histórias de amor

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“Omnia Vincit Amor”

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As histórias de amor mais famosas.

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Page 1: Histórias de Amor

Eros e Psique

 

“Omnia Vincit Amor”

Esta frase em latim, da autoria de Virgílio, significa o amor vence tudo, o amor tudo suporta.

Page 2: Histórias de Amor

 

 

Eros, Deus Grego do Amor, também conhecido como Cupido (mitologia Romana, filho de Vénus) é protagonista de uma das mais bonitas histórias de amor de sempre.

Num reino longínquo, existia um rei muito poderoso que tinha três filhas, cuja beleza despertava o interesse de inúmeros pretendentes. Duas delas logo se casaram, mas uma, Psique, recusou-se a fazê-lo porque dizia ainda não ter encontrado o verdadeiro amor.

Os pais, preocupados com a solidão da filha, resolveram perguntar a um oráculo o que deveriam fazer, ao que o oráculo respondeu que deveriam vestir a sua filha de noiva e deixá-la no cimo de um monte. Eles assim o fizeram e Psique foi arrastada pelo vento até um reino maravilhoso, onde tudo era mágico.

Quando a noite chegou e Psique se foi deitar, sentiu a presença de alguém, que lhe disse ser o seu companheiro, mas que ela nunca o poderia ver, pois se o fizesse, correria o risco de o perder para sempre. A partir de então, Psique conheceu os momentos mais felizes da sua vida, onde tinha tudo aquilo que sempre sonhara. Amava e era correspondida, o que a fazia muito feliz. No entanto, os dias de felicidade não duraram muito, pois a rapariga começou a sentir saudades da família e resolveu ir visitá-los. As irmãs, cheias de inveja da sua felicidade, convenceram-na a ver o marido.

Quando chegou a casa, esperou que o marido adormecesse e acendeu uma vela para ver o seu aspeto. Ao

Page 3: Histórias de Amor

ver a sua beleza ficou tão emocionada que, por descuido, deixou cair um pouco de cera para cima do marido, o que fez com que acordasse. Ao ver que a esposa tinha quebrado a promessa, cumpriu com a sua palavra e abandonou-a para sempre.

Esta sofreu tanto, que passou a vaguear pelo mundo, até que sucumbiu a um sono profundo. Eros, ao ver o sofrimento da amada, pediu a Zeus que ressuscitasse a amada, pedido que foi concedido. Assim, Eros (um Deus Imortal) uniu-se a Psique (Mortal) -  que passou a representar a Alma Humana – no Monte Olimpo, onde permaneceram felizes, vivendo o seu amor para toda a Eternidade.

A partir de então, o Amor e a Alma estão sempre unidos em todos os romances de Amor, pois estes têm a proteção de Eros e da sua inseparável Psique.

Psiquê renascida pelo beijo de Eros, Museu Metropolitano de Arte, Nova Iorque

Orfeu e Eurídice

Page 4: Histórias de Amor

Grande herói da Trácia, Orfeu era conhecido não pelas

suas qualidades de guerreiro, mas pelas suas qualidades

musicais. Filho de Apolo e da musa Calíope, recebeu do pai

uma lira como presente e aprendeu a tocar com tanta

dedicação e beleza, que ninguém conseguia ficar indiferente

ao encanto da sua música. Tanto os seres humanos como os

animais, e diz-se que até as árvores e os rochedos, se rendiam

ao seu fascínio.

Orfeu amava apaixonadamente a ninfa Eurídice. No dia do

casamento de ambos, esteve presente Himeneu para

abençoar a união, mas o fumo da sua tocha fez lacrimejar os

noivos, o que não trouxe augúrios favoráveis. Pouco tempo

depois, Eurídice passeava com as ninfas, quando foi

surpreendida pelo pastor Aristeu, que, ao vê-la, se apaixonou

perdidamente e tentou conquistá-la. Na sua fuga, Eurídice

pisou uma cobra e morreu da mordedura que esta lhe fez no

pé. 

Orfeu, inconsolável, tocou e cantou aos homens e aos

deuses, mas nada conseguiu. Decidiu, então, descer ao reino

dos mortos para conseguir recuperar Eurídice. Perante o trono

de Hades e Perséfone, Orfeu cantou o seu desgosto e o seu

amor dizendo que, se não lhe devolvessem Eurídice, ele

próprio ficaria ali com ela, no reino dos mortos. Todos os

fantasmas que o ouviam choravam e Hades e Perséfone

ficaram tão comovidos que lhe devolveram Eurídice. Mas com

uma condição: Orfeu poderia levar Eurídice, mas não poderia

olhá-la antes de terem alcançado o mundo superior.

Caminhando na frente, Orfeu, que estava quase a chegar aos

portões de Hades, com receio de ter sido enganado por Hades,

Page 5: Histórias de Amor

virou-se para trás para confirmar se Eurídice o seguia. Esta,

com os olhos cheios de lágrimas, foi levada para o mundo dos

mortos, por uma força irreversível. Orfeu tentou alcançá-la,

mas sem êxito. 

Profundamente triste, Orfeu ficou na margem do rio,

durante sete dias, sem comer nem dormir, suplicando a volta

de Eurídice. Depois, vagueou triste

e solitário pelo mundo, sem nunca

mais querer saber de mulher

alguma e repelindo todas aquelas

que o tentavam seduzir, até que

um dia, as mulheres da Trácia,

enfurecidas pelo seu desprezo, o

mataram. O seu corpo foi atirado

ao rio Ebro e levado até à ilha de

Lesbos, onde, durante muito

tempo, a cabeça de Orfeu, presa

numa rocha, proferia oráculos. A sua lira foi colocada num

templo de Lesbos. 

Outra lenda diz que as musas enterraram Orfeu, em

Limetra, num túmulo onde o rouxinol canta mais suavemente

do que em qualquer outra parte da Grécia e a lira do jovem

apaixonado foi colocada por Zeus entre as estrelas. Orfeu

encontrou por fim Eurídice e, abraçando-a, nunca mais deixou

de contemplá-la.

in Língua Portuguesa com Acordo Ortográfico [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2015.

Page 6: Histórias de Amor

Pigmalião e Galateia

Page 7: Histórias de Amor

Segundo a lenda, Pigmalião era escultor de grande nomeada na Ilha de Chipre. Para se entregar inteiramente à sua arte e, por outro lado, indignado com a prostituição a que se entregavam as mulheres da cidade de Amatonte, na Ilha de Chipre, onde se erguia um templo a Vénus, resolveu viver em rigoroso celibato. Vénus, sentindo-se ofendida com esta atitude de Pigmalião e para se vingar, fê-lo apaixonar loucamente por uma estátua de marfim, prodígio de graça e de beleza saído do seu cinzel, a que Vénus havia dado o nome de Galateia. A deusa do amor, no entanto, comovida pelas súplicas do desventurado, animou a estátua com o fogo da vida. Pigmalião casou com ela e teve um filho a que deram o nome de Pafos, que fundou a cidade do mesmo nome dedicada ao amor.

Como referenciar: in Língua Portuguesa com Acordo Ortográfico [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2015.

FILÉMON E BÁUCIS

Page 8: Histórias de Amor

Um dia Zeus decidiu visitar a Terra. Vício de divindade

absoluta, julgaram uns, cedo passar-lhe-á, afinal nunca se

preocupou com os homens, achando-os criaturas inferiores,

sem importância e que mais valeria dizimar até. Contudo,

aquela teima era mais do que simples cisma, antes era a

procura por uma prova de que valeria a pena dizimar aquelas

pequenas criaturas desajeitadas de duas pernas e dois braços

que germinavam por toda a Terra. Dizimá-los-ia sob o pretexto

de acabar com a sua malvadez, pensava. E nisto Zeus

começou a arquitetar a melhor forma de o fazer.

Hermes gostava dos humanos. Nada de pessoal, achava

apenas uma criação bastante curiosa, afinal não os achava tão

pouco inteligentes quanto isso e até tinham as suas

peculiaridades que lhes davam interesse. Ofereceu-se,

portanto, a ir com Zeus seu pai até à Terra. Contudo, impôs-

lhe uma única condição. "Não dizimarás a humanidade", disse-

lhe, "se encontrarmos pelo menos duas pessoas honestas."

Zeus anuiu. Tomaram assim as suas formas humanas e

desceram dos céus, indo embrenhar-se nas ruas confusas e

sujas de uma cidade.

Hermes e Zeus vagueavam sem destino na cidade,

disfarçados de rudes maltrapilhos sem terra, pois que assim

seria mais fácil para Zeus determinar o carácter dos homens. E

os seus pensamentos confirmaram-se: por cada casa em que

entravam, por cada beco em que andavam, eram corridos

quais cães vagabundos que não merecessem pisar o solo no

qual caminhavam, como se poluíssem o ar que respiravam. Às

tantas uma pedra voou e acertou num braço do deus Hermes,

dando a entender que seria melhor saírem da cidade.

Page 9: Histórias de Amor

Saíram por entre vaias e urros. Sem olharem para trás,

tanto Zeus como Hermes se meteram bosque adentro, não

cuidando aonde iriam. Até que, ao fundo, avistaram uma

casinha modesta. À porta estava um homem idoso que dava

pelo nome Filémon acompanhado da sua velha mulher Báucis.

Os deuses aproximaram-se. "Que quereis?" "Somos pobres

andarilhos e necessitamos de um lugar onde descansar da

viagem" "Entrem, meus amigos, entrem! Entrem se estais

cansados da viagem!" Imediatamente puseram a mesa e

colocaram todas as iguarias que havia na mesa. Báucis lavou

os pés aos visitantes e cobriu-os com roupas novas, como se

de reis se tratassem. Hermes e Zeus entreolharam-se,

sorrindo. Afinal sempre havia almas benfazejas na Terra.

Por entre histórias e risos jantaram o pobre mas saboroso

jantar preparado por Báucis naquela noite. Até que, como se

Hermes continuasse com sede e pedisse mais leite, a velha

senhora deu conta que já não havia mais que beber. Assim,

muito triste, deu a notícia aos visitantes. "Meus senhores, peço

desculpa, as já não há mais leite no cântaro." "Minha senhora,

não sabemos, talvez ainda haja uma pequena gotinha que

valha a pena beber." Para convencer os visitantes, Báucis

inclinou o cântaro... e qual não foi o seu espanto quando dele

jorrou leite que nunca mais acabava! "Filémon, Filémon! Estão

deuses na nossa casa!" E prostraram-se aos pés de Zeus, que

os mandou levantar, dizendo "Sim, somos deuses, Zeus e

Hermes que, numa visita à Terra, não encontrámos ninguém

de valor até chegarmos à vossa humilde casa. Provaram que a

humanidade pode ainda ser prestável, humilde e boa e, como

presente, dou-vos o direito de me pedirdes um desejo."

Page 10: Histórias de Amor

Filémon e Báucis entreolharam-se: ambos sabiam o que lhes

apoquentava o coração fazia muito tempo. Assim, Filémon

tomou a palavra. "Rei dos deuses, nada mais te pedimos a não

ser que nenhum de nós morra antes do outro. Pedimos-te, por

favor, para que morramos no mesmo dia e não tenhamos que

sofrer da ausência." "Assim será." proclamaram os deuses e

desapareceram...

... Muitos anos se passaram desde a visita de Hermes e

Zeus à Terra. E uma tarde, igual àquela tarde em que

apareceram os dois viajantes, estando Filémon e Báucis

abraçados no banco à entrada da modesta casa, sentiram que

subitamente os seus corpos mudavam, que as suas pernas se

tornavam raízes e os braços, ramos. Olharam-se, assim, uma

última vez. "Filémon!" "Báucis!" "Adeus!" "Adeus..."...

Hoje, quem dá com a velha casinha modesta dos velhos

Filémon e Báucis, pode ver duas grandes árvores verdes e

frescas à porta. A sua sombra ainda hoje abriga do Sol aqueles

que passam e o roçar das suas folhas, embaladas pelo vento

que passa, ainda dão a impressão de dizer "Entrem, meus

amigos, entrem! Entrem se estais cansados da viagem..."…

Romeu e Julieta

Romeu e Julieta, a história trágica do amor de

dois jovens, é o título de uma tragédia de

Shakespeare (1597), uma obra imortal da literatura, que começa da

Page 11: Histórias de Amor

seguinte forma:

"Duas famílias

notáveis da linda

Verona, onde a

história se passa,

transformam em

guerra as

desavenças antigas,

manchando de

sangue as suas

mãos. E do seio

destas duas famílias inimigas nascem dois amantes predestinados". 

A história desenrola-se em Verona, em Itália, incidindo na rivalidade

entre as casas dos Capuleto e dos Montéquio, que se envolviam

permanentemente em lutas. Romeu, filho de Montéquio, era o único que

se afastava das lutas o que intrigava as duas famílias. Certo dia, o jovem

revelou a seu primo Benvólio que estava apaixonado por Rosalina.

Entretanto, a Senhora Capuleto revelou à sua filha Julieta, de catorze

anos, que o seu parente Páris pretendia casar-se com ela. 

Num jantar da família Capuleto, Romeu e os seus homens entraram

disfarçados com a curiosidade de ver o que se passava. Romeu viu,

então, pela primeira vez, Julieta e, deslumbrado com a sua beleza e

atitude, ficou perdidamente apaixonado. Um homem da casa dos

Montéquio, o primo Tebaldo, descobriu que o jovem disfarçado era

Romeu e quis atacá-lo. No entanto, o pai Capuleto impediu-o, já que a

conduta pacífica de Romeu fazia dele um filho amado da cidade de

Verona. Romeu, que pensava que Julieta era uma convidada da família,

cortejou-a e beijou-a, antes de saber, pela ama de Julieta, que esta era

uma Capuleto. Quando a festa acabou, Julieta perguntou à ama quem era

o jovem que tanto a impressionara e descobriu que estava apaixonada

por Romeu Montéquio, filho da casa rival. Romeu cortejou Julieta às

escondidas, no jardim da casa dos Capuleto, e ambos juraram um amor

tão fiel que repudiariam as respetivas famílias, caso fosse necessário. 

Mais tarde, Romeu confessou a Frei Lourenço o seu amor por Julieta, e

Page 12: Histórias de Amor

este aceitou casá-los, em segredo. Romeu pediu à ama de Julieta que

dissesse à senhora que esta deveria encontrar-se com ele no

confessionário de Frei Lourenço para aí se casarem, tendo, todavia, de

voltar depois às suas casas. 

Numa praça de Verona, Tebaldo encontrou Romeu e desafiou-o, assim

como aos seus companheiros. Apesar de Romeu não querer lutar,

Tebaldo feriu de morte Mercúrio, um dos seus amigos. O jovem Romeu

viu-se, assim, obrigado a matar Tebaldo e, em consequência desse ato,

foi expulso de Verona, por ordem do príncipe Escalo. Julieta pediu à ama

que preparasse um encontro de despedida com o seu marido Romeu,

que estava escondido na cela de Frei Lourenço. Desesperado, Romeu

pensou em suicidar-se, mas Frei Lourenço acalmou-o e aconselhou-o a

esconder-se em Mântua enquanto os ânimos não serenassem; em

seguida, anunciaria o casamento, que poderia proporcionar a

reconciliação entre as famílias. 

Entretanto, o pai Capuleto pretendia que Julieta se casasse com Páris

logo que terminasse o luto pela morte de Tebaldo. Romeu despediu-se de

Julieta, visitando-a secretamente no seu quarto e, quando saiu, entrou a

mãe Capuleto, que informou à filha, não só da sua intenção de mandar

envenenar Romeu, como também do casamento com Páris. Perante a

mãe e o pai, Julieta invocou várias razões para não se casar, menos a

verdadeira, contudo o pai Capuleto, renitente, não lhe deu ouvidos. 

Páris foi marcar com Frei Lourenço o casamento e, na mesma altura,

entrou Julieta que foi confessar-se ao clérigo. A sós, Frei Lourenço contou

a Julieta um estratagema para impedir o seu casamento com Páris.

Segundo o plano, Julieta deveria fingir que aceitava o casamento. Beberia

uma poção que a daria como morta e, quando estivesse no túmulo dos

Capuleto, seria resgatada por Romeu, entretanto avisado, fugindo,

depois, com ele para Mântua. Julieta assim fez, mas, à cautela, guardou,

entre as vestes, um punhal para utilizar caso a poção não resultasse.

Tudo aconteceu conforme o planeado, só que Romeu foi apenas avisado

da morte de Julieta e não da trama de Frei Lourenço explicada numa

carta a Frei João, que não conseguiu entregá-la a Romeu. Em Mântua,

Romeu comprou um veneno letal e dirigiu-se, em seguida, ao túmulo de

Page 13: Histórias de Amor

Julieta, em Verona. 

Páris, que visitava o túmulo de Julieta, escondeu-se, quando Romeu e

o seu criado Baltasar se aproximaram do túmulo. Romeu despediu-se do

criado, entregando-lhe uma carta para o pai. Mas Baltasar, temendo

pelas ações de Romeu, escondeu-se também. Entretanto Páris revelou-se

a Romeu e, após uma luta, Páris caiu morto. Romeu, desesperado com a

morte da amada, bebeu o veneno e caiu ao lado do túmulo de Julieta. No

mesmo momento, Frei Lourenço aproximou-se para libertar Julieta do seu

túmulo e do seu sono. Julieta acordou e, encontrando o seu amado

morto, decidiu morrer também. Dado que Romeu não deixou nem uma

gota de veneno no frasco, pegou no punhal e cravou-o no peito. Quando

os guardas chegaram, depararam com todo o horror e logo correram a

chamar os Capuletos, os Montéquios e o Príncipe Escalo, que se

inteiraram de toda a verdade pelas revelações de Frei Lourenço e pela

carta de Romeu. As famílias, chocadas pela tragédia e pelo ódio que a

originou, resolveram reconciliar-se ali mesmo. Para a história ficou um

amor intenso e trágico que nem a morte conseguiu separar.

Pedro e Inês de Castro

D. Inês de Castro era uma fidalga galega, de rara formosura, que fez parte da

comitiva da infanta D. Constança de Castela, quando esta, em 1340, se

deslocou a Portugal para casar com o príncipe D. Pedro (1320-1367).

A beleza singular de D. Inês despertou desde logo a atenção do príncipe, que

veio a apaixonar-se profundamente por ela. Desta paixão nasceu entre D. Pedro

e D. Inês uma ligação amorosa que provocou escândalo na Corte portuguesa,

motivo por que o rei resolveu intervir, expulsando do reino Inês de Castro, que

veio a instalar-se no castelo de Albuquerque, na fronteira de Espanha.

D. Constança morre de parto em 1345 e a ligação amorosa entre D. Pedro e

D. Inês estreita-se ainda mais: contra a determinação do rei, D. Pedro manda

que D. Inês regresse a Portugal e instala-a na sua própria casa, onde passam a

viver uma vida de marido e mulher, de que nascem quatro filhos.

Page 14: Histórias de Amor

Os conselheiros do rei aperceberam-se das atenções com que o herdeiro do

trono português recebia os irmãos de D. Inês e outros fidalgos galegos,

chamaram a atenção de D. Afonso IV para aquele estado de coisas e para os

perigos que poderiam advir dessa circunstância, uma vez que seria natural

antever a possibilidade de vir a criar-se uma influência dominante de Castela

sobre a política portuguesa.

E persuadiram o rei de que esse perigo poderia afastar-se definitivamente,

se se cortasse pela raiz a causa real desse perigo: a influência que D. Inês

exercia sobre o príncipe D. Pedro, que um dia viria a ser rei de Portugal. Para

isso seria necessário e suficiente eliminar D. Inês de Castro.

O problema foi discutido na presença dos conselheiros do rei em Montemor-

o-Velho, e aí ficou resolvido que Inês seria executada sem demora.

Quando D. Inês soube desta resolução, foi ter com o rei, rodeada dos filhos,

para implorar misericórdia, uma vez que ela se considerava isenta de qualquer

culpa. As súplicas de Inês só momentaneamente apiedaram D. Afonso IV, que

entretanto se deslocara a Coimbra para que se desse cumprimento à

deliberação tomada. E a execução de D. Inês efetuou-se em 7 de janeiro de

1355, segundo o ritual e as práticas daquele tempo.

Anos depois, em 1360, D. Pedro I, já então rei de Portugal, jurou, perante a

sua corte, que havia casado clandestinamente com D. Inês um ano antes da sua

morte.

Cena da morte de Inês de Castro (quadro de Columbano, no Museu Militar, em Lisboa)

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Túmulo de Inês de Castro, no Mosteiro de Alcobaça