÁLISE DOS DADOS NACIONAIS DE EDUCAÇÃO NAS

PRISÕES.

S) O crescimento da quantidade de presos em atividades educacionais – base de dados Infopen

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__________________________________________________________________________________157

T)

Ao analisar o gráfico acima observa-se que houve um crescimento de 61% de presos

estudando no Brasil entre os anos de 2008 e 2014, enquanto no mesmo período, houve um

crescimento de 45% da população carcerária no país.

B) A evolução das matrículas no Brasil – base de dados Educacenso

Através do dados de alunos matriculados apresentados pelo Educacenso/MEC

constata-se um crescimento de 97% de presos matriculados no período.

C) A evolução de matrículas por regiões – base de dados Educacenso

34

32

1 41

65

9

37

99

8 46

22

3

44

79

8

54

81

0

55

62

3

34

32

1 41

65

9

37

99

8 46

22

3

44

79

8

54

81

0

55

62

3

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Número de presos estudando Linha de Crescimento

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__________________________________________________________________________________158

Destaca-se que a região Centro-Oeste teve o maior crescimento percentual de presos

matriculados com um crescimento de 175% no período. Enquanto a região Norte teve o

menor crescimento de apenas 5%.

D) Presos envolvidos em atividades educacionais, por nível de ensino

Na tabela a seguir, observa-se que dos presos inseridos em atividades educacionais, 87% estão

inseridos na modalidade de Educação de Jovens e Adultos, evidenciando a importância que

esta ação possui para o sistema prisional brasileiro. Por outro lado, constata-se que 0% dos

presos estão cursando ensino superior.

UF

Alf

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izaç

ão

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80

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16

0 h

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aula

)

AC 18% 49% 2% 0% 0% 31%

AL 18% 56% 4% 0% 0% 22%

AM 17% 65% 18% 0% 0% 0%

AP 4% 17% 35% 0% 0% 43%

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__________________________________________________________________________________159

Fonte: Dez.2014/Infopen-MJ

E) O crescimento da oferta de educação nas prisões por dependência

administrativa

BA 19% 59% 16% 0% 1% 6%

CE 13% 50% 12% 0% 0% 25%

DF 10% 40% 19% 2% 2% 27%

ES 15% 47% 19% 0% 3% 15%

GO 15% 71% 11% 3% 0% 0%

MA 40% 40% 15% 4% 1% 0%

MG 15% 59% 18% 2% 0% 6%

MS 15% 66% 14% 2% 2% 2%

MT 17% 53% 21% 0% 1% 8%

PA 8% 80% 9% 0% 2% 1%

PB 35% 42% 15% 0% 3% 5%

PE 28% 59% 12% 0% 1% 0%

PI 76% 24% 0% 0% 0% 0%

PR 10% 56% 19% 0% 3% 12%

RJ 17% 75% 7% 0% 0% 1%

RN 46% 36% 13% 0% 0% 5%

RO 25% 44% 17% 1% 8% 5%

RR 5% 70% 22% 2% 1% 1%

RS 17% 45% 37% 0% 0% 1%

SC 15% 51% 19% 1% 6% 10%

SE 42% 27% 24% 7% 0% 0%

SP 15% 37% 26% 0% 0% 21%

TO 16% 57% 16% 0% 5% 7%

Brasil 17% 51% 19% 0% 1% 12%

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__________________________________________________________________________________160

Fonte:MEC-INEP

Ao analisar o gráfico acima, constata-se que a partir do ano de 2010 há uma mudança

significativa em função da dependência administrativa, que se caracteriza por pelo Federativo

(Municipal, Estadual, Distrito Federal ou União), ou ainda, pelo setor privado ofertam

educação nas prisões. Houve crescimento de 75% ofertado pelos Estados, enquanto, houve

decréscimo de 286% ofertado pelos municípios, fato que demonstra a responsabilização e

aceitação dos Estados na oferta educacional no sistema prisional.

F) O crescimento de inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM PPL

Fonte:MEC-INEP

0

50

100

150

200

250

300

350

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

NÚMERO DE MUNICIPIOS COM OFERTAPOR DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA/ANO

Federal Estados Municípios Privadas

13

90

8

23

66

5

30

34

1

35

80

4

42

54

2

13

90

8

23

66

5

30

34

1

35

80

4

42

54

2

2011 2012 2013 2014 2015

Número de alunos inscritos no Enen PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________161

Apesar do fomento da oferta de Educação de Jovens e Adultos, a falta de espaços para

a ampliação de novas turmas, estimula a realização dos exames de certificação, que por outro

lado aponta o crescimento na procura pela elevação da escolaridade.

G) O crescimento de inscritos no Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – ENCCEJA PPL Fonte: MEC-INEP

H) O crescimento de inscritos no Programa Nacional de Acesso ao Ensino

Técnico e Emprego – PRONATEC

Fonte: SETEC-MEC

Observa-se relação direta no crescimento de inscritos no Programa Nacional de Acesso

ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) com a evolução da oferta educacional desde o início

dos Planos Estaduais de Educação nas Prisões no ano de 2012.

50

94

20

85

2

19

14

0

50

94

20

85

2

19

14

0

2013 2014 2015 - 1° Semestre

Número de alunos inscritos no Pronatec PPL Evolução no número de inscritos

1810

9

2294

0

1810

9

2294

0

2012 2013

Número de alunos inscritos no Ecceja PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________162

III- DA ANÁLISE E INSTRUÇÕES GERAIS POR UNIDADE

FEDERATIVA – Maranhão

A) O evolução da quantidade de presos estudando – base de dados Infopen

Fonte: INFOPEN-MJ

B) A evolução das matrículas na Unidade Federativa – base de dados Educacenso

Fonte: EDUCACENSO-MEC-INEP

29

61 7

3

20

0 21

5

12

8

28

8

29

61 7

3

20

0 21

5

12

8

28

8

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Número de presos estudando Linha de Crescimento

37

7

93

4

17

45

10

45

95

5

26

6 34

6

38

1

37

7

93

4

17

45

10

45

95

5

26

6 34

6

38

1

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Número de presos Matriculados Linha de Crescimento

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__________________________________________________________________________________163

C) Presos envolvidos em atividades educacionais, por nível de ensino

Fonte: Dez.2014/INFOPEN-MJ

D) Inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM PPL

Fonte: INEP-MEC

UF

Alf

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20

1

2011 2012 2013 2014 2015

Número de alunos inscritos no Enen PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________164

E) Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – ENCCEJA PPL

Fonte: INEP-MEC

F) Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – PRONATEC

Fonte: SETEC-MEC

G) Das análises e instruções específicas do Plano

As análises e instruções específicas para cada Unidade Federativa são alicerçadas no “Guia

com Orientações para Subsidiar as Unidades federativas para a Elaboração do Plano de

educação nas Prisões”. Portanto, as observações e orientações de ajustes de cada item do

plano estão demonstradas abaixo:

24

21

3

24

21

3

2013 2014

Número de alunos inscritos no Ecceja PPL Evolução no número de inscritos

66

13

8

64

66

13

8

64

2013 2014 2015

Número de alunos inscritos no Pronatec PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________165

ATENDE ÀS ORIENTAÇÕES DO PLANO

No. Itens para Análise SIM PARCIAL NÃO

01. APRESENTAÇÃO DO PLANO X

02. CONCEPÇÕES FUNDAMENTAIS E NORTEADORAS DA OFERTA EDUCAÇÃO NO SISTEMA PRISIONAL

X

03. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES NO ESTADO X

04. DIAGNÓSTICO X

05. GESTÃO X

5.1. ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS X

5.2. REGRAS E PROCEDIMENTOS DE ROTINA X

5.3. GESTÃO DE PESSOAS X

5.4. REGISTROS ESCOLARES X

5.5. ARTICULAÇÃO E PARCERIAS X

06. FINANCIAMENTO X

07. ORGANIZAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO FORMAL X

08. ORGANIZAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL E DA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

X

09. FORMAÇÃO/CAPACITAÇÃO DOS PROFISSIONAIS X

10. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E ATENDIMENTO À DIVERSIDADE X

11. CERTIFICAÇÃO X

12. INFRAESTRUTURA FÍSICA X

13. MATERIAL DIDÁTICO E LITERÁRIO X

14. REMIÇÃO DA PENA PELO ESTUDO X

15. ATENDIMENTO ÀS CRIANÇAS X

16. ACOMPANHAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO X

17. PLANO DE AÇÃO X

META I – AMPLIAÇÃO DA MATRÍCULA DA EDUCAÇÃO FORMAL X

META II – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL X

META III – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

X

META IV – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE INSCRITOS NOS EXAMES DE CERTIFICAÇÃO

X

META V – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE BIBLIOTECAS E DE ESPAÇOS DE LEITURA

X

META VI – MELHORIA NA QUALIDADE DA OFERTA DE EDUCAÇÃO

X

ORIENTAÇÃO AO ESTADO:

Todos os itens atendem as orientações emanadas pelo Ministério da Educação e

Departamento Penitenciário Nacional, através do “Guia com Orientações para Subsidiar as

Unidades federativas para a Elaboração do Plano de educação nas Prisões”. Orienta-se

apenas, detalhar a relação entre demanda educacional e oferta nos Estabelecimentos Penais.

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__________________________________________________________________________________166

IV- INSTRUÇÕES E RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA

MELHORIAS NA EXECUÇÃO, ACOMPANHEMENTO E AVALIAÇÃO

DOS PLANOS

O Plano Estadual de Educação nas Prisões objetiva executar ações em conjunto, para

tanto, dentre as diversas diretrizes do plano, destaca-se a importância da interlocução entre

os atores regionais. A promoção de maior diálogo entre as Secretarias de Estado de Educação

e de Administração Prisional permite a realização de ações articuladas, que por sua vez são

essenciais para a evolução e aprimoramento desta política.

Conforme destacado no Art. 4o,, do Decreto 7.626, de 2011, que institui o PEESP,

este tem como objetivo:

I - executar ações conjuntas e troca de informações entre órgãos

federais, estaduais e do Distrito Federal com atribuições nas áreas de

educação e de execução penal;

Neste sentido, sugere-se a criação de Comitê Estadual que acompanhará e avaliará as

ações previstas no Plano Estadual de Educação nas Prisões. Sugere-se que, além das

Secretarias de Estado de Educação e de Administração Prisional, sejam convidados a participar

deste comitê representantes dos:

Ministério Público;

Defensoria Pública;

Vara de Execução Penal;

Conselho Estadual da Educação;

Conselho Estadual Penitenciário;

Conselho da Comunidade.

O comitê gestor de acompanhamento, monitoração e avaliação organizará propostas

de visitas semestrais aos Estabelecimentos Penais. Visando sistematizar o planejamento,

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__________________________________________________________________________________167

sugere-se que, após a realização das visitas nos espaços educacionais inseridos no âmbito das

prisões, o comitê gestor irá elaborar relatório técnico constando o detalhamento de todas as

etapas executadas, resultados e recomendações que se fizerem necessárias e os encaminhará

às respectivas Secretarias de Educação e Administração Prisional, de modo que o fluxo de

informações provenientes deste relatório venha apontar os resultados alcançados e/ou ainda

subsidiar o redimensionamento das atividades ao longo do curso.

No decorrer de cada semestre e de acordo com as problemáticas evidenciadas pelo

Comitê gestor, este poderá propor aos Secretários de Estado de Educação e de Administração

Prisional ações afim de garantir a execução e metas estabelecidas nos Plano Estaduais

abrangendo estratégias de formação educacional da população carcerária e dos profissionais

envolvidos em sua implementação

V - INTRUÇÕES DO PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO NAS PRISÕES - 2017

O Plano é um instrumento de planejamento das Unidades Federativas que auxilia e

subsidia o organização das ações de reintegração social do Governo Federal. Por sua vez, o

monitoramento e avaliação das ações de educação serão realizados a partir da análise das

informações apresentadas ao INFOPEN e disponíveis no Censo Escolar do INEP.

A seguir, instruções importantes sobre os Planos Estaduais de Educação nas Prisões a partir

de 2017:

o Será quadrienal;

o Novas informações, por escola, serão incluídas, como o detalhamento se são

exclusivas ou vinculas, sobre os Projetos Políticos Pedagógicos, os Regimentos

Internos, entre outros; e

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__________________________________________________________________________________168

o Em breve, um novo guia a fim de orientar as Unidades Federativas sobre a

elaboração dos Planos Estaduais de Educação nas Prisões será apresentado.

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__________________________________________________________________________________169

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL

DIRETORIA DE POLÍTICAS PENITENCIÁRIAS

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA, ALFABETIZAÇÃO,

DIVERSIDADE E INCLUSÃO DIRETORIA DE POLÍTICAS DE ALFABETIZAÇÃO E EDUCAÇÃO DE

JOVENS E ADULTOS

NOTA TÉCNICA CONJUNTA MEC/MJ ASSUNTO: PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO NAS PRISÕES 2015-2016

I- DO CONTEXTO DA POLÍTICA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES,

MARCOS LEGAIS E EVOLUÇÃO HISTÓRICA.

A educação é um direito humano universal e confirmado pela Constituição da

República Brasileira. Apesar disso, grandes são as barreiras que impedem o efetivo acesso à

este direito, sobretudo, quando se trata de uma parcela invisível da sociedade que são as

pessoas privadas de liberdade.

Há centenas de anos possui-se o registro sobre o aprisionamento no Brasil, porém a

educação está inserida neste contexto há pouquíssimo tempo. Conforme preceitua a

Constituição Brasileira no Art. 205,

A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

A seguir destaca-se, de forma cronológica, algumas das fundamentações e marcos

importantes sobre a educação nas prisões brasileiras:

o 1984: Lei de Execução Penal – Lei 7.210

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__________________________________________________________________________________170

Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando

prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade.

Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso.

Art. 11. A assistência será:

I - material;

II - à saúde;

III - jurídica;

IV - educacional;

V - social;

Art. 17 à 21. Tratam da assistência educacional no sistema prisional, inclui a

instrução escolar e a formação profissional.

Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua natureza, deverá contar em

suas dependências com áreas e serviços destinados a dar assistência, educação, trabalho,

recreação e prática esportiva.

§ 4o Serão instaladas salas de aulas destinadas a cursos do ensino básico e

profissionalizante.(Incluído pela Lei nº 12.245, de 2010)

Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto

poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena. (Redação

dada pela Lei nº 12.433, de 2011)

o 1996: Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Lei 9.394

Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de

liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno

desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua

qualificação para o trabalho.

Art. 5º O acesso ao ensino fundamental é direito público subjetivo, podendo

qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical,

entidade de classe ou outra legalmente constituída, e, ainda, o Ministério Público, acionar

o Poder Público para exigi-lo.

o 2005: A publicação “Educando para a Liberdade”: trajetória, debates e proposições de um projeto para a educação nas prisões brasileiras

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__________________________________________________________________________________171

A cooperação para a oferta de educação nas prisões ganhou novos contornos a partir

de 2005 com a criação do “Projeto Educando para a Liberdade”, que contou com a parceria

da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e da

Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) permitindo pôr na agenda das políticas

públicas um tema periférico e invisível para parte considerável da população brasileira.

Essa iniciativa promoveu a abertura de espaços para o diálogo e a construção coletiva

de referenciais para o setor. Entre 2005 e 2007 foram realizados encontros estaduais,

regionais e nacionais que contaram com a participação de representantes, de gestores, de

professores, de agentes penitenciários, de técnicos, de operadores da execução penal e dos

presos.

Desses encontros saíram as propostas que subsidiaram a elaboração das resoluções do

Conselho Nacional de Educação e do Conselho Nacional de Políticas Criminal e Penitenciária.

o Diretrizes e recomendações dos Conselhos Nacionais de Educação (CNE) e

Política Criminal e Penitenciária (CNPCP)

Vale destacar as diversas diretrizes e recomendações emanadas pelos Conselhos

Nacionais de Educação (CNE) e Política Criminal e Penitenciária (CNPCP). Observa-se que

ações coordenadas pelos Ministérios da Justiça e da Educação em parceria com os estados e

com a sociedade civil organizada vêm demandando bastante aos conselhos. Dentre as diversas

recomendações e diretrizes, pontua-se, a Resolução nº 3, de 11 de março de 2009, na qual o

CNPCP aprovou as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação nos estabelecimentos

penais no âmbito da política de execução penal. A Resolução nº 2, de 19 de maio de 2010, na

qual o CNE aprovou as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação para jovens e adultos

em situação de privação de liberdade no âmbito das políticas de educação. E a Resolução nº

4, de 30 de maio de 2016, na qual o CNE aprovou as Diretrizes Operacionais Nacionais para a

remição de pena pelo estudo de pessoas em privação de liberdade nos estabelecimentos

penais do sistema prisional brasileiro.

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__________________________________________________________________________________172

o 2011: Plano Estratégico de Educação no Âmbito do Sistema Prisional -Decreto

nº 7.626

Institui o Plano Estratégico de Educação no Âmbito do Sistema Prisional (PEESP) que

tem como finalidade ampliar e qualificar a oferta de educação nos estabelecimentos penais,

contemplando a educação básica na modalidade de educação de jovens e adultos, a educação

profissional e tecnológica, e a educação superior.

Dentre as diversas diretrizes do PEESP, destaca-se a integração dos órgãos

responsáveis pelo ensino público com os órgãos responsáveis pela execução penal, tanto a

nível estadual quanto federal.

. Segundo o Decreto, compete ao MEC o apoio financeiro para equipar e aparelhar os

espaços, distribuir material didático, compor os acervos das bibliotecas, fomentar programas

de alfabetização e de educação de jovens e adultos e de capacitação dos profissionais; ao MJ,

o apoio financeiro para construção, ampliação e reforma dos espaços destinados à educação

nos estabelecimentos penais.

Para acessar os recursos do orçamento federal os Estados e o Distrito Federal

deveriam apresentar plano de ação contendo:

a) diagnóstico das demandas de educação no âmbito dos estabelecimentos

penais;

b) estratégias e metas para sua implementação; e

c) as atribuições e responsabilidades de cada órgão, especialmente quanto à

adequação dos espaços destinados às atividades educacionais nos estabelecimentos

penais, à formação e à contratação de professores e de outros profissionais da

educação, à produção de material didático e à integração da educação de jovens e

adultos à educação profissional e tecnológica.

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__________________________________________________________________________________173

O PEESP promove um alinhamento estratégico entre o planejamento dos estados

e as políticas implementadas pelo Governo Federal. Esse alinhamento permite dimensionar

os recursos a serem transferidos no âmbito do PAR, a distribuição do material didático e a

política de formação continuada para os servidores que atuam na oferta de educação em

prisões.

Os Ministérios da Educação e da Justiça compreenderam o plano de ação previsto

no Decreto nº 7.626/2011 como parte de um esforço maior de organização da oferta de

educação nas prisões e nesse sentido fomentaram a elaboração de Planos Estaduais de

Educação nas prisões. Essa estratégia foi pactuada no III Seminário Nacional de Educação nas

Prisões realizado no primeiro semestre de 2012.

Para subsidiar a elaboração dos planos o Governo Federal apresentou um Guia de

Orientações sugerindo que os planos contivessem informações sobre a gestão e organização

da oferta de educação, a formação continuada dos profissionais, exames de certificação de

exames e estratégias de acompanhamento das ações. Todos os itens que compõe esse guia

estão vinculados aos normativos legais que definem como deve ser oferta de educação.

No sentido de orientar a elaboração dos planos de ação e permitir uma análise

técnica mais qualificada, o guia indicava a importância de apresentar um amplo diagnóstico

com informações sobre a quantidade de estabelecimentos penais com oferta de educação, a

quantidade de salas de aula, espaços de leituras e laboratórios de informática, além do perfil

dos professores e dos agentes penitenciários.

II- DA ANÁLISE DOS DADOS NACIONAIS DE EDUCAÇÃO NAS

PRISÕES.

U) O crescimento da quantidade de presos em atividades educacionais – base de dados Infopen

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__________________________________________________________________________________174

V)

Ao analisar o gráfico acima observa-se que houve um crescimento de 61% de presos

estudando no Brasil entre os anos de 2008 e 2014, enquanto no mesmo período, houve um

crescimento de 45% da população carcerária no país.

B) A evolução das matrículas no Brasil – base de dados Educacenso

Através do dados de alunos matriculados apresentados pelo Educacenso/MEC

constata-se um crescimento de 97% de presos matriculados no período.

C) A evolução de matrículas por regiões – base de dados Educacenso

34

32

1 41

65

9

37

99

8 46

22

3

44

79

8

54

81

0

55

62

3

34

32

1 41

65

9

37

99

8 46

22

3

44

79

8

54

81

0

55

62

3

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Número de presos estudando Linha de Crescimento

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__________________________________________________________________________________175

Destaca-se que a região Centro-Oeste teve o maior crescimento percentual de presos

matriculados com um crescimento de 175% no período. Enquanto a região Norte teve o

menor crescimento de apenas 5%.

D) Presos envolvidos em atividades educacionais, por nível de ensino

Na tabela a seguir, observa-se que dos presos inseridos em atividades educacionais, 87% estão

inseridos na modalidade de Educação de Jovens e Adultos, evidenciando a importância que

esta ação possui para o sistema prisional brasileiro. Por outro lado, constata-se que 0% dos

presos estão cursando ensino superior.

UF

Alf

abet

izaç

ão

Ensi

no

Fu

nd

ame

nta

l

Ensi

no

méd

io

Ensi

no

su

per

ior

Cu

curs

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ico

(ac

ima

de

80

0 h

ora

s d

e a

ula

)

Cu

rso

de

form

ação

in

icia

l e c

on

tin

uad

a (c

apac

itaç

ão p

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ima

de

16

0 h

ora

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e

aula

)

AC 18% 49% 2% 0% 0% 31%

AL 18% 56% 4% 0% 0% 22%

AM 17% 65% 18% 0% 0% 0%

AP 4% 17% 35% 0% 0% 43%

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__________________________________________________________________________________176

Fonte: Dez.2014/Infopen-MJ

E) O crescimento da oferta de educação nas prisões por dependência

administrativa

BA 19% 59% 16% 0% 1% 6%

CE 13% 50% 12% 0% 0% 25%

DF 10% 40% 19% 2% 2% 27%

ES 15% 47% 19% 0% 3% 15%

GO 15% 71% 11% 3% 0% 0%

MA 40% 40% 15% 4% 1% 0%

MG 15% 59% 18% 2% 0% 6%

MS 15% 66% 14% 2% 2% 2%

MT 17% 53% 21% 0% 1% 8%

PA 8% 80% 9% 0% 2% 1%

PB 35% 42% 15% 0% 3% 5%

PE 28% 59% 12% 0% 1% 0%

PI 76% 24% 0% 0% 0% 0%

PR 10% 56% 19% 0% 3% 12%

RJ 17% 75% 7% 0% 0% 1%

RN 46% 36% 13% 0% 0% 5%

RO 25% 44% 17% 1% 8% 5%

RR 5% 70% 22% 2% 1% 1%

RS 17% 45% 37% 0% 0% 1%

SC 15% 51% 19% 1% 6% 10%

SE 42% 27% 24% 7% 0% 0%

SP 15% 37% 26% 0% 0% 21%

TO 16% 57% 16% 0% 5% 7%

Brasil 17% 51% 19% 0% 1% 12%

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__________________________________________________________________________________177

Fonte:MEC-INEP

Ao analisar o gráfico acima, constata-se que a partir do ano de 2010 há uma mudança

significativa em função da dependência administrativa, que se caracteriza pelo Ente

Federativo (Municipal, Estadual, Distrito Federal ou União), ou ainda, pelo setor privado que

ofertam educação nas prisões. Houve crescimento de 75% ofertado pelos Estados, enquanto,

houve decréscimo de 286% ofertado pelos municípios, fato que demonstra a

responsabilização e aceitação dos Estados na oferta educacional no sistema prisional.

F) O crescimento de inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM PPL

Fonte:MEC-INEP

0

50

100

150

200

250

300

350

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

NÚMERO DE MUNICIPIOS COM OFERTAPOR DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA/ANO

Federal Estados Municípios Privadas

13

90

8

23

66

5

30

34

1

35

80

4

42

54

2

13

90

8

23

66

5

30

34

1

35

80

4

42

54

2

2011 2012 2013 2014 2015

Número de alunos inscritos no Enen PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________178

Apesar do fomento da oferta de Educação de Jovens e Adultos, a falta de espaços para

a ampliação de novas turmas, estimula a realização dos exames de certificação, que por outro

lado aponta o crescimento na procura pela elevação da escolaridade.

G) O crescimento de inscritos no Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – ENCCEJA PPL Fonte: MEC-INEP

H) O crescimento de inscritos no Programa Nacional de Acesso ao Ensino

Técnico e Emprego – PRONATEC

Fonte: SETEC-MEC

Observa-se relação direta no crescimento de inscritos no Programa Nacional de Acesso

ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) com a evolução da oferta educacional desde o início

dos Planos Estaduais de Educação nas Prisões no ano de 2012.

50

94

20

85

2

19

14

0

50

94

20

85

2

19

14

0

2013 2014 2015 - 1° Semestre

Número de alunos inscritos no Pronatec PPL Evolução no número de inscritos

1810

9

2294

0

1810

9

2294

0

2012 2013

Número de alunos inscritos no Ecceja PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________179

III- DA ANÁLISE E INSTRUÇÕES GERAIS POR UNIDADE

FEDERATIVA – Mato Grosso

A) O evolução da quantidade de presos estudando – base de dados infopen

Fonte: INFOPEN-MJ

B) A evolução das matrículas na Unidade Federativa – base de dados educacenso

Fonte: EDUCACENSO-MEC-INEP

76

4

13

47

85

1

17

22

12

07

20

36

21

45

76

4

13

47

85

1

17

22

12

07

20

36

21

45

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Número de presos estudando Linha de Crescimento

85

7

19

10

69

9

18

29

22

73

23

47

22

58

23

33

85

7

19

10

69

9

18

29

22

73

23

47

22

58

23

33

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Número de presos Matriculados Linha de Crescimento

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__________________________________________________________________________________180

C) Presos envolvidos em atividades educacionais, por nível de ensino

Fonte: Dez.2014/INFOPEN-MJ

D) Inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM PPL

Fonte: INEP-MEC

E) Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – ENCCEJA PPL

37

4 46

8

39

1

71

8

84

8

37

4 46

8

39

1

71

8

84

8

2 0 1 1 2 0 1 2 2 0 1 3 2 0 1 4 2 0 1 5

Número de alunos inscritos no Enen PPL Evolução no número de inscritos

UF

Alf

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Fu

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MT 17% 53% 21% 0% 1% 8%

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__________________________________________________________________________________181

Fonte: INEP-MEC

F) Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – PRONATEC

Fonte: SETEC-MEC

G) Das análises e instruções específicas do Plano

As análises e instruções específicas para cada Unidade Federativa são alicerçadas no “Guia

com Orientações para Subsidiar as Unidades federativas para a Elaboração do Plano de

educação nas Prisões”. Portanto, as observações e orientações de ajustes de cada item do

plano estão demonstradas abaixo:

ATENDE ÀS ORIENTAÇÕES DO PLANO

No. Itens para Análise SIM PARCIAL NÃO

01. APRESENTAÇÃO DO PLANO X

15

0

34

0

15

0

34

02 0 1 3 2 0 1 4

Número de alunos inscritos no Ecceja PPL Evolução no número de inscritos

28

2

95

9

77

1

28

2

95

9

77

1

2 0 1 3 2 0 1 4 2 0 1 5

Número de alunos inscritos no Pronatec PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________182

02. CONCEPÇÕES FUNDAMENTAIS E NORTEADORAS DA OFERTA EDUCAÇÃO NO SISTEMA PRISIONAL

X

03. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES NO ESTADO X

04. DIAGNÓSTICO X

05. GESTÃO X

5.1. ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS X

5.2. REGRAS E PROCEDIMENTOS DE ROTINA X

5.3. GESTÃO DE PESSOAS X

5.4. REGISTROS ESCOLARES X

5.5. ARTICULAÇÃO E PARCERIAS X

06. FINANCIAMENTO X

07. ORGANIZAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO FORMAL X

08. ORGANIZAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL E DA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

X

09. FORMAÇÃO/CAPACITAÇÃO DOS PROFISSIONAIS X

10. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E ATENDIMENTO À DIVERSIDADE X

11. CERTIFICAÇÃO X

12. INFRAESTRUTURA FÍSICA X

13. MATERIAL DIDÁTICO E LITERÁRIO X

14. REMIÇÃO DA PENA PELO ESTUDO X

15. ATENDIMENTO ÀS CRIANÇAS X

16. ACOMPANHAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO X

17. PLANO DE AÇÃO X

META I – AMPLIAÇÃO DA MATRÍCULA DA EDUCAÇÃO FORMAL X

META II – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL X

META III – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

X

META IV – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE INSCRITOS NOS EXAMES DE CERTIFICAÇÃO

X

META V – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE BIBLIOTECAS E DE ESPAÇOS DE LEITURA

X

META VI – MELHORIA NA QUALIDADE DA OFERTA DE EDUCAÇÃO

X

ORIENTAÇÃO AO ESTADO:

Orienta-se, detalhar a relação entre demanda e oferta educacional nos Estabelecimentos

Penais.

ITEM 17: META III – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE QUALIFICAÇÃO

PROFISSIONAL

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__________________________________________________________________________________183

Neste item, a meta III – “AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL” não

foi informada. Portanto, orienta-se a sua inclusão.

IV- INSTRUÇÕES E RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA

MELHORIAS NA EXECUÇÃO, ACOMPANHEMENTO E AVALIAÇÃO

DOS PLANOS

O Plano Estadual de Educação nas Prisões objetiva executar ações em conjunto, para

tanto, dentre as diversas diretrizes do plano, destaca-se a importância da interlocução entre

os atores regionais. A promoção de maior diálogo entre as Secretarias de Estado de Educação

e de Administração Prisional permite a realização de ações articuladas, que por sua vez são

essenciais para a evolução e aprimoramento desta política.

Conforme destacado no Art. 4o,, do Decreto 7.626, de 2011, que institui o PEESP,

este tem como objetivo:

I - executar ações conjuntas e troca de informações entre órgãos

federais, estaduais e do Distrito Federal com atribuições nas áreas de

educação e de execução penal;

Neste sentido, sugere-se a criação de Comitê Estadual que acompanhará e avaliará as

ações previstas no Plano Estadual de Educação nas Prisões. Sugere-se que, além das

Secretarias de Estado de Educação e de Administração Prisional, sejam convidados a participar

deste comitê representantes dos:

Ministério Público;

Defensoria Pública;

Vara de Execução Penal;

Conselho Estadual da Educação;

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__________________________________________________________________________________184

Conselho Estadual Penitenciário;

Conselho da Comunidade.

O comitê gestor de acompanhamento, monitoração e avaliação organizará propostas

de visitas semestrais aos Estabelecimentos Penais. Visando sistematizar o planejamento,

sugere-se que, após a realização das visitas nos espaços educacionais inseridos no âmbito das

prisões, o comitê gestor irá elaborar relatório técnico constando o detalhamento de todas as

etapas executadas, resultados e recomendações que se fizerem necessárias e os encaminhará

às respectivas Secretarias de Educação e Administração Prisional, de modo que o fluxo de

informações provenientes deste relatório venha apontar os resultados alcançados e/ou ainda

subsidiar o redimensionamento das atividades ao longo do curso.

No decorrer de cada semestre e de acordo com as problemáticas evidenciadas pelo

Comitê gestor, este poderá propor aos Secretários de Estado de Educação e de Administração

Prisional ações afim de garantir a execução e metas estabelecidas nos Plano Estaduais

abrangendo estratégias de formação educacional da população carcerária e dos profissionais

envolvidos em sua implementação

V - INTRUÇÕES DO PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO NAS PRISÕES - 2017

O Plano é um instrumento de planejamento das Unidades Federativas que auxilia e

subsidia o organização das ações de reintegração social do Governo Federal. Por sua vez, o

monitoramento e avaliação das ações de educação serão realizados a partir da análise das

informações apresentadas ao INFOPEN e disponíveis no Censo Escolar do INEP.

A seguir, instruções importantes sobre os Planos Estaduais de Educação nas Prisões a partir

de 2017:

o Será quadrienal;

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__________________________________________________________________________________185

o Novas informações, por escola, serão incluídas, como o detalhamento se são

exclusivas ou vinculas, sobre os Projetos Políticos Pedagógicos, os Regimentos

Internos, entre outros; e

o Em breve, um novo guia a fim de orientar as Unidades Federativas sobre a

elaboração dos Planos Estaduais de Educação nas Prisões será apresentado.

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__________________________________________________________________________________186

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL

DIRETORIA DE POLÍTICAS PENITENCIÁRIAS

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA, ALFABETIZAÇÃO,

DIVERSIDADE E INCLUSÃO DIRETORIA DE POLÍTICAS DE ALFABETIZAÇÃO E EDUCAÇÃO DE

JOVENS E ADULTOS

NOTA TÉCNICA CONJUNTA MEC/MJ ASSUNTO: PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO NAS PRISÕES 2015-2016

I- DO CONTEXTO DA POLÍTICA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES,

MARCOS LEGAIS E EVOLUÇÃO HISTÓRICA.

A educação é um direito humano universal e confirmado pela Constituição da

República Brasileira. Apesar disso, grandes são as barreiras que impedem o efetivo acesso à

este direito, sobretudo, quando se trata de uma parcela invisível da sociedade que são as

pessoas privadas de liberdade.

Há centenas de anos possui-se o registro sobre o aprisionamento no Brasil, porém a

educação está inserida neste contexto há pouquíssimo tempo. Conforme preceitua a

Constituição Brasileira no Art. 205,

A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

A seguir destaca-se, de forma cronológica, algumas das fundamentações e marcos

importantes sobre a educação nas prisões brasileiras:

o 1984: Lei de Execução Penal – Lei 7.210

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__________________________________________________________________________________187

Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando

prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade.

Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso.

Art. 11. A assistência será:

I - material;

II - à saúde;

III - jurídica;

IV - educacional;

V - social;

Art. 17 à 21. Tratam da assistência educacional no sistema prisional, inclui a

instrução escolar e a formação profissional.

Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua natureza, deverá contar em

suas dependências com áreas e serviços destinados a dar assistência, educação, trabalho,

recreação e prática esportiva.

§ 4o Serão instaladas salas de aulas destinadas a cursos do ensino básico e

profissionalizante.(Incluído pela Lei nº 12.245, de 2010)

Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto

poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena. (Redação

dada pela Lei nº 12.433, de 2011)

o 1996: Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Lei 9.394

Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de

liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno

desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua

qualificação para o trabalho.

Art. 5º O acesso ao ensino fundamental é direito público subjetivo, podendo

qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical,

entidade de classe ou outra legalmente constituída, e, ainda, o Ministério Público, acionar

o Poder Público para exigi-lo.

o 2005: A publicação “Educando para a Liberdade”: trajetória, debates e proposições de um projeto para a educação nas prisões brasileiras

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__________________________________________________________________________________188

A cooperação para a oferta de educação nas prisões ganhou novos contornos a partir

de 2005 com a criação do “Projeto Educando para a Liberdade”, que contou com a parceria

da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e da

Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) permitindo pôr na agenda das políticas

públicas um tema periférico e invisível para parte considerável da população brasileira.

Essa iniciativa promoveu a abertura de espaços para o diálogo e a construção coletiva

de referenciais para o setor. Entre 2005 e 2007 foram realizados encontros estaduais,

regionais e nacionais que contaram com a participação de representantes, de gestores, de

professores, de agentes penitenciários, detécnicos, operadores da execução penal e dos

presos.

Desses encontros saíram as propostas que subsidiaram a elaboração das resoluções do

Conselho Nacional de Educação e do Conselho Nacional de Políticas Criminal e Penitenciária.

o Diretrizes e recomendações dos Conselhos Nacionais de Educação (CNE) e

Política Criminal e Penitenciária (CNPCP)

Vale destacar as diversas diretrizes e recomendações emanadas pelos Conselhos

Nacionais de Educação (CNE) e Política Criminal e Penitenciária (CNPCP). Observa-se que

ações coordenadas pelos Ministérios da Justiça e da Educação em parceria com os estados e

com a sociedade civil organizada vêm demandando bastante aos conselhos. Dentre as diversas

recomendações e diretrizes, pontua-se, a Resolução nº 3, de 11 de março de 2009, na qual o

CNPCP aprovou as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação nos estabelecimentos

penais no âmbito da política de execução penal. A Resolução nº 2, de 19 de maio de 2010, na

qual o CNE aprovou as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação para jovens e adultos

em situação de privação de liberdade no âmbito das políticas de educação. E a Resolução nº

4, de 30 de maio de 2016, na qual o CNE aprovou as Diretrizes Operacionais Nacionais para a

remição de pena pelo estudo de pessoas em privação de liberdade nos estabelecimentos

penais do sistema prisional brasileiro.

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__________________________________________________________________________________189

o 2011: Plano Estratégico de Educação no Âmbito do Sistema Prisional -Decreto

nº 7.626

Institui o Plano Estratégico de Educação no Âmbito do Sistema Prisional (PEESP) que

tem como finalidade ampliar e qualificar a oferta de educação nos estabelecimentos penais,

contemplando a educação básica na modalidade de educação de jovens e adultos, a educação

profissional e tecnológica, e a educação superior.

Dentre as diversas diretrizes do PEESP, destaca-se a integração dos órgãos

responsáveis pelo ensino público com os órgãos responsáveis pela execução penal, tanto a

nível estadual quanto federal.

. Segundo o Decreto, compete ao MEC o apoio financeiro para equipar e aparelhar os

espaços, distribuir material didático, compor os acervos das bibliotecas, fomentar programas

de alfabetização e de educação de jovens e adultos e de capacitação dos profissionais; ao MJ,

o apoio financeiro para construção, ampliação e reforma dos espaços destinados à educação

nos estabelecimentos penais.

Para acessar os recursos do orçamento federal os Estados e o Distrito Federal

deveriam apresentar plano de ação contendo:

a) diagnóstico das demandas de educação no âmbito dos estabelecimentos

penais;

b) estratégias e metas para sua implementação; e

c) as atribuições e responsabilidades de cada órgão, especialmente quanto à

adequação dos espaços destinados às atividades educacionais nos estabelecimentos

penais, à formação e à contratação de professores e de outros profissionais da

educação, à produção de material didático e à integração da educação de jovens e

adultos à educação profissional e tecnológica.

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__________________________________________________________________________________190

O PEESP promove um alinhamento estratégico entre o planejamento dos estados

e as políticas implementadas pelo Governo Federal. Esse alinhamento permite dimensionar

os recursos a serem transferidos no âmbito do PAR, a distribuição do material didático e a

política de formação continuada para os servidores que atuam na oferta de educação em

prisões.

Os Ministérios da Educação e da Justiça compreenderam o plano de ação previsto

no Decreto nº 7.626/2011 como parte de um esforço maior de organização da oferta de

educação nas prisões e nesse sentido fomentaram a elaboração de Planos Estaduais de

Educação nas prisões. Essa estratégia foi pactuada no III Seminário Nacional de Educação nas

Prisões realizado no primeiro semestre de 2012.

Para subsidiar a elaboração dos planos o Governo Federal apresentou um Guia de

Orientações sugerindo que os planos contivessem informações sobre a gestão e organização

da oferta de educação, a formação continuada dos profissionais, exames de certificação de

exames e estratégias de acompanhamento das ações. Todos os itens que compõe esse guia

estão vinculados aos normativos legais que definem como deve ser oferta de educação.

No sentido de orientar a elaboração dos planos de ação e permitir uma análise

técnica mais qualificada, o guia indicava a importância de apresentar um amplo diagnóstico

com informações sobre a quantidade de estabelecimentos penais com oferta de educação, a

quantidade de salas de aula, espaços de leituras e laboratórios de informática, além do perfil

dos professores e dos agentes penitenciários.

II- DA ANÁLISE DOS DADOS NACIONAIS DE EDUCAÇÃO NAS

PRISÕES.

W) O crescimento da quantidade de presos em atividades educacionais – base de dados Infopen

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__________________________________________________________________________________191

X)

Ao analisar o gráfico acima observa-se que houve um crescimento de 61% de presos

estudando no Brasil entre os anos de 2008 e 2014, enquanto no mesmo período, houve um

crescimento de 45% da população carcerária no país.

B) A evolução das matrículas no Brasil – base de dados Educacenso

Através do dados de alunos matriculados apresentados pelo Educacenso/MEC

constata-se um crescimento de 97% de presos matriculados no período.

C) A evolução de matrículas por regiões – base de dados Educacenso

34

32

1 41

65

9

37

99

8 46

22

3

44

79

8

54

81

0

55

62

3

34

32

1 41

65

9

37

99

8 46

22

3

44

79

8

54

81

0

55

62

3

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Número de presos estudando Linha de Crescimento

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__________________________________________________________________________________192

Destaca-se que a região Centro-Oeste teve o maior crescimento percentual de presos

matriculados com um crescimento de 175% no período. Enquanto a região Norte teve o

menor crescimento de apenas 5%.

D) Presos envolvidos em atividades educacionais, por nível de ensino

Na tabela a seguir, observa-se que dos presos inseridos em atividades educacionais, 87% estão

inseridos na modalidade de Educação de Jovens e Adultos, evidenciando a importância que

esta ação possui para o sistema prisional brasileiro. Por outro lado, constata-se que 0% dos

presos estão cursando ensino superior.

UF

Alf

abet

izaç

ão

Ensi

no

Fu

nd

ame

nta

l

Ensi

no

méd

io

Ensi

no

su

per

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80

0 h

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Cu

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ação

in

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de

16

0 h

ora

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aula

)

AC 18% 49% 2% 0% 0% 31%

AL 18% 56% 4% 0% 0% 22%

AM 17% 65% 18% 0% 0% 0%

AP 4% 17% 35% 0% 0% 43%

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__________________________________________________________________________________193

Fonte: Dez.2014/Infopen-MJ

E) O crescimento da oferta de educação nas prisões por dependência

administrativa

BA 19% 59% 16% 0% 1% 6%

CE 13% 50% 12% 0% 0% 25%

DF 10% 40% 19% 2% 2% 27%

ES 15% 47% 19% 0% 3% 15%

GO 15% 71% 11% 3% 0% 0%

MA 40% 40% 15% 4% 1% 0%

MG 15% 59% 18% 2% 0% 6%

MS 15% 66% 14% 2% 2% 2%

MT 17% 53% 21% 0% 1% 8%

PA 8% 80% 9% 0% 2% 1%

PB 35% 42% 15% 0% 3% 5%

PE 28% 59% 12% 0% 1% 0%

PI 76% 24% 0% 0% 0% 0%

PR 10% 56% 19% 0% 3% 12%

RJ 17% 75% 7% 0% 0% 1%

RN 46% 36% 13% 0% 0% 5%

RO 25% 44% 17% 1% 8% 5%

RR 5% 70% 22% 2% 1% 1%

RS 17% 45% 37% 0% 0% 1%

SC 15% 51% 19% 1% 6% 10%

SE 42% 27% 24% 7% 0% 0%

SP 15% 37% 26% 0% 0% 21%

TO 16% 57% 16% 0% 5% 7%

Brasil 17% 51% 19% 0% 1% 12%

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__________________________________________________________________________________194

Fonte:MEC-INEP

Ao analisar o gráfico acima, constata-se que a partir do ano de 2010 há uma mudança

significativa em função da dependência administrativa, que se caracteriza pelo Ente

Federativo (Municipal, Estadual, Distrito Federal ou União), ou ainda, pelo setor privado que

ofertam educação nas prisões. Houve crescimento de 75% ofertado pelos Estados, enquanto,

houve decréscimo de 286% ofertado pelos municípios, fato que demonstra a

responsabilização e aceitação dos Estados na oferta educacional no sistema prisional.

F) O crescimento de inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM PPL

Fonte:MEC-INEP

0

50

100

150

200

250

300

350

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

NÚMERO DE MUNICIPIOS COM OFERTAPOR DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA/ANO

Federal Estados Municípios Privadas

13

90

8

23

66

5

30

34

1

35

80

4

42

54

2

13

90

8

23

66

5

30

34

1

35

80

4

42

54

2

2011 2012 2013 2014 2015

Número de alunos inscritos no Enen PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________195

Apesar do fomento da oferta de Educação de Jovens e Adultos, a falta de espaços para

a ampliação de novas turmas, estimula a realização dos exames de certificação, que por outro

lado aponta o crescimento na procura pela elevação da escolaridade.

G) O crescimento de inscritos no Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – ENCCEJA PPL Fonte: MEC-INEP

H) O crescimento de inscritos no Programa Nacional de Acesso ao Ensino

Técnico e Emprego – PRONATEC

Fonte: SETEC-MEC

Observa-se relação direta no crescimento de inscritos no Programa Nacional de Acesso

ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) com a evolução da oferta educacional desde o início

dos Planos Estaduais de Educação nas Prisões no ano de 2012.

50

94

20

85

2

19

14

0

50

94

20

85

2

19

14

0

2013 2014 2015 - 1° Semestre

Número de alunos inscritos no Pronatec PPL Evolução no número de inscritos

1810

9

2294

0

1810

9

2294

0

2012 2013

Número de alunos inscritos no Ecceja PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________196

III- DA ANÁLISE E INSTRUÇÕES GERAIS POR UNIDADE

FEDERATIVA – Mato Grosso do Sul

A) A evolução da quantidade de presos em atividades educacionais

Fonte: INFOPEN-MJ

B) A evolução das matrículas na Unidade Federativa

Fonte: EDUCACENSO-MEC-INEP

40

1

30

3

57

6

86

8

62

7

11

06

11

73

40

1

30

3

57

6

86

8

62

7

11

06

11

73

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Número de presos estudando Linha de Crescimento

67

1 74

6 94

8 11

51 13

22

12

04 13

63

16

54

67

1 74

6 94

8 11

51 13

22

12

04 13

63

16

54

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Número de presos Matriculados Linha de Crescimento

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__________________________________________________________________________________197

C) Presos envolvidos em atividades educacionais, por nível de ensino

Fonte: Dez.2014/NFOPEN-MJ

D) Inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM PPL

Fonte: INEP-MEC

UF

Alf

abet

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Ensi

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MS 15% 66% 14% 2% 2% 2%

58

9

10

57

10

33 11

61 1

35

1

58

9

10

57

10

33 11

61 1

35

1

2011 2012 2013 2014 2015

Número de alunos inscritos no Enen PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________198

E) Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – ENCCEJA PPL

Fonte: INEP-MEC

Fonte: INEP-MEC

F) Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – PRONATEC

Fonte: SETEC-MEC

G) Das análises e instruções específicas do Plano

91

5

10

10

91

5

10

10

2013 2014

Número de alunos inscritos no Ecceja PPL Evolução no número de inscritos

55

1

414

228

55

1

414

228

2013 2014 2015

Número de alunos inscritos no Pronatec PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________199

As análises e instruções específicas para cada Unidade Federativa são alicerçadas no “Guia

com Orientações para Subsidiar as Unidades federativas para a Elaboração do Plano de

educação nas Prisões”. Portanto, as observações e orientações de ajustes de cada item do

plano estão demonstradas abaixo:

ATENDE ÀS ORIENTAÇÕES DO PLANO

No. Itens para Análise SIM PARCIAL NÃO

01. APRESENTAÇÃO DO PLANO X

02. CONCEPÇÕES FUNDAMENTAIS E NORTEADORAS DA OFERTA EDUCAÇÃO NO SISTEMA PRISIONAL

X

03. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES NO ESTADO X

04. DIAGNÓSTICO X

05. GESTÃO X

5.1. ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS X

5.2. REGRAS E PROCEDIMENTOS DE ROTINA X

5.3. GESTÃO DE PESSOAS X

5.4. REGISTROS ESCOLARES X

5.5. ARTICULAÇÃO E PARCERIAS X

06. FINANCIAMENTO X

07. ORGANIZAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO FORMAL X

08. ORGANIZAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL E DA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

X

09. FORMAÇÃO/CAPACITAÇÃO DOS PROFISSIONAIS X

10. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E ATENDIMENTO À DIVERSIDADE X

11. CERTIFICAÇÃO X

12. INFRAESTRUTURA FÍSICA X

13. MATERIAL DIDÁTICO E LITERÁRIO X

14. REMIÇÃO DA PENA PELO ESTUDO X

15. ATENDIMENTO ÀS CRIANÇAS X

16. ACOMPANHAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO X

17. PLANO DE AÇÃO X

META I – AMPLIAÇÃO DA MATRÍCULA DA EDUCAÇÃO FORMAL X

META II – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL X

META III – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

X

META IV – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE INSCRITOS NOS EXAMES DE CERTIFICAÇÃO

X

META V – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE BIBLIOTECAS E DE ESPAÇOS DE LEITURA

X

META VI – MELHORIA NA QUALIDADE DA OFERTA DE EDUCAÇÃO

X

ORIENTAÇÃO AO ESTADO:

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__________________________________________________________________________________200

ITEM 15: ATENDIMENTO ÀS CRIANÇAS

Orienta-se detalhar mais o item “atendimento às crianças” informando medidas por

parte do Estado afim de garantir a oferta da educação infantil e propostas de melhorias no

atendimento.

IV- INSTRUÇÕES E RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA

MELHORIAS NA EXECUÇÃO, ACOMPANHEMENTO E AVALIAÇÃO

DOS PLANOS

O Plano Estadual de Educação nas Prisões objetiva executar ações em conjunto, para

tanto, dentre as diversas diretrizes do plano, destaca-se a importância da interlocução entre

os atores regionais. A promoção de maior diálogo entre as Secretarias de Estado de Educação

e de Administração Prisional permite a realização de ações articuladas, que por sua vez são

essenciais para a evolução e aprimoramento desta política.

Conforme destacado no Art. 4o,, do Decreto 7.626, de 2011, que institui o PEESP,

este tem como objetivo:

I - executar ações conjuntas e troca de informações entre órgãos

federais, estaduais e do Distrito Federal com atribuições nas áreas de

educação e de execução penal;

Neste sentido, sugere-se a criação de Comitê Estadual que acompanhará e avaliará as

ações previstas no Plano Estadual de Educação nas Prisões. Sugere-se que, além das

Secretarias de Estado de Educação e de Administração Prisional, sejam convidados a participar

deste comitê representantes dos:

Ministério Público;

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__________________________________________________________________________________201

Defensoria Pública;

Vara de Execução Penal;

Conselho Estadual da Educação;

Conselho Estadual Penitenciário;

Conselho da Comunidade.

O comitê gestor de acompanhamento, monitoração e avaliação organizará propostas

de visitas semestrais aos Estabelecimentos Penais. Visando sistematizar o planejamento,

sugere-se que, após a realização das visitas nos espaços educacionais inseridos no âmbito das

prisões, o comitê gestor irá elaborar relatório técnico constando o detalhamento de todas as

etapas executadas, resultados e recomendações que se fizerem necessárias e os encaminhará

às respectivas Secretarias de Educação e Administração Prisional, de modo que o fluxo de

informações provenientes deste relatório venha apontar os resultados alcançados e/ou ainda

subsidiar o redimensionamento das atividades ao longo do curso.

No decorrer de cada semestre e de acordo com as problemáticas evidenciadas pelo

Comitê gestor, este poderá propor aos Secretários de Estado de Educação e de Administração

Prisional ações afim de garantir a execução e metas estabelecidas nos Plano Estaduais

abrangendo estratégias de formação educacional da população carcerária e dos profissionais

envolvidos em sua implementação

V - INTRUÇÕES DO PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO NAS PRISÕES - 2017

O Plano é um instrumento de planejamento das Unidades Federativas que auxilia e

subsidia o organização das ações de reintegração social do Governo Federal. Por sua vez, o

monitoramento e avaliação das ações de educação serão realizados a partir da análise das

informações apresentadas ao INFOPEN e disponíveis no Censo Escolar do INEP.

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__________________________________________________________________________________202

A seguir, instruções importantes sobre os Planos Estaduais de Educação nas Prisões a partir

de 2017:

o Será quadrienal;

o Novas informações, por escola, serão incluídas, como o detalhamento se são

exclusivas ou vinculas, sobre os Projetos Políticos Pedagógicos, os Regimentos

Internos, entre outros; e

o Em breve, um novo guia a fim de orientar as Unidades Federativas sobre a

elaboração dos Planos Estaduais de Educação nas Prisões será apresentado.

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__________________________________________________________________________________203

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL

DIRETORIA DE POLÍTICAS PENITENCIÁRIAS

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA, ALFABETIZAÇÃO,

DIVERSIDADE E INCLUSÃO DIRETORIA DE POLÍTICAS DE ALFABETIZAÇÃO E EDUCAÇÃO DE

JOVENS E ADULTOS

NOTA TÉCNICA CONJUNTA MEC/MJ ASSUNTO: PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO NAS PRISÕES 2015-2016

I- DO CONTEXTO DA POLÍTICA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES,

MARCOS LEGAIS E EVOLUÇÃO HISTÓRICA.

A educação é um direito humano universal e confirmado pela Constituição da

República Brasileira. Apesar disso, grandes são as barreiras que impedem o efetivo acesso à

este direito, sobretudo, quando se trata de uma parcela invisível da sociedade que são as

pessoas privadas de liberdade.

Há centenas de anos possui-se o registro sobre o aprisionamento no Brasil, porém a

educação está inserida neste contexto há pouquíssimo tempo. Conforme preceitua a

Constituição Brasileira no Art. 205,

A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

A seguir destaca-se, de forma cronológica, algumas das fundamentações e marcos

importantes sobre a educação nas prisões brasileiras:

o 1984: Lei de Execução Penal – Lei 7.210

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__________________________________________________________________________________204

Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando

prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade.

Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso.

Art. 11. A assistência será:

I - material;

II - à saúde;

III - jurídica;

IV - educacional;

V - social;

Art. 17 à 21. Tratam da assistência educacional no sistema prisional, inclui a

instrução escolar e a formação profissional.

Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua natureza, deverá contar em

suas dependências com áreas e serviços destinados a dar assistência, educação, trabalho,

recreação e prática esportiva.

§ 4o Serão instaladas salas de aulas destinadas a cursos do ensino básico e

profissionalizante.(Incluído pela Lei nº 12.245, de 2010)

Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto

poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena. (Redação

dada pela Lei nº 12.433, de 2011)

o 1996: Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Lei 9.394

Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de

liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno

desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua

qualificação para o trabalho.

Art. 5º O acesso ao ensino fundamental é direito público subjetivo, podendo

qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical,

entidade de classe ou outra legalmente constituída, e, ainda, o Ministério Público, acionar

o Poder Público para exigi-lo.

o 2005: A publicação “Educando para a Liberdade”: trajetória, debates e proposições de um projeto para a educação nas prisões brasileiras

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__________________________________________________________________________________205

A cooperação para a oferta de educação nas prisões ganhou novos contornos a partir

de 2005 com a criação do “Projeto Educando para a Liberdade”, que contou com a parceria

da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e da

Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) permitindo pôr na agenda das políticas

públicas um tema periférico e invisível para parte considerável da população brasileira.

Essa iniciativa promoveu a abertura de espaços para o diálogo e a construção coletiva

de referenciais para o setor. Entre 2005 e 2007 foram realizados encontros estaduais,

regionais e nacionais que contaram com a participação de representantes, de gestores, de

professores, de agentes penitenciários, de técnicos, de operadores da execução penal e dos

presos.

Desses encontros saíram as propostas que subsidiaram a elaboração das resoluções do

Conselho Nacional de Educação e do Conselho Nacional de Políticas Criminal e Penitenciária.

o Diretrizes e recomendações dos Conselhos Nacionais de Educação (CNE) e

Política Criminal e Penitenciária (CNPCP)

Vale destacar as diversas diretrizes e recomendações emanadas pelos Conselhos

Nacionais de Educação (CNE) e Política Criminal e Penitenciária (CNPCP). Observa-se que

ações coordenadas pelos Ministérios da Justiça e da Educação em parceria com os estados e

com a sociedade civil organizada vêm demandando bastante aos conselhos. Dentre as diversas

recomendações e diretrizes, pontua-se, a Resolução nº 3, de 11 de março de 2009, na qual o

CNPCP aprovou as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação nos estabelecimentos

penais no âmbito da política de execução penal. A Resolução nº 2, de 19 de maio de 2010, na

qual o CNE aprovou as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação para jovens e adultos

em situação de privação de liberdade no âmbito das políticas de educação. E a Resolução nº

4, de 30 de maio de 2016, na qual o CNE aprovou as Diretrizes Operacionais Nacionais para a

remição de pena pelo estudo de pessoas em privação de liberdade nos estabelecimentos

penais do sistema prisional brasileiro.

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__________________________________________________________________________________206

o 2011: Plano Estratégico de Educação no Âmbito do Sistema Prisional -Decreto

nº 7.626

Institui o Plano Estratégico de Educação no Âmbito do Sistema Prisional (PEESP) que

tem como finalidade ampliar e qualificar a oferta de educação nos estabelecimentos penais,

contemplando a educação básica na modalidade de educação de jovens e adultos, a educação

profissional e tecnológica, e a educação superior.

Dentre as diversas diretrizes do PEESP, destaca-se a integração dos órgãos

responsáveis pelo ensino público com os órgãos responsáveis pela execução penal, tanto a

nível estadual quanto federal.

. Segundo o Decreto, compete ao MEC o apoio financeiro para equipar e aparelhar os

espaços, distribuir material didático, compor os acervos das bibliotecas, fomentar programas

de alfabetização e de educação de jovens e adultos e de capacitação dos profissionais; ao MJ,

o apoio financeiro para construção, ampliação e reforma dos espaços destinados à educação

nos estabelecimentos penais.

Para acessar os recursos do orçamento federal os Estados e o Distrito Federal

deveriam apresentar plano de ação contendo:

a) diagnóstico das demandas de educação no âmbito dos estabelecimentos

penais;

b) estratégias e metas para sua implementação; e

c) as atribuições e responsabilidades de cada órgão, especialmente quanto à

adequação dos espaços destinados às atividades educacionais nos estabelecimentos

penais, à formação e à contratação de professores e de outros profissionais da

educação, à produção de material didático e à integração da educação de jovens e

adultos à educação profissional e tecnológica.

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__________________________________________________________________________________207

O PEESP promove um alinhamento estratégico entre o planejamento dos estados

e as políticas implementadas pelo Governo Federal. Esse alinhamento permite dimensionar

os recursos a serem transferidos no âmbito do PAR, a distribuição do material didático e a

política de formação continuada para os servidores que atuam na oferta de educação em

prisões.

Os Ministérios da Educação e da Justiça compreenderam o plano de ação previsto

no Decreto nº 7.626/2011 como parte de um esforço maior de organização da oferta de

educação nas prisões e nesse sentido fomentaram a elaboração de Planos Estaduais de

Educação nas prisões. Essa estratégia foi pactuada no III Seminário Nacional de Educação nas

Prisões realizado no primeiro semestre de 2012.

Para subsidiar a elaboração dos planos o Governo Federal apresentou um Guia de

Orientações sugerindo que os planos contivessem informações sobre a gestão e organização

da oferta de educação, a formação continuada dos profissionais, exames de certificação de

exames e estratégias de acompanhamento das ações. Todos os itens que compõe esse guia

estão vinculados aos normativos legais que definem como deve ser oferta de educação.

No sentido de orientar a elaboração dos planos de ação e permitir uma análise

técnica mais qualificada, o guia indicava a importância de apresentar um amplo diagnóstico

com informações sobre a quantidade de estabelecimentos penais com oferta de educação, a

quantidade de salas de aula, espaços de leituras e laboratórios de informática, além do perfil

dos professores e dos agentes penitenciários.

II- DA ANÁLISE DOS DADOS NACIONAIS DE EDUCAÇÃO NAS

PRISÕES.

Y) O crescimento da quantidade de presos em atividades educacionais – base de dados Infopen

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__________________________________________________________________________________208

Z)

Ao analisar o gráfico acima observa-se que houve um crescimento de 61% de presos

estudando no Brasil entre os anos de 2008 e 2014, enquanto no mesmo período, houve um

crescimento de 45% da população carcerária no país.

B) A evolução das matrículas no Brasil – base de dados Educacenso

Através do dados de alunos matriculados apresentados pelo Educacenso/MEC

constata-se um crescimento de 97% de presos matriculados no período.

C) A evolução de matrículas por regiões – base de dados Educacenso

34

32

1 41

65

9

37

99

8 46

22

3

44

79

8

54

81

0

55

62

3

34

32

1 41

65

9

37

99

8 46

22

3

44

79

8

54

81

0

55

62

3

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Número de presos estudando Linha de Crescimento

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__________________________________________________________________________________209

Destaca-se que a região Centro-Oeste teve o maior crescimento percentual de presos

matriculados com um crescimento de 175% no período. Enquanto a região Norte teve o

menor crescimento de apenas 5%.

D) Presos envolvidos em atividades educacionais, por nível de ensino

Na tabela a seguir, observa-se que dos presos inseridos em atividades educacionais, 87% estão

inseridos na modalidade de Educação de Jovens e Adultos, evidenciando a importância que

esta ação possui para o sistema prisional brasileiro. Por outro lado, constata-se que 0% dos

presos estão cursando ensino superior.

UF

Alf

abet

izaç

ão

Ensi

no

Fu

nd

ame

nta

l

Ensi

no

méd

io

Ensi

no

su

per

ior

Cu

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de

80

0 h

ora

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e a

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Cu

rso

de

form

ação

in

icia

l e c

on

tin

uad

a (c

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itaç

ão p

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nal

, ac

ima

de

16

0 h

ora

s d

e

aula

)

AC 18% 49% 2% 0% 0% 31%

AL 18% 56% 4% 0% 0% 22%

AM 17% 65% 18% 0% 0% 0%

AP 4% 17% 35% 0% 0% 43%

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__________________________________________________________________________________210

Fonte: Dez.2014/Infopen-MJ

E) O crescimento da oferta de educação nas prisões por dependência

administrativa

BA 19% 59% 16% 0% 1% 6%

CE 13% 50% 12% 0% 0% 25%

DF 10% 40% 19% 2% 2% 27%

ES 15% 47% 19% 0% 3% 15%

GO 15% 71% 11% 3% 0% 0%

MA 40% 40% 15% 4% 1% 0%

MG 15% 59% 18% 2% 0% 6%

MS 15% 66% 14% 2% 2% 2%

MT 17% 53% 21% 0% 1% 8%

PA 8% 80% 9% 0% 2% 1%

PB 35% 42% 15% 0% 3% 5%

PE 28% 59% 12% 0% 1% 0%

PI 76% 24% 0% 0% 0% 0%

PR 10% 56% 19% 0% 3% 12%

RJ 17% 75% 7% 0% 0% 1%

RN 46% 36% 13% 0% 0% 5%

RO 25% 44% 17% 1% 8% 5%

RR 5% 70% 22% 2% 1% 1%

RS 17% 45% 37% 0% 0% 1%

SC 15% 51% 19% 1% 6% 10%

SE 42% 27% 24% 7% 0% 0%

SP 15% 37% 26% 0% 0% 21%

TO 16% 57% 16% 0% 5% 7%

Brasil 17% 51% 19% 0% 1% 12%

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__________________________________________________________________________________211

Fonte:MEC-INEP

Ao analisar o gráfico acima, constata-se que a partir do ano de 2010 há uma mudança

significativa em função da dependência administrativa, que se caracteriza pelo Ente

Federativo (Municipal, Estadual, Distrito Federal ou União), ou ainda, pelo setor privado que

ofertam educação nas prisões. Houve crescimento de 75% ofertado pelos Estados, enquanto,

houve decréscimo de 286% ofertado pelos municípios, fato que demonstra a

responsabilização e aceitação dos Estados na oferta educacional no sistema prisional.

F) O crescimento de inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM PPL

Fonte:MEC-INEP

0

50

100

150

200

250

300

350

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

NÚMERO DE MUNICIPIOS COM OFERTAPOR DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA/ANO

Federal Estados Municípios Privadas

13

90

8

23

66

5

30

34

1

35

80

4

42

54

2

13

90

8

23

66

5

30

34

1

35

80

4

42

54

2

2011 2012 2013 2014 2015

Número de alunos inscritos no Enen PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________212

Apesar do fomento da oferta de Educação de Jovens e Adultos, a falta de espaços para

a ampliação de novas turmas, estimula a realização dos exames de certificação, que por outro

lado aponta o crescimento na procura pela elevação da escolaridade.

G) O crescimento de inscritos no Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – ENCCEJA PPL Fonte: MEC-INEP

H) O crescimento de inscritos no Programa Nacional de Acesso ao Ensino

Técnico e Emprego – PRONATEC

Fonte: SETEC-MEC

Observa-se relação direta no crescimento de inscritos no Programa Nacional de Acesso

ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) com a evolução da oferta educacional desde o início

dos Planos Estaduais de Educação nas Prisões no ano de 2012.

50

94

20

85

2

19

14

0

50

94

20

85

2

19

14

0

2013 2014 2015 - 1° Semestre

Número de alunos inscritos no Pronatec PPL Evolução no número de inscritos

1810

9

2294

0

1810

9

2294

0

2012 2013

Número de alunos inscritos no Ecceja PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________213

III- DA ANÁLISE E INSTRUÇÕES GERAIS POR UNIDADE

FEDERATIVA – Minas Gerais

A) A evolução da quantidade de presos em atividades educacionais

Fonte: INFOPEN-MJ

B) A evolução das matrículas na Unidade Federativa

Fonte: EDUCACENSO-MEC-INEP

27

31

28

86

19

17

51

79

19

08

60

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79

8

27

31

28

86

19

17

51

79

19

08

60

20

79

8

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Número de presos estudando Linha de Crescimento

50

76

49

55

45

57

45

17

57

06

58

53

69

58

71

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50

76

49

55

45

57

45

17

57

06

58

53

69

58

71

65

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Número de presos Matriculados Linha de Crescimento

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__________________________________________________________________________________214

C) Presos envolvidos em atividades de educacionais, por nível de ensino

Fonte: Dez.2014/NFOPEN-MJ

D) Inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM PPL

Fonte: INEP-MEC

E) Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – ENCCEJA PPL

79

0

32

43

54

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21

79

0

32

43

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32

60

01

74

21

2 0 1 1 2 0 1 2 2 0 1 3 2 0 1 4 2 0 1 5

Número de alunos inscritos no Enen PPL Evolução no número de inscritos

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Alf

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MG 15% 59% 18% 2% 0% 6%

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__________________________________________________________________________________215

Fonte: INEP-MEC

F) Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – PRONATEC

Fonte: SETEC-MEC

G) Das análises e instruções específicas do Plano

As análises e instruções específicas para cada Unidade Federativa são alicerçadas no “Guia

com Orientações para Subsidiar as Unidades federativas para a Elaboração do Plano de

educação nas Prisões”. Portanto, as observações e orientações de ajustes de cada item do

plano estão demonstradas abaixo:

ATENDE ÀS ORIENTAÇÕES DO PLANO

No. Itens para Análise SIM PARCIAL NÃO

01. APRESENTAÇÃO DO PLANO X

27

24

97

9

27

24

97

9

2 0 1 3 2 0 1 4

Número de alunos inscritos no Ecceja PPL Evolução no número de inscritos

73

1

16

61

18

82

73

1

16

61

18

82

2 0 1 3 2 0 1 4 2 0 1 5

Número de alunos inscritos no Pronatec PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________216

02. CONCEPÇÕES FUNDAMENTAIS E NORTEADORAS DA OFERTA EDUCAÇÃO NO SISTEMA PRISIONAL

X

03. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES NO ESTADO X

04. DIAGNÓSTICO X

05. GESTÃO X

5.1. ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS X

5.2. REGRAS E PROCEDIMENTOS DE ROTINA X

5.3. GESTÃO DE PESSOAS X

5.4. REGISTROS ESCOLARES X

5.5. ARTICULAÇÃO E PARCERIAS X

06. FINANCIAMENTO X

07. ORGANIZAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO FORMAL X

08. ORGANIZAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL E DA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

X

09. FORMAÇÃO/CAPACITAÇÃO DOS PROFISSIONAIS X

10. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E ATENDIMENTO À DIVERSIDADE X

11. CERTIFICAÇÃO X

12. INFRAESTRUTURA FÍSICA X

13. MATERIAL DIDÁTICO E LITERÁRIO X

14. REMIÇÃO DA PENA PELO ESTUDO X

15. ATENDIMENTO ÀS CRIANÇAS X

16. ACOMPANHAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO X

17. PLANO DE AÇÃO X

META I – AMPLIAÇÃO DA MATRÍCULA DA EDUCAÇÃO FORMAL X

META II – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL X

META III – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

X

META IV – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE INSCRITOS NOS EXAMES DE CERTIFICAÇÃO

X

META V – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE BIBLIOTECAS E DE ESPAÇOS DE LEITURA

X

META VI – MELHORIA NA QUALIDADE DA OFERTA DE EDUCAÇÃO

X

ORIENTAÇÃO AO ESTADO:

ITEM 15: ATENDIMENTO ÀS CRIANÇAS

O item “Atendimento às crianças” não foi informado. Portanto, orienta-se a sua

inclusão.

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__________________________________________________________________________________217

ITEM 17: META V – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE BIBLIOTECAS E

DE ESPAÇOS DE LEITURA

Neste item, a meta V – “AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE BIBLIOTECAS E DE ESPAÇOS DE

LEITURA” não foi informada. Portanto, orienta-se a sua inclusão.

IV- INSTRUÇÕES E RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA

MELHORIAS NA EXECUÇÃO, ACOMPANHEMENTO E AVALIAÇÃO

DOS PLANOS

O Plano Estadual de Educação nas Prisões objetiva executar ações em conjunto, para

tanto, dentre as diversas diretrizes do plano, destaca-se a importância da interlocução entre

os atores regionais. A promoção de maior diálogo entre as Secretarias de Estado de Educação

e de Administração Prisional permite a realização de ações articuladas, que por sua vez são

essenciais para a evolução e aprimoramento desta política.

Conforme destacado no Art. 4o,, do Decreto 7.626, de 2011, que institui o PEESP,

este tem como objetivo:

I - executar ações conjuntas e troca de informações entre órgãos

federais, estaduais e do Distrito Federal com atribuições nas áreas de

educação e de execução penal;

Neste sentido, sugere-se a criação de Comitê Estadual que acompanhará e avaliará as

ações previstas no Plano Estadual de Educação nas Prisões. Sugere-se que, além das

Secretarias de Estado de Educação e de Administração Prisional, sejam convidados a participar

deste comitê representantes dos:

Ministério Público;

Defensoria Pública;

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__________________________________________________________________________________218

Vara de Execução Penal;

Conselho Estadual da Educação;

Conselho Estadual Penitenciário;

Conselho da Comunidade.

O comitê gestor de acompanhamento, monitoração e avaliação organizará propostas

de visitas semestrais aos Estabelecimentos Penais. Visando sistematizar o planejamento,

sugere-se que, após a realização das visitas nos espaços educacionais inseridos no âmbito das

prisões, o comitê gestor irá elaborar relatório técnico constando o detalhamento de todas as

etapas executadas, resultados e recomendações que se fizerem necessárias e os encaminhará

às respectivas Secretarias de Educação e Administração Prisional, de modo que o fluxo de

informações provenientes deste relatório venha apontar os resultados alcançados e/ou ainda

subsidiar o redimensionamento das atividades ao longo do curso.

No decorrer de cada semestre e de acordo com as problemáticas evidenciadas pelo

Comitê gestor, este poderá propor aos Secretários de Estado de Educação e de Administração

Prisional ações afim de garantir a execução e metas estabelecidas nos Plano Estaduais

abrangendo estratégias de formação educacional da população carcerária e dos profissionais

envolvidos em sua implementação

V - INTRUÇÕES DO PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO NAS PRISÕES - 2017

O Plano é um instrumento de planejamento das Unidades Federativas que auxilia e

subsidia o organização das ações de reintegração social do Governo Federal. Por sua vez, o

monitoramento e avaliação das ações de educação serão realizados a partir da análise das

informações apresentadas ao INFOPEN e disponíveis no Censo Escolar do INEP.

A seguir, instruções importantes sobre os Planos Estaduais de Educação nas Prisões a partir

de 2017:

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__________________________________________________________________________________219

o Será quadrienal;

o Novas informações, por escola, serão incluídas, como o detalhamento se são

exclusivas ou vinculas, sobre os Projetos Políticos Pedagógicos, os Regimentos

Internos, entre outros; e

o Em breve, um novo guia a fim de orientar as Unidades Federativas sobre a

elaboração dos Planos Estaduais de Educação nas Prisões será apresentado.

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__________________________________________________________________________________220

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL

DIRETORIA DE POLÍTICAS PENITENCIÁRIAS

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA, ALFABETIZAÇÃO,

DIVERSIDADE E INCLUSÃO DIRETORIA DE POLÍTICAS DE ALFABETIZAÇÃO E EDUCAÇÃO DE

JOVENS E ADULTOS

NOTA TÉCNICA CONJUNTA MEC/MJ ASSUNTO: PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO NAS PRISÕES 2015-2016

I- DO CONTEXTO DA POLÍTICA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES,

MARCOS LEGAIS E EVOLUÇÃO HISTÓRICA.

A educação é um direito humano universal e confirmado pela Constituição da

República Brasileira. Apesar disso, grandes são as barreiras que impedem o efetivo acesso à

este direito, sobretudo, quando se trata de uma parcela invisível da sociedade que são as

pessoas privadas de liberdade.

Há centenas de anos possui-se o registro sobre o aprisionamento no Brasil, porém a

educação está inserida neste contexto há pouquíssimo tempo. Conforme preceitua a

Constituição Brasileira no Art. 205,

A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

A seguir destaca-se, de forma cronológica, algumas das fundamentações e marcos

importantes sobre a educação nas prisões brasileiras:

o 1984: Lei de Execução Penal – Lei 7.210

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__________________________________________________________________________________221

Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando

prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade.

Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso.

Art. 11. A assistência será:

I - material;

II - à saúde;

III - jurídica;

IV - educacional;

V - social;

Art. 17 à 21. Tratam da assistência educacional no sistema prisional, inclui a

instrução escolar e a formação profissional.

Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua natureza, deverá contar em

suas dependências com áreas e serviços destinados a dar assistência, educação, trabalho,

recreação e prática esportiva.

§ 4o Serão instaladas salas de aulas destinadas a cursos do ensino básico e

profissionalizante.(Incluído pela Lei nº 12.245, de 2010)

Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto

poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena. (Redação

dada pela Lei nº 12.433, de 2011)

o 1996: Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Lei 9.394

Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de

liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno

desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua

qualificação para o trabalho.

Art. 5º O acesso ao ensino fundamental é direito público subjetivo, podendo

qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical,

entidade de classe ou outra legalmente constituída, e, ainda, o Ministério Público, acionar

o Poder Público para exigi-lo.

o 2005: A publicação “Educando para a Liberdade”: trajetória, debates e proposições de um projeto para a educação nas prisões brasileiras

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__________________________________________________________________________________222

A cooperação para a oferta de educação nas prisões ganhou novos contornos a partir

de 2005 com a criação do “Projeto Educando para a Liberdade”, que contou com a parceria

da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e da

Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) permitindo pôr na agenda das políticas

públicas um tema periférico e invisível para parte considerável da população brasileira.

Essa iniciativa promoveu a abertura de espaços para o diálogo e a construção coletiva

de referenciais para o setor. Entre 2005 e 2007 foram realizados encontros estaduais,

regionais e nacionais que contaram com a participação de representantes, de gestores, de

professores, de agentes penitenciários, de técnicos, de operadores da execução penal e dos

presos.

Desses encontros saíram as propostas que subsidiaram a elaboração das resoluções do

Conselho Nacional de Educação e do Conselho Nacional de Políticas Criminal e Penitenciária.

o Diretrizes e recomendações dos Conselhos Nacionais de Educação (CNE) e

Política Criminal e Penitenciária (CNPCP)

Vale destacar as diversas diretrizes e recomendações emanadas pelos Conselhos

Nacionais de Educação (CNE) e Política Criminal e Penitenciária (CNPCP). Observa-se que

ações coordenadas pelos Ministérios da Justiça e da Educação em parceria com os estados e

com a sociedade civil organizada vêm demandando bastante aos conselhos. Dentre as diversas

recomendações e diretrizes, pontua-se, a Resolução nº 3, de 11 de março de 2009, na qual o

CNPCP aprovou as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação nos estabelecimentos

penais no âmbito da política de execução penal. A Resolução nº 2, de 19 de maio de 2010, na

qual o CNE aprovou as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação para jovens e adultos

em situação de privação de liberdade no âmbito das políticas de educação. E a Resolução nº

4, de 30 de maio de 2016, na qual o CNE aprovou as Diretrizes Operacionais Nacionais para a

remição de pena pelo estudo de pessoas em privação de liberdade nos estabelecimentos

penais do sistema prisional brasileiro.

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__________________________________________________________________________________223

o 2011: Plano Estratégico de Educação no Âmbito do Sistema Prisional -Decreto

nº 7.626

Institui o Plano Estratégico de Educação no Âmbito do Sistema Prisional (PEESP) que

tem como finalidade ampliar e qualificar a oferta de educação nos estabelecimentos penais,

contemplando a educação básica na modalidade de educação de jovens e adultos, a educação

profissional e tecnológica, e a educação superior.

Dentre as diversas diretrizes do PEESP, destaca-se a integração dos órgãos

responsáveis pelo ensino público com os órgãos responsáveis pela execução penal, tanto a

nível estadual quanto federal.

. Segundo o Decreto, compete ao MEC o apoio financeiro para equipar e aparelhar os

espaços, distribuir material didático, compor os acervos das bibliotecas, fomentar programas

de alfabetização e de educação de jovens e adultos e de capacitação dos profissionais; ao MJ,

o apoio financeiro para construção, ampliação e reforma dos espaços destinados à educação

nos estabelecimentos penais.

Para acessar os recursos do orçamento federal os Estados e o Distrito Federal

deveriam apresentar plano de ação contendo:

a) diagnóstico das demandas de educação no âmbito dos estabelecimentos

penais;

b) estratégias e metas para sua implementação; e

c) as atribuições e responsabilidades de cada órgão, especialmente quanto à

adequação dos espaços destinados às atividades educacionais nos estabelecimentos

penais, à formação e à contratação de professores e de outros profissionais da

educação, à produção de material didático e à integração da educação de jovens e

adultos à educação profissional e tecnológica.

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__________________________________________________________________________________224

O PEESP promove um alinhamento estratégico entre o planejamento dos estados

e as políticas implementadas pelo Governo Federal. Esse alinhamento permite dimensionar

os recursos a serem transferidos no âmbito do PAR, a distribuição do material didático e a

política de formação continuada para os servidores que atuam na oferta de educação em

prisões.

Os Ministérios da Educação e da Justiça compreenderam o plano de ação previsto

no Decreto nº 7.626/2011 como parte de um esforço maior de organização da oferta de

educação nas prisões e nesse sentido fomentaram a elaboração de Planos Estaduais de

Educação nas prisões. Essa estratégia foi pactuada no III Seminário Nacional de Educação nas

Prisões realizado no primeiro semestre de 2012.

Para subsidiar a elaboração dos planos o Governo Federal apresentou um Guia de

Orientações sugerindo que os planos contivessem informações sobre a gestão e organização

da oferta de educação, a formação continuada dos profissionais, exames de certificação de

exames e estratégias de acompanhamento das ações. Todos os itens que compõe esse guia

estão vinculados aos normativos legais que definem como deve ser oferta de educação.

No sentido de orientar a elaboração dos planos de ação e permitir uma análise

técnica mais qualificada, o guia indicava a importância de apresentar um amplo diagnóstico

com informações sobre a quantidade de estabelecimentos penais com oferta de educação, a

quantidade de salas de aula, espaços de leituras e laboratórios de informática, além do perfil

dos professores e dos agentes penitenciários.

II- DA ANÁLISE DOS DADOS NACIONAIS DE EDUCAÇÃO NAS

PRISÕES.

AA) O crescimento da quantidade de presos em atividades educacionais – base de dados Infopen

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__________________________________________________________________________________225

BB)

Ao analisar o gráfico acima observa-se que houve um crescimento de 61% de presos

estudando no Brasil entre os anos de 2008 e 2014, enquanto no mesmo período, houve um

crescimento de 45% da população carcerária no país.

B) A evolução das matrículas no Brasil – base de dados Educacenso

Através do dados de alunos matriculados apresentados pelo Educacenso/MEC

constata-se um crescimento de 97% de presos matriculados no período.

C) A evolução de matrículas por regiões – base de dados Educacenso

34

32

1 41

65

9

37

99

8 46

22

3

44

79

8

54

81

0

55

62

3

34

32

1 41

65

9

37

99

8 46

22

3

44

79

8

54

81

0

55

62

3

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Número de presos estudando Linha de Crescimento

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__________________________________________________________________________________226

Destaca-se que a região Centro-Oeste teve o maior crescimento percentual de presos

matriculados com um crescimento de 175% no período. Enquanto a região Norte teve o

menor crescimento de apenas 5%.

D) Presos envolvidos em atividades educacionais, por nível de ensino

Na tabela a seguir, observa-se que dos presos inseridos em atividades educacionais, 87% estão

inseridos na modalidade de Educação de Jovens e Adultos, evidenciando a importância que

esta ação possui para o sistema prisional brasileiro. Por outro lado, constata-se que 0% dos

presos estão cursando ensino superior.

UF

Alf

abet

izaç

ão

Ensi

no

Fu

nd

ame

nta

l

Ensi

no

méd

io

Ensi

no

su

per

ior

Cu

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de

80

0 h

ora

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Cu

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de

form

ação

in

icia

l e c

on

tin

uad

a (c

apac

itaç

ão p

rofi

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nal

, ac

ima

de

16

0 h

ora

s d

e

aula

)

AC 18% 49% 2% 0% 0% 31%

AL 18% 56% 4% 0% 0% 22%

AM 17% 65% 18% 0% 0% 0%

AP 4% 17% 35% 0% 0% 43%

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__________________________________________________________________________________227

Fonte: Dez.2014/Infopen-MJ

E) O crescimento da oferta de educação nas prisões por dependência

administrativa

BA 19% 59% 16% 0% 1% 6%

CE 13% 50% 12% 0% 0% 25%

DF 10% 40% 19% 2% 2% 27%

ES 15% 47% 19% 0% 3% 15%

GO 15% 71% 11% 3% 0% 0%

MA 40% 40% 15% 4% 1% 0%

MG 15% 59% 18% 2% 0% 6%

MS 15% 66% 14% 2% 2% 2%

MT 17% 53% 21% 0% 1% 8%

PA 8% 80% 9% 0% 2% 1%

PB 35% 42% 15% 0% 3% 5%

PE 28% 59% 12% 0% 1% 0%

PI 76% 24% 0% 0% 0% 0%

PR 10% 56% 19% 0% 3% 12%

RJ 17% 75% 7% 0% 0% 1%

RN 46% 36% 13% 0% 0% 5%

RO 25% 44% 17% 1% 8% 5%

RR 5% 70% 22% 2% 1% 1%

RS 17% 45% 37% 0% 0% 1%

SC 15% 51% 19% 1% 6% 10%

SE 42% 27% 24% 7% 0% 0%

SP 15% 37% 26% 0% 0% 21%

TO 16% 57% 16% 0% 5% 7%

Brasil 17% 51% 19% 0% 1% 12%

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__________________________________________________________________________________228

Fonte:MEC-INEP

Ao analisar o gráfico acima, constata-se que a partir do ano de 2010 há uma mudança

significativa em função da dependência administrativa, que se caracteriza pelo Ente

Federativo (Municipal, Estadual, Distrito Federal ou União), ou ainda, pelo setor privado que

ofertam educação nas prisões. Houve crescimento de 75% ofertado pelos Estados, enquanto,

houve decréscimo de 286% ofertado pelos municípios, fato que demonstra a

responsabilização e aceitação dos Estados na oferta educacional no sistema prisional.

F) O crescimento de inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM PPL

Fonte:MEC-INEP

0

50

100

150

200

250

300

350

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

NÚMERO DE MUNICIPIOS COM OFERTAPOR DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA/ANO

Federal Estados Municípios Privadas

13

90

8

23

66

5

30

34

1

35

80

4

42

54

2

13

90

8

23

66

5

30

34

1

35

80

4

42

54

2

2011 2012 2013 2014 2015

Número de alunos inscritos no Enen PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________229

Apesar do fomento da oferta de Educação de Jovens e Adultos, a falta de espaços para

a ampliação de novas turmas, estimula a realização dos exames de certificação, que por outro

lado aponta o crescimento na procura pela elevação da escolaridade.

G) O crescimento de inscritos no Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – ENCCEJA PPL Fonte: MEC-INEP

H) O crescimento de inscritos no Programa Nacional de Acesso ao Ensino

Técnico e Emprego – PRONATEC

Fonte: SETEC-MEC

Observa-se relação direta no crescimento de inscritos no Programa Nacional de Acesso

ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) com a evolução da oferta educacional desde o início

dos Planos Estaduais de Educação nas Prisões no ano de 2012.

50

94

20

85

2

19

14

0

50

94

20

85

2

19

14

0

2013 2014 2015 - 1° Semestre

Número de alunos inscritos no Pronatec PPL Evolução no número de inscritos

1810

9

2294

0

1810

9

2294

0

2012 2013

Número de alunos inscritos no Ecceja PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________230

III- DA ANÁLISE E INSTRUÇÕES GERAIS POR UNIDADE

FEDERATIVA - Pará

A) A evolução da quantidade de presos em atividades educacionais

Fonte: INFOPEN-MJ

B) A evolução das matrículas na Unidade Federativa

Fonte: EDUCACENSO-MEC-INEP

12

76

13

10

0

35

3

83

9

14

53

84

6

12

76

13

10

0

35

3

83

9

14

53

84

6

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Número de presos estudando Linha de Crescimento

22

1

48

1

60

7

45

3

59

4

35

1

35

5

47

2

22

1

48

1

60

7

45

3

59

4

35

1

35

5

47

2

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Número de presos Matriculados Linha de Crescimento

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__________________________________________________________________________________231

C) Presos envolvidos em atividades de educacionais, por nível de ensino

Fonte: Dez.2014/INFOPEN-MJ

D) Inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM PPL

Fonte: INEP-MEC

E) Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – ENCCEJA PPL

25

7

51

1

66

8

76

8 80

4

25

7

51

1

66

8

76

8 80

4

2011 2012 2013 2014 2015

Número de alunos inscritos no Enen PPL Evolução no número de inscritos

UF

Alf

abet

izaç

ão

Ensi

no

Fu

nd

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nta

l

Ensi

no

méd

io

Ensi

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__________________________________________________________________________________232

Fonte: INEP-MEC

F) Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – PRONATEC

Fonte: SETEC-MEC

G) Das análises e instruções específicas do Plano

As análises e instruções específicas para cada Unidade Federativa são alicerçadas no “Guia

com Orientações para Subsidiar as Unidades federativas para a Elaboração do Plano de

educação nas Prisões”. Portanto, as observações e orientações de ajustes de cada item do

plano estão demonstradas abaixo:

ATENDE ÀS ORIENTAÇÕES DO PLANO

No. Itens para Análise SIM PARCIAL NÃO

01. APRESENTAÇÃO DO PLANO X

55

1

65

0

55

1

65

0

2 0 1 3 2 0 1 4

Número de alunos inscritos no Ecceja PPL Evolução no número de inscritos

55

87

0

19

2

55

87

0

19

2

2 0 1 3 2 0 1 4 2 0 1 5

Número de alunos inscritos no Pronatec PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________233

02. CONCEPÇÕES FUNDAMENTAIS E NORTEADORAS DA OFERTA EDUCAÇÃO NO SISTEMA PRISIONAL

X

03. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES NO ESTADO X

04. DIAGNÓSTICO X

05. GESTÃO X

5.1. ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS X

5.2. REGRAS E PROCEDIMENTOS DE ROTINA X

5.3. GESTÃO DE PESSOAS X

5.4. REGISTROS ESCOLARES X

5.5. ARTICULAÇÃO E PARCERIAS X

06. FINANCIAMENTO X

07. ORGANIZAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO FORMAL X

08. ORGANIZAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL E DA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

X

09. FORMAÇÃO/CAPACITAÇÃO DOS PROFISSIONAIS X

10. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E ATENDIMENTO À DIVERSIDADE X

11. CERTIFICAÇÃO X

12. INFRAESTRUTURA FÍSICA X

13. MATERIAL DIDÁTICO E LITERÁRIO X

14. REMIÇÃO DA PENA PELO ESTUDO X

15. ATENDIMENTO ÀS CRIANÇAS X

16. ACOMPANHAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO X

17. PLANO DE AÇÃO X

META I – AMPLIAÇÃO DA MATRÍCULA DA EDUCAÇÃO FORMAL X

META II – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL X

META III – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

X

META IV – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE INSCRITOS NOS EXAMES DE CERTIFICAÇÃO

X

META V – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE BIBLIOTECAS E DE ESPAÇOS DE LEITURA

X

META VI – MELHORIA NA QUALIDADE DA OFERTA DE EDUCAÇÃO

X

ORIENTAÇÃO AO ESTADO:

Todos os itens atendem as orientações emanadas pelo Ministério da Educação e

Departamento Penitenciário Nacional, através do “Guia com Orientações para Subsidiar as

Unidades federativas para a Elaboração do Plano de educação nas Prisões”.

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__________________________________________________________________________________234

IV- INSTRUÇÕES E RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA

MELHORIAS NA EXECUÇÃO, ACOMPANHEMENTO E AVALIAÇÃO

DOS PLANOS

O Plano Estadual de Educação nas Prisões objetiva executar ações em conjunto, para

tanto, dentre as diversas diretrizes do plano, destaca-se a importância da interlocução entre

os atores regionais. A promoção de maior diálogo entre as Secretarias de Estado de Educação

e de Administração Prisional permite a realização de ações articuladas, que por sua vez são

essenciais para a evolução e aprimoramento desta política.

Conforme destacado no Art. 4o,, do Decreto 7.626, de 2011, que institui o PEESP,

este tem como objetivo:

I - executar ações conjuntas e troca de informações entre órgãos

federais, estaduais e do Distrito Federal com atribuições nas áreas de

educação e de execução penal;

Neste sentido, sugere-se a criação de Comitê Estadual que acompanhará e avaliará as

ações previstas no Plano Estadual de Educação nas Prisões. Sugere-se que, além das

Secretarias de Estado de Educação e de Administração Prisional, sejam convidados a participar

deste comitê representantes dos:

Ministério Público;

Defensoria Pública;

Vara de Execução Penal;

Conselho Estadual da Educação;

Conselho Estadual Penitenciário;

Conselho da Comunidade.

O comitê gestor de acompanhamento, monitoração e avaliação organizará propostas

de visitas semestrais aos Estabelecimentos Penais. Visando sistematizar o planejamento,

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__________________________________________________________________________________235

sugere-se que, após a realização das visitas nos espaços educacionais inseridos no âmbito das

prisões, o comitê gestor irá elaborar relatório técnico constando o detalhamento de todas as

etapas executadas, resultados e recomendações que se fizerem necessárias e os encaminhará

às respectivas Secretarias de Educação e Administração Prisional, de modo que o fluxo de

informações provenientes deste relatório venha apontar os resultados alcançados e/ou ainda

subsidiar o redimensionamento das atividades ao longo do curso.

No decorrer de cada semestre e de acordo com as problemáticas evidenciadas pelo

Comitê gestor, este poderá propor aos Secretários de Estado de Educação e de Administração

Prisional ações afim de garantir a execução e metas estabelecidas nos Plano Estaduais

abrangendo estratégias de formação educacional da população carcerária e dos profissionais

envolvidos em sua implementação

V - INTRUÇÕES DO PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO NAS PRISÕES - 2017

O Plano é um instrumento de planejamento das Unidades Federativas que auxilia e

subsidia o organização das ações de reintegração social do Governo Federal. Por sua vez, o

monitoramento e avaliação das ações de educação serão realizados a partir da análise das

informações apresentadas ao INFOPEN e disponíveis no Censo Escolar do INEP.

A seguir, instruções importantes sobre os Planos Estaduais de Educação nas Prisões a partir

de 2017:

o Será quadrienal;

o Novas informações, por escola, serão incluídas, como o detalhamento se são

exclusivas ou vinculas, sobre os Projetos Políticos Pedagógicos, os Regimentos

Internos, entre outros; e

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__________________________________________________________________________________236

o Em breve, um novo guia a fim de orientar as Unidades Federativas sobre a

elaboração dos Planos Estaduais de Educação nas Prisões será apresentado.

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__________________________________________________________________________________237

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL

DIRETORIA DE POLÍTICAS PENITENCIÁRIAS

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA, ALFABETIZAÇÃO,

DIVERSIDADE E INCLUSÃO DIRETORIA DE POLÍTICAS DE ALFABETIZAÇÃO E EDUCAÇÃO DE

JOVENS E ADULTOS

NOTA TÉCNICA CONJUNTA MEC/MJ ASSUNTO: PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO NAS PRISÕES 2015-2016

I- DO CONTEXTO DA POLÍTICA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES,

MARCOS LEGAIS E EVOLUÇÃO HISTÓRICA.

A educação é um direito humano universal e confirmado pela Constituição da

República Brasileira. Apesar disso, grandes são as barreiras que impedem o efetivo acesso à

este direito, sobretudo, quando se trata de uma parcela invisível da sociedade que são as

pessoas privadas de liberdade.

Há centenas de anos possui-se o registro sobre o aprisionamento no Brasil, porém a

educação está inserida neste contexto há pouquíssimo tempo. Conforme preceitua a

Constituição Brasileira no Art. 205,

A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

A seguir destaca-se, de forma cronológica, algumas das fundamentações e marcos

importantes sobre a educação nas prisões brasileiras:

o 1984: Lei de Execução Penal – Lei 7.210

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__________________________________________________________________________________238

Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando

prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade.

Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso.

Art. 11. A assistência será:

I - material;

II - à saúde;

III - jurídica;

IV - educacional;

V - social;

Art. 17 à 21. Tratam da assistência educacional no sistema prisional, inclui a

instrução escolar e a formação profissional.

Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua natureza, deverá contar em

suas dependências com áreas e serviços destinados a dar assistência, educação, trabalho,

recreação e prática esportiva.

§ 4o Serão instaladas salas de aulas destinadas a cursos do ensino básico e

profissionalizante.(Incluído pela Lei nº 12.245, de 2010)

Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto

poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena. (Redação

dada pela Lei nº 12.433, de 2011)

o 1996: Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Lei 9.394

Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de

liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno

desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua

qualificação para o trabalho.

Art. 5º O acesso ao ensino fundamental é direito público subjetivo, podendo

qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical,

entidade de classe ou outra legalmente constituída, e, ainda, o Ministério Público, acionar

o Poder Público para exigi-lo.

o 2005: A publicação “Educando para a Liberdade”: trajetória, debates e proposições de um projeto para a educação nas prisões brasileiras

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__________________________________________________________________________________239

A cooperação para a oferta de educação nas prisões ganhou novos contornos a partir

de 2005 com a criação do “Projeto Educando para a Liberdade”, que contou com a parceria

da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e da

Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) permitindo pôr na agenda das políticas

públicas um tema periférico e invisível para parte considerável da população brasileira.

Essa iniciativa promoveu a abertura de espaços para o diálogo e a construção coletiva

de referenciais para o setor. Entre 2005 e 2007 foram realizados encontros estaduais,

regionais e nacionais que contaram com a participação de representantes, de gestores, de

professores, de agentes penitenciários, de técnicos, de operadores da execução penal e dos

presos.

Desses encontros saíram as propostas que subsidiaram a elaboração das resoluções do

Conselho Nacional de Educação e do Conselho Nacional de Políticas Criminal e Penitenciária.

o Diretrizes e recomendações dos Conselhos Nacionais de Educação (CNE) e

Política Criminal e Penitenciária (CNPCP)

Vale destacar as diversas diretrizes e recomendações emanadas pelos Conselhos

Nacionais de Educação (CNE) e Política Criminal e Penitenciária (CNPCP). Observa-se que

ações coordenadas pelos Ministérios da Justiça e da Educação em parceria com os estados e

com a sociedade civil organizada vêm demandando bastante aos conselhos. Dentre as diversas

recomendações e diretrizes, pontua-se, a Resolução nº 3, de 11 de março de 2009, na qual o

CNPCP aprovou as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação nos estabelecimentos

penais no âmbito da política de execução penal. A Resolução nº 2, de 19 de maio de 2010, na

qual o CNE aprovou as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação para jovens e adultos

em situação de privação de liberdade no âmbito das políticas de educação. E a Resolução nº

4, de 30 de maio de 2016, na qual o CNE aprovou as Diretrizes Operacionais Nacionais para a

remição de pena pelo estudo de pessoas em privação de liberdade nos estabelecimentos

penais do sistema prisional brasileiro.

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__________________________________________________________________________________240

o 2011: Plano Estratégico de Educação no Âmbito do Sistema Prisional -Decreto

nº 7.626

Institui o Plano Estratégico de Educação no Âmbito do Sistema Prisional (PEESP) que

tem como finalidade ampliar e qualificar a oferta de educação nos estabelecimentos penais,

contemplando a educação básica na modalidade de educação de jovens e adultos, a educação

profissional e tecnológica, e a educação superior.

Dentre as diversas diretrizes do PEESP, destaca-se a integração dos órgãos

responsáveis pelo ensino público com os órgãos responsáveis pela execução penal, tanto a

nível estadual quanto federal.

. Segundo o Decreto, compete ao MEC o apoio financeiro para equipar e aparelhar os

espaços, distribuir material didático, compor os acervos das bibliotecas, fomentar programas

de alfabetização e de educação de jovens e adultos e de capacitação dos profissionais; ao MJ,

o apoio financeiro para construção, ampliação e reforma dos espaços destinados à educação

nos estabelecimentos penais.

Para acessar os recursos do orçamento federal os Estados e o Distrito Federal

deveriam apresentar plano de ação contendo:

a) diagnóstico das demandas de educação no âmbito dos estabelecimentos

penais;

b) estratégias e metas para sua implementação; e

c) as atribuições e responsabilidades de cada órgão, especialmente quanto à

adequação dos espaços destinados às atividades educacionais nos estabelecimentos

penais, à formação e à contratação de professores e de outros profissionais da

educação, à produção de material didático e à integração da educação de jovens e

adultos à educação profissional e tecnológica.

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__________________________________________________________________________________241

O PEESP promove um alinhamento estratégico entre o planejamento dos estados

e as políticas implementadas pelo Governo Federal. Esse alinhamento permite dimensionar

os recursos a serem transferidos no âmbito do PAR, a distribuição do material didático e a

política de formação continuada para os servidores que atuam na oferta de educação em

prisões.

Os Ministérios da Educação e da Justiça compreenderam o plano de ação previsto

no Decreto nº 7.626/2011 como parte de um esforço maior de organização da oferta de

educação nas prisões e nesse sentido fomentaram a elaboração de Planos Estaduais de

Educação nas prisões. Essa estratégia foi pactuada no III Seminário Nacional de Educação nas

Prisões realizado no primeiro semestre de 2012.

Para subsidiar a elaboração dos planos o Governo Federal apresentou um Guia de

Orientações sugerindo que os planos contivessem informações sobre a gestão e organização

da oferta de educação, a formação continuada dos profissionais, exames de certificação de

exames e estratégias de acompanhamento das ações. Todos os itens que compõe esse guia

estão vinculados aos normativos legais que definem como deve ser oferta de educação.

No sentido de orientar a elaboração dos planos de ação e permitir uma análise

técnica mais qualificada, o guia indicava a importância de apresentar um amplo diagnóstico

com informações sobre a quantidade de estabelecimentos penais com oferta de educação, a

quantidade de salas de aula, espaços de leituras e laboratórios de informática, além do perfil

dos professores e dos agentes penitenciários.

II- DA ANÁLISE DOS DADOS NACIONAIS DE EDUCAÇÃO NAS

PRISÕES.

CC) O crescimento da quantidade de presos em atividades educacionais – base de dados Infopen

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__________________________________________________________________________________242

DD)

Ao analisar o gráfico acima observa-se que houve um crescimento de 61% de presos

estudando no Brasil entre os anos de 2008 e 2014, enquanto no mesmo período, houve um

crescimento de 45% da população carcerária no país.

B) A evolução das matrículas no Brasil – base de dados Educacenso

Através do dados de alunos matriculados apresentados pelo Educacenso/MEC

constata-se um crescimento de 97% de presos matriculados no período.

C) A evolução de matrículas por regiões – base de dados Educacenso

34

32

1 41

65

9

37

99

8 46

22

3

44

79

8

54

81

0

55

62

3

34

32

1 41

65

9

37

99

8 46

22

3

44

79

8

54

81

0

55

62

3

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Número de presos estudando Linha de Crescimento

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__________________________________________________________________________________243

Destaca-se que a região Centro-Oeste teve o maior crescimento percentual de presos

matriculados com um crescimento de 175% no período. Enquanto a região Norte teve o

menor crescimento de apenas 5%.

D) Presos envolvidos em atividades educacionais, por nível de ensino

Na tabela a seguir, observa-se que dos presos inseridos em atividades educacionais, 87% estão

inseridos na modalidade de Educação de Jovens e Adultos, evidenciando a importância que

esta ação possui para o sistema prisional brasileiro. Por outro lado, constata-se que 0% dos

presos estão cursando ensino superior.

UF

Alf

abet

izaç

ão

Ensi

no

Fu

nd

ame

nta

l

Ensi

no

méd

io

Ensi

no

su

per

ior

Cu

curs

o t

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ico

(ac

ima

de

80

0 h

ora

s d

e a

ula

)

Cu

rso

de

form

ação

in

icia

l e c

on

tin

uad

a (c

apac

itaç

ão p

rofi

ssio

nal

, ac

ima

de

16

0 h

ora

s d

e

aula

)

AC 18% 49% 2% 0% 0% 31%

AL 18% 56% 4% 0% 0% 22%

AM 17% 65% 18% 0% 0% 0%

AP 4% 17% 35% 0% 0% 43%

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__________________________________________________________________________________244

Fonte: Dez.2014/Infopen-MJ

E) O crescimento da oferta de educação nas prisões por dependência

administrativa

BA 19% 59% 16% 0% 1% 6%

CE 13% 50% 12% 0% 0% 25%

DF 10% 40% 19% 2% 2% 27%

ES 15% 47% 19% 0% 3% 15%

GO 15% 71% 11% 3% 0% 0%

MA 40% 40% 15% 4% 1% 0%

MG 15% 59% 18% 2% 0% 6%

MS 15% 66% 14% 2% 2% 2%

MT 17% 53% 21% 0% 1% 8%

PA 8% 80% 9% 0% 2% 1%

PB 35% 42% 15% 0% 3% 5%

PE 28% 59% 12% 0% 1% 0%

PI 76% 24% 0% 0% 0% 0%

PR 10% 56% 19% 0% 3% 12%

RJ 17% 75% 7% 0% 0% 1%

RN 46% 36% 13% 0% 0% 5%

RO 25% 44% 17% 1% 8% 5%

RR 5% 70% 22% 2% 1% 1%

RS 17% 45% 37% 0% 0% 1%

SC 15% 51% 19% 1% 6% 10%

SE 42% 27% 24% 7% 0% 0%

SP 15% 37% 26% 0% 0% 21%

TO 16% 57% 16% 0% 5% 7%

Brasil 17% 51% 19% 0% 1% 12%

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__________________________________________________________________________________245

Fonte:MEC-INEP

Ao analisar o gráfico acima, constata-se que a partir do ano de 2010 há uma mudança

significativa em função da dependência administrativa, que se caracteriza pelo Ente

Federativo (Municipal, Estadual, Distrito Federal ou União), ou ainda, pelo setor privado

ofertam educação nas prisões. Houve crescimento de 75% ofertado pelos Estados, enquanto,

houve decréscimo de 286% ofertado pelos municípios, fato que demonstra a

responsabilização e aceitação dos Estados na oferta educacional no sistema prisional.

F) O crescimento de inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM PPL

Fonte:MEC-INEP

0

50

100

150

200

250

300

350

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

NÚMERO DE MUNICIPIOS COM OFERTAPOR DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA/ANO

Federal Estados Municípios Privadas

13

90

8

23

66

5

30

34

1

35

80

4

42

54

2

13

90

8

23

66

5

30

34

1

35

80

4

42

54

2

2011 2012 2013 2014 2015

Número de alunos inscritos no Enen PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________246

Apesar do fomento da oferta de Educação de Jovens e Adultos, a falta de espações

para a ampliação de novas turmas, estimula a realização dos exames de certificação, que por

outro lado aponta o crescimento na procura pela elevação da escolaridade.

G) O crescimento de inscritos no Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – ENCCEJA PPL Fonte: MEC-INEP

H) O crescimento de inscritos no Programa Nacional de Acesso ao Ensino

Técnico e Emprego – PRONATEC

Fonte: SETEC-MEC

Observa-se relação direta no crescimento de inscritos no Programa Nacional de Acesso

ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) com a evolução da oferta educacional desde o início

dos Planos Estaduais de Educação nas Prisões no ano de 2012.

50

94

20

85

2

19

14

0

50

94

20

85

2

19

14

0

2013 2014 2015 - 1° Semestre

Número de alunos inscritos no Pronatec PPL Evolução no número de inscritos

1810

9

2294

0

1810

9

2294

0

2012 2013

Número de alunos inscritos no Ecceja PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________247

III- DA ANÁLISE E INSTRUÇÕES GERAIS POR UNIDADE

FEDERATIVA - Paraíba

A) A evolução da quantidade de presos em atividades educacionais

Fonte: INFOPEN-MJ

B) A evolução das matrículas na Unidade Federativa

Fonte: EDUCACENSO-MEC-INEP

37

6

10

3

38

29

0

46

2

10

96

11

45

37

6

10

3

38

29

0

46

2

10

96

11

45

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Número de presos estudando Linha de Crescimento

16

1

49

0

81

7

67

7

93

2

10

95 1

23

6

87

2

16

1

49

0

81

7

67

7

93

2 10

95 1

23

6

87

2

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Número de presos Matriculados Linha de Crescimento

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__________________________________________________________________________________248

C) Presos envolvidos em atividades educacionais, por nível de ensino

Fonte: Dez.2014/INFOPEN-MJ

D) Inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM PPL

Fonte: INEP-MEC

E) Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – ENCCEJA PPL

61

31

0 36

1

52

9

52

4

61

31

0 36

1

52

9

52

4

2 0 1 1 2 0 1 2 2 0 1 3 2 0 1 4 2 0 1 5

Número de alunos inscritos no Enen PPL Evolução no número de inscritos

UF

Alf

abet

izaç

ão

Ensi

no

Fu

nd

ame

nta

l

Ensi

no

méd

io

Ensi

no

su

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Cu

Cu

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00

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Cu

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ação

in

icia

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fiss

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e 1

60

ho

ras

de

aula

)

PB 35% 42% 15% 0% 3% 5%

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__________________________________________________________________________________249

Fonte: INEP-MEC

F) Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – PRONATEC

Fonte: SETEC-MEC

G) Das análises e instruções específicas do Plano

As análises e instruções específicas para cada Unidade Federativa são alicerçadas no “Guia

com Orientações para Subsidiar as Unidades federativas para a Elaboração do Plano de

educação nas Prisões”. Portanto, as observações e orientações de ajustes de cada item do

plano estão demonstradas abaixo:

ATENDE ÀS ORIENTAÇÕES DO PLANO

No. Itens para Análise SIM PARCIAL NÃO

01. APRESENTAÇÃO DO PLANO X

35

9

41

5

35

9

41

5

2 0 1 3 2 0 1 4

Número de alunos inscritos no Ecceja PPL Evolução no número de inscritos

12

4

19

8

22

4

12

4

19

8

22

4

2 0 1 3 2 0 1 4 2 0 1 5

Número de alunos inscritos no Pronatec PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________250

02. CONCEPÇÕES FUNDAMENTAIS E NORTEADORAS DA OFERTA EDUCAÇÃO NO SISTEMA PRISIONAL

X

03. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES NO ESTADO X

04. DIAGNÓSTICO X

05. GESTÃO X

5.1. ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS X

5.2. REGRAS E PROCEDIMENTOS DE ROTINA X

5.3. GESTÃO DE PESSOAS X

5.4. REGISTROS ESCOLARES X

5.5. ARTICULAÇÃO E PARCERIAS X

06. FINANCIAMENTO X

07. ORGANIZAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO FORMAL X

08. ORGANIZAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL E DA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

X

09. FORMAÇÃO/CAPACITAÇÃO DOS PROFISSIONAIS X

10. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E ATENDIMENTO À DIVERSIDADE X

11. CERTIFICAÇÃO X

12. INFRAESTRUTURA FÍSICA X

13. MATERIAL DIDÁTICO E LITERÁRIO X

14. REMIÇÃO DA PENA PELO ESTUDO X

15. ATENDIMENTO ÀS CRIANÇAS X

16. ACOMPANHAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO X

17. PLANO DE AÇÃO X

META I – AMPLIAÇÃO DA MATRÍCULA DA EDUCAÇÃO FORMAL X

META II – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL X

META III – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

X

META IV – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE INSCRITOS NOS EXAMES DE CERTIFICAÇÃO

X

META V – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE BIBLIOTECAS E DE ESPAÇOS DE LEITURA

X

META VI – MELHORIA NA QUALIDADE DA OFERTA DE EDUCAÇÃO

X

ITEM 10: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E ATENDIMENTO À

DIVERSIDADE

Orienta-se detalhar mais o item “PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E ATENDIMENTO À

DIVERSIDADE” informado medidas por parte do Estado afim de garantir estas práticas.

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__________________________________________________________________________________251

ITEM 15: ATENDIMENTO ÀS CRIANÇAS

O item “Atendimento às crianças” não foi informado. Portanto, orienta-se a sua

inclusão.

IV- INSTRUÇÕES E RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA

MELHORIAS NA EXECUÇÃO, ACOMPANHEMENTO E AVALIAÇÃO

DOS PLANOS

O Plano Estadual de Educação nas Prisões objetiva executar ações em conjunto, para

tanto, dentre as diversas diretrizes do plano, destaca-se a importância da interlocução entre

os atores regionais. A promoção de maior diálogo entre as Secretarias de Estado de Educação

e de Administração Prisional permite a realização de ações articuladas, que por sua vez são

essenciais para a evolução e aprimoramento desta política.

Conforme destacado no Art. 4o,, do Decreto 7.626, de 2011, que institui o PEESP,

este tem como objetivo:

I - executar ações conjuntas e troca de informações entre órgãos

federais, estaduais e do Distrito Federal com atribuições nas áreas de

educação e de execução penal;

Neste sentido, sugere-se a criação de Comitê Estadual que acompanhará e avaliará as

ações previstas no Plano Estadual de Educação nas Prisões. Sugere-se que, além das

Secretarias de Estado de Educação e de Administração Prisional, sejam convidados a participar

deste comitê representantes dos:

Ministério Público;

Defensoria Pública;

Vara de Execução Penal;

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__________________________________________________________________________________252

Conselho Estadual da Educação;

Conselho Estadual Penitenciário;

Conselho da Comunidade.

O comitê gestor de acompanhamento, monitoração e avaliação organizará propostas

de visitas semestrais aos Estabelecimentos Penais. Visando sistematizar o planejamento,

sugere-se que, após a realização das visitas nos espaços educacionais inseridos no âmbito das

prisões, o comitê gestor irá elaborar relatório técnico constando o detalhamento de todas as

etapas executadas, resultados e recomendações que se fizerem necessárias e os encaminhará

às respectivas Secretarias de Educação e Administração Prisional, de modo que o fluxo de

informações provenientes deste relatório venha apontar os resultados alcançados e/ou ainda

subsidiar o redimensionamento das atividades ao longo do curso.

No decorrer de cada semestre e de acordo com as problemáticas evidenciadas pelo

Comitê gestor, este poderá propor aos Secretários de Estado de Educação e de Administração

Prisional ações afim de garantir a execução e metas estabelecidas nos Plano Estaduais

abrangendo estratégias de formação educacional da população carcerária e dos profissionais

envolvidos em sua implementação

V - INTRUÇÕES DO PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO NAS PRISÕES - 2017

O Plano é um instrumento de planejamento das Unidades Federativas que auxilia e

subsidia o organização das ações de reintegração social do Governo Federal. Por sua vez, o

monitoramento e avaliação das ações de educação serão realizados a partir da análise das

informações apresentadas ao INFOPEN e disponíveis no Censo Escolar do INEP.

A seguir, instruções importantes sobre os Planos Estaduais de Educação nas Prisões a partir

de 2017:

o Será quadrienal;

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__________________________________________________________________________________253

o Novas informações, por escola, serão incluídas, como o detalhamento se são

exclusivas ou vinculas, sobre os Projetos Políticos Pedagógicos, os Regimentos

Internos, entre outros; e

o Em breve, um novo guia a fim de orientar as Unidades Federativas sobre a

elaboração dos Planos Estaduais de Educação nas Prisões será apresentado.

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__________________________________________________________________________________254

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL

DIRETORIA DE POLÍTICAS PENITENCIÁRIAS

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA, ALFABETIZAÇÃO,

DIVERSIDADE E INCLUSÃO DIRETORIA DE POLÍTICAS DE ALFABETIZAÇÃO E EDUCAÇÃO DE

JOVENS E ADULTOS

NOTA TÉCNICA CONJUNTA MEC/MJ ASSUNTO: PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO NAS PRISÕES 2015-2016

I- DO CONTEXTO DA POLÍTICA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES,

MARCOS LEGAIS E EVOLUÇÃO HISTÓRICA.

A educação é um direito humano universal e confirmado pela Constituição da

República Brasileira. Apesar disso, grandes são as barreiras que impedem o efetivo acesso à

este direito, sobretudo, quando se trata de uma parcela invisível da sociedade que são as

pessoas privadas de liberdade.

Há centenas de anos possui-se o registro sobre o aprisionamento no Brasil, porém a

educação está inserida neste contexto há pouquíssimo tempo. Conforme preceitua a

Constituição Brasileira no Art. 205,

A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

A seguir destaca-se, de forma cronológica, algumas das fundamentações e marcos

importantes sobre a educação nas prisões brasileiras:

o 1984: Lei de Execução Penal – Lei 7.210

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__________________________________________________________________________________255

Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando

prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade.

Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso.

Art. 11. A assistência será:

I - material;

II - à saúde;

III - jurídica;

IV - educacional;

V - social;

Art. 17 à 21. Tratam da assistência educacional no sistema prisional, inclui a

instrução escolar e a formação profissional.

Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua natureza, deverá contar em

suas dependências com áreas e serviços destinados a dar assistência, educação, trabalho,

recreação e prática esportiva.

§ 4o Serão instaladas salas de aulas destinadas a cursos do ensino básico e

profissionalizante.(Incluído pela Lei nº 12.245, de 2010)

Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto

poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena. (Redação

dada pela Lei nº 12.433, de 2011)

o 1996: Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Lei 9.394

Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de

liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno

desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua

qualificação para o trabalho.

Art. 5º O acesso ao ensino fundamental é direito público subjetivo, podendo

qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical,

entidade de classe ou outra legalmente constituída, e, ainda, o Ministério Público, acionar

o Poder Público para exigi-lo.

o 2005: A publicação “Educando para a Liberdade”: trajetória, debates e proposições de um projeto para a educação nas prisões brasileiras

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__________________________________________________________________________________256

A cooperação para a oferta de educação nas prisões ganhou novos contornos a partir

de 2005 com a criação do “Projeto Educando para a Liberdade”, que contou com a parceria

da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e da

Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) permitindo pôr na agenda das políticas

públicas um tema periférico e invisível para parte considerável da população brasileira.

Essa iniciativa promoveu a abertura de espaços para o diálogo e a construção coletiva

de referenciais para o setor. Entre 2005 e 2007 foram realizados encontros estaduais,

regionais e nacionais que contaram com a participação de representantes, de gestores, de

professores, de agentes penitenciários, de técnicos, de operadores da execução penal e dos

presos.

Desses encontros saíram as propostas que subsidiaram a elaboração das resoluções do

Conselho Nacional de Educação e do Conselho Nacional de Políticas Criminal e Penitenciária.

o Diretrizes e recomendações dos Conselhos Nacionais de Educação (CNE) e

Política Criminal e Penitenciária (CNPCP)

Vale destacar as diversas diretrizes e recomendações emanadas pelos Conselhos

Nacionais de Educação (CNE) e Política Criminal e Penitenciária (CNPCP). Observa-se que

ações coordenadas pelos Ministérios da Justiça e da Educação em parceria com os estados e

com a sociedade civil organizada vêm demandando bastante aos conselhos. Dentre as diversas

recomendações e diretrizes, pontua-se, a Resolução nº 3, de 11 de março de 2009, na qual o

CNPCP aprovou as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação nos estabelecimentos

penais no âmbito da política de execução penal. A Resolução nº 2, de 19 de maio de 2010, na

qual o CNE aprovou as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação para jovens e adultos

em situação de privação de liberdade no âmbito das políticas de educação. E a Resolução nº

4, de 30 de maio de 2016, na qual o CNE aprovou as Diretrizes Operacionais Nacionais para a

remição de pena pelo estudo de pessoas em privação de liberdade nos estabelecimentos

penais do sistema prisional brasileiro.

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__________________________________________________________________________________257

o 2011: Plano Estratégico de Educação no Âmbito do Sistema Prisional -Decreto

nº 7.626

Institui o Plano Estratégico de Educação no Âmbito do Sistema Prisional (PEESP) que

tem como finalidade ampliar e qualificar a oferta de educação nos estabelecimentos penais,

contemplando a educação básica na modalidade de educação de jovens e adultos, a educação

profissional e tecnológica, e a educação superior.

Dentre as diversas diretrizes do PEESP, destaca-se a integração dos órgãos

responsáveis pelo ensino público com os órgãos responsáveis pela execução penal, tanto a

nível estadual quanto federal.

. Segundo o Decreto, compete ao MEC o apoio financeiro para equipar e aparelhar os

espaços, distribuir material didático, compor os acervos das bibliotecas, fomentar programas

de alfabetização e de educação de jovens e adultos e de capacitação dos profissionais; ao MJ,

o apoio financeiro para construção, ampliação e reforma dos espaços destinados à educação

nos estabelecimentos penais.

Para acessar os recursos do orçamento federal os Estados e o Distrito Federal

deveriam apresentar plano de ação contendo:

a) diagnóstico das demandas de educação no âmbito dos estabelecimentos

penais;

b) estratégias e metas para sua implementação; e

c) as atribuições e responsabilidades de cada órgão, especialmente quanto à

adequação dos espaços destinados às atividades educacionais nos estabelecimentos

penais, à formação e à contratação de professores e de outros profissionais da

educação, à produção de material didático e à integração da educação de jovens e

adultos à educação profissional e tecnológica.

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__________________________________________________________________________________258

O PEESP promove um alinhamento estratégico entre o planejamento dos estados

e as políticas implementadas pelo Governo Federal. Esse alinhamento permite dimensionar

os recursos a serem transferidos no âmbito do PAR, a distribuição do material didático e a

política de formação continuada para os servidores que atuam na oferta de educação em

prisões.

Os Ministérios da Educação e da Justiça compreenderam o plano de ação previsto

no Decreto nº 7.626/2011 como parte de um esforço maior de organização da oferta de

educação nas prisões e nesse sentido fomentaram a elaboração de Planos Estaduais de

Educação nas prisões. Essa estratégia foi pactuada no III Seminário Nacional de Educação nas

Prisões realizado no primeiro semestre de 2012.

Para subsidiar a elaboração dos planos o Governo Federal apresentou um Guia de

Orientações sugerindo que os planos contivessem informações sobre a gestão e organização

da oferta de educação, a formação continuada dos profissionais, exames de certificação de

exames e estratégias de acompanhamento das ações. Todos os itens que compõe esse guia

estão vinculados aos normativos legais que definem como deve ser oferta de educação.

No sentido de orientar a elaboração dos planos de ação e permitir uma análise

técnica mais qualificada, o guia indicava a importância de apresentar um amplo diagnóstico

com informações sobre a quantidade de estabelecimentos penais com oferta de educação, a

quantidade de salas de aula, espaços de leituras e laboratórios de informática, além do perfil

dos professores e dos agentes penitenciários.

II- DA ANÁLISE DOS DADOS NACIONAIS DE EDUCAÇÃO NAS

PRISÕES.

EE) O crescimento da quantidade de presos em atividades educacionais – base de dados Infopen

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__________________________________________________________________________________259

FF)

Ao analisar o gráfico acima observa-se que houve um crescimento de 61% de presos

estudando no Brasil entre os anos de 2008 e 2014, enquanto no mesmo período, houve um

crescimento de 45% da população carcerária no país.

B) A evolução das matrículas no Brasil – base de dados Educacenso

Através do dados de alunos matriculados apresentados pelo Educacenso/MEC

constata-se um crescimento de 97% de presos matriculados no período.

C) A evolução de matrículas por regiões – base de dados Educacenso

34

32

1 41

65

9

37

99

8 46

22

3

44

79

8

54

81

0

55

62

3

34

32

1 41

65

9

37

99

8 46

22

3

44

79

8

54

81

0

55

62

3

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Número de presos estudando Linha de Crescimento

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__________________________________________________________________________________260

Destaca-se que a região Centro-Oeste teve o maior crescimento percentual de presos

matriculados com um crescimento de 175% no período. Enquanto a região Norte teve o

menor crescimento de apenas 5%.

D) Presos envolvidos em atividades educacionais, por nível de ensino

Na tabela a seguir, observa-se que dos presos inseridos em atividades educacionais, 87% estão

inseridos na modalidade de Educação de Jovens e Adultos, evidenciando a importância que

esta ação possui para o sistema prisional brasileiro. Por outro lado, constata-se que 0% dos

presos estão cursando ensino superior.

UF

Alf

abet

izaç

ão

Ensi

no

Fu

nd

ame

nta

l

Ensi

no

méd

io

Ensi

no

su

per

ior

Cu

curs

o t

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ico

(ac

ima

de

80

0 h

ora

s d

e a

ula

)

Cu

rso

de

form

ação

in

icia

l e c

on

tin

uad

a (c

apac

itaç

ão p

rofi

ssio

nal

, ac

ima

de

16

0 h

ora

s d

e

aula

)

AC 18% 49% 2% 0% 0% 31%

AL 18% 56% 4% 0% 0% 22%

AM 17% 65% 18% 0% 0% 0%

AP 4% 17% 35% 0% 0% 43%

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__________________________________________________________________________________261

Fonte: Dez.2014/Infopen-MJ

E) O crescimento da oferta de educação nas prisões por dependência

administrativa

BA 19% 59% 16% 0% 1% 6%

CE 13% 50% 12% 0% 0% 25%

DF 10% 40% 19% 2% 2% 27%

ES 15% 47% 19% 0% 3% 15%

GO 15% 71% 11% 3% 0% 0%

MA 40% 40% 15% 4% 1% 0%

MG 15% 59% 18% 2% 0% 6%

MS 15% 66% 14% 2% 2% 2%

MT 17% 53% 21% 0% 1% 8%

PA 8% 80% 9% 0% 2% 1%

PB 35% 42% 15% 0% 3% 5%

PE 28% 59% 12% 0% 1% 0%

PI 76% 24% 0% 0% 0% 0%

PR 10% 56% 19% 0% 3% 12%

RJ 17% 75% 7% 0% 0% 1%

RN 46% 36% 13% 0% 0% 5%

RO 25% 44% 17% 1% 8% 5%

RR 5% 70% 22% 2% 1% 1%

RS 17% 45% 37% 0% 0% 1%

SC 15% 51% 19% 1% 6% 10%

SE 42% 27% 24% 7% 0% 0%

SP 15% 37% 26% 0% 0% 21%

TO 16% 57% 16% 0% 5% 7%

Brasil 17% 51% 19% 0% 1% 12%

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__________________________________________________________________________________262

Fonte:MEC-INEP

Ao analisar o gráfico acima, constata-se que a partir do ano de 2010 há uma mudança

significativa em função da dependência administrativa, que se caracteriza pelo Ente

Federativo (Municipal, Estadual, Distrito Federal ou União), ou ainda, pelo setor privado

ofertam educação nas prisões. Houve crescimento de 75% ofertado pelos Estados, enquanto,

houve decréscimo de 286% ofertado pelos municípios, fato que demonstra a

responsabilização e aceitação dos Estados na oferta educacional no sistema prisional.

F) O crescimento de inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM PPL

Fonte:MEC-INEP

0

50

100

150

200

250

300

350

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

NÚMERO DE MUNICIPIOS COM OFERTAPOR DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA/ANO

Federal Estados Municípios Privadas

13

90

8

23

66

5

30

34

1

35

80

4

42

54

2

13

90

8

23

66

5

30

34

1

35

80

4

42

54

2

2011 2012 2013 2014 2015

Número de alunos inscritos no Enen PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________263

Apesar do fomento da oferta de Educação de Jovens e Adultos, a falta de espações

para a ampliação de novas turmas, estimula a realização dos exames de certificação, que por

outro lado aponta o crescimento na procura pela elevação da escolaridade.

G) O crescimento de inscritos no Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – ENCCEJA PPL Fonte: MEC-INEP

H) O crescimento de inscritos no Programa Nacional de Acesso ao Ensino

Técnico e Emprego – PRONATEC

Fonte: SETEC-MEC

Observa-se relação direta no crescimento de inscritos no Programa Nacional de Acesso

ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) com a evolução da oferta educacional desde o início

dos Planos Estaduais de Educação nas Prisões no ano de 2012.

50

94

20

85

2

19

14

0

50

94

20

85

2

19

14

0

2013 2014 2015 - 1° Semestre

Número de alunos inscritos no Pronatec PPL Evolução no número de inscritos

1810

9

2294

0

1810

9

2294

0

2012 2013

Número de alunos inscritos no Ecceja PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________264

III- DA ANÁLISE E INSTRUÇÕES GERAIS POR UNIDADE

FEDERATIVA - Paraná

A) A evolução da quantidade de presos em atividades educacionais

Fonte: INFOPEN-MJ

B) A evolução das matrículas na Unidade Federativa

Fonte: EDUCACENSO-MEC-INEP

28

70 3

67

5

31

41 3

96

1 49

35

54

55

70

58

28

70 3

67

5

31

41 3

96

1 49

35

54

55

70

58

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Número de presos estudando Linha de Crescimento

0

32

0

94

87 95

29

46

69

42

08

0 32

0

94

87 95

29

46

69

42

08

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Número de presos Matriculados Linha de Crescimento

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__________________________________________________________________________________265

C) Presos envolvidos em atividades de educacionais, por nível de ensino

Fonte: Dez.2014/INFOPEN-MJ

D) Inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM PPL

Fonte: INEP-MEC

E) Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – ENCCEJA PPL

85

5

12

74

19

45

17

45 19

46

85

5

12

74

19

45

17

45 19

46

2 0 1 1 2 0 1 2 2 0 1 3 2 0 1 4 2 0 1 5

Número de alunos inscritos no Enen PPL Evolução no número de inscritos

UF

Alf

abet

izaç

ão

Ensi

no

Fu

nd

ame

nta

l

Ensi

no

méd

io

Ensi

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00

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60

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aula

)

PR 10% 56% 19% 0% 3% 12%

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__________________________________________________________________________________266

Fonte: INEP-MEC

F) Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – PRONATEC

Fonte: SETEC-MEC

G) Das análises e instruções específicas do Plano

As análises e instruções específicas para cada Unidade Federativa são alicerçadas no “Guia

com Orientações para Subsidiar as Unidades federativas para a Elaboração do Plano de

educação nas Prisões”. Portanto, as observações e orientações de ajustes de cada item do

plano estão demonstradas abaixo:

14

31

22

99

14

31

22

99

2 0 1 3 2 0 1 4

Número de alunos inscritos no Ecceja PPL Evolução no número de inscritos

39

9

18

40

65

5

39

9

18

40

65

5

2 0 1 3 2 0 1 4 2 0 1 5

Número de alunos inscritos no Pronatec PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________267

ATENDE ÀS ORIENTAÇÕES DO PLANO

No. Itens para Análise SIM PARCIAL NÃO

01. APRESENTAÇÃO DO PLANO X

02. CONCEPÇÕES FUNDAMENTAIS E NORTEADORAS DA OFERTA EDUCAÇÃO NO SISTEMA PRISIONAL

X

03. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES NO ESTADO X

04. DIAGNÓSTICO X

05. GESTÃO X

5.1. ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS X

5.2. REGRAS E PROCEDIMENTOS DE ROTINA X

5.3. GESTÃO DE PESSOAS X

5.4. REGISTROS ESCOLARES X

5.5. ARTICULAÇÃO E PARCERIAS X

06. FINANCIAMENTO X

07. ORGANIZAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO FORMAL X

08. ORGANIZAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL E DA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

X

09. FORMAÇÃO/CAPACITAÇÃO DOS PROFISSIONAIS X

10. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E ATENDIMENTO À DIVERSIDADE X

11. CERTIFICAÇÃO X

12. INFRAESTRUTURA FÍSICA X

13. MATERIAL DIDÁTICO E LITERÁRIO X

14. REMIÇÃO DA PENA PELO ESTUDO X

15. ATENDIMENTO ÀS CRIANÇAS X

16. ACOMPANHAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO X

17. PLANO DE AÇÃO X

META I – AMPLIAÇÃO DA MATRÍCULA DA EDUCAÇÃO FORMAL X

META II – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL X

META III – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

X

META IV – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE INSCRITOS NOS EXAMES DE CERTIFICAÇÃO

X

META V – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE BIBLIOTECAS E DE ESPAÇOS DE LEITURA

X

META VI – MELHORIA NA QUALIDADE DA OFERTA DE EDUCAÇÃO

X

ORIENTAÇÃO AO ESTADO:

Todos os itens atendem as orientações emanadas pelo Ministério da Educação e

Departamento Penitenciário Nacional, através do “Guia com Orientações para Subsidiar as

Unidades federativas para a Elaboração do Plano de educação nas Prisões”. Portanto,

desempenha com primazia a elaboração do Plano.

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__________________________________________________________________________________268

IV- INSTRUÇÕES E RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA

MELHORIAS NA EXECUÇÃO, ACOMPANHEMENTO E AVALIAÇÃO

DOS PLANOS

O Plano Estadual de Educação nas Prisões objetiva executar ações em conjunto, para

tanto, dentre as diversas diretrizes do plano, destaca-se a importância da interlocução entre

os atores regionais. A promoção de maior diálogo entre as Secretarias de Estado de Educação

e de Administração Prisional permite a realização de ações articuladas, que por sua vez são

essenciais para a evolução e aprimoramento desta política.

Conforme destacado no Art. 4o,, do Decreto 7.626, de 2011, que institui o PEESP,

este tem como objetivo:

I - executar ações conjuntas e troca de informações entre órgãos

federais, estaduais e do Distrito Federal com atribuições nas áreas de

educação e de execução penal;

Neste sentido, sugere-se a criação de Comitê Estadual que acompanhará e avaliará as

ações previstas no Plano Estadual de Educação nas Prisões. Sugere-se que, além das

Secretarias de Estado de Educação e de Administração Prisional, sejam convidados a participar

deste comitê representantes dos:

Ministério Público;

Defensoria Pública;

Vara de Execução Penal;

Conselho Estadual da Educação;

Conselho Estadual Penitenciário;

Conselho da Comunidade.

O comitê gestor de acompanhamento, monitoração e avaliação organizará propostas

de visitas semestrais aos Estabelecimentos Penais. Visando sistematizar o planejamento,

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__________________________________________________________________________________269

sugere-se que, após a realização das visitas nos espaços educacionais inseridos no âmbito das

prisões, o comitê gestor irá elaborar relatório técnico constando o detalhamento de todas as

etapas executadas, resultados e recomendações que se fizerem necessárias e os encaminhará

às respectivas Secretarias de Educação e Administração Prisional, de modo que o fluxo de

informações provenientes deste relatório venha apontar os resultados alcançados e/ou ainda

subsidiar o redimensionamento das atividades ao longo do curso.

No decorrer de cada semestre e de acordo com as problemáticas evidenciadas pelo

Comitê gestor, este poderá propor aos Secretários de Estado de Educação e de Administração

Prisional ações afim de garantir a execução e metas estabelecidas nos Plano Estaduais

abrangendo estratégias de formação educacional da população carcerária e dos profissionais

envolvidos em sua implementação

V - INTRUÇÕES DO PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO NAS PRISÕES - 2017

O Plano é um instrumento de planejamento das Unidades Federativas que auxilia e

subsidia o organização das ações de reintegração social do Governo Federal. Por sua vez, o

monitoramento e avaliação das ações de educação serão realizados a partir da análise das

informações apresentadas ao INFOPEN e disponíveis no Censo Escolar do INEP.

A seguir, instruções importantes sobre os Planos Estaduais de Educação nas Prisões a partir

de 2017:

o Será quadrienal;

o Novas informações, por escola, serão incluídas, como o detalhamento se são

exclusivas ou vinculas, sobre os Projetos Políticos Pedagógicos, os Regimentos

Internos, entre outros; e

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__________________________________________________________________________________270

o Em breve, um novo guia a fim de orientar as Unidades Federativas sobre a

elaboração dos Planos Estaduais de Educação nas Prisões será apresentado.

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__________________________________________________________________________________271

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL

DIRETORIA DE POLÍTICAS PENITENCIÁRIAS

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA, ALFABETIZAÇÃO,

DIVERSIDADE E INCLUSÃO DIRETORIA DE POLÍTICAS DE ALFABETIZAÇÃO E EDUCAÇÃO DE

JOVENS E ADULTOS

NOTA TÉCNICA CONJUNTA MEC/MJ ASSUNTO: PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO NAS PRISÕES 2015-2016

I- DO CONTEXTO DA POLÍTICA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES,

MARCOS LEGAIS E EVOLUÇÃO HISTÓRICA.

A educação é um direito humano universal e confirmado pela Constituição da

República Brasileira. Apesar disso, grandes são as barreiras que impedem o efetivo acesso à

este direito, sobretudo, quando se trata de uma parcela invisível da sociedade que são as

pessoas privadas de liberdade.

Há centenas de anos possui-se o registro sobre o aprisionamento no Brasil, porém a

educação está inserida neste contexto há pouquíssimo tempo. Conforme preceitua a

Constituição Brasileira no Art. 205,

A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

A seguir destaca-se, de forma cronológica, algumas das fundamentações e marcos

importantes sobre a educação nas prisões brasileiras:

o 1984: Lei de Execução Penal – Lei 7.210

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__________________________________________________________________________________272

Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando

prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade.

Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso.

Art. 11. A assistência será:

I - material;

II - à saúde;

III - jurídica;

IV - educacional;

V - social;

Art. 17 à 21. Tratam da assistência educacional no sistema prisional, inclui a

instrução escolar e a formação profissional.

Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua natureza, deverá contar em

suas dependências com áreas e serviços destinados a dar assistência, educação, trabalho,

recreação e prática esportiva.

§ 4o Serão instaladas salas de aulas destinadas a cursos do ensino básico e

profissionalizante.(Incluído pela Lei nº 12.245, de 2010)

Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto

poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena. (Redação

dada pela Lei nº 12.433, de 2011)

o 1996: Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Lei 9.394

Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de

liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno

desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua

qualificação para o trabalho.

Art. 5º O acesso ao ensino fundamental é direito público subjetivo, podendo

qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical,

entidade de classe ou outra legalmente constituída, e, ainda, o Ministério Público, acionar

o Poder Público para exigi-lo.

o 2005: A publicação “Educando para a Liberdade”: trajetória, debates e proposições de um projeto para a educação nas prisões brasileiras

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__________________________________________________________________________________273

A cooperação para a oferta de educação nas prisões ganhou novos contornos a partir

de 2005 com a criação do “Projeto Educando para a Liberdade”, que contou com a parceria

da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e da

Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) permitindo pôr na agenda das políticas

públicas um tema periférico e invisível para parte considerável da população brasileira.

Essa iniciativa promoveu a abertura de espaços para o diálogo e a construção coletiva

de referenciais para o setor. Entre 2005 e 2007 foram realizados encontros estaduais,

regionais e nacionais que contaram com a participação de representantes, de gestores, de

professores, de agentes penitenciários, de técnicos, de operadores da execução penal e dos

presos.

Desses encontros saíram as propostas que subsidiaram a elaboração das resoluções do

Conselho Nacional de Educação e do Conselho Nacional de Políticas Criminal e Penitenciária.

o Diretrizes e recomendações dos Conselhos Nacionais de Educação (CNE) e

Política Criminal e Penitenciária (CNPCP)

Vale destacar as diversas diretrizes e recomendações emanadas pelos Conselhos

Nacionais de Educação (CNE) e Política Criminal e Penitenciária (CNPCP). Observa-se que

ações coordenadas pelos Ministérios da Justiça e da Educação em parceria com os estados e

com a sociedade civil organizada vêm demandando bastante aos conselhos. Dentre as diversas

recomendações e diretrizes, pontua-se, a Resolução nº 3, de 11 de março de 2009, na qual o

CNPCP aprovou as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação nos estabelecimentos

penais no âmbito da política de execução penal. A Resolução nº 2, de 19 de maio de 2010, na

qual o CNE aprovou as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação para jovens e adultos

em situação de privação de liberdade no âmbito das políticas de educação. E a Resolução nº

4, de 30 de maio de 2016, na qual o CNE aprovou as Diretrizes Operacionais Nacionais para a

remição de pena pelo estudo de pessoas em privação de liberdade nos estabelecimentos

penais do sistema prisional brasileiro.

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__________________________________________________________________________________274

o 2011: Plano Estratégico de Educação no Âmbito do Sistema Prisional -Decreto

nº 7.626

Institui o Plano Estratégico de Educação no Âmbito do Sistema Prisional (PEESP) que

tem como finalidade ampliar e qualificar a oferta de educação nos estabelecimentos penais,

contemplando a educação básica na modalidade de educação de jovens e adultos, a educação

profissional e tecnológica, e a educação superior.

Dentre as diversas diretrizes do PEESP, destaca-se a integração dos órgãos

responsáveis pelo ensino público com os órgãos responsáveis pela execução penal, tanto a

nível estadual quanto federal.

. Segundo o Decreto, compete ao MEC o apoio financeiro para equipar e aparelhar os

espaços, distribuir material didático, compor os acervos das bibliotecas, fomentar programas

de alfabetização e de educação de jovens e adultos e de capacitação dos profissionais; ao MJ,

o apoio financeiro para construção, ampliação e reforma dos espaços destinados à educação

nos estabelecimentos penais.

Para acessar os recursos do orçamento federal os Estados e o Distrito Federal

deveriam apresentar plano de ação contendo:

a) diagnóstico das demandas de educação no âmbito dos estabelecimentos

penais;

b) estratégias e metas para sua implementação; e

c) as atribuições e responsabilidades de cada órgão, especialmente quanto à

adequação dos espaços destinados às atividades educacionais nos estabelecimentos

penais, à formação e à contratação de professores e de outros profissionais da

educação, à produção de material didático e à integração da educação de jovens e

adultos à educação profissional e tecnológica.

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__________________________________________________________________________________275

O PEESP promove um alinhamento estratégico entre o planejamento dos estados

e as políticas implementadas pelo Governo Federal. Esse alinhamento permite dimensionar

os recursos a serem transferidos no âmbito do PAR, a distribuição do material didático e a

política de formação continuada para os servidores que atuam na oferta de educação em

prisões.

Os Ministérios da Educação e da Justiça compreenderam o plano de ação previsto

no Decreto nº 7.626/2011 como parte de um esforço maior de organização da oferta de

educação nas prisões e nesse sentido fomentaram a elaboração de Planos Estaduais de

Educação nas prisões. Essa estratégia foi pactuada no III Seminário Nacional de Educação nas

Prisões realizado no primeiro semestre de 2012.

Para subsidiar a elaboração dos planos o Governo Federal apresentou um Guia de

Orientações sugerindo que os planos contivessem informações sobre a gestão e organização

da oferta de educação, a formação continuada dos profissionais, exames de certificação de

exames e estratégias de acompanhamento das ações. Todos os itens que compõe esse guia

estão vinculados aos normativos legais que definem como deve ser oferta de educação.

No sentido de orientar a elaboração dos planos de ação e permitir uma análise

técnica mais qualificada, o guia indicava a importância de apresentar um amplo diagnóstico

com informações sobre a quantidade de estabelecimentos penais com oferta de educação, a

quantidade de salas de aula, espaços de leituras e laboratórios de informática, além do perfil

dos professores e dos agentes penitenciários.

II- DA ANÁLISE DOS DADOS NACIONAIS DE EDUCAÇÃO NAS

PRISÕES.

GG) O crescimento da quantidade de presos em atividades educacionais – base de dados Infopen

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__________________________________________________________________________________276

HH)

Ao analisar o gráfico acima observa-se que houve um crescimento de 61% de presos

estudando no Brasil entre os anos de 2008 e 2014, enquanto no mesmo período, houve um

crescimento de 45% da população carcerária no país.

B) A evolução das matrículas no Brasil – base de dados Educacenso

Através do dados de alunos matriculados apresentados pelo Educacenso/MEC

constata-se um crescimento de 97% de presos matriculados no período.

C) A evolução de matrículas por regiões – base de dados Educacenso

34

32

1 41

65

9

37

99

8 46

22

3

44

79

8

54

81

0

55

62

3

34

32

1 41

65

9

37

99

8 46

22

3

44

79

8

54

81

0

55

62

3

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Número de presos estudando Linha de Crescimento

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__________________________________________________________________________________277

Destaca-se que a região Centro-Oeste teve o maior crescimento percentual de presos

matriculados com um crescimento de 175% no período. Enquanto a região Norte teve o

menor crescimento de apenas 5%.

D) Presos envolvidos em atividades educacionais, por nível de ensino

Na tabela a seguir, observa-se que dos presos inseridos em atividades educacionais, 87% estão

inseridos na modalidade de Educação de Jovens e Adultos, evidenciando a importância que

esta ação possui para o sistema prisional brasileiro. Por outro lado, constata-se que 0% dos

presos estão cursando ensino superior.

UF

Alf

abet

izaç

ão

Ensi

no

Fu

nd

ame

nta

l

Ensi

no

méd

io

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16

0 h

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aula

)

AC 18% 49% 2% 0% 0% 31%

AL 18% 56% 4% 0% 0% 22%

AM 17% 65% 18% 0% 0% 0%

AP 4% 17% 35% 0% 0% 43%

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__________________________________________________________________________________278

Fonte: Dez.2014/Infopen-MJ

E) O crescimento da oferta de educação nas prisões por dependência

administrativa

BA 19% 59% 16% 0% 1% 6%

CE 13% 50% 12% 0% 0% 25%

DF 10% 40% 19% 2% 2% 27%

ES 15% 47% 19% 0% 3% 15%

GO 15% 71% 11% 3% 0% 0%

MA 40% 40% 15% 4% 1% 0%

MG 15% 59% 18% 2% 0% 6%

MS 15% 66% 14% 2% 2% 2%

MT 17% 53% 21% 0% 1% 8%

PA 8% 80% 9% 0% 2% 1%

PB 35% 42% 15% 0% 3% 5%

PE 28% 59% 12% 0% 1% 0%

PI 76% 24% 0% 0% 0% 0%

PR 10% 56% 19% 0% 3% 12%

RJ 17% 75% 7% 0% 0% 1%

RN 46% 36% 13% 0% 0% 5%

RO 25% 44% 17% 1% 8% 5%

RR 5% 70% 22% 2% 1% 1%

RS 17% 45% 37% 0% 0% 1%

SC 15% 51% 19% 1% 6% 10%

SE 42% 27% 24% 7% 0% 0%

SP 15% 37% 26% 0% 0% 21%

TO 16% 57% 16% 0% 5% 7%

Brasil 17% 51% 19% 0% 1% 12%

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__________________________________________________________________________________279

Fonte:MEC-INEP

Ao analisar o gráfico acima, constata-se que a partir do ano de 2010 há uma mudança

significativa em função da dependência administrativa, que se caracteriza pelo Ente

Federativo (Municipal, Estadual, Distrito Federal ou União), ou ainda, pelo setor privado

ofertam educação nas prisões. Houve crescimento de 75% ofertado pelos Estados, enquanto,

houve decréscimo de 286% ofertado pelos municípios, fato que demonstra a

responsabilização e aceitação dos Estados na oferta educacional no sistema prisional.

F) O crescimento de inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM PPL

Fonte:MEC-INEP

0

50

100

150

200

250

300

350

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

NÚMERO DE MUNICIPIOS COM OFERTAPOR DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA/ANO

Federal Estados Municípios Privadas

13

90

8

23

66

5

30

34

1

35

80

4

42

54

2

13

90

8

23

66

5

30

34

1

35

80

4

42

54

2

2011 2012 2013 2014 2015

Número de alunos inscritos no Enen PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________280

Apesar do fomento da oferta de Educação de Jovens e Adultos, a falta de espações

para a ampliação de novas turmas, estimula a realização dos exames de certificação, que por

outro lado aponta o crescimento na procura pela elevação da escolaridade.

G) O crescimento de inscritos no Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – ENCCEJA PPL Fonte: MEC-INEP

H) O crescimento de inscritos no Programa Nacional de Acesso ao Ensino

Técnico e Emprego – PRONATEC

Fonte: SETEC-MEC

Observa-se relação direta no crescimento de inscritos no Programa Nacional de Acesso

ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) com a evolução da oferta educacional desde o início

dos Planos Estaduais de Educação nas Prisões no ano de 2012.

50

94

20

85

2

19

14

0

50

94

20

85

2

19

14

0

2013 2014 2015 - 1° Semestre

Número de alunos inscritos no Pronatec PPL Evolução no número de inscritos

1810

9

2294

0

1810

9

2294

0

2012 2013

Número de alunos inscritos no Ecceja PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________281

III- DA ANÁLISE E INSTRUÇÕES GERAIS POR UNIDADE

FEDERATIVA - Pernambuco

A) A evolução da quantidade de presos em atividades educacionais

Fonte: INFOPEN-MJ

B) A evolução das matrículas na Unidade Federativa

Fonte: EDUCACENSO-MEC-INEP

34

00

35

00

39

56

52

74

72

47

74

40

56

11

34

00

35

00

39

56

52

74

72

47

74

40

56

11

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Número de presos estudando Linha de Crescimento

25

56

37

57

38

33 4

52

9

43

35 47

86 53

18

54

38

25

56

37

57

38

33 4

52

9

43

35 47

86 53

18

54

38

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Número de presos Matriculados Linha de Crescimento

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__________________________________________________________________________________282

C) Presos envolvidos em atividades educacionais, por nível de ensino

Fonte: Dez.2014/INFOPEN-MJ

D) Inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM PPL

Fonte: INEP-MEC

E) Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – ENCCEJA PPL

90

31

0

46

5

77

0

72

5

90

31

0

46

5

77

0

72

5

2 0 1 1 2 0 1 2 2 0 1 3 2 0 1 4 2 0 1 5

Número de alunos inscritos no Enen PPL Evolução no número de inscritos

UF

Alf

abet

izaç

ão

Ensi

no

Fu

nd

ame

nta

l

Ensi

no

méd

io

Ensi

no

su

per

ior

Cu

Cu

rso

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a d

e 8

00

ho

ras

de

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la)

Cu

rso

de

form

ação

in

icia

l e c

on

tin

uad

a (c

apac

itaç

ão

pro

fiss

ion

al, a

cim

a d

e 1

60

ho

ras

de

aula

)

PE 28% 59% 12% 0% 1% 0%

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__________________________________________________________________________________283

Fonte: INEP-MEC

F) Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – PRONATEC

Fonte: SETEC-MEC

G) Das análises e instruções específicas do Plano

As análises e instruções específicas para cada Unidade Federativa são alicerçadas no “Guia

com Orientações para Subsidiar as Unidades federativas para a Elaboração do Plano de

educação nas Prisões”. Portanto, as observações e orientações de ajustes de cada item do

plano estão demonstradas abaixo:

ATENDE ÀS ORIENTAÇÕES DO PLANO

No. Itens para Análise SIM PARCIAL NÃO

01. APRESENTAÇÃO DO PLANO X

19

14

6

19

14

6

2 0 1 3 2 0 1 4

Número de alunos inscritos no Ecceja PPL Evolução no número de inscritos

22

17

0

31

0

22

17

0

31

0

2 0 1 3 2 0 1 4 2 0 1 5

Número de alunos inscritos no Pronatec PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________284

02. CONCEPÇÕES FUNDAMENTAIS E NORTEADORAS DA OFERTA EDUCAÇÃO NO SISTEMA PRISIONAL

X

03. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES NO ESTADO X

04. DIAGNÓSTICO X

05. GESTÃO X

5.1. ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS X

5.2. REGRAS E PROCEDIMENTOS DE ROTINA X

5.3. GESTÃO DE PESSOAS X

5.4. REGISTROS ESCOLARES X

5.5. ARTICULAÇÃO E PARCERIAS X

06. FINANCIAMENTO X

07. ORGANIZAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO FORMAL X

08. ORGANIZAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL E DA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

X

09. FORMAÇÃO/CAPACITAÇÃO DOS PROFISSIONAIS X

10. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E ATENDIMENTO À DIVERSIDADE X

11. CERTIFICAÇÃO X

12. INFRAESTRUTURA FÍSICA X

13. MATERIAL DIDÁTICO E LITERÁRIO X

14. REMIÇÃO DA PENA PELO ESTUDO X

15. ATENDIMENTO ÀS CRIANÇAS X

16. ACOMPANHAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO X

17. PLANO DE AÇÃO X

META I – AMPLIAÇÃO DA MATRÍCULA DA EDUCAÇÃO FORMAL X

META II – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL X

META III – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

X

META IV – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE INSCRITOS NOS EXAMES DE CERTIFICAÇÃO

X

META V – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE BIBLIOTECAS E DE ESPAÇOS DE LEITURA

X

META VI – MELHORIA NA QUALIDADE DA OFERTA DE EDUCAÇÃO

X

ORIENTAÇÃO AO ESTADO:

ITEM 17: META VI – MELHORIA NA QUALIDADE DA OFERTA DE

EDUCAÇÃO

Neste item, a meta V – “MELHORIA NA QUALIDADE DA OFERTA DE EDUCAÇÃO” não foi

informada. Portanto, orienta-se a sua inclusão.

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__________________________________________________________________________________285

IV- INSTRUÇÕES E RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA

MELHORIAS NA EXECUÇÃO, ACOMPANHEMENTO E AVALIAÇÃO

DOS PLANOS

O Plano Estadual de Educação nas Prisões objetiva executar ações em conjunto, para

tanto, dentre as diversas diretrizes do plano, destaca-se a importância da interlocução entre

os atores regionais. A promoção de maior diálogo entre as Secretarias de Estado de Educação

e de Administração Prisional permite a realização de ações articuladas, que por sua vez são

essenciais para a evolução e aprimoramento desta política.

Conforme destacado no Art. 4o,, do Decreto 7.626, de 2011, que institui o PEESP,

este tem como objetivo:

I - executar ações conjuntas e troca de informações entre órgãos

federais, estaduais e do Distrito Federal com atribuições nas áreas de

educação e de execução penal;

Neste sentido, sugere-se a criação de Comitê Estadual que acompanhará e avaliará as

ações previstas no Plano Estadual de Educação nas Prisões. Sugere-se que, além das

Secretarias de Estado de Educação e de Administração Prisional, sejam convidados a participar

deste comitê representantes dos:

Ministério Público;

Defensoria Pública;

Vara de Execução Penal;

Conselho Estadual da Educação;

Conselho Estadual Penitenciário;

Conselho da Comunidade.

O comitê gestor de acompanhamento, monitoração e avaliação organizará propostas

de visitas semestrais aos Estabelecimentos Penais. Visando sistematizar o planejamento,

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__________________________________________________________________________________286

sugere-se que, após a realização das visitas nos espaços educacionais inseridos no âmbito das

prisões, o comitê gestor irá elaborar relatório técnico constando o detalhamento de todas as

etapas executadas, resultados e recomendações que se fizerem necessárias e os encaminhará

às respectivas Secretarias de Educação e Administração Prisional, de modo que o fluxo de

informações provenientes deste relatório venha apontar os resultados alcançados e/ou ainda

subsidiar o redimensionamento das atividades ao longo do curso.

No decorrer de cada semestre e de acordo com as problemáticas evidenciadas pelo

Comitê gestor, este poderá propor aos Secretários de Estado de Educação e de Administração

Prisional ações afim de garantir a execução e metas estabelecidas nos Plano Estaduais

abrangendo estratégias de formação educacional da população carcerária e dos profissionais

envolvidos em sua implementação

V - INTRUÇÕES DO PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO NAS PRISÕES - 2017

O Plano é um instrumento de planejamento das Unidades Federativas que auxilia e

subsidia o organização das ações de reintegração social do Governo Federal. Por sua vez, o

monitoramento e avaliação das ações de educação serão realizados a partir da análise das

informações apresentadas ao INFOPEN e disponíveis no Censo Escolar do INEP.

A seguir, instruções importantes sobre os Planos Estaduais de Educação nas Prisões a partir

de 2017:

o Será quadrienal;

o Novas informações, por escola, serão incluídas, como o detalhamento se são

exclusivas ou vinculas, sobre os Projetos Políticos Pedagógicos, os Regimentos

Internos, entre outros; e

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__________________________________________________________________________________287

o Em breve, um novo guia a fim de orientar as Unidades Federativas sobre a

elaboração dos Planos Estaduais de Educação nas Prisões será apresentado.

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__________________________________________________________________________________288

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL

DIRETORIA DE POLÍTICAS PENITENCIÁRIAS

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA, ALFABETIZAÇÃO,

DIVERSIDADE E INCLUSÃO DIRETORIA DE POLÍTICAS DE ALFABETIZAÇÃO E EDUCAÇÃO DE

JOVENS E ADULTOS

NOTA TÉCNICA CONJUNTA MEC/MJ ASSUNTO: PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO NAS PRISÕES 2015-2016

I- DO CONTEXTO DA POLÍTICA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES,

MARCOS LEGAIS E EVOLUÇÃO HISTÓRICA.

A educação é um direito humano universal e confirmado pela Constituição da

República Brasileira. Apesar disso, grandes são as barreiras que impedem o efetivo acesso à

este direito, sobretudo, quando se trata de uma parcela invisível da sociedade que são as

pessoas privadas de liberdade.

Há centenas de anos possui-se o registro sobre o aprisionamento no Brasil, porém a

educação está inserida neste contexto há pouquíssimo tempo. Conforme preceitua a

Constituição Brasileira no Art. 205,

A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

A seguir destaca-se, de forma cronológica, algumas das fundamentações e marcos

importantes sobre a educação nas prisões brasileiras:

o 1984: Lei de Execução Penal – Lei 7.210

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__________________________________________________________________________________289

Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando

prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade.

Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso.

Art. 11. A assistência será:

I - material;

II - à saúde;

III - jurídica;

IV - educacional;

V - social;

Art. 17 à 21. Tratam da assistência educacional no sistema prisional, inclui a

instrução escolar e a formação profissional.

Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua natureza, deverá contar em

suas dependências com áreas e serviços destinados a dar assistência, educação, trabalho,

recreação e prática esportiva.

§ 4o Serão instaladas salas de aulas destinadas a cursos do ensino básico e

profissionalizante.(Incluído pela Lei nº 12.245, de 2010)

Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto

poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena. (Redação

dada pela Lei nº 12.433, de 2011)

o 1996: Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Lei 9.394

Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de

liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno

desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua

qualificação para o trabalho.

Art. 5º O acesso ao ensino fundamental é direito público subjetivo, podendo

qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical,

entidade de classe ou outra legalmente constituída, e, ainda, o Ministério Público, acionar

o Poder Público para exigi-lo.

o 2005: A publicação “Educando para a Liberdade”: trajetória, debates e proposições de um projeto para a educação nas prisões brasileiras

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A cooperação para a oferta de educação nas prisões ganhou novos contornos a partir

de 2005 com a criação do “Projeto Educando para a Liberdade”, que contou com a parceria

da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e da

Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) permitindo pôr na agenda das políticas

públicas um tema periférico e invisível para parte considerável da população brasileira.

Essa iniciativa promoveu a abertura de espaços para o diálogo e a construção coletiva

de referenciais para o setor. Entre 2005 e 2007 foram realizados encontros estaduais,

regionais e nacionais que contaram com a participação de representantes, de gestores, de

professores, de agentes penitenciários, de técnicos, de operadores da execução penal e dos

presos.

Desses encontros saíram as propostas que subsidiaram a elaboração das resoluções do

Conselho Nacional de Educação e do Conselho Nacional de Políticas Criminal e Penitenciária.

o Diretrizes e recomendações dos Conselhos Nacionais de Educação (CNE) e

Política Criminal e Penitenciária (CNPCP)

Vale destacar as diversas diretrizes e recomendações emanadas pelos Conselhos

Nacionais de Educação (CNE) e Política Criminal e Penitenciária (CNPCP). Observa-se que

ações coordenadas pelos Ministérios da Justiça e da Educação em parceria com os estados e

com a sociedade civil organizada vêm demandando bastante aos conselhos. Dentre as diversas

recomendações e diretrizes, pontua-se, a Resolução nº 3, de 11 de março de 2009, na qual o

CNPCP aprovou as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação nos estabelecimentos

penais no âmbito da política de execução penal. A Resolução nº 2, de 19 de maio de 2010, na

qual o CNE aprovou as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação para jovens e adultos

em situação de privação de liberdade no âmbito das políticas de educação. E a Resolução nº

4, de 30 de maio de 2016, na qual o CNE aprovou as Diretrizes Operacionais Nacionais para a

remição de pena pelo estudo de pessoas em privação de liberdade nos estabelecimentos

penais do sistema prisional brasileiro.

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__________________________________________________________________________________291

o 2011: Plano Estratégico de Educação no Âmbito do Sistema Prisional -Decreto

nº 7.626

Institui o Plano Estratégico de Educação no Âmbito do Sistema Prisional (PEESP) que

tem como finalidade ampliar e qualificar a oferta de educação nos estabelecimentos penais,

contemplando a educação básica na modalidade de educação de jovens e adultos, a educação

profissional e tecnológica, e a educação superior.

Dentre as diversas diretrizes do PEESP, destaca-se a integração dos órgãos

responsáveis pelo ensino público com os órgãos responsáveis pela execução penal, tanto a

nível estadual quanto federal.

. Segundo o Decreto, compete ao MEC o apoio financeiro para equipar e aparelhar os

espaços, distribuir material didático, compor os acervos das bibliotecas, fomentar programas

de alfabetização e de educação de jovens e adultos e de capacitação dos profissionais; ao MJ,

o apoio financeiro para construção, ampliação e reforma dos espaços destinados à educação

nos estabelecimentos penais.

Para acessar os recursos do orçamento federal os Estados e o Distrito Federal

deveriam apresentar plano de ação contendo:

a) diagnóstico das demandas de educação no âmbito dos estabelecimentos

penais;

b) estratégias e metas para sua implementação; e

c) as atribuições e responsabilidades de cada órgão, especialmente quanto à

adequação dos espaços destinados às atividades educacionais nos estabelecimentos

penais, à formação e à contratação de professores e de outros profissionais da

educação, à produção de material didático e à integração da educação de jovens e

adultos à educação profissional e tecnológica.

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__________________________________________________________________________________292

O PEESP promove um alinhamento estratégico entre o planejamento dos estados

e as políticas implementadas pelo Governo Federal. Esse alinhamento permite dimensionar

os recursos a serem transferidos no âmbito do PAR, a distribuição do material didático e a

política de formação continuada para os servidores que atuam na oferta de educação em

prisões.

Os Ministérios da Educação e da Justiça compreenderam o plano de ação previsto

no Decreto nº 7.626/2011 como parte de um esforço maior de organização da oferta de

educação nas prisões e nesse sentido fomentaram a elaboração de Planos Estaduais de

Educação nas prisões. Essa estratégia foi pactuada no III Seminário Nacional de Educação nas

Prisões realizado no primeiro semestre de 2012.

Para subsidiar a elaboração dos planos o Governo Federal apresentou um Guia de

Orientações sugerindo que os planos contivessem informações sobre a gestão e organização

da oferta de educação, a formação continuada dos profissionais, exames de certificação de

exames e estratégias de acompanhamento das ações. Todos os itens que compõe esse guia

estão vinculados aos normativos legais que definem como deve ser oferta de educação.

No sentido de orientar a elaboração dos planos de ação e permitir uma análise

técnica mais qualificada, o guia indicava a importância de apresentar um amplo diagnóstico

com informações sobre a quantidade de estabelecimentos penais com oferta de educação, a

quantidade de salas de aula, espaços de leituras e laboratórios de informática, além do perfil

dos professores e dos agentes penitenciários.

II- DA ANÁLISE DOS DADOS NACIONAIS DE EDUCAÇÃO NAS

PRISÕES.

II) O crescimento da quantidade de presos em atividades educacionais – base de dados Infopen

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__________________________________________________________________________________293

JJ)

Ao analisar o gráfico acima observa-se que houve um crescimento de 61% de presos

estudando no Brasil entre os anos de 2008 e 2014, enquanto no mesmo período, houve um

crescimento de 45% da população carcerária no país.

B) A evolução das matrículas no Brasil – base de dados Educacenso

Através do dados de alunos matriculados apresentados pelo Educacenso/MEC

constata-se um crescimento de 97% de presos matriculados no período.

C) A evolução de matrículas por regiões – base de dados Educacenso

34

32

1 41

65

9

37

99

8 46

22

3

44

79

8

54

81

0

55

62

3

34

32

1 41

65

9

37

99

8 46

22

3

44

79

8

54

81

0

55

62

3

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Número de presos estudando Linha de Crescimento

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__________________________________________________________________________________294

Destaca-se que a região Centro-Oeste teve o maior crescimento percentual de presos

matriculados com um crescimento de 175% no período. Enquanto a região Norte teve o

menor crescimento de apenas 5%.

D) Presos envolvidos em atividades educacionais, por nível de ensino

Na tabela a seguir, observa-se que dos presos inseridos em atividades educacionais, 87% estão

inseridos na modalidade de Educação de Jovens e Adultos, evidenciando a importância que

esta ação possui para o sistema prisional brasileiro. Por outro lado, constata-se que 0% dos

presos estão cursando ensino superior.

UF

Alf

abet

izaç

ão

Ensi

no

Fu

nd

ame

nta

l

Ensi

no

méd

io

Ensi

no

su

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Cu

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de

80

0 h

ora

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Cu

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ação

in

icia

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uad

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ão p

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nal

, ac

ima

de

16

0 h

ora

s d

e

aula

)

AC 18% 49% 2% 0% 0% 31%

AL 18% 56% 4% 0% 0% 22%

AM 17% 65% 18% 0% 0% 0%

AP 4% 17% 35% 0% 0% 43%

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__________________________________________________________________________________295

Fonte: Dez.2014/Infopen-MJ

E) O crescimento da oferta de educação nas prisões por dependência

administrativa

BA 19% 59% 16% 0% 1% 6%

CE 13% 50% 12% 0% 0% 25%

DF 10% 40% 19% 2% 2% 27%

ES 15% 47% 19% 0% 3% 15%

GO 15% 71% 11% 3% 0% 0%

MA 40% 40% 15% 4% 1% 0%

MG 15% 59% 18% 2% 0% 6%

MS 15% 66% 14% 2% 2% 2%

MT 17% 53% 21% 0% 1% 8%

PA 8% 80% 9% 0% 2% 1%

PB 35% 42% 15% 0% 3% 5%

PE 28% 59% 12% 0% 1% 0%

PI 76% 24% 0% 0% 0% 0%

PR 10% 56% 19% 0% 3% 12%

RJ 17% 75% 7% 0% 0% 1%

RN 46% 36% 13% 0% 0% 5%

RO 25% 44% 17% 1% 8% 5%

RR 5% 70% 22% 2% 1% 1%

RS 17% 45% 37% 0% 0% 1%

SC 15% 51% 19% 1% 6% 10%

SE 42% 27% 24% 7% 0% 0%

SP 15% 37% 26% 0% 0% 21%

TO 16% 57% 16% 0% 5% 7%

Brasil 17% 51% 19% 0% 1% 12%

Page 296: I- DO CONTEXTO DA POLÍTICA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES, …depen.gov.br/DEPEN/dirpp/cgpc/acoes-de-educacao/... · Os Ministérios da Educação e da Justiça compreenderam o plano

__________________________________________________________________________________296

Fonte:MEC-INEP

Ao analisar o gráfico acima, constata-se que a partir do ano de 2010 há uma mudança

significativa em função da dependência administrativa, que se caracteriza pelo Ente

Federativo (Municipal, Estadual, Distrito Federal ou União), ou ainda, pelo setor privado que

ofertam educação nas prisões. Houve crescimento de 75% ofertado pelos Estados, enquanto,

houve decréscimo de 286% ofertado pelos municípios, fato que demonstra a

responsabilização e aceitação dos Estados na oferta educacional no sistema prisional.

F) O crescimento de inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM PPL

Fonte:MEC-INEP

0

50

100

150

200

250

300

350

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

NÚMERO DE MUNICIPIOS COM OFERTAPOR DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA/ANO

Federal Estados Municípios Privadas

13

90

8

23

66

5

30

34

1

35

80

4

42

54

2

13

90

8

23

66

5

30

34

1

35

80

4

42

54

2

2011 2012 2013 2014 2015

Número de alunos inscritos no Enen PPL Evolução no número de inscritos

Page 297: I- DO CONTEXTO DA POLÍTICA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES, …depen.gov.br/DEPEN/dirpp/cgpc/acoes-de-educacao/... · Os Ministérios da Educação e da Justiça compreenderam o plano

__________________________________________________________________________________297

Apesar do fomento da oferta de Educação de Jovens e Adultos, a falta de espaços para

a ampliação de novas turmas, estimula a realização dos exames de certificação, que por outro

lado aponta o crescimento na procura pela elevação da escolaridade.

G) O crescimento de inscritos no Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – ENCCEJA PPL Fonte: MEC-INEP

H) O crescimento de inscritos no Programa Nacional de Acesso ao Ensino

Técnico e Emprego – PRONATEC

Fonte: SETEC-MEC

Observa-se relação direta no crescimento de inscritos no Programa Nacional de Acesso

ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) com a evolução da oferta educacional desde o início

dos Planos Estaduais de Educação nas Prisões no ano de 2012.

50

94

20

85

2

19

14

0

50

94

20

85

2

19

14

0

2013 2014 2015 - 1° Semestre

Número de alunos inscritos no Pronatec PPL Evolução no número de inscritos

1810

9

2294

0

1810

9

2294

0

2012 2013

Número de alunos inscritos no Ecceja PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________298

III- DA ANÁLISE E INSTRUÇÕES GERAIS POR UNIDADE

FEDERATIVA - Piauí

A) A evolução da quantidade de presos em atividades educacionais

Fonte: INFOPEN-MJ

B) A evolução das matrículas na Unidade Federativa

Fonte: EDUCACENSO-MEC-INEP

34

1 36

3

20

1

26

3

22

3

23

3

13

1

34

1 36

3

20

1

26

3

22

3

23

3

13

1

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Número de presos estudando Linha de Crescimento

26

33

7

32

1

41

2 45

2

34

0

33

3

46

6

26

33

7

32

1

41

2 45

2

34

0

33

3

46

6

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Número de presos Matriculados Linha de Crescimento

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__________________________________________________________________________________299

C) Presos envolvidos em atividades educacionais, por nível de ensino

Fonte: Dez.2014/NFOPEN-MJ

D) Inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM PPL

Fonte: INEP-MEC

E) Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – ENCCEJA PPL

5

54

19

0

13

6

22

3

5

54

19

0

13

6

22

3

2 0 1 1 2 0 1 2 2 0 1 3 2 0 1 4 2 0 1 5

Número de alunos inscritos no Enen PPL Evolução no número de inscritos

UF

Alf

abet

izaç

ão

Ensi

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Fu

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Ensi

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méd

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Ensi

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PI 76% 24% 0% 0% 0% 0%

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__________________________________________________________________________________300

Fonte: INEP-MEC

F) Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – PRONATEC

Fonte: SETEC-MEC

G) Das análises e instruções específicas do Plano

As análises e instruções específicas para cada Unidade Federativa são alicerçadas no “Guia

com Orientações para Subsidiar as Unidades federativas para a Elaboração do Plano de

educação nas Prisões”. Portanto, as observações e orientações de ajustes de cada item do

plano estão demonstradas abaixo:

ATENDE ÀS ORIENTAÇÕES DO PLANO

No. Itens para Análise SIM PARCIAL NÃO

01. APRESENTAÇÃO DO PLANO X

93

11

8

93

11

82 0 1 3 2 0 1 4

Número de alunos inscritos no Ecceja PPL Evolução no número de inscritos

0

11

3

17

7

0

11

3

17

7

2 0 1 3 2 0 1 4 2 0 1 5

Número de alunos inscritos no Pronatec PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________301

02. CONCEPÇÕES FUNDAMENTAIS E NORTEADORAS DA OFERTA EDUCAÇÃO NO SISTEMA PRISIONAL

X

03. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES NO ESTADO X

04. DIAGNÓSTICO X

05. GESTÃO X

5.1. ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS X

5.2. REGRAS E PROCEDIMENTOS DE ROTINA X

5.3. GESTÃO DE PESSOAS X

5.4. REGISTROS ESCOLARES X

5.5. ARTICULAÇÃO E PARCERIAS X

06. FINANCIAMENTO X

07. ORGANIZAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO FORMAL X

08. ORGANIZAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL E DA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

X

09. FORMAÇÃO/CAPACITAÇÃO DOS PROFISSIONAIS X

10. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E ATENDIMENTO À DIVERSIDADE X

11. CERTIFICAÇÃO X

12. INFRAESTRUTURA FÍSICA X

13. MATERIAL DIDÁTICO E LITERÁRIO X

14. REMIÇÃO DA PENA PELO ESTUDO X

15. ATENDIMENTO ÀS CRIANÇAS X

16. ACOMPANHAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO X

17. PLANO DE AÇÃO X

META I – AMPLIAÇÃO DA MATRÍCULA DA EDUCAÇÃO FORMAL X

META II – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL X

META III – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

X

META IV – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE INSCRITOS NOS EXAMES DE CERTIFICAÇÃO

X

META V – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE BIBLIOTECAS E DE ESPAÇOS DE LEITURA

X

META VI – MELHORIA NA QUALIDADE DA OFERTA DE EDUCAÇÃO

X

ORIENTAÇÃO AO ESTADO:

ITEM 17: META I – AMPLIAÇÃO DA MATRÍCULA DA EDUCAÇÃO

FORMAL

Neste item, a meta I – “AMPLIAÇÃO DA MATRÍCULA DA EDUCAÇÃO FORMAL” foi

informada parcialmente. Portanto, orienta-se incluir as metas pretendidas, por

Estabelecimento Penal.

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__________________________________________________________________________________302

ITEM 17: META IV – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE INSCRITOS NOS

EXAMES DE CERTIFICAÇÃO

Neste item, a meta IV – “AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE INSCRITOS NOS EXAMES DE

CERTIFICAÇÃO” foi informada parcialmente. Portanto, orienta-se incluir as metas

pretendidas, por Estabelecimento Penal.

IV- INSTRUÇÕES E RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA

MELHORIAS NA EXECUÇÃO, ACOMPANHEMENTO E AVALIAÇÃO

DOS PLANOS

O Plano Estadual de Educação nas Prisões objetiva executar ações em conjunto, para

tanto, dentre as diversas diretrizes do plano, destaca-se a importância da interlocução entre

os atores regionais. A promoção de maior diálogo entre as Secretarias de Estado de Educação

e de Administração Prisional permite a realização de ações articuladas, que por sua vez são

essenciais para a evolução e aprimoramento desta política.

Conforme destacado no Art. 4o,, do Decreto 7.626, de 2011, que institui o PEESP,

este tem como objetivo:

I - executar ações conjuntas e troca de informações entre órgãos

federais, estaduais e do Distrito Federal com atribuições nas áreas de

educação e de execução penal;

Neste sentido, sugere-se a criação de Comitê Estadual que acompanhará e avaliará as

ações previstas no Plano Estadual de Educação nas Prisões. Sugere-se que, além das

Secretarias de Estado de Educação e de Administração Prisional, sejam convidados a participar

deste comitê representantes dos:

Ministério Público;

Page 303: I- DO CONTEXTO DA POLÍTICA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES, …depen.gov.br/DEPEN/dirpp/cgpc/acoes-de-educacao/... · Os Ministérios da Educação e da Justiça compreenderam o plano

__________________________________________________________________________________303

Defensoria Pública;

Vara de Execução Penal;

Conselho Estadual da Educação;

Conselho Estadual Penitenciário;

Conselho da Comunidade.

O comitê gestor de acompanhamento, monitoração e avaliação organizará propostas

de visitas semestrais aos Estabelecimentos Penais. Visando sistematizar o planejamento,

sugere-se que, após a realização das visitas nos espaços educacionais inseridos no âmbito das

prisões, o comitê gestor irá elaborar relatório técnico constando o detalhamento de todas as

etapas executadas, resultados e recomendações que se fizerem necessárias e os encaminhará

às respectivas Secretarias de Educação e Administração Prisional, de modo que o fluxo de

informações provenientes deste relatório venha apontar os resultados alcançados e/ou ainda

subsidiar o redimensionamento das atividades ao longo do curso.

No decorrer de cada semestre e de acordo com as problemáticas evidenciadas pelo

Comitê gestor, este poderá propor aos Secretários de Estado de Educação e de Administração

Prisional ações afim de garantir a execução e metas estabelecidas nos Plano Estaduais

abrangendo estratégias de formação educacional da população carcerária e dos profissionais

envolvidos em sua implementação

V - INTRUÇÕES DO PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO NAS PRISÕES - 2017

O Plano é um instrumento de planejamento das Unidades Federativas que auxilia e

subsidia o organização das ações de reintegração social do Governo Federal. Por sua vez, o

monitoramento e avaliação das ações de educação serão realizados a partir da análise das

informações apresentadas ao INFOPEN e disponíveis no Censo Escolar do INEP.

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__________________________________________________________________________________304

A seguir, instruções importantes sobre os Planos Estaduais de Educação nas Prisões a partir

de 2017:

o Será quadrienal;

o Novas informações, por escola, serão incluídas, como o detalhamento se são

exclusivas ou vinculas, sobre os Projetos Políticos Pedagógicos, os Regimentos

Internos, entre outros; e

o Em breve, um novo guia a fim de orientar as Unidades Federativas sobre a

elaboração dos Planos Estaduais de Educação nas Prisões será apresentado.

Page 305: I- DO CONTEXTO DA POLÍTICA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES, …depen.gov.br/DEPEN/dirpp/cgpc/acoes-de-educacao/... · Os Ministérios da Educação e da Justiça compreenderam o plano

__________________________________________________________________________________305

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL

DIRETORIA DE POLÍTICAS PENITENCIÁRIAS

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA, ALFABETIZAÇÃO,

DIVERSIDADE E INCLUSÃO DIRETORIA DE POLÍTICAS DE ALFABETIZAÇÃO E EDUCAÇÃO DE

JOVENS E ADULTOS

NOTA TÉCNICA CONJUNTA MEC/MJ ASSUNTO: PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO NAS PRISÕES 2015-2016

I- DO CONTEXTO DA POLÍTICA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES,

MARCOS LEGAIS E EVOLUÇÃO HISTÓRICA.

A educação é um direito humano universal e confirmado pela Constituição da

República Brasileira. Apesar disso, grandes são as barreiras que impedem o efetivo acesso à

este direito, sobretudo, quando se trata de uma parcela invisível da sociedade que são as

pessoas privadas de liberdade.

Há centenas de anos possui-se o registro sobre o aprisionamento no Brasil, porém a

educação está inserida neste contexto há pouquíssimo tempo. Conforme preceitua a

Constituição Brasileira no Art. 205,

A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

A seguir destaca-se, de forma cronológica, algumas das fundamentações e marcos

importantes sobre a educação nas prisões brasileiras:

o 1984: Lei de Execução Penal – Lei 7.210

Page 306: I- DO CONTEXTO DA POLÍTICA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES, …depen.gov.br/DEPEN/dirpp/cgpc/acoes-de-educacao/... · Os Ministérios da Educação e da Justiça compreenderam o plano

__________________________________________________________________________________306

Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando

prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade.

Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso.

Art. 11. A assistência será:

I - material;

II - à saúde;

III - jurídica;

IV - educacional;

V - social;

Art. 17 à 21. Tratam da assistência educacional no sistema prisional, inclui a

instrução escolar e a formação profissional.

Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua natureza, deverá contar em

suas dependências com áreas e serviços destinados a dar assistência, educação, trabalho,

recreação e prática esportiva.

§ 4o Serão instaladas salas de aulas destinadas a cursos do ensino básico e

profissionalizante.(Incluído pela Lei nº 12.245, de 2010)

Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto

poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena. (Redação

dada pela Lei nº 12.433, de 2011)

o 1996: Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Lei 9.394

Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de

liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno

desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua

qualificação para o trabalho.

Art. 5º O acesso ao ensino fundamental é direito público subjetivo, podendo

qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical,

entidade de classe ou outra legalmente constituída, e, ainda, o Ministério Público, acionar

o Poder Público para exigi-lo.

o 2005: A publicação “Educando para a Liberdade”: trajetória, debates e proposições de um projeto para a educação nas prisões brasileiras

Page 307: I- DO CONTEXTO DA POLÍTICA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES, …depen.gov.br/DEPEN/dirpp/cgpc/acoes-de-educacao/... · Os Ministérios da Educação e da Justiça compreenderam o plano

__________________________________________________________________________________307

A cooperação para a oferta de educação nas prisões ganhou novos contornos a partir

de 2005 com a criação do “Projeto Educando para a Liberdade”, que contou com a parceria

da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e da

Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) permitindo pôr na agenda das políticas

públicas um tema periférico e invisível para parte considerável da população brasileira.

Essa iniciativa promoveu a abertura de espaços para o diálogo e a construção coletiva

de referenciais para o setor. Entre 2005 e 2007 foram realizados encontros estaduais,

regionais e nacionais que contaram com a participação de representantes, de gestores, de

professores, de agentes penitenciários, de técnicos, de operadores da execução penal e dos

presos.

Desses encontros saíram as propostas que subsidiaram a elaboração das resoluções do

Conselho Nacional de Educação e do Conselho Nacional de Políticas Criminal e Penitenciária.

o Diretrizes e recomendações dos Conselhos Nacionais de Educação (CNE) e

Política Criminal e Penitenciária (CNPCP)

Vale destacar as diversas diretrizes e recomendações emanadas pelos Conselhos

Nacionais de Educação (CNE) e Política Criminal e Penitenciária (CNPCP). Observa-se que

ações coordenadas pelos Ministérios da Justiça e da Educação em parceria com os estados e

com a sociedade civil organizada vêm demandando bastante aos conselhos. Dentre as diversas

recomendações e diretrizes, pontua-se, a Resolução nº 3, de 11 de março de 2009, na qual o

CNPCP aprovou as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação nos estabelecimentos

penais no âmbito da política de execução penal. A Resolução nº 2, de 19 de maio de 2010, na

qual o CNE aprovou as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação para jovens e adultos

em situação de privação de liberdade no âmbito das políticas de educação. E a Resolução nº

4, de 30 de maio de 2016, na qual o CNE aprovou as Diretrizes Operacionais Nacionais para a

remição de pena pelo estudo de pessoas em privação de liberdade nos estabelecimentos

penais do sistema prisional brasileiro.

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__________________________________________________________________________________308

o 2011: Plano Estratégico de Educação no Âmbito do Sistema Prisional -Decreto

nº 7.626

Institui o Plano Estratégico de Educação no Âmbito do Sistema Prisional (PEESP) que

tem como finalidade ampliar e qualificar a oferta de educação nos estabelecimentos penais,

contemplando a educação básica na modalidade de educação de jovens e adultos, a educação

profissional e tecnológica, e a educação superior.

Dentre as diversas diretrizes do PEESP, destaca-se a integração dos órgãos

responsáveis pelo ensino público com os órgãos responsáveis pela execução penal, tanto a

nível estadual quanto federal.

. Segundo o Decreto, compete ao MEC o apoio financeiro para equipar e aparelhar os

espaços, distribuir material didático, compor os acervos das bibliotecas, fomentar programas

de alfabetização e de educação de jovens e adultos e de capacitação dos profissionais; ao MJ,

o apoio financeiro para construção, ampliação e reforma dos espaços destinados à educação

nos estabelecimentos penais.

Para acessar os recursos do orçamento federal os Estados e o Distrito Federal

deveriam apresentar plano de ação contendo:

a) diagnóstico das demandas de educação no âmbito dos estabelecimentos

penais;

b) estratégias e metas para sua implementação; e

c) as atribuições e responsabilidades de cada órgão, especialmente quanto à

adequação dos espaços destinados às atividades educacionais nos estabelecimentos

penais, à formação e à contratação de professores e de outros profissionais da

educação, à produção de material didático e à integração da educação de jovens e

adultos à educação profissional e tecnológica.

Page 309: I- DO CONTEXTO DA POLÍTICA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES, …depen.gov.br/DEPEN/dirpp/cgpc/acoes-de-educacao/... · Os Ministérios da Educação e da Justiça compreenderam o plano

__________________________________________________________________________________309

O PEESP promove um alinhamento estratégico entre o planejamento dos estados

e as políticas implementadas pelo Governo Federal. Esse alinhamento permite dimensionar

os recursos a serem transferidos no âmbito do PAR, a distribuição do material didático e a

política de formação continuada para os servidores que atuam na oferta de educação em

prisões.

Os Ministérios da Educação e da Justiça compreenderam o plano de ação previsto

no Decreto nº 7.626/2011 como parte de um esforço maior de organização da oferta de

educação nas prisões e nesse sentido fomentaram a elaboração de Planos Estaduais de

Educação nas prisões. Essa estratégia foi pactuada no III Seminário Nacional de Educação nas

Prisões realizado no primeiro semestre de 2012.

Para subsidiar a elaboração dos planos o Governo Federal apresentou um Guia de

Orientações sugerindo que os planos contivessem informações sobre a gestão e organização

da oferta de educação, a formação continuada dos profissionais, exames de certificação de

exames e estratégias de acompanhamento das ações. Todos os itens que compõe esse guia

estão vinculados aos normativos legais que definem como deve ser oferta de educação.

No sentido de orientar a elaboração dos planos de ação e permitir uma análise

técnica mais qualificada, o guia indicava a importância de apresentar um amplo diagnóstico

com informações sobre a quantidade de estabelecimentos penais com oferta de educação, a

quantidade de salas de aula, espaços de leituras e laboratórios de informática, além do perfil

dos professores e dos agentes penitenciários.

II- DA ANÁLISE DOS DADOS NACIONAIS DE EDUCAÇÃO NAS

PRISÕES.

KK) O crescimento da quantidade de presos em atividades educacionais – base de dados Infopen

Page 310: I- DO CONTEXTO DA POLÍTICA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES, …depen.gov.br/DEPEN/dirpp/cgpc/acoes-de-educacao/... · Os Ministérios da Educação e da Justiça compreenderam o plano

__________________________________________________________________________________310

LL)

Ao analisar o gráfico acima observa-se que houve um crescimento de 61% de presos

estudando no Brasil entre os anos de 2008 e 2014, enquanto no mesmo período, houve um

crescimento de 45% da população carcerária no país.

B) A evolução das matrículas no Brasil – base de dados Educacenso

Através do dados de alunos matriculados apresentados pelo Educacenso/MEC

constata-se um crescimento de 97% de presos matriculados no período.

C) A evolução de matrículas por regiões – base de dados Educacenso

34

32

1 41

65

9

37

99

8 46

22

3

44

79

8

54

81

0

55

62

3

34

32

1 41

65

9

37

99

8 46

22

3

44

79

8

54

81

0

55

62

3

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Número de presos estudando Linha de Crescimento

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__________________________________________________________________________________311

Destaca-se que a região Centro-Oeste teve o maior crescimento percentual de presos

matriculados com um crescimento de 175% no período. Enquanto a região Norte teve o

menor crescimento de apenas 5%.

D) Presos envolvidos em atividades educacionais, por nível de ensino

Na tabela a seguir, observa-se que dos presos inseridos em atividades educacionais, 87% estão

inseridos na modalidade de Educação de Jovens e Adultos, evidenciando a importância que

esta ação possui para o sistema prisional brasileiro. Por outro lado, constata-se que 0% dos

presos estão cursando ensino superior.

UF

Alf

abet

izaç

ão

Ensi

no

Fu

nd

ame

nta

l

Ensi

no

méd

io

Ensi

no

su

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Cu

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ico

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ima

de

80

0 h

ora

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ula

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Cu

rso

de

form

ação

in

icia

l e c

on

tin

uad

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itaç

ão p

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ssio

nal

, ac

ima

de

16

0 h

ora

s d

e

aula

)

AC 18% 49% 2% 0% 0% 31%

AL 18% 56% 4% 0% 0% 22%

AM 17% 65% 18% 0% 0% 0%

AP 4% 17% 35% 0% 0% 43%

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__________________________________________________________________________________312

Fonte: Dez.2014/Infopen-MJ

E) O crescimento da oferta de educação nas prisões por dependência

administrativa

BA 19% 59% 16% 0% 1% 6%

CE 13% 50% 12% 0% 0% 25%

DF 10% 40% 19% 2% 2% 27%

ES 15% 47% 19% 0% 3% 15%

GO 15% 71% 11% 3% 0% 0%

MA 40% 40% 15% 4% 1% 0%

MG 15% 59% 18% 2% 0% 6%

MS 15% 66% 14% 2% 2% 2%

MT 17% 53% 21% 0% 1% 8%

PA 8% 80% 9% 0% 2% 1%

PB 35% 42% 15% 0% 3% 5%

PE 28% 59% 12% 0% 1% 0%

PI 76% 24% 0% 0% 0% 0%

PR 10% 56% 19% 0% 3% 12%

RJ 17% 75% 7% 0% 0% 1%

RN 46% 36% 13% 0% 0% 5%

RO 25% 44% 17% 1% 8% 5%

RR 5% 70% 22% 2% 1% 1%

RS 17% 45% 37% 0% 0% 1%

SC 15% 51% 19% 1% 6% 10%

SE 42% 27% 24% 7% 0% 0%

SP 15% 37% 26% 0% 0% 21%

TO 16% 57% 16% 0% 5% 7%

Brasil 17% 51% 19% 0% 1% 12%

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__________________________________________________________________________________313

Fonte:MEC-INEP

Ao analisar o gráfico acima, constata-se que a partir do ano de 2010 há uma mudança

significativa em função da dependência administrativa, que se caracteriza pelo Ente

Federativo (Municipal, Estadual, Distrito Federal ou União), ou ainda, pelo setor privado que

ofertam educação nas prisões. Houve crescimento de 75% ofertado pelos Estados, enquanto,

houve decréscimo de 286% ofertado pelos municípios, fato que demonstra a

responsabilização e aceitação dos Estados na oferta educacional no sistema prisional.

F) O crescimento de inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM PPL

Fonte:MEC-INEP

0

50

100

150

200

250

300

350

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

NÚMERO DE MUNICIPIOS COM OFERTAPOR DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA/ANO

Federal Estados Municípios Privadas

13

90

8

23

66

5

30

34

1

35

80

4

42

54

2

13

90

8

23

66

5

30

34

1

35

80

4

42

54

2

2011 2012 2013 2014 2015

Número de alunos inscritos no Enen PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________314

Apesar do fomento da oferta de Educação de Jovens e Adultos, a falta de espaços para

a ampliação de novas turmas, estimula a realização dos exames de certificação, que por outro

lado aponta o crescimento na procura pela elevação da escolaridade.

G) O crescimento de inscritos no Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – ENCCEJA PPL Fonte: MEC-INEP

H) O crescimento de inscritos no Programa Nacional de Acesso ao Ensino

Técnico e Emprego – PRONATEC

Fonte: SETEC-MEC

Observa-se relação direta no crescimento de inscritos no Programa Nacional de Acesso

ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) com a evolução da oferta educacional desde o início

dos Planos Estaduais de Educação nas Prisões no ano de 2012.

50

94

20

85

2

19

14

0

50

94

20

85

2

19

14

0

2013 2014 2015 - 1° Semestre

Número de alunos inscritos no Pronatec PPL Evolução no número de inscritos

1810

9

2294

0

1810

9

2294

0

2012 2013

Número de alunos inscritos no Ecceja PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________315

III- DA ANÁLISE E INSTRUÇÕES GERAIS POR UNIDADE

FEDERATIVA - Rio de Janeiro

A) A evolução da quantidade de presos em atividades educacionais

Fonte: INFOPEN-MJ

B) A evolução das matrículas na Unidade Federativa

Fonte: EDUCACENSO-MEC-INEP

0

18

60

22

55

26

13

27

53

27

02

50

33

0

18

60

22

55

26

13

27

53

27

02

50

33

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Número de presos estudando Linha de Crescimento

44

68

41

41

38

74

90

5

98

2

99

8

27

48

34

7444

68

41

41

38

74

90

5

98

2

99

8

27

48

34

74

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Número de presos Matriculados Linha de Crescimento

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__________________________________________________________________________________316

C) Presos envolvidos em atividades educacionais, por nível de ensino

Fonte: Dez.2014/NFOPEN-MJ

D) Inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM PPL

Fonte: INEP-MEC

E) Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – ENCCEJA PPL

40

8

61

1

89

2

77

5

10

04

40

8

61

1

89

2

77

5

10

04

2 0 1 1 2 0 1 2 2 0 1 3 2 0 1 4 2 0 1 5

Número de alunos inscritos no Enen PPL Evolução no número de inscritos

UF

Alf

abet

izaç

ão

Ensi

no

Fu

nd

ame

nta

l

Ensi

no

méd

io

Ensi

no

su

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60

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aula

)

RJ 17% 75% 7% 0% 0% 1%

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__________________________________________________________________________________317

Fonte: INEP-MEC

F) Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – PRONATEC PPL

Fonte: SETEC-MEC

G) Das análises e instruções específicas do Plano

As análises e instruções específicas para cada Unidade Federativa são alicerçadas no “Guia

com Orientações para Subsidiar as Unidades federativas para a Elaboração do Plano de

educação nas Prisões”. Portanto, as observações e orientações de ajustes de cada item do

plano estão demonstradas abaixo:

ATENDE ÀS ORIENTAÇÕES DO PLANO

No. Itens para Análise SIM PARCIAL NÃO

01. APRESENTAÇÃO DO PLANO X

30

3

49

7

30

3

49

72 0 1 3 2 0 1 4

Número de alunos inscritos no Ecceja PPL Evolução no número de inscritos

36

4

18

4

10

3

36

4

18

4

10

3

2 0 1 3 2 0 1 4 2 0 1 5

Número de alunos inscritos no Pronatec PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________318

02. CONCEPÇÕES FUNDAMENTAIS E NORTEADORAS DA OFERTA EDUCAÇÃO NO SISTEMA PRISIONAL

X

03. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES NO ESTADO X

04. DIAGNÓSTICO X

05. GESTÃO X

5.1. ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS X

5.2. REGRAS E PROCEDIMENTOS DE ROTINA X

5.3. GESTÃO DE PESSOAS X

5.4. REGISTROS ESCOLARES X

5.5. ARTICULAÇÃO E PARCERIAS X

06. FINANCIAMENTO X

07. ORGANIZAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO FORMAL X

08. ORGANIZAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL E DA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

X

09. FORMAÇÃO/CAPACITAÇÃO DOS PROFISSIONAIS X

10. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E ATENDIMENTO À DIVERSIDADE X

11. CERTIFICAÇÃO X

12. INFRAESTRUTURA FÍSICA X

13. MATERIAL DIDÁTICO E LITERÁRIO X

14. REMIÇÃO DA PENA PELO ESTUDO X

15. ATENDIMENTO ÀS CRIANÇAS X

16. ACOMPANHAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO X

17. PLANO DE AÇÃO X

META I – AMPLIAÇÃO DA MATRÍCULA DA EDUCAÇÃO FORMAL X

META II – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL X

META III – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

X

META IV – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE INSCRITOS NOS EXAMES DE CERTIFICAÇÃO

X

META V – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE BIBLIOTECAS E DE ESPAÇOS DE LEITURA

X

META VI – MELHORIA NA QUALIDADE DA OFERTA DE EDUCAÇÃO

X

ORIENTAÇÃO AO ESTADO:

ITEM 17: META I – AMPLIAÇÃO DA MATRÍCULA DA EDUCAÇÃO

FORMAL

Neste item, a meta I – “AMPLIAÇÃO DA MATRÍCULA DA EDUCAÇÃO FORMAL” foi

informada parcialmente. Portanto, orienta-se incluir as metas pretendidas, por

Estabelecimento Penal.

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__________________________________________________________________________________319

ITEM 17: META II – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO

FORMAL

Neste item, a meta II – “AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL” foi

informada parcialmente. Portanto, orienta-se incluir as metas pretendidas, por

Estabelecimento Penal.

ITEM 17: META III – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE QUALIFICAÇÃO

PROFISSIONAL

Neste item, a meta III – “AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL” foi

informada parcialmente. Portanto, orienta-se incluir as metas pretendidas, por

Estabelecimento Penal.

ITEM 17: META IV – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE INSCRITOS NOS

EXAMES DE CERTIFICAÇÃO

Neste item, a meta IV – “AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE INSCRITOS NOS EXAMES DE

CERTIFICAÇÃO” foi informada parcialmente. Portanto, orienta-se incluir as metas pretendidas,

por Estabelecimento Penal.

ITEM 17: META V – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE BIBLIOTECAS E

DE ESPAÇOS DE LEITURA

Neste item, a meta V – “AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE BIBLIOTECAS E DE ESPAÇOS DE

LEITURA” foi informada parcialmente. Portanto, orienta-se incluir as metas pretendidas, por

Estabelecimento Penal.

ITEM 17: META VI – MELHORIA NA QUALIDADE DA OFERTA DE

EDUCAÇÃO

Neste item, a meta V – “MELHORIA NA QUALIDADE DA OFERTA DE EDUCAÇÃO” foi

informada parcialmente. Portanto, orienta-se detalhar mais este item.

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__________________________________________________________________________________320

IV- INSTRUÇÕES E RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA

MELHORIAS NA EXECUÇÃO, ACOMPANHEMENTO E AVALIAÇÃO

DOS PLANOS

O Plano Estadual de Educação nas Prisões objetiva executar ações em conjunto, para

tanto, dentre as diversas diretrizes do plano, destaca-se a importância da interlocução entre

os atores regionais. A promoção de maior diálogo entre as Secretarias de Estado de Educação

e de Administração Prisional permite a realização de ações articuladas, que por sua vez são

essenciais para a evolução e aprimoramento desta política.

Conforme destacado no Art. 4o,, do Decreto 7.626, de 2011, que institui o PEESP,

este tem como objetivo:

I - executar ações conjuntas e troca de informações entre órgãos

federais, estaduais e do Distrito Federal com atribuições nas áreas de

educação e de execução penal;

Neste sentido, sugere-se a criação de Comitê Estadual que acompanhará e avaliará as

ações previstas no Plano Estadual de Educação nas Prisões. Sugere-se que, além das

Secretarias de Estado de Educação e de Administração Prisional, sejam convidados a participar

deste comitê representantes dos:

Ministério Público;

Defensoria Pública;

Vara de Execução Penal;

Conselho Estadual da Educação;

Conselho Estadual Penitenciário;

Conselho da Comunidade.

O comitê gestor de acompanhamento, monitoração e avaliação organizará propostas

de visitas semestrais aos Estabelecimentos Penais. Visando sistematizar o planejamento,

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__________________________________________________________________________________321

sugere-se que, após a realização das visitas nos espaços educacionais inseridos no âmbito das

prisões, o comitê gestor irá elaborar relatório técnico constando o detalhamento de todas as

etapas executadas, resultados e recomendações que se fizerem necessárias e os encaminhará

às respectivas Secretarias de Educação e Administração Prisional, de modo que o fluxo de

informações provenientes deste relatório venha apontar os resultados alcançados e/ou ainda

subsidiar o redimensionamento das atividades ao longo do curso.

No decorrer de cada semestre e de acordo com as problemáticas evidenciadas pelo

Comitê gestor, este poderá propor aos Secretários de Estado de Educação e de Administração

Prisional ações afim de garantir a execução e metas estabelecidas nos Plano Estaduais

abrangendo estratégias de formação educacional da população carcerária e dos profissionais

envolvidos em sua implementação

V - INTRUÇÕES DO PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO NAS PRISÕES - 2017

O Plano é um instrumento de planejamento das Unidades Federativas que auxilia e

subsidia o organização das ações de reintegração social do Governo Federal. Por sua vez, o

monitoramento e avaliação das ações de educação serão realizados a partir da análise das

informações apresentadas ao INFOPEN e disponíveis no Censo Escolar do INEP.

A seguir, instruções importantes sobre os Planos Estaduais de Educação nas Prisões a partir

de 2017:

o Será quadrienal;

o Novas informações, por escola, serão incluídas, como o detalhamento se são

exclusivas ou vinculas, sobre os Projetos Políticos Pedagógicos, os Regimentos

Internos, entre outros; e

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__________________________________________________________________________________322

o Em breve, um novo guia a fim de orientar as Unidades Federativas sobre a

elaboração dos Planos Estaduais de Educação nas Prisões será apresentado.

Page 323: I- DO CONTEXTO DA POLÍTICA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES, …depen.gov.br/DEPEN/dirpp/cgpc/acoes-de-educacao/... · Os Ministérios da Educação e da Justiça compreenderam o plano

__________________________________________________________________________________323

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL

DIRETORIA DE POLÍTICAS PENITENCIÁRIAS

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA, ALFABETIZAÇÃO,

DIVERSIDADE E INCLUSÃO DIRETORIA DE POLÍTICAS DE ALFABETIZAÇÃO E EDUCAÇÃO DE

JOVENS E ADULTOS

NOTA TÉCNICA CONJUNTA MEC/MJ ASSUNTO: PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO NAS PRISÕES 2015-2016

I- DO CONTEXTO DA POLÍTICA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES,

MARCOS LEGAIS E EVOLUÇÃO HISTÓRICA.

A educação é um direito humano universal e confirmado pela Constituição da

República Brasileira. Apesar disso, grandes são as barreiras que impedem o efetivo acesso à

este direito, sobretudo, quando se trata de uma parcela invisível da sociedade que são as

pessoas privadas de liberdade.

Há centenas de anos possui-se o registro sobre o aprisionamento no Brasil, porém a

educação está inserida neste contexto há pouquíssimo tempo. Conforme preceitua a

Constituição Brasileira no Art. 205,

A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

A seguir destaca-se, de forma cronológica, algumas das fundamentações e marcos

importantes sobre a educação nas prisões brasileiras:

o 1984: Lei de Execução Penal – Lei 7.210

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__________________________________________________________________________________324

Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando

prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade.

Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso.

Art. 11. A assistência será:

I - material;

II - à saúde;

III - jurídica;

IV - educacional;

V - social;

Art. 17 à 21. Tratam da assistência educacional no sistema prisional, inclui a

instrução escolar e a formação profissional.

Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua natureza, deverá contar em

suas dependências com áreas e serviços destinados a dar assistência, educação, trabalho,

recreação e prática esportiva.

§ 4o Serão instaladas salas de aulas destinadas a cursos do ensino básico e

profissionalizante.(Incluído pela Lei nº 12.245, de 2010)

Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto

poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena. (Redação

dada pela Lei nº 12.433, de 2011)

o 1996: Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Lei 9.394

Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de

liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno

desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua

qualificação para o trabalho.

Art. 5º O acesso ao ensino fundamental é direito público subjetivo, podendo

qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical,

entidade de classe ou outra legalmente constituída, e, ainda, o Ministério Público, acionar

o Poder Público para exigi-lo.

o 2005: A publicação “Educando para a Liberdade”: trajetória, debates e proposições de um projeto para a educação nas prisões brasileiras

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__________________________________________________________________________________325

A cooperação para a oferta de educação nas prisões ganhou novos contornos a partir

de 2005 com a criação do “Projeto Educando para a Liberdade”, que contou com a parceria

da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e da

Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) permitindo pôr na agenda das políticas

públicas um tema periférico e invisível para parte considerável da população brasileira.

Essa iniciativa promoveu a abertura de espaços para o diálogo e a construção coletiva

de referenciais para o setor. Entre 2005 e 2007 foram realizados encontros estaduais,

regionais e nacionais que contaram com a participação de representantes, de gestores, de

professores, de agentes penitenciários, de técnicos, de operadores da execução penal e dos

presos.

Desses encontros saíram as propostas que subsidiaram a elaboração das resoluções do

Conselho Nacional de Educação e do Conselho Nacional de Políticas Criminal e Penitenciária.

o Diretrizes e recomendações dos Conselhos Nacionais de Educação (CNE) e

Política Criminal e Penitenciária (CNPCP)

Vale destacar as diversas diretrizes e recomendações emanadas pelos Conselhos

Nacionais de Educação (CNE) e Política Criminal e Penitenciária (CNPCP). Observa-se que

ações coordenadas pelos Ministérios da Justiça e da Educação em parceria com os estados e

com a sociedade civil organizada vêm demandando bastante aos conselhos. Dentre as diversas

recomendações e diretrizes, pontua-se, a Resolução nº 3, de 11 de março de 2009, na qual o

CNPCP aprovou as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação nos estabelecimentos

penais no âmbito da política de execução penal. A Resolução nº 2, de 19 de maio de 2010, na

qual o CNE aprovou as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação para jovens e adultos

em situação de privação de liberdade no âmbito das políticas de educação. E a Resolução nº

4, de 30 de maio de 2016, na qual o CNE aprovou as Diretrizes Operacionais Nacionais para a

remição de pena pelo estudo de pessoas em privação de liberdade nos estabelecimentos

penais do sistema prisional brasileiro.

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__________________________________________________________________________________326

o 2011: Plano Estratégico de Educação no Âmbito do Sistema Prisional -Decreto

nº 7.626

Institui o Plano Estratégico de Educação no Âmbito do Sistema Prisional (PEESP) que

tem como finalidade ampliar e qualificar a oferta de educação nos estabelecimentos penais,

contemplando a educação básica na modalidade de educação de jovens e adultos, a educação

profissional e tecnológica, e a educação superior.

Dentre as diversas diretrizes do PEESP, destaca-se a integração dos órgãos

responsáveis pelo ensino público com os órgãos responsáveis pela execução penal, tanto a

nível estadual quanto federal.

. Segundo o Decreto, compete ao MEC o apoio financeiro para equipar e aparelhar os

espaços, distribuir material didático, compor os acervos das bibliotecas, fomentar programas

de alfabetização e de educação de jovens e adultos e de capacitação dos profissionais; ao MJ,

o apoio financeiro para construção, ampliação e reforma dos espaços destinados à educação

nos estabelecimentos penais.

Para acessar os recursos do orçamento federal os Estados e o Distrito Federal

deveriam apresentar plano de ação contendo:

a) diagnóstico das demandas de educação no âmbito dos estabelecimentos

penais;

b) estratégias e metas para sua implementação; e

c) as atribuições e responsabilidades de cada órgão, especialmente quanto à

adequação dos espaços destinados às atividades educacionais nos estabelecimentos

penais, à formação e à contratação de professores e de outros profissionais da

educação, à produção de material didático e à integração da educação de jovens e

adultos à educação profissional e tecnológica.

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__________________________________________________________________________________327

O PEESP promove um alinhamento estratégico entre o planejamento dos estados

e as políticas implementadas pelo Governo Federal. Esse alinhamento permite dimensionar

os recursos a serem transferidos no âmbito do PAR, a distribuição do material didático e a

política de formação continuada para os servidores que atuam na oferta de educação em

prisões.

Os Ministérios da Educação e da Justiça compreenderam o plano de ação previsto

no Decreto nº 7.626/2011 como parte de um esforço maior de organização da oferta de

educação nas prisões e nesse sentido fomentaram a elaboração de Planos Estaduais de

Educação nas prisões. Essa estratégia foi pactuada no III Seminário Nacional de Educação nas

Prisões realizado no primeiro semestre de 2012.

Para subsidiar a elaboração dos planos o Governo Federal apresentou um Guia de

Orientações sugerindo que os planos contivessem informações sobre a gestão e organização

da oferta de educação, a formação continuada dos profissionais, exames de certificação de

exames e estratégias de acompanhamento das ações. Todos os itens que compõe esse guia

estão vinculados aos normativos legais que definem como deve ser oferta de educação.

No sentido de orientar a elaboração dos planos de ação e permitir uma análise

técnica mais qualificada, o guia indicava a importância de apresentar um amplo diagnóstico

com informações sobre a quantidade de estabelecimentos penais com oferta de educação, a

quantidade de salas de aula, espaços de leituras e laboratórios de informática, além do perfil

dos professores e dos agentes penitenciários.

II- DA ANÁLISE DOS DADOS NACIONAIS DE EDUCAÇÃO NAS

PRISÕES.

MM) O crescimento da quantidade de presos em atividades educacionais – base de dados Infopen

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__________________________________________________________________________________328

NN)

Ao analisar o gráfico acima observa-se que houve um crescimento de 61% de presos

estudando no Brasil entre os anos de 2008 e 2014, enquanto no mesmo período, houve um

crescimento de 45% da população carcerária no país.

B) A evolução das matrículas no Brasil – base de dados Educacenso

Através do dados de alunos matriculados apresentados pelo Educacenso/MEC

constata-se um crescimento de 97% de presos matriculados no período.

C) A evolução de matrículas por regiões – base de dados Educacenso

34

32

1 41

65

9

37

99

8 46

22

3

44

79

8

54

81

0

55

62

3

34

32

1 41

65

9

37

99

8 46

22

3

44

79

8

54

81

0

55

62

3

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Número de presos estudando Linha de Crescimento

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__________________________________________________________________________________329

Destaca-se que a região Centro-Oeste teve o maior crescimento percentual de presos

matriculados com um crescimento de 175% no período. Enquanto a região Norte teve o

menor crescimento de apenas 5%.

D) Presos envolvidos em atividades educacionais, por nível de ensino

Na tabela a seguir, observa-se que dos presos inseridos em atividades educacionais, 87% estão

inseridos na modalidade de Educação de Jovens e Adultos, evidenciando a importância que

esta ação possui para o sistema prisional brasileiro. Por outro lado, constata-se que 0% dos

presos estão cursando ensino superior.

UF

Alf

abet

izaç

ão

Ensi

no

Fu

nd

ame

nta

l

Ensi

no

méd

io

Ensi

no

su

per

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Cu

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ico

(ac

ima

de

80

0 h

ora

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Cu

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de

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ação

in

icia

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on

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itaç

ão p

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nal

, ac

ima

de

16

0 h

ora

s d

e

aula

)

AC 18% 49% 2% 0% 0% 31%

AL 18% 56% 4% 0% 0% 22%

AM 17% 65% 18% 0% 0% 0%

AP 4% 17% 35% 0% 0% 43%

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__________________________________________________________________________________330

Fonte: Dez.2014/Infopen-MJ

E) O crescimento da oferta de educação nas prisões por dependência

administrativa

BA 19% 59% 16% 0% 1% 6%

CE 13% 50% 12% 0% 0% 25%

DF 10% 40% 19% 2% 2% 27%

ES 15% 47% 19% 0% 3% 15%

GO 15% 71% 11% 3% 0% 0%

MA 40% 40% 15% 4% 1% 0%

MG 15% 59% 18% 2% 0% 6%

MS 15% 66% 14% 2% 2% 2%

MT 17% 53% 21% 0% 1% 8%

PA 8% 80% 9% 0% 2% 1%

PB 35% 42% 15% 0% 3% 5%

PE 28% 59% 12% 0% 1% 0%

PI 76% 24% 0% 0% 0% 0%

PR 10% 56% 19% 0% 3% 12%

RJ 17% 75% 7% 0% 0% 1%

RN 46% 36% 13% 0% 0% 5%

RO 25% 44% 17% 1% 8% 5%

RR 5% 70% 22% 2% 1% 1%

RS 17% 45% 37% 0% 0% 1%

SC 15% 51% 19% 1% 6% 10%

SE 42% 27% 24% 7% 0% 0%

SP 15% 37% 26% 0% 0% 21%

TO 16% 57% 16% 0% 5% 7%

Brasil 17% 51% 19% 0% 1% 12%

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__________________________________________________________________________________331

Fonte:MEC-INEP

Ao analisar o gráfico acima, constata-se que a partir do ano de 2010 há uma mudança

significativa em função da dependência administrativa, que se caracteriza pelo Ente

Federativo (Municipal, Estadual, Distrito Federal ou União), ou ainda, pelo setor privado que

ofertam educação nas prisões. Houve crescimento de 75% ofertado pelos Estados, enquanto,

houve decréscimo de 286% ofertado pelos municípios, fato que demonstra a

responsabilização e aceitação dos Estados na oferta educacional no sistema prisional.

F) O crescimento de inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM PPL

Fonte:MEC-INEP

0

50

100

150

200

250

300

350

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

NÚMERO DE MUNICIPIOS COM OFERTAPOR DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA/ANO

Federal Estados Municípios Privadas

13

90

8

23

66

5

30

34

1

35

80

4

42

54

2

13

90

8

23

66

5

30

34

1

35

80

4

42

54

2

2011 2012 2013 2014 2015

Número de alunos inscritos no Enen PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________332

Apesar do fomento da oferta de Educação de Jovens e Adultos, a falta de espaços para

a ampliação de novas turmas, estimula a realização dos exames de certificação, que por outro

lado aponta o crescimento na procura pela elevação da escolaridade.

G) O crescimento de inscritos no Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – ENCCEJA PPL Fonte: MEC-INEP

H) O crescimento de inscritos no Programa Nacional de Acesso ao Ensino

Técnico e Emprego – PRONATEC

Fonte: SETEC-MEC

Observa-se relação direta no crescimento de inscritos no Programa Nacional de Acesso

ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) com a evolução da oferta educacional desde o início

dos Planos Estaduais de Educação nas Prisões no ano de 2012.

50

94

20

85

2

19

14

0

50

94

20

85

2

19

14

0

2013 2014 2015 - 1° Semestre

Número de alunos inscritos no Pronatec PPL Evolução no número de inscritos

1810

9

2294

0

1810

9

2294

0

2012 2013

Número de alunos inscritos no Ecceja PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________333

III- DA ANÁLISE E INSTRUÇÕES GERAIS POR UNIDADE

FEDERATIVA - Rio Grande do Norte

A) A evolução da quantidade de presos em atividades educacionais

Fonte: INFOPEN-MJ

B) A evolução das matrículas na Unidade Federativa

Fonte: EDUCACENSO-MEC-INEP

12

2

11

6 14

5

32

9

13

7

14

5

35

3

12

2

11

6 14

5

32

9

13

7

14

5

35

3

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Número de presos estudando Linha de Crescimento

13

5

14

9

44

0

38

3

22

4

15

7

15

5

23

6

13

5

14

9

44

0

38

3

22

4

15

7

15

5

23

6

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Número de presos Matriculados Linha de Crescimento

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__________________________________________________________________________________334

C) Presos envolvidos em atividades educacionais, por nível de ensino

Fonte: Dez.2014/INFOPEN-MJ

D) Inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM PPL

Fonte: INEP-MEC

E) Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – ENCCEJA PPL

51

10

8

21

4

14

9

51

10

8

21

4

14

9

2 0 1 2 2 0 1 3 2 0 1 4 2 0 1 5

Número de alunos inscritos no Enen PPL Evolução no número de inscritos

UF

Alf

abet

izaç

ão

Ensi

no

Fu

nd

ame

nta

l

Ensi

no

méd

io

Ensi

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Cu

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aula

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RN 46% 36% 13% 0% 0% 5%

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__________________________________________________________________________________335

Fonte: INEP-MEC

F) Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – PRONATEC

Fonte: SETEC-MEC

G) Das análises e instruções específicas do Plano

As análises e instruções específicas para cada Unidade Federativa são alicerçadas no “Guia

com Orientações para Subsidiar as Unidades federativas para a Elaboração do Plano de

educação nas Prisões”. Portanto, as observações e orientações de ajustes de cada item do

plano estão demonstradas abaixo:

ATENDE ÀS ORIENTAÇÕES DO PLANO

No. Itens para Análise SIM PARCIAL NÃO

11

9

14

4

11

9

14

42 0 1 3 2 0 1 4

Número de alunos inscritos no Ecceja PPL Evolução no número de inscritos

19

74

7

14

19

74

7

14

2 0 1 3 2 0 1 4 2 0 1 5

Número de alunos inscritos no Pronatec PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________336

01. APRESENTAÇÃO DO PLANO X

02. CONCEPÇÕES FUNDAMENTAIS E NORTEADORAS DA OFERTA EDUCAÇÃO NO SISTEMA PRISIONAL

X

03. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES NO ESTADO X

04. DIAGNÓSTICO X

05. GESTÃO X

5.1. ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS X

5.2. REGRAS E PROCEDIMENTOS DE ROTINA X

5.3. GESTÃO DE PESSOAS X

5.4. REGISTROS ESCOLARES X

5.5. ARTICULAÇÃO E PARCERIAS X

06. FINANCIAMENTO X

07. ORGANIZAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO FORMAL X

08. ORGANIZAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL E DA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

X

09. FORMAÇÃO/CAPACITAÇÃO DOS PROFISSIONAIS X

10. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E ATENDIMENTO À DIVERSIDADE X

11. CERTIFICAÇÃO X

12. INFRAESTRUTURA FÍSICA X

13. MATERIAL DIDÁTICO E LITERÁRIO X

14. REMIÇÃO DA PENA PELO ESTUDO X

15. ATENDIMENTO ÀS CRIANÇAS X

16. ACOMPANHAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO X

17. PLANO DE AÇÃO X

META I – AMPLIAÇÃO DA MATRÍCULA DA EDUCAÇÃO FORMAL X

META II – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL X

META III – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

X

META IV – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE INSCRITOS NOS EXAMES DE CERTIFICAÇÃO

X

META V – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE BIBLIOTECAS E DE ESPAÇOS DE LEITURA

X

META VI – MELHORIA NA QUALIDADE DA OFERTA DE EDUCAÇÃO

X

ORIENTAÇÃO AO ESTADO:

Todos os itens atendem as orientações emanadas pelo Ministério da Educação e

Departamento Penitenciário Nacional, através do “Guia com Orientações para Subsidiar as

Unidades federativas para a Elaboração do Plano de educação nas Prisões”.

Page 337: I- DO CONTEXTO DA POLÍTICA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES, …depen.gov.br/DEPEN/dirpp/cgpc/acoes-de-educacao/... · Os Ministérios da Educação e da Justiça compreenderam o plano

__________________________________________________________________________________337

IV- INSTRUÇÕES E RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA

MELHORIAS NA EXECUÇÃO, ACOMPANHEMENTO E AVALIAÇÃO

DOS PLANOS

O Plano Estadual de Educação nas Prisões objetiva executar ações em conjunto, para

tanto, dentre as diversas diretrizes do plano, destaca-se a importância da interlocução entre

os atores regionais. A promoção de maior diálogo entre as Secretarias de Estado de Educação

e de Administração Prisional permite a realização de ações articuladas, que por sua vez são

essenciais para a evolução e aprimoramento desta política.

Conforme destacado no Art. 4o,, do Decreto 7.626, de 2011, que institui o PEESP,

este tem como objetivo:

I - executar ações conjuntas e troca de informações entre órgãos

federais, estaduais e do Distrito Federal com atribuições nas áreas de

educação e de execução penal;

Neste sentido, sugere-se a criação de Comitê Estadual que acompanhará e avaliará as

ações previstas no Plano Estadual de Educação nas Prisões. Sugere-se que, além das

Secretarias de Estado de Educação e de Administração Prisional, sejam convidados a participar

deste comitê representantes dos:

Ministério Público;

Defensoria Pública;

Vara de Execução Penal;

Conselho Estadual da Educação;

Conselho Estadual Penitenciário;

Conselho da Comunidade.

O comitê gestor de acompanhamento, monitoração e avaliação organizará propostas

de visitas semestrais aos Estabelecimentos Penais. Visando sistematizar o planejamento,

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__________________________________________________________________________________338

sugere-se que, após a realização das visitas nos espaços educacionais inseridos no âmbito das

prisões, o comitê gestor irá elaborar relatório técnico constando o detalhamento de todas as

etapas executadas, resultados e recomendações que se fizerem necessárias e os encaminhará

às respectivas Secretarias de Educação e Administração Prisional, de modo que o fluxo de

informações provenientes deste relatório venha apontar os resultados alcançados e/ou ainda

subsidiar o redimensionamento das atividades ao longo do curso.

No decorrer de cada semestre e de acordo com as problemáticas evidenciadas pelo

Comitê gestor, este poderá propor aos Secretários de Estado de Educação e de Administração

Prisional ações afim de garantir a execução e metas estabelecidas nos Plano Estaduais

abrangendo estratégias de formação educacional da população carcerária e dos profissionais

envolvidos em sua implementação

V - INTRUÇÕES DO PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO NAS PRISÕES - 2017

O Plano é um instrumento de planejamento das Unidades Federativas que auxilia e

subsidia o organização das ações de reintegração social do Governo Federal. Por sua vez, o

monitoramento e avaliação das ações de educação serão realizados a partir da análise das

informações apresentadas ao INFOPEN e disponíveis no Censo Escolar do INEP.

A seguir, instruções importantes sobre os Planos Estaduais de Educação nas Prisões a partir

de 2017:

o Será quadrienal;

o Novas informações, por escola, serão incluídas, como o detalhamento se são

exclusivas ou vinculas, sobre os Projetos Políticos Pedagógicos, os Regimentos

Internos, entre outros; e

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__________________________________________________________________________________339

o Em breve, um novo guia a fim de orientar as Unidades Federativas sobre a

elaboração dos Planos Estaduais de Educação nas Prisões será apresentado.

Page 340: I- DO CONTEXTO DA POLÍTICA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES, …depen.gov.br/DEPEN/dirpp/cgpc/acoes-de-educacao/... · Os Ministérios da Educação e da Justiça compreenderam o plano

__________________________________________________________________________________340

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL

DIRETORIA DE POLÍTICAS PENITENCIÁRIAS

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA, ALFABETIZAÇÃO,

DIVERSIDADE E INCLUSÃO DIRETORIA DE POLÍTICAS DE ALFABETIZAÇÃO E EDUCAÇÃO DE

JOVENS E ADULTOS

NOTA TÉCNICA CONJUNTA MEC/MJ ASSUNTO: PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO NAS PRISÕES 2015-2016

I- DO CONTEXTO DA POLÍTICA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES,

MARCOS LEGAIS E EVOLUÇÃO HISTÓRICA.

A educação é um direito humano universal e confirmado pela Constituição da

República Brasileira. Apesar disso, grandes são as barreiras que impedem o efetivo acesso à

este direito, sobretudo, quando se trata de uma parcela invisível da sociedade que são as

pessoas privadas de liberdade.

Há centenas de anos possui-se o registro sobre o aprisionamento no Brasil, porém a

educação está inserida neste contexto há pouquíssimo tempo. Conforme preceitua a

Constituição Brasileira no Art. 205,

A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

A seguir destaca-se, de forma cronológica, algumas das fundamentações e marcos

importantes sobre a educação nas prisões brasileiras:

o 1984: Lei de Execução Penal – Lei 7.210

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__________________________________________________________________________________341

Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando

prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade.

Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso.

Art. 11. A assistência será:

I - material;

II - à saúde;

III - jurídica;

IV - educacional;

V - social;

Art. 17 à 21. Tratam da assistência educacional no sistema prisional, inclui a

instrução escolar e a formação profissional.

Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua natureza, deverá contar em

suas dependências com áreas e serviços destinados a dar assistência, educação, trabalho,

recreação e prática esportiva.

§ 4o Serão instaladas salas de aulas destinadas a cursos do ensino básico e

profissionalizante.(Incluído pela Lei nº 12.245, de 2010)

Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto

poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena. (Redação

dada pela Lei nº 12.433, de 2011)

o 1996: Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Lei 9.394

Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de

liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno

desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua

qualificação para o trabalho.

Art. 5º O acesso ao ensino fundamental é direito público subjetivo, podendo

qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical,

entidade de classe ou outra legalmente constituída, e, ainda, o Ministério Público, acionar

o Poder Público para exigi-lo.

o 2005: A publicação “Educando para a Liberdade”: trajetória, debates e proposições de um projeto para a educação nas prisões brasileiras

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__________________________________________________________________________________342

A cooperação para a oferta de educação nas prisões ganhou novos contornos a partir

de 2005 com a criação do “Projeto Educando para a Liberdade”, que contou com a parceria

da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e da

Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) permitindo pôr na agenda das políticas

públicas um tema periférico e invisível para parte considerável da população brasileira.

Essa iniciativa promoveu a abertura de espaços para o diálogo e a construção coletiva

de referenciais para o setor. Entre 2005 e 2007 foram realizados encontros estaduais,

regionais e nacionais que contaram com a participação de representantes, de gestores, de

professores, de agentes penitenciários, de técnicos, de operadores da execução penal e dos

presos.

Desses encontros saíram as propostas que subsidiaram a elaboração das resoluções do

Conselho Nacional de Educação e do Conselho Nacional de Políticas Criminal e Penitenciária.

o Diretrizes e recomendações dos Conselhos Nacionais de Educação (CNE) e

Política Criminal e Penitenciária (CNPCP)

Vale destacar as diversas diretrizes e recomendações emanadas pelos Conselhos

Nacionais de Educação (CNE) e Política Criminal e Penitenciária (CNPCP). Observa-se que

ações coordenadas pelos Ministérios da Justiça e da Educação em parceria com os estados e

com a sociedade civil organizada vêm demandando bastante aos conselhos. Dentre as diversas

recomendações e diretrizes, pontua-se, a Resolução nº 3, de 11 de março de 2009, na qual o

CNPCP aprovou as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação nos estabelecimentos

penais no âmbito da política de execução penal. A Resolução nº 2, de 19 de maio de 2010, na

qual o CNE aprovou as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação para jovens e adultos

em situação de privação de liberdade no âmbito das políticas de educação. E a Resolução nº

4, de 30 de maio de 2016, na qual o CNE aprovou as Diretrizes Operacionais Nacionais para a

remição de pena pelo estudo de pessoas em privação de liberdade nos estabelecimentos

penais do sistema prisional brasileiro.

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__________________________________________________________________________________343

o 2011: Plano Estratégico de Educação no Âmbito do Sistema Prisional -Decreto

nº 7.626

Institui o Plano Estratégico de Educação no Âmbito do Sistema Prisional (PEESP) que

tem como finalidade ampliar e qualificar a oferta de educação nos estabelecimentos penais,

contemplando a educação básica na modalidade de educação de jovens e adultos, a educação

profissional e tecnológica, e a educação superior.

Dentre as diversas diretrizes do PEESP, destaca-se a integração dos órgãos

responsáveis pelo ensino público com os órgãos responsáveis pela execução penal, tanto a

nível estadual quanto federal.

. Segundo o Decreto, compete ao MEC o apoio financeiro para equipar e aparelhar os

espaços, distribuir material didático, compor os acervos das bibliotecas, fomentar programas

de alfabetização e de educação de jovens e adultos e de capacitação dos profissionais; ao MJ,

o apoio financeiro para construção, ampliação e reforma dos espaços destinados à educação

nos estabelecimentos penais.

Para acessar os recursos do orçamento federal os Estados e o Distrito Federal

deveriam apresentar plano de ação contendo:

a) diagnóstico das demandas de educação no âmbito dos estabelecimentos

penais;

b) estratégias e metas para sua implementação; e

c) as atribuições e responsabilidades de cada órgão, especialmente quanto à

adequação dos espaços destinados às atividades educacionais nos estabelecimentos

penais, à formação e à contratação de professores e de outros profissionais da

educação, à produção de material didático e à integração da educação de jovens e

adultos à educação profissional e tecnológica.

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__________________________________________________________________________________344

O PEESP promove um alinhamento estratégico entre o planejamento dos estados

e as políticas implementadas pelo Governo Federal. Esse alinhamento permite dimensionar

os recursos a serem transferidos no âmbito do PAR, a distribuição do material didático e a

política de formação continuada para os servidores que atuam na oferta de educação em

prisões.

Os Ministérios da Educação e da Justiça compreenderam o plano de ação previsto

no Decreto nº 7.626/2011 como parte de um esforço maior de organização da oferta de

educação nas prisões e nesse sentido fomentaram a elaboração de Planos Estaduais de

Educação nas prisões. Essa estratégia foi pactuada no III Seminário Nacional de Educação nas

Prisões realizado no primeiro semestre de 2012.

Para subsidiar a elaboração dos planos o Governo Federal apresentou um Guia de

Orientações sugerindo que os planos contivessem informações sobre a gestão e organização

da oferta de educação, a formação continuada dos profissionais, exames de certificação de

exames e estratégias de acompanhamento das ações. Todos os itens que compõe esse guia

estão vinculados aos normativos legais que definem como deve ser oferta de educação.

No sentido de orientar a elaboração dos planos de ação e permitir uma análise

técnica mais qualificada, o guia indicava a importância de apresentar um amplo diagnóstico

com informações sobre a quantidade de estabelecimentos penais com oferta de educação, a

quantidade de salas de aula, espaços de leituras e laboratórios de informática, além do perfil

dos professores e dos agentes penitenciários.

II- DA ANÁLISE DOS DADOS NACIONAIS DE EDUCAÇÃO NAS

PRISÕES.

OO) O crescimento da quantidade de presos em atividades educacionais – base de dados Infopen

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__________________________________________________________________________________345

PP)

Ao analisar o gráfico acima observa-se que houve um crescimento de 61% de presos

estudando no Brasil entre os anos de 2008 e 2014, enquanto no mesmo período, houve um

crescimento de 45% da população carcerária no país.

B) A evolução das matrículas no Brasil – base de dados Educacenso

Através do dados de alunos matriculados apresentados pelo Educacenso/MEC

constata-se um crescimento de 97% de presos matriculados no período.

C) A evolução de matrículas por regiões – base de dados Educacenso

34

32

1 41

65

9

37

99

8 46

22

3

44

79

8

54

81

0

55

62

3

34

32

1 41

65

9

37

99

8 46

22

3

44

79

8

54

81

0

55

62

3

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Número de presos estudando Linha de Crescimento

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__________________________________________________________________________________346

Destaca-se que a região Centro-Oeste teve o maior crescimento percentual de presos

matriculados com um crescimento de 175% no período. Enquanto a região Norte teve o

menor crescimento de apenas 5%.

D) Presos envolvidos em atividades educacionais, por nível de ensino

Na tabela a seguir, observa-se que dos presos inseridos em atividades educacionais, 87% estão

inseridos na modalidade de Educação de Jovens e Adultos, evidenciando a importância que

esta ação possui para o sistema prisional brasileiro. Por outro lado, constata-se que 0% dos

presos estão cursando ensino superior.

UF

Alf

abet

izaç

ão

Ensi

no

Fu

nd

ame

nta

l

Ensi

no

méd

io

Ensi

no

su

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Cu

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ico

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ima

de

80

0 h

ora

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Cu

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de

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ação

in

icia

l e c

on

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ão p

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nal

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ima

de

16

0 h

ora

s d

e

aula

)

AC 18% 49% 2% 0% 0% 31%

AL 18% 56% 4% 0% 0% 22%

AM 17% 65% 18% 0% 0% 0%

AP 4% 17% 35% 0% 0% 43%

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__________________________________________________________________________________347

Fonte: Dez.2014/Infopen-MJ

E) O crescimento da oferta de educação nas prisões por dependência

administrativa

BA 19% 59% 16% 0% 1% 6%

CE 13% 50% 12% 0% 0% 25%

DF 10% 40% 19% 2% 2% 27%

ES 15% 47% 19% 0% 3% 15%

GO 15% 71% 11% 3% 0% 0%

MA 40% 40% 15% 4% 1% 0%

MG 15% 59% 18% 2% 0% 6%

MS 15% 66% 14% 2% 2% 2%

MT 17% 53% 21% 0% 1% 8%

PA 8% 80% 9% 0% 2% 1%

PB 35% 42% 15% 0% 3% 5%

PE 28% 59% 12% 0% 1% 0%

PI 76% 24% 0% 0% 0% 0%

PR 10% 56% 19% 0% 3% 12%

RJ 17% 75% 7% 0% 0% 1%

RN 46% 36% 13% 0% 0% 5%

RO 25% 44% 17% 1% 8% 5%

RR 5% 70% 22% 2% 1% 1%

RS 17% 45% 37% 0% 0% 1%

SC 15% 51% 19% 1% 6% 10%

SE 42% 27% 24% 7% 0% 0%

SP 15% 37% 26% 0% 0% 21%

TO 16% 57% 16% 0% 5% 7%

Brasil 17% 51% 19% 0% 1% 12%

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__________________________________________________________________________________348

Fonte:MEC-INEP

Ao analisar o gráfico acima, constata-se que a partir do ano de 2010 há uma mudança

significativa em função da dependência administrativa, que se caracteriza pelo Ente

Federativo (Municipal, Estadual, Distrito Federal ou União), ou ainda, pelo setor privado que

ofertam educação nas prisões. Houve crescimento de 75% ofertado pelos Estados, enquanto,

houve decréscimo de 286% ofertado pelos municípios, fato que demonstra a

responsabilização e aceitação dos Estados na oferta educacional no sistema prisional.

F) O crescimento de inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM PPL

Fonte:MEC-INEP

0

50

100

150

200

250

300

350

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

NÚMERO DE MUNICIPIOS COM OFERTAPOR DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA/ANO

Federal Estados Municípios Privadas

13

90

8

23

66

5

30

34

1

35

80

4

42

54

2

13

90

8

23

66

5

30

34

1

35

80

4

42

54

2

2011 2012 2013 2014 2015

Número de alunos inscritos no Enen PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________349

Apesar do fomento da oferta de Educação de Jovens e Adultos, a falta de espações

para a ampliação de novas turmas, estimula a realização dos exames de certificação, que por

outro lado aponta o crescimento na procura pela elevação da escolaridade.

G) O crescimento de inscritos no Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – ENCCEJA PPL Fonte: MEC-INEP

H) O crescimento de inscritos no Programa Nacional de Acesso ao Ensino

Técnico e Emprego – PRONATEC

Fonte: SETEC-MEC

Observa-se relação direta no crescimento de inscritos no Programa Nacional de Acesso

ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) com a evolução da oferta educacional desde o início

dos Planos Estaduais de Educação nas Prisões no ano de 2012.

50

94

20

85

2

19

14

0

50

94

20

85

2

19

14

0

2013 2014 2015 - 1° Semestre

Número de alunos inscritos no Pronatec PPL Evolução no número de inscritos

1810

9

2294

0

1810

9

2294

0

2012 2013

Número de alunos inscritos no Ecceja PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________350

III- DA ANÁLISE E INSTRUÇÕES GERAIS POR UNIDADE

FEDERATIVA - Rio Grande do Sul

A) A evolução da quantidade de presos em atividades educacionais

Fonte: INFOPEN-MJ

B) A evolução das matrículas na Unidade Federativa

Fonte: EDUCACENSO-MEC-INEP

17

29

18

55

18

40

20

57

17

48

22

49

31

44

17

29

18

55

18

40

20

57

17

48

22

49

31

44

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Número de presos estudando Linha de Crescimento

22

26

20

12

24

41

19

99

15

08

19

97

18

97

20

34

22

26

20

12

24

41

19

99

15

08

19

97

18

97

20

34

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Número de presos Matriculados Linha de Crescimento

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__________________________________________________________________________________351

C) Presos envolvidos em atividades educacionais, por nível de ensino

Fonte: Dez.2014/INFOPEN-MJ

D) Inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM PPL

Fonte: INEP-MEC

E) Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – ENCCEJA PPL

92

4

15

73

17

18

15

91

21

45

92

4

15

73

17

18

15

91

21

45

2 0 1 1 2 0 1 2 2 0 1 3 2 0 1 4 2 0 1 5

Número de alunos inscritos no Enen PPL Evolução no número de inscritos

UF

Alf

abet

izaç

ão

Ensi

no

Fu

nd

ame

nta

l

Ensi

no

méd

io

Ensi

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su

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60

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de

aula

)

RS 17% 45% 37% 0% 0% 1%

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__________________________________________________________________________________352

Fonte: INEP-MEC

F) Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – PRONATEC

Fonte: SETEC-MEC

G) Das análises e instruções específicas do Plano

As análises e instruções específicas para cada Unidade Federativa são alicerçadas no “Guia

com Orientações para Subsidiar as Unidades federativas para a Elaboração do Plano de

educação nas Prisões”. Portanto, as observações e orientações de ajustes de cada item do

plano estão demonstradas abaixo:

ATENDE ÀS ORIENTAÇÕES DO PLANO

No. Itens para Análise SIM PARCIAL NÃO

01. APRESENTAÇÃO DO PLANO X

11

79

18

55

11

79

18

55

2 0 1 3 2 0 1 4

Número de alunos inscritos no Ecceja PPL Evolução no número de inscritos

97

67

4

19

0

97

67

4

19

0

2 0 1 3 2 0 1 4 2 0 1 5

Número de alunos inscritos no Pronatec PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________353

02. CONCEPÇÕES FUNDAMENTAIS E NORTEADORAS DA OFERTA EDUCAÇÃO NO SISTEMA PRISIONAL

X

03. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES NO ESTADO X

04. DIAGNÓSTICO X

05. GESTÃO X

5.1. ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS X

5.2. REGRAS E PROCEDIMENTOS DE ROTINA X

5.3. GESTÃO DE PESSOAS X

5.4. REGISTROS ESCOLARES X

5.5. ARTICULAÇÃO E PARCERIAS X

06. FINANCIAMENTO X

07. ORGANIZAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO FORMAL X

08. ORGANIZAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL E DA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

X

09. FORMAÇÃO/CAPACITAÇÃO DOS PROFISSIONAIS X

10. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E ATENDIMENTO À DIVERSIDADE X

11. CERTIFICAÇÃO X

12. INFRAESTRUTURA FÍSICA X

13. MATERIAL DIDÁTICO E LITERÁRIO X

14. REMIÇÃO DA PENA PELO ESTUDO X

15. ATENDIMENTO ÀS CRIANÇAS X

16. ACOMPANHAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO X

17. PLANO DE AÇÃO X

META I – AMPLIAÇÃO DA MATRÍCULA DA EDUCAÇÃO FORMAL X

META II – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL x

META III – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

x

META IV – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE INSCRITOS NOS EXAMES DE CERTIFICAÇÃO

x

META V – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE BIBLIOTECAS E DE ESPAÇOS DE LEITURA

x

META VI – MELHORIA NA QUALIDADE DA OFERTA DE EDUCAÇÃO

x

ORIENTAÇÃO AO ESTADO:

ITEM 17: META I – AMPLIAÇÃO DA MATRÍCULA DA EDUCAÇÃO

FORMAL

Neste item, a meta I – “AMPLIAÇÃO DA MATRÍCULA DA EDUCAÇÃO FORMAL” não foi

informada. Portanto, orienta-se a sua inclusão.

Page 354: I- DO CONTEXTO DA POLÍTICA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES, …depen.gov.br/DEPEN/dirpp/cgpc/acoes-de-educacao/... · Os Ministérios da Educação e da Justiça compreenderam o plano

__________________________________________________________________________________354

ITEM 17: META II – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO

FORMAL

Neste item, a meta II – “AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL” não foi

informada. Portanto, orienta-se a sua inclusão.

ITEM 17: META III – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE QUALIFICAÇÃO

PROFISSIONAL

Neste item, a meta III – “AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL” não

foi informada. Portanto, orienta-se a sua inclusão.

ITEM 17: META IV – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE INSCRITOS NOS

EXAMES DE CERTIFICAÇÃO

Neste item, a meta IV – “AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE INSCRITOS NOS EXAMES DE

CERTIFICAÇÃO” não foi informada. Portanto, orienta-se a sua inclusão.

ITEM 17: META V – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE BIBLIOTECAS E

DE ESPAÇOS DE LEITURA

Neste item, a meta V – “AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE BIBLIOTECAS E DE ESPAÇOS DE

LEITURA” não foi informada. Portanto, orienta-se a sua inclusão.

ITEM 17: META VI – MELHORIA NA QUALIDADE DA OFERTA DE

EDUCAÇÃO

Neste item, a meta V – “MELHORIA NA QUALIDADE DA OFERTA DE EDUCAÇÃO” não foi

informada. Portanto, orienta-se a sua inclusão.

Page 355: I- DO CONTEXTO DA POLÍTICA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES, …depen.gov.br/DEPEN/dirpp/cgpc/acoes-de-educacao/... · Os Ministérios da Educação e da Justiça compreenderam o plano

__________________________________________________________________________________355

IV- INSTRUÇÕES E RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA

MELHORIAS NA EXECUÇÃO, ACOMPANHEMENTO E AVALIAÇÃO

DOS PLANOS

O Plano Estadual de Educação nas Prisões objetiva executar ações em conjunto, para

tanto, dentre as diversas diretrizes do plano, destaca-se a importância da interlocução entre

os atores regionais. A promoção de maior diálogo entre as Secretarias de Estado de Educação

e de Administração Prisional permite a realização de ações articuladas, que por sua vez são

essenciais para a evolução e aprimoramento desta política.

Conforme destacado no Art. 4o,, do Decreto 7.626, de 2011, que institui o PEESP,

este tem como objetivo:

I - executar ações conjuntas e troca de informações entre órgãos

federais, estaduais e do Distrito Federal com atribuições nas áreas de

educação e de execução penal;

Neste sentido, sugere-se a criação de Comitê Estadual que acompanhará e avaliará as

ações previstas no Plano Estadual de Educação nas Prisões. Sugere-se que, além das

Secretarias de Estado de Educação e de Administração Prisional, sejam convidados a participar

deste comitê representantes dos:

Ministério Público;

Defensoria Pública;

Vara de Execução Penal;

Conselho Estadual da Educação;

Conselho Estadual Penitenciário;

Conselho da Comunidade.

O comitê gestor de acompanhamento, monitoração e avaliação organizará propostas

de visitas semestrais aos Estabelecimentos Penais. Visando sistematizar o planejamento,

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__________________________________________________________________________________356

sugere-se que, após a realização das visitas nos espaços educacionais inseridos no âmbito das

prisões, o comitê gestor irá elaborar relatório técnico constando o detalhamento de todas as

etapas executadas, resultados e recomendações que se fizerem necessárias e os encaminhará

às respectivas Secretarias de Educação e Administração Prisional, de modo que o fluxo de

informações provenientes deste relatório venha apontar os resultados alcançados e/ou ainda

subsidiar o redimensionamento das atividades ao longo do curso.

No decorrer de cada semestre e de acordo com as problemáticas evidenciadas pelo

Comitê gestor, este poderá propor aos Secretários de Estado de Educação e de Administração

Prisional ações afim de garantir a execução e metas estabelecidas nos Plano Estaduais

abrangendo estratégias de formação educacional da população carcerária e dos profissionais

envolvidos em sua implementação

V - INTRUÇÕES DO PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO NAS PRISÕES - 2017

O Plano é um instrumento de planejamento das Unidades Federativas que auxilia e

subsidia o organização das ações de reintegração social do Governo Federal. Por sua vez, o

monitoramento e avaliação das ações de educação serão realizados a partir da análise das

informações apresentadas ao INFOPEN e disponíveis no Censo Escolar do INEP.

A seguir, instruções importantes sobre os Planos Estaduais de Educação nas Prisões a partir

de 2017:

o Será quadrienal;

o Novas informações, por escola, serão incluídas, como o detalhamento se são

exclusivas ou vinculas, sobre os Projetos Políticos Pedagógicos, os Regimentos

Internos, entre outros; e

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__________________________________________________________________________________357

o Em breve, um novo guia a fim de orientar as Unidades Federativas sobre a

elaboração dos Planos Estaduais de Educação nas Prisões será apresentado.

Page 358: I- DO CONTEXTO DA POLÍTICA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES, …depen.gov.br/DEPEN/dirpp/cgpc/acoes-de-educacao/... · Os Ministérios da Educação e da Justiça compreenderam o plano

__________________________________________________________________________________358

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL

DIRETORIA DE POLÍTICAS PENITENCIÁRIAS

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA, ALFABETIZAÇÃO,

DIVERSIDADE E INCLUSÃO DIRETORIA DE POLÍTICAS DE ALFABETIZAÇÃO E EDUCAÇÃO DE

JOVENS E ADULTOS

NOTA TÉCNICA CONJUNTA MEC/MJ ASSUNTO: PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO NAS PRISÕES 2015-2016

I- DO CONTEXTO DA POLÍTICA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES,

MARCOS LEGAIS E EVOLUÇÃO HISTÓRICA.

A educação é um direito humano universal e confirmado pela Constituição da

República Brasileira. Apesar disso, grandes são as barreiras que impedem o efetivo acesso à

este direito, sobretudo, quando se trata de uma parcela invisível da sociedade que são as

pessoas privadas de liberdade.

Há centenas de anos possui-se o registro sobre o aprisionamento no Brasil, porém a

educação está inserida neste contexto há pouquíssimo tempo. Conforme preceitua a

Constituição Brasileira no Art. 205,

A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

A seguir destaca-se, de forma cronológica, algumas das fundamentações e marcos

importantes sobre a educação nas prisões brasileiras:

o 1984: Lei de Execução Penal – Lei 7.210

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__________________________________________________________________________________359

Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando

prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade.

Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso.

Art. 11. A assistência será:

I - material;

II - à saúde;

III - jurídica;

IV - educacional;

V - social;

Art. 17 à 21. Tratam da assistência educacional no sistema prisional, inclui a

instrução escolar e a formação profissional.

Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua natureza, deverá contar em

suas dependências com áreas e serviços destinados a dar assistência, educação, trabalho,

recreação e prática esportiva.

§ 4o Serão instaladas salas de aulas destinadas a cursos do ensino básico e

profissionalizante.(Incluído pela Lei nº 12.245, de 2010)

Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto

poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena. (Redação

dada pela Lei nº 12.433, de 2011)

o 1996: Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Lei 9.394

Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de

liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno

desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua

qualificação para o trabalho.

Art. 5º O acesso ao ensino fundamental é direito público subjetivo, podendo

qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical,

entidade de classe ou outra legalmente constituída, e, ainda, o Ministério Público, acionar

o Poder Público para exigi-lo.

o 2005: A publicação “Educando para a Liberdade”: trajetória, debates e proposições de um projeto para a educação nas prisões brasileiras

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__________________________________________________________________________________360

A cooperação para a oferta de educação nas prisões ganhou novos contornos a partir

de 2005 com a criação do “Projeto Educando para a Liberdade”, que contou com a parceria

da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e da

Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) permitindo pôr na agenda das políticas

públicas um tema periférico e invisível para parte considerável da população brasileira.

Essa iniciativa promoveu a abertura de espaços para o diálogo e a construção coletiva

de referenciais para o setor. Entre 2005 e 2007 foram realizados encontros estaduais,

regionais e nacionais que contaram com a participação de representantes, de gestores, de

professores, de agentes penitenciários, de técnicos, de operadores da execução penal e dos

presos.

Desses encontros saíram as propostas que subsidiaram a elaboração das resoluções do

Conselho Nacional de Educação e do Conselho Nacional de Políticas Criminal e Penitenciária.

o Diretrizes e recomendações dos Conselhos Nacionais de Educação (CNE) e

Política Criminal e Penitenciária (CNPCP)

Vale destacar as diversas diretrizes e recomendações emanadas pelos Conselhos

Nacionais de Educação (CNE) e Política Criminal e Penitenciária (CNPCP). Observa-se que

ações coordenadas pelos Ministérios da Justiça e da Educação em parceria com os estados e

com a sociedade civil organizada vêm demandando bastante aos conselhos. Dentre as diversas

recomendações e diretrizes, pontua-se, a Resolução nº 3, de 11 de março de 2009, o CNPCP

aprovou as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação nos estabelecimentos penais no

âmbito da política de execução penal. A Resolução nº 2, de 19 de maio de 2010, na qual na

qual o CNE aprovou as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação para jovens e adultos

em situação de privação de liberdade no âmbito das políticas de educação. E a Resolução nº

4, de 30 de maio de 2016, na qual o CNE aprovou as Diretrizes Operacionais Nacionais para a

remição de pena pelo estudo de pessoas em privação de liberdade nos estabelecimentos

penais do sistema prisional brasileiro.

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__________________________________________________________________________________361

o 2011: Plano Estratégico de Educação no Âmbito do Sistema Prisional -Decreto

nº 7.626

Institui o Plano Estratégico de Educação no Âmbito do Sistema Prisional (PEESP) que

tem como finalidade ampliar e qualificar a oferta de educação nos estabelecimentos penais,

contemplando a educação básica na modalidade de educação de jovens e adultos, a educação

profissional e tecnológica, e a educação superior.

Dentre as diversas diretrizes do PEESP, destaca-se a integração dos órgãos

responsáveis pelo ensino público com os órgãos responsáveis pela execução penal, tanto a

nível estadual quanto federal.

. Segundo o Decreto, compete ao MEC o apoio financeiro para equipar e aparelhar os

espaços, distribuir material didático, compor os acervos das bibliotecas, fomentar programas

de alfabetização e de educação de jovens e adultos e de capacitação dos profissionais; ao MJ,

o apoio financeiro para construção, ampliação e reforma dos espaços destinados à educação

nos estabelecimentos penais.

Para acessar os recursos do orçamento federal os Estados e o Distrito Federal

deveriam apresentar plano de ação contendo:

a) diagnóstico das demandas de educação no âmbito dos estabelecimentos

penais;

b) estratégias e metas para sua implementação; e

c) as atribuições e responsabilidades de cada órgão, especialmente quanto à

adequação dos espaços destinados às atividades educacionais nos estabelecimentos

penais, à formação e à contratação de professores e de outros profissionais da

educação, à produção de material didático e à integração da educação de jovens e

adultos à educação profissional e tecnológica.

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__________________________________________________________________________________362

O PEESP promove um alinhamento estratégico entre o planejamento dos estados

e as políticas implementadas pelo Governo Federal. Esse alinhamento permite dimensionar

os recursos a serem transferidos no âmbito do PAR, a distribuição do material didático e a

política de formação continuada para os servidores que atuam na oferta de educação em

prisões.

Os Ministérios da Educação e da Justiça compreenderam o plano de ação previsto

no Decreto nº 7.626/2011 como parte de um esforço maior de organização da oferta de

educação nas prisões e nesse sentido fomentaram a elaboração de Planos Estaduais de

Educação nas prisões. Essa estratégia foi pactuada no III Seminário Nacional de Educação nas

Prisões realizado no primeiro semestre de 2012.

Para subsidiar a elaboração dos planos o Governo Federal apresentou um Guia de

Orientações sugerindo que os planos contivessem informações sobre a gestão e organização

da oferta de educação, a formação continuada dos profissionais, exames de certificação de

exames e estratégias de acompanhamento das ações. Todos os itens que compõe esse guia

estão vinculados aos normativos legais que definem como deve ser oferta de educação.

No sentido de orientar a elaboração dos planos de ação e permitir uma análise

técnica mais qualificada, o guia indicava a importância de apresentar um amplo diagnóstico

com informações sobre a quantidade de estabelecimentos penais com oferta de educação, a

quantidade de salas de aula, espaços de leituras e laboratórios de informática, além do perfil

dos professores e dos agentes penitenciários.

II- DA ANÁLISE DOS DADOS NACIONAIS DE EDUCAÇÃO NAS

PRISÕES.

QQ) O crescimento da quantidade de presos em atividades educacionais – base de dados Infopen

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__________________________________________________________________________________363

RR)

Ao analisar o gráfico acima observa-se que houve um crescimento de 61% de presos

estudando no Brasil entre os anos de 2008 e 2014, enquanto no mesmo período, houve um

crescimento de 45% da população carcerária no país.

B) A evolução das matrículas no Brasil – base de dados Educacenso

Através do dados de alunos matriculados apresentados pelo Educacenso/MEC

constata-se um crescimento de 97% de presos matriculados no período.

C) A evolução de matrículas por regiões – base de dados Educacenso

34

32

1 41

65

9

37

99

8 46

22

3

44

79

8

54

81

0

55

62

3

34

32

1 41

65

9

37

99

8 46

22

3

44

79

8

54

81

0

55

62

3

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Número de presos estudando Linha de Crescimento

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__________________________________________________________________________________364

Destaca-se que a região Centro-Oeste teve o maior crescimento percentual de presos

matriculados com um crescimento de 175% no período. Enquanto a região Norte teve o

menor crescimento de apenas 5%.

D) Presos envolvidos em atividades educacionais, por nível de ensino

Na tabela a seguir, observa-se que dos presos inseridos em atividades educacionais, 87% estão

inseridos na modalidade de Educação de Jovens e Adultos, evidenciando a importância que

esta ação possui para o sistema prisional brasileiro. Por outro lado, constata-se que 0% dos

presos estão cursando ensino superior.

UF

Alf

abet

izaç

ão

Ensi

no

Fu

nd

ame

nta

l

Ensi

no

méd

io

Ensi

no

su

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Cu

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(ac

ima

de

80

0 h

ora

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Cu

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de

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ação

in

icia

l e c

on

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itaç

ão p

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nal

, ac

ima

de

16

0 h

ora

s d

e

aula

)

AC 18% 49% 2% 0% 0% 31%

AL 18% 56% 4% 0% 0% 22%

AM 17% 65% 18% 0% 0% 0%

AP 4% 17% 35% 0% 0% 43%

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__________________________________________________________________________________365

Fonte: Dez.2014/Infopen-MJ

E) O crescimento da oferta de educação nas prisões por dependência

administrativa

BA 19% 59% 16% 0% 1% 6%

CE 13% 50% 12% 0% 0% 25%

DF 10% 40% 19% 2% 2% 27%

ES 15% 47% 19% 0% 3% 15%

GO 15% 71% 11% 3% 0% 0%

MA 40% 40% 15% 4% 1% 0%

MG 15% 59% 18% 2% 0% 6%

MS 15% 66% 14% 2% 2% 2%

MT 17% 53% 21% 0% 1% 8%

PA 8% 80% 9% 0% 2% 1%

PB 35% 42% 15% 0% 3% 5%

PE 28% 59% 12% 0% 1% 0%

PI 76% 24% 0% 0% 0% 0%

PR 10% 56% 19% 0% 3% 12%

RJ 17% 75% 7% 0% 0% 1%

RN 46% 36% 13% 0% 0% 5%

RO 25% 44% 17% 1% 8% 5%

RR 5% 70% 22% 2% 1% 1%

RS 17% 45% 37% 0% 0% 1%

SC 15% 51% 19% 1% 6% 10%

SE 42% 27% 24% 7% 0% 0%

SP 15% 37% 26% 0% 0% 21%

TO 16% 57% 16% 0% 5% 7%

Brasil 17% 51% 19% 0% 1% 12%

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__________________________________________________________________________________366

Fonte:MEC-INEP

Ao analisar o gráfico acima, constata-se que a partir do ano de 2010 há uma mudança

significativa em função da dependência administrativa, que se caracteriza pelo Ente

Federativo (Municipal, Estadual, Distrito Federal ou União), ou ainda, pelo setor privado que

ofertam educação nas prisões. Houve crescimento de 75% ofertado pelos Estados, enquanto,

houve decréscimo de 286% ofertado pelos municípios, fato que demonstra a

responsabilização e aceitação dos Estados na oferta educacional no sistema prisional.

F) O crescimento de inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM PPL

Fonte:MEC-INEP

0

50

100

150

200

250

300

350

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

NÚMERO DE MUNICIPIOS COM OFERTAPOR DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA/ANO

Federal Estados Municípios Privadas

13

90

8

23

66

5

30

34

1

35

80

4

42

54

2

13

90

8

23

66

5

30

34

1

35

80

4

42

54

2

2011 2012 2013 2014 2015

Número de alunos inscritos no Enen PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________367

Apesar do fomento da oferta de Educação de Jovens e Adultos, a falta de espaços para

a ampliação de novas turmas, estimula a realização dos exames de certificação, que por outro

lado aponta o crescimento na procura pela elevação da escolaridade.

G) O crescimento de inscritos no Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – ENCCEJA PPL Fonte: MEC-INEP

H) O crescimento de inscritos no Programa Nacional de Acesso ao Ensino

Técnico e Emprego – PRONATEC

Fonte: SETEC-MEC

Observa-se relação direta no crescimento de inscritos no Programa Nacional de Acesso

ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) com a evolução da oferta educacional desde o início

dos Planos Estaduais de Educação nas Prisões no ano de 2012.

50

94

20

85

2

19

14

0

50

94

20

85

2

19

14

0

2013 2014 2015 - 1° Semestre

Número de alunos inscritos no Pronatec PPL Evolução no número de inscritos

1810

9

2294

0

1810

9

2294

0

2012 2013

Número de alunos inscritos no Ecceja PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________368

III- DA ANÁLISE E INSTRUÇÕES GERAIS POR UNIDADE

FEDERATIVA - Rondônia

A) A evolução da quantidade de presos em atividades educacionais

Fonte: INFOPEN-MJ

B) A evolução das matrículas na Unidade Federativa

Fonte: EDUCACENSO-MEC-INEP

0

10

51

96

8

94

1

11

47 12

50

12

05

0

10

51

96

8

94

1

11

47 12

50

12

05

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Número de presos estudando Linha de Crescimento

25

4

39

6

58

7

39

9

60

3

79

2

47

9

45

3

25

4

39

6

58

7

39

9

60

3

79

2

47

9

45

3

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Número de presos Matriculados Linha de Crescimento

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__________________________________________________________________________________369

C) Presos envolvidos em atividades educacionais, por nível de ensino

Fonte: Dez.2014/INFOPEN-MJ

D) Inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM PPL

Fonte: INEP-MEC

E) Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – ENCCEJA PPL

12

5 14

9

31

1

41

2

36

8

12

5 14

9

31

1

41

2

36

8

2 0 1 1 2 0 1 2 2 0 1 3 2 0 1 4 2 0 1 5

Número de alunos inscritos no Enen PPL Evolução no número de inscritos

UF

Alf

abet

izaç

ão

Ensi

no

Fu

nd

ame

nta

l

Ensi

no

méd

io

Ensi

no

su

per

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Cu

Cu

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cim

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60

ho

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aula

)

RO 25% 44% 17% 1% 8% 5%

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__________________________________________________________________________________370

Fonte: INEP-MEC

F) Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – PRONATEC

Fonte: SETEC-MEC

G) Das análises e instruções específicas do Plano

As análises e instruções específicas para cada Unidade Federativa são alicerçadas no “Guia

com Orientações para Subsidiar as Unidades federativas para a Elaboração do Plano de

educação nas Prisões”. Portanto, as observações e orientações de ajustes de cada item do

plano estão demonstradas abaixo:

ATENDE ÀS ORIENTAÇÕES DO PLANO

No. Itens para Análise SIM PARCIAL NÃO

01. APRESENTAÇÃO DO PLANO X

29

4

23

529

4

23

52 0 1 3 2 0 1 4

Número de alunos inscritos no Ecceja PPL Evolução no número de inscritos

0

37

5

65

2

0

37

5

65

2

2 0 1 3 2 0 1 4 2 0 1 5

Número de alunos inscritos no Pronatec PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________371

02. CONCEPÇÕES FUNDAMENTAIS E NORTEADORAS DA OFERTA EDUCAÇÃO NO SISTEMA PRISIONAL

X

03. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES NO ESTADO X

04. DIAGNÓSTICO X

05. GESTÃO X

5.1. ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS X

5.2. REGRAS E PROCEDIMENTOS DE ROTINA X

5.3. GESTÃO DE PESSOAS X

5.4. REGISTROS ESCOLARES X

5.5. ARTICULAÇÃO E PARCERIAS X

06. FINANCIAMENTO X

07. ORGANIZAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO FORMAL X

08. ORGANIZAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL E DA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

X

09. FORMAÇÃO/CAPACITAÇÃO DOS PROFISSIONAIS X

10. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E ATENDIMENTO À DIVERSIDADE X

11. CERTIFICAÇÃO X

12. INFRAESTRUTURA FÍSICA X

13. MATERIAL DIDÁTICO E LITERÁRIO X

14. REMIÇÃO DA PENA PELO ESTUDO X

15. ATENDIMENTO ÀS CRIANÇAS X

16. ACOMPANHAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO X

17. PLANO DE AÇÃO X

META I – AMPLIAÇÃO DA MATRÍCULA DA EDUCAÇÃO FORMAL X

META II – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL X

META III – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

X

META IV – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE INSCRITOS NOS EXAMES DE CERTIFICAÇÃO

X

META V – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE BIBLIOTECAS E DE ESPAÇOS DE LEITURA

X

META VI – MELHORIA NA QUALIDADE DA OFERTA DE EDUCAÇÃO

X

ORIENTAÇÃO AO ESTADO:

.

ITEM 17: META II – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO

FORMAL

Neste item, a meta II – “AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL” não foi

informada. Portanto, orienta-se a sua inclusão.

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__________________________________________________________________________________372

ITEM 17: META III – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE QUALIFICAÇÃO

PROFISSIONAL

Neste item, a meta III – “AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL” não

foi informada. Portanto, orienta-se a sua inclusão.

ITEM 17: META IV – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE INSCRITOS NOS

EXAMES DE CERTIFICAÇÃO

Neste item, a meta IV – “AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE INSCRITOS NOS EXAMES DE

CERTIFICAÇÃO” não foi informada. Portanto, orienta-se a sua inclusão.

IV- INSTRUÇÕES E RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA

MELHORIAS NA EXECUÇÃO, ACOMPANHEMENTO E AVALIAÇÃO

DOS PLANOS

O Plano Estadual de Educação nas Prisões objetiva executar ações em conjunto, para

tanto, dentre as diversas diretrizes do plano, destaca-se a importância da interlocução entre

os atores regionais. A promoção de maior diálogo entre as Secretarias de Estado de Educação

e de Administração Prisional permite a realização de ações articuladas, que por sua vez são

essenciais para a evolução e aprimoramento desta política.

Conforme destacado no Art. 4o,, do Decreto 7.626, de 2011, que institui o PEESP,

este tem como objetivo:

I - executar ações conjuntas e troca de informações entre órgãos

federais, estaduais e do Distrito Federal com atribuições nas áreas de

educação e de execução penal;

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__________________________________________________________________________________373

Neste sentido, sugere-se a criação de Comitê Estadual que acompanhará e avaliará as

ações previstas no Plano Estadual de Educação nas Prisões. Sugere-se que, além das

Secretarias de Estado de Educação e de Administração Prisional, sejam convidados a participar

deste comitê representantes dos:

Ministério Público;

Defensoria Pública;

Vara de Execução Penal;

Conselho Estadual da Educação;

Conselho Estadual Penitenciário;

Conselho da Comunidade.

O comitê gestor de acompanhamento, monitoração e avaliação organizará propostas

de visitas semestrais aos Estabelecimentos Penais. Visando sistematizar o planejamento,

sugere-se que, após a realização das visitas nos espaços educacionais inseridos no âmbito das

prisões, o comitê gestor irá elaborar relatório técnico constando o detalhamento de todas as

etapas executadas, resultados e recomendações que se fizerem necessárias e os encaminhará

às respectivas Secretarias de Educação e Administração Prisional, de modo que o fluxo de

informações provenientes deste relatório venha apontar os resultados alcançados e/ou ainda

subsidiar o redimensionamento das atividades ao longo do curso.

No decorrer de cada semestre e de acordo com as problemáticas evidenciadas pelo

Comitê gestor, este poderá propor aos Secretários de Estado de Educação e de Administração

Prisional ações afim de garantir a execução e metas estabelecidas nos Plano Estaduais

abrangendo estratégias de formação educacional da população carcerária e dos profissionais

envolvidos em sua implementação

V - INTRUÇÕES DO PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO NAS PRISÕES - 2017

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__________________________________________________________________________________374

O Plano é um instrumento de planejamento das Unidades Federativas que auxilia e

subsidia o organização das ações de reintegração social do Governo Federal. Por sua vez, o

monitoramento e avaliação das ações de educação serão realizados a partir da análise das

informações apresentadas ao INFOPEN e disponíveis no Censo Escolar do INEP.

A seguir, instruções importantes sobre os Planos Estaduais de Educação nas Prisões a partir

de 2017:

o Será quadrienal;

o Novas informações, por escola, serão incluídas, como o detalhamento se são

exclusivas ou vinculas, sobre os Projetos Políticos Pedagógicos, os Regimentos

Internos, entre outros; e

o Em breve, um novo guia a fim de orientar as Unidades Federativas sobre a

elaboração dos Planos Estaduais de Educação nas Prisões será apresentado.

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__________________________________________________________________________________375

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL

DIRETORIA DE POLÍTICAS PENITENCIÁRIAS

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA, ALFABETIZAÇÃO,

DIVERSIDADE E INCLUSÃO DIRETORIA DE POLÍTICAS DE ALFABETIZAÇÃO E EDUCAÇÃO DE

JOVENS E ADULTOS

NOTA TÉCNICA CONJUNTA MEC/MJ ASSUNTO: PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO NAS PRISÕES 2015-2016

I- DO CONTEXTO DA POLÍTICA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES,

MARCOS LEGAIS E EVOLUÇÃO HISTÓRICA.

A educação é um direito humano universal e confirmado pela Constituição da

República Brasileira. Apesar disso, grandes são as barreiras que impedem o efetivo acesso à

este direito, sobretudo, quando se trata de uma parcela invisível da sociedade que são as

pessoas privadas de liberdade.

Há centenas de anos possui-se o registro sobre o aprisionamento no Brasil, porém a

educação está inserida neste contexto há pouquíssimo tempo. Conforme preceitua a

Constituição Brasileira no Art. 205,

A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

A seguir destaca-se, de forma cronológica, algumas das fundamentações e marcos

importantes sobre a educação nas prisões brasileiras:

o 1984: Lei de Execução Penal – Lei 7.210

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__________________________________________________________________________________376

Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando

prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade.

Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso.

Art. 11. A assistência será:

I - material;

II - à saúde;

III - jurídica;

IV - educacional;

V - social;

Art. 17 à 21. Tratam da assistência educacional no sistema prisional, inclui a

instrução escolar e a formação profissional.

Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua natureza, deverá contar em

suas dependências com áreas e serviços destinados a dar assistência, educação, trabalho,

recreação e prática esportiva.

§ 4o Serão instaladas salas de aulas destinadas a cursos do ensino básico e

profissionalizante.(Incluído pela Lei nº 12.245, de 2010)

Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto

poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena. (Redação

dada pela Lei nº 12.433, de 2011)

o 1996: Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Lei 9.394

Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de

liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno

desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua

qualificação para o trabalho.

Art. 5º O acesso ao ensino fundamental é direito público subjetivo, podendo

qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical,

entidade de classe ou outra legalmente constituída, e, ainda, o Ministério Público, acionar

o Poder Público para exigi-lo.

o 2005: A publicação “Educando para a Liberdade”: trajetória, debates e proposições de um projeto para a educação nas prisões brasileiras

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__________________________________________________________________________________377

A cooperação para a oferta de educação nas prisões ganhou novos contornos a partir

de 2005 com a criação do “Projeto Educando para a Liberdade”, que contou com a parceria

da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e da

Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) permitindo pôr na agenda das políticas

públicas um tema periférico e invisível para parte considerável da população brasileira.

Essa iniciativa promoveu a abertura de espaços para o diálogo e a construção coletiva

de referenciais para o setor. Entre 2005 e 2007 foram realizados encontros estaduais,

regionais e nacionais que contaram com a participação de representantes, de gestores, de

professores, de agentes penitenciários, de técnicos, de operadores da execução penal e dos

presos.

Desses encontros saíram as propostas que subsidiaram a elaboração das resoluções do

Conselho Nacional de Educação e do Conselho Nacional de Políticas Criminal e Penitenciária.

o Diretrizes e recomendações dos Conselhos Nacionais de Educação (CNE) e

Política Criminal e Penitenciária (CNPCP)

Vale destacar as diversas diretrizes e recomendações emanadas pelos Conselhos

Nacionais de Educação (CNE) e Política Criminal e Penitenciária (CNPCP). Observa-se que

ações coordenadas pelos Ministérios da Justiça e da Educação em parceria com os estados e

com a sociedade civil organizada vêm demandando bastante aos conselhos. Dentre as diversas

recomendações e diretrizes, pontua-se, a Resolução nº 3, de 11 de março de 2009, na qual o

CNPCP aprovou as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação nos estabelecimentos

penais no âmbito da política de execução penal. A Resolução nº 2, de 19 de maio de 2010, na

qual o CNE aprovou as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação para jovens e adultos

em situação de privação de liberdade no âmbito das políticas de educação. E a Resolução nº

4, de 30 de maio de 2016, na qual o CNE aprovou as Diretrizes Operacionais Nacionais para a

remição de pena pelo estudo de pessoas em privação de liberdade nos estabelecimentos

penais do sistema prisional brasileiro.

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__________________________________________________________________________________378

o 2011: Plano Estratégico de Educação no Âmbito do Sistema Prisional -Decreto

nº 7.626

Institui o Plano Estratégico de Educação no Âmbito do Sistema Prisional (PEESP) que

tem como finalidade ampliar e qualificar a oferta de educação nos estabelecimentos penais,

contemplando a educação básica na modalidade de educação de jovens e adultos, a educação

profissional e tecnológica, e a educação superior.

Dentre as diversas diretrizes do PEESP, destaca-se a integração dos órgãos

responsáveis pelo ensino público com os órgãos responsáveis pela execução penal, tanto a

nível estadual quanto federal.

. Segundo o Decreto, compete ao MEC o apoio financeiro para equipar e aparelhar os

espaços, distribuir material didático, compor os acervos das bibliotecas, fomentar programas

de alfabetização e de educação de jovens e adultos e de capacitação dos profissionais; ao MJ,

o apoio financeiro para construção, ampliação e reforma dos espaços destinados à educação

nos estabelecimentos penais.

Para acessar os recursos do orçamento federal os Estados e o Distrito Federal

deveriam apresentar plano de ação contendo:

a) diagnóstico das demandas de educação no âmbito dos estabelecimentos

penais;

b) estratégias e metas para sua implementação; e

c) as atribuições e responsabilidades de cada órgão, especialmente quanto à

adequação dos espaços destinados às atividades educacionais nos estabelecimentos

penais, à formação e à contratação de professores e de outros profissionais da

educação, à produção de material didático e à integração da educação de jovens e

adultos à educação profissional e tecnológica.

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__________________________________________________________________________________379

O PEESP promove um alinhamento estratégico entre o planejamento dos estados

e as políticas implementadas pelo Governo Federal. Esse alinhamento permite dimensionar

os recursos a serem transferidos no âmbito do PAR, a distribuição do material didático e a

política de formação continuada para os servidores que atuam na oferta de educação em

prisões.

Os Ministérios da Educação e da Justiça compreenderam o plano de ação previsto

no Decreto nº 7.626/2011 como parte de um esforço maior de organização da oferta de

educação nas prisões e nesse sentido fomentaram a elaboração de Planos Estaduais de

Educação nas prisões. Essa estratégia foi pactuada no III Seminário Nacional de Educação nas

Prisões realizado no primeiro semestre de 2012.

Para subsidiar a elaboração dos planos o Governo Federal apresentou um Guia de

Orientações sugerindo que os planos contivessem informações sobre a gestão e organização

da oferta de educação, a formação continuada dos profissionais, exames de certificação de

exames e estratégias de acompanhamento das ações. Todos os itens que compõe esse guia

estão vinculados aos normativos legais que definem como deve ser oferta de educação.

No sentido de orientar a elaboração dos planos de ação e permitir uma análise

técnica mais qualificada, o guia indicava a importância de apresentar um amplo diagnóstico

com informações sobre a quantidade de estabelecimentos penais com oferta de educação, a

quantidade de salas de aula, espaços de leituras e laboratórios de informática, além do perfil

dos professores e dos agentes penitenciários.

II- DA ANÁLISE DOS DADOS NACIONAIS DE EDUCAÇÃO NAS

PRISÕES.

SS) O crescimento da quantidade de presos em atividades educacionais – base de dados Infopen

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__________________________________________________________________________________380

TT)

Ao analisar o gráfico acima observa-se que houve um crescimento de 61% de presos

estudando no Brasil entre os anos de 2008 e 2014, enquanto no mesmo período, houve um

crescimento de 45% da população carcerária no país.

B) A evolução das matrículas no Brasil – base de dados Educacenso

Através do dados de alunos matriculados apresentados pelo Educacenso/MEC

constata-se um crescimento de 97% de presos matriculados no período.

C) A evolução de matrículas por regiões – base de dados Educacenso

34

32

1 41

65

9

37

99

8 46

22

3

44

79

8

54

81

0

55

62

3

34

32

1 41

65

9

37

99

8 46

22

3

44

79

8

54

81

0

55

62

3

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Número de presos estudando Linha de Crescimento

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__________________________________________________________________________________381

Destaca-se que a região Centro-Oeste teve o maior crescimento percentual de presos

matriculados com um crescimento de 175% no período. Enquanto a região Norte teve o

menor crescimento de apenas 5%.

D) Presos envolvidos em atividades educacionais, por nível de ensino

Na tabela a seguir, observa-se que dos presos inseridos em atividades educacionais, 87% estão

inseridos na modalidade de Educação de Jovens e Adultos, evidenciando a importância que

esta ação possui para o sistema prisional brasileiro. Por outro lado, constata-se que 0% dos

presos estão cursando ensino superior.

UF

Alf

abet

izaç

ão

Ensi

no

Fu

nd

ame

nta

l

Ensi

no

méd

io

Ensi

no

su

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0 h

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in

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16

0 h

ora

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e

aula

)

AC 18% 49% 2% 0% 0% 31%

AL 18% 56% 4% 0% 0% 22%

AM 17% 65% 18% 0% 0% 0%

AP 4% 17% 35% 0% 0% 43%

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__________________________________________________________________________________382

Fonte: Dez.2014/Infopen-MJ

E) O crescimento da oferta de educação nas prisões por dependência

administrativa

BA 19% 59% 16% 0% 1% 6%

CE 13% 50% 12% 0% 0% 25%

DF 10% 40% 19% 2% 2% 27%

ES 15% 47% 19% 0% 3% 15%

GO 15% 71% 11% 3% 0% 0%

MA 40% 40% 15% 4% 1% 0%

MG 15% 59% 18% 2% 0% 6%

MS 15% 66% 14% 2% 2% 2%

MT 17% 53% 21% 0% 1% 8%

PA 8% 80% 9% 0% 2% 1%

PB 35% 42% 15% 0% 3% 5%

PE 28% 59% 12% 0% 1% 0%

PI 76% 24% 0% 0% 0% 0%

PR 10% 56% 19% 0% 3% 12%

RJ 17% 75% 7% 0% 0% 1%

RN 46% 36% 13% 0% 0% 5%

RO 25% 44% 17% 1% 8% 5%

RR 5% 70% 22% 2% 1% 1%

RS 17% 45% 37% 0% 0% 1%

SC 15% 51% 19% 1% 6% 10%

SE 42% 27% 24% 7% 0% 0%

SP 15% 37% 26% 0% 0% 21%

TO 16% 57% 16% 0% 5% 7%

Brasil 17% 51% 19% 0% 1% 12%

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__________________________________________________________________________________383

Fonte:MEC-INEP

Ao analisar o gráfico acima, constata-se que a partir do ano de 2010 há uma mudança

significativa em função da dependência administrativa, que se caracteriza pelo Ente

Federativo (Municipal, Estadual, Distrito Federal ou União), ou ainda, pelo setor privado que

ofertam educação nas prisões. Houve crescimento de 75% ofertado pelos Estados, enquanto,

houve decréscimo de 286% ofertado pelos municípios, fato que demonstra a

responsabilização e aceitação dos Estados na oferta educacional no sistema prisional.

F) O crescimento de inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM PPL

Fonte:MEC-INEP

0

50

100

150

200

250

300

350

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

NÚMERO DE MUNICIPIOS COM OFERTAPOR DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA/ANO

Federal Estados Municípios Privadas

13

90

8

23

66

5

30

34

1

35

80

4

42

54

2

13

90

8

23

66

5

30

34

1

35

80

4

42

54

2

2011 2012 2013 2014 2015

Número de alunos inscritos no Enen PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________384

Apesar do fomento da oferta de Educação de Jovens e Adultos, a falta de espaços para

a ampliação de novas turmas, estimula a realização dos exames de certificação, que por outro

lado aponta o crescimento na procura pela elevação da escolaridade.

G) O crescimento de inscritos no Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – ENCCEJA PPL Fonte: MEC-INEP

H) O crescimento de inscritos no Programa Nacional de Acesso ao Ensino

Técnico e Emprego – PRONATEC

Fonte: SETEC-MEC

Observa-se relação direta no crescimento de inscritos no Programa Nacional de Acesso

ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) com a evolução da oferta educacional desde o início

dos Planos Estaduais de Educação nas Prisões no ano de 2012.

50

94

20

85

2

19

14

0

50

94

20

85

2

19

14

0

2013 2014 2015 - 1° Semestre

Número de alunos inscritos no Pronatec PPL Evolução no número de inscritos

1810

9

2294

0

1810

9

2294

0

2012 2013

Número de alunos inscritos no Ecceja PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________385

III- DA ANÁLISE E INSTRUÇÕES GERAIS POR UNIDADE

FEDERATIVA - Roraima

A) A evolução da quantidade de presos em atividades educacionais

Fonte: INFOPEN-MJ

B) A evolução das matrículas na Unidade Federativa

Fonte: EDUCACENSO-MEC-INEP

60

47

4

21

6

38

27

1

34

3

60

47

4

21

6

38

27

1

34

3

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Número de presos estudando Linha de Crescimento

57

31

10

6

23

7

14

2

25

86

25

8

57

31

10

6

23

7

14

2

25

86

25

8

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Número de presos Matriculados Linha de Crescimento

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__________________________________________________________________________________386

C) Presos envolvidos em atividades educacionais, por nível de ensino

Fonte: Dez.2014/INFOPEN-MJ

D) Inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM PPL

Fonte: INEP-MEC

E) Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – ENCCEJA PPL

94

21

0

18

6

12

8

17

5

94

21

0

18

6

12

8

17

5

2 0 1 1 2 0 1 2 2 0 1 3 2 0 1 4 2 0 1 5

Número de alunos inscritos no Enen PPL Evolução no número de inscritos

UF

Alf

abet

izaç

ão

Ensi

no

Fu

nd

ame

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l

Ensi

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méd

io

Ensi

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60

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ras

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RR 5% 70% 22% 2% 1% 1%

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__________________________________________________________________________________387

Fonte: INEP-MEC

F) Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – PRONATEC PPL

Fonte: SETEC-MEC

G) Das análises e instruções específicas do Plano

As análises e instruções específicas para cada Unidade Federativa são alicerçadas no “Guia

com Orientações para Subsidiar as Unidades federativas para a Elaboração do Plano de

educação nas Prisões”. Portanto, as observações e orientações de ajustes de cada item do

plano estão demonstradas abaixo:

ATENDE ÀS ORIENTAÇÕES DO PLANO

No. Itens para Análise SIM PARCIAL NÃO

01. APRESENTAÇÃO DO PLANO X

02. CONCEPÇÕES FUNDAMENTAIS E NORTEADORAS DA OFERTA EDUCAÇÃO NO SISTEMA PRISIONAL

X

03. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES NO ESTADO X

69

36

69

36

2 0 1 3 2 0 1 4

Número de alunos inscritos no Ecceja PPL Evolução no número de inscritos

0

18

8

50

0

18

8

50

2 0 1 3 2 0 1 4 2 0 1 5

Número de alunos inscritos no Pronatec PPL Evolução no número de inscritos

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04. DIAGNÓSTICO X

05. GESTÃO X

5.1. ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS X

5.2. REGRAS E PROCEDIMENTOS DE ROTINA X

5.3. GESTÃO DE PESSOAS X

5.4. REGISTROS ESCOLARES X

5.5. ARTICULAÇÃO E PARCERIAS X

06. FINANCIAMENTO X

07. ORGANIZAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO FORMAL X

08. ORGANIZAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL E DA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

X

09. FORMAÇÃO/CAPACITAÇÃO DOS PROFISSIONAIS X

10. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E ATENDIMENTO À DIVERSIDADE X

11. CERTIFICAÇÃO X

12. INFRAESTRUTURA FÍSICA X

13. MATERIAL DIDÁTICO E LITERÁRIO X

14. REMIÇÃO DA PENA PELO ESTUDO X

15. ATENDIMENTO ÀS CRIANÇAS X

16. ACOMPANHAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO X

17. PLANO DE AÇÃO X

META I – AMPLIAÇÃO DA MATRÍCULA DA EDUCAÇÃO FORMAL X

META II – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL X

META III – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

X

META IV – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE INSCRITOS NOS EXAMES DE CERTIFICAÇÃO

X

META V – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE BIBLIOTECAS E DE ESPAÇOS DE LEITURA

X

META VI – MELHORIA NA QUALIDADE DA OFERTA DE EDUCAÇÃO

X

ORIENTAÇÃO AO ESTADO:

Todos os itens atendem as orientações emanadas pelo Ministério da Educação e

Departamento Penitenciário Nacional, através do “Guia com Orientações para Subsidiar as

Unidades federativas para a Elaboração do Plano de educação nas Prisões”.

IV- INSTRUÇÕES E RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA MELHORIAS

NA EXECUÇÃO, ACOMPANHEMENTO E AVALIAÇÃO DOS PLANOS

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__________________________________________________________________________________389

O Plano Estadual de Educação nas Prisões objetiva executar ações em conjunto, para

tanto, dentre as diversas diretrizes do plano, destaca-se a importância da interlocução entre

os atores regionais. A promoção de maior diálogo entre as Secretarias de Estado de Educação

e de Administração Prisional permite a realização de ações articuladas, que por sua vez são

essenciais para a evolução e aprimoramento desta política.

Conforme destacado no Art. 4o,, do Decreto 7.626, de 2011, que institui o PEESP,

este tem como objetivo:

I - executar ações conjuntas e troca de informações entre órgãos

federais, estaduais e do Distrito Federal com atribuições nas áreas de

educação e de execução penal;

Neste sentido, sugere-se a criação de Comitê Estadual que acompanhará e avaliará as

ações previstas no Plano Estadual de Educação nas Prisões. Sugere-se que, além das

Secretarias de Estado de Educação e de Administração Prisional, sejam convidados a participar

deste comitê representantes dos:

Ministério Público;

Defensoria Pública;

Vara de Execução Penal;

Conselho Estadual da Educação;

Conselho Estadual Penitenciário;

Conselho da Comunidade.

O comitê gestor de acompanhamento, monitoração e avaliação organizará propostas

de visitas semestrais aos Estabelecimentos Penais. Visando sistematizar o planejamento,

sugere-se que, após a realização das visitas nos espaços educacionais inseridos no âmbito das

prisões, o comitê gestor irá elaborar relatório técnico constando o detalhamento de todas as

etapas executadas, resultados e recomendações que se fizerem necessárias e os encaminhará

às respectivas Secretarias de Educação e Administração Prisional, de modo que o fluxo de

informações provenientes deste relatório venha apontar os resultados alcançados e/ou ainda

subsidiar o redimensionamento das atividades ao longo do curso.

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__________________________________________________________________________________390

No decorrer de cada semestre e de acordo com as problemáticas evidenciadas pelo

Comitê gestor, este poderá propor aos Secretários de Estado de Educação e de Administração

Prisional ações afim de garantir a execução e metas estabelecidas nos Plano Estaduais

abrangendo estratégias de formação educacional da população carcerária e dos profissionais

envolvidos em sua implementação

V - INTRUÇÕES DO PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO NAS PRISÕES - 2017

O Plano é um instrumento de planejamento das Unidades Federativas que auxilia e

subsidia o organização das ações de reintegração social do Governo Federal. Por sua vez, o

monitoramento e avaliação das ações de educação serão realizados a partir da análise das

informações apresentadas ao INFOPEN e disponíveis no Censo Escolar do INEP.

A seguir, instruções importantes sobre os Planos Estaduais de Educação nas Prisões a partir

de 2017:

o Será quadrienal;

o Novas informações, por escola, serão incluídas, como o detalhamento se são

exclusivas ou vinculas, sobre os Projetos Políticos Pedagógicos, os Regimentos

Internos, entre outros; e

o Em breve, um novo guia a fim de orientar as Unidades Federativas sobre a

elaboração dos Planos Estaduais de Educação nas Prisões será apresentado.

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__________________________________________________________________________________391

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL

DIRETORIA DE POLÍTICAS PENITENCIÁRIAS

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA, ALFABETIZAÇÃO,

DIVERSIDADE E INCLUSÃO DIRETORIA DE POLÍTICAS DE ALFABETIZAÇÃO E EDUCAÇÃO DE

JOVENS E ADULTOS

NOTA TÉCNICA CONJUNTA MEC/MJ ASSUNTO: PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO NAS PRISÕES 2015-2016

I- DO CONTEXTO DA POLÍTICA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES,

MARCOS LEGAIS E EVOLUÇÃO HISTÓRICA.

A educação é um direito humano universal e confirmado pela Constituição da

República Brasileira. Apesar disso, grandes são as barreiras que impedem o efetivo acesso à

este direito, sobretudo, quando se trata de uma parcela invisível da sociedade que são as

pessoas privadas de liberdade.

Há centenas de anos possui-se o registro sobre o aprisionamento no Brasil, porém a

educação está inserida neste contexto há pouquíssimo tempo. Conforme preceitua a

Constituição Brasileira no Art. 205,

A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

A seguir destaca-se, de forma cronológica, algumas das fundamentações e marcos

importantes sobre a educação nas prisões brasileiras:

o 1984: Lei de Execução Penal – Lei 7.210

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__________________________________________________________________________________392

Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando

prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade.

Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso.

Art. 11. A assistência será:

I - material;

II - à saúde;

III - jurídica;

IV - educacional;

V - social;

Art. 17 à 21. Tratam da assistência educacional no sistema prisional, inclui a

instrução escolar e a formação profissional.

Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua natureza, deverá contar em

suas dependências com áreas e serviços destinados a dar assistência, educação, trabalho,

recreação e prática esportiva.

§ 4o Serão instaladas salas de aulas destinadas a cursos do ensino básico e

profissionalizante.(Incluído pela Lei nº 12.245, de 2010)

Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto

poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena. (Redação

dada pela Lei nº 12.433, de 2011)

o 1996: Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Lei 9.394

Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de

liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno

desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua

qualificação para o trabalho.

Art. 5º O acesso ao ensino fundamental é direito público subjetivo, podendo

qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical,

entidade de classe ou outra legalmente constituída, e, ainda, o Ministério Público, acionar

o Poder Público para exigi-lo.

o 2005: A publicação “Educando para a Liberdade”: trajetória, debates e proposições de um projeto para a educação nas prisões brasileiras

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__________________________________________________________________________________393

A cooperação para a oferta de educação nas prisões ganhou novos contornos a partir

de 2005 com a criação do “Projeto Educando para a Liberdade”, que contou com a parceria

da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e da

Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) permitindo pôr na agenda das políticas

públicas um tema periférico e invisível para parte considerável da população brasileira.

Essa iniciativa promoveu a abertura de espaços para o diálogo e a construção coletiva

de referenciais para o setor. Entre 2005 e 2007 foram realizados encontros estaduais,

regionais e nacionais que contaram com a participação de representantes, de gestores, de

professores, de agentes penitenciários, de técnicos, de operadores da execução penal e dos

presos.

Desses encontros saíram as propostas que subsidiaram a elaboração das resoluções do

Conselho Nacional de Educação e do Conselho Nacional de Políticas Criminal e Penitenciária.

o Diretrizes e recomendações dos Conselhos Nacionais de Educação (CNE) e

Política Criminal e Penitenciária (CNPCP)

Vale destacar as diversas diretrizes e recomendações emanadas pelos Conselhos

Nacionais de Educação (CNE) e Política Criminal e Penitenciária (CNPCP). Observa-se que

ações coordenadas pelos Ministérios da Justiça e da Educação em parceria com os estados e

com a sociedade civil organizada vêm demandando bastante aos conselhos. Dentre as diversas

recomendações e diretrizes, pontua-se, a Resolução nº 3, de 11 de março de 2009, na qual o

CNPCP aprovou as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação nos estabelecimentos

penais no âmbito da política de execução penal. A Resolução nº 2, de 19 de maio de 2010, na

qual o CNE aprovou as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação para jovens e adultos

em situação de privação de liberdade no âmbito das políticas de educação. E a Resolução nº

4, de 30 de maio de 2016, na qual o CNE aprovou as Diretrizes Operacionais Nacionais para a

remição de pena pelo estudo de pessoas em privação de liberdade nos estabelecimentos

penais do sistema prisional brasileiro.

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__________________________________________________________________________________394

o 2011: Plano Estratégico de Educação no Âmbito do Sistema Prisional -Decreto

nº 7.626

Institui o Plano Estratégico de Educação no Âmbito do Sistema Prisional (PEESP) que

tem como finalidade ampliar e qualificar a oferta de educação nos estabelecimentos penais,

contemplando a educação básica na modalidade de educação de jovens e adultos, a educação

profissional e tecnológica, e a educação superior.

Dentre as diversas diretrizes do PEESP, destaca-se a integração dos órgãos

responsáveis pelo ensino público com os órgãos responsáveis pela execução penal, tanto a

nível estadual quanto federal.

. Segundo o Decreto, compete ao MEC o apoio financeiro para equipar e aparelhar os

espaços, distribuir material didático, compor os acervos das bibliotecas, fomentar programas

de alfabetização e de educação de jovens e adultos e de capacitação dos profissionais; ao MJ,

o apoio financeiro para construção, ampliação e reforma dos espaços destinados à educação

nos estabelecimentos penais.

Para acessar os recursos do orçamento federal os Estados e o Distrito Federal

deveriam apresentar plano de ação contendo:

a) diagnóstico das demandas de educação no âmbito dos estabelecimentos

penais;

b) estratégias e metas para sua implementação; e

c) as atribuições e responsabilidades de cada órgão, especialmente quanto à

adequação dos espaços destinados às atividades educacionais nos estabelecimentos

penais, à formação e à contratação de professores e de outros profissionais da

educação, à produção de material didático e à integração da educação de jovens e

adultos à educação profissional e tecnológica.

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__________________________________________________________________________________395

O PEESP promove um alinhamento estratégico entre o planejamento dos estados

e as políticas implementadas pelo Governo Federal. Esse alinhamento permite dimensionar

os recursos a serem transferidos no âmbito do PAR, a distribuição do material didático e a

política de formação continuada para os servidores que atuam na oferta de educação em

prisões.

Os Ministérios da Educação e da Justiça compreenderam o plano de ação previsto

no Decreto nº 7.626/2011 como parte de um esforço maior de organização da oferta de

educação nas prisões e nesse sentido fomentaram a elaboração de Planos Estaduais de

Educação nas prisões. Essa estratégia foi pactuada no III Seminário Nacional de Educação nas

Prisões realizado no primeiro semestre de 2012.

Para subsidiar a elaboração dos planos o Governo Federal apresentou um Guia de

Orientações sugerindo que os planos contivessem informações sobre a gestão e organização

da oferta de educação, a formação continuada dos profissionais, exames de certificação de

exames e estratégias de acompanhamento das ações. Todos os itens que compõe esse guia

estão vinculados aos normativos legais que definem como deve ser oferta de educação.

No sentido de orientar a elaboração dos planos de ação e permitir uma análise

técnica mais qualificada, o guia indicava a importância de apresentar um amplo diagnóstico

com informações sobre a quantidade de estabelecimentos penais com oferta de educação, a

quantidade de salas de aula, espaços de leituras e laboratórios de informática, além do perfil

dos professores e dos agentes penitenciários.

II- DA ANÁLISE DOS DADOS NACIONAIS DE EDUCAÇÃO NAS

PRISÕES.

UU) O crescimento da quantidade de presos em atividades educacionais – base de dados Infopen

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__________________________________________________________________________________396

VV)

Ao analisar o gráfico acima observa-se que houve um crescimento de 61% de presos

estudando no Brasil entre os anos de 2008 e 2014, enquanto no mesmo período, houve um

crescimento de 45% da população carcerária no país.

B) A evolução das matrículas no Brasil – base de dados Educacenso

Através do dados de alunos matriculados apresentados pelo Educacenso/MEC

constata-se um crescimento de 97% de presos matriculados no período.

C) A evolução de matrículas por regiões – base de dados Educacenso

34

32

1 41

65

9

37

99

8 46

22

3

44

79

8

54

81

0

55

62

3

34

32

1 41

65

9

37

99

8 46

22

3

44

79

8

54

81

0

55

62

3

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Número de presos estudando Linha de Crescimento

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__________________________________________________________________________________397

Destaca-se que a região Centro-Oeste teve o maior crescimento percentual de presos

matriculados com um crescimento de 175% no período. Enquanto a região Norte teve o

menor crescimento de apenas 5%.

D) Presos envolvidos em atividades educacionais, por nível de ensino

Na tabela a seguir, observa-se que dos presos inseridos em atividades educacionais, 87% estão

inseridos na modalidade de Educação de Jovens e Adultos, evidenciando a importância que

esta ação possui para o sistema prisional brasileiro. Por outro lado, constata-se que 0% dos

presos estão cursando ensino superior.

UF

Alf

abet

izaç

ão

Ensi

no

Fu

nd

ame

nta

l

Ensi

no

méd

io

Ensi

no

su

per

ior

Cu

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ico

(ac

ima

de

80

0 h

ora

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e a

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Cu

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de

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ação

in

icia

l e c

on

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uad

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itaç

ão p

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nal

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ima

de

16

0 h

ora

s d

e

aula

)

AC 18% 49% 2% 0% 0% 31%

AL 18% 56% 4% 0% 0% 22%

AM 17% 65% 18% 0% 0% 0%

AP 4% 17% 35% 0% 0% 43%

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__________________________________________________________________________________398

Fonte: Dez.2014/Infopen-MJ

E) O crescimento da oferta de educação nas prisões por dependência

administrativa

BA 19% 59% 16% 0% 1% 6%

CE 13% 50% 12% 0% 0% 25%

DF 10% 40% 19% 2% 2% 27%

ES 15% 47% 19% 0% 3% 15%

GO 15% 71% 11% 3% 0% 0%

MA 40% 40% 15% 4% 1% 0%

MG 15% 59% 18% 2% 0% 6%

MS 15% 66% 14% 2% 2% 2%

MT 17% 53% 21% 0% 1% 8%

PA 8% 80% 9% 0% 2% 1%

PB 35% 42% 15% 0% 3% 5%

PE 28% 59% 12% 0% 1% 0%

PI 76% 24% 0% 0% 0% 0%

PR 10% 56% 19% 0% 3% 12%

RJ 17% 75% 7% 0% 0% 1%

RN 46% 36% 13% 0% 0% 5%

RO 25% 44% 17% 1% 8% 5%

RR 5% 70% 22% 2% 1% 1%

RS 17% 45% 37% 0% 0% 1%

SC 15% 51% 19% 1% 6% 10%

SE 42% 27% 24% 7% 0% 0%

SP 15% 37% 26% 0% 0% 21%

TO 16% 57% 16% 0% 5% 7%

Brasil 17% 51% 19% 0% 1% 12%

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__________________________________________________________________________________399

Fonte:MEC-INEP

Ao analisar o gráfico acima, constata-se que a partir do ano de 2010 há uma mudança

significativa em função da dependência administrativa, que se caracteriza pelo Ente

Federativo (Municipal, Estadual, Distrito Federal ou União), ou ainda, pelo setor privado que

ofertam educação nas prisões. Houve crescimento de 75% ofertado pelos Estados, enquanto,

houve decréscimo de 286% ofertado pelos municípios, fato que demonstra a

responsabilização e aceitação dos Estados na oferta educacional no sistema prisional.

F) O crescimento de inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM PPL

Fonte:MEC-INEP

0

50

100

150

200

250

300

350

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

NÚMERO DE MUNICIPIOS COM OFERTAPOR DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA/ANO

Federal Estados Municípios Privadas

13

90

8

23

66

5

30

34

1

35

80

4

42

54

2

13

90

8

23

66

5

30

34

1

35

80

4

42

54

2

2011 2012 2013 2014 2015

Número de alunos inscritos no Enen PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________400

Apesar do fomento da oferta de Educação de Jovens e Adultos, a falta de espaços para

a ampliação de novas turmas, estimula a realização dos exames de certificação, que por outro

lado aponta o crescimento na procura pela elevação da escolaridade.

G) O crescimento de inscritos no Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – ENCCEJA PPL Fonte: MEC-INEP

H) O crescimento de inscritos no Programa Nacional de Acesso ao Ensino

Técnico e Emprego – PRONATEC

Fonte: SETEC-MEC

Observa-se relação direta no crescimento de inscritos no Programa Nacional de Acesso

ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) com a evolução da oferta educacional desde o início

dos Planos Estaduais de Educação nas Prisões no ano de 2012.

50

94

20

85

2

19

14

0

50

94

20

85

2

19

14

0

2013 2014 2015 - 1° Semestre

Número de alunos inscritos no Pronatec PPL Evolução no número de inscritos

1810

9

2294

0

1810

9

2294

0

2012 2013

Número de alunos inscritos no Ecceja PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________401

III- DA ANÁLISE E INSTRUÇÕES GERAIS POR UNIDADE

FEDERATIVA - Santa Catarina

A) A evolução da quantidade de presos em atividades educacionais

Fonte: INFOPEN-MJ

B) A evolução das matrículas na Unidade Federativa

Fonte: EDUCACENSO-MEC-INEP

11

45

16

14

15

43

96

3

10

14

13

80

23

18

11

45

16

14

15

43

96

3

10

14

13

80

23

18

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Número de presos estudando Linha de Crescimento

10

26 1

28

3

11

82

11

00

99

0

12

57

98

9

16

30

10

26 1

28

3

11

82

11

00

99

0

12

57

98

9

16

30

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Número de presos Matriculados Linha de Crescimento

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__________________________________________________________________________________402

C) Presos envolvidos em atividades educacionais, por nível de ensino

Fonte: Dez.2014/INFOPEN-MJ

D) Inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM PPL

Fonte: INEP-MEC

E) Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – ENCCEJA PPL

240

68

7

10

48

17

81

24

02

24

0

68

7 10

48

17

81

24

02

2 0 1 1 2 0 1 2 2 0 1 3 2 0 1 4 2 0 1 5

Número de alunos inscritos no Enen PPL Evolução no número de inscritos

UF

Alf

abet

izaç

ão

Ensi

no

Fu

nd

ame

nta

l

Ensi

no

méd

io

Ensi

no

su

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ior

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itaç

ão

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al, a

cim

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60

ho

ras

de

aula

)

SC 15% 51% 19% 1% 6% 10%

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__________________________________________________________________________________403

Fonte: INEP-MEC

F) Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – PRONATEC

Fonte: SETEC-MEC

G) Das análises e instruções específicas do Plano

As análises e instruções específicas para cada Unidade Federativa são alicerçadas no “Guia

com Orientações para Subsidiar as Unidades federativas para a Elaboração do Plano de

educação nas Prisões”. Portanto, as observações e orientações de ajustes de cada item do

plano estão demonstradas abaixo:

93

6

87

8

93

6

87

82 0 1 3 2 0 1 4

Número de alunos inscritos no Ecceja PPL Evolução no número de inscritos

18

9

97

8

35

8

18

9

97

8

35

8

2 0 1 3 2 0 1 4 2 0 1 5

Número de alunos inscritos no Pronatec PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________404

ATENDE ÀS ORIENTAÇÕES DO PLANO

No. Itens para Análise SIM PARCIAL NÃO

01. APRESENTAÇÃO DO PLANO X

02. CONCEPÇÕES FUNDAMENTAIS E NORTEADORAS DA OFERTA EDUCAÇÃO NO SISTEMA PRISIONAL

X

03. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES NO ESTADO X

04. DIAGNÓSTICO X

05. GESTÃO X

5.1. ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS X

5.2. REGRAS E PROCEDIMENTOS DE ROTINA X

5.3. GESTÃO DE PESSOAS X

5.4. REGISTROS ESCOLARES X

5.5. ARTICULAÇÃO E PARCERIAS X

06. FINANCIAMENTO X

07. ORGANIZAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO FORMAL X

08. ORGANIZAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL E DA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

X

09. FORMAÇÃO/CAPACITAÇÃO DOS PROFISSIONAIS X

10. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E ATENDIMENTO À DIVERSIDADE X

11. CERTIFICAÇÃO X

12. INFRAESTRUTURA FÍSICA X

13. MATERIAL DIDÁTICO E LITERÁRIO X

14. REMIÇÃO DA PENA PELO ESTUDO X

15. ATENDIMENTO ÀS CRIANÇAS X

16. ACOMPANHAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO X

17. PLANO DE AÇÃO X

META I – AMPLIAÇÃO DA MATRÍCULA DA EDUCAÇÃO FORMAL X

META II – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL X

META III – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

X

META IV – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE INSCRITOS NOS EXAMES DE CERTIFICAÇÃO

X

META V – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE BIBLIOTECAS E DE ESPAÇOS DE LEITURA

X

META VI – MELHORIA NA QUALIDADE DA OFERTA DE EDUCAÇÃO

X

ORIENTAÇÃO AO ESTADO:

.

Todos os itens atendem as orientações emanadas pelo Ministério da Educação e

Departamento Penitenciário Nacional, através do “Guia com Orientações para Subsidiar as

Unidades federativas para a Elaboração do Plano de educação nas Prisões”.

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__________________________________________________________________________________405

IV- INSTRUÇÕES E RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA

MELHORIAS NA EXECUÇÃO, ACOMPANHEMENTO E AVALIAÇÃO

DOS PLANOS

O Plano Estadual de Educação nas Prisões objetiva executar ações em conjunto, para

tanto, dentre as diversas diretrizes do plano, destaca-se a importância da interlocução entre

os atores regionais. A promoção de maior diálogo entre as Secretarias de Estado de Educação

e de Administração Prisional permite a realização de ações articuladas, que por sua vez são

essenciais para a evolução e aprimoramento desta política.

Conforme destacado no Art. 4o,, do Decreto 7.626, de 2011, que institui o PEESP,

este tem como objetivo:

I - executar ações conjuntas e troca de informações entre órgãos

federais, estaduais e do Distrito Federal com atribuições nas áreas de

educação e de execução penal;

Neste sentido, sugere-se a criação de Comitê Estadual que acompanhará e avaliará as

ações previstas no Plano Estadual de Educação nas Prisões. Sugere-se que, além das

Secretarias de Estado de Educação e de Administração Prisional, sejam convidados a participar

deste comitê representantes dos:

Ministério Público;

Defensoria Pública;

Vara de Execução Penal;

Conselho Estadual da Educação;

Conselho Estadual Penitenciário;

Conselho da Comunidade.

O comitê gestor de acompanhamento, monitoração e avaliação organizará propostas

de visitas semestrais aos Estabelecimentos Penais. Visando sistematizar o planejamento,

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__________________________________________________________________________________406

sugere-se que, após a realização das visitas nos espaços educacionais inseridos no âmbito das

prisões, o comitê gestor irá elaborar relatório técnico constando o detalhamento de todas as

etapas executadas, resultados e recomendações que se fizerem necessárias e os encaminhará

às respectivas Secretarias de Educação e Administração Prisional, de modo que o fluxo de

informações provenientes deste relatório venha apontar os resultados alcançados e/ou ainda

subsidiar o redimensionamento das atividades ao longo do curso.

No decorrer de cada semestre e de acordo com as problemáticas evidenciadas pelo

Comitê gestor, este poderá propor aos Secretários de Estado de Educação e de Administração

Prisional ações afim de garantir a execução e metas estabelecidas nos Plano Estaduais

abrangendo estratégias de formação educacional da população carcerária e dos profissionais

envolvidos em sua implementação

V - INTRUÇÕES DO PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO NAS PRISÕES - 2017

O Plano é um instrumento de planejamento das Unidades Federativas que auxilia e

subsidia o organização das ações de reintegração social do Governo Federal. Por sua vez, o

monitoramento e avaliação das ações de educação serão realizados a partir da análise das

informações apresentadas ao INFOPEN e disponíveis no Censo Escolar do INEP.

A seguir, instruções importantes sobre os Planos Estaduais de Educação nas Prisões a partir

de 2017:

o Será quadrienal;

o Novas informações, por escola, serão incluídas, como o detalhamento se são

exclusivas ou vinculas, sobre os Projetos Políticos Pedagógicos, os Regimentos

Internos, entre outros; e

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__________________________________________________________________________________407

o Em breve, um novo guia a fim de orientar as Unidades Federativas sobre a

elaboração dos Planos Estaduais de Educação nas Prisões será apresentado.

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__________________________________________________________________________________408

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL

DIRETORIA DE POLÍTICAS PENITENCIÁRIAS

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA, ALFABETIZAÇÃO,

DIVERSIDADE E INCLUSÃO DIRETORIA DE POLÍTICAS DE ALFABETIZAÇÃO E EDUCAÇÃO DE

JOVENS E ADULTOS

NOTA TÉCNICA CONJUNTA MEC/MJ ASSUNTO: PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO NAS PRISÕES 2015-2016

I- DO CONTEXTO DA POLÍTICA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES,

MARCOS LEGAIS E EVOLUÇÃO HISTÓRICA.

A educação é um direito humano universal e confirmado pela Constituição da

República Brasileira. Apesar disso, grandes são as barreiras que impedem o efetivo acesso à

este direito, sobretudo, quando se trata de uma parcela invisível da sociedade que são as

pessoas privadas de liberdade.

Há centenas de anos possui-se o registro sobre o aprisionamento no Brasil, porém a

educação está inserida neste contexto há pouquíssimo tempo. Conforme preceitua a

Constituição Brasileira no Art. 205,

A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

A seguir destaca-se, de forma cronológica, algumas das fundamentações e marcos

importantes sobre a educação nas prisões brasileiras:

o 1984: Lei de Execução Penal – Lei 7.210

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__________________________________________________________________________________409

Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando

prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade.

Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso.

Art. 11. A assistência será:

I - material;

II - à saúde;

III - jurídica;

IV - educacional;

V - social;

Art. 17 à 21. Tratam da assistência educacional no sistema prisional, inclui a

instrução escolar e a formação profissional.

Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua natureza, deverá contar em

suas dependências com áreas e serviços destinados a dar assistência, educação, trabalho,

recreação e prática esportiva.

§ 4o Serão instaladas salas de aulas destinadas a cursos do ensino básico e

profissionalizante.(Incluído pela Lei nº 12.245, de 2010)

Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto

poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena. (Redação

dada pela Lei nº 12.433, de 2011)

o 1996: Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Lei 9.394

Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de

liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno

desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua

qualificação para o trabalho.

Art. 5º O acesso ao ensino fundamental é direito público subjetivo, podendo

qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical,

entidade de classe ou outra legalmente constituída, e, ainda, o Ministério Público, acionar

o Poder Público para exigi-lo.

o 2005: A publicação “Educando para a Liberdade”: trajetória, debates e proposições de um projeto para a educação nas prisões brasileiras

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__________________________________________________________________________________410

A cooperação para a oferta de educação nas prisões ganhou novos contornos a partir

de 2005 com a criação do “Projeto Educando para a Liberdade”, que contou com a parceria

da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e da

Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) permitindo pôr na agenda das políticas

públicas um tema periférico e invisível para parte considerável da população brasileira.

Essa iniciativa promoveu a abertura de espaços para o diálogo e a construção coletiva

de referenciais para o setor. Entre 2005 e 2007 foram realizados encontros estaduais,

regionais e nacionais que contaram com a participação de representantes, de gestores, de

professores, de agentes penitenciários, de técnicos, de operadores da execução penal e dos

presos.

Desses encontros saíram as propostas que subsidiaram a elaboração das resoluções do

Conselho Nacional de Educação e do Conselho Nacional de Políticas Criminal e Penitenciária.

o Diretrizes e recomendações dos Conselhos Nacionais de Educação (CNE) e

Política Criminal e Penitenciária (CNPCP)

Vale destacar as diversas diretrizes e recomendações emanadas pelos Conselhos

Nacionais de Educação (CNE) e Política Criminal e Penitenciária (CNPCP). Observa-se que

ações coordenadas pelos Ministérios da Justiça e da Educação em parceria com os estados e

com a sociedade civil organizada vêm demandando bastante aos conselhos. Dentre as diversas

recomendações e diretrizes, pontua-se, a Resolução nº 3, de 11 de março de 2009, na qual o

CNPCP aprovou as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação nos estabelecimentos

penais no âmbito da política de execução penal. A Resolução nº 2, de 19 de maio de 2010, na

qual o CNE aprovou as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação para jovens e adultos

em situação de privação de liberdade no âmbito das políticas de educação. E a Resolução nº

4, de 30 de maio de 2016, na qual o CNE aprovou as Diretrizes Operacionais Nacionais para a

remição de pena pelo estudo de pessoas em privação de liberdade nos estabelecimentos

penais do sistema prisional brasileiro.

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__________________________________________________________________________________411

o 2011: Plano Estratégico de Educação no Âmbito do Sistema Prisional -Decreto

nº 7.626

Institui o Plano Estratégico de Educação no Âmbito do Sistema Prisional (PEESP) que

tem como finalidade ampliar e qualificar a oferta de educação nos estabelecimentos penais,

contemplando a educação básica na modalidade de educação de jovens e adultos, a educação

profissional e tecnológica, e a educação superior.

Dentre as diversas diretrizes do PEESP, destaca-se a integração dos órgãos

responsáveis pelo ensino público com os órgãos responsáveis pela execução penal, tanto a

nível estadual quanto federal.

. Segundo o Decreto, compete ao MEC o apoio financeiro para equipar e aparelhar os

espaços, distribuir material didático, compor os acervos das bibliotecas, fomentar programas

de alfabetização e de educação de jovens e adultos e de capacitação dos profissionais; ao MJ,

o apoio financeiro para construção, ampliação e reforma dos espaços destinados à educação

nos estabelecimentos penais.

Para acessar os recursos do orçamento federal os Estados e o Distrito Federal

deveriam apresentar plano de ação contendo:

a) diagnóstico das demandas de educação no âmbito dos estabelecimentos

penais;

b) estratégias e metas para sua implementação; e

c) as atribuições e responsabilidades de cada órgão, especialmente quanto à

adequação dos espaços destinados às atividades educacionais nos estabelecimentos

penais, à formação e à contratação de professores e de outros profissionais da

educação, à produção de material didático e à integração da educação de jovens e

adultos à educação profissional e tecnológica.

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O PEESP promove um alinhamento estratégico entre o planejamento dos estados

e as políticas implementadas pelo Governo Federal. Esse alinhamento permite dimensionar

os recursos a serem transferidos no âmbito do PAR, a distribuição do material didático e a

política de formação continuada para os servidores que atuam na oferta de educação em

prisões.

Os Ministérios da Educação e da Justiça compreenderam o plano de ação previsto

no Decreto nº 7.626/2011 como parte de um esforço maior de organização da oferta de

educação nas prisões e nesse sentido fomentaram a elaboração de Planos Estaduais de

Educação nas prisões. Essa estratégia foi pactuada no III Seminário Nacional de Educação nas

Prisões realizado no primeiro semestre de 2012.

Para subsidiar a elaboração dos planos o Governo Federal apresentou um Guia de

Orientações sugerindo que os planos contivessem informações sobre a gestão e organização

da oferta de educação, a formação continuada dos profissionais, exames de certificação de

exames e estratégias de acompanhamento das ações. Todos os itens que compõe esse guia

estão vinculados aos normativos legais que definem como deve ser oferta de educação.

No sentido de orientar a elaboração dos planos de ação e permitir uma análise

técnica mais qualificada, o guia indicava a importância de apresentar um amplo diagnóstico

com informações sobre a quantidade de estabelecimentos penais com oferta de educação, a

quantidade de salas de aula, espaços de leituras e laboratórios de informática, além do perfil

dos professores e dos agentes penitenciários.

II- DA ANÁLISE DOS DADOS NACIONAIS DE EDUCAÇÃO NAS

PRISÕES.

WW) O crescimento da quantidade de presos em atividades educacionais – base de dados Infopen

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__________________________________________________________________________________413

XX)

Ao analisar o gráfico acima observa-se que houve um crescimento de 61% de presos

estudando no Brasil entre os anos de 2008 e 2014, enquanto no mesmo período, houve um

crescimento de 45% da população carcerária no país.

B) A evolução das matrículas no Brasil – base de dados Educacenso

Através do dados de alunos matriculados apresentados pelo Educacenso/MEC

constata-se um crescimento de 97% de presos matriculados no período.

C) A evolução de matrículas por regiões – base de dados Educacenso

34

32

1 41

65

9

37

99

8 46

22

3

44

79

8

54

81

0

55

62

3

34

32

1 41

65

9

37

99

8 46

22

3

44

79

8

54

81

0

55

62

3

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Número de presos estudando Linha de Crescimento

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__________________________________________________________________________________414

Destaca-se que a região Centro-Oeste teve o maior crescimento percentual de presos

matriculados com um crescimento de 175% no período. Enquanto a região Norte teve o

menor crescimento de apenas 5%.

D) Presos envolvidos em atividades educacionais, por nível de ensino

Na tabela a seguir, observa-se que dos presos inseridos em atividades educacionais, 87% estão

inseridos na modalidade de Educação de Jovens e Adultos, evidenciando a importância que

esta ação possui para o sistema prisional brasileiro. Por outro lado, constata-se que 0% dos

presos estão cursando ensino superior.

UF

Alf

abet

izaç

ão

Ensi

no

Fu

nd

ame

nta

l

Ensi

no

méd

io

Ensi

no

su

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Cu

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80

0 h

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Cu

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ão p

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nal

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16

0 h

ora

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e

aula

)

AC 18% 49% 2% 0% 0% 31%

AL 18% 56% 4% 0% 0% 22%

AM 17% 65% 18% 0% 0% 0%

AP 4% 17% 35% 0% 0% 43%

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__________________________________________________________________________________415

Fonte: Dez.2014/Infopen-MJ

E) O crescimento da oferta de educação nas prisões por dependência

administrativa

BA 19% 59% 16% 0% 1% 6%

CE 13% 50% 12% 0% 0% 25%

DF 10% 40% 19% 2% 2% 27%

ES 15% 47% 19% 0% 3% 15%

GO 15% 71% 11% 3% 0% 0%

MA 40% 40% 15% 4% 1% 0%

MG 15% 59% 18% 2% 0% 6%

MS 15% 66% 14% 2% 2% 2%

MT 17% 53% 21% 0% 1% 8%

PA 8% 80% 9% 0% 2% 1%

PB 35% 42% 15% 0% 3% 5%

PE 28% 59% 12% 0% 1% 0%

PI 76% 24% 0% 0% 0% 0%

PR 10% 56% 19% 0% 3% 12%

RJ 17% 75% 7% 0% 0% 1%

RN 46% 36% 13% 0% 0% 5%

RO 25% 44% 17% 1% 8% 5%

RR 5% 70% 22% 2% 1% 1%

RS 17% 45% 37% 0% 0% 1%

SC 15% 51% 19% 1% 6% 10%

SE 42% 27% 24% 7% 0% 0%

SP 15% 37% 26% 0% 0% 21%

TO 16% 57% 16% 0% 5% 7%

Brasil 17% 51% 19% 0% 1% 12%

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__________________________________________________________________________________416

Fonte:MEC-INEP

Ao analisar o gráfico acima, constata-se que a partir do ano de 2010 há uma mudança

significativa em função da dependência administrativa, que se caracteriza pelo Ente

Federativo (Municipal, Estadual, Distrito Federal ou União), ou ainda, pelo setor privado que

ofertam educação nas prisões. Houve crescimento de 75% ofertado pelos Estados, enquanto,

houve decréscimo de 286% ofertado pelos municípios, fato que demonstra a

responsabilização e aceitação dos Estados na oferta educacional no sistema prisional.

F) O crescimento de inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM PPL

Fonte:MEC-INEP

0

50

100

150

200

250

300

350

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

NÚMERO DE MUNICIPIOS COM OFERTAPOR DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA/ANO

Federal Estados Municípios Privadas

13

90

8

23

66

5

30

34

1

35

80

4

42

54

2

13

90

8

23

66

5

30

34

1

35

80

4

42

54

2

2011 2012 2013 2014 2015

Número de alunos inscritos no Enen PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________417

Apesar do fomento da oferta de Educação de Jovens e Adultos, a falta de espaços para

a ampliação de novas turmas, estimula a realização dos exames de certificação, que por outro

lado aponta o crescimento na procura pela elevação da escolaridade.

G) O crescimento de inscritos no Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – ENCCEJA PPL Fonte: MEC-INEP

H) O crescimento de inscritos no Programa Nacional de Acesso ao Ensino

Técnico e Emprego – PRONATEC

Fonte: SETEC-MEC

Observa-se relação direta no crescimento de inscritos no Programa Nacional de Acesso

ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) com a evolução da oferta educacional desde o início

dos Planos Estaduais de Educação nas Prisões no ano de 2012.

50

94

20

85

2

19

14

0

50

94

20

85

2

19

14

0

2013 2014 2015 - 1° Semestre

Número de alunos inscritos no Pronatec PPL Evolução no número de inscritos

1810

9

2294

0

1810

9

2294

0

2012 2013

Número de alunos inscritos no Ecceja PPL Evolução no número de inscritos

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III- DA ANÁLISE E INSTRUÇÕES GERAIS POR UNIDADE

FEDERATIVA - São Paulo

A) A evolução da quantidade de presos em atividades educacionais

Fonte: INFOPEN-MJ

B) A evolução das matrículas na Unidade Federativa

Fonte: EDUCACENSO-MEC-INEP

16

54

6

15

53

4

14

97

1

14

35

9

11

32

6

11

82

3

17

66

6

16

54

6

15

53

4

14

97

1

14

35

9

11

32

6

11

82

3

17

66

6

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Número de presos estudando Linha de Crescimento

13

47

13

49

81

4

80

55 1

03

29

12

02

0

13

21

4

14

72

9

1

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Número de presos Matriculados

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__________________________________________________________________________________419

C) Presos envolvidos em atividades educacionais, por nível de ensino

Fonte: Dez.2014/INFOPEN-MJ

D) Inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM PPL

Fonte: INEP-MEC

E) Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – ENCCEJA PPL

678

8 861

5 96

86

12

19

0 14

36

3

678

8 86

15 968

6

12

19

0 14

36

3

2 0 1 1 2 0 1 2 2 0 1 3 2 0 1 4 2 0 1 5

Número de alunos inscritos no Enen PPL Evolução no número de inscritos

UF

Alf

abet

izaç

ão

Ensi

no

Fu

nd

ame

nta

l

Ensi

no

méd

io

Ensi

no

su

per

ior

Cu

Cu

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l e c

on

tin

uad

a (c

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itaç

ão

pro

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ion

al, a

cim

a d

e 1

60

ho

ras

de

aula

)

SP 15% 37% 26% 0% 0% 21%

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__________________________________________________________________________________420

Fonte: INEP-MEC

F) Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – PRONATEC

Fonte: SETEC-MEC

G) Das análises e instruções específicas do Plano

As análises e instruções específicas para cada Unidade Federativa são alicerçadas no “Guia

com Orientações para Subsidiar as Unidades federativas para a Elaboração do Plano de

educação nas Prisões”. Portanto, as observações e orientações de ajustes de cada item do

plano estão demonstradas abaixo:

ATENDE ÀS ORIENTAÇÕES DO PLANO

No. Itens para Análise SIM PARCIAL NÃO

01. APRESENTAÇÃO DO PLANO X

59

75

80

21

59

75

80

21

2 0 1 3 2 0 1 4

Número de alunos inscritos no Ecceja PPL Evolução no número de inscritos

11

07

62

20

19

47

11

07

62

20

19

47

2 0 1 3 2 0 1 4 2 0 1 5

Número de alunos inscritos no Pronatec PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________421

02. CONCEPÇÕES FUNDAMENTAIS E NORTEADORAS DA OFERTA EDUCAÇÃO NO SISTEMA PRISIONAL

X

03. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES NO ESTADO X

04. DIAGNÓSTICO X

05. GESTÃO X

5.1. ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS X

5.2. REGRAS E PROCEDIMENTOS DE ROTINA X

5.3. GESTÃO DE PESSOAS X

5.4. REGISTROS ESCOLARES X

5.5. ARTICULAÇÃO E PARCERIAS X

06. FINANCIAMENTO X

07. ORGANIZAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO FORMAL X

08. ORGANIZAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL E DA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

X

09. FORMAÇÃO/CAPACITAÇÃO DOS PROFISSIONAIS X

10. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E ATENDIMENTO À DIVERSIDADE X

11. CERTIFICAÇÃO X

12. INFRAESTRUTURA FÍSICA X

13. MATERIAL DIDÁTICO E LITERÁRIO X

14. REMIÇÃO DA PENA PELO ESTUDO X

15. ATENDIMENTO ÀS CRIANÇAS X

16. ACOMPANHAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO X

17. PLANO DE AÇÃO X

META I – AMPLIAÇÃO DA MATRÍCULA DA EDUCAÇÃO FORMAL X

META II – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL X

META III – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

X

META IV – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE INSCRITOS NOS EXAMES DE CERTIFICAÇÃO

X

META V – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE BIBLIOTECAS E DE ESPAÇOS DE LEITURA

X

META VI – MELHORIA NA QUALIDADE DA OFERTA DE EDUCAÇÃO

X

ORIENTAÇÃO AO ESTADO:

. Todos os itens atendem as orientações emanadas pelo Ministério da Educação e

Departamento Penitenciário Nacional, através do “Guia com Orientações para Subsidiar as

Unidades federativas para a Elaboração do Plano de educação nas Prisões”.

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__________________________________________________________________________________422

IV- INSTRUÇÕES E RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA MELHORIAS

NA EXECUÇÃO, ACOMPANHEMENTO E AVALIAÇÃO DOS PLANOS

O Plano Estadual de Educação nas Prisões objetiva executar ações em conjunto, para

tanto, dentre as diversas diretrizes do plano, destaca-se a importância da interlocução entre

os atores regionais. A promoção de maior diálogo entre as Secretarias de Estado de Educação

e de Administração Prisional permite a realização de ações articuladas, que por sua vez são

essenciais para a evolução e aprimoramento desta política.

Conforme destacado no Art. 4o,, do Decreto 7.626, de 2011, que institui o PEESP,

este tem como objetivo:

I - executar ações conjuntas e troca de informações entre órgãos

federais, estaduais e do Distrito Federal com atribuições nas áreas de

educação e de execução penal;

Neste sentido, sugere-se a criação de Comitê Estadual que acompanhará e avaliará as

ações previstas no Plano Estadual de Educação nas Prisões. Sugere-se que, além das

Secretarias de Estado de Educação e de Administração Prisional, sejam convidados a participar

deste comitê representantes dos:

Ministério Público;

Defensoria Pública;

Vara de Execução Penal;

Conselho Estadual da Educação;

Conselho Estadual Penitenciário;

Conselho da Comunidade.

O comitê gestor de acompanhamento, monitoração e avaliação organizará propostas

de visitas semestrais aos Estabelecimentos Penais. Visando sistematizar o planejamento,

sugere-se que, após a realização das visitas nos espaços educacionais inseridos no âmbito das

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__________________________________________________________________________________423

prisões, o comitê gestor irá elaborar relatório técnico constando o detalhamento de todas as

etapas executadas, resultados e recomendações que se fizerem necessárias e os encaminhará

às respectivas Secretarias de Educação e Administração Prisional, de modo que o fluxo de

informações provenientes deste relatório venha apontar os resultados alcançados e/ou ainda

subsidiar o redimensionamento das atividades ao longo do curso.

No decorrer de cada semestre e de acordo com as problemáticas evidenciadas pelo

Comitê gestor, este poderá propor aos Secretários de Estado de Educação e de Administração

Prisional ações afim de garantir a execução e metas estabelecidas nos Plano Estaduais

abrangendo estratégias de formação educacional da população carcerária e dos profissionais

envolvidos em sua implementação

V - INTRUÇÕES DO PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO NAS PRISÕES - 2017

O Plano é um instrumento de planejamento das Unidades Federativas que auxilia e

subsidia o organização das ações de reintegração social do Governo Federal. Por sua vez, o

monitoramento e avaliação das ações de educação serão realizados a partir da análise das

informações apresentadas ao INFOPEN e disponíveis no Censo Escolar do INEP.

A seguir, instruções importantes sobre os Planos Estaduais de Educação nas Prisões a partir

de 2017:

o Será quadrienal;

o Novas informações, por escola, serão incluídas, como o detalhamento se são

exclusivas ou vinculas, sobre os Projetos Políticos Pedagógicos, os Regimentos

Internos, entre outros; e

o Em breve, um novo guia a fim de orientar as Unidades Federativas sobre a

elaboração dos Planos Estaduais de Educação nas Prisões será apresentado.

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__________________________________________________________________________________425

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL

DIRETORIA DE POLÍTICAS PENITENCIÁRIAS

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA, ALFABETIZAÇÃO,

DIVERSIDADE E INCLUSÃO DIRETORIA DE POLÍTICAS DE ALFABETIZAÇÃO E EDUCAÇÃO DE

JOVENS E ADULTOS

NOTA TÉCNICA CONJUNTA MEC/MJ ASSUNTO: PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO NAS PRISÕES 2015-2016

I- DO CONTEXTO DA POLÍTICA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES,

MARCOS LEGAIS E EVOLUÇÃO HISTÓRICA.

A educação é um direito humano universal e confirmado pela Constituição da

República Brasileira. Apesar disso, grandes são as barreiras que impedem o efetivo acesso à

este direito, sobretudo, quando se trata de uma parcela invisível da sociedade que são as

pessoas privadas de liberdade.

Há centenas de anos possui-se o registro sobre o aprisionamento no Brasil, porém a

educação está inserida neste contexto há pouquíssimo tempo. Conforme preceitua a

Constituição Brasileira no Art. 205,

A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

A seguir destaca-se, de forma cronológica, algumas das fundamentações e marcos

importantes sobre a educação nas prisões brasileiras:

o 1984: Lei de Execução Penal – Lei 7.210

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__________________________________________________________________________________426

Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando

prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade.

Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso.

Art. 11. A assistência será:

I - material;

II - à saúde;

III - jurídica;

IV - educacional;

V - social;

Art. 17 à 21. Tratam da assistência educacional no sistema prisional, inclui a

instrução escolar e a formação profissional.

Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua natureza, deverá contar em

suas dependências com áreas e serviços destinados a dar assistência, educação, trabalho,

recreação e prática esportiva.

§ 4o Serão instaladas salas de aulas destinadas a cursos do ensino básico e

profissionalizante.(Incluído pela Lei nº 12.245, de 2010)

Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto

poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena. (Redação

dada pela Lei nº 12.433, de 2011)

o 1996: Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Lei 9.394

Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de

liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno

desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua

qualificação para o trabalho.

Art. 5º O acesso ao ensino fundamental é direito público subjetivo, podendo

qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical,

entidade de classe ou outra legalmente constituída, e, ainda, o Ministério Público, acionar

o Poder Público para exigi-lo.

o 2005: A publicação “Educando para a Liberdade”: trajetória, debates e proposições de um projeto para a educação nas prisões brasileiras

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__________________________________________________________________________________427

A cooperação para a oferta de educação nas prisões ganhou novos contornos a partir

de 2005 com a criação do “Projeto Educando para a Liberdade”, que contou com a parceria

da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e da

Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) permitindo pôr na agenda das políticas

públicas um tema periférico e invisível para parte considerável da população brasileira.

Essa iniciativa promoveu a abertura de espaços para o diálogo e a construção coletiva

de referenciais para o setor. Entre 2005 e 2007 foram realizados encontros estaduais,

regionais e nacionais que contaram com a participação de representantes, de gestores, de

professores, de agentes penitenciários, de técnicos, de operadores da execução penal e dos

presos.

Desses encontros saíram as propostas que subsidiaram a elaboração das resoluções do

Conselho Nacional de Educação e do Conselho Nacional de Políticas Criminal e Penitenciária.

o Diretrizes e recomendações dos Conselhos Nacionais de Educação (CNE) e

Política Criminal e Penitenciária (CNPCP)

Vale destacar as diversas diretrizes e recomendações emanadas pelos Conselhos

Nacionais de Educação (CNE) e Política Criminal e Penitenciária (CNPCP). Observa-se que

ações coordenadas pelos Ministérios da Justiça e da Educação em parceria com os estados e

com a sociedade civil organizada vem demandando bastante aos conselhos. Dentre as diversas

recomendações e diretrizes, pontua-se, a Resolução nº 3, de 11 de março de 2009, na qual o

CNPCP aprovou as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação nos estabelecimentos

penais no âmbito da política de execução penal. A Resolução nº 2, de 19 de maio de 2010, na

qual o CNE aprovou as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação para jovens e adultos

em situação de privação de liberdade no âmbito das políticas de educação. E a Resolução nº

4, de 30 de maio de 2016, na qual o CNE aprovou as Diretrizes Operacionais Nacionais para a

remição de pena pelo estudo de pessoas em privação de liberdade nos estabelecimentos

penais do sistema prisional brasileiro.

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__________________________________________________________________________________428

o 2011: Plano Estratégico de Educação no Âmbito do Sistema Prisional -Decreto

nº 7.626

Institui o Plano Estratégico de Educação no Âmbito do Sistema Prisional (PEESP) que

tem como finalidade ampliar e qualificar a oferta de educação nos estabelecimentos penais,

contemplando a educação básica na modalidade de educação de jovens e adultos, a educação

profissional e tecnológica, e a educação superior.

Dentre as diversas diretrizes do PEESP, destaca-se a integração dos órgãos

responsáveis pelo ensino público com os órgãos responsáveis pela execução penal, tanto a

nível estadual quanto federal.

. Segundo o Decreto, compete ao MEC o apoio financeiro para equipar e aparelhar os

espaços, distribuir material didático, compor os acervos das bibliotecas, fomentar programas

de alfabetização e de educação de jovens e adultos e de capacitação dos profissionais; ao MJ,

o apoio financeiro para construção, ampliação e reforma dos espaços destinados à educação

nos estabelecimentos penais.

Para acessar os recursos do orçamento federal os Estados e o Distrito Federal

deveriam apresentar plano de ação contendo:

a) diagnóstico das demandas de educação no âmbito dos estabelecimentos

penais;

b) estratégias e metas para sua implementação; e

c) as atribuições e responsabilidades de cada órgão, especialmente quanto à

adequação dos espaços destinados às atividades educacionais nos estabelecimentos

penais, à formação e à contratação de professores e de outros profissionais da

educação, à produção de material didático e à integração da educação de jovens e

adultos à educação profissional e tecnológica.

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__________________________________________________________________________________429

O PEESP promove um alinhamento estratégico entre o planejamento dos estados

e as políticas implementadas pelo Governo Federal. Esse alinhamento permite dimensionar

os recursos a serem transferidos no âmbito do PAR, a distribuição do material didático e a

política de formação continuada para os servidores que atuam na oferta de educação em

prisões.

Os Ministérios da Educação e da Justiça compreenderam o plano de ação previsto

no Decreto nº 7.626/2011 como parte de um esforço maior de organização da oferta de

educação nas prisões e nesse sentido fomentaram a elaboração de Planos Estaduais de

Educação nas prisões. Essa estratégia foi pactuada no III Seminário Nacional de Educação nas

Prisões realizado no primeiro semestre de 2012.

Para subsidiar a elaboração dos planos o Governo Federal apresentou um Guia de

Orientações sugerindo que os planos contivessem informações sobre a gestão e organização

da oferta de educação, a formação continuada dos profissionais, exames de certificação de

exames e estratégias de acompanhamento das ações. Todos os itens que compõe esse guia

estão vinculados aos normativos legais que definem como deve ser oferta de educação.

No sentido de orientar a elaboração dos planos de ação e permitir uma análise

técnica mais qualificada, o guia indicava a importância de apresentar um amplo diagnóstico

com informações sobre a quantidade de estabelecimentos penais com oferta de educação, a

quantidade de salas de aula, espaços de leituras e laboratórios de informática, além do perfil

dos professores e dos agentes penitenciários.

II- DA ANÁLISE DOS DADOS NACIONAIS DE EDUCAÇÃO NAS

PRISÕES.

YY) O crescimento da quantidade de presos em atividades educacionais – base de dados Infopen

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__________________________________________________________________________________430

ZZ)

Ao analisar o gráfico acima observa-se que houve um crescimento de 61% de presos

estudando no Brasil entre os anos de 2008 e 2014, enquanto no mesmo período, houve um

crescimento de 45% da população carcerária no país.

B) A evolução das matrículas no Brasil – base de dados Educacenso

Através do dados de alunos matriculados apresentados pelo Educacenso/MEC

constata-se um crescimento de 97% de presos matriculados no período.

C) A evolução de matrículas por regiões – base de dados Educacenso

34

32

1 41

65

9

37

99

8 46

22

3

44

79

8

54

81

0

55

62

3

34

32

1 41

65

9

37

99

8 46

22

3

44

79

8

54

81

0

55

62

3

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Número de presos estudando Linha de Crescimento

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__________________________________________________________________________________431

Destaca-se que a região Centro-Oeste teve o maior crescimento percentual de presos

matriculados com um crescimento de 175% no período. Enquanto a região Norte teve o

menor crescimento de apenas 5%.

D) Presos envolvidos em atividades educacionais, por nível de ensino

Na tabela a seguir, observa-se que dos presos inseridos em atividades educacionais, 87% estão

inseridos na modalidade de Educação de Jovens e Adultos, evidenciando a importância que

esta ação possui para o sistema prisional brasileiro. Por outro lado, constata-se que 0% dos

presos estão cursando ensino superior.

UF

Alf

abet

izaç

ão

Ensi

no

Fu

nd

ame

nta

l

Ensi

no

méd

io

Ensi

no

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80

0 h

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16

0 h

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e

aula

)

AC 18% 49% 2% 0% 0% 31%

AL 18% 56% 4% 0% 0% 22%

AM 17% 65% 18% 0% 0% 0%

AP 4% 17% 35% 0% 0% 43%

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__________________________________________________________________________________432

Fonte: Dez.2014/Infopen-MJ

E) O crescimento da oferta de educação nas prisões por dependência

administrativa

BA 19% 59% 16% 0% 1% 6%

CE 13% 50% 12% 0% 0% 25%

DF 10% 40% 19% 2% 2% 27%

ES 15% 47% 19% 0% 3% 15%

GO 15% 71% 11% 3% 0% 0%

MA 40% 40% 15% 4% 1% 0%

MG 15% 59% 18% 2% 0% 6%

MS 15% 66% 14% 2% 2% 2%

MT 17% 53% 21% 0% 1% 8%

PA 8% 80% 9% 0% 2% 1%

PB 35% 42% 15% 0% 3% 5%

PE 28% 59% 12% 0% 1% 0%

PI 76% 24% 0% 0% 0% 0%

PR 10% 56% 19% 0% 3% 12%

RJ 17% 75% 7% 0% 0% 1%

RN 46% 36% 13% 0% 0% 5%

RO 25% 44% 17% 1% 8% 5%

RR 5% 70% 22% 2% 1% 1%

RS 17% 45% 37% 0% 0% 1%

SC 15% 51% 19% 1% 6% 10%

SE 42% 27% 24% 7% 0% 0%

SP 15% 37% 26% 0% 0% 21%

TO 16% 57% 16% 0% 5% 7%

Brasil 17% 51% 19% 0% 1% 12%

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__________________________________________________________________________________433

Fonte:MEC-INEP

Ao analisar o gráfico acima, constata-se que a partir do ano de 2010 há uma mudança

significativa em função da dependência administrativa, que se caracteriza pelo Ente

Federativo (Municipal, Estadual, Distrito Federal ou União), ou ainda, pelo setor privado que

ofertam educação nas prisões. Houve crescimento de 75% ofertado pelos Estados, enquanto,

houve decréscimo de 286% ofertado pelos municípios, fato que demonstra a

responsabilização e aceitação dos Estados na oferta educacional no sistema prisional.

F) O crescimento de inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM PPL

Fonte:MEC-INEP

0

50

100

150

200

250

300

350

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

NÚMERO DE MUNICIPIOS COM OFERTAPOR DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA/ANO

Federal Estados Municípios Privadas

13

90

8

23

66

5

30

34

1

35

80

4

42

54

2

13

90

8

23

66

5

30

34

1

35

80

4

42

54

2

2011 2012 2013 2014 2015

Número de alunos inscritos no Enen PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________434

Apesar do fomento da oferta de Educação de Jovens e Adultos, a falta de espaços para

a ampliação de novas turmas, estimula a realização dos exames de certificação, que por outro

lado aponta o crescimento na procura pela elevação da escolaridade.

G) O crescimento de inscritos no Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – ENCCEJA PPL Fonte: MEC-INEP

H) O crescimento de inscritos no Programa Nacional de Acesso ao Ensino

Técnico e Emprego – PRONATEC

Fonte: SETEC-MEC

Observa-se relação direta no crescimento de inscritos no Programa Nacional de Acesso

ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) com a evolução da oferta educacional desde o início

dos Planos Estaduais de Educação nas Prisões no ano de 2012.

50

94

20

85

2

19

14

0

50

94

20

85

2

19

14

0

2013 2014 2015 - 1° Semestre

Número de alunos inscritos no Pronatec PPL Evolução no número de inscritos

1810

9

2294

0

1810

9

2294

0

2012 2013

Número de alunos inscritos no Ecceja PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________435

III- DA ANÁLISE E INSTRUÇÕES GERAIS POR UNIDADE

FEDERATIVA - Sergipe

A) A evolução da quantidade de presos em atividades educacionais

Fonte: INFOPEN-MJ

B) A evolução das matrículas na Unidade Federativa

Fonte: EDUCACENSO-MEC-INEP

11

3 18

5

58

2

23

3

84 11

4

83

4

18

5

58

2

23

3

84 11

4

83

42008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Número de presos estudando Linha de Crescimento

25

8

89

19

1

15

2

75

12

69 8

6

89

19

1

15

2

75

12

69 8

6

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Número de presos Matriculados Linha de Crescimento

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__________________________________________________________________________________436

C) Presos envolvidos em atividades educacionais, por nível de ensino

Fonte: Dez.2014/INFOPEN-MJ

D) Inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM PPL

Fonte: INEP-MEC

E) Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – ENCCEJA PPL

77

13

8

13

2

15

6

16

1

77

13

8

13

2

15

6

16

1

2 0 1 1 2 0 1 2 2 0 1 3 2 0 1 4 2 0 1 5

Número de alunos inscritos no Enen PPL Evolução no número de inscritos

UF

Alf

abet

izaç

ão

Ensi

no

Fu

nd

ame

nta

l

Ensi

no

méd

io

Ensi

no

su

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ior

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aula

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SE 42% 27% 24% 7% 0% 0%

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__________________________________________________________________________________437

Fonte: INEP-MEC

F) Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – PRONATEC

Fonte: SETEC-MEC

G) Das análises e instruções específicas do Plano

As análises e instruções específicas para cada Unidade Federativa são alicerçadas no “Guia

com Orientações para Subsidiar as Unidades federativas para a Elaboração do Plano de

educação nas Prisões”. Portanto, as observações e orientações de ajustes de cada item do

plano estão demonstradas abaixo:

ATENDE ÀS ORIENTAÇÕES DO PLANO

No. Itens para Análise SIM PARCIAL NÃO

01. APRESENTAÇÃO DO PLANO X

02. CONCEPÇÕES FUNDAMENTAIS E NORTEADORAS DA OFERTA EDUCAÇÃO NO SISTEMA PRISIONAL

X

12

2

16

5

12

2

16

5

2013 2014

Número de alunos inscritos no Ecceja PPL Evolução no número de inscritos

29

43 44

29

43 44

2 0 1 3 2 0 1 4 2 0 1 5

Número de alunos inscritos no Pronatec PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________438

03. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES NO ESTADO X

04. DIAGNÓSTICO X

05. GESTÃO X

5.1. ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS X

5.2. REGRAS E PROCEDIMENTOS DE ROTINA X

5.3. GESTÃO DE PESSOAS X

5.4. REGISTROS ESCOLARES X

5.5. ARTICULAÇÃO E PARCERIAS X

06. FINANCIAMENTO X

07. ORGANIZAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO FORMAL X

08. ORGANIZAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL E DA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

X

09. FORMAÇÃO/CAPACITAÇÃO DOS PROFISSIONAIS X

10. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E ATENDIMENTO À DIVERSIDADE X

11. CERTIFICAÇÃO X

12. INFRAESTRUTURA FÍSICA X

13. MATERIAL DIDÁTICO E LITERÁRIO X

14. REMIÇÃO DA PENA PELO ESTUDO X

15. ATENDIMENTO ÀS CRIANÇAS X

16. ACOMPANHAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO X

17. PLANO DE AÇÃO X

META I – AMPLIAÇÃO DA MATRÍCULA DA EDUCAÇÃO FORMAL X

META II – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL X

META III – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

X

META IV – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE INSCRITOS NOS EXAMES DE CERTIFICAÇÃO

X

META V – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE BIBLIOTECAS E DE ESPAÇOS DE LEITURA

X

META VI – MELHORIA NA QUALIDADE DA OFERTA DE EDUCAÇÃO

X

ORIENTAÇÃO AO ESTADO:

.

ITEM 17: META V – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE BIBLIOTECAS E

DE ESPAÇOS DE LEITURA

Neste item, a meta V – “AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE BIBLIOTECAS E DE ESPAÇOS DE

LEITURA” não foi informada. Portanto, orienta-se a sua inclusão.

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__________________________________________________________________________________439

ITEM 17: META VI – MELHORIA NA QUALIDADE DA OFERTA DE

EDUCAÇÃO

Neste item, a meta V – “MELHORIA NA QUALIDADE DA OFERTA DE EDUCAÇÃO” não foi

informada. Portanto, orienta-se a sua inclusão.

IV- INSTRUÇÕES E RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA MELHORIAS

NA EXECUÇÃO, ACOMPANHEMENTO E AVALIAÇÃO DOS PLANOS

O Plano Estadual de Educação nas Prisões objetiva executar ações em conjunto, para

tanto, dentre as diversas diretrizes do plano, destaca-se a importância da interlocução entre

os atores regionais. A promoção de maior diálogo entre as Secretarias de Estado de Educação

e de Administração Prisional permite a realização de ações articuladas, que por sua vez são

essenciais para a evolução e aprimoramento desta política.

Conforme destacado no Art. 4o,, do Decreto 7.626, de 2011, que institui o PEESP,

este tem como objetivo:

I - executar ações conjuntas e troca de informações entre órgãos

federais, estaduais e do Distrito Federal com atribuições nas áreas de

educação e de execução penal;

Neste sentido, sugere-se a criação de Comitê Estadual que acompanhará e avaliará as

ações previstas no Plano Estadual de Educação nas Prisões. Sugere-se que, além das

Secretarias de Estado de Educação e de Administração Prisional, sejam convidados a participar

deste comitê representantes dos:

Ministério Público;

Defensoria Pública;

Vara de Execução Penal;

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__________________________________________________________________________________440

Conselho Estadual da Educação;

Conselho Estadual Penitenciário;

Conselho da Comunidade.

O comitê gestor de acompanhamento, monitoração e avaliação organizará propostas

de visitas semestrais aos Estabelecimentos Penais. Visando sistematizar o planejamento,

sugere-se que, após a realização das visitas nos espaços educacionais inseridos no âmbito das

prisões, o comitê gestor irá elaborar relatório técnico constando o detalhamento de todas as

etapas executadas, resultados e recomendações que se fizerem necessárias e os encaminhará

às respectivas Secretarias de Educação e Administração Prisional, de modo que o fluxo de

informações provenientes deste relatório venha apontar os resultados alcançados e/ou ainda

subsidiar o redimensionamento das atividades ao longo do curso.

No decorrer de cada semestre e de acordo com as problemáticas evidenciadas pelo

Comitê gestor, este poderá propor aos Secretários de Estado de Educação e de Administração

Prisional ações afim de garantir a execução e metas estabelecidas nos Plano Estaduais

abrangendo estratégias de formação educacional da população carcerária e dos profissionais

envolvidos em sua implementação

V - INTRUÇÕES DO PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO NAS PRISÕES - 2017

O Plano é um instrumento de planejamento das Unidades Federativas que auxilia e

subsidia o organização das ações de reintegração social do Governo Federal. Por sua vez, o

monitoramento e avaliação das ações de educação serão realizados a partir da análise das

informações apresentadas ao INFOPEN e disponíveis no Censo Escolar do INEP.

A seguir, instruções importantes sobre os Planos Estaduais de Educação nas Prisões a partir

de 2017:

o Será quadrienal;

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__________________________________________________________________________________441

o Novas informações, por escola, serão incluídas, como o detalhamento se são

exclusivas ou vinculas, sobre os Projetos Políticos Pedagógicos, os Regimentos

Internos, entre outros; e

o Em breve, um novo guia a fim de orientar as Unidades Federativas sobre a

elaboração dos Planos Estaduais de Educação nas Prisões será apresentado.

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__________________________________________________________________________________442

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL

DIRETORIA DE POLÍTICAS PENITENCIÁRIAS

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA, ALFABETIZAÇÃO,

DIVERSIDADE E INCLUSÃO DIRETORIA DE POLÍTICAS DE ALFABETIZAÇÃO E EDUCAÇÃO DE

JOVENS E ADULTOS

NOTA TÉCNICA CONJUNTA MEC/MJ ASSUNTO: PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO NAS PRISÕES 2015-2016

I- DO CONTEXTO DA POLÍTICA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES,

MARCOS LEGAIS E EVOLUÇÃO HISTÓRICA.

A educação é um direito humano universal e confirmado pela Constituição da

República Brasileira. Apesar disso, grandes são as barreiras que impedem o efetivo acesso à

este direito, sobretudo, quando se trata de uma parcela invisível da sociedade que são as

pessoas privadas de liberdade.

Há centenas de anos possui-se o registro sobre o aprisionamento no Brasil, porém a

educação está inserida neste contexto há pouquíssimo tempo. Conforme preceitua a

Constituição Brasileira no Art. 205,

A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

A seguir destaca-se, de forma cronológica, algumas das fundamentações e marcos

importantes sobre a educação nas prisões brasileiras:

o 1984: Lei de Execução Penal – Lei 7.210

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__________________________________________________________________________________443

Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando

prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade.

Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso.

Art. 11. A assistência será:

I - material;

II - à saúde;

III - jurídica;

IV - educacional;

V - social;

Art. 17 à 21. Tratam da assistência educacional no sistema prisional, inclui a

instrução escolar e a formação profissional.

Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua natureza, deverá contar em

suas dependências com áreas e serviços destinados a dar assistência, educação, trabalho,

recreação e prática esportiva.

§ 4o Serão instaladas salas de aulas destinadas a cursos do ensino básico e

profissionalizante.(Incluído pela Lei nº 12.245, de 2010)

Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto

poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena. (Redação

dada pela Lei nº 12.433, de 2011)

o 1996: Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Lei 9.394

Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de

liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno

desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua

qualificação para o trabalho.

Art. 5º O acesso ao ensino fundamental é direito público subjetivo, podendo

qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical,

entidade de classe ou outra legalmente constituída, e, ainda, o Ministério Público, acionar

o Poder Público para exigi-lo.

o 2005: A publicação “Educando para a Liberdade”: trajetória, debates e proposições de um projeto para a educação nas prisões brasileiras

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__________________________________________________________________________________444

A cooperação para a oferta de educação nas prisões ganhou novos contornos a partir

de 2005 com a criação do “Projeto Educando para a Liberdade”, que contou com a parceria

da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e da

Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) permitindo pôr na agenda das políticas

públicas um tema periférico e invisível para parte considerável da população brasileira.

Essa iniciativa promoveu a abertura de espaços para o diálogo e a construção coletiva

de referenciais para o setor. Entre 2005 e 2007 foram realizados encontros estaduais,

regionais e nacionais que contaram com a participação de representantes, de gestores, de

professores, de agentes penitenciários, de técnicos, de operadores da execução penal e dos

presos.

Desses encontros saíram as propostas que subsidiaram a elaboração das resoluções do

Conselho Nacional de Educação e do Conselho Nacional de Políticas Criminal e Penitenciária.

o Diretrizes e recomendações dos Conselhos Nacionais de Educação (CNE) e

Política Criminal e Penitenciária (CNPCP)

Vale destacar as diversas diretrizes e recomendações emanadas pelos Conselhos

Nacionais de Educação (CNE) e Política Criminal e Penitenciária (CNPCP). Observa-se que

ações coordenadas pelos Ministérios da Justiça e da Educação em parceria com os estados e

com a sociedade civil organizada vêm demandando bastante aos conselhos. Dentre as diversas

recomendações e diretrizes, pontua-se, a Resolução nº 3, de 11 de março de 2009, na qual o

CNPCP aprovou as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação nos estabelecimentos

penais no âmbito da política de execução penal. A Resolução nº 2, de 19 de maio de 2010, na

qual o CNE aprovou as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação para jovens e adultos

em situação de privação de liberdade no âmbito das políticas de educação. E a Resolução nº

4, de 30 de maio de 2016, na qual o CNE aprovou as Diretrizes Operacionais Nacionais para a

remição de pena pelo estudo de pessoas em privação de liberdade nos estabelecimentos

penais do sistema prisional brasileiro.

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__________________________________________________________________________________445

o 2011: Plano Estratégico de Educação no Âmbito do Sistema Prisional -Decreto

nº 7.626

Institui o Plano Estratégico de Educação no Âmbito do Sistema Prisional (PEESP) que

tem como finalidade ampliar e qualificar a oferta de educação nos estabelecimentos penais,

contemplando a educação básica na modalidade de educação de jovens e adultos, a educação

profissional e tecnológica, e a educação superior.

Dentre as diversas diretrizes do PEESP, destaca-se a integração dos órgãos

responsáveis pelo ensino público com os órgãos responsáveis pela execução penal, tanto a

nível estadual quanto federal.

. Segundo o Decreto, compete ao MEC o apoio financeiro para equipar e aparelhar os

espaços, distribuir material didático, compor os acervos das bibliotecas, fomentar programas

de alfabetização e de educação de jovens e adultos e de capacitação dos profissionais; ao MJ,

o apoio financeiro para construção, ampliação e reforma dos espaços destinados à educação

nos estabelecimentos penais.

Para acessar os recursos do orçamento federal os Estados e o Distrito Federal

deveriam apresentar plano de ação contendo:

a) diagnóstico das demandas de educação no âmbito dos estabelecimentos

penais;

b) estratégias e metas para sua implementação; e

c) as atribuições e responsabilidades de cada órgão, especialmente quanto à

adequação dos espaços destinados às atividades educacionais nos estabelecimentos

penais, à formação e à contratação de professores e de outros profissionais da

educação, à produção de material didático e à integração da educação de jovens e

adultos à educação profissional e tecnológica.

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__________________________________________________________________________________446

O PEESP promove um alinhamento estratégico entre o planejamento dos estados

e as políticas implementadas pelo Governo Federal. Esse alinhamento permite dimensionar

os recursos a serem transferidos no âmbito do PAR, a distribuição do material didático e a

política de formação continuada para os servidores que atuam na oferta de educação em

prisões.

Os Ministérios da Educação e da Justiça compreenderam o plano de ação previsto

no Decreto nº 7.626/2011 como parte de um esforço maior de organização da oferta de

educação nas prisões e nesse sentido fomentaram a elaboração de Planos Estaduais de

Educação nas prisões. Essa estratégia foi pactuada no III Seminário Nacional de Educação nas

Prisões realizado no primeiro semestre de 2012.

Para subsidiar a elaboração dos planos o Governo Federal apresentou um Guia de

Orientações sugerindo que os planos contivessem informações sobre a gestão e organização

da oferta de educação, a formação continuada dos profissionais, exames de certificação de

exames e estratégias de acompanhamento das ações. Todos os itens que compõe esse guia

estão vinculados aos normativos legais que definem como deve ser oferta de educação.

No sentido de orientar a elaboração dos planos de ação e permitir uma análise

técnica mais qualificada, o guia indicava a importância de apresentar um amplo diagnóstico

com informações sobre a quantidade de estabelecimentos penais com oferta de educação, a

quantidade de salas de aula, espaços de leituras e laboratórios de informática, além do perfil

dos professores e dos agentes penitenciários.

II- DA ANÁLISE DOS DADOS NACIONAIS DE EDUCAÇÃO NAS

PRISÕES.

AAA) O crescimento da quantidade de presos em atividades educacionais – base de dados Infopen

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__________________________________________________________________________________447

BBB)

Ao analisar o gráfico acima observa-se que houve um crescimento de 61% de presos

estudando no Brasil entre os anos de 2008 e 2014, enquanto no mesmo período, houve um

crescimento de 45% da população carcerária no país.

B) A evolução das matrículas no Brasil – base de dados Educacenso

Através do dados de alunos matriculados apresentados pelo Educacenso/MEC

constata-se um crescimento de 97% de presos matriculados no período.

C) A evolução de matrículas por regiões – base de dados Educacenso

34

32

1 41

65

9

37

99

8 46

22

3

44

79

8

54

81

0

55

62

3

34

32

1 41

65

9

37

99

8 46

22

3

44

79

8

54

81

0

55

62

3

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Número de presos estudando Linha de Crescimento

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__________________________________________________________________________________448

Destaca-se que a região Centro-Oeste teve o maior crescimento percentual de presos

matriculados com um crescimento de 175% no período. Enquanto a região Norte teve o

menor crescimento de apenas 5%.

D) Presos envolvidos em atividades educacionais, por nível de ensino

Na tabela a seguir, observa-se que dos presos inseridos em atividades educacionais, 87% estão

inseridos na modalidade de Educação de Jovens e Adultos, evidenciando a importância que

esta ação possui para o sistema prisional brasileiro. Por outro lado, constata-se que 0% dos

presos estão cursando ensino superior.

UF

Alf

abet

izaç

ão

Ensi

no

Fu

nd

ame

nta

l

Ensi

no

méd

io

Ensi

no

su

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80

0 h

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in

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16

0 h

ora

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e

aula

)

AC 18% 49% 2% 0% 0% 31%

AL 18% 56% 4% 0% 0% 22%

AM 17% 65% 18% 0% 0% 0%

AP 4% 17% 35% 0% 0% 43%

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__________________________________________________________________________________449

Fonte: Dez.2014/Infopen-MJ

E) O crescimento da oferta de educação nas prisões por dependência

administrativa

BA 19% 59% 16% 0% 1% 6%

CE 13% 50% 12% 0% 0% 25%

DF 10% 40% 19% 2% 2% 27%

ES 15% 47% 19% 0% 3% 15%

GO 15% 71% 11% 3% 0% 0%

MA 40% 40% 15% 4% 1% 0%

MG 15% 59% 18% 2% 0% 6%

MS 15% 66% 14% 2% 2% 2%

MT 17% 53% 21% 0% 1% 8%

PA 8% 80% 9% 0% 2% 1%

PB 35% 42% 15% 0% 3% 5%

PE 28% 59% 12% 0% 1% 0%

PI 76% 24% 0% 0% 0% 0%

PR 10% 56% 19% 0% 3% 12%

RJ 17% 75% 7% 0% 0% 1%

RN 46% 36% 13% 0% 0% 5%

RO 25% 44% 17% 1% 8% 5%

RR 5% 70% 22% 2% 1% 1%

RS 17% 45% 37% 0% 0% 1%

SC 15% 51% 19% 1% 6% 10%

SE 42% 27% 24% 7% 0% 0%

SP 15% 37% 26% 0% 0% 21%

TO 16% 57% 16% 0% 5% 7%

Brasil 17% 51% 19% 0% 1% 12%

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__________________________________________________________________________________450

Fonte:MEC-INEP

Ao analisar o gráfico acima, constata-se que a partir do ano de 2010 há uma mudança

significativa em função da dependência administrativa, que se caracteriza pelo Ente

Federativo (Municipal, Estadual, Distrito Federal ou União), ou ainda, pelo setor privado que

ofertam educação nas prisões. Houve crescimento de 75% ofertado pelos Estados, enquanto,

houve decréscimo de 286% ofertado pelos municípios, fato que demonstra a

responsabilização e aceitação dos Estados na oferta educacional no sistema prisional.

F) O crescimento de inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM PPL

Fonte:MEC-INEP

0

50

100

150

200

250

300

350

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

NÚMERO DE MUNICIPIOS COM OFERTAPOR DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA/ANO

Federal Estados Municípios Privadas

13

90

8

23

66

5

30

34

1

35

80

4

42

54

2

13

90

8

23

66

5

30

34

1

35

80

4

42

54

2

2011 2012 2013 2014 2015

Número de alunos inscritos no Enen PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________451

Apesar do fomento da oferta de Educação de Jovens e Adultos, a falta de espaços para

a ampliação de novas turmas, estimula a realização dos exames de certificação, que por outro

lado aponta o crescimento na procura pela elevação da escolaridade.

G) O crescimento de inscritos no Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – ENCCEJA PPL Fonte: MEC-INEP

H) O crescimento de inscritos no Programa Nacional de Acesso ao Ensino

Técnico e Emprego – PRONATEC

Fonte: SETEC-MEC

Observa-se relação direta no crescimento de inscritos no Programa Nacional de Acesso

ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) com a evolução da oferta educacional desde o início

dos Planos Estaduais de Educação nas Prisões no ano de 2012.

50

94

20

85

2

19

14

0

50

94

20

85

2

19

14

0

2013 2014 2015 - 1° Semestre

Número de alunos inscritos no Pronatec PPL Evolução no número de inscritos

1810

9

2294

0

1810

9

2294

0

2012 2013

Número de alunos inscritos no Ecceja PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________452

III- DA ANÁLISE E INSTRUÇÕES GERAIS POR UNIDADE

FEDERATIVA - Tocantins

A) A evolução da quantidade de presos em atividades educacionais

Fonte: INFOPEN-MJ

B) A evolução das matrículas na Unidade Federativa

Fonte: EDUCACENSO-MEC-INEP

16

8

16

7

15

7

11

4

92

36

38

8

16

8

16

7

15

7

11

4

92

36

38

8

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Número de presos estudando Linha de Crescimento

19

4 20

8

80

16

39 47

20

5

21

3

1

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Número de presos Matriculados

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__________________________________________________________________________________453

C) Presos envolvidos em atividades educacionais, por nível de ensino

Fonte: Dez.2014/INFOPEN-MJ

D) Inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM PPL

Fonte: INEP-MEC

E) Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – ENCCEJA PPL

31

15

3

26

2

34

8

13

3

31

15

3

26

2

34

8

13

3

2 0 1 1 2 0 1 2 2 0 1 3 2 0 1 4 2 0 1 5

Número de alunos inscritos no Enen PPL Evolução no número de inscritos

UF

Alf

abet

izaç

ão

Ensi

no

Fu

nd

ame

nta

l

Ensi

no

méd

io

Ensi

no

su

per

ior

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al, a

cim

a d

e 1

60

ho

ras

de

aula

)

TO 16% 57% 16% 0% 5% 7%

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__________________________________________________________________________________454

Fonte: INEP-MEC

F) Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – PRONATEC

Fonte: SETEC-MEC

G) Das análises e instruções específicas do Plano

As análises e instruções específicas para cada Unidade Federativa são alicerçadas no “Guia

com Orientações para Subsidiar as Unidades federativas para a Elaboração do Plano de

educação nas Prisões”. Portanto, as observações e orientações de ajustes de cada item do

plano estão demonstradas abaixo:

ATENDE ÀS ORIENTAÇÕES DO PLANO

No. Itens para Análise SIM PARCIAL NÃO

01. APRESENTAÇÃO DO PLANO X

15

8

29

7

15

8

29

7

2 0 1 3 2 0 1 4

Número de alunos inscritos no Ecceja PPL Evolução no número de inscritos

0

11

9

10

5

0

11

9

10

5

2 0 1 3 2 0 1 4 2 0 1 5

Número de alunos inscritos no Pronatec PPL Evolução no número de inscritos

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__________________________________________________________________________________455

02. CONCEPÇÕES FUNDAMENTAIS E NORTEADORAS DA OFERTA EDUCAÇÃO NO SISTEMA PRISIONAL

X

03. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NAS PRISÕES NO ESTADO X

04. DIAGNÓSTICO X

05. GESTÃO X

5.1. ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS X

5.2. REGRAS E PROCEDIMENTOS DE ROTINA X

5.3. GESTÃO DE PESSOAS X

5.4. REGISTROS ESCOLARES X

5.5. ARTICULAÇÃO E PARCERIAS X

06. FINANCIAMENTO X

07. ORGANIZAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO FORMAL X

08. ORGANIZAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL E DA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

X

09. FORMAÇÃO/CAPACITAÇÃO DOS PROFISSIONAIS X

10. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E ATENDIMENTO À DIVERSIDADE X

11. CERTIFICAÇÃO X

12. INFRAESTRUTURA FÍSICA X

13. MATERIAL DIDÁTICO E LITERÁRIO X

14. REMIÇÃO DA PENA PELO ESTUDO X

15. ATENDIMENTO ÀS CRIANÇAS X

16. ACOMPANHAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO X

17. PLANO DE AÇÃO X

META I – AMPLIAÇÃO DA MATRÍCULA DA EDUCAÇÃO FORMAL X

META II – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL X

META III – AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

X

META IV – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE INSCRITOS NOS EXAMES DE CERTIFICAÇÃO

X

META V – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE BIBLIOTECAS E DE ESPAÇOS DE LEITURA

X

META VI – MELHORIA NA QUALIDADE DA OFERTA DE EDUCAÇÃO

X

ORIENTAÇÃO AO ESTADO:

Todos os itens atendem as orientações emanadas pelo Ministério da Educação e

Departamento Penitenciário Nacional, através do “Guia com Orientações para Subsidiar as

Unidades federativas para a Elaboração do Plano de educação nas Prisões”.

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__________________________________________________________________________________456

IV- INSTRUÇÕES E RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA MELHORIAS

NA EXECUÇÃO, ACOMPANHEMENTO E AVALIAÇÃO DOS PLANOS

O Plano Estadual de Educação nas Prisões objetiva executar ações em conjunto, para

tanto, dentre as diversas diretrizes do plano, destaca-se a importância da interlocução entre

os atores regionais. A promoção de maior diálogo entre as Secretarias de Estado de Educação

e de Administração Prisional permite a realização de ações articuladas, que por sua vez são

essenciais para a evolução e aprimoramento desta política.

Conforme destacado no Art. 4o,, do Decreto 7.626, de 2011, que institui o PEESP,

este tem como objetivo:

I - executar ações conjuntas e troca de informações entre órgãos

federais, estaduais e do Distrito Federal com atribuições nas áreas de

educação e de execução penal;

Neste sentido, sugere-se a criação de Comitê Estadual que acompanhará e avaliará as

ações previstas no Plano Estadual de Educação nas Prisões. Sugere-se que, além das

Secretarias de Estado de Educação e de Administração Prisional, sejam convidados a participar

deste comitê representantes dos:

Ministério Público;

Defensoria Pública;

Vara de Execução Penal;

Conselho Estadual da Educação;

Conselho Estadual Penitenciário;

Conselho da Comunidade.

O comitê gestor de acompanhamento, monitoração e avaliação organizará propostas

de visitas semestrais aos Estabelecimentos Penais. Visando sistematizar o planejamento,

sugere-se que, após a realização das visitas nos espaços educacionais inseridos no âmbito das

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prisões, o comitê gestor irá elaborar relatório técnico constando o detalhamento de todas as

etapas executadas, resultados e recomendações que se fizerem necessárias e os encaminhará

às respectivas Secretarias de Educação e Administração Prisional, de modo que o fluxo de

informações provenientes deste relatório venha apontar os resultados alcançados e/ou ainda

subsidiar o redimensionamento das atividades ao longo do curso.

No decorrer de cada semestre e de acordo com as problemáticas evidenciadas pelo

Comitê gestor, este poderá propor aos Secretários de Estado de Educação e de Administração

Prisional ações afim de garantir a execução e metas estabelecidas nos Plano Estaduais

abrangendo estratégias de formação educacional da população carcerária e dos profissionais

envolvidos em sua implementação

V - INTRUÇÕES DO PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO NAS PRISÕES - 2017

O Plano é um instrumento de planejamento das Unidades Federativas que auxilia e

subsidia o organização das ações de reintegração social do Governo Federal. Por sua vez, o

monitoramento e avaliação das ações de educação serão realizados a partir da análise das

informações apresentadas ao INFOPEN e disponíveis no Censo Escolar do INEP.

A seguir, instruções importantes sobre os Planos Estaduais de Educação nas Prisões a partir

de 2017:

o Será quadrienal;

o Novas informações, por escola, serão incluídas, como o detalhamento se são

exclusivas ou vinculas, sobre os Projetos Políticos Pedagógicos, os Regimentos

Internos, entre outros; e

o Em breve, um novo guia a fim de orientar as Unidades Federativas sobre a

elaboração dos Planos Estaduais de Educação nas Prisões será apresentado.

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