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Rev Saúde Pública 2012;46(Supl):91-9 Artigo Karen Sarmento Costa José Miguel do Nascimento Jr. Coordenação Geral de Assistência Farmacêutica Básica. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde. Brasília, DF, Brasil Correspondência | Correspondence: Karen Sarmento Costa Esplanada dos Ministérios Bloco G, Ed. Sede, 8º andar sala 834 70058-900 Brasília, DF, Brasil E-mail: [email protected] Recebido: 23/2/2012 Aprovado: 23/8/2012 Artigo disponível em português e inglês em: www.scielo.br/rsp HÓRUS: Inovação tecnológica na Assistência Farmacêutica no Sistema Único de Saúde HORUS: Technological Innovation in Pharmaceutical Assistance within the Brazilian Unified Health System RESUMO OBJETIVO: Analisar resultados do Sistema Hórus, comparando elementos desse Sistema com algumas experiências internacionais. MÉTODOS: Hórus é uma inovação tecnológica introduzida em 2009 no sistema de informações para a Assistência Farmacêutica do Sistema Único de Saúde. Em 2011, gestores locais e prossionais de saúde de 1.247 municípios (16 estados) que aderiram ao Hórus responderam a questionários sobre a assistência farmacêutica na atenção básica e sobre o Sistema Hórus. Estudo descritivo e exploratório, desenvolvido com emprego de método quali- quantitativo de pesquisa. Foram utilizados instrumentos multivariados de coleta de dados e suporte interpretativo da inferência estatística e da análise temática. RESULTADOS: As principais mudanças identicadas após a implantação desse Sistema foram: melhoria do controle técnico e cientíco da qualidade da assistência farmacêutica, da dispensação dos medicamentos e da atenção à saúde; capacitação dos recursos humanos e gestão do conhecimento; melhoria da relação gestores de saúde/usuários de medicamentos; da gestão administrativa e maior gestão interfederativa; e melhoria da infraestrutura tecnológica. Em termos de sistemas de informação em saúde, essas categorias são condizentes com avanços e obstáculos observados em experiências internacionais. A maior lacuna identicada foi a falta de inserção do Hórus a uma política nacional de sistemas de informação em saúde, em processo de consolidação no País. A base nacional de dados das ações e serviços da Assistência Farmacêutica no Sistema Único de Saúde possibilitará coletar, analisar e disseminar informações relativas à gestão integrada da Assistência Farmacêutica no contexto da saúde no Brasil. CONCLUSÕES: O Sistema Hórus é uma inovação tecnológica viabilizadora da gestão da Assistência Farmacêutica. A base nacional possibilitará a denição e pactuação de indicadores nacionais de Assistência Farmacêutica, a m de propiciar melhores condições de saúde aos usuários e produzir evidências sobre a situação da Política Nacional de Assistência Farmacêutica e suas tendências. DESCRITORES: Assistência Farmacêutica. Sistemas de Informação. Desenvolvimento Tecnológico. Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação. Sistema Único de Saúde.

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  • Rev Sade Pblica 2012;46(Supl):91-9 Artigo

    Karen Sarmento Costa

    Jos Miguel do Nascimento Jr.

    Coordenao Geral de Assistncia Farmacutica Bsica. Departamento de Assistncia Farmacutica e Insumos Estratgicos. Secretaria de Cincia, Tecnologia e Insumos Estratgicos do Ministrio da Sade. Braslia, DF, Brasil

    Correspondncia | Correspondence:Karen Sarmento CostaEsplanada dos MinistriosBloco G, Ed. Sede, 8 andar sala 83470058-900 Braslia, DF, BrasilE-mail: [email protected]

    Recebido: 23/2/2012Aprovado: 23/8/2012

    Artigo disponvel em portugus e ingls em: www.scielo.br/rsp

    HRUS: Inovao tecnolgica na Assistncia Farmacutica no Sistema nico de Sade

    HORUS: Technological Innovation in Pharmaceutical Assistance within the Brazilian Unifi ed Health System

    RESUMO

    OBJETIVO: Analisar resultados do Sistema Hrus, comparando elementos desse Sistema com algumas experincias internacionais.

    MTODOS: Hrus uma inovao tecnolgica introduzida em 2009 no sistema de informaes para a Assistncia Farmacutica do Sistema nico de Sade. Em 2011, gestores locais e profi ssionais de sade de 1.247 municpios (16 estados) que aderiram ao Hrus responderam a questionrios sobre a assistncia farmacutica na ateno bsica e sobre o Sistema Hrus. Estudo descritivo e exploratrio, desenvolvido com emprego de mtodo quali-quantitativo de pesquisa. Foram utilizados instrumentos multivariados de coleta de dados e suporte interpretativo da inferncia estatstica e da anlise temtica.

    RESULTADOS: As principais mudanas identifi cadas aps a implantao desse Sistema foram: melhoria do controle tcnico e cientfi co da qualidade da assistncia farmacutica, da dispensao dos medicamentos e da ateno sade; capacitao dos recursos humanos e gesto do conhecimento; melhoria da relao gestores de sade/usurios de medicamentos; da gesto administrativa e maior gesto interfederativa; e melhoria da infraestrutura tecnolgica. Em termos de sistemas de informao em sade, essas categorias so condizentes com avanos e obstculos observados em experincias internacionais. A maior lacuna identifi cada foi a falta de insero do Hrus a uma poltica nacional de sistemas de informao em sade, em processo de consolidao no Pas. A base nacional de dados das aes e servios da Assistncia Farmacutica no Sistema nico de Sade possibilitar coletar, analisar e disseminar informaes relativas gesto integrada da Assistncia Farmacutica no contexto da sade no Brasil.

    CONCLUSES: O Sistema Hrus uma inovao tecnolgica viabilizadora da gesto da Assistncia Farmacutica. A base nacional possibilitar a defi nio e pactuao de indicadores nacionais de Assistncia Farmacutica, a fi m de propiciar melhores condies de sade aos usurios e produzir evidncias sobre a situao da Poltica Nacional de Assistncia Farmacutica e suas tendncias.

    DESCRITORES: Assistncia Farmacutica. Sistemas de Informao. Desenvolvimento Tecnolgico. Poltica Nacional de Cincia, Tecnologia e Inovao. Sistema nico de Sade.

  • 92 HRUS: Inovao tecnolgica no SUS Costa KS & Nascimento Jr JM

    O uso de indicadores de assistncia sade e de assistncia farmacutica em diferentes pases vem se ampliando desde as ltimas dcadas do sculo XX, visando aferir o desempenho de sistemas de servios de sade. No Brasil, esse crescimento vem sendo impulsionado pela dinmica de expanso dos sistemas de servios de sade, pelas demandas de seus usurios, no setor governamental e privado, e pela introduo de polticas pblicas de sade.22

    Assim, a qualidade dos indicadores de sade impe-se como condio para a gesto das polticas pblicas e para a tomada de decises. Para assegurar tal qualidade, cumpre considerar alguns requisitos. A introduo de inovaes em tecnologias de sade deve estar asso-ciada s tecnologias de informao em sade. Porm, deve tambm traduzir-se em indicadores de sade e

    ABSTRACT

    OBJECTIVE: To analyze results of the Horus Information System, comparing elements of this system with some international experiences.

    METHODS: Horus is a technological innovation introduced in 2009 in the Pharmaceutical management information system of the Sistema nico de Sade (Brazilian Unifi ed Health System). In 2011, local managers and health professionals of 1,247 municipalities (16 states) that adhered to Horus answered questionnaires on pharmaceutical assistance in primary care and about the Horus system. This is a descriptive and exploratory study, developed with the use of quantitative and qualitative methods of research. Multivariate tools were used for data collection and interpretative support of the statistical inference and thematic analysis.

    RESULTS: The main changes identifi ed after the implementation of this system were: improvement on technical and scientifi c quality control of Pharmaceutical Assistance, improvement on the supply of medications and health care; training of human resources and knowledge management; improvement on the relationship health managers/users; development in the administrative management and greater inter-state management; and improvement on the technological infrastructure. In terms of health information systems, these categories are consistent with programs and obstacles observed in international experiences. The biggest gap identifi ed was the fact that Horus was not included in a national policy of health information systems, which is in a process of consolidation in Brazil. The national database of actions and services within the Pharmaceutical Assistance will enable the collection, analysis and dissemination of information regarding integrated pharmaceutical assistance in the Brazilian context.

    CONCLUSIONS: The Horus System is a technological innovation that enables the management of the Pharmaceutical Assistance. The national base will enable the defi nition and agreement on national indicators of Pharmaceutical Assistance, aiming to produce evidence of better health conditions to the users and produce indications about the situation of the National Policy on Pharmaceutical Assistance and its trends.

    DESCRIPTORS: Pharmaceutical Services. Information Systems. Technological Development. National Science, Technology and Innovation Policy. Unifi ed Health System.

    INTRODUO

    possibilitar a integrao com sistemas nacionais e inter-nacionais de indicadores de sade e assim favorecer a comparao com diferentes sries histricas.17

    A rea de informao em sade no Brasil, historica-mente, foi condicionada por aes tcnicas e tecnol-gicas, de forma centralizada, verticalizada e com baixo grau de interlocuo. Esse processo resultou em uma poltica de informao em sade de carter prescritivo, normativa, no participativa, segmentada segundo a lgica de programas especfi cos. Isso ocasionou pulverizao e duplicao dos sistemas de informao em sade e ausncia de comunicao entre instncias central, regionais e locais, restringindo assim o papel dos estados, municpios e representaes da sociedade na tomada de decises.17

  • 93Rev Sade Pblica 2012;46(Supl):91-9

    a Ministrio da Sade. Extrato de Cooperao Tcnica. Diario Ofi cial Uniao, 30 jan 2009; Poder Executivo, Seo 3.b Ministrio da Sade. Extrato de Cooperao Tcnica. Dirio Ofi cial Unio, 16 set 2011; Poder Executivo, Seo 3.

    Na rea de Assistncia Farmacutica, observa-se o mesmo cenrio. Inexistia um sistema nacional que propiciasse, por exemplo, informaes relativas gesto da Assistncia Farmacutica, ao acesso e ao consumo de medicamentos na rede pblica de sade. Apesar das mudanas signifi -cativas ocorridas na informao em sade com a criao do Sistema nico de Sade (SUS), o campo das polticas farmacuticas ainda demandava maior capilaridade para incorporar as iniciativas propostas.

    Diante de tais lacunas, o rgo federal de sade, respon-svel pela gesto da Poltica Nacional de Medicamentos e da Poltica Nacional de Assistncia Farmacutica, prio-rizou a formulao de uma inovao tecnolgica voltada gesto das informaes do setor: o Sistema Nacional de Gesto da Assistncia Farmacutica Hrus.

    O Sistema Hrus foi concebido para atender s singulari-dades da gesto da Assistncia Farmacutica no SUS, por meio dos seus componentes: bsico, estratgico e especia-lizado. Seu advento, em 2009, teve o objetivo de qualifi car a gesto e os servios de Assistncia Farmacutica nos trs nveis de governo, alm de buscar aprimorar as aes de planejamento, desenvolvimento, monitoramento e avaliao, nessa modalidade de assistncia sade.

    O presente artigo teve por objetivo analisar resultados do Sistema Hrus, comparando elementos desse Sistema com algumas experincias internacionais.

    MTODOS

    Estudo, descritivo e exploratrio, desenvolvido com incorporao de mtodo quali-quantitativo de pesquisa.8,11 Diferentes instrumentos de coleta de dados foram utilizados: observao de campo em servios de Assistncia Farmacutica municipal que utilizavam o Hrus; pesquisa documental sobre legislao e outros documentos ofi ciais;7,23 e aplicao de questionrio aos gestores locais sobre os resultados obtidos com o Hrus.

    Os dados quantitativos, primrios e secundrios, foram organizados e interpretados com recursos da inferncia estatstica.11 Os dados qualitativos primrios foram interpretados com suporte da anlise temtica.8,19 A coleta de dados abrangeu 1.247 municpios e 16 estados, no perodo de maio de 2009 a dezembro de 2011.

    RESULTADOS

    Processo de desenvolvimento tecnolgico do Hrus

    Um grupo de trabalho foi constitudo por representa-es de rgos da administrao federal e de gestores estaduais e municipais de sade, com o objetivo de

    defi nir as diretrizes e os requisitos do Sistema Nacional, em 2008.

    Com esse propsito, o rgo ofi cial de sade formalizou em 2009, por meio de termo de cooperao tcnica e cesso de direitos de propriedade intelectual, a parceria com a Secretaria Municipal de Sade de Recife, estado de Pernambuco. A parceria visava ao aprimoramento da soluo utilizada na rede de sade de Recife,a de forma a atender aos requisitos tcnicos nacionais e prevendo, ainda, a transferncia de tecnologia do software ao Ministrio da Sade.

    Nesse momento, o Ministrio da Sade defi niu o nome do Sistema como Hrus Sistema Nacional de Gesto da Assistncia Farmacutica o olhar da gesto da Assistncia Farmacutica: para os gestores, profi ssio-nais de sade, instituies de controle social e usurios de servios de sade. Pretendia-se que o Hrus se consti-tusse em uma plataforma-padro para o SUS, no sentido de evidenciar a Assistncia Farmacutica praticada, com o desafi o de desenvolver um sistema interopervel.

    Caracterizao do Hrus

    Trata-se de um sistema web no qual os cadastros iniciais so preenchidos pelos gestores estaduais e municipais, compreendendo: informaes sobre estabelecimentos de sade e departamentos envolvidos na distribuio e dispensao de medicamentos; caractersticas dos usu-rios de medicamentos do SUS; locais de armazenamento de medicamentos e insumos estratgicos; e procedncia das prescries. A gesto federal responsvel pelo cadastro padronizado da descrio dos medicamentos, outros insumos e programas de sade. O Hrus est integrado ao Cadastro Nacional de Sade (Carto do Sistema nico de Sade), que permite a importao dos dados do usurio SUS e do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sade. Alm disso, os bancos de dados das agncias da Empresa de Correios e Telgrafos e do Conselho Federal de Medicina esto integrados ao Sistema, contribuindo tanto para o registro e atualizao do endereo do usurio, como para o cadastramento do prescritor, na tela de dispensao. O Hrus possibilita, ainda, o registro de medicamentos sob controle especial, uma parceria estabelecida com a Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria.b

    Caracterizao do perfi l Hrus-Bsico

    Nesse perfi l do Sistema Hrus so emitidos diferentes relatrios, contendo informaes gerenciais que subsi-diam o planejamento e desenvolvimento das aes de Assistncia Farmacutica na Ateno Bsica: histricos das dispensaes dos usurios; dados sobre pacientes faltosos; procedncia das prescries; posio de

  • 94 HRUS: Inovao tecnolgica no SUS Costa KS & Nascimento Jr JM

    estoque; datas de agendamento das prximas dispen-saes; e outras.

    Esto disponveis informaes tcnicas necessrias para a qualifi cao dos servios e gesto do cuidado, de forma que possam ser utilizados durante o momento da prescrio e na dispensao: Relao Nacional de Medicamentos Essenciais; Formulrio Teraputico Nacional; Temas Selecionados para Promoo do Uso Correto de Medicamentos.

    Caracterizao dos municpios que aderiram ao Hrus

    A Figura 1 apresenta a situao de cada fase de adeso ao Hrus pelos municpios, em 2011, dois anos aps o lanamento nacional.

    Dentre as cinco regies brasileiras, o Nordeste apre-sentou o maior nmero de municpios, em todas as fases de adeso ao Hrus. Destacaram-se os estados: Paraba, com termos de adeso assinados em 142 municpios; Cear, com cadastros de adeso da primeira fase conclu-dos em 141 municpios; e Alagoas, com 71 municpios capacitados para utilizao do Hrus.

    A partir de respostas de questionrio aplicado a gestores municipais na 1 fase de adeso ao Hrus, foram sele-cionadas categorias temticas para caracterizao dos municpios aderidos, conforme a Tabela 1.

    Em relao categoria gesto da Assistncia Farmacutica, ainda no so priorizados a instituio de programas de educao continuada para farma-cuticos e a constituio de comisses de farmcias e teraputica na gesto municipal.

    Houve ocorrncias de no observncia de procedi-mentos tcnicos em quesitos sobre condies adequadas de conservao dos medicamentos. Farmcias e Centrais de Abastecimento Farmacutico ainda no contavam com total acesso internet, fator que limita a implantao do Hrus. As caractersticas dos sistemas informatizados de controle de medicamentos locais, de modo geral, ainda no atendiam s demandas de informao compatveis com as necessidades de gesto da Assistncia Farmacutica.

    De dezembro de 2009 a dezembro de 2011 foram capacitados 1.234 profi ssionais que atuam no SUS, nas modalidades de ensino presencial e a distncia, em todos os estados.

    Segundo os gestores municipais, os resultados do moni-toramento e avaliao contnuos da adeso ao Hrus apontaram algumas difi culdades: recursos humanos em quantidade insufi ciente para atender s demandas da rea e pouco qualifi cados para a gesto da assistncia farmacutica; equipamentos em nmero insufi ciente ou ausncia de equipamentos (computadores e impressoras) nas farmcias e Centrais de Abastecimento Farmacutico (CAF); e difi culdades de conexo com a internet.

    Tabela 1. Caracterizao de municpios que aderiram ao Hrus, segundo categorias relativas gesto da Assistncia Farmacutica, estrutura dos servios e aos sistemas informatizados. Brasil, dezembro de 2009 a dezembro de 2011.

    CategoriasSim (%)

    No (%)

    Gesto da Assistncia Farmacutica

    Programa de Educao Continuada para farmacuticos

    14,3 85,7

    Comisso de Farmcia e Teraputica 15,7 84,3

    Relao Municipal de Medicamentos Essenciais

    63,3 36,7

    Estrutura das Centrais de Abastecimento Farmacutico

    Controle de temperatura 16,2 83,7

    Ambiente climatizado 52,6 47,3

    Controle de umidade 16,2 83,7

    Acesso internet

    Farmcias 57,4 42,5

    Centrais de Abastecimento Farmacutico 49,8 50,1

    Caractersticas dos Sistemas Informatizados

    Cadastro de usurios 30,5 69,4

    Controle de estoque 42,0 57,9

    Controle da dispensao de medicamentos 32,8 67,1

    Fonte: Coordenao Geral de Assistncia Farmacutica Bsica/Departamento de Assistncia Farmacutica e Insumos Estratgicos/Secretaria de Cincia, Tecnologia e Insumos Estratgicos/Ministrio da Sade.Dados referentes ao perodo dezembro/2009-dezembro/2011. Total de municpios (n = 1.247)Disponvel em: www.saude.gov.br/horus. Acesso em: 31 dez 2011

    Fase 5

    Fase 4

    Fase 3

    Fase 2

    Fase 1

    0 200 400 600 800 1000 1200 1400

    NorteNordesteCentro-OesteSudesteSul

    Fonte: Coordenao Geral de Assistncia Farmacutica Bsica/Departamento de Assistncia Farmacutica e Insumos Estratgicos/Secretaria de Cincia, Tecnologia e Insumos Estratgicos/Ministrio da Sade. Dados referentes ao perodo dezembro/2009 a dezembro/2011. Disponvel em: www.saude.gov.br/horus. Acesso em: 31 dez 2011

    Figura 1. Distribuio do nmero de municpios, por regio, segundo as fases de adeso Hrus. Brasil, 2011.

  • 95Rev Sade Pblica 2012;46(Supl):91-9

    Relatos sobre a implantao do Sistema, em diferentes regies brasileiras, mostraram que ocorreram mudanas aps a efetivao do Hrus. Situaes diversas, relatadas por gestores e profi ssionais de sade, foram agrupadas em categorias analticas, com suporte da anlise temtica, resultando na sntese conclusiva apresentada na Tabela 2.

    A anlise do discurso dos respondentes mostrou que a implantao do Hrus gerou busca de parcerias, sensibilizao da populao local, aquisio de equipa-mentos, melhorias nas estruturas fsicas, contratao e capacitao de recursos humanos, maior fl uxo na comu-nicao entre diferentes pontos de ateno e pontos de apoio na rede municipal, aproximao da equipe de sade/usurios, transparncia nas atividades realizadas, racionalizao do tempo de trabalho. A implantao do Hrus propiciou acesso s informaes e proporcionou

    valorizao das atividades assistenciais, vigilncia dos medicamentos nos pontos de ateno da rede de sade e vigilncia da utilizao pelos usurios.

    Constituio da base nacional de dados das aes e servios da Assistncia Farmacutica no SUS

    A base nacional de dados das aes e servios da Assistncia Farmacutica no SUS alimentada por quatro fontes de dados: cadastro de adeso (1 fase), banco de dados Hrus (componente bsico, estratgico, especializado); banco de dados dos sistemas no Hrus; e banco do sistema da Farmcia Popular (Figura 2). Considerando a autonomia dos entes federados, e reconhecendo a existncia de municpios e estados com solues prprias para organizar a Assistncia Farmacutica, o gestor federal procurou desenvolver

    Tabela 2. Sntese das mudanas aps a implantao do Hrus nos municpios. Brasil, dezembro de 2009 a dezembro de 2011.

    Categoria Situao anterior Situao aps implantao do Hrus

    Controle de estoque Ausncia ou defi cincia no controle do estoque

    Controle em tempo real

    Falta de controle no fl uxo de medicamentos

    Conhecimento do fl uxo de medicamentos na rede de sade

    Falta de medicamentos Reduo da descontinuidade

    Programao Programao inadequada Programao baseada em consumo real/demanda atendida e programada

    Controle do prazo de validade Medicamentos com data de validade vencida ou prestes a vencer

    Diminuio das perdas e possibilidade de remanejamentos

    Seleo de medicamentos Desconhecimento do perfi l de consumo da populao

    Identifi cao do perfi l de consumo de medicamentos no territrio

    Desconhecimento do perfi l de prescrio

    Identifi cao do perfi l de prescrio de medicamentos no territrio

    Recursos humanos Lacunas na atualizao das normas/procedimentos da gesto da Assistncia Farmacutica

    Atualizao das normas, procedimentos, diretrizes para a organizao dos servios de Assistncia Farmacutica

    Qualidade da informao Inexistncia ou insufi cincia de sistematizao dos dados

    Informaes fi dedignas em tempo real para subsidiar a tomada de deciso

    Figura 2. Representao da base nacional de dados das aes e servios de Assistncia Farmacutica no Sistema nico de Sade.

    1

    2

    3

    4

    5

    DataWarehouse

    a

    b

    c

    d

    e

    Base nacional de dados das aes e servios da Assistncia Farmacutica

    1. Cadastro de Adeso (Prodae)2. HRUS bsico3. HRUS estratgico4. HRUS especializado5. Farmcia Popular

    a. Ferramenta fcil de usarb. Dispositivosc. Ger. Desemp. da AFd. Anlise da AFe. Relatrios

    Data Mining(Minerao de dados)

  • 96 HRUS: Inovao tecnolgica no SUS Costa KS & Nascimento Jr JM

    uma ferramenta tecnolgica que permitisse a inte-roperabilidade dos sistemas municipais e estaduais. Assim, municpios e estados que no aderirem ao Hrus podero transmitir um conjunto de dados sobre os Componentes da Assistncia Farmacutica.

    Essa iniciativa (webservice) faculta compatibilizar o Hrus com sistemas desenvolvidos em outras plata-formas, o que resultar em efi cincia e segurana na cadeia de transferncia de informao.

    Experincias internacionais

    Henao-Martnez et al10 analisaram resultados da estra-tgia do sistema informatizado de sade no contexto da implantao das redes integradas de sade na Espanha. Barnett et al3 desenvolveram estudo sobre sistemas de informao em sade voltados ao campo da farmcia, no Canad. Outra experincia18 contemplou o sistema de informaes sobre medicamentos, implantado em 2008 na menor provncia canadense: Ilha Prncipe Eduardo. O relato da experincia dos Estados Unidos15 focalizou o registro eletrnico de sade em pequenas instalaes ambulatoriais. A experincia do Haiti enfocou o controle eletrnico de estoque de produtos farmacuticos, em nove localidades rurais, como fator de melhoria das condies de sade dos usurios de medicamentos.4 Altuwaijri et al1 descrevem o processo de implantao da prescrio mdica eletrnica em uma organizao de sade da Arbia Saudita.

    As anlises de experincias internacionais destacaram quesitos de sistemas tecnolgicos e de cuidados com a sade, e no mostraram diferenas signifi cativas, no tocante concepo tecnolgica e de ateno sade que norteou o Hrus observadas as caractersticas tecnolgicas, sociais e econmicas desses pases e as especifi cidades de seus sistemas de sade.

    Considerando que a implantao do Sistema Hrus abrange as esferas municipal, estadual e regional, foram consultados tambm estudos sobre temas das polticas nacionais de informao em sade e de sistemas nacio-nais de indicadores de sade.

    Em pesquisa sobre Sistemas de Informao e Sade do Brasil, Lima et al14 avaliaram as dimenses da qualidade das informaes e o mtodo adotado em 78 estudos selecionados de uma consulta a 375 artigos. As autoras relatam a necessidade de um marco balizador dos vrios sistemas de informaes no Pas, nos moldes de uma poltica nacional de informaes.

    DISCUSSO

    Dentre tantos desafi os para a administrao pblica no setor sade, observa-se que a gesto de sua estrutura, a busca pelas melhores informaes em tempo gil e a utilizao dessas informaes representam fatores

    essenciais na formulao e execuo de polticas e programas voltados melhoria das condies de vida da populao brasileira.1

    No s o conhecimento do estado ou nvel de sade da populao de grande importncia, como tambm necessrio para avaliar prioridades e estabelecer programas voltados para a populao.6

    Diversos autores apontam que, para atender aos princ-pios que regem o SUS e cumprir os dispositivos legais, a defi nio de sistemas de informao em sade, de mbito nacional, deve ter a concepo discutida nas trs instncias de governo.5 Nesse sentido, as diferentes estratgias adotadas no Hrus comportaram articula-es interfederativas, condizentes com aspectos preco-nizados na literatura, sugerindo perspectivas favorveis implantao.

    No processo de desenvolvimento do Hrus, priorizou-se a participao efetiva e democrtica dos estados e municpios em todas as etapas, considerando especifi -cidades locais, administrativas, tcnicas ou sanitrias e compatibilizando demandas, custos e prioridades. Tal procedimento participativo no processo de planeja-mento tambm foi observado em estudo na Ilha Prncipe Eduardo, Canad.18

    Outro aspecto positivo do planejamento do Hrus foi a capacitao, realizada a distncia, anterior ao processo de implantao. A literatura consultada aponta que essa etapa fundamental para o sucesso da implantao de sistemas de informao. Alm da capacitao dos novos processos aos profi ssionais envolvidos nos servios de sade, deve-se estabelecer suporte on-line que contribua nos processos de aprendizagem especfi cos.18

    Foram observadas lacunas em termos das estruturas fsicas das Centrais de Abastecimento Farmacutico; do no atendimento dos sistemas informatizados s necessidades locais por parte dos sistemas informati-zados existentes; e uma valorizao ainda reduzida de processos tcnicos de seleo dos medicamentos e a de formao de profi ssionais para o desenvolvimento das atividades de Assistncia Farmacutica. Esses resultados corroboram anlises de alguns estudos nacionais2,22 e internacionais referentes capacitao e processos tcnicos.3,4,15,18 Tais lacunas sugerem a neces-sidade de aes indutoras locais para a estruturao de servios e de qualifi cao dos profi ssionais no sentido de melhorar a gesto da Assistncia Farmacutica.

    As principais mudanas observadas e relatadas em muni-cpios que utilizaram o Hrus, sobretudo na qualifi cao de recursos humanos, mostram os benefcios do Sistema em relao ao acesso da populao aos medicamentos.

    Os resultados de uma avaliao do Sistema de Informao de Medicamentos, implantado em uma provncia do

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    Canad,18 apontaram que o processo de introduo de mudanas aos usurios, por meio de uma tecnologia de informao, deve ser precedido de planejamento prvio rigoroso e focalizado em cada local de trabalho. No foram identifi cadas propostas para avaliar a efi ccia comparativa dos processos de gesto de mudanas, em sistemas de informao em meio eletrnico; porm, apontam como um componente essencial a satisfao do usurio e a facilidade de uso do Sistema.

    Diante da ocorrncia crescente de intoxicaes medi-camentosas associadas morbimortalidade, relatada na literatura,2,20 a consolidao do Hrus representar tambm fator de vigilncia teraputica, considerando que decises profi ssionais baseadas em informaes atualizadas e confi veis conduzem ao aprimoramento da qualidade do cuidado em sade.9 Observam-se internacionalmente os benefcios de sistemas de infor-mao com esse escopo, que proporcionam segurana ao paciente na preveno de potenciais interaes medicamentosas ou teraputicas duplicadas.18

    O Hrus possibilitar maior segurana no acesso e utilizao do medicamento ao usurio da Assistncia Farmacutica. O aprimoramento contnuo e a integrao com os demais sistemas de informao em sade permitir que essas informaes estejam contempladas no Registro Eletrnico de Sade que se encontra em desenvolvimento no Brasil.

    Branco6 observou a persistncia de nveis reduzidos de utilizao de informaes em sade no Pas, apesar da introduo de sistemas de informao informatizados e melhores condies de acesso. A autora destacou trs aspectos desfavorveis: difi culdades no processo de introduo de inovaes tecnolgicas, desafi os na capacitao de recursos humanos e lacunas na estrutura organizacional das instituies de sade.

    No presente estudo, relatos da implantao do Hrus revelaram entraves similares aos referidos por Branco,6 ainda que a pactuao interfederativa tenha favorecido a permeabilidade necessria adoo de estratgias para suplantar tais desafi os.

    Mello Jorge et al17 analisaram os sistemas de infor-mao do Brasil em relao a cinco pontos crticos: 1) irrelevncia da informao obtida; 2) m qualidade dos dados; 3) duplicao de sistemas de informao em sade; 4) falta de oportunidade na apresentao dos dados e de retroalimentao (feedback); e 5) pouco uso da informao. Todos os sistemas avaliados tm tido melhorias signifi cativas; porm, os autores17 apontam a necessidade de avanos para que as informaes cumpram adequadamente com o seu papel no contexto da sade do Brasil.

    Na etapa de planejamento e defi nio do escopo do Hrus, buscou-se evitar pontos crticos levantados pelos

    autores, adotando as seguintes estratgias: levanta-mento de informaes essenciais gesto da assistncia farmacutica nacional; substituio e interoperabili-dade com outros sistemas de informao em sade; e desenvolvimento de ferramentas para apoio deciso.

    Destaca-se a importncia dos sistemas informatizados de apoio deciso que possibilitem transformar dados primrios em fatos e formas signifi cativas, gerando informaes executivas e inteligentes. Tais sistemas permitem analisar e utilizar inmeras informaes, advindas de diversas bases, e transformar as entradas das bases de dados em informaes teis e estrat-gicas, determinantes no processo decisrio.12 Por meio da base nacional de dados das aes e servios da Assistncia Farmacutica no SUS espera-se coletar, analisar e disseminar as informaes relativas gesto da Assistncia Farmacutica praticada no SUS.

    A garantia de uma informao de qualidade condio essencial para a anlise objetiva da situao sanitria, para a tomada de decises baseadas em evidncias e para a programao de aes de sade.13

    Os indicadores resultantes dessa base representam ferramentas decisivas para a gesto e avaliao dos servios em sade. Constituem insumos de grande relevncia para estabelecer polticas e prioridades ajus-tadas s necessidades de sade da populao. Podero contribuir para avaliar a capacidade de infraestrutura a logstica, os recursos humanos envolvidos na rea, o perfi l de acesso e uso de medicamentos.16,24

    Assim, considera-se o Hrus uma inovao tecnolgica viabilizadora da gesto da Assistncia Farmacutica, nos moldes propostos. A partir da base nacional de dados das aes e servios da Assistncia Farmacutica no SUS, ser possvel a defi nio e pactuao de indicadores nacionais de Assistncia Farmacutica, visando produzir evidncias sobre a situao da Poltica Nacional de Assistncia Farmacutica e suas tendncias.

    reconhecida a importncia da Assistncia Farmacutica na Ateno Bsica, visto que esse nvel de ateno deve equacionar problemas de sade de maior relevncia em seu territrio, utilizando tecnologias de elevada complexidade e baixa densidade. Dentre estas, cita-se o uso de medicamentos no somente para cura e reabi-litao, mas para promoo da sade e preveno de doenas. No entanto, os resultados apresentados neste estudo, assim como a literatura consultada, confi guram um distanciamento ainda signifi cativo entre as dire-trizes estabelecidas para a Assistncia Farmacutica na Ateno Bsica e a realidade de municpios brasileiros.2,21

    Nesse aspecto, estudos de implantao, monitoramento e satisfao do usurio so fundamentais, uma vez que podem contribuir para diagnosticar possveis problemas

  • 98 HRUS: Inovao tecnolgica no SUS Costa KS & Nascimento Jr JM

    e identifi car suas causas. Dessa forma, propiciaro a melhoria da organizao e gesto da Assistncia Farmacutica nos municpios e estados, e a consoli-dao da Poltica de Sade e Poltica de Assistncia Farmacutica no Pas, por meio de propostas de aes corretivas e preventivas.

    AGRADECIMENTOS

    Aos tcnicos da Coordenao Geral de Assistncia Farmacutica Bsica do Ministrio da Sade pela coleta e sistematizao dos dados, elaborao das tabelas e fi guras e contribuio na reviso do artigo.

  • 99Rev Sade Pblica 2012;46(Supl):91-9

    Artigo submetido ao processo de julgamento por pares adotado para qualquer outro manuscrito submetido a este peridico, com anonimato garantido entre autores e revisores. Editores e revisores declaram no haver confl ito de interesses que pudesse afetar o processo de julgamento do artigo.Os autores declaram no haver confl ito de interesses.

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