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I CONACSO - Congresso Nacional de Ciências Sociais: desafios da inserção em contextos contemporâneos. 23 a 25 de setembro de 2015, UFES, Vitória-ES. O território da terceirização ilícita e suas multiterritorialidades Marina Braga da Silva - Graduada em Direito (Faculdade de Direito do Vale do Rio Doce - FADIVALE). Graduada em Administração (Faculdade de Administração de Governador Valadares - FAGV). Mestranda em Gestão Integrada do Território (Universidade Vale do Rio Doce). Francisleila Melo Santos - Graduada em Administração (Centro Universitário de Caratinga - UNEC). Mestranda em Gestão Integrada do Território (Universidade Vale do Rio Doce)

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I CONACSO - Congresso Nacional de Ciências Sociais: desafios da inserção em

contextos contemporâneos. 23 a 25 de setembro de 2015, UFES, Vitória-ES.

O território da terceirização ilícita e suas multiterritorialidades

Marina Braga da Silva - Graduada em Direito (Faculdade de Direito do Vale do Rio Doce -

FADIVALE). Graduada em Administração (Faculdade de Administração de Governador

Valadares - FAGV). Mestranda em Gestão Integrada do Território (Universidade Vale do

Rio Doce).

Francisleila Melo Santos - Graduada em Administração (Centro Universitário de Caratinga

- UNEC). Mestranda em Gestão Integrada do Território (Universidade Vale do Rio Doce)

RESUMO

O instituto da terceirização consiste na transferência de serviços relacionados à atividade

meio da empresa tomadora à empresa prestadora, responsável pela contratação dos

empregados que serão os prestadores de serviço. Para ser considerada lícita a aplicação da

terceirização deve ocorrer de acordo com a Súmula 331 do Tribunal Superior do Trabalho,

nos serviços de conservação e limpeza, no trabalho temporário (Lei nº 6.019/74), na

subempreitada (art. 455, CLT), nos serviços de vigilância (Lei nº 7.102/83). Caso seja

realizada fora dessas hipóteses é considerada ilícita e nestas situações muitas vezes

acontece a precarização da relação de trabalho. Em face dos estudos sobre os processos de

terceirização e de precarização, assim como as múltiplas configurações do território neles

envolvidas, identificou-se a necessidade da compreensão das territorialidades existentes

nas relações de trabalho terceirizadas, haja vista que as irregularidades jurídicas podem vir

a acontecer no local onde ocorre a prestação de serviço do empregado, no território da

empresa prestadora ou da empresa tomadora. Interpretadas as ocorrências da terceirização

nas relações de trabalho consideradas ilícitas, é possível constatar as relações de poder nas

multiterritorialidades.

PALAVRAS-CHAVE: TERRITÓRIO, TERCEIRIZAÇÃO, PRECARIZAÇÃO.

INTRODUÇÃO

Em uma abordagem interdisciplinar a prática da terceirização das atividades

laborais pode ser correlacionada ao Território, ao Direito e à Administração, sendo

utilizada de forma ampla pelas empresas na atualidade.

Na perspectiva territorial a terceirização esta relacionada ao território e à

multiterritorialidade devido à possibilidade de sua ocorrência em múltiplos espaços. Para

HAESBAERT (2004a, p. 344) a noção de multiterritorialidade é construída através do

contexto que as relações sociais implicam em entrecruzamento de diferentes territórios, no

produto da sobreposição de territórios hierarquicamente articulados ou “encaixados”,

relacionando este conceito à terceirização, a multiterritorialidade abarca uma mudança não

apenas quantitativa – pela maior diversidade de territórios (ou várias opções de

fornecedores), que se colocam a disposição da empresa tomadora – mas também

qualitativa, na medida em que se torna possível a vivência, concomitante, de uma enorme

gama de diferentes territórios (quando por exemplo a empresa pode terceirizar diferentes

atividades com diferentes fornecedores - ainda há casos onde mais de um fornecedor

executa o mesmo produto ou serviço).

A ótica jurídica trata da aplicação da terceirização para empresa tomadora, empresa

prestadora de serviços e empregados. A matéria consta em leis esparsas e na Consolidação

das Leis do Trabalho e em súmula do Tribunal Superior do Trabalho. No que tange ao

emprego da terceirização esta não é permitida na atividade fim, ou seja, quando se tratar da

atividade principal, é cabível apenas na atividade meio - consideradas secundárias - que

não estão ligadas ao seu objetivo precípuo, entretanto empresas de diversos seguimentos da

economia a usam de forma ilegal, terceirizando parte de seu serviço ou processo produtivo.

Uma das consequências da utilização de forma inadequada da terceirização por parte das

empresas é a precarização das relações de trabalho, diferenças salariais, jornadas

extenuantes, discriminação entre os trabalhadores, altos índices de acidente de trabalho e a

formação do vínculo de emprego com o tomador de serviços.

Do ponto de vista administrativo a terceirização é utilizada com a finalidade de

redução de custo. Apesar de sua aparente viabilidade econômica, é necessária a observação

dos preceitos legais quanto à sua aplicabilidade, pois o seu descumprimento na seara

jurídica pode acarretar aumento nos custos para a empresa tomadora de serviços e assim

torná-la inviável.

O objetivo deste trabalho é analisar o território das relações de trabalho

terceirizadas, as relações de poder nele exercidas, tendo em vista a ocorrência de ilicitude,

de precarização nas atividades laborais, as suas múltiplas configurações e compreender as

territorialidades existentes nesse contexto, considerando que as irregularidades jurídicas

podem acontecer no território da empresa tomadora assim como da empresa prestadora, ou

fora de ambas, resultando em multiterritorialidades.

Para a construção das análises adotamos como metodologia a interpretação de

dados secundários disponibilizados no site do Ministério Público do Trabalho através da

seção notícias, no qual consta informação da atuação do órgão ministerial nos casos de

terceirização ilícita e precarização da relação de trabalho na prática. A jurisprudência foi

utilizada com a finalidade de conhecer o posicionamento dos Tribunais Regionais do

Trabalho, a legislação pertinente à temática, referências bibliográficas, artigos acadêmicos

indexados no Google Escolar e na plataforma Sciello integram a pesquisa. Adotamos os

estudos do geógrafo Rogério Haesbaert como referencial teórico para a abordagem

territorial e analisando os conceitos apresentados pelo autor, identificamos o território

enquanto lugar produtor de identidades, significados, multiterritorialidades,

correlacionando-as com os múltiplos cenários onde ocorre a terceirização.

OS ESTUDOS TERRITORIAIS E AS RELAÇÕES DE TRABALHO:

MULTITERRITORIALIDADES EM DEBATE

A abordagem das territorialidades humanas neste trabalho será apresentada através

das contribuições das autoras Rosa Maria Quadros Nehmy e Elizabeth Costa e Dias em

seus estudos sobre as mudanças no mundo do trabalho e a reorganização do Sistema Único

de Saúde publicado em 2010 e nos trabalhos de Rógério Haesbaert através de seus estudos

que abarcam o território e as multiterritorialidades.

O território analisado através da geografia do trabalho para NEHMY e DIAS possui

interpretações que o vinculam a ideia de se tratar do “... único lugar a atribuir sentido de

pertencimento, um lugar de referência no mundo da vida aos trabalhadores

desterritorializados e, em decorrência, reterritorializados na e pela precariedade, na

atualidade...” (NEHMY E DIAS, 2010, p.21). As autoras complementam seus estudos

através da análise do local de trabalho onde destacam que “a globalização e a

informatização criaram as condições de existência da empresa aberta em relação aos

ambientes social e geográfico, extrapolando os limites físicos da fábrica” (NEHMY E

DIAS, 2010, p.18), em seguida fazem uma reflexão sobre os impactos advindo da

flexibilização quando aplicada ao trabalho, para as autoras “(...) a flexibilidade insere-se

também na jornada de trabalho, manifestando-se sob as formas de autonomia e

terceirização do emprego, estimulando o uso, pelo capital, do trabalho precário e

ampliando o desemprego estrutural....” (NEHMY E DIAS, 2010, p. 18). A terceirização

ilícita pode causar a precarização do trabalho e tal fato acarreta riscos à saúde do

trabalhador “(...) é nesse território mutante, fluido e flexível da acumulação do capital que

se configura o “novo” mundo do trabalho onde se desenha o perfil dos trabalhadores

urbanos – e crescentemente dos rurais nos agronegócios – com reflexos sobre sua vida e

sua saúde” (NEHMY E DIAS, 2010, p. 18). Ao analisarem as potencialidades e os limites

das relações de trabalho as autoras discutem o que intitulam de categoria analítica: o

território (NEHMY E DIAS, 2010, p. 13). Em reflexão quanto à relação trabalhador X

capital elas apresentam a desterritorialização através da concepção de DELEUZE E

GUATARRI (1996):

“(...) no Capital, Marx mostra o encontro de dois elementos ‘principais’: dum

lado, o trabalhador desterritorializado, transformado em trabalhador livre e nu,

tendo para vender a sua força de trabalho; do outro, o dinheiro descodificado,

transformado em capital e capaz de a comprar. Estes dois fluxos, de produtores

e de dinheiro, implicam vários processos de descodificação e de

desterritorialização com origens muito diferentes. Para o trabalhador livre:

desterritorialização do solo por privatização; descodificação dos instrumentos

de produção por apropriação; privação dos meios de consumo por dissolução

da família e da corporação; por fim, descodificação do trabalhador em proveito

do próprio trabalho ou da máquina. Para o capital: desterritorialização da

riqueza por abstração monetária; descodificação dos fluxos de produção pelo

capital mercantil; descodificação dos Estados pelo capital financeiro e pelas

dividas publicas; descodificação dos meios de produção pela formação do

capital industrial, etc.” (NEHMY E DIAS apud DELEUZE E GUATARRI

(2010, p. 21)

O processo de territorizalização e de desterrritorialização também pode ser

verificado em relação ao capital consoante o seguinte fragmento:

“Segundo a proposta de Deleuze e Guattari, a desterritorialização e a

territorialização são processos concomitantes. Na sociedade contemporânea, o

capital se desterritorializa e ao mesmo tempo se reterritorializa em um novo

formato, em “um território onde vigora o controle da mobilidade, dos fluxos

(redes) e, conseqüentemente, das conexões – um território-rede ou de controle

de redes. Aí, o movimento ou a mobilidade passa a ser um elemento

fundamental na construção do território”. (NEHMY E DIAS apud DELEUZE

E GUATARRI (2010, p. 20)

Dando sequência as análises das obras dos autores privilegiados nesta pesquisa

cabe-nos aprofundar a compreensão dos trabalhos de Rogério Haesbaert que discorrem

sobre multiterritorialidade “(...) conjunto superposto de vários territórios (ou

territorialidades) cuja abrangência pode ir bem além dos seus limites”(HAESBAERT,

2004, p.10), assim o trabalhador terceirizado atua sob multiterritorialidades que abarcam

desde a existência de múltiplos territórios destinados a atuação destes trabalhadores assim

como naqueles em que há precariedade nas relações de trabalho que por vezes é exercida

em condições degradantes.

Visando ampliar esta compreensão apresentamos de maneira apenas ilustrativa a

multiterritorialidade nas relações de trabalho em uma empresa terceirizada distribuidora de

energia elétrica. Os trabalhadores terceirizados dessa área podem trabalhar no ambiente da

empresa tomadora, no da prestadora ou em local diverso e ainda essa relação pode ser

precária no que tange aos seus direitos trabalhistas. Com base em noticia, “Distribuidora de

energia é condenada em R$ 3 milhões, veiculada no site Ministério Público do Trabalho

(MPT), em 17/06/2013, verifica-se no caso concreto, a terceirização de sua atividade de

forma ilícita e ainda violação a legislação vigente no que tange a saúde, a segurança do

trabalho, sem fornecer equipamentos de proteção individual, sem realizar os exames

admissionais e desse modo precariza os direitos dos trabalhadores, se comparado aos

empregados próprios de empresas do mesmo seguimento econômico. (MPT, 2013)

Os estudos de HAESBAERT (2004b, p.19) afirmam que “pensar

multiterritorialmente é a única perspectiva para construir uma nova sociedade, ao mesmo

tempo mais universalmente igualitária e mais multiculturalmente reconhecedora das

diferenças humanas”. Assim quando tratamos a terceirização e a precarização nas relações

de trabalho, tais conceitos podem ser empregados com a finalidade de não haver as

ilicitudes jurídicas, inclusive a não discriminação.

Na terceirização em alguns casos ocorre um estigma social quanto ao trabalho

terceirizado: o trabalhador se sente em situação de “menos valia” em relação a outros que

trabalham na mesma atividade, porém não está vinculado diretamente a empresa tomadora

do serviço. Trabalhadores do setor elétrico entrevistados na matéria Terceirização sem

Limites na Revista on-line Proteção (2015) narram os desafios de atuar de maneira precária

em uma atividade de alto risco. O eletricitário Robson Pereira trabalhador terceirizado

vítima de acidente de trabalho afirma “ao perder os braços, mudou completamente a minha

vida”, Robson não possuía vinculo empregatício formal nem mesmo capacitação para

executar a atividade, o que configura a precarização da relação de trabalho.

Para HAESBAERT (2004, p.19) o território enquanto espaço dominado e ou

apropriado, manifesta hoje um sentido multi-escalar e multi-dimensional tanto no sentido

da convivência de "múltiplos" (tipos) de território quanto da construção efetiva da

multiterritorialidade. Este fato é percebido quando na terceirização, a empresa detentora do

know-how contrata outra, para que esta exerça uma atividade a qual ela domina,

relacionada à sua atividade meio, assim a contratada deverá fazê-lo nos mesmos moldes da

contratante.

As análises das relações de poder que ocorrem no território material bem como as

relações de apropriação e organização no espaço simbólico, relacionando-as com a

terceirização ilícita converge para a precarização do trabalho. Nesse sentido as relações

espaciais humanas resultam da influencia e do poder.

“Se territorializar-se envolve sempre uma relação de poder, ao mesmo tempo

concreto e simbólico, e uma relação de poder mediada pelo espaço, ou seja, um

controlar o espaço e, através deste controle, um controlar de processos sociais,

é evidente que, como toda relação de poder, a territorialização é desigualmente

distribuída entre seus sujeitos e/ou classes sociais e, como tal, haverá sempre,

lado a lado, ganhadores e perdedores, controladores e controlados,

territorializados que desterritorializam por uma reterritorialização sob seu

comando e desterritorializados em busca de uma outra reterritorialização, de

resistência e, portanto, distinta daquela imposta por seus

desterritorializadores”. (HAESBAERT, 2004b. p. 259)

A análise sugere, portanto, a complexidade do ponto de vista dos estudos territoriais

sobre a terceirização de atividades laborais, pois estas configuram em múltiplas

apropriações de um mesmo território (multiterritorialização).

TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA E PRECARIZAÇÃO DA RELAÇÃO DE

TRABALHO

Diante do uso da terceirização pelas empresas em diversos seguimentos da

economia e das suas repercussões para empregados e empregadores, é importante

apresentar a hipóteses nas quais a terceirização é aplicável.

Embora no Brasil não exista uma legislação específica sobre a terceirização, ela é

considerada legal quando realizada no trabalho temporário (Lei nº 6.019/74), empreitada

(art. 455, CLT), nos serviços como vigilância (Lei nº 7.102/83), limpeza e conservação, de

acordo com a Súmula 331 do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Na Administração

Pública o decreto lei nº 200/67 e a lei nº 5.645/70 estabelecem as condições de sua

aplicabilidade para as empresas e os empregados.

Inicialmente apresenta-se o seu conceito na perspectiva do Direito do Trabalho.

Nesse sentido os ensinamentos de DELGADO (2015):

“... é o fenômeno pelo qual se dissocia a relação econômica de trabalho da

relação justrabalhista que lhe seria correspondente. Por tal fenômeno insere-se

o trabalhador no processo produtivo do tomador de serviços sem que se

estendam a este os laços justrabalhistas, que se preservam fixados com uma

entidade interveniente. A terceirização provoca uma relação trilateral em face

da contratação de força de trabalho no mercado capitalista: o obreiro, prestador

de serviços, que realiza suas atividades materiais e intelectuais junto à empresa

tomadora de serviços; a empresa terceirizante, que contrata este obreiro,

firmando com ele os vínculos jurídicos trabalhistas pertinentes; a empresa

tomadora de serviços, que recebe a prestação de labor, mas não assume a

posição clássica de empregadora desse trabalhador envolvido.” (DELGADO,

2015, posição 12390).

No contexto da terceirização os conceitos de atividade-meio e atividade-fim são

importantes, pois eles são utilizados para verificar se a terceirização é lícita ou não. O

primeiro está relacionado à atividade fim da empresa, está estritamente ligada à seus atos

constitutivos e o segundo são os serviços considerados como de apoio para a sua atividade

principal. (MARTINEZ, 2015. p. 271).

A precarização das relações de trabalho devido à terceirização ilícita, ou seja,

realizada em atividade fim da empresa tomadora, viola a Constituição Federal no que tange

aos princípios fundamentais previstos no artigo 1º, entre eles a dignidade da pessoa

humana e o valor social do trabalho.

A terceirização ilícita em decorrência de ser aplicada em atividade fim pode ser

verificada na seguinte jurisprudência do Tribunal Regional do Trabalho da 17ª Região:

CONCESSONÁRIA DE SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÃO.

TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA. ATIVIDADE FIM. RECONHECIMENTO DE

VÍNCULO DIRETO COM A TOMADORA DE SERVIÇO. I- A contratação de

trabalhador por empresa interposta para prestar serviço inerente à atividade-fim

da empresa tomadora é ilegal, formando-se o vínculo diretamente com esta

última. inteligência do item I da Súmula 331 do E. TST. II- Como consequência

da terceirização ilícita e do reconhecimento do vínculo de emprego com a

tomadora dos serviços, tem-se a responsabilidade solidária da prestadora dos

serviços (artigo 9º da CLT c/c artigos 265 e 942 do CC). (TRT 17ª R.,

RO 0001263-53.2014.5.17.0010, Rel. Desembargador Carlos Henrique Bezerra

Leite, DEJT 21/07/2015).

No que tange ao uso da terceirização como forma de precarização dos direitos

trabalhistas destaca-se a jurisprudência do Tribunal Regional do Trabalho da 3º região:

EMENTA: TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA. EMPRESA PÚBLICA.

BANCÁRIOS. EQUIPARAÇÃO. Não há dúvidas de que a terceirização havida

entre as reclamadas se efetivou para desenvolvimento de serviços vinculados à

atividade fim da tomadora, com redução dos direitos trabalhistas dos empregados

envolvidos na execução do contrato de prestação de serviços, o que fere a ordem

jurídica, já que utilizado o instituto como meio de precarização das relações de

trabalho. Além disso, por se tratar a segunda reclamada (CEF), de empresa

pública, a contratação de empregados, por intermédio de empresa interposta,

para execução de serviços vinculados à sua atividade fim, constitui meio de

obstar a exigência constitucional de prévia aprovação em concurso público.

Assim, tendo em vista a irregularidade da terceirização firmada entre as

reclamadas, e em face da prevalência do princípio da isonomia preceituado nos

artigos 5º, caput e 7º, XXX, da CR/88, devem ser assegurados à obreira todos os

direitos e benefícios conferidos aos empregados da instituição bancária, relativos

à categoria profissional dos bancários. (Processo: 000023732.2013.5.03.0111

RO, Data de Publicação: 28/02/2014. Órgão Julgador: Quinta Turma Relator:

Milton V.Thibau de Almeida Revisor: Marcus Moura Ferreira.

A precarização dos direitos trabalhistas também pode ser verificada na seguinte

decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª região:

HIPÓTESE DE TERCEIRIZAÇÃO DE ATIVIDADE-FIM BANCÁRIA.

ILICITUDE. RECONHECIMENTO DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO ENTRE

RECLAMANTE, NA CONDIÇÃO DE BANCÁRIO, E O TOMADOR DOS

SERVIÇOS (BANCO BRADESCO). O caso dos autos revela hipótese típica de

terceirização ilícita, já que o reclamante exercia atividade-fim do banco

reclamado, relacionada à captação de clientes e concessão de empréstimos,

conforme evidenciam os depoimentos pessoais dos prepostos das rés. Ora, como

a finalidade do banco é a obtenção de lucro com as transações mercantis que

realiza na área financeira, de se entender que todas as pessoas que, direta ou

indiretamente, oferecem seus produtos (em seu nome) a terceiros, estão lidando

com sua atividade principal, notadamente quando fazem parte de um mesmo

conglomerado econômico, como na hipótese. Em suma, diante do arcabouço

fático-probatório, é forçoso reconhecer que o reclamante executava atividades

tipicamente bancárias, intrinsecamente relacionadas à atividade-fim do segundo

reclamado, sem as quais esta restaria inviabilizada. Trata-se, pois, de um

perverso processo de intermediação ilícita de mão de obra, classicamente

conhecido como "marchandage"1, com vistas única e exclusivamente à redução

de custos com mão de obra e precarização dos direitos trabalhistas ("dumping"

social), bem assim com indubitável intuito de desvirtuar, impedir e fraudar a

aplicação dos preceitos referentes à atividade profissional de bancário (art. 9º da

CLT), em franca ofensa não só a um dos princípios reitores da OIT, qual seja, "o

trabalho não é uma mercadoria" (Declaração referente aos fins e objetivos da

Organização Internacional do Trabalho - anexo da Constituição deste organismo

internacional), mas também a todo o edifício constitucional voltado a proteger o

trabalhador e o valor social do trabalho (arts. 1º, III e IV; 3º, I e III; 5º, XXIII; 7º,

caput; 170, caput e incisos III, VII e VIII; e 193, todos da CRFB). Disso decorre

que se tem por nulos de pleno direito os atos praticados pelas reclamadas, nos

termos do art. 9º da CLT, consequentemente, reputa-se correta a conclusão a quo

que reconheceu o liame empregatício entre reclamante e segundo reclamado, real

empregador, à luz dos artigos 2º e 3º da CLT. Recurso empresarial improvido.

(TRT-2 - RO: 00003833520145020089 SP 00003833520145020089 A28,

Relator: MARIA ISABEL CUEVA MORAES, Data de Julgamento: 17/03/2015,

4ª TURMA, Data de Publicação: 27/03/2015)

A redução de custos utilizada pelas empresas também é uma forma de terceirização

ilícita que leva a precarização do trabalho. Nessa perspectiva a decisão do Tribunal

Regional do Trabalho da 10ª região:

CONTRATAÇÃO POR INTERPOSTA PESSOA. TERCEIRIZAÇÃO

ILÍCITA. FRAUDE CONFIGURADA (CLT, ART. 9.º). FORMAÇÃO DO

VÍNCULO DIRETAMENTE COM O TOMADOR DOS SERVIÇOS

(TST/SÚMULA N.º 331). O fenômeno da terceirização há de ser compreendido

de maneira rigorosamente restritiva, na medida em que - tendo raiz na redução

de custos - precariza as relações de trabalho. A contratação de operários por

interposta pessoa para a execução de serviços afetos à atividade finalística e

permanente do empreendimento encerra manifesta fraude, sobretudo quando

verificado que o locador da mão-de-obra é arremedo de empresa, o que traduz

autêntica hipótese de merchandising. O ato assim praticado se reveste de

nulidade (CLT, art. 9.º), formando-se o vínculo diretamente com o tomador dos

serviços (TST, Súmula n.º 331, I). (Acórdão 1ª Turma – Processo 1422-2010-

007-10-00-RO - Rel. Juiz Convocado João Luis Rocha Sampaio – Julgado em

14/9/2011 - Publicado em 23/9/2011).

(TRT-10 - RO: 42201200110004 DF 00042-2012-001-10-00-4 RO, Relator:

Desembargador Dorival Borges de Souza Neto , Data de Julgamento:

19/09/2012, 1ª Turma, Data de Publicação: 28/09/2012 no DEJT).

Assim, a terceirização ilícita contribui para a precarização dos direitos dos

trabalhadores, das condições de desenvolvimento das atividades laborais, prejudicando-os

com relação aos benefícios concedidos por meio de acordos coletivos, pois os terceirizados

não têm os mesmos direitos dos demais empregados e ainda há entre eles diferenças

salariais. Tais fatos podem ser comprovados com a notícia: CSN é condenada em R$ 1

milhão por terceirização ilegal publicada em 27/11/2013 no site do Ministério Público do

Trabalho. (MPT, 2013)

A seguir será apresentada a tabela demonstrativa da precarização das relações de

trabalho terceirizadas em diversos segmentos da economia.

1 Marchandage é uma palavra francesa que quer dizer “negociação”. O marchand é o “negociante”.

(Martinez, 2015, p. 271)

TERCEIRIZAÇÃO ILICITA E PRECARIZAÇÃO DA RELAÇÃO DE

TRABALHO NA PRÁTICA CONTEMPORÂNEA

A tabela apresentada comprova a prática da terceirização ilícita, da precarização da relação

de trabalho e os custos advindos dessas irregularidades, no período de 2011 a 2015. A

identificação dessas situações ocorreu em virtude da atuação do Ministério Publico do

Trabalho.

Tabela 1 – Quadro representativo dos eventos de terceirização ilegal por área de atuação do

empreendedor

Ramo de atividade Procuradoria Ano Número do processo

Complexo Industrial Portuário Pernambuco (PB) 2011 0001587.90.2011.5.06-0192

Administração portuária Belem (PA) 2015 0000540-43.2015.5.08.0012

Aviação Brasília (DF) 2014 0000477-54.2012.5.10.0016

Biotecnologia de cultivos Araraquara (SP) 2014 0000145-76.2014.5.15.0049

Celulose e papel Salvador (BA) 2013 0002069-52.2010.5.05.0531

Combustíveis Campinas (SP) 2012 0000347-09.2012.5.15.0151

Companhia energética Brasília (DF) 2014 01722-2012-013-10-005

Hospital Araraquara (SP) 2015 0000744-81.2013.5.15.0006

Indústria calçadista Salvador (BA) 2014 0002084-80.2013.5.05.0251

Indústria de bebidas Bauru (SP) 2015 0010267-28.2014.5.15.0089

FONTE: Ministério Público do Trabalho (Procuradoria Geral) – Elaborado pelas autoras

Em caráter ilustrativo foi elaborada a tabela acima cuja escolha dos casos

apresentados ocorreu de forma aleatória, apresentando apenas um caso por ramo de

atividade sem se atentar a Procuradoria ou ao empreendedor, desta forma foi possível

constatar através da sessão notícias do site do Ministério Público do Trabalho –

Procuradoria Geral, que a ocorrência da terceirização ilícita acontece em diversos

segmentos da economia na iniciativa pública e na privada. Todos os processos tiveram sua

origem em casos de terceirização ilegal.

ADMINISTRAÇÃO E TERCEIRIZAÇÃO EM DIÁLOGO

Após o declínio do modelo taylorista/fordista surgiu o novo padrão organizacional

intitulado toyotismo que deu início a uma reengenharia da estrutura empresarial, onde

empresas periféricas passaram a contratar trabalhadores sem ou pouco qualificados, para

atividades temporárias ou instrumentais da atividade fim (MARTINEZ, 2015, p. 270).

Na área da administração, a terceirização no Brasil teve início na década de 1980,

mas o seu destaque ocorreu no decênio seguinte, em decorrência da abertura comercial e

da desregulação dos contratos de trabalho (POCHMANN, 2013, p. 2).

A administração é uma ciência interdisciplinar, sua aplicação envolve as ciências

exatas, filosóficas e humanas; quando o objeto de estudo é a terceirização, as ciências

contábeis e as ciências administrativas caminham lado a lado. A terceirização é vista por

muitas empresas como uma maneira eficaz na redução do custo fixo de fabricação.Para

alcançar esta eficácia os gestores recorrem à aplicação da contabilidade. Segundo BRUNI

(2010) a contabilidade gerencial e a contabilidade financeira apoiam a tomada de decisão

do gestor: “... enquanto para a contabilidade financeira existe a necessidade de distinção

entre custos e despesas, para a gerencial existe a preocupação em separar gastos que

sofrem os efeitos de uma decisão nos gastos que nada sofrem” (BRUNI, 2010, p.55).

A terceirização do ponto de vista da administração é utilizada pelas empresas como

um instrumento de redução de custos. Desse modo, devem ser considerados os valores para

a própria empresa produzir, os valores a serem pagos à empresa terceirizada e as possíveis

repercussões financeiras dessa decisão. Nessa perspectiva a decisão depende, pois, “não só

da atual estrutura de custos, mas da que existirá após o momento da decisão” (MARTINS,

2009, p.226).

Assim, ocorre na terceirização: à empresa tomadora de serviços não pode

considerar para a sua tomada de decisão apenas os valores fixos, imediatos, apresentados

pela prestadora, pois em virtude de contrato, podem aparecer desembolsos não previstos

anteriormente, como os valores pagos a título de indenização por dano moral coletivo, no

caso de Ação Civil Pública, indenização prevista na súmula 331, IV, do Tribunal Superior

do Trabalho, que trata da responsabilidade subsidiária da empresa tomadora de serviços

devido ao inadimplemento das obrigações trabalhistas por parte da empresa prestadora e

“há corrente jurisprudencial que defende a responsabilidade solidária entre a empresa

prestadora e a tomadora, no caso de acidente de trabalho, com fundamento nos artigos 932,

III, 933 e 942, § único do CC” (CORREIA, 2014, p. 149).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante das análises, faz se necessário considerar que a interdisciplinaridade permite

a validação da ocorrência da precarização das relações de trabalho terceirizadas e os

impactos que essa pode causar tanto para a empresa tomadora, empresa prestadora e o

empregado. Assim ao aplicar a terceirização, esta precisa ser amplamente estudada, haja

vista a dimensão e a complexidade do instituto.

Desse modo, as empresas envolvidas na terceirização devem zelar pelo

adimplemento das obrigações relativas ao vínculo empregatício, pois o empregado,

considerado hipossuficiente na relação laboral não pode ser prejudicado em virtude de sua

aplicação ilícita e da precarização.

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