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PÁGINA 2 CIÊNCIA E VIDA ALBERTO ELLOBO Museu do futuro Baixada ganha espaço para o conhecimento científico. Local conta com exposições e planetário. Antiga igreja católica será demolida PÁGINA 4 JORNAL POPULAR DO BRASIL | 14ª EDIÇÃO | ANO 2 | JULHO DE 2010 R$ 0,50 PÁGINA 9 DESCASO Ossadas espalhadas em cemitério de Nilópolis PÁGINA 10 JAPERI Parcerias com o governo federal PÁGINAS 6 e 7 Mudança de prefeito atrapalha moradores em Caxias CARANDIRU ALBERTO ELLOBO Lixão em rodoviária de Meriti Ex-aluna vai processar faculdade Hospital vira boca-de-fumo Imóvel onde funcionou casa de saúde, no Centro de Nilópolis, está destruído, tomado por lixo e focos de doença e foi invadido por traficantes. Moradores sofrem com assaltos e vivem com medo. PÁGINA 3 Em 2008, Washington Reis decidiu comprar conjunto residencial para doar a propriedade às famílias. Mas o pagamento, no valor de R$ 4 milhões, foi feito no final do mandato. Ao ocupar o cargo, Zito sustou cheque, alegando ilegalidade. PÁGINA 5 PÁGINA 8

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Page 1: Hospital vira boca-de-fumo · JORNAL POPULAR DO BRASIL ... “A Santa Inês era muito boa, mas faliu há ... nO novo transmissor, agora com duas antenas para mel -

JULHO DE 2010 | 1

PÁGINA 2

CIÊNCIA E VIDA

ALB

ERTO

ELL

OBOMuseu

do futuroBaixada ganha espaço para o conhecimento

científico. Local conta

com exposiçõese planetário.

Antiga

igreja católica

será demolida

PÁGINA 4

JORNAL POPULAR DO BRASIL | 14ª EDIÇÃO | ANO 2 | JULHO DE 2010 R$ 0,50

PÁGINA 9

DESCASO

Ossadas espalhadas

em cemitério de Nilópolis

PÁGINA 10

JAPERI

Parcerias com o

governo federal

PÁGINAS 6 e 7

Mudança de prefeito atrapalha moradores em Caxias

CARANDIRU

ALBERTO ELLOBO

Lixão em rodoviária de Meriti

Ex-alunavai processar

faculdade

Hospital vira boca-de-fumoImóvel onde funcionou casa de saúde, no

Centro de Nilópolis, está destruído, tomado por lixo e focos de doença e foi invadido por traficantes. Moradores sofrem com assaltos e vivem com medo. PÁGINA 3

Em 2008, Washington Reis decidiu comprar conjunto residencial para doar a propriedade às famílias. Mas o pagamento, no valor de R$ 4 milhões, foi feito no final do mandato. Ao ocupar o cargo, Zito sustou cheque, alegando ilegalidade.

PÁGINA 5

PÁGINA 8

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Colunas e artigos assinados,de responsabilidade de seus autores, não

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Do Brasil

Casa de Saúde vira “Casa do Horror”

em Nilópolisn “Realidade cruel”. A frase, escrita em forma de pichação na fachada, resume a situação do prédio de três pavimentos onde funcionou a Casa de Saúde Santa Inês, na Rua Se-nador Fernando Mendes, no Centro de Nilópolis. Cerca de três anos após o fechamento do hospital, que era particu-lar, o local se transformou no retrato do completo abando-no e do caos.

Um cenário de ruínas e vá-rios outros problemas contras-ta com o passado recente da unidade de saúde que, duran-te anos, atendeu a população de Nilópolis. Nos três anda-res que, até pouco tempo, acolheram um número incon-tável de pacientes, o que exis-te não lembra nem de longe a Santa Inês. A destruição está por toda parte, lixo de diversas espécies se espalha pelo espaço antes ocupado

por consultórios, enfermarias, laboratórios e outros setores. E, o que é pior, os riscos de causar uma doença em quem vive na região, como a den-gue, são cada vez maiores.

O estado caótico e assus-tador em que se encontra o imóvel já seria o suficiente para deixar os moradores da rua preocupados, mas ainda há algo bastante grave. Pi-chações como “Traficantes da Chatuba”, colocada em uma área isolada no último andar, e a grande quantidade de copos plásticos espalhados são um indício de que vem ocorrendo venda e consumo de drogas, principalmente de crack, no local. No pátio, não é nada diferente: outro gran-de volume de lixo se mistura ao mato que não para de cres-cer. No mesmo terreno, duas casas também sofrem com o abandono e o caos que tomou conta do antigo hospital.

Entre os moradores que

conheceram a casa de saú-de e que hoje são obrigados a conviver com esse triste cenário, o sentimento é de lamentação e medo por cau-sa da violência que passou a cercá-los: “A Santa Inês era muito boa, mas faliu há três anos e saquearam tudo. A prefeitura chegou a fechar uma entrada com tijolos, mas não adiantou nada. O local é constantemente invadido. De dia e à noite, entram para consumir drogas. E, na rua, estão acontecendo muitos assaltos.”, contou a dona de casa Eleonora Rocha.

O JORNAL POPULAR entrou em contato com a prefeitura de Nilópolis, para saber se a administração do município tem conhecimen-to dos problemas existentes no local e pretende tomar alguma medida. No entan-to, não recebemos qualquer resposta até o fechamento desta edição.

n A ciência tem agora a sua casa na Baixada Fluminense. Foi inaugurado, no dia 1º de julho, o Museu Ciência e Vida, em Duque de Caxias. Iniciativa do governo do estado, ele foi er-guido no local onde funcionou o antigo Fórum da cidade, no bairro 25 de Agosto.

Idealizado pelo deputado fe-deral e ex-secretário de estado Alexandre Cardoso (PSB), o museu possui um grande espa-ço para exposições e um plane-tário, batizado com o nome do astronauta brasileiro Marcos Pontes, que compareceu à ce-rimônia de inauguração. Além dele, estiveram presentes auto-ridades, personalidades do mu-

nicípio e a população em geral. Na segunda fase de funciona-mento, o local terá ainda um moderno auditório e um Espa-ço de Convivência com livraria, cybercafé e lojas.

Na abertura do Museu Ciên-cia e Vida, os visitantes pude-ram acompanhar a exposição “Vias do Coração”, parceria com a Fundação Oswaldo Cruz e o grupo Sanofi-Aventis. Ela, que conta com vídeos em 3D, poderá ser vista até 31 de julho. O corpo humano, a energia e o meio ambiente serão os temas das próximas exposições.

“Esse museu vai despertar nos moradores da Baixada o interesse pelas ciências exatas,

Um Museu para a Ciência e a Vida

O município de Queimados ganhou seu Centro Vocacional Tecnológico. Voltado para o ensino profissionalizante na área da Construção Civil, o CVT, projeto do governo do estado desenvolvido pela Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec), foi inaugurado no 1º de julho e fica na Rua dos Topógrafos, no bairro Campo da Banha. O CVT de Queimados vai oferecer mais de 800 vagas por ano, distribuídas por sete cursos: encanador/bombeiro hidráulico (180), apontador de obras (90), carpinteiro de formas (90), pintor (90), ladrilheiro (90), eletricista predial (135) e pedreiro (135). Instalada em uma área de quase mil metros quadrados, a unidade conta com laboratórios para as aulas práticas e auditórios.

CVT emQueimados

n Marcos Pontes e Alexandre Cardoso no momento da inauguração

Esse local passou a ser usado para venda e consumo de drogasn

Os sinais de destruição, abandono e risco estão por toda parten

Glauco Rangel - [email protected]

FOTOS: ALBERTO ELLOBO

pela biologia, astronomia e pela física. Isso será fundamental para o crescimento das pesso-as.”, destacou o secretário es-tadual de Ciência e Tecnologia, Luiz Edmundo Costa Leite. “Ele vai ajudar todos os estu-dantes da Baixada em suas pes-quisas.”, concluiu a estudante Jéssica de Oliveira.

O Museu Ciência e Vida fica na Praça Governador Roberto Silveira e funciona de terça a domingo, das 10h às 17h. Os ingressos custam R$ 4. Meia entrada, R$ 2. Mais informações pelo tele-fone 2671-7797. Site: www.museucienciaevida.com.br .

ALBERTO ELLOBO

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(*)Esta coluna, em sua maioria, é um resumo mensal do conteúdo postado no Blog Alberto Marques. Estes e outros artigos podem ser acompanhados diariamente, acessando o link http://albertomarques.blogspot.com

FEUDUC: UMA NOVA CAPITANIA HEREDITÁRIAn A ideia da criação de uma Universidade em Duque de Caxias surgiu na campanha para as eleições municipais de 1966, vencidas pelo Dr. Mo-acyr do Carmo, que desafiou o poder da então Arena. Des-de a sua posse como prefeito, em 31 de janeiro de 1967, um grupo de amigos ou integran-tes do seu governo, como o vice-prefeito Ruyter Poubel, o radialista Zoelzer Poubel, o médico. Ricardo Augusto Vianna, o então deputado Silvério do Espírito Santo, e o empresário e presidente do Sindicato do Comércio Varejista do município, João Figueiredo, vinha discutindo a forma como seria criada a tal Universidade. Diante da possibilidade de que o proje-to fosse desvirtuado na troca de comando da Prefeitura, foi afastada a possibilidade de o Município criá-la, optando-se por uma Fundação de Direito Privado. Da ata de fundação, participaram 37 pessoas, que se tornaram mantenedoras perpétuas da nova institu-ição, inclusive repassando aos seus herdeiros o título e os poderes de um fundador.

Assim, desde a criação em 1968, são esses funda-dores que elegem a direção da FEUDUC e deveriam su-pervisionar e fiscalizar o seu funcionamento. Ao longo dos anos, alguns deles se desin-teressaram pelo futuro da FEUDUC, que, por isso mes-

mo, deixou de ser a Funda-ção Universitária de Duque de Caxias para se tornar ape-nas um feudo, ou uma capi-tania hereditária. Por isso, desde 2003 a instituição não presta contas ao Ministério Público Estadual, como está na Lei sobre Fundações, bem como afunda numa crise econômica e administrativa que já resultou na demissão de dezenas de professores, alguns com mais de 20 anos de dedicação à Educação e à própria FEUDUC.

No caso do atual presi-dente, o advogado Marcos Boechat, que não consta da ata de fundação, ele chegou a esse posto porque se ca-sou com a viúva do saudoso Moacyr do Carmo. Como ela herdou do marido o tí-tulo de fundadora, passou esses poderes para o atual esposo. Assim, em plena República Federativa, o Brasil convive com uma Capitania Hereditária im-plantada em São Bento, no Segundo Distrito de Caxias, e que acaba de ser denun-ciada à Justiça por cobrar de uma ex-aluna uma dív-ida, representada por uma Nota Promissória, já qui-tada perante os advogados da própria FEUDUC, como reconheceu a professora Maria de Fátima Boechat, esposa do presidente, diante da equipe de reportagem do JORNAL POPULAR.

TIRA-GOSTO

n Sérgio Cabral (PMDB)comandou um verdadeiro arrastão na Feira de Caxias, no domingo (11/07), aonde

chegou acompanhado da deputada federal Andréia Zito e do prefeito Zito, pres-idente regional do PSDB.

n O governador não poup-ou promessas, como é do seu estilo. “Temos de diz-er ao povo de Caxias que queremos fazer mais. E nós temos aqui uma parce-ria com a prefeitura, com o prefeito Zito, e vamos fazer mais.”n Cabral não perdeu opor-tunidade para fazer cam-panha de Dilma Rousseff. Ele disse que trazia um ab-raço da candidata do PT à população caxiense.n Zito reafirmou que não fará campanha para o can-didato da coligação PV/PSDB, Fernando Gabeira. Para o prefeito, Gabeira continua “sem cheiro de povo”.

n A Rádio Popular, antiga Difusora de Duque de Caxias, está de malas prontas. Ela vai transferir o transmissor e a antena, que desde 1964 ocupam uma área vizinha ao Instituto de Educação Gov-ernador Roberto Silveira, no bairro 25 de Agosto.

n O novo transmissor, agora com duas antenas para mel-horar o sinal que chega à casa do ouvinte, será insta-lado ao lado do Parque Vila Nova, ocupando a área que hoje abriga uma lagoa de es-gotos no acesso à Linha Ver-melha, na entrada de Duque

de Caxias. Essa lagoa é uma herança do governo Ga-rotinho, que enterrou mais de R$ 40 milhões no proje-to de urbanização da antiga Favela do Lixão, que con-tinua inacabado, para de-sespero de quem mora nos barracos remanescentes.

n Faltam menos de 30 dias para ir ao chão a primeira Igreja Matriz de Caxias, inau-gurada em 1939 na Rua José de Alvarenga. A Diocese nada revelou sobre os culpados pela insolvência do Colégio São Francisco de Assis, que ocupava o prédio da antiga Matriz, nem o valor da transa-ção. No dia 16/07, uma missa no local marcou a despedida da construção histórica.

NA BRONCA COM A PREFEITURA DE MERITI

Vazadouro de lixo na rodoviária

Fedor perto do Poder

n Uma lixeira toma conta da linha férrea, na entrada do Terminal Rodoviário de Éden. É muito lixo, incluindo até sofá velho e caixa d´água. A situação é insuportá-vel. Venho à rodoviária todos os dias e sinto o mau cheiro dentro do ônibus. A prefei-tura precisa tomar uma providência urgente. Estamos abandonados. – Fabiano Lúcio Souza Santos, Vila Norma, São João de Meriti.

Banho nos pedestres

n Os moradores da Rua Itacuruçá não aguen-tam mais o descaso da CEDAE. O esgoto a céu aberto fica atrás da prefeitura de Nova Iguaçu e em frente à Defesa Civil. O cheiro é insupor-tável. Às vezes, fico com pena ao ver idosos e crianças tomando banho de esgoto, quando passa um motorista mais apressado. Há mais de quinze dias, estamos tentando contato com a empresa e ninguém vem resolver esse problema. Chamamos até a Companhia de Desenvolvimento de Nova Iguaçu (CODENI), mas fomos informados que o caminhão estava quebrado. Isso é uma vergonha! - Flávia Amorim, Centro, Nova Iguaçu

n Na Rua José Antônio Nova, onde moro, um cano estourou e a água jorra sem parar, alagando a rua e inva-dindo as calçadas. Vários pe-destres já ficaram molhados. O problema existe há quase quatro meses e também pre-judica o comércio. Nós, mo-radores, colocamos madeiras, galhos de árvores e até uma

escada no buraco onde ocor-re o vazamento, mas não está adiantando nada. Funcioná-rios da prefeitura e da Cedae já estiveram no local, mas não tomaram nenhuma pro-vidência. Um órgão diz que o problema é do outro. Está uma bagunça. – Aristolino José Agostinho, Éden, São João de Meriti.

Prefeitura destrói lixeira

nA prefeitura de Duque de Caxias vem fazendo um tra-balho de revitalização do Centro do município. E foi ela que também instalou lixeiras de alumínio em toda a cida-de. Agora, na Praça do Pacificador, próximo a uma ótica, uma dessas lixeiras foi destruída por caminhões, no mo-mento de descarregar areia para a obra. Com tanta areia despejada em cima, o coletor de lixo ficou destroçado, como se vê na foto. É a prefeitura derrotando a si mesma. – Pedro Barroso, Centro, Duque de Caxias.

MARCOS MiCHAEL / DivULgAçãO

ALBERTO ELLOBO

FOTOS: ALBERTO ELLOBO

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Ex-prefeito de Caxias compra “Carandiru” no “apagar dos luzes” e Zito não paga

Após invasão, o desejo de comprar

Glauco Rangel - [email protected]

Antes de deixar o cargo, no início de 2009, o en-tão prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis (PMDB), quis solucionar de uma vez por todas o anti-go problema envolvendo o Conjunto Residencial Nova Esperança, que ficou co-nhecido como “Carandiru”, situado na Rua Maurício de Abreu, 135, bairro Vila Oito de Maio, próximo ao Parque Beira Mar. Como a Cooperativa Habitacio-nal de Sócios do Clube dos Subtenentes e Sargentos do Exército (COOPHABS--CSSE), que, em 1990, ad-quiriu empréstimos para a construção, perdeu o crédi-to junto à Caixa Econômica Federal e não pôde concluir o empreendimento, erguido pela construtora Dino Vitti e que acabou invadido, ele propôs pagar a dívida ao banco e conceder o título de propriedade aos mora-dores, por doação. Mas, ao assumir, o atual prefeito José Camilo Zito (PSDB) não autorizou o desfecho da negociação, sustando um cheque de quase R$ 4 milhões emitido no fim de dezembro de 2008.

Procurada pela reporta-gem, a prefeitura respon-deu que o pagamento não foi autorizado porque o procedimento foi adotado no “apagar das luzes” da administração anterior e, segundo uma auditoria in-terna, foi ilegal, indo con-tra as normas de gestão pú-blica. Outra explicação foi de que, caso o condomínio fosse adquirido pela admi-nistração municipal, não haveria garantia de que a titularidade dos apartamen-

tos seria repassada àqueles que os ocupam. Ainda de

acordo com a prefeitura, há na 60ª DP (Campos Elíseos)

FOTOS: ALBERTO ELLOBO

n Sete anos após o início da invasão, a realidade é outra. Várias melhorias foram feitas pelos moradores, que ganharam na Justiça a manutenção da posse

Os ocupantes - são cerca de quatro mil pessoas, sendo 800 crianças – não negam que in-vadiram o local e que juridica-mente sejam posseiros (toma-ram posse dos imóveis). Eles, porém, argumentam que, des-de que começaram a morar ali, em 2003, fizeram diversas melhorias. Hoje, querem um acordo com a Empresa Gesto-ra de Ativos (Engea) – empre-sa da Caixa Econômica Fede-ral que é credora hipotecária do empreendimento – para a compra de cada unidade.

“Pegamos os imóveis “no osso” e os transformamos em habitáveis. Eles esta-vam depenados, sem ja-nelas, pias, vaso sanitário,

sem nada. Só tinha mato. Com as obras que fizemos, o comércio se expandiu e a área ficou mais valorizada. Cada apartamento está va-lendo em torno de R$ 90 mil. Washington Reis veio aqui e disse que iria nos ajudar porque estava diante de um problema social, mas não conseguiu. Agora, quere-mos negociar com a Caixa Econômica e dar entrada na escritura.”, afirma a vice--presidente da Associação de Moradores, Mirian Philot Nunes, lembrando ainda que, na tentativa de impedir a in-vasão, a COOPHABS-CSSE chegou a anunciar que o imó-vel ameaçava desabar.

De acordo com os pró-prios habitantes, a ocupa-ção aconteceu de manei-ra organizada, tendo sido coordenada por um grupo experiente nesse tipo de ação: “Soube que estavam inscrevendo quem estivesse interessado e cobrando uma taxa. Quis vir para cá, há quatro anos.”, lembra o pre-sidente da Associação, Ro-berto Segat. Após assumir a administração, ele tirou

“Ocupação profissional”

n O presidente da Associação, Roberto Segat, com o documento que garante aos moradores a preferência em caso de compra.

dinheiro do próprio bolso para melhorar as condições de moradia: “Ainda peguei todos os problemas e me esforcei para colocar os ele-vadores, há três anos.”, con-ta ele, explicando porque “Carandiru”, denominação de uma antiga penitenciária de São Paulo: “Como não havia janelas, as pessoas colocaram panos vermelhos na fachada e o apelido pe-gou.”, acrescenta Roberto.

O nome “Carandiru” fi-cou, mas os panos verme-lhos já são coisa do passa-do. Hoje, o conjunto recebe os serviços da Light, da Ceg, da Oi/Telemar – a exceção é a Cedae, já que a água vem de poços -, e as portarias têm interfone e circuito de tv. Há tam-bém estacionamento, salão de festas e churrasqueiras. Tudo por uma taxa de con-domínio de R$ 83. “Estou aqui há sete anos. Antes, era só poeira, luz de velas e tínhamos que carregar água pelas escadas. Mas fomos fazendo as coisas e ven-cemos. Amo isso aqui. Só falta a legalização.”, sonha Cecília Vieira, que mora com o esposo José Ramos, no apartamento 1101.

Uma das únicas quei-xas é com relação à pre-feitura de Caxias: “Esta-mos abandonados e nos sentimos marginalizados

pelo prefeito Zito.”, recla-ma Mirian, deixando claro que o carnê do IPTU chega todos os anos. Apesar de, até hoje, o empreendimento não ter o “Habite-se”, auto-rização para utilização de um imóvel.

Dificuldades, vitória e esperançaSegundo a

prefeitura, o procedimento

foi ilegal e não haveria garantia da titularidade

para os moradores

um inquérito sobre o caso.Mesmo sem a concreti-

zação da compra e o título de propriedade nas mãos, as famílias dos 672 aparta-mentos do “Carandiru” – 96 em cada um dos sete blocos de 12 andares, todos com dois quartos – comemoram uma vitória. Em abril deste ano, o juiz Vladimir Santos Vitovsky, da 5ª Vara Fede-ral de São João de Meriti, determinou a manutenção da posse dos atuais habi-tantes do imóvel, em suas respectivas unidades habi-tacionais, ao julgar o pro-cesso 2007.51.10.000623-5, de autoria da Associação de Moradores do Conjunto Nova Esperança. Segun-do a Associação, não cabe mais nenhum recurso judi-cial à COOPHABS-CSSE, que vinha tentando conse-guir a reintegração da pos-se da área.

n Cecília (à direita) recebe a vizinha Jucira, a Jô, em seu apartamento. Ela sonha com a propriedade.

Estamos abandonados

e nos sentimos marginalizados pelo prefeito Zito

n Carlos Miguel e sua família vivem felizes no conjunto residencial

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Ex-universitária quer processar FEUDUC por danos morais

ANNE MOREiRA

n Fabiana mostra a notificação judicial e o comprovante de pagamento

n Os policiais da 59ª DP continuam investigando o desaparecimento dos restos mortais de Valmeri Moreira. Sepultado no Tanque do Anil em 2006, ele foi misteriosamente retirado para a colocação do corpo de uma mulher. Segundo o diretor de Fiscalização de Agenciamento Funerário e Cemitérios da prefeitura de Caxias, Fabiano Duarte, a res-ponsabilidade pelo fato ocorrido é da Funerária Duque de Caxias, que está inativa: “Es-tamos colaborando com informações para que possamos elucidar o mais rápido possível esse problema criado por uma administração irresponsável como a da concessionária que administrava os cemitérios públicos do município.”, afirmou Fabiano. Ainda segun-do o diretor, um funcionário do Cemitério da Taquara, flagrado negociando a venda de restos mortais, foi punido: “Estamos estarrecidos com a conduta do funcionário. Nosso procedimento foi o de demiti-lo por justa causa e de encaminhar o caso à Justiça. Vamos aumentar a fiscalização.”, concluiu Fabiano. A delegacia também investiga denúncia de violações de túmulos no Cemitério Nossa Senhora do Belém (Corte Oito).

SUMIÇO DE APOSENTADO AINDA É MISTÉRIO

Glauco Rangel - [email protected]

FOTOS: ALBERTO ELLOBO

Restos mortais expostos no Cemitério Municipal de Nilópolis

n O vereador Wilson de Carvalho (PSC) está respon-dendo a inquérito, acusado de falsificar receitas e en-caminhamentos cirúrgicos em troca de votos. O escân-dalo abalou a Câmara de Vereadores de Nova Iguaçu recentemente e ainda cau-sa repercussão. Wilson de Carvalho é presidente da Comissão de Saúde da Casa e ainda presidiu uma CPI que investigava possíveis irregularidades. Em função do problema com a Justiça, o relatório foi concluído ra-pidamente e quase não se fez publicidade do seu con-teúdo.

A investigação sobre o possível esquema envolven-do o político começou em setembro do ano passado e está a cargo da Delegacia de Defraudações da Polícia Ci-vil. “Ele fazia o atendimen-to da pessoa e falsificava a assinatura do médico, para que ela fosse atendida no Hospital Municipal de Nova Iguaçu”, disse o titular da delegacia especializada, Ro-bson Costa, que investiga o parlamentar.

Seis mandados de busca e apreensão, expedidos pela 1ª Vara Criminal de Nova Iguaçu, foram cumpridos em locais como a Câmara

Municipal e a casa do vere-ador. Segundo o delegado, Wilson de Carvalho poderá ser indiciado por falsidade ideológica, crime eleitoral e até exercício ilegal da me-dicina, mas não será preso. Ele nega as acusações e diz que isso “é obra da oposi-ção”. Wilson de Carvalho foi apoiado pelos colegas da Casa.

No entanto, pessoas que acompanham a investigação da CPI da Saúde ficaram frustradas devido à rapidez em que o relatório foi lido em plenário e à falta de in-formações mais detalhadas sobre o que foi apurado. Além disso, informações de bastidores dão conta de que outros vereadores estão sendo investigados. Existem indícios de que eles também estão envolvidos em esque-mas de troca de votos por re-médios ou mesmo receitas e encaminhamentos.

Polícia investiga vereador em Nova Iguaçu

A Fundação Educacional Universitária de Duque de Caxias (FEUDUC) corre risco de ser processada. A ação judicial deverá ser movida pela ex-aluna Fa-biana de Souza. Quase um ano após pagar uma dívida, ela teve a conta bancária bloqueada. A instituição estava cobrando a pendên-cia novamente.

Mesmo tendo concluído o curso de Letras (Portu-guês/Literatura) em 2007,

Fabiana não pôde retirar o diploma, já que estava de-vendo duas mensalidades. Na época, a dívida era de R$ 596,29. Em agosto de 2009, a ex-universitária foi comunicada, por noti-ficação judicial, que teria três dias para efetuar o pagamento, mas no valor de R$ 721,51, sob pena de penhora. Após assinar uma nota promissória na FEUDUC, Fabiana qui-tou a pendência.

Porém, no dia 25 de junho, ao comparecer à Caixa Econômica Fede-ral, ela não conseguiu retirar os R$ 130 que ha-via em sua conta. Para sua surpresa, a Justiça havia feito a penhora on line (bloqueio) da conta, como garantia de paga-mento da dívida que não existia mais. Indigna-da, a ex-aluna procurou a universidade para pe-dir explicação. Depois de chamar a reportagem do JORNAL POPULAR, ela conseguiu contornar o problema – funcionários asseguraram que o depar-tamento jurídico estava providenciando o des-bloqueio e liberaram seu histórico. Mesmo assim, Fabiana declarou que vai processar a instituição.

“Vou mover uma ação por danos morais con-tra a FEUDUC e a Canut (empresa de cobrança). Me sinto lesada porque paguei a dívida.” – quei-xou-se.

Membro da direção da universidade, Maria de Fátima Boechat atribuiu o fato a uma falta de co-municação: “A FEUDUC e a Canut não se comuni-caram para avisar sobre a quitação. Ninguém deu baixa e ocorreu o blo-queio.” - disse.

Não é apenas em cemitérios de Duque de Caxias, como o JORNAL POPULAR mos-trou em sua edição de junho, que sepulturas apresentam péssimo estado, encontrando--se destruídas e inteiramente abertas, com ossadas expostas. Pelo menos em outra cidade da Baixada acontece o mesmo problema.

Ao visitar o Cemitério Mu-nicipal de Nilópolis, em Olin-da, nossa reportagem também constatou descaso com os res-tos humanos de pessoas sepul-tadas ali. Túmulos destampa-dos, com crânios e outros ossos à mostra, chamavam a atenção. Em algumas dessas sepulturas, inclusive, havia restos mortais amontoados em caixas aber-tas. O cemitério é administrado pela prefeitura.

Outro assunto da reportagem, a suspeita de violação e adultera-

ção em três sepulturas do Cemi-tério Nossa Senhora das Graças, o Tanque do Anil, motivou, no dia 9 de julho, abertura de inqué-rito por parte da 59ª DP (Duque de Caxias). A pedido da prefei-tura, a delegacia já havia feito uma investigação preliminar em

maio, ouvindo funcionários do campo santo. Um funcionário que já ocupou até o cargo de ad-ministrador é o principal suspei-to e deverá ser indiciado. “Em breve, o caso irá para o Ministé-rio Público.”, disse o delegado--titular Carlos César Santos.

INQUÉRITOPARA INVESTIGAR

VIOLAÇÕES EM CAXIAS

n Túmulos destampados e pichações demonstram a má conservação

n Crânio e outros ossos amontoados e jogados em uma das sepulturas

CMNi / DivULgAçãO

Cláudia Maria - [email protected]

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10 | JULHO DE 2010 JULHO DE 2010 | 11

Que venha 2014, ano da Copa no Brasil

FOTOCOMPOSiçãO

Bruno: De ídolo a vilão da garotadaEm cada geração, crian-

ças e jovens que gostam de futebol costumam ado-tar um jogador como ído-lo, como referência. Quase sempre, esse herói do mun-do esportivo veste a cami-sa do time do coração. No Flamengo, o goleiro Bruno Souza, de 25 anos, conquis-tou, graças a belas atuações e títulos, essa idolatria. Mas seu envolvimento direto com o desaparecimento de Elisa Samudio, que, ao que tudo indica, está morta, le-vou sua estrela a se apagar e a decepção dos pequenos torcedores o transformou em vilão: “No início, não acreditei. Mas fiquei mui-to triste com as notícias de que o Bruno está envolvido nesse crime.”, contou o es-

tudante flamenguista Jéfer-son Vieira, de 14 anos, após rasgar uma foto do goleiro.

Para a psicóloga Maria Vilela, admirar e imitar uma estrela do esporte, do cine-ma ou da música faz parte do processo de desenvolvi-mento e da construção da identidade. Porém, no caso de Bruno, os pais devem desconstruir essa imagem de ídolo: “Aqui, é preciso transformar a idolatria po-sitiva em idolatria negativa. Eles têm que trabalhar essa situação específica como um modelo a não ser segui-do e mostrar que o atleta perdeu com suas atitudes, com o fim da carreira e a suspensão de contratos com empresas cujas marcas aju-dava a divulgar.”, explicou.

O Rio de Janeiro, de Pia-betá, Magé, está na fase semifinal do Campeonato Estadual da Terceira Divi-são (Série C). O time aca-bou ficando com uma das quatro vagas porque o Três Rios foi punido com a per-da de seis pontos, pelo Tri-bunal de Justiça Desportiva do Rio, por ter escalado um jogador de forma irregular. As outras equipes classifi-cadas são Barra Mansa, ad-versário do Rio de Janeiro, Serra Macaense e São João da Barra. As partidas ainda serão marcadas pela Fede-ração de Futebol do Rio. Três times sobem para a Segunda Divisão (Série B).

Com o término da Copa de 2010 e o título inédito con-quistado pela Espanha, que venceu a Holanda por 1 a 0, gol de Iniesta, começou a contagem regressiva para a Copa do Mundo de 2014, que, 64 anos depois, volta-rá a ser disputada no Brasil. No mesmo dia da final do Mundial da África do Sul – 11 de julho -, uma grande bandeira de 25 metros foi aberta aos pés do Cristo Re-dentor, no Rio. Trazendo dizeres em inglês, ela saudou o próximo Mundial, dando boas vindas. A imagem foi transmitida para diversos países. Nesses próximos qua-tro anos, caberá à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e ao governo federal não medir esforços para que, como o presidente Lula declarou, o País consiga realizar “a melhor Copa do Mundo de todos os tempos”. E que, finalmente, a Seleção Brasileira seja campeã diante do seu povo, conquistando o hexa. Até 2014, Brasil!

Time de Magé na semifinal da Terceirona

DivULgAçãO

Japeri cria coordenadorias e garante parcerias com Lula

ROBERTO OLivEiRA

O prefeito de Japeri, Ivaldo Barbosa dos San-tos, o Timor, realizou no final de junho uma soleni-dade para a oficialização das coordenadorias da Ju-ventude e a de Políticas de Promoção da Igualda-de Racial. A data marca os 18 anos de emancipação política e administrativa do município.

O evento contou com as presenças do ministro-chefe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualda-de Racial, Elói Ferreira de Araújo, e do secretário na-cional da Juventude, Beto Kury. Com essa iniciativa, Japeri terá grandes avan-ços na busca de novos investimentos. Na ceri-mônia, Beto Kury prome-teu trazer para a cidade mais programas do gover-no federal. “Quero fazer

serção do jovem e a pre-feitura já está dando o pri-meiro passo”, anunciou.

O secretário municipal de Governo, Sidnei Cou-tinho, responsável pelas duas novas coordenado-rias, disse que a inicia-tiva é uma das grandes realizações do governo Timor. “Estamos dando o pontapé inicial para a promoção de novas iniciativas. Nunca an-tes na história de Jape-ri haviam aberto uma oportunidade como esta para a promoção da po-pulação negra, maioria neste município, e para os jovens, que são o fu-turo de nosso País. Es-tamos avançando cada vez mais. E, como diz o prefeito Timor, isto é apenas o começo.”, des-tacou Sidnei.

uma grande parceria para trazer mais dois progra-mas: o Projovem Urbano e o Projovem Trabalhador.

Também queremos criar no município, através do PAC (Programa de Ace-leração do Crescimento),

a Praça da Juventude e pontos para promoção da cultura. Precisamos gerar oportunidades para a in-

n O ministro Elói Ferreira, Beto Kury, Sidnei Coutinho e o prefeito Timor após a oficialização das coordenadorias

13º saláriotem parcelaantecipada

n A prefeitura de Japeri antecipou a primeira par-cela do 13º salário dos servidores municipais. O pagamento, que normal-mente é feito em julho, foi realizado no mês de junho para os mais de três mil funcionários. “Estamos trabalhando pela valoriza-ção de nossos profissio-nais. O salário é pago em dia e estamos investindo em outras iniciativas. Isto é mais uma prova de que nos preocupamos com nossos servidores”, ressal-tou o prefeito Ivaldo Bar-bosa dos Santos, o Timor.

Procuradoria-Geral comemora recorde

na solução de processosnA prefeitura de Japeri está comemorando um recorde na solução dos processos administrativos. Nos cinco pri-meiros meses de 2010, a Procudoria-Geral do município movimentou 3.398 ações. Somente em maio, a equipe for-mada por cinco profissionais realizou 984 processos.“Estes números demonstram a seriedade com que as de-mandas administrativas são tratadas na atual gestão. Só tenho que agradecer ao prefeito Timor pelo apoio e à mi-nha equipe pela dedicação que vem apresentando no tra-balho”, destacou o procurador-geral do município, Rober-to Pontes. Além das demandas administrativas, a procuradoria é res-ponsável pela representação judicial do município, atuan-do em execuções fiscais, ações trabalhistas, tutelas na área da saúde, desapropriações e outras questões de interesse da Secretaria de Fazenda.

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12 | JULHO DE 2010