história e modernidade no palácio da justiça · 02 julho/2011 marcelo albert participe...

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O Palácio da Justiça Rodrigues Campos, um dos símbolos do Judi- ciário mineiro, chega aos dias atuais com história e arquitetura preserva- das. Ao longo do tempo, o prédio de linhas predominantemente neoclás- sicas foi sendo adaptado para conti- nuar abrigando salas de julgamento e setores do TJMG. Atualmente, computadores com acesso à inter- net e TVs de plasma dividem o es- paço com móveis antigos e a deco- ração suntuosa. História e modernidade BH - JULHO - 2011 ANO 17 - NÚMERO 162 Publicação da Secretaria do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais Marcelo Albert Páginas 6 e 7 no Palácio da Justiça

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Page 1: História e modernidade no Palácio da Justiça · 02 JULHO/2011 Marcelo Albert Participe Interessados em divulgar notícias nas próximas edições do TJMG Informativodevem encaminhar

O Palácio da Justiça RodriguesCampos, um dos símbolos do Judi-ciário mineiro, chega aos dias atuaiscom história e arquitetura preserva-das. Ao longo do tempo, o prédio delinhas predominantemente neoclás-sicas foi sendo adaptado para conti-nuar abrigando salas de julgamentoe setores do TJMG. Atualmente,computadores com acesso à inter-net e TVs de plasma dividem o es-paço com móveis antigos e a deco-ração suntuosa.

História e modernidade

BH - JULHO - 2011 ANO 17 - NÚMERO 162

Publicação da Secretaria do Tribunalde Justiça do Estado de Minas Gerais

Marcelo Albert

Páginas 6 e 7

no Palácio da Justiça

Page 2: História e modernidade no Palácio da Justiça · 02 JULHO/2011 Marcelo Albert Participe Interessados em divulgar notícias nas próximas edições do TJMG Informativodevem encaminhar

Tribunal de Justiça de Minas Gerais

Presidente:Desembargador Cláudio Costa1º Vice-Presidente:Desembargador Carreira Machado2º Vice-Presidente:Desembargador Herculano Rodrigues3º Vice-Presidente:Desembargadora Márcia MilanezCorregedor-Geral:Desembargador Alvim Soares

EXPEDIENTE

Editor Responsável e Secretário Especialde Comunicação da Presidência: HelcioZolini (RP nº 2736/MG); Secretário Especialda Presidência: Luiz Carlos Elói;Assessora de Comunicação Institucional:Valéria Valle Vianna; Gerente de Imprensa:Wilson Menezes; Coordenadora deImprensa: Letícia Lima; Editoras: FrancisRose; Patrícia Melillo; Revisora: PatriciaLimongi; Design Gráfico: Narla Prudêncio

Fotolito e Impressão:CGB Artes Gráficas LtdaAscom TJMG Rua Goiás, 253 – 1º andar – Centro, BeloHorizonte/MG CEP 30190-030Tel.: (31) 3237-6551Fax: (31) 3226-2715E-mail: [email protected] TJMG/Unidade Raja Gabaglia:(31) 3299-4622Ascom Fórum BH: (31) 3330-2123Tiragem: 3 mil exemplaresPortal TJMG: www.tjmg.jus.br

Ações do TJ mostram compromisso com a sociedade

E D I T O R I A L

vidor Integrado (Serin) foi reestruturado eserá desenvolvido, a partir de agora, emtrês módulos, com aulas presenciais ematerial disponível na intranet.

O Projeto Semear, em funciona-mento no Triângulo Mineiro, mostra ocompromisso do Judiciário com a resso-cialização dos presos. A entrevistada des-te mês, a juíza Vanessa Vedovotto, mos-tra como o projeto vem sendo desenvolvi-do na comarca, beneficiando os apenadose suas famílias. Na página 12, uma ma-téria revela outra iniciativa voltada para arecuperação dos condenados – o ProjetoFênix. Por meio dele, um dos apenadosda penitenciária Nelson Hungria, emContagem, ensina pintura aos colegas.

O TJMG Informativo traz detalhes,nas páginas centrais, do Palácio da Justi-ça Rodrigues Campos, edifício centenário.Para continuar abrigando câmaras de jul-

Nesta edição do TJMG Informati-vo, cinco matérias são destinadas a pro-gramas e projetos do Tribunal mineiro.Voltadas para o servidor, para a melhorianas atividades diárias ou para a res-socialização de apenados, as iniciativascomprovam o compromisso do Judi-ciário com a sociedade. As ações mos-tram ainda a preocupação do TJ com oaprimoramento permanente de sua atu-ação, que muitas vezes vai além do tra-balho de julgamento de processos.

A reportagem da página 8 destacauma novidade no Programa Sustentabili-dade Legal (PSL), que terá comissõesde apoio formadas para aperfeiçoarações do Judiciário em prol do meio am-biente. No caso do programa Atitude Le-gal, uma campanha pretende incentivar,no dia a dia, as ações de cordialidadeentre os servidores. Já o programa Ser-

Em 29 de junho, o presidente do TJMG, desembargador Cláudio Costa, empossouo juiz José Washington Ferreira da Silva no cargo de desembargador do Tribunal.Promovido por merecimento na sessão da Corte Superior de 8 de junho, o magistra-do ocupa a vaga deixada pela desembargadora Maria Elza de Campos Zettel, quese aposentou em fevereiro deste ano. José Washington Ferreira da Silva é naturalde Aimorés. Antes da promoção, ele atuava na 6ª Vara de Feitos da FazendaPública Municipal de Belo Horizonte.

Presidente do Tribunal empossa desembargador

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ParticipeInteressados em divulgar notícias nas próximas edições do TJMG Informativo devem encaminhar o material àAscom pelo e-mail [email protected].

gamento e setores do TJMG, o edifício foiadaptado. Hoje, o mobiliário nobre e asobras de arte convivem com TVs de plas-ma e computadores com acesso à inter-net, modernizações indispensáveis para ofuncionamento do Judiciário nos dias atu-ais.

Outros assuntos que também po-dem ser conferidos nesta edição são asmudanças trazidas pela Lei 12.403, quealterou o Código de Processo Penal, e aparticipação do Judiciário no programa se-manal Revista da Tarde, da Rádio Incon-fidência. Para finalizar, em período de fé-rias escolares, o TJMG Informativo dá co-mo dica o passeio de trem realizado entreos municípios de Ouro Preto e Mariana. Aviagem de apenas 18 quilômetros duracerca de uma hora e encanta os passa-geiros, que avistam cachoeiras e vegeta-ção típica de cerrado e de mata atlântica.

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O Serin visa or ientar os novos servidores e integrá-los ao Tribunal, proporcionando-lhes noções básicas a respeito do Poder Judiciár io e dos deveres prof issionais

F O R M A Ç Ã O

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Ione Bernadete

Etapas

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Considerado a porta de entrada do TJMG, o pro-grama Servidor Integrado (Serin), realizado pela EscolaJudicial Desembargador Edésio Fernandes (Ejef),acaba de ser reestruturado. Dirigido aos servidoresrecém-empossados e em es-tágio probatório, a partir deagora, o Serin será desen-volvido em três módulos:Ambientação, Formação Hu-manossocial e FormaçãoTécnico-Operacional.

O Serin visa orientar osnovos servidores e integrá-los ao Tribunal, proporcio-nando-lhes noções básicas arespeito do Poder Judiciário,além do desenvolvimento decompetências profissionaisimprescindíveis ao bom de-sempenho do trabalho, buscando sempre elevar a efi-ciência da prestação jurisdicional.

As alterações atendem à orientação do ConselhoNacional de Justiça (CNJ) contida na Resolução 126,de 22 de fevereiro de 2011, que busca padronizar a for-mação dos servidores, utilizando-se da reflexão sobre

temas relacionados à deontologia –ética e conjunto de deveres profis-sionais minuciados em códigos es-pecíficos –, às relações humanas e àsociologia do direito.

O módulo Ambientação, em fa-se de desenvolvimento, visa fornecerao novo servidor informações bási-cas imprescindíveis no início da car-reira, bem como favorecer sua adap-tação à instituição, por meio de mate-rial informativo na intranet sobre

direitos e deveres dos servidores, plano de carreira,estrutura e funcionamento do TJ, entre outros.

Realizado de forma presencial, o módulo Forma-ção Humanossocial tem uma abordagem dinâmica. Es-sa etapa visa à integração do servidor, por meio de re-flexões sobre temas variados, que envolvem relaçõeshumanas, psicologia, comunicação, sociologia do direi-to, além de deontologia profissional do servidor público.

Dentro desse segundo módulo, está sendo ofere-cido o curso Excelência no Atendimento, na modalidadea distância. Esse curso visa à capacitação dos servido-res nas técnicas e formas de atendimento. Uma primei-ra turma já participou desse curso no período de 12 demaio a 10 de junho. Mais duas turmas devem receber ocurso ainda neste ano.

O terceiro módulo, Técnico-Operacional, tem porobjetivo proporcionar aos servidores os conhecimentosinstrumentais para o desenvolvimento das atividades aserem executadas. Ele foi planejado com a participaçãode instrutores regionais e em parceria com a Corregedo-ria-Geral de Justiça. Duas turmas já foram capacitadasno mês de junho para atuar como instrutoras nas varascriminais da capital e em comarcas do interior.

móduloAmbientaçãovisa fornecer

ao novo servidorinformações básicasimprescindíveis noinício da carreira

O

Escola Judicial alteraestrutura do Serin

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P R O C E S S O P E N A L

Marcos Xavier

Novidades

O desembargador José Osvaldo Corrêa Furtado de Mendonça, da 6ª Câmara Criminal doTJ, critica a nova lei e acredita que as medidas cautelares dificilmente podem ser fiscalizadas

Entrou em vigor este mês a Lei 12.403/2011, quealterou o Código de Processo Penal. Sua principal novi-dade é a aplicação de medidas cautelares em substitui-ção à prisão preventiva, nos casos de crimes punidoscom pena máxima inferior a quatro anos. Assim, após aprisão em flagrante doacusado, em vez de decre-tar sua prisão preventiva, ojuiz deverá aplicar medidascautelares, de acordo coma gravidade do crime, ascircunstâncias do fato e ascondições pessoais doacusado.

Entre as possibilida-des estão a monitoraçãoeletrônica, o compareci-mento periódico em juízo,a proibição de acesso oufrequência a determinadoslugares, a proibição demanter contato com pessoa determinada ou o recolhi-mento domiciliar noturno e em dias de folga. A promul-gação da lei gerou polêmica no meio jurídico e na im-prensa, pela possibilidade de se deixarem impunes oscriminosos que praticam delitos menores.

O desembargador José Osvaldo Corrêa Furtadode Mendonça, integrante da 6ª Câmara Criminal doTJMG, é um dos que criticam a nova lei. Para ele, asmedidas cautelares dificilmente podem ser fiscalizadas.Outro aspecto criticado refere-se à prisão domiciliar: o

magistrado considera temerárioque, após a condenação do réu,possa ser abatido da pena o pe-ríodo em que ele cumpriu a medi-da cautelar.

Já o desembargador Judi-mar Biber, presidente da 1ª Câ-mara Criminal do TJMG, entendeque a lei “nada tem de benéficapara o acusado”. Ele considera alei produtiva e entende que, aocontrário, ela pode ser até maisrigorosa.

Segundo Biber, a prisãopreventiva sempre teve caráterexcepcional e, mesmo antes da

nova lei, os crimes menos graves já não geravam a pri-são preventiva dos acusados, senão na hipótese de rei-teração, situação que não é modificada pela nova legis-lação. “Agora, os autores de crimes menores podemcumprir medidas cautelares, enquanto antes simples-

acusadoinimputável ousemi-inimputável

agora pode ser internadoprovisoriamente no casode crimes praticados com violência ou grave ameaça

Omente obteriam a liberdade provisória”, afirma. Além disso,ele destaca que a lei traz ainda a possibilidade da prisão,antes não prevista, para o caso de descumprimento dasmedidas cautelares.

Biber elogia o artigo 300 da Lei 12.403/11, que obri-ga a separação, nos presídios, das pessoas presas provi-soriamente das que já estiverem definitivamente condena-das. O desembargador Furtado de Mendonça tem dúvidasquanto às possibilidades de execução dessa medida.

A nova lei traz também modificações quanto à fiança.Seu valor passa a variar conforme três aspectos: a capa-cidade econômica do acusado, o prejuízo causado ou oproveito obtido com a prática da infração. Para o desem-bargador Furtado de Mendonça, a lei ressuscita um ins-tituto que não funciona mais no Brasil.

Uma outra medida prevista pela nova lei, contudo, foielogiada por Mendonça. O acusado inimputável ou semi-inimputável agora pode ser internado provisoriamente nocaso de crimes praticados com violência ou grave ameaçae se houver risco de reiteração. A internação antes só podiaser decretada por força de sentença. “O homicida empotencial, agora, no curso do processo, pode ser internado,evitando-se novos crimes”, afirma o desembargador.

Lei traz alternativa à prisão preventiva

O desembargador Judimar Biber, da 1ª Câmara Criminal do TJ, considera a legislaçãobenéfica e elogia a separação, nos presídios, dos presos provisórios e dos já condenados

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Uma caixinha de mensagens e ade-sivos para espelhos. Essas são as peçasde comunicação que serão distribuídasneste segundo semestre a todas as co-marcas do Estado,como mais uma for-ma de divulgação doprograma Atitude Le-gal – Excelência noAtendimento: UmaConstrução de Todos.O programa é umarealização da EscolaJudicial Desembarga-dor Edésio Fernandes(Ejef), e a campanhaé desenvolvida pelaAssessoria de Comu-nicação Institucional (Ascom) do TJMG.

Mensagens de inúmeros pensado-res vão estar nessa caixinha. As frasessão de incentivo e têm a ver com os pro-pósitos do programa, voltados para a dis-seminação da cultura do bom atendimen-to de um lado do balcão e da cordialidadedo outro. A logomarca da campanha in-centiva essas ações. As duas carinhassorridentes com um sinal de igual entreelas sugerem a ideia de que gentilezagera gentileza.

A coordenadora de Mídia Impressae Eletrônica da Ascom, Sílvia Lara, explicaque a intenção é mostrar que uma atitude

Kit estimula boas açõesA T I T U D E L E G A L

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tem o potencial de gerar outra atitude se-melhante. “É um conceito de relação: ocomportamento tem que partir de você,mas você não está sozinho.” Segundo

ela, as peçasgráficas pode-riam trazer umacarinha negativaacarretando ou-tra carinha ne-gativa, mas a in-tenção é real-mente transmitiruma atitude le-gal. Aliás, o no-me do programafaz menção tan-to a uma ação

bacana quanto à legalidade, princípiopresente no mundo jurídico.

Sílvia Lara também explica que ascarinhas em forma de quadrado sugeremtijolos e se apresentam em movimentoporque “o ser humano está sempre emconstrução e pode sair do eixo de vezem quando”.

Os adesivos serão colados nos es-pelhos dos banheiros de todos os prédiosdo TJMG. Com a mesma logomarca ecom os dizeres “Veja aqui uma pessoa

nome doprograma fazmenção tanto

a uma ação bacanaquanto à legalidade,princípio presente nomundo jurídico

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Adesivo

O adesivo no espelho dos banheiros pretende estimular que as pessoas reflitam sobre seus valores

Os setores vão receber a caixa com frases de pensadores os adesivos e o DVD da palestra

Letícia Lima

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“Se necessário, deixe o outro constrangidocom a sua capacidade de compreender.”Gabriel Chalita

“Nós somos aquilo que fazemos repetida-mente. Excelência, então, não é um modode agir, mas um hábito.”Aristóteles

“Eu também sou vítima de sonhos adia-dos, de esperanças dilaceradas, mas,apesar disso, eu ainda tenho um sonho,porque a gente não pode desistir da vida.”Martin Luther King

“Não há nada mais trágico neste mundodo que saber o que é certo e não fazê-lo.Que tal mudarmos o mundo começandopor nós mesmos?”Martin Luther King

“A intenção, boa ou má, influencia direta-mente nossa vida no futuro. Qualqueração, por mais simples que seja, se feitacom o coração, produz benefícios na vidadas pessoas.”Buda

“O saber a gente aprende com os mestrese os livros. A sabedoria se aprende é coma vida e com os humildes.”Cora Coralina

“Quem conduz e arrasta o mundo não sãoas máquinas, mas as ideias.”Victor Hugo

“Se tiveres que ser rígido, sim: porém,perder a ternura jamais.”Che Guevara

de atitude legal”, o adesivo tem comoobjetivo fazer com que as pessoasolhem para si mesmas. Essa ideia par-tiu do relações públicas da Assessoriade Comunicação Bruno Costa. “A in-tenção era explorar outros espaçospara atingir o maior número de pes-soas com boas ações. O uso do espe-lho é uma forma de estimular a propos-

ta do reflexo, provocando as pessoas aolhar para si mesmas e refletir sobreseus valores”, diz o servidor.

Todos os setores do TJMG rece-berão uma carta, o adesivo para espe-lhos, o DVD da palestra “O Ser Humanoem Construção”, proferida pelo psicólo-go Roberto Crema, e a caixinhade mensagens.

Conheça algumas mensagens:

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P A T R I M Ô N I O

Criado na época em que as ruas dacidade ainda tinham bebedouros públicospara cavalos, o Palácio da Justiça Rodri-gues Campos precisa, hoje, cem anos de-pois, criar alternativas para o funciona-mento do Judiciário do século 21. Asadaptações não podem mudar as caracte-rísticas originais da construção, mas de-vem permitir que o prédio acompanhe osavanços exigidos pela Justiça na atualida-de. Quem visita o edifício centenário, umdos símbolos do Judiciário mineiro, podeconferir a convivência do acabamentosuntuoso e dos móveis de época com TVs

de plasma, computadores com acesso àinternet, catraca eletrônica e detector demetal.

Em estilo eclético, com predomi-nância de características neoclássicas, oprédio foi construído para abrigar a 1ª Ins-tância da comarca de Belo Horizonte e a2ª Instância do Judiciário. Ricamenteornado, o palácio tem escadarias da Bél-gica, mármores de Carrara, pisos de mo-saico, vitrais, lustres de cristais da Boê-mia, além de belo mobiliário, muitas obrasde arte e rica biblioteca. O prédio da maisalta Corte de Minas foi projetado pelo

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arquiteto A. Rebechi e construído pelo en-genheiro José Dantas e pelo construtorcoronel Júlio Pinto entre 1909 e 1911. Em1963, o edifício foi batizado como Palácioda Justiça Rodrigues Campos. O juristafoi desembargador e exerceu a presidên-cia da Corte mineira por oito vezes, entre1930 e 1939.

No palácio, além de magistrados,servidores, advogados, estudantes e dopúblico em geral, transita um outro grupode pessoas: a equipe da manutenção.Fundamental para o adequado funciona-mento das instalações, ela é composta

por bombeiros, eletricistas, pedreiros, pin-tores, marceneiros e técnicos de telefo-nia. Joaquim Oliveira, chefe da equipe,orgulha-se por ser conhecido como ohomem que “sabe tudo do palácio”.Segundo ele, os pintores têm trabalho oano todo. “Quando chegamos ao final, éhora de recomeçar. Cuidar do palácio éum privilégio”, diz.

Atualmente, se reúnem no palácio aCorte Superior e as câmaras cíveis ecriminais da Unidade Goiás do TJMG.Também funcionam no local o Conselhode Supervisão e Gestão dos Juizados Es-

A Casa da Justiça no século 21

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Raul Machado

Ricamente ornado, o Palácio da Justiça Rodrigues Campos foi construído entre os anos 1909 e 1911. Ele tem estilo eclético, com predominância de características neoclássicas

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serviços no palá-cio, passou a co-nhecer bem a ar-quitetura do local.

Segundo osestudos da servi-dora, a reforma de1958 a 1963 mu-dou um pouco afachada do palá-cio. A cúpula origi-nal, em metal e vi-dro, foi substituídapela de concretoatual. O prédioganhou vários ornamentos, como as carte-las que contêm os nomes de ex-presi-dentes e grandes juristas, além de florõesdistribuídos pelos principais salões. Aspastilhas portuguesas do átrio e do saguãoderam lugar ao mármore.

Na sacada interna, no segundo pavi-mento, os beirais de pinho de riga foramtrocados pelo concreto, o que prejudicou avisibilidade do vitral até 2002, quando a fa-

lha foi corrigida.Novas lajes rebai-xaram um pouco opé direito do se-gundo piso. No só-tão, ainda é possí-vel ver os adornosdo rodateto antigo.Vigas invertidas emconcreto armadono sótão compro-vam a intervenção.

Na busca pormais espaço, namesma reforma, a

área dos fundos, até então com dois pavi-mentos como o restante do palácio, ga-nhou dois mezaninos, o que deixou a alacom quatro pavimentos. A 1ª Instância jáfuncionava no prédio hoje denominadoanexo I, e a 2ª Instância já ocupava todo opalácio.

Numa sala da Dengep, encontram-se arquivados todos os projetos dos pré-dios da Justiça de Minas. Ao palácio é de-dicado um grande arquivo de aço, ondeestão guardadas as antigas folhas depapel vegetal com os projetos que ajudama entender melhor a construção original eas modificações posteriores. Em 1992, an-tes da última grande restauração, um mi-nucioso levantamento do prédio deu ori-gem a quatro cadernos que detalham a ar-quitetura do prédio.

Durante os quatro anos em que tra-balhou no edifício, Rosana conta que nãose cansava de subir a escadaria e ficar ad-mirando o vitral: “Ele ‘fala’ para quem entrae ‘fala’ para quem sai”, diz a servidora.

Nos dias atuais, a Mejud coordenaos trabalhos de conservação. Móveiscomo os da sala Barão do Rio Branco e ocadeiral da Corte Superior recebem aatenção de um grupo de funcionárioszelosos e treinados. Karine Viana, monito-ra do Museu da Memória do JudiciárioMineiro, conta que, para limpar os lustres,os funcionários retiram todos os cristais,que são limpos um a um. Depois, é feito opolimento de todo o metal, antes de tudoser montado novamente.

O palácio de hoje não é exatamentecomo o do projeto original. É que, naépoca da construção, os responsáveispensaram que o terreno disponível seriadiferente. Assim, o primeiro projeto previaum edifício mais horizontal, com fachadabem mais larga. Como o terreno tinhaoutro formato, foi necessário adaptar oprojeto e foi construído o atual prédio, coma fachada mais estreita. Mesmo com asmodificações, o edifício impressiona atéhoje pelos detalhes e pela beleza.

ma das últimasempreitadas daequipe demanutenção foi

a instalação de TVs deplasma e outrosequipamentos no salão da Corte Superiorpara a implantaçãodo sistema Themis, que informatiza a sessãode julgamento

Upeciais, a Memória do Judiciário Mineiro(Mejud), além de setores administrativos ejudiciários. Para esse funcionamento, tor-nou-se necessária a instalação de novastecnologias no prédio. Em 1911, os salõesdedicados às sessões de julgamento nãoexigiam o aparato tecnológico de hoje.Uma das últimas empreitadas da equipede manutenção foi a instalação de TVs deplasma e outros equipamentos no salãoda Corte Superior para a implantação dosistema Themis, que informatiza a sessãode julgamento.

Em 2003, para fazer o cabeamentono salão da Corte, todos os tacos foram re-movidos temporariamente para a passa-gem dos fios. “A dificuldade é que no palá-cio não há forro nem piso elevado, e nãopodemos mudar nada”, explica Joaquim.

Para passar cabos no porão do pa-lácio, com pé direito baixo e paredes comum metro de espessura, o chefe da manu-

tenção conta que foi necessário fabricaruma broca. O mesmo porão revela um as-pecto construtivo interessante: na épocaem que o palácio foi feito, para criar gran-des lajes, os construtores utilizavam bar-ras de trilho, que eram dispostas paralela-mente. O preenchimento era feito com tijo-linhos maciços, que eram encaixados emarco, criando pequenas pontes de pedra.

Durante os últimos cem anos, o pré-dio manteve grande parte de sua arquite-tura original, passando por constante ma-nutenção, pequenas intervenções e duasgrandes reformas, a primeira entre 1958 e1963 e a segunda em 1992.

A servidora do TJMG Rosana Lage,lotada na Diretoria Executiva de Engenha-ria e Gestão Predial (Dengep), descreveuem sua monografia as modificações que oprédio sofreu ao longo dos anos. Rosanadedicou seu trabalho acadêmico ao vitraldo artista L. Piscini, fabricado pela CasaConrado e instalado no saguão do segun-do andar. Com a produção da monografia,Rosana, que já tinha participado de vários

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Porão

Conservação

O edifício ainda mantém grande parte da sua arquitetura original Bebedouros públicos para cavalos faziam parte do cenário da capital

O prédio do Judiciário mineiro tem belo mobiliário, lustres de cristais e muitas obras de arte, como se observa no Salão Nobre

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M E I O A M B I E N T E

Agentes de atuação local, queidentifiquem problemas e proponham so-luções que possam ser adotadas em ou-tras unidades do TJMG. Esses serão operfil e o trabalho esperado das equipesque vão compor a Comissão de Apoio aoPrograma Sustentabilidade Legal(Capsu). Criadas em cada unidade pre-dial vinculada ao TJMG, as comissõessão mais uma iniciativa do Judiciário mi-neiro para aprimorar suas ações volta-das para a sustentabilidade. Os gruposvão atuar em prédios da 1ª e da 2ª Ins-tâncias.

Marcelo Junqueira, da Gerênciade Manutenção, Instalações Prediais eControle do Patrimônio Imobiliário(Gemap), explica que o objetivo daCapsu é que servidores compartilhem asboas práticas. Assim, depois de identifi-cados os problemas, as equipespropõem soluções que podem ser usa-das por servidores que enfrentem dificul-dades semelhantes em outras unidadese até em regiões diferentes.

A engenheira eletricista da GemapDenize Luppi afirma que a principal com-petência das comissões é a mobilizaçãode equipes, principalmente no interior doEstado, a favor do uso consciente dosrecursos disponíveis. Cada Capsu écomposta por um grupo de três a cinco

Glayce Lima

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com as questões ambientais. Desde2005, um convênio entre o Judiciário e aAssociação dos Cata-dores de Papel, Pa-pelão e Material Rea-proveitável (Asmare)possibilita o recolhi-mento de materiaisrecicláveis.

“Para garantir autilização sustentávelde recursos naturais,muitas vezes é pre-ciso rever os proces-sos de trabalho, açãoque gera moderni-zação e leva à produ-tividade. Além disso,eticamente, há umamelhoria da imagem junto à sociedade,que cada vez mais também deseja ver osórgãos públicos engajados nesse novocenário do ecologicamente correto, eco-nomicamente viável, socialmente justo eculturalmente aceito”, avalia o presidentedo grupo gestor do PSL, desembargadorAudebert Delage.

A vice-presidente e superintenden-te operacional de implantação do PSL,desembargadora Evangelina Duarte,destaca os impactos positivos de outrosprogramas para a preservação dos recur-

servidores que estejam há pelo menostrês anos nas unidades prediais em que acomissão vai atuar. Os participantes po-dem se manifestar voluntariamente paraintegrar as equipes ou podem ser indica-dos pela direção do Foro – na 1ª Instân-cia – e pela Secretaria Executiva de Pla-nejamento e Qualidade na Gestão Institu-cional (Seplag) – na 2ª Instância.

A formação e a atuação da Capsuintegram o Programa SustentabilidadeLegal (PSL) que, nos últimos três anos,desenvolveu ações para a economia dosprincipais recursos utilizados nas rotinasadministrativa e judicial do TJMG. Asações desenvolvidas em diversos setoresincentivam o consumo consciente, a ra-cionalização de práticas, o fomento deatividades de responsabilidade social, avalorização dos recursos humanos, a re-dução do desperdício e a preservação domeio ambiente.

Na lista de medidas adotadas peloTJMG estão o controle mensal de cópiase impressões, a reciclagem de lâmpadasfluorescentes e a utilização de formu-lários eletrônicos em substituição aos depapel. Antes mesmo da formalização doPSL, o Tribunal mineiro já se preocupava

sos naturais, como a adoção do sistemaThemis, que informatiza os julgamentos e

torna mais rápida apublicação de acór-dãos. A iniciativa,além de agilizar aresposta do Judiciárioao cidadão, vai possi-bilitar uma considerá-vel economia depapel.

A desembarga-dora também destacaa importância da in-formatização dos pro-cessos judiciais, pro-cedimento já imple-mentado nos juizadosespeciais cíveis da

capital e na Vara de Registros Públicosde Belo Horizonte. “O processo eletrôni-co é o caminho para a economia desteque é um dos recursos mais utilizados noTribunal: o papel”, completa.

O PSL foi instituído pelo TJMG em2008, seguindo normas do ConselhoNacional de Justiça (CNJ). Mais infor-mações estão disponíveis no sitewww.tjmg.jus.br/sustentabilidade. A listacom a composição de cada Capsu podeser consultada pela intranet, no endereçowww.tjmg.jus.br/sustentabilidade/capsu/.

Reciclagem

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Paragarantir autilização

sustentável derecursos naturais,muitas vezes é preciso rever osprocessos detrabalho”‘

Equipes compartilham práticas sustentáveis

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E N T R E V I S T A - V a n e s s a G u i m a r ã e s d a C o s t a V e d o v o t t o

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TJMG Informativo – O que é o Projeto Semear?

Vanessa Guimarães da Costa Vedovotto – O ProjetoSemear é, ao mesmo tempo, um método de recuperaçãodo ser humano em conflito com a lei e de revitalização domeio ambiente. Ele se destina aos recuperandos quecumprem pena privativa de liberdade no regime semi-aberto em Santa Vitória e visa à ressocialização deles,com o resgate da dignidade por meio do trabalho com aterra. São parceiros diretos do Judiciário o MinistérioPúblico, a Usina Santa Vitória Açúcar e Álcool Ltda. e aAssociação Regional de Proteção Ambiental (Arpa).

Como o projeto funciona?

O recuperando trabalha na usina de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, no cultivo de mudas de plantasnativas e frutíferas, faz suas refeições e tem horáriodestinado ao descanso. No fim do mês, recebe umaajuda de custo que pode chegar a um salário mínimo,dependendo da produção individual, mais cestas bási-cas. Durante a noite e nos finais de semana, o recupe-rando permanece em prisão domiciliar, o que possibili-ta seu convívio com a família. Eles contam ainda comassistência psicológica, religiosa e social. A primeiraprodução de mudas estará disponível para a comercia-lização em três meses, com uma previsão de renda deR$ 175 mil para os cofres da entidade. Uma parte do

dinheiro será utilizada para o pagamento de ajuda decusto à família dos recuperandos. O restante vai se des-tinar à compra das sementes e dos insumos para aspróximas plantações.

Como foi concretizado o projeto?

Inicialmente, procurei buscar vagasde emprego, na usina, para os recu-perandos. Verificamos que havia al-guns procedimentos em tramitaçãonos juizados especiais, nos quais seapuravam delitos ambientais de me-nor potencial ofensivo atribuídos àempresa. Assim, surgiu a ideia daimplantação do projeto, com a reali-zação da transação penal, com aimposição da obrigação de fazer.

Que resultados são esperados?

Recuperar o homem que errou e que precisa se reestru-turar para retornar ao convívio social, bem como o meio

ambiente, através da plantação e venda de mudas. O quebuscamos é oferecer oportunidade àqueles que realmentepretendem mudar de vida.

Como julgar ações e ao mesmo tempo cumprirmetas?

Assim como na iniciativa privada, opoder público deve ter metas acumprir. Hoje, fala-se muito emgestão, em Justiça de resultados.No entanto, os magistrados lidamcom o que há de mais caro para oser humano, como a liberdade, asaúde, o patrimônio e a seguran-ça. Dessa forma, as metas devemser interpretadas como um norte aser alcançado e não propriamentecomo um objetivo, já que ninguémgostaria de ter um processo julga-do apressadamente, sem o discer-

nimento necessário. Equilibrar adequadamente tempo eeficiência é o grande desafio do juiz do nosso tempo.

Vanessa Vedovotto, juíza em Santa Vitória, no Triângulo Mineiro, criou projeto que oferece oportunidade de trabalho a apenados

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Wilson Menezes

Projeto Semear investe narecuperação de presos

A juíza Vanessa Guimarães da Costa Vedo-votto ingressou na magistratura em 2008 eatuou como cooperadora nas comarcas deConselheiro Pena e Uberlândia. Hoje, é titu-lar da comarca de Santa Vitória, no Pontaldo Triângulo Mineiro, e coopera em Ituiu-taba. Ao assumir uma vara única, percebeuque deveria ir além de só decidir, criandotambém opções para o cumprimento desentenças, principalmente as criminais. Pa-ra ela, ficou claro que é necessário reinseriro apenado na sociedade de forma a mi-nimizar as possibilidades de reincidênciano crime. O desafio foi lançado, e os resul-tados estão chegando. O apoio conseguidopara criar e manter o Projeto Semear é pro-va disso. A magistrada é casada com o juizmineiro Marcos Vedovotto e é mãe de Ma-theus, de 1 ano e 9 meses.

O que buscamos é oferecer oportunidade

àqueles querealmente pretendemmudar de vida”‘

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O Judiciário estadual tem espaço garantido, todas asquintas-feiras, às 15h, no programa Revista da Tarde, na rádioInconfidência. Assuntos diversificados, como adoção, indultos,registro civil, penas alternativas, crimes de trânsito e até par-ticularidades do registro civil, são abordados por entrevistadosindicados pelo Tribunal de Justiça.

Essa parceria teve início em dezembro de 2010, quandoa 3ª Vice-Presidência do TJMG e a Assessoria de Comunica-ção Institucional (Ascom) procuraram a rádio Inconfidênciacom o objetivo de ampliar a divulgação da Semana de Con-ciliação. Com o resultado positivo alcançado, esse espaçoaberto, de 15 minutos semanais, acabou sendo preenchidocom a divulgação de outros temas ligados ao Poder Judiciário.

O desembargador José Antônio Braga, um dos entrevis-tados, afirma que o rádio ainda é o meio de comunicação quemais facilmente interage com o público. “Através de uma lin-guagem simples e direta, podemos falar de casos que chegamao Judiciário e que podem ter sido vivenciados pelo ouvinte.De taxistas e porteiros a donas de casa, nossa mensagemsempre chega. Sinto-me útil quando presto esclarecimento àpopulação.”

A escolha dos temas é feita pelos profissionais daAscom. “Essa participação conjunta contribui para a formaçãoda cidadania e conscienti-za os ouvintes de seus di-reitos e de como ter aces-so a eles. O programaaproxima a Justiça da po-pulação”, constata a apre-sentadora do programa,Deborah Rajão.

A rádio Inconfidên-cia (AM 880), ou a “Gigante do Ar” como é conhecida, alcançatodas as cidades mineiras e quase todos os estados brasilei-ros. Daí a importância do espaço conquistado pelo TJMG. “Écomum recebermos e-mails e até cartas de ouvintes de outrascidades elogiando o fato de magistrados falarem abertamentesobre ações que correm na Justiça”, conta a apresentadora doprograma.

Confira no quadro ao lado os entrevistados que já pas-saram pelo programa e os respectivos temas tratados.

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O programa Revista da Tarde, apresentado por Deborah Rajão, vai ao ar todas as quintas-feiras, às 15h, e trata de assuntos diversos que chegam ao Judiciário todos os dias

O programaaproximaa Justiça da

população”‘

TJMG ganha espaço nas ondas do rádio

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Wilson Menezes

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Em julho, os ingressos para o trem tu-rístico custam R$ 25 (ida) e R$ 40(ida e volta). A meia entrada, válidapara crianças entre 6 e 10 anos, estu-dantes (com carteirinha) e adultos apartir de 60 anos, custa R$ 13 (ida) eR$ 20 (ida e volta). No vagão panorâ-mico, o ingresso custa R$ 40 (ida) eR$ 70 (ida e volta). Crianças de até 5anos, no colo, não pagam. Outras in-formações podem ser obtidas pelostelefones (31) 3551-7705 (bilheteria)e (31) 3551-7310 (estação), em OuroPreto; e (31) 3557-3844 (bilheteria) e(31) 3558-3104 (estação), em Maria-na. A programação pode ser conferidanos sites www.tremdavale.org ouhttp://trensturisticos.fcasa.com.br.

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T U R I S M O

Do vagão panorâmico, o visitante pode avistar toda a paisagem, entre Ouro Preto e Mariana, que tem trechos com vegetação de cerrado e de mata atlântica, além de cachoeiras e sítio arqueológico

Viagem no tempo

Dezoito quilômetros percorridos emcerca de uma hora. Um paredão, a paisa-gem com vegetação típica do cerrado e damata atlântica, cachoeiras, um sítio ar-queológico e o friozinho típico da regiãonesta época do ano são alguns dos atrati-vos para quem faz a viagem de trem OuroPreto-Mariana. Parte de um programa deeducação patrimonial da Fundação Vale, aviagem de trem motivou a revitalização dotrecho ferroviário entre as duas cidadeshistóricas. O passeio é realizado desde2006, mas a charmosa e tradicional maria-fumaça está em manutenção e foi substi-tuída por uma locomotiva a diesel.

Em alguns trechos da viagem, otrem diminui sua velocidade de 25km/hpara 5km/h para que o turista possa curtira paisagem. É possível perceber a dife-rença de temperatura entre Mariana, queestá a 704 metros acima do nível do mar,e Ouro Preto, a 1.060. No trajeto, o trempassa ainda (mas sem parar) pelas Minasda Passagem, em Mariana, a maior minade ouro desativada do mundo aberta avisitação.

O trem turístico só funciona desexta a domingo, com duas saídas deOuro Preto (às 10h e às 15h30) e duasde Mariana (às 8h30 e às 14h). Apesarde os vagões transportarem até 292passageiros, é preciso chegar com ante-cedência para comprar o ingresso, sobpena de encontrar o trem lotado. Sópodem reservar os bilhetes antecipada-mente grupos com mais de dez pessoas.

Quem sai de Ouro Preto deve pre-ferir os assentos do lado direito do trem,de onde é possível curtir melhor a paisa-gem. Os últimos vagões quase sempresão os primeiros a serem ocupados, jáque as fotos do trem, nas curvas, ficammais bonitas para quem está atrás.

Além do passeio de trem, as duasestações oferecem diversas atividadespara os visitantes. Na estação de Maria-na, a praça lúdico-musical é uma atra-

ção à parte. Ela é composta por um con-junto de obras que integram brinquedos,artes plásticas e arquitetura – estruturasconfeccionadas com materiais fer-roviários reciclados e sucatas da antigalinha férrea. Nas duas estações ondeocorrem os embarques e desembar-ques, há ainda vagões antigos transfor-mados em cafeterias, locais para proje-ções audiovisuais e biblioteca.

Para quem compra o ingressoapenas para a ida e deixa o veículo es-tacionado nas imediações de uma dasestações, a dificuldade é o retorno. Éque não existe uma linha de ônibus quesaia diretamente de uma estação aoutra. Assim, o visitante deve pegar umtáxi no retorno ou precisa se deslocaraté o ponto de ônibus mais próximo. EmMariana, o ônibus que leva a Ouro Pretopassa na porta da estação. Em OuroPreto, o ponto fica na praça Tiradentes,a alguns bons quarteirões da estação.

Quem passa o dia em Ouro Pretoou em Mariana tem diversas opções derestaurantes. Em Mariana, há vários de-

les na praça Gomes Freire de Andrade,também conhecida como Jardim. EmOuro Preto, uma boa dica são os estabe-lecimentos da rua São José.

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Sucatas

Serviço:

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12 J U L H O / 2 0 1 1 Remetente: Assessoria de Comunicação Institucional - TJMG | Rua Goiás, 253 - Térreo - Centro - Belo Horizonte - MG - CEP 30190-030

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“É como se fosse uma luz no fim do túnel, umrenascimento, uma perspectiva de entrar novamente nasociedade e de ficar perto da minha família. Eu já pas-sei por rebeliões e tentativas de fuga; mas, depois doprojeto, não penso mais assim.” Essas palavras são dePaulo Eustáquio, que cumpre pena na penitenciáriaNelson Hungria, em Contagem, na região metropolitanade Belo Horizonte. Através do desenvolvimento do pro-jeto Fênix, criado por ele, Paulo ensina a arte da pinturapara seus colegas de presídio e vislumbra, com eles,um futuro melhor.

A iniciativa conta com o apoio da direção da peni-tenciária e do juiz da Vara de Execuções Criminais deContagem, Wagner de Oliveira Cavalieri, que ajudou aorganizar uma exposição com as obras de Paulo Eustá-quio, em março de 2010. A mostra foi realizada no salãodo 1º Tribunal do Júri de Contagem, durante a audiênciapública que debateu a construção da Associação deProteção e Assistência ao Condenado (Apac) na comar-ca. Em maio deste ano, os artistas do projeto expuse-ram suas obras na Defensoria Pública.

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Hoje, Paulo Eustáquio ministra aulas de pinturapara oito colegas de presídio, escolhidos pelo critério debom comportamento. O juiz Wagner de Oliveira diz quehá planos de expansão do projeto e revela que estáestudando a possibilidade de convidar professores uni-versitários de artes plásticas para participar do trabalho.Quem se interessar em ajudar como voluntário ou comdoações de tintas e telas pode procurar a Vara de Exe-cuções Criminais de Contagem.

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C L I C K D O L E I T O R

Santa Rita de Caldas, município de Minas Geraislocalizado a 456 km da capital, tem cerca de 10mil habitantes e é cercada por lindas montanhas.Na cidade, todo mineiro se sente “em casa”. Opovo sempre hospitaleiro e cortês faz do municí-pio um refúgio para quem vive em meio ao coti-diano agitado. Em maio, com a festa de SantaRita, o cenário local se transforma. As comemo-rações, conhecidas por mineiros e paulistas, seprolongam por todo o mês. Há shows, barraqui-nhas e um desfile de cavaleiros e carros de boi.Com tanto para se descobrir em Santa Rita deCaldas, não há como não se apaixonar por essefantástico lugar.

Alexandre Arantes2º Cartório de Recursos a OutrosTribunais/TJMG – Unidade Raja

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Autodidata, Paulo Eustáquio começou a desenharaos 14 anos, inspirado por histórias em quadrinhos e su-per-heróis. Aos 18 anos, trabalhou durante seis mesescomo pintor de faixas, quando aprendeu técnicas básicasde traço e pintura. Em 2007, já detido na Nelson Hungria,Paulo retomou os desenhos. Durante uma visita de dire-tores da penitenciária a sua cela, o artista sugeriu a cria-ção do projeto, iniciativa aprovada por uma comissãocom assistentes sociais, psicólogos e psiquiatras.

Telas do projeto Fênix foram expostas na Defensoria Pública, em maio deste ano

Patrícia Melillo