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História do Brasil

Governo JK

Professor Thiago Scott

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História do Brasil

GOVERNO JK

Referência: http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/JK/artigos

50 anos em 5: o Plano de Metas

Antes mesmo de seu início, o governo de Juscelino Kubitschek enfrentou uma série de dificul-dades. As adversidades políticas que marcaram o período entre sua indicação como candidato e sua posse como presidente não deixavam dúvidas quanto à ferrenha oposição que teria pela frente. O novo governo, fruto da aliança PSD-PTB, certamente Convenção do PSD que homolo-gou a candidatura de Juscelino Kubitschek à Presidência da República. 10 fev. 1955. Juscelino Kubitschek acena para o povo. seria hostilizado por adversários capitaneados pela UDN, para quem Juscelino e Jango representavam a continuação política do ex-presidente Getúlio Vargas . Parecia não existir possibilidade de meio termo para o novo presidente, e por isso mesmo o apoio da opinião pública seria a única forma de garantir sua manutenção no cargo. Era preciso ousar, e JK ousou ao anunciar seu programa de governo – 50 anos de progresso em 5 anos de realizações, com pleno respeito às instituições democráticas.

Esse ideal desenvolvimentista foi consolidado num conjunto de 30 objetivos a serem alcança-dos em diversos setores da economia, que se tornou conhecido como Programa ou Plano de Metas. Na última hora o plano incluiu mais uma meta, a 31a, chamada de meta-síntese: a cons-trução de Brasília e a transferência da capital federal, o grande desafio de JK. Não se pode dizer que essa fosse a primeira experiência de Juscelino de governar com base num plano de desen-volvimento. Guardadas as devidas proporções, como governador de Minas Gerais de 1951 a 1955, JK já tinha eleito o binômio energia e transportes como metas de desenvolvimento para a sua gestão.

Tanto o plano de governo mineiro quanto o Plano de Metas de Juscelino foram elaborados com base em estudos e diagnósticos realizados desde o início da década de 1940 por diversas comissões e missões econômicas. O último grande esforço de diagnóstico dos entraves ao cres-cimento econômico brasileiro fora feito pela Comissão Mista Brasil-Estados Unidos entre 1951 e 1953, Juscelino Kubitschek inaugura as novas instalações da fábrica de caminhões Mercedes Benz. São Bernardo do Campo(SP), 28 set. 1956 ainda no governo Vargas. Os estudos da Co-missão Mista, assim como os do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE) e os da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (CEPAL), indicavam a necessidade de eliminar os "pontos de estrangulamento" da economia brasileira. Tratava-se de setores críticos que não permitiam um adequado funcionamento da economia. A premissa do Plano de Metas, esboçado pouco antes da posse de JK por uma equipe do BNDE, era, assim, a superação desses obstáculos estruturais. As metas deveriam ser definidas e implementadas em estreita harmo-

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nia entre si, para que os investimentos em determinados setores pudessem refletir-se positiva-mente na dinâmica de outros. O crescimento ocorreria em cadeia. A meta de mecanização da agricultura, por exemplo, indicava a necessidade de fabricação de tratores, prevista na meta da indústria automobilística.

Para os analistas da época, o Brasil vinha passando, desde a década de 1930, por um processo de substituição Palestra de Juscelino Kubitschek no Clube Militar. Rio de Janeiro, 21 jul. 1959 de importações não-planejado, e a falta de planejamento seria a causa dos constantes desequilí-brios no balanço de pagamentos. O Plano de Metas pretendia suprir essa falta. A introdução de uma meta de consolidação da indústria automobilística no país tinha como objetivo, entre outras coisas, a redução planejada e gradativa da importação de veículos.

Talvez pela consciência que tivesse das dificuldades inerentes à burocracia estatal e dos obstá-culos permanentes e inevitáveis impostos pela oposição, JK traçou uma estratégia de ação que se mostraria acertada com relação à administração e à operacionalização do Plano de Metas. Já na primeira reunião de seu ministério, em 1o de fevereiro de 1956, criou um órgão diretamente subordinado à Presidência da República, o Conselho do Desenvolvimento, que iria coordenar o detalhamento e a execução do plano. Tendo como secretário-executivo o presidente do BNDE, e reunindo todos os ministros, os chefes dos gabinetes civil e militar e o presidente do Banco do Brasil, o conselho constituiria uma administração paralela com autonomia de decisão suficiente para viabilizar a realização dos projetos. O conselho foi conduzido, primeiramente, por Lucas Lo-pes. Quando este deixou a presidência do BNDE para assumir o Ministério de Fazenda, em agosto de 1958, seu lugar foi ocupado por Roberto Campos, que permaneceu até julho de 1959. Dessa data até o final do governo, Lúcio Meira presidiu o BNDE e foi o secretário-executivo do conselho.

O Cruzeiro, n.27, 16 abr. 1960 O Conselho do Desenvolvimento recorria a especialistas dos di-versos setores previstos no Plano de Metas e também a economistas oriundos de órgãos do governo, como a Superintendência da Moeda e do Crédito (Sumoc). Atuava através de grupos executivos, aos quais cabia a responsabilidade pela concessão de incentivos ao setor privado para que as metas de que tratavam fossem atingidas. O mais conhecido de todos foi o Grupo Executivo da Indústria Automobilística (GEIA). A coordenação dos investimentos do setor públi-co era atribuição do BNDE.

O Cruzeiro, n.27, 16 abr. 1960 O Plano de Metas mencionava cinco setores básicos da economia, abrangendo várias metas cada um, para os quais os investimentos públicos e privados deveriam ser canalizados. Os setores que mais recursos receberam foram energia, transportes e indústrias de base, num total de 93% dos recursos alocados. Esse percentual demonstra por si só que os outros dois setores incluídos no plano, alimentação e educação, não mereceram o mesmo trata-mento dos primeiros. A construção de Brasília não integrava nenhum dos cinco setores.

As metas eram audaciosas e, em sua maioria, alcançaram resultados considerados positivos. O crescimento das indústrias de base, fundamentais ao processo de industrialização, foi de prati-camente 100% no qüinqüênio 1956-1961.

Ministro da Economia, José Maria Alkmim. Ao final dos anos JK, o Brasil havia mudado. Muitos foram os avanços, e muitas foram as críticas à opção de JK pelo crescimento econômico com re-curso ao capital estrangeiro, em detrimento de uma política de estabilidade monetária. O cres-cimento econômico e a manutenção da estabilidade política, apesar do aumento da inflação e das conseqüências daí advindas, deram ao povo brasileiro o sentimento de que o subdesenvol-vimento não deveria ser uma condição imutável. Era possível mudar, e o Brasil havia começado a fazê-lo.

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O custo do desenvolvimentismo

A política econômica do governo Kubitschek procurou estabelecer condições para a implementa-ção dos compromissos desenvolvimentistas do governo, sintetizados no Plano de Metas. A prio-ridade dada ao fomento do desenvolvimento econômico contava com uma larga base de apoio que incluía interesses empresariais, trabalhistas e militares, irmanados pela ideologia nacional--desenvolvimentista. De outro lado, porém, enfrentava a oposição de alguns setores internos e de organismos internacionais favoráveis a uma rígida política de estabilização. As tensões entre essas duas tendências marcaram as gestões dos três ministros da Fazenda do período: o político José Maria Alkmin, o técnico Lucas Lopes e o banqueiro Sebastião Pais de Almeida.

Ministro da Economia, José Maria Alkmim. Premido pelo progressivo déficit orçamentário e da balança comercial e pela crescente desvalorização internacional do preço do café, o governo JK teve inicialmente que definir os instrumentos de política econômica dos quais viria a lançar mão. O ministro José Maria Alkmin rejeitou a adoção da política cambial formulada por José Maria Whitaker quando ministro da Fazenda do governo Café Filho, a qual previa a desvalori-zação do cruzeiro e o fim do regime de taxas múltiplas de câmbio. Tal sistema tradicionalmen-te permitia ao governo federal subsidiar a importação de produtos considerados estratégicos, como petróleo e trigo. Além de refutar os princípios da reforma cambial proposta por Whitaker, Alkmin ainda tratou de estender os subsídios às indústrias automobilística e naval, tornando a política cambial um importante instrumento de fomento ao projeto de desenvolvimento in-dustrial do Plano de Metas. O compromisso com a execução do plano também pode ser obser-vado na forma pela qual Alkmin procurou definir uma política monetária destinada a conter o processo inflacionário. O ministro buscou limitar o processo de expansão da moeda através da restrição do crédito ao setor privado, mas, de maneira conflitante, empenhou-se em adotar medidas que viabilizassem maior disponibilidade de recursos para os investimentos do setor público e para o subsídio de atividades industriais consideradas de interesse estratégico. Assim, uma vez mais, tornavam-se explícitas as prioridades do governo Kubitschek.

As críticas à política econômica adotada por Alkmin se estenderam dos cafeicultores – que, em maio de 1957, chegaram a organizar uma marcha contra o "confisco cambial" – aos trabalhadores assalaria-dos – só em 1958 foram deflagradas 29 grandes greves –, passando pelos defensores de uma maior austeridade na execução do orçamento como forma de exercer efetivo controle inflacionário – entre os quais se destacava Eugênio Gudin. O aumento dos gastos públicos com a execução dos programas previstos no Plano de Metas e com a construção Brasília, a concessão de aumentos salariais e o alarga-mento das linhas de crédito do Banco do Brasil, associados a uma forte depressão no mercado interna-cional dos produtos da pauta de exportações brasileiras, resultariam em um quadro de forte pressão inflacionária (só no primeiro semestre de 1958 o custo de vida na cidade do Rio de Janeiro aumentou cerca de 10%) e de expansão do endividamento do setor público. Esse panorama passou a representar um real risco para a condução das ambiciosas metas de desenvolvimento do governo.

Em março de 1958, o Fundo Monetário Internacional (FMI) enviou uma missão ao Brasil com o propósito de avaliar a capacidade do país de honrar um empréstimo externo de US$ 300 milhões, solicitado para cobrir os investimentos previstos no plano de desenvolvimento. O relatório elaborado pelo FMI sugeria uma série de alterações nos rumos da política econômica brasileira, entre elas a contenção dos salários, o respeito a tetos inflacionários, a revisão da política cambial e a suspensão de subsídios. Procurando adequar-se às exigências do principal avalista dos empréstimos internacionais, Juscelino deu sinais de que promoveria uma radical alteração nos rumos da política econômica ao substituir Alkmin por Lucas Lopes.

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Ao assumir o Ministério da Fazenda, em junho de 1958, Lucas Lopes apresentou as bases de um Programa de Estabilização Monetária (PEM) que defendia um rígido controle do orçamento e o combate à expansão da base monetária através de medidas radicais como o aumento de impos-tos, o controle das linhas de crédito do Banco do Brasil e a eliminação dos subsídios cambiais. Com seu rigor monetarista, o PEM impunha limites à implementação das metas de desenvol-vimento, além de provocar sérios abalos nos eixos de sustentação política e social do governo. Revelando a falta de consenso político para a implementação das medidas contencionistas, JK autorizaria um aumento de 30% para o salário mínimo em janeiro de 1959 e, pouco depois, con-cederia novos subsídios aos cafeicultores e à importação de maquinaria para a indústria de base. Afrontando abertamente a diretriz do ministro da Fazenda, o presidente do Banco do Brasil, Se-bastião Pais de ALmeida, se recusaria a cumprir a orientação de austeridade creditícia e abriria novas linhas de empréstimos para o setor industrial. Ficava claro que, entre a necessidade do ajuste macroeconômico e a aposta no desenvolvimento, o governo Kubitschek assumia a opção de implementar a matriz desenvolvimentista, ainda que os indicadores econômicos apontassem para um progressivo desequilíbrio dos pilares da economia. Vencia a concepção de matriz estru-turalista, segundo a qual os sinais de desequilíbrio identificados na economia eram inerentes ao processo de desenvolvimento e seriam corrigidos progressivamente, à medida que a economia brasileira se modernizasse, dinamizasse e diversificasse.

Juscelino fez do embate entre a matriz desenvolvimentista e a matriz monetarista, que privilegiava a estabilização, um poderoso instrumento de ação política, capaz de mobilizar diferentes setores da sociedade a partir da evocação de um ideário nacionalista. Foi assim que transformou em gesto de soberania nacional o rompimento com o FMI, em junho de 1959, e a exoneração de Lucas Lopes do Ministério da Fazenda e de Roberto Campos da presidência do BNDE. Sua imagem pública, ao final de seu governo, estava associada à do grande empreendedor da modernização da economia bra-sileira, processo esse, no entanto, que viria a cobrar seus ônus nos anos seguintes. JK legou ao seu sucessor uma economia que crescia à média de 8,2% ao ano, mas que passara a conviver com taxas de inflação anuais da ordem de 23% e com um progressivo descontrole das contas externas.

Brasília, a meta-síntese

O Brasil era apresentado, nos anos 1950, como um país diante de uma encruzilhada histórica. De um lado, estava o mundo rural, que representava o passado. De outro, a atividade indus-trial, Detalhe de uma coluna do Palácio da Alvorada, revestida de mármore que apontava para o futuro. O passado era visto como imobilismo e atraso, e para vencer esse peso, a industriali-zação era o único caminho. A criação do novo, do moderno, fundaria um processo de mudança na sociedade brasileira capaz de fazer o país deixar de ser subdesenvolvido. A suposição de que as forças do novo seriam vencedoras fazia parte da cultura que tomava corpo naqueles anos. Não por acaso os movimentos culturais mais relevantes da década estavam atrelados às idéias de moderno e de novo: arquitetura moderna, bossa nova, cinema novo.

Na segunda metade da década, depois do trauma do suicídio de Vargas, o país assistiu à posse do governo JK e acompanhou, entre incrédulo e assustado, a construção de uma nova capital federal. Como explicar que a meta-síntese do governo JK tenha sido Brasília, se ela sequer exis-tia originalmente no Plano de Metas? O programa cobria ao todo 30 metas, e Brasília só entrou no final, como um acréscimo, passando a ser a meta número 31. Foi ao longo do governo que ela assumiu a função de condensar o programa de JK e de simbolizar a idéia de que era possível dar um salto no tempo, realizar "50 anos em 5"...

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É comum recorrer, para explicar a construção de Brasília, a duas interpretações. Uma é a de que a mudança da capital já estava prevista desde a Constituição republicana de 1891, e a outra, a de que a mudança foi obra do "acaso", como disse o próprio JK. Em suas memórias, Juscelino relata que um eleitor, num comício de campanha na cidade de Jataí (GO), indagou se ele iria, de fato, cumprir a Constituição. Nesse episódio o candidato foi levado a se comprometer com a transferência da capital, já que se tratava de um dispositivo constitucional. Podem ser corretas as lembranças, mas as razões são "fracas". Quanta coisa está escrita na Constituição e não é cumprida? Quantas promessas de campanha são esquecidas? Continua sendo necessário expli-car Oscar Niemeyer no Palácio da Alvorada por que aquela promessa não foi abandonada e, ao contrário, foi assumindo uma dimensão cada vez maior, a ponto de se tornar a meta-síntese do governo JK. Para fazê-lo, é necessário antes de mais nada voltar aos anos 40, quando JK foi pre-feito de Belo Horizonte, e observar como teve início ali a modernização da cidade, com a cons-trução de um novo bairro, a Pampulha. Juscelino ficou conhecido como o "prefeito-furacão" pela quantidade e rapidez das obras que fez durante sua gestão. Foi também em Belo Horizon-te que começou sua associação com Oscar Niemeyer, que iria se repetir em Brasília.

Cartão postal do Palácio da Alvorada. 1960 A idéia de mudar a capital e construir uma nova cidade já fazia parte do "inconsciente coletivo", devido não só à construção de Belo Horizonte no fim do século XIX (projeto de Aarão Reis), mas também à construção de Goiânia, inaugurada em 1940 (projeto de Attílio Corrêa Lima). Esse ciclo de construção de cidades-capitais se man-tém, aliás, até hoje, como se pode notar pela construção de Palmas, capital do novo Estado do Tocantins, inaugurada em 1990. São cidades que podem ser consideradas parte da interioriza-ção do Brasil, da civilização de seus sertões decorrente da conquista do oeste.

João Goulart, Juscelino Kubitschek e Sara Kubitschek em missa, durante inauguração de Bra-sília. Brasília, abr. 1960 A construção de Brasília tem sido cantada em prosa e verso. Para uns, representou a prova do voluntarismo irresponsável de nossas elites. Para outros, foi um mo-mento significativo de um tempo de esperança. O arquiteto Lauro Cavalcanti assim observa: "Tão importante quanto a conquista do mercado estatal na era Vargas foi a adoção do moder-nismo, na figura de Oscar Niemeyer, por Juscelino Kubistchek que, dos anos 40 a 60, exerceu respectivamente os cargos de prefeito de Belo Horizonte, governador de Minas Gerais e pre-sidente do Brasil. Em termos arquitetônicos, tal trajetória permite o aparecimento de marcos como Pampulha e Brasília. Poucos políticos superpuseram, com tanta intensidade, os objetivos de renovação política e Juscelino Kubitschek e João Goulart na inauguração de Brasília. 21 abr. 1960 arquitetônica: a construção de uma nova estética simbolizaria a autonomia técnica, a sua gestão e um caminho exemplar para o desenvolvimento posterior do país."

A consagração de Brasília, inaugurada em 21 de abril de 1960, veio em 1987, quando a Unesco elevou a cidade à categoria de "patrimônio da humanidade".

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SLIDES – GOVERNO JK

Juscelino Kubitschek – PSD (1955 – 1961):

• Crise para a posse = novembrada (1954)• Desenvolvimentismo • JK o presidente “Bossa Nova”;• Plano de Metas: “50 anos em 5 de governo”;• Empréstimos e investimentos estrangeiros.• O Plano de Metas previa investimentos em: energia,

transporte, alimentação, indústria de base e educação.• Política econômica modernizadora e desnacionalizadora;• Construção de Brasília (Oscar Niemeyer e Lúcio Costa),

• Esse ideal desenvolvimentista foi consolidado num conjunto de 30 objetivos a serem alcançados em diversos setores da economia, que se tornou conhecido como Programa ou Plano de Metas. Na última hora o plano incluiu mais uma meta, a 31ª, chamada de meta-síntese: a construção de Brasília e a transferência da capital federal, o grande desafio de JK. Não se pode dizer que essa fosse a primeira experiência de Juscelino de governar com base num plano de desenvolvimento.

• Binômio energia e transportes: metas de desenvolvimento históricas para JK.

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O Plano de Metas• Necessidade de eliminar os "pontos de estrangulamento" da

economia brasileira. • A meta de mecanização da agricultura, por exemplo, indicava a

necessidade de fabricação de tratores, prevista na meta da indústria automobilística.

• O Plano de Metas mencionava cinco setores básicos da economia, abrangendo várias metas cada um, para os quais os investimentos públicos e privados deveriam ser canalizados. Os setores que mais recursos receberam foram energia, transportes e indústrias de base, num total de 93% dos recursos alocados

• A política econômica do governo Kubitschek procurou estabelecer condições para a implementação dos compromissos desenvolvimentistas do governo, sintetizados no Plano de Metas. A prioridade dada ao fomento do desenvolvimento econômico contava com uma larga base de apoio que incluía interesses empresariais, trabalhistas e militares, irmanados pela ideologia nacional-desenvolvimentista. De outro lado, porém, enfrentava a oposição de alguns setores internos e de organismos internacionais favoráveis a uma rígida política de estabilização

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• Instalação de industrias de bens duráveis, principalmente multinacionais automobilísticas;

• No final do governo JK, o país teve um aumento considerável da dívida externa e da inflação (superinflação), o que provocou o aumento do custo de vida e poder aquisitivo do salário mínimo caiu consideravelmente;

• Criação da SUDENE (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste);

Indústria Automobilística

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Juscelino Kubitschek inaugura as novas instalações da fábrica de caminhões Mercedes Benz.

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• “Tripé econômico“- baseado na atuação do Estado (com investimentos em infraestrutura e setores de base), da Iniciativa Privada Nacional (em setores de bens de consumo não-duráveis como têxtil e alimentos) e da Iniciativa Privada Externa (em setores de maior tecnologia, como bens de consumo duráveis: automóveis e eletrônicos). J.K. possibilitou a construção de hidrelétricas, criou Furnas, adotou o Modelo Rodoviarista e construiu rodovias em abudância, criou a Usiminas e investiu amplamente nas indústrias. Com a forte entrada do capital externo, o Brasil passou por um período de grande expansão, mas, também, ampliou sua dependência tecnológica e financeira

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Brasília

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•Concentração de industrias em SP, Rio e MG.• Início do processo de sucateamento das ferrovias brasileiras, investimentos em rodovias

• O aumento da inflação do custo de vida e da dívida externa, levou o governo a romper com o FMI e a decretar moratória.

• O controle estrangeiro sobre a economia brasileira era preponderante nas indústrias automobilísticas, de cigarros, farmacêutica e mecânica. Em pouco tempo, as multinacionais começaram a remeter grandes remessas de lucros (muitas vezes superiores aos investimentos por elas realizados) para seus países de origem. Esse tipo de procedimento era ilegal, mas as multinacionais burlavam as próprias leis locais.

• Portanto, se por um lado o Plano de Metas alcançou os resultados esperados, por outro, foi responsável pela consolidação de um capitalismo extremamente dependente que sofreu muitas críticas e acirrou o debate em torno da política desenvolvimentista.