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02/04/2013 Música No comments

Marcos Sacramento e Zé Paulo Becker mostram que todo mundo quer a... http://www.estemeseuquero.com.br/2013/04/02/marcos-sacramento-e-z...

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Marcos Sacramento e Zé Paulo Becker em duas noites no Espaço Furnas Cultural

Músicas de amor. Quando se trata de canções de amor compostas pela poesia de Paulo CésarPinheiro, letrista de inúmeros clássicos da MPB, e pelo violão elegante do compositor e arranjador ZéPaulo Becker, letras ganham vida com a interpretação de Marcos Sacramento. Há que se preparar ossentimentos.

E nos dias 13 e 14 de abril, sábado e domingo, o encontro destas três gerações de músicos aconteceno Espaço Furnas Cultural, com entrada franca. Zé Paulo e Marcos Sacramento vão mostrar o CD TodoMundo Quer Amar, com as canções da dupla Becker-Pinheiro. O samba, linguagem comum aos três, é otom predominante do álbum e do show. A dupla divide o palco com, Edu Neves (sopros), Bernardo Aguiar(percussões), que também participaram do CD, Romulo Duarte (baixo) e Rogério Caetano (violão).

“Meu repertório passeia por vários caminhos, com uma proximidade maior com o samba, mas de umamaneira particular. Minha forma de cantar samba é pouquíssima ortodoxa. Daí ficar tão à vontade com otrabalho do Zé Paulo, um samba também nada ortodoxo”, diz Sacramento.

Zé Paulo e Marcos Sacramento cantam o amor

Zé Paulo, que nasceu na música erudita e acabou na música popular, comenta sobre a roupagem do discoe show: “Os arranjos trazem o tradicional violão 7 cordas e cavaquinho, mas são alinhavados no discotambém pelo naipe de metais, para o qual chamei o maestro Humberto Araujo, pelo piano de LeandroBraga e, ainda, baixo acústico e percussão. Não fiz grades de arranjos, o que resultou num trabalho decolaboração e improvisação dos músicos convidados”.

“’Todo Mundo Quer Amar’ é essencialmente um disco de parcerias. Não só entre eu e Zé Paulo, não sóde Zé Paulo e Paulo César Pinheiro, mas também dos músicos conosco”, completa Sacramento.

“Nada no mundo é melhor que o amor”, sentencia a letra de Dois Lados. Ao lado dela, no repertório,músicas onde o amor percorre vários lados dos relacionamentos: do rompimento inevitável em Remendo,à filosofada do coração calejado na Coisa de Amador, passando pelo confronto abertoem Temperamento e pelo sofrimento contido na Conformação. Os arranjos juntam uma verdadeiraorquestra popular em Coisa de Amador e passeiam com tranquilidade por outras formações como ochoro Gota de Ouro, a gafieira A Gente Samba e a intimista Convés, só com voz, violão e o piano deLeandro Braga. Há ainda rodopios de baile em No Clube Democráticos, que relaciona a casa da Lapa àantiga gafieira Estudantina, e também as músicas Canto de Quero Mais (Zé Paulo Becker e MoyseisMarques), gravada no CD Na Cabeça de Sacramento, e Carnaval, que fecha com chave de ouro o show,pois é uma composição dos dois (Becker e Sacramento).

Serviço:

Todo Mundo Quer Amar– Marcos Sacramento e Zé Paulo Becker. Espaço Furnas Cultural (Rua Real

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CULTURA

E S T A D O D E M I N A S ● Q U A R T A - F E I R A , 2 5 D E J U L H O D E 2 0 1 2

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Depois de criar um repertório de sambas com o parceiro Paulo César Pinheiro, o violonistaZé Paulo Becker chamou o cantor Marcos Sacramento para gravar e o CD chega agora à lojas

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Tudo por uma tendiniteEDUARDO TRISTÃO GIRÃO

De certa forma, o violonista ZéPaulo Becker e o cantor Marcos Sacra-mento devem a existência de Todomundo quer amar, disco que acabamde lançar, a uma tendinite. Não fosseo período que o primeiro ficou “demolho” em casa, sem poder tocar vio-lão direito, os 14 sambas que PauloCésar Pinheiro letrou não teriam sur-gido. “Por não poder estudar muito oinstrumento, comecei a fazer can-ções, e como estava ouvindo um dis-co do Paulo na época, resolvi arriscar”,conta Zé Paulo.

Cauteloso, o violonista mandouapenas um tema para o compositor.“Ele me respondeu dizendo que,quando fosse para mandar, mandar‘de penca’. Aí mandei 11 para ele. Pau-lo é muito acessível e ia me ligando àmedida que fazia as letras, cantandopelo telefone. Muito legal. Talvez eleseja o compositor que tenha mais par-cerias no Brasil”, conta Zé Paulo.

AMBIENTE Hoje, Becker e PC Pinheirocontam cerca de 30 parcerias, e ex-trapolando o samba. “Também fize-mos umas músicas de santo e nor-destinas, que pretendo gravar umdia”, revela o violonista. Com as can-ções já amadurecidas, não lhe pas-sou pela cabeça outra pessoa para as-sumir o microfone que não fosse ofluminense Marcos Sacramento,com quem havia gravado o disco Nacabeça (2009), ao lado de outros doisviolonistas, Rogério Caetano e LuizFlávio Alcofra. “Acho impressionan-te a naturalidade com que o Marcoscanta. Sem esforço nenhum. Ele atin-giu a maturidade na interpretação,canta com propriedade. Domina asdivisões, tem suingue e uma voz ma-ravilhosa”, elogia Zé Paulo Becker.

As gravações foram realizadas noestúdio Tenda da Raposa, no Rio de Ja-neiro. Uma preocupação era manteruma unidade na instrumentação,lembra Becker. Apesar de o ritmo pre-dominante do álbum ser o samba, elefaz questão de ressaltar que não ésambista: “Não sou aquele cara quevai a rodas de samba. Tenho muitomais vivência de choro. Os dois gêne-ros se comunicam, aliás. Sou músicoe flerto com outras áreas, como o clás-sico, no qual comecei minha históriana música”.

A qualidade das composições res-salta, além do violonista talentoso járevelado no Trio Madeira Brasil, umcompositor consistente, que ganhamuito ao se associar a letrista de pri-meira linha como Paulo César Pinhei-ro e a cantor competente, caso deMarcos Sacramento. Também é preci-so fazer justiça ao violão de sete cor-das muito bem tocado de RogérioCaetano, que completa o ambiente so-noro do samba tradicional.

O violonista Zé Paulo Becker e o cantor Marcos Sacramento mostram intimidade com o gênero. O entrosamento foi perfeito, inclusive com os músicos de estúdio

EDU MONTEIRO/DIVULGAÇÃO

KIKO FERREIRA

Se Pessoa falava das car-tasdeamorsempreridícu-las e Chico teve que usar o“larari larará” pra retratar operigodesairporaíeacharumgrandeamor,éporqueo assunto é difícil de trans-

formar em poesia, em música, em sam-ba... de maneira original. Do alto de suascentenas de composições feitas e grava-das e das décadas de experiência, PauloCésarPinheiroaceitouodesafioecompôs14sambasdeamor,comotalentovirtuo-sodeZéPauloBeckernocomandodecor-das, melodias e harmonias.

Cantados por Marcos Sacramento,que os cariocas colocam ao lado de Te-resa Cristina como grandes vozes da no-va geração, eles variam em tipos de

abordagem, objetos de paixão e grausde originalidade. O sarau começa comA gente samba, com um toque de AryBarroso na concepção e um final dignode Aquarela do Brasil: “quem é do Brasilnasce pra sambar”.

Remendo, que vem a seguir, comparaamor com corte e costura, e encerra com“a seda já acabou/ e a traça não deixounada pra trás.” Aqui, a melodia remete aGuinga e suas linhas traçadas com AldirBlanc. Já a bosquiana Dois lados e a ma-nhosa Coisa fugaz rimam, de longe,amor e dor, enquanto De madrugadatrata da arte de sentar na calçada e can-tar samba em noite de lua. “Amor não écoisa de amador” é a boa sacada de Coisade amador, enquanto Sem rumo soa co-mo seresta clássica, na comparação derumo e prumo: “sem ponto de partidanão tem porto de chegar”.

Depois de cantar o estado de paixãomatinal em Quem ama, No Clube De-mocráticos celebra o tradicional clubeda Lapa, fundado em 1867. Recuperadoo estatuto da gafieira, vem Tempera-mento, sobre o tradicional tema da par-ceira com gênio difícil, seguida de Con-formação, da linhagem de Nelson Cava-quinho e Cartola.

A sequência final traz o inspiradochoro Gota de ouro, um samba bomde cantar em roda (Sistema) e Convés,que volta ao mar como metáfora doamor, mas com pegada mais dolentedo que a de Sem rumo. Com instru-mentistas do quilate de Maurício Car-rilho, Luciana Rabello e Leandro Bragana escalação, Todo mundo quer amaré como um caso de amor que todomundo um dia já viveu. E que conside-ra inédito, único, original.

Inédito, único e originalBORANDÁ/DIVULGAÇÃO

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SAMBA E ROMANCEOuça as músicas deTodo mundo quer amar

NA INTERNET

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C M Y KCMYK

Diversão&arte • Brasília, quinta-feira, 2 de agosto de 2012 • CORREIO BRAZILIENSE • 3

SambaatrêsMÚSICA / Com melodias de Zé Paulo Becker e letras de Paulo César Pinheiro, o disco Todo mundo quer

amar ganha a voz de Marcos Sacramento em 14 faixas inéditas, embaladas pelo romantismo

» MAÍRA DE DEUS BRITO

T odo mundo quer amar,novo trabalho do violo-nista Zé Paulo Becker edo cantor Marcos Sacra-

mento, surgiu ao acaso. Zé Paulopretendia fazer um site com algu-mas músicas e convidou Sacra-mento para interpretá-las. Emum determinado momento, elese deu conta que todas as com-posições do repertório eram par-cerias dele com Paulo César Pi-nheiro. “O projeto foi tomandooutro rumo, tornou-se algo es-pontâneo. Daí olhamos um paraa cara do outro e constatamosque estava nascendo um disco”,comenta Zé Paulo.

Elesseconheceramháseisanos,quando Sacramento foi convidadopara participar de um show de ZéPaulo. Em retribuição ao convite, ocantor chamou o violonista paraseu quarto CD, Na cabeça (2009).“A partir dali, a nossa relação se es-treitou ainda mais. Quando ZéPaulo me chamou para cantar asmúsicas de Todo mundo queramar, o projeto era algo simples.Foi só no estúdio que se tornouum CD. E tudo fluiu em grandesintonia”, conta Sacramento.

Com 14 faixas inéditas, o ál-bum é embalado pelo samba epelo romantismo. Temperadocom outros ritmos (como a gafiei-ra de A gente samba e o choro deGota de ouro), ele traz as várias fa-cetas do tema mais fértil parapoetas e para compositores. Asdores do amor ganharam tom emTemperamento e Remendo e aspaixões boêmias foram registra-das em De madrugada, que contacom o acordeom de Bebê Kramer.

Arranjos múltiplosIntegrante do Trio Madeira

Brasil, Zé Paulo Becker é produ-tor, violonista e arranjador de To-do mundo quer amar. Habilidoso,ele criou várias sonoridades parao disco, que passeia, com tranqui-lidade, das orquestras populares(Conformação e Coisa de amador)às formações mais intimistas, sócom voz, violão e piano (Convés).“Foi um trabalho de grandesparcerias. Não só minha com ZéPaulo ou a dele com Paulo Cé-sar Pinheiro, mas dos músicoscom a gente”, aponta Marcos

www.correiobraziliense.com.br

Ouça a música A gente samba.

VirtuoseFormado em música pelaUniversidade de Brasília,Rogério Caetano ganhouasas a partir dasapresentações do Clube doChoro, onde tocou comSivuca, Hermeto Pascoal eAltamiro Carrilho, entreoutros. É o violonista emnove das 14 faixas do discoTodo mundo quer amar.“Rogério já tinha gravado nomeu CD um violão na rodade choro e gravamos juntosNa cabeça com o (Marcos)Sacramento. Ele é ummúsico maravilhoso. Suamaneira de tocarrevolucionou a história dosete cordas”, elogia Zé Paulo.

PATRIMÔNIO CULTURAL

» ARTES CÊNICAS

17 VEZESNELSONRODRIGUES

Começa hoje, nosteatros Glauce Rocha eDulcina de Moraes, noRio, o projeto A Gosto deNelson em comemora-ção ao centenário deNelson Rodrigues. Até odia 31, a mostra reúne 17espetáculo criados pordiferentes artistas de to-das as regiões do Brasil.A iniciativa é resultadodo Prêmio Funarte Nel-son Brasil Rodrigues —100 anos do Anjo Porno-gráfico. Do DF, participaa peça A falecida, dire-ção de Diego de Léon.Programação completano www.funarte.gov.br.

FETOABREINSCRIÇÕES

O Feto — Festival Es-tudantil de Teatro, deBelo Horizonte, estácom inscrições abertasaté o dia 10. Podem par-ticipar grupos de todo opaís. A 12ª edição ocorreentre 10 e 21 de outubroe promove um intensodiálogo entre estudan-tes de diversas idades eregiões do Brasil. Osparticipantes poderãose inscrever nas catego-rias Teatro na Escola eEscola de Teatro. Infor-mações e regulamentono www.fetobh.art.brou (31) 2555-8575.

»DE GRAÇA

SIMPÓSIODISCUTETECNOLOGIAS

Até domingo, ocorre,no Teatro Plínio MarcosComplexo Cultural Fu-narte, Simpósio de Artee Tecnologia. São ofici-nas formativas, debate,exibição de filme e apre-sentação cênica. Ama-nhã, às 20h, pesquisa-dores da área discutemo tema “O corpo e suasextensões tecnológi-cas.”, No sábado, às 21h,será apresentado Umcorpo acústico, com obailarino Edson Beserra.A entrada é franca e amontagem não é reco-mendada para menoresde 14 anos.

» ARTE VISUAIS

EDITALSELECIONACRIADORES

Situações Brasília —Prêmio de Arte Contem-porânea do Distrito Fe-deral lança edital quecontempla artistas bra-sileiros e estrangeirosresidentes no país. Se-rão escolhidos 20 artis-tas nas categorias Pin-tura, Escultura, Dese-nho, Fotografia, Vídeo eInstalação. Cada um re-ceberá R$ 1,5 mil de aju-da de custo para partici-pação. Três deles serãopremiados com R$ 10mil e suas obras passa-rão a integrar o acervodo Museu Nacional Ho-nestino Guimarães.Asinscrições encerram-seno dia 10. O edital estáno perfil Situações Bra-sília, do Facebook.

» MÚSICA

FORTALEZASELECIONABANDAS

A XI Feira da Músicade Fortaleza selecionou44 bandas para partici-par da mostra indepen-dente entre os dias 23 e25, no Centro Dragão doMar. A lista dos selecio-nados está no www.feiradamusica.com.br.

Como você conheceu PauloCésar Pinheiro e como funcionao processo de criação de vocês?

Eu já conhecia o Paulinho e aesposa dele, Luciana Rabello,de uma das rodas de choro dacasa dos meus pais, porém aparceria veio bem depois. Umdia, mandei o samba A visitaoficial do samba (do CD Pra tu-do ficar bem) e ele gostou. De-pois, ele falou: "Zé Paulo, quan-do mandar, manda de penca".Aí, eu preparei um disco com 11melodias e mandei. Deu certo.Hoje, temos em torno de 30 par-cerias. Eu envio as melodias(com o acompanhamento doviolão) e ele coloca a letra. Pou-quíssimas vezes sugeri um te-ma. Prefiro deixar a imaginaçãodele à vontade para decidir. OPaulinho sabe muito bem o quefaz. É um craque. Para mim, éuma grande honra ter um par-ceiro desse quilate. Da mesmaforma que é uma grande honra

para mim ser cantado pelo Mar-cos Sacramento, um dos maio-res cantores que conheci.

Sua formação é erudita. Vocêacredita que ainda exista algona sua carreira que necessite deum mergulho mais profundo namúsica popular?

Dos 10 aos 23 anos eu só to-quei música erudita e vislum-brava seguir a carreira de con-certista. Depois, fui buscar namúsica popular a formação quenão tive na música erudita, porexemplo, a vivência de choro ede acompanhamento de músi-ca brasileira. Aí, parei totalmen-te de tocar música clássica. Foiuma guinada de 180 graus. Atéhoje o que eu toco é música po-pular. Ou seja, se estou com 43,tenho mais tempo de músicapopular do que qualquer outrogênero. O Yamandu (Costa), ogrande violonista e meu amigo,costuma dizer que eu sou o cara

que teve maior transformaçãonesse sentido (erudito-popular)que ele já conheceu. Agora, so-bre mergulhar mais fundo, eusempre quero mergulhar maisfundo, fôlego eu tenho. Tenhoestudado muito a parte de im-provisação no instrumento.Quero aprender sempre.

Com a turnê de Todo mundoquer amar como fica o TrioMadeira Brasil? Você temprojetos paralelos?

O Trio está finalizando o no-vo disco e não tem ciúmes,quer dizer, eu acho (risos). Euainda preciso fazer algumasapresentações do meu traba-lho solo, marcadas para o se-gundo semestre, e quero fina-lizar meu DVD e um livro departituras. Enfim, eu tenhomuitos projetos, mas, sem dú-vida, quero dedicar um tempoao lançamento do Todo mun-do quer amar Brasil afora.

Três perguntas/Zé Paulo Becker

Sacramento. O time escolhidopara acompanhar a dupla é for-mado por Rogério Caetano (vio-lão de sete cordas), Leandro Bra-ga (piano), Márico Almeida e Lu-ciana Rabello (cavaquinho), Pe-dro Aune (baixo acústico), Flavi-nho Miúdo, Bernardo Aguiar,Paulino Dias e Marcelinho Morei-ra (percussão). O naipe de soprosformado por Humberto Araújo,Fabiano Segalote, José Arimaté-ria, Silvérios Pontes e Rui Alvincompletam a big band do CD.

TODOMUNDOQUER AMAR

Disco de Zé Paulo Becker e Mar-cos Sacramento. Lançamento dagravadora Borandá, 14 faixas,produzidas por Zé Paulo Becker.Preço médio: R$ 26,90. ★★★

ZéPauloBecker eMarcos Sacramento: amizademusical compartilhada emsites, shows e discos

» MILENE SODRÉESPECIAL PARA O CCOORRRREEIIOO

O Teatro da Praça, um dos es-paços mais importantes na histó-ria da cultura em Taguatinga, estáabandonado. Situado próximo aPraça do Relógio, integra o CentroCulturalTeatro da Praça, que abri-ga a Biblioteca Machado de Assis,a Escola Industrial de Taguatinga(EIT) e a Policlínica da Associaçãodos Trabalhadores em Educação(ASTE). Este nome pomposo e oenvolvimento de instituições deinteresses conflitantes só provo-caram brigas pela ocupação e di-reção do espaço, que resultaramna inércia e na ociosidade.

Inaugurado em 1966, situadopróximo à Praça do Relógio, o tea-tro dispõe de 267 lugares para opúblico. Nos anos de 1980, o localviveu os melhores dias com as Se-manas de Arte e Cultura, que, du-rante cinco anos, promoveramexibições de filmes, apresenta-ções de dança, teatro, música eartes plásticas. Contudo, o iniciodos anos de 1990 foi marcado pe-lo abandono até 1996, quando ocentro cultural passou a ser coor-denado por um convênio entre aAdministração Regional e a Secre-taria de Cultura. Desde 2007, re-cebeu o selo de tombamento pro-visório concedido pela Diretoriade Patrimônio Histórico e Artísti-co do Distrito Federal(DePHA).

No entanto, o título não se tradu-ziu em um verdadeiro cuidadocom a preservação do espaço.

Chico Simões, idealizador dogrupo de teatro de bonecos Ma-mulengo Presepada, nasceu emTaguatinga e tem o Teatro da Pra-ça como ponto de referência desuas atividades culturais. “Esteteatro é importante para muitosartistas, não só de Taguatinga,mas de todo Distrito Federal. Épreciso definir uma gestão quelute pelo que o espaço se propõe:arte e cultura. O teatro e a biblio-teca estão precisando de refor-mas, a escola, em vez de integrar,dividiu o espaço com grades eplacas de metal. E a clínica, que éparticular, ocupa um lugar públi-co. Triste dizer isso, mas o localparece terra de ninguém”.

Flávia Felipe, professora de so-ciologia da EIT e integrante doMovimento Taguá Cultural (gru-

po de artistas que se reúne desde1980 para discutir e fazer valer osdireitos culturais da cidade), lem-bra que há três semanas o foyerdo Teatro da Praça quase foi ocu-pado pela Regional de Ensino co-mo alternativa para receber alu-nos do Centro de Línguas de Ta-guatinga, prédio que passa porreformas. “O teatro precisa ser re-vitalizado para cumprir sua fun-ção artística”.

O administrador de Taguatin-ga, Carlos Alberto Jales, garanteque mesmo com eventuais pro-blemas, principalmente de or-dem estrutural, a procura peloespaço é grande e o mês de agos-

to já inclui uma agenda de ativi-dades como sarau, mostra dedança, peça de teatro e festival decinema. “Conseguimos fecharcom um empresa privada acordopara começar algumas reformasno local em troca do espaço paragravações de programas de tevê.No mais, estamos aguardando aliberação de recursos do governopara ajudar na recuperação físicado teatro. Esperamos que até ofim do ano o espaço esteja orga-nizado. Quanto a clínica, já tenta-mos mudá-la de lugar, mas elaestá sob o comando da Secretariade Educação, o que nos impossi-bilita uma decisão final”.

Segundo a assessoria de co-municação da Secretaria de Edu-cação, a Policlínica da Associaçãodos Trabalhadores em Educaçãoé uma entidade privada, sem vín-culo com a Secretaria de Educa-ção do Distrito Federal, que rece-beu na gestão passada autoriza-ção para ocupar um espaço noTeatro da Praça. Entretanto, a ad-ministração atual já está promo-vendo ações para pedir a desocu-pação da área”.

O Teatro da Praça foi reforma-do pela última vez em dezembrode 2008, mas já apresenta neces-sidade de consertos no piso, pin-tura, banheiros e cadeiras.

TeatroabandonadoemTaguatinga

OTeatro daPraça passou por reformas pela última vez em2008: situação de descaso e inércia burocrática

Chico Simões: é preciso definirquemmanda e lutar pelo espaço

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4 l SEGUNDO CADERNO Terça-feira, 10 de julho de 2012O GLOBO.

O GLOBO l SEGUNDO CADERNO l PÁGINA 4 - Edição: 10/07/2012 - Impresso: 9/07/2012 — 16: 44 h

DISCO

CRÍTICA

SEGUNDA-FEIRAArtes Visuais

QUARTA-FEIRAArtes Cênicas

QUINTA-FEIRACinema

SEXTA-FEIRATranscultura

TERÇA-FEIRAMúsica

AGENDA

Zé Paulo Becker, Marcos Sacramento e PC Pinheiro fazem samba para além dos Arcos

ZÉ PAULO Becker

(à esquerda) e o cantor

Marcos Sacramento:

o violonista, integrante

do Trio Madeira Brasil,

assina também

a produção do disco

Divulgação/ Edu Monteiro

Com patrocínio da Chari-tas Brasil, o Quarteto Rada-més Gnattali está lançandoem três DVDs a série com-pleta dos quartetos de cor-das de Villa-Lobos. Mesmojá existindo “integrais” dasérie, e de boa qualidade,trata-se de lançamento damaior importância, enfo-cando um gênero que domi-na a parte final da obra deVilla-Lobos.

Os 17 quartetos estãodistribuídos em blocos de-siguais — os quatro primei-ros situados entre 1915 e1917, o que significa: obrasde juventude; um quartetoem 1931, outro em 1938, osdemais, posteriores a 1942.Vão desde obras bem leves,num estilo quase suíte, apeças em que temos comoque a expressão última dogênio de Villa-Lobos. OQuarteto Gnattali apresen-ta-se com Carla Rincón eFrancisco Roas (violinos)Hugo Pilger (violoncelo) eFernando Thebaldi (viola).Informações: 3323-3300.

l MENESES. Antonio Meneses éo solista da Petrobras Sinfônicaem concerto no Teatro Municipal,sexta-feira, às 20h. No programa,o Concerto no- 1 de Saint-Saens eo “Don Quixote” de RichardStrauss. O “Divertissement” deJacques Ibert será interpretadoem homenagem aos 50 anos demorte do compositor.

l KLABIN. Quinta-fe i ra, às20h30m, a Fundação Eva Klabinrecebe o duo Andrea Ernest Dias(flauta) e Flavio Augusto (piano)com participação da flautistaOdete Ernest Dias, que completa60 anos de vida no Brasil.

l FUNARTE. Fernanda Canaud(piano) e David Chew (violoncelo)estarão sexta-feira (às 18h30m)na Sala Funarte, dentro do proje-to “Musicafinidades”. No progra-ma, Bach, Elgar, Saint-Saens, Vil-la-Lobos e outros.

Por Bernardo Araujo, Carlos Albuquerque, Leonardo Lichote e Silvio Essinger

‘Que se deseja rever’Mateus Sartori

Interpretando o repertóriode Luiz Gonzaga, o cantorpaulista faz mais um CD con-ceitual de alta qualidade. Osegredo é o despojamento:só Guilherme Ribeiro (pianoe acordeom) o acompanha.(Luiz Fernando Vianna)

Cotação: Ótimo

MÚSICA

‘Samba jazz’Jorginho Neto

De um CD com esse título,que ainda tem uma faixa in-titulada “Milton Banana”, oque esperar? Pois a tradi-ção é mantida, com pimen-ta e champignon, na es-treia como band leader dojovem trombonista. (S.E.)

Cotação: Bom

‘Trespassing’Adam Lambert

Novo vocalista do Queen,o ex-american idol deixariaFreddie Mercury feliz comesse bom álbum de dancemusic. Pharell Williams eoutros craques dão umaajuda, mas é Adam quembrilha no CD. (S.E.)

Cotação: Bom

‘Heavy metal thunder live’Saxon

A veterana banda inglesacapricha no pacote ao vi-vo, com um DVD e doisCDs, em que mostra perfei-to entrosamento em clássi-cos como “To hell and ba-ck again”, “Denim and lea-ther” e “Crusader”. (B.A.)

Cotação: Bom

‘2’Duo Par

Em sua simplicidade, sãoredondas as melodias pop,cantadas sobre arranjossuaves, violão na base. Masas letras, que tematizam as-pectos banais da vida, mui-tas vezes escorregam paraa banalidade poética. (L.L.)

Cotação: Regular

BAIXE LÁl “Are we not men?”, do-cumentário de Tony Pem-berton em produção, pro-cura iluminar a trajetória eas ideias do Devo. Amigosda banda americana (co-mo Iggy Pop) e admirado-res (como Dave Grohl) dãoseus depoimentos para ofilme — um projeto decrowdfunding ainda emaberto no site Kick Starter.Assista ao trailer:

http://kck.st/MUkIKW

CLÁSSICO

8 MINUTOS COM André Matos

Hoje• O Viper (leia entrevista acima)relê seu metal clássico no TeatroRival (2240-4469), às 20h30m.• O pianista Leandro Braga cele-bra a obra de Milton Nascimentoem show instrumental no StudioRJ (2523-1204), às 21h30m.

Amanhã• Novos talentos da MPB levam àMiranda (2239-0305) o show doCD e DVD “Sarau”. Às 21h30m.• Rosanah (a Rosana, do sucesso

“O amor e o poder”) canta hits pró-prios e alheios, às 20h30m, noTeatro Café Pequeno (2294-4480). E repete a dose na quinta.

Quinta, dia 12• O cantor e guitarrista Celso Fon-seca faz, às 19h30m, no Teatro Ri-val o show do CD “No meu filme”.• A banda AVA toca no Oi FuturoIpanema (3201-3010), às 21h.

Sexta, dia 13• Gal Costa leva ao Vivo Rio

(2272-2901) o show “Recanto”.Às 22h, também no sábado.• Lobão e Zé da Gaita festejam oDia Internacional do Rock no CircoVoador (2533-0354), à meia-noite.• O paraense Felipe Cordeiro mostrao CD “Kitsch pop cult”, às 21h, noOi Futuro Ipanema. Idem no sábado.• Emílio Santiago apresenta na Mi-randa, na sexta e no sábado, às22h, o repertório do seu DVD “Sódanço samba”.• O violonista Guinga e a cantoraMônica Salmaso alternam can-

ções e instrumentais no Rival, às19h30m. Também no sábado.

Sábado, dia 14• Ídolo eterno da dance music, ogrupo americano Information So-ciety anima a Fundição Progresso(2220-5070), às 23h.• O cantor Geraldo Azevedo co-manda o Arraial do Circo Voador,a partir das 22h.• Grupo de rock instrumental, osBeach Combers lançam disco emshow no Studio RJ, às 22h.

Lapa em três tempos

l Reunido com o cantor AndréMatos depois de 20 anos, o gru-po de heavy metal paulistanoViper se apresenta hoje, às20h30m, no Teatro Rival, emseu primeiro show carioca em,literalmente, décadas. Pela em-polgação de André — conheci-do também pelas bandas An-gra e Shaman —, pode ser queo Rio e o Brasil passem a ver oViper com mais frequência.

O GLOBO: Como está a turnê?ANDRÉ MATTOS: Incrivel-mente bem, com todos osshows lotados. O ponto culmi-nante foi o de São Paulo, háuma semana, onde foi monta-da uma grande estrutura paraa gravação de um DVD. Fiqueientusiasmado com a euforiado público. Parece que entra-mos numa cápsula do tempo esaímos direto para a estrada.

l A agenda terá apenas ummês de shows mesmo?A ideia era essa, mas como as da-tas se esgotaram logo, estamosmarcando shows em setembro.

l Alguma chance de uma vol-ta definitiva do Viper?Pergunte-me quando a turnê játiver acabado. Quem sabe nãocheguemos a alguma decisãodesse tipo? (B.A.) n

a

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• Ouça o choro “Gota deouro”, de Zé Paulo Beckere Paulo César Pinheiro,do disco “Todo mundoquer amar”, na voz deMarcos Sacramento

ACORDES

30 anos sem Jacksonl Hoje faz 30 anos damorte de Jackson doPandeiro. A homena-gem preparada pelaparceria Warner/Disco-bertas — uma caixacom seis álbuns, lança-dos entre 1974 e 1978— sairá com atraso. Elaestá pronta, mas aindanão tem data para che-gar às lojas. A gravado-ra tenta localizar com-positores e músicospresentes nos discos.

Pearl Jam 2013l Em entrevista à “Rol-ling Stone”, Eddie Ved-der revelou que o PearlJam planeja voltar aoBrasil em 2013. “Se nãoder com a banda, que-ro levar meu show so-lo”, acrescentou.

Macca num gamel Pau l McCar tneyanunciou pelo Twitteruma nova parceria: “Es-tou realmente empol-gado por trabalhar es-crevendo música com@bungie, o estúdio quefez (a série de games)‘Halo’”. O compositorjá dissera, há algunsmeses, que comporiapara um game.

Novos talentos do RJl Estão abertas as ins-crições para o 4o- Festi-val de Música das Rá-dios MEC e Nacional —RJ. Compositores doestado podem concor-rer com canções ou pe-ças instrumentais. Maisinformações: www.radiomec.com.br/festival.

Divulgação/Nando Machado

Metal paulistano na cápsula do tempo

Luiz Paulo Horta

‘Todo mundo quer amar’Zé Paulo Becker e MarcosSacramento

Bernardo Araujo

[email protected]

P arece incrível, mas acena musical da Lapa,tão fresca, já tem seusveteranos. O violonis-

ta Zé Paulo Becker e o cantorMarcos Sacramento, consagra-dos nas casas sob os Arcos — ehoje muito além delas, também—, são músicos estabelecidosno samba e na MPB contempo-râneos, e sua união em um dis-co autoral, com músicas de Be-cker (que integra o Trio Madei-ra Brasil ao lado de Ronaldo doBandolim e Marcello Gonçal-ves) para letras de Paulo CésarPinheiro, mostra como gera-ções podem se unir e produzirum trabalho atemporal.

“Todo mundo quer amar”cheira ao samba moderno napolidez dos arranjos e da vozlímpida de Sacramento — emalguns momentos, fica a im-pressão de que falta uma certasujeira, como se o torresminhodo botequim estivesse com umgostinho de tomate seco —,mas não deixa de remeter aopassado em algumas letras dePinheiro, como “De madruga-da” (“Quanto tem noite enlua-rada/ Eu pego no meu violão/

Me sento na calçada/ E fico to-cando com a moçada”), quetem seu mérito exatamente nasimplicidade, como muitas ve-zes o samba deve ter.

No entanto, um disco pilo-tado por um virtuose comoZé Paulo Becker — que tam-bém assina a produção, alémde um violão que parece ter12 cordas, tocadas com 12 de-dos — tem que ter seu mo-mento “científico”, e ele apa-rece em levadas como a daacelerada “Dois lados” e em

diversos arranjos, como os de“A gente samba”, que abre odisco em ritmo de gafieira,com instrumentos se sobre-pondo até incendiar o salão.

O rodopio no baile tambémestá em “No Clube Democrá-ticos”, que relaciona a casa daLapa moderna à antiga gafiei-ra Estudantina (“Lembrei daEstudantina, quando aindaera de lei/ A noitada com mú-sica ao vivo, não tinha DJ”) eque traz o brilho do acordeo-nista Bebê Kramer, uma das

muitas feras presentes no dis-co, ao lado de Leandro Braga(piano), S i lvér io Pontes(trompete), Paulino Dias eMarcelinho Moreira (percus-sões) e Fabiano Segalote(trombone), entre outros.

Além da Lapa e do samba,as canções da dupla Becker-Pi-nheiro também passam peloamor, uma das especialidadesdo letrista, que passeia por vá-rios lados dos relacionamen-tos: do rompimento inevitável(“Remendo”) à filosofada do

coração calejado (“Coisa deamador”), passando pelo con-fronto aberto (“Temperamen-to”) e pelo sofrimento contido(“Conformação”). Com tantoslados e vertentes do samba, écurioso — embora não surpre-endente, em se tratando dospersonagens envolvidos —que o melhor momento do dis-co seja um choro, “Gota de ou-ro”. Uma carta a mais na man-ga de um trio de responsa.

Cotação: Bom

AZUL MAGENTA AMARELO PRETO

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Canal:

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Publicação:

Impresso

09/01/2013O Dia

Borandá

6Seção: Página:O Dia D

Duo toca Paulo César Pinheiro

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80 BILLBOARD BRASIL Agosto 2012

SABE SOM

A batalha pelo pódio das divas flambadas no soul coroou a súbita Emeli Sandé, com as 500 mil cópias

vendidas deste petardo, no lugar de Adele. Escocesa, filha de pai nascido na Zâmbia e mãe inglesa, Sandé elege como referências Nina Simone e Joni Mitchell. São, talvez, motivos para a profusão de baladas (algumas de DNA folk) neste repertório autoral, como “River”, “Clown” e “Breaking The Law”. Alicia Keys é parceira e dueta nos teclados com a solista em “Hope”, outra balada, de clima suntuoso. Mesmo em faixas onde ruge a programação eletrônica como “Heaven” ou “Maybe”, paira o espírito baladista das canções enevoadas dirigidas aos corações inquietos. Como eles parecem ser maioria neste planeta ardido, a devotada Emeli terá plateias a se fartar.

a diva da vez

eMeli sanDéour version oF events

virGin/eMi

O que a vinheta de abertura do programa de Zé Bétio, da rádio Record, tem a ver com Maysa

cantando “Água De Beber”, Serge Gainsbourg em “Chanvre Indien”, e Tyronne Davis em “Let’s Be Close Together”? Todos estão sampleados no estuário estético fervilhante deste disco de estreia solo do rapper Fernandinho Beatbox. Pioneiro na percussão bucal dentro da ortodoxia do hip hop, a serviço de ases como D2, FBB é coautor de boa parte das faixas. São parcerias, na maioria, com Renan Samam, ouvido em “Bons Tempos”, “Andarilho”, “Nessa Babylon” e “Minha Mademoiselle”, samba rock que assina e canta com Seu Jorge mais Tita Lima (que é sampleada no remix “Vendendo Saúde E Fé”). Fernandinho mistura e manda.

bem mandado

FernanDinho BeatBoXcaminho estreito

LaBeL a

Na fronteira entre popular e erudito, o violonista e arranjador Mario Adnet, já vestiu um Jobim Sinfônico

(2004), celebrou a obra de Moacir Santos (Ouro Negro, 2001) e reuniu Vinicius e os Maestros (2011). Aqui, ele redimensiona – ao lado de cantores como Lenine, Roberta Sá e Monica Salmaso — canções e peças orquestrais (“Trilhas Da Floresta”, de sua autoria, “Saudade Das Selvas Brasileiras”, de Villa-Lobos) inspiradas na região um dia amaldiçoada como “inferno verde”. Do pioneiro paraense Waldemar Henrique (“Uirapuru”, de 1958) ao acreano João Donato (“A Rã”, “Amazonas”), o ecológico Tom Jobim (“O Boto”, “Borzeguim”), a mais uma do Clube da Esquina (“Canoa, Canoa”, de Nelson Ângelo e Fernando Brant) a viagem é rio acima, sem motosserra.

rio gigante

Mario aDnet amazÔnia – na trilha da Floresta adnet Mvsica

tesouro a ser descoberto

anDré MehMari canteiro

estÚdio Monteverdi/tratore

Uma história paralela da MPB escrita à margem da grande mídia. O pianista e compositor André

Mehmari, niteroiense radicado em SP, desemboca neste álbum duplo adubado por parceiros letristas, com produção ricamente diversificada. Do frevo repleto de dissonâncias “Brilha O Carnaval” (com Luiz Tatit) aos descompassos de “Festas Dos Pássaros” (Bernardo Maranhão) na voz de Ná Ozzetti, e a belíssima “Ida E Volta” (Rita Altério), canção desdobrada em baião e catira, êxtase prolongado na ode marinha “Ninguém Compreende”, na voz da coautora, Simone Guimarães. Há ainda parcerias com Sérgio Santos, Leandro Maia, Arthur Nestrovski, Makely Ka e Carlos Fernando, todas adensadas. Quanto mais se ouve, descobrem-se novas nuances.

lua forte na MPB100 anos de gonzagÃovÁrios

tributo

Há sete décadas, um matuto que tocava sanfona e passava o pires na zona do meretrício do Rio virou de ponta-cabeça o País, implantando os ritmos de sua região num Sudeste confinado a samba, choro, marcha, valsa e seresta. Pernambucano de Exu, Luiz Gonzaga (1912-1989) difundiu o baião (cadência de “espera” dos violeiros), xaxado (dos cangaceiros), xote (antecipador da dolência do reggae), quadrilha (embalo das festas juninas) e o sincopado coco, entre outros gêneros nordestinos, hoje englobados sob a alcunha de forró. Este CD triplo coleciona 50 gravações inéditas de artistas associados – ou não – ao legado gigantesco do homenageado. Soam à vontade o herdeiro musical Dominguinhos (“Daquele Jeito”), a quem o projeto, do produtor Thiago Marques

Luiz, é dedicado, Elba (“No Meu Pé De Serra”) e seu primo Zé Ramalho (“A Morte Do Vaqueiro”), Geraldo Azevedo (“Estrada Do Canindé”), Amelinha (“Légua Tirana”), Ednardo (“Vem Morena”), Chico César (“Pau De Arara”) e Zeca Baleiro (“Respeita Januário”).

Nem todas as escolhas batem. Mas é saudável o estranhamento provocado por Wanderléa no manifesto “Baião”, pela blueseira Angela Ro Ro no lamento “Qui Nem Jiló”, e pela tecnobrega Gaby

Amarantos nos requebros de “Cintura Fina”. Recém-chegados como Karina Buhr (“Xanduzinha”), China (“Siri Jogando Bola”), Márcia Castro (“Paraíba”) e Thaís Gullin (“Balance Eu”) trazem frescor. E também as apostas no humor anárquico (Edy Star, Maria Alcina, Forró in the Dark) tiram a louvação da placidez.

por Tárik de Souza

Lua Music

Foto

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81www.billboard.br.com

continuador feroz

jorginho netosamba jazz

independente/tratore

selah sueselah sue

Because Music/Warner

sambas sobre a paixão

Zé Paulo Becker e Marcos sacraMento todo mundo quer amar Borandá

trombeta mística

Zé raMalhosinais dos tempos

avohai

Poder femininosérie com ademilde, aracy de almeida, dalva de oliveira, elizeth, maysa e Ângela maria, entre outras eMi

super divas

Mesmo que nem todas mereçam o superlativo, a série de 13 Super Divas do pesquisador Rodrigo Faour ultrapassa as coletâneas habituais pelo tsunami de preciosidades. A começar pelo CD duplo da recém-falecida rainha do choro Ademilde Fonseca, velocista vocal (“O Que Vier Eu Traço”, “Apanhei-te Cavaquinho”, em duelo com Baby do Brasil), que escala melodias tortuosas (“Galo Garnizé”) e encara até latidos (“Xote Do Totó”) antes de desaguar no raro À La Miranda, LP “cover” da megadiva Carmen, de 1958. Também duplo é o CD de Dalva de Oliveira, onde soam nostálgicos os bossa-novistas Carlos Lyra (“Velhos Tempos”, de 1959) Tom Jobim & Newton Mendonça (“Teu Castigo”, 1956) e chovem dramas (“Que Será”, “Fim De Comédia”, “Não Devo Insistir”) na lágrima vocal uma oitava acima da esgrimista da

Na época áurea do movimento (1958-1965), o rótulo bossa nova abarcava tanto os temas cantados quanto

os instrumentais. De uma década para cá, sob a etiqueta samba jazz, o lado instrumental da bossa vem sendo revisitado. E tem gerado discos de inéditas como este do trombonista Jorginho Neto. Desdobrando-se na efervescente cena instrumental paulistana entre bandas como Sound Scape, Mantiqueira, Savana e Oitodobem, JN assina a balada “Lia” e quebra tudo em temas alheios como “Edinho Sapato Branco”, “Pica Pau” e homenagens aos bateristas da era samba jazz, Milton Banana e Toninho Pinheiro. No encarte, um elogio do patrono do trombone na bossa, Raul de Souza, o situa como continuador da linhagem de Vittor Santos e Bocato. Mais uma fera à solta.

Assumido profeta do apocalipse – dividiu a capa do LP A Peleja Do Diabo Com O Dono Do Céu, de 1979, com o xará

Zé do Caixão –, Zé Ramalho vai fundo no 2012 cabalístico. A voz cavernosa dispara visões (“é um pedaço de estrela/ um precioso talismã”), imagens místicas (“é por uma encruzilhada/ que o passo faz o destino”) e até maldições (“não perdoarei a quem me trouxe dor”), alicerçada por seu cruzamento do Bob Dylan trovadoresco com o cantador/ cordelista Zé Limeira (1886-1954), poeta do absurdo. Viajando por xote (“Um Pouco Do Que Queira”), canção estradeira (“Indo Com O Tempo”), galope (“Portal Dos Destinos”), balada soturna (“Anúncio Final”), litania (“Sinais”) e até um bolero farpado (“Justiça Cega”), Zé Ramalho desassossega e mobiliza.

Amy Winehouse foi uma espécie de mártir da implantação no século 21 do soul branco, retrofitado

por divas de calibres diversos. Em plena era dos nerds, viveu como Janis e lambuzou de humanidade um mercado musical cada vez mais calculista. A belga Selah Sue, 22 anos, não é nenhuma Joss Stone, raro prodígio que seguiu caminho próprio no nicho. Magrinha, cabelão armado como Amy, atira no alvo certo com voz de lixa e trejeitos de Erikah Badu (embora se filie a Lauryn Hill). Abriu shows para Prince e tem o endosso de Cee Lo Green na contorcionista “Please”. Me’Shell Ndegéocello produziu “Mommy”, de tempero folk. A seu favor credite-se o inegável talento vocal, capaz de flutuar da balada sexy (“Summertime”) ao agito do raggamuffin.

Violonista de peso do Trio Madeira Brasil, Zé Paulo investe em seu lado compositor numa progressão

trienal. De Sob O Redentor (2003) a Um Violão Na Roda Do Choro (2006), Pra Tudo Ficar Bem (2009) e este songbook com parcerias com o poeta Paulo César Pinheiro, na voz maleável de Marcos Sacramento. Como anuncia “Dois Lados” (“Todo mundo quer amar/ ninguém quer a solidão”), o tema dominante é a paixão, dissecada junto com seus efeitos colaterais em sambas de síncopas bem azeitadas (“Temperamento”, “Coisa De Amador”), ou mais ralentados (“Quem Ama”, “Coisa Fugaz”) até o desfalecimento seresteiro (“Sem Rumo”, “Convés”). Sem deixar de acenar ao choro, Becker recicla o velho modelo de samba da nova Lapa (“No Clube Democráticos”).

grandiloquência (“Brasil”, “Olhos Verdes”, “Ave Maria No Morro”).

Quem imita quem? Lançadas em meados dos anos 50, a abrasiva Maysa (1936-1977), indo de Egberto Gismonti (“Atento, Alerta”) a The Doors (“Light My Fire”), e a intensa Rosana Toledo (“Samba Triste”, “Inútil Paisagem”, “Melancolia”) ostentam timbres quase idênticos. A inconfundível Elizeth Cardoso lança João Nogueira (“Corrente De Aço”, 1970), com quem divide “Mulata Faceira”, tabela com Cyro Monteiro (Tem Que Rebolar”) e emula os bebuns, no samba rock “Eu Bebo Sim”. Ainda mais irreverente, Aracy

de Almeida pisca ao duplo sentido (“Comprei Um Buda”), prega a orgia (“Sambei 24 Horas”) e reverencia o niilista Noel Rosa (“João Ninguém”). A tonitruante Leny Eversong (“Jezebel”, “Tenderly”, “Nunca”), a libidinosa Maria Alcina (“Folia No Matagal”, “Bacurinha”), a subestimada Claudia (“Com Mais De Trinta”, “Soy Latino-americano”), a soberana do rádio Ângela Maria (“Babalu”, “Serenata Suburbana”), a enfossada Waleska (“Fim De Noite”), e a errante Eliana Pittman (“Das 200 Para Lá”) reafirmam o matriarcado deste País de cantoras.

DALVA DE OLIVEIRA

perseguindo amy

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