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Colégio Técnico Tableau Técnico em Farmácia Turma I – Módulo II Bruno Silva Diego Luiz Pereira HOMEOPATIA

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Page 1: Home Op a Ti A

Colégio Técnico Tableau

Técnico em Farmácia

Turma I – Módulo II

Bruno Silva

Diego Luiz Pereira

HOMEOPATIA

São José dos Campos, SP.

2011

Page 2: Home Op a Ti A

Bruno Silva

Diego Luiz Pereira

HOMEOPATIA

Projeto apresentado no Programa de Técnico

em Farmácia do Colégio Tableau, como

complementação da disciplina “Projeto

Multidisciplinar” para obtenção do título de

Técnico em Farmácia.

Orientadora: Profa. Msc Ingrid Solange

Sepúlveda Muñoz.

São José dos Campos, SP.

2011

Page 3: Home Op a Ti A

Agradecimentos

Dedicamos esses agradecimentos ao esforço dos integrantes do grupo em

função de pesquisar e analisar os dados, assim como as devidas fontes por

disponibilizarem materiais e também a paciência de todos que colaboraram.

Page 4: Home Op a Ti A

Resumo

Este projeto aborda a introdução da homeopatia na medicina, e o

desenvolvimento de seus fármacos com a criação de um novo estilo de tratamento com

novos conceitos de cura total do paciente, e também novos fármacos, criando assim

conseqüentemente uma nova área farmacêutica, a Farmácia Homeopata.

Criada por Hypócrites e esquecida ao longo da história, foi retomada por Samuel

Hahnemann e reescrita para assim ocupar seu lugar na história. Hahnemann

desenvolveu métodos de pesquisa para novos fármacos e uma nova forma de

tratamento, tratando o paciente como um todo e suas enfermidades com fármacos

similares.

Os discípulos de Hahnemann se espalharam pelo mundo criando a farmácia

Hahnemaneana chegando também ao Brasil. Hoje existem varias leis e normas que

garantem a forma de tratamento e a qualidade nos fármacos manipulados tornando um

tratamento confiável e seguro.

Page 5: Home Op a Ti A

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Ferramentas utilizadas em Homeopatia....................................................13

Figura 2 : Christian Friedrich Samuel Hahnemann....................................................14

Figura 3: Jules Benoit Mure.......................................................................................16

Figura 4: Farmácia Homeopatica...............................................................................17

Page 6: Home Op a Ti A

SUMÁRIO

1 Histórico..................................................................................................................072 Introdução...............................................................................................................093 Objetivo...................................................................................................................104 Metodologia............................................................................................................115 Revisão Bibliográfica..............................................................................................12 5.1 Homeopatia....................................................................................................12 5.2 Samuel Hahnemann.......................................................................................14 5.3 Homeopatia no Brasil......................................................................................15 5.4 Fundamentos..................................................................................................16 5.4.1 Experimentação dos Medicamentos em homens.........................................16 5.4.2 Lei dos Semelhantes....................................................................................17 5.5 Farmácia Homeopática...................................................................................17 5.6 Preparo...........................................................................................................19 5.6.1 Método Hahnemanniano...............................................................................19 5.6.2 Método Korsakov..........................................................................................19 5.6.3 Fluxo Contínuo..............................................................................................20 5.7 Assistência Farmacêutica................................................................................20 5.7.1 Unicista.........................................................................................................20 5.7.2 Alternista.......................................................................................................20 5.7.3 Organista......................................................................................................21 5.7.4 Complexista..................................................................................................216 Atenção Farmacêutica............................................................................................227 Legislação...............................................................................................................238 Conclusão...............................................................................................................24Referências Bibliográficas.........................................................................................25

Page 7: Home Op a Ti A

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1 HISTÓRICO

A obra de Hipócrates (460-350 a.C.) é um marco da ciência e arte médicas,

sendo este iluminado médico grego considerado o Pai da Medicina. Em seu tempo,

Hipócrates introduziu a avaliação metódica dos sinais e sintomas como base

fundamental para o diagnóstico. Em termos de tratamento, advogava que dois

métodos terapêuticos poderiam ser utilizados com sucesso: a “cura pelos contrários”

(Contraria Contrariis Curentur), consolidada por Galeno (129-199 d.C.) e Avicena

(980-1037), que é à base da medicina alopática; e a “cura pelos semelhantes”

(Similia Similibus Curentur), reavivada no século XVI por Paracelso (1493-1591) e

consolidada pelo médico alemão Samuel Hahnemann, quando este criou a

Homeopatia. Christian Frederich Samuel Hahnemann, nasceu no dia 10 de abril de

1755 na pequena cidade de Meissen, no eleitorado da Saxônia (Alemanha). Em

1775, Hahnemann vai para Leipzig, onde lhe foi permitido assistir aulas na

universidade. Para custear os estudos, traduzia livros médicos do inglês para o

alemão e lecionava outros idiomas. Apesar de a Universidade de Leipzig ser

excelente, não possuía instalações para o treinamento clínico que tanto lhe

encantava e por isso, após dois anos de estudos, partiu para Viena com a intenção

de praticar a medicina. Lá adquiriu experiência com o famoso Dr. Von Quarin, o

médico real. Seus recursos possibilitaram que ele permanecesse menos de um ano,

quando então foi convidado pelo governador da Transilvânia para catalogar sua

biblioteca e classificar sua coleção de moedas. Ficou na Transilvânia por dois anos,

até que conseguiu economizar dinheiro suficiente para matricular-se na

Universidade de Erlangen, em 1779, obtendo, no mesmo ano, o diploma de médico,

ainda com 24 anos. Hahnemann clinicou durante algum tempo, mas tornou-se

insatisfeito, a exemplo de Paracelso, com os resultados obtidos com a medicina

tradicional, optando por ganhar a vida traduzindo livros médicos. Em 1790, aos 35

anos, durante a tradução da Matéria Médica, de William Cullen (1710-1790), ficou

intrigado com as explicações dadas por este para os efeitos terapêuticos da quina.

Experimentou-a em si mesmo, observando manifestações bastante semelhantes às

apresentadas por pacientes com malária. Concluiu, então, que a quina era utilizada

no tratamento da malária porque produzia sintomas semelhantes em pessoas

saudáveis. Hahnemann viveu em Paris de 1835 até sua morte, aos 88 anos, no dia 2

Page 8: Home Op a Ti A

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de julho de 1843, após o que foi reconhecido por inúmeros médicos que antes se

opunham a seus ensinamentos (CORRÊA et al., 1997).

Page 9: Home Op a Ti A

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2 INTRODUÇÃO

A Homeopatia é uma especialidade farmacêutica, médica, odontológica e

veterinária que foi fundada no início do século 19 pelo alemão Samuel Hahnemann.

Ela ganhou popularidade no final do século. Entretanto, com o advento da medicina

moderna, a homeopatia foi vista como velha pelos praticantes da medicina

convencional e a sua popularidade caiu. Essa tendência foi revertida recentemente e

desde 1980, a homeopatia voltou a crescer em vários países. Para a homeopatia as

doenças são geradas pelo desequilíbrio das forças do organismo. Portanto, o clínico

homeopata não investiga somente sintomas isolados, mas considera o paciente

como um todo, corpo e mente. Assim, a homeopatia trata o doente e não a doença.

(ANVISA, 2005-2009).

A Homeopatia (tratamento pelo semelhante) não pode ser confundida com a

Isopatia ou com a Tautopatia. Entretanto, esses métodos podem seguir as leis

homeopáticas de tratamento, ou seja, após experimentação no indivíduo “são”, o

medicamento pode ser administrado em doses dinamizadas e ultradiluídas, segundo

as recomendações de Hahnemann. O medicamento único preconizado por

Hahnemann e manipulado dentro das mais rígidas regras de sucussão4,

dinamização5 e diluição, pode ser fornecido ao paciente em diversas apresentações

e potencias. Em ovinos o medicamento é fornecido via oral, geralmente, misturado à

água de bebida, ração (concentrado) ou suplemento mineral. As escalas indicam a

razão da diluição empregada no preparo de medicamentos homeopáticos. As mais

comuns são: a centesimal (utilizada por Hahnemann), e a decimal (preconizada por

Hering) (MINHO, 2006).

Page 10: Home Op a Ti A

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3 OBJETIVO

Este Projeto tem como objetivo reunir e explicar os principais fatos, histórico e

explicar dados importantes a respeito da homeopatia, suas origens, conceitos,

métodos e práticas. Através de material de texto e algumas ilustrações.

Page 11: Home Op a Ti A

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4 METODOLOGIA

Este trabalho foi realizado através de levantamentos bibliográficos em sites

conceituados, artigos de revistas cientificas e livros.

Page 12: Home Op a Ti A

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5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

5.1 HOMEOPATIA

Em seu tempo, Hipócrates introduziu a avaliação metódica dos sinais e

sintomas como base fundamental para o diagnóstico. Em termos de tratamento,

advogava que dois métodos terapêuticos poderiam ser utilizados com sucesso: a

“cura pelos contrários” (Contraria Contrariis Curentur), consolidada por Galeno (129-

199 d.C.) e Avicena* (980-1037), que é à base da medicina alopática; e a “cura

pelos semelhantes” (Similia Similibus Curentur), reavivada no século XVI por

Paracelso** (1493-1591) e consolidada pelo médico alemão Samuel Hahnemann,

quando este criou a Homeopatia (CORRÊA et al., 1997).

A Homeopatia é uma especialidade farmacêutica (figura 1), médica,

odontológica e veterinária que foi fundada no início do século 19 pelo alemão

Samuel Hahnemann. Ela ganhou popularidade no final do século. Entretanto, com o

advento da medicina moderna, a homeopatia foi vista como velha pelos praticantes

da medicina convencional e a sua popularidade caiu. Essa tendência foi revertida

recentemente e desde 1980, a homeopatia voltou a crescer em vários países. Para a

homeopatia as doenças são geradas pelo desequilíbrio das forças do organismo.

Portanto, o clínico homeopata não investiga somente sintomas isolados, mas

considera o paciente como um todo, corpo e mente. Assim, a homeopatia trata o

doente e não a doença (ANVISA, 2005-2009).

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Figura 1: Ferramentas utilizadas na homeopatiaFonte: http://www.indigocenter.com/images/homeopathic_medicine_2.jpg

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5.2 SAMUEL HAHNEMANN

Neste contexto surge o médico alemão CHRISTIAN FRIEDRICH SAMUEL

HAHNEMANN (1755-1843) (figura 2), que exerce a profissão até os 34 anos,

quando decide abandonar a carreira por insatisfação com os efeitos nocivos da

prática médica.

Figura 2: Christian Friedrich Samuel HahnemannFonte: http://www.homeoint.org/photo/hah2/hahnem129.jpg

Hahnemann (figura 2) conhecia vários idiomas, por isso, para sustentar sua

família, dedica-se à tradução de obras de grandes autores da medicina. Nessa

época germina a idéia de experimentar a ação de substâncias sobre os homens

saudáveis. Após traduzir um texto do Dr. CULLEN sobre a Quina (droga usada

contra a malária), Hahnemann discorda das explicações fornecidas pelo autor e

decide experimentar em si mesmo a substância. Percebe, então, o surgimento de

sintomas semelhantes aos da malária, restabelecendo sua saúde ao parar de ingerir

a droga. Formula a hipótese de que a Quina promove melhora dos sintomas dos

doentes com Malária porque provoca, em pessoas saudáveis, sintomas semelhantes

aos da Malária. Hahnemann sabia que essa hipótese não era dele, Hipócrates e

vários outros autores já haviam sugerido que os semelhantes curam os

semelhantes. Porém, coube a Hahnemann a comprovação e a sistematização dessa

lei de cura. Decide experimentar, em diversas pessoas saudáveis, várias

substâncias conhecidas pela medicina da época. Os resultados dessas primeiras

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pesquisas foram publicados em 1796 num texto chamado de “Ensaio sobre um novo

princípio para descobrir as virtudes curativas das substâncias medicinais, seguido de

alguns comentários a respeito dos princípios aceitos na época atual”. Esse texto

marca o nascimento do sistema médico que Hahnemann denominou Homeopatia

(em alemão: homoopathie, do grego: homoios- semelhante + pathos- sofrimento).

(NETO, 2006).

5.3 HOMEOPATIA NO BRASIL

Em 21 de Novembro de 1840 desembarcou no Brasil o médico francês Jules

Benoit Mure (figura 3), discípulo de Hahnemann. Foi o primeiro a divulgar a prática

no país, por isso, em 21 de Novembro comemora-se, no Brasil, o dia da

Homeopatia. Contando com o apoio do imperador Dom Pedro II, Benoit Mure funda

em 1844 a Escola de Homeopatia do Rio de Janeiro. Devido ao seu baixo custo e

eficiência, a Homeopatia, durante o período da escravidão, foi a única forma de

medicina usada pelos escravos e pelas classes excluídas. No início do século XX, a

Homeopatia cresce com a criação de ambulatórios e enfermarias nas forças

armadas. Nesta época surge uma figura importante, o Dr. NILO CAIRO, que funda a

Revista Homeopática do Paraná e escreve um livro de Homeopatia (ainda hoje

muito difundido entre o público leigo). Em 1912, nasce a Faculdade Hahnemaniana

de medicina e, em 1916, o Hospital Hahnemaniano do Brasil. A associação Paulista

de Homeopatia (APH) é fundada em 1936, local onde passa a ser oferecido o curso

de especialização em Homeopatia. Atualmente, em São Paulo, é a Escola Paulista

de Homeopatia (EPH) que responde pelo curso de especialização com duração de

três anos. Em 1952, torna-se obrigatório o ensino de técnicas de farmácia

homeopática nas faculdades de farmácia do Brasil. Em 4 de Julho de 1980 a

Homeopatia é reconhecida, no Brasil, como especialidade médica pelo Conselho

Federal de Medicina. Hoje é a 16ª especialidade em número de profissionais no

país. Infelizmente, desde a introdução da Homeopatia feita por Benoit Mure em

1840, nosso país não mudou muito: persistem a miséria, a desigualdade social e o

alto custo da saúde. Felizmente, também as características fundamentais da

Homeopatia (baixo custo e eficiência) não mudaram (NETO, 2006).

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Figura 3: Jules Benoit MureFonte: http://homeopathy.wildfalcon.com/archives/2009/01/02/benoit-jules-mure-1809-1858/

5.4 OS FUNDAMENTOS

A Homeopatia, como toda racionalidade é ciência e arte de curar. É ciência

porque possui um conjunto de conhecimentos organizados e uma metodologia

própria. As bases da Homeopatia, reconhecidas por Hahnemann após suas

experiências, são: 1- Experimentação dos medicamentos em homens sãos; 2-

Princípio da Semelhança (ou Lei dos Semelhantes); 3- Administração de

medicamento único e dinamizado (NETO, 2006).

5.4.1 EXPERIMENTAÇÃO DOS MEDICAMENTOS EM HOMENS SÃOS

Procedimento para testar substâncias medicinais em indivíduos sadios para

elucidar os sintomas que irão refletir sua ação.

Com a experimentação, o pesquisador homeopata descobre várias

manifestações que cada substância pode desencadear em uma pessoa que seja

sensível a ela. Atualmente as experimentações de novos medicamentos são

controladas usando-se o método epidemiológico. Ao utilizar animais teremos sempre

Page 17: Home Op a Ti A

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resultados parciais, falsos ou pobres em detalhes em virtude das características

peculiares aos seres humanos. Ao utilizar pessoas doentes não saberíamos quais

ações são devidas à droga e quais são devidas à doença (NETO, 2006).

5.4.2 LEIS DOS SEMELHANTES

Medicamento que abrange a totalidade dos sintomas de um homem doente.

Haverá sincronismo da reação orgânica, que evoluirá para melhora ou cura. Ou seja;

Toda substância capaz de provocar determinados sintomas numa pessoa sadia é

capaz de curar sintomas semelhantes que se apresentam numa pessoa doente.

5.5 FARMACIA HOMEOPÁTICA

Figura 4: Farmácia HomeopáticaFonte: http://www.homeopatiaelfos.com/imagenes/empresa_salon.jpg

A farmácia homeopática é o estabelecimento que manipula fórmulas

magistrais e oficinais, segundo sua respectiva farmacotécnica. Para isso, deve

contar com o profissional farmacêutico habilitado, possuir estrutura física e técnicas

adequadas e estar regularizada perante a Vigilância Sanitária para o exercício desta

atividade. Os medicamentos são aviados segundo prescrição médica, odontológica

ou veterinária, e devem ser registradas em livro de receituário. É permitido ás

farmácias homeopáticas manter seções de vendas de correlatos e de medicamentos

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não homeopáticos quando apresentados em suas embalagens originais. Assim

como qualquer outro tipo de Farmácia, a Farmácia Homeopática deve contar com

assistência farmacêutica em tempo integral responsável técnico ou substituto.

(MAGANO, 2010).

Em 1992, a Associação Brasileira de Farmacêuticos Homeopatas (ABFH)

lançou a primeira edição do Manual de Normas Técnicas para Farmácia

Homeopática, que tinha como um dos objetivos principais “apresentar aos

profissionais um conjunto de informações a respeito dos procedimentos gerais

envolvendo a origem, preparação, conservação, dispensação e outras

características dos medicamentos homeopáticos” (ABFH, 1992). A partir de então,

cada vez mais se estimulou à padronização no preparo dos insumos e

medicamentos homeopáticos e a segunda edição da Farmacopéia Homeopática

Brasileira (Farm. Hom. Bras. 1997) procurou atingir essa meta. De acordo com a

Farm. Hom. Bras. (1997), o “medicamento homeopático é toda apresentação

farmacêutica destinada a serem ministradas segundo o princípio da similitude, com

finalidade preventiva e terapêutica, obtida pelo método de diluições seguidas de

sucussões e/ou triturações sucessivas”. Os medicamentos homeopáticos para uso

interno encontram-se nas formas farmacêuticas líquidas (gotas e dose única líquida)

e sólidas (comprimidos, glóbulos, pós, tabletes e dose única sólida). As

apresentações mais comuns na pratica da Homeopatia são as formas líquidas e os

glóbulos (DIEHL et al., 2008).

Os glóbulos são esferas de sacarose, previamente embebidas na forma

liquida correspondente a potencia desejada.

A Homeopatia é a medicina do doente e não da doença, portanto o que existe

na mesma são medicamentos individualizados para cada doente.

Portanto medicamento homeopático é toda substancia submetida á dinamização

(diluição + sucussão), passível de provocar sintomas em pessoas saudáveis e curar

esses sintomas quando prescritas a doentes segundo a Lei dos Semelhantes

(NETO, 2006).

Geralmente, o medicamento é identificado pelo seu nome em latim, através

da anotação binária, seguindo a nomenclatura oficial, fazendo com que seja

reconhecido pelo mesmo nome, seja na Rússia, no Brasil ou na Inglaterra. O nome

do medicamento é seguido por um número que indica quantas vezes ele sofreu o

processo de dinamização e por letras que identifica por qual método ele foi

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preparado. Exemplo: para a Arnica montana 12 CH, foi empregada a Arnica

montana L., dinamizada doze vezes, pelo método centesimal hahnemanniano ou CH

(MAGANO, 2010).

5.6 PREPARO

Depois de respeitadas as regras de coleta da matéria-prima (época do ano,

qualidade da substância.) produz-se a tintura-mãe. Tintura-mãe é a substância no

estado líquido e altamente concentrada. São três os métodos de Dinamização: 1.

Método Hahnemaniano (frascos múltiplos); 2. Método Korsakov (frasco único); 3.

Fluxo contínuo (NETO, 2006).

5.6.1 MÉTODO HAHNEMANIANO (FRASCOS MULTIPLOS)

É também chamado de método dos frascos múltiplos, pois para cada nova

diluição e sucussão utiliza-se um novo recipiente. Trata-se do método original, criado

por Hahnemann. É identificado pela letra “H”. A proporção entre substância (soluto)

e a solução de água e álcool (solvente) é chamada “escala”. Para o método

hahnemaniano usam-se habitualmente duas escalas:

A centesimal hahnemaniana (CH);

A cinqüenta milesimal (LM) (NETO, 2006).

5.6.2 MÉTODO KORSAKOV (FRASCO ÚNICO)

É também chamado de método do frasco único. Korsakov era um nobre do

exército russo e viveu na época de Hahnemann. Interessou-se pela Homeopatia,

mas percebeu dificuldades em utilizar os incontáveis frascos necessários para a

dinamização do método hahnemaniano. Inventou, então, um novo método: dilui se

uma parte da tintura mãe em 99 partes de água/álcool, sucussiona-se cem vezes.

Essa é a 1ª potência. Despreza-se, então, todo o conteúdo. O mesmo frasco é

novamente enchido com solução água/álcool e sucussionado. Obtém-se assim a 2ª

potência. Novamente despreza-se todo o conteúdo e enche-se o mesmo frasco com

solução água/álcool, repetindo-se o processo até a potência desejada. Admite-se

que o resíduo que fica no frasco quando se despreza o conteúdo é suficiente para a

próxima dinamização (NETO, 2006).

Page 20: Home Op a Ti A

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5.6.3 FLUXO CONTÍNUO

É um método para o preparo de altas potências. Só é possível sua realização

com aparelhagem própria. Uma corrente ininterrupta do solvente dilui e agita o

medicamento ao mesmo tempo. Não é um método perfeito do ponto de vista

Hahnemaniano, mas na prática clínica demonstra resultado (NETO, 2006).

5.7 ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA

Faz parte do perfil e das atribuições do farmacêutico homeopata ter o

conhecimento profundo da filosofia e da medicina homeopáticas, e das diversas

escolas nas quais a homeopatia se dividiu. Além disso, deve conhecer os

medicamentos que manipula, para melhor orientar o paciente. O farmacêutico é o

elo entre o prescritor e o usuário. No Brasil as principais escolas homeopatas são;

unicista, alternista (pluralista), organista e complexista (MAGANO, 2010).

5.7.1 UNICISTA

Os “unicistas” são aqueles profissionais que indicam apenas um

medicamento de cada vez, substituindo - o somente quando, em sua nova pesquisa

de medicamento, encontra um outro que reúne maior numero de características

físicas e mentais do indivíduo. Por fim, prescreve apenas um medicamento, á

maneira de Hahnemann, com base na totalidade dos sintomas do doente – o

similiun (LOBÃO, 1996).

5.7.2 ALTERNISTA

Também conhecida como (pluralista), a prescrição é de dois ou mais

medicamentos para serem administradas em horas distintas, alternadamente, para

que um complemente a ação do outro, atingindo, assim, a totalidade dos sintomas

do paciente (MAGANO, 2010).

Page 21: Home Op a Ti A

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5.7.3 ORGANISTA

A prescrição dos medicamentos é direcionada aos órgãos doentes,

considerando as queixas mais imediatas do paciente. Esta conduta aproxima-se da

medicina alopática, que fragmenta o ser humano em órgãos e sistemas. Numa visão

organista, o clinico fixa-se apenas no problema local, não levando em conta os

sintomas emocionais e mentais, que podem estar relacionados ao problema.

(MAGANO, 2010).

5.7.4 COMPLEXISTA

Os complexistas utilizam vários medicamentos ao mesmo tempo,

formando um complexo com 3 ate 10 medicamentos, em potencias, geralmente

baixas, para serem administradas simultaneamente no paciente (LOBÃO, 1996).

6 ATENÇÃO FARMACÊUTICA

Page 22: Home Op a Ti A

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Atenção Farmacêutica (AF) é a atividade na qual o farmacêutico contribui

para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes, através da identificação,

resolução e prevenção de Problemas de Saúde Relacionadas ao Uso de

Medicamentos (PRM). Os pacientes das farmácias homeopáticas apresentam estes

problemas relacionados relacionado ao uso de medicamentos não homeopáticos. A

AF em homeopatia deve considerar, alem dos aspectos gerais da AF, as

peculiaridades da homeopatia. Ou seja, acompanhar o tratamento levando em conta

as Leis de Cura de Hering, supressão, agravação, patogenesia, a queixa principal do

paciente, a integralidade do paciente, o seu estado geral, a sua qualidade de vida e

a sua atitude vital (FERREIRA, 2007).

O farmacêutico homeopata pode ser o profissional capaz de orientar o usuário

a utilizar corretamente os medicamentos homeopáticos, auxiliando na cura de

enfermidades leves e também prevenindo e evitando o desenvolvimento de

enfermidades graves, levando sempre em conta as leis dos semelhantes. A opção

pela homeopatia exige, por parte do paciente, uma compreensão do que é o

tratamento, e uma observação atenta da ação do medicamento prescrito, ou seja,

uma observação atenta e critica de si mesmo, e que ele exercite o empoderamento

de sua própria saúde, o que torna a homeopatia atual e interativa, como devem ser

as terapêuticas da Nova Era. O paciente deve ser orientado com relação a alguns

cuidados com o medicamento homeopático (MAGANO, 2010).

7 LEGISLAÇÃO

Page 23: Home Op a Ti A

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Foi postado no projeto as legislações de maior impacto na Farmácia

Homeopata, dentre muitos normas e decretos vimos maior importância nas

pesquisadas (MAGANO, 2010).

Decreto nº. 57.477, de 20 de Dezembro de 1965: Dispõe sobre manipulação,

receituário, industrialização e venda de produtos utilizados em homeopatia e dá

outras providencias.

Portaria nº. 17, 22 de Agosto de 1966: Dispõe sobre a manipulação,

receituário, industrialização e venda de produtos utilizados em homeopatia.

Resolução RDC nº.26, de 30 de março de 2007: Dispõe sobre o registro de

medicamentos dinamizados industrializados homeopáticos, antroposóficos e anti –

motóxicos.

Instrução normativa nº.3, de 11 de abril de 2007: Dispõe sobre a lista de

“Referências Bibliográficas Para Avaliação de Segurança e Eficácia de

Medicamentos Dinamizados”.

Instrução normativa nº.4, de 11 de abril de 2007: Dispõe sobre o Guia para a

Realização de Estudos de Estabilidade para Medicamentos Dinamizados.

Instrução normativa nº.5, de 11 de abril de 2007: dispõe sobre os limites de

potência para registro e notificação de medicamentos dinamizados.

Resolução RDC nº.67, de 8 de outubro de 2007: Dispõe sobre Boas Práticas

de Manipulação de preparações Magistrais e Oficinais para Uso Humano em

farmácias.

RDC 87, 21 de novembro de 2008, alterações da RDC 67/2007.

Resolução CFF nº. 440 de 22 de setembro de 2005: Dá nova redação á

Resolução nº. 335/98 do Conselho Federal de Farmácia, que dispõe sobre as

prerrogativas para o exercício da responsabilidade técnica em homeopatia.

(MAGANO, 2010).

8 CONCLUSÃO

Page 24: Home Op a Ti A

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Concluímos com esse projeto e o material nele estudado e revisado, que a

Homeopatia mesmo com os avanços tecnológicos em pesquisas e desenvolvimento

de fármacos, ainda existe uma grande lacuna e até preconceito com o tratamento

homeopata. Pois mesmo com uma ciência evoluída não se explica a forma de ação

farmacológica dos fármacos, mas também, pode se disser que é a forma

farmacêutica mais segura sem efeitos colaterais de tratamento e curas de doenças

não tão complexas.

Page 25: Home Op a Ti A

25

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Perguntas Mais Freqüente - Agencia Nacional de Vigilância Sanitária ANVISA –,

2005-2009. Disponível em: < www.anvisa.gov.br> Acesso em: 22/out/2010.

CORRÊA, A.D.; SIQUEIRA-BATISTA, R.; QUINTAS, L.E.M. Similia Similibus

Curentur: notação histórica da medicina homeopática. Rev Ass Med Brasil, 1997;

43(4): 347-51.

NETO, Ruy Madsen Barbosa, Bases da Homeopatia – Liga de Homeopatia

Medicina Unicamp, 2006.

DIEHL, Eliana E.; SONAGLIO, Diva.; LIMA, Nayla Ferreira.;

BACKES ,Sinara.Estudos dos fatores impregnação e secagem nas características

de glóbulos utilizados em homeopatia RBCF – Revista Brasileira de Ciências

Farmacêuticas – Brasilian Journal of Pharmaceutical Sciences vol.44, nº1,

jan./mar., 2008.

FERREIRA, Rinaldo. Atenção Farmacêutica em Homeopatia: Casos Clínicos,

Resumo de conferencia - Cultura Homeopática, 2007 - p. 34-35 • abr-mai-jun • nº

19.

LOBÃO, Antonio de Oliveira. Homeopatia: as diferentes escolas - CESAHO - Jornal de Piracicaba/Opinião, Piracicaba/SP, quarta-feira, 16 de Outubro de 1996, página A-3.

MAGANO, Daniel de Aguiar; TROVÃO, Flávia; GUERINO, Helena Pires –

Homeopatia. COMISSÃO ASSESSORIA DE HOMEOPTIA, CRF SP – Conselho

Regional de Farmácia do Estado de São Paulo, Publicação do Conselho Regional

de Farmácia do Estado de São Paulo - Setembro/2010.

MINHO, Alessandro Pelegrine. Uso da homeopatia para o controle da haemoncose ovina. 2006. 44 f. Monografia (Especialização Latu Sensu) – Centro de EstudosAvançados em Homeopatia CESAHO, Piracicaba, 2006.