história das ideias políticas - sesi-jundiai.webnode.com · c) os princípios e não os...

18
Professor Ítalo Silva - Lista 3º Bimestre - Filosofia 2º Ano FILOSOFIA POLÍTICA - Página 1 de 18 1. (Uepa 2015) Leia o texto para responder à questão. Platão: A massa popular é assimilável por natureza a um animal escravo de suas paixões e de seus interesses passageiros, sensível à lisonja, inconstante em seus amores e seus ódios; confiar- lhe o poder é aceitar a tirania de um ser incapaz da menor reflexão e do menor rigor. Quanto às pretensas discussões na Assembleia, são apenas disputas contrapondo opiniões subjetivas, inconsistentes, cujas contradições e lacunas traduzem bastante bem o seu caráter insuficiente. (Citado por: CHATELET, F. História das Ideias Políticas. Rio de Janeiro: Zahar, 1997, p. 17) Os argumentos de Platão, filósofo grego da antiguidade, evidenciam uma forte crítica à: a) oligarquia b) república c) democracia d) monarquia e) plutocracia 2. (Enem 2017) Se, pois, para as coisas que fazemos existe um fim que desejamos por ele mesmo e tudo o mais é desejado no interesse desse fim; evidentemente tal fim será o bem, ou antes, o sumo bem. Mas não terá o conhecimento, porventura, grande influência sobre essa vida? Se assim é, esforcemo-nos por determinar, ainda que em linhas gerais apenas, o que seja ele e de qual das ciências ou faculdades constitui o objeto. Ninguém duvidará de que o seu estudo pertença à arte mais prestigiosa e que mais verdadeiramente se pode chamar a arte mestra. Ora, a política mostra ser dessa natureza, pois é ela que determina quais as ciências que devem ser estudadas num Estado, quais são as que cada cidadão deve aprender, e até que ponto; e vemos que até as faculdades tidas em maior apreço, como a estratégia, a economia e a retórica, estão sujeitas a ela. Ora, como a política utiliza as demais ciências e, por outro lado, legisla sobre o que devemos e o que não devemos fazer, a finalidade dessa ciência deve abranger as das outras, de modo que essa finalidade será o bem humano. ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. In: Pensadores. São Paulo: Nova Gunman 1991 (adaptado). Para Aristóteles, a relação entre o sumo bem e a organização da pólis pressupõe que a) o bem dos indivíduos consiste em cada um perseguir seus interesses. b) o sumo bem é dado pela fé de que os deuses são os portadores da verdade. c) a política é a ciência que precede todas as demais na organização da cidade. d) a educação visa formar a consciência de cada pessoa para agir corretamente. e) a democracia protege as atividades políticas necessárias para o bem comum. 3. (Enem (Libras) 2017) TEXTO I Aquele que não é capaz de pertencer a uma comunidade ou que dela não tem necessidade, porque se basta a si mesmo, não é em nada parte da cidade, embora seja quer um animal, quer um deus. ARISTÓTELES. A política. São Paulo: Martins Fontes, 2002. TEXTO II Nenhuma vida humana, nem mesmo a vida de um eremita em meio à natureza selvagem, é possível sem um mundo que, direta ou indiretamente, testemunhe a presença de outros seres humanos. ARENDT, H. A condição humana. Rio de Janeiro: Forense, 1995.

Upload: duongthien

Post on 27-Jan-2019

219 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Professor Ítalo Silva - Lista 3º Bimestre - Filosofia – 2º Ano

FILOSOFIA POLÍTICA - Página 1 de 18

1. (Uepa 2015) Leia o texto para responder à questão. Platão: A massa popular é assimilável por natureza a um animal escravo de suas paixões e de seus interesses passageiros, sensível à lisonja, inconstante em seus amores e seus ódios; confiar-lhe o poder é aceitar a tirania de um ser incapaz da menor reflexão e do menor rigor. Quanto às pretensas discussões na Assembleia, são apenas disputas contrapondo opiniões subjetivas, inconsistentes, cujas contradições e lacunas traduzem bastante bem o seu caráter insuficiente.

(Citado por: CHATELET, F. História das Ideias Políticas. Rio de Janeiro: Zahar, 1997, p. 17) Os argumentos de Platão, filósofo grego da antiguidade, evidenciam uma forte crítica à: a) oligarquia b) república c) democracia d) monarquia e) plutocracia 2. (Enem 2017) Se, pois, para as coisas que fazemos existe um fim que desejamos por ele mesmo e tudo o mais é desejado no interesse desse fim; evidentemente tal fim será o bem, ou antes, o sumo bem. Mas não terá o conhecimento, porventura, grande influência sobre essa vida? Se assim é, esforcemo-nos por determinar, ainda que em linhas gerais apenas, o que seja ele e de qual das ciências ou faculdades constitui o objeto. Ninguém duvidará de que o seu estudo pertença à arte mais prestigiosa e que mais verdadeiramente se pode chamar a arte mestra. Ora, a política mostra ser dessa natureza, pois é ela que determina quais as ciências que devem ser estudadas num Estado, quais são as que cada cidadão deve aprender, e até que ponto; e vemos que até as faculdades tidas em maior apreço, como a estratégia, a economia e a retórica, estão sujeitas a ela. Ora, como a política utiliza as demais ciências e, por outro lado, legisla sobre o que devemos e o que não devemos fazer, a finalidade dessa ciência deve abranger as das outras, de modo que essa finalidade será o bem humano.

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. In: Pensadores. São Paulo: Nova Gunman 1991 (adaptado).

Para Aristóteles, a relação entre o sumo bem e a organização da pólis pressupõe que a) o bem dos indivíduos consiste em cada um perseguir seus interesses. b) o sumo bem é dado pela fé de que os deuses são os portadores da verdade. c) a política é a ciência que precede todas as demais na organização da cidade. d) a educação visa formar a consciência de cada pessoa para agir corretamente. e) a democracia protege as atividades políticas necessárias para o bem comum. 3. (Enem (Libras) 2017) TEXTO I Aquele que não é capaz de pertencer a uma comunidade ou que dela não tem necessidade, porque se basta a si mesmo, não é em nada parte da cidade, embora seja quer um animal, quer um deus.

ARISTÓTELES. A política. São Paulo: Martins Fontes, 2002. TEXTO II Nenhuma vida humana, nem mesmo a vida de um eremita em meio à natureza selvagem, é possível sem um mundo que, direta ou indiretamente, testemunhe a presença de outros seres humanos.

ARENDT, H. A condição humana. Rio de Janeiro: Forense, 1995.

Professor Ítalo Silva - Lista 3º Bimestre - Filosofia – 2º Ano

FILOSOFIA POLÍTICA - Página 2 de 18

Associados a contextos históricos distintos, os fragmentos convergem para uma particularidade do ser humano, caracterizada por uma condição naturalmente propensa à a) atividade contemplativa. b) produção econômica. c) articulação coletiva. d) criação artística. e) crença religiosa. 4. (Espm 2017) Cícero e os humanistas afirmavam que "nada é mais eficaz para defender e manter o poder do que ser amado e nada é mais danoso do que ser temido”. Um importante pensador moderno contrapôs: "Seria desejável ser uma coisa e outra (amado e temido), mas, como é quase impossível obter ambas as coisas ao mesmo tempo, é muito mais seguro ser temido que amado, quando se deve escolher uma dessas condições."

Eugenio Garin. Dal Rinascimento all Illuminismo. O importante pensador moderno mencionado no enunciado é: a) Thomas Hobbes; b) Nicolau Maquiavel; c) Jean Bodin; d) Jacques Bossuet; e) John Locke. 5. (Enem 2ª aplicação 2016) Texto I Até aqui expus a natureza do homem (cujo orgulho e outras paixões o obrigaram a submeter-se ao governo), juntamente com o grande poder do seu governante, o qual comparei com o Leviatã, tirando essa comparação dos dois últimos versículos do capítulo 41 de Jó, onde Deus, após ter estabelecido o grande poder do Leviatã, lhe chamou Rei dos Soberbos. Não há nada na Terra, disse ele, que se lhe possa comparar.

HOBBES, T. O Leviatã. São Paulo: Martins Fontes, 2003. Texto II Eu asseguro, tranquilamente, que o governo civil é a solução adequada para as inconveniências do estado de natureza, que devem certamente ser grandes quando os homens podem ser juízes em causa própria, pois é fácil imaginar que um homem tão injusto a ponto de lesar o irmão dificilmente será justo para condenar a si mesmo pela mesma ofensa.

LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo civil. Petrópolis: Vozes, 1994. Thomas Hobbes e John Locke, importantes teóricos contratualistas, discutiram aspectos ligados à natureza humana e ao Estado. Thomas Hobbes, diferentemente de John Locke, entende o estado de natureza como um(a) a) condição de guerra de todos contra todos, miséria universal, insegurança e medo da morte

violenta. b) organização pré-social e pré-política em que o homem nasce com os direitos naturais: vida,

liberdade, igualdade e propriedade. c) capricho típico da menoridade, que deve ser eliminado pela exigência moral, para que o

homem possa constituir o Estado civil. d) situação em que os homens nascem como detentores de livre-arbítrio, mas são feridos em

sua livre decisão pelo pecado original. e) estado de felicidade, saúde e liberdade que é destruído pela civilização, que perturba as

relações sociais e violenta a humanidade. 6. (Enem 2ª aplicação 2016) A justiça e a conformidade ao contrato consistem em algo com que a maioria dos homens parece concordar. Constitui um princípio julgado estender-se até os

Professor Ítalo Silva - Lista 3º Bimestre - Filosofia – 2º Ano

FILOSOFIA POLÍTICA - Página 3 de 18

esconderijos dos ladrões e às confederações dos maiores vilões; até os que se afastaram a tal ponto da própria humanidade conservam entre si a fé e as regras da justiça.

LOCKE, J. Ensaio acerca do entendimento humano. São Paulo: Nova Cultural, 2000 (adaptado).

De acordo com Locke, até a mais precária coletividade depende de uma noção de justiça, pois tal noção a) identifica indivíduos despreparados para a vida em comum. b) contribui com a manutenção da ordem e do equilíbrio social. c) estabelece um conjunto de regras para a formação da sociedade. d) determina o que é certo ou errado num contexto de interesses conflitantes. e) representa os interesses da coletividade, expressos pela vontade da maioria. 7. (Enem PPL 2016) A importância do argumento de Hobbes está em parte no fato de que ele se ampara em suposições bastante plausíveis sobre as condições normais da vida humana. Para exemplificar: o argumento não supõe que todos sejam de fato movidos por orgulho e vaidade para buscar o domínio sobre os outros; essa seria uma suposição discutível que possibilitaria a conclusão pretendida por Hobbes, mas de modo fácil demais. O que torna o argumento assustador e lhe atribui importância e força dramática é que ele acredita que pessoas normais, até mesmo as mais agradáveis, podem ser inadvertidamente lançadas nesse tipo de situação, que resvalará, então, em um estado de guerra.

RAWLS, J. Conferências sobre a história da filosofia política. São Paulo: WMF, 2012 (adaptado).

O texto apresenta uma concepção de filosofia política conhecida como a) alienação ideológica. b) microfísica do poder. c) estado de natureza. d) contrato social. e) vontade geral. 8. (Unicamp 2016) Quanto seja louvável a um príncipe manter a fé, aparentar virtudes e viver com integridade, não com astúcia, todos o compreendem; contudo, observa-se, pela experiência, em nossos tempos, que houve príncipes que fizeram grandes coisas, mas em pouca conta tiveram a palavra dada, e souberam, pela astúcia, transtornar a cabeça dos homens, superando, enfim, os que foram leais (...). Um príncipe prudente não pode nem deve guardar a palavra dada quando isso se lhe torne prejudicial e quando as causas que o determinaram cessem de existir.

(Nicolau Maquiavel, O Príncipe. São Paulo: Nova Cultural, 1997, p. 73-85.) A partir desse excerto da obra, publicada em 1513, é correto afirmar que: a) O jogo das aparências e a lógica da força são algumas das principais artimanhas da política

moderna explicitadas por Maquiavel. b) A prudência, para ser vista como uma virtude, não depende dos resultados, mas de estar de

acordo com os princípios da fé. c) Os princípios e não os resultados é que definem o julgamento que as pessoas fazem do

governante, por isso é louvável a integridade do príncipe. d) A questão da manutenção do poder é o principal desafio ao príncipe e, por isso, ele não

precisa cumprir a palavra dada, desde que autorizado pela Igreja. 9. (Enem PPL 2016) Os ricos adquiriram uma obrigação relativamente à coisa pública, uma vez que devem sua existência ao ato de submissão à sua proteção e zelo, o que necessitam para viver; o Estado então fundamenta o seu direito de contribuição do que é deles nessa obrigação, visando a manutenção de seus concidadãos. Isso pode ser realizado pela imposição de um imposto sobre a propriedade ou a atividade comercial dos cidadãos, ou pelo

Professor Ítalo Silva - Lista 3º Bimestre - Filosofia – 2º Ano

FILOSOFIA POLÍTICA - Página 4 de 18

estabelecimento de fundos e de uso dos juros obtidos a partir deles, não para suprir as necessidades do Estado (uma vez que este é rico), mas para suprir as necessidades do povo.

KANT, I. A metafísica dos costumes. Bauru: Edipro, 2003. Segundo esse texto de Kant, o Estado a) deve sustentar todas as pessoas que vivem sob seu poder, a fim de que a distribuição seja

paritária. b) está autorizado a cobrar impostos dos cidadãos ricos para suprir as necessidades dos

cidadãos pobres. c) dispõe de poucos recursos e, por esse motivo, é obrigado a cobrar impostos idênticos dos

seus membros. d) delega aos cidadãos o dever de suprir as necessidades do Estado, por causa do seu

elevado custo de manutenção. e) tem a incumbência de proteger os ricos das imposições pecuniárias dos pobres, pois os

ricos pagam mais tributos. 10. (Uema 2015) De acordo com a historiadora Maria Lúcia de Arruda Aranha, a Revolução Francesa derrubou o antigo regime, ou seja, o absolutismo real fundamentado no direito divino dos reis, derivado da concepção teocrática do poder. O término do antigo regime se consuma quando a teoria política consagra a propriedade privada como direito natural dos indivíduos.

Fonte: ARANHA, M. L. de A.; MARTINS, M. H. P. Filosofando: Introdução à filosofia. São Paulo: Moderna, 2003.

Esse princípio político que substitui a antiga teoria do direito divino do rei intitula-se a) Contratualismo. b) Totalitarismo. c) Absolutismo. d) Liberalismo. e) Marxismo. 11. (Enem 2015) A natureza fez os homens tão iguais, quanto às faculdades do corpo e do espírito, que, embora por vezes se encontre um homem manifestamente mais forte de corpo, ou de espírito mais vivo do que outro, mesmo assim, quando se considera tudo isto em conjunto, a diferença entre um e outro homem não é suficientemente considerável para que um deles possa com base nela reclamar algum benefício a que outro não possa igualmente aspirar.

HOBBES, T. Leviatã. São Paulo Martins Fontes, 2003 Para Hobbes, antes da constituição da sociedade civil, quando dois homens desejavam o mesmo objeto, eles a) entravam em conflito. b) recorriam aos clérigos. c) consultavam os anciãos. d) apelavam aos governantes. e) exerciam a solidariedade. 12. (Uema 2015) Para Thomas Hobbes, os seres humanos são livres em seu estado natural, competindo e lutando entre si, por terem relativamente a mesma força. Nesse estado, o conflito se perpetua através de gerações, criando um ambiente de tensão e medo permanente. Para esse filósofo, a criação de uma sociedade submetida à Lei, na qual os seres humanos vivam em paz e deixem de guerrear entre si, pressupõe que todos renunciem à sua liberdade original. Nessa sociedade, a liberdade individual é delegada a um só dos homens que detém o poder inquestionável, o soberano.

Professor Ítalo Silva - Lista 3º Bimestre - Filosofia – 2º Ano

FILOSOFIA POLÍTICA - Página 5 de 18

Fonte: MALMESBURY, Thomas Hobbes de. Leviatã ou matéria, forma e poder de um estado eclesiástico e civil. Trad. João Paulo Monteiro; Maria Beatriz Nizza da Silva. São Paulo: Editora

NOVA Cultural, 1997. A teoria política de Thomas Hobbes teve papel fundamental na construção dos sistemas políticos contemporâneos que consolidou a (o) a) Monarquia Paritária. b) Despotismo Soberano. c) Monarquia Republicana. d) Monarquia Absolutista. e) Despotismo Esclarecido. 13. (Pucpr 2015) Leia o fragmento a seguir, extraído do Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens, de Rousseau: “É do homem que devo falar, e a questão que examino me indica que vou falar a homens, pois não se propõem questões semelhantes quando se teme honrar a verdade. Defenderei, pois, com confiança a causa da humanidade perante os sábios que a isso me convidam e não ficarei descontente comigo mesmo se me tornar digno de meu assunto e de meus juízes”. ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre

os homens. São Paulo: Martins Fontes, 1999, p.159. A partir da teoria contratualista de Rousseau, assinale a alternativa que representa aquilo que o filósofo de Genebra pretende defender na obra. a) Que a desigualdade social é permitida pela lei natural e, portanto, o Estado não é

responsável pelo conflito social. b) Que a desigualdade social é autorizada pela lei natural, ou seja, que a natureza não se

encontra submetida à lei. c) Que no estado natural existe apenas o direito de propriedade. d) Que a desigualdade moral ou política é uma continuidade daquilo que já está presente no

estado natural. e) Que há, na espécie humana, duas espécies de desigualdade: a primeira, natural, e a

segunda, moral ou política. 14. (Unicamp 2015) Apenas a procriação de filhos legítimos, embora essencial, não justifica a escolha da esposa. As ambições políticas e as necessidades econômicas que as subentendem exercem um papel igualmente poderoso. Como demonstraram inúmeros estudos, os dirigentes atenienses casam-se entre si, e geralmente com o parente mais próximo possível, isto é, primos coirmãos. É sintomático que os autores antigos que nos informam sobre o casamento de homens políticos atenienses omitam os nomes das mulheres desposadas, mas nunca o nome do seu pai ou do seu marido precedente. Adaptado de Alain Corbin e outros, História da virilidade, vol. 1. Petrópolis: Vozes, 2014, p. 62.

Considerando o texto e a situação da mulher na Atenas clássica, podemos afirmar que se trata de uma sociedade a) na qual o casamento também tem implicações políticas e sociais. b) que, por ser democrática, dá uma atenção especial aos direitos da mulher. c) em que o amor é o critério principal para a formação de casais da elite. d) em que o direito da mulher se sobrepõe ao interesse político e social. 15. (Unesp 2014) Texto 1 A verdade é esta: a cidade onde os que devem mandar são os menos apressados pela busca do poder é a mais bem governada e menos sujeita a revoltas, e aquela onde os chefes revelam disposições contrárias está ela mesma numa situação contrária. Certamente, no Estado bem governado só mandarão os que são verdadeiramente ricos, não de ouro, mas dessa riqueza de que o homem tem necessidade para ser feliz: uma vida virtuosa e sábia.

(Platão. A República, 2000. Adaptado.)

Professor Ítalo Silva - Lista 3º Bimestre - Filosofia – 2º Ano

FILOSOFIA POLÍTICA - Página 6 de 18

Texto 2 Um príncipe prudente não pode e nem deve manter a palavra dada quando isso lhe é nocivo e quando aquilo que a determinou não mais exista. Fossem os homens todos bons, esse preceito seria mau. Mas, uma vez que são pérfidos e que não a manteriam a teu respeito, também não te vejas obrigado a cumpri-la para com eles. Nunca, aos príncipes, faltaram motivos para dissimular quebra da fé jurada.

(Maquiavel. O Príncipe, 2000. Adaptado.) Comente as diferenças entre os dois textos no que se refere à necessidade de virtudes pessoais para o governante de um Estado. 16. (Uel 2014) A República de Platão consiste na busca racional de uma cidade ideal. Sua intenção é pensar a política para além do horizonte da decadência da cidade-Estado no século de Péricles. O esquema a seguir mostra como se organizam as classes, segundo essa proposta.

Com base na obra de Platão e no esquema, atribua V (verdadeiro) ou F (falso) às afirmativas a seguir. ( ) As três imagens do Bem na cidade justa de Platão, o Anel de Giges, a Imagem da Linha e

a da Caverna, correspondem, respectivamente, à organização das três classes da República.

( ) Na cidade imaginária de Platão, em todas as classes se contestam a família nuclear e a propriedade privada, fatores indispensáveis à constituição de uma comunidade ideal.

( ) Na cidade platônica, é dever do filósofo supri-la materialmente com bens duráveis e alimentos, bem como ser responsável pela sua defesa.

( ) O conceito de justiça na cidade platônica estende-se do plano político à tripartição da alma, o que significa que há justiça na República mesmo havendo classes e diferenças entre elas.

( ) O filósofo, pertencente à classe dos magistrados, é aquele cuja tarefa consiste em apresentar a ideia do Bem e ordenar os diferentes elementos das classes, produzindo a sua harmonia.

Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo, a sequência correta. a) V – V – F – F – F. b) V – F – V – V – F. c) F – V – V – F – V. d) F – V – F – V – F.

Professor Ítalo Silva - Lista 3º Bimestre - Filosofia – 2º Ano

FILOSOFIA POLÍTICA - Página 7 de 18

e) F – F – F – V – V. 17. (Unesp 2014) Governos que se metem na vida dos outros são governos autoritários. Na história temos dois grandes exemplos: o fascismo e o comunismo. Em nossa época existe uma outra tentação totalitária, aparentemente mais invisível e, por isso mesmo, talvez, mais perigosa: o "totalitarismo do bem". A saúde sempre foi um dos substantivos preferidos das almas e dos governos autoritários. Quem estudar os governos autoritários verá que a "vida cientificamente saudável" sempre foi uma das suas maiores paixões. E, aqui, o advérbio "cientificamente é quase vago porque o que vem primeiro é mesmo o desejo de higienização de toda forma de vício, sujeira, enfim, de humanidade não correta. Nosso maior pecado contemporâneo é não reconhecer que a humanidade do humano está além do modo "correto" de viver. E vamos pagar caro por isso porque um mundo só de gente "saudável" é um mundo sem Eros.

(Luiz Felipe Pondé. “Gosto que cada um sente na boca não é da conta do governo”. Folha de S.Paulo, 14.03.2012. Adaptado.)

Na concepção do autor, o totalitarismo a) é um sistema político exclusivamente relacionado com o fascismo e o comunismo. b) inexiste sob a égide de regimes políticos institucionalmente democráticos e liberais. c) depende necessariamente de controles de natureza policial e repressiva dos

comportamentos. d) mobiliza a ciência para estabelecer critérios de natureza biopolítica sobre a vida. e) estabelece regras de comportamento subordinadas à autonomia dos indivíduos. 18. (Ufu 1998) O Existencialismo é uma filosofia do século XX, que procura resgatar o valor da subjetividade, da concretude da vida humana, da singularidade indeterminada. A famosa frase de Sartre – “A existência precede a essência.” – significa que o homem é um projeto utópico de ser, condicionado pela sua existência. Neste sentido o(s) fundamento(s) teórico(s) e histórico(s) do Existencialismo de Sartre são a) o desejo de ser o que é, próprio do século XIX, e a decepção do homem com a Igreja na

sociedade atual. b) a exaltação ao materialismo que determina a vida do homem, própria do século XIX. c) as filosofias de Marx-Engels e o movimento negro, o rock, o feminismo e a revolução social

pós-guerra. d) o resgate do afeto, desejo e paixão segundo Freud e a exaltação do sexo como finalidade

ética da vida no consumismo atual. e) a concepção de que o homem não é mais que o que ele faz na sua existência, própria do

contexto histórico dilacerado da Europa do pós-guerra. 19. (Ufu 1998) A luta de classes para Marx, até hoje, tem sido a história dos homens. Podemos afirmar que o materialismo histórico, para ele, é dialético, porque a) é a consciência dos homens que determina o mundo material. b) a base do conhecimento histórico é a arte do diálogo que permite a compreensão da

História. c) o processo histórico é linear e contínuo. d) o processo histórico é movido por contradições sociais. e) a base do mundo material é a superestrutura jurídica e política. 20. (Ufu 1998) Para Rousseau, o contrato não faz o povo perder a soberania, pois não é criado um Estado separado do próprio povo. Isto é possível, porque a) o contrato surge de uma visão individualista do homem;o indivíduo preexiste ao Estado e o

pacto visa garantir os interesses e a propriedade dos indivíduos. b) não existe democracia mas um governo absoluto que não pode ser contestado. c) são os interesses privados que expressam a vontade geral e que, através do contrato, criam

o Estado. d) "a essência humana é ser livre da dependência das vontades alheias, e a liberdade existe

como exercício de posse". e) soberano é o corpo coletivo que expressa, através da lei, a vontade geral.

Professor Ítalo Silva - Lista 3º Bimestre - Filosofia – 2º Ano

FILOSOFIA POLÍTICA - Página 8 de 18

21. (Ufu 1999) Para Rousseau, filósofo suíço do século XVIII, o contrato social deve originar-se do consentimento. Sendo assim, a) a obediência à lei que se estatuiu a si mesma é perda de liberdade. b) o ato pelo qual o povo institui um governo, submete-o a esse governo. c) o governo instituído pelo contrato é "superior"ao povo, que lhe deve obediência

incondicional. d) o contrato não faz o indivíduo perder sua soberania, pois esse contrato não cria um Estado

separado de si mesmo. 22. (Ufu 1999) Para John Locke, filósofo político inglês, os direitos naturais do homem eram a) família, propriedade e religião. b) liberdade, propriedade e servidão. c) propriedade, servidão e família. d) liberdade, igualdade e propriedade. e) família, religião e pátria. 23. (Ufu 1999) John Locke (1632-1704) é considerado, na História da Filosofia, como o fundador do liberalismo político. Segundo este filósofo inglês, o Estado surge através de um contrato entre os indivíduos e deve ter como função básica a) controlar, de forma absoluta, a vida de todos os cidadãos. b) proteger os interesses dos que não possuem, contra os que possuem. c) promover a harmonia entre os grupos rivais, preservando os interesses do bem comum. d) garantir os privilégios da realeza e da Igreja na Inglaterra. 24. (Ufu 2004) John Locke justificou a existência do Estado com estas palavras: “O motivo que leva os homens a entrarem em sociedade é a preservação da propriedade; e o objetivo para o qual escolhem e autorizam um poder legislativo é tornar possível a existência de leis e regras estabelecidas como guarda e proteção às propriedades de todos os membros da sociedade, a fim de limitar o poder e moderar o domínio de cada parte e de cada membro da comunidade; pois não se poderá nunca supor seja vontade da sociedade que o legislativo possua o poder de destruir o que todos intentam assegurar-se, entrando em sociedade e para o que o povo se submeteu a legisladores por ele mesmo criado.” LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo. Trad. de E. Jacy Monteiro. 3 ed. São Paulo: Abril

Cultural, 1983, p. 121. Coleção “Os Pensadores”. Analise as assertivas em conformidade com a citação acima. I. A propriedade privada é contratual, isto é, ela é subsequente ao nascimento do Estado, que

institui o direito à propriedade, distribuindo a cada um aquilo que era propriedade comunal no estado de natureza.

II. A propriedade privada surge com o aparecimento da sociedade civil, a geradora do Estado, que é a instituição suprema que tem, inclusive, a prerrogativa de suprimir a propriedade em benefício da segurança do Estado.

III. A propriedade privada é parte do estado de natureza, pois o homem possui a propriedade de si mesmo e, com isso, tem o direito de tornar como sua propriedade aquilo que está vinculado com seu trabalho.

IV. A propriedade privada é anterior à sociedade civil, portanto, a propriedade antecedeu ao Estado, cuja existência resultou do contrato social e teve a finalidade de preservar e proteger a propriedade privada de cada um.

Assinale a alternativa que tem as assertivas corretas. a) III e IV b) I e II c) II e III d) II e IV 25. (Ufsj 2005) Para Platão, os governantes do Estado são

Professor Ítalo Silva - Lista 3º Bimestre - Filosofia – 2º Ano

FILOSOFIA POLÍTICA - Página 9 de 18

a) os verdadeiros dialéticos que defenderem as honras. b) os filósofos que se prepararam para uma função nobre. c) os verdadeiros filósofos que fizerem maior caso do dever e da justiça. d) os generais geômetras capazes de executar as manobras de guerra. 26. (Ufsj 2006) "Se, pois, para as coisas que fazemos existe um fim que desejamos por ele mesmo e tudo o mais é desejado no interesse desse fim; e se é verdade que nem toda coisa desejamos com vista em outra (...), evidentemente tal fim será o bem, ou antes, o sumo bem".

(ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Livro I. São Paulo: Abril Cultural, 1979, p. 49. (Coleção Pensadores)).

No trecho acima, Aristóteles se refere à política como arte mestra e como um bem porque a política a) deixa o cidadão livre para legislar em causa própria. b) determina quais as ciências devem ser estudadas num Estado. c) visa ao bem humano porque abrange os interesses individuais. d) tem como objetivo um fim para o indivíduo, maior e mais completo que para o Estado. 27. (Ufsj 2007) Segundo Montesquieu, há quatro tipos de crime: a) os da primeira espécie atentam contra os costumes; os da segunda, contra a religião; os da

terceira, contra a segurança dos cidadãos; os da quarta, contra a tranquilidade. b) os da primeira espécie atentam contra a religião; os da segunda, contra os costumes; os da

terceira, contra a tranquilidade; os da quarta, contra a segurança dos cidadãos. c) os da primeira espécie atentam contra a segurança dos cidadãos; os da segunda, contra a

religião; os da terceira, contra a tranquilidade; os da quarta, contra os costumes. d) os da primeira espécie atentam contra a tranquilidade; os da segunda, contra os costumes;

os da terceira, contra a religião; os da quarta, contra a segurança dos cidadãos. 28. (Ufsj 2007) Leia o trecho abaixo. “Ninguém deverá se espantar se votos forem comprados a dinheiro. Não se pode dar muito ao povo sem retirar dele ainda mais, porém para retirar dele é necessário subverter o Estado. Quanto mais o povo pensa aproveitar de sua liberdade, mais se aproximará do momento em que deve perdê-la. Cria pequenos tiranos que possuem todos os vícios de um só. Em breve, o que resta da liberdade torna-se insuportável: surge um único tirano; o povo perde tudo, até mesmo as vantagens de sua corrupção”. (MONTESQUIEU. Livro 8º: “Da corrupção dos princípios nos três governos”. Cap. II, p. 113. Rio

de Janeiro: Pensadores, 1979). Conforme Montesquieu, a) vendendo seus votos o povo terá um governo com liberdade plena e governo digno. b) o povo conseguirá a sua liberdade vendendo os seus votos. c) é comum corruptores da democracia comprarem votos. d) com um governo tirano o povo também ganha vantagens de sua corrupção. Gabarito: Resposta da questão 1: [C] [Resposta do ponto de vista da disciplina de Filosofia] Na concepção platônica, a busca pelo conhecimento verdadeiro permeia todo seu sistema filosófico. Neste sistema, Platão estabelece que existem dois mundos, o mundo sensível (representa a matéria e as sensações ao qual estamos inseridos) e o mundo inteligível (representa as ideias, a razão). Neste sentido, para Platão somos ligados às sensações pessoais e isto nos conduzem ao erro pois não podemos confiar nelas. Somente podemos obter a verdade por meio do mundo da inteligível. Contudo, isto não é para qualquer um,

Professor Ítalo Silva - Lista 3º Bimestre - Filosofia – 2º Ano

FILOSOFIA POLÍTICA - Página 10 de 18

somente para os filósofos, pois eles buscam o verdadeiro saber, assim estes sabem qual é o melhor caminho para a ampliação do conhecimento, por conseguinte, qual o melhor caminho para fazer com que todas as pessoas da cidade possam desenvolver seu pleno potencial. Assim, os filósofos são os únicos capazes de conhecer a verdade e devem decidir o destino da cidade, neste contexto a democracia é um empecilho, pois não produz um consenso absoluto, verdadeiro. Portanto, Platão estabelece uma severa crítica ao sistema democrático grego. O único sistema que corresponde às críticas estabelecidas por Platão é o descrito na alternativa [C]. Resposta da questão 2: [C] O texto deixa claro o pensamento aristotélico, segundo o qual a política abrange as outras ciências por ter como finalidade o sumo bem humano. A única alternativa que está de acordo com tal concepção é a [C]. Resposta da questão 3: [C] Retomando a reflexão clássica em relação ao espaço público e à política, Hannah Arendt desenvolve a ideia de mundo comum, que corresponde ao espaço em que estamos em companhia dos outros e onde há um interesse comum, ou seja, onde há um articulação coletiva. Resposta da questão 4: [B] Nicolau Maquiavel, em seus estudos sobre a política, refletia como um governante poderia conquistar e manter o poder. Ele não fazia assim um juízo moral sobre a forma como isso se daria, sendo um dos pioneiros da moderna compreensão da política. Resposta da questão 5: [A] Diferentemente de Locke, que entende que o estado de natureza se caracteriza pela atuação dos indivíduos como juízes das suas próprias causas. Sendo o agir humano influenciado pelas paixões, para Hobbes, no estado de natureza todos os homens são livres para usar de quaisquer meios para satisfazer suas necessidades e desejos, o que necessariamente leva à disputa constante entre os indivíduos e à um estado de guerra permanente, que ameaça a segurança e o direito à vida de todos. Assim, na ausência de um Estado que regularize as ações humanas, o homem torna-se “lobo do próprio homem”. Resposta da questão 6: [B] A filosofia contratualista, da qual John Locke é representante, parte da noção de que a vida em sociedade demanda a existência de uma ordem social que regule as ações dos indivíduos e garanta a proteção dos direitos naturais de cada membro da sociedade. Para Locke, o estabelecimento de um pacto social, a partir de um contrato, possibilita a manutenção dessa ordem e, por conseguinte, do equilíbrio no convívio em sociedade. Resposta da questão 7: [C] Thomas Hobbes é um dos filósofos contratualistas, exatamente por considerar que toda comunidade política é fundada em um pacto social. A ausência dessa pacto faz com que os indivíduos estejam em um estado de natureza, na qual haveria a guerra de todos contra todos. Resposta da questão 8:

Professor Ítalo Silva - Lista 3º Bimestre - Filosofia – 2º Ano

FILOSOFIA POLÍTICA - Página 11 de 18

[A] Em sua teoria política, Nicolau Maquiavel estabelece que o príncipe – o governante – deve fazer uso do jogo das aparências de modo que sua figura seja associada à religiosidade, à virtude, à ética, à fidelidade e à compassividade. Para Maquiavel, no entanto, o príncipe não deve fazer uso dessas qualidades quando não lhe for conveniente, mas deve aparentar que faz esse uso sempre, a fim de garantir a manutenção do poder, ideia que é contemplada pela alternativa [A]. Resposta da questão 9: [B] A alternativa [B] é a única que está de acordo com a visão kantiana do Estado. De acordo com que apresenta o texto, Kant defende a visão segundo a qual é justo o Estado cobrar impostos dos ricos para sustentar os seus concidadãos. Resposta da questão 10: [D] O filósofo que inaugura a o conceito de propriedade privada como direito natural é John Locke. Segundo este pensador, os princípios de sua filosofia são: a liberdade (ação por deliberação pessoal, sem nenhuma influência); a propriedade privada (iniciando a partir do próprio corpo que se possui e por aquilo que se consegue pelo trabalho); e a igualdade (mesmas condições para que todos possam usufruir dos recursos e leis da natureza). Por meio destes referenciais, Locke estabelece que se vivemos em natureza e seguimos as suas leis, estas mesmas leis devem servir de modelo para a constituição do Estado. O papel do governo consiste exclusivamente em fazer respeitar o direito natural de cada indivíduo determinado em conformidade com as leis da natureza. Portanto, o governo civil é o remédio apropriado para os inconvenientes do estado de natureza que pode se tornar um estado de guerra. Ele não deve ser um ditador ou alguém que deva ser obedecido, mas alguém que administra um empreendimento social onde os interesses e liberdades individuais determinam os rumos que a sociedade deve seguir, sendo que seu poder é temporal e limitado. Daí o governo não deve estabelecer aquilo que acredita ser melhor no modo de condução, mas deve concordar em servir a um interesse maior a garantia dos direitos de igualdade, liberdade e propriedade privada. A liberdade é o fundamento da vida em sociedade, servindo como justificativa para a disposição como se aprouver da propriedade privada que os indivíduos estabelecem. Esta é garantida pela igualdade entre todos para que pela apropriação dos recursos da natureza possam adquirir condições de sobreviverem segundo a melhor maneira que lhes aprouver. Esta concepção exposta, com mínima interferência do governo nos rumos, com a valorização da liberdade e propriedade privada garantida pela igualdade é conhecida como liberal. Resposta da questão 11: [A] Segundo Hobbes, os homens, em seu estado de natureza, permanecem em um constante conflito. É a constituição da cidade civil que irá por fim a esse estado de guerra de todos contra todos. Resposta da questão 12: [D] Segundo Hobbes uma vez que os homens encontram-se num estado de guerra de “todos contra todos”, a construção da sociedade somente pode ocorrer quanto todos os membros rendem sua liberdade natural para uma única figura capaz de garantir a paz e a segurança a todos. Esta figura é entendida pelo autor como um mal necessário (um leviatã) que deve possuir poder inquestionável, não estando rendido a qualquer atrelamento, seja ele partidário ou republicano. Para que esta figura possa governar de forma a cuidar dos interesses de todos sem estar ligado a nenhum condicionamento, ela deve possuir um poder e uma autoridade inquestionável. Embora Hobbes não fosse um defensor árduo do absolutismo, suas teses

Professor Ítalo Silva - Lista 3º Bimestre - Filosofia – 2º Ano

FILOSOFIA POLÍTICA - Página 12 de 18

serviram de base para justificar a monarquia como forma mais viável de garantir a todos um estado de paz. Portanto, a monarquia absolutista é o remédio para garantir a coexistência dos homens em sociedade. O despotismo esclarecido vai no sentido contrário, sendo inspirado pela filosofia iluminista, cria uma abertura não existente na filosofia de Hobbes, na qual o monarca não é mais visto como absoluto, mas sim como alguém que ainda exerce o poder, mas sem o caráter divino e inquestionável dos seus antecessores. Resposta da questão 13: [E] Rousseau no início de sua obra afirma que existem dois principais tipos de desigualdade entre os homens: a natural ou física e a moral ou política. Na desigualdade natural os homens se diferenciam pela idade, saúde e força corporal. Esta desigualdade é uma consequência natural da própria espécie perante a variedade de composições que os homens podem adotar. No caso da desigualdade moral ou política, esta se dá devido às convenções estabelecidas entre homens, para que exista a possibilidade de convivência coletiva. A convenção do conceito de propriedade somado a desigualdade natural existente entre os homens, vai firmar a desigualdade por meio dos diferentes privilégios desfrutados por alguns em prejuízo dos demais, como o de serem mais ricos, mais respeitados, mais poderosos ou mesmo mais obedecidos. A alternativa “E” é a única que se enquadra na teoria explicitada. Resposta da questão 14: [A] Em Atenas a sociedade era patriarcal, isto é, o homem o gênero masculino possuía predominância em todos os aspectos da vida cotidiana. O domínio da vida social residia na autoridade do homem, relegando a mulher um papel inferior. As mulheres até se casarem estavam sob a influência do poder paterno. Após seu casamento elas estavam sobre o domínio do poder do marido. Os casamentos eram negociados e envolviam o debate sobre o dote, pois um casamento arranjado era concebido como uma poderosa aliança que possibilitava ao marido uma manutenção do poder e até mesmo uma ascensão social, sendo assim fundamental para um destaque na vida política social da cidade. Por fim vale destacar que as mulheres tinham como obrigação a lida doméstica e a educação inicial das crianças, além de não possuírem direitos políticos e seu status era considerado inferior do mesmo modo que era o status dos estrangeiros e os escravos. Resposta da questão 15: No texto 1 Platão desenvolve a tese de que cidade seria melhor administrada pelo “Filósofo Rei”, nesta teoria desenvolvida no livro “A República” o filósofo é o melhor administrador por ser aquele que possui conhecimento da “verdade” que se identifica com o Bom, o Bem e o Belo que residem no Mundo das Ideias. Ele (Filósofo Rei) seria o único capaz de guiar os habitantes da cidade na busca do melhor desenvolvimento de cada um segundo suas aptidões naturais, ou seja, o bem que reside dentro de cada indivíduo pode ser alcançado e permitir uma vida feliz a todos. A virtude do governante centra-se na busca da concretização do bem a todos os habitantes da cidade. Não sendo o filósofo guiado por interesses particulares, ele se torna o administrador ideal para a cidade. Já no texto 2, Nicolau Maquiavel, em seu livro “O Príncipe”, desenvolve uma tese que rompe com lógica estabelecida entre ética e poder. Seu pressuposto de que os homens são maus, faz com que o príncipe deve buscar manter o poder mediante estratégias que não possuem ligação com o comportamento virtuoso. Elementos como virtú (entendida como impetuosidade, coragem) e fortuna (entendida como ventura, oportunidade), somado a um conhecimento da moralidade dos homens, são recursos que permitem ao governante agir de modo calculado, não objetivando o desenvolvimento de uma bondade natural nos homens como acredita Platão, mas tendo como foco a condução dos homens rumo a uma melhor condição de vida que não siga necessariamente o caminho da virtude enquanto retidão moral. Resposta da questão 16: [E]

Professor Ítalo Silva - Lista 3º Bimestre - Filosofia – 2º Ano

FILOSOFIA POLÍTICA - Página 13 de 18

Na República de Platão, a justiça é definida como um princípio segundo o qual a cidade opera com cada cidadão se ocupando de uma tarefa, aquela para a qual é mais bem dotado por natureza. Ou seja, a justiça é um princípio ordenador que garante para cada cidadão a sua melhor posição na cidade permitindo todos os indivíduos se desenvolverem de acordo com a sua natureza. A grande dificuldade dessa definição platônica de justiça está em descobrir o que é natureza, qual a natureza de cada indivíduo, e como cada indivíduo se desenvolve em conformidade com ela. Não será por motivo distinto que o filósofo irá elaborar na República uma explicação sobre a dialética, ou seja, sobre o método através do qual conhecemos as coisas, inclusive a natureza. A ciência política em Platão é, em última instância, uma ciência da natureza. Resposta da questão 17: [D] No texto em questão, o autor se refere ao problema da governança confundir ou até atravessar as esferas pública e privada dominando os cidadãos através de discursos que buscam domesticar e higienizar a ação humana através do “científico”, ou da “saúde pública”.

“O Estado-Cientista, forma privilegiada da autoridade soberana dos países industrializados, organiza-se como estrutura total da sociedade. Pretende ser uma síntese entre os três níveis constitutivos das coletividades: o domínio privado, a atividade econômica e a ordem estatal. A dominação política penetra a realidade até constituí-la. Fortalecida por seu aparelho técnico-científico e industrial, ela impõe seu poder, fabricando o tempo e o espaço, construindo a terra e o céu”. (F. Châtelet. História das ideias políticas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2009, p. 332)

Para lembrarmos a principal referência do texto citado na questão, “Em sua maravilhosa descrição de um futuro maníaco por saúde e felicidade, Huxley diagnostica a grande e insuspeita vítima do novo totalitarismo do bem: a morte da liberdade em nome da felicidade limpinha do mundo. O governo deveria deixar as pessoas sentirem o gosto que quiserem em suas bocas”. (Luiz Felipe Pondé, “Gosto que cada um sente na boca não é da conta do governo”. Folha de S. Paulo, 14.03.2012) Resposta da questão 18: [E] O homem é uma entidade que combina características mutuamente exclusivas, a saber, o ser para-si e o ser em-si. O ser em-si se diz pela identidade, pela inércia, já o ser para-si se diz pela diferença, pela dinâmica, isto é, o ser para-si depende da negação do ser em-si. Dessa maneira, a essência, ou seja, aquilo que define a identidade não garante a exposição daquilo que é livre. Isso que é livro apenas é não sendo aquilo que lhe define circunstancialmente. O homem sendo livre é um projeto, um vir a ser dependente da sua escolha a qual está condenado a realizar devido a sua condição fundamental. A escolha, na concepção sartreana, se refere à vida e esta é a expressão de um projeto que se desdobra no tempo. Esse projeto não é algo próprio do qual se pode ter um conhecimento óbvio, sendo assim o projeto é uma interpretação possível e as escolhas específicas de um indivíduo são, portanto, temporais, derivações de um projeto original desenrolado temporalmente. Resposta da questão 19: [D] Poderíamos dizer que Marx afirma, contra Hegel, não ser a Ideia aquilo que constitui o movimento do pensamento, mas sim o mundo material, pois apenas existe isto e o pensamento reflete sobre esta existência. O ideal é apenas o mundo material traduzido em formas de pensamento – a Ideia não é uma espécie de fenômeno do Espírito. Marx, como é bem sabido, tem a pretensão de ter feito a dialética hegeliana virar de ponta-cabeça. E diferentemente de uma abordagem hegeliana, que afirmaria, por exemplo, o Espírito do povo grego ter se

Professor Ítalo Silva - Lista 3º Bimestre - Filosofia – 2º Ano

FILOSOFIA POLÍTICA - Página 14 de 18

tornado em certo momento da História um empecilho para o desenvolvimento do Espírito do mundo e deixou, por conseguinte, de ser um povo dominante, Marx afirmará que o modo de produção baseado na escravidão se transformará em certo momento um empecilho para o desenvolvimento das forças produtivas e, por conseguinte, deixará de ser predominante para ser substituído por outro mais eficiente. Desse modo, a história não é composta de ideias e nem movida por elas, porém a composição e o movimento histórico são alterados através da modificação das relações que os homens mantêm com o mundo material, isto é, com as necessidades da subsistência, com os meios de produção, com os modos de produção, com a reprodução do trabalho, com o desenvolvimento das forças produtivas, etc. Marx, então, organiza uma reflexão materialista que relaciona os meios de produção, as forças produtivas e os donos dos meios de produção de tal modo que uma luta de classes entre os que possuem capital (possuindo o meio de produzir) e os que vendem sua mão de obra (constituindo a força produtiva) é sempre presente. Alguma revolução deveria, portanto, indicar, necessariamente, uma passagem para um estado de coisas no qual a superação de contradições entre as classes fossem progressivamente sendo superadas. Para uma noção geral: http://www.youtube.com/watch?v=zkf60xQKn0c Resposta da questão 20: [E] Rousseau possui duas teorias distintas sobre o contrato social. A primeira é encontrada no Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens, comumente referido como o Segundo discurso, que diz respeito à evolução histórica da moral e da política desde o estado de natureza até a sociedade moderna – tal consideração de Rousseau busca evidenciar a natureza das coisas e isto traz bastantes questões, pois demonstra o caráter problemático das sociedades modernas. A segunda é encontrada no Contrato social que diz respeito a uma idealização do contrato social providenciando assim meios para aliviar os conflitos, as dificuldades dos tempos modernos. O contrato social pode ser visto como um resultado da questão: “como podemos ser livres e ao mesmo tempo viver conjuntamente?”. Se homens são essencialmente livres, porém o progresso civilizatório substituiu tal liberdade por submissão, dependência, desigualdade, inveja, etc. e não podemos, nem desejaríamos, voltar ao estado de natureza, então como poderíamos viver juntos sem se dobrar à coerção dos outros? Isso poderia ser possível se a vontade individual fosse submissa a uma vontade geral criada através do acordo entre pessoas igualmente livres. Nenhum governo é justificável se todos os indivíduos não acordarem como iguais, pois ninguém possui o direito de governar outros dado que todos nós somos naturalmente iguais. “A passagem do estado natural ao estado civil produz no homem uma mudança notável, substituindo em sua conduta o instinto pela justiça, e conferindo às suas ações a moralidade que anteriormente lhes faltava. [...] O que o homem perde pelo contrato social é a liberdade natural e um direito ilimitado a tudo que o tenta e pode alcançar; o que ganha é a liberdade civil e a propriedade de tudo o que possui”. (Jean-Jacques Rousseau. Contrato Social. In Antologia de textos filosóficos. Curitiba: SEED-PR, 2009, p. 606-607) Resposta da questão 21: [D] Rousseau possui duas teorias distintas sobre o contrato social. A primeira é encontrada no Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens, comumente referido como o Segundo discurso, que diz respeito à evolução histórica da moral e da política desde o estado de natureza até a sociedade moderna; tal consideração de Rousseau busca evidenciar a natureza das coisas e isto traz bastantes questões, pois demonstra o caráter problemático das sociedades modernas. A segunda é encontrada no Contrato social que diz respeito a uma idealização do contrato social providenciando assim meios para aliviar os conflitos, as dificuldades dos tempos modernos.

Professor Ítalo Silva - Lista 3º Bimestre - Filosofia – 2º Ano

FILOSOFIA POLÍTICA - Página 15 de 18

O contrato social pode ser visto como um resultado da questão: "como podemos ser livres e ao mesmo tempo viver conjuntamente?". Se homens são essencialmente livres, porém o progresso civilizatório substituiu tal liberdade por submissão, dependência, desigualdade, inveja, etc., e não podemos, nem desejaríamos, voltar ao estado de natureza, então, como poderíamos viver juntos sem nos dobrarmos à coerção dos outros? Isso poderia ser possível se a vontade individual fosse submissa a uma vontade geral criada através do acordo entre pessoas igualmente livres. Nenhum governo é justificável se todos os indivíduos não acordarem como iguais, pois ninguém possui o direito de governar outros, dado que todos somos naturalmente iguais. Resposta da questão 22: [D] Locke ficou conhecido por ter argumentado que o direito divino dos reis não era sustentado nem pelas escrituras sagradas e nem pela razão. O filósofo britânico desenvolveu uma nova teoria que relacionava o dever do cidadão de obediência ao estado atacando a ideia de que o poder estabelece a lei. Partindo de um estado de natureza sem qualquer governo, polícia ou propriedade privada, ele considera que nós humanos poderíamos descobrir, através do uso da razão, leis naturais, e estas, por conseguinte, nos sugeririam que haveria conjuntamente direitos naturais. Eventualmente os homens descobririam que poderiam estabelecer baseados na lei natural e no direito natural um contrato social que instituiria as obrigações políticas e propriedade privada, de tal modo que se evitariam os desvios da lei natural e se garantiria o direito natural. Assim, a razão estabeleceria os limites do uso do poder, articulando os direitos naturais de todo homem à liberdade, igualdade e propriedade. Resposta da questão 23: [C] De acordo com John Locke (1632-1704), o estado de natureza não é a condição de indivíduos, mas, sim, um conjugado de famílias. Essas associações são baseadas em acordos voluntários para a criação comum das crianças, ou seja, elas são morais, e não políticas. A sociedade política vem a ser quando cada um dos homens, representando suas famílias, se ajuntam e concordam em indicar um governo que cumpra as funções executivas e punitivas que mantinham individualmente como patriarcas. Esse acordo torna os indivíduos sujeitos à vontade da maioria, ou seja, esse acordo conforma através do consentimento um corpo político à força de um governo. O governo garante três coisas aos homens que eles não possuíam antes no estado de natureza: 1) leis, 2) juízes para julgar de acordo com a lei a ser cumprida e 3) um poder executivo para garantir a execução das decisões judiciais e legais. A finalidade das leis reguladas por tal governo é proteger a riqueza, a vida, a liberdade, ou seja, o bem-estar em geral. Resposta da questão 24: [A] Somente as afirmativas III e IV são corretas. A propriedade privada, segundo John Locke, é um direito natural, antecede a sociedade civil e deve ser protegida pelo Estado. Suprimir esse direito significa, segundo Locke, que o Estado não está exercendo sua função que lhe é intrínseca. Resposta da questão 25: [C] A relação positiva entre os filósofos e a governança da cidade se dá como necessária porque os filósofos são aqueles que não possuem o desejo de governar, dizendo de outra maneira, os filósofos não governam pelo seu próprio interesse, mas pelo interesse da cidade, pensa Platão. A argumentação a favor dessa tese é proposta através da “Alegoria da Caverna” presente em A República (livro VII). A alegoria representa o filósofo que sai da caverna (a cidade), se livra das opiniões fundadas em imitações malfeitas e impróprias (a educação poética). Ou seja, quando sai da caverna, o filósofo deixa de se importar com as opiniões triviais da cidade sobre

Professor Ítalo Silva - Lista 3º Bimestre - Filosofia – 2º Ano

FILOSOFIA POLÍTICA - Página 16 de 18

o que é melhor ou pior e passa a considerar o bem enquanto ideia. Enfim, o filósofo é aquele capaz de fazer o elogio da justiça enquanto o que a virtude é e não parece ser, e este é exatamente o propósito de A República a partir do livro II. Resposta da questão 26: [B] Aristóteles parte do senso comum para afirmar que todas as atividades humanas, práticas ou intelectuais miram um bem qualquer – deste modo, podemos definir, em geral, o bem como aquilo a que todas as coisas tendem. Porém, nem todas as atividades do homem tendem para o bem de uma mesma maneira, pois algumas atividades são os próprios fins, isto é, algumas atividades têm o seu motivo nelas mesmas e outras atividades são meios através dos quais se atingem certos fins, isto é, o seu motivo está alheio. O homem, como todos nós sabemos, é capaz de muitas atividades e como elas são muitas, então também serão muitos os fins. Alguns destes fins, por serem alheios, estão subordinados a outros – por exemplo, a finalidade da agricultura e de todas as ciências sobre o cultivo de alimentos é a alimentação e, por conseguinte, se não podemos dizer que cultivamos apenas para cultivarmos, ao contrário podemos dizer que nos alimentamos para nos alimentarmos; a agricultura e todas as ciências sobre o cultivo de alimentos são, conseguintemente, subordinadas às necessidades da nossa alimentação. A questão é que poderíamos considerar todas nossas atividades, até a alimentação, em função de outras e o fim visado pela primeira atividade tornar-se-ia o começo da segunda. Todavia, se assim considerássemos a ação do homem, ela iria ao infinito e de uma ação sempre transitaríamos para outra que temos em vista. Sendo assim, a atividade humana visa ao bem, tendo como fim daquela atividade mais excelente o sumo bem. Conhecer sobre o bem e sobre o sumo bem seria de grande importância, pois afetaria a maneira como realizamos as nossas ações e facilitaria a realização deste objetivo. Seguindo o raciocínio, a política se mostra como a arte mestra, pois é decisiva para a determinação dos conteúdos de todas as ciências, ou seja, todos os conhecimentos estão subordinados à finalidade da política. Isto é assim, porque se considerarmos que o bem é a felicidade e o sumo bem é a felicidade de todos, então a política torna-se a mais decisiva das ciências por ser a atividade que realiza o último fim, ou o sumo bem, ou a felicidade de todos e todas as atividades presentes na cidade devem estar subordinadas a esta. Resposta da questão 27: [B] Como a liberdade do cidadão depende da brandura das leis criminais, então é necessário cautela durante a definição dos tipos de crimes. Tudo precisa estar de acordo com a natureza do crime cometido e a pena deve ser favorável à liberdade do cidadão, ou seja, a mais branda possível. Sobre o crime contra religião deve-se ter em mente que a penalidade pelo crime de sacrilégio nunca será uma vingança em nome da Divindade. A pena para este tipo de crime deverá, portanto, ser a privação das vantagens da religião. Do mesmo modo, os crimes de segundo tipo (contra os costumes), de terceiro (contra a tranquilidade) e quarto (contra a segurança) também possuem as suas penalidades derivadas de sua natureza. O criminoso contra os costumes será penalizado com a privação das vantagens de se manter a integridade do costume – ele será multado, desonrado, sofrerá com a infâmia pública, etc.; assim será em relação à tranquilidade – prisão, exílio, etc.; e ultimamente em relação à segurança – pena corporal, incluindo a pena de morte. Resposta da questão 28: [C] A valorização monetária do voto não é algo espantoso. Os exemplos são tantos que não podemos considerar estranho o abuso do poder e da liberdade. Mesmo sabendo que desta corrupção surge a tirania, o ato ingênuo de trocar o voto por dinheiro ocorre. A dignidade do governo e a plenitude da liberdade dependem da confiança que o cidadão possui, da segurança que o cidadão sente. O povo não adquire liberdade vendendo os votos, evidentemente, o povo adquire liberdade ao sobreviver sob a regulação de uma Lei protetora.

Professor Ítalo Silva - Lista 3º Bimestre - Filosofia – 2º Ano

FILOSOFIA POLÍTICA - Página 17 de 18

Professor Ítalo Silva - Lista 3º Bimestre - Filosofia – 2º Ano

FILOSOFIA POLÍTICA - Página 18 de 18