historia da enfermagem nos tempos antigos

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Resumo Pala ala ala ala alavr vr vr vr vras-c as-c as-c as-c as-cha ha ha ha have: e: e: e: e: História. História da Enfermagem. Enfermagem. Interdisciplinaridade. Abstract Resumen Keywords: Keywords: Keywords: Keywords: Keywords: History. Nursing History. Nursing. Interdisciplinarity. Pala ala ala ala alabr br br br bras c as c as c as c as cla la la la lave: e: e: e: e: Historia. Historia de la Enfermería. Enfermería. Interdisciplinariedad HISTÓRIA DA ENFERMAGEM: ENSINO, PESQUISA E INTERDISCIPLINARIDADE Nursing History: Teaching, research and interdisciplinarity La Historia de la Enfermería: Enseñanza, investigación e interdisciplinariedad Maria Itayra Coelho de Souza Padilha Miriam Susskind Borenstein Este texto é uma reflexão sobre a importância da História da Enfermagem para a pesquisa e para o ensino da Enfermagem. Discute sobre os objetos da História da Enfermagem tratados por enfermeiras brasileiras e de outros países, cujos estudos enfocam, na sua maioria, o período pós-Florence Nightingale. Apresenta também a importância da interdisciplinaridade para a realização dos estudos históricos, considerando a relação desta com as demais disciplinas. Conclui afirmando que a problematização em torno dos desafios e tendências futuras sobre o ensinar, aprender e pesquisar a História da Enfermagem para todos os níveis é uma possibilidade de reduzir as insuficiências neste campo de estudo e mobilizar tanto docentes quanto discentes e outros interessados para a importância deste tema. Esc Anna Nery R Enferm 2006 dez; 10 (3): 532 - 8. This text is a reflection upon the importance of nursing history in Nursing research and education. It discusses the objects of nursing history dealt with by nurses from Brazil and other countries, the majority of whose studies have focused on the post-Florence Nightingale period. It also presents the importance of historical studies, considering their relationship with other disciplines. It conclusion, it affirms that the problematization surrounding the future challenges and tendencies for teaching, learning, and researching within nursing history on all levels, offer a possibility for reducing the insufficiencies in this field of study, as well as for mobilizing faculty, students, and others who are interested in the importance of this topic. En el presente texto se establece una reflexión sobre la importancia de la historia de la enfermería para la investigación y para la enseñanza de la Enfermería. En él se discute sobre los objetos de la historia de la enfermería tratados por enfermeras brasileñas y de otros países, cuyos estudios, en su gran mayoría, enfocan el período posterior a Florence Nightingale. En este estudio también se aborda la importancia de la interdisciplinariedad para la realización de los estudios históricos, considerándola en relación a las demás disciplinas. Se puede concluir afirmando que la problemática alrededor de los desafíos y tendencias futuras sobre el enseñar, aprender e investigar la historia de la Enfermería para todos los niveles, es una posibilidad de reducir las insuficiencias en este campo de estudio, movilizando a docentes, alumnos y otros interesados sobre la importancia de este tema.

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História da enfermagem: ensino, pesquisa e interdiscipl inariedadeHistória da enfermagem: ensino, pesquisa e interdiscipl inariedadeHistória da enfermagem: ensino, pesquisa e interdiscipl inariedadeHistória da enfermagem: ensino, pesquisa e interdiscipl inariedadeHistória da enfermagem: ensino, pesquisa e interdiscipl inariedadePadilha MICS et al

Resumo

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Abstract Resumen

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HISTÓRIA DA ENFERMAGEM:ENSINO, PESQUISA E INTERDISCIPLINARIDADE

Nursing History:Teaching, research and interdisciplinarity

La Historia de la Enfermería:Enseñanza, investigación e interdisciplinariedad

Maria Itayra Coelho de Souza Padilha Miriam Susskind Borenstein

Este texto é uma reflexão sobre a impor tância da História da Enfermagem para a pesquisa e para o ensino daEnfermagem. Discute sobre os objetos da História da Enfermagem tratados por enfermeiras brasileiras e de outrospaíses, cujos estudos enfocam, na sua maioria, o período pós-Florence Nightingale. Apresenta também a importânciada interdisciplinaridade para a realização dos estudos históricos, considerando a relação desta com as demais disciplinas.Conclui afirmando que a problematização em torno dos desafios e tendências futuras sobre o ensinar, aprender epesquisar a História da Enfermagem para todos os níveis é uma possibilidade de reduzir as insuficiências neste campode estudo e mobilizar tanto docentes quanto discentes e outros interessados para a importância deste tema.

Esc Anna Nery R Enferm 2006 dez; 10 (3): 532 - 8.

This text is a reflection upon the impor tance of nursinghistory in Nursing research and education. It discussesthe objects of nursing history dealt with by nurses fromBrazil and other countries, the majority of whose studieshave focused on the post-Florence Nightingale period.It also presents the impor tance of historical studies,considering their relationship with other disciplines. Itconc lusion, i t af f irms that the problematizat ionsurrounding the future challenges and tendencies forteaching, learning, and researching within nursing historyon all levels, offer a possibil ity for reducing theinsufficiencies in this field of study, as well as for mobilizingfaculty, students, and others who are interested in theimpor tance of this topic.

En el presente texto se establece una reflexión sobre laimpor tancia de la historia de la enfermería para lainvestigación y para la enseñanza de la Enfermería. En élse discute sobre los objetos de la historia de la enfermeríatratados por enfermeras brasileñas y de otros países,cuyos estudios, en su gran mayoría, enfocan el períodoposterior a Florence Nightingale. En este estudio tambiénse aborda la impor tancia de la interdisciplinariedad parala realización de los estudios históricos, considerándolaen relación a las demás disciplinas. Se puede concluirafirmando que la problemática alrededor de los desafíosy tendencias futuras sobre el enseñar, aprender einvestigar la historia de la Enfermería para todos losniveles, es una posibilidad de reducir las insuficiencias eneste campo de estudio, movilizando a docentes, alumnosy otros interesados sobre la impor tancia de este tema.

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História da enfermagem: ensino, pesquisa e interdiscipl inariedadeHistória da enfermagem: ensino, pesquisa e interdiscipl inariedadeHistória da enfermagem: ensino, pesquisa e interdiscipl inariedadeHistória da enfermagem: ensino, pesquisa e interdiscipl inariedadeHistória da enfermagem: ensino, pesquisa e interdiscipl inariedadePadilha MICS et al

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Ao se pensar na construção de uma história, esta,em geral, caracteriza-se por ser uma escolha,decorrente de algum tipo de informação, boa dose demotivação e paciência por parte do historiador. Estaconstrução depende basicamente de alguns vestígiosencontrados acerca do homem em um determinadoperíodo de tempo. Geralmente quando os documentossão abundantes, o historiador tem a possibilidade defazer múltiplas escolhas, colocar em evidência aquiloque considerar importante e não registrar o que lheparecer inexpressivo. Sobretudo porque é o historiadorquem cria seus materiais, ou, se quiser, os recria: ohistoriador não vagueia ao acaso pelo passado comoum viajante em busca de achados, mas par te comuma intenção precisa e objetiva sobre um problema aresolver, uma hipótese de trabalho a verificar1.

O trabalho historiográfico situa-se invariavelmentena confluência entre o tempo do objeto investigado eo tempo do sujeito investigador. Reconhecer este olhardatado leva-nos a buscar compreender oscondicionamentos e obstáculos que, pela ameaça doanacronismo, podem vir a comprometer o rigor dapesquisa. Por outro lado, compreender o que umaépoca perguntou a respeito da outra conduz àpossibilidade de maior familiaridade com ambas2.

A História parece ter-se desenvolvido sobre omodelo da rememoração, da anamnese e damemorização dos grandes historiadores. A perspectivade escrever e contar a História tem sido bastantequestionada, em especial pelos historiadores de ofícioatuais, porque coloca a História com uma perspectivade neutralidade, desprovida de pressupostos, umahistória que reconstituía o passado tal qual era pensadoe passado, com causalidade encadeada, uma históriade causas e efeitos. Quem não se lembra num passadonão muito remoto, no primeiro e segundo graus, oumesmo um pouco mais no tempo passado, no primário,ginásio e científico, quando muitos professores deHistória enchiam o quadro-negro de “causas econseqüências relativas aos feitos dos grandes homens,dos vencedores, dos reis e rainhas e de outros domesmo gênero”. Nós diríamos que esta é umaarmadilha cronológica, na qual a reconstr uçãohistórica é positivista e entende que a única verdadehistórica é aquela presente nos documentos.Documentos estes, na maioria das vezes,inquestionáveis. Com esta visão, reconstrói-se aHistória tal qual se pensa que ela aconteceu, sempressupostos teóricos, e sem que o pesquisador possase envolver profundamente e participar do processode produção do conhecimento, mas apenas como um

ar ticulador que elabora um encadeamento de fatoscronologicamente bem estruturados e definidos.

Daí a expressão “História total” tão criticada peloshistoriadores da Escola dos Annales, movimentooriginado na França no final da década de 1920,decorrente da criação da Revista Annales d’HistoireEconomique et Sociale idealizada e editada por LucienFebvre e Marc Bloch. A partir desse momento, nascea “História nova”, e um de seus pioneiros, Henri Berra,já empregava estes termos em 1930. A históriamodifica-se dando ênfase à duas característicasessenciais: sua renovação integral e o desarraigamentode tradições antigas e sólidas. A História nova passa ase interessar virtualmente por toda atividade humana;tudo tem uma história, ou seja, tudo tem um passadoque pode ser em princípio reconstruído e relacionadoao restante desse passado. Um dos campos do saberdesse novo momento da História é, sem dúvidanenhuma, a interdisciplinaridade. Le Goff traduz osurgimento das ciências compostas como a:

Que unem duas ciências num substantivo e numepíteto: história sociológica, demografia histórica,antropologia histórica; ou criam neologismoshíbridos: psicolinguística, etno-história, etc. Essainterdisciplinaridade chegou a dar nascimento aciências que transgridem as fronteiras dasciências humanas e ciências da natureza oubiológicas: a matemática social, psicofisiologia,etnopsiquiatria e a sociobiologia3:36.

Desde então, a partir do final da década de 1960, oterritório do historiador estendeu-se a tudo o que éperceptível pelo observador social, sem exceção.Ampliou a História para além de suas antigas margens,e, ao mesmo tempo, retorna a seu antigo domínio,que se imaginava bem explorado. O historiador relêhoje os documentos utilizados por seus predecessores,mas com um novo olhar e outro gabarito, como, porexemplo, passa a se interessar pela história dotrabalhador, da família, das mulheres, das crianças,da educação, do sexo, da morte, entre outros, isto é,são zonas que se acham nas fronteiras do biológico edo mental, da natureza e da cultura. As publicaçõessobre esses temas, inimagináveis há mais de 50 anosatrás, constituem, hoje, um conjunto coerente, sólido,com uma vasta literatura a respeito.

Não existe um saber “neutro”, uma ciência histórica“objetiva”, existe, isso sim, um saber construído porhomens e mulheres, que nesse saber exprimirama cosmovisão, a ideologia, as aderências sociais eculturais próprias de cada um deles. “o homem” e“a mulher” não existem: existem homens e

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mulheres, vivendo em determinados contextoshistóricos, econômicos, sociais, religiosos4:30.

A partir do momento em que se começa a percebera História em uma outra perspectiva, da “Histórianova”, os historiadores começam a dar maior ênfaseespecialmente a partir da memória dos indivíduos. AHistória insiste justamente na atualidade dos processosque se deseja estudar, num empreendimento melhordescrito pelas palavras de François Dosse5:108:

A memória pluralizada, fragmentada, extravasahoje por todos os lados o ter ritório dohistoriador. Importante instrumento dos elossociais da identidade individual e coletiva, elaestá no cerne de uma questão essencial.Depois de ter sido instrumento de manipulaçãodurante muito tempo, ela pode ser reinvestidanuma perspectiva interpretativa aber ta para ofuturo, fonte de reapropriação coletiva, e nãosimplesmente museografia desvinculada dopresente. A memória, supondo a presença deum ausente, continuará sendo o ponto de uniãoentre passado e presente, no difícil diálogo entreo mundo dos mortos e o dos vivos.

Porém, os possíveis encaminhamentos ao pensarsobre isto podem levar a riscos em acrescentarpreconceitos, estereótipos e até construir novos equívocos,confundindo a realidade. A própria História daEnfermagem inserida nos cenários sociais ao longo dostempos torna-se aberta a aproximações e afastamentosdas verdades e seus significados6.

A história das profissões permite compreender opresente e traçar o futuro, especialmente pela formacomo esta veio se construindo ao longo do tempo, pelomodus operandi de como o saber prático e teórico foramse aproximando, dando forma àquilo que posteriormentese tornou em profissão. A Enfermagem é uma profissãoque ao longo do tempo vem desconstruindo e construindosua história, liber tando-se de antigos paradigmas eintroduzindo outros mais coerentes com a suacompreensão de enfermagem como idéia, como corpopolítico-social e como formadora de opiniões7. A suarelação com a sociedade é permeada pelos conceitosque se estabeleceram na sua trajetória histórica e queinfluenciam até hoje a concepção do que é e qual o seusignificado enquanto profissão da saúde.

Este texto pretende trazer a luz em algumas reflexõessobre a importância da história das profissões e, maisespecificamente, da enfermagem para a pesquisa e parao ensino da Enfermagem, assim como apresentar ainterdisciplinaridade como essencial para a realizaçãodos estudos históricos, considerando a relação desta comas demais disciplinas.

A PESQUISA DAHISTÓRIA DA ENFERMAGEM

O trabalho mais conhecido no Brasil sobre a Históriada Enfermagem foi escrito por Waleska Paixão8 que,mediante pesquisa bibliográfica, faz uma retrospectivacronológica da Enfermagem desde a idade antiga atéo século XX, dando ênfase à influência religiosa sobrea profissão. Citado na maioria dos estudos sobre oassunto, vem servindo de livro-texto nos cursos degraduação em Enfermagem de todo o país9, 10. Existemvários outros livros do gênero em outros idiomas 11, 12,13

com a mesma perspectiva. Estes autores, emborasejam impor tantes na medida em que foram osprimeiros a se preocupar em registrar a História daEnfermagem, seguem o modelo tradicional de “contara história” pelo valor dos fatos, porém sem vinculá-losao contexto da época. Estes textos podem ser citadoscomo exemplos de “História total” criticadas peloscriadores da História nova.

Com o franco desenvolvimento da Pós-graduaçãoem Enfermagem a partir da década de 1980 no Brasil,foi inegável a ampliação da produção científica nestaárea de conhecimento, tanto do ponto de vista dedisser tações e teses como de artigos publicados emperiódicos indexados e livros, dentre outros. Se hoje aPós-Graduação Stricto Sensu é um segmentoconsolidado no cenário educacional brasileiro einternacional, na área de saúde e de enfermagem, amesma tem contribuído, decisivamente para a formaçãode recur sos humanos qualificados e para odesenvolvimento científ ico-tecnológico nacional,deixando claro o seu papel estratégico neste cenário.

Ar ticulados a este desenvolvimento, estudos maiscríticos foram publicados no país, a partir da décadade 1980, com uma preocupação em compreender aEnfermagem como par te de um processo histórico,social, cultural, político, educativo e de gênero,analisando e denunciando de modo mais nítido aconduta modesta, conformista e dócil de grande partedas enfermeiras nas relações com quem representa opoder, contrário à sua conduta autoritária,freqüentemente assumida nas relações com os demaiselementos da equipe de enfermagem14.

Não obstante, grande par te desses estudos sãorestritos à Enfermagem nightingaleana, a qual só setornou realidade no Brasil com a inauguração, no Riode Janeiro, da Escola de Enfermeiras do DepartamentoNacional de Saúde Pública, em 1923, posteriormentedenominada de Escola de Enfermagem Anna Nery.

Examinando a literatura específica de enfermagemsobre o assunto, verificamos uma preocupaçãocrescente em fim de subsidiar um conhecimento que

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permita estabelecer relações entre o passado e opresente. Nelson e Gordon15, ao analisarem a profissãode enfermagem no seu fazer cotidiano, complementamsuas idéias argumentando que o avanço da profissão deveser orientado pelo entendimento e respeito pelaEnfermagem como uma prática que possui uma história.

Com a ampliação dos estudos nesta área, faz-senecessário de forma urgente que os enfermeiros seapropriem dos conhecimentos de outras disciplinas,dentre elas a de História, para adquirir maior domínioe sabedoria para conhecer e discutir de forma crítica,madura e reflexiva sobre a História da Enfermagem,e, dessa forma, adquirir condições de analisar arealidade atual. Essa relação entre o passado e opresente se estabelece na busca do conhecimento, demaneira a se questionar o passado numa série dequestões que são o “agora”. Esse “agora”provavelmente influenciará no futuro da profissão. Comessas questões, a concepção de verdade sofre grandesmudanças, como também a aceitação do que podeser o resultado da produção do conhecimento e dovalor do conhecimento produzido. É possível lidar coma produção do conhecimento através de uma formaum pouco mais livre de leitura do tempo histórico;entretanto, esta forma implica em fazê-lo de formacrítica, reflexiva e construtiva, e não neutra .

Percebe-se que realizar a pesquisa histórica paraconstruir a História da Enfermagem e das enfermeirasé um desafio a ser enfrentado crescentemente. Paratanto, o registro sistematizado da História daEnfermagem nas diversas faces e fases, desenvolvidanas diferentes regiões do mundo, poderá ser umexercício de auto conhecimento das enfermeiras comconseqüente explicação de sua identidade e daidentidade da profissão. E o reconhecimento por parteda sociedade possivelmente virá através de uma práticaexercida efetivamente e consubstanciada pelo própriodesempenho de profissionais da Enfermagem, sendoque isto ainda é um outro desafio a ser enfrentado.

Os significados da profissão Enfermageminfluenciam sobremaneira a compreensão desta comoconceito. As representações vem sendo desconstruídasespecialmente pelos estudos desenvolvidos nos últimosquinze anos, sendo substituída por visões maiscoerentes e mais próximas da realidade, ou seja, daEnfermagem como uma profissão que tempeculiaridades no cuidar do outrob e também de si.

No que se refere a pesquisa histórica emEnfermagem em nível internacional, esta foi introduzidapela enfermeira norte-americana Teresa E. Christy18,que estabeleceu um método legítimo de investigaçãohá mais de uma década. Christy aperfeiçoou o método

e reforçou a necessidade de realizar pesquisa históricaem Enfermagem muito antes do que a grande maioriados estudiosos de Enfermagem a aceitasse como ummétodo de pesquisa. Ao realizarmos uma busca naliteratura brasileira sobre a História da Enfermagem etambém sobre a utilização da pesquisa histórica, nosdeparamos ainda com escassa literatura a respeito,conforme detalharemos nos próximos parágrafos.Entretanto, a partir das duas últimas décadas, começaa ocorrer no espaço brasileiro um interesse maior porparte dos enfermeiros em contar, ainda que de formatímida, a História da Enfermagem.

Nos Estados Unidos e Canadá, as enfermeiras têm sepreocupado em introduzir mais recentemente trabalhoshistóricos em livros-textos para uso na formação dosestudantes de Enfermagem19,20. Estes textos não somenterefletem conhecimentos, mas também procuram ofereceraos estudantes uma visão de si mesmos, procurandofortalecer suas identidades e suas relações com o público.

Atualmente já é possível falar de História daEnfermagem que compreende produções de maior oumenor expressão e que têm sido elaboradas sob formade ar tigos, livros, disser tações e teses referentes asua evolução. O resultado caracteriza-se por um quadrobastante heterogêneo. A heterogeneidade não serefere apenas à postura teórica dos trabalhos. Refere-se aos objetos de pesquisa, às abordagens críticas oudescritivas, às influências predominantes da bibliografiaamericana ou européia. Como ocorre em quase todosos “objetos novos” de estudo, a História da Enfermagempassa por diversos tipos de abordagem.

Em pesquisa realizada sobre os estudos históricos noBrasil decorrentes dos resultados de teses e dissertaçõesc,identificamos apenas 88 estudos que tratavam detemáticas como identidade profissional, institucionalizaçãoda Enfermagem no Brasil, entidades organizativas,especialidades de enfermagem e estudos sobre a criaçãodas escolas de Enfermagem brasileiras. Nestes estudos,percebe-se que, a partir da década de 1980, acentuaram-se as preocupações das estudiosas de Enfermagem comos estudos da profissão numa perspectiva historiográfica,especialmente para compreender a Enfermagem comoparte de um processo histórico, social, cultural, político,educativo e de gênero.

A História da Enfermagem confunde-se com a históriadas mulheres, que usufruiu e contribuiu para astransformações da nova História, que alterou o conceitode documentação (pelo valor da história oral), quediversificou objetos de estudo (a identidade profissional,o cuidado, os uniformes, as relações de poder, o masculinoe o feminino, o processo de trabalho, entre outros), comofoco de interesse historiográfico21.

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História da enfermagem: ensino, pesquisa e interdiscipl inariedadeHistória da enfermagem: ensino, pesquisa e interdiscipl inariedadeHistória da enfermagem: ensino, pesquisa e interdiscipl inariedadeHistória da enfermagem: ensino, pesquisa e interdiscipl inariedadeHistória da enfermagem: ensino, pesquisa e interdiscipl inariedadePadilha MICS et al

A História serve para elucidar o contexto vivido efornecer os significados deste contexto. O conhecimentodas correntes sócio-econômicas, culturais e políticas queinfluenciaram o longo percurso da História sobre a práticados cuidados permite que as enfermeiras libertem-sede heranças passadas. A enfermeira historiadoraamericana Olga Church afirma, porém, que graduadosde programas de enfermagem que não tenhamconhecimento de sua herança não estão adequadamenteorientados para a profissão22:1. Arlene Keeling23 concorda,acreditando que a História da Enfermagem fornece umsenso de identidade profissional.

Na verdade, a medida em que se conhece a históriade uma profissão, como, em nosso caso, a daEnfermagem, se percebe quanto e como a Enfermagemnão é inseparável de outras atividades da vida, do mundoda saúde e seus compromissos sociais. É com esteolhar que a História adere a possibilidade de delinear eidentificar quem são, o que pensam, o que sentem, comoagem e, ainda, quais as perspectivas do que terão asenfermeiras em sua caminhada como um grupoprofissional contextualizado24.

O conhecimento histórico está ligado à época de suaprodução, ao presente do historiador, que é sempre novo.Se o presente é sempre novo e reinterpreta de formanova o passado, a verdade do passado será tambémsempre nova, pois é dominada pela novidade do presente.

A INTERDISCIPLINARIDADE E AHISTÓRIA DA ENFERMAGEM

Inúmeros são estudiosos que têm discutido ainterdisciplinaridade. Entretanto, apesar dos estudosrealizados, não foi possível formalizar um conceitocapaz de unir epistemólogos, filósofos e educadoresem torno de um consenso. E será mesmo preciso tê-lo, no momento em que se constata, segundoJapiassú25, que a ciência ou algumas teorias científicasrenunciaram às pretensões de totalidade ecompletude, e que a ciência busca a universalidadeda prática, e não de uma teoria afirmada a priori. Aciência já não pretende tornar absoluto umconhecimento hegemônico. Neste contexto, a ciêncianão pretende perder de vista a disciplinaridade, masvislumbra a possibilidade de um diálogo interdisciplinar,que aproxime os saberes específicos, oriundos dosdiversos campos do conhecimento, em uma falacompreensível, audível aos diversos interlocutores 26.

Segundo Japiassú25: 120, à interdisciplinaridade faz-se mister a intercomunicação entre as disciplinas, demodo que resulte em uma modificação entre elas,através de diálogo compreensível, uma vez que a

simples troca de informações entre organizaçõesdisciplinares não constitui um método interdisciplinar.O referido autor fornece elementos teóricos para aintegração metodológica no campo interdisciplinar.Para isso, aponta a tendência de as pesquisas seremrealizadas em grupos organizados ou equipes detrabalho, tomando o lugar da pesquisa individual. Eleavalia que a tendência das Ciências Humanas é aorientação para os problemas e o investimento em umametodologia nova, que dê conta da perspectivainterdisciplinar, embora reconheça a dificuldade em setrabalhar com uma metodologia “consertada”.

Por outro lado, Demo27: 84, sem pretender anular adisciplinaridade, e, ao mesmo tempo, admitindo asmudanças que se registram no campo da metodologiadas ciências, mostra que a ciência, mesmo que sejaarticulada de maneiras diferentes, que utilize métodosqualitativos e mais flexíveis, na tentativa de adquirir oconhecimento do todo, não prescinde da formalização doobjeto de pesquisa. Para ele, a ciência evoluiu a tal ponto,graças à especialização, que permitiu um amadurecimentocalcado na [...] superação do olhar superficial, entrandona direção analítica do real. Define a interdisciplinaridade[...] como a arte do aprofundamento com sentido deabrangência, para dar conta, ao mesmo tempo, daparticularidade e da complexidade do real 27:88-89. Elesugere a prática de pesquisa em grupo como ametodologia mais indicada, pela possibilidade dacooperação qualitativa entre especialistas. Esta práticaserá viabilizada através das equipes de profissionais oupesquisadores especialistas, mediados pela linguagem,pelo diálogo e pelos métodos acessíveis a todos.

A Enfermagem, quando trata de sua história,necessariamente se apropria e se aproxima dos territóriosinterdisciplinares, não apenas do historiador, mas tambémdo antropólogo, sociólogo, psicólogo, filósofo, apenas parafalar de alguns, porque sem eles não há comocompreender os processos pelos quais a História daEnfermagem foi construída. Isto foi influenciado, sim, pelanova História, que ampliou o olhar do historiador para asdemais disciplinas, estabelecendo “relações de boavizinhança” entre estas. Cada disciplina carrega as suaspar ticularidades e recupera o passado pelas pontesinterdisciplinares, como um caleidoscópio, de inúmerasfacetas. O conhecimento é livre, e o olhar sobre o mesmoé impregnado das vivências disciplinares. Como enfocaSchwartcz28: 70 confirma esta posição:

Um novo grau de autonomia para a históriacultural e para a cultura é conquistado nessemomento, assim como se diluem as fronteiras

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História da enfermagem: ensino, pesquisa e interdiscipl inariedadeHistória da enfermagem: ensino, pesquisa e interdiscipl inariedadeHistória da enfermagem: ensino, pesquisa e interdiscipl inariedadeHistória da enfermagem: ensino, pesquisa e interdiscipl inariedadeHistória da enfermagem: ensino, pesquisa e interdiscipl inariedadePadilha MICS et al

que dividiam os mitos e a história, como secoubesse aos primeiros o reino da subjetividadee da imaginação e à segunda, pensada sempreno singular, o universo da verdade e daobjetividade. Com o enfraquecimento de umahistória do tipo événementielle e oreconhecimento de lógicas culturais diversas,apreendidas na longa duração, a “vizinhança”deixa de ser assumida enquanto área de litígioe passa a ser pensada em termos de relaçõesde companheirismo e trocas recíprocas.

A relação da profissão com a sociedade é permeadapelos conceitos, preconceitos e estereótipos que seestabeleceram na sua trajetória histórica e queinfluenciam, até hoje, a concepção do seu significadoenquanto profissão da saúde composta de gente quecuida de gente. Em parte, a História da Enfermagem,assim como a história das mulheres, continuainfelizmente como um campo suplementar. Hoje, existea clareza sobre a historicidade da História, que contribuipara o desdobramento dos processos de recuperaçãoda verdade entre o presente e o passado. E,acrescentando às contribuições do método biográficoe às técnicas de história oral, Pierre Nora introduziu aego-história, como tomada de consciência de que ahistória que cada um faz é tributária de sua própriahistória e da relação que estabeleceu com a sua época.

Entendemos a História da Enfermagem no campo doensino e pesquisa como um processo de sedimentação eampliação, cabendo, ainda, reconhecer as limitaçõesvisíveis na produção científica da Enfermagem brasileira.Ela ainda está em processo de acelerado desenvolvimento,no que se refere aos estudos de natureza sócio-histórica,criando possibilidades de “reconstrução” desses saberes,constituintes dos contextos históricos e culturaisespecíficos, inclusive o de um campo de saber e práticacomo o da Enfermagem29.

As referências ao passado provocam o pensar aHistória como indispensável para entender o que éindispensável para todos. A História serve para elucidaro contexto vivido e fornecer os significados destecontexto. Assim, o conhecimento histórico daEnfermagem elucida o contexto e fornece ossignificados para a cultura da profissão.

O conhecimento das correntes sócio-econômicas,culturais e políticas que influenciaram o longo percursoda História sobre a prática dos cuidados possibilitamque as enfermeiras libertem-se de heranças passadas,na compreensão do presente.

A História para nós é um imenso campo depossibil idades, no qual inúmeros “agoras” irãoquestionar momentos, trabalhar perspectivas einvestigar pressupostos. A problematização da Históriaé um ponto de par tida para entender osdesdobramentos do desenvolvimento da Enfermagem,e não apenas uma referência em cima da historiografiaou dos livros que já foram escritos. A problematizaçãoem torno dos desafios e tendências futuras sobre oensinar, aprender e pesquisar a História daEnfermagem para todos os níveis é uma possibilidadede reduzir as insuficiências neste campo de saber emobilizar tanto docentes quanto discentes e outrosinteressados para a impor tância da HISTÓRIA DAENFERMAGEM como profissão constitutiva de uma áreade saber, estabelecendo a ponte entre passado epresente, para construção do futuro.

A contribuição da História da Enfermagem se dáprimeiro na formação de uma consciência críticae reflexiva e de uma atitude intelectual doenfermeiro e, depois, no que se refere à elaboraçãode novas formas de percepção e apreciação darealidade social, que possibilitem uma concepçãoe uma formulação mais elaborada de um projetoprofissional concentrado. A prática pedagógica emHistória da Enfermagem, entendida como práticade ensino ou de orientação favorece odesenvolvimento de capacidades de reconstruçãode visões do senso comum, pela contextualizaçãodo problema e pela análise dos interesses quemovem os grupos empenhados no jogo de forças,que determina os rumos da História30:705.

Sem dúvida nenhuma, na construção da História daEnfermagem, deve-se considerar a possibilidade dainterdisciplinaridade, pois, através dela, é possível agregarum amplo campo de conhecimentos, tendo como produtofinal uma história mais ampla, teoricamente consistente,com diferentes significados e percepções, fornecendomaior compreensão acerca da profissão e identidade paraos profissionais que nela atuam.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

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História da enfermagem: ensino, pesquisa e interdiscipl inariedadeHistória da enfermagem: ensino, pesquisa e interdiscipl inariedadeHistória da enfermagem: ensino, pesquisa e interdiscipl inariedadeHistória da enfermagem: ensino, pesquisa e interdiscipl inariedadeHistória da enfermagem: ensino, pesquisa e interdiscipl inariedadePadilha MICS et al

Referências

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Notas

Recebido em 01/06/2006Reapresentado em 10/11/2006

Aprovado em 06/12/2006

Sobre as Autoras

a Henry Berr, no Revue de Synthese Historique, T.50, p.19, diz que oadjetivo “nova” refere-se ao movimento da New History, lançado em1912 nos EUA, e sobretudo a H. E. Barnes que publicou em 1919,Psychology and History e apresentou o movimento em The NewHistory and The Social Sciences (1925).3

bNeste estudo realizamos uma discussão crítica acerca da Enfermageme a importância dos estudos históricos para seu entendimentoreconstrução de um novo ideário. Numa perspectiva internacional,Gordon e Nelson27 apresentam uma reflexão crítica sobre aEnfermagem partindo da idéia de anjos que cuidam para a de umaprofissional competente comprometida com o cuidar.

cForam estudados aproximadamente 2525 resumos de teses edisser tações produzidas desde a criação de seus primeirosprogramas (1972) até o ano de 2003, por meio de consulta aosCatálogos de Informações sobre Pesquisas e Pesquisadores emEnfermagem - período 1979 a 2003, que publicam os resumos dosexemplares que compõem o Banco de Teses do Centro de Estudos ePesquisa em Enfermagem da Associação Brasileira de Enfermagem(CEPEn/ABEn), anterior ao Banco atualmente mantido pela CAPES.

Maria Itayra Coelho de Souza PadilhaMaria Itayra Coelho de Souza PadilhaMaria Itayra Coelho de Souza PadilhaMaria Itayra Coelho de Souza PadilhaMaria Itayra Coelho de Souza Padilha

Profa. Adjunta do Depto de Enfermagem da Universidade Federal deSanta Catarina (UFSC)-Brasil. Doutora em Enfermagem pela Escola deEnfermagem Anna Nery da UFRJ. Vice-Lider do Grupo de Estudos daHistória do Conhecimento de Enfermagem (GEHCE). Pesquisadorado CNPq. Coord. do Programa de Pós-Graduação em Enfermagemda UFSC. e-mail: [email protected]

Miriam Susskind BorensteinMiriam Susskind BorensteinMiriam Susskind BorensteinMiriam Susskind BorensteinMiriam Susskind Borenstein

Profa. Adjunta do Depto de Enfermagem da Universidade Federal deSanta Catarina (UFSC)-Brasil. Doutora em Enfermagem pelo Programade Pós-Graduação em Enfermagem da UFSC. Lider do Grupo deEstudos da História do Conhecimento de Enfermagem (GEHCE).Pesquisadora do CNPq. e-mail: [email protected]