sessÃo extraordinÁria nÚmero trÊs.----------- · (ppd/psd), antónio manuel da silva esteves...
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----SESSÃO EXTRAORDINÁRIA NÚMERO TRÊS.-----------
----ATA NÚMERO NOVE.---------------------------- -
---Aos vinte dias do mês de outubro de dois mil e
catorze, nesta cidade de Estarreja, Edifício dos
Paços do Concelho e Salão Nobre da Câmara Munici-
pal, pelas vinte horas e quarenta minutos, reuniu
a Assembleia Municipal de Estarreja em sessão ex-
traordinária, sob a Presidência do senhor Carlos
Augusto Oliveira Valente, Presidente da Assem-
bleia Municipal e com a presença dos Membros
eleitos: José Gonçalo Rebocho Silva Costa - PS;
Diamantino Alberto Garrido Correia – PS; António
Amador da Silva Esteves – CDU (PCP-PEV; Patricia
Raquel Rodrigues Couto - PS; Carlos Albérico Amo-
rim Alves - PPD/PSD-CDS-PP; José Augusto da Luz
Matos - PPD/PSD-CDS-PP; Ricardo Jorge Fernandes –
PS; Alexandra Adelaide Pires Mortágua – PPD/PSD-
CDS-PP; Luís Miguel da Silva Mendonça – PS; Carla
Sónia de Sá Cabique Martins – CDU (PCP-PEV); Hél-
der Fernando de Matos Rodrigues PPD/PSD-CDS-PP;
Lúcia Maria de Almeida Araújo – PS; Joana Raquel
Figueiredo Líbano - PPD/PSD-CDS-PP; Joel António
Marques Pereira – PS; Rui Jorge de Oliveira Pinho
e Silva – PS; Américo Rodrigues Soares – CDU(PCP-
PEV); Tiago Miguel Valente Varum - PPD/PSD-CDS-PP
e os Presidentes das Juntas de Freguesia de:
Avanca, Beduído e Veiros, Canelas e Fermelã, Par-
dilhó e Salreu, com a seguinte ordem do dia:-----
----Ponto Único: Discussão e votação do “Plano
Estratégico do Centro Hospitalar do Baixo Vouga –
Projeto de Criação de Cuidados Paliativos – Pólo
de Estarreja”.-----------------------------------
----Estiveram presentes, o Senhor Presidente da
Câmara e os seguintes Vereadores: João Carlos
Teixeira Alegria, Rosa Maria Lopes Bandeira Simão
Correia, Fernando Manuel Mendonça Albergaria Ma-
tos, Catarina Ascensão Nascimento Rodrigues e Ma-
dalena Maria Trindade Coelho Balça.--------------
----Declarada aberta a sessão e após cumprimentos
aos presentes o Presidente da Mesa, leu os pedi-
dos de justificação de faltas, apresentados pelos
seguintes Membros: Arminda Paula Brandão
(PPD/PSD), António Manuel da Silva Esteves
(PPD/PSD) e Miguel Ângelo Fragoso dos Santos
(PPD/PSD), tendo sido substituídos por: Maria Ar-
minda Guimarães Correia Leite (PPD/PSD), Carlos
Vitor Marques Figueira (PPD/PSD) e Manuel Armando
dos Santos Marques (PPD/PSD), respetivamente, e
que se encontram presentes na sala, após verifi-
cação da respectiva legitimidade.----------------
----Face às ausências justificadas, dos Secretá-
rios da Mesa, foi unanimemente deliberado, que a
Mesa fosse constituída pelo seu Presidente, Car-
los Augusto Oliveira Valente e como Secretária,
Alexandra Adelaide Pires Mortágua.---------------
----De seguida, passou-se de imediato à discussão
do assunto constante da ordem de trabalhos que
foi distribuída a todos os membros, em conformi-
dade com o nº2 do Artº 53º da Lei nº75/2013, de
12 de Setembro.----------------------------------
----Ponto Único: Discussão e votação do “Plano
Estratégico do Centro Hospitalar do Baixo Vouga –
Projeto de Criação de Cuidados Paliativos – Pólo
de Estarreja”.-----------------------------------
----AMÉRICO RODRIGUES SOARES (PCP):- Intervenção
escrita “Estamos perante a maior ofensiva de sem-
pre ao HVS. Com este Projecto Estratégico para o
CHBV, mais não se pretende que não seja destruir
e arrasar completa e irreversivelmente o HVS como
Hospital e torná-lo num pavilhão onde sejam meti-
das camas, sanitas e uns armários. Este projecto,
a ser executado, tornará definitivo a morte do
Hospital! Não somos contra uma unidade de Cuida-
dos Paliativos em Estarreja, somos contra este
Projecto que aponta no sentido do aniquilamento e
encerramento do HVS como hospital de Estarreja e
em Estarreja, que acaba definitivamente com o
Serviço de Proximidade à população. Isto é mais
um atentado ao Serviço Nacional de Saúde, o que
aliás é prática corrente deste governo. Esta his-
tória dos 900 K€ para os Cuidados Paliativos,
mais não é uma nova versão do Hospital Novo de
Estarreja, história tão bem conhecida da nossa
população. A táctica é sempre a mesma e surge
sempre que se pretende dar mais um golpe no nosso
hospital. Avança-se com a cenoura, garante-se que
desta vez é diferente, que ninguém pretende enga-
nar as pessoas, que isto vai ser mesmo assim. To-
dos estamos fartos destas promessas e todos sabe-
mos, que o Sr. Presidente do CHBV não tem palavra
e que um Ministro da Saúde a sério já o tinha me-
tido na rua há muito tempo. Metido na rua por ser
manifestamente incompetente e mentiroso. Meus ca-
ros, isto é atirar areia aos olhos das pessoas,
na realidade, duvido que os 900 K€ algum dia che-
garão a vir. Mas se parte desse dinheiro vier, é
como a Cirurgia do Ambulatório que já morreu.
Morreram todas as valências do hospital, a cirur-
gia do ambulatório, a Consulta Aberta entre as
08:00 e as 24:00 que passou para o Centro de Saú-
de, a transferência de equipamento para Águeda e
a transferência dos funcionários para Aveiro.
Agora acenam-nos com um nado-morto para nos ca-
larmos, os Cuidados Paliativos. Não é isso que
pretendemos! Querem fazer obras no hospital e
instalar em Estarreja uma unidade de Cuidados Pa-
liativos, pois muito bem, façam-no, mas que isso
não seja moeda de troca para encerrar o nosso
hospital. Em nosso entender, a unidade de Cuida-
dos Paliativos beneficiaria e muito, com o HVS a
funcionar em pleno e isto quer dizer, com as va-
lências que lhe foram retiradas e que fazem falta
a este hospital. Pretendemos também afirmar, que
se o governo é uma pessoa de bem, está ainda em
dívida com Estarreja, deve-nos o novo hospital
que deveria estar em funcionamento em 2014! Quem
é que esqueceu o novo hospital? O Plano Estraté-
gico para o CHBV refere uma “lógica de funciona-
mento tripolar para o CHBV”. Isto é uma hipocri-
sia dizer-se, pois que em abono da verdade, o que
se verifica já é “uma lógica de funcionamento bi-
polar”, dado que na cabeça dos Presidentes do
CHBV e da ARS (Administração Regional de Saúde),
Estarreja desapareceu do mapa, pelo menos o seu
hospital. Na Orientação Estratégica do plano que
o Sr. Presidente trouxe à discussão nesta Assem-
bleia, diz-se que o objectivo é “eliminar redun-
dâncias, garantindo acesso aos cuidados de saúde
mais equitativos, de melhor qualidade e ao menor
preço”. Estamos em condições de afirmar que a
equidade aqui não existe, Estarreja foi liminar-
mente omitida! Diz-se ainda “investindo no con-
forto e segurança do doente, etc …..”. Pergunta-
se, onde estão conforto, onde está o Serviço de
Proximidade? No capítulo dos Valores e Princí-
pios, afirma-se: Responsabilidade e transparên-
cia. -» E nós afirmamos: Não se vislumbra qual-
quer transparência neste processo. e) Colocação
do doente no centro de todos os processos de de-
cisão. -» Desculpem-me a linguagem aberta, “é
preciso ter lata”! g) Promoção do mérito, do ri-
gor da avaliação sistemática. -» E então, o que
se passou com a cirurgia do ambulatório? Não se
lhe reconheceu qualquer mérito? h) Actividade
orientada para os resultados. -» Perguntamos: Não
temos tido bons resultados? j) Satisfação dos
profissionais e colaboradores Os Profissionais de
saúde e seus colaboradores não estavam satisfei-
tos no HVS? k) Satisfação e confiança de todos os
seus utentes/doentes -» Pois meus senhores a po-
pulação confia e quer o seu hospital. Para fina-
lizar a minha curta intervenção, pretendo ainda
dizer, que não sendo eu um especialista de
“layouts”, das plantas distribuídas do “antes e
depois”, dá para verificar, que o que se pretende
fazer é tornar irreversível a transformação do
hospital num pavilhão que nada tem a ver com um
hospital. Caso seja aprovado, consuma-se a morte
do Hospital Visconde de Salreu, que é uma das in-
fra-estruturas que mais falta faz a Estarreja,
que tem vindo ao longo dos tempos a prestar as-
sistência na doença aos habitantes do concelho e
concelhos limites, em especial a quem não tem di-
nheiro para recorrer a privados e que tem funcio-
nado como uma peça de fixação de habitantes em
Estarreja. Quem aprovar a morte do hospital, de-
verá estar consciente da responsabilidade de tal
acto. Vai ter que justificar perante a sua cons-
ciência e perante a sociedade o que acaba de fa-
zer. Eu não terei esse problema!”----------------
----JOSÉ GONÇALO DE REBOCHO E COSTA (PS):- inter-
venção escrita “A atitude deste governo de coli-
gação PSD/CDS é clara: Desmantelar, Inutilizar e
privatizar o SNS. Em Estarreja, nós não devemos
fugir às preocupações dos nossos conterrâneos,
nem esconder-nos dos problemas que afetam os nos-
sos munícipes em prol de uma boa relação intra-
partidária. Comecemos pelo início: Setembro 2006
(Governo PS): Anúncio da intenção do encerramento
da urgência – Posição da Câmara: Município elabo-
rou Documento Contestação / Manifesto justifica-
tivo da Manutenção dos Serviços de Urgência. -
Setembro 2006. PS Estarreja assume posição CONTRA
o fecho das urgências - Setembro de 2006: Comis-
são de Utentes do Hospital de Estarreja organiza
ações de protesto - Outubro a Dezembro 2006: Or-
ganiza-se manifestações e velórios de protesto. O
Presidente da Câmara participa.- 23 de Julho de
2007: assinado um Protocolo entre a Câmara e o
Ministério da Saúde do então Governo PS, com o
objetivo de minorar o encerramento do serviço de
urgências. Correia de Campos, então ministro, es-
teve em Estarreja. Protocolo previa requalifica-
ção do Hospital Visconde de Salreu com vista à
qualificação da atividade na cirurgia de ambula-
tório, internamento de medicina e cirurgia, cui-
dados continuados e serviços de apoio aos centros
de saúde de Estarreja e Murtosa, no âmbito da pa-
tologia clínica e medicina física e reabilitação.
Previa ainda o aumento de consultas de especiali-
dade, nomeadamente de obstetrícia/ginecologia,
pneumologia, pediatria, fisiatria e outras espe-
cialidades que o hospital, dentro do seu perfil,
entendesse no futuro serem importantes para o seu
desempenho. Na base destas propostas esteve um
documento de trabalho elaborado pelo PS Estarreja
e discutido na Assembleia Municipal. - Fevereiro
de 2008: Presidente da Câmara defende construção
de hospital Ria Norte para servir Ovar/Murtosa e
Estarreja - Setembro de 2008, o PS, numa inicia-
tiva liderada pela então deputada à Assembleia da
República Marisa Macedo, propõe a construção de
um hospital novo em detrimento das obras de am-
pliação do atual. - 14 de Fevereiro 2009: o Se-
cretário de Estado Adjunto e da Saúde, Francisco
Ramos, veio ao Hospital do Visconde de Salreu
anunciar a construção de raiz do novo hospital,
coincidindo com a tomada de posse do novo Presi-
dente do Conselho de Administração, Pedro Almei-
da, ficando aí decidido avançar para a elaboração
do plano funcional. - 2009/2010: Presidente da
Câmara resolve alterar localização do Hospital,
propondo a construção no terreno do antigo mata-
douro municipal. Plano funcional volta à ‘estaca
zero’. - 22 Março de 2011: Secretário de Estado
Óscar Gaspar garante que o novo Hospital de Es-
tarreja fica pronto em 2014. Governante homologou
deliberação da Administração Regional de Saúde do
Centro. Obra do novo hospital deveria arrancar
até Março de 2012. Explicou, nessa data, o presi-
dente da ARS, Dr. João Pedro Pimentel, que no no-
vo hospital “valorizaremos a cirurgia de ambula-
tório, os cuidados continuados, consulta externa
e a fisiatria. Estas são as quatro grandes linhas
mestras que presidiram ao programa funcional”. A
infra-estrutura teria uma ocupação entre 50 a 60
camas. (ESTA É A POSIÇÃO QUE DEFENDO, ENQUANTO
CLÍNICO, PARA A MINHA TERRA; UM HOSPITAL DE
PROXIMIDADE, QUE RESOLVA OS PROBLEMAS BÁSICOS DE
SAÚDE DAS POUPULAÇÕES, DA MURTOSA A ALBERGARIA A
VELHA, NÃO SÓ POR ESTARREJA, acrescentando-lhe a
valência de Hospital de Dia, e que julgo ser a
que nós enquanto autarcas devemos defender. -
Eleições Legislativas de 2011: O governo cai na
sequência das eleições. A Coligação PSD/CDS passa
a governar o país (a mesma que governa Estarre-
ja). O novo governo ‘deixa cair’ o projeto já em
curso do novo Hospital de Estarreja. - 15 de De-
zembro de 2011: PS apresenta moção na Assembleia
Municipal. Sobre presente e futuro do Hospital
Visconde de Salreu levantou uma série de ques-
tões: - Solicitou à Câmara Municipal de Estarreja
toda a documentação e troca de correspondência
com o Ministério da Saúde e com a Administração
Regional de Saúde desde o inicio de funções do
actual Governo; - Condenou toda e qualquer atitu-
de que levará à redução das valências hoje exis-
tentes no HVS; - Exigiu por parte do Ministério
da Saúde e da Administração Regional de Saúde o
cabal esclarecimento acerca da situação presente
do HVS; - Exigiu de imediato por parte do Governo
o reassumir do compromisso da construção do novo
Hospital, bem como o cumprimento do prazo da mes-
ma; - Exigir a manutenção do Hospital de Estarre-
ja e condenar qualquer tentativa de encerramento.
Coligação PSD-CDS/PP vota contra a moção. - 24 de
Fevereiro de 2012: o Hospital Visconde de Salreu
passa a integrar definitivamente o Centro Hospi-
tal do Baixo Vouga, EPE. Início de funções do no-
vo Conselho de Administração deste novo organis-
mo.- 17 de Abril 2013: a candidatura do PS Estar-
reja solicitou uma reunião com o Conselho de Ad-
ministração do centro Hospitalar do Baixo Vouga.
Objetivo: ouvir da administração as intenções re-
lativas ao HVS. Administração responde dizendo
que o Plano estratégico está ser ultimado e que
depois reunirá com parceiros. A reunião foi recu-
sada. - 24 de Abril: a Cirurgia de Ambulatório de
Estarreja atingiu o grau de excelência e surge em
primeiro lugar na Avaliação Sinas@Hospital, -
sistema criado pela Entidade Reguladora da Saúde
(ERS) - que visa avaliar, de forma objetiva e
consistente, a qualidade dos cuidados de saúde em
Portugal. - 10 de Maio, apresentado o Plano es-
tratégico em privado aos parceiros da CIRA. - 10
de Maio, Rádio Terranova: Ribau Esteves 'gosta'
do Plano Estratégico. Presidente da Câmara de
Ílhavo e da CIRA, 'vincou' o facto de, atualmen-
te, existir um Centro Hospitalar com três polos,
"alterações impostas pela Lei", que motivam rea-
ções negativas a nível local. "Já não há nenhum
Hospital, nem em Aveiro, Águeda ou Estarreja. Is-
so acabou. Agora existe um Centro Hospitalar, es-
sa é a lógica. Os Presidentes de Câmara sentem
que há perdas, mas, é preciso levar em linha de
conta a racionalização financeira". - NOTA: José
Eduardo Matos, Presidente da CME e representante
da CIRA para a saúde, conhecedor do Plano, não
teve uma qualquer referência/interferência sobre
a intenção de transferir a cirurgia de ambulató-
rio do HVS para Águeda. - 21 de Maio: Conselho
executivo da CIRA reúne em Estarreja e analisa
Plano estratégico do CHBV. Saúda iniciativa. Nada
diz de concreto sobre fecho da cirurgia de ambu-
latório em Estarreja. -22 de Maio: Dr. Paulo Fer-
reira (Director Clínico) – em carta remetida ao
Dr. José Manuel Tereso (ARS Centro) a informar da
reorganização; refere que o CA reuniu com autar-
cas de Estarreja e Águeda, sublinha que os autar-
cas de Águeda, “mostram dificuldade em perceber
os benefícios deste plano, alegando sucessivas
perdas sempre que há restruturações no seu Hospi-
tal”, de Estarreja, nada refere….Águeda pressio-
nou, e o que é certo é que até aumentou o volume
de Cirurgia de Ambulatório em detrimento de Es-
tarreja. - 5 de Junho. Candidatura do PS Estarre-
ja pede ao Conselho de Administração do CHBV nova
reunião/visita ao HVS. Não obtém, de novo, res-
posta. - Setembro 2013. Candidatura do PSD/CDS-PP
às autárquicas, em plena campanha, entrega na Câ-
mara um alegado Plano Estratégico para o Hospi-
tal. Ainda hoje aguardamos qualquer resposta ou
avanço desse Plano…. - Eleição autárquicas. Vence
Coligação PSD-CDS/PP. - Outubro 2013. Cirurgia de
ambulatório do HVS, que foi considerada a melhor
do país, é transferida para Águeda 3 dias por se-
mana e fica em Estarreja 2 dias. Jan 14. Cirurgia
de Ambulatório fica apenas um dia por semana em
Estarreja. - Março 2014. Consulta Aberta que fun-
cionava no Hospital entre as 8 e as 24h, todos os
dias, muda para o Centro de Saúde. Porém só fun-
ciona como consulta aberta depois do horário de
fecho do Centro de Saúde. - Funcionários do HVS
pressionados para se transferirem para Aveiro. O
que vai sucedendo. - Setembro 2014 – Secretário
de Estado da Saúde visita o Hospital e anuncia
900 mil euros para uma Unidade de Cuidados Palia-
tivos para servir toda a região do Centro Hospi-
talar do Baixo Vouga. Ou seja, os serviços hospi-
talares em Estarreja passam a estar reduzidos, na
prática, a essa valência. - Outubro de 2014 – PS
Estarreja insurge-se novamente contra essa mudan-
ça, defende a manutenção do Hospital Visconde de
Salreu e recorda a anulação do projeto do Novo
Hospital da autoria do anterior governo, por este
governo PSD-CDS/PP, votando contra a aprovação
transferência da deliberação de uma posição para
a Assembleia Municipal. Como é que este Executivo
precisa da AM para CHUMBAR esta medida que visa
amputar e reduzir drástica e irreversivelmente um
Hospital a uma unidade de cuidados médicos, sem
urgência, sem cirurgias, indefinida, porque não
será Hospital nem Centro de Saúde, (será talvez
uma Unidade) com a porta aberta para a retirada
posterior das consultas externas consoante a von-
tade da direcção clínica (volátil) do Centro Hos-
pitalar de Aveiro? Exmo Presidente, o senhor é o
líder eleito pelos nossos Municípes, não pelo seu
partido que agora promove este ataque ao nosso
Hospital, não acha que enfraquece quaisquer toma-
da de posição hoje nesta Assembleia, saber-se que
o Presidente foi incapaz de repudiar e vetar este
Plano Estratégico em Reunião de Câmara? Não en-
trando em ataques puros, mas antes de forma cons-
trutiva, não seria mais sensato, o Nº 1 do nosso
Concelho chumbar de imediato esta proposta, e ser
o primeiro proponente de uma moção à AM na defesa
do nosso Hospital? Teríamos muito mais força se
defendesse junto dos que o elegeram uma solução
unida para o Hospital Visconde Salreu, dando a
cara, mesmo perante os que são do seu partido,
quaisquer que fosse as consequências que daí ad-
vêm…. Hoje esta AM, com deputados conscientes, e
sobretudo, Estarrejenses, vai decidir….espero que
pela aprovação, de mais uma moção de defesa do
nosso Hospital. É pena que este executivo não se
tenha decidido, e tenha pedido a outros por deci-
dir por eles. A Neutralidade, é às vezes, inimiga
da defesa do que é justo, e é JUSTO ESTARREJA ter
um Hospital.”------------------------------------
----HÉLDER DE MATOS RODRIGUES (CDS-PP):- Inter-
venção escrita “Não posso deixar de iniciar a mi-
nha intervenção elogiando o trabalho profícuo e a
procura de consensos que permitiram produzir o
documento que hoje vamos votar. De facto, temos
diferenças e grandes. Eu não acredito no nosso
modelo de SNS, ao contrário da maioria dos mem-
bros desta assembleia. Todos os estudos interna-
cionais que consultei até hoje, a maioria produ-
zidos pela OMS ou OCDE, mostram que o nosso SNS
é, quanto muito, razoável e comete o que eu con-
sidero ser uma das maiores atrocidades que um SNS
pode cometer: assimetria na qualidade e no aces-
so. É, aliás, isso o que nos traz aqui hoje. Eu
acredito em modelos de SNS descentralizados e que
permitem liberdade no acesso e na oferta de cui-
dados à população. Se Portugal tivesse um modelo
de SNS bismarckiano, como têm a França, a Alema-
nha, o Luxemburgo, a Holanda, a Bélgica ou a Áus-
tria não estaríamos aqui hoje com esta discussão.
Penso aliás, que se os presentes tiverem familia-
res nestes países acho que nenhum desses familia-
res achará que o nosso SNS é melhor do que o que
têm no país de acolhimento. Seria importante re-
flectirmos sobre isto. Mas adiante, existem coi-
sas que nos unem: o facto de todos os estarrejen-
ses, independentemente do seu rendimento mensal,
terem o direito ao acesso a cuidados de saúde de
proximidade e de qualidade. E, é isso, que nos
últimos 20 anos tem sido retirado lentamente aos
estarrejenses e por governos de quase todas as
forças políticas aqui representadas. Hoje estamos
a discutir a sobrevivência do HVS. Um hospital
sem bloco cirúrgico não é um hospital. Ou seja,
querem-nos tirar lentamente o hospital. Alertei
em tempos para o perigo da fusão num centro hos-
pitalar englobando o hospital Infante D. Pedro.
Tudo o que temia aconteceu. Centralizou-se quase
tudo em Aveiro, destruindo o Hospital Visconde de
Salreu e o Hospital e o Hospital de Águeda. Me-
lhorou-se o acesso? Melhorou-se a qualidade do
serviço? Melhoraram-se as contas do Hospital In-
fante D. Pedro? Três nãos. Estamos hoje mais lon-
ge dos serviços de saúde, que têm pior qualidade
e o Centro Hospitalar do Baixo Vouga continua fa-
lido. Continuo a achar que teríamos ganho muito
com um Centro Hospitalar constituído por três po-
los em Estarreja, Ovar e Murtosa. Este seria mui-
to mais equilibrado e permitiria algum grau de
diferenciação e qualidade ao contrário de uma so-
lução isolada para Estarreja. Perdeu-se a oportu-
nidade. É imperativo conseguirmos evitar a des-
truição do bloco cirúrgico no HVS. Se este fechar
é o ponto de partida para o encerramento do hos-
pital. Mas o nosso trabalho não pode terminar por
aqui. É imperativo mostramos a nossa preocupa-
ção com a reforma hospitalar. Com ela iremos per-
der as consultas de Dermatologia e Urologia no
Hospital Infante D. Pedro e estamos em risco de
perder um número grande de outras: Gastroentero-
logia, Endocrinologia, Pneumologia, Otorrinola-
ringologia, Oftalmologia entre outras. É impor-
tante mobilizarmos a população e produzirmos do-
cumentos. Lanço aqui um desafio aos membros da As-
sembleia: atendendo à facilidade em estabelecer-
mos consensos sobre este documento, seria inte-
ressante elaborarmos um Plano Municipal de Saúde,
ou seja, aquilo que achamos ser o mínimo em ter-
mos de serviços de saúde que o concelho de Estar-
reja deveria ter e o que não abdicamos que Aveiro
tenha para responder aos cuidados saúde mais di-
ferenciados que os estarrejenses necessitam. Fica
o repto. A bem da saúde e do futuro de Estarre-
ja”.---------------------------------------------
----PRESIDENTE DA JUNTA DE FREGUESIA DE AVANCA:-
Intervenção escrita –“Saúdo o Senhor Presidente
da Mesa da Assembleia e seus secretários. O Se-
nhor Presidente da Câmara Municipal e Senhores
Vereadores. Membros da Assembleia, meus caros
Presidentes de Junta, Público presente e comuni-
cação social. Sendo verdade que o “Hospital Vis-
conde de Salreu” é hoje parte do Centro Hospita-
lar do Baixo Vouga e que desde há cerca de seis
ou sete anos, tem vindo a ser objectivamente de-
sarticulado e ou mesmo desmantelado e que este e
anteriores Órgãos Autárquicas (leia-se Assemblei-
as) tendo disso dado conta, a isso sempre se opu-
seram, apetece-me perguntar: O que estamos afinal
nós aqui a fazer? Pois ao que me parece, até hoje
nada ou muito pouco do que aqui foi democratica-
mente decido, foi tido em consideração. O Minis-
tério da Saúde, nomeadamente a Entidade responsá-
vel pelo trabalho que tem vindo a ser “desenvol-
vido” no “Hospital Visconde de Salreu” têm mani-
festado um total alheamento e mesmo falta de res-
peito por este Órgão Democrático e nomeadamente
pela Comunidade Estarrejense. O “Hospital Viscon-
de de Salreu” tendo em conta o que já foi e o que
é hoje, já não deve ser chamado de Hospital! Está
irreconhecível e há bastante tempo não existe e
não funciona como Hospital! O que ali temos é
efectivamente o edifício! Lamento e entristece-me
que tenha chegado a esta situação e não quero
pensar, que outros valores que não os interesses
da Comunidade, tenham falado mais alto, para que
tenha chegado à actual situação! A actual situa-
ção do “Hospital” preocupa-me como cidadão e na-
turalmente como responsável pelo Executivo da
Junta de Freguesia de Avanca. Mas, como diz o
POVO, “um mal nunca vem só”. A esta situação,
acresce o facto de a Extensão de Saúde de Avanca
– Posto Médico, que conta com cerca de oito mil
utentes, ter tido ao serviço cinco médicos , núme-
ro aliás absolutamente necessário, contando desde
há algum tempo, com quatro e a partir de hoje,
dia vinte de Outubro, com apenas três médicos
(Dr.ª Glória entrou de baixa). Ora como facilmen-
te se poderá constatar, se até aqui estávamos
mal, passaremos a estar muito pior! Porque iremos
ter então pessoas a esperar, não sei quantos me-
ses por uma consulta e a ver pessoas a irem para
o Posto Médico á meia-noite e aguardar até às no-
ve horas, para serem consultadas. Será isto huma-
no e justo, digno de um Pais dito Europeu? Fará
Avanca parte da Beira Litoral? Mas, para que nem
tudo seja mau, terei aqui de referir que há dias,
tive uma momentânea e agradável surpresa! É que
na Freguesia de Válega, do concelho de Ovar, o
Posto Médico ali existente foi recentemente
transformado em Unidade de Saúde Familiar, tendo
aumentado as vagas para utentes e o médico Rafael
Gonçalves, responsável e a prestar serviço naque-
la Unidade Familiar, telefonou-me no dia trinta
de Setembro do corrente ano, para me informar que
tinham efectivamente novecentas vagas e que as
iria estender à Comunidade de Avanca. Conhecedor
das dificuldades relatadas, tal como referi, fi-
quei momentaneamente contente, pois poderíamos
assim, nós Avancanenses, ver atenuado o número de
pessoas que não têm médico de família. Mas… Al-
guns minutos depois, disse para comigo, bolas, o
“Hospital de Salreu” está em notória agonia, o
nosso posto médico a definhar de dia para dia,
com a falta Médicos, Válega vem desta forma alar-
gar as suas vagas até Avanca, que futuro o nosso
e o que será de nós? Penso que com este simples
mas factual exemplo, que aqui deixo, devemos to-
dos ter a consciência de que o que necessitamos
em Estarreja é efectivamente de um HOSPITAL efi-
ciente, que trate efectivamente da saúde da Comu-
nidade e tenha em consideração o risco sempre
presente, que é a existência das empresas quími-
cas aqui instaladas e que quem de direito não nos
ignore, não nos abandone e não nos coloque no es-
quecimento!”-------------------------------------
----RUI JORGE DE OLIVEIRA PINHO E SILVA (PS):-
Intervenção escrita “Não posso deixar de começar
esta intervenção por fazer um reparo à forma como
todos nós recebemos o Plano Estratégico do Centro
Hospitalar do Baixo Vouga – Projeto de Criação de
Cuidados Paliativos – Pólo de Estarreja, na forma
ilegível que a maioria dos quadros se apresenta-
vam, fiz esse reparo por e-mail à D.ª Lucinda,
mas até hoje não obtive resposta. Tive conheci-
mento que na Comissão permanente foi entregue uma
nova versão mas que padecia do mesmo problema, ou
seja é um documento em estado paliativo. Gostaria
de poder ter acesso a um documento minimamente
legível e estou certo que o executivo já o exigiu
a quem de direito. Aguardarei, pacientemente.
Agora abordando as questões que aqui nos trazem,
gostaria de deixar ao Senhor Presidente da Câmara
duas ou três questões, às quais gostaria de obter
uma resposta tão breve como as perguntas, mas
acima de tudo gostaria ter uma atitude real de
comprometimento. Há um ano atrás o Partido Socia-
lista já vinha alertando para a realidade do Hos-
pital Visconde de Salreu, há muito tempo, e lem-
bro-me que na altura o candidato Diamantino Sabi-
na, apresentou um plano estratégico para o hospi-
tal, que é feito desse plano estratégico, a pes-
soa que o recebeu, o que lhe fez? Levou-o em con-
sideração? Presumo que não, pois o resultado está
a vista de todos e não é de todo bom, pelo menos
para o concelho de Estarreja não é, porque para
alguns concelhos aqui bem perto será bom com cer-
teza. 1.Durante este ano que passou, não pude
deixar de anotar algumas (poucas) intervenções de
sociais-democratas e democratas cristãos estarre-
jenses que apontavam sempre que a solução do Hos-
pital Visconde de Salreu, passaria apenas por um
sentido, a demissão do conselho de administração,
mas espante-se até ao momento e um ano e quase um
mês depois, este conselho de administração conti-
nua “ao serviço” e questiono-me será que ninguém
lhes deu conhecimento que na noite de 26 para 27
de Setembro de 2013, sexta-feira, o então candi-
dato à câmara Diamantino Sabina os demitiu via
facebook? Ou será que não era verdade e o actual
presidente ainda não se retratou publicamente?
Sobre o Hospital Visconde de Salreu, o Partido
Socialista de Estarreja, pode falar livremente
porque neste assunto como na questão das águas,
sempre fomos contra as decisões do então governo,
e mesmo assistindo ao encerramento das urgências
no período das 24h às 8h, por uma questão de fal-
ta de utentes, ao mesmo tempo lutou e conseguiu,
muito pelo trabalho da nossa deputada na Assem-
bleia da República, a Dra. Marisa Macedo, aprovar
um novo hospital para Estarreja, numa altura em
que o executivo desta mesma coligação defendia
também um novo hospital, mas… em Ovar. Semanas
depois e após a tomada de posse de um Governo de
coligação PSD/CDS, nessa altura, como hoje, Es-
tarreja não conta com o apoio do Governo. Por fim
e já que em 2011 a coligação nunca se manifestou
disponível para consensos, hoje após um bom tra-
balho dos grupos aqui representados na elaboração
desta moção e na prevista aprovação da mesma,
deixo aqui a minha terceira e última questão: 2.
O que é que o Senhor Presidente da Câmara está
disposto a fazer na defesa desta moção. Como a
vai fazer chegar ao Senhor Ministro da Saúde ou
mesmo ao Senhor Primeiro Ministro? E por favor
não nos diga aqui que a vai remeter por oficio ou
por fax, pois isso é o que seria de esperar de
qualquer administrativo. Pergunto ainda porque é
que a Coligação PSD/CDS-PP de Estarreja ou “Que-
rer mais” se é assim que querem e preferem ser
intitulados não consegue influenciar politicamen-
te os governantes Nacionais no sentido de se con-
cretizarem as Moções que saem desta Assembleia?
Porque é que com uma maioria parlamentar, um Go-
verno e um Presidente das mesmas cores partidá-
rias que gerem o Município de Estarreja, nada se
consegue? Se agora é assim como será no futuro?
Mas diga-nos que está preocupado, sim, muito pre-
ocupado e que está disposto a ir às últimas con-
sequências, a abancar à porta do Ministério da
Saúde ou em S. Bento, seja onde for, estou certo
que contará com o apoio dos que aqui estão pre-
sentes. Mas diga aqui que vai. Não diga mais uma
vez que está preocupado, pois preocupados estamos
nós vai para mais de um ano”.--------------------
----JOSÉ DA LUZ MATOS (PPD/PSD): Tomando a pala-
vra, referiu o seguinte: 1.ª nota, na semana pas-
sada, em Comissão Permanente, foi discutido este
assunto e sentimos que na realidade, havia possi-
bilidade de um consenso, além disso queria agra-
decer aos meus colegas da Permanente o empenho
que tiveram na elaboração de uma Moção que será
hoje aqui apresentada, e acho que devia deixar
aqui uma nota pública para com os meus colegas,
Hélder, Diamantino e o Américo, que lá estiveram
e se empenharam, e que foram incansáveis, para
que tivéssemos hoje aqui uma Moção. 2.ª nota, es-
tamos aqui a discutir este plano estratégico que
nos foi apresentando juntamente com o plano de
remodelação do Hospital e que é um plano da res-
ponsabilidade do Conselho de Administração do
Centro Hospitalar, foi ele que o propôs com o
apoio do Governo e o primeiro ponto que gostava
de destacar é que temos finalmente dinheiro para
fazer alguma coisa no hospital, é algo que gosta-
va aqui de salientar, pois há muito tempo que o
hospital não vê obras. 3.ª nota, sobre os cuida-
dos paliativos já o disse noutra assembleia, que
Portugal está na cauda da Europa no que diz res-
peito a cuidados paliativos. A Região de Aveiro
não tem respostas e esse nível, este mês saiu uma
notícia na imprensa que dava conta disso e, desse
ponto de vista, Estarreja tem aqui uma primeira
resposta na rede hospitalar. Só que nós não pode-
mos deixar que o hospital seja só isso, porque
isto é pouco, obviamente que estamos a falar de
um projeto que trás obras para o hospital e, mais
uma vez, também dinheiro, estamos a falar de 900
mil euros, gostava de frisar que é um valor muito
significativo que o hospital já não via há muito
tempo. Só que o hospital não se pode resumir ape-
nas aos paliativos, deve ser mais do que isso e
este plano que nos é apresentado tem aqui um as-
pecto que eu acho que não é de boa-fé, que é o
arrasar do bloco operatório, que elimina qualquer
hipótese de voltarmos a ter cirurgia de ambulató-
rio em Estarreja. Ora, nós que tivemos uma reu-
nião com o Presidente do Centro Hospitalar, que
sempre nos disse que não queria desistir da ci-
rurgia de ambulatório de Estarreja, que nos disse
para não estarmos preocupados, pois se houvesse
alguma alteração que nos avisava, somos agora
confrontados com o contrário de tudo isso. O Sr.
Presidente do Conselho de Administração fez real-
mente tudo ao contrário, não só faltou à verdade,
como acabou por tirar a cirurgia do ambulatório
de Estarreja e foi inaugurá-la em Águeda e não
satisfeito com que tinha conseguido quer dar ago-
ra o golpe final, ao arrasar o bloco operatório
do hospital. Resolve apenas deixar as pequenas
cirurgias em Estarreja como se isso fosse alguma
coisa, qualquer médico especialista num consultó-
rio em Aveiro faz pequenas cirurgias, acho, por
isso, que há aqui má-fé neste plano. Julgo que
nesta AM há consenso no sentido de não podermos
aceitar uma coisa destas, obviamente que é impor-
tante termos obras no hospital e é um investimen-
to considerável, mas não nos podemos vender pelos
900 mil euros, temos que marcar posição: que se
faça os cuidados paliativos, mas que se mantenha
bloco operatório. Estão também previstas consul-
tas externas, mas importa saber que consultas ex-
ternas é que vamos ter? Lembrava aqui que não nos
serve de nada termos muitas especialidades, quan-
do funcionam mal. Hoje o hospital tem uma capaci-
dade muito menor em consulta externa do que há
uns anos atrás, quando tínhamos vários especia-
listas que davam consulta todos os dias. Vejamos
dois exemplos: hoje temos um ortopedista que vem
cá uma vez por semana, e que faz o que pode, mas
não dá vazão à lista de espera, temos um cirurgi-
ão que também faz o que pode, mas que não conse-
gue dar resposta à procura, portanto, estamos
muito pior que há anos atrás. Podemos ver que o
plano de remodelação do hospital tem aqui uns ga-
binetes muito giros, mas isto não é só fazer bo-
necos, nós temos que saber que consultas é que
vamos ter e que especialidades, o que nos inte-
ressa é ter aqui algo que funcione, não é só ter
aqui um médico de 15 em 15 dias e uma lista de
espera que nunca mais acaba. Não nos podemos ca-
lar em relação a isto. Em relação há cirurgia de
ambulatório, o Dr. José Afonso sempre fez de tudo
para acabar com isto em Estarreja e parece que
conseguiu, mas não nos podemos calar, se ele le-
var a cabo este plano para arrasar com o bloco
operatório e se deixarmos que isso aconteça, en-
tão nem nos próximos 20 anos podemos voltar a pe-
dir cirurgia para Estarreja. Como já disse, fico
contente que tenha havido entre nós um trabalho
conjunto pondo de parte as divergências partidá-
rias, acho que lucramos todos com isso. A AM não
pode ficar calada perante o que está a acontecer.
Terminava dizendo o seguinte: HVS com cuidados
paliativos muito bem, mas sem ambulatório não é
nada, agora temos que agarrar esta oportunidade,
embora não a qualquer custo. Sem investimento o
HVS não tem futuro, quem entra no hospital, hoje
em dia, e dá lá dentro uma volta vê o estado em
que ele está. Na verdade, há uma enorme necessi-
dade do hospital ter obras. Gostava ainda de fri-
sar um aspeto final que já foi referido aqui pelo
Sr. Presidente da junta de Avanca, que é a frus-
tração das nossas queixas não terem eco nas enti-
dades competentes, também sinto isso, mas nós não
podemos ficar calados e fingir que não estamos a
ver o que se passa, eu também partilho desse sen-
timento de que as entidades que mandam, olham pa-
ra o lado e fazem de conta que não sabem de nada,
mas nós não podemos desistir, se não dissermos
nada, se ficarmos calados, somos cúmplices e nós
não podemos ficar em silêncio. Nota final para
dizer que estamos hoje aqui a discutir o presente
e o futuro do nosso hospital, eu acho que o pas-
sado já não interessa nada, se não para corrigir-
mos erros, o que se fez no passado já não se pode
alterar e não nos leva a lado nenhum, se aprende-
mos alguma coisa é importante, mas já passou, não
podemos voltar atrás, deste ponto de vista temos
que ter pensamento no futuro. Gostava também de
sublinhar que ainda bem que este assunto veio à
AM, este assunto era demasiado importante para
ficar apenas no âmbito de discussão da CME e em
boa hora foi remetido a esta assembleia. Sendo
assim, temos o dever de tomar posição e de chum-
bar este plano.----------------------------------
----PATRÍCIA RAQUEL RODRIGUES COUTO (PS): -Inter-
venção escrita “Antes de minha intervenção queria
deixar uma pequena nota: Apreciei bastante a von-
tade que surgiu agora à coligação para o consen-
so! Pena vir tarde!! Agora que não há quase nada
a fazer… é curioso também ver as mesmas pessoas
em 2011 com uma opinião e agora com outra. Na
passada reunião o deputado Hélder Rodrigues muito
ofendido, apelidou o grupo parlamentar do Partido
Socialista de ignorante, e principalmente a mim,
uma vez que fui eu que fiz a intervenção sobre a
moção apresentada sobre a saúde onde me referi a
cuidados continuados em vez de paliativos. Con-
cordo, usei o termo incorreto. No entanto todos
perceberam muito bem o que quis dizer e quando
referi que esta unidade será um “depósito” de
pessoas que aguardam a sua hora, não quis ferir
as suscetibilidades de ninguém, mas infelizmente
não deixa de ser isso mesmo. Apenas usei um termo
um pouco forte… o qual já foi retirado da inter-
venção. O sr. na sua intervenção referiu esta
unidade como sendo um local onde “ as pessoas fi-
cariam até que surgisse uma cura e então aí pas-
savam para os cuidados curativos”, palavras suas.
Mas, meu caro Hélder como gosto de estar informa-
da, e bem informada e não gosto que façam de mim
ignorante entre outras coisas, fui pesquisar a
definição de cuidados paliativos. Na página do
portal da saúde há uma introdução a este tema e
diz o seguinte: “os cuidados paliativos constitu-
em uma resposta organizada do Serviço Nacional de
Saúde à necessidade de tratar, cuidar e apoiar
ativamente doentes na fase final da vida.” E o
que são afinal cuidados paliativos? “São cuidados
prestados a doentes em situação de intenso sofri-
mento decorrente de doença incurável em fase
avançada e rapidamente progressiva. O objetivo
consiste em promover, tanto quanto possível e até
ao fim, o bem-estar e a qualidade de vida destes
doentes. Os cuidados paliativos têm como compo-
nentes essenciais o alívio dos sintomas, o apoio
psicológico, espiritual e emocional do doente, o
apoio à família e o apoio durante o luto, o que
implica o envolvimento de uma equipa interdisci-
plinar de estruturas diferenciadas.” Como é que
são prestados os cuidados paliativos? Os cuidados
paliativos proporcionam aos doentes que vão mor-
rer a possibilidade de receberem cuidados num am-
biente apropriado, que promova a proteção da dig-
nidade do doente incurável na fase final da vida.
Espero que tenha ficado esclarecido definitiva-
mente do que falamos quando referem cuidados pa-
liativos. Na própria memória justificativa e des-
critiva do projeto de criação desta unidade, que
por acaso refere que serão cuidados paliativos
com e (dá-nos ainda uma esperança que isto não
passe afinal de paleio) refere na segunda página
que esta unidade se destina a doentes em situação
clínica decorrente de doença severa e/ou avança-
da, incurável e progressiva. Na minha ignorância
continuo a dizer que em vez de exultarmos agora a
vinda de uma unidade destas para servir a popula-
ção como gostam de fazer crer, seria muito melhor
- e foi esse o sentido da minha intervenção - que
tivessem lutado para termos os cuidados básicos
em Estarreja como as consultas, exames, cirurgia
de ambulatório, serviços de enfermagem, etc, pois
esses é que fazem verdadeiramente falta à popula-
ção”.--------------------------------------------
----HELDER DE MATOS RODRIGUES (CDS-PP):- Inter-
venção escrita “A referência à ignorância foi,
por pedido meu, retirada da acta da última Assem-
bleia Municipal a partir do momento em que a pró-
pria bancada do partido socialista retirou a
afirmação infeliz produzida. Uma vez que a mantém
eu sou obrigado a manter a expressão. Mas as suas
palavras são a minha própria defesa. Como disse:
uma unidade de cuidados paliativos é um serviço
multidisciplinar. Ou seja, não é um sítio para
fazer pensos. O que eu gostaria de saber depois
deste tipo de expressões utilizadas para classi-
ficar uma unidade de cuidados paliativos é o que
é que o PS Estarreja pensa sobre os lares”.------
----DIAMANTINO SABINA (PRESIDENTE DA CME):- Usan-
do da palavra, informou todas as diligências que
efectuou no Ministério da Saúde e na ARS Centro,
referindo como tem sido difícil lidar com este
assunto. Deu conta que já explicou na Comissão
Permanente que é contra esta situação, mas não é
contra a este investimento para a Unidade de Cui-
dados Paliativos para Estarreja, um investimento
de 900 mil euros que foi já anunciado pelo Sr.
Secretário de Estado, em Setembro. Foi convocado
para numa reunião no HVS – Hospital Visconde de
Salreu, onde esteve um representante da Santa Ca-
sa da Misericórdia de Estarreja, pela 1.ª vez,
onde foi apresentado uma versão nova. Essa versão
comprometia o bloco operatório. Referiu ainda,
que não concorda só com os cuidados paliativos
sem bloco operatório, essa deve ser a nossa posi-
ção. O José Matos disse, e muito bem, o Hospital
é velho e precisa de obras, os 900 mil euros são
muito bem-vindos, temos que os aceitar de braços
abertos para a Unidade de Cuidados Paliativos.
Por último, referiu que está de acordo com a Mo-
ção, defendendo uma posição mais favorável para
Estarreja.---------------------------------------
----Terminadas as intervenções, passou-se de se-
guida à votação, tendo o “Plano Estratégico do
Centro Hospitalar do Baixo Vouga – Projeto de
Criação de Cuidados Paliativos – Pólo de Estarre-
ja” sido rejeitado, por unanimidade.-------------
----PATRÍCIA RAQUEL RODRIGUES COUTO (PS):- Entre-
gou à Mesa da AM uma declaração de voto, subscri-
ta pelos membros do PS, do seguinte teor: ”O Par-
tido Socialista de Estarreja sempre defendeu a
existência de um hospital em Estarreja que fosse
capaz de servir as necessidades da população e
que fosse adequado à nossa realidade industrial.
De há alguns anos para cá, mais concretamente
nestes últimos anos, Estarreja assistiu ao esva-
ziamento sucessivo do seu Hospital e assistiu
também à passividade da Câmara Municipal em todo
este processo. A criação desta unidade de cuida-
dos paliativos implica que o Hospital Visconde de
Salreu desapareça e, com ele, desapareçam também
todos os serviços de saúde básicos de proximida-
de. Por muito que a Câmara Municipal queira fazer
parecer, esta unidade e o investimento de 900 mil
euros para a sua criação não é mais do que pura
demagogia. Pois esta unidade irá abranger 400.000
habitantes da região. E não será como o nosso
Presidente da Câmara gosta de sublinhar: muito
importante para a população pois esta não poderá
“usufruir “ em exclusivo deste serviço. Ninguém
em Estarreja poderá ficar satisfeito ao assistir
à troca de serviços hospitalares tão importantes,
como p.ex a cirurgia de ambulatório, por uma uni-
dade direcionada a um fim muito específico e a
doentes que serão na sua maioria de fora do muni-
cípio. Defendemos que esta unidade de cuidados
paliativos poderia ser instalada desde que fosse
integrada num Hospital que mantivesse todos os
outros serviços. Serviços que existiram e todos
os outros que tinham sido previstos para o novo
hospital, que um dia Estarreja quase teve, não
tivesse este governo deixado cair por terra esse
projeto. Em consciência não podemos estar a favor
desta proposta. Para um melhor enquadramento,
deixamos nesta declaração de voto a cronologia de
todos os factos relacionados com este assunto e
que demonstram bem as tomadas de posição quer do
Partido Socialista quer da Câmara que nos últimos
13 anos nos tem governado. - Setembro 2006 (Go-
verno PS): Anúncio da intenção do encerramento da
urgência – Posição da Câmara: Município elaborou
Documento Contestação/Manifesto justificativo da
Manutenção dos Serviços de Urgência; - Setembro
2006 . PS Estarreja assume posição CONTRA o fecho
das urgências; - Setembro de 2006 : Comissão de
Utentes do Hospital de Estarreja organiza ações
de protesto;- Outubro a Dezembro 2006 : Organiza-
se manifestações e velórios de protesto. O Presi-
dente da Câmara participa;- 23 de Julho de 2007 :
assinado um Protocolo entre a Câmara e o Ministé-
rio da Saúde do então Governo PS, com o objetivo
de minorar o encerramento do serviço de urgên-
cias. Correia de Campos, então ministro, esteve
em Estarreja. Protocolo previa requalificação do
Hospital Visconde de Salreu com vista à qualifi-
cação da atividade na cirurgia de ambulatório,
internamento de medicina e cirurgia, cuidados
continuados e serviços de apoio aos centros de
saúde de Estarreja e Murtosa, no âmbito da pato-
logia clínica e medicina física e reabilitação.
Previa ainda o aumento de consultas de especiali-
dade, nomeadamente de obstetrícia/ginecologia,
pneumologia, pediatria, fisiatria e outras espe-
cialidades que o hospital, dentro do seu perfil,
entendesse no futuro serem importantes para o seu
desempenho. Na base destas propostas esteve um
documento de trabalho elaborado pelo PS Estarreja
e discutido na Assembleia Municipal. - Fevereiro
de 2008 : Presidente da Câmara defende construção
de hospital Ria Norte para servir Ovar/Murtosa e
Estarreja. - Setembro de 2008 , o PS, numa inicia-
tiva liderada pela então deputada à Assembleia da
República Marisa Macedo, propõe a construção de
um hospital novo em detrimento das obras de am-
pliação do atual. - 14 de Fevereiro 2009 : o Se-
cretário de Estado Adjunto e da Saúde, Francisco
Ramos, veio ao Hospital do Visconde de Salreu
anunciar a construção de raiz do novo hospital,
coincidindo com a tomada de posse do novo Presi-
dente do Conselho de Administração, Pedro Almei-
da, ficando aí decidido avançar para a elaboração
do plano funcional. - 2009/2010 : Presidente da
Câmara resolve alterar localização do Hospital,
propondo a construção no terreno do antigo mata-
douro municipal. Plano funcional volta à ‘estaca
zero’. - 22 Março de 2011 : Secretário de Estado
Óscar Gaspar garante que o novo Hospital de Es-
tarreja fica pronto em 2014. Governante homologou
deliberação da Administração Regional de Saúde do
Centro. Obra do novo hospital deveria arrancar
até Março de 2012. Explicou, nessa data, o presi-
dente da ARS, Dr. João Pedro Pimentel, que no no-
vo hospital “valorizaremos a cirurgia de ambula-
tório, os cuidados continuados, consulta externa
e a fisiatria. Estas são as quatro grandes linhas
mestras que presidiram ao programa funcional”. A
infra-estrutura teria uma ocupação entre 50 a 60
camas. - Eleições Legislativas de 2011 : O governo
cai na sequência das eleições. A Coligação
PSD/CDS passa a governar o país (a mesma que go-
verna Estarreja). O novo governo ‘deixa cair’ o
projeto já em curso do novo Hospital de Estarre-
ja. - 15 de Dezembro de 2011 : PS apresenta moção
na Assembleia Municipal. Sobre presente e futuro
do Hospital Visconde de Salreu levantou uma série
de questões: - Solicitou à Câmara Municipal de
Estarreja toda a documentação e troca de corres-
pondência com o Ministério da Saúde e com a Admi-
nistração Regional de Saúde desde o inicio de
funções do actual Governo; - Condenou toda e
qualquer atitude que levará à redução das valên-
cias hoje existentes no HVS; - Exigiu por parte
do Ministério da Saúde e da Administração Regio-
nal de Saúde o cabal esclarecimento acerca da si-
tuação presente do HVS; - Exigiu de imediato por
parte do Governo o reassumir do compromisso da
construção do novo Hospital, bem como o cumpri-
mento do prazo da mesma; - Exigir a manutenção do
Hospital de Estarreja e condenar qualquer tenta-
tiva de encerramento. Coligação PSD-CDS/PP vota
contra a moção. - 24 de Fevereiro de 2012 : o Hos-
pital Visconde de Salreu passa a integrar defini-
tivamente o Centro Hospital do Baixo Vouga, EPE.
Início de funções do novo Conselho de Administra-
ção deste novo organismo.- 17 de Abril 2013 : a
candidatura do PS Estarreja solicitou uma reunião
com o Conselho de Administração do centro Hospi-
talar do Baixo Vouga. Objetivo: ouvir da adminis-
tração as intenções relativas ao HVS. Administra-
ção responde dizendo que o Plano estratégico está
ser ultimado e que depois reunirá com parceiros.
A reunião foi recusada.- 24 de Abril : a Cirurgia
de Ambulatório de Estarreja atingiu o grau de ex-
celência e surge em primeiro lugar na Avaliação
Sinas@Hospital, - sistema criado pela Entidade
Reguladora da Saúde (ERS) - que visa avaliar, de
forma objetiva e consistente, a qualidade dos
cuidados de saúde em Portugal. - 10 de Maio ,
apresentado o Plano estratégico em privado aos
parceiros da CIRA.- 10 de Maio , Rádio Terranova:
Ribau Esteves 'gosta' do Plano Estratégico. Pre-
sidente da Câmara de Ílhavo e da CIRA, 'vincou' o
facto de, atualmente, existir um Centro Hospita-
lar com três polos, "alterações impostas pela
Lei", que motivam reações negativas a nível lo-
cal. "Já não há nenhum Hospital, nem em Aveiro,
Águeda ou Estarreja. Isso acabou. Agora existe um
Centro Hospitalar, essa é a lógica. Os Presiden-
tes de Câmara sentem que há perdas, mas, é preci-
so levar em linha de conta a racionalização fi-
nanceira". - 11 de Maio :José Eduardo Matos, Pre-
sidente da CME e representante da CIRA para a
saúde, conhecedor do Plano, não teve uma qualquer
referência/interferência sobre a intenção de
transferir a cirurgia de ambulatório do HVS para
Águeda. - 21 de Maio : Conselho executivo da CIRA
reúne em Estarreja e analisa Plano estratégico do
CHBV. Saúda iniciativa. Nada diz de concreto so-
bre fecho da cirurgia de ambulatório em Estarre-
ja.- 22 de Maio : Dr. Paulo Ferreira (Director Clí-
nico) – em carta remetida ao Dr. José Manuel Te-
reso (ARS Centro) a informar da reorganização;
refere que o CA reuniu com autarcas de Estarreja
e Águeda, sublinha que os autarcas de Águeda,
“mostram dificuldade em perceber os benefícios
deste plano, alegando sucessivas perdas sempre
que há restruturações no seu Hospital”, de Estar-
reja, nada refere….Águeda pressionou, e o que é
certo é que até aumentou o volume de Cirurgia de
Ambulatório em detrimento de Estarreja.- 5 de Ju-
nho: Candidatura do PS Estarreja pede ao Conselho
de Administração do CHBV nova reunião/visita ao
HVS. Não obtém, de novo, resposta. - Setembro
2013: Candidatura do PSD/CDS-PP às autárquicas,
em plena campanha, entrega na Câmara um alegado
Plano Estratégico para o Hospital. Ainda hoje
aguardamos qualquer resposta ou avanço desse Pla-
no….- Eleição autárquicas : Vence Coligação PSD-
CDS/PP.- Outubro 2013 : Cirurgia de ambulatório do
HVS, que foi considerada a melhor do país, é
transferida para Águeda 3 dias por semana e fica
em Estarreja 2 dias.- Janeiro 14: Cirurgia de Am-
bulatório fica apenas um dia por semana em Estar-
reja.- Março 2014 : Consulta Aberta que funcionava
no Hospital entre as 8 e as 24h, todos os dias,
muda para o Centro de Saúde. Porém só funciona
como consulta aberta depois do horário de fecho
do Centro de Saúde. - Funcionários do HVS pressi-
onados para se transferirem para Aveiro. O que
vai sucedendo. - Setembro 2014 : Secretário de
Estado da Saúde visita o Hospital e anuncia 900
mil euros para uma Unidade de Cuidados Paliativos
para servir toda a região do Centro Hospitalar do
Baixo Vouga. Ou seja, os serviços hospitalares em
Estarreja passam a estar reduzidos, na prática, a
essa valência.- Outubro de 2014 : PS Estarreja in-
surge-se novamente contra essa mudança, defende a
manutenção do Hospital Visconde de Salreu e re-
corda a anulação do projeto do Novo Hospital da
autoria do anterior governo, por este governo
PSD-CDS/PP, votando contra a aprovação transfe-
rência da deliberação de uma posição para a As-
sembleia Municipal. Pelo exposto, em concordância
com os vereadores do Partido Socialista, por Es-
tarreja e em defesa dos interesses de todos os
estarrejenses, votamos conscientemente contra o
plano descritivo apresentado pelo Centro Hospita-
lar do Baixo Vouga”.-----------------------------
----De seguida, Diamantino Garrido Correia , em
representação dos grupos municipais, leu a moção
que a seguir se transcreve, a qual resultou da
colaboração do membros presentes na reunião da
Comissão Permanente, realizada no passado dia 15
de outubro: “Moção – POR UM HOSPITAL MELHOR, -
Analisada a proposta da criação de uma unidade de
Cuidados Paliativos no Hospital Visconde de Sal-
reu (HVS), a Assembleia Municipal de Estarreja
reunida em sessão extraordinária no dia 20 de Ou-
tubro de 2014, deliberou o seguinte: 1.Rejeitar o
plano descritivo apresentado pelo Centro Hospita-
lar do Baixo Vouga (CHBV); 2. Exigir a manutenção
do atual Bloco Cirúrgico na intervenção prevista,
considerando a possibilidade simultânea de pres-
tação de cuidados paliativos, como agora se pre-
tendem implementar no HVS;3.Exigir a concretiza-
ção de um plano estratégico para o CHBV que dê
estabilidade a profissionais e utentes, envolven-
do a população na sua discussão, designadamente
os utentes, os profissionais de saúde e os repre-
sentantes autárquicos, conforme previsto na Reso-
lução da Assembleia da República n.º 42/2014;
4.Exigir a manutenção da Unidade de Cirurgia de
Ambulatório no HVS de forma a dar resposta a to-
das as solicitações necessárias, diminuindo as
listas de espera que existem atualmente e contri-
buindo para o prestígio do CHBV e do Serviço Na-
cional de Saúde (SNS). Consideramos que as razões
técnicas apresentadas para o encerramento da ci-
rurgia de ambulatório em Estarreja são completa-
mente infundadas e sem tradução na realidade, não
se vislumbrando uma relevante poupança económica
ou ganhos em qualidade com esta medida;5.Exigir a
abertura de um Serviço de Urgência Básico no HVS
e consequentemente, todas as valências necessá-
rias associadas de forma a salvaguardar a presta-
ção de cuidados de saúde mais rápidos em situa-
ções agudas de menor complexidade; 6.Exigir a
criação de um leque de ofertas de consultas de
especialidade no HVS, onde impere a lógica da
complementaridade de valências dentro do CHBV, de
proximidade, tendo em conta a proporção da procu-
ra, tal como já existiu neste hospital e que tão
bons serviços prestaram às populações; 7.Exigir o
retorno dos meios complementares de diagnóstico,
tais como, Ecografia, Ecocardiografia, Exames Di-
gestivos, dando resposta às consultas do HVS e
dos cuidados primários de saúde; 8.Apoiamos o re-
forço dos meios materiais e humanos através da
contratação de médicos, enfermeiros, auxiliares
de ação médica, administrativos, técnicos de di-
agnóstico e terapêutico e técnicos superiores,
garantindo o pleno funcionamento tanto ao nível
hospitalar como da rede de cuidados primários das
unidades e extensões de saúde existente;9. Exi-
gimos que o CHBV, tendo em conta o contexto de
vulnerabilidade do concelho de Estarreja e
limítrofes face à existência de um complexo de
indústria química importante, garanta os meios
necessários para a ativação do Plano de Emergên-
cia Externo de Estarreja na sua esfera de compe-
tências, em caso de uma ocorrência no Concelho. O
projeto apresentado é absolutamente omisso em re-
lação à futura capacidade de resposta do HVS a
uma situação de eventual acidente químico; 10.
Atendendo ao disposto nos nºs anteriores, estamos
disponíveis para aceitar a criação de uma Unidade
de Cuidados Paliativos no Hospital Visconde de
Salreu, por forma a criar uma outra missão para
esta Instituição, desde que não inviabilize a ma-
nutenção das valências originais do HVS. A Assem-
bleia Municipal de Estarreja reitera que a Unida-
de de Cuidados Paliativos deverá coabitar com as
valências supracitadas, dando também resposta aos
problemas básicos de saúde da população e pres-
tar, assim, um verdadeiro Serviço de Proximidade.
Relembramos que a legislação que enquadra a cria-
ção dos Centros Hospitalares impõe, no caso do
CHBV, uma lógica tripolar, que mais uma vez não é
respeitada na proposta que nos foi apresentada.
Delibera ainda dar conhecimento desta Moção ao
Conselho de Administração do CHBV, CIRA, ARS Cen-
tro, Ministério da Saúde”.-----------------------
----Seguidamente, foi colocada a Moção à votação,
tendo a mesma sido aprovada, por unanimidade.----
----Mais foi decidido, por unanimidade, aprovar
esta deliberação em minuta, para efeitos de exe-
cução imediata.----------------------------------
----Não havendo mais assuntos a analisar ou deci-
dir, o Presidente da Assembleia deu por encerra-
dos os trabalhos, eram vinte e duas horas.-------
----Para constar e devidos efeitos, se lavrou a
presente ata que, depois de submetida a aprovação
da Assembleia, vai ser assinada pelos membros da
Mesa.--------------------------------------------
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