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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA
CENTRO DE DESENVOLVIMENTO DO ENSINO SUPERIOR EM SAÚDE
CRISTINA CAMELO DE AZEVEDO
HUMANISMO NA FORMAÇÃO MÉDICA: OLHARES
DE ESTUDANTES DE MEDICINA DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
SÃO PAULO - SP
2007
CRISTINA CAMELO DE AZEVEDO
HUMANISMO NA FORMAÇÃO MÉDICA: OLHARES
DE ESTUDANTES DE MEDICINA DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
Tese apresentada a Universidade Federal de
São Paulo – Escola Paulista de Medicina para
obtenção do título de Mestre em Ciências.
Orientadora: Profª Drª Sylvia Helena Souza da
Silva Batista.
Co-Orientadora: Profª Drª Maria Auxiliadora
Teixeira Ribeiro.
SÃO PAULO - SP
2007
Azevedo, Cristina Camelo de
Humanismo na formação médica: olhares de estudantes de medicina da Universidade Federal de Alagoas. / Cristina Camelo de Azevedo - São Paulo, 2007. ix, 237 p. Tese (Mestrado) – Universidade Federal de São Paulo, Escola Paulista de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Ensino em Ciências da Saúde. Título em inglês: Humanism in medical education: glances from the students of Medicine of Federal University of Alagoas.
1. Formação médica. 2. Humanização da formação em saúde 3. Humanização da formação médica 4. Humanismo em medicina. 5. Estudantes de medicina. 6. Professores de medicina.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO
ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA
CENTRO DE DESENVOLVIMENTO DO ENSINO SUPERIOR EM SAÚDE
Diretora do CEDESS: Profª Drª Maria Cecília Sonzogno
Coordenador do Programa de Pós-Graduação: Prof. Dr. Nildo
Alves Batista
iii
CRISTINA CAMELO DE AZEVEDO
Título: Humanismo na formação médica: olhares de estudantes de Medicina da Universidade Federal de Alagoas
Presidente da Banca: Profª Drª Sylvia Helena Souza da Silva Batista
BANCA EXAMINADORA
Profª Drª Cezira Fantini Nogueira-Martins____________________
Prof. Dr. José Antonio Maia _______________________________
Prof. Dr. Sérgio Rego____________________________________
Aprovada em / /
iv
DEDICATÓRIA
Aos meus filhos Jansen e Celina, razões de ser de minha
existência, pela paciência e compreensão que tiveram com as
minhas ausências de corpo e mente durante o processo de
elaboração desse trabalho, e pela maturidade que
demonstraram nos momentos em que percebiam que o melhor
a fazer por mim (e por eles) era lidar com humor e leveza
diante de meu estresse.
Ao meu irmão Wil, pelo desvelo com que cercou as minhas
idas e vindas a São Paulo, acompanhando-me,
incansavelmente, com sua presença tranqüila e acolhedora.
v
AGRADECIMENTOS
À minha estimada orientadora Profª Sylvia Helena, pelo carinho, respeito, entusiasmo e competência com que me conduziu desde o início até a finalização desse trabalho. Compreendi o significado da expressão “há Educadores e educadores”, após a convivência com sua habilidade em mostrar os erros cometidos e o novo caminho a trilhar sem, no entanto, me fazer perder a vontade de continuar. A minha eterna admiração. À profª Auxiliadora Ribeiro, co-orientadora desse trabalho, pelo zelo e paciência com que me acompanhou durante todo o processo de elaboração da pesquisa. À profª Vera Romariz pela brilhante revisão de texto efetuada, e pelo incentivo dado durante anos para que eu complementasse a minha capacitação como docente. Às professoras Viviane, Mércia e Milma que cederam seus espaços de aulas e práticas para a realização dos grupos focais. Aos meus colegas do curso de Medicina, principalmente a Rosana Vilela, Carlos Henrique, Lourdinha e Vicentina, pela torcida e crença nesse trabalho. Aos professores e funcionários do CEDESS, aqui representados pelos professores Nildo Batista, Cecília Sonzogno e pela secretária Suely Pedroso, pelo acolhimento dado durante todo o período do Mestrado, o que auxiliou bastante a conclusão dessa jornada. Às minhas queridas amigas Carmen Eurydice, Aparecida (Cida) e Verinha, pelos seus persistentes e afetuosos incentivos. A Ivancildo, pela ajuda que sempre dispensou nos momentos em que precisei de suas habilidades logísticas. À Natália e Bárbara, alunas do curso de Psicologia da UFAL, pela responsabilidade apresentada durante a coleta dos dados da pesquisa efetuada.
vi
SUMÁRIO
I. INTRODUÇÃO 10
II. OBJETIVOS 16
III. DO SÉCULO XV AO SÉCULO XX: AS PRIMEIRAS ABORDAGENS
SOBRE HUMANISMO 17
IV. DO SÉCULO XX AO SÉCULO XXI: OS VÁRIOS HUMANISMOS NA
ÁREA DA SAÚDE – DA FORMAÇÃO À PRÁTICA MÉDICA 28
3.1. Humanização da prática médica: questionamentos e
propostas 29
3.2. Humanização do Processo de Formação Médica:
Constatações, críticas e sugestões 38
V. A PESQUISA 51
1. Contextualização do Cenário da Pesquisa 51
2. Os Sujeitos da Pesquisa 54
3. Processo de Coleta de Dados 54
4. Análise dos Dados 62
VI. RESULTADOS: a aprendizagem do humanismo no curso médico
Segundo a visão discente 66
VII. CONSIDERAÇÕES FINAIS 87
VIII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 92
ANEXOS 101
1. Mapa Dialógico – 1ª pergunta 102
2. Mapa Dialógico – 2ª pergunta 191
3. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE 243
4. Aprovação do Comitê de Ética de Pesquisa da UNIFESP 246
vii
RESUMO
Esta pesquisa tem como objetivo central analisar as concepções de
humanismo e suas contribuições para a formação médica, na ótica
discente, no âmbito do Curso de Medicina da Universidade Federal de
Alagoas (UFAL). A metodologia escolhida foi a de realização de cinco
grupos focais, nos quais foram coletados os depoimentos de 73
estudantes, analisados posteriormente através do referencial sobre as
práticas discursivas. O presente estudo foi desenvolvido no período
compreendido entre novembro/2006 a julho /2007. Os resultados
encontrados destacaram três aspectos: - o que o estudante observa
acerca da instituição, do curso e quais os sentimentos que surgem no
seu processo como aprendiz; - o que o estudante observa e como
vivencia a relação aluno – professor no curso médico; - o que e como o
estudante tem observado e aprendido sobre a relação médico-paciente
e demais usuários com quem se relaciona. Surgiram elementos
indicativos de um aprendizado entremeado de sinais de contrariedade,
irritação, impaciência e intolerância com os professores, seus métodos
e com a instituição. A humanização não é sentida na prática
pedagógica da formação. Há também a preocupação em ser uma
pessoa autêntica, embora por vezes, isso implique na diminuição do
comprometimento com o que realiza. Enfim, identificam uma
contradição no processo de formação médica: ao tempo em que
pensam o humanismo como expressões de virtudes vivenciam
situações contrárias.
viii
ABSTRACT
The objective of this work is to analyze humanism conceptions and their contributions for medical education, under the students of medicine from Universidade Federal de Alagoas – UFAL point of view. The methodology adopted for collecting data was the focal group – five groups, through which 73 (seventy three) students were listened. The analysis was conducted in such way that the student’s conceptions central meaning could be captured from their speeches, considering the theories on the practice of discuss previously studied. The period of the research was from November 2006 to July 2007. The found results emphasizes three main aspects: - what are the student’s observations about the educational institution, about their course and what are their main feelings on the learning process; - how the students experience the relation student – professor and what they observe during the medical course; - and finally what and how they have been observing and learning from the relation between doctor and patient as well as with the other services users, with whom they share experiences during their medical course. The results reveal elements suggesting a learning process marked by feelings of boring, anger, irritation, impatience and intolerance towards the professors’ pedagogic methods, and similar feelings towards the Institution. Humanization is not present during the pedagogic practice within their medical education. They have also the preoccupation of being an authentic person, although this fact causes, many times, a lack of commitment with what they have to do. Finally, the results show the existence of a contradiction which is: at the same time they consider humanism as virtues expression, they experience contrary situations during their medical education.
ix
10
I. INTRODUÇÃO
A ESCOLHA DO TEMA
Acredito na inexistência de neutralidade nas escolhas que fazemos.
Vejo isso na escolha desse tema, quando me recordo do orgulho que
sempre senti pela profissão do meu pai- médico – e de como sempre me
juntei ao grupo maior de seus admiradores – os clientes. Meu pai foi do
tempo do médico da família, do médico de colégio e duas características
suas eram sempre referidas pelos pacientes: a sua competência
profissional e a sua humanidade. Lembro-me até hoje da decepção
causada a ele por não ter escolhido a Medicina, mas sim a Psicologia. E é
através da Psicologia que consigo explicar essa escolha: como poderia
competir com alguém tão grandioso para mim? Precisava construir meu
caminho, independentemente dessa imagem. Passados os anos, consigo
compreender que não precisava competir, mas ser parceira, como me
percebo hoje, junto ao corpo de docentes médicos do curso de medicina
da UFAL.
Desde o início de minha carreira profissional, sempre gostei de
trabalhar com os grupos em organizações, principalmente naquilo que eu
referia como sendo as atividades que levavam ao desenvolvimento da
autonomia do sujeito: o conhecimento. Esse interesse definiu a minha
trajetória profissional, tanto como facilitadora de capacitações na área
comportamental para grupos de diferentes organizações públicas e
privadas, desde o ano de 1975, como também no ingresso como docente
do curso de Psicologia da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), no ano
de 1991. Durante todo esse período, realizei trabalhos para algumas
instituições hospitalares das cidades de Maceió e Arapiraca, com a
finalidade de desenvolver equipes, orientar o gerenciamento de conflitos e
implantar procedimentos de melhoria das práticas administrativas e
11
gerenciais. Nessas instituições, sem exceção, houve as falas queixosas
dos demais profissionais de saúde acerca dos médicos, ressaltando a
ausência destes no processo de manutenção ou melhoria dos serviços,
bem como sobre a maneira inadequada comumente usada por eles para
relacionar-se em grupo.
Durante o desenvolvimento e avaliações das atividades, era
freqüente a citação dos funcionários dos hospitais - enfermeiros, técnicos
de nível superior, chefias - sobre a necessidade de se expandir a
preparação do corpo funcional para todos, inclusive para os médicos.
“[...] Quem mais precisa de preparação para trabalhar em equipe e de forma
participativa não está aqui [...] é o médico [...] que parece não saber lidar com
gente [...] é grosseiro, arrogante [...] parece que só ele sabe de tudo [...] um
deus [..]. ninguém sabe mais do que ele [... ]não obedece as regras sobre
escalas e horários, participação em reuniões, etc.“ (informação verbal).
E o interessante é que em mais de uma dessas instituições, as falas foram
referendadas pela direção do hospital, que expressou não saber mais o
que fazer para modificar as condutas apresentadas por seus pares.
Em 2002, fui convidada pelo Núcleo de Educação Médica – NEMED,
para realizar uma série de oficinas de diagnóstico da realidade vivenciada
pelos integrantes do curso de Medicina da UFAL- chefes dos
Departamentos Acadêmicos do curso, docentes e alunos- com o objetivo
de identificar os elementos facilitadores e dificultadores dessa realidade,
as causas desses elementos, e as ações necessárias para a
implementação de um novo currículo. Os resultados obtidos das oficinas
despertaram o meu interesse para o fato de que parecia haver uma
mudança da imagem profissional do médico da década de 60, quando
comparada à imagem atribuída aos médicos da década de 90, citadas
acima, e daqueles que continuavam seu trabalho no começo do século
XXI, analisados nas referidas oficinas. Nessas oficinas, apareceram como
elementos dificultadores de uma mudança a ser concebida, relatadas
12
pelos próprios professores, o descompromisso do docente ou profissional
médico com os alunos, geralmente identificado pelo descuido com a
definição, elaboração e manutenção do espaço de aprendizagem que
conduzem, a inabilidade no trato com pacientes atendidos nos campos de
prática, caracterizada por um descaso com a dor e a vergonha do outro
por estar doente, e a estimulação proposital do medo do aluno para com o
fracasso e o erro, transformando o ato de aprender em uma tortura.
Emergiu, também, a conduta individualista do médico enquanto membro
de uma equipe multiprofissional, como se negasse ou banalizasse o
significado das demais profissões que interagem com a medicina no
processo saúde-doença. Desde então, permaneci no NEMED, dando
continuidade ao processo de familiarização com as Diretrizes Curriculares
Nacionais para os Cursos de Medicina (CNE/CES, 2001) que recomendam
mudanças profundas e complexas de serem implementadas na prática.
Em 2003, como aluna do Curso de Especialização em Educação
Médica, realizado em parceria UFAL / CEDESS-UNIFESP, para docentes da
UFAL e da UNCISAL, firmou-se em minha mente a importância de
conhecer e entender melhor a ênfase dada pelas Diretrizes à necessidade
de se privilegiar a formação humanista do estudante de medicina, através
da recomendação de que era preciso preparar um profissional da
medicina,
[...] com formação generalista, humanista, crítica e reflexiva, capacitado a atuar, pautada em princípios éticos, no processo saúde-doença em seus diferentes níveis de atenção [...] com senso de responsabilidade social e compromisso com a cidadania como promotor da saúde integral do ser humano (Resolução CNE/CES 4/2001 – art.3º).
Revelou-se então, para mim, uma questão não circunscrita apenas a uma
região ou a espaços institucionais específicos, mas que parece representar
uma problemática vinculada à forma como conhecemos as coisas, ao que
valorizamos e ao que estamos gerando como resultados para a sociedade.
Essa atitude de desumanização que o profissional de medicina vem
13
apresentando nas suas ações como médico ou docente está sustentada
pelo paradigma dominante da ciência, que vem incentivando uma visão de
homem e de mundo compartimentalizada, onde sujeito e natureza são
percebidos e tratados como coisas, objetos e portanto, passíveis de serem
alteradas sem o menor cuidado com as conseqüências que essas
alterações desencadeiam.
Em 2005, com o avanço das ações de reestruturação do currículo, o
grupo condutor da mudança, preocupado com o que ouvia sobre as
condutas docentes já citadas nos parágrafos anteriores, providenciou a
ampliação do Programa de Apoio aos Alunos, que oferecia naquela época
uma atividade de acompanhamento sistemático dos estudantes do 6º ano,
coordenada pela ação voluntária e persistente da Dra. Marione Cortez,
professora do curso e também psicanalista. A partir de então, o Programa
estendeu suas atividades para o 1º ano do novo currículo do curso, numa
tentativa de antecipar a assistência a um problema que, de certa forma,
extrapolava o campo das preocupações pedagógicas tradicionais e nos
fazia questionar quais eram as referências éticas que justificavam as
atitudes docentes sucintamente registradas a seguir. Nesse mesmo ano,
durante as várias escutas realizadas com os estudantes do 1º ano sobre
suas dificuldades ou preocupações com o curso, surgiram novamente as
condutas dos médicos-professores que humilham, zombam e perseguem
os discentes, justificando que é assim que eles devem aprender.
[...] Somos avaliados pelo que não sabemos e não por aquilo que a gente já sabe [...]
Eles são injustos, nos humilham, nos amedrontam, fazem provas-surpresa e não nos
dizem em que erramos [...] E estamos tirando notas baixas nessas provas, pois ficamos
muito nervosos [...] Apesar disso, sabemos que eles são os melhores [...] Não faltam de
jeito nenhum, são dedicados têm trabalhos publicados, usam data show nas aulas [...]
Existem os professores “bonzinhos”, (o grifo deve-se a fato de o termo ter sido
pronunciado de forma jocosa) mas faltam muito e têm uma linha de raciocínio confusa.
(anotações retiradas de relatório da pesquisadora sobre a escuta dos
alunos, 2005).
14
Esse dualismo entre a competência técnica e a ética humanística do
docente, que traz inclusive, no seu bojo, a insinuação de que a
competência não se associa às características de humanidade, foi
percebido como algo aceito por alguns estudantes que ingressam no curso
de medicina, provavelmente por serem valores também presentes nas
suas histórias pessoais de vida.
Quando Luckesi (1995) analisa o desenvolvimento do educando
ressalta que este pressupõe a melhoria de várias características do ser
humano: cognição, afetividade, psicomotricidade e modo de viver. Diz ele
que:
[...] a educação escolar é uma instância educativa que trabalha com o desenvolvimento do educando, estando atenta às capacidades cognoscitivas sem deixar de considerar significativamente a formação das convicções [...] Ao assimilar conhecimentos, o educando assimila também as metodologias e as visões de mundo que os perpassam (p.125-126).
Isso quer dizer que a formação humanista do futuro médico não acontece
apenas com a criação de disciplina que aborde esse aspecto; ela ocorre
nos períodos de vida anteriores à sua chegada na universidade, através
das visões de mundo com que tem contato, pois é a partir delas, que
assimila conteúdos e desenvolve habilidades e hábitos. Pessotti (1996)
reforça essa forma de pensar quando diz que “não há a rigor, uma
formação humanística do médico. Há uma formação do homem-médico,
dos homens com todos os seus valores, incluídos os valores que ele
atribuiu à Medicina” (p.447).
Dando seqüência à minha trajetória de interesse pela formação e
atuação profissional do médico, em 2006 ampliei a minha participação no
novo currículo médico, como docente da disciplina de Ética e Relações
Psicossociais durante três semestres seqüentes e também como
coordenadora do Eixo de Desenvolvimento Pessoal, cujo objetivo maior
consiste:
15
na[...] formação do aluno como pessoa e como cidadão, através da reflexão e revisão permanentes dos preceitos éticos e humanísticos que embasam as atitudes do homem enquanto ser social, em suas relações familiares, afetivas, profissionais e políticas, nos contextos individual e coletivo (Guia do Aluno, UFAL, 2006).
A inserção como docente no curso de Medicina promoveu um estreito
convívio com a extensão da complexidade do objetivo citado acima,
considerando que ele representa, hoje, a contramão da formação
profissional tradicional, e não apenas a do médico, mas a de todos os
profissionais da educação superior, em cujas programações curriculares
estuda-se a ética e a visão humanista através de conteúdos teóricos
específicos de disciplinas, em lugar de se privilegiar o acompanhamento e
análise das práticas dos estágios e das atividades de extensão e pesquisa
desenvolvidas por estudantes e professores. Segundo Pessotti (1996),
desde o século XVII, o saber médico se aparta da Filosofia do Homem,
ignorando toda a subjetividade do ser, pois isso não pertence mais ao
saber médico, que agora se interessa apenas pelos aspectos anátomo-
fisiológicos. Com isso, é ignorada a marca definitiva do humano: a criação
de valores e o apego a eles.
Após todos esses anos ouvindo esses relatos, ora como consultora e
facilitadora do desenvolvimento de grupos profissionais, ora como docente
do curso de Medicina, foi se delineando a seguinte pergunta: Como a
questão do humanismo tem sido tratada no curso médico?
Nesse momento, então, estava posto o desafio de desenvolver esta
pesquisa que se caracteriza pela busca de clarificar quais são as visões
sobre o humanismo que estão sendo abordadas na academia que forma o
médico, tendo como objetivo central analisar as concepções de
humanismo e suas contribuições para a formação médica, na ótica
discente, na procura de compreender quais os sentidos que permanecem
para os estudantes sobre o que ele aprende e vivencia no curso médico.
16
II. OBJETIVOS
1. GERAL
Analisar as concepções sobre humanismo e suas contribuições para
a formação médica, na ótica discente.
2. ESPECÍFICOS
2.1. Apreender as visões dos alunos sobre como estes têm
aprendido sobre humanismo no curso médico;
2.2. Identificar a importância que os discentes atribuem à
formação humanística.
17
III. DO SÉCULO XV AO SÉCULO XX: AS PRIMEIRAS ABORDAGENS
SOBRE O HUMANISMO
Um aspecto bastante atrativo do tema humanismo, quando este se
torna motivo de atenção por parte dos profissionais da área da saúde, diz
respeito à diversidade de abordagens exploradas em livros, artigos e
pesquisas, que vão desde as tentativas de aprofundamento
epistemológico sobre os conceitos de Homem, Natureza Humana, Ética e
Moral, estabelecidos no passado pelos filósofos da Antiguidade e da
Modernidade até a investigação sobre as práticas profissionais às quais
são atribuídas um caráter humanístico.
Para compreender o significado de Humanismo, priorizou-se entrar
em contato, com maior intensidade, com duas áreas de conhecimento
interessadas nesse tema- a Filosofia e a Psicologia- e familiarizar-se,
ainda que de maneira preliminar, com a exploração do tema pela
Sociologia e pelos estudiosos do campo da Educação.
É importante que nos debrucemos sobre algumas das concepções
desenvolvidas e cunhadas por diversos estudiosos na história do mundo
ocidental, desde séculos atrás, para que deles possamos nos apropriar,
entendendo melhor as leituras e reflexões feitas por médicos,
enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, pedagogos, sociólogos e
tantos outros que atuam na área da saúde e que se têm interessado pelo
tema da humanização. Além disso, as Novas Diretrizes Curriculares
Nacionais para os Cursos de Graduação na Área da Saúde,
particularmente da Medicina (CNE/CES 2001), proclamam a presença de
conhecimentos práticos e teóricos que possibilitem a formação de um
médico mais humanizado. Esses conhecimentos, indubitavelmente, estão
sendo fundamentados em uma ou mais visões de mundo e de homem
desenvolvidas há centenas de anos atrás.
18
A grosso modo, existem três fases na evolução dos humanismos. A
primeira, que compreende o período dos antigos filósofos até a era
moderna, na qual o humanismo era exibido como pré-científico,
geocêntrico e contemplativo. A segunda fase – da Renascença, com um
novo impulso da Ciência – em que se propaga uma nova visão do
universo, oferecida pela ciência, que faz com que o homem tome
consciência de duas imagens opostas de si: uma, a extrema pequenez de
seu corpo e de seu planeta, outra, de suas possibilidades construtivas e
criativas, decorrentes de sua imensa capacidade de pensar
(ALEKSANDROWICZ E MINAYO, 2005). É neste cenário que se
desenvolvem os humanismos contemporâneos com características
antropocêntricas, científicas, construtivas. A Ciência, nessa fase,
estimulou o homem a pesquisar, a descobrir novos espaços e a recriar o
mundo que o circunda. A terceira fase ressalta a influência inversa da
Ciência sobre os humanismos que ela própria ajudou a criar, pois seu
objeto de interesse tem se voltado praticamente apenas para conhecer a
complexa estrutura do homem (op. cit.).
O termo humanismo e seus equivalentes nas várias línguas surgiram
em meados do século XV, no período do Renascentismo. Para os autores
latinos, humanitas era uma palavra que significava algo próximo à
educação e formação do homem, à semelhança do que os helênicos
queriam expressar com o termo paideia. Para Eugenio Garin (apud
REALE/ANTISERI, 2003) os humanistas combateram, no século XV, uma
forma de fazer Filosofia que privilegiava as “catedrais de idéias” e
passaram a defender
[...] uma filosofia que fazia pesquisas concretas, definidas e precisas no campo das ciências morais – ética, política, economia [...] e das ciências da natureza [...] Uma das mais destacadas características desse novo modo de filosofar era o sentido dado à história [...] A conquista do antigo como sentido da história permitiu considerar as teorias como o que elas verdadeiramente eram: pensamentos humanos, produtos de certa cultura e resultados de experiências parciais e particulares; não oráculos da natureza ou de Deus,
19
revelados por Aristóteles e Averrois, mas sim visões e cogitações humanas (p. 20-21).
Uma das marcas do humanismo da época era privilegiar a vida ativa em
lugar da contemplativa, porém a marca que mais distinguiu o humanismo
desde então, foi o novo sentido dado ao homem e a seus problemas (op.
cit). Para o filósofo francês André Comte-Sponville (2003), a palavra
humanismo tem um amplo sentido:
[...] ser humanista é considerar a humanidade um valor, o valor supremo, mesmo. Resta saber se esse valor é um absoluto, que se dá a conhecer, a reconhecer, a contemplar, ou se é relativo à nossa história, a nossos desejos, a certa sociedade ou civilização [...] No primeiro caso, fala-se de humanismo teórico [...] que faz da humanidade um principio, uma essência. [...] No segundo, fala-se de humanismo prático [...] que vê a humanidade apenas um resultado, uma história, uma exigência. A verdadeira questão é saber se devemos crer no homem (humanismo teórico) para querer o bem dos indivíduos ou se podemos querer seu bem (humanismo prático) mesmo tendo todas as razões para não nos iludir quanto ao que são [...] Não é porque os homens são bons que devemos amá-los, é porque não há bondade sem amor [...] Não é preciso crer no homem para querer o bem dos indivíduos e o progresso da humanidade. De resto, partimos de tão baixo que deve ser possível nos elevar um pouco (p.285-286).
Lifshitz (1997), por sua vez, esclarece que,
[...] o humanismo tem duas concepções: por um lado, é o movimento literário e filosófico originado na Itália na segunda metade do século XIV como parte do Renascimento [...] seus fundamentos [...] reconhecem a dignidade e a liberdade do homem e seu destino para dominar o mundo; o homem é pois o rei do universo [...] por outro, qualquer movimento filosófico que tenha como fundamento a natureza humana, os limites e interesses do homem [...] A segunda concepção de humanismo assinala, através de Protágoras, que “o homem é a medida de todas as coisas” e inclui [...] várias formas de humanismo[... ] Para Ignácio Chávez, humanismo quer dizer cultura, compreensão do homem em suas aspirações e misérias, valorização do que é belo e justo na vida[..] afã de superação que nos leva [...] a igualar a vida com o pensamento (p.238-239).
20
Nogare (1982) destaca o momento em que, no diálogo platônico que leva
o nome de Protágoras, este, através de um mito,
[...] distingue claramente entre educação técnica e educação humanista e observa que [...] a capacidade técnica do homem [...] não basta para a convivência humana. Sem uma educação à vida política, à justiça e ao pudor, numa palavra, sem uma educação moral e humana, os homens acabam prejudicando-se reciprocamente [...] de forma tal que vão dividindo-se e perecendo (p. 32).
Através desses autores, pode-se observar que, nas diferentes épocas
estudadas por eles, a ética e a moral são vistas como intrinsecamente
ligadas à concepção humana do ser.
Para Aleksandrowicz e Minayo (2005), as concepções de humanismo
surgidas na efervescência do Renascimento, em paralelo ao nascimento
da ciência moderna, afirmaram a noção de dignidade humana e
enalteceram a realização do potencial natural como meta intelectual. Essa
valorização do ser humano passou a ser progressivamente menos mágica
na fase pós-renascentista, estimulando a ação no mundo através da
passagem da teoria à prática. Na camada basilar dessa atitude, estaria a
crença de que o homem não possui restrições para agir, a não ser aquelas
estabelecidas por sua própria decisão. Até hoje, a questão sobre a
natureza humana, no que tange à autonomia da vontade do ser e a seus
determinismos genéticos, tem sido o problema central das disputas entre
Humanismo e Ciência. Os autores refletem que
[...] qualquer investigação sobre a possibilidade humana de direcionar livremente os atos do indivíduo em prol de uma ética de respeito e solidariedade para consigo mesmo e seu semelhante, conduzindo ao bem estar e à felicidade, repousa sobre a questão fundamental da autonomia e do determinismo [...] esses conceitos filosóficos são freqüentemente negligenciados nos bem-intencionados apelos atuais a uma renovação do humanismo ou mesmo a uma humanização pragmática e/ou funcional de nossos comportamentos (2005, p. 515).
21
O século XVII presenciou o seu apogeu, tendo sido denominado de a
Era da Razão, na qual se desenvolveram grandes avanços do
conhecimento científico. Para Alexander e Selesnick1 (apud DE MARCO,
2003), esses avanços foram atribuídos à consolidação de dois métodos: o
analítico, dedutivo e matemático preferido por Descartes, Hobbes e
Spinoza, e o método empírico- indutivo enfatizado por Bacon e John
Locke. Não se pode deixar de destacar, nesse período, a influência de
Descartes, o mais extremado racionalista dedutivo que, ao dotar o homem
de uma substância pensante, a alma, separou completamente o corpo da
mente, dicotomia que ainda obceca e persiste nas pesquisas sobre o
homem.
Para a ciência moderna que se instala no mesmo período do
Renascimento, o que interessa não é mais a essência das coisas; sua
atenção se volta para a qualidade e o conhecimento objetivo das coisas,
para o como e não mais para o que, para a função e não mais para a
substância (REALE/ANTISERI, 2003).
A partir dessa fase, os estudos sobre o ser humano desembocam
numa das maiores e produtivas contradições da cultura ocidental; ao
mesmo tempo em que se utilizam dos métodos e conceitos das ciências
naturais, que embasam o avanço do conhecimento e controle das leis
determinísticas da natureza, procuram aplicar, através das ciências
humanas, estas mesmas leis para compreender e aprofundar a noção de
liberdade humana (ALEKSANDROWICZ E MINAYO, 2005). Esses autores
destacam, ainda, citando Heiddeger, que “(n)a nova liberdade, a
humanidade quer assegurar-se do desenvolvimento autônomo de todas as
suas faculdades para exercer seu domínio sobre a Terra” (p.516-517).
Complementando a análise acerca do papel da ciência, Nogare (1982)
assinala que,
1 ALEXANDER, F.; Selesnick, S. História da psiquiatraia. São Paulo: Ed. IBRASA, 1968.
22
[...] o homem e seus produtos estão submetidos a uma espécie de análise química que o vai depenando de todos os resíduos, superestruturas e mitos de que os humanismos tradicionais o tinham revestido. [...] Está [....] reconduzindo o homem às suas dimensões reais, aos seus pertences originários, isto é: apresentando-o nu [...] As ciências exatas e suas aplicações mais audazes no campo da cibernética, poderão contribuir enormemente para o conhecimento do homem enquanto ser físico e biológico, mas nunca darão conta do homem como ser espiritual [...] A ciência tem que reconhecer seus limites ( p. 209).
Hoje, essas reflexões se tornam evidenciadas e fortalecidas pelos
inúmeros acontecimentos catastróficos ocorridos na natureza e no seio
das sociedades do planeta. Apesar de a ciência ter desenvolvido
instrumentos fantásticos que proporcionam o aproveitamento dos recursos
físicos disponíveis no mundo, isto tem provocado, por outro lado, o
desequilíbrio desses mesmos recursos, ameaçando a vida e a
permanência do homem no seu habitat natural. Seus limites, até hoje
existentes, para a compreensão do homem além de sua natureza física,
são inquestionáveis.
Temo-nos deparado com situações que nos fazem indagar se
realmente houve progresso e para que ele serve: a violência urbana, com
fortes sinais de uma volta à barbárie, a proliferação de endemias e
epidemias, algumas já consideradas extintas, decorrem das condições
precárias e desordenadas das cidades, e das catástrofes ecológicas. São
eventos por demais inquietantes que têm aumentado a angústia, a
vulnerabilidade e a fragilidade humana; assim, o triunfo da racionalidade
encontra-se ameaçado.
No início do século XX, a psicologia, ao aprofundar seus estudos
sobre o comportamento humano, destacou aspectos que não haviam sido
contemplados no século XIX. Tomou corpo no seio dessa ciência a
tendência humanista, composta de um conjunto de numerosas diretrizes e
escolas de pensamento, cujo ponto convergente e comum “é o respeito
pela pessoa – o reconhecimento do outro não como um caso, ou um
23
objeto, ou um campo de forças, ou um feixe de instintos, mas como ela
mesma." (MATSON, 2apud GREENING, 1975, p.77). Watson ainda aborda
que, na concepção de uma psicologia humanista, a pessoa é um ser total
e único que se desenvolve na relação com os demais; assim, a ênfase
dada ao diálogo, encontro, intersubjetividade, deve-se à crença sobre a
importância do relacionamento no desenvolvimento da personalidade.
Gomes et al. (2004) ao levantarem a história da Psicologia Humanista no
Brasil, referem o estudo desenvolvido em 1973 por Misiak e Sexton, no
qual eles discorrem sobre as dificuldades existentes para se definir a
Psicologia Humanista, não só pela ausência de uma teoria humanista de
Psicologia, como também pela vasta história do humanismo. Dizem esses
autores que,
[...] numa perspectiva histórica e sem preferências filosóficas ou religiosas, o termo humanismo pode ser associado a cinco grandes momentos das idéias psicológicas, podendo ser denominados de humanismo clássico, humanismo romântico, humanismo individual, humanismo social e humanismo crítico (ibid. p.2).
Concentrando-nos naquilo que nos interessa, destacamos também o que
os autores (Ibid.) nos trazem acerca do humanismo individual, que
procura discutir valores como independência, hedonismo, tolerância,
dissidência, permissividade e auto-expressão, e que foi explorado
amplamente nas seguintes teorias: a primeira, de Abraham Maslow
(1968), que defendia o valor da pessoa pelo seu potencial e não pela sua
produção; a segunda, de Carl Rogers (1961-1970), que defendia a
confiança irrestrita na pessoa; e, enfim, a terceira, na Gestalt, que em sua
oração recomenda que cada um viva o “aqui e o agora”, procurando viver
a sua expectativa e não a do outro. O humanismo individual alcançou seu
auge na década de 60, quando nas escolas, se recomendava a redução da
autoridade dos professores e o conseqüente ensino centrado no aluno, na
liberdade de expressão e da convivência social. Na psicologia, o
movimento fomentou o surgimento das terapias de grupo que
2 MATSON, F. W. The Broken Image: man, science and society. Nova York: Braziller,1964.
24
estimulavam a desconsideração a valores tradicionais e o surgimento de
uma maior liberdade de dizer o que pensa e o toque corporal. Gomes et
al. (2004) ainda citam que, na Política, essa tendência defendeu a
democracia e estimulou a voz das minorias.
Em 1978, Shaffer3 (apud GOMES et al., 2004) resumiu em cinco as
principais características da Psicologia Humanista: 1. Privilegia a
experiência consciente, alinhando-se com a fenomenologia e o
existencialismo; 2. Estuda o ser humano em sua totalidade e integridade;
3. Considero a condição humana limitada pela interface eu – corpo/ outro
/ mundo, porém isso não faz a pessoa ser destituída de liberdade e
autonomia; 4. Trabalha com uma metodologia anti-reducionista; 5.
Assume uma ética baseada na abertura para a experiência, na
possibilidade de escolha e de redefinição do sentido de vida.
Contemporâneo das tendências das ciências humanas direcionadas
para ver o homem por inteiro, sem as cisões provocadas pelas tentativas
científicas de descobrir maneiras precisas de estudá-lo, um outro grupo de
estudiosos inicia o movimento existencialista, que toma força em meados
do séc. XX, em uma construção conjunta de psiquiatras e psicólogos como
Binswanger, Minkowski e Rollo May (May et al. 1958). Para Rollo May (op.
cit.),
[...] o movimento existencial na psiquiatria e na psicologia surgiu como [...] um protesto contra a tendência a vestir o paciente com trajes cortados pela medida de nossos prejuízos ou a formá-lo à imagem de nossas predileções [...] A meu ver, representa uma síntese entre ciência e humanismo [...] em uma palavra, o existencialismo é o esforço por compreender o homem eliminando a cisão entre sujeito e objeto, que torturou o pensamento e a ciência ocidentais depois ou pouco depois do Renascimento(p.25-29).
Embora se considere Heidegger como o fundador do pensamento
existencialista contemporâneo, foram as idéias de Kierkegaard e Nietzsche
sobre a necessidade de superação da dicotomia instalada em suas épocas, 3 SHAFFER,J. Humanistic psychology. Englewood Cliffs, NJ: Prentice-Hall, 1978.
25
entre subjetividade e objetividade, os grandes pilares do movimento
existencialista na busca de resgatar a importância da existência individual.
A pergunta que resumia a preocupação central de Kierkegaard acerca da
existência humana era: “Como um homem pode converter-se em
pessoa?” (apud MAY et al., 1967, p.44). As preocupações de Kierkegaard
sobre as relações do homem com o mundo ampliaram as perspectivas no
campo da psicologia, de considerar as realidades interiores, subjetivas e
“nos ensinar que semelhantes realidades podem ser verdades ainda que
estejam em contradição com certos fatos objetivos” (ibid., p.46). Segundo
Nietzsche (op. cit.),
[...] todo sistema de pensamento se limita a dizer: este quadro representa a vida em toda sua amplitude: olhe-se nele para ver o significado de tua própria vida. Ou então: lê somente no livro de tua vida e aprende a decifrar os hieróglifos da vida universal (p.44).
Para esse filósofo, a saúde era considerada um subproduto do poder do
homem, considerando o poder como a faculdade de superar a
enfermidade e o sofrimento (op. cit.). Teixeira (2006), ao tecer seus
comentários sobre a psicoterapia existencial como uma proposta de ajudar
o indivíduo a viver de forma mais autêntica, esclarece o propósito maior
dessa linha de trabalho:
[...] o processo de individuação opõe-se ao conformismo com as normas e papéis sociais, o que conduz a um funcionamento estereotipado e inibidor da simbolização e da imaginação. O indivíduo está comprometido com a tarefa, sempre inacabada, de dar sentido à sua própria existência. Em síntese, a existência individual caracteriza-se por três palavras-chave – cuidado, construção e responsabilidade (p.291).
Outro modo de pensar que nos interessa registrar, por contribuir
sobremaneira para a compreensão acerca da complexidade que reveste a
humanização das relações humanas é a que toma como base a filosofia do
diálogo de Martin Buber (1979), que investiga a relação de reciprocidade
existente entre o binômio EU-TU ou Eu-ISSO. TU é o Outro com quem nos
relacionamos como pessoa e através dele nos desenvolvemos; ISSO é a
26
experiência objetal. Pode-se dizer que, durante todo o processo de
educação do ser humano, a presença do Outro, nas mais variadas formas
de interação, contribui, altera ou reforça o Eu, mesmo quando essa
relação também se estabelece de forma utilitária, por dominação ou
controle, como é o caso do binômio EU-ISSO.
Na década de 60, Friedmann4 (apud GREENING, 1975) visando
discorrer sobre uma relação terapêutica ideal, em que ocorre um
autêntico encontro, lembra que Buber (1979) dizia:
[...] o que se exige do médico em particular é que ele próprio saia de sua protegida superioridade profissional e aceite a situação elementar entre um ser humano solicitado e um que solicita (p. 77).
Em um olhar direcionado para identificar a influência da perspectiva
existencial-humanista em educação, que tem sido alvo das atenções de
vários estudiosos desde a década de 60, Harman (apud GREENING, 1975)
diz que essa perspectiva “enfatiza a pessoa, suas potencialidades e
individuação, sua auto-realização, sua descoberta de significado de vida”
(p.149), representando um papel fundamental nas forças que estão
modelando o futuro da educação. De acordo com essa visão, a educação
está essencialmente imbuída de estimular a capacidade do indivíduo para
realizar suas próprias escolhas, desenvolver um ser consciente,
responsável, capaz de sentir prazer com a sua liberdade, descobrindo a
essência da sabedoria e tornar-se autenticamente humano.
No próximo capítulo serão analisadas algumas das inúmeras visões
sobre as condutas ético-humanistas que vêm sendo motivo do interesse e
preocupação de profissionais e estudiosos que circulam ou analisam a
formação para a área e as práticas nela realizadas. Atualmente, encontra-
se disponível para nosso estudo, reflexão e discussão, um corpo de
conhecimentos produzidos a partir dessas experiências que, além de
efetuarem inferências acerca da repercussão do modelo biomédico na 4 FRIEDMAN, M. Martin Buber: The life of dialogue. Nova York: Harper Torchbooks, 1960.
27
realidade vivida, sugerem mudanças para a promoção do equilíbrio das
instâncias biológicas, psicológicas e sociais.
28
IV. DO SÉCULO XX AO SÉCULO XXI: OS VÁRIOS HUMANISMOS NA
ÁREA DA SAÚDE- DA FORMAÇÃO À PRÁTICA MÉDICA
O Zeith – Geist (Espírito do Tempo) que se insinua, aponta para duas alternativas: a sombra, fechando talvez o ciclo de vida de nossa civilização, e a otimista, denunciando a chegada dos ventos de um novo tempo, onde, aprendendo não só com nossas conquistas, mas sobretudo, humildemente, com nossas misérias, possamos contribuir para a construção de um mundo melhor (CHIATTONE E SEBASTIAM, 2002, p.182).
Quando manifestamos indignação, piedade, solidariedade, revolta,
compaixão diante das situações extremas com que nos deparamos na
atualidade, estamos exprimindo nosso senso moral, através de
sentimentos e ações. Para Marilena Chauí (1998), a consciência e o senso
moral da pessoa são postos à prova, quando ela está em dúvida sobre as
decisões a serem tomadas, que podem ser justificadas para si e para os
outros com a explicitação das razões dessas decisões, inclusive com a
assunção de todas as conseqüências delas decorrentes, pelo fato dela ser
responsável por suas ações.
Para podermos vislumbrar a dimensão da problemática com que se
têm deparado aqueles que estudam, transitam ou militam na área da
saúde, quando estabelecem como missão desenvolver uma prática mais
humanizada, numa ambiência tão complexa como é hoje a área da saúde,
torna-se fundamental entender o que está sendo motivo de críticas e
tensões nessa área, e o que também é esboçado como propostas de
mudanças, no seio das instituições. É o que nos propomos a fazer durante
o decorrer desse capítulo.
Nas ações diárias desses profissionais, tem-se visto uma pressa
aparentemente ilógica e improdutiva, na busca de se alterar resultados ou
atitudes que estão enredados na herança milenar da história humana.
Porém, quando essa história é relembrada, vê-se que se está diante de
29
um conjunto de atitudes e condutas que faz parte do que existe de mais
complexo no ser humano durante sua trajetória nesse planeta: a sua
capacidade de conviver de maneira equilibrada com seus semelhantes e
com a natureza como um todo.
4.1. Humanização da Prática Médica: Questionamentos e
Propostas
Sayd (2006), em seus estudos sobre a história da medicina,
demonstra que a atividade do médico é antiga e que este, como um
cuidador de pessoas acometidas, sempre foi considerado um ser
diferenciado, a despeito da variação de significados atribuídos ao ser
humano, ao mundo à sua volta e ao processo de adoecer. Mágico,
sacerdote, deus, encarregado da morte, são concepções que foram sendo
atribuídas socialmente ao médico, no decorrer dos tempos. Sem pretender
banalizar os sentimentos desses profissionais que se sentem hoje
desprovidos de condições de trabalho ou expostos a críticas excessivas e
constantes, não se pode deixar de considerar que, em épocas passadas, a
medicina sempre enfrentou dificuldades próprias do período temporal que
se analisa. Além disso, em tempo algum ela deixou de ser iatrogênica;
portanto, o seu problema não está circunscrito a uma época, como a
década de 50–60, em que o médico dito de família era a solução, como
ocorre às vezes quando ouvimos as referências feitas por médicos e
estudantes a esse período.
Sayd (ibid.) ainda nos fala que o real problema está no que ela
chama de desprofissionalização relativa que compreende, basicamente, a
perda do domínio do conjunto completo de técnicas disponíveis para
cuidar e dar suporte ao paciente, fazendo com que dependa da equipe de
saúde; seu saber é menos idolatrado, posto que é compartilhado com
outros profissionais – nutricionistas, enfermeiros, fisioterapeutas –
tornando o cuidado como um atributo de um grupo e não mais do
30
profissional individualizado; a dependência de custos imposta pelo SUS ou
seguradora de saúde. Para ela,
[...] o verdadeiro perigo reside na nova modalidade de iatrogenia [...] decorrente da fragmentação dos procedimentos: a perda do vínculo terapêutico, em que um profissional se responsabiliza por um doente. O potencial iatrogênico de uma intervenção aparece com muito mais facilidade quando uma série de terapeutas atua numa só pessoa e cada um acompanha a evolução de apenas um “pedaço” do paciente (p.14).
Na pretensão de explicar o que se passa, fomos resgatar as bases
filosóficas de um modo de pensar como esse aqui expresso, destacando o
que diz Comte-Sponville (2003):
A globalização não tem apenas lados ruins, e começou muito antes do que se imagina [...] se desenrolou, com altos e baixos, por uns vinte e cinco séculos [...] Esse processo, se o considerarmos aqui apenas um ponto de vista moral, e apesar das formas violentas que muitas vezes assumiu, é um processo de convergência das maiores civilizações em torno de certo número de valores comuns ou vizinhos, aqueles mesmos que nos permitem viver juntos sem nos prejudicar ou nos odiar muito [...] Devemos pensar que a moral é nada mais que humana, que é simplesmente um produto da história, o conjunto das normas que a humanidade, ao longo dos séculos, reteve, selecionou, valorizou. Por que essas? Sem dúvida, porque elas eram favoráveis à sobrevivência e ao desenvolvimento da espécie [...] aos interesses da sociedade [...] às exigências da razão [...] enfim, às recomendações do amor (p. 401).
Focalizando agora, dentro da história, o avanço do desenvolvimento
do modelo biomédico, desde o século seguinte – XVIII – já se verificavam
os movimentos de ampliação e redução da visão sobre o ser e suas
doenças. Segundo Lipowski5 (apud DE MARCO, 2003, p.35), surge, nessa
época, uma disputa interessante entre Claude Bernard – médico francês
fundador da medicina experimental – e Pasteur, sobre a proliferação de
micróbios. Bernard defendia que a doença ameaça constantemente, mas
não se enraíza, enquanto o corpo – terreno – não for receptivo. Só no
5 LIPOWSKI, Z.J. Psychosomatic Medicine: past and present – Can J Psychiatry Vol 31, (2-21), feb1986.
31
leito de morte é que Pasteur reconheceu que Bernard tinha razão: o
micróbio não é nada, se o corpo (terreno) estiver fortalecido. De Marco
(ibid.) interroga aqueles que se interessam pela história da medicina: que
condições e fatores proporcionaram o alicerçamento do modelo biomédico,
com a exclusão do psíquico e a perda de uma visão integral do ser e de
seu adoecimento? No bojo da história humana, as tendências dos
estudiosos diante de suas próprias indagações sobre o homem, foram
sempre de seccionar as partes a serem aprofundadas: num momento, era
o corpo físico, num outro, a psique, num outro, a alma humana. De Marco
(ibid.) continua refletindo que a maior influência parece ter sido, sem
dúvida, a do paradigma cartesiano, que ao propor a separação radical
entre mente e corpo, apresentou a possibilidade de serem imensamente
facilitados os estudos da natureza e do corpo, à medida que seriam
apartados da complexidade dos fenômenos psíquicos e submetidos ao
enquadre mecanicista, cujo procedimento fundamental consiste em
promover uma decomposição do complexo em suas partes mais simples.
Ficamos a imaginar que uma outra razão para ter-se privilegiado essa
visão, naquele período, deva ter sido o fascinante desafio que ela
representou para os estudiosos da época moderna, diferentemente das
etapas anteriores, nas quais as parcas investidas científicas disputavam
espaço com os interesses habituais de ver ou contemplar a natureza e o
homem, pelo viés da magia, da religião ou da especulação.
Foucault (2006), ao estudar a evolução da medicina e do saber
médico, destacou duas mudanças principais: uma, ainda por volta do
século XVIII que procurou classificar as doenças como espécies, sem uma
ligação necessária com o corpo; a transmissão dessas doenças ocorreria
quando algumas de suas características tivessem afinidade com o tipo de
temperamento do paciente. Prevalecia, então, o estudo dos sintomas e as
doenças eram produtos da fome, do clima, e de outras intempéries. A
segunda, ocorrida no começo do século XIX, concentrou-se em esmiuçar a
patologia no paciente individual, buscando as causas ocultas no corpo sem
32
vida, no qual, através de sua decomposição, eram reveladas as verdades
invisíveis procuradas pela ciência. Instalava-se a tendência clínica
anátomo-patológica.
Para Le Breton (1994),
[...] a base epistemológica da medicina descansa sobre um estudo rigoroso do corpo, porém separado do homem, comumente percebido como um intruso com o qual o médico deve conviver (o ritual da visita médica ao hospital é uma ilustração penosa e caricaturada) (p. 200).
Nessa perspectiva, a medicina optou por naturalizar seu objeto, realçando
a doença em si, excluindo a subjetividade e a construção de
generalidades. Para esse autor (ibid.),
[...]a enfermidade não é percebida nem tratada como o efeito da aventura pessoal de um homem inscrito em uma sociedade e em um tempo dados, mas sim como o defeito anônimo de uma função ou de um órgão (p.200).
Canguilhem (1990) também se referiu à cisão que a medicina
contemporânea apresenta entre a doença e o doente, cujo objetivo
passou a ser o de identificar a doença e sua causa, baseada na crença de
que basta remover a causa para que haja a cura da doença. Para Guedes
et al. (2006), as doenças são coisas que possuem uma existência concreta
e o médico, ao lidar com elas, vê o paciente como um ser virtual,
considerando irrelevante o seu sofrimento. Bonet (2004) referiu a
existência de uma tensão estruturante e constante na prática médica
relacionada ao saber e sentir; com o passar dos anos, desde o período da
formação, o médico aprende a lidar com esta tensão, excluindo
gradativamente a presença de emoções na sua relação com o paciente.
Luz (2005) afirma que, na sociedade contemporânea, há uma crise
da Medicina que não está vinculada à produção do conhecimento, mas sim
às dimensões ética, política, pedagógica e social. Tem ficado muito claro
para o mundo atual que o modelo doença-lesão não tem sido suficiente
33
para explicar as manifestações das doenças, colocando em dúvida o saber
médico, pois os pacientes persistem em apresentar sintomas físicos, sem
que o médico consiga identificar uma doença. Suas queixas são
desconhecidas do enquadre da biomedicina, que está embasada nas
ciências biológicas, que considera apenas a díade doença-lesão. Muitas
vezes, o médico chega a afirmar categoricamente que não há doença,
encaminhando o paciente para outros profissionais – psiquiatra e
psicólogo. A autora (ibid.) esclarece ainda, que nas ações de
planejamento em saúde, gerentes e técnicos tendem a relevar a força de
influência do paradigma tradicional – com o olhar apenas para a doença –
resumindo assim, a irracionalidade da medicina a um problema gerencial
ou de políticas públicas adequadas.
Para Bonet (2004, p.34-35), o que possibilitou à biomedicina tornar-se um
saber científico, a objetivação da doença, é o que tem sido um dos
principais motivos de crítica à sua atuação, pois essa forma de fazer
ciência seccionou a doença da pessoa doente, estimulando que o médico
somente se ocupe dos sinais e sintomas da doença. A preocupação com os
sinais e sintomas não inclui a presença de influências psico-sócio-
culturais. O médico está interessado no “como”, e não no “porquê” este
último sob o domínio do doente. Bonet lembra ainda o que diz Clavreul
(1983), quando realça na sua crítica ao reducionismo biomédico, que
[...] se o que o doente traz de sofrimento, de ansiedades, de medo, numa palavra, o subjetivo, deve ser afastado, digitalizado, também aquilo que na pessoa médica lembre as mesmas subjetividades deve ser afastado (p.259).
Na segunda parte do século XX, acentuou-se a reação a esse
modelo, tomando vulto a proposição de um modelo biopsicossocial que
pudesse corrigir ou minimizar as falhas daquele, efetuando o resgate
necessário dos aspectos psíquicos e sociais. De Marco (2003) alerta para
que, na adoção dessa nova perspectiva biopsicossocial, não se incorra no
erro de querer abordar todos esses elementos simultaneamente,
acreditando que a especialização é, em si, um mal incompatível com a
34
evolução dos campos do conhecimento. O autor ressalta, ainda, que o
problema da fragmentação do conhecimento é quando ela ocorre de
maneira rígida e estática, impedindo o trânsito entre as várias
abordagens, áreas e atividades da medicina. Da mesma forma, pode-se
refletir acerca da separação entre o físico e o psíquico, que não necessita
transformar-se num problema, se for reconhecido que a diferenciação de
métodos de abordagem para se estudar essas áreas é inevitável, porque
elas são distintas per si.
Le Breton6 (apud BONET, 2004) aponta para os questionamentos
que estão sendo feitos à instituição médica, tanto dentro como fora do
campo da medicina, levando, por exemplo, os especialistas formados no
paradigma da biomedicina, mas com dificuldades de aceitá-lo, a quererem
optar pelas “novas medicinas” – homeopatia, acupuntura, osteopatia, ou
outras similares– ou, então, a assumir a posição do médico de família. Em
ambas as escolhas, eles trabalhariam com dados que vão além do exigido
no modelo biomédico: informes sobre a dimensão individual e social da
pessoa. Outros questionamentos têm se manifestado através do
ressurgimento das “medicinas românticas”, assim chamadas por buscarem
a totalidade da pessoa, com base num enfoque holístico da doença e da
terapêutica. Para Gusdorf7 (apud BONET, 2004),
[...] os românticos não se opõem à inteligibilidade racional, mas rejeitam atribuir-lhe uma validade exclusiva [...] a ciência galileana explica o complexo a partir do simples, o romântico [...] uma compreensão do simples a partir do complexo (p.38).
Martins (2003) chama essas medicinas que fazem parte do modelo
biopsicossocial, de medicinas humanistas ou alternativas – psicanálise,
acupuntura, reiki, iridologia, massoterapia, radiestesia – e, inspirado em
Marcel Mauss (1950), diz que essas novas medicinas
6 LE BRETON, D. Anthropologie du Corps et modernité. Pariws: PUF, 1995. 7 GUSDORF, G. Fundaments du savoir romantique. Paris: Payot, 1982.
35
[...] valorizam a circulação de dons de cura paradoxais – interessados e desinteressados, obrigados e espontâneos – dons que se referenciam em primeiro lugar à sociedade e à sua reprodução, antes de servirem aos indivíduos considerados como unidades à parte. A reinstituição da medicina como fato social implica dizer, seguindo o que foi proposto por Marcel Mauss, que os bens de cura em circulação não são apenas materiais, mas também simbólicos; que a cura se faz por remédios, mas também por afetos, reconhecimentos e acolhimentos. Que a cura é um processo que se refere ao corpo físico, mas igualmente ao corpo social e, mediante esse, dirige-se às representações psíquicas e emocionais dos indivíduos e grupos. Essas novas práticas médicas são humanas no sentido de que reivindicam prioridade para o doente e não a doença (...) inspiram-se na idéia de uma cidadania ampla e plural alicerçada sobre a universalidade de direitos básicos para todos (p.206-208).
No seio das diferentes instituições educacionais de saúde em nosso país,
esse conjunto de proposições ainda desarticuladas não consegue ser
aceito, nem tampouco ampliar o número de aliados que promovam
mudanças significativas. Segundo Thomas Kuhn (1995), a transformação
paradigmática é complexa e profunda e, mesmo que os cientistas se
tornem descrentes do paradigma em voga e passem a considerar
alternativas, eles não renunciam a esse paradigma, ou seja, não tratam
as anomalias como contra-exemplos dele.
[...] na ciência, a novidade sempre emerge com dificuldade (dificuldade que se manifesta através de uma resistência (...) A ciência normal esforça-se para aproximar sempre mais a teoria e os fatos. Essa atividade pode ser vista como um teste ou uma busca de confirmação ou falsificação. Em lugar disso, seu objeto consiste em resolver um quebra-cabeça, cuja simples existência supõe a validade do paradigma. O fracasso em alcançar uma solução desacredita somente o cientista e não a teoria (p.90-111).
Portanto, para o autor, não se deve esperar dos cientistas de um
paradigma, a exemplo da biomedicina, que vem sendo denominado de
antiquado, que eles encaminhem a transição para um outro considerado o
novo: o modelo biopsicossocial. “Freqüentemente, um novo paradigma
emerge - ao menos embrionariamente – antes que uma crise esteja bem
36
desenvolvida ou tenha sido explicitamente reconhecida” (KUHN, 1995,
p.117).
Essas reflexões são pertinentes à clareza que precisamos ter sobre a
instauração de uma nova forma de pensar, de uma nova visão das
ciências da medicina assentada numa nova maneira de ver a pessoa, a
saúde, a doença, que dê corpo a um novo modelo biopsicossocial, que
está apenas começando. As bases do modelo biomédico estão
fundamentadas no paradigma cartesiano que não tem sequer cem anos de
contestação e dúvidas, em comparação aos seus trezentos anos de
reconhecimento e aceitação.
O modelo biopsicossocial, por sua vez, encontra-se em estado
inicial; seu crescimento tem sido alimentado por ações e análises ainda
vistas com cautela e descrença pelos profissionais e estudiosos das áreas
de educação e saúde, que foram formados pelo paradigma biomédico.
Kuhn (1995) explica as razões dessa cautela ou descrença, quando diz
que a profissionalização do cientista leva a uma grande restrição de visão
e a uma resistência considerável para a mudança de paradigma, mesmo
que sejam percebidos seus equívocos e limitações. Isso também se aplica
a todos os profissionais e estudiosos que abraçaram fervorosamente um
certo tipo de conhecimento e dele fizeram as suas bases para justificar as
experiências ou observações da realidade.
Além dessa intrincada rede de mudanças paradigmáticas no bojo
das ciências como um todo, ainda merece destaque a reflexão de que “a
mudança de paradigmas na medicina significa a perda do poder da “clínica
moderna” de bases alopáticas, que foi hegemônica nos dois últimos
séculos.” (MARTINS, 2003, p.58) Com a modificação da medicina oficial,
que não tem sido eficaz para tratar aquelas enfermidades que a UNESCO
denominou de “doenças sociológicas” – estresse, insônia, fadiga,
depressão etc.- surgem as chamadas medicinas alternativas – psicanálise,
acupuntura, homeopatia e outras – que procuram tratar o paciente com
37
um método que evidencie o ambiente e, sobretudo, que valorize a
conexão entre a sensibilidade do curador e o sofrimento do doente.
Para Martins (2003), a medicina foi totalmente envolvida numa
lógica tecno-utilitarista, que estimulou a separação médico-paciente,
como a forma mais adequada para se fortalecer uma rede altamente
sofisticada, que inclui os produtos dos laboratórios, às farmácias e
atuação do especialista médico com seu atendimento reducionista, que
tem comprometido tanto a ética médica quanto a relação de confiança
entre curador e doente. Para esse autor (Ibid.), há que se promover o
retorno da dádiva médica, que compreende a troca entre médico e
paciente, em que o primeiro entrega ao doente o seu saber (dom da cura)
e o doente por sua vez entrega ao médico os seus males (sofrimento). O
paradigma da dádiva constitui uma lógica complexa de funcionamento dos
sistemas vivos e difere do sistema bipartite do mercado (dar–pagar), pois
“o seu valor importante não é o quantitativo, mas o qualitativo, e o que
fundamenta a devolução não é a equivalência, mas a assimetria.”
(MARTINS, 2003, p.65-66). Já dizia Capra (1982) que
[...] a medicina moderna perde freqüentemente de vista o paciente como ser humano, e ao reduzir a saúde a um funcionamento mecânico, não pode mais se ocupar com o fenômeno da cura. Essa talvez é a mais séria deficiência da abordagem biomédica (p.116).
A concepção mecanicista do organismo humano, a imagem do corpo como
máquina teve (e tem) seu sucesso. Em inúmeras ocasiões, ela possibilitou
o alívio e o conforto de pessoas vitimadas por doenças ou acidentes.
Porém, diz Capra (1982),
[...] O principal erro da abordagem biomédica é a confusão entre processos patológicos e origens das doenças. Em vez de perguntarem por que ocorre uma doença e tentarem eliminar as condições que levaram a ela, os pesquisadores médicos tentam entender os mecanismos biológicos, através dos quais a doença age, para poderem interferir neles [...] Esses mecanismos, em vez de verdadeiras origens, são vistos como as causas da doença no pensamento médico atual, e essa
38
confusão está no próprio centro da medicina contemporânea (p.142-143).
Martins (ibid.) afirma que está posto um desafio para a medicina oficial:
recriar-se,
“sem deixar de valorizar as pesquisas tecnológicas avançadas e sem renunciar a uma remuneração justa pelos serviços médicos prestados aos cidadãos e também estar comprometida com o sentido social e humanista originário da medicina” (p.217).
Capra (1982) reflete ainda que a superação do modelo biomédico é
muito mais complexa do que se possa imaginar, porque seus princípios
estão profundamente enraizados na sociedade, sendo portanto,
defendidos acirradamente pelos seus usuários, o que tem dificultado mais
ainda que médicos progressistas modifiquem a prática de assistência à
saúde. A receita de medicamentos, o diagnóstico rapidamente efetuado
com base apenas nos sintomas físicos visíveis no momento do
atendimento, o alívio imediato da dor, são exigências comumente feitas
aos médicos pela maioria de seus pacientes. A mudança do modelo
biomédico só poderá ser alcançada mediante uma profunda transformação
cultural e social.
4.2. Humanização do Processo de Formação Médica:
Constatações, Críticas e Sugestões
O desafio de educar alguém já é por si só, entremeado de
complexas interações trançadas como uma rede, onde ocorre a emissão,
recepção e transformação de dados e sinais de todos os campos da vida
biológica, psicológica, sócio-cultural e ambiental. Durante uma entrevista
feita por Demerval Saviani, Pinto (1997) responde sobre o conceito de
educação:
39
[...] a educação é uma transmissão de uma consciência a outra, de alguma coisa que um já possui e o outro ainda não [...] A educação implica uma modificação de personalidade e é por isso que é difícil de se aprender, porque ela modifica a personalidade do educador ao mesmo tempo que vai modificando a do aluno. Desse modo, a educação é eminentemente ameaçadora. [...] A resistência do aluno ao aprendizado é um fator de modificação da consciência do educador e não uma obstinação, uma incompetência [...] A educação é um ato intransitivo, quer dizer, o educador não pode transformar a outrem que não esteja se transformando no próprio trabalho de ensinar. (p.21-23)
Batista (2004) fala de maneira semelhante sobre o ato de ensinar, quando
diz que “ensinar está ligado à idéia de atribuir significados [...] quando o
docente estrutura sua tarefa precisa pensar no outro que aprende” (p.65).
No entanto,
[...] na prática docente, vê-se com muita frequência, a cobrança de um aprendizado somente pelo componente de retenção do conceito: o aluno anota tudo e o repete na prova. O professor considera que o aluno teve um bom aproveitamento e o aluno, por sua vez, considera-o um bom professor (BATISTA & SILVA, 2001, p.105).
Práticas dessa natureza não têm contribuído para o desenvolvimento
de uma formação humanista, pois não trabalham com uma proposta de
transformação do indivíduo e do comprometimento de outras estruturas
além daquelas responsáveis pelo ato de memorizar e reter conhecimento.
Delors (1999), ao apresentar o Relatório para a UNESCO da
Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI, sob sua
coordenação, destaca,
[...] Para dar respostas ao conjunto de suas missões, a educação deve organizar-se à volta de quatro aprendizagens fundamentais que, ao longo de toda a vida, serão, de algum modo, para cada indivíduo, os pilares do conhecimento: aprender a conhecer, isto é, adquirir os instrumentos da compreensão; aprender a fazer, isto é, para poder agir sobre o meio envolvente; aprender a viver juntos, a fim de participar e cooperar com os outros em todas as atividades humanas; finalmente, aprender a ser, via essencial que integra as três precedentes (p. 89-90).
40
Nos variados campos de estudo da ciência, o paradigma dominante que
privilegiou durante séculos a fragmentação do conhecimento vai sendo
questionado e redirecionado para não perder de vista a totalidade das
diversas realidades que pretende investigar.
Ao fazer a leitura de todos esses recortes teóricos já postos aqui e
estabelecer uma vinculação com as competências desejadas para o
profissional de medicina, descritas no art. 5º das Diretrizes Curriculares
Nacionais do Curso de Graduação em Medicina (CNE/CES, 2001), que
destacam a necessidade de um médico saudável de corpo e mente,
comprometido com a comunidade em que está inserido e educador por
concepção vê-se tantas semelhanças nessas abordagens que fica
impossível não se crer que se está vivenciando significativas
transformações no seio das ciências. Querer não fragmentar a realidade,
ver o outro como alguém que ora é o reflexo, ora é a conseqüência de
suas próprias ações, bem como compreender ���� sentir ���� fazer ���� viver
esse aprendizado através da prática profissional implica na construção de
um novo ser, um novo ambiente, um outro mundo. Estamos, portanto,
diante de um aspecto que precisa ser mais bem explorado: a solicitação
da presença de uma Medicina mais humanizada choca-se com o modelo
biomédico, e sua defesa surge de forma ambivalente, tanto na prática
médica, quanto na definição de objetivos para a formação de profissionais
desse campo. Vários estudos foram desenvolvidos no sentido de conhecer
e aprofundar como acontecem as tentativas de se ensinar a humanização
das práticas médicas.
Rego (2003), ao pesquisar a formação ética e moral dos estudantes de
medicina, ressaltou que as características das ações humanizadas da
relação médico – paciente no início da década de 70, estavam presentes
no respeito ao processo psicopatológico dos pacientes, que antes era
diagnosticado como o popular piti.
41
Martins (2001) recomenda que, para alcançar uma meta diferenciada no
campo da humanização das relações assistenciais deve-se investir, desde
o início, na formação dos futuros profissionais. Programas de recepção a
estudantes no início dos seus cursos, visando facilitar sua integração a um
novo e complexo ambiente como a universidade, tem se constituído numa
medida positiva para que esse novo profissional, ao ser acolhido, possa
compreender a importância de replicar essa prática, posteriormente.
Durante o decorrer do curso, devem fazer parte do currículo os conteúdos
humanísticos que incitem discussões sistemáticas sobre conteúdos
bioéticos, morais, culturais, psicossociais, alimentados, com o passar dos
anos, pelas práticas vividas pelos alunos. A autora também sugere que
seja disponibilizado para os docentes um programa de preparação
pedagógica, que não tem sido priorizada nos ambientes universitários.
Ainda hoje é comum a desconsideração a manifestações psíquicas do
paciente, levando o médico a optar por condutas pouco adequadas para o
atendimento das necessidades do paciente. Rego (2003) esclarece que
[...] a humanização passou a ser considerada como a atenção a eventuais manifestações psicossomáticas de enfermidades e às possíveis interferências que o estado psíquico possa provocar na história natural da doença. Ainda hoje, é freqüente a restrição, no campo da psicologia clínica, a toda e qualquer referência à humanização da assistência ou, mais recentemente, no Brasil, ao ensino da ética em bases não deontológicas [...] a dimensão menos discutida na educação médica no Brasil (é) a transmissão de valores e a conformação da identidade profissional na graduação (p.46).
A contribuição de Rego (ibid.) é basilar para o avanço da discussão e de
propostas para o fortalecimento de práticas humanizadas na ação e na
formação do médico. Ele investiga como está sendo desenvolvida a
formação moral do estudante de medicina e se debruça para identificar o
que deve ser relevante para fundamentar o processo de socialização, a
valorização de atos, comportamentos, características do indivíduo, tais
como a capacidade de refletir sobre aspectos morais, realizar julgamentos
42
pessoais, escolher o que é certo e errado, justo e injusto, bom e mau. O
autor explora detalhadamente os estudos sociológicos clássicos sobre a
socialização profissional em medicina, de Merton; Reader & Kendall
(1957) e de Becker et al. (1997), bem como outros trabalhos realizados
por estudiosos que investigaram essa temática. Estes estudos trazem
contribuições muito importantes para a compreensão dessa etapa de vida,
e para a definição de características e condutas dos estudantes, que
necessitam ser melhor compreendidas por professores, colegas e
profissionais do serviço que os acompanham nos estágios e sobretudo,
por eles próprios: os estudantes.
Das características e condutas encontradas, as que mais chamaram
atenção foram: - existe grande motivação por parte dos estudantes para
tornarem-se médicos. Essa motivação também se estende para a
identificação de modelos e antimodelos - o estudante é membro de um
grupo dominado na faculdade e procura organizar estratégias coletivas de
sobrevivência institucional (argúcia acadêmica) para se dar bem nos
estudos; - os estudantes aprendem aquilo que desejam aprender, mas
têm dificuldades de aprender assuntos que não lhe interessam; - os
estudantes possuem três tipos de incertezas: as originadas da crescente e
rápida evolução do conjunto de conceitos, fatos e habilidades médicas; as
decorrentes das limitações e ambigüidades do conhecimento da área; e
por último, aquelas que dizem respeito a discernir o que é um produto de
seu pouco conhecimento e da insegurança pessoal, e o que é uma lacuna
do conhecimento científico em si; - os estudantes aprendem
indiretamente atitudes, valores e padrões de comportamento com
instrutores, pacientes, colegas e membros da equipe com quem convivem
na escola médica.
Rego (2003) destaca nos estudos de Eron8 (1955) e Merton; Reader
& Kendall9 (1957) a abordagem sobre “o aumento do cinismo e a perda do
8 ERON, L. Effect of medical education on medical students’ attitudes. Journal of Medical Education, 30:559-566. In: COE, R.M. (org.) Sociologia de la medicina. 3. Ed. Madri: Alianza Universidad, 1984.
43
idealismo à medida que os estudantes avançam nos seus estudos” (p.59).
Howard Becker (apud REGO, 2003) que também estudou esse tema,
interpretou que uma perspectiva cínica é desenvolvida estrategicamente
ao longo do curso, pelos alunos, que tendem a se interessar mais pelos
aspectos físicos da doença do que pelos aspectos psicossociais, porém, ao
final do curso reaparece um “idealismo mais bem informado, na
preocupação pelas responsabilidades médicas e sociais da prática da
Medicina” (p.59).
Em 1987, Mattheux & Béland (apud REGO, 2003) começaram a
investigar nos EUA, em três escolas com orientações sócio-políticas
diferentes, quais os efeitos que estas exerciam sobre a socialização
profissional dos estudantes e em que medida isso acontecia. Os perfis das
escolas eram assim compostos: uma, voltada para a pesquisa biomédica;
a segunda, com ênfase tanto em pesquisa quanto na atenção primária e
medicina comunitária; e a terceira, com ênfase na abordagem psicossocial
na assistência ao paciente. As variáveis como gênero, raça e origem
geográfica foram controladas. Para surpresa dos dois pesquisadores, não
foram detectadas variações significativas entre os resultados obtidos nas
três escolas; entretanto, surgiu um resultado que chamou a sua atenção
por ter-se repetido em todas as escolas: os estudantes negros
apresentaram uma perspectiva mais social e menos conservadora para a
prática médica. Para esses pesquisadores, este aspecto poderia ser
justificado por um aparente amadurecimento dos estudantes, “admitindo,
por conseguinte, que uma visão mais social e justa para a assistência à
saúde da população reflete a maturidade do sujeito” (p.60).
9 MERTON, R.K. READER, G.G. & KENDALL P. L. (Eds.) The student – physician introductory studies in the sociology of medical education. Cambridge: Harvard University Press, 1957.
44
Para Berger & Luckmann10 (1990) e Bourdieu11 (1996) (apud REGO,
2003),
os conteúdos interiorizados durante a socialização primária [...] estão diretamente relacionados com a inserção dos sujeitos e de seus pais na estrutura social, sendo que o conteúdo da socialização secundária se sobrepõe ao da primária, que tende ser preservada em situações de conflito pelos conteúdos emocionais agregados. Assim, sendo os indivíduos de raça negra mais discriminados na sociedade americana, a referida tendência a aceitar uma concepção mais justa para a organização e a prática médica estaria mais coerente com eventuais conteúdos socializados por filhos de segmentos discriminados da sociedade, como os negros (p.61).
Rego (2003) destaca outra possibilidade sobre a socialização
secundária do estudante de medicina que diz respeito ao conservadorismo
da corporação médica e seu concreto desinteresse pelos aspectos sociais
de sua prática (p.61). Lembrou ainda, que Bloom12 (1988, apud REGO,
2003), após estudar as reformas curriculares do curso médico nos EUA,
afirmou que “a missão humanística da educação médica é pouco mais do
que um pano de fundo, para a preocupação principal dessas instituições
que é a missão de pesquisa.” (p.61). Apesar de não discordarem desse
posicionamento, Kendall & Reader13 (1988, apud REGO, 2003) esclarecem
que nos dias atuais, os objetivos educacionais voltados para a aquisição
de valores e atitudes no curso médico, além de estarem em foco, têm
melhores possibilidades de serem alcançados através do método de
Problem Based Learning (PBL) (p.61).
No Brasil, a socialização profissional não se encontra exclusivamente
sob os auspícios das instituições de educação superior à qual o estudante
está vinculado. Essa afirmação de Rego (ibid.) não só representa uma
10 BERGER P.L. & LUCKMANN, T.A. A construção social da realidade: tratado de sociologia do conhecimento. 8. Ed. Petrópolis: Vozes, 1990. 11 BOURDIEU, P. Razões práticas: sobre a teoria da ação. Campinas:: Papirus, 1996. 12 BLOOM, S. W. Structure and ideology in medical education: an analysis of resistance to change. Journal of Health and Social Behavior, 29: 294-306, dec 1988. 13 KENDALL, P.L. & READER, G.G. innovation in medical education of the 1950’s contrasted with those of the 1970’s and 1980’s. Journal of Health and social Behavior, 29:279-293, dec., 1988.
45
constatação, mas uma denúncia. Para ele, em um número significativo de
casos, as instituições desconhecem formalmente a participação dos
estudantes nos estágios extracurriculares, realizados fora do
conhecimento e acompanhamento da escola. Em seu estudo, o autor
constata que 80% de entrevistas realizadas no Rio de Janeiro, com alunos
do 4º ano de medicina que estagiavam em emergências ou pronto-
socorros públicos ou privados, localizados na região metropolitana, o
estagiário informou que se considerava responsável pelo atendimento
realizado. Em mais de 30% dos casos, informaram que o médico
responsável por sua supervisão não estava presente quando o estudante
efetuava seus atendimentos. “Por ocuparem um espaço privilegiado na
formação do futuro médico, os estágios extra-curriculares constituem-se
num dos principais campos em que o processo de socialização se dá”
(p.68).
Para Maia (2005), “os currículos tradicionais na área da saúde
seguem uma lógica positivista, em consonância com a visão mecanicista
do homem que perpassa as concepções dos formadores” (p.47). O autor
continua sua análise refletindo sobre a fragmentação do currículo em
disciplinas, a pouca clareza que o conjunto de professores possui sobre
que tipo de profissional se quer formar e, aliado a isso tudo,
[...] a dificuldade de “operacionalização” da formação humanística – intrinsecamente ligada a valores, atitudes, posturas e comportamentos – faz com que essa dimensão do desenvolvimento profissional ocorra não de forma planejada, intencionalmente inserida no currículo, mas em decorrência de casualidades de relações entre professores, alunos e pacientes. Em outras palavras, a formação humanística acontece predominantemente no que se chama de “currículo oculto” [...] no ensino superior em saúde, ocorre em grande parte de forma “não intencional” no desenvolvimento curricular (op cit., p.47-49).
No seio das entidades formadoras, tanto do ensino médio quanto da
educação superior, outra preocupação tem surgido fortemente: a de quem
é este professor responsável pela formação e socialização do estudante.
46
As Diretrizes Curriculares Nacionais da Secretaria de Educação
Fundamental do MEC (1998), no seu capítulo 3, que trata dos
Fundamentos Estéticos, Políticos e Éticos do Novo Ensino Médio Brasileiro,
recomendam que a escola deve estimular o aluno a desenvolver condutas
solidárias e de responsabilidade com o outro e com o que é público,
esclarecendo que isso deva ser feito através da liderança dos adultos que
com ele convive. A escola deve educar sob a inspiração da ética, no intuito
de desenvolver seres responsáveis, sensíveis, solidários, portanto, seres
autônomos. Para Maia e Mazzotti (2006), “regras, normas, valores morais,
atitudes e costumes são noções interdependentes, vinculadas à da ética
que circula nas escolas” (p.114), repassadas através de um ensinamento
verbal, geralmente insuficiente para assegurar as ações humanas
decorrentes.
Ronzani e Ribeiro (2003) refletem que, embora os estudantes já
ingressem na faculdade com um sistema de representações sobre o que é
ser médico, “as universidades e os professores são a principal fonte de
formação de identidade dos novos profissionais”, (p.233) sendo
necessário valorizar o que está sendo compartilhado sobre crenças e
valores entre todos os atores participantes do processo de formação –
professores médicos, professores de outras áreas, estudantes, técnicos,
profissionais do serviço - como elementos essenciais para a formação do
novo médico. Sobre essa responsabilidade do professor, Batista (2004)
defende que “ensinar está ligado a idéia de atribuir significados [...]
Quando o docente estrutura sua tarefa precisa pensar no outro que
aprende” (p.65). Batista14 (2001, apud BATISTA, 2004), numa
investigação realizada com pós-graduandos acerca dos atributos de um
bom professor em saúde, identificaram características vinculadas às
seguintes dimensões:
[...] domínio científico [...] ter experiência como profissional [...] ter conhecimentos didático-pedagógicos [...] ter atitudes
14 BATISTA, N. A. & Batista, S. H. O professor de medicina. São Paulo: Loyola, 2001.
47
humanizadoras com os estudantes [...] saber ouvir [...] ter paciência com o não saber do aluno, estimular a pesquisa [...] gostar de ensinar (p.66-67).
Batista (op cit.) fala ainda sobre a concepção de docência mediadora
como aquela prática incrustada na vivência de “um ensino crítico,
cientificamente rigoroso e eticamente comprometido” (p. 69).
Para a autora, esse ensino inovador se baseia
[...] no comprometimento com o avanço da ciência [...] na interação dialógica, respeitosa e valorativa dos saberes prévios dos estudantes [...] no interesse em aplicar metodologias que ampliem a discussão ética – reflexiva [...] no acompanhamento da aprendizagem[...] na parceria com os pares, movimento essencial para a construção de redes de experiências e saberes docentes[...] no compromisso e participação dos movimentos de mudanças curriculares[...] na crença de que a docência em si também é objeto de pesquisa, de interesse da ciência (p.70).
Nessa concepção, está claramente presente a visão do humanismo
renascentista, do homem protagoriano, que precisa ter uma educação
técnica e humanista.
Cabe aqui ainda, nos deter em uma questão que, nas últimas décadas,
vem minando as bem-intencionadas ações dos professores, voltadas para
a objetivação de seus papéis como formadores de pessoas e cidadãos: a
valorização concreta da profissão. Ferreira (2006, grifos da autora)
destaca alguns jargões de mau gosto que são imputados aos professores,
revelando os preconceitos existentes para com este profissional, tanto no
âmbito familiar quanto no social. Comentários desqualificadores como “ser
professor é sinônimo de não ter onde cair morto” [...] “os alunos que
buscam esta formação são intelectualmente incapazes de fazer outros
cursos”, “quem sabe faz, quem não sabe, ensina” (p.96), reforçam um
estigma social, numa cultura essencialmente capitalista, que considera
que o ensino não é uma ação produtiva. Ferreira (ibid.) lembra o que diz
Esteve (1999, p.10):
[...] nossa sociedade é hipócrita e ambivalente quando aplica a nós, professores, o velho discurso da abnegação e do valor
48
espiritual e formativo de nosso trabalho, quando na verdade deprecia tudo que não tenha valor material (p.96).
Nóvoa (1999) confirma essa forma de pensar, ao expressar que nos dias
de hoje, na Europa, há uma retórica freqüente sobre o papel fundamental
que os professores exercem na construção da sociedade do futuro.
Políticos e intelectuais erguem suas vozes para reivindicar uma maior
valorização da profissão docente. Ao se observarem melhor as causas
desse discurso, verifica-se que nas sociedades cunhadas por crises de
legitimidade política e por frágil participação social, tende-se a
desenvolver uma dupla tendência: pregar o civismo compensando a
ausência de uma autêntica vivência democrática e evitar o presente,
projetando todas as expectativas na “sociedade do futuro”. Para a
consecução prática dessas duas tendências, os professores são muito
bons, pois, segundo o autor, “é para eles que se viram as atenções dos
políticos e da opinião pública quando não encontram outras respostas para
os problemas.” (Ibid., p.13) Esse excessivo discurso esconde a pobreza e
fragilidade das práticas políticas e a inexistência de propostas
concretamente diferenciadas sobre a profissão docente.
Nóvoa (1999) ainda reflete que essas ambigüidades entre o que é
construído retoricamente como necessário e o que é efetivamente
proposto como reformulações sobre o trabalho docente não se resolvem
até agora, fazendo com que
[...] por um lado, os professorem sejam olhados com desconfiança, acusados de serem profissionais medíocres e possuidores de uma formação deficiente; por outro lado, sejam bombardeados com uma retórica cada vez mais abundante que os considera como elementos essenciais para a melhoria da qualidade de ensino e para o progresso social e cultural (p.13-14).
Essas peculiaridades sobre o trabalho têm afetado a saúde física e
emocional do professor, deixando-o fragilizado e pouco disponível para
criar ambientes propícios às atitudes humanizadoras, quando se
49
compreende que a humanização é uma expressão indicadora de saúde, no
seu mais amplo sentido.
Codo (2000), em suas análises sobre o investimento afetivo
realizado pelos trabalhadores que, em suas atividades, se responsabilizam
pelo ato de cuidar do Outro, diz que
[...] As atividades que exigem maior investimento de energia afetiva são aquelas relacionadas ao cuidado; estabelecer um vínculo afetivo é fundamental para promover o bem-estar do outro. Para que o professor desempenhe seu trabalho de forma a atingir seus objetivos, o estabelecimento do vínculo afetivo é praticamente obrigatório [...]. Inserido numa atividade onde o cuidado é inerente, o trabalhador precisa estabelecer relações, criar um vínculo afetivo com os alunos, por exemplo. Acontece que, por ser uma atividade mediada, este circuito afetivo nunca se fecha: o indivíduo investe no objeto sua energia afetiva mas, esta, ou invés de retornar integralmente para o seu ponto de partida, dissipa-se frente os fatores mediadores da relação. Ora, essa quebra no circuito afetivo coloca o indivíduo numa situação bastante contraditória. Se por um lado lhe é exigido dar-se afetivamente na relação com vistas ao bom desempenho de seu trabalho, por outro lado não lhe é possível fazê-lo, pois as mediações da relação impedem o retorno, para o trabalhador, na mesma medida. Sem esse retorno do investimento afetivo, o circuito nunca se fecha, ou seja, a relação afetiva não se estabelece de forma a permitir que o trabalhador possa se reapropriar do seu trabalho (p.10).
Por essa ótica, o professor, como cuidador, vivencia os efeitos do descuido
para com ele, numa prática anti-humanista que vem sendo fortalecida
desde os séculos XVII e XVIII, e que minimiza ou até despreza a presença
e a influência dos sentimentos e emoções na ação humana. Não se pode
esquecer ainda, que na missão de humanizar a prática médica, terão que
ser empreendidos esforços, não só dirigidos para melhorar a atuação do
futuro médico, ou modificar os docentes e profissionais do serviço de
saúde, mas também para melhorar a qualidade da gestão das entidades
formadoras e de prestação de serviços. Essas entidades, por serem
submetidas aos mesmos vieses paradigmáticos e ideológicos da sociedade
ocidental, querem exigir a mudança do seu corpo técnico, docente e
50
discente, sem terem a compreensão sobre a complexidade requerida para
que essas mudanças aconteçam.
A humanização dos ambientes de trabalho necessita não apenas da
possibilidade de relações interdisciplinares mais constantes e efetivas,
mas também da melhoria significativa das condições de trabalho, da
coerência entre as exigências feitas, os meios disponíveis e os resultados
a serem alcançados, aspectos estes que fazem parte do dia-a-dia do
professor ou do profissional dos serviços de saúde. Temos observado que
não tem ocorrido um compasso equilibrado entre esses aspectos, sendo
considerados pelos trabalhadores e pelos gestores, como difíceis ou quase
impossíveis de serem modificados.
51
V. A PESQUISA
5.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO CENÁRIO DA PESQUISA
A Faculdade de Medicina de Alagoas foi fundada em 03 de maio de
1950 e em janeiro de 1951 realizou seu primeiro vestibular. Segundo o
Conselho Regional de Medicina de Alagoas, dos 1.059 médicos inscritos no
Conselho nos últimos 10 anos, 598 (56,4%) são oriundos da UFAL.
Anualmente, ingressam no curso médico da UFAL e concluem o curso, 80
alunos. São 480 alunos e um corpo docente formado por
aproximadamente 120 professores. No ano de 1991, aconteceu a
mudança mais significativa ocorrida no âmbito do curso, quando por
ocasião da elaboração do Projeto Pedagógico Global da UFAL, o curso de
Medicina definiu o perfil do médico a ser formado, usando como bases
referenciais os princípios do sistema de saúde vigente na época; as
recomendações da Associação Brasileira de Educação Médica - ABEM e as
condições físico-espaciais disponíveis naquela época. (Projeto de
Reestruturação do Curso Médico da UFAL- NEMED, 2002). Porém, isso não
foi suficiente para promover as inovações idealizadas, pois não se
conseguiu transformá-las em ações contínuas e planejadas, capazes de
viabilizar as idéias traçadas. Oito anos depois, em 1999, um grupo de
professores e alunos reiniciou a discussão e a análise sobre como vinha
ocorrendo o aprendizado das disciplinas, e a relevância de seus conteúdos
e práticas para a realidade da população local. Nesse momento, havia sido
catalogada, através da mídia local, uma série de reclamações sobre o mau
atendimento médico nos hospitais e consultórios.
A partir desse ano, até o presente momento, vários eventos têm
sido sistematicamente realizados para a construção da reforma curricular:
oficinas de análise de ambiência e planejamento de ações; formação de
Comissões de Acompanhamento e Avaliação do processo; reuniões
52
semanais abertas e regulares; pesquisas diagnósticas; seminários com a
participação de profissionais de outros cursos em processo de reforma
(UPE, UFC, PUC Campinas); idas aos Encontros da ABEM; envolvimento
constante das Secretarias Estadual e Municipal de Saúde, do Conselho
Regional de Medicina de Alagoas e dos parceiros da rede de serviços.
Durante as primeiras oficinas de planejamento sobre a reforma curricular
(mar/abr 2002), aproximadamente 50 participantes, numa freqüência
flutuante, identificaram os principais problemas do curso, suas causas e as
ações necessárias para a eliminação ou redução gradual dos mesmos. Dos
problemas registrados, 30% dizem respeito às pessoas (mais
precisamente, os docentes), principalmente no que se refere às suas
condutas diante do trabalho e na relação com o usuário - aluno ou
paciente - ressaltando-se a desmotivação e descompromisso, a pouca
abertura para aprender coisas novas, o descrédito nas mudanças e a falta
de estímulo para transformar a realidade. (Projeto de Reestruturação do
Curso Médico da UFAL-NEMED, 2002). Os problemas identificados têm
afetado significativamente o andamento mais rápido das mudanças
sugeridas e o envolvimento de um maior número de docentes na
reestruturação curricular. E uma das maneiras de se vencerem as
barreiras de resistência à mudança pode ser a apresentação de dados
concretos sobre cada aspecto que implique uma nova forma de agir ou
intervir na realidade.
Na descrição da Missão, Objetivos, Princípios e Mudanças
necessárias para o desenvolvimento do novo Curso Médico da UFAL,
consolidadas através de algumas das oficinas realizadas no decorrer dos
anos de 2002 /2003, a visão humanista foi oficializada como um
importante elemento da formação do profissional da medicina. No curso
de medicina da UFAL, a dimensão humanista tem se concretizado como o
que Maia (2005) denominou de um valor de formação, através da
constituição do Eixo de Desenvolvimento Pessoal, de caráter transversal
(figura na p.51), que juntamente com os dois outros eixos da matriz
53
curricular – eixo teórico-prático integrado e eixo de aproximação à prática
médica – representam, hoje, a estrutura central das mudanças
implementadas no currículo do curso médico.
Currículo baseado nas necessidades de saúde da pop ulação Inserção do aluno no serviço desde o primeiro ano c om
crescentes de complexidade
Conheci
mento
Serviço/Comunidade
Desenvolvimento Pessoal
Este eixo tem como finalidade maior contribuir para
[...] a formação do aluno como pessoa e como cidadão, através da reflexão e revisão permanentes dos preceitos éticos e humanísticos que embasam as atitudes do homem enquanto ser social, em suas relações familiares, afetivas, profissionais e políticas, no contexto individual e coletivo e o desenvolvimento de habilidades e atitudes adequadas para o exercício profissional e para sua inserção na sociedade como cidadão (Guia do Aluno, UFAL, 2006-2007).
O trabalho que vem sendo desenvolvido no Eixo tem procurado nesses
últimos dois anos, incentivar, à semelhança do que diz Maia (2005), a
construção de relações entre docentes � alunos � comunidade, que
aprofundem continuamente as reflexões sobre as atitudes humanistas
necessárias ao aperfeiçoamento dessas relações. Para isso, estão sendo
empreendidas atividades que oportunizem a escuta, o diálogo, o
54
entendimento de posturas resistentes ou conflituosas, bem como a
reflexão sobre a ambiência interdisciplinar vivenciada a todo momento
pelo estudante de Medicina. Além do mais, compreende-se que esta
proposição, em si, é uma das mais desafiantes para o curso, dentre as
tantas recomendações existentes no bojo das Diretrizes Curriculares para
os cursos de Medicina.
Essa pesquisa pretendeu, portanto, contribuir com maiores informações
para a formação de médicos na perspectiva humanizadora.
5.2 OS SUJEITOS DA PESQUISA
A pesquisa foi divulgada no âmbito do curso de Medicina, no período
compreendido entre novembro/2006 e fevereiro/2007, através das
reuniões da Faculdade com os alunos, no Centro Acadêmico, nas salas de
aula. Participaram dos grupos focais, 73 (setenta e três) estudantes,
sendo 29 (vinte e nove) do 1º ano, (10) dez do 3º, (17) dezessete do 4º
ano e (17) dezessete do 6º ano.
5.3 O PROCESSO DE COLETA DE DADOS
O processo de coleta de dados foi realizado através do Grupo Focal. A
confirmação da escolha pelo grupo focal aconteceu após a verificação
sobre a compatibilização de algumas de suas características ao que
pretendíamos fazer, ou seja, pesquisar um foco. Essa focalização permite
a apreensão de diferentes visões de mundo e de valores dos componentes
do grupo sobre um tema específico, ou ainda possibilita o entendimento,
55
em profundidade, dos comportamentos desenvolvidos quando os
indivíduos se deparam com aquele tema (RESSEL; GUALDA & GONZALEZ,
2000). Além disso, ela auxilia a construção de um conhecimento coletivo
do grupo através dos fóruns de discussão que se estabelecem, tornando
visível e passível de reflexões dos mais diferentes níveis, um tema que, na
maioria das vezes, passa despercebido na escola. É importante se obter
dados, por exemplo, de como estão sendo produzidas as idéias sobre a
formação humanística do estudante do curso de medicina, na vivência do
dia-a-dia da graduação.
Minayo (2004) esclarece que “o específico do grupo de discussão são as
opiniões, relevâncias e valores dos entrevistados. Difere por isso da
observação que focaliza mais o comportamento e as relações” (p.129).
Embora considere que o grupo focal tem uma função complementar à
observação e às entrevistas individualizadas, Minayo (Ibid.) também diz
que a discussão de grupo – grupo focal - “deve ser valorizada como
abordagem qualitativa, seja em si mesma seja como técnica
complementar” (p.129).
Para Nogueira-Martins e Bógus (2004),
[...] O grupo focal pode ser utilizado para gerar ou formular teorias a serem posteriormente testadas por estudos quantitativos, identificar conceitos, crenças, percepções, expectativas, motivações e necessidades de um grupo específico [...] as informações obtidas através do grupo focal poderão ser, posteriormente, utilizadas em um programa de intervenção ou para redirecionarem atividades de uma política ou de um programa que esteja acontecendo (p.51).
Foi usado o seguinte roteiro de quatro perguntas, com o objetivo de
estabelecer um eixo central que permitisse nos manter no foco central da
pesquisa: 1. O que lhe vem à mente quando se fala em humanismo? 2.
Qual a idéia de humanismo que tem sido desenvolvida no curso de
Medicina? 3. Durante o curso, que experiências ou situações você
56
considera que têm contribuído para a formação humanista do/a
estudante? 4. Como foi participar dessa discussão?
Esse roteiro foi aplicado, em novembro de 2006, a um grupo de cinco
professores do curso de Psicologia, mestres e doutores, inclusive a uma
professora de filosofia, com o intuito de verificar a pertinência, clareza e
seqüência das perguntas. Na avaliação do grupo, o roteiro estava claro e
pertinente. No entanto, foi feita uma recomendação: fazer um momento
de aquecimento prévio do grupo para as questões a serem respondidas,
pelo fato de elas terem sido percebidas como complexas e abrangentes.
Entretanto, durante a aplicação do roteiro nos grupos de estudantes do
curso de medicina, houve a compreensão imediata de cada pergunta,
provavelmente por ser um assunto que vem sendo amplamente discutido
através das reuniões sobre as mudanças curriculares e até em sala de
aula. A transcrição das falas dos cinco grupos constam nos anexo 1 e 2
deste documento.
Foram constituídos cinco grupos de estudantes e realizada uma
reunião com cada um dos grupos, com a duração de duas horas,
perfazendo um total de dez horas de coleta de informações. Foram
capacitados quatro estudantes do curso de psicologia da UFAL para
acompanhar, gravar e anotar falas, condutas e outros aspectos
significativos das reuniões, porém apenas duas permaneceram até o final
com essa tarefa.
A constituição dos grupos focais foi alcançada após a superação de
algumas dificuldades iniciais; várias tentativas foram realizadas para
formar grupos de estudantes de diferentes séries. Divulgou-se a idéia nas
turmas, no centro acadêmico, mas a lista de adesão não conseguiu ser
cumprida, em vista de o horário de disponibilidade dos estudantes ser
dificultado pela quantidade de horas investidas no curso, mesmo quando o
horário oficial das séries indicava possibilidades de formação de grupos,
57
durante os horários livres previstos no calendário distribuído pela
coordenação do curso. Foi então necessário solicitar a ajuda de alguns
professores, que nos cederam seus espaços de sala de aula para realizar a
pesquisa com os alunos que se disponibilizassem para tal.
As reuniões foram todas realizadas em ambientes da UFAL,
previamente preparados para garantir a manutenção da privacidade e o
afastamento das demandas externas que geralmente prejudicam a
atenção dos grupos. Esse cuidado com a escolha e preparação do local
recebeu uma especial atenção por parte de Ressel, Gualda & Gonzalez
(2000), que sugerem inclusive como deve ser feita a disposição das
cadeiras e a mudança de lugares nas reuniões, não se devendo atribuir
aos assentos uma idéia de prestígio, nem permitir que algum colaborador
sente sempre ao lado do pesquisador. Procuramos seguir essas regras,
sem perder de vista o conforto e bem estar dos participantes. O início de
cada reunião foi sempre realizado com a explanação de, no máximo 10
minutos, sobre o escopo da pesquisa, a apresentação da pesquisadora e
suas assistentes, e a assinatura individual do Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido. As perguntas foram também colocadas em pequenos
cartazes e afixadas na parede no instante em que eram pronunciadas,
com o fim de lembrar ao grupo o que estava sendo discutido. Durante as
discussões, houve algumas intervenções da pesquisadora, com o intuito
de conseguir maiores esclarecimentos sobre falas significativas, pelo fato
de suscitarem algo a ser mais explorado, clarificado.
Cada grupo formado apresentou características singulares,
tornando-o diferente de todos os outros. Para Moreno (1975, p.46) um
grupo não representa apenas uma coleção de indivíduos. Estes se
organizam e interagem, por vezes sem nem perceberem seu próprio
movimento, expressando o estado de ânimo em que se encontram através
de expressões corporais tais como: andar lento, com o corpo meio de
lado, acelerado ou cauteloso, silêncios, conversas em voz baixa ou em
tom nervoso, acompanhadas ou não de risadas altas, que explicam como
58
estão se sentindo no momento. Por isso, vale a pena discorrer a seguir
sobre algumas características dos grupos formados para a promoção
dessa pesquisa.
O grupo do quarto ano foi o primeiro grupo focal que realizamos.
Nossa expectativa era muito alta, pelo fato de termos tido insucessos
anteriores na formação de outros grupos. Foi um grupo agendado através
de contato entre a coordenadora do curso e um professor da Nefrologia,
que atende no Hospital Universitário - HU. O local de realização foi uma
das salas de aula do referido Hospital, logo após o horário de atendimento
desse grupo, escolhida por nós na semana anterior, com a ajuda do setor
de Recursos Humanos. Mesmo não sendo a sala ideal, pelo fato de possuir
um ar condicionado que sabíamos que poderia interferir na qualidade da
gravação, optamos por continuarmos naquele espaço, por ser no fundo de
um corredor, o que garantia a privacidade de acesso. Como os estudantes
estavam saindo do estágio às 10 horas da manhã, providenciamos um
lanche para o grupo. Aguardamos os estudantes na porta do corredor.
Eles foram chegando em tempos diferentes, um após o outro. Durante o
lanche, fui estabelecendo contato, com o objetivo de acolher a todos, e
deixar as pessoas à vontade para o que iria acontecer. Proporcionar esse
acolhimento também me fez ampliar o aquecimento pessoal de que
precisava para o trabalho proposto. Logo após o lanche, iniciamos as
explicações sobre a pesquisa - quem éramos, os objetivos, a metodologia
do trabalho, a necessidade de gravarmos as discussões, tempo médio de
duração do grupo focal, o sigilo do processo, a condição precípua da
participação espontânea e a importância de assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) para os que estivessem
interessados na atividade. Cinco a seis estudantes pediram desculpas e se
retiraram por justificativas diversas e permaneceram na sala dezessete
pessoas, que antes de iniciarmos as perguntas preencheram o TCLE.
Como primeiro grupo da pesquisa, consideramos que os cuidados
metodológicos que estabelecemos, além dos já citados acima, foram
59
importantes para a credibilidade da atividade: os dois gravadores
utilizados, o formulário de anotações para as estagiárias registrarem
questões ou situações que considerassem relevantes, como por exemplo,
a interpolação de resistências entre dois ou mais participantes, a fixação
de cada pergunta na parede à medida que ia sendo feita e a identificação
de cada participante através de uma papeleta na cadeira com seu nome e
um número. Esse foi um grupo que parecia ter entre seus membros, uma
relação mais distanciada, em que as discordâncias das falas entre uma e
outra pessoa eram feitas de maneira mais impessoal, sem ser dirigida
diretamente àquele/a que havia acabado de se pronunciar. Ou seja, em
grande parte da manifestação de falas discordantes, o participante não se
voltava para quem ele estava discordando. No entanto, isso não pareceu
atrapalhar as relações entre eles.
Os estudantes do terceiro ano formaram o segundo grupo a ser
pesquisado. Os estudantes foram informados da natureza da pesquisa
pela coordenadora do curso e uma das professoras de Pediatria que
coordenam algumas das turmas do estágio materno-infantil no Centro de
Atenção Integrada Comunidade – Escola (CAIC), situado na entrada do
Campus Maceió da Universidade Federal de Alagoas. A maior dificuldade
para a realização do encontro com esse grupo foi a localização do espaço
físico disponível no próprio CAIC – a sala de reunião dos professores –
situada ao lado do pátio de recreio dos alunos. Chegamos ao local, nos
organizamo-nos e iniciamos o contato com o grupo de dez estudantes,
logo após a professora nos ter apresentado. Seguimos o mesmo ritual de
esclarecimentos sobre o processo e após todos terem manifestado sua
aquiescência, entregamos os TCLE’s para serem preenchidos.
Diferentemente do grupo anterior, este grupo participou de maneira mais
uniforme, sem a monopolização de fala, à exceção de um aluno, o único
de sexo masculino do grupo, que mesmo sendo muito falante, conseguia
rapidamente ceder o espaço quando era interpelado para tal. Percebeu-se
60
nesse grupo a presença de vínculos afetivos e de uma relação mais aberta
para concordar com as opiniões emitidas pelos colegas ou discordar delas.
O terceiro grupo de estudantes da pesquisa foi o do sexto ano,
contatado através de uma professora, também da Pediatria. Foi o grupo
que mais demorou a iniciar os trabalhos, pois a referida professora que
estava naquele momento fazendo atendimento no Hospital Universitário,
não pôde se fazer presente no horário marcado e não tínhamos como
identificar os estudantes com os quais ela havia conversado sobre a
pesquisa. Após uns quarenta minutos, conseguimos reunir o grupo –
dezessete estudantes - e demos início aos trabalhos, seguindo os mesmos
procedimentos dos grupos anteriores.
Esse grupo nos chamou a atenção pela dificuldade apresentada pela
maioria de respeitar a fala dos colegas, sendo um dos grupos que mais
dificultou a transcrição dos dados. De modo geral, eles apresentaram uma
acentuada dificuldade de ouvir, demonstrando uma necessidade ansiosa
de expressar suas idéias e opiniões. A pergunta final do roteiro utilizado
na pesquisa, que solicita uma avaliação sobre como foi participar dessa
experiência, traz algumas respostas que parecem explicar essa ansiedade
de expressão, pelas poucas oportunidades que esses alunos tiveram de
falar sobre a sua trajetória acadêmica, mesmo que essa trajetória
estivesse restrita ao único aspecto que nos interessava explorar: como o
estudante percebia a questão do humanismo no curso de medicina da
UFAL.
Um dos grupos do primeiro ano – o de sete participantes – foi o
quarto grupo a ser pesquisado, e o encontro realizou-se na semana de
provas do Eixo Teórico Prático Integrado, semana em que geralmente tem
ocorrido uma ausência maciça dos alunos às aulas ou às atividades dos
outros dois eixos do curso: o de Desenvolvimento Pessoal e Aproximação
à Prática Médica e Comunidade. A sala reservada para os trabalhos era a
mesma em que os alunos desenvolvem suas atividades semanais da
61
disciplina de Ética e Relações Psicossociais I; é uma sala ampla,
apropriada para trabalhos em grupo. Uma das professoras da disciplina
havia conversado com eles sobre a pesquisa, mais ou menos quinze dias
antes, e ficou confirmado que nós assumiríamos o horário da aula para a
realização da pesquisa. Quando estes sete alunos dirigiram-se à sala
marcada para o grupo, eu me encontrava na porta, que dá acesso a um
longo corredor, e os vi andando bem devagar, alguns conversando entre
eles; passaram alguns minutos próximos à porta, conversando, como se
estivessem relutantes em entrar. Esperei alguns segundos, e dirigi-me a
eles convidando-os para entrar e sentar; perguntei pelos demais colegas –
a turma tem aproximadamente vinte alunos – ao que me responderam
que achavam que eles não vinham por conta da prova que iria acontecer
no dia seguinte. Perguntei-lhes se estavam lembrados de que hoje iria
haver a realização da pesquisa de que a professora havia falado e me
responderam afirmativamente, indagando sobre o que era mesmo.
Forneci os esclarecimentos necessários – objetivos, metodologia, quem
éramos, tempo médio de duração do grupo focal, a condição precípua da
participação espontânea. Todos permaneceram. Foi preenchido o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido.
Uma das características gerais apresentada por esse grupo foi
semelhante ao movimento de chegada deles, descrito no início desse
parágrafo: eles eram quietos, as respostas às perguntas precisavam ser
estimuladas continuamente, à exceção de dois ou três participantes, que
colaboraram ativamente do início ao fim dos trabalhos. Nesse grupo, dois
membros pouco contribuíram, mesmo tendo sido continuamente
estimulados.
O segundo encontro com o grupo do primeiro ano foi realizado na
semana seguinte com todos os participantes previstos presentes; este
grupo era para ter sido realizado na mesma semana da outra turma.
Porém, um pouco antes da hora marcada para o início dos trabalhos,
alguns alunos se aproximaram para negociar conosco a transferência da
62
data para a semana seguinte, porque eles queriam estudar para as provas
do Eixo Teórico Prático Integrado. Num dos momentos em que uma
pessoa explanava os motivos da solicitação de transferência, ela disse que
se eu acatasse o pedido, eles garantiam que estariam todos presentes na
próxima semana, como se nos dissessem que estavam usando uma
justificativa verdadeira. Como não havia impedimento das estagiárias
nem meu, ficou acertada a transferência de data. Este grupo,
diferentemente do descrito anteriormente, era mais irrequieto, brincalhão,
expansivo, e numericamente maior – vinte e dois participantes. Como
todo grupo, apresentou participações mais ativas (duas a três pessoas)
com as quais tivemos que exercer um controle negociado das falas, com o
intuito de permitir que os demais opinassem. O dado significativo sobre a
conduta desse grupo é que todos os seus membros cumpriram o que
havia sido negociado na semana anterior sobre a transferência de data.
Pode-se dizer que a realização dos grupos focais foi uma experiência
enriquecedora, bem sucedida e gratificante, na medida em que não só
proporcionou uma ampla coleta de dados, como foi reconhecida pelos
estudantes, como um aprendizado. Para a pesquisadora e suas
assistentes, foi a confirmação positiva do valor de uma técnica de
pesquisa que, embora complexa na sua montagem inicial – formação de
grupos - possibilita uma riqueza de detalhes da temática abordada.
5.4 A ANÁLISE DOS DADOS
O referencial metodológico que fundamentou a análise das falas
desenvolvidas nos grupos focais foi essencialmente o das práticas
discursivas de Mary Jane Spink (2000), que é conceituado como sendo a
[...] linguagem em ação, isto é, as maneiras a partir das quais as pessoas produzem sentidos e se posicionam em
63
relações sociais cotidianas. As práticas discursivas têm como elementos constitutivos: os enunciados orientados por vozes; as formas mais ou menos estáveis desses enunciados, que são os speech genres e os conteúdos que são os repertórios interpretativos (p.44-5).
A partir dessa orientação metodológica, foi feita primeiramente, a partir
da transcrição das falas surgidas nos grupos focais, uma imersão no
conjunto de informações coletadas, deixando emergir os sentidos, sem
restringir os dados em categorias ou classificações definidas
aprioristicamente.
Em um segundo momento, quase que simultâneo ao primeiro, foi
realizada a análise do repertório – conjunto de termos, descrições, figuras
de linguagem- que representam a linguagem e discussão ativa num
grupo, ou seja, os atos de fala (SPINK, 2000, p.47, grifos da autora). Em
um terceiro momento, e ao mesmo tempo do segundo, foram
consideradas as observações feitas sobre gestos, interpolações de
resistência entre duas ou mais pessoas, exacerbação de emoções,
dificuldades de compreensão das perguntas, imprecisão ou assertividade
das respostas, ansiedades de cada um dos grupos.
(http://www.fae.ufmg.br/escplural/grupofocal.htm).
O quarto momento concretizou-se na elaboração de um mapa descritivo
das falas, disponível no anexo 1, e que foi iniciado pela definição de
categorias gerais que expressam os objetivos da pesquisa; a partir dessas
categorias, organizaram-se os conteúdos, tendo-se o cuidado de
preservar a seqüência das falas, evitando assim, descontextualizar esses
conteúdos, conforme as recomendações de Spink (2000, p.107). Para a
compreensão do mapa, é importante observar que a leitura vertical das
colunas possibilita a leitura dos repertórios, enquanto a leitura horizontal
permite a compreensão da dialogia.
Como a formação do mapa ainda não foi suficiente para a análise
dos dados, configurou-se um quinto momento, no qual foi realizada uma
64
leitura mais ampla dos sentidos expressos através do mapa, que se
constitui no capítulo seguinte. Entretanto, não podemos prosseguir sem
antes registrar as reflexões oportunas de Nogueira-Martins e Bógus
(2004) que nos lembra:
[...] para analisar e interpretar dados qualitativos não há fórmulas; não há meios de replicar perfeitamente o processo analítico de pensamento do pesquisador; não há regras a não ser a de utilizar, da melhor forma, a capacidade intelectual, para representar fielmente os dados e comunicar o que eles revelam, segundo o propósito do estudo [...] Outro aspecto fundamental é relacionar as descobertas feitas durante o estudo com o que já existe na literatura sobre o assunto (p.55).
Essas recomendações foram essenciais para o decorrer desse trabalho,
pois nos fez debruçar com vagar sobre as informações coletadas e
descobrir que estas nos haviam propiciado uma riqueza de múltiplos
enfoques sobre a temática do humanismo. Nesse momento, foi tomada a
decisão de sermos menos pretensiosas com a análise, reconhecendo
nossos limites teóricos e de capacidade analítica dos dados obtidos.
Dessa maneira, das quatro perguntas feitas aos alunos, serão
analisadas no capítulo seguinte apenas as duas primeiras, por terem
fornecido um corpo de idéias suficiente para procedermos à reflexão
acerca do tema desse trabalho e dos objetivos a que nos propusemos
atingir.
A pesquisadora considera que a terceira pergunta trouxe uma
extensão mais detalhada da segunda, e a quarta abordou o modo como os
estudantes se sentiram na discussão. Neste sentido, considera-se que a
análise das duas questões iniciais foi plenamente satisfatória para o
escopo da pesquisa, não ficando esta comprometida com as opções
analíticas feitas.
Entende-se que os elementos de análise destacados no próximo
capítulo desta Dissertação sejam, em alguma medida, conhecidos pelos
65
atores do conjunto de espaços educacionais nacionais que têm sido
amplamente pesquisadas pelas mais diversas orientações teóricas e
finalidades de pesquisa. E considera-se que esses elementos podem dar
visibilidade a questões que auxiliarão a melhoria contínua do curso médico
da UFAL, detentor de reconhecida relevância para a região no qual está
inserido, provocando a discussão de práticas docentes necessitadas de
renovação.
66
VI. RESULTADOS: a aprendizagem do humanismo no curso médico
segundo a visão discente
Quando os alunos foram abordados sobre o que lhes vêm à mente
quando se fala em humanismo e qual a idéia de humanismo que tem sido
desenvolvida no curso de Medicina, três aspectos ficaram de imediato,
visíveis, tanto durante a realização dos grupos focais, quanto na análise
das falas, por ocasião da elaboração dos mapas dialógicos (anexos 1 e 2).
O primeiro aspecto refere-se a que o estudante observa acerca da
instituição, do curso e quais os sentimentos que surgem no seu processo
enquanto aprendiz. O segundo aspecto mostra o que o estudante observa
e como vivencia a relação aluno – professor no curso médico. O terceiro e
último aspecto ressalta o que e como o estudante tem observado e
aprendido sobre a relação médico-paciente e demais usuários com quem
se relaciona, tais como a família, a equipe multidisciplinar com a qual o
médico está sempre em contato, bem como os colegas de profissão,
sejam eles professores ou apenas médicos.
É provável que, em alguns momentos, não se possam fazer recortes
precisos na análise desses aspectos, visto que as relações entre eles são
ora imbricadas, ora interdependentes.
6.1. O que os alunos observam acerca da instituição, do curso e
sobre si próprios no papel de aprendizes.
Este aspecto mostra um ato de aprender entremeado de sinais de
contrariedade e irritação por estarem na situação de aprendizes, emoções
essas que foram captadas através das palavras e tonalidade das vozes,
ora intensas, ora contidas, ora impacientes, ao abordarem as diferentes
situações, vividas e atribuídas às condutas dos professores, seus métodos,
ou à forma indiferente como percebem que a instituição trata das
demandas ou solicitações discentes.
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(...) A universidade está tentando formar profissionais humanos... Ela está sempre
focando na relação médico-paciente, que o médico tem que ser humano. Só que em
minha opinião é uma hipocrisia, porque na verdade, ela só fala, mas quando chega ao
final, temos mil coisas pra fazer, vários trabalhos... estamos cansados e vamos por
obrigação para as aulas que deveriam ser humanizadas. (1º ano, p.191)
(...) Você assiste a aulas por obrigação, para não levar falta. Mas a última coisa que você
vai pensar é em se humanizar. (1º ano, p.115)
(...) Temos visto a faculdade como um lugar de muito trabalho, muito estresse e de
grande cobrança, mesmo não sendo formados ainda. Não temos o tempo necessário para
cuidar de nós mesmos. (6º ano, p.183)
Milan et al. (1999), ao analisarem o universo psíquico do estudante de
medicina, verificou que os estudantes dos primeiros anos, após uma fase
de euforia, ocorrida logo após o seu ingresso na faculdade, passam para a
fase de desencanto com as aulas, com os professores, queixando-se da
“má didática das aulas, ao volume excessivo de estudo e à pouca utilidade
dos cursos, vistos por eles como teóricos e afastados da Medicina em si”
(p.78). Para esses autores, o desencanto do estudante aumenta por não
conseguir perceber que enfrenta uma fase de transição dantes nunca
experimentada, na qual passa de um sistema paternalista de ensino, para
outro mais autônomo, em que deverá criar seu próprio método de estudo.
Como essas críticas persistiram nos grupos de alunos do quarto ao sexto
ano, procuramos encontrar outras razões que explicassem a presença
dessas reclamações. Tassara e Damergian (1996) nos propiciaram uma
dessas razões quando, ao estudarem a construção da subjetividade do
sujeito, refletem sobre
[...] o quanto é difícil se afirmar a identidade psíquica e social, se manter a autonomia e participar criticamente da realidade dentro das condições que a sociedade atual impõe [...] pensar nas formas de alteridade implica pensar nos modos pelos quais se estabelecem as trocas entre os seres humanos, fundamentais para a construção da subjetividade, uma vez que o sujeito se constitui pela existência do outro. [...] Ao observarmos as condições sob as quais vêm se estabelecendo as trocas entre os seres humanos, não podemos ficar otimistas. Em primeiro lugar, o conceito de troca fica comprometido diante da falta de reciprocidade, de solidariedade, de empatia, de
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capacidade para aceitar e acolher o outro [...] as interações entre as pessoas estão sendo feitas através da hostilidade, intolerância, violência, discriminação, ao invés da empatia, da reciprocidade, da aceitação do outro, do diferente. [...] As trocas indispensáveis à subjetividade são marcadas pela rejeição, pelo ódio, pela indiferença. Os investimentos afetivos na sociedade contemporânea são em grande parte, da mesma ordem, ou seja, falta amor, fundamento para a bondade e o caráter. As pessoas são coisificadas e as coisas personalizadas (p. 304-309).
Essa forma de pensar – ‘falta amor, fundamento para a bondade e o
caráter’ - reafirma a concepção filosófica de humanismo definida por
Comte-Sponville (2003) quando descreve que “não é porque os homens
são bons que devemos amá-los, é porque não há bondade sem amor”
(p.285).
Para o aluno, a coisificação das pessoas e personalização de coisas
acontece no curso e na universidade, quando ele sente que seu cansaço,
suas reivindicações e seu adoecimento não importam tanto quanto o
cumprimento de prazos de entrega de trabalhos e a freqüência assídua
nas atividades acadêmicas.
O curso médico, enquanto espaço constituído de estrutura física, de
pessoas e de estratégias acadêmicas e administrativas, consiste num
lugar complexo norteado pela matriz curricular que poucos dominam. Para
ser operacionalizado, o curso é regulado por um conjunto de regras vindas
de fora da universidade, ou produzidas pela gestão maior da instituição,
ou ainda pelos atores diretamente envolvidos com o curso. Esse conjunto
de regras fragmentadas possui uma efetividade fragilizada pelas inúmeras
interpretações e condições de operacionalização a que fica submetido o
curso, principalmente quando executado pelo seu colegiado, composto de
representantes dos docentes, técnicos e discentes que, por sua vez,
possuem dificuldades para estabelecer uma rotina sistemática de
discussões que aprofundem as normas e práticas, entre aqueles que as
aplicam – os professores e técnicos- e aqueles que a elas se submetem –
os discentes. Com o passar do tempo, essas regras passam a ser mais
69
importantes do que o aprendizado do aluno, bem como de seu prazer em
estudar. E os alunos percebem essa inversão.
[...] Temos vivenciado situações de perder provas devido a doenças, mas mesmo assim,
não temos o direito de fazer segunda chamada. O professor é médico, nos tem visto
doentes, mas ainda assim, não nos permite fazer uma reavaliação. (Os estudantes
trazem vários exemplos de casos que vivenciaram). Quando conseguimos fazê-la temos
que enfrentar uma burocracia enorme, precisando que alguns alunos recorram à junta
médica. (6º ano, p.240)
[...] O curso nos leva a uma auto-cobrança extrema, mesmo quando não estamos sendo
cobrados ficamos com aquele pensamento a todo o momento de que “eu tenho, eu
preciso, eu não posso errar...”, criando um clima de tensão e de estresse constante. (6º
ano, p.184)
[...] Nós não nos sentimos humanos aqui. Temos vivenciado aquela famosa frase:
“interno não é gente, residente não é médico”. Esse é o lema do humanismo aqui
dentro.6º ano, p. 241)
Money-Kyrle (apud TASSARA e DARMEGIAN, 1996) concebe o
humanismo “como um atributo da compreensão, elo causal entre a posse
de uma certa espécie de consciência e a posse de uma certa espécie de
sabedoria” (p.310). Segundo o autor, os indivíduos podem ser capazes de
desenvolver o autoconhecimento, ou seja, de sentirem o que se passa
dentro deles e de serem movidos mais pelo amor do que pelo medo.
Nesse sentido, em alguns momentos alguns dos estudantes
demonstraram essa consciência de si, do que têm disponível à sua volta
dentro da escola, do que gostam e do que não gostam na universidade e
de que podem superar as dificuldades para conseguirem o que querem.
[...] Acho também que o humanismo está ligado à vivência de cada um... o cara que
sempre teve tudo ‘nas mãos’, acho que tem mais dificuldade de ter essa compreensão.
Quando eu entrei na universidade, entrei com essa visão de não só aprender medicina...
por que isso? Porque, antes, havia passado 03 anos no colégio interno e só eu sei o que
essa experiência causou na minha cabeça. Eu evoluí, vivendo isso. Eu hoje estou aqui
para viver a universidade e não apenas a medicina. Na minha cabeça, não é só o
paciente, mas eu também. (1º ano, ps. 197-198)
70
[...] A gente às vezes tem uma visão bitolada sobre a universidade, achando que ela é
essencial para termos um futuro na vida. Aí a gente quer logo terminar o curso para
arranjar um emprego, trabalhar. (1º ano, p.198)
[...] Com essa visão, a gente termina esquecendo de viver... Principalmente no curso de
medicina, em que se passa o dia todo dentro da universidade, o nosso amadurecimento
acontece aqui... A gente entra com 19 e sai com 25 anos. Vou sair um homem, um
homem! (1º ano, p.199)
Em outros momentos, outros estudantes se vêem impossibilitados
de aprender condutas humanizadoras, ora porque se consideram tolhidos
pelo que vivenciam no curso, ora porque acreditam que já chegaram na
escola com um saber já constituído sobre essa questão, durante seus
estágios anteriores de vida.
[...] Isso não se ensina... (3º ano, p.200)
[...] Porque não se ensina a ser humano. (1º ano, p.115)
[...] Até que alguns professores tentam... (3º ano, p.200)
[...] Mas eu acho que não leva a nada. Eu acho que por mais que se ensine a ser
humano, tem que partir da pessoa. ( 3º ano, p.200)
[...] É muito individual... (3º ano, p.200)
[...] Quando você escolhe a profissão Medicina, você já sabe que ser humano é como se
fosse um pré-requisito... (3º ano, p.200)
[...] O humanismo também vem da sua educação e da sua vivência. Por exemplo, uma
pessoa que tem algum tipo de preconceito não vai conseguir nunca ser humana. Porque
aquela pessoa que ela julga ser inferior, ela nunca vai tratar de igual pra igual. Mesmo
que ela escute na faculdade milhões de vezes, que ela deve tratar as pessoas de forma
igual, ela não vai conseguir. Eu acredito que humanismo é educação, se você for uma
pessoa educada, não com relação à educação acadêmica, mas uma pessoa que tem um
bom padrão cultural, que saiba tratar bem as pessoas da mesma forma, independente de
quem seja, classe social ou opção sexual, você é humana e pra isso você precisa ser
educada. (1º ano, p.103)
71
Para compreender essas visões dos alunos sobre a descrença da
capacidade da escola em ensinar condutas humanísticas, nos reportamos
aos estudos de Barrere e Martuccelli (2001), que apresentam a escola
como um campo que se vê, hoje, incapaz de reconhecer a legitimidade
das preocupações éticas contemporâneas acerca das relações do sujeito
consigo próprio, com o outro e com a sociedade. Para os autores, o abalo
de crenças tradicionais, a perda de eficiência das idéias e sentimentos que
costumavam governar as condutas humanas, a influência da religião que
enfraqueceu e se modificou, são características próprias da modernidade,
que produziram o relativismo moral, e deram espaço para o
fortalecimento do individualismo e do utilitarismo como ideais pessoais.
[...] Tem aluno que já chega com o pensamento que vai cursar medicina para ganhar
dinheiro, ficar rico, ganhar status e esquece o lado humanista. Tem alunos que chegam...
que são esforçados, querem ajudar, tudo isso. A realidade é essa. Tem muitas pessoas
que, infelizmente, estão no curso por status, só prá ganhar dinheiro. A verdade é essa.
(3º ano, p.204)
Barrere e Martuccelli (2001) refletem ainda, que
[...] a modernidade vai se caracterizar essencialmente pela aceitação progressiva da ausência de um modelo substantivo de sujeito (...) hoje em dia, a escola não é mais norteada por um modelo-tipo de indivíduo. Desenvolveu-se um individualismo “vazio”, isto é, cada vez mais consciente e reflexivo em suas técnicas e competências individuais e cada vez menos certo de seus ideais. De fato, duas grandes concepções de individualismo estão atuando. Uma é centrada no desempenho, na capacidade de domínio do ambiente, uma racionalidade que concilia meios e fins: instrumental e estratégica. A outra se baseia na expressão, no desejo de fazer valer sua autenticidade (p.263).
Esse duplo individualismo aparece claramente nos discursos, alternando
as idéias que se voltam ora para a preocupação com o desempenho, ora
para a vontade de ser autêntico, mantendo a integridade do ser e não
precisando se metamorfosear para participar da realidade vivida. Algumas
falas expressaram as ocasiões em que a preocupação com o desempenho
prevalece, tais como:
72
[...] Também a técnica que a gente vai adquirindo no curso diminui também o
humanismo. Por ex. no 1º ano, a gente disseca cadáveres... ‘Minha filha, você vai abrir o
cadáver... você tem que ter respeito.’(a aluna recorda o que disseram a ela). Tem que
ter respeito, mas chega um momento que está uma coisa tão técnica, você está tão
preocupada em saber como é, saber como funciona, onde é que está, ver, que você
termina diminuindo... não diria faltar com o respeito... mas você esquece que ali existia
um ser humano. (3º ano, p.141)
[...] Numa aula prática de Semiologia, eram 10 pessoas.Tem condições de 10 pessoas
apalparem o mesmo paciente? Todo mundo estava vendo aquele paciente como um
objeto. Mas também a gente precisa disso. Isso diminui muito o humanismo do médico.
Ninguém estava ligando que o paciente estava cansado, estava estranhando aquele
monte de gente que ele nunca viu na vida, em cima dele, tocando nele, e ele não sabia o
que tinha. Aí você se coloca no lugar (do outro): ‘se fosse eu, não queria ser apalpada
por 10 pessoas!’ (3º ano, p.141)
[...] É um mal necessário. (3º ano, p.142)
Nesse momento, cabe retomar a reflexão sobre o binômio EU-TU e EU-
ISSO, núcleo da filosofia dialógica de Martin Buber (1979). Para esse
filósofo, a palavra-princípio EU-ISSO faz parte do mundo da experiência e
da utilização e a palavra-princípio EU-TU estabelece o mundo da relação.
Quando um EU trata o outro ser, com quem deveria estar em relação,
como um ISSO, ou seja, como algo que lhe é apenas útil, o outro está
sendo visto como um objeto de sua experiência. Para Buber (ibid.), “se o
homem não pode viver sem o ISSO, não se pode esquecer que aquele que
vive só com o ISSO não é homem” (p.LIV). Provavelmente, decorre daí a
presença de um mal-estar dos estudantes na situação descrita acima,
diante do que deveria ser uma relação médico – paciente baseada no EU
(professor ou aluno) – TU (paciente), mal- estar esse que tenta ser
minorado através da justificativa racional de que “é um mal necessário”,
pois para Buber, o TU não pode ser em hipótese alguma um objeto.
Outras falas demonstraram a preocupação com o ser autêntico como
pessoa, ou seja:
[...] Para ser humanista não precisa esquecer de si próprio. (1º ano, p.111 e 122)
73
[...] Ser humano é reconhecer o que você é. Às vezes as pessoas acordam mal e acabam
“descontando” nas outras pessoas, mas o humanismo faz com que ela reconheça isso e
evite esse tipo de atitude. (1º ano, p.113)
[...] Mas não é possível ter esse equilíbrio sempre. E não é porque você não conseguiu
ter esse equilíbrio um dia, que você está deixando de ser humano. Às vezes, a gente
“estoura” mesmo. (1º ano, p.110)
[...] Agora você tem que praticar o humanismo, ter a humildade de pedir desculpa,
reconhecendo seu erro... é você mostrar que ocorreu um momento errado, mas que você
é capaz de chegar e reconhecer que errou.(1º ano, p.111)
[...] Faz parte do ser, amar, odiar, ficar irritado. Não existe ninguém que seja bom o
tempo todo. Mas deve-se ter educação (polidez). (1º ano, p.111)
[...] É ser sensível, coerente, mais comunicativo. (1º ano, p.111)
A ausência de um modelo substantivo de sujeito leva os alunos a
oscilarem diante da vontade de viver experiências enriquecedoras com o
mínimo de comprometimento possível, pois,
[...] sentem vontade de fazer investimentos controlados sem deixar de realizar envolvimentos autênticos; preocupam-se com sua vida pessoal, cuja autenticidade é mais prezada que do que muitas outras coisas, embora continuem dispostos a sacrificá-la, por estarem muito acostumados a concebê-la como um recurso a serviço dos estudos; sentem um medo quase doentio de definir um projeto , escolar e pessoal, em nome do qual estejam preparados para muitos sacrifícios, contanto que estes não desnaturem, aos próprios olhos, sua autenticidade [...] essa inquietação consigo mesmo está se alastrando no cerne de uma organização escolar desprovida de muitos de seus trunfos institucionais, como significados legítimos e modos de fazer e de pensar, aos quais os indivíduos reconheciam uma autoridade (BARRERE E MARTUCCELLI, 2001, p.264-265).
As questões éticas e humanísticas dos alunos continuam a surgir nos
discursos quando, por exemplo, criticam o curso médico pelo excesso de
exigências voltadas para o aumento da competência técnica, mas entram
“de cabeça” na luta acirrada para serem os melhores, ou aqueles que
conquistaram tal e qual estágio ou que passaram no concurso de
instituições mais conceituadas na região ou no país.
74
[...] É muito, muito concorrido o curso de medicina. O estágio... eu sinto que tem uma
concorrência entre os alunos. Os profissionais que a gente vai encontrando no meio do
caminho... (dando a entender que essa concorrência também existe entre eles). A
própria instituição estimula a concorrência. Por ex., quem passou em primeiro lugar no
vestibular ganha uma bolsa de 01 ano. Em vez de estimular a estudar, estimula a
concorrer com seu amigo, seu colega. Tem um tal de coeficiente que todo mundo
concorre porque é importante para a residência. (3º ano, ps.138-139)
[...] São os 06 anos, assim! (3º ano, p.139)
[...] É, isso é importante para valorizar o estudo do aluno, embora desperte
concorrência. (3º ano, p.140)
[...] É uma faca de dois gumes. (3º ano, p.140)
[...] São poucas oportunidades para muita gente. (3º ano, p.140)
Ou então, quando percebem que terão que ser persistentes para manter
os valores recomendados pelos estudiosos da ética nos diferentes séculos,
para ser uma ‘boa pessoa’ ou ter uma ‘boa vida’, não obstante pensarem
que a idéia sobre o que acontece no contexto social não é de sua
responsabilidade.
[...] Eu penso em humanismo como uma relação mais harmônica em toda a sociedade...
evitando essa relação tecnicista, mecanicista que o homem tem hoje, e buscar uma
relação mais de conforto e vivência... é isso... uma relação mais de acolhida, diminuindo
um pouco as intrigas, a concorrência... e tudo que nos induz a isso... porque a gente não
faz isso porque quer, mas porque nos obrigaram a isso... a ter essa visão tecnicista, a
identificar as pessoas através de números, o doente através da doença. (3º ano, p.117)
Por vezes, essas falas de exclusão da responsabilidade do aluno
sobre os valores e as práticas da escola médica, sobre suas próprias
dificuldades, ou então suas longas dissertações acerca dos males do
sistema capitalista despertaram em mim, como docente, um sentimento
estranho traduzido pelo que diz o ditado popular “o feitiço virou contra o
feiticeiro”, ou seja, o vínculo de dependência que se espera que o aluno
tenha para com o professor, que o filho tenha para com seu pai, parece
que tem sido entendido e desenvolvido de forma equivocada pelos adultos
75
– figuras parentais- da família e da escola –professores- quando são
encarregados do processo de educar a criança ou o adolescente,
produzindo dessa maneira a estagnação da autonomia do sujeito.
Para Freitas (1999),
[...] Piaget (1932-1992) definiu como realismo moral a tendência da criança (e do adulto que permanece criança) de considerar os deveres e os valores a eles relacionados como exteriores à sua consciência, de observar as normas ao pé da letra, sem compreender o seu espírito, e de avaliar apenas a legalidade das ações, isto é, a sua conformidade com as normas, em detrimento da intenção do agente. Segundo ele, o realismo moral resulta do encontro do egocentrismo espontâneo da criança e da coação social (p.4).
Com as linhas do rosto endurecidas e a tonalidade da voz demonstrando
indignação e recriminação, um aluno expressa:
[...] O humanista é visto como um cara esquisito. O cara que perde seu tempo com a
questão social é considerado um idiota. O humanista também é em menor número. E
essa maioria que o considera esquisito, deve concordar com a desigualdade que o
sistema provoca, com as crianças morrendo de fome, com a privatização da
universidade... Ser humanista é muito difícil. (1º ano, ps. 120-121)
Segundo Piaget (1979), a noção de igualdade evolui junto com o indivíduo
e aos poucos, ele descobre que pode mudar as regras, sem que isso se
torne uma transgressão, como antes era percebido. Nesse estágio, a
pessoa descobre que pode elaborar, em parte, suas próprias normas. Essa
passagem demarca a transição da heteronomia (moral externa, imposta
pelas autoridades) para a autonomia (consciência individual).
La Taille (2000) afirma que,
[...] assim como a racionalidade e a moral, o tema das virtudes é universal. Tanto é verdade que, nas conversas do cotidiano, elas estão presentes, e isso ocorre não somente entre os adultos, mas também entre as crianças [...] é fácil compreender por que as virtudes são de suma importância para os homens: pelo fato de elas possibilitarem a todo homem uma leitura valorativa de si próprio e dos outros, elas fazem parte do quadro de referências a partir do qual cada um se entende como ser humano (p.111).
76
6.2. O que o estudante tem observado e como tem vivenciado a
relação aluno – professor15 no curso médico.
Na relação aluno-professor, o estudante se sente desconsiderado e pouco
acolhido pelos professores em geral. As falas a seguir revelam uma
relação distante, que o aluno não quer reproduzir posteriormente, quando
estiver formado. Ele percebe também que a universidade como instituição
estimula essa maneira de agir dos docentes, quando elabora regras que
reforçam os atos ‘desumanos’ do docente para com ele.
[...] O humanismo me lembra a falta de humanismo, que é o que a gente mais vê, é o
que é mais corriqueiro no dia-a-dia do profissional de saúde e é justamente o que a
gente tenta não ser quando formado. (3º ano, p.126)
[...] Infelizmente o que a gente vê é o que a gente não quer ser. (3º ano, p.126)
[...] Aí é onde está a experiência de ensino. A gente pensa em ser humanista, mas
espelha-se num profissional que não tem nada de humanista e acaba sendo influenciado
por ele. (3º ano, p.127)
[...] A gente pensa que pode mudar e quando chega a hora de fazer, a gente faz do
mesmo jeito que eles (professores ou profissionais do serviço) fizeram. (3º ano, p.127)
Não obstante a existência de posicionamentos como esses citados
acima, sabe-se que, em algumas circunstâncias, quando um ou outro
professor do curso de medicina ensejou desenvolver algumas ações mais
humanizadoras com o paciente ou com o aluno como, por exemplo:
compreender a dor do paciente e adiar naquele momento, o acesso dos
estudantes a este, ou então, diante das queixas dos alunos acerca do
pouco tempo para estudar as matérias anátomo-fisiológicas, ter concluído
sua aula mais cedo ou liberado os alunos, foi tido como descomprometido
ou ‘fácil de enrolar’.
15 Neste estudo, considerou-se também como docente o profissional médico dos serviços, pois no momento em que este se relaciona com o aluno para lhe mostrar as práticas médicas, assume o papel de professor, de orientador, de guia.
77
Bohoslavsky (1997) declara que passou por algumas experiências
no sentido de modificar as relações tradicionais professor-aluno baseadas
no vínculo de dependência e as resistências enfrentadas foram em maior
grau, por parte dos alunos. Não é à-toa que essas relações estabelecidas
há séculos, fomentando a verticalidade e não a cooperação complementar,
mantêm-se durante tanto tempo sem avanços significativos. Quando as
aulas de Anatomia, emblematicamente, são consideradas as que
propiciam o ensino da Medicina e os alunos questionam os métodos de
avaliação dos docentes, porém claramente desistem de ir até o fim em
suas reivindicações, alegando medo de serem perseguidos (isso ocorre há
décadas) pode-se ver na nossa realidade próxima a confirmação da
experiência de Bohoslavsky.
Castro (2004) confirma essa prática, quando divulgou que a
formação e a atividade médicas apresentam alta toxicidade no que se
refere ao aspecto psicológico. Ao ingressar na faculdade, o aluno depara-
se com a anatomia, e a partir daí passa a ter um convívio diário com a
dor, o sofrimento e a morte. A humanidade cria constantemente sistemas
para se proteger da confrontação com essas limitações do homem, mas o
estudante de medicina é colocado diante disso tudo abruptamente.
[...] A relação aluno professor é a pior possível... (6º ano, p.237)
[...] Eu não concordo muito. Todo mundo diz que com tal professor não pode nem falar...
Eu tive boa relação com alguns professores, inclusive, em alguns momentos os
questionei e tive um bom retorno da parte deles. (6º ano, p.237)
[...] O prof. A é muito bom no que ele faz, dá uma excelente aula, nos cobra bastante,
mas dizer que a relação que ele mantém com a maioria das pessoas é saudável, não é
não. (6º ano, p.238)
Por outro olhar, Martin Buber (1979) discorre sobre a relação aluno-
professor dizendo que:
[...] Há diversas relações EU-TU que, por sua própria natureza, não podem realizar-se na plena mutualidade, se ela deve conservar a sua característica própria. Uma relação deste gênero, eu
78
caracterizei, em outro lugar, como a relação do autêntico educador ao seu discípulo. Para auxiliar a realização das melhores possibilidades existenciais do aluno, o professor deve apreendê-lo como esta pessoa bem determinada em sua potencialidade e atualidade [...] compreendê-lo como uma totalidade e afirmá-lo nesta sua totalidade. [...] Entretanto, se acontecer de ele despertar também no seu discípulo a relação EU-TU [...] a relação específica educativa poderia não ter consistência se o discípulo., de sua parte, experimentasse o envolvimento [...] de ela tomar um caráter totalmente diferente de uma amizade, fica clara uma coisa: a mutualidade não pode ser plenamente atingida na relação educativa como tal [...] Todo vínculo EU-TU, que se especifica como uma ação com finalidade exercida de um lado sobre o outro [...] como o curar e o educar [...] existe em virtude de uma mutualidade que não pode tornar-se total (p.155-157).
De algum modo, os estudantes apreendem a necessidade de manter esse
distanciamento.
[...] é não se envolver tanto com o paciente, porque, na nossa profissão, envolver-se
demais acaba prejudicando a nós mesmos, mas também não deixando o paciente à-toa.
(3º ano, p.125)
Outras falas, como as que foram destacadas abaixo, parecem
mostrar que ainda é cedo para se dizer que o curso médico da UFAL tem
conseguido operacionalizar todas as recomendações constantes das Novas
Diretrizes Curriculares para os cursos de Medicina, apesar dos esforços do
grupo docente e discente envolvido com a nova matriz curricular. Os
alunos até percebem que a intenção é boa, porém não conseguem aceitar
as condutas dos professores, e essa não aceitação parece minorar a
vontade de se superar como pessoa e persistir na tarefa de aprender a
desenvolver condutas mais humanizadoras na prática da Medicina.
[...] Até os professores da área humanizada, não estão sendo humanos conosco, os
alunos. Ficamos sobrecarregados e não aprendemos nada. (1º ano, p.192)
[...] Tem ainda aquele médico que tem mestrado ou doutorado e que se ele desse um
bom exemplo... Mas na prática, é um grosso, um frustrado, e só falta bater no paciente.
Vira a cara do paciente (demonstra fazendo um gesto brusco para um dos lados, usando
as próprias mãos) que só falta meter-lhe a mão no rosto... (4º ano, p.228)
79
[...] Isso prejudica o aprendizado do aluno, o interesse do aluno por essa disciplina e a
escolha do aluno na escolha sua futura especialidade, acabando por estimular o
desinteresse em uma determinada especialidade por causa do professor. (6º ano, p.239)
[...] Por vezes, como foi o meu caso, o aluno pode até encontrar um outro professor que
novamente lhe dá o estímulo para voltar a se interessar por aquela especialidade.
(6º ano, p.240)
[...] Mas, por outro lado, todas estas dificuldades nos fazem despertar e vermos que tipo
de profissional não queremos ser. (6º ano, p.240)
Ramos – Cerqueira (1997) afirma que na relação professor-aluno
não existe lugar para a subjetividade, para o afeto.
Observa-se isto em todas as modalidades de relação professor- aluno, mas este fato parece ser mais nítido na escola médica, na qual o modelo autocrático e hierárquico predomina do ciclo básico à pós-graduação. É evidente, na relação professor-aluno, a relação entre desiguais, em que ter o saber, ter o conhecimento, empresta poder a quem o tem e desqualifica aquele que não o possui, levando a um estilo de aprender em que a passividade e a atitude crítica são as marcas (p.188).
[...] Nós não nos sentimos humanos aqui. Temos vivenciado aquela famosa frase:
“interno não é gente, residente não é médico”. Esse é o lema do humanismo aqui dentro
(várias vozes ao mesmo tempo). (6º ano, p.241)
[...] Foi falado em humanismo, humanismo, humanismo, mas a gente não sabe muito
sobre como tratar as pessoas... Como é isso? Tratar bem é ser bonzinho? (4º ano, p.226)
[...] Quando foi falada a questão da cobrança aos estudantes de medicina e a idéia de
humanismo desenvolvida no curso, a pergunta que me veio à cabeça foi: estão sendo
humanos conosco dentro do curso? (6º ano, p.242)
[...] No próprio curso nós temos dificuldades sobre a melhor maneira de como abordar a
mãe, a criança... Será que estamos fazendo o certo? Será que esquecemos alguma
coisa? Será que estou dando a atenção necessária? Precisamos de uma preparação
dentro do curso para saber o que é ser humano. (6º ano, p.242)
Para Bohoslavsky (1997), como a relação professor-aluno é
desenvolvida sob o vínculo da dependência e da submissão, espera-se do
professor que: ele saiba mais que o aluno, o proteja para que ele não
80
cometa erros, determine a legitimidade de seus interesses e defina o
conteúdo, tempo, espaço e condutas dessa relação. Através de Faber
(1969), o autor destaca que o professor tem uma necessidade de ser
admirado e sentir-se superior, alternando essa necessidade com uma
outra que é a de libertar os alunos de seu jugo. Prosseguindo em sua
análise, Bohoslavsky (1997) cita Marcuse que pergunta sobre quantos
professores realmente se preocupam com o fato de que seus alunos
aprendam a formular perguntas. E que a maioria dos docentes está
empenhada em que os alunos dêem respostas que coincidam com o que
eles sabem.
[...] A relação aluno professor é a pior possível... (várias vozes ao mesmo tempo)... eles
são inacessíveis e o que eles dizem é lei. “Não discuta!”, diz uma aluna imitando o jeito
de um professor falar. É perder sua nota. (6º ano, p.237)
Ver o aluno como um eixo central de nosso trabalho pedagógico gera o
compromisso de sermos mais autênticos e coerentes e, por conseguinte,
auxiliar nossos alunos a serem também sujeitos mais autênticos (ibid.).
Martins (2001) refere que, dentre os desafios para a humanização das
relações assistenciais, encontra-se o da
[...] exposição dos estudantes a professores e profissionais que nem sempre funcionam como efetivos modelos positivos e estimulantes de atitudes de respeito à vida e à pessoa humana, de compreensão da natureza humana, de valorização dos aspectos psicoemocionais e do entendimento das relações sociais (p.110-11).
[...] Eu vou dar um exemplo sobre o que aconteceu no ano passado, que não depende
de uma preparação psicológica, pedagógica. Há um professor que sempre dizia que
devíamos tratar o paciente bem, com respeito... um dia, durante uma aula prática, nós
estávamos atendendo um determinado paciente e um outro, num leito ao lado, começou
a passar mal e ele ficou impaciente, incomodado com a situação, (contradizendo o que
ele recomendava aos estudantes) e não abriu espaço para atender o paciente. (4º ano,
ps.230-231)
[...] A gente fica lá lendo aquele texto, querendo ensinar você a ser humano, a ter
determinados comportamentos e atitudes. Não acho que isso vá mudar porque eu li isso
aqui. (3º ano, p.201)
81
[...] O mais fundamental é como o professor, por exemplo, o de Semiologia, vai chegar
junto ao paciente para examinar. Tem professores e professores. Se o professor for um
exemplo, a gente vai aprender muito mais do que um texto de 20 páginas.
(3º ano, p.202)
Não obstante a existência de críticas, por parte dos alunos, sobre a
prática da docência, ora se tratando de ações humanísticas, ora se
tratando de ações pedagógicas, não se pode deixar de dar ênfase ao olhar
que ilumina as discussões sobre as condições de trabalho do professor e
as políticas educativas voltadas para a profissão docente, que encerram
uma antiga contradição: por um lado, os professores são acusados de
serem medíocres e com formação deficitária; por outro lado, são
convocados para se sentirem elementos essenciais para a melhoria da
qualidade do ensino e para o progresso social e cultural (NÓVOA, 1999). E
os estudantes, à sua maneira e na convivência acadêmica com seus
professores, observam essa dicotomia.
[...] Muitos professores aqui no HU, eles não tiveram um curso de pedagogia, de técnicas
e recursos sobre como ensinar ao aluno... Como a colega falou muito bem, nossa turma
está sendo sacrificada porque estamos com os horários todos reduzidos, matérias que
antes eram dadas no ano inteiro, estão sendo dadas em apenas dois meses... Isso sem o
professor ter conhecimento sobre pedagogia, para saber como desenvolver melhor os
conteúdos e pegar o paciente sem virar a cara dele ou provocar uma lesão (referindo-se
ao fato descrito no parágrafo acima). Isso evitaria muitas reclamações. (4º ano, ps.229-
230)
[...] Acredito que as universidades federais deveriam ter mais recurso para lidar com o
paciente... A gente vai para a prática com dois professores, a turma é de 30 estudantes,
o currículo é de transição, o período é curto, são apenas dois pacientes e todo mundo
está querendo atender... De repente não é só o erro do profissional... Com tanto aluno
para dar conta é diferente... (4º ano, p.229)
82
6.3. O que e como o estudante tem observado e aprendido sobre a
relação médico-paciente e demais pessoas com quem se relaciona,
tais como a família e a equipe multidisciplinar com a qual o médico
está sempre em contato, bem como os médicos, sejam eles
professores ou apenas médicos.
Apareceram, de forma enfática, falas que valorizaram a ação do
médico ou professor de atender o paciente dispensando a ele atenção,
cuidado com o ouvir.
[...] Muitas vezes o paciente precisa apenas de um conselho... às vezes não é nem do
remédio que ele está precisando... (3º ano, p.128)
[...] é apenas escutar, porque o paciente chega com um problema e não quer sair com
outro. Ele quer ser escutado. (3º ano, p.129)
[...] Se você está preocupada com aquele paciente, mesmo que você não consiga
resolver o problema dele como um todo, ele sabe que pode confiar em você.
(3º ano, p.130)
[...] Teve um caso que eu contei na aula de comunicação... eu fico de plantão na unidade
de emergência de Murici... aí tinha uma senhora que tinha câncer de colo de útero, em
fase terminal, com metástase...eu passei pelo corredor e ela me chamou: ‘Dra., me dê
um remédio que está queimando tudo, está doendo, não sei o quê..’ eu fiquei angustiada
porque não posso medicar, pois ainda não sei, e também não tinha material para
resolver o problema dela.. ela já estava tomando entorpecentes do maior grau para
tratar a dor... O que eu fiz: saí, comuniquei à médica plantonista e voltei para perto da
paciente, sem remédio, mas sentei, conversei com ela... ela estava chorando... até rezar,
a gente rezou. No final dessa conversa, ela estava rindo, já tinha esquecido que estava
doendo e eu saí de lá, certa de que tinha feito o possível. E foi só uma conversa. Foi um
ano, que me marcou muito... A partir daí, eu fiquei acompanhando o sofrimento dela...
(3º ano, p.131)
[...] O problema do médico não é só curar, mas também amenizar o sofrimento. (3º ano,
p.132)
Segundo Salimon (2003),
83
[...] todo homem é um ser capaz de aperfeiçoar-se e a humanização é um processo pessoal, solidário e holístico que se realiza no sujeito em 03 níveis de consciência: de si mesmo, de pertencer e de optar (p.3).
Carol Gilligan16 (1982, apud LA TAILLE, 2006) provocou inquietações entre
os estudiosos da Psicologia Moral, quando, a partir de seus estudos,
contestou as abordagens de Piaget e Kohlberg, dizendo que há diferenças
de gênero na forma de se conceber a vida moral e que não há apenas a
ética da justiça, mas também a ética do cuidado, desenvolvida mais pelas
mulheres, que realça não ferir, cuidar, corresponder, levar em
consideração as necessidades alheias.
[...] Você às vezes vai para o médico e ele diz que você tem que ir ao Posto Salgadinho
pegar uma ficha para ir a outro médico, que lhe encaminha para outro e outro, e o
paciente fica perdido, sem saber aonde ir. Aí você chega, conversa, e pergunta: o que é
que você tem? O que é que a gente pode fazer? E isso resolve sem necessidade de
tantos encaminhamentos. O médico acha que só ele não pode perder tempo... não
entende que o paciente também tem os afazeres dele... E que pegar uma ficha, outra
ficha.... (3º ano, p.128)
[...] (outra pessoa complementa:) é falta de humanismo. (3º ano, p.129)
Boff (1999) refere que existem dois modos-de-ser-no-mundo: o
trabalho e o cuidado. Para ele,
[...] Cuidado significa desvelo, solicitude, diligência, zelo, atenção, bom trato (...) o modo-de-ser-cuidado revela a dimensão do feminino no homem e na mulher. (...) Cuidar é entrar em sintonia com, auscultar-lhes o ritmo e afinar-se com ele. A razão analítico-instrumental abre caminho para a razão cordial, o esprit de finesse, o espírito de delicadeza, o sentimento profundo. A centralidade não é mais ocupada pelo logos razão, mas pelo pathos sentimento (p.96).
Em outras falas dos alunos aparecem, com clareza, a visão de humanismo
imbricada com a expressão de valores virtuosos. La Taille (2002) diz que
[...] o valor é o resultado de um investimento afetivo. Assim, as representações de si são, ao mesmo tempo, cognitivas e
16 GILLIGAN, C. Uma voz diferente. Rio de Janeiro: Rosa dos Ventos, 1982.
84
afetivas e, logo, pensar em ‘personalidade moral’ ou moral self implica levar em conta a dimensão afetiva (p.17).
[...] é tratar o paciente com dignidade e respeito, sem faltar com a verdade, também não
sendo grosso, respeitando suas vontades e desejos. (3º ano, ps.124-125)
[...] é praticar o bem, olhar as pessoas de forma igualitária, mas nunca será possível se
despir de todos os preconceitos. (1º ano, p.107)
[...] ter a humildade de pedir desculpas, de reconhecer os erros. (1º ano, p.111)
[...] é preocupar-se com o outro. (1º ano, p.114)
[...] é ter outras obrigações fora da profissão, como ajudar o próximo e a comunidade.
(1º ano, p.115)
[...] é ser sensível, ser mais coerente com as coisas, ser menos egoísta, ser mais
comunicativo, mais educado... Tudo isso está presente na vertente humanista.
(1º ano, p.118)
Rego (2003) descreve uma pesquisa que realizou no ano de 2000
numa faculdade de Medicina com alunos do quarto ano de graduação,
acerca dos valores que os estudantes achavam que deveriam ser
assegurados pelo código de ética do médico, cujos resultados foram os
seguintes: beneficência, confiabilidade, honestidade, humildade, justiça,
paciência, respeito, responsabilidade e solidariedade.
Algumas falas dos estudantes expuseram outra contradição vivida no seu
processo de formação médica: ao tempo em que pensam no humanismo
como a prática do bem, tratar com eqüidade, ser humilde, polido,
respeitar o paciente (extratos já realçados acima), experenciam, na
relação médico-paciente, situações que não os auxiliam a reforçar esses
valores como profissionais, tais como:
[...] Eu faço um estágio onde os profissionais de saúde, inclusive o médico, não tratam o
paciente pelo nome, mas como o “paciente tal, e não o Sr. Fulano de Tal”. (4º ano,
p.147)
85
[...] Às vezes se passa um medicamento adequado para a doença do paciente, mas que
ele não pode comprar. O médico tem que conhecer a história do paciente e passar um
remédio adequado para a sua realidade. (4º ano, p.147)
[...] Eu acredito que no curso foi muito falado na relação médico paciente e vê-lo como
um todo. Apesar de não termos visto muito isto na prática, vemos exatamente o
contrário: tratar como um “pedaço” e não como um todo. (6º ano, p.170)
[...] Em algumas aulas onde há cinqüenta alunos e um paciente assustado, o professor
que é médico examina-o e diz: “ele está em precário estado geral” e o paciente pensa:
“vou morrer”. (6º ano, p.170)
[...] E o professor diz: “vamos todos apalpar o paciente!” O paciente na verdade é um
boneco que se encontra num hospital para quarenta e cinco ou cinqüenta alunos, e outra
pessoa dar uma aula de cinqüenta minutos. (6º ano, p.170)
Os estudantes também se referiram à precarização da assistência à
saúde, que dificulta mais ainda a realização de práticas humanizadas de
trabalho, tanto nos hospitais quanto nas unidades de saúde. Entretanto,
as falas denotam dúvida sobre se essa precarização aniquila a vontade do
sujeito em prestar um atendimento cuidadoso, humanizado.
[...] Falta estrutura para promover saúde. (3º ano, ps.128-131)
[...] O profissional médico em alguns locais, é pressionado para atender tantos pacientes!
(3º ano, p.131)
[...] Se você atender rápido, o paciente acha ruim. O que você vai fazer? Vai deixar uma
fila interminável e gastar uma hora para cada paciente, se você só vai ter quatro horas
numa tarde ou numa manhã? (3º ano, p.131)
[...] Você pode atender em cinco minutos e o cara achar que você é a pessoa mais
humanista do mundo. (3º ano, p.131)
[...] Não é o tempo que conta, mas sim a forma de medicar, de tratar, de dar
atendimento. (3º ano, p.131)
Sobre o relacionamento que o médico mantém com outros profissionais da
área da saúde, os estudantes referem que isso não é comentado durante
86
o curso, pois essa temática só apareceu porque foi provocada pela
pesquisadora.
[...] (intervenção minha) Uma questão que aparece desde o início dessa discussão, na
maioria das falas de vocês, é que a humanização está muito vinculada à relação médico-
paciente... (3º ano, p.208)
[...] Mas o curso não é isso? A relação médico-paciente? (3º ano, p.208)
[...] (intervenção minha) É? Prá vocês, o humanismo ocorre na relação profissional
apenas com o paciente? (novamente várias vozes se manifestam querendo se expressar)
(3º ano, p.208)
[...] No curso, o foco é esse. (3º ano, p.208)
[...] Atrás disso, tem um gama de coisas. Você pode tentar fazer algo, não diretamente
para o paciente, mas, por exemplo, você está numa instituição, é diretor de um hospital,
você não está diretamente em contato com o paciente, mas suas atitudes refletem nele.
(3º ano, ps.208-209)
[...] Se você é humano com o seu paciente, pressupõe-se que você seja humano em
qualquer lugar, com qualquer pessoa. (3º ano, p.209)
[...] Não se fala no curso que nós vamos trabalhar em equipe com nutricionista,
psicólogo, enfermeiro... (3º ano, p.210)
[...] Quando você chegar lá (na prática) é que você vai saber. (3º ano, p.210)
O estudo efetuado sobre o material colhido nos grupos focais e a
circunscrição da análise aos três principais aspectos evidenciados no
material encerra-se temporariamente aqui. Certamente teremos que
voltar a revê-los mais uma vez para encontrar novas conexões que
servirão para o desdobramento e aprofundamento das reflexões já
efetuadas nesse capítulo.
87
VII. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Quando a idéia de estudar o tema dessa pesquisa surgiu há três
anos, durante a participação no Curso de Especialização em Educação
Médica, realizado em Maceió, no ano de 2004, pelos professores da
UNIFESP, fui seduzida pela vaga noção de complexidade dessa temática,
porém não imaginava que ela tivesse raízes tão profundas e extensas no
tempo e amalgamadas com as várias áreas do conhecimento humano. O
tema humanismo não é apenas um tema transversal; ele está entranhado
na vida em forma de uma rede abrangente de significados que envolvem
e entremeiam todas as relações vividas na formação e prática de todas as
profissões.
Diz Morin (2004), que
[...] todo conhecimento constitui uma tradução e uma reconstrução [...] que comporta operações de ligação– conjunção, inclusão, implicação- e de separação– diferenciação, oposição, seleção, exclusão. [...] Ou seja: o conhecimento comporta, ao mesmo tempo, separação e ligação, análise e síntese (p.24).
Foi exatamente o que se realizou nesse estudo: um movimento constante
de separação, seleção, inclusão, exclusão e análise de idéias e
pensamentos dos estudiosos das mais diversas áreas do conhecimento,
para compreender as visões dos alunos sobre como estes têm aprendido
acerca do humanismo no curso médico. Não se procurou fazer a síntese,
pois a síntese, nesse momento, pareceu ser uma precipitação,
incongruente com o objetivo maior da pesquisa, que foi o de analisar as
concepções de formação humanista e suas contribuições para a formação
médica, na ótica discente. As reflexões significativas que foram sendo
feitas ao longo do trabalho serão ressaltadas a seguir.
Uma delas diz respeito às condutas humanísticas descritas pelos
estudantes que falam, na maioria das vezes, da (des)humanidade da
prática pedagógica ( dos docentes) ou profissional (dos médicos que lidam
88
com alunos) e de funcionários (de outras profissões, internas ou externas
à universidade). Algumas falas repercutiram mais do que outras, entre
elas a que aponta a contradição entre a prática e teoria do docente que
age de forma desumanizada, apesar de ser docente do curso médico
pesquisado e pertencer à Comissão de Desenvolvimento Curricular, cuja
proposta é estimular o desenvolvimento de ações que ajudem a formação
de um médico mais humanizado. O estudante nos questiona sobre ‘como
podemos querer ensinar humanismo, praticando atos desumanos na
escola’. Essa avaliação crítica do aluno nos faz pensar que ensinar a
humanização das práticas médicas não tem levado a uma reflexão das
próprias práticas enquanto docente.
Outro destaque a ser feito diz respeito a avaliação contínua que o
corpo docente deve fazer sobre suas práticas pedagógicas e o efeito delas
sobre os estudantes. Achamos que estamos prontos como sujeitos –
pessoas e educadores? Deveríamos estar isentos de falhas? Quais os
espaços de aprendizagem que estamos tendo dentro da escola? Ou não
precisamos aprender mais nada? Vemo-nos como pessoas em constante
(re)construção, que precisam renovar-se para pensar e agir segundo as
novas exigências demandadas pela sociedade?
Foi abordado em diversas partes desse trabalho a relevância que os
estudiosos das ciências humanas e sociais têm dado à temática
humanismo, humanização, a ponto de atravessar os séculos, desvendando
as (im)perfeições, as (in)conclusões, as (in)coerências e a complexidade
dos seres humanos. André Langaney (apud MORIN, 2002) ressalta que
[...] no atual estado dos programas de ensino, o estudante não se estuda a si mesmo. E isso é extremamente grave. Tudo aquilo que pode ajudar a pensar sobre o que somos é tratado apenas de maneira clandestina por um certo número de ensinamentos (p.219).
Pode-se aproveitar essa análise do autor e estendê-la um pouco
mais, lembrando que não é apenas o estudante que não se estuda, mas
89
também os docentes, os demais profissionais responsáveis pelas práticas,
os gestores do ensino e dos serviços. Enfim, todos os envolvidos no
contexto da formação estão mais interessados em estudar o outro e não a
si mesmos. Não há como se falar em humanização da formação sem
abordar o contexto de sociedade em que vivemos atualmente, repensar e
repassar em conjunto - gestores, professores, alunos, profissionais e
gestores dos serviços- as lições sobre a ética-humanística que abrange a
ética da responsabilidade, da justiça, da generosidade, do respeito ao
outro, e discutir profundamente sobre como estão sendo praticados esses
valores.
Uma outra reflexão diz respeito à orientação humanista requerer
uma visão mais sistêmica de mundo, de pessoa, de profissão. No curso
médico, pelos dados coletados, essa orientação é desenvolvida (e de
forma precária) apenas na relação médico-paciente. O estudante ainda
não se vê sendo estimulado para observar e observar-se em outros
contextos, nos quais todo ser humano pratica a sua humanidade, e que
são também focos do adoecer humano. São eles: a sala de aula, os
laboratórios, a instituição universitária, os hospitais, as unidades de
saúde, as comunidades, a família, a cidade, o município, o estado, o país,
o planeta. O olhar do futuro médico está, portanto, sendo estimulado para
se direcionar apenas para uma parte – o corpo do paciente- minimizando
o conjunto de seres e coisas que influencia essa parte.
Assim, fica mais uma vez exposta a falha que a formação possui
sobre a não estimulação do estudante para se ver como um ser-em-
relação, que necessita estar em constante desenvolvimento intra e
interpessoal. Como cita Freire (2001), “ao estrangeiro que vem de fora
soma-se o estranho que habita dentro” (p.3), ou seja, o estudante – e
provavelmente o professor - que mal se conhece está demasiado distante
ainda de se dar conta da importância da existência do Outro para o
desenvolvimento da alteridade, essencial para a constituição do ser.
90
É possível que seja por isso que os estudantes refiram não há
praticamente nenhuma menção ao ‘outro’ constituído pela equipe
multidisciplinar. O ‘outro’ parece ainda não caber como ser de
importância, porque não pode ser reconhecido dessa maneira se eu antes
não me reconheço como tal. As experiências de ensino relatadas pelos
alunos mostram a ausência do Encontro como fenômeno télico, que
consiste na capacidade da pessoa sentir-se atraída ou rechaçada por
pessoas e objetos (FONSECA FILHO, 1980). Para o autor, a relação
médico-paciente requer sensibilidade télica, que compreende o
desenvolvimento e expressão de sensibilidade, reciprocidade e
mutualidade. “É o “clique” intuitivo entre os participantes de uma relação”
(p.19). Essas experiências traduzem um aprendizado voltado mais para o
acúmulo de informação (primeira etapa do conhecimento) e carentes de
tempo ou propósitos para realizar-se a reflexão (no mínimo) sobre
atitudes e ações. Esse tipo de ensino cria um estudante disperso,
defensivo, com pouca reflexão interior sobre si e quase nenhuma visão
acurada do outro, seja ele seu colega, o docente ou o paciente. São
experiências de aprendizagem que se voltam mais para ver o outro como
um objeto, baseadas na relação EU-ISSO (BUBER, 1979).
A pesquisa realizada para analisar as concepções de formação
humanista e suas contribuições para a formação médica, na ótica discente
indica que há muito por fazer: - A humanização da formação médica
necessita, no mínimo, de “um outro professor e um outro estudante”,
mais preocupados em se desenvolverem como “pessoas em sua
totalidade”, e não apenas nos papéis fragmentados que exercem; - o
conjunto representado pelos professores e gestores do curso médico
devem reconhecer e agir para mudar as ações que ora são incipientes
para promover a mudança de atitudes necessárias à humanização do
ensino médico da UFAL; - os espaços de escuta dos discentes, já
existentes, devem ser cada vez mais incentivados, como forma de
reflexão e coleta de informações para a tomada de decisões sobre o
91
aprimoramento das práticas pedagógicas; - ampliar os espaços de escuta
dos docentes, nos quais se possa ter a condição de refletir e decidir que
docente queremos ser; e, por fim, compreender a humanização como uma
política permanente do curso médico, cujo desenvolvimento não se
esgota, mas aprimora-se com o passar dos anos, através de avaliações
contínuas e inovação das estratégias para fazê-la acontecer.
92
VIII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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MAPA DIALÓGICO 1ª PERGUNTA: O QUE LHE VEM À MENTE QUANDO SE FALA EM HUMANISMO?
CATEGORIAS
S É R I E S
EXPRESSÃO DE
VALORES VIRTUOSOS
INFLUÊNCIAS DO PROCESSO DE EDUCAÇÃO EM
GERAL
RELAÇÃO MÉDICO – PACIENTE
VIVENCIADA (OU INTERPRETADA) A PARTIR DA
FORMAÇÃO MÉDICA
RELAÇÃO ALUNO-
PROFESSOR
RECONHECIMENTO / CONVIVÊNCIA COM PERSPECTIVAS E
LIMITES PROFISSIONAIS, SENTIMENTOS E
EMOÇÕES
INFLUÊNCIAS DO CONTEXTO MERCANTI-LISTA NA PRÁTICA MÉDICA
Quando as falas dos alunos foram identificadas como pertencentes a mais de uma categoria, foi utilizada uma tonalidade mais clara da fonte, para indicar essa distinção.
102
ANEXO 1
102
1º ANO Y
- Pra mim, humanismo é uma forma de melhorar a relação das pessoas e uma forma de aprimorar, fazer com que cada um se sinta entendido naquele ponto de vista que você está colocando. - É a valorização do ser humano. - Princípio da eqüidade, você tratar as pessoas de igual pra igual. Isso é a máxima do humanismo, quando você trata as pessoas da mesma forma que você queria ser tratado, você começa a ser humano.
- O humanismo vem para melhorar a comunicação na relação médico paciente
MAPA DIALÓGICO 1ª PERGUNTA: O QUE LHE VEM À MENTE QUANDO SE FALA EM HUMANISMO?
CATEGORIAS
S É R I E S
EXPRESSÃO DE
VALORES VIRTUOSOS
INFLUÊNCIAS DO PROCESSO DE EDUCAÇÃO EM
GERAL
RELAÇÃO MÉDICO – PACIENTE
VIVENCIADA (OU INTERPRETADA) A PARTIR DA
FORMAÇÃO MÉDICA
RELAÇÃO ALUNO-
PROFESSOR
RECONHECIMENTO / CONVIVÊNCIA COM PERSPECTIVAS E
LIMITES PROFISSIONAIS, SENTIMENTOS E
EMOÇÕES
INFLUÊNCIAS DO CONTEXTO MERCANTI-LISTA NA PRÁTICA MÉDICA
Quando as falas dos alunos foram identificadas como pertencentes a mais de uma categoria, foi utilizada uma tonalidade mais clara da fonte, para indicar essa distinção.
103
ANEXO 1
103
1º ANO
Y
- Humanismo quer dizer ser o melhor amigo, nessa relação, no sentido de melhorá-la.
- O humanismo também vem da sua educação e da sua vivência. Por exemplo, uma pessoa que tem algum tipo de preconceito não vai conseguir nunca ser humana. Porque aquela pessoa que ela julga ser inferior, ela nunca vai tratar de igual pra igual. Mesmo que ela escute na faculdade milhões de vezes, que ela deve tratar as pessoas de forma igual, ela não vai conseguir. Ela pode até tentar ser falsa, mas isso não é ser
MAPA DIALÓGICO 1ª PERGUNTA: O QUE LHE VEM À MENTE QUANDO SE FALA EM HUMANISMO?
CATEGORIAS
S É R I E S
EXPRESSÃO DE
VALORES VIRTUOSOS
INFLUÊNCIAS DO PROCESSO DE EDUCAÇÃO EM
GERAL
RELAÇÃO MÉDICO – PACIENTE
VIVENCIADA (OU INTERPRETADA) A PARTIR DA
FORMAÇÃO MÉDICA
RELAÇÃO ALUNO-
PROFESSOR
RECONHECIMENTO / CONVIVÊNCIA COM PERSPECTIVAS E
LIMITES PROFISSIONAIS, SENTIMENTOS E
EMOÇÕES
INFLUÊNCIAS DO CONTEXTO MERCANTI-LISTA NA PRÁTICA MÉDICA
Quando as falas dos alunos foram identificadas como pertencentes a mais de uma categoria, foi utilizada uma tonalidade mais clara da fonte, para indicar essa distinção.
104
ANEXO 1
104
1ºANO
Y
- Se você consegue tratar todos da mesma forma, você é humana e pra isso você precisa ser educada.
humana. Eu acredito que humanismo é educação, se você for uma pessoa educada... não é com relação à educação acadêmica, mas uma pessoa que tem um bom padrão cultural, que saiba tratar bem as pessoas da mesma forma, independente de quem seja, classe social ou opção sexual, se você consegue tratar todos da mesma forma, você é humana e pra isso você precisa ser educada. - (Concorda com a fala anterior). Ser humanista relacionado à educação. Porque
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S É R I E S
EXPRESSÃO DE
VALORES VIRTUOSOS
INFLUÊNCIAS DO PROCESSO DE EDUCAÇÃO EM
GERAL
RELAÇÃO MÉDICO – PACIENTE
VIVENCIADA (OU INTERPRETADA) A PARTIR DA
FORMAÇÃO MÉDICA
RELAÇÃO ALUNO-
PROFESSOR
RECONHECIMENTO / CONVIVÊNCIA COM PERSPECTIVAS E
LIMITES PROFISSIONAIS, SENTIMENTOS E
EMOÇÕES
INFLUÊNCIAS DO CONTEXTO MERCANTI-LISTA NA PRÁTICA MÉDICA
Quando as falas dos alunos foram identificadas como pertencentes a mais de uma categoria, foi utilizada uma tonalidade mais clara da fonte, para indicar essa distinção.
105
ANEXO 1
105
1ºANO Y
você pode até ficar estudando pra atender melhor o paciente, mas quando chegar alguém no consultório que você tem preconceito, você será falso, vai tentar ser educado. - O humanismo depende da natureza de cada um. Porque, por exemplo, se eu tiver preconceito com negro e homossexual, no momento que chegar um homossexual no meu consultório, eu vou perguntar o que ele tem, o que ele quer, passar um remédio pra ele e acabou. Ou seja, ser educada, entre aspas.
MAPA DIALÓGICO 1ª PERGUNTA: O QUE LHE VEM À MENTE QUANDO SE FALA EM HUMANISMO?
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S É R I E S
EXPRESSÃO DE
VALORES VIRTUOSOS
INFLUÊNCIAS DO PROCESSO DE EDUCAÇÃO EM
GERAL
RELAÇÃO MÉDICO – PACIENTE
VIVENCIADA (OU INTERPRETADA) A PARTIR DA
FORMAÇÃO MÉDICA
RELAÇÃO ALUNO-
PROFESSOR
RECONHECIMENTO / CONVIVÊNCIA COM PERSPECTIVAS E
LIMITES PROFISSIONAIS, SENTIMENTOS E
EMOÇÕES
INFLUÊNCIAS DO CONTEXTO MERCANTI-LISTA NA PRÁTICA MÉDICA
Quando as falas dos alunos foram identificadas como pertencentes a mais de uma categoria, foi utilizada uma tonalidade mais clara da fonte, para indicar essa distinção.
106
ANEXO 1
106
1ºANO
Y
- Esse termo “humano” é muito idealizado e, às vezes, até utópico. Porque todo mundo pode acordar um dia com “o pé esquerdo” e vai tratar alguém mal,
- E o paciente vai sair do consultório achando que você o tratou da melhor forma possível, porque o seu limiar de humano não é o mesmo pra todos. Então uma pessoa pode achar que a tratou super bem, ela pode sair do consultório achando ruim, dizendo que o médico nem olhou na sua cara. Você pode até ter feito o seu melhor, mas não conseguiu ser humano o suficiente pra ele. - Você pode só passar um remédio e pronto. E uma doença tem vários aspectos por trás dela, podendo até ser de fundo psíquico, mas se você não conversa com o paciente você só vai ter aquilo que é concreto.
MAPA DIALÓGICO 1ª PERGUNTA: O QUE LHE VEM À MENTE QUANDO SE FALA EM HUMANISMO?
CATEGORIAS
S É R I E S
EXPRESSÃO DE
VALORES VIRTUOSOS
INFLUÊNCIAS DO PROCESSO DE EDUCAÇÃO EM
GERAL
RELAÇÃO MÉDICO – PACIENTE
VIVENCIADA (OU INTERPRETADA) A PARTIR DA
FORMAÇÃO MÉDICA
RELAÇÃO ALUNO-
PROFESSOR
RECONHECIMENTO / CONVIVÊNCIA COM PERSPECTIVAS E
LIMITES PROFISSIONAIS, SENTIMENTOS E
EMOÇÕES
INFLUÊNCIAS DO CONTEXTO MERCANTI-LISTA NA PRÁTICA MÉDICA
Quando as falas dos alunos foram identificadas como pertencentes a mais de uma categoria, foi utilizada uma tonalidade mais clara da fonte, para indicar essa distinção.
107
ANEXO 1
107
1ºANO Y
assim, vai deixar de ser humano. É preciso ter em mente a preocupação de praticar o bem, olhar as pessoas de uma forma igualitária.
- Mas nunca será possível chegar a esse ideal de humanismo a ponto de se despir de todos os preconceitos. Por exemplo, se uma pessoa entra no ônibus e visualiza dois lugares disponíveis... Em um dos assentos tem uma pessoa mal vestida e no outro uma pessoa bem vestida... Qual dos dois lugares a pessoa sentaria? Provavelmente, ou melhor, quase 90% de certeza que a pessoa sentaria ao lado da pessoa bem vestida. E
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VIVENCIADA (OU INTERPRETADA) A PARTIR DA
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RECONHECIMENTO / CONVIVÊNCIA COM PERSPECTIVAS E
LIMITES PROFISSIONAIS, SENTIMENTOS E
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INFLUÊNCIAS DO CONTEXTO MERCANTI-LISTA NA PRÁTICA MÉDICA
Quando as falas dos alunos foram identificadas como pertencentes a mais de uma categoria, foi utilizada uma tonalidade mais clara da fonte, para indicar essa distinção.
108
ANEXO 1
108
1º ANO
Y
- Já ocorreu conosco numa determinada aula, em que a sala se divide, a professora se
isto é uma forma de preconceito, pois o preconceito não é apenas o ato de odiar outra pessoa, mas prejulgá-la. - Acho você não deixa de ser humanista, porque um dia tratou mal uma pessoa, porque o ser humano também é cheio de erros, agora temos que saber como administrar esses erros. Você não acordou bem um dia, você tem esse direito, mas você não tem o direito de tratar todo mundo mal porque você está com problemas. Você tem que saber administrar
esse seu estado.
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Quando as falas dos alunos foram identificadas como pertencentes a mais de uma categoria, foi utilizada uma tonalidade mais clara da fonte, para indicar essa distinção.
109
ANEXO 1
109
1º ANO
Y
chatear com algo que aconteceu com a primeira turma e repreendê-los devido a isto e depois “dar a mesma bronca” em nós, sem que tivéssemos feito nada. Mas acredito que ela não deixou de ser humana devido a isto, ela é uma boa professora, ela é uma boa pessoa. - Acho que você não deixa de ser humanista, porque um dia tratou mal uma pessoa, porque o ser humano também é cheio de erros, agora temos que saber como administrar esses erros. Você não acordou bem um dia, você tem esse direito, mas você não tem o direito de tratar todo mundo mal porque você está com
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Quando as falas dos alunos foram identificadas como pertencentes a mais de uma categoria, foi utilizada uma tonalidade mais clara da fonte, para indicar essa distinção.
110
ANEXO 1
110
1º ANO
Y
problemas. Você tem que saber administrar esse seu estado. - é saber administrar os erros de julgamento. – é reconhecer que tratou mal as pessoas porque acordou de mau humor. - Quem estoura é porque não se conhece bem ou tem dificuldades de aceitar que está com problemas. - Temos exemplos de professores que vivem sempre numa “correria”, afastando-se da família, dos amigos dos filhos. Mas devemos ter cuidado para não envolver a vida pessoal com a profissional. - Mas não é possível ter esse equilíbrio sempre. E não é porque você não conseguiu ter esse
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Quando as falas dos alunos foram identificadas como pertencentes a mais de uma categoria, foi utilizada uma tonalidade mais clara da fonte, para indicar essa distinção.
111
ANEXO 1
111
1º ANO
Y
- Agora você tem que praticar o humanismo, ter a humildade de pedir desculpa, reconhecendo seu erro... é você mostrar que ocorreu um momento errado, mas que você é capaz de chegar e reconhecer que errou.
equilíbrio um dia, que você está deixando de ser humano. Às vezes, a gente “estoura” mesmo. - Agora você tem que praticar o humanismo, ter a humildade de pedir desculpa, reconhecendo seu erro... é você mostrar que ocorreu um momento errado, mas que você é capaz de chegar e reconhecer que errou. - Faz parte do ser, amar, odiar, ficar irritado. Não existe ninguém que seja bom o tempo todo. Mas deve-se ter educação (polidez). - é ser sensível, coerente, mais comunicativo. - para ser humanista não precisa esquecer de si próprio.
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112
ANEXO 1
112
1º ANO
Y
- Ser educado e ser humano são coisas completamente diferentes e às vezes as duas se convergem. Deve-se tratar o paciente bem e ser educado com ele, mas se ele não puder pagar a consulta o médico ficará com raiva. Porém, se o médico for uma pessoa humana ele precisa entender essa situação. Mas se ele for apenas educado ele irá ter essa postura, ele pode tratar o paciente sempre muito bem, mas numa situação dessas, ele fica chateado. - Concordo com o que a maioria colocou, mas não consegue separar de forma nenhuma o lado pessoal do profissional, e
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113
ANEXO 1
113
1º ANO
Y
- Muita coisa de nós vem da criação que recebemos, mas eu não acredito que o ser humano seja
conseguir achar esse equilíbrio vai ser o desafio maior. Não consigo separar os sentimentos... Eu às vezes penso que não vou conseguir fazer isso... Mas vou tentar tudo (nesse momento o grupo expressa sua solidariedade com a colega e chega aplaudi-la quando ela diz que vai se esforçar para conseguir). -Ser humano é reconhecer o que você é. Às vezes as pessoas acordam mal e acabam “descontando” nas outras pessoas, mas o humanismo faz com que ela reconheça isso e evite esse tipo de atitude.
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Quando as falas dos alunos foram identificadas como pertencentes a mais de uma categoria, foi utilizada uma tonalidade mais clara da fonte, para indicar essa distinção.
114
ANEXO 1
114
1º ANO
Y
- é preocupar-se com o outro. - é ter outras obrigações fora da profissão, como ajudar o próximo e a comunidade. É saber ser humano também fora da medicina. - é, no mínimo, saber respeitar o outro. - é saber aceitar o outro, com suas qualidades e defeitos. - é ser menos egoísta.
imutável a ponto de chegarmos aqui (na faculdade) e não conseguirmos mudar. Nós temos a capacidade de mudar alguns preconceitos.
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Quando as falas dos alunos foram identificadas como pertencentes a mais de uma categoria, foi utilizada uma tonalidade mais clara da fonte, para indicar essa distinção.
115
ANEXO 1
115
1º ANO Y
- depende da natureza de cada um. - Faz parte do ser - não se ensina ninguém a ser humano. - Se você quer ser humano, a universidade lhe mostra o caminho, mas se você não quiser, nada vai adiantar. - Você assiste a aulas por obrigação, para não levar falta. Mas a última coisa que você vai pensar é em se humanizar. - A questão do humanismo é tão importante quanto qualquer matéria. Mas cada um tem opções pessoais de querer aprender aquilo ou não.
-Você assiste a aulas por obrigação, para não levar falta. Mas a última coisa que você vai pensar é em se humanizar. - A primeira vez que ouvi falar em
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Quando as falas dos alunos foram identificadas como pertencentes a mais de uma categoria, foi utilizada uma tonalidade mais clara da fonte, para indicar essa distinção.
116
ANEXO 1
116
1ºANO
Y
humanismo foi no ensino médio quando estudamos o final da idade média e começo da idade moderna, onde tem a história do humanismo. Nessa época, foi permitido ao ser humano se conhecer e expor as suas idéias de uma maneira mais livre. Esse auto-conhecimen-to tem a ver com exercer o controle das emoções. Quem estoura, é porque não se conhece bem ou tem dificuldades de aceitar que está com problemas. - A partir do momento que você reconhece que estava errado naquele momento é o primeiro passo pra não cometer mais aquele erro.
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117
ANEXO 1
117
1º ANO Z
- Eu penso em humanismo como uma relação mais harmônica em toda a sociedade, evitando essa relação tecnicista, mecanicista que o homem tem hoje, e buscar uma relação mais de conforto e vivência... é isso...uma relação mais de acolhida, diminuindo um pouco as intrigas, a concorrência... e tudo que nos induz a isso... porque a gente não faz isso porque quer, mas porque nos obrigaram a isso... a ter essa visão tecnicista, a identificar as pessoas através de números, o doente através da doença.
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118
ANEXO 1
118
1º ANO Z
- É humanizar a sociedade, tratar bem o paciente... - é tratar as pessoas como a gente quer ser tratada... - E tratar o ser humano como um igual, é saber lidar com as pessoas... - É ser sensível, ser mais coerente com as coisas, ser menos egoísta, ser mais comunicativo, mais educado... tudo isso está presente na vertente humanista... a partir do momento em que eu penso em fazer, já estou sendo um humanista... - é fazer o bem prá todos, sem esperar reconhecimento...
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119
ANEXO 1
119
1º ANO
Z
eu não posso ser humanista pensando que as pessoas vão me agradecer... se fizer isso, você está sendo egoísta... por exemplo, um vereador que é médico diz que vai tratar 500 criancinhas, na esperança de conseguir 500 votos. Isso é ser humanista? Não, ele está pensando nele. Agora, à medida que você faz as coisas sem pensar em usufruir delas, você está sendo humanista. - (intervenção minha) então humanismo é sinônimo de desprendimento? - Sim,
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120
ANEXO 1
120
1º ANO Z
desprendimento pessoal, é fazer as coisas sem pensar no retorno que você irá ter... a pessoa vai ser beneficiada de forma indireta, porque à medida que você vai mudando algo na sociedade , você vai usufruir indiretamente dessa mudança... então, é fazer as coisas e esquecer do seu retorno. Este vai vir como conseqüência. (duas ou três pessoas confirmam esse modo de pensar).
- O humanista é visto como um cara esquisito. O cara que perde seu tempo com a questão social é considerado um idiota.
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Quando as falas dos alunos foram identificadas como pertencentes a mais de uma categoria, foi utilizada uma tonalidade mais clara da fonte, para indicar essa distinção.
121
ANEXO 1
121
1º ANO
Z
(nesse momento, o estudante considera a participação e o envolvimento político como uma atitude humanista, citando exemplos de seu envolvimento com o grupo que acredita que a universidade vai ser privatizada). O humanista também é em menor número. E essa maioria que o considera esquisito, deve concordar com a desigualdade que o sistema provoca, com as crianças morrendo de fome, com a privatização da universidade... Ser humanista é muito difícil. (o estudante continua refletindo sobre os males da privatização da universidade e do novo modelo de curso de
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Quando as falas dos alunos foram identificadas como pertencentes a mais de uma categoria, foi utilizada uma tonalidade mais clara da fonte, para indicar essa distinção.
122
ANEXO 1
122
1º ANO Z
graduação que o governo defende). - (surge novamente uma discussão sobre intenção e ação, com exemplos tais como: se você não ajudar com dinheiro uma criança que está pedindo esmolas no sinal, você não fez nada; se você quer tratar bem o paciente e não o faz, não acontece nada; se você é um político que ajuda os pobres para futuramente cobrar os votos, isso não tem valor). - Eu queria ressaltar que apesar de ser humanista, a pessoa não tem que esquecer de si próprio... a individualidade é inerente de qualquer pessoa... pode até ser uma visão capitalista, preconceituosa, essa
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Quando as falas dos alunos foram identificadas como pertencentes a mais de uma categoria, foi utilizada uma tonalidade mais clara da fonte, para indicar essa distinção.
123
ANEXO 1
123
1º ANO
Z
que eu vou dizer: antes de pensar nos outros, você pensa em você, instintivamente, impulsivamente. - Eu discordo. Eu tenho uma irmã que, sempre que vou comprar alguma coisa, eu penso primeiro em comprar para ela... eu penso primeiro na minha família e depois, em mim (pode-se dizer que nesse caso a família é o eu ampliado. Não são outros, mas uma extensão de si). - Toda regra tem exceção... (surgem várias vozes querendo discordar ou concordar com a questão da intenção – ação e do ser humano pensar primeiro em si – porém, sem desenvolver o raciocínio, apenas
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Quando as falas dos alunos foram identificadas como pertencentes a mais de uma categoria, foi utilizada uma tonalidade mais clara da fonte, para indicar essa distinção.
124
ANEXO 1
124
1º ANO
Z
concordando ou discordando).
3º ANO
- é estar próximo do ser humano, ter amor, satisfação com o outro, empatia. - é tratar o paciente com dignidade e respeito, sem faltar com a verdade, também não sendo grosso, respeitando suas vontades e
- é tratar o paciente com dignidade e respeito, sem faltar com a verdade, também não sendo grosso, respeitando suas vontades e desejos.
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125
ANEXO 1
125
3ºANO
desejos. - É tratar como eu gostaria de ser tratada..
- é não se envolver tanto com o paciente, porque, na nossa profissão, envolver-se demais acaba prejudicando a nós mesmos, mas também não deixando o paciente à-toa.
- É ter consciência... acho que consciência é muito importante... saber as idéias de cada um... é saber criticar mas também saber aceitar a opinião dos outros. - é ter sensibilidade para perceber as emoções dos outros. Nem sempre a pessoa consegue expressar em palavras... Ter a sensibilidade para analisar que talvez ‘ele’ precise mais do que a verdade sobre sua doença, mas de uma palavra de incentivo, de
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126
ANEXO 1
126
3º ANO
- é ter respeito... o respeito facilita...
- Ser humano com o paciente, ele vai confiar mais em você... a conversa com o paciente é facilitada... você pode colher informações que, como a T. falou, ele não fala mas você vai ter o senso de perceber...(repete sobre o ser humano como uma postura que facilita a relação com o paciente) - Aí é onde está a experiência
- Aí é onde está a
apoio... - O humanismo me lembra a falta de humanismo, que é o que a gente mais vê, é o que é mais corriqueiro no dia-a-dia do profissional de saúde e é justamente o que a gente tenta não ser quando formado. - Infelizmente o que a gente vê é o que a gente não quer ser.
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127
ANEXO 1
127
3º ANO
- Humanismo é mais solidariedade e apoio...tipo apoiar as decisões, as idéias... e também ajudar o próximo em tudo que você possa...
de ensino. A gente pensa em ser humanista, mas espelha-se num profissional que não tem nada de humanista e acaba sendo influenciado por ele. - A gente pensa que pode mudar e quando chega a hora de fazer, a gente faz do mesmo jeito que eles (professores ou profissionais do serviço) fizeram. - É ter uma aproximação com a situação em que o paciente está... não pensar que é ver somente a doença... tem muito mais coisa por trás. - Muitas vezes o paciente
experiência de ensino. A gente pensa em ser humanista, mas espelha-se num profissional que não tem nada de humanista e acaba sendo influenciado por ele. - A gente pensa que pode mudar e quando chega a hora de fazer, a gente faz do mesmo jeito que eles (professores ou profissionais do serviço) fizeram.
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128
ANEXO 1
128
3º ANO
precisa apenas de um conselho... às vezes não é nem do remédio que ele está precisando... se você conversar, ele já sai... pôxa.. estou curado... ‘vou confiar nesse médico, vou seguir tudo que ele disser’... e muitas vezes você nem medicou, nem seguiu nenhuma técnica avançada, você apenas conversou, deu um conselho, uma oportunidade daquele paciente desabafar. Você às vezes vai para o médico e ele diz que você tem que ir ao Posto Salgadinho pegar uma ficha para ir a outro médico, que lhe encaminha para outro e outro, e o paciente fica perdido, sem saber aonde ir. Aí você chega, conversa, e pergunta: o que é que você tem? O que é que a gente pode fazer? E isso resolve sem necessidade de tantos encaminhamentos. O médico acha que só ele não pode perder tempo... não entende que o paciente
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129
ANEXO 1
129
3º ANO
também tem os afazeres dele... E que pegar uma ficha, outra ficha.... - (outra pessoa complementa:) é falta de humanismo.
- Mas aí tem a questão do Sistema... (surgem várias vozes querendo comentar ao mesmo tempo) - Isso é uma coisa bem maior... mas se cada profissional tentar fazer o melhor... esqueça o sistema... faça a sua parte, que já é o mínimo que você pode fazer. - A gente observa que antes de chegar ao profissional
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GERAL
RELAÇÃO MÉDICO – PACIENTE
VIVENCIADA (OU INTERPRETADA) A PARTIR DA
FORMAÇÃO MÉDICA
RELAÇÃO ALUNO-
PROFESSOR
RECONHECIMENTO / CONVIVÊNCIA COM PERSPECTIVAS E
LIMITES PROFISSIONAIS, SENTIMENTOS E
EMOÇÕES
INFLUÊNCIAS DO CONTEXTO MERCANTI-LISTA NA PRÁTICA MÉDICA
Quando as falas dos alunos foram identificadas como pertencentes a mais de uma categoria, foi utilizada uma tonalidade mais clara da fonte, para indicar essa distinção.
130
ANEXO 1
130
3º ANO
médico, nas instituições de saúde – aqui mesmo, no nosso HU – existe muita coisa diferente do que a gente tinha como visão de promoção de saúde... filas intermináveis, ambientes quentes... promover saúde daquela forma... antes de chegar ao profissional... (querendo dizer que antes de se exigir do profissional, precisa se olhar as condições de trabalho) - Falta estrutura para promover
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Quando as falas dos alunos foram identificadas como pertencentes a mais de uma categoria, foi utilizada uma tonalidade mais clara da fonte, para indicar essa distinção.
131
ANEXO 1
131
3º ANO
- O profissional médico em alguns locais, é pressionado para atender tantos pacientes! Ele até quer fazer algo melhor. - Se você atender rápido, o paciente acha ruim. O que você vai fazer? Vai deixar uma fila interminável e gastar uma hora para cada paciente, se você só vai ter quatro horas numa tarde ou numa manhã? - Você pode atender em cinco minutos e o cara achar que você é a pessoa mais humanista do mundo. - Não é o tempo que conta, mas sim a forma de medicar, de tratar, de dar atendimento. - é apenas escutar, porque o paciente chega com um problema e não quer sair com outro. Ele quer ser escutado.
- A gente está fazendo o primeiro contato com paciente na Semiologia... a gente chega e o professor pede para fazer uma anamnese...a gente
saúde. - O profissional médico em alguns locais, é pressionado para atender tantos pacientes! Ele até quer fazer algo melhor.
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Quando as falas dos alunos foram identificadas como pertencentes a mais de uma categoria, foi utilizada uma tonalidade mais clara da fonte, para indicar essa distinção.
132
ANEXO 1
132
3ºANO
- (intervenção minha) Vocês falaram muito até agora, dessa conversa. No olhar de vocês, que tipo de conversa é essa que vocês fazem e referendam como sendo uma conversa que é humanizada e importante para o paciente? -É comum que, quando o paciente começa a falar, o medico dizer: ‘não, isso não
percebe que uma conversa... pronto! Aconteceu comigo ontem... a mulher disse:’ah, todo dia esse povo vem perguntar’... aí quando a gente vai conversar, a pessoa diz ‘ desculpa’... aí você vê que a pessoa estava precisando só de uma conversa... a forma como você chega... como você trata... - É prestar atenção, demonstrando interesse e não escutar só por escutar.
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133
ANEXO 1
133
3ºANO
tem nada a ver com o seu problema. Deixe isso prá lá.’ Não dá espaço para o paciente falar. - Se você está preocupada com aquele paciente, mesmo que você não consiga resolver o problema dele como um todo,ele sabe que pode confiar em você. - Teve um caso que eu contei na aula de comunicação... eu fico de plantão na unidade de emergência de Murici... aí tinha uma senhora que tinha câncer de colo de útero, em fase terminal, com metástase...eu passei pelo corredor e ela me chamou: ‘Dra., me dê um remédio que está queimando tudo, está doendo, não sei o quê..’ eu fiquei angustiada porque não posso medicar, pois ainda não sei, e também não tinha material para resolver o problema dela.. ela já estava tomando entorpecentes do maior grau para tratar a dor... o que eu fiz: saí, comuniquei à
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134
ANEXO 1
134
3ºANO
- O problema do médico não é só curar, mas também amenizar o sofrimento, tentar amenizar...
médica plantonista e voltei para perto da paciente, sem remédio, mas sentei, conversei com ela... ela estava chorando... até rezar, a gente rezou. No final dessa conversa, ela estava rindo, já tinha esquecido que estava doendo e eu saí de lá, certa de que tinha feito o possível, né? E foi só uma conversa. Foi um ano, que me marcou muito... A partir daí, eu fiquei acompanhando o sofrimento dela...
- Ser também psicólogo, né? - Mas eu acho que escutar, não é só o ato de escutar. Eu posso estar falando, o outro de cabeça baixa, só escutando, ou mexendo em alguma coisa. É você escutar, olhando nos olhos. É muito
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135
ANEXO 1
135
3ºANO
simples você estar falando, e eu estar olhando para um lado e para o outro. - Esse é um outro dilema... - É o escutar interessado. É demonstrar atenção, interesse, e não só escutar por escutar. - Achei um outro dilema. E agora? - Você tem que fazer anamnese, tem que escutar e escrever ao mesmo tempo. Como você vai fazer isso olhando para o paciente? - ‘Você não vai ficar escutando sempre. Você pode olhar, parar, copiar um pouco, olhar novamente, demonstrando interesse e atenção.’ - A entonação da voz muda muita coisa. Às
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136
ANEXO 1
136
3ºANO
- é ter solidariedade, dar apoio e ajudar o próximo em tudo que você possa. - Se cada um fizer a sua parte o mundo fica mais humano. É não
- Tem que estreitar a relação entre médico e paciente. Você tem que deixar ele bem à vontade para falar, porque ele sabe que você é médico ou vai ser... ele não sabe definir quem é médico ou ainda estudante... mas sabe que o médico é uma figura importante.. e você está lá para conversar com ele como uma pessoa comum... ‘vamos conversar’... deixando-o bem à vontade para falar, para não se sentir tão retraído diante do médico que é uma figura que ele julga ser acima dele.
vezes você quer fazer uma pergunta e ela sai como uma acusação.
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137
ANEXO 1
137
3ºANO
esperar que o outro faça... que você faça primeiro. Você tem que tomar a iniciativa.
-Meu pai, minha mãe, acho que a maioria dos pais diz que a gente não pode fazer revolução... não sei porque...’Deixe para a próxima geração’. Não, não existe isso. Você tem que fazer acontecer, agora. Isso foi um reflexo da ditadura militar... castrou completamente a nossa vontade, a criatividade de se expressar... totalmente castrados... e isso passou de nossos pais para a gente. Cabe a nós tentar reverter isso,
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138
ANEXO 1
138
3ºANO
procurar agir, fazer acontecer. - Toda pessoa que escolhe Medicina, eu, pelo menos, e as minhas amigas que já conversaram comigo sobre isso, a gente entra pensando no lado humano, também. Com o decorrer dos anos, muito disso vai sendo perdido. Acho que isso é o principal. É não se desviar do objetivo que a gente tem desde criança. A criança que tem vontade de ser médico não está pensando em dinheiro.
- (intervenção minha) O que é que acontece? - Acho que é uma concorrência muito grande. É muito, muito concorrido o curso de medicina. Estágio... eu
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139
ANEXO 1
139
3ºANO
sinto que tem uma concorrência entre os alunos. Os profissionais que a gente vai encontrando no meio do caminho... (dando a entender que essa concorrência também existe entre eles). A própria instituição estimula a concorrência. Por ex., quem passou em primeiro lugar no vestibular ganha uma bolsa de 01 ano... em vez de estimular a estudar, estimula a concorrer com seu amigo, seu colega... tem um tal de coeficiente que todo mundo concorre porque é importante para a residência. - São os 06 anos, assim! - É, mas tem que ver que isso é importante
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140
ANEXO 1
140
3ºANO
- A gente não pode esquecer também que tem projetos de extensão da UFAL que estimulam esse humanismo. No segundo ano, três de nós fizeram parte do Sorriso de Plantão na Pediatria. É muito legal, porque você entra em contato com as mães. - Quase tudo é possível. Basta querer fazer, ter vontade, disposição, ter algum suporte e fazer. Meter a cara e fazer. Agora, não esperar que os outros façam. Você tem que
para valorizar o estudo do aluno, embora desperte concorrência. - É uma faca de dois gumes. - São poucas oportunidades para muita gente. Tem pessoas que já entram com esse pensamento e durante todo o curso de medicina é assim. A busca de ser melhor em tal coisa...
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141
ANEXO 1
141
3ºANO
fazer acontecer. O momento é esse. Também a técnica que a gente vai adquirindo no curso diminui também (o humanismo). Por ex. no 1º ano, a gente disseca cadáveres... ‘Minha filha, você vai abrir o cadáver... você tem que ter respeito.’ Tem que ter respeito, mas chega um momento que está uma coisa tão técnica, você está tão preocupada em saber como é, saber como funciona, onde é que está, ver, que você termina diminuindo... não diria faltar com o respeito... mas você esquece que ali existia um ser humano. - Numa aula prática de Semiologia, eram 10 pessoas.Tem condições de 10 pessoas apalparem o mesmo paciente? Todo mundo estava vendo aquele paciente como um objeto. Mas também a gente precisa disso. Isso diminui muito o humanismo do médico. Ninguém estava
- Numa aula prática de Semiologia eram 10 pessoas. Tem condições de 10 pessoas apalparem o mesmo paciente? Todo mundo estava vendo aquele paciente como um objeto. Mas também a gente precisa disso.
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142
ANEXO 1
142
3ºANO
ligando que o paciente estava cansado, estava estranhando aquele monte de gente que ele nunca viu na vida, em cima dele, tocando nele, e ele não sabia o que tinha. Aí você se coloca no lugar (do outro): ‘se fosse eu, não queria ser apalpada por 10 pessoas!’ - É um mal necessário. - Tem que fazer para aprender... se não aprender não vai ser um bom profissional... Por outro lado, você tem que ver o lado do paciente. - Existem maneiras de fazer isso de um jeito menos agressivo para o paciente. E a gente tem que procurar isso, porque vamos ter que passar por isso. A gente tem que estar no hospital, conversando,
Isso diminui muito o humanismo do médico. Ninguém estava ligando que o paciente estava cansado, estava estranhando aquele monte de gente que ele nunca viu na vida, em cima dele, tocando nele, e ele não sabia o que tinha. Aí você se coloca no lugar (do outro): ‘se fosse eu, não queria ser apalpada por 10 pessoas!’
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143
ANEXO 1
143
3ºANO
apalpando, vendo, achando interessante e maravilhoso encontrar um sopro no paciente, mas existem maneiras de fazer isso, que não sejam na frente do paciente, para não deixá-lo pior, porque aquele ambiente é terrível. - Pode-se fazer isso quando ele tiver sedado, não tiver ouvindo nada.
- (intervenção minha) Pelo que parece, a ação humanizada é algo que a gente tem que ficar sempre alerta. Existem algumas condições na profissão que nos levam, em alguns momentos a esquecer um pouco do outro, a vê-lo como objeto, pela própria natureza da tarefa que está sendo ali. É isso? - Mas, tem que ver também, a nós, a nossa parte humana, que a gente esquece, que a gente pode errar... a sociedade cobra muito
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144
ANEXO 1
144
3ºANO
que o médico tem que ser perfeito e ninguém, ninguém, nem Jesus foi perfeito (fala bastante veemente, enfática). A gente tem que lembrar as características dos alunos. Normalmente, a pessoa perfeccionista quer saber tudo. Ninguém aqui foi para uma prova sem ter estudado. E isso leva a um grau de estresse muito grande. A concorrência, você mesmo se cobrando... O pior é a sua cobrança, você cobrando de você mesma, nunca está satisfeita. Isso também complica. - Por enquanto, eu acho que eu jamais seria grossa com o paciente, de interromper o que ele está falando, mas
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145
ANEXO 1
145
3º ANO
eu acho que isso é de cada um. Você não vai ficar: ‘Meu Deus, eu não posso fazer isso, não posso fazer aquilo.’ Você não vai fazer aquilo que você tem consciência de que é errado. Acho que é de cada um. - Quando vou atender no Pronto Socorro, geralmente chegam bêbados, pessoas que faltam o respeito com você e aí você tem que tomar uma atitude mais radical, tem que se impor, manter o respeito e deixar um pouco essa parte humanista, senão ele vai tirar onda com a sua cara. - Impor-se não implica necessariamente em faltar com o respeito com a pessoa.
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146
ANEXO 1
146
4º ANO
- é não julgar. - é tentar entender a história da pessoa. - é conviver bem com ela. - é pôr no seu dia-a-dia, o ser humano em 1º lugar.
- É cuidar do paciente, entender a sua patologia, mas saber explicar a ele o que está se passando com ele. - Às vezes o paciente chega para uma consulta, mas ele está mais angustiado... não é nem uma doença “assim”, e aí uma simples conversa já tranqüiliza...é como dizem : “todo médico também é um pouco psicólogo”. - É ver o paciente não como uma doença, como um caso a ser estudado, mas como alguém que tem uma história de vida, e que pode estar passando por problemas psicológicos que estejam causando aquela dor, que não
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147
ANEXO 1
147
4º ANO
é necessariamente um problema fisiológico, mas psicológico. - Eu faço um estágio onde os profissionais de saúde, inclusive o médico, não tratam o paciente pelo nome, mas como o “paciente tal, e não o Sr. Fulano de Tal”. - Às vezes se passa um medicamento adequado para a doença do paciente, mas que ele não pode comprar. O médico tem que conhecer a história do paciente e passar um remédio adequado para a sua realidade. - Mas às vezes o médico tem uma fila enorme de pessoas para atender e pouco tempo. Ele não está sendo desumano se ele não puder olhar para o paciente como deveria. É a carga horária que é muito pesada. - Tem que ter humanismo também com o profissional
- Mas às vezes o médico tem uma fila enorme de pessoas para atender e pouco tempo. Ele não está sendo desumano se ele não puder olhar para o paciente como deveria. É a carga horária que é muito pesada. - Tem que ter humanismo também
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148
ANEXO 1
148
4º ANO
médico, pois ele também está sofrendo por tratar mal o paciente e ninguém está vendo isso.
com o profissional médico, pois ele também está sofrendo por tratar mal o paciente e ninguém está vendo isso. - O sistema não deixa a gente ser humanista. Como se pode tratar bem as pessoas, quando se atende 20 pacientes de sete ao meio dia?
- O sistema não deixa a gente ser humanista. Como se pode tratar bem as pessoas, quando se atende 20 pacientes de sete ao meio dia? Falta material, falta repouso, manda fazer exame de sangue aí falta material... é uma falta de respeito ... é um atraso do sistema...não tem como ser humanista
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149
ANEXO 1
149
4º ANO
- A gente tem que ver também que o paciente chega sensibilizado, com dor, estresse... é um conjunto de sintomas, de causas... e o médico por mais cansado que ele esteja, é a profissão que ele escolheu e tem que ter a
- Nem todo acadêmico de medicina tem a sensibilidade de ser um humanista. A culpa não é só do sistema em si.
- Mas às vezes você como médico já está estressado, aí chega um paciente que não colabora com você, que não entende o que você diz... Por outro lado, ele tem uma carga horária intensa, fica prá lá e prá cá . Aí não adianta querer exigir que o médico seja humanista. Também tem que ser humanista com ele.
diante dessa situação.
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150
ANEXO 1
150
4º ANO
- Às vezes a pessoa quer ser médica porque o pai ou a mãe é médico... Ela pode não ter vocação... Fica difícil uma pessoa que procurou ser médico por outros motivos conseguir ter essa relação. Ela vai atender bem no consultório particular e não no SUS.
sensibilidade para entender que o paciente está ali numa situação muito pior que a dele. E esse estresse emocional faz às vezes o paciente ser grosseiro com o médico. Já presenciei o paciente chamar o médico de ignorante por conta desse estresse. - Outra coisa que eu queria falar é sobre o que tenho visto no Portugal Ramalho. O paciente que não tem uma
- Outra coisa que eu queria falar é sobre o que tenho visto
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INFLUÊNCIAS DO CONTEXTO MERCANTI-LISTA NA PRÁTICA MÉDICA
Quando as falas dos alunos foram identificadas como pertencentes a mais de uma categoria, foi utilizada uma tonalidade mais clara da fonte, para indicar essa distinção.
151
ANEXO 1
151
4º ANO
saúde mental muito boa, precisa de uma consulta psiquiátrica, aí não tem vaga. Ele chega no dia anterior às 10 horas da noite para conseguir uma vaga, passa a noite no sereno, na porta do hospital, para ser atendido de manhã. O médico tem que atender 30 pacientes, o corredor cheio daqueles pacientes que estavam desde a noite anterior. O médico não pode conversar direito com aquelas pessoas lá fora, quer passar um medicamento, não tem o medicamento na farmácia e o paciente não pode comprar.
no Portugal Ramalho. O paciente que não tem uma saúde mental muito boa, precisa de uma consulta psiquiátrica, aí não tem vaga. Ele chega no dia anterior às 10 horas da noite para conseguir uma vaga, passa a noite no sereno, na porta do hospital, para ser atendido de manhã. O médico tem que atender 30 pacientes, o corredor cheio daqueles pacientes que estavam desde a noite anterior.
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Quando as falas dos alunos foram identificadas como pertencentes a mais de uma categoria, foi utilizada uma tonalidade mais clara da fonte, para indicar essa distinção.
152
ANEXO 1
152
4ºANO
- Acredito que todo mundo que vem trabalhar na área da saúde enfrenta um problema muito maior do que a falta de saúde: o problema social. E a gente tem que tentar lidar com isso da melhor maneira possível, procurando ter respeito na relação com o paciente, para que o tratamento que ele receber se dê de
O médico não pode conversar direito com aquelas pessoas lá fora, quer passar um medicamento, não tem o medicamento na farmácia e o paciente não pode comprar.
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ANEXO 1
153
4º ANO
- Eu acho que hoje é muito complicada a relação médico-paciente... Por exemplo, qual a
forma dignificante. - Eu acho que é isso que está faltando muitas vezes hoje em dia: por causa do problema social, há, no SUS, uma quantidade de profissionais muito pequena e a gente tem que fazer. Se falta alguém, a gente vai ter que fazer. Eu acho assim: apesar dos profissionais se manifestarem, não está sendo dada a devida atenção que o momento merece. - O problema da Santa Mônica: se o paciente é prematuro, você tem que ter sulfactante.(?) Está faltando sulfactante(?) e você não vai poder parar de trabalhar. Você vai ter que continuar a lidar com aquela situação.
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154
ANEXO 1
154
4º ANO
qualidade de uma relação que ocorre em 05 minutos? É muito pouco tempo. Você chega diante do paciente e pergunta “O que é que você tem?” Não dá tempo para mais nada - Isso é interessante e importante... você pode não se lembrar do nome do paciente, mas com certeza ele vai se lembrar do seu nome, do seu rosto... (novamente a temática estimula o surgimento de várias opiniões querendo se manifestar ao mesmo tempo). - É a relação do momento, daquilo que ele vive com você naquele momento... Você tem que ser humano... o paciente lembra de você como médico (continuam várias vozes querendo falar ao mesmo tempo) Às vezes você vai dar um diagnóstico e não sabe falar... Assusta as pessoas... Tem médico que vai dar a notícia que a mulher está com câncer quando ela nem desconfiava disso... Aí ele diz:
- É a relação do momento, daquilo que ele vive com você naquele momento... Você tem que ser humano... o paciente lembra de você como médico (continuam várias vozes querendo falar ao mesmo tempo) Às vezes você vai dar um diagnóstico e não sabe falar... Assusta as pessoas... Tem médico
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155
ANEXO 1
155
4º ANO
“você está com câncer”. Sabe o que é? A gente não tem esse preparo. - Tem algumas doenças que têm um mito na própria sociedade. - Fica às vezes difícil para o médico lidar com essa situação... por ex. eu estagiei na área de oncologia... a paciente chega, muitas vezes já vem de outra pessoa e a família não quer que o médico comunique que ela tem essa doença, apesar dele saber que o paciente precisa ser informado sobre o que está acontecendo com ele. - (intervenção minha) Vocês falaram muito até agora de duas coisas: da relação médico- paciente... Falaram bastante .... e das condições de
que vai dar a notícia que a mulher está com câncer quando ela nem desconfiava disso... Aí ele diz: “você está com câncer”. Sabe o que é? A gente não tem esse preparo. - Tem algumas doenças que têm um mito na própria sociedade.
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156
ANEXO 1
156
4º ANO
trabalho.O humanismo é pensado ou necessário em outras circunstâncias?
- Sim. Essa sensibilidade é necessária... com seu colega, na sua casa... ele se sente mais oprimido...sem saber falar...o médico não tem mais o status de antigamente... ele é uma pessoa normal que tem que simplesmente exercer suas funções de forma mais humana.... Precisa conviver com os outros médicos e com os enfermeiros que são quem fazem tudo...e afora isso, tem a família com quem tem que se relacionar... Trabalha muitas vezes sem informações suficientes... Numa ocasião o médico pediu um exame que era para
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157
ANEXO 1
157
4º ANO
ser entregue em quatro dias e passaram-se mais de dez dias para ser dado o resultado... o laboratório não liberou o exame, o homem morreu sem diagnóstico e sem ser medicado... e o médico teve que dar a noticia à família. - O médico não tem mais o status de antigamente. Ele é uma pessoa normal que tem que simplesmente exercer suas funções de forma mais humana. Precisa conviver com os outros médicos e com os enfermeiros que são quem fazem tudo e afora isso, tem a família com quem tem que se relacionar. Trabalha muitas vezes sem informações suficientes. Numa ocasião o médico pediu
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158
ANEXO 1
158
4º ANO
um exame que era para ser entregue em quatro dias e passaram-se mais de dez dias para ser dado o resultado. O laboratório não liberou o exame, o homem morreu sem diagnóstico e sem ser medicado e ele teve que dar a noticia à família. - No estágio, em plantões, a gente pode ver como essa questão do humanismo é forte no ambiente de trabalho. Eu já tive uma experiência de estar numa UTI, um dos ambientes mais difíceis, onde você está só com o paciente, numa situação dramática; e se os médicos não se respeitam entre si, se não reconhecem que podem errar, de que não devem ficar
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ANEXO 1
159
4º ANO
acusando os outros e devem saber trabalhar em equipe - com os colegas médicos e enfermeiros - nada funciona. Eu saí do estágio na UTI com a noção de que eu nunca iria superar a dificuldade de trabalhar num ambiente desse. Aí eu fui trabalhar numa UTI em outro lugar e foi totalmente diferente. Tive o maior prazer de trabalhar ali, pela relação que existia entre as pessoas. Acho que isso faz muita diferença. Não é à-toa que se fala tanto ao longo do curso nessa questão do humanismo. - Eu estive num estágio em UTI, em que uma médica foi passar o plantão para um colega e avisou que um dos pacientes estava
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ANEXO 1
160
4º ANO
resistindo a fazer hemodiálise. Aí na frente do paciente ele falou: “Ele não quer? Desse jeito ele vai morrer” e virou-se para mim e disse que o deixasse para lá, pois o próximo plantonista resolveria. “Meu Deus, como é que uma pessoa faz medicina e não sabe falar com o paciente?” - A gente não sabe falar. Precisa de um curso de comunicação. Apareceu um curso sobre comunicação e ninguém sabia do que se tratava. Então eu pensei, na certa é para preparar a gente para saber falar com as pessoas. Mas, nada! Era para a gente aprender a falar em público! Mas a minha expectativa era
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ANEXO 1
161
4º ANO
exatamente esta, de aprender a lidar com as pessoas. A gente vê que no exercício da atividade profissional, não basta ter boa vontade. Eu vou atender 10 pacientes, com 07 eu mantenho uma boa relação, mas com 03, não. A gente devia ver isso em psicologia médica, mas a orientação é voltada só para os problemas, para a patologia. - Ah, isso a gente só vai aprender com a experiência. (outro discorda e diz:) Não, rapaz, a gente podia ter um espaço para treinar isso! - Para melhorar essa relação vai ter que se investir durante muito tempo na cultura, na mudança de conceitos, na conscientização das
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ANEXO 1
162
4º ANO
- Tanto na sala de aula quanto nos ambulatórios, a gente percebe que o médico não tem paciência com o paciente, nem com a gente. A gente fica chocada, nos entreolhamos, mas ninguém chega a falar nada para o professor. Isso fica só entre a gente porque o professor é superior a nós. A gente fica se entreolhando, mas ninguém diz nada ao professor. - A informação é de que ele já é um doutor que tem conhecimento e experiência para tratar com o paciente (surge uma reação no grupo
pessoas... pois não é fácil mudá-las... por ex. as pessoas levam para casa uma coisa que é do hospital... para que?
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ANEXO 1
163
4º ANO
diante dessa fala). É o receio da hierarquia. - Mas eu acho que nós estamos errados. A gente tem que se posicionar, porque daqui a dois anos, nós já vamos estar formados e vamos ter que ter a opinião da gente e não só ouvir a do professor doutor. Vamos ter um ano de estágio no PSF e a gente sabe que no PSF, os médicos não são professores. Eles vão atuar ali de qualquer forma e a gente que filtre. - Infelizmente a questão de hierarquia existe, e existe muito. O aluno que chega para reclamar muito é mal visto. Eles não admiram um aluno desse jeito. A gente fica com receio e pensa: Meu Deus, será
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164
ANEXO 1
164
4º ANO
que ele vai mudar a minha nota? - O aluno tem que ser “paciente” também. O professor espera que ele seja passivo, assim como o paciente. Ele espera que a gente oriente e ele siga (inverso da situação real). É muito mais difícil você lidar com aquele paciente que diz: ah! eu “li em algum lugar que alguém fez isso ou aquilo nessa mesma situação”... é muito mais difícil lidar com alguém que especula. - A minha prima já estudou aqui e disse que uma vez estava num desses ambulatórios juntamente com mais 07 alunos e o professor; chegou um
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165
ANEXO 1
165
4º ANO
paciente para fazer toque retal, e ele mandou todos os alunos fazerem o toque no mesmo paciente, uma pessoa com mais de 70 anos. Sete pessoas! Quando chegou na vez dela, ela se recusou a fazer o toque e saiu da sala. Aí, o professor ficou com raiva dela e daí por diante, foi só nota baixa. Então, são esses receios que a gente tem. - É muito difícil você fazer esse enfrentamento sozinha. Agora, quando é uma consciência de turma... e mesmo assim você ainda pode se sair mal. -(intervenção minha)O consenso de turma aparece? - Sim. Às vezes a gente está com dificuldades
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166
ANEXO 1
166
4º ANO
com um professor e a turma toda encara, não para assumir o ambulatório. É difícil. Por ex. se essa turma está com uma dificuldade, de repente as outras estão com a mesma dificuldade, mas como o professor ficou revoltado... Ah! não. A gente não tem essa dificuldade ( quis explicar como o grupo retrocede diante da reação do professor). É questão de mundo mesmo, né?
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ANEXO 1
167
6º ANO
- Em um profissional que tem sua consciência no ser humano, com seus problemas de vida, suas dúvidas e vários aspectos emocionais e não somente tratar a doença em si. -Empatia, é se colocar na posição do outro e estar sensível a possíveis “falhas” na relação com o outro.
- Estamos acostumados a ver as pessoas como partes, como disciplina... Quando o paciente chega até nós, não é só um coração para tratar, é um todo; além da parte orgânica, vem a parte psicológica, social, biológica, econômica, então o humanismo é tudo isso. - Somos humanos, e falhamos, mas na medida do possível temos que dar o máximo. Por
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ANEXO 1
168
6º ANO
ver profissionais errando, aprendemos com os erros deles, não querendo fazer isso quando se formar, não querendo ser tratado dessa maneira. Até por experiência própria, porque também somos pacientes muitas vezes, por observar os colegas tratando os pacientes de determinada maneira, nos espelhamos e não queremos ser como Doutor Fulano, por exemplo. Podemos falhar, Mas temos que tentar. - No “ensino médico”, nesses seis anos, a gente ouve muito falar sobre a relação médico paciente. O médico como aquela pessoa que impõe respeito e limites, que trata o doente. E o paciente como aquele que ouve passivamente aquilo que o médico tem a dizer. Ou seja, ser paciente, no sentido de ter paciência. Durante a nossa formação foi discutida a relação médico paciente, mas não foi discutida a relação pessoa a pessoa. O
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ANEXO 1
169
6º ANO
- Não se deve usar o termo humanismo, porque
médico como um ser humano e o paciente como um ser humano. O médico tem que impor seu respeito e seu limite, senão o paciente não vai respeitar e confiar em seu médico como alguém que cuida dele. Mas deve-se entender que o paciente não está só, como por exemplo, na pediatria, é preciso cuidar do paciente e da mãe, para que a mãe entenda o que está sendo feito. E o médico deve refletir nas condições do paciente, como: por que ele está aqui, que condições ela tem em casa, como a mãe dela está se sentindo, como ela vive em casa. Muitas vezes o médico só dá alta quando sabe que a mãe vai cuidar da criança. Não é o paciente apenas, mas a vida social dele, o desenvolvimento dele na sociedade. Tem sempre que olhar os dois lados.
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170
ANEXO 1
170
6º ANO
já que eu sou um ser humano e vou cuidar de outro ser humano, como posso ser mais humano do que isso? Talvez o termo certo não seja humanismo e sim cuidadoso, holístico, ver como um todo, atencioso, sensível.
- Eu acredito que no curso foi muito falado na relação médico paciente e vê-lo como um todo. Apesar de não termos visto muito isto na prática, vemos exatamente o contrário: tratar como um “pedaço” e não como um todo. - Em algumas matérias foi discutido bastante, porém em outras não, mas quando se chegava na prática, quase não se via. - Teve, sim. Genética -Dependendo do professor. - O currículo novo traz algumas mudanças neste aspecto. Nós
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171
ANEXO 1
171
6º ANO
começamos a entrar em contato com o paciente a partir do terceiro ano e muito mal. Em algumas aulas onde há cinqüenta alunos e um paciente assustado, o professor que é médico examina-o e diz: “ele está em precário estado geral” e o paciente pensa: “vou morrer”. - E o professor diz: “vamos todos apalpar o paciente!” O paciente na verdade é um boneco que se encontra num hospital para quarenta e cinco ou cinqüenta alunos, e outra pessoa dar uma aula de cinqüenta minutos. (Outra pessoa acrescenta que o paciente é um objeto de estudo). Então nosso contato com o paciente começou assim que nós entramos no Pronto-Socorro para fazer o estágio, pois durante o curso não tivemos um contato verdadeiro médico - paciente. - Na faculdade as disciplinas são “oito ou oitenta”. Ou não
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ANEXO 1
172
6º ANO
- Quando entramos no curso de medicina, entramos com uma expectativa de tratar seres humanos, de cuidar de pessoas. Isso é uma arte, lidar com o ser humano, conversar, ouvir, não é todo mundo que tem esse “dom”. E isso é difícil, não é qualquer pessoa que consegue, então é necessário também trabalhar isso.
tratam nada sobre a relação médico-paciente, ou tratam ao extremo. As disciplinas não têm um meio-termo, cada disciplina trata de uma maneira diferente o tema. - Quando entramos no curso de medicina, entramos com uma expectativa de tratar seres humanos, de cuidar de pessoas. Isso é uma arte, lidar com o ser humano, conversar, ouvir, não é todo mundo que tem esse “dom”. E isso é difícil, não é qualquer pessoa que consegue, então é necessário também trabalhar isso. -Estamos acostumados a lidar com cadáveres, com bichos... e cadê o curso de medicina?
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INFLUÊNCIAS DO PROCESSO DE EDUCAÇÃO EM
GERAL
RELAÇÃO MÉDICO – PACIENTE
VIVENCIADA (OU INTERPRETADA) A PARTIR DA
FORMAÇÃO MÉDICA
RELAÇÃO ALUNO-
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RECONHECIMENTO / CONVIVÊNCIA COM PERSPECTIVAS E
LIMITES PROFISSIONAIS, SENTIMENTOS E
EMOÇÕES
INFLUÊNCIAS DO CONTEXTO MERCANTI-LISTA NA PRÁTICA MÉDICA
Quando as falas dos alunos foram identificadas como pertencentes a mais de uma categoria, foi utilizada uma tonalidade mais clara da fonte, para indicar essa distinção.
173
ANEXO 1
173
6º ANO
- Onde está?” O humanismo tem que começar a partir do momento que entramos na universidade. - O humanismo tem que começar antes.
-Para entendermos uma medicina humanizada, temos que entender que a imensa maioria das doenças é psicossomática, é a cabeça que vai levar a doença, é uma cabeça que não está bem, ainda que aparentemente bem, que vai levar à enfermidade. Quando pensamos em uma gastrite, não é processo patológico do estômago que vai levar a uma úlcera. Existe todo um contexto psíquico, estresse do dia-a-dia que vai levar àquela doença. É uma imensa maioria das doenças que são psicossomáticas... é mais de 80%. Então o paciente precisa ser ouvido, precisa dizer qual o
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Quando as falas dos alunos foram identificadas como pertencentes a mais de uma categoria, foi utilizada uma tonalidade mais clara da fonte, para indicar essa distinção.
174
ANEXO 1
174
6º ANO
problema que ele tem em casa, o que está afligindo ele, pra que o médico entenda qual o processo de doença daquele paciente. É difícil falar e pôr na prática, é difícil abordar um paciente e querer entrar na vida dele, pra entender o que está acontecendo com ele. - Pelo fato de atender o paciente uma vez, numa disciplina, não dá pra criar um vínculo com o paciente, sendo difícil esse primeiro contato e entrar na vida do paciente. -Às vezes o paciente procura o médico, um cardiologista por ex,. porque precisa ser ouvido, às vezes não tem nada, mas mesmo assim procura o médico. Assim, se o estudante de medicina conseguir terminar o curso com essa visão, de que o paciente precisa ser ouvido, que a gente deve olhar para o rosto dele e conversar, será entendido todo o processo de adoecimento do paciente. A gente precisa ser um amigo do
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Quando as falas dos alunos foram identificadas como pertencentes a mais de uma categoria, foi utilizada uma tonalidade mais clara da fonte, para indicar essa distinção.
175
ANEXO 1
175
6º ANO
paciente. - Hoje em dia, quando o paciente procura o médico, ele nunca acha que o problema é psicológico ou social. Se o médico diz que o paciente não tem nada e indica outros procedimentos como melhorar a alimentação, melhorar o convívio com a família, o paciente não gosta, reclama, pede exames, remédios. Isso acontece porque os pacientes, desde a classe econômica mais baixa até a mais alta, chegam aos consultórios com muita informação, e se o médico não diagnostica nada é porque ele não é um bom médico. Um dia chegou uma mãe dizendo que queria fazer uma cultura de secreção da orofaringe no filho. Há uma pressão para passar remédios ou fazer exames. -O avanço tecnológico da medicina fez com que as relações com o médico se modificassem muito. Antigamente existia o médico
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Quando as falas dos alunos foram identificadas como pertencentes a mais de uma categoria, foi utilizada uma tonalidade mais clara da fonte, para indicar essa distinção.
176
ANEXO 1
176
6º ANO
da família, que ia à casa do paciente e tinha uma relação médico paciente muito boa, então não se questionava aquilo que o médico dissesse. Hoje não, a medicina se desenvolveu muito, o paciente pede exames mais complexos. A medicina saiu do lado humanista e foi para um lado materialista, levando em conta a questão dos exames, a questão financeira. Então, acaba perdendo alguns aspectos humanistas, para pensar nessa qualidade de atendimento, de quanto mais moderno o consultório, melhor.
Hoje não, a medicina se desenvolveu muito, o paciente pede exames mais complexos. A medicina saiu do lado humanista e foi para um lado materialista, levando em conta a questão dos exames, a questão financeira. Então, acaba perdendo alguns aspectos humanistas, para pensar nessa qualidade de atendimento,
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Quando as falas dos alunos foram identificadas como pertencentes a mais de uma categoria, foi utilizada uma tonalidade mais clara da fonte, para indicar essa distinção.
177
ANEXO 1
177
6º ANO
- Existe um amadurecimento no pensar sobre humanismo em nossa profissão. Mas é preciso ponderar o momento que estamos vivenciando como um momento de escolha da especialidade. Esta decisão irá influenciar no tempo que poderemos disponibilizar para o relacionamento com nossa família, na educação dos filhos e isto é uma questão de humanismo também. Por isso, temos que refletir nesta questão para que não venhamos carregar uma cruz e deixemos de exercer a humanidade em toda
de quanto mais moderno o consultório, melhor.
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178
ANEXO 1
178
6º ANO
- Vocês acham que a especialização atrapalha a relação com o paciente? - atrapalha, mesmo que acreditemos que não, porque você acaba prendendo-se à sua especialidade. Por exemplo, um otorrinolaringologista dirige seu olhar apenas a cabeça, ao olho, ao ouvido... (várias vozes interrompem)... Hoje em dia existem inúmeras especialidades e “subespecialidades”, como por exemplo, um cardiologista que é especialista em hipertensão e sabe-se que os próprios pacientes vão a procura disto. - Hoje, o paciente já procura o especialista em fígado, em rim...
sua plenitude, limitando-se apenas ao ambiente de trabalho e deixando a vida pessoal de lado, que é tão importante quanto o trabalho.
-Atualmente, se o médico não é conveniado a
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Quando as falas dos alunos foram identificadas como pertencentes a mais de uma categoria, foi utilizada uma tonalidade mais clara da fonte, para indicar essa distinção.
179
ANEXO 1
179
6º ANO
um plano de saúde, torna-se difícil ter lucros com consulta particular. Então, o profissional precisa atender várias pessoas por dia para poder conseguir ter uma boa remuneração, porque o plano de saúde paga pouco. Devido a isto, o tempo não permite que o médico, mesmo tendo uma visão humanista, atenda o paciente , a partir de uma visão mais holística. Muitas vezes, há muitos outros
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Quando as falas dos alunos foram identificadas como pertencentes a mais de uma categoria, foi utilizada uma tonalidade mais clara da fonte, para indicar essa distinção.
180
ANEXO 1
180
6º ANO
pacientes na sala de espera e o próprio paciente em consulta está com pressa. (várias vozes ao mesmo tempo) - Muitos médicos precisam dar plantão em vários lugares para manter um bom padrão de vida e, infelizmente, é obrigado a fazer a consulta um pouco rápida, devido à má remuneração dos planos de saúde e à concorrência. E tudo isto é péssimo para nós; sabemos que hoje
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Quando as falas dos alunos foram identificadas como pertencentes a mais de uma categoria, foi utilizada uma tonalidade mais clara da fonte, para indicar essa distinção.
181
ANEXO 1
181
6º ANO
(Foi colocado aqui que a especialização pode atrapalhar esta relação dependendo do médico.) - depende do médico e da formação que ele teve e do seu interesse; depende também da especialidade escolhida; mas acima de tudo, se o médico não for um generalista, ele não conseguirá curar apenas um problema, porque esse
existem muitos médicos que, quando o paciente chega à consulta eles já se encontram com uma caneta na mão ou no computador, pergunta o que o paciente está sentindo e pronto; isto é o mercado de trabalho.
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182
ANEXO 1
182
6º ANO
problema se relaciona com muitas outras coisas. -Visão generalista todo o médico tem que ter; se puder exercê-la, ótimo. Essa visão se faz importante também para você saber o momento certo de encaminhar para o profissional certo. O PSF (Programa de Saúde da Família), por exemplo, não dá subsídios para o médico para tratar de certas doenças, então é necessário ter um conhecimento generalista para encaminhar seu paciente para o profissional certo. - Eu não estou dizendo que o oftalmo tem que ser um obstetra, por ex. Mas ele tem que ser generalista o suficiente para atender uma gestante e orientá-la, caso perceba que ela necessita do especialista em obstetrícia. Não é que ele vai tratar a gestante, mas sim vê-la como tal e não como um olho.
- O humanismo também deve ser multidisciplinar, deve-
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Quando as falas dos alunos foram identificadas como pertencentes a mais de uma categoria, foi utilizada uma tonalidade mais clara da fonte, para indicar essa distinção.
183
ANEXO 1
183
6º ANO
se ter um trabalho multiprofissional, respeitar as especialidades e saber trabalhar em conjunto, já que hoje a medicina ”subespecializa” tudo. - Foi falado aqui de humanismo na relação médico paciente com um sentido do profissional ‘cuidador’ para com seu paciente. E como tem sido o cuidado com vocês? - Durante o curso esse cuidado não esteve muito presente, ao contrário, temos visto a faculdade como um lugar de muito trabalho, muito estresse e de grande cobrança, mesmo não sendo formados ainda. Não temos o tempo necessário para cuidar de nós mesmos. - o curso nos leva a
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184
ANEXO 1
184
6º ANO
uma auto-cobrança extrema, mesmo quando não estamos sendo cobrados ficamos com aquele pensamento a todo o momento de que “eu tenho, eu preciso, eu não posso errar...”, criando um clima de tensão e de estresse constante. - Eu fiz terapia devido a isto, porque eu não me divertia pensando em estudar e quando eu estudava, ficava pensando: “eu estudo demais, eu estou cansada e preciso me divertir”. Então eu acabava não fazendo nada direito. Ficamos sem tempo para fazer certas coisas, sem mencionar a insônia, a hipertensão, a gastrite e outras doenças que adquirimos ao longo do
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Quando as falas dos alunos foram identificadas como pertencentes a mais de uma categoria, foi utilizada uma tonalidade mais clara da fonte, para indicar essa distinção.
185
ANEXO 1
185
6º ANO
curso. O ano passado, fiquei sem dormir, sem comer e com suspeita de glaucoma. - o curso nos sobrecarrega muito, porque promove aulas em vários horários- sábado, domingo e feriado - e não podemos faltar às aulas devido ao risco de perder nota. No internato temos que estar na faculdade todos os dias, em dois horários e quando estamos em casa estamos estudando ou preparando aula, preparando seminário. O próprio curso não cuida de nós. - o curso ocupa todo o nosso tempo nos deixando como que uma obrigação apenas de estudar. Por outro lado, recebemos
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186
ANEXO 1
186
6º ANO
cobrança da família por não participarmos mais das atividades familiares. (várias vozes ao mesmo tempo) - Isto nos faz refletir de que não devemos ver a medicina como único objetivo de nossas vidas. Pois a razão final de todo este esforço é o de sermos felizes. Se, apesar do nosso esforço e potencial, não conseguirmos ser felizes e estar perto das pessoas de quem gostamos, então tudo o que foi feito foi para nós mesmos. Temos exemplo de um profissional que vivia em função do trabalho, sem tempo nenhum para descanso e nem para a família, só ia dormir quando já estava em fase de
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187
ANEXO 1
187
6º AN0
exaustão física, e sofreu um enfarto com 33 anos. Então, pergunta-se: de que valeu tanto esforço e tanto dinheiro? - Quem não está noivo, nem está namorando, está vivendo para o curso... eu estou fazendo isso agora, mas no futuro, eu quero ter minha família. Muita gente já questionou a minha opção como especialista. A mulher que quer ser cirurgiã, todos acham que ela não pode ter família. - Os estudantes de medicina não têm a oportunidade de ter uma boa qualidade de vida. - Acredito que temos que colocar a medicina em nossas vidas e não nossas vidas na
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188
ANEXO 1
188
6º ANO
- O terrorismo dos professores é tão grande que, mesmo que estejamos atualizados com os estudos, ficamos com o desejo de adiantar os assuntos e quando paramos para descansar ficamos com o pensamento de que estamos com preguiça. É uma lavagem cerebral muito grande.
medicina. A forma como levamos o curso depende das escolhas de cada um de nós e da forma como o conduzimos. Felizmente tenho conseguido me dedicar à faculdade sem abrir mão das coisas que eu gosto. - (surgimento de várias opiniões querendo se manifestar ao mesmo tempo)
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Quando as falas dos alunos foram identificadas como pertencentes a mais de uma categoria, foi utilizada uma tonalidade mais clara da fonte, para indicar essa distinção.
189
ANEXO 1
189
6º ANO
- Em relação à visão holística que tanto foi falada aqui, acredito que o próprio sistema não nos permite tê-la, porque não é possível consultar adequada-mente um paciente em 15 minutos, que é o tempo dado pelo sistema de saúde para uma consulta. Não é ossível olhar um paciente como um todo em 15 minutos. - depende do profissional, depende se ele visa quantidade ou qualidade do atendimento. Um profissional pode atender um paciente em até 60 minutos pelo plano de saúde sem cobrar um real a mais. - (Várias pessoas discordam desse posicionamento).
- Durante o curso tivemos alguns professores com a visão mais holística, outros não. Como já foi citado, tivemos casos em que cinqüenta alunos observavam um mesmo paciente, mas aqui não
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Quando as falas dos alunos foram identificadas como pertencentes a mais de uma categoria, foi utilizada uma tonalidade mais clara da fonte, para indicar essa distinção.
190
ANEXO 1
190
6º ANO
- Acredito que humanismo é tratar as pessoas dignamente.
há outra forma de aprender se não for assim. Por ex. a gente chega aqui na Pediatria hoje, e o professor diz: como você não sabe isso? Você já tinha que saber isso! Mas antes não nos foi disponibilizado esse aprendizado, porque você não ia pegar a pulso uma criança para aprender. Teria que se reformular o currículo.
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INFLUÊNCIA DO CONTEXTO MER CANTILISTA DA
MEDICINA NA PRÁTICA MÉDICA
Quando as falas dos alunos foram identificadas como pertencentes a mais de uma categoria, foi utilizada uma tonalidade mais clara da fonte, para indicar essa distinção.
191
ANEXO 2
1º ANO Y
- A idéia de que o que é mais importante é o tratamento dado ao paciente, não o seu conhecimento da doença. O mais importante é fazer o paciente se sentir bem com o tratamento que você está dando e não com o que você está fazendo fisiologicamente. - Em minha opinião, a universidade está tentando formar profissionais humanos, ela está sempre focando na relação médico-paciente, que o médico tem que ser humano. Só que em minha
- Em minha opinião, a universidade está tentando formar profissionais humanos, ela está sempre focando na relação médico-paciente, que o médico tem que ser humano. Só que em minha
- A idéia de perfeição, de você ser perfeito, de sempre tratar bem, ser bonzinho... nós somos seres humanos e o humano não é perfeito.
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GERAL
RELAÇÃO MÉDICO – PACIENTE VIVENCIADA (OU INTERPRETADA) A PARTIR DA FORMAÇÃO
MÉDICA
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INFLUÊNCIA DO CONTEXTO MER CANTILISTA DA
MEDICINA NA PRÁTICA MÉDICA
Quando as falas dos alunos foram identificadas como pertencentes a mais de uma categoria, foi utilizada uma tonalidade mais clara da fonte, para indicar essa distinção.
192
ANEXO 2
1º ANO Y
opinião é uma hipocrisia, porque na verdade, ela só fala, mas quando chega ao final, temos mil coisas pra fazer, vários trabalhos... quando chega ao final estamos cansados e vamos por obrigação para as aulas que deveriam ser humanizadas. (essa fala provoca muitas opiniões e várias vozes falam ao mesmo tempo.)
opinião é uma hipocrisia, porque na verdade, ela só fala, mas quando chega ao final, temos mil coisas pra fazer, vários trabalhos... quando chega ao final estamos cansados e vamos por obrigação para as aulas que deveriam ser humanizadas. (essa fala provoca muitas opiniões e várias vozes falam ao mesmo tempo.) - Até os professores da área humanizada, não estão sendo humanos com nós alunos. Ficamos sobrecarregados e não aprendemos nada. (Várias vozes ao mesmo tempo) - Se vamos reclamar, somos xingados de preguiçosos. - Ou seja, nós temos que entender os problemas dos professores e eles não
MAPA DIALÓGICO
2ª PERGUNTA: QUAL A IDÉIA DE HUMANISMO QUE TEM SIDO DESENVOLVIDA NO CURSO DE MEDICINA?
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INFLUÊNCIA DO CONTEXTO MER CANTILISTA DA
MEDICINA NA PRÁTICA MÉDICA
Quando as falas dos alunos foram identificadas como pertencentes a mais de uma categoria, foi utilizada uma tonalidade mais clara da fonte, para indicar essa distinção.
193
ANEXO 2
1º ANO Y
entendem o nosso. Os professores precisam entender o lado do aluno, como nós temos que agüentar calados as atitudes de alguns professores. Porque pra todos está sendo muito difícil essa fase que estamos passando de descoberta de conhecimentos, tudo é novo.
- O ser humano ele também tem que ter outras atividades, relacionamento familiar, namorar, comer bem, dormir.
MAPA DIALÓGICO
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INFLUÊNCIA DO CONTEXTO MER CANTILISTA DA
MEDICINA NA PRÁTICA MÉDICA
Quando as falas dos alunos foram identificadas como pertencentes a mais de uma categoria, foi utilizada uma tonalidade mais clara da fonte, para indicar essa distinção.
194
ANEXO 2
1º ANO Z
- Por isso que eu acho importante essa preparação no curso, sobre a parte social... só que nos primeiros anos, ela deveria acontecer mais para o final do curso... e também a carga
- Eu acho interessante a visão que o professor CH. passa para a gente: é ver cada paciente como um paciente.
- Quem sabe se esse tratamento não é o que falta para que o Brasil melhore? - Acho difícil... O sistema impele o médico a gastar 5 a 10 minutos numa consulta. Se você for ter uma atitude humanista, você vai gastar 01 hora... Isso gera um pouco de repúdio entre os médicos.
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MEDICINA NA PRÁTICA MÉDICA
Quando as falas dos alunos foram identificadas como pertencentes a mais de uma categoria, foi utilizada uma tonalidade mais clara da fonte, para indicar essa distinção.
195
ANEXO 2
1º ANO Z
horária é demasiada, em relação às outras matérias do básico. Agora, sem dúvida, ela é importante. Antes eu achava que era besteira, até por uma questão de ‘criação’ - Também quando se entra na universidade, você pensa em ser médico e não em ser humano. - Até para conversar
- É mais a relação médico-paciente. Mas aí também está inserida a sociedade, a desumanização do Sistema, quando estabelece uma consulta em poucos minutos... - É a relação médico-paciente, com a sociedade, de uma pessoa para outra...
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Quando as falas dos alunos foram identificadas como pertencentes a mais de uma categoria, foi utilizada uma tonalidade mais clara da fonte, para indicar essa distinção.
196
ANEXO 2
1º ANO
Z
com membros da família que são médicos que se formaram no modelo anterior, eles não lhe abordam sobre a medicina psicossomática, a psicologia do paciente, mas sim sobre a Anatomia, a Embriologia... isso reforça o pensamento que você tem que ser bom nessas disciplinas e não em Ética e Relações Psicossociais. - Quando a gente entra aqui, já existe um modo de pensar formado pela educação anterior, pela família, sobre a Medicina, que gera essa repulsa, esse
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Quando as falas dos alunos foram identificadas como pertencentes a mais de uma categoria, foi utilizada uma tonalidade mais clara da fonte, para indicar essa distinção.
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ANEXO 2
1ºANO Z
repúdio... Eu não sou de pensar que a Ética e Relações Psicossociais seja menos interessante que as demais disciplinas, mas a carga horária destinada a elas tornou as Bases Morfofisiológicas menos importantes... - Acho também que o humanismo está ligado à vivência de cada um... o cara que sempre teve tudo ‘nas mãos’, acho que tem mais dificuldade de ter essa compreensão. Quando eu entrei na universidade, entrei com essa visão de não só aprender medicina... por que
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Quando as falas dos alunos foram identificadas como pertencentes a mais de uma categoria, foi utilizada uma tonalidade mais clara da fonte, para indicar essa distinção.
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ANEXO 2
1º ANO Z
isso? Porque, antes, havia passado 03 anos no colégio interno e só eu sei o que essa experiência causou na minha cabeça. Eu evoluí, vivendo isso. Eu hoje estou aqui para viver a universidade e não apenas a medicina. Na minha cabeça, não é só o paciente, mas eu também. - A gente às vezes tem uma visão bitolada sobre a universidade, achando que ela é essencial para termos um futuro na vida. Aí a gente quer logo terminar o curso para arranjar um emprego, trabalhar. - Com essa visão, a
- A gente às vezes tem uma visão bitolada sobre a universidade, achando que ela é essencial para termos um futuro na vida. Aí a gente quer logo terminar o curso para arranjar um emprego, trabalhar. - Com essa visão, a gente termina esquecendo de viver... Principalmente no
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Quando as falas dos alunos foram identificadas como pertencentes a mais de uma categoria, foi utilizada uma tonalidade mais clara da fonte, para indicar essa distinção.
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ANEXO 2
1º ANO Z
gente termina esquecendo de viver... Principalmente no curso de medicina, em que se passa o dia todo dentro da universidade, o nosso amadurecimento acontece aqui... A gente entra com 19 e sai com 25 anos (nesse momento, o participante pára para contar com quantos anos ele entrou e vai sair como graduado). Vou sair um homem, um homem!
curso de medicina, em que se passa o dia todo dentro da universidade, o nosso amadurecimento acontece aqui... A gente entra com 19 e sai com 25 anos (nesse momento, o participante pára para contar com quantos anos ele entrou e vai sair como graduado). Vou sair um homem, um homem!
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200
ANEXO 2
3º ANO
- Isso não se ensina... - Até que alguns professores tentam... - Têm matérias que (os professores) tentam nos motivar... - Mas eu acho que não leva a nada. Eu acho que por mais que se ensine a ser humano, tem que partir da pessoa. - É muito individual... -Quando você escolhe a profissão Medicina, você já sabe que ser humano é como se fosse um pré-requisito... - Não é prá todo mundo...(várias pessoas repetem o mesmo). - Não é para todo mundo... Exatamente (com jeito de
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ANEXO 2
3ºANO
confirmação). Aí aparecem determinados tipos de profissionais, né? Porque não se ensina a ser humano. - Quando o curso de Medicina colocou o humanismo para ser discutido, foi para tentar inseri-lo nos alunos, mas a gente vai prá aula reclamando, porque a gente quer é ver, aprender, praticar. Não quer ouvir falar de Sociologia, de dúvidas..
- A gente fica lá lendo aquele texto, querendo ensinar você a ser humano, a ter determinados comportamentos e atitudes. Não acho que isso vá mudar porque eu li isso aqui.
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ANEXO 2
3º ANO
- O mais fundamental é como o professor, por exemplo, o de Semiologia, vai chegar junto ao paciente para examinar. Tem professores e professores. Se o professor for um exemplo, a gente vai aprender muito mais do que um texto de 20 páginas. - Não adianta a gente só ler, ler e chegar na hora e não saber como fazer. E na prática, a gente quando olha outra pessoa fazendo, já a tem futuramente como espelho. E quando o profissional tem aquele humanismo que demonstra atenção, respeito, a gente vai se espelhar nele. Não é uma leitura que vai nos mudar. - A gente viu enfermeiras no HU que, quando o
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203
ANEXO 2
3ºANO
- Acho que essa idéia de humanismo que está sendo desenvolvida no curso está realmente muito teórica. - É como uma profª falou no primeiro ou
paciente está precisando de alguma coisa, elas racham entre elas, para comprar. Tem profissionais nos quais a gente pode se espelhar. E isso vale mais que mil textos, mil aulas. - Acho que era necessário partir para tentar humanizar, não os alunos, mas os professores, porque muitas vezes, a gente os segue como exemplos. - É ver (o professor) tanto na Semiologia que ele dá, como nas condutas humanistas que desenvolve... como ele está lidando como o paciente, como ele está consultando...
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204
ANEXO 2
3º ANO
segundo dia de aula, não lembro... o aluno de Medicina já chega na faculdade com uma cabeça... ninguém vai conseguir mudá-lo... ou ele é bom ou ele é ruim...ou ele é meio termo ou não é... - ( várias vozes se elevam ao mesmo tempo em sinal de discordância sobre o comentário) - Eu discordo disso... - Ele já chega com a cabeça feita... - Depende da criação em casa... tudo influi.Tem aluno que já chega com o pensamento que vai cursar medicina para ganhar dinheiro, ficar rico, ganhar status e
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ANEXO 2
3º ANO
esquece o lado humanista. Tem alunos que chegam... que são esforçados, querem ajudar, tudo isso. A realidade é essa. Tem muitas pessoas que, infelizmente, estão no curso por status, só prá ganhar dinheiro. A verdade é essa. (As vozes múltiplas novamente aparecem, como se quisessem manifestar contraposições ou confirmações). - São poucas pessoas... por favor! - Poucas, não! Eu conheço muitos do 4º e 5º ano e sei que são muitas pessoas... - (as vozes de discordância se
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ANEXO 2
3º ANO
intensificam e não se consegue acompanhar claramente as falas nesse momento) - Eu discordo... Eu acho que a gente está em constante transformação. - É... o processo de transformação acontece tanto pro
bem quanto pro mal. - Olhem só, uma experiência... Todas as pessoas que ingressam naquele programa Big Brother... ( não conclui a frase)...Todos aqueles que saem daquela experiência, como também os seis anos do curso contribuem para a sua transformação... É
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ANEXO 2
3ºANO
uma experiência. Você não entra pau e sai pau. Você pode entrar uma pessoa e sair ...(melhorado). - Ou pode involuir. Você pode entrar bom e sair ruim. - Nem tudo que se transforma, se transforma em bom. - É óbvio que a gente amadurece ao longo do curso, mas você não muda seus objetivos dentro do curso. Você vai se ajustando, aprendendo que você pode ser melhor nisso ou naquilo. Mas, se você entra na faculdade dizendo ‘eu quero ganhar dinheiro’, você vai sair... (do mesmo
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ANEXO 2
3º ANO
jeito).
(intervenção minha) Uma questão que aparece desde o início dessa discussão, na maioria das falas de vocês, é que a humanização está muito vinculada à relação médico-paciente... - Mas o curso não é isso? A relação médico-paciente? - (intervenção minha) É? Prá vocês, o humanismo ocorre na relação profissional apenas com o paciente? (novamente várias vozes se manifestam querendo se expressar) - Não. - No curso, o foco é esse. - Atrás disso, tem um gama de coisas. Você pode
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ANEXO 2
3ºANO
- Não é uma relação só com o médico, mas interdisciplinar... enfermagem, auxiliares... - (intervenção minha) Essa idéia parece não vem muito nas discussões...nas
tentar fazer algo, não diretamente para o paciente, mas... por exemplo, você está numa instituição... é diretor de um hospital... você não está diretamente em contato com o paciente, mas suas atitudes refletem nele. - Se você é humano com o seu paciente, pressupõe-se que você seja humano em qualquer lugar, com qualquer pessoa. - (intervenção minha) Nós trabalhamos em equipe...
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210
ANEXO 2
3ºANO
preocupações durante a formação.... Essa idéia de que vocês têm um trabalho que é multi e interdisciplinar. - (várias vozes...) Não tem.
- Não se fala no curso que nós vamos trabalhar em equipe com nutricionista, psicólogo, enfermeiro... Quando você chegar lá (na prática) é que você vai saber. - Nós já estamos... -(intervenção minha) Não é chegar lá... Desculpe pela interrupção, P... Mas, R. fez uma provocação interessante. Vocês já estão trabalhando em equipe. Essa prática que vocês fazem agora já constitui um grupo multidisciplinar.
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ANEXO 2
3º ANO
- Mas, inconscientemente, existe um preconceito da (ou com a) gente... - Não é inconscientemente, não. É consciente, sim. - É verdade... - (intervenção minha) Que preconceito é esse? - Que o profissional de enfermagem tem inveja do médico - Com relação aos estudantes de medicina e enfermagem, são eles mesmos que não se valorizam (os est. de enfermagem)... eles falam: ‘ só porque ela é médica, ela acha que pode fazer?’... Mas tem coisa que eles mesmos se inferiorizam...não se respeitam...Claro que tem gente que gosta de humilhar... porque têm
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ANEXO 2
3ºANO
trabalhos que só o enfermeiro sabe fazer... uma coisa que eu acho ruim no curso médico é que não temos uma matéria de Noções de Enfermagem... a gente tem que buscar isso fora... - Sim, a gente tem que lembrar também, nessa questão da relação multidisciplinar, que são seres humanos... - (Várias vozes se manifestam querendo contribuir ao mesmo tempo): ...e que entre seres humanos pode haver atritos, desentendimentos, e alguns inevitáveis, às vezes. Vão ter pessoas que você vai ter mais afinidade para trabalhar, e outras pelas quais você vai ter antipatia.
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ANEXO 2
3ºANO
- É a questão de trabalhar em equipe. - Você vai ter que ter competência de trabalhar em grupo. - Mas você tem que saber que são seres humanos. - Não, é claro. - Toda mulher tem um dia que está com TPM, stress, tem um problema da família que vai se repetir... - A pessoa que sabe viver socialmente, entende. Separa as coisas... sabe que as pessoas mudam o humor, sabe que eu não vou estar todo dia sorrindo e maravilhosamente bem, só para agradar... - Mas eu não sou paga para ser isso... - Mas não vai descontar nos outros... - Nem no paciente... - Nem na equipe...
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ANEXO 2
3º ANO
( faz-se alguns segundos de silêncio, como se o assunto tivesse tocado as pessoas, levando os estudantes a refletirem...) - É esse o desafio: trabalhar em grupo, né? Acho muito difícil... - as vozes falam novamente ao mesmo tempo,dando a impressão de estarem relembrando algo vivenciado entre eles sobre relacionamento) - Em outras palavras, de vez em quando, vai se engolir sapinhos... - Você deve ficar calado para evitar.... - Eu sou o tipo de pessoa que acha que a gente tem mesmo que lavar a roupa suja... - Só que eu acho que não vale a pena (Obs. o hábito cultural brasileiro de evitar
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ANEXO 2
3ºANO
- É um preconceito
conflitos). - É, perder tempo com isso... - Acho que tudo é válido... - Eu estou recentemente fazendo estágio em um hospital e pela experiência que estou tendo, chego na maior boa vontade e só recebo ‘patadas’... dos enfermeiros...e você se pergunta: eu não fiz nada para o pessoal está me tratando desse jeito... mas aos poucos você vai conversando, fazendo amizades... - Muitos estagiários da área de enfermagem agem assim com os estagiários de medicina porque acreditam que quando eles forem profissionais, vão dar o troco. Aí, eles dão logo (as ‘patadas’).
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ANEXO 2
3ºANO
que já existe... Eles pensam que é a gente que tem, mas esse ranço que existe é dentro da faculdade... já é um preconceito diferente... - Já vi alunos, ‘acadêmicos médicos’... não é falando mal de nossos colegas, não...falarem para esses estudantes de enfermagem: “olhem, um dia eu vou ser seu superior, viu?”... Aí, um vai passando essa idéia para o outro e vira uma cadeia.
- Existe um rótulo... que é generalizado para todo mundo... ser médico é ser prepotente, arrogante, vai gritar com os outros. Desde a faculdade já
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ANEXO 2
3º ANO
olham para a gente de forma diferente. - Mas isso aí pode ser contornado. No meu estágio, no Usineiros, no primeiro dia que eu cheguei, ninguém nem olhava para a minha cara... mas aí comecei a tratar bem , dar bom dia, quando ia embora dava tchau ou boa noite... - Tem que agir normal... - Quando você trata bem, após uma semana, duas semanas, está todo mundo amigo... - Mas os médicos também precisam tratar bem os enfermeiros. - Mas são poucos os médicos que são assim... - Também cobram que a gente saiba o que o médico sabe. - O enfermeiro não tem
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GERAL
RELAÇÃO MÉDICO – PACIENTE VIVENCIADA (OU INTERPRETADA) A PARTIR DA FORMAÇÃO
MÉDICA
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INFLUÊNCIA DO CONTEXTO MER CANTILISTA DA
MEDICINA NA PRÁTICA MÉDICA
Quando as falas dos alunos foram identificadas como pertencentes a mais de uma categoria, foi utilizada uma tonalidade mais clara da fonte, para indicar essa distinção.
218
ANEXO 2
3ºANO
- Tem professor que chega e diz: Como você não sabe? Terceiro ano? Por que vocês não viram isso? - O professor tem que entender que a gente corre atrás das práticas... O estágio da Santa Mônica é um exemplo disso... A universidade não nos liberou para fazer porque ainda não tínhamos tido Semiologia, mas a gente correu atrás... Até o segundo ano, o que a gente teve de práticas foi porque a gente corria atrás. - O professor esquece que ele passou por tudo isso... - É, parece que esquecem! - É uma cobrança...
obrigações e o médico tem todas as obrigações do mundo... é um saco!
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Quando as falas dos alunos foram identificadas como pertencentes a mais de uma categoria, foi utilizada uma tonalidade mais clara da fonte, para indicar essa distinção.
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ANEXO 2
3ºANO
- Essa coisa do médico saber tudo... é horrível! E pior ainda é o aluno ser cobrado por isso! - (intervenção minha) É horrível como? Falem um pouco mais sobre isso... - Eu estou num estágio em Murici e acompanho uma médica que trabalha na emergência. Às vezes ela sai... é uma médica muito atenciosa, que se preocupa em ensinar... chega um paciente e eu digo: “aguarde um pouquinho, que eu não posso lhe medicar”... “Como você não pode me medicar?” “Porque eu estou estagiando”... a sociedade já cobra que, mesmo sendo estudantes, a gente saiba de tudo. A gente tem que saber tudo
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Quando as falas dos alunos foram identificadas como pertencentes a mais de uma categoria, foi utilizada uma tonalidade mais clara da fonte, para indicar essa distinção.
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ANEXO 2
3º ANO
das outras áreas da saúde... A gente tem que saber aplicar injeção... É como se o médico tivesse o dever de se intrometer em todas as outras áreas... “Eu estou com uma dor de dente. Veja aqui, por favor.” Isso é do dentista, senhora. Eu não sou dentista.” - Por isso que a universidade tenta frear a gente e não quer dar certificado sobre um estágio (fora de época). Mas a gente só vai aprender, vendo.
- Tem um professor de uma eletiva que ele incentiva muito isso. Ele diz: escolha um médico obstetra e o acompanhe, porque você só vai aprender, observando. Se você tiver dentro de um
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ANEXO 2
3º ANO
ônibus e tiver uma mulher parindo, você pode até já ser formado e não saber fazer um parto, se você não buscar aprender... e aí vai se esconder porque não teve a oportunidade de fazer isso na faculdade. - Ele diz: se você fez Medicina, você tem obrigação de saber. - (As vozes voltam a falar ao mesmo tempo) - É como se fôssemos a interseção de todos os cursos. Como se a gente tivesse que saber de tudo, de todas as áreas... saber agir, sempre. - Mas isso é um reflexo de que se você tem que mandar fazer, ou melhor, pedir alguma coisa, você tem que, pelo menos, saber (fazer). Ele tem que ter uma visão geral de
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ANEXO 2
3ºANO
tudo. - Mas não cobrar isso do estudante! - Não, do estudante, não. - Mas o paciente à vezes não sabe que você é estudante.
- V. relatou a experiência dela... que chegou em certo ambiente, foi maltratada... e a gente? A gente falou dos outros... O médico tal que maltrata a enfermeira qual. E nós? Qual a nossa postura? A gente vai fazer o que? Vai interagir bem com outros ramos da ciência, fisioterapeutas, biomédicos, psicólogos? E agora, agora? Como cada um de nós vai agir? Como cada um de nós vai agir para transformar isso, para mudar? Ou a gente não pode nada? A gente pode alguma coisa?
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ANEXO 2
3ºANO
- Responda você, T. Já que você lançou esse monte de perguntas, responda você. - Eu acho que a gente pode. - Então a gente pode... e deve... fazer. Começar de agora, já, tentar quebrar esse mito que médico, enfermeiros e fisioterapeutas, ninguém se entende. - São os verbos ser e ter. Se você é amigo, companheiro, interage bem com os outros ramos da ciência, você vai ter amigos, vai ser ajudado profissionalmente. - Mas é aquela coisa: cada pessoa na sua. Tem gente que é tímido, não consegue relacionar-se, tem vergonha até de dar um bom dia - Não significa dizer que
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ANEXO 2
3ºANO
não seja uma pessoa boa. - Exatamente. E se alguém chegar e não falar com ele, ele vai ficar quieto, o povo vai achar que ele é metido, que ele é ruim, arrogante, porque ele é médico; no entanto é porque ele é tímido. É da personalidade dele. - É o rótulo... - (intervenção minha) Há a exigência de um padrão? - E não existe um padrão. É todo mundo humano, todo mundo é diferente, não tem ninguém igual... - (intervenção minha) Padrão de saber tudo... - É... de saber tudo, de ser humanista, tem de ser extrovertido... - Múltiplo... tem que ser múltiplo.
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ANEXO 2
4º ANO
- é essa questão da relação do médico com o paciente.. desde o que é abordado na psicologia médica, até a questão do que é que o médico espera do paciente e o paciente, do médico. Geralmente, é só o que está relacionado a essa questão.
- é o que tem sido abordado na psicologia, nas aulas de Saúde & Sociedade, mas deveria ser abordado em todas as clínicas, principalmente por aqueles professores que estão nos ambulatórios... muito mais do que pela profª de Saúde & Sociedade, que nunca atendeu pacientes, que só sabe das histórias por ouvir falar. E a gente não vê isso. As aulas sobre a relação médico –
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ANEXO 2
4ºANO
paciente acabam na própria sala de aula. Nas aulas de Citologia, o professor vai ensinar a fazer o exame, mas a relação médico – paciente, não. Isso fica apenas nas aulas da psicologia. - Foi falado em humanismo, humanismo, humanismo, mas a gente não sabe muito sobre como tratar as pessoas... como é isso? Tratar bem é ser bonzinho? Aí nas aulas práticas, a gente não vê tantos exemplos como os que foram citados aqui. Às vezes, a gente pode até escutar: eu vou avaliar vocês desde o momento em que vocês estão entrando na enfermaria, no ambulatório, dando bom-dia... A gente não vê isso, entendeu? Aí, a gente
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ANEXO 2
4ºANO
acaba ficando perdido... É ser bonzinho e dizer “oi, tudo bom?”... Para mim, é o respeito.
- Veja a história da gente: primeiro ano, falar de humanização, quando a gente teve contato com o cadáver em Anatomia. No terceiro ano, a gente debate com a Bioética ( surgem as várias vozes querendo falar ao mesmo tempo) ...levando em consideração que a Bioética é uma matéria eletiva... depois, Saúde & Sociedade, que a maioria não dá muito valor... - a aula também é mais de filosofia! - Aí vem o terceiro ano, a gente se debate com a psicologia e a psiquiatria médica... na psicologia, a
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ANEXO 2
4ºANO
- Tem ainda aquele médico que tem mestrado ou doutorado e que se ele desse um bom exemplo... mas na prática é um grosso, um frustrado, e só falta bater no paciente. Vira a cara do paciente (demonstra fazendo um gesto brusco para um dos lados, usando as próprias
gente não tinha prática... parece que agora, no currículo novo, a psicologia está sendo dada no segundo ano... porque no terceiro ano, a gente já está tendo contato com o paciente...nós vimos a psicologia no mesmo ano em que começamos a ter contato com o paciente...aí nós não fomos preparados. - A matéria de Saúde & Sociedade é uma viagem... pensar como Hipócrates pensou, o Galeno...
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ANEXO 2
4º ANO
mãos) que só falta meter-lhe a mão no rosto... masoquismo... acredito que as universidades federais deveriam ter mais recurso para lidar com o paciente... a gente vai para a prática com dois professores, a turma é de 30 estudantes, o currículo é de transição, o período é curto, são apenas dois pacientes e todo mundo está querendo atender... de repente não é só o erro do profissional... com tanto aluno para dar conta é diferente... (novamente as vozes querendo contribuir dentro do que está sendo abordado). - Tem outra coisa... muitos professores aqui no HU, eles não tiveram um curso de pedagogia, de técnicas e recursos sobre como
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Quando as falas dos alunos foram identificadas como pertencentes a mais de uma categoria, foi utilizada uma tonalidade mais clara da fonte, para indicar essa distinção.
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ANEXO 2
4ºANO
ensinar ao aluno... como a colega falou muito bem, nossa turma está sendo sacrificada porque estamos com os horários todos reduzidos, matérias que antes eram dadas no ano inteiro, estão sendo dadas em apenas dois meses... isso sem o professor ter conhecimento sobre pedagogia, para saber como desenvolver melhor os conteúdos e pegar o paciente sem virar a cara dele ou provocar uma lesão (referindo-se ao fato descrito no parágrafo acima). Isso evitaria muitas reclamações. - Eu vou dar um exemplo sobre o que aconteceu no ano passado,que não depende de uma preparação psicológica, pedagógica. Há um
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Quando as falas dos alunos foram identificadas como pertencentes a mais de uma categoria, foi utilizada uma tonalidade mais clara da fonte, para indicar essa distinção.
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ANEXO 2
4ºANO
professor que sempre dizia que devíamos tratar o paciente bem, com respeito... um dia, durante uma aula prática, nós estávamos atendendo um determinado paciente e um outro, num leito ao lado, começou a passar mal e ele ficou impaciente, incomodado com a situação (contradizendo o que ele recomendava aos estudantes) e não abriu espaço para atender o paciente. - Eu acredito muito que a seleção dos estudantes de medicina não inclui... (como se dissesse: não há a investigação sobre como a pessoa é)... eu acho assim: a questão do humanismo por mais que seja trabalhada, tinha que ser natural da pessoa,
... eu acho assim: a questão do humanismo por mais que seja trabalhada, tinha que ser natural da pessoa, também ...tem gente que
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Quando as falas dos alunos foram identificadas como pertencentes a mais de uma categoria, foi utilizada uma tonalidade mais clara da fonte, para indicar essa distinção.
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ANEXO 2
4ºANO
também ...tem gente que vem fazer medicina e não sabe lidar com pessoas...não é natural dela saber lidar com o ser humano... a pessoa tem que ter vontade de ser humano, de tratar bem os pacientes, porque mesmo que isso não seja ensinado na faculdade, ela vai através de suas experiências, tratá-lo da melhor maneira possível. - Um dos exemplos disso é o professor que não tem ‘aquele carisma’, mas que quando vai examinar o paciente, ele define: ‘agora, entra só 04 estudantes , para ouvir o que o paciente vai falar; o restante entra depois’. - Mas nós também tivemos experiências inversas a essa.
vem fazer medicina e não sabe lidar com pessoas...não é natural dela saber lidar com o ser humano... a pessoa tem que ter vontade de ser humano, de tratar bem os pacientes, porque mesmo que isso não seja ensinado na faculdade, ela vai através de suas experiências, tratá-lo da melhor maneira possível.
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ANEXO 2
4°ANO
- Era o que eu queria falar... isso é individual, é de cada um... não existe forma pré-determinada para você ser humano com o paciente... existe o que é possível realizar...não existe forma pré-determinada (repete). - (intervenção minha) Mas pode ser ensinada? - Pode, pode. Resta você aprender, né? (alguns querem
- Mas é isso que eu estou dizendo: ou se ensina nas condições que a gente tem, ou... (não chega a completar a frase, mas é como se ela dissesse que é possível adaptar-se às condições existentes e ter atitudes humanistas).
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ANEXO 2
4ºANO
manifestar suas opiniões ao mesmo tempo). - Isso não se aprende só aqui não, você traz de casa. - Tem que ética profissional ... e não só ser humano quando você quer.
- Em ginecologia é possível fazer um bom atendimento porque são muitos pacientes... Você pode conversar com uma mulher durante meia hora... Com 10 minutos, é impossível... mas se pode falar direito com o paciente, tentar entendê-lo - A gente tem que ter consciência que não é porque a gente vai ter pouco tempo, que a gente vai sacrificar o paciente,
- A gente tem que ter consciência que não é porque a gente vai ter pouco tempo, que a gente vai sacrificar o paciente, entendeu? A gente pode não fazer o toque hoje,
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ANEXO 2
4ºANO
entendeu? A gente pode não fazer o toque hoje, fazer outro dia... a gente não precisa sacrificar o paciente só porque a gente tem que aprender. A gente tem que aprender, lógico, mas não sacrificando aquele paciente (repete).
fazer outro dia... a gente não precisa sacrificar o paciente só porque a gente tem que aprender. A gente tem que aprender, lógico, mas não sacrificando aquele paciente (repete).
6º ANO
- Acredito que o humanismo não deve estar presente apenas na relação médico paciente, mas também na relação professor aluno. - O humanismo deve estar presente também na relação multidisciplinar: médico-família,
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ANEXO 2
6º ANO
médico-enfermeiro, médico-psicólogo, médico-assistente social. Nós não somos o único que vai tratar do paciente E isto foi abordado no curso? - (várias vozes falando ao mesmo tempo) A maioria dos alunos responde que não. - Depende do professor. Alguns comentam, mas não praticam. - Não foi abordado na prática, nem teoricamente. - Foi abordada a relação médico paciente, mas o humanismo na relação
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ANEXO 2
6º ANO
multiprofissional, não.
- A relação aluno professor é a pior possível... (várias vozes ao mesmo tempo)... eles são inacessíveis e o que eles dizem é lei. “Não discuta!”, diz uma aluna imitando o jeito de um professor falar. É perder sua nota. - Eu não concordo muito. Todo mundo diz que com tal professor não pode nem falar... Eu tive boa relação com alguns professores, inclusive, em alguns momentos os questionei e tive um bom retorno da parte deles. Com o prof. A eu tive uma boa relação. - Eu tive uma ótima relação com o prof. A! - (as vozes recomeçam a falar ao mesmo tempo) - No geral a relação não é
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ANEXO 2
6ºANO
muito boa, mas existem algumas exceções. - Depende do professor. - O prof. A é muito bom no que ele faz, dá uma excelente aula, nos cobra bastante, mas dizer que a relação que ele mantém com a maioria das pessoas é saudável, não é não. - É, não é uma relação saudável. - O Dr. Z. é um profissional competente, sério, que cobra, responsável e a coisa funciona. - O Dr. y., também. - A Dra. X. quando eu chego junto e digo a minha opinião, ela escuta. - Mas não tem abertura, não. (Todas essas vozes fazem contraponto uma às outras, como se as
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ANEXO 2
6ºANO
experiências com esses professores tivessem sido vividas em intensidades diferentes, portanto foram memorizadas em diferentes ângulos). - Nós tivemos mais de 54 professores, e você conta a dedo aqueles que deram uma abertura maior. - Essa relação precária e difícil entre professor e aluno acontece, muitas vezes, devido à falta de estímulo vivenciada pelos professores. - Isso prejudica o aprendizado do aluno, o interesse do aluno por essa disciplina e a escolha do aluno na escolha sua futura especialidade, acabando por estimular o desinteresse em uma determinada especialidade por causa do professor.
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INFLUÊNCIA DO CONTEXTO MER CANTILISTA DA
MEDICINA NA PRÁTICA MÉDICA
Quando as falas dos alunos foram identificadas como pertencentes a mais de uma categoria, foi utilizada uma tonalidade mais clara da fonte, para indicar essa distinção.
240
ANEXO 2
6ºANO
- Por vezes, como foi o meu caso, o aluno pode até encontrar um outro professor que novamente lhe dá o estímulo para voltar a se interessar por aquela especialidade. - Temos visto professores despreparados, desatualizados e isto nos leva a não freqüentar mais determinadas aulas e apenas decorar os assuntos para as provas. - Mas, por outro lado, todas estas dificuldades nos fazem despertar e vermos que tipo de profissional não queremos ser. Temos vivenciado situações de perder provas devido a doenças, mas mesmo assim, não temos o direito de fazer segunda chamada. O professor é
MAPA DIALÓGICO
2ª PERGUNTA: QUAL A IDÉIA DE HUMANISMO QUE TEM SIDO DESENVOLVIDA NO CURSO DE MEDICINA?
CATEGORIAS
S É R I E S
INFLUÊNCIAS DO PROCESSO DE EDUCAÇÃO EM
GERAL
RELAÇÃO MÉDICO – PACIENTE VIVENCIADA (OU INTERPRETADA) A PARTIR DA FORMAÇÃO
MÉDICA
RELAÇÃO ALUNO-
PROFESSOR
RECONHECIMENTO / CONVIVÊNCIA COM PERSPECTIVAS E
LIMITES PROFISSIONAIS, SENTIMENTOS E
EMOÇÕES
INFLUÊNCIA DO CONTEXTO MER CANTILISTA DA
MEDICINA NA PRÁTICA MÉDICA
Quando as falas dos alunos foram identificadas como pertencentes a mais de uma categoria, foi utilizada uma tonalidade mais clara da fonte, para indicar essa distinção.
241
ANEXO 2
6ºANO
médico, ele nos vê doentes, mas ainda assim, não nos permite fazer uma reavaliação. (Os estudantes trazem vários exemplos de casos que vivenciaram). Quando conseguimos fazê-la temos que enfrentar uma burocracia enorme, tendo alunos que recorrem até à junta médica. - (intervenção da mediadora) A idéia de humanismo desenvolvida no curso é bastante contraditória. -Nós não nos sentimos humanos aqui, mas temos vivenciado aquela famosa frase: “interno não é gente, residente não é médico”. A gente não é humano aqui. - Esse é o lema do humanismo aqui dentro.
MAPA DIALÓGICO
2ª PERGUNTA: QUAL A IDÉIA DE HUMANISMO QUE TEM SIDO DESENVOLVIDA NO CURSO DE MEDICINA?
CATEGORIAS
S É R I E S
INFLUÊNCIAS DO PROCESSO DE EDUCAÇÃO EM
GERAL
RELAÇÃO MÉDICO – PACIENTE VIVENCIADA (OU INTERPRETADA) A PARTIR DA FORMAÇÃO
MÉDICA
RELAÇÃO ALUNO-
PROFESSOR
RECONHECIMENTO / CONVIVÊNCIA COM PERSPECTIVAS E
LIMITES PROFISSIONAIS, SENTIMENTOS E
EMOÇÕES
INFLUÊNCIA DO CONTEXTO MER CANTILISTA DA
MEDICINA NA PRÁTICA MÉDICA
Quando as falas dos alunos foram identificadas como pertencentes a mais de uma categoria, foi utilizada uma tonalidade mais clara da fonte, para indicar essa distinção.
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ANEXO 2
6º ANO
(várias vozes ao mesmo tempo)
- Quando foi falada a questão da cobrança aos estudantes de medicina e a idéia de humanismo desenvolvida no curso, a pergunta que veio à cabeça foi: estão sendo humanos conosco dentro do curso? - No próprio curso nós temos dificuldades sobre a melhor maneira de como abordar a mãe, a criança... será que estamos fazendo o certo? Será que esquecemos alguma coisa? Será que estou dando a atenção necessária? Precisamos de uma preparação dentro do curso para saber o que é ser humano.
243
ANEXO 3
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
(Em 2 vias, firmado por cada participante-voluntário/a da pesquisa e
pelo responsável)
“O respeito devido à dignidade humana exige que toda pesquisa se processe após consentimento livre e esclarecido dos sujeitos, indivíduos ou grupos que por si e/ou por seus representantes legais manifestem a sua anuência à participação na pesquisa.” (Resolução. nº 196/96-IV, do Conselho Nacional de Saúde)
Eu,
...................................................................................................
....................................................., tendo sido convidad(o,a) a
participar como voluntári(o,a) do estudo .sobre A Formação
Humanista do Estudante de Medicina da UFAL, recebi do/a Sr(a).
Cristina Camelo de Azevedo, do/a .Departamento de Psicologia
do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, responsável por
sua execução, as seguintes informações que me fizeram entender sem
dificuldades e sem dúvidas os seguintes aspectos:
o Que o estudo se destina a Analisar as concepções de formação
humanista e suas contribuições para a formação médica, na
ótica docente e discente.
o Que a importância deste estudo é a de fornecer subsídios sobre
essa questão para a melhoria do curso de medicina segundo as
novas diretrizes curriculares em implantação.
o Que esse estudo começará em NOVEMBRO/2006 e terminará em
JUNHO/2007
o Que o estudo será realizado através de entrevistas com grupos
de discentes do curso de medicina. A esses grupos serão feitas
244
ANEXO 3
algumas perguntas sobre como eles interpretam a visão
humanista que é difundida no curso.
o Que eu participarei da etapa de entrevistas com grupos.
o Que os incômodos que poderei sentir com a minha participação são
os seguintes: sentir-me avaliando professores ou sentir-me
sendo avaliado.
o Caso esses incômodos venham a ocorrer deverei contar com a
assistência psico-social da própria pesquisadora e da professora
que coordena o núcleo de apoio psico-social do curso de
medicina, Profª Marione Cortez.
o Que os benefícios que deverei esperar com a minha participação,
mesmo que não diretamente são de contribuir para a melhoria da
formação médica.
o Que, sempre que desejar, serão fornecidos esclarecimentos sobre
cada uma das etapas do estudo.
o Que, a qualquer momento, eu poderei recusar a continuar
participando do estudo e, também, que eu poderei retirar este meu
consentimento, sem que isso me traga qualquer penalidade ou
prejuízo.
o Que as informações conseguidas através da minha participação não
permitirão a identificação da minha pessoa, exceto aos responsáveis
pelo estudo, e que a divulgação das mencionadas informações só será
feita entre os profissionais estudiosos do assunto.
o Finalmente, tendo eu compreendido perfeitamente tudo o que me foi
informado sobre a minha participação no mencionado estudo e
estando consciente dos meus direitos, das minhas responsabilidades,
dos riscos e dos benefícios que a minha participação implicam,
concordo em dele participar e para isso eu DOU O MEU
CONSENTIMENTO SEM QUE PARA ISSO EU TENHA SIDO FORÇADO OU
OBRIGADO.
Endereço d(o,a) participante-voluntári(o,a)
245
ANEXO 3
Domicílio: (rua, praça, conjunto): Bloco: /Nº: /Complemento: Bairro: /CEP/Cidade: /Telefone: Ponto de referência:
Contato de urgência: Sr(a). Domicílio: (rua, praça, conjunto: Bloco: /Nº: /Complemento: Bairro: /CEP/Cidade: /Telefone: Ponto de referência:
Endereço d(os,as) responsáve(l,is) pela pesquisa (OBRIGATÓRIO): Instituição: Endereço Bloco: /Nº: /Complemento: Bairro: /CEP/Cidade: Telefones p/contato:
ATENÇÃO: Para informar ocorrências irregulares ou danosas durante a sua participação no estudo, dirija-se ao: Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Alagoas: Prédio da Reitoria, sala da SECS, Campus A. C. Simões, Cidade Universitária Telefone: 3214-1053
Maceió,
(Assinatura ou impressão
datiloscópica d(o,a) voluntári(o,a)
ou responsável legal:
- Rubricar as demais folhas)
Nome e Assinatura do(s)
responsável(eis) pelo estudo:
(Rubricar as demais páginas)