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CianMagentaAmareloPreto IMPRESSO ESPECIAL CONTRATO N o 9912233178 ECT/DR/RS FUNDAÇÃO PRODEO DE COMUNICAÇÃO CORREIOS Porto Alegre, 1 o a 15 de outubro de 2009 Ano XV - Edição N o 547 - R$ 1,50 Mutirão de Comunicação América Latina e Caribe 3 a 7 de fevereiro de 2010 Centro de Eventos da PUCRS - P. Alegre Conhece-te a ti mesmo A família adequada A oração acalma a alma A crise da igualdade Página 2 Página 4 Página 5 Voz do Pastor/Página 2 A solidariedade pede passagem Jovem tem vez Nosso entrevistado de hoje é Vinicius Martins Knob, 20 anos, residente em Chapada/ RS, estudante de “Análise e Desenvolvimento de Sistemas”, na Universidade de Passo Fundo. Página 9 A Paróquia do Santuário de Nossa Senhora Aparecida, em Ipanema, promove a 53 a festa em honra de sua Padroeira e Padro- eira do Brasil. Novena, missas e procissões, além de galeto e espetáculo de fogos de artifício fazem parte da programação. Página 11 ANEC abre filial em Porto Alegre Página 11 . Oitenta mil pequenos brasileiros exibirão, talvez, um sorriso mais triste no pró- ximo 12 de outubro, seu dia. Porque estão longe do calor de uma família: moram em abrigos e albergues. E, desses, dez mil esperam por um lar e um sobrenome. Isso, sem contar com os milhares de meninos e meninas que perambulam por praças e bancos das cidades, dormem sob recuos de prédios públicos. Crescidos, provavelmente devolverão à sociedade a indiferença e esquecimento recebidos. Felizmente, há famílias solidárias que abrem espaço para acolher mais filhos além dos já gerados. Páginas centrais. A tradicional publicação, também na versão alemã Familienkalender, e a Revista Jesuítas/Brasil, estão disponíveis para compra e encomenda na Livraria Padre Reus. Página 11 Jornal do Mutirão é o en- carte em cores das próximas oito edições do Solidário. O Mutirão de Comunicação Amé- rica Latina e Caribe, entre 3 e 7 de fevereiro próximos, na PUC/RS, é o maior evento de comunicação já realizado no continente. A posse ocorrerá no dia 13 de novembro. Página 11 Crianças à espera de sobrenome Editora Reus lança Livro da Família 2010 Dom Jacinto Flach é o novo bispo de Criciúma Página 10 Desafios na catequese Você gostaria que seu marido mudasse? Página 3

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CianMagentaAmareloPreto

IMPRESSO ESPECIALCONTRATO No 9912233178

ECT/DR/RSFUNDAÇÃO PRODEODE COMUNICAÇÃO

CORREIOS

Porto Alegre, 1o a 15 de outubro de 2009 Ano XV - Edição No 547 - R$ 1,50

Mutirão de ComunicaçãoAmérica Latina e Caribe

3 a 7 de fevereiro de 2010Centro de Eventos da

PUCRS - P. Alegre

Conhece-tea ti mesmo

A famíliaadequada

A oraçãoacalma a alma

A crise daigualdade

Página 2Página 4Página 5Voz do Pastor/Página 2

A solidariedadepede

passagem

Jovem tem vez

Nosso entrevistado de hoje é Vinicius Mart ins Knob, 20 anos, residente em Chapada/RS, estudante de “Análise e Desenvolvimento de Sistemas”, na Universidade de Passo Fundo.

Página 9

A Paróquia do Santuário de Nossa Senhora Aparecida, em Ipanema, promove a 53a festa em honra de sua Padroeira e Padro-eira do Brasil. Novena, missas e procissões, além de galeto e espetáculo de fogos de artifício fazem parte da programação.

Página 11

Livraria Padre Reus está oferecendo a edição doLivro da Família/2010. Adquira seu exemplar ou façaseu pedido no endereço abaixo, que teremos a maior

alegria em atendê-lo. Também o Familienkalendar/2010está disponível.

ANEC abrefilial em

Porto AlegrePágina 11

. Oitenta mil pequenos brasileiros exibirão, talvez, um sorriso mais triste no pró-ximo 12 de outubro, seu dia. Porque estão longe do calor de uma família: moram em abrigos e albergues. E, desses, dez mil esperam por um lar e um sobrenome.

Isso, sem contar com os milhares de meninos e meninas que perambulam por praças e bancos das cidades, dormem sob recuos de prédios públicos. Crescidos, provavelmente devolverão à sociedade a indiferença e esquecimento recebidos.

Felizmente, há famílias solidárias que abrem espaço para acolher mais filhos além dos já gerados.

Páginas centrais.

A tradicional publicação, também na versão alemã Familienkalender, e a Revista Jesuítas/Brasil, estão disponíveis para compra e encomenda na Livraria Padre Reus. Página 11

Jornal do Mutirão é o en-carte em cores das próximas oito edições do Solidário. O Mutirão de Comunicação Amé-rica Latina e Caribe, entre 3 e 7 de fevereiro próximos, na PUC/RS, é o maior evento de comunicação já realizado no continente.

A posse ocorrerá no dia 13 de novembro.

Página 11

Crianças à espera de

sobrenome

Editora Reus lança Livro da Família 2010

Dom Jacinto Flach é o novo bispo de Criciúma

Página 10

Desafiosna catequese

Você gostaria queseu marido mudasse?

Página 3

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EDITORIAL

16 a 30 de setembro de 2009 2

Diretor-Editor Attílio Hartmann - Reg. 8608 DRT/RS

Editora Adjunta Martha d’Azevedo

Fundação Pro Deo de Comunicação

Conselho DeliberativoPresidente: José Ernesto

Flesch ChavesVice-presidente: Agenor Casaril

CNPJ: 74871807/0001-36

Voluntários Diretoria Executiva

Diretor Executivo: Jorge La Rosa Vice-Diretor: Martha d’Azevedo

Diretores Adjuntos: Carmelita Marroni Abruzzi, José Edson Knob e

Ir. Erinida GhellerSecretário: Elói Luiz ClaroTesoureiro: Décio Abruzzi

Assistente Eclesiástico: Pe.Attílio Hartmann sj

RedaçãoJorn. Luiz Carlos Vaz - Reg. 2255 DRT/RS

Jorn. Adriano Eli - Reg. 3355 DRT/RSRevisão

Nicolau Waquil, Ronald Forster e Pedro M. Schneider (voluntários)

AdministraçãoPaulo Oliveira da Rosa (voluntário), Elisabete

Lopes de Souza e Davi EliImpressão: Gazeta do Sul

Rua Duque de Caxias, 805 Centro – CEP 90010-282

Porto Alegre/RSFone: (51) 3221.5041 – E-mail:

[email protected]

Conceitos emitidos por nossos colaboradores são de sua inteira responsabilidade,

não expressando necessariamente a opinião deste jornal.

Voz doPASTOR

Dom Dadeus GringsArcebispo Metropolitano

de Porto Alegre

Família adequada

A RTIGOS

a crise da igualdade

[email protected]

A humanidade dividiu-se, ao longo dos tempos, em grupos antagônicos. As

guerras constituem uma práti-ca permanente entre os povos. Chega-se ao radicalismo de matar, em grande escala, através das guerras, seres humanos conside-rados inimigos. Assim a primeira divisão radical se estabelece entre amigos e inimigos. Os judeus, por exemplo, tinham tamanha aversão aos gentios, que lhes era vetado servir-se de qualquer utensílio ou de frequentar uma casa que tivessem sido de seu uso. Transgredir esta lei era contaminar-se, tornando-se impuro.

Também dentro de cada sociedade as diferen-ças não eram pequenas. Dividiam os homens e as mulheres, com direitos e obrigações diferentes; os escravos e os livres; os pretos e os brancos; os ricos e os pobres; os sábios e os ignorantes; para não dizer, o que mais se pensava: os bons e os maus.

A Revolução Francesa veio com uma propos-ta revolucionária ao proclamar, em alto e bom som, a igualdade, a fraternidade e a liberdade de todos. É como o sonho da humanidade: ver todos iguais em dignidade, irmãos entre si; e livres filhos da terra. Este ideal já fora proclamado, de modo bem mais humano e divino, por Jesus Cris-to. Custou caro. O próprio Mestre foi condenado à morte e crucificado. Ele lhe acrescentara, porém, a condição indispensável da transcendência, com a acolhida da paternidade divina. Sem esta condição é impossível professar e praticar uma fraternidade e mais impossível ainda promover uma igualdade de direitos e uma liberdade de ação. Só a verdade, personificada em Cristo, nos

poderá tornar livres.Com a Revolução Francesa

cortou-se a paternidade divina. Como é fácil imaginar, com ela, caiu a fraternidade, visto ser utópico professar-se irmão de quem não se tem pai comum. Mas também eva-porou a igualdade, porque não have-rá quem a garanta entre os homens, sempre sequiosos de promoção. E,

por fim, desaparece a liberdade, porque os mais fortes dominarão sobre os mais fracos.

Neste contexto, resultante tanto da Revolução Francesa de 1789, que implantou o Liberalismo, como da Revolução Russa de 1917, que estabe-leceu o Comunismo marxista, a tríplice proposta, propalada oficialmente, evaporou-se na ganância. Nem os fautores da primeira Revolução nem os da segunda imaginavam que, logo, se formaria uma elite dirigente que se julgaria um pouco mais “igual” aos outros. Teria privilégios próprios, poder ilimitado e riqueza material avantajada. Só pensar que o último dirigente da Romênia, quando foi derrubado, tinha amealhado, às custas do pobre povo, no seu próprio fundo, mais de trinta bilhões de dólares. O mesmo se diga dos demais dirigentes comunistas. Todos foram um pouco mais “iguais” aos demais companheiros.

O Papa João Paulo II, de feliz memória, na sua encíclica Centésimus Annus, aponta para a causa do fracasso destes sistemas. Apesar de todo o aparato militar, econômico, ideológico e político, fracassou porque ignorou a realidade do pecado original. O ser humano tem intrínseca uma tendência para se sobrepor aos demais e para explorá-los. Não basta mudar as estruturas, nem resolve eliminar a propriedade privada. Esta ten-dência volta em dose redobrada para os dirigentes.

A solidAriedAde pede pAssAgem

Os leitores do Solidário estão recebendo um en-carte especial: é a parceria solidária entre este jornal e o Mutirão de Comunicação América

Latina e Caribe. As quatro páginas deste encarte, falando do Mutirão, nossos leitores vão receber até fevereiro, quando Porto Alegre vai sediar o maior evento de co-municação já realizado no continente. E esta parceria se justifica plenamente: o tema do Mutirão é “Processos de Comunicação e Cultura Solidária”. O que o nosso jornal vem buscando resgatar, tornar conhecido e construir há muitos anos – a solidariedade na sociedade – o Mutirão toma como seu tema central em cinco dias (de 3 a 7 de fevereiro/2010), com palestras, seminários, exposição, festival de cinema, oficinas, tendas temáticas e celebra-ções de todo tipo, numa verdadeira festa de comunicação.

A solidariedade pede passagem. Direção e funcioná-rios do Solidário, bem como todos os envolvidos na or-ganização e realização do Mutirão, estão absolutamente convencidos de que o nosso mundo, mais do que grandes e custosos investimentos, necessita, urgentemente, de solidariedade. Numa sociedade de sempre mais pessoas voltadas apenas para seu próprio bem-estar e num sistema econômico que faz do lucro a qualquer custo o seu deus, a solidariedade é artigo de primeiríssima necessidade para que a humanidade não perca sua condição de ainda ser humana. Passa por atitudes solidárias a construção dum outro mundo, justo, fraterno, igualitário, onde sempre mais gente possa ser gente.

Estão de parabéns os leitores/as do Solidário, está de parabéns a coordenação do Mutirão de Comunicação por esta parceria que possibilita a muitos milhares de leitores acompanhar o processo de preparação, enriquecer seus conhecimentos com os conteúdos que são veiculados no encarte e, possivelmente, participar do evento. Com a parceira, esta e as próximas oito edições do Solidário terão uma tiragem de 15 mil exemplares e que terão leitores em todo o Brasil.

Um gesto bem concreto de solidarie-dade é a adoção de crianças. São histórias “divinas” que se multiplicam pelo país afora e nos deixam esperançosos de que o coração humano ainda continua humano. Com a nova Lei Nacional de Adoção, sancionada recentemente, o processo para adotar uma criança torna-se mais eficaz e sua duração de apenas alguns meses. O Solidário traz alguns aspectos que envolvem a adoção de crianças, lembrando que o caminho mais adequado para quem quer adotar uma criança não são os abrigos, mas as Varas da Infância e da Juventude (página 6).

Complementando os aspectos que envolvem a adoção de crianças, o Solidário traz (página 7) alguns casos bem concretos de pessoas que contam como adotaram crianças e o que sentiram e sentem com estas vidas que acolheram e assumiram.

Um gesto bem concreto de solidariedade é a adoção de crianças.

Carlos Adílio Maia do NascimentoPresidente do IBPS

A criminalidade tem aumentado de maneira preocupante em nosso país. O número de latrocínios vem crescendo nas grandes cida-

des, apesar do significativo aparato policial montado tanto na prevenção como na repressão dos crimes. O sistema carcerário tornou-se insuficiente, deixando de exercer sua função recuperadora e tornando-se caldo de cultura para a degradação. A insegurança apodera-se rapidamente da sociedade, gerando qua-se uma paranoia coletiva. O que está ocorrendo no Brasil, simultaneamente a um ciclo incontestável de crescimento e melhoria das condições sociais?

Sociólogos, psicólogos e outros especialistas desenvolvem acurados estudos e enunciam causas e justificativas para a incômoda situação. É consenso que, historicamente, alimentamos dívida considerável com nosso povo pelos escassos investimentos feitos em capital humano. Educação e saúde são carências crônicas dos brasileiros. É fenômeno mundial no mercado de trabalho a exigência de melhor capacita-ção e qualificação seguindo tendências vocacionais. O emprego formal diminui e aumenta o trabalho especializado, realizado, cada vez mais, sem sair de casa, através da informática. O desemprego por

falta de qualificação é apontado como uma das causas da violência... é a busca pela sobrevivência. Enfim, vários outros problemas são analisados na tentativa de entender a situação constrangedora que nos aflige.

A mulher, ao assumir de forma progressiva o mercado de trabalho, diminuiu seu tempo de perma-nência no lar e de contato com os filhos, dos quais ela é a maior responsável pela socialização. Consciente disso e sentindo a carência biológica, simbiótica e interativa entre mãe e filho, procura compensar a ausência fazendo vontades e dando presentes. Este exercício prejudica a capacidade de estabelecer limites e transforma a criança em um consumista compulsivo. Quando adulto, torna-se presa fácil de seus impulsos e agressivo quando contrariado. A compensação através de creches, escolinhas ou babás adequadas é prerrogativa de pequena parcela da população com poder aquisitivo capaz de adotá-la. Nada vemos con-tra o trabalho da mulher fora do lar, entretanto, isto tem um custo social incontestável. As mulheres têm apresentado excelente aptidão para um grande número de tarefas. Seu senso de responsabilidade e aplicação é superior ao do homem. A presença da mulher no mercado de trabalho é inexorável. É necessário que haja uma reformulação na estrutura da família, para que melhor possa exercer sua função imprescindível de formar o ser social equilibrado.

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FAMÍLIA &SOCIEDADE 31o a 16 de outubro de 2009

Leonardo Boff fala a você,

Pai

No mundo vige or-dem, disciplina, au-toridade e limites. As pessoas têm que trabalhar, realizar projetos e inventar o novo. Em razão disso, devem ter coragem, mostrar segurança e disposição para fazer sacrifícios.

Ora, o pai é a per-sonificação simbólica destas atitudes. É a ponte para o mundo transpessoal e so-cial. Nessa travessia, a criança se orienta pelo pai-herói arque-típico que sabe, pode e faz. Se lhe faltar essa referência, ela se sente insegura, perdida e sem inicia-tiva. Pertence à figura do pai fazer compre-ender a diferença en-tre o mundo da famí-lia e o mundo social. Não há só aconchego, mas também traba-lho, não só bondade mas também conflito, não apenas ganhos mas também perdas.

Se os programas de entretenimento da televisão exacerbam o desejo, fazendo crer que só o céu é o limite, cabe ao pai mostrar que em tudo há limite, que todos somos incompletos e mortais. Operar esta verdadeira pedago-gia, desconfortável mas vital, é atender ao chamado do prin-cípio antropológico do pai, sem o que ele está prejudicando seu filho/filha, talvez de forma permanen-te.

(Extraído de um texto de Leonardo Boff)

O contrário da aceitação é a rejeição. O homem odeia a rejeição. A mulher também, claro. Mas o homem é particularmente sensível, porque ele encara a re-

jeição como um ataque à sua virilidade. Seu desejo de evitar a rejeição é tão forte que, se ele perceber que você o rejeita, vai correr na sua frente e rejeitá-la primeiro.

Aceitar o marido como ele é significa não tentar mudá-lo. Você talvez consiga que ele mude algumas coisas - tirar o lixo de seu escritório, estender a toalha molhada, acompanhá-la ao cinema de vez em quando, ficar menos horas no compu-tador -, mas não pode mudar quem ele é e, se tentar, ele vai se ressentir muito.

Isso não quer dizer que você deve a-do-rar tudo o que seu marido faz. Mas, se estiver aborrecida com ele, tente expres-sar seus sentimentos sem acusá-lo ou culpá-lo (Bom desafio para sua criatividade!). Em nossa sociedade, o homem está treinado para se defender de qualquer coisa que seja percebida como um ataque. Se você o fizer ficar na defensiva, ele não jogará mais no seu time.

Aceitar seu homem como ele é não significa que você deva reduzir-se à uma gelatina pastosa que se adapta a qual-quer vasilha – e não espere que ele faça o mesmo por você. Aceitação não é sinônimo de submissão. Antes, significa

Você gostaria que seu marido mudasse?

Deonira L. Viganó La RosaTerapeuta de Casal e de Família. Mestre em Psicologia

Então, tente mudar você mesma. Comece por aceitar seu homem como ele é, e não como você gostaria que ele fosse. Um cavalheiro precisa ser aceito, apreciado e aprova-

do – especialmente pela mulher da sua vida.

respeito. Ou será que é você quem sabe o que é ideal para ele?

A grande aceitação do homem é a aceitação se-xual. O homem, em geral, deseja sexo com maior frequência e é aí que pode experimentar a odiosa rejeição. Quando a deseja e você o repe-le, ele sente aquela dor e, se esse é seu comportamento mais ou menos regular, ele começa a rejeitar aquela mulher por quem se sente rejeitado (você!). Também é verdade que você não deve aceitar sexo se não está disposta, mas, há muitas coisas que você pode dizer ou fazer, sem que ele se sinta rejeitado. Ele se sentirá até lisonjeado, depende de você.

E se você não quiser aceitar o sujeito? Bem, se você simplesmente não consegue aceitar o homem que está na sua vida como ele é – ou ele não consegue aceitá-la como você é – então, a situação deve ser repensada. Se você estiver envolvida nesse tipo de relacionamento, peça ajuda para resolver-se. Aceitação é uma coisa que não se consegue fingir, precisa sentir. ([email protected])

Não quer dizer que você deva a-do-rar tudo o que o seu marido faz

Martin Boulanger/www.sxc.hu

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O PINIÃO 4 1o a 15 de outubro de 2009

O segredO dO futurO

A OrAçãO AcAlmA A AlmA

Pensamentos bíblicos

Dom Orlando Brandes Arcebispo de Londrina/PR

A Palavra de Deus não pode cair no chão, mas nos corações, através do ouvido. A Palavra precisa de ouvintes e de anunciadores. Estes

emprestam sua voz para que a Palavra seja ouvida e os ouvintes recorram ao silêncio para a escuta de Deus que fala e revela seu amor.

A Palavra transforma todo o nosso ser. Ela se faz carne em nossas pessoas. A Igreja sempre venerou as Sagradas Escrituras do mesmo modo como fez com o Corpo do Senhor. Cristo vive e fala na Palavra. Quando se leem as Escrituras, é Cristo que fala. Daí a necessidade de bons microfones, leitores prepa-rados, boa acústica, boa comunicação. A Palavra de Deus é uma palavra amiga, verdadeira, viva, eficaz, fecundante, transformante, informativa, formativa, apelativa, recriadora, eterna, salvadora, santificadora, reveladora. Esta Palavra Santa é inesgotável, perma-nente como a sarça ardente.

A Palavra protegida pelo "Não". Não falsificar a Palavra, não acorrentar, não emudecer, não manipu-lar, não silenciar, não ocultar, não ler mal, não igno-rar, não prejudicar, não envelhecer, não deformar, não domesticar, não ajeitar, não ideologizar, não mudar, não dificultar o acesso à Palavra de Deus. Bíblia, carta de amor é: Livro da vida. Livro da verdade. Livro da amizade. Livro da salvação. Não é livro morto. Não é livro velho. Não é livro apenas de estudos e consulta. Não é livro de curiosidades. Não é livro de brigas religiosas. Não é livro como outros livros.

A Palavra ilumina as mentes, fortalece as vonta-des, inflama os corações no amor de Deus. A Palavra é sustentáculo da Igreja, alimento da alma, solidez da fé, fonte de vida espiritual. O cristão é convocado a ouvir a Palavra. E também: compreender. Assimilar. Renunciar. Obedecer. Anunciar. Permanecer. Rees-crever. Praticar. Dar fruto. Perseverar. Fazer o que diz a Palavra. Sim, a Palavra se fez livro, mas pre-cisa fazer-se carne em nossa carne. Pronunciamos a Palavra com nossa vivência e boas obras, com nosso testemunho.

Somos aquilo que ouvimos. O coração do verda-deiro cristão é "uma biblioteca bíblica". Era costume em alguns mosteiros o Abade perguntar aos monges após a meditação da Palavra: "O que comeste hoje?" A Bíblia é pão, é nutrição, alimento diário. A Palavra de Deus é inesgotável, não envelhece, é como a sarça ardente que não se consome, não passará. Eis a inesgo-tabilidade da Palavra de Deus. Os irmãos protestantes leem a Bíblia, os católicos falam da Bíblia. Precisamos ser a Igreja escriturística. Testemunho de um bispo na aula sinodal: "Obtive Licenciatura no Instituto Bíblico de Roma, mas foram os pobres que me abriram mais ao vigor da Palavra". (D. Emmanuel Lafont, Guiana Francesa). Os seminaristas devem abordar a Bíblia como livro da vida e não como livro de estudo. A vivência do evangelho é mais eloqüente que muitas palavras. Cada cristão deve ter a sua Bíblia.

A Palavra ilu-mina as mentes e inflama os co-rações no amor de Deus

Antônio Mesquita GalvãoProfessor e escritor

Se eu perguntar “Quem quer vencer na vida?”, a resposta será unânime: todos vão levantar a mão e gritar: “Eu, eu!”. Os

cursos de liderança, de marketing e de relações humanas, assim como a maioria de livros de motivação e auto-ajuda que existem por aí, não cessam de oferecer pistas e dar conselhos no sentido de tornar leitores ou participantes autênticos “vencedores”. O que é para eles, ser um vencedor? Para a maioria desses promotores, vencer na vida é ajuntar coisas materiais, casa, apartamento, automóvel, dinheiro no banco, casa na praia, fama, conquistar pessoas, etc. Sob ótica desses grupos, a felicidade se resume em amealhar coisas materiais, prazeres e honrarias. Só isto! Nós temos um futuro a preparar, e ele não é apenas de coisas materiais.

Há dias caiu em minhas mãos um DVD des-ses que visam fazer uma lavagem-cerebral nas pessoas, de orientação esotérica universalista, do tipo de alguns que se veem em certos canais das tevês a cabo, tentando vender a imagem da existência de um “segredo”, a “teoria da atra-ção”. Nele as pessoas aprendem a verbalizar seus desejos e, quase que imediatamente, estes se realizam, pois o universo, como força suprema, cheia de energia e poder, escuta e realiza aquilo que as pessoas falam. Serão boas realizações se a verbalização se referir a coisas positivas. O mal será atraído se a pessoa falar coisas negativas, do tipo “comigo nada dá certo”.

Pois o vídeo que assisti é cheio de entrevistas de “especialistas”, como filósofos e psicólogos, que tentam fazer a cabeça dos espectadores no sentido de se submeterem à energia cósmica que, segundo eles, rege a terra, a vida e o futuro das pessoas. Trata-se de uma tentativa forçada de explicar o bem e o mal, a sorte e o azar, atra-vés de um raciocínio simplista, para não dizer simplório, de que tudo o que nos acontece está ligado àquilo que pensamos.

O mais risível nessa apresentação, é que os especialistas atribuem os fados à impessoalidade cósmica. Em momento algum os escutei falar em Deus, na Providência Divina ou na misericórdia. Tudo é mecanicamente obtido através do poder do pensamento, como nas antigas programações de neurolingüística. O curioso é que entre os especialistas há “doutores” sei lá em que, des-conhecidos membros de institutos mais obscuros ainda. É o tipo da armação organizada para seduzir incautos, ingênuos e pessoas deficiente-mente catequizadas e evangelizadas. Não havia teólogos ou místicos, mas um dos painelistas tinha a titulação de “visionário”.

Pois hoje eu pergunto a vocês: como é que se prepara um futuro de felicidade? Lembram o que diz o adágio popular? “O futuro a Deus pertence!”. O que dizer dessas ofertas mirabo-lantes de felicidade e de vitória? Como diz padre Quevedo: charlatanice! Mais que isto: abuso da ingenuidade do povo. Como então nós podemos encontrar a verdadeira felicidade? Ela está, como ensina o salmista, no Nome do Senhor, que fez o céu e a terra.

John Main OSB

Os primeiros padres monásticos logo descobriram que um dos obstáculos que precisam ser vencidos por todo

homem e toda mulher que reza, é o que eles descreviam como acídia. Trata-se de um con-ceito psicológico razoavelmente complexo, mas ele inclui as noções de tédio, de aridez, de insatisfação, um sentimento de desesperança, de não fazer progresso.

Creio que todos nós estamos, em alguma medida, familiarizados com essas manifesta-ções do ego. De fato, o conceito de acídia é um conceito particularmente moderno. Em nossa sociedade, as pessoas se entediam muito facilmente. O tédio nos inquieta, e nos torna inconsistentes em nossos comprometimentos, a todos nós. Assim como os primeiros padres costumavam ir para Alexandria, de vez em quando, para passear em busca de um pouco de distração, nós também, em nossa socieda-de secular, comumente estamos em busca de distrações. Aqueles que, dentre nós, descobri-ram o caminho da meditação, sentirão com frequência um puxão em sentido contrário, no sentido de livrar nossos pescoços da canga, de modo a podermos descansar um pouco. To-dos buscamos uma diversão, porque estamos cansados da mesmice do comprometimento diário com uma peregrinação que nos testa com longos períodos de monotonia.

Recentemente, um jovem veio a mim

para me perguntar: "Como você aguenta olhar através de sua janela, para todos os dias ver as mesmas coisas? Isso não te enlouquece?" Tal-vez a verdadeira pergunta devesse ser: "Como é que sempre podemos ver tantas coisas, olhan-do todos os dias através da mesma janela? "Os primeiros padres sabiam que o tédio surge do desejo, do desejo de satisfação ou de fama, de algo novo, de uma modificação no ambiente ou na atividade, de diferentes relacionamentos, de um novo brinquedo, qualquer que possa ser.

A prece pura minimiza o desejo. Na quie-tude da prece, cada vez mais quieta quanto mais nos aproximamos da Fonte de tudo o que existe, de tudo o que pode existir, somos invadidos por tanto espanto, que não sobra mais lugar para o desejo. Não se trata tanto de que passamos a transcender o desejo, mas, na verdade, de que simplesmente não há mais lugar em nós para esse tipo de desejo. Todo o nosso espaço está sendo preenchido com o portento de Deus. A atenção, que no desejo se dispersa, é reunida e absorvida em Deus. [....]

Ao meditar, abandonamos o desejo de controlar, de possuir, de dominar. Em lugar disso, buscamos apenas ser quem somos, sendo a pessoa que somos, estamos abertos para o Deus que é. Como resultado dessa abertura, é que somos preenchidos com o espanto, e com o poder e a energia de Deus, que é o poder de ser, e a energia de amar. [E] Quando amamos, é impossível nos entediarmos. (In: 'The Heart Of Creation -pp. 42-44).

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EDUCAÇÃO &PSICOLOGIA 51o a 15 de outubro de 2009

“Conhece-te a ti mesmo”

Jorge La RosaProfessor universitário. Doutor em Psicologia

O ser humano, através de todas as gera-ções, tem sido objeto de investigação, e, segundo consta, sempre se tem acres-

centado algo novo a esse conhecimento: é as-sunto inesgotável.

A fonte possivelmente mais antiga de explica-ção do homem é a religião, que, de modo geral, traz explicação de sua origem e de seu destino. O surgimento da Filosofia na antiga Grécia de-lineou uma nova perspectiva de análise: a da razão, com um instrumental distinto de investi-

gação, distanciando-se do conhecimento religio-so que se alicerça sobre a fé. É verdade que no oriente religião e filosofia são mescladas, e, até

certo ponto, interdependentes.

O advento da Psicologia cien-tífica, no século XIX, estabeleceu um novo marco na história do co-nhecimento sobre o homem. Sur-giram diferentes escolas e teorias, todas procurando dar contas do ser humano, de seu funcionamento e, sobretudo, daquilo que o torna sadio e feliz. Multiplicaram-se as clínicas e a profissão de Psicólogo foi reconhecida.

O que não se pode ignorar é que as diferentes escolas e teorias, em Psicologia, sempre se alicerçam sobre uma concepção da nature-za do ser humano, explícita ou implicitamente, são os famosos princípios filosófico/antropo-lógicos, que não são provados, mas assumidos a partir do ponto de vista do psicólogo. Todas as explicações, as hipóteses formuladas e as conclusões ti-radas fundamentam-se em uma concepção de homem – o que explica a existência de diversas escolas e teorias, e a rejeição de um único ponto de vista.

A PsicologiaÉ verdade também que hoje

estamos no horizonte da trans-disciplinaridade, quando se trata do conhecimento do ser humano. Nenhuma ciência, sozinha, pode dar conta do homem. Conheci-mento mais abrangente e, por isso mais verdadeiro, é aquele que perpassa diversos ramos do conhecimento e aporta uma visão de conjunto.

A contribuição de Pascal

Pascal, em célebre pensée, afirma que “O homem transcende infinitamente o homem”, o que significa que somos mais que humanos, e que, por isso as ciências humanas não são capazes de dar explicação cabal e definitiva sobre o homem. Em outro lugar afirma que “O homem só se conhece plenamente em Je-sus Cristo”, o que significa que é na contemplação da pessoa de Jesus que o homem se explica e se entende, como filho de

Deus, com um destino que transcende o tempo, mas que se constrói no tempo e do qual não pode evadir-se, mas precisa ser assumido com consciência e respon-sabilidade.

O ser humano em Jesus se entende como alguém que é e, ao mesmo tempo, em alguém que deve tornar-se, é evolução; há um horizonte ao qual não pode

renunciar sob pena de renunciar à humanidade. O ser humano não está pronto, nunca estará pronto, mas há um farol que o guia e que diz “Eu sou a luz do mundo, quem me segue não andará em trevas” (João 8,12).

Podemos prestigiar as ciências humanas, devemos, também estudá-las, elas têm um aporte fundamental no conhecimento do homem. Mas a palavra decisiva foi apontada por Pascal quando disse que o pleno conhecimento do ser humano é conquistado na contemplação de Jesus Cristo e no seu seguimento.

“Eu sou a luz do mundo,

quem me segue não andará nas

trevas”

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Ciano Amarelo Magenta Preto

TEMA EM FOCO 6 71o a 15 de outubro de 2009

Crianças com infância adiada

São oitenta mil no País, segundo a Associação dos Magistrados do Brasil. Só em Porto Alegre, são mil e quatrocentas. Moram afastadas do calor de um lar e do afeto de uma mãe. Seu dia a dia se resume ao convívio entre outros ‘irmãos’

em centenas de frias casas espalhadas pelo Brasil afora, com cuidados, em geral, meramente formais e administrativos. Seus amanhãs são incertos. Mas em seus rostos, ainda assim, brilha um olhar de esperança de um dia voltarem a ter um lar e terem o direito de serem integralmente crianças. Afinal, há mais de 20 mil famílias brasileiras querendo torná-las seus filhos!

Poucas adotáveis Ao contrário do que se imagina, apenas oito mil crianças

brasileiras albergadas estão em condições de serem adotadas e fazem parte das que, do ponto de vista jurídico, já romperam o vínculo com os pais biológicos. O número poderia ser maior com a definição mais ágil da Justiça sobre a volta ou não do menor à sua família biológica ou ser disponibilizado para adoção. 87 por cento dos menores em asilos possuem família. Mas não vivem junto dela, ou por extrema pobreza (60 por cento); ou por maus tratos, atentados ao pudor por seus pais ou padrastos; ou por abandono e negligência, onde o vício em drogas baratas – crack, etc – é o maior vilão. (Só nos últimos 12 meses, 626 crianças ingressaram na rede, das quais 61, com menos de um ano, de mães usuárias de crack).

Controle de qualidadeSe 20 mil famílias brasileiras estão cadastradas e apenas oito

mil crianças estão em condições de serem adotadas, por que essa conta não é zerada se sobram famílias disponíveis?

Esse é um dos grandes entraves: o padrão de critérios de adoção do brasileiro está longe dos abrigos. A maioria dos casais procura crianças de até dois anos, de preferência meninas e de cor clara e em boas condições de saúde. Que chances de uma nova família tem as 85 por cento que não se enquadram nesse padrão?

E que não tenham irmãosUma criança abrigada é especial, no sentido de ser uma sobre-

vivente. É uma pessoa muito forte porque passou por situações de privações – tanto econômicas quanto afetivas – muito severas e continua viva, buscando seu espaço e sua felicidade. Crianças de um lado, candidatos à adoção de outro. Os dois lados não se encon-tram. Uma outra razão é que a quase 100 por cento dos futuros pais querem crianças sem irmãos, onde muitas vezes a mais idosa – e em geral de cor e que já passou por vários internamentos – toma conta dos outros. Devem agora ser separados?

Local certoOs brasileiros são solidários às crianças e adolescentes aban-

donados que buscam um lar e estão em abrigos. Mas, segundo levantamentos, apenas 35 por cento das pessoas recorrem ao local adequado: as Varas da Infância e da Juventude em todo o país. 65 por cento procuram em abrigos e maternidades. O abrigo não é vitrine de criança. Lá, a maioria não está disponível para adoção e corre-se o risco de iniciar um contato com uma criança que ainda mantém vínculos familiares.

Sem burocraciaQuando se fala em burocracia (para adoção) é como se o Judiciário

pedisse documentos difíceis de encontrar. E não é assim. A docu-mentação é simplíssima (certidão de nascimento, comprovante de residência e de renda e certidão de casamento (caso a pessoa seja casada).

Mas se exige comprovação de real condição financeira, psico-lógica e afetiva do novo espaço para não fazer passar a criança por mais uma situação de abandono com traumas insuperáveis. Esse processo dura, em média, seis meses.

A adoção facilitadaRecentemente, o presidente da república sancionou a nova Lei

Nacional da Adoção. Não pode ser encarada como milagreira, mas desburocratizou bastante, sem contudo oferecer riscos de prejuízo nos processos que determinarão o futuro de milhares de meninas e meninos brasileiros. Uma das novidades é a fixação de um período máximo de dois anos para a permanência de crianças em abrigos. A outra é a exigência de elaboração de relatórios semestrais à Justiça sobre a situação de cada criança. Uma outra mudança é a ênfase ao conceito de família ampla, no qual há a preocupação de manter a criança com avós e tios, entre outros. Foi reduzida também a idade mínima de 21 para 18 anos de interessados numa criança, ao mesmo tempo em que maiores de 12 anos deverão ser obrigatoriamente consultados sobre o processo de adoção. Os abrigos passam a se chamar de “acolhimento institucional” e existe a possibilidade da família acolhedora (que recebe a guarda judicial da criança) ao in-vés de ser enviada ao abrigo até ser resolvida sua situação (retorno à família biológica ou família substituta - adoção).

Imagens: Divulgação

“Um parceiro inesperado e inseparável”

É como Francisco Schonardie, define seu filho João Francisco, 13 anos, há oito anos morando com a família. Aeroviário, 50 anos, marido de Maria Auxiliadora (esposa) e pai de Vanessa, e avô de Rafael, Francisco não deixa por menos: “Ele é companheiro 24 horas do dia. Um verdadeiro filho, graças a Deus! Incrível...” (se emociona).

Quer ser padre“O sonho do João é ser padre” diz Maria Auxiliadora, ministra

da esperança com plantões no Cemitério S. João, coordenadora de curso de noivos e do Círculo do ECC e com atividades nas paróquias S. João e D. Bosco, zona norte de Porto Alegre. “Ele chegou no dia 9 de outubro de 2001, tinha cinco anos. Com o convívio na paróquia, tinha a Igreja S. João como sua segunda casa. Infelizmente, o João ainda não saber ler. Não perdi a esperança, porque me contaram que na história da Igreja houve um homem que também não conseguia ler quando pequeno e se tornou um santo padre”. (NR: S. João Maria Wianney – o Cura D’Ars - santo francês, nascido na aldeia de Dardilly, a 8 de maio de 1786, de uma família camponesa. Era analfabeto até os 17 anos, porque trabalhava no campo e no pastoreio de animais. Conseguiu ser ordenado depois de muitas vicissitudes e incompreensões).

Desígnios de Deus“Tínhamos nossa filha, então com 12 anos e, acompanhando outro

casal que realizava trabalho voluntário na FEBEM, conheci o João. Um do-mingo depois, Francisco e Vanessa também foram conhecê-lo. Aí, aconteceram coisas que me convenceram que a mão de Deus agiu, que esse menino era para ser nosso: sem saber quem era Francisco e Vanessa, e estes, sem saber quem era o João, houve uma apresentação mútua indireta. Na volta, decidimos que ele seria nosso segundo filho”, recorda Maria Auxiliadora.

A luta para adotá-lo“Foi uma caminhada difícil. Fizemos toda a documentação. Também conseguimos a habilitação

para adoção. Aí comunicamos nossa escolha. Foi o bastante para começarem os problemas. Entre idas e vindas, discussões e desencontros, quase dois anos se passaram. Primeiro, perdemos a possibilidade do convívio semanal com ele aos domingos. Depois, alegaram que não havia compatibilidade. E por último, soubemos através de um funcionário do Abrigo, que o menino estava em processo de adoção internacional. Rezamos muito e apelamos ao apoio da ONG Amigos de Lucas e do advogado Marcos Bochein. E tudo se resolveu”, conta Maria Auxiliadora.

“E João veio morar conosco”“Então o pessoal do Fórum trouxe o João para conhecer nossa casa. Voltaram no dia seguinte com

ele para deixá-lo até o fim da tarde para ver se se adaptava. Nunca mais vieram para buscá-lo nem sa-ber se estava bem. Isso faz oito anos. Estamos esperando!”, desabafa Francisco. “Vejo nisso um pouco de descaso com uma vida humana: primeiro são colocados inúmeros empecilhos. Depois, lavam-se as mãos como Pilatos. Mas, graças a Deus, João Francisco está aí, cheio de saúde. Veio com cinco anos e pesava menos de 19 quilos. Hoje, com 13 anos é esse bonito garoto. Damos atenção especial que não tinha, cuidamos dos problemas de dislexia, da falta de concentração e problemas nos olhos. Nos papéis da instituição sempre constou que estava tudo normal e não era assim. Onde está a responsabilidade do Estado até os cinco anos?”cobra Francisco.

“Aí, aconteceram coisas que me

convenceram que a mão de Deus agiu,

que esse menino era para ser nosso”. Ao alto: Francisco e João Francisco; acima: Maria Auxiliadora

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SABER VIVER 8

JOSY M. WERLANG ZANETTE

Técnicas variadasAtendemos convênios

1o a 15 de outubro de 2009

Dicas deNUTRIÇÃO

Dr. Varo Duarte Médico nutrólogo e endocrinologista

Fome oculta (IV)

PÓS-GRADUAÇÃO PUCRSCursos de Especialização

Conhecimento para você chegar mais alto.

www.pucrs.br/pos

Nas considerações que desenvolvemos nas edi-ções anteriores, insistimos na chamada fome oculta, provocada pela desnutri-ção que não se quer ver. Hoje vamos abordar a so-lução. Como resolver este problema?

Voltemos às manchetes dos jornais: -CONCEIÇÃO SOLICITA QUE PROCUREM OUTROS

HOSPITAIS PARA O ATENDIMENTO. -HOSPITAL DE CLÍNICAS COMUNICA O FECHAMENTO

DA EMERGÊNCIA DEVIDO À SUPER LOTAÇÃO. -PUC FECHA A UTI PRÉ-NATAL POR ABSOLUTA FALTA

DE LEITOS PARA OS CASOS GRAVES DE MÃES, QUE TAM-BÉM MAL ALIMENTADAS (FOME OCULTA) ESTÃO COM PROBLEMAS DE PREMATUROS E CRIANÇAS NASCENDO COM BAIXO PESO.

MAIS UMA VEZ, PREVENÇÃO. EDUCAÇÃO ALIMENTAR PARA GESTANTES, para que

tenham possibilidade de fornecer o mais valioso e barato tratamento ao seu filho recém nascido: o aleitamento materno, pelo menos nos seis primeiros meses de vida.

Uma alimentação saudável, rica em vitaminas e sais mineiras, fornecendo a proteína de alto valor biológico (leite, carne e ovos), enriquecida pelo aporte energético das gorduras essenciais hoje denominadas de ômega 3 e ômega 6. Insistimos nas fibras, nas frutas,legumes e verduras, fontes importantes do ferro, vitamina A e cálcio (alface, brócolis. cenoura, laranja, bergamota. kiwi e o caló-rico caqui). Minha avó já dizia: é melhor prevenir do que remediar.

E para colaborar na EDUCAÇÃO ALIMENTAR, voltamos a insistir nas nossas três premissas :

COMA DE TUDO SEM COMER TUDOCOMA BASTANTE FRUTAS E VERDURAS MEXA-SE. O profissional está à disposição para proferir palestras gratui-

tas sobre educação alimentar. Contatos: [email protected] e pelo telefone (51) 3221.5041).

Agasalhar-se no inverno

Para o organismo funcio-nar bem, ele precisa estar

em equilíbrio, inclusive térmico. Ao passar de um

ambiente fechado com temperatura amena para a

rua, o corpo sente a mu-dança brusca e sofre um

desequilíbrio. A pessoa que está

carregando algum tipo de vírus poderá manifestar

sintomas quando esse equilíbrio se enfraquece. O

indicado, então, é agasa-lhar-se adequadamente

para enfrentar temperaturas mais frias.

Bebida gelada faz mal?

O líquidO gelado pode irritar a garganta de pessoas mais sensíveis, mas não causa

problema nenhum em pessoas saudáveis. Não desencadeia uma amigdalite bacteriana

nem resfriados, em geral, mas é preciso cuidado para que o

organismo não sofra mudanças bruscas de temperatura, o que o destempera e torna suscetí-

vel a viroses.

Exercitar-se de barriga cheia é perigoso?

COrrer, andar na esteira, nadar, fazer exercícios físicos não é recomendado. Após as refeições, a circulação sanguí-nea se concentra no aparelho digestivo para que os alimen-tos possam ser digeridos. Se a pessoa se exercitar, ocorrerá vasodilatação, o sangue será redirecionado para outra área do corpo e os alimentos não serão bem digeridos. Resulta-dos? Podem ocorrer vômitos e mal-estar, segundo a pediatra Ana Maria Escobar.

Chupar o dedo prejudica?Se aOS dois ou três anos a criança ainda mantém o hábito

de chupar o dedo, há boas razões para dissuadi-la desse com-portamento.

Quando a formação óssea começa a se consolidar, sugar o dedo pode deformar a arcada dentária – o que por sua vez, leva a problemas futuros de má oclusão.

A sucção prolongada defor-ma o palato, o que pode levar a pessoa a respirar pela boca, segundo Márcia Vasconcelos, consultora da Associação Bra-sileira de Odontologia.

E ler no escuro?ler Sem claridade suficien-te força um grupo muscular

para acomodar a visão. Ler no escuro é ainda pior: a pupila se dilata para o indivíduo enxer-gar, o que pode provocar dor

de cabeça e contrair um grupo muscular. Não é saudável.

Ver TV no escuro não traz prejuízos, devido à lumi-

nosidade do aparelho.

Foto: Benjamin Earwinck

Kim McLeod

Divulgação

Bev Lloyd-Roberts/www.sxc.hu Bondewijn van Leeuwen/www.sxc.hu

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ESPAÇO LIVRE 9

Martha Alves D´AzevedoComissão Comunicação Sem Fronteiras

tem vezJOVEM

1o a 15 de outubro de 2009

Edgar L. Bernal - 02/10Terezinha A. Costa - 04/10

AnistiA pArA estrAngeiros

Visa e Mastercard

Fala um pouco de ti.Sou determinado, geral-

mente não desisto do que quero. Sonho muito e sei que isso me leva pra frente, acredito que a realidade existe, mas o que realmente deve ser levado em conta são os sentimentos. Atitudes valem muito mais que palavras.

O que pensas fa-zer no futuro?

Pretendo, acima de tudo, ter uma estabili-dade econômica. Não penso muito em for-mar nova família, mas me importo com o que tenho e não quero per-der. O futuro é incerto e, muitas vezes, é iló-gico pensar nele, sen-do que temos um pre-sente pra viver. Faça o que é certo agora, e não temerás o futuro.

Sobre tua família.Minha família é

tudo o que tenho e tudo o que sempre terei. É o inicio e o maior bem que temos. Quem não valoriza a família, “não sabe” que está deixando de lado quem possivelmente sempre o apoiará.

Sobre teus amigos. A vida é feita de momentos bons e

ruins, são nesses momentos que conhece-mos quem são nossos amigos, e eles per-manecem para sempre. Amigos não se im-portam com tipo físico, com manias, com esquisitices, eles simplesmente são insubs-tituíveis, e estão presentes em todos os momentos, do contrario, não são amigos.

O que consideras positivo em tua vida?

O que sempre me faz sorrir, mesmo quando tudo parece afundar, é bem sim-ples, eu tento lembrar do máximo de ami-gos que tenho, da minha família, do que sou, do que tenho, e o mais importante, eu tenho tudo pra ser feliz. Nunca feche os olhos para o que tens.

Um livro que te marcou.Nenhum.Um filme inesquecível.CrepúsculoUma música.

Vinicius Martins Knob, 20 anos, residente em Chapada/RS, estudante de “Análise e Desenvolvimento de Sistemas”, na Universidade de Passo Fundo, trabalha

como monitor de cargas por rastreamento satelital, é o entrevistado desta edição.

Dido - Here With MeUm medo.Ficar incapacitado de me

auto-ajudar.Um defeito do qual

gostarias de te livrar?Miopia.Qual o maior pro-

blema dos jovens, hoje?

A falta de consci-ência. Os jovens le-vam muito tempo para se tocarem que a vida, apesar de ser uma só, não deve ser levada à toa. Você tem pessoas que gostam de você, e o admiram. Por que jogar tudo fora, por causa de drogas ou bebida, e decepcionar essas pessoas?

Qual o maior pro-blema no Brasil de hoje?

A violência. Não podemos mais sair de casa sem estarmos atentos ou preocupa-dos. Deixar nossa casa

por um dia sozinha parece o fim. Imagine pra quem tem filhos pequenos, então? A coisa tá feia!!!

O que pensas da política?Ruim com ela, pior sem ela. Eu par-

ticipo, não me meto muito, seja o que for, eu preciso continuar trabalhando e vivendo minha vida, com eles ou sem eles.

O que pensas sobre a felicidade? A felicidade anda lado a lado com

desgraça. Ter momentos felizes é mais difícil, mas se virmos o lado bom das coi-sas, o lado positivo, e tivermos em mente que tudo acontece por algum motivo, fica mais fácil lidar com as variações.

Já fizeste algum trabalho voluntário?Já, na escola. Porém não me lembro

bem qual, mas acredito que era algo rela-cionado a portadores de deficiência.

Envia uma mensagem aos jovens.Vivam, mas vivam o presente. Com

consciência. Com limites. Com audácia. Com atitude. Como se fosse morrer ama-nhã. Mas lembrem-se, com limite e cons-ciência. A sua felicidade tem como limi-te a felicidade do outro. ([email protected] )

Aprovado pela Câmara de Deputados, e já apro-vado pelo Senado, o projeto de lei que reabre por 180 dias o prazo para que os estrangeiros

ilegais no Brasil entrem com pedido de residência pro-visória, válido por dois anos, foi enviado à Presidência da República para sanção.

O deputado William Woo (PSDB-SP), autor do projeto, estima que haja 150 mil a 200 mil estrangeiros em situação irregular no Brasil. William Woo afirma: “Em virtude de sua situação precária, eles não têm as garantias das normas trabalhistas e previdenciárias e são, frequentemente, explorados por pessoas inescrupulosas”.

Para pedir a residência provisória, o estrangeiro deverá apresentar um comprovante de entrada no país, uma declaração de que não responde a processo criminal,

no Brasil ou no Exterior, além de pagar taxa para expedição do CEI.

A concessão de refúgio a 120 bolivianos que fugiram da violência política no Departamento (Estado) de Pando em setembro passado,cruzando a fronteira com o Estado do Acre, está colocando os governos do Brasil e da

Bolívia em posições antagônicas. Os 120 bolivianos que fugiram de Pando no fim de 2008, foram insta-lados em ginásio esportivos e em sindicatos locais até conseguirem alugar imóveis ou hospedar-se com parentes ou amigos.

O embaixador boliviano lembrou que a Justiça do seu país ainda investiga os eventos ocorridos em Pando, quando choques entre opositores e defensores de Evo Morales, presidente da Bolívia, provocaram a morte de 18 camponeses. O diplomata sugere que o Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE) possa ter se antecipado ao conceder refúgio ao grupo enquanto as investigações para encontrar os culpados pelo massacre de Pando ainda estão em andamento.

As famílias manifestaram temor de que Evo Morales editasse um decreto confiscando os bens dos que pediram refúgio ao Brasil. A medida de Morales poderia afetar os refugiados que ainda voltassem à Bolívia para vender seus bens e financiar o aluguel de imóveis, além de gastos de subsistência no Brasil. A Embaixada da Bolívia em Brasília nega as acusações.

De 150 a 200 mil estrangeiros podem estar em situação irregu-

lar no Brasil

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IGREJA &CCOMUNIDADE 10

SolidáriaCATEQUESE

SolidárioLITÚRGICO

Que desafios ainda existem na renovação da cateQuese?

1o a 15 de outubro de 2009

[email protected]

Irmão Nery, FSC

A catequese não pára, porque é um processo e, por isso, precisa estar sempre atuali-

zada. O mundo muda, as comuni-dades mudam e a catequese precisa mudar, também.

Destaco aqui alguns desafios nesta mudança:A) O papel da linguagem na educação da fé.

Já não se pode priorizar a linguagem filosófico-teológica do catecismo, mas ao traduzir os con-teúdos da fé cristã, a catequese está aprendendo a falar com o homem e a mulher da modernidade e do mundo urbano, da cultura cibernética de hoje e com o homem secularizado que não tem mais aquele lastro da linguagem da Igreja. A linguagem precisa ser dialogal.

B) Um elemento bem desafiador é o todo complexo e rico mundo dos meios de comunicação social (MSC), que se tornaram a gigantesca escola do mundo moderno para informar e, também, para influenciar as mentalidades e os costumes. Como a catequese leva em conta este poder?

C) Outro desafio para a catequese continua sendo a situação atual da família. Na crise em que está, ela não socializa mais os elementos bá-sicos da fé cristã, o ambiente cristão, os costumes cristãos. As crianças e jovens chegam à catequese paroquial sem um preparo mínimo e nem sempre poderão contar com o apoio da família para o crescimento na fé.

Ora, sabemos que os pais são os primeiros e principais responsáveis pela vida, pela educação e pela fé dos filhos. A catequese com crianças e jo-vens tem de assumir, também, um trabalho com os

pais e aliar-se com a pastoral familiar e a pastoral de juven-tude. Não pode partir de nor-mas, exigências e imposições, mas sim, de conquistas para a adesão à pessoa de Jesus.

D) A formação de catequistas é, talvez, o maior dos desafios. Contamos com o milagre de muita gente disposta e dedicada. Mas falta o pre-paro. Algumas escolas para formar catequistas têm resvalado para cursinhos de teologia, não levando em conta o específico da catequese: conteúdo (conhecer o Evangelho e a realidade), linguagem, metodologia, espiritualidade, peda-gogia, psicologia, comunicação...

E) E um quinto desafio é conseguir o envolvimento e a atualização catequética das várias pastorais e movimentos dos padres, das editoras e dos elaboradores de materiais de ca-tequese. Quem tem a liderança e quem coloca à disposição textos, vídeos e canções, precisa estar em sintonia com a renovação da catequese, caso contrário se estabelece conflito e confusão.

F) Vejo ainda como desafio o aprisiona-mento da catequese aos sacramentos, no estilo de um cursinho em preparação a tal ou qual sacramento. Ora, a catequese é uma educação da fé, da esperança e da caridade e tem como objetivo ajudar o cristão a caminhar para a sua maturidade em Cristo, dando firmeza no seguimento de Jesus, no seu compromisso com a comunidade eclesial e no seu engajamento da missão de construir o Reino de Deus. Os sacra-mentos fazem parte deste processo, mas não são a meta, não são o ponto de chegada da catequese.

4 de outubro – 27o domingo do tempo Comum (verde) 1a leitura: Livro do Gênesis (Gn) 2,18-24Salmo 127 (128), 1-2.3.4-5.6 (R/. cf 5)2a leitura: Carta de São Paulo aos Hebreus (Hb) 2,9-11Evangelho: Marcos (Mc) 10,2-16 ou abrev. Mc 2,2-12Nota: é fundamental ler os textos bíblicos antes de ler os comentários que a eles se referem.

Comentário: É particularmente significativo que Jesus passe da difícil e dura discussão com os fariseus sobre normas e leis, no caso, a lei do divórcio, para logo afirmar que é preciso receber o Reino de Deus como uma criança. A lei do divórcio, em alguns casos, permitia que o homem repudiasse e despedisse a mulher (o contrário a lei não previa...). Depois de dizer que foi por causa da dureza do coração e que, desde o começo, não era assim e que Deus os criou homem e mulher, uma só carne (cf 2,5-7), uma casal, duas pessoas sendo e vivendo em unidade de alma, corpo e espírito. Quando os discípulos, homens sérios e preocupados com a “tranquilidade” do Mestre, querem impedir que as mães levem a Jesus as suas crianças, ele ficou aborrecido e não perdeu a oportunidade: Deixem que as crianças venham a mim. Mais: quem não receber o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele (cf 2, 14-15). A permissão de que o homem pode repudiar a mulher, em certos casos, por causa da dureza do coração e, logo, acolher, com extremo carinho e particular ternura, as mães e suas crianças, é uma associação muito significativa. Muitas coisas se pode dizer da criança, que é sapeca, moleque, não pára quieta, faz perguntas “incômodas” ou “inconvenientes”, é distraída e sonhadora... mas uma coisa não se pode dizer dela nunca: que é dura de coração! Uma criança dura de coração é uma anomalia, uma enfermidade, uma aberração. A criança normal traz uma ternura inata, não guarda rancor, é solidária, gosta de si, ama e quer ser amada, é “doce de coração”. É isso que Jesus quer dizer quando afirma que somente os que recebem o Reino de Deus como uma criança podem nele entrar. São estes os discípulos missionários que Jesus quer para sua comunidade, para sua Igreja: ternos e fraternos, com espírito e coração de uma criança.

11 de outubro – 28o domingo do tempo Comum (verde) 1a leitura: Livro do Gênesis (Gn) 2,18-24Salmo 127 (128), 1-2.3.4-5.6 (R/. cf 5)2a leitura: Carta de São Paulo aos Hebreus (Hb) 2,9-11Evangelho: Marcos (Mc) 10,2-16 ou abrev. Mc 2,2-12

Comentário: Sumamente ilustrativa a passagem de Marcos deste domingo. Um jovem, no ardor do seu idealismo juvenil, quer jogar-se

na grande e bela aventura de seguir a Jesus, viver seu projeto religioso, ganhar a vida eterna. Jesus lembra os “nãos” dos mandamentos do tempo antigo: não matarás, não cometerás adultério, não roubarás, não levantarás falso testemunho, não prejudicarás ninguém, não desrespeitarás teu pai e tua mãe (2,19). Quando o jovem responde que vem observando estes mandamentos, talvez até por tradição familiar ou coerência cultural e religiosa, Jesus, olhando o jovem com amor, abre

para ele um novo horizonte, o horizonte do “sim”, da afirmação, da construção, do ir ao encontro, do servir aos demais, sem olhar a quem, da entrega a uma causa, seguindo Alguém. Mas, para seguir a Jesus, para ser discípulo missionário, o jovem precisa libertar seu coração, preso às suas posses materiais, à sua riqueza. E o jovem sucumbiu: preferiu ficar com suas coisas a voar livre para o horizonte onde só podem chegar aqueles e aquelas que, antes, se libertam das amarras das coisas do mundo. Diz o texto que o jovem foi embora, muito triste. É a tristeza profunda gerada pelo fracasso, pela mesquinhez, pela covardia diante das portas que se abrem para a realização, para a felicidade. Portas que se abrem, mas que exigem renúncia ou, melhor, libertação das muitas “riquezas” que não permitem à mente e ao coração voarem. Mas deve ficar bem claro: possuir bens materiais, ser rico, não é pecado; pecado é endeusar estes bens, prender-se a eles, transformá-los no sentido maior da vida e, principalmente, pecado dos pecados, negar-se a partilhar. A felicidade que todos buscamos está na ordem inversa do possuir muitos bens e negar-se a partilhar.

Possuir bens materiais não

é pecado; peca-do é endeusar

estes bens

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11IGREJA &COMUNIDADE1o a 15 de outubro de 2009

Hugo HammesJornalista

Li com atenção e real proveito o livro “A Promoção Humana”, de Dom Da-deus Grings, recentemente lançado.

Apresentada de maneira didática, é uma obra atualíssima, que aborda temas que servem de orientação para os cristãos: família, comuni-dade, democracia, política, sofrimento, consu-mismo, solidarismo, migração e muitos outros.

Nestas linhas, quero ater-me ao princípio de subsidiariedade, ideia que abracei com con-vicção, desde os meus estudos na Faculdade de Serviço Social e o curso sobre Educação de Base, realizado em Minas Gerais.

Dom Dadeus define a subsidiariedade como uma “hierarquia de valores e de com-petência”, acrescentando que o “o maior não deve abandonar o menor, ou o mais forte não deve interferir na ação do mais fraco”.

Hoje verifica-se, com frequência, a tendên-cia de cair no simples assistencialismo, que, na opinião do arcebispo, “torna o ser humano autômato, passivo e dependente; numa palavra, destitui-o de sua dignidade”. Representa uma humilhação para as pessoas quando se dá algo sem receber nada em troca. Atrofia as suas potencialidades e atinge a sua autoestima.

Cada um deve ser protagonista de sua vida, utilizando a criatividade ao exercer a sua atividade livre e responsável. Lincoln teve este conceito lapidar: “Não poderás ajudar os ho-mens de maneira permanente se fizeres aquilo que eles podem e devem fazer por si mesmos”.

Os documentos sociais da Igreja se referem com ênfase ao valor da subsidiariedade. Na en-cíclica “Populorum Progressio”, o Papa Paulo

A Promoção HumAnAVI ensina que “são necessários programas para encorajar, estimular, coordenar, suprir e integrar a ação dos indivíduos e grupos inter-mediários” (33). O Pontífice recomenda ainda aos países ricos e aos organismos internacio-nais para que, nos projetos de cooperação técnica e financeira, reconheçam que “são os povos os autores e primeiros responsáveis pelos seus desenvolvimento” (77)

A estrutura estatal cada vez mais pesada tende a sufocar um dos direitos inalienáveis do cidadão. Antes de mais nada, é necessá-rio valorizar a iniciativa pessoal, fazendo

o assistido as-sumir as suas responsabili-dades. Exem-plos recentes m o s t r a r a m o f r a c a s s o de r eg imes soc i a l i s t a s , principalmen-te de orienta-ção marxista, atentatórios à dignidade hu-mana.

Como já havia feito o sociólogo je-su í ta Padre

Fernando Bastos de Ávila, Dom Dadeus Grings também preconiza, entre o liberalis-mo capitalista e o socialismo marxista, uma terceira via: o solidarismo, para que possa imperar o sentimento humano e cristão da fraternidade e da justiça.

Chegou

LIVRO DA FAMÍLIA 2010

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Livraria Padre Reus está oferecendo a edição doLivro da Família/2010. Adquira seu exemplar ou façaseu pedido no endereço abaixo, que teremos a maior

alegria em atendê-lo. Também o Familienkalendar/2010está disponível.

Lembrando: a Livraria Padre Reus é representante dasEdições Loyola para o sul do Brasil.

“Rosário – Orações de Outu-bro”, de autoria do Irmão Édison Hüttner, publicado pela Editora Universitária da PUCRS, apre-senta narrativas, poesias, orações e mística, criadas pelo autor a partir de 2001, enquanto estudava em Roma, na Itália. Entre as ins-pirações, ele conta, estão imagens como a de uma criança correndo com pássaros no gramado de Champ de Mars, em Paris, um dia antes do ataque às torres gêmeas, em NY; a Carta Apostólica Ro-sarium Virginis Mariae (2020); a descoberta dos anjos missioneiros (2006), entre outros fatos. O Papa Bento XVI recebeu a obra de Hüt-tner e enviou-lhe, através de sua assessoria, uma carta manifestando reconhecimento e gratidão pelo livro. A obra encontra-se dispo-nível para consulta na Biblioteca Central da Universidade, no prédio 16 do Campus Central, e pode ser adquirida na Livraria Edipucrs, no prédio 41. Informações fone 3320.3523.

Obra da Edipucrsreverenciadapor Bento XVI

A Paróquia do San-tuário de Nossa Senhora Aparecida, em Ipanema, está promovendo a 53a festa em honra de sua Padroeira e Padroeira do Brasil. Haverá novena, de 3 a 11 de outubro, com Missas diárias, à noite, abordando o tema “Sacerdote, filho de Ma-ria e servidor de Cristo Jesus”.

No dia 12, feriado nacional, após a pro-cissão a pé, a partir das 9h30min, seguir-se-ão Missas de hora em hora. Haverá galeto ao meio-dia, e chá às 16 horas. Depois da Missa das 18h30min, haverá a procissão luminosa, encerrando-se, após, as festividades, com um espetáculo de fogos de artifício.

O pároco, Pe. Túlio Wavginiack, os casais festeiros e a comu-nidade paroquial esperam que, como nos anos anteriores, grande número de fiéis acorra ao Santuário.

O acesso ao local pode ser feito através dos ônibus e lotações Serraria, Ipanema, Juca Batista, Ponta Grossa, Belém Novo e Restinga. Mais informações com os casais Leandro e Magali Steglich (fones 9984-8147 e 8104-6628) e Roberto e Marilia Pilla (fone3248-4704)

Comunidadepreparafestejos

Rosáriona praça

As Congregações Marianas reúnem-se no primeiro sábado de cada mês, às 16 horas, no átrio da Catedral Metropolitana, para rezar o Terço, numa promoção da Fede-ração das Congregações Marianas. A intenção é rezar em desagravo ao Imaculado Coração de Maria e pela conversão dos pecadores.

A devoção denomina-se Rosá-rio na Praça porque anteriormente era rezado na própria Praça da Ma-triz. Informações com Edi Padilla Adegas – fone 3224-9701.

Vacante desde a transferên-cia de Dom Paulo de Conto para a nova diocese de Montenegro, em setembro de 2008, a Dio-cese de Criciúma, sul de Santa Catarina, terá Dom Jacinto Flach (57 anos) como seu novo titular, segundo ato divulgado pelo Vaticano em 16 de setem-bro último. Padre, desde 1988, Dom Jacinto foi ordenado bispo auxiliar de Porto Alegre em cinco de fevereiro de 2004 em sua terra natal, Bom Princípio. Desde então está à frente do Vi-cariato de Guaiba, pertencente à Arquidiocese de Porto Alegre. Assumirá suas novas funções em 13 de novembro próximo.

Foi em 24 de setembro últi-mo, em cerimônia nos Solar dos Câmara, na presença de Dom Dadeus Grings, Arcebispo de Porto Alegre; dep. Ivar Pavan, presidente da Assembléia Le-gislativa do Estado; Pe. Marcelo de Aquino, SJ, diretor 1º vice-presidente da ANEC; e Harlei Antonio Noro, coordenador da ANEC/ RS. O objetivo da ANEC é unir em uma única instituição, os recursos humanos necessários a fim de projetar a Educação Católica no Brasil, em todos os seus níveis e mo-dalidades.

A entidade congrega 407 man-tenedoras associadas de educação, saúde e de assistência social, sendo 80 Instituições de educação superior, 1.400 escolas de ensino fundamental e médio, 1.522.000 alunos e 120.000 professores e funcionários. ANEC – RS con-grega oito instituições de ensino superior, 150 escolas de educação básica, perfazendo um total de 200.00 alunos. Sua sede em Porto Alegre fica na Rua Marechal Floriano, 487, centro de Porto Alegre – antiga sede da AEC/RS. Telefones (51) 3221-3471 e 33251837 – [email protected]

ANEC inaugurafilial em P. Alegre

Dom Jacinto Flach é o novo bispo de Criciúma

Dom Jacinto Flach

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CianMagentaAmareloPreto

Porto Alegre, 1o a 15 de outubro de 2009

Matrimônio duradouro e feliz José Carlos Hansen (83) e Valderez Gallicchio Hansen (76)

celebraram suas Bodas de Ouro Matrimonial no dia 19 de setem-bro de 2009 em bela cerimônia da Igreja das Dores, em Porto Alegre ,na presença de seus filhos, neto, amigos e parentes. José Carlos e Valderez são pais de Eugênio Carlos, casado com Ana Isabel Basso Hansen; José Luiz e Renato; e avós de José Carlos Basso Hansen.

O casamento foi em 17 de setembro de 1959, na Catedral de Passo Fundo, sendo celebrando D. Cláudio Colling. “Nossos filhos nasceram em Porto Alegre porque, logo que casamos, mudamos para Porto Alegre, e sempre pertencemos à Paróquia Nossa Se-nhora das Dores, no centro da capital do Estado”, diz José Carlos, ex-funcionário de companhia de navegação. “Nosso casamento, embora os contratempos normais, foi e é feliz. Penso que para isso contribui especialmente a compreensão e a tolerância mútua, o que talvez falte nos dias de hoje aos novos casais”.

Enquanto a gripe suina não sai do noticiário, as doenças negligenciadas seguem matando sem causar alarde. Geral-mente suas vítimas estão nas classes sociais mais baixas. Só no Brasil, malária, tuberculose, hanseníase, dengue e leishmaniose infectam mais de 650.000 pessoas por ano. No mundo todo morrem 35 mil pessoas todos os dias.

Os números são alarmantes. Enquanto a badalada gripe suína matou algumas centenas de pessoas, doenças como Aids, tuberculose, malária e doença de Chagas, entre outras, matam mais de 12 milhões de pessoas todos os anos. São 35 mil mortes por dia! E se os números são alarmantes, a dife-rença no tratamento do monopólio da imprensa é escandaloso. Enquanto uma não sai dos noticiários, as doenças que assolam a humanidade simplesmente não são noticiadas.

O Brasil comprará da França 36 caças Rafaele, quatro submarinos, 50 helicópteros e tecnologia para construir uma base, um estaleiro e um submarino de propulsão nuclear, por um montante que pode chegar a R$ 37 bilhões e que deve-rão ser pagos em 20 anos. O Brasil tem tradição pacifista, onde estariam potenciais inimigos? Outra questão é a da prioridade que se dá a esses gatos militares em momento de crise, e, assim, se colocam em segundo lugar a questão da fome, do saneamento básico escasso no país e responsável por tantas doenças e mortes, e a da saúde com as longas filas para atendimento e faltas de remédio para uma população pobre e desassistida. Esse dinheiro do povo não poderia ter outra destinação?

O número de pessoas que passam fome pode aumentar em mais de 90 milhões neste ano, segundo “Relatório de Metas de Desenvolvimento do Milênio” apresentado em Genebra pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon. O aumento representa 6% do número de famintos registrados atualmente, o que representa um retrocesso de 20 anos de melhora nas condições de vida e declínio da pobreza: os países ricos diminuíram as ajudas internacionais.

A falta de recursos também aumentará as doenças e a agitação social especialmente no hemisfério sul.

Diante desse quadro, lembramos as palavras do Mestre: “Vinde, benditos de meu Pai, porque eu tive fome e vós me destes de comer” (Mateus 25,33-35).

Gripe suína e outras doenças

Brasil compra aviões militares

Efeitos da crise global: 90 milhões caem para pobreza extrema

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JORNAL DO MUTIRÃOINFORMATIVO DO MUTIRÃO DE COMUNICAÇÃO AMÉRICA LATINA E CARIBE - PORTO ALEGRE - RS - BRASIL

Mutirão retoma a caminhadaDepois de ter sido adiado, atendendo a um pedido dos órgãos de saúde pública, o Mutirão retoma sua caminhada. As equipes que trabalham

na organização, as entidades participantes, as Dioceses, as pas-torais e todos aqueles que somam nesta tarefa, estão ainda

mais empenhados para transformar o MUTIRÃO DA COMUNICAÇÃO num grande evento de acolhida,

de debates e de construção de um sociedade mais justa, humana e igualitária. A nova data, de 03 a 07 de fevereiro de 2010, está possibilitando que mais pessoas parti-cipem, a fim de que sejam ampliadas as dis-cussões que antecedem o evento e que mais países se somem a esta caminhada. A programação anterior está mantida e ou-tras atividades estão sendo agregadas. Serão quatro dias de muitas discussões, trocas de experiências, socialização de conhecimento,

atividades artísticas, acadêmicas e contri-buições.

O MUTIRÃO é um evento para produzir, coleti-vamente, novas propostas conceituais, novas me-

todologias e estratégias, em busca de uma comuni-cação alicerçada na cultura solidária. Para isso, está

convidando a todos e a todas a formarem uma corrente animada, forte, propositiva, com objetivo de refletir e par-

tilhar as experiências e expectativas em relação à comunicação que queremos construir. (Página 03)

Salão de Arte Sacra ContemporâneaDurante o Mutirão de Comunicação, acon-tecerá o Salão de Arte Sacra Con-temporâ-nea, organizado pela CNBB. As inscrições estarão abertas de 01 a 27 de novembro de 2009. Podem participar artistas de qual-quer idade, da América Latina e Caribe, que já tenham participado de pelo me-nos três eventos de arte, inclusive outros Salões, com a temática sacra. A seleção das obras será feita de 01 a 04 de dezem-bro. Os selecionados deverão entregar as mesmas entre os dias 20 e 22 de janeiro de 2010. (Página 02)

Integrado ao Mutirão de Comunicação, dias 02 e 03 de fevereiro, estará acontecendo o Encontro de Jo-vens por uma Cultura Solidária. A atividade tem como objetivo apro-fundar a cultura solidária, a partir da realidade dos desafios dos jovens latino-americanos e caribe-nhos. Além dos encontros e debates sobre o tema, o Encontro promove-rá visitas com especialistas a espa-ços onde estejam sendo realizados trabalhos a partir da cultura da solidariedade. (Página 04).

ENCONTRO DE JOVENS

Editorial destaca importância de todos participarem da construção do

Mutirão (Página 02 )

Programação terá atividades acadêmicas, culturais e populares

(Página 03 )

Em diversas partes do país, pessoas e movimentos debatem o evento

(Página 04 )

Setembro de 2009

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EDITORIAL

Informativo do Mutirão de Comunicação América Latina e Caribe 03 a 07 de fevereiro de 2010 - PUCRS - POA- BRASIL

Secretaria: Av. Cristóvão Colombo, 149 - CEP 90.560-003 - Porto Alegre - RS - Brasil Fone + 55 51 3391.2434 [email protected] - muticom.org

Presidente: Dom Dadeus Grings, Arcebispo de Porto Alegre - Coordenador-Geral: Pe. Marcelino Sivinski (RS/Brasil)Coordenador de Comunicação: Pe. Attílio Hartnamnn (RS/Brasil) - Promoção: CNBB, OCLACC, CELAM - Apoio: OCIC, RCR ,

UCBC, ALER, FELAFACS, PCCS, PUCRS, RIIAL, SIGNIS, UCIP, UNISINOS e WACC/AL.Jornalistas Responsáveis: Nara Soter Roxo (MTb 4.436) e Daiane Bristot - Diagramação: Nara Soter Roxo

Tiragem: 15 mil exemplares - Impressão: Jornal Gazeta do Sul

Agora, a grande festa é em fevereiroAtendendo aos apelos das autoridades responsáveis pela saúde pública, frente às ameaças da gripe A, adiamos a realização do Mutirão de Comunicação da América Latina e Caribe para 03 a 07 de fevereiro de 2010. Não foi uma decisão fácil. Mas o adiamento do Mutirão foi salutar. Agora, temos mais tempo para prepará-lo e divulgá-lo melhor. Certamente, aumentará o número de inscritos e teremos mais representantes dos 37 países da América Latina e do Caribe. Logo, mais gente na festa em homenagem à vida e na confraternização dos povos e culturas que habitam nestas terras que nos é dado viver.Muitos países e dioceses do Brasil realizam encontros em preparação do evento, reunindo bispos, presbíteros, professores, estudantes, comunicadores e agentes de pastoral. Portanto, durante mais tempo e por mais pessoas o tema do Mutirão está sendo estudado, refletido e assumido.Nós, da equipe de coordenação, esperamos a participação de todos que acreditam na importância da comunicação na geração de uma sociedade, alimentada pela cultura solidária, gostosa de se viver e firmada no compromisso com a paz.Temos o compromisso de valorizar o evento, divulgá-lo, motivar as pessoas para que nele participem, prestigiem o acontecimento latino-americano, marcando presença, envolvendo-se no seu espírito e estudando a temática proposta. O evento marcará os rumos da comunicação, com a participação direta de pesquisadores e agentes de pastoral no projeto de uma evangelização em meio aos grandes anseios da sociedade que aspira por mais justiça, mais liberdade, mais solidariedade e pão com fartura na mesa de todos.Nos dias 02 e 03 de fevereiro, para aprofundar a cultura solidária a partir da situação e desafios dos jovens na América Latina e no Caribe, acontecerá o encontro de jovens, assessorado por especialistas e com visitas para conhecer experiências concretas, nas periferias e nas favelas, na perspectiva da comunicação geradora da vida e da organização popular solidária. Participar do Mutirão é uma questão de honra e uma ajuda na resposta ao enorme desafio: colocar a comunicação a serviço da vida, do evangelho e da dignidade e da liberdade das pessoas.

ENCONTRO DAS TVs CATÓLI-CAS - Durante o Mutirão, as TVs católicas terão espaço para deba-terem propostas para sua grade de programação. Entre os objetivos da atividade, está o de ouvir sugestões, avaliações e críticas em relação ao assunto e poder, a partir daí, definir encaminhamentos.

FILMES - Está garantida a pre-miação de filmes, através da Mostra de Cinema. O evento estará exib-indo filmes premiados no Brasil e América Latina. As projeções serão na própria PUC e em salas em Porto Alegre.

REFORMULADO - O Site do

Mutirão foi todo reformulado. Uti-lizando ferramentas como Twitter e outras, a página tem como proposta proporcionar maior interatividade com todos que a acessarem. Há espaço para comentários, links para outros espaços, além de todas as informações relacionadas ao evento e inscrições. Acesse a página www.mutirao.org e participe.

Uma importante estruturas de comunicação está sendo montada para o Mutirão. A participação de dezenas de rádios, TVs e jornais, além dos profissionais free-lancers que estarão cobrindo e participando do evento, exigem uma estrutura que atenda a demanda. Pensando nisso, já foi estabelecida uma parceria entre a organização do evento,a Rede Vida e a

Rádio São Francisco, para montagem de dois estúdios, salas para redação e internet no local do Mutirão. Os espaços terão os equipamentos necessário para atender aos profissionais de diferentes mídias. Poderão ser feitas e retransmitidas entrevistas, boletins e até o evento ao vivo para o Brasil e demais países da América Latina.Além da parte de áudio e vídeo, também está sendo pensada uma estrutura com computadores e impressoras que estarão disponíveis para jornalistas e pessoas que estiverem fazendo a cobertura do Mutirão. O sinal de televisão e rádio estarão no ar dez horas diárias, exceto quando houver programação noturna aprovada. Assim, mesmo quem está longe e não pode comparecer, poderá ter um pouco, de tudo o que representa o Mutirão.

Estrutura de comunicação pensadapara ampliar a participação

Produções Acadêmicas ainda podem ser inscritas

Entre os objetivos do Mutirão está a de incentivar a produção acadêmica a respeito do tema da comunicação e a cultura solidária, envolvendo professores e estudantes de universidades, escolas de comunicação e outras instituições ligadas à area. Com a transferência do evento para fevereiro, a organização do Mutirão decidiu prorrogar o prazo para envio destas produções. Ainda podem ser enviados artigos teóricos, pesquisas empíricas, relatos de experiências, e outros trabalhos, à Comissão Acadêmica do Mutirão. Esta Comissão analisará os trabalhos e, se estiverem de acordo com os critérios preliminares, enviará os mesmos para um parecerista que analisará o valor acadêmico e relevância social. Os trabalhos es-colhidos farão parte dos “Anais das Produções Científicas” do Mutirão.

COMUNICANDO

O Salão de Arte Sacra Contemporâ-nea, organizado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em 2010 acontecerá durante o Mutirão de Comunicação América Latina e Caribe, entre os dias 03 e 07 de fevereiro. Poderão se inscrever para o Salão artistas nacionais, da América Latina e Caribe, de qualquer idade, que tenham participado, no mínimo, de três (03) exposições coletivas, incluindo outros Salões. A temática das obras será a sacra, nas modalidades ou técnicas artísticas no campo das artes visuais, inéditos, executados a partir de 2008. As inscrições vão de 01 a 27 de novembro e devem ser feitas na secretaria do Mutirão (av. Cristóvão Colombo, 149, Porto Alegre). A seleção das obras que estarão no evento será feita de 01 a 04 de dezembro. Os selecionados deverão entregar as mesmas entre 20 e 22 de janeiro de 2010. O Júri de Premiação será formado por três pessoas de competência reconhecida no campo das Artes Visuais e premiará nove artistas. O prêmio Aquisição será dado a três obras, no valor de R$ 3.000,00 cada e a obra passará a fazer parte do acervo da CNBB. O Prêmio Incentivo será destinado a outras seis obras, no valor de R$ 1.000,00 cada. Os premiados serão conhecidos na abertura da Exposição. Maiores informações e todo o regulamento do Salão podem ser obtidos no site www.muticom.org.

Salão de Arte Sacra será durante o evento

02

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O Mutirão de Comunicação América Latina e Caribe, transferido para 02 a 07 de fevereiro de 2010, em função das ameaças da Gripe A, vai reunir, em Porto Alegre, na PUCRS, mais de três mil profissionais da comunicação e, aproximadamente, 60 mil agentes de pastoral, vindos de todo o Continente.

O que é o Mutirão? O Mutirão é um esforço conjunto, busca

partilhada, trabalho comunitário e obra realizada por muitas mãos. Este é o espírito que impregna a realização do Mutirão de Comunicação da América Latina e Caribe. O evento pretende oferecer uma metodologia para o presente e o futuro das relações entre a mídia e a sociedade, com olhar nos seus mais diversos segmentos, entre eles, os fiéis e os dirigentes das suas igrejas.

Qual é o objetivo do Mutirão?O principal objetivo é aproximar corações,

socializar sonhos e experienciar um novo jeito de fazer comunicação, promovendo espaços de diálogo sobre os processos de comunicação, à luz da cultura solidária, para se viver a comunhão e celebrar a paz.

Mutirão deixará marcasO evento marcará os rumos da comunicação da

Igreja. Para isso conta com a participação direta de pesquisadores e agentes de pastoral no projeto de uma evangelização em resposta aos grandes anseios da sociedade que aspira por mais justiça, mais liberdade, mais paz, mais solidariedade e pão com fartura na mesa de todos.

O adiamento foi salutarO adiamento do Mutirão foi providencial. Temos

mais tempo para prepará-lo e divulgá-lo. Aumentará o número de inscritos. Qualificaremos os serviços. Os assessores e conferencistas reconfirmaram suas presenças. Muitos países e Dioceses realizam encontros em preparação ao evento em Porto Alegre. Durante mais tempo e por mais pessoas o tema do Mutirão está sendo estudado, refletido e assumido

A rica programação do MutirãoAlém das conferências e seminários, envolvendo

mais de 40 profissionais, acontecerão celebrações alegres e inculturadas, tendas das pastorais e exposição das novas tecnologias, exposição de arte sacra, exposição de artistas contemporâneos, debates em torno das produções acadêmicas, oficinas e diálogo de práticas, exibição de filmes premiados, apresentações artísticas e culturais e shows com artistas famosos.

Compromisso de toda a IgrejaA Igreja no Brasil e no RS, com seus agentes

de pastorais, tem o compromisso de valorizar o evento, divulgá-lo, motivar as pessoas para que nele participem e prestigiem o acontecimento eclesial, marcando presença, envolvendo-se no seu espírito, celebrando a fé na Páscoa de Cristo e estudando a temática proposta. Participar do Mutirão é uma questão de honra e uma ajuda na construção da resposta ao enorme desafio pastoral: colocar a comunicação a serviço da vida e da dignidade e da liberdade das pessoas.

Faz parte da hospitalidade gaúcha e brasileira dos agentes de pastoral, dos presbíteros, de diáconos permanentes, das comunidades e paróquias tomarem

parte no Mutirão para acolher pessoas de todo o Continente, partilhar com elas experiências de fé e de missão e contribuir para a construção da convivência fraterna e solidária com irmãos e as irmãs que vivem e fazem história na América Latina e Caribe.

Os sujeitos do MutirãoAs Congregações, os movimentos leigos,

as pastorais, as paróquias e as Dioceses, como instituições a serviço da evangelização e da cultura solidária, não podem passar ao lado da comunicação com os seus desafios nessa nova época que desponta. Talvez ainda não se tenha acordado para o gigantesco mundo das novas tecnologias e não se tem investido na reflexão crítica e na preparação de pessoal para a compreensão do que se passa nos bastidores dos novos areópagos com a sua complexa, ampla e “misteriosa” proble-mática para a inculturação do evangelho. Estamos na maior e mais profunda revolução que até hoje se viveu na humanidade. O Mutirão vem em boa hora e nos leva ao encontro do processo que está mudando conceitos, metodologias, teologias, espiritualidades, concepções filosóficas etc.

Inculturação da liturgia Os participantes do Mutirão nas celebrações,

longamente preparadas e numa dimensão ecumênica, terão momentos especiais para experimentarem a inculturação da liturgia a partir das culturas presentes na América Latina e no Caribe. Pela manhã e à noite, acontecerão celebrações, com símbolos e gestos sintonizados com a vida do povo que busca a libertação, construindo a solidariedade e anunciando a paz.

Encontro de jovens comunicadoresNos dias 02 e 03 de fevereiro, para aprofundar a

cultura solidária a partir da situação e desafios dos jovens na América Latina e no Caribe, acontecerá o encontro de jovens, assessorado por especialistas e com visitas orientadas para conhecer experiências concretas, nas periferias e nas favelas, na perspectiva da comunicação geradora da vida e da organização popular.

Apresentações artísticas populares Nas tardes, de 04 a 07 de fevereiro, quarenta

e oito grupos inscritos brindarão os visitantes com danças, encenações, teatro, corais, música folclórica e erudita. Tardes para conhecer a cultura do Continente e confraternizar com os irmãos e as irmãs que vivem e fazem história nestas terras.

Programação acadêmica eletrônicaUma atividade acadêmica educativa que será

desenvolvida, nas tardes, de 04 a 06 de fevereiro, com a finalidade de promover e concretizar os objetivos do Mutirão através da produção de trabalhos realizados por professores e estudantes de universi-dades, escolas de comunicação e outras instituições ligadas a essa área.

Exibição de filmes premiadosSerão exibidos mais de 40 filmes na ótica da

cultura solidária e da promoção da dignidade humana. Obras de arte que expressam sonhos e esperanças de que uma nova sociedade é possível com a nossa participação e com a mobilização das comunidades.

Oficinas e diálogo de práticasEspaços concorridos e destinados à pessoas

dispostas a dialogar sobre suas práticas e aprender com a experiência dos outros. Importantes temas serão tratados, como: rádios comunitárias, comuni-cação e liturgia, comunicação na catequese, os jovens e a mídia, a mídia e a vida das comunidades, ecologia e justiça social, Bíblia e ecologia, presidência das celebrações, Pascom nas dioceses, homília e comunicação da Palavra, etc.

As TVs católicas e as comunidadesAs televisões católicas organizam um momento

importante para a história e a programação das suas grades, nas tardes de 04 a 06 de fevereiro. Um diálogo com as comunidades para ouvir sugestões, críticas e avaliar a qualidade e o alcance dos seus programas. É tempo de diálogo, busca de caminhos e esforço para construir o melhor para a evangeli-zação na perspectiva da cultura solidária.

Caravanas para Porto AlegreNos moldes do que aconteceu no Fórum da Igreja

no RS, paróquias, comunidades, grupos de jovens, movimentos e pastorais estão se organizando para passar, ao menos, um dia, em Porto Alegre, durante a realização do Mutirão para participar de oficinas, apreciar as apresentações artísticas, assistir alguns dos 40 filmes premiados que serão exibidos, ver a exposição de arte sacra e dos artistas contemporâneos, visitar as tendas e conhecer as novas tecnologias utilizadas pelas rádios, TVs e internet.

Caravanas são esperadas. As cidades e as comunidades se articulam para participar da ampla programação. Estados brasileiros e diversos países confirmaram presença. Prefeituras, universidades, colégios, paróquias e dioceses ajudam no fretamento de ônibus e financiam a participação dos interessados no Mutirão.

Visite o site e participeVisite o site do Mutirão, acompanhe os pre-

parativos, faça sua inscrição e participe deste grande momento de discussão, troca de experiência e de construção de uma cultura de paz e de solidariedade.

03

ESPECIAL

Um mutirão de comunicação e de solidariedade

O Mutirão de Comunicação América Latina e Caribe tem o apoio da Lei Rouanet

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04

A CNBB – Regional Sul 3 realizou, nos dias 24 e 25 de agosto de 2009, o segundo encontro anual dos Organismos. Reunidos em Porto Alegre, os bispos das 18 dioceses do Regional, coordenadores diocesanos de pastoral, coordenadores da Pastoral da Comunicação e dos diversos organismos da CNBB debateram a temática “Comunicação e Igreja: um desafio permanente”.Imbuídos do espírito do Mutirão de Comunicação América Latina e Caribe, que será realizado entre os dias 03 e 07 de fevereiro de 2010, os organismos da CNBB – Regional Sul 3 aproveitaram o momento para refletir e dialogar sobre a importância do fortalecimento da chama que se manifesta no desejo de articular a Pastoral da Comunicação nas dioceses do regional. Uma articulação com vistas à animação dos trabalhos já desenvolvidos, fomento de novas lideranças e ações comunicacionais onde os agentes ainda não estão organizados.

O MUTIRÃO NA PAUTA

InspiraçãoDesejosos de que o Mutirão de Comunicação seja inspiração para concretizar essa articulação, a CNBB – Regional Sul 3 contou com a assessoria do comunicador paranaense Elson Faxina, membro da equipe acadêmica do Mutirão. No primeiro dia do encontro Faxina destacou que a Pastoral da Comunicação (PASCOM) deve ser um serviço que colabora com a dinamização de cada espaço na Igreja, sendo assim, um elo que se coloca a serviço de quem faz a comunicação, contribuindo com a mobilização social. Além disso, falou da importância de percebermos a riqueza que existe em cada ação realizada nas dioceses. “Há riqueza em todas as dioceses, precisamos saber beber da fonte que é a partilha, aprendendo uns com os outros. A melhor forma de comunicação é partilhar e aprender com os outros”, enfatiza Faxina.Já o Secretário Executivo da

Regional, Pe. Tarcísio Rech, destacou que “para o Regional Sul 3, o Mutirão terá atingido seu objetivo quando, em todas as 18 dioceses do Estado, pudermos vivenciar uma PASCOM em pleno desenvolvimento”, enfatizou.

Redes de correspondentesPara finalizar, convidou os presentes à reflexão sobre a importância de se constituir redes de correspondentes que promovam e partilhem as informações nas paróquias e dioceses, ampliando assim esse elo que comunica e evangeliza. O encontro, que aconteceu na Casa de Retiros Vila Betânia, contou ainda, com encaminhamentos relacionados às prioridades do Regional: “Conversão Pastoral para a Missão: Cuidado com a Vida, Formação e Juventude”.

Comunicação e Igreja: um desafio permanente

Mutirão integrou os debates durante o encontro dos Organismos

Encontro de Jovens por uma Cultura Solidária

Com o objetivo de aprofundar a cultura solidária, a partir da realida-de dos desafios dos jovens latino-americanos e caribenhos, será rea-lizado, nos dias 02 e 03 de fevereiro o Encontro de Jovens por uma Cultura Solidária.

Assessorado por especialistas em experiências concretas de uma comunicação geradora de vida, o encontro visa oportunizar um espa-ço, um movimento que promova o aprofundamento de temas de inte-resses juvenis, a partilha de expe-riências e a construção coletiva de uma mística e vivência solidárias.

Elemento fundamentalO Encontro de Jovens, no con-

texto do Mutirão de Comunicação América Latina e Caribe, quer ser uma atitude de promoção de uma comunicação solidária a serviço da sociedade. Para isso, os jovens são elemento fundamental para o desenvolvimento de estratégias de trabalho com os próprios jovens deste continente. Além disso, pro-põe a ampliação das fronteiras ins-titucionais, facilitando a atuação de novas lideranças nas mais diversas insti-tuições de juventude.

ProgramaçãoA programação contará com um

painel que discutirá a temática central do encontro “Cultura Solidária”, além de propor rodas de conversa, oficinas, seminários, momentos culturais e visitas às mais diversas realidades concretas de comunicação e cultura solidária.

JUVENTUDE