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http://www.youtube.com/watch?v=5bvSl-ZbRz0

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“O famoso cachimbo... Como fui censurado por isso!E, entretanto... Vocês podem encher de fumo o meu cachimbo?Não, não é mesmo?Ele é apenas uma representação.Portanto, se eu tivesse escrito sob o meu quadro: "Isto é um cachimbo", eu teria mentido.”

Magritte in FOUCAULT, Isto não é um cachimbo.

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(1) Período Clássico; (2) Período Medieval; (3) Racionalismo; (4) Empirismo Britânico; (5) Iluminismo.

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Platão: (428/27-347 a. C.) (1) Os signos verbais, naturais ou

convencionais, são representações incompletas da verdadeira natureza das coisas;

(2) O estudo das ideias nada revela sobre a verdadeira natureza das coisas, uma vez que a realidade das ideias é independente das representações sob a forma de palavras;

(3) O conhecimento mediado por signos é indirecto e inferior ao conhecimento imediato, e a verdade sobre as coisas através das palavras é inferior ao conhecimento da verdade em si.

Page 7: -ZbRz0 O famoso cachimbo... Como fui censurado por isso! E, entretanto... Vocês podem encher de fumo o meu cachimbo?

Aristóteles (384-322 a. C.): “Um nome é um som falado significante por

convenção. Eu digo por convenção, porque nenhum nome é natural, mas apenas quando se torna um símbolo”.

Signos: (1) Marcas escritas são símbolos de sons

falados; (2) Sons falados são signos e símbolos de

impressões mentais; (3) Impressões mentais são cópias das coisas; (4) Enquanto os eventos mentais e as coisas

são os mesmos para a humanidade, o discurso não é.

Aristóteles (384-322 a. C.): “Um nome é um som falado significante por

convenção. Eu digo por convenção, porque nenhum nome é natural, mas apenas quando se torna um símbolo”.

Signos: (1) Marcas escritas são símbolos de sons

falados; (2) Sons falados são signos e símbolos de

impressões mentais; (3) Impressões mentais são cópias das coisas; (4) Enquanto os eventos mentais e as coisas

são os mesmos para a humanidade, o discurso não é.

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Estóicos (Zenão de Cítio, séc. III a. C.):

O signo liga três componentes: (1) o significante material; (2) o significado ou sentido; (3) o objecto externo referente.

Enquanto o significante e o objecto são entendidos como entidades materiais, o significado é considerado incorpóreo.

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Santo Agostinho (Agostinho de Hipona, 354-430) :

Signo: (1) Plano semântico: “um signo é o

que se mostra a si mesmo ao sentido, e que, para além de si, mostra ainda alguma coisa ao espírito”;

(2) Plano comunicacional: “a palavra é o signo de uma coisa que pode ser compreendida pelo auditor quando é proferida pelo locutor”.

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Para Todorov, Santo Agostinho é o primeiro semiótico:

(1) os seus estudos têm propósitos cognitivos;

(2) estuda os signos em geral e não apenas os linguísticos.

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Descartes (1596-1650):

(1) negação da zoosemiótica: os animais caracterizam-se, não só pela ausência de linguagem, como pela ausência de razão;

(2) axioma das ideias inatas: pressupõe a prioridade do conhecimento intelectual sobre a experiência perceptual;

(3) variabilidade dos sons e constância das ideias.

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Leibniz (1646-1716):

(1) visão pansemiótica: inclui, nos signos, palavras, letras, símbolos químicos e astronómicos, caracteres chineses, hieróglifos, marcas musicais, algébricas e aritméticas e outros signos que usamos, em vez das coisas, quando pensamos.

(2) “Um signo é aquilo que percepcionamos e, por outro lado, consideramos conectado com outra coisa, em virtude da nossa ou da experiência de outrem”;

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(3) os signos são ferramentas úteis e necessárias que servem de abreviatura a concepções semânticas mais complexas que representam.

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John Locke (1632-1704): Signos (dois tipos): (1) ideias; (2) palavras.

Rejeita o axioma das ideias inatas: “as ideias provêm das sensações dos objectos externos”, por reflexão. A mente percepciona e reflecte (cada uma per si).

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Diderot (1713-1784):

(1) Distinção entre signos linguísticos e não linguísticos;

(2) Superioridade da linguagem não verbal: a linguagem dos gestos, não é só mais expressiva, mas também mais lógica que a linguagem verbal: no seu ponto de vista, a linearidade da linguagem falada implica uma visão distorcida da realidade.

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Ciência do século XX

Pais: Ferdinand de Saussure reivindica a

ciência“que estudaria em que consistem os signos, que leis os regem”, e propõe a designação “semiologia” (do grego semeion, “sinal").

Charles Sanders Peirce entendia a Semiótica, enquanto doutrina formal dos signos, como apenas um outro nome da ciência da Lógica.

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Peirce e Charles Morris concebem a Semiótica como a ciência das ciências, incluindo todas as demais.

“A Semiótica tem uma dupla relação com as ciências: ela é simultaneamente uma ciência entre as ciências e um instrumento das ciências” (“meta-ciência”).

Charles Morris

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O SIGNO

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“entidade psíquica de duas faces” “combinação do conceito e da

imagem acústica”

“une não uma coisa e um nome, mas um conceito e uma imagem acústica”

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• IMAGEM ACÚSTICA – parte sensível, sensorial e é só, neste sentido, que é material; a marca ou impressão psíquica desse som, a sua representação mental facultada pelo testemunho dos sentidos;

• CONCEITO – parte psíquica, imagem mental, é mais abstracto que a imagem acústica.

• As imagens acústicas são variáveis consoante as línguas; os conceitos são universais. (Aristóteles)

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ConceitoImagem acústica

Significado

Significante

“árvore”

Substância

Forma

Conteúdo

Expressão

Psíquico

Sensível

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• Pode dividir-se em:

• 1. parte exterior (vibração dos sons no seu trajecto boca-ouvido) / parte interior (tudo o resto);

• 2. parte psíquica (cérebro e processos a ele associados) / parte não psíquica (factos fisiológicos com sede nos órgãos: fonação e audição, e factos físicos exteriores ao sujeito, possibilitados através das ondas sonoras);

3. parte activa (centro de associação do sujeito emissor ao ouvido do outro) / parte passiva (o que se processa do ouvido deste ao seu centro de associação);

• 4. cérebro: parte executiva (activa) e parte receptiva (passiva).

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1. ARBITRARIEDADE;

2. LINEARIDADE DO SIGNIFICANTE;

3. IMUTABILIDADE;

4. MUTABILIDADE.

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O traço que une o significante ao significado é arbitrário, o. s., não assenta numa relação lógica, racional, motivada nem natural.

Ex.º: a ideia de pé não está ligada por nenhuma relação à cadeia de sons “p” + “é”. Podia ser perfeitamente representada por outra cadeia de sons, provando-o as diferenças entre as várias línguas.

Os sinais puramente arbitrários realizam melhor do que os outros o ideal do processo semiológico.

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OBJECÇÕES:

Onomatopeias;

Exclamações;

Protótipos de composição e derivação vocabulares.

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Não deve dar a ideia de que o significante depende da livre escolha do sujeito falante: não está em poder do indivíduo alterar o signo, desde que ele tenha sido aceite por um grupo linguístico.

Arbitrariedade sim, mas na relação do signo ao significado, com o qual não tem qualquer ligação natural.

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Um sistema é arbitrário, quando os seus signos são estabelecidos, não por contrato, mas por decisão unilateral.

Roland Barthes

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O significante, por ser de natureza auditiva, desenvolve-se no tempo e, ao tempo, vai buscar os seus atributos:

A) representa uma extensão; B) essa extensão é mensurável numa

só dimensão: é uma linha.

Todo o mecanismo da língua, para deter sentido, carece deste princípio.

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O signo é imutável, porque resiste a qualquer substituição arbitrária.

A massa social não é consultada e o significante, escolhido pela língua, não poderia ser substituído por qualquer outro.

A comunidade linguística não tem soberania sobre uma só palavra.

O factor linguístico da transmissão domina totalmente a língua e exclui qualquer modificação linguística geral e repentina.

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Explicações: A soma dos esforços, que exige a aprendizagem da

língua materna, impossibilita uma modificação geral; A reflexão não intervém na prática de um idioma: os

sujeitos falantes são, na sua larga maioria, inconscientes das leis da língua e, se não se apercebem delas, não podem, sobre elas, reflectir e modificá-las;

E mesmo se os sujeitos falantes fossem conhecedores, seria preciso recordar que os factos linguísticos não provocam grandes críticas, pois cada povo está geralmente satisfeito com a língua recebida.

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Explicações (cont.):

Carácter arbitrário do signo: coloca a língua ao abrigo de qualquer tentativa de mutação;

A enorme quantidade de signos necessários para constituir qualquer língua;

Carácter demasiado complexo do sistema: uma língua constitui um sistema, ponto em que reina uma certa disciplina e em que se denota mais a incompetência da comunidade para a transformar;

Resistência da inércia colectiva a todas as inovações linguísticas: a língua é o sistema de que mais se servem os indivíduos e é, de todas as instituições sociais, a que oferece menor margem a iniciativas factor de conservação.

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Apesar de a solidariedade para com o passado anular a liberdade de escolha e, assim, garantir a estabilidade do signo, o TEMPO, que assegura a continuidade da língua, tem um outro efeito sobre esta: o de alterar, mais ou menos rapidamente, o signo linguístico. Daí podermos falar simultaneamente em imutabilidade e mutabilidade do signo.

O signo altera-se, porque permanece.

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• A língua é radicalmente impotente para se defender, instante a instante, dos factores que desviam a relação entre significante e significado. o Ex.ºs: o latim plicare (matar) evoluiu para o francês noyer

(afogar); o árabe suq (mercado) evoluiu para o português açougue (talho; matadouro).

É uma das consequências da arbitrariedade do signo.

O tempo altera tudo: não há motivos para que a língua seja excepção a esta lei universal.

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“é um estímulo – isto é, uma substância sensível – cuja imagem mental está associada no nosso espírito à de um outro estímulo que ele tem por função evocar com vista a uma comunicação”.

Pierre Guiraud

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1. Comunicação: o signo é sempre a marca de uma intenção de comunicar um sentido. Exclui os índices naturais.

2. Codificação: a relação entre o significante e o significado é convencional, o. s., resulta de um acordo entre os seus utentes, que a reconhecem e a respeitam no emprego do signo.

3. Motivação: relação natural entre o significante e o significado, parte da sua natureza. A motivação não exclui a convenção.

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3. Motivação (cont.)

“a maior parte das vezes os signos são motivados no seu princípio; todavia, a evolução histórica tende a obliterar a motivação e deixando esta de ser notada, o signo funciona por convenção”.

Pierre Guiraud

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4. Monossemia (um significante faz-se corresponder a um significado e vice-versa) e polissemia (um significante pode combinar-se com vários significados e um significado com vários significantes);

5. Denotação (constituída pelo significado concebido objectivamente e apenas como tal) e conotação (expressa por valores subjectivos ligados ao signo, resultantes da sua forma e função).

Ex.º: Um uniforme denota o grau e uma função; conota o prestígio e autoridade que lhe estão associados.

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6. Matéria (ou veículo sensível), substância (ideia, conceito) e forma (valor).

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Tratar o signo, não pela sua composição, mas pelas suas imediações: é o problema do valor.

O valor está intrinsecamente relacionado com a noção de língua: leva a despsicologizar a Linguística e a aproximá-la da Economia.

Abordagem de um sistema de equivalências.

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Para que haja SIGNO ou valor económico, é necessário:

1. a troca de coisas dissemelhantes; 2. a comparação de coisas similares

entre si.

O sentido só fica verdadeiramente fixado, depois desta dupla determinação: significação e valor.

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O valor não é a significação: ele provém, diz Saussure, “da situação recíproca das peças da língua”; é mesmo mais importante do que a significação: “que há de ideia ou de matéria fónica num signo tem menos importância do que o que existe à volta dele nos outros signos”.

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A. Divisão da Semiótica:

(1) Pragmática: estuda o sujeito falante, independentemente do código empregue;

(2) Semântica: estuda a relação entre os signos e as coisas significadas;

(3) Sintaxe: estuda as relações formais entre os signos.

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B. Composição do Signo:a) O signo propriamente dito ou representamen (Morris chamar-lhe-á "veículo sígnico"): é "aquilo que representa"; b) o interpretante ou "imagem mental": é o signo criado na mente de alguém (o "intérprete") pelo representamen; c) o objecto: é aquilo (algo) que é representado, o referente, a coisa.

O signo liga-se ao objecto através do interpretante.

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Semiosis ou semiose: criação ininterrupta de significados associados ao signo inicial, possível num indivíduo, o intérprete.

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C. Tipologia dos Signos: (1) Índice: a relação entre o signo e o

objecto assenta numa relação de contiguidade, de transitoriedade, em que se observa a passagem de um estado para outro. • Ex.º: nuvens que ameaçam chuva

(2) Ícone: a relação estabelecida entre o signo e o objecto assenta na semelhança. Dispensa, por isso, a aprendizagem de um código.• Ex.º: foto

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(3) Símbolo: a relação entre o signo e o objecto está convencionada, exigindo, para a sua descodificação, uma aprendizagem.

“O Homem é mais um ser simbólico do que racional”.

Charles Morris

Pode dizer-se que o índice antecede, o ícone está presente e o símbolo representa.

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• Contaminadas pelos seus fundadores

• Eduardo Prado Coelho:• (1) ponto de partida: Saussure parte do acto

sémico entendido como facto social que, por via do circuito da fala, estabelece uma relação entre, pelo menos, dois interlocutores; Peirce parte da ideia de semiosis, que explana a lógica de funcionamento do signo e que exige a intervenção de uma personagem: o intérprete;

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(2) limites das ciências: a Semiologia confronta-se com limites e existem objectos exteriores ao seu âmbito, o. s., não semiotizáveis: a Semiologia inclui-se na Psicologia Social; Peirce entende que tudo é semiotizável, pelo que a Semiótica não tem freios;

(3) concepção do signo: Saussure perspectiva o signo como entidade psíquica de duas faces – significante e significado – que se condicionam mutuamente; em Peirce, o signo é sobretudo um processo de mediação, que tende para a infinitude.