historia_ideias_pedagogicas

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    Teorias Pedaggicas Prof.Dorival Brito

    5

    HISTRIA DAS IDIAS PEDAGGICAS

    O PENSAMENTO PEDAGGICO:

    ANTIAUTORITRIO

    CRTICO

    DO TERCEIRO MUNDO

    1 PARTE 2 PARTE

    BRASILEIRO

    1 PARTE 2 PARTE

    Teorias Pedaggicas Prof.Dorival Brito

    6

    HISTRIA DAS IDIASPEDAGGICAS

    Pensamento Pedaggico Grego

    SCRATES

    PLATO

    ARISTTELES

    Pensamento Pedaggico Oriental

    LAO-TS

    TALMUDE

    Pensamento Pedaggico Romano

    CCEROQUINTILIANO

    Teorias Pedaggicas Prof.Dorival Brito

    7

    HISTRIA DAS IDIASPEDAGGICAS

    Pensamento Pedaggico Renascentista

    MONTAIGNE

    LUTERO

    OS JESUTAS

    Pensamento Pedaggico Moderno

    COMNIO

    LOCKE

    Pensamento Pedaggico Medieval

    SANTO AGOSTINHO

    SO TOMS DE AQUINO

    Teorias Pedaggicas Prof.Dorival Brito

    8

    HISTRIA DAS IDIASPEDAGGICASPensamento Pedaggico Iluminista

    ROUSSEAU

    PESTALOZZI

    HERBART

    A REVOLUO FRANCESA

    Pensamento Pedaggico Positivista

    SPENCER

    DURKHEIM

    WHITEHEAD

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    Teorias Pedaggicas Prof.Dorival Brito

    9

    HISTRIA DAS IDIAS PEDAGGICASPensamento Pedaggico Socialista

    MARX

    LNIN

    MAKARENKO

    GRAMSCI

    Pensamento Pedaggico da Escola Nova

    DEWEY

    MONTESSORI

    CLAPARDEPIAGET

    Teorias Pedaggicas Prof.Dorival Brito

    10

    HISTRIA DAS IDIAS PEDAGGICAS

    Pensamento Pedaggico Fenomenolgico-existentista

    BUBER

    KORCZAK

    GUSDORF

    PANTILLON

    Pensamento Pedaggico Antiautoritrio

    FREINET

    ROGERS

    LOBROT

    Teorias Pedaggicas Prof.Dorival Brito

    11

    HISTRIA DAS IDIAS PEDAGGICASPensamento Pedaggico CRTICO

    BOURDIEU-PASSERON

    BAUDELOT-ESTABLET

    GIROUX

    PENSAMENTO PEDAGGICO

    DO TERCEIRO MUNDO1 PARTE: PENSAMENTO PEDAGGICO AFRICANO

    CABRAL

    NYERERE

    FAUNDEZ

    Teorias Pedaggicas Prof.Dorival Brito

    12

    PENSAMENTO PEDAGGICO DO

    TERCEIRO MUNDO

    2 PARTE:

    PENSAMENTO PEDAGGICO LATINO-AMERICANO

    FRANCISCO GUTIRREZ

    ROSA MARIA TORRES

    MARIA TERESA NIDELCOFF

    EMILIA FERREIRO

    JUAN CARLOS TEDESCO

    HISTRIA DAS IDIAS PEDAGGICAS

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    Teorias Pedaggicas Prof.Dorival Brito

    13

    PENSAMENTO PEDAGGICO BRASILEIRO

    1 PARTE:

    PENSAMENTO PEDAGGICO BRASILEIRO LIBERAL

    FERNANDO AZEVEDO

    LOURENO FILHO

    ANSIO TEIXEIRA

    ROQUE SPENCER MACIEL DE BARROS

    HISTRIA DAS IDIAS PEDAGGICASTeorias Pedaggicas Prof.

    Dorival Brito14

    PENSAMENTO PEDAGGICO DO BRASILEIRO

    2 PARTE:

    PENSAMENTO PEDAGGICO BRASILEIROPROGRESSITA

    PASCHOAL LEMME

    LVARO VIEIRA PINTO

    PAULO FREIRE

    RUBEM ALVES

    MAURCIO TRAGTENBERG

    DERMERVAL SAVIANE

    HISTRIA DAS IDIAS PEDAGGICAS

    Teorias Pedaggicas Prof.Dorival Brito

    15

    PENSAMENTO

    PEDAGGICO

    ORIENTAL

    LAO-TS:

    A primeira

    filosofia da vida.

    TALMUDE:A educao hebraica o cdigo das leis e tradies judaicas ps-bblicas, passado a

    escrito em duas verses principais, a do T. da Palestina (c. 200 d.C.) ea do T. da Babilnia (c. 400 d.C.). Constam da Mishn ou textofundamental e da Gemara, seu comentrio. O seu conhecimento importante para o dilogo com o Judasmo.

    HISTRIA DAS IDIAS PEDAGGICASTeorias Pedaggicas Prof.

    Dorival Brito16

    HISTRIA DAS IDIAS PEDAGGICAS

    SCRATES:

    A virtude pode ser

    ensinada, se as idias

    so inatas?

    SCRATES:

    A virtude pode ser

    ensinada, se as idias

    so inatas?

    PENSAMENTO

    PEDAGGICO

    GREGO

    PLATO:

    A educao contra

    a alienao na

    alegoria da caverna.

    PLATO:

    A educao contraa alienao na

    alegoria da caverna.

    ARISTTELES:

    A virtude est no

    meio-termo.

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    Teorias Pedaggicas Prof.Dorival Brito

    17

    CCERO:

    A virtude est na ao

    CCERO:

    A virtude est na ao

    HISTRIA DAS IDIAS PEDAGGICAS

    QUINTILIANO:

    Ensinar de acordo

    com a natureza humana

    QUINTILIANO:

    Ensinar de acordo

    com a natureza humana

    PENSAMENTO

    PEDAGGICO

    ROMANO

    Teorias Pedaggicas Prof.Dorival Brito

    18

    HISTRIA DAS IDIAS PEDAGGICAS

    PENSAMENTO

    PEDAGGICO

    MEDIEVAL

    SANTO AGOSTINHO:

    A teoria da iluminao

    SANTO AGOSTINHO:

    A teoria da iluminao

    SO TMAZ DE AQUINO:

    O mtodo escolstico

    SO TMAZ DE AQUINO:

    O mtodo escolstico

    Teorias Pedaggicas Prof.Dorival Brito

    19

    MONTAIGNE:

    AEducao

    Humanista.

    LUTERO:O Educao Protestante

    HISTRIA DAS IDIAS PEDAGGICAS

    PENSAMENTO

    PEDAGGICO

    RENASCENTISTA

    OS JESUTAS:

    A Ratio Studiorum

    Teorias Pedaggicas Prof.Dorival Brito

    20

    PENSAMENTO

    PEDAGGICO

    MODERNO

    COMNIO:

    Nove Princpios

    para uma

    Educao

    Realista.

    COMNIO:

    Nove Princpios

    para uma

    Educao

    Realista.

    LOCKE:

    Tudo se aprende;

    No h idias

    inatas.

    LOCKE:

    Tudo se aprende;

    No h idias

    inatas.

    HISTRIA DAS IDIAS PEDAGGICAS

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    Teorias Pedaggicas Prof.Dorival Brito

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    ROUSSEAU:

    O homem nasce bom

    e a sociedade o perverte.PENSAMENTO

    PEDAGGICO

    ILUMINISTA

    PESTALOZZI:

    Natureza e funo

    da Educao Popular.

    HISTRIA DAS IDIAS PEDAGGICASTeorias Pedaggicas Prof.

    Dorival Brito22

    PENSAMENTO PEDAGGICO ILUMINISTA

    HERBART:

    A prtica da

    reflexo metdica.

    A REVOLUO FRANCESA:

    O Plano Nacional

    de Educao.

    HISTRIA DAS IDIAS PEDAGGICAS

    Teorias Pedaggicas Prof.Dorival Brito

    23

    PENSAMENTO

    PEDAGGICO

    POSITIVISTA

    SPENCER:

    Quais os conhecimentos

    de maior valor?

    WHITEHEAD:

    A educao do ser til

    DURKHEIM:

    A Sociologia e os fins da

    Educao.

    HISTRIA DAS IDIAS PEDAGGICASTeorias Pedaggicas Prof.

    Dorival Brito24

    MARX:

    A crtica da educao

    burguesa.

    MARX:

    A crtica da educao

    burguesa.

    PENSAMENTO

    PEDAGGICO

    SOCIALISTA

    LNIN:

    A defesa de uma

    Nova Escola Pblica.

    LNIN:

    A defesa de uma

    Nova Escola Pblica.

    HISTRIA DAS IDIAS PEDAGGICAS

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    Teorias Pedaggicas Prof.Dorival Brito

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    MAKARENKO:

    A Pedagogia da vida

    do trabalho.

    MAKARENKO:

    A Pedagogia da vida

    do trabalho.

    PENSAMENTO

    PEDAGGICO

    SOCIALISTA

    GRAMSCI:

    A Organizao

    da Escola

    e da Cultura.

    GRAMSCI:

    A Organizao

    da Escola

    e da Cultura.

    HISTRIA DAS IDIAS PEDAGGICASTeorias Pedaggicas Prof.

    Dorival Brito26

    DEWEY:

    Aprender fazendo da

    educao Tradicional

    Educao Nova.

    DEWEY:

    Aprender fazendo da

    educao Tradicional

    Educao Nova.

    PENSAMENTO

    PEDAGGICO DA

    ESCOLA NOVAMONTESSORI:

    Mtodos Ativos e

    individuao do ensino.

    HISTRIA DAS IDIAS PEDAGGICAS

    Teorias Pedaggicas Prof.Dorival Brito

    27

    CLAPARDE:

    Educao

    Funcional e

    Diferenciada.

    CLAPARDE:

    Educao

    Funcional e

    Diferenciada.

    PENSAMENTO

    PEDAGGICO DA

    ESCOLA NOVA

    PIAGET:

    Psicopedagogia e

    Educao para aao.

    PIAGET:

    Psicopedagogia e

    Educao para aao.

    HISTRIA DAS IDIAS PEDAGGICASTeorias Pedaggicas Prof.

    Dorival Brito28

    BUBER:

    A Pedagogia

    do Dilogo.

    BUBER:

    A Pedagogia

    do Dilogo.

    PENSAMENTO PEDAGGICOFENOMENOLGICO-EXISTENTISTA

    KORCZAK: Como amar

    uma criana.

    KORCZAK: Como amar

    uma criana.

    HISTRIA DAS IDIAS PEDAGGICAS

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    Teorias Pedaggicas Prof.Dorival Brito

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    GUSDORF:

    A relao mestre-discpulo.

    PENSAMENTO PEDAGGICOFENOMENOLGICO-EXISTENTISTA

    PANTILLON:

    As tarefas da Filosofia da Educao.

    HISTRIA DAS IDIAS PEDAGGICASTeorias Pedaggicas Prof.

    Dorival Brito30

    FREINET:

    Educao pelo trabalho

    e Pedagogia do bom senso.

    PENSAMENTO PEDAGGICO ANTIAUTORITRIO

    LOBROT: Pedagogia Institucional e Autogesto Pedaggica.

    ROGERS:

    A Educao centrada

    no estudante.

    HISTRIA DAS IDIAS PEDAGGICAS

    Teorias Pedaggicas Prof.Dorival Brito

    31

    BOURDIEU-PASSERON:

    A Escola e Reproduo Social.

    PENSAMENTO PEDAGGICO CRTICO

    BAUDELOT-ESTABLET:

    A Escola dividida.

    GIROUX: A teoria da

    Resistncia e da

    Pedagogia Radical.

    GIROUX:A teoria da

    Resistncia e da

    Pedagogia Radical.

    HISTRIA DAS IDIAS PEDAGGICAS Teorias Pedaggicas Prof.Dorival Brito

    32

    FAUNDEZ:A Educao de Adultos.

    PENSAMENTO PEDAGGICO DO TERCEIRO MUNDO

    CABRAL:A Educao como Cultura.

    NYERERE: Educao para a autoconfiana.

    1 PARTE: PENSAMENTO PEDAGGICO AFRICANO

    HISTRIA DAS IDIAS PEDAGGICAS

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    PENSAMENTO PEDAGGICO DO TERCEIRO MUNDO

    2 PARTE: PENSAMENTO PEDAGGICO LATINO-AMERICANO

    ROSA MARIA TORRES:

    A Alfabetizao popular.

    MARIA TERESA NIDELCOFF:

    A Formao do Professor-povo.

    FRANCISCO GUTIRREZ:

    A Pedagogia da Comunicao.

    HISTRIA DAS IDIAS PEDAGGICASTeorias Pedaggicas Prof.

    Dorival Brito34

    PENSAMENTO PEDAGGICO DO TERCEIRO MUNDO

    2 PARTE: PENSAMENTO PEDAGGICO LATINO-AMERICANO

    EMILIA FERREIRO:

    O Construtivismo.

    EMILIA FERREIRO:

    O Construtivismo.

    JUAN CARLOS TEDESCO:

    A autonomia da Escola.

    JUAN CARLOS TEDESCO:

    A autonomia da Escola.

    HISTRIA DAS IDIAS PEDAGGICAS

    Teorias Pedaggicas Prof.Dorival Brito

    35

    FERNANDO AZEVEDO:

    O Projeto Liberal

    PENSAMENTO PEDAGGICO BRASILEIRO

    1 PARTE: PENSAMENTO PEDAGGICO BRASILEIRO LIBERAL

    LOURENO FILHO:

    A reforma da Escola

    HISTRIA DAS IDIAS PEDAGGICASTeorias Pedaggicas Prof.

    Dorival Brito36

    ANSIO TEIXEIRA:

    Uma Nova Filosofia da Educao.

    PENSAMENTO PEDAGGICO BRASILEIRO

    1 PARTE: PENSAMENTO PEDAGGICO BRASILEIRO LIBERAL

    ROQUE SPENCER

    MACIEL DE BARROS:

    A Reforma do Sistema.

    HISTRIA DAS IDIAS PEDAGGICAS

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    Teorias Pedaggicas Prof.Dorival Brito

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    PAULO FREIRE:

    A Pedagogia do Oprimido.

    PENSAMENTO PEDAGGICO BRASILEIRO

    2 PARTE: PENSAMENTO PEDAGGICO BRASILEIRO PROGRESSITA

    PASCHOAL LEMME:

    Educao Poltica x Instruo.

    LVARO VIEIRA PINTO:

    O carter Antropolgico da Educao.

    HISTRIA DAS IDIAS PEDAGGICAS Teorias Pedaggicas Prof.Dorival Brito

    38

    MAURCIO TRAGTENBERG:

    Educao Libertria.

    HISTRIA DAS IDIAS PEDAGGICAS

    RUBEM ALVES:

    O Prazer na Escola.

    PENSAMENTO PEDAGGICO BRASILEIRO2 PARTE: PENSAMENTO PEDAGGICO BRASILEIRO PROGRESSITA

    DERMERVAL SAVIANE:

    A especificidade da

    Prtica Pedaggica.

    Teorias Pedaggicas Prof.Dorival Brito

    39

    HISTRIA DAS IDIAS

    PEDAGGICAS

    DOCUMENTOS e TERICOS

    Teorias Pedaggicas Prof.Dorival Brito

    40

    LAO-TS

    Laosignifica criana, jovem, adolescente. Ts sufixo de muitosnomes chineses e indica idoso, maduro, sabio, espiritualmente adulto.Pode-se transliterar Lao-Ts por jovem sbio, adolescente maduro.Lao-Tsviveu por volta do sculo VI a.C. Passou a primeira metade de suavida cerca de 40 anos na corte Imperial da China, trabalhando comohistoriador e bibliotecrio. Tinha grande familiaridade com a s ituao polticado Imprio. Por isso, s vezes, faz lembrar Shakespeare, cujos dramasrevelam as intrigas e a corrupo das cortes europias de seu tempo. Como

    o grande escritor britnico, Lao-Tsverbera o descalabro dos governos eaponta o caminho para sua regenerao.

    Na meia-idade, Lao-Ts, abandonou a corte imperial. Como eremita, v iveu nafloresta a segunda metade de sua vida, estudando, meditando, auscultando avoz da intuio csmica. Registrou essas experincias no livro Tao Te King.Finalmente, como cerca de 80 anos, cruzou a fronteira ocidental da China edesapareceu, sem deixar vestgio de sua vida ulterior. Conta a lenda que, aocruzar a fronteira, encontrou-se com o guarda da divisa que lhe pediu umresumo de sua filosofia. Ento, Lao-Ts, entregou um pequeno manuscritoque continha a essncia do que conhecemos sobre ele hoje: o Tao Te King.

    HISTRIA DAS IDIAS PEDAGGICAS Moacir Gadotti

    PENSAMENTO PEDAGGICO ORIENTAL

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    Teorias Pedaggicas Prof.Dorival Brito

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    TALMUDE: A EDUCAO HEBRAICA

    O trao predominante da educao hebraica era o idealismo religioso. Em todas asescolas, os estudos baseavam-se na Bblia. As matrias estudadas histria,geografia, aritmtica, cincias naturais se relacionavam com os textos bblicos e seimpregnavam de preceitos morais.O principal manual do povo hebreu era o TORA, tambm chamado Pentateucoporque reunia os cinco livros de Moiss. Moiss, homem essencialmente religioso elder do xodo no Egito, exerceu muita influncia na mentalidade judaica.O ensino era sobretudo oral. A repetio e a reviso constituam os processospedaggicos bsicos. Mais do que a Bblia, outro livro sagrado dos judeus oTalmude contm os preceitos bsicos para a educao judaica: as tradies,doutrinas, cerimnias, etc. O Talmude foi redigido no sc. II, existindo dele duasverses. Ele representava o cdigo religioso e civil dos judeus, que no aceitavamCristo. O Talmude aconselha os mestres a repetir at quatrocentas vezes as noesmal compreendidas pelos alunos. A disciplina escolar recomendada era mais amenado que a da Bblia. Para o Talmude, a criana deve ser punida com uma mo eacariciada com a outra. J a Bblia dizia que a vara, a repreenso, o castigo do

    sabedoria criana. A Bblia no menciona escola elementar, mas o Talmude sim:depois dos seis anos, lev-lo escola e carrega-o como um boi. Essa passagemindica claramente que o ensino hebraico era conteudista, enchendo a criana detrabalhos.

    HISTRIA DAS IDIAS PEDAGGICAS Moacir Gadotti

    PENSAMENTO PEDAGGICO ORIENTAL

    Teorias Pedaggicas Prof.Dorival Brito

    42

    SCRATES: (469-399 a.C)

    Filsofo grego nascido em Atenas, foi considerado o mais espantosofenmeno pedaggico da histria do Ocidente. Sua preocupao comoeducador, ao contrrio dos sofistas, no era de adaptao, a dialticaretrica*, mas despertar e estimular o impulso para a busca pessoal e averdade, o pensamento prprio e a escuta da voz interior.

    No os interessava os honorrios das aulas, mas o dilogo vivo e amistosocom seus discpulos. Scrates acreditava que o autoconhecimento oincio do caminho para o verdadeiro saber. No se aprende a andar nessecaminho com o recebimento passivo de contedos oferecidos de fora, mascom a busca trabalhosa que cada qual realiza dentro de si.

    Scrates foi acusado de blasfemar contra os deuses e de corromper ajuventude. Foi condenado morte e, apesar da possibilidade de fugir dapriso, permaneceu fiel a si e sua misso.

    No deixou nada escrito. O que herdamos foi o testemunho de seuscontemporneos, especialmente do seu discpulo mais importante, Plato.

    HISTRIA DAS IDIAS PEDAGGICAS Moacir Gadotti

    PENSAMENTO PEDAGGICO GREGO

    Teorias Pedaggicas Prof.Dorival Brito

    43

    PLATO: (427-347 a. C.)

    Principal discpulo de Scrates e mestre de Aristteles, foi um

    Importante filsofo. Nascido em Atenas, de uma famlia nobre, esteve emcontato com as personalidades mais importantes de sua poca.

    Das vrias obras que deixou, destacam-se: Repblica, Alegoria da caverna,Banquete, Sofista, Leis. Atravs delas, formula a tarefa central de todaeducao: retirar o olho do esprito enterra no grosseiro pantanal, emconstante mutao, e faz-lo olhar para a luz do verdadeiro ser, do divino;passar gradativamente da percepo ilusria dos sentidos para acontemplao da realidade pura e sem falsidade. Para ele, s com ocumprimento desta tarefa existe educao, a nica coisa que o homempode levar para a eternidade. Para que se alcance este objetivo convertera alma, encarar a educao como arte de converso.

    Em sua utpica Repblica todas as mulheres deveriam ser comuns a todosos homens. Para ele as autoridades do Estado deveriam decidir quemgeraria os filhos, quando, onde e quantas vezes. Estas e outras tesescontroversas da obra de Plato no conseguem obscurecer suacontribuio para a concepo do homem Ocidental e da Educao.

    PENSAMENTO PEDAGGICO GREGO

    HISTRIA DAS IDIAS PEDAGGICAS Moacir Gadotti Teorias Pedaggicas Prof.Dorival Brito

    44

    ARISTTELES: (384-322 a. C.)

    com Plato, um dos mais geniais filsofos gregos e o maior

    sistematizador de toda a Antiguidade.

    Nascido na Macednia, ingressa com 17 anos na Academia de Atenas,

    onde permanece estudando e ensinando durante 20 anos, at a morte de

    seu mestre, Plato.

    Contrrio ao idealismo de seu mestre, Aristteles prega de maneira realista

    que as idias esto nas coisas, com sua prpria essncia. tambm realista

    em sua concepo educacional; expem trs fatores principais que

    determinam o desenvolvimento espiritual do homem: disposio inata,

    hbito e ensino. Com isso, mostra-se favorvel a medidas educacionais

    condicionantes e acredita que o homem pode tornar-se a criatura mais

    nobre, como pode tornar-se a pior de todas, que aprendemos fazendo, que

    nos tornamos justos agindo justamente.

    PENSAMENTO PEDAGGICO GREGO

    HISTRIA DAS IDIAS PEDAGGICAS Moacir Gadotti

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    Teorias Pedaggicas Prof.Dorival Brito

    45

    MARCOS TLIO CCERO (106-43 a.C.):

    Orador e poltico romano, nasceu em Arpino, cidade do Lcio onde sua famlia tinhauma propriedade rural. Aos 10 anos foi enviado a Roma para completar suaeducao. A prendeu ento literatura grega e latina, alm da retrica, com os melhoresmestres da poca. Tinha como mestres Mcio Cvola, em Direito; Fedro, Diota e Filo, emFilosofia. Aprofundou-se no conhecimento das leis e doutrinas filosficas. Em 84 a.C.,escreveu sua primeira obra, De inventione, onde apresentou sua teoria sobre a retrica.

    Aos 25 anos de idade ingressou na vida forense. Em 75 a.C. Ccero foi nomeado questorda Siclia. Contra Verres, Ccero comps seus famosos discursos, jamais pronunciados,reunidos sob o nome de Verrinas(70 a.C.). Aproximou-se ento do auge a vida poltica doorador, vendo crescer seu prestgio. Sua ambio era chegar a consulado. Fez todo opossvel para galgar os cargos polticos, conseguindo obt-los um a um. Atinge oconsulado em 63 a.C. Num momento de crise da Repblica, Ccero entrou em desacordocom Csar e Pblio Cldio, que mandava matar quem discordasse de seu poder. Ccerose afastou da vida pblica. Mais tarde ao formar o segundo T riunvirato com Otvio eLpido, Ccero foi assassinado em Frmia. Sua cabea e suas mos ficaram expostas noFrum.

    Sua obra compreende discursos, tratados filosficos e retricos, cartas e poemas. Ccero considerado o maior dos prosadores romanos e o que mais influenciou os oradoresmodernos.

    PENSAMENTO PEDAGGICO ROMANO

    HISTRIA DAS IDIAS PEDAGGICAS Moacir Gadotti Teorias Pedaggicas Prof.Dorival Brito

    46

    MARCOS FBIO QUINTILIANO - por volta de 35- depois de 96.

    Nasceu em Calagurris, Espanha. Estudou retrica e lecionou em Romadurante 20 anos. Nos ltimos anos de sua vida, dedicou-se a botar porescrita a sua rica experincia, na famosa obra Instituto oratria, em dozelivros, sobre a educao do orador. Nela Quintiliano no se limita didtica e metodologia da retrica. Trata do problema do talento, dastarefas do educador e do professor, do estilo correto de ensino e deeducao e de inmeras questes pedaggicas.

    Defendia o ideal educacional da eloqncia perfeita. Tinha em mente umhomem ao mesmo tempo eloqente e sbio. No se contentava com umhomem apenas eloqente, que poderia defender-se ou responsabilizar-se pessoalmente por aquilo que defendia. Tambm no lhe bastava umindivduo apenas sbio: era necessrio que fosse eloqente.

    PENSAMENTO PEDAGGICO ROMANO

    HISTRIA DAS IDIAS PEDAGGICAS Moacir Gadotti

    Teorias Pedaggicas Prof.Dorival Brito

    47

    SANTO AGOSTINHO (354-430):

    Nasceu em Tagaste, parte oriental da atual Arglia. Depois de concluir osestudos, lecionou retrica em Tagaste, Cartago, Roma e Milo. Nocampo filosfico seguiu outras linhas, como o ceticismo, at serconquistado pelo cristianismo e batizado junto com o seu filho, quenasceu quando Agostinho tinha 18 anos. Seu filho Adeodato, morreu com17 anos. Agostinho foi ordenado sacerdote e, mais tarde, sagrado bispoem Hipona. Morreu nessa cidade, quando os vndalos a assediaram.Agostinho foi grande pensador e sutil psiclogo. Mas destacou-se

    sobretudo como o mais importante filsofo e telogo, no limiar entre aAntiguidade e a Idade Mdia. Entre as suas obras pedaggicas encontra-se uma que foi chamada de O livro da revolta, cujo ttulo O mestre.Dentro da tradio platnica, Agostinho redigiu-a em forma de dilogoentre ele e o seu filho. Nela defendeu a idia de que, como toda anecessidade humana, tambm a aprendizagem, em ltima instncia, spode ser satisfeita por Deus. Em sua pedagogia, recomendou aoseducadores jovialidade, alegria, paz no corao e s vezes tambmalguma brincadeira.

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    SO TOMS DE AQUINO (1224 OU 1225-1274):

    Nasceu num castelo na regio de Napoles. Filho mais novo do conde deAquino, foi obrigado a fugir para ingressar na ordem de So Domingos,pois seu pai era contrrio escolha pelo movimento das ordensmendicantes. Terminou os estudos em Paris, onde conheceu seu mestreAlberto Magno. Aos 27 anos, tornou-se professor universitrio.Toms foi canonizado, elevado a doutor da Igreja e declarado patronode todas as escolas catlicas. Com vida de bastante perigrinao,

    geralmente viajando a p visitou vrias cidades, nas quais nopermaneceu mais de trs anos. Morreu a caminho do Conclio de Lion,na Frana.Deixou uma obra imensa. Foi filsofo, telogo, um dos mais ativosOrganizadores dos estudos, reformador dos programas de ensino,fundador de escolas superiores mas, acima de tudo, professor.Seguia e pregava os seguintes princpios: evitar a averso pelo tdio edespertar a capacidade de admirar e perguntar, como incio do autnticoensino.

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    MICHEL MONTAIGNE (1533-1592):

    Nasceu no castelo de Montaigne, perto de Bardeaux. Suaeducao foi confiada a um humanista alemo. Estudou direito edurante alguns anos exerceu a funo de conselheiro parlamentarem Bardeaux. Mais tarde tornou-se prefeito deste lugar por 4anos. Dedicou o resto da sua vida as atividades literrias.

    Com seus pensamentos sobre educao, Montaigne pode serconsiderado um dos fundadores da pedagogia da Idade Moderna.Queixou-se s de trabalhar com a memria, deixando vazias arazo e a conscincia. Desejou um homem flexvel, aberto para averdade. Criticou duramente o brutal estilo de educao de suapoca.

    PENSAMENTO PEDAGGICO RENASCENTISTA

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    MARTINHO LUTERO (1483-1546):

    Foi lder da Reforma movimento religioso que levou aonascimento do protestantismo. Lutero nasceu e morreu naSaxnia. Recebeu o grau de mestre em filosofia na universidadede Erfurt (1505). Iniciou, ento, estudos de direito, interrompidosquando ingressou no convento dos agostinianos dessa mesmacidade. Em 1507 foi ordenado sacerdote. Doutorou-se em teologiae foi designado professor de teologia em W inttenberg, cargo quemanteve para o resto da sua vida.

    Em 1517, com a inteno de arrecadar fundos para a concluso dasuntuosa Baslica de So Pedro, o papa Leo X encarregou omonge dominicano Tetzel de oferecer indulgncias (perdo dospecados) a todos os que oferecessem polpudos donativos Igreja.

    Contra isso se insurgiu Lutero. A venda das indulgncias forneceua ocasio para a ruptura.

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    Lutero atacou o inquisidor Tetzel e refugiou-se em Wittenber.

    No tardou a traduzir as conseqncias de seus princpios e negousucessivamente a autoridade do papa, a hierarquia, o celibato dospadres, os votos monsticos, o culto aos santos, o purgatrio e amissa. Excomungado em 1520, queimou a bula do papa em praapblica. A venda das indulgncias forneceu a ocasio para a ruptura.

    Traduziu a Bblia para o alemo, colocando-a altura dos menosletrados. Passando do terreno puramente religioso ao social, atravsde panfletos, incutiu nos camponeses a rebeldia contra o pagamentode impostos que a Igreja cobrava e contra as opresses dos senhoresfeudais. Essa campanha resultou numa guerra civil em que oscamponeses estavam empenhados. A contenda devorou a vida de 100mil pessoas de ambos os lados. Nessa poca apareceram os primeirosprotestantes. As cidades do Imprio reclamavam o direito das minoriasque adotaram a Reforma. Queriam a liberdade de conscincia contra aimposio do credo das maiorias catlicas.

    MARTINHO LUTERO (continuao)

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    Dorival Brito52

    OS JESUTAS: a pedagogia dos jesutas exerceu grande influncia emquase todo o mundo, incluindo o Brasil. Chegaram aqui em 1549, foramexpulsos em 1759 e retornaram em 1847. At hoje a educao tradicionalos defende.A ordem dos jesutas foi fundada em 1534 pelo militar espanhol INCIODE LOYOLA ( 1491-1556) com o objetivo de consagrar-se educao dajuventude catlica. Seguia os princpios cristos e insurgia-se contra apregao religiosa protestante. O criador da Companhia de Jesusimprimiu uma rgida disciplina e o culto da obedincia a todos os

    componentes da ordem.A Ratium Studiorum o plano de estudos, de mtodos e a base filosficados jesutas. Representa o primeiro sistema organizado da educaocatlica. Ela foi promulgada em 1599, depois de um perodo deelaborao e experimentao. A educao dos jesutas destinava-se formao das elites burguesas, para prepar-las a exercer a hegemoniacultural e poltica. Eficientes na formao das classes dirigentes, osjesutas descuidaram completamente da educao popular.

    PENSAMENTO PEDAGGICO RENASCENTISTA

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    JOO AMS COMNIO (1592-1670):

    Educador tcheco, nasceu na Morvia. Criador de um sistemaeducacional que at hoje no foi superado, foi pioneiro do ecumenismo.Estudou teologia e ocupou a reitoria de um colgio, antes de serordenado padre. Vtima da Guerra dos Tr inta Anos, passou grande partede sua vida no exlio, pr imeiro na Polnia, onde foi bispo, mais tarde naSucia, na Prssia e na Holanda, onde veio a falecer.

    Superando definitivamente o pessimismo antropolgico da Idade Mdia,com seu otimismo realista Comnio influenciou as pedagogias daspocas posteriores, fortalecendo a convico de que o homem capazde aprender e pode ser educado. Seu trabalho est registrado em vrioslivros, entre os quais: Prdromus da Ponsofia, de 1630, na qual defendea generalizao do ensino, subordinado a um rgo de controleuniversal, como meio de pr fim s guerras; Porta aberta das Lnguas,de 1631, onde apresentou um novo mtodo de ensino do latim por meio

    de ilustraes e lies objetivas, que foi logo traduzido em 16 lnguas; Agrande didtica, de 1633, em que faz uma tentativa de criar a cincia daeducao utilizando os mesmos mtodos das cincias fsicas.

    PENSAMENTO PEDAGGICO MODERNO

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    Dorival Brito54

    As teorias educacionais de Comnio surpreendem pela atualidade.Defendeu-se nelas uma educao que interpretasse e alargasse aexperincia de cada dia e utilizasse os mios clssicos, comoensino da religio e da tica. O currculo, alm das matriascitadas, inclua msica, economia, poltica, histria e cincia. Naprtica de ensino, Comnio foi o pioneiro na aplicao de mtodosque despertassem o crescente interesse do aluno.

    JOO AMS COMNIO (continuao)

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    JOHN LOCKE (1632-1704):

    Fundou a moderna educao inglesa, cuja influencia ultrapassou asfronteiras de sua ptria. Locke estudou filosofia, lnguas antigas emedicina. A situao poltica da Inglaterra abrigou-o a exilar-se naHolanda. Ao regressar, publica a sua principal obra filosfica, Estudosobre o entendimento humano, e logo depois seu Pensamento sobre aeducao.

    Com seu estudo do entendimento humano, Locke marca o incio doIluminismo, que v a razo como condutora do homem. Para ele, noh dvida de que o fundamento de toda virtude est na capacidade derenunciar satisfao dos nossos desejos, quando no justificados pelarazo.

    PENSAMENTO PEDAGGICO MODERNO

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    JEAN-JACQUES ROUSSEAU (1712-1778):

    Filsofo e escritor, nasceu em Genebra, na Sua, e morreu na Frana. Nasceuprotestante, tornou-se catlico e retornou ao protestantismo.Segundo SUCHODOLSKI (1907-1992), pedagogia de Rousseau representou aprimeira tentativa radical e apaixonada de oposio fundamental pedagogia daessncia e de criao de perspectivas para uma pedagogia da existncia.A obra Emliode Rousseau tornou-se o manifesto do novo pensamento pedaggicoe assim permaneceu at os nossos dias. Nela o autor pretendeu provar que bomtudo que sai das mos do criador da Natureza e tudo degenera nas mos dohomem. Portanto, pregou que seria conveniente dar criana a possibilidade de

    um desenvolvimento livre e espontneo. O primeiro livro de leitura deveria ser oRobinson Cruso(escrito por Daniel Defoe, em 1719), que o filsofo consideravaum tratado de educao natural.A educao, segundo ele, no devia ter por objetivo a preparao da criana comvista ao futuro nem a modelao dela para determinados fins: devia ser a prpriavida da criana. Mostrava-se, portanto, contrrio educao precoce. Era precisoter em conta a criana, no s porque ela o objeto da educao o que apedagogia da essncia tambm se dispunha a fazer mas porque a crianarepresenta a prpria fonte da educao.As aventuras amorosas de Rousseau sempre terminavam mal. Teve cinco filhos queconfiou a um internato, terminando por jamais se encontrar com eles. No final davida a dor do abandono o levou a um complexo de perseguio e loucura.

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    JOHANN HEINRICH PESTALOZZI: (1746-1827)

    Educador suo nasceu em Zurique. Desde os tempos de estudante participoude movimentos de reforma social. Em 1774 fundou um orfanato onde tentouensinar os rudimentos de agricultura e de comrcio, iniciativa que fracassoupoucos anos depois.

    Publicou um romance em quatro volumes, bastante lido na poca, intituladoLeonardo e Getrudes, no qual delineava suas idias sobre reforma poltica,moral e social. Quando a cidade de Stans foi tomada durante a invasonapolenica de 1798. Pestalozzi reuniu algumas crianas abandonadas epassou a cuidar delas nas mais difceis condies.

    Em 1805, fundou o famoso internato de Yverdon, que durante seus 20 anos defuncionamento foi frequentado por estudantes de todos os pases da Europa.

    O currculo adotado dava nfase na atividade dos alunos: apresentava-se noincio objetos simples para chegar aos mais complexos; partiacia-se doconhecido para o desconhecido, do concreto para o abstrato, do particular parao geral. Por isso, as atividades mais estimuladas em Yvedon eram desenho,conto, educao fsica, modelagem, cartogafia e atividades ao ar livre.

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    JOHANN HEINRICH HERBART: (1776-1841)

    Filsofo, terico da educao e psiclogo alemo, estudou na Universidadede Lena, onde foi discpulo de Fichte. Em 1797 esteve na Suia e visitou aescola dirigida por Pestalozzi. A partir de 1809, ensinou filosofia e pedagogiana Universidade de Konigsberg.Para Herbart, a filosofia apresentou a elaborao e a anlise da experincia.A lgica tinha por objetivo a classificao dos conceitos, enquanto ametafsica e a esttica referia-se ao contedo do pensamento. A anliselgica revelava as contradies dos conceitos que a metodologia procuravaresolver.Como terico da educao defendeu a idia de que o objetivo da pedagogiae o desenvolvimento do carter moral. O ensino deve fundamentar-se naaplicao dos conhecimentos da psicologia. Criou o sistema que denominouinstruo educativa. Esse sistema, segundo educador brasileiro LourenoFilho, prope um ensino que, atravs de situaes sucessivas e bemreguladas pelo mestre, fortalece a inteligncia e, pelo cultivo dela, forma avontade e o carter. Herbart sugeriu que cada lio obedece-se a fases

    estabelecidas ou passos formais. Seriam eles: o da clareza da apresentaodos elementos sensveis de cada assunto; o de associao; o desistematizao; e, por fim, o de aplicao.

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    REVOLUO FRANCESAAvanos to considerveis na teoria e na prtica da educao, como os queocorreram no sculo XVIII, no poderiam deixar de ser tranformados em normajurdica. A educao proposta pela Revoluo Francesa ddeveria sertransformada em direito de todos e dever do Estado.A conveno* elaborou vrios decretos, expandindo pela Frana o ensinoobrigatrio, sem muito xito. Desde aquela poca os planos de educacionaispareciam mais avanados do que a prtica. Foi o caso do Plano Nacional deEduao, aprovado pela Assemblia Nacional Constituinte em 1793 e concebidopor LEPELLETIER (1760-1793), da qual apresentaremos a seguir algumaspartes.Inspirado em Rousseau, o texto de Lepelletier sintetiza as aspiraes frustadasde unidade entre educao e a poltica e de defesa do ensino pblico, gratuito,obrigatrio e igual para todos, at a criana atingir os 12 anos de idadeA questo da interveno do Estado na educaoj vinha sendo discutida desdeLutero. Mostesquieu (1689-1755) dedicou-lhe um captulo de sua obra O espritodas leis, publicado em 1748, defendendo a necesidade de criar leis para aeducao para que cada famlia pudesse educar seus filhos em conformidadecom as leis da sociedade. DANTON (1759-1794) chegou a afirmar que os filhospertencem Repblica antes de pertencerem aos pais**.

    PENSAMENTO PEDAGGICO ILUMINISTA

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    O texto de Lepelletier nutriu-se de todo esse debate: defendeu o princpio daigualdade efetiva e o direito ao saber do cidado, seja qual for sua profisso.Inspirado em Plato, pretendia que aos cinco anos de idade as crianas fossemeducadas em acampamentos do Estado caso de educao nacional). Cadagrupo de cinquenta crianas teria um professor que seria auxiliado por alunosmais experientes.Se o homem naturalmente bom, como queria Rousseau, no havianecessidade de religio; a cincia basta para formar o homem.O Estado s ofereceria uniformes e alimentao, esta condicionada execuode tarefas dirias. Aos professores, um salrio fixo. As despesas com educao

    seriam cobradas de todos os cidados, incluindo maiores taxas para os maisricos.O Plano Nacional de Educao no chegou a ser posto em prtica. Seu autor foiassassinado em 1793. entretanto, suas idias inspiradas no liberalismo do sculoXVIII tiveram notvel influncia nos sistemas nacionais de educao criados nosculo XIX.*Assemblia extraordinria reunida durante a Revoluo Francesa, de 1792 a1795, com a finalidade de modificar a Constituio e aprovar novas leis dereorganizao do pas.**LUZIRIAGA, Lorenzo. Histria da educao pblica. So Paulo: Nacional, 1959,p.49.

    REVOLUO FRANCESA (continuao)

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    SPENCER: (1820-1903)

    Nasceu na Inglaterra. Estudou Matemtica e Cincias, tornando-seengenheiro. Porm, sempre mostrou predileo pelas Cincias Sociais e aelas dedicou-se. Foi o maior representante do Positivismo, corrente filosficafundada por August Comte, que teve suas repercusses na Pedagogia.Em sua principal obra, educao intelectual, moral e fsica, Spenceracentuou o valor utilitrio da educao e mostrou que os conhecimentosmais importantes so os que servem para a conservao e a melhoria doindivduo, da famlia e da sociedade em geral. A educao, para ele,consistia em obter preparao completa do homem para a vida inteira. Emgeral, o objetivo da educao devia ser adquirir, do modo mais completopossvel, os conhecimentos que melhor servissem para desenvolver a vidaintelectual e social em todos os seus aspectos. Os que menos contribussempara esse desenvolvimento podiam ser tratados superficialmente.Spencer foi um dos maiores representantes da pedagogia individualista.

    Para ele, a filosofia representava o conhecimento totalmente unificado detoda a realidade.

    PENSAMENTO PEDAGGICO POSITIVISTA

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    DURKHEIM: (1858-1917)

    Nasceu na Frana, de uma famlia de rabinos. mais conhecido comosocilogo, mas tambm foi pedagogo e filsofo.Durkheim foi o sucessor de Comte na Frana. Pai do realismo sociolgico,explica o social pelo social, como realidade autnoma. Tratou em especialdos problemas morais: o papel que desempenham, como se formam e sedesenvolvem. Concluiu que a moral comea ao mesmo tempo que avinculao com o grupo. Ele via a educao como um esforo contnuopara preparar as crianas para a vida em comum. Por isso, era necessrioimpor a elas maneiras adequadas de ver, sentir e agir, s quais elas nochegariam espontaneamente. Para Durkheim, a sociologia determinaria osfins da educao. A Pedagogia e a Educao no representavam mais doque um anexo ou um apndice da sociedade e da sociologia; portanto,deveriam existir sem autonomia. O objetivo da educao seria apenassuscitar e desenvolver na criana certos nmeros de estados fsicos,intelectuais e morais exigidos pela sociedade polt ica no conjunto e pelo

    meio espacial a que ela particularmente se destina.

    PENSAMENTO PEDAGGICO POSITIVISTA

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    PENSAMENTO PEDAGGICO POSITIVISTA

    ALFRED NORTH WHITEHEAD (1861-1947):Filsofo, matemtico e educador ingls, foi professor em Cambridge eHarvard. Colaborou com Berthand Russell no monumental livro chamadoPrincipia mathematica.Whitehead afirmava frequentemente ser mais importante mostrar-seinteressante do que estar efetivamente correto. A educao s nostornava massantes e desisteressantes, quando no atingamos osobjetivos dela. Insistia muito na imaginao como motor da educao e

    no novo esprito cientfico.Em seu livro A cincia e o mundo modernomostrou profundo interessepelo progresso da cincia, concluindo que a c incia podia auxiliar oprogresso da educao. Segundo ele, nenhum aluno poderia terminar osegundo grau ou a universidade sem dominar o mtodo cientfico e semconhecer a histria da cincia.Suas idias pedaggicas, embora tenham alcanado uma influncialimitada na teoria educacional, colocam-no entre os maiores pensadoresneopositivistas contemporneos.

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    PENSAMENTO PEDAGGICO SOCIALISTA

    KARL HEINRICH MARX (1818-1883)Foi filsofo e economista alemo, idelogo do comunismo cientfico eorganizador o movimento do proletrio internacional. Nasceu em Treves,cidade situada hoje na Alemanha Ocidental, em 5 de maio de 1818. Erafilho de um advogado judeu convertido ao protestantismo. Cursou asUniversidades de Bonn e Berlim, onde estudou Direito, dedicando-seespecialmente Histria e Filosofia. Em Berlim ingressou num grupochamado hegeliano de esquerda, que interpretava as idias de Hegel do

    ponto de vista revolucionrio.No se limitando aos estudos tericos, Marx desenvolveu, durante toda asua vida, intensa atividade poltica, elaborando a doutrinado socialismo.A contribuio do socialismo para a educao tem que ser consideradaem dois nveis: o do esclarecimento e da compreenso da totalidadesocial, de que a educao parte, incluindo as relaes de determinaoe influncia que ela recebe da est rutura econmica, e o especfico dasdiscusses de temas e problemas educacionais. Nenhum pensadorinfluenciou to profundamente as cincias sociais contemporneas comoMarx.

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    PENSAMENTO PEDAGGICO SOCIALISTA

    KARL HEINRICH MARX (continuao)

    Para ele a educao do futuro deveria nascer do sistema fabril,associando-se ao o trabalho produtivo com a escolaridade e a ginstica.Essa educao se constituiria no mtodo para produzir seres humanosintegralmente desenvolvidos.Devemos mudar a educao para alterar a sociedade, ou atransformao social a primeira condio para a transformaoeducativa. Marx afirmou que uma dificuldade peculiar liga-se a estaquesto. De uma lado seria necessrio mudar as condies sociais parase criar um novo sistema de ensino; de outro, um novo sistema deensino transformaria as condies sociais.Para Marx, a transformao educativa deveria ocorrer paralelamente revoluo social. Para o desenvolvimento total do homem e a mudanadas relaes sociais, a educao deveria acompanhar e acelerar esse

    movimento, mas no encarregar-se exclusivamente de desencade-la,nem de faz-la triunfar.

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    VLADIMIR ILICH LNIN (1870-1924)

    Estadista russo foi fundador do comunismo bochevista, do partido comunista daURSS e do primeiro estado socialista do mundo. Lder da revoluo de 1917, grandeestudioso do marxismo, escreveu vrios livros sobre o assunto. Aps a guerra civil naRssia, dirigiu a restaurao da economia e orientou a transio da poltica de guerrapara a nova poltica. A permanncia de Lnin testa do governo sovitico foiextremamente curta. Em 1923 uma doena forou-o ao mais absoluto repouso, eprovocou sua morte no ano sequinte.Atuou no apenas como importante terico poltico que, soube o ponto de vista dacorrente ordoxia do marxismo, completou as contribuies originais de Marx e Engels.Foi tambm um organizador ativo, tendo partipado da organizao revolucionria quefinalmente levou a revoluo de outubro e 1917, da qual foi o maior lder.Lnin atribuiu grande importncia educao no processo de transformao social.Como primeiro revolucionrio a assumir o controle de um governo, pode experimentarna prtica a implantao das idias socializadas na educao. Acreditando que estadeveria desempenhar importante papel na construo de uma nova sociedade,afirmava que mesmo a educao burguesa que tanto criticava era melhor que aignorncia. A educao pblica deveria ser eminentemente poltica nosso trabalhono terreno do ensino a mesma luta para derrotar a burguesia; declaramospublicamente que a escola margem da vida, margem da poltica, falsidade ehipocrisia.

    PENSAMENTO PEDAGGICO SOCIALISTA

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    ANTON SEMIONOVITCH MAKARENKO (1888-1939)

    Considerado um dos maiores pedagogos soviticos e um dos expoentes dahistria e da educao socialista, criou a talvez mais elaborada e completaproposta educacional comprometida com a construo da sociedade socialista,dentre todas as produzidas pela tradio revolucionria.

    De origem ucraniana e operria, filho de ferrovirio, em 1905 Makarenkoconcluiu o curso de pedagogia na escola pblica de Krementchug, passando adar aulas em escolas populares at 1914.

    Em 1927, quando aconteceu a Revoluo Bolchevique, Makarenko

    terminava um curso no Instituto Pedaggico de Poltava e dirigia uma escola deferrovirios, desenvolvendo trabalhos polticos e pedaggicos junto comunidade.

    Chamado pelo Comissariado do Povo para fundar, em 1920, uma colniacorrecional para inmeros delinquentes e condenados e menoresabandonados legados pela Primeira Guerra Mundial e pela Guerra Civil (1918-1921), Makarenko viu-se frente a frente com o desafio da reeducao socialista.A partir desta prtica o educador formulou sua teoria pedaggica, abrangente eengajada. Ele prprio descreveu detalhadamente no

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    ANTON SEMIONOVITCH MAKARENKO (continuao)

    Poema Pedaggico, sua principal obra, as experincias nesta instituioque se transformou numa escola concreta onde a prtica diria,analisada a partir de suas concepes socialistas, lhe ensinaria mais quetodas as teorias pedaggicas.Algumas das qualidades dos cidado sovitico que Makarenko queriaformar foram: - um profundo sentimento do dever e da responsabilidadepara com os objetivos da sociedade; - um esprito de colaborao,solidariedade e camaradagem; - uma personalidade disciplinada, com

    grande domnio da vontade e com vistas aos interesses coletivos; -algumas condies de atuao que impedissem a submisso e aexplorao do homem pelo homem; - uma slida formao poltica; - umagrande capacidade de conhecer os inimigos do povo.Makarenko procurou moldar o novo homem, que achava possvel enecessrio, para a Rssia ps-revoluo. De humanista a militarista, elerecebeu todos os ttulos, mas sua polmica tornou-se ponto de refernciados educadores at hoje.

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    ANTONIO GRAMSCI (1891-1937)Militante e comunista italiano, era filho de camponeses. Aos vinte anos foipara Turim e envolveu-se na luta dos trabalhadores. Em 1921 ajudou afundar o Partido Comunista Italiano e se destacou na oposio aMussolini. Preso em 8 de novembro de 1926, produziu na cadeia mais detrs mil pginas nas quais, obrigado pela sensura carcerria, teve deinventar termos novos para camuflar conceitos que podiam parecerrevolucionrios demais aos olhos dos sensores.Gramsci morreu jovem, aos 46 anos, passando pelos os ltimos 10 anosna cadeia e em regime de deteno em hospitais. Ligeiramente corcunda,desde criana sofreu terrveis males fsicos e nervosos. As condiescarcerrias, as doenas e a solido o levaram morte precoce. Arepresso facista o impediu de prosseguir a ao poltica. Separado damulher e dos filhos, que viviam na URSS, sofreu de inmeras crises demelancolia. O Partido Comunista virou-lhe as costas. Mas, apesar dascondies adversas, penetrou a realidade com sua realidade e construiu

    um conjunto de princpios originais, ultrapassando na linha depensamento marxista as fronteiras at ento fixadas por Marx, Engels eLnin.

    PENSAMENTO PEDAGGICO SOCIALISTA

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    O princpio educacional que mais prezou foi a capacidade de as pessoastrabalharem intelectual e manualmente numa organizao educacionalnica ligada diretamente s instituies produtivas e culturais.Segundo ele, para neutralizar as diferenas devidas procedncia social,deviam ser criadas servios pr-escolares.A escola deveria ser nica, estabelecendo-se uma primeira fase com oobjetivo de formar uma cultura geral que humanizasse o trabalhointelectual e manual. Na fase seguinte, prevaleceria a participao doadolescente, fomentando-se a criatividade, a autodisciplina e aautonomia. Depois viria a fase de especializao. Nesse processo,tornava-se fundamental o papel do pofessor que deveria prepara-se paraser dirigente e intelectual.Para Gramsci, o desenvolvimento do Estado comunista se ligavaintimamente ao papel da escola comunista: a jovem gerao se educariana prtica da disciplina social, para que a realidade comunista se tornasse

    um fato.

    ANTONIO GRAMSCI (continuao)

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    JOHN DEWEY (1859-1952)

    Filsofo, psiclogo e pedagogo liberal norte-americano, exerceugrande influncia sobre toda pedagogia contempornea. Ele foidefensor da Escola Ativa, que propunha a aprendizagem atravs daatividade pessoal do aluno. Sua filosofia da educao foideterminante para que a Escola Nova se propagasse por todo omundo.

    Dewey praticou uma crtica contudente obedincia e submissoat ento cultivadas nas escolas. Ele as considerava verdadeirosobstculos educao. Atravs dos princpios da iniciativa,originalidade e cooperao, pretendia liberar as potencialidades doindivduo rumo a uma ordem social que, em vez de ser mudadadeveria ser constantemente aperfeioada. Assim, traduzia para ocampo da educao o liberalismo poltico-econmico dos EstadosUnidos.

    PENSAMENTO PEDAGGICO DA ESCOLA NOVA

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    Embora vrios aspectos da teoria de Dewey sejam similares pedagogia do trabalho, seu discurso apresentava-se bastantegenrico, no questionando as razes da desiqualdades sociais.Dewey privilegiava o aspecto psicolgico da educao, em prejuzoda anlise da organizao capitalista da sociedade, como fatoressencial para a determinao da estrutura educacional.Apesar de suas posies poltico-ideolgicas, Dewey construiuidias de carter progressista, como o autogoverno dos estudantes,

    a discusso sobre a legitimidade do poder poltico, alm da defesada escola pblica e ativa.Principais obras: Vida e Educao, Democracia e educao, Escolae Sociedade e Experincia e educao.

    JOHN DEWEY (continuao)

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    PENSAMENTO PEDAGGICO DA ESCOLA NOVA

    MARIA MONTESSORI (1870-1952)

    Nascida na Itlia, chegou Pedagogia por caminhos indiretos. Primeira mulher deseu pas a doutorar-se em medicina, seus mltiplos interesses levaram-na a estudosdiversos. Dedicou-se inicialmente s crianas deficientes, depois s crianasnormais. Em 1909 ela publicou os princpios bsicos de seu mtodo.Em sntese: ela propunha despertar a atividade infantil atravs do estmulo epromover auto educao da criana, colocando meios adequados de trabalho suadisposio. O educador, portanto, no atuaria diretamente sobre a criana, masofereceria meios para a sua autoformao. Maria Montessori sustentava que s acriana educadora da sua personalidade.Seu mtodo empregava um abundante material didtico (cubos, prismas, slidos,bastidores para enlaar caixas, cartes, etc), destinado a desenvolver a atividadedos sentidos. Esse material tem o carter peculiar de ser autocorretor.Maria Montessori morreu na Holanda. Sua didtica influenciou o ensino pr-escolarem vrios pases do mundo.A teoria pedaggica montessoriana divulgada pela Association MontessoriInternationale, sediada em Amsterdan, na Holanda, que realiza anualmentecongressos internacionais e organiza centros de treinamentos. Montessori emdiversos pases para a formao de professores especializados no mtodo dapedagoga italiana.Principais obras: Pedagogia Cientfica; A criana e etapas da educao .

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    Dorival Brito74

    PENSAMENTO PEDAGGICO DA ESCOLA NOVADOUARD CLAPARDE (1873-1940)Psiclogo e pedagogo suo, influenciou decididamente os modernos conceitos deeducao, exercendo papel pioneiro no movimento renovador da escolacontempornea. Claparde repetiu na Europa a atuao de John Dewey; ambos,no cenrio educacional da primeira metade deste sculo, foram os maioresexpoentes da Pedagogia da Ao.Iniciou em 1901 a publicao dos Arquivos de psicologia. Ali, sua conceituao deinteresse, marcadamente biolgica, comeou a acentua-se. A sntese de seutrabalho de psicologia da Universidade de Genebra e no seminrio de Psicologiapedaggica foi apresentada no livro Psicologia da criana e Pedagogiaexperimental. Em 1912, Claparde fundou o Instituto de Cincias Educativas deJEAN-JACQUES ROUSSEAU, em Genebra, que se tornaria famoso mais tarde graas obra do psiclogo JEAN PIAGET.Para Claparde, a pedagogia devia basear-se no estudo da criana, assim com ahorticultura se baseia no conhecimento das plantas. Fundamentando seuupensamento em Rousseau, ele dizia que infncia um conjunto de possibilidadescriativas que no deve ser abafada. Todo ser humano tem necessidade vital desaber, de pesquisar, de trabalhar. Essas necessidades se manifestam nas

    brincadeiras, que no so apenas uma diverso, mas um verdadeiro trabalho. Acriana leva muito a srio porque representa um desafio. Claparde chegou aelaborar uma verdadeira teoria do brinquedo.

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    PENSAMENTO PEDAGGICO DA ESCOLA NOVA

    DOUARD CLAPARDE (continuao)

    Segundo o pedagogo suo, a educao deveria ter como eixo a ao e noapenas a instruo pela qual a pessoa recebe passivamente os conhecimentos.Claparde criou ento um mtodo, denominado educao funcional, queprocurava desenvolver as aptides individuais e encaminh-las para o interessecomum, dentro de um conceito democrtico de vida social. Nenhuma sociedade,lembrava ele, progrediu devido reduo das pessoas a um tipo nico, mas simdevido a diferenciao.

    douard Claparde nasceu e morreu em Genebra. Ali formou-se em medicina,ocupando depois a ctedra de Psicologia na universidade local. Tambm estudouem Paris e Leipzig.Principais obras: Arquivos de Psicologia(1901), A escala sob medida(1921), Aeducao funcional(1931) e Como diagnosticar as aptides nos escolares (1933).

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    PENSAMENTO PEDAGGICO DA ESCOLA NOVAJEAN PIAGET (1896-1980)

    Psiclogo, suo, ganhou renome mundial com seus estudos sobre os processos deconstruo do pensamento nas crianas. Ele e seus colaboradores publicaram mais de 30volumes a esse respeito.Piaget recebeu o grau de doutor em cincias naturais em 1918. a partir de 1921 passou aestudar psicologia da criana no Instituto Jean-Jacques Rousseau, em Genebra. Tornou-seprofessor de psicologia na Universidade de Genebra e em 1955 fundou o Centro de Estudosde Epistemologia Gentica.Piaget divide os perodos de desenvolvimento humano de acordo com o aparecimento denovas qualidades do pensamento, o que por sua v ez interfere no desenvolvimento global: 1:sensrio-motor (0 a 2 anos); 2: pr-operatrio: (2 a 7 anos), a criana desenvolve certashabilidades, como a linguagem e o desenho; 3: operaes concretas (7 a 11 ou 12 anos), acriana comea a pensar criticamente; 4: operaes formais: (11 ou 12 anos em diante),quando a criana comea a lidar com abstraes e racionar acerca do futuro.Segundo Piaget, cada perodo caracterizado por aquilo de melhor o indivduo conseguefazer nessas faixas etrias. Todos os indivduos passam por essas f ases ou perodos, nessasequncia, porm o incio e o trmino de cada uma delas dependem das caractersticasbiolgicas do indivduo e de fatores educacionais, sociais. Portanto, a diviso nessas faixasetrias uma referncia, e no uma norma rgida.A crtica de Piaget escola tradicional cida. Segundo ele, os sistemas educacionaisobjetivam mais acomodar a criana aos conhecimentos tradicionais que formar intelignciasinventivas e crticas.

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    PENSAMENTO PEDAGGICO FENOMENOLGICO-EXISTENCIALISTA

    MARTIN BUBER (1978-1966)Nascido em Viena e falecido em Jerusalm, considerado o maisimportante filsofo da religio do nosso tempo. Mediador entre o judasmoe o cristianismo, foi um dos mais notveis representantes contemporneosdo existencialismo. Pensador liberal, produziu obras que representam umaextraordinria contribuio para a reconciliao entre religies, povos eraas.Sobre sua concepo pedaggica destacam-se trs pontos principais. Oponto de partida representa a encontro direto entre os homens, orelacionamento entre eles, o dilogo entre eu e tu. Segundo ele, aeducao exclusivamente de Deus, apesar de seu discurso humansticosobre o educador como formador ou sobre a foras criativas dascrianas. Finalmente, para o pensador, a liberdade, no sentido deindependncia, sem dvida um bem valioso. Mas no o mais elevado.Quem a considera como valor supremo, sobretudo com objetivoseducacionais, perverte-a e a transforma em droga que, com a ausncia decompromisso, gera a solido.Principais obras: A vida emdilogo; Eu e Tu.

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    PENSAMENTO PEDAGGICO FENOMENOLGICO-EXISTENCIALISTAJANUSZ KORCZAK (1878-1942)

    O nome real era Henryk Goldszmit, era um judeu polons, nascido em Varsvia emuma famlia patriota, apaixonada pela lngua e pela cultura polonesa. Ele foi poucopraticante da religio, mas no renegou o judasmo. Consagrou sua vida luta epela justia e pelos direitos da criana. Dedicou-se de corpo e alma ao orfanato daRua Krochmal na 92, em Varsvia, da qual foi diretor, mdico e professor.O jornal popular Nasz Przeglond (Nosso Jornal), em 1906, convidou-o parapreparar uma edio infantil. Korczak criou ento o jornalzinho Maly Przeglond(Pequena Revista), na qual s crianas escreviam para crianas.Ainda estudante iniciou sua obra literria e continuou a escrever at o trgico finalde sua vida. Seus livros so para e sobre a criana. E sua prxis pedaggico-educacional deu incio a uma reviso de mtodos, estrutura da escola, relaoprofessor-aluno e pais-filhos.Janusz Korczak tornou-se mito, por sua dedicao s crianas. Em 1942, osnacistas ocupantes da Polnia, lhe ordenaram que conduzisse seus pequenos paraa morte, prometendo-lhe um salvo conduto aps a tarefa. Ele recusou, amparadonos braos de dois meninos, acompanhou seus duzentos filhos at as cmaras de

    gs do campo de extermnio Treblinka, onde todos morreram.Principais obras: Quando eu voltar a ser criana; Como amar uma crianae Odireito da criana ao respeito.

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    PENSAMENTO PEDAGGICO FENOMENOLGICO-EXISTENCIALISTA

    GEORGES GUSDORF (1912)Filsofo francs, nasceu em Bordeaux. De 1852 at 1977 foi professor daUniversidade de Estrasburgo. Combateu o regime nazista e foi prisioneiro de guerraentre 1940-1945. no campo de concentrao organizou uma universidade com umpequeno grupo de intelectuais; nesse perodo tambm escreveu o livro A descobertade si mesmo. Foi ainda na priso que elaborou sua tese, defendida em 1948, sobrea experincia humana do sacrifcio.A principal educativa de Gusdorf, Professores, para qu?, foi escrita em 1963.Nesse livro, ele se pergunta se ainda h lugar para o professor em plena era dateleviso e dos meios modernos de comunicao.

    Diante de uma instruo de massa, ele terminava por reafirmar a relao cotidiana ebipolar de pessoa a pessoa entre mestres e discpulos. Para ele, todos os meiospedaggicos no produziram a comunicao, se entre professor e aluno no existira igualdade de condies e reciprocidade que caracterizam o dilogo. Mestres ediscpulos esto sempre em busca da verdade, e desta relao com a verdadeque nasce a autoridade do mestre: denuncia as universidades modernas porque seperdem na preocupao quantitativa da eficincia e especializao.De acordo com o filsofo, a pedagogia fundamenta-se na antropologia: o homemprecisa da educao porque ele essencialmente inacabado. Gusdorf valoriza naantropologia o estudo do mito e da linguagem: o homem se diferencia do animalporque fala.Principais obras: A palavra; A universidade em questoe Professores, para qu?.

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    PENSAMENTO PEDAGGICO FENOMENOLGICO-EXISTENCIALISTA

    CLAUDE PANTILLON (1938-1980)

    Nasceu na Sua, em 1938. Depois de ter concludo seu bachalerado naSorbonne (1956), prosseguiu seus estudos em Paris, onde teve a chance deacompanhar os grandes mestres do momento: Piaget, Deleuze, Gaston eSuzanne Bachelard e Ricouer.Licenciou-se em psicologia, filosofia e sociologia, sob a orientao de PaulRicouer. Desde 1961, instalou-se em Genebra, onde repatiu seu tempo

    entre o magistrio na universidade e o centro de epistemologia gentica.Em 1974, criou o Centro de Filosofia da Educao, com o seu assistenteMoacir Gadotti, antes de tudo, lugar de encontros, de abertura, de reflexesfundamentais sobre educao e novos questionamentos. Pantillon dirigiucom seu entusiasmo e sua energia, o Centro at a sua morte em 7 defevereiro de 1980.Principais obras: Une philosophi de lducation. Pour que faire?; Changerlducation.

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    PENSAMENTO PEDAGGICO ANTIAUTORITRIO

    CLESTIN FREINET (1896-1966)

    Nasceu na Frana e foi um dos educadores que mais marcou a escolafundamental de seu pas neste sculo. Atualmente, suas idias soestudadas em vrias partes do mundo, da pr-escola universidade.Freinet lutou na Primeira Guerra Mundial e foi ferido na altura do pulmo,o que lhe trouxe srias consequncias. Falava baixo e cansava-se logo.Esse problema levou-o a buscar novos modos de se relacionar com osalunos e de conduzir o trabalho na escola. Ele afirmava a existncia deuma dependncia da escola e o meio social, de forma a concluir que noexiste uma educao ideal, s uma educao de classes. Da sua opopela classe trabalhadora e a necessidade de tentar uma experinciarenovadora do ensino.Em seu livro Educao pelo trabalho, s ua principal obra, Freinet

    apresentou um confronto entre a escola tradicional e a escola proposta

    por ele, onde o trabalho tinha posio central, como metologia.

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    PENSAMENTO PEDAGGICO ANTIAUTORITRIO

    CARL RANSOM ROGERS (1902-1987)

    Psiclogo norte-americano, formou-se na universidade de Columbia (NewYork), onde especializou-se em problemas infantis. De 1935 a 1940,Rogers lecionou na universidade de Rochester; baseado em suaexperincia escreveu O Tratamento Clnico da Criana Problema. J entoconsiderava desejvel que o prprio cliente dirigisse o processoteraputico.Essa abordagem revolucionria e polmica foi desenvolvida no livroAconselhamento e Psicoterapia(1942). Como professor de psicologia nauniversidade de Chicago, ps em prtica suas idias, cujo resultados foramavaliados no livro Psicoterapia e Alterao na personalidade(1945).Finalmente, em Terapia Centrada no Cliente(1951), Carl Rogers fez umaexposio geral do seu mtodo no-diretivo, bem como suas aplicaes educao e a outros campos.De 1962 at a sua morte, atuou no Centro para Estudos da Pessoa, em La

    Jolla (EUA).

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    PENSAMENTO PEDAGGICO ANTIAUTORITRIO

    CARL RANSOM ROGERS (continuao)

    Para Rogers o aconselhamento tem como finalidade e eliminao dainconscincia entre o autoconceito e a experincia pessoal raiz dasdificuldades psicolgicas do ser humano. Isso facilita o amadurecimentoemocional, a aquisio da autonomia e as possibilidades deautorealizao. O desempenho do conselheiro consistiria ento naaceitao autntica e na clarificao das vivncias emocionais expressas

    pelo cliente. Logo, ele deve criar no curso da entrevista uma atmosferapropcia para que o prprio cliente escolha os seus objetivos. O uso dostestes psicolgicos e a elaborao de diagnstico se tornariamirrelevantes.Rogers tambm transporia para a educao a sua concepo teraputica.Principais obras: Tornar-se pessoae De Pessoa a Pessoa.

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    MICHEL LOBROT

    Pedagogo francs, discpulo de Celestin Freinet, influenciado pelas teoriaspsicanalticas de Freud, lecionou em Vicennes e na Universidade de Genebra.Lobrot propunha a autogesto poltica, teraputica social e, como diz o ttulo deum de seus livros, uma Pedagogia institucional para modificar as instituiespedaggicas existentes. Esta atitude permitiria alterar as mentalidades, tornando-asabertas e autonmas para, a seguir, modificar as instituies da sociedade. Assim,a pedagogia institucional proposta por Lobrot tem um objetivo poltico claro, namedida em que entende autogesto pedaggica como preparao para autogesto

    poltica.Ao colocar o problema da autoridade na educao, as relaes entre a liberdade ea coero, Lobrot acredita que apenas a escola pode tornar as pessoas menosdependentes. Seu objetivo desencadear, a partir de um grupo professor aluno eno permetro da sala de aula, um processo de transformao da instituio escolar,e da um processo de transformao da prpria sociedade.Michel Lobrot, o professor um consultor a servio do grupo sob questes demtodo, organizao ou contedo: o professor renuncia ao exerccio de suaautoridade, ao poder, palavra, e se limita a oferecer seus servios, suacapacidade aos melhores do grupo. Sua interveno se situa em trs nveis:

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    MICHEL LOBROT (continuao )Como monitor do grupo de diagnstico; ajuda ao grupo a desenvolver-secomo tal; auxilia o desenvolvimento de um clima grupal em que sejapossvel aprender; auxilia a superar os obstculos para aprender que estoenraizados no indivduo e na situao grupal; ajuda o coletivo a descobrir eutilizar os diferentes mtodos de pesquisa, ao, observao e feedback;como tcnico de organizao; como pesquisador ou sbio que possuiconhecimento e tem a capacidade de comunic-lo.A tarefa do professor seria as foras instituintes do grupo; essa forasconstruiriam novas instituies (ou contra-instituies, conformeLapassade), que funcionaria como analisadores, revelando os elementosocultos do sistema institucional.Outros pedagogos desenvolveram a pedagogia institucional. Entre e les,Fernand Oury e Aida Vasquez, de orientao freudiana. Eles se apoiavammas nas tcnicas de Freinet do que na no-diretividade rogeriana,preferida por Lobrot.

    Principais obras: A Pedagogia Institucional e A favor ou contra daautoridade?

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    PENSAMENTO PEDAGGICO CRTICOBOURDIEU-PASSERON (1930)Socilogo francs, lecionou na escola prtica de altos estudos, em Paris. Alm deseus trabalhos sobre etnologia e de suas investigaes tericas sobre sociologia,Bourdieu dirigiu, com Jean-Claude Passeron, o Centro de Sociologia Europia, quepesquisa os problemas da educao e da cultura na sociedade contempornea.O ponto de partida para a sua anlise a relao entre o sistema de ensino e osistema social. Para Bourdieu, a origem social marca de maneira inevitvel eirreversvel a carreira escolar e, depois, profissional, dos indivduos. Essa origemsocial produz primeiro o fenmeno de seleo: as simples estatsticas depossibilidades de ascender ao ensino superior, segundo a categoria social deorigem, mostra que o sistema escolar elimina de maneira contnua uma forteproporo das crianas sadas das classes populares.No entanto, segundo os pesquisadores franceses, um erro explicar o sucesso e ofracasso escolar apenas pela origem social. Existem outras causas que elesdesignam pela expresso herana cultural. Entre as vantagens que os herdeirospossuem, deve-se mencionar o maior ou o menor domnio da linguagem. A seleointervem quando a linguagem escolar insuficiente para o aproveitamento doaluno. E este fenmeno atinge prioritariamente as crianas de origem social mais

    baixa. As que tm xito so as que resistiram por diversas razes, laminagemprogressiva da seleo. Mantendo-se no sistema de ensino, elas provam teradquirido um domnio da linguagem ao menos igual ao dos estudantes sadas dasclasses superiores.

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    BOURDIEU-PASSERON (continuao)

    Finalmente, para Bourdieu e Passeron, a cultura das classes superioresestaria to prxima da cultura da escola que a criana originria de ummeio social inferior no poderia adquirir seno a formao cultural que dada aos filhos da classe culta. Portanto, para uns, a aprendizagem dacultura escolar uma conquista duramente obtida; para outro, umaherana normal, que inclui a reproduo das normas. O caminho a

    percorrer diferente, conforme a classe de origem.Principais obras dos autores: Les Hritiers, les tudiants et la culture; Areproduo; elementos para uma teoria do sistema de ensino.

    PENSAMENTO PEDAGGICO CRTICO

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    PENSAMENTO PEDAGGICO CRTICO

    BAUDELOT-ESTABLET

    Christian Baudelot e Roger Establet so professores de sociologia daeducao na Frana. Eles demonstraram que a c hamada escola nicano pode ser nica numa sociedade de classes. A cultura a transmitidae elaborada no uma s. Tudo o que se passa na escola atravessadopela diviso na sociedade. A escola no uma ilha de pureza e harmonianum mundo em conflito. Os fins da educao no so apenas diferentes,mas opostos e antagnicos.

    Esses autores tiveram o mrito de nos desvendar a iluso da unidade daescola. Eles desenvolveram os temas da diviso, da segregao e doantagonismo que condicionam os resultados finais do a luno, os contedose as prticas escolares. a diviso social do trabalho a responsvel peloinsucesso em massa da imensa maioria que inicia a escolaridade e noconsegue prosseguir. A escola, o aluno, o professor no so osresponsveis, os rus, mas as vtimas. Por isso, no se podecompreender a escola se no for relacionada com a diviso da sociedade. impossvel ignorar que a escola est dividida.Principal obra: A escola capitalista na Frana.

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    PENSAMENTO PEDAGGICO CRTICO

    HENRY GIROUX

    Foi professor secundrio, doutorou-se no Carnegie-Mellon Institute (EUA) elecionou na universidade de Boston e na Miame University (Ohio).Definindo-se como socialista democrtico, Giroux se dedicou da sociologia daeducao, da cultura, da alfabetizao e da teoria do currculo.Em seu livro Teoria crtica e resistncia em educao Giroux props uma visoradical da educao, inspirada na escola de Frankfurt, integrando e superando asposies neomarxistas da teoria de reproduo de Althusser, Bourdieu, Passeron,Samuel Bowles e Herbert Gintis. Incorporou as idias Gramsci numa sntese detodas essas posies, focalizando o conceito de resistncia. O aspecto maismarcante de Giroux parece ser o tratamento dialtico dos dualismos entre a aohumana e estrutura, contedo e experincia, dominao e resistncia. A escola analisada como um local de dominao e reproduo, mas que ao mesmo tempopermite s classes oprimidas um espao de resistncia.Giroux apresenta seu trabalho como uma viso de esperana e de possibilidadesao invs do desespero comumente apresentado pelos autores de esquerda.Outras obras do autor: Critical pedagogy, the state, and cultural Stingle(1989), emco-autoria com Peter Mclaren; Postmodern Education: politics, culture and Socialcriticism(1991), em co-autoria com Stanley Aronowitz.

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    PENSAMENTO PEDAGGICO DO TERCEIRO MUNDO

    AMLCAR CABRAL (1924-1973)Nasceu na Guin Portuguesa, onde viveu sua infncia. Terminoubrilhantemente o liceu, conquistando o direito a uma bolsa de estudosuniversitrios no Instituto Superior de Agronomia de Lisboa. Depois de terconcludo o curso de agronomia, partiu para Guin Bissau, onde ocupouo cargo de engenheiro agrnomo.Pela independncia da Guin e das Ilhas de Cabo Verde, Cabral lutoudurante toda a sua vida. Deixou obra que comportam vrios domnios: opoltico e o ideolgico, a estratgia militar, o desenvolvimento social, oprocesso de formao nacional e as relaes internacionais.Inserindo a teoria e a prtica do combate libertador numa perspectivarevolucionria de transformao global da sociedade, Almlcar Cabraldeixou-nos uma contribuio dinmica ao aprofundamento dos debatesideolgicos que caracterizam nossa poca.Almlcar Cabral foi assassinado em 20 de janeiro de 1973 por agentesdos colonialista portugus que tinha a preteno de controlar o povo para

    que no houvesse a revoluo. Ao contrrio do que supe osorganizadores, o povo prosseguiu a luta iniciada por Cabral e conquistousua liberdade em 24 de setembro de 1973.Principais obras: A arma da teoriae A prtica Revolucionria.

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    PENSAMENTO PEDAGGICO DO TERCEIRO MUNDO

    JULIUS K. NYEREREEm 1961, logo depois de sua independncia, a Tanznia passou por uma revoluoeducacional na qual o presidente do pas, Julis K. Nyerere, teve um papel bastante importante.Baseado no denominado Self-reliance programme (Programa de autoconfiana), presidenteNyerere resolveu investir maciamente em educao. Em apenas seis anos, o pas duplicou onmero de escolas.A nova filosofia educacional baseava-se no resgate da autoconfinaa de cada criana e de cadacidado, atravs do estudo de sua cultura, moral e histria. Os educandos deveriam serformados para participar ativamente da nova sociedade socialista que se instalou aps aindependncia.As aspiraes educacionais foram implementadas como garantias que se tivessem umamelhoria quantitativa e qualitativa do ensino, aliada elevao da qualidade de vida do cidado.O primeiro estgio, foi garantir que c ada professor tivesse clareza das implicaes educacionaisdessa nova filosofia. Foram organizados seminrios a nv el nacional, envolvendo todas aspessoas ligadas direta ou indiretamente educao, bem com representantes de organizaesde outra natureza.Uma das mudanas mais radicais foi o resgate e adoo do idioma nativo, o suvahili, comolngua oficial. Para isso, foi necessrio confeccionar novos materiais pedaggicos, o queenvolveu os mais diversos segmentos da sociedade, no esforo para se resgatar a autonomiacultural.Para que o pragrama Self-reliance fosse implantado, foi necessrio a construo de uma novaconscincia nacional onde no apenas os professores mais todos os cidados, muito m aisatravs de seus exemplos do que de suas palavras, contribussem na formao dos jovens ecrianas tranzaneses.

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    PENSAMENTO PEDAGGICO DO TERCEIRO MUNDO

    ANTONIO FAUNDEZ (1938)

    Nasceu no Chile. Graduou-se em f ilosofia pela universidade deConcepcon, onde mais tarde veio a lecionar e dirigiu o departamento efilosofia.Exilado poltico desde o golpe de estado em 1973, Faundez doutorou-seem socilogia e semiologia das artes e literatura pela escola de AltosEstudos em Cincias Sociais de Paris (1981). especialista em sociologiada cultura e da educao.No Brasil, participou de vrios congressos, nos quais falou em especial

    sobre Educao de Adultos na frica, onde trabalhou em diversos pases,principalmente, nos de lngua portuguesa. A proximidade entrepensamento pedaggico e o latino-americano muito grande. No caso deAntonio Faundez poderamos dizer que seu pensamento afro-latino-americano.Atualmente consultor no Centro de Estudos de Educao de pases emDesenvolvimento, em Haia, na Holanda e secretrio executivo, IDEA Instituto para o Desenvolvimento de Educao de Adultos.Entre suas obras esto: Por uma pedagogia da pergunta, discusso entreAntonio Faundez e Paulo Freire; Oralidade e escrita.

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    PENSAMENTO PEDAGGICO DO TERCEIRO MUNDO

    FRANCISCO GUTIRREZ (1928)Nasceu na Espanha. Ainda jovem, veio para a Amrica Latina, ondeterminou seus estudos secundrios e superiores. Sua tese de graduaofala sobre educao do espectador cinematogrfico tema que ser comoum fio condutor de suas atividades em diferentes pases latino-americanos,especialmente nos pases latino-americanos, especialmente na Colmbia,Panam, na Costa Rica e no Peru. Licenciado em Cincias da Educao,logo obtm ps-graduao em esttica e histria cinematogrfica.Em 1969, estuda na Frana, com uma bolsa do governo Francs, temascomo os meios de comunicao e a pedagogia da linguagem total. Nosltimos anos tem se dedicado investigao e colocao em prtica dapedagogia da linguagem total em vrios pases da Amrica Latina.Vive atualmente na Costa Rica e assessora experincias de linguagem total.Obras publicadas: El lenguaje total(1972), Hacia una pedagogia basada emnuevos lenguajes de los medios de comunicacin social(1972), Totallanguage, a new approach to education(1973), El lenguaje total: vocabulario

    (1972).

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    ROSA MARIA TORRES

    Pedagoga e linguista equatoriana, tem tido g rande atuao dentro docampo da educao popular: participou de projetos de alfabetizao eeducao popular em mais de um pas da Amrica Latina, inclusive naNicargua ps-revolucionria; dedicou-se a assessoria, sistematizao eavaliao de experincias, tendo reproduzido reconhecidas contribuiestericas e prticas.Em seu ensaio Discurso e prtica em educao popular, publicado noBrasil em 1988, a pedagoga critica a distncia entre o que se diz sereducao popular e o que ela tem sido realmente. No discurso, a educaodas massas sempre alvo de promessas e esperanas, sempreapontada como a soluo para os problemas do pas. Na prtica,entretanto, a educao pblica nunca priorizada, existe em condiesadversas e ainda est longe de universalizar-se.Obras mais importantes: Nicargua: revolucin popular; Educacin popular

    e Educacin popular: un encontro com Paulo Freire.

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    MARIA TERESA NIDELCOFF

    Educadora argentina. Desenvolveu suas atividades prticas com crianasda classe trabalhadora no bairros operrios de Buenos Aires. Sua obravisou formar educadores engajados, que denominava professores-povo,contrapondo-se formao do educador tradicional (neuto) e aoeducador das classes dominantes que denominava professor-policial.Procurava substitutir a atitude policialesca e castradora desde por umaatitude criativa de engajamento na cultura do educando do professor-

    povo.Para ela os professores podem e devem constituir-se em elementos damudana numa sociedade preocupada em manter as coisas como esto.Para isso, a mudana de atitude e uma compreenso concreta darealidade local e da escola por parte do magistrio so fundamentais.Nildelcoff afirma que a escola real, em que os estudantes vivem suasexperincia pedaggicas concretas, substancialmente diferente daescola terica projetada pelos donos do poder para preservar ereproduzir as normas sociais vigentes.

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    MARIA TERESA NIDELCOFF (continuao)

    Diante da massificao da pedagogia e da sociedade ela prope queos professores comecem a atuar com maior participao no processoeducativo e iniciar a criao de uma didtica que surja deles mesmos,que interrompa o processo de despersonalizao da educao e, acimade tudo, possa comear a ser aplicada agora, sem esperar que ascoisas mudem para que as mudanas internas possam acontecer.

    A obra de Nidelcoff situa-se entre aquelas que buscam o estudo daprpria realidade como tcnica de transformao e mudana.

    Principais obras: Uma escola para o povo; A escola e a compreenso darealidadee As cincias sociais na escola.

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    EMILIA FERREIRO

    argentina radicada no Mxico desde 1967. Doutorou-se em psicologiapela Universidade de Genebra. Foi orientanda e colaboradora de JeanPiaget. H mais de 10 anos desenvolve trabalhos sobre a Psicognese dalngua escrita.Foi professora em inmeras universidades latino-americanas e europias.Atualmente exerce a funo de professora titular do centro de pesquisade estudos avanados do Instituto Politcnico Nacional do Mxico etrabalha como pesquisadora do Centro de Internacional de EpistemologiaGentica.A teoria de Emilia Ferreiro nasce do bojo da Amrica Latina, onde aevaso e reteno progridem de forma alarmante. Como uma importantesada para esta problemtica, Emilia Ferreiro repensa o processo deaquisio da escrita e da leitura.

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    EMILIA FERREIRO (continuao)

    A autora pesquisou a psicognese da lngua escrita, verificando que asatividades de interpretao e da produo da escrita comeam antes daescolarizao, e que a aprendizagem dessa escr ita se insere em umsistema de concepes, elaborado pelo prprio educando, cujoaprendizado no pode ser reduzido a um conjunto de tcnicas perceptivo-motoras.Principais obras: Los procesos constructivos de apropriacin de laescritura(1982), Psicognese da lngua escrita; Alfabetizao emprocesso(1986), Reflexes sobre alfabetizao(1985).

    Outra educadora argentina, ANA TEBEROSKY (1943), vemacompanhando o estudo e a pesquisa de Emilio Ferreiro na Espanha.Para elas o uso de cartilha na alfabetizao obsoleto, pois a criana jdispe de conhecimento sobre a escrita an tes de entrar na escola.

    a partir desses estgios de conhecimentos que o educador devedesenvolver sua prtica pedaggica.

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    JUAN CARLOS TEDESCO

    um dos mais respeitados socilogos educacionais da Amrica Latina.Nasceu na Argentina, foi professor da Universidade de La Prata, naArgentina, e da Flacso (Faculdade Latino-americana de CinciasSociais). Foi tambm diretor do escritrio regional da Unesco, com sedeem Santiago, no Chile. Atualmente diretor do Bureau Internacional deEducao da Unesco, com sede em Genebra, na Sua.Os estudos de Juan Carlos Tedesco o levaram concluso que a

    qualidade da educao e seu maior ou menor dinamismo e eficinciano tm relao direta com seu carter pblico ou privados dosestabelecimentos de ensino, e sim com a capacidade de levar frenteuma gesto autnoma.Entre os seus livros destacamos: El desafio educativoe Sociedade daeduao(1983).

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    FERNANDO DE AZEVEDO

    Educador, socilogo e humanista brasileiro. Nasceu em So Gonalodo Sapuca, em Minas Gerais, e faleceu em So Paulo. Foi professorde Sociologia na Universidade de So Paulo, de cuja faculdade deFilosofia foi o diretor. Como diretor do Departamento de Educao doEstado de So Paulo promoveu vrias reformas pedaggicas.Membro de diversas associaes cientficas, brasileiras e estrangeiras,Fernando de Azevedo atuou como especialista da Unesco para a

    Educao na Amrica Latina. Em 1967 foi eleito da AcademiaBrasileira de Letras.Inclinado inicialmente para os estudos clssicos, firmou depois suareputao como socilogo e educador especialmente a partir dareforma do sistema escolar do R io de Janeiro.Principais obras: A educao pblica em So Paulo; A educao eseus problemas; Cultura brasileirae A educao entre dois mundos.

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    MANOEL BERGSTROM LOURENO FILHO (1897-1970)Nasceu em So Paulo e fa leceu no Rio de Janeiro.Em 1922, comissionado diretor da Instituio Pblica, realizou umareforma geral no ensino, por solicitao do governo do Cear, consideradaum dos movimentos pioneiros da Escola Nova no pas.Em 1927 fundou o Liceu Nacional Rio Branco, onde organizou e dirigiu aescola experimental, participou da fundao da Sociedade de Educao edo Instituto de Organizao Racional do Trabalho. Em 1938 foi convidadopelo ministro Gustavo Capanema para organizar e dirigir o INEP. Em1940, publicou o livro Tendncias da educao brasileira. Em 1941,presidiu a Comisso Nacional do Ensino Primrio, organizou e secretarioua I Conferncia Nacional de Educao. Em 1944, fundou no INEP aRevista Brasileira de Estudos Pedaggicos. Em 1947, ocupou pelasegunda vez a direo do Departamento Nacional de Educao; organizoue dirigia Campanha Nacional de Educao de Adultos, primeiro movimentode educao popular de iniciativa do governo federal. Em 1948, presidiu acomisso designada para elaborar o anteprojeto de Lei de Diretrizes eBases da Educao Nacional.

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    PENSAMENTO PEDAGGICO BRASILEIRO

    MANOEL BERGSTROM LOURENO FILHO (continuao)

    Traa importante do pensamento e da ao de Loureno Filho o dainovao. Muitas vezes, foi pioneiro (assinou, inclusive, o Manifesto dosPioneiros da Educao Nova, em 1932) e destacadamente umreformador ou modernizador.Em seu pensamento, desde os anos 20, o ensino primrio foipreocupao central.Entre suas obras, destacamos: Introduo ao Estudo da Escola Nova(1929), Tendncias da Educao brasileira(1940) e Organizao eadministrao escolar(1963).

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    ANSIO TEIXEIRA (1900-1971)

    As idias de Ansio Teixeira influenciaram todos os setores de educao no Brasile mesmo o sistema educacional da Amrica Latina. Entre outras contribuiespode-se citar o Centro Educacional Carneiro Ribeiro, em Salvador (BA), primeiraexperincia no Brasil de promover a educao cultural e profissional de jovens.Ansio Teixeira nasceu em Caiet (BA). Foi inspetor-geral de ensino e diretor-geralda Instruo Pblica da Secretaria do Interior, Justia e Instruo Pblica daBahia.

    Esteve nos EUA pesquisando sobre a educao desse pas e formou-se emeducao na Universidade de Colmbia, tornando-se discpulo e amigo do filsofoe educador norte-americano John Dewey. Em 1935 tornou-se secretrio daEducao e Cultura do Distrito Federal, lanando um sistema de educao globaldo primrio universidade. Foi ainda membro do Conselho Federal de Educao,reitor da universidade de Braslia e recebeu o ttulo de professor emrito daUniversidade Federal do Rio de Janeiro. Morreu no Rio de Janeiro.Principais obras: Educao Pblica: organizao e administrao(1935),Educao no privilgio(1956), Educao um direito(1967) e Pequenaintroduo filosofia da educao(8.ed. em 1978).

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    PENSAMENTO PEDAGGICO BRASILEIRO

    ROQUE SPENCER MACIEL DE BARROS (1927)Nascido no interior de So Paulo, onde fez estudos primrios esecundrios. Cursou filosofia na Universidade de So Paulo. Nessainstituio passou sua vida profissional como professor na rea de histriae filosofia da educao, at aposentar-se em 1984.Alm de professor, escreve para o jornal O Estado de So Paulo, com