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Cadeira de História da Cidade e dos Monumentos Portuenses, lecionada pelo Professor Doutor Artur Filipe dos SantosTRANSCRIPT
História da Cidade e dos Monumentos Portuenses
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História da Cidade e dos
Monumentos Portuenses
História da Cidade e dos Monumentos Portuenses
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Professor Doutor Artur Filipe dos Santos
As Capelas (atuais e extintas) da
Cidade do Porto
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Professor Doutor Artur Filipe dos Santos
Igreja de Nossa Senhora do Porto Apontamentos sobre a Casa da Prelada,
Ramalde e Requesende
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Situada no Largo Padre Inácio Gomes (gaveto das Ruas de Santa Luzia e da Senhora do Porto), freguesia de Ramalde, é um templo com linhas modernas, concluído nos anos 70, com projecto dos Arquitectos Mário Morais Soares e Vasco Morais Soares, sendo Pároco o Pe António Inácio Gomes.
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A Paróquia da Senhora do Porto foi fundada em 12 de Junho de 1964, dia em que o Administrador Apostólico da Diocese, D. Florentino de Andrade e Silva, nomeou o Padre António Inácio Gomes responsável pastoral por um território que, anos mais tarde, veio a ser confirmado como o da actual Paróquia..
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Com efeito, em 13 de Março de 1967, o mesmo Administrador Apostólico erigiu canonicamente a nova Paróquia da Senhora do Porto.
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Na zona do Monte dos Burgos a partir da existência de uma Capela de Nossa Senhora do Porto.
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Esta havia pertencido à Casa da Prelada, foi criada a Rua de Nossa Senhora do Porto e mandada construir a capela sob a invocação de Nossa Senhora das Maravilhas.
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CASA DA PRELADA Situada na freguesia de Ramalde, junto ao Carvalhido, na rota dos Caminhos de Santiago (antiga estrada para a Galiza), a Quinta da Prelada elege-se como um dos espaços mais notáveis e grandiosos do aro do Porto.
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TOPÓNIMO PRELADA Como refere um texto de Joel Cleto no Jornal de Ramalde “Não há dúvidas que Prelada resulta da designação medieval de Petra lada ... e que petra significa pedra.”
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(in Jornal de Ramalde.3ª série, nº14. Porto, 22 de Março 2002, p.2)
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TOPÓNIMO PRELADA Quanto a lada, as explicações são já mais diversas e poderá significar tombada, inclinada ou “que está ao lado”.
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TOPÓNIMO PRELADA Independentemente do seu verdadeiro significado, que hoje nos escapa, a verdade é que aqui existiu uma velha e bem visível pedra que servia de indiscutível referência em relação lugar.
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TOPÓNIMO PRELADA Que pedra tão importante seria essa? Um grande afloramento natural que se evidenciava na paisagem? As ruínas de uma construção pré-histórica do tipo menir ou anta? Uma outra pedra qualquer que possuía gravada antiquíssimas inscrições ?
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CASA DA PRELADA Quanto à Casa da Prelada, de facto, trata-se de uma das maiores obras de arquitetura paisagística concebida pelo arquiteto e pintor italiano Nicolau Nasoni, concretizada, provavelmente, entre 1743 e 1748.
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CASA DA PRELADA Na Prelada, Nasoni criou um percurso desde os obeliscos, inicialmente situados no Carvalhido (a primeira entrada da Quinta), até à mata da propriedade (antigo Parque de Campismo), que perfazia cerca de 1,5 km.
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CASA DA PRELADA Devido às alterações urbanas que a zona do Carvalhido sofreu, os obeliscos acabariam por ser transferidos para o Jardim do Passeio Alegre, na Foz do Douro, em 1937.
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CASA DA PRELADA Até à abertura da Via de Cintura Interna (VCI), a Casa Nobre estava ligada ao recinto onde se eleva uma torre por um eixo com cerca de 400 metros de extensão. Vulgarmente designada por "Castelo", esta torre é considerada um testemunho iniciador do revivalismo em arquitetura.
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CASA DA PRELADA Em breve, parte deste percurso será refeito, até à VCI, dando origem a um novo espaço cuja designação será de “Jardim das Quatro Estações”.
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CASA DA PRELADA Em 1758, Francisco Mateus Xavier de Carvalho, pároco de Ramalde, esclarece-nos, nas Memórias Paroquiais, sobre os diversos espaços que constituíam o conjunto paisagístico da “(…) Quinta, que passa pella melhor destas Provincias (…)” e refere-nos que “(...) as Cazas estão comesadas com riscos de Nazoni pintor italiano, que vive na cidade do Porto (...)”.
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CASA DA PRELADA Nesta altura, a propriedade pertencia a D. António de Noronha e Menezes de Mesquita e Melo, fidalgo da Casa Real e cavaleiro da Ordem de Cristo, e a sua mulher D. Isabel de Noronha e Menezes, irmã de D. Manuel de Noronha e Menezes, arcediago do Porto, que apadrinhou vários filhos de Nicolau Nasoni.
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CASA DA PRELADA À semelhança do Palácio do Freixo, o projeto da Casa da Prelada previa quatro torres, tendo sido executado apenas um quarto da obra. O desenho e a gramática decorativa empregue nos vãos da Casa da Prelada, onde predominam os elementos heráldicos dos Noronha e Menezes, é facilmente reconhecível noutras obras de Nasoni.
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CASA DA PRELADA O portão nobre, posteriormente intervencionado por Nasoni, e a primitiva casa devem respeitar à segunda metade do século XVII. Num desenho do litógrafo Joaquim Vilanova, datado de 1833, vê-se a torre e o corpo central nasoniano, e, adossado a estes, uma construção mais baixa, restos da casa primitiva. Esta área foi demolida no século XIX e substituída por um volume que procurou rematar o edifício.
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CASA DA PRELADA Em 16 de Maio de 1903, D. Francisco de Noronha e Menezes, através do seu testamento, lega a Quinta da Prelada à Santa Casa da Misericórdia do Porto.
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CASA DA PRELADA O imóvel teve várias utilizações ao longo do século XX: Hospital de Convalescentes, em interligação e na dependência do Hospital de Santo António (1906-1960); Centro de Recuperação de Diminuídos Físicos (1961-1973); e, finalmente, Lar da Terceira Idade (1974-2003)..
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CASA DA PRELADA Em 1938, o lago, as fontes e a escadaria foram classificados como “Imóvel de interesse público”. Esta classificação foi revogada em 1977 e passou, também, a abranger a casa, os jardins e a mata.
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CASA DA PRELADA Em 12 de junho de 2002, a Mesa Administrativa da Misericórdia do Porto deliberou criar-se na Casa da Prelada um polo cultural destinado a acolher o Arquivo Histórico e a Provedoria. Esta proposta foi apresentada por Estêvão Samagaio, então Vice-Provedor com os pelouros do Culto e Cultura. Seguiu-se o lançamento de um concurso, tendo sido escolhido o projeto apresentado pelo arquiteto António Leitão Barbosa.
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CASA DA PRELADA A Casa da Prelada – D. Francisco de Noronha e Menezes reabriu ao público no dia 12 de maio de 2013, dia de Nossa Senhora da Misericórdia.
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No local onde existia a dita capela foi construída a actual igreja paroquial da Senhora do Porto, matriz1 da Paróquia da Senhora do Porto, criada por D. Florentino de Andrade e Silva por decreto de 13 de Março de 1967, que nomeou seu primeiro (e até hoje único) pároco o Pe. António Inácio Gomes.
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A capela, que não possuía grande brilho arquitectónico e era, de facto, a sucessora de uma ermida ainda mais pequena,
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O espaço que ocupava no termo da Rua de Requesende (onde “nascem” as ruas da Senhora do Porto e de Santa Luzia) foi destinado à edificação de um templo dotado de espaço e de infra-estruturas indispensáveis ao crescimento da nova Paróquia, pertencendo o projecto da nova igreja ao arquitecto Mário Morais Soares.
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Topónimo Requesende É de difícil explicação a origem deste topónimo que, curiosamente, existe também nos concelhos de Monção e Póvoa de Lanhoso e na vizinha Galiza.
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Topónimo Requesende Segundo alguns etimologistas (investigadores que se dedicam à origem das palavras) Requesende terá uma origem “germânica” que se poderia relacionar nesse caso, e já na nossa opinião, com a ocupação deste território na Alta Idade Média por parte de comunidades decorrentes das invasões “bárbaras”, nomeadamente suevos e visigodos..
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Topónimo Requesende Voltando aos estudos etimológicos, nomeadamente de J. Piel, a origem de Requesende resultaria da junção de dois nomes: “Rek” e “Send”.
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Topónimo Requesende Embora problemático o primeiro poderá significar rei ou princípe. Já a designação “send” ou “sind” é mais frequente na toponímia do norte do país e relaciona-se com caminho, ida ou expedição militar.
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Topónimo Requesende É pois aliciante, e até um pouco romântico, pensarmos na Rua de Requesende como o “Caminho do Rei” ou da “expedição do príncipe”...
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Topónimo Requesende Mas se a aldeia de Requesende existe documentalmente há já quase um milénio, o mesmo não poderemos dizer da sua rua.
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Topónimo Requesende Embora servido por tortuosos e lamacentos caminhos desde épocas bastante remotas, o lugar só ficou devidamente acessível no último quartel do século XIX quando, na sequência de um projecto de 1873, se abriu a “Estrada Municipal de 2ª classe da Tilheira à rua da Bôa Vista” que não só permitiu melhor acessibilidade à povoação mas acabou, igualmente, por traçar e regularizar aquela que é hoje a Rua de Requesende.
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Topónimo Requesende A Travessa de Requesende, onde passa a Ribeira da Granja existiu um moinho, cujo o moleiro era apelidado de “O Badalhoco.
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Igreja da Sra do Porto A construção da primeira fase da igreja prolongou-se por todo o ano de 1970, mostrando-se a cripta pronta a ser utilizada apenas em Maio de 1971, tendo a construção do templo terminado em Junho de 1977.
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Igreja da Sra do Porto Em 2 de Julho seguinte, o Prelado da Diocese, D. António Ferreira Gomes, a convite do Pároco e sem qualquer cerimónia especial, ali celebrou Missa.
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Igreja da Sra do Porto Da capela ficou a imagem da Senhora do Porto (que deve ser do séc. XVIII, como refere Ilissínio Duarte), e ainda uma tela pintada por António José da Costa (1840-1929) figurando a Senhora do Porto, também referida como Senhora de Agosto, e os sinos que têm gravada a efígie de Nossa Senhora do Porto.
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Igreja da Sra do Porto A igreja actual possui ainda um sacrário e de uma escultura de Cristo Crucificado condizentes com o excelente volume do espaço litúrgico, nomeadamente do presbitério, da autoria dos portuenses mestre Júlio Resende (pintor) e Zulmiro de Carvalho (escultor).
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Igreja da Sra do Porto A dedicação da igreja a Nossa Senhora do Porto e a sagração do altar-mor ocorreram em 18 de Junho de 1989, sob a presidência do então Arcebispo-Bispo do Porto, D. Júlio Tavares Rebimbas.
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• Sobre Ramalde: http://www.portodesempre.pt/freguesia.php?freguesia=10&info=7
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