home theater sem segredos

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4 Minha Casa SÁBADO, 3 DE ABRIL DE 2010 JORNAL DE PIRACICABA SÁBADO, 3 DE ABRIL DE 2010 Minha Casa 5 Home theater sem segredos CRISTIANE BONIN [email protected] I nvestir em um espaço para entre- tenimento em casa tornou-se uma tendência forte nos últimos anos. Para alcançar o objetivo final de conforto para moradores e visi- tantes e, também, para que o local pos- sa ser modernizado de acordo com o surgimento de novas tecnologias, pla- nejar com um arquiteto ou conhecer as dicas desses profissionais é funda- mental. No caso do home theater, po- de-se dizer que isso é fundamental. O arquiteto Iberê Campos comen- ta que o novo espaço trouxe alguns contratempos, como telas enormes e um amontoado de fios correndo pela sala e as caixas de som espalhadas pe- lo ambiente, atrapalhando a decoração e dificultando a limpeza. Se o leitor já reparou nesses am- bientes, é comum haver na parede onde se instala a televisão uma placa de madeira, material que atribui aconchego à sala e proporciona uma boa acústica. Assim como os demais móveis instalados na sala, o painel de madeira serve para esconder o ema- ranhado de fios. Outra dica, esta da arquiteta Ana Carolina Tabach, é avaliar os aparelhos eletrônicos no momento da compra. Os que aceitam mídias físicas, como CDs e DVDs, — que ocupam lugar nos móveis — podem dar lugar aos apare- lhos que aceitem dispositivos como pen drives. Ainda com relação aos móveis, eles devem possibilitar alterações da configuração do ambiente. “A cada dia, novos equipamentos eletrônicos são criados. Uma opção para organi- zar o espaço e guardar DVDs e CDs são as gavetas, com as lombadas para cima para facilitar a leitura dos títulos” , diz Ana Carolina, lembrando que é mais fácil dar outra finalidade para ga- vetas do que para nichos para encaixe dos disquinhos. Outro aspecto a ser considerado é que o home theater é um lugar de en- contro da família. Portanto, mais uma vez, o planejamento é fundamental pa- ra que as diversas outras funções pos- sam ser incorporadas aos móveis des- se ambiente como livros, objetos pes- soais, frigobares e computadores. A arquiteta alerta que antes da es- colha da estante, é importante saber qual a televisão que ficará no ambien- te. Para definir o espaço e seus elemen- tos, a profissional sugere checar a dis- tância dos olhos do espectador até a tela, a área da sala, o tamanho da TV e a resolução da tela.“As velhas TVs de tu- bo não são mais opções a se conside- rar na instalação de um home theater.” Para todos ficarem bem acomoda- dos, a escolha do sofá é outro ponto crucial. Ana Carolina relata que a ten- dência são móveis de linhas mais hori- zontais e retas. “Os sofás estão mais baixos, amplos e confortáveis. Antes destinados apenas para sentar, agora, são usados também para deitarmos” , diz ela, destacando o uso do modelo chaise. ACÚSTICA Escolhido um bom e confortável sofá, o próximo passo é cuidar da acús- tica do ambiente. “A tendência nestes ambientes é esconder as caixas de som. Projetamos caixas ‘inwall’, para embutir na parede, ou ‘ceiling moun- ted’,para serem colocadas no forro do teto, ficando praticamente invisíveis” , explica a arquiteta. Para os que gostam de um som muito potente, Ana Carolina sugere o seguinte cálculo: para uma sala de até 12 metros quadrados, um sistema com potência de cerca de 50 a 60 watts RMS por canal.“Não só a potência do recei- ver deve ser considerada: as caixas acústicas devem ser compatíveis com esta potência” , destaca. A profissional lembra, ainda, que se o home theater for montado num apartamento ou sala muito próxima a outros ambientes, é recomendável um isolamento acústico para que o volu- me interno do som não interfira fora da sala e vice-versa. “Sempre que possível, utilizamos elementos que favoreçam a absorção acústica como: móveis e revestimentos de paredes em madeira, piso de ma- deira ou carpete, tapetes, tecidos e cor- tinas” , diz a arquiteta Ana Paula Perez. Ela relata que revestimentos com ma- teriais reflexivos devem ser evitados, tais como pisos de mármore, vidros, es- pelhos e pintura acrílica nas paredes e no teto. ILUMINAÇÃO Por fim, a luz. Natural ou artificial, a iluminação é decisiva na qualidade de uma boa imagem. A intensidade moderada e a direção da fonte de luz são fundamentais para evitar proble- mas. A ausência total de iluminação não é recomendada. Um ambiente to- talmente escuro pode ser utilizado no cinema, mas, no dia-a-dia, pode ser prejudicial à visão. “Procuramos evitar uma ilumina- ção frontal, como uma janela aberta ou um spot de luz, com luz provenien- te do mesmo sentido da imagem. A luminosidade traseira também pode provocar reflexos na tela, que desviam a atenção da imagem, restando assim, a opção de janelas laterais” , explica Ana Paula. A iluminação indireta embutida no mobiliário ou outros elementos da decoração geralmente trazem bons resultados, afirma a arquiteta. Arande- las de baixo para cima, à meia altura, são alternativas interessantes. Reco- menda-se também a utilização de dimmers, para que se possa regular a intensidade de luz do ambiente. Corti- nas tipo blecaute são recomendadas para o uso diurno do home theater, principalmente, se os projetores fa- zem parte do projeto. Projeto de Cristina Camerino: iluminação indireta e embutida favorece o ambiente Xico Diniz Além do efeito decorativo, painel de madeira serve para esconder os fios: projeto de Erika France Projeto de Giuliano Luchetti: home theater também é local de encontro da família Os móveis devem permitir a mudança da configuração do ambiente: projeto de Marcelo Barelli Projeto de Sueli Porwjan: isolamento acústico é recomendável para que o volume interno do som não interfira No projeto de Patricia Moraes, móvel em madeira permite o deslocamento do aparelho de TV Fotos: acervo pessoal

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4 Minha Casa SÁBADO, 3 DE ABRIL DE 2010 JORNAL DE PIRACICABA SÁBADO, 3 DE ABRIL DE 2010 Minha Casa 5

Home theatersem segredos

CRISTIANE [email protected]

Investir em um espaço para entre-tenimento em casa tornou-se umatendência forte nos últimos anos.Para alcançar o objetivo final deconforto para moradores e visi-

tantes e, também, para que o local pos-sa ser modernizado de acordo com osurgimento de novas tecnologias, pla-nejar com um arquiteto ou conheceras dicas desses profissionais é funda-mental. No caso do home theater, po-de-se dizer que isso é fundamental.

O arquiteto Iberê Campos comen-ta que o novo espaço trouxe algunscontratempos, como telas enormes eum amontoado de fios correndo pelasala e as caixas de som espalhadas pe-lo ambiente, atrapalhando a decoraçãoe dificultando a limpeza.

Se o leitor já reparou nesses am-bientes, é comum haver na paredeonde se instala a televisão uma placade madeira, material que atribuiaconchego à sala e proporciona umaboa acústica. Assim como os demaismóveis instalados na sala, o painel demadeira serve para esconder o ema-ranhado de fios.

Outra dica, esta da arquiteta AnaCarolina Tabach, é avaliar os aparelhoseletrônicos no momento da compra.Os que aceitam mídias físicas, comoCDs e DVDs, — que ocupam lugar nosmóveis — podem dar lugar aos apare-lhos que aceitem dispositivos comopen drives.

Ainda com relação aos móveis,eles devem possibilitar alterações daconfiguração do ambiente. “A cadadia, novos equipamentos eletrônicossão criados. Uma opção para organi-zar o espaço e guardar DVDs e CDssão as gavetas, com as lombadas paracima para facilitar a leitura dos títulos”,diz Ana Carolina, lembrando que émais fácil dar outra finalidade para ga-vetas do que para nichos para encaixedos disquinhos.

Outro aspecto a ser considerado éque o home theater é um lugar de en-contro da família. Portanto, mais umavez, o planejamento é fundamental pa-ra que as diversas outras funções pos-sam ser incorporadas aos móveis des-se ambiente como livros, objetos pes-soais, frigobares e computadores.

A arquiteta alerta que antes da es-colha da estante, é importante saberqual a televisão que ficará no ambien-te. Para definir o espaço e seus elemen-tos, a profissional sugere checar a dis-tância dos olhos do espectador até atela, a área da sala, o tamanho da TV e aresolução da tela.“As velhas TVs de tu-bo não são mais opções a se conside-rar na instalação de um home theater.”

Para todos ficarem bem acomoda-dos, a escolha do sofá é outro pontocrucial. Ana Carolina relata que a ten-dência são móveis de linhas mais hori-zontais e retas. “Os sofás estão maisbaixos, amplos e confortáveis. Antesdestinados apenas para sentar, agora,são usados também para deitarmos”,diz ela, destacando o uso do modelochaise.

ACÚSTICA

Escolhido um bom e confortávelsofá, o próximo passo é cuidar da acús-tica do ambiente. “A tendência nestesambientes é esconder as caixas desom. Projetamos caixas ‘inwall’, paraembutir na parede, ou ‘ceiling moun-ted’, para serem colocadas no forro doteto, ficando praticamente invisíveis”,explica a arquiteta.

Para os que gostam de um sommuito potente, Ana Carolina sugere oseguinte cálculo: para uma sala de até12 metros quadrados, um sistema compotência de cerca de 50 a 60 watts RMSpor canal.“Não só a potência do recei-ver deve ser considerada: as caixasacústicas devem ser compatíveis comesta potência”, destaca.

A profissional lembra, ainda, quese o home theater for montado num

apartamento ou sala muito próxima aoutros ambientes, é recomendável umisolamento acústico para que o volu-me interno do som não interfira forada sala e vice-versa.

“Sempre que possível, utilizamoselementos que favoreçam a absorçãoacústica como: móveis e revestimentosde paredes em madeira, piso de ma-deira ou carpete, tapetes, tecidos e cor-tinas”, diz a arquiteta Ana Paula Perez.Ela relata que revestimentos com ma-teriais reflexivos devem ser evitados,tais como pisos de mármore, vidros, es-pelhos e pintura acrílica nas paredes eno teto.

ILUMINAÇÃO

Por fim, a luz. Natural ou artificial,a iluminação é decisiva na qualidadede uma boa imagem. A intensidademoderada e a direção da fonte de luzsão fundamentais para evitar proble-mas. A ausência total de iluminaçãonão é recomendada. Um ambiente to-talmente escuro pode ser utilizado nocinema, mas, no dia-a-dia, pode serprejudicial à visão.

“Procuramos evitar uma ilumina-ção frontal, como uma janela abertaou um spot de luz, com luz provenien-te do mesmo sentido da imagem. Aluminosidade traseira também podeprovocar reflexos na tela, que desviama atenção da imagem, restando assim,a opção de janelas laterais”, explicaAna Paula.

A iluminação indireta embutidano mobiliário ou outros elementos dadecoração geralmente trazem bonsresultados, afirma a arquiteta. Arande-las de baixo para cima, à meia altura,são alternativas interessantes. Reco-menda-se também a utilização dedimmers, para que se possa regular aintensidade de luz do ambiente. Corti-nas tipo blecaute são recomendadaspara o uso diurno do home theater,principalmente, se os projetores fa-zem parte do projeto.

Projeto de CristinaCamerino: iluminaçãoindireta e embutidafavorece o ambiente

Xico Diniz

Além do efeitodecorativo,

painel demadeira serve

para esconder osfios: projeto deErika France

Projeto de GiulianoLuchetti: hometheater também élocal de encontro dafamília

Os móveis devempermitir a

mudança daconfiguração do

ambiente: projetode Marcelo Barelli

Projeto de SueliPorwjan: isolamentoacústico érecomendável paraque o volume internodo som não interfira

No projeto dePatriciaMoraes, móvelem madeirapermite odeslocamentodo aparelho deTV

Fotos: acervo pessoal