história da arquitectura
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História da Arquitectura
14 Set. 2011
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Objectivos gerais da disciplina
Caracterizar e analisar o percurso da arquitectura da época contemporânea
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Bases do movimento moderno• Balizas cronológicas - acentuada variação desde
os anos vinte aos 50:– Origens
• vanguardistas europeus - nascimento ex novo, em bases tão originais que criaram uma arquitectura distinta
• Nikolaus Pevsner (1933) - William Morris • Leonardo Benevolo (1960) - 1848 (emergência da sociedade
capitalista plena)
• Peter Collins (1965) - 1750 (origem ideológica do movimento moderno)
• Kenneth Frampton (1980) – entre finais do séc. XVII e 1747
- Termo - impreciso (ab 1950)
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Transformação radical da relação do homem com a natureza
Emergência de 2 correntes distintas:• aumento súbito da capacidade de controlar a natureza
– novas infraestruturas– crescente capacidade produtiva
• mutação fundamenta na organização da consciência humana– novas categorias do conhecimento – Emergência do pensamento historicista
Séc. XVII ( m e a d o s )
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As 3 concepções arquitectónicas do espaço (segundo S. Giedion)
1ª - das civilizações arcaicas à Grécia – “arquitectura pré-espacial”-formas plásticas dispostas num espaço ilimitado
2ª - de Roma ao final do séc. XVIII – espaço interior – determinado pela aplicação da abóbada
3ª desde o início do séc. XX – nova noção de espaço dinâmico + conjugação dos elementos marcantes da 1ª e 2ª
abrangem grandes fatias temporais que incluem diversas épocas históricascomportam no seu interior diferenças maiores que os estilos
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Ernst Mach, Beiträge zum Analyse der
Empfindugen, Iena, 1886, p. 15
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M. C. Escer, Relativity, 1953
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Génese da arquitectura moderna
tipos de justificações partindo de premissas teóricas diversificadas:
• evolução natural do gosto (idealista)
• progresso científico e técnico na edificação (mecanicista)
• reflexo das novas teorias da visão estética (abstracta-figurativa)
•resultado de uma radical transformação social (económica-positivista)
4
Apesar de elaborada no marco geral da História da Arte a História da Arquitectura
acusa diversos ângulos de abordagem
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• Actualmente os estudos centrados na arquitectura do Iluminismo recortam com maior precisão o momento de intercessão dos “grandes ciclos” do Renascimento e Moderno
• Neste período a cultura ocidental reformulou muitos dos seus pressupostos e gerou novas ideias que serão desenvolvidas e exploradas no século XX.
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História da Arquitectura
21 Set. 2011
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• Na segunda metade do século XVII e no século XVIII o pensamento filosófico questiona a episteme cultural que presidira à organização do conhecimento nos 250 anos anteriores, realinhando muitas das suas assumpções básicas e gerando novas ideias sobre a natureza, a razão e a sua interrelação.
• Nessa revisão concorrem diversas tradições filosóficas e correntes intelectuais onde avultam o Racionalismo e o Empirismo
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Racionalismo
Racionalismo francês - Privilegia a razão em detrimento da experiência do mundo sensível como via de acesso ao
conhecimento. Considera a dedução como o método superior de investigação filosófica.
• Génese: séc. XVII com René Descartes (1596-1650)
– Acentua o papel da razão na aquisição do conhecimento e o postulado das ideias inatas (i.e. através da razão podem-se descobrir verdades universais evidentes em si):• Adopta o modelo da matemático para explicar os raciocínios;
– e a geometria como base e critério da beleza
– e, quando possível, o paradigma experimental da física para os testar
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O impacto do racionalismo é marcante nas academias reais fundadas em França no século XVII
• 1635 – Academia Francesa• 1648 – Academia de Pintura e Escultura• 1661 – Academia de Dança• 1663 – Academia de Artes Literárias• 1666 – Academia das Ciências• 1666 – Academia Francesa de Roma• 1671 – Academia Real de Arquitectura
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Académie Royale d'Architecture • 1671 - Fundação , pelo rei Luís XIV sob proposta do seu ministro Jean-
Baptiste Colbert (1619-83) e desde 1664, Superintendente e Organizador Geral das Edificações, Artes, Tapeçaria e Manufacturas de França.
• O primeiro director, Francois Blondel (1618-1686), teve a incumbência de criar um currículo, codificando os princípios do projecto clássico, de forma semelhante ao que acontecia na Academia Real de Pintura e Escultura e de disseminar, através de duas palestras semanais, o conhecimento da doutrina académica, que também divulgou no seu Cours d'Architecture (1675)
• 1694 –começa a ministrar ensino, sob a forma de lições, programas e concursos mensais
• 1701- passa a atribuir prémios e medalhas• 1720 – passa a atribuir um grande prémio anual que se tornará no prix de Rome
baseada em Vitrúvio, Alberti e outros tratadistas renascentistas, reagia e procurava disciplinar a arquitectura barroca, estabelecendo uma filosofia de clareza, harmonia e equilíbrio
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EmpirismoEmpirismo inglês dos séculos XVII / XVIII
• Todas as hipóteses e teorias devem ser comprovadas mediante a observação do mundo natural
Filósofos marcantes:– John Locke (1632 -1704) Ensaio sobre o entendimento humano
(1689) – a mente humana é uma tábua rasa, sem ideias inatas– George Berkeley (1685 – 1753), Esse est percipi– David Hume (1711-1776) – 2 ordens de categorias: relação de
ideias e relação de factos
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• Estas correntes de pensamento serão integradas numa atitude geral de pensamento e acção que
marca a centúria de Setecentos
I luminismo
Ilustração, Século das Luzes
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periodização e datação – falta de consenso abrangente
• movimento setecentista que reflecte distintas concepções nas duas metades do século:
– 1ª metade – aplicação de concepções mecanicistas da natureza tentativa de importação do modelo de estudos dos fenómenos físicos para a compreensão dos fenómenos humanos e culturais
– 2ª metade – preferência pelas teorias vitalistas– Inspiradas na obra de naturalistas como Buffon e Blumenbach
• movimento intelectual histórico marcante na 2ª metade do séc. XVIIIpropunha educar a sociedade através do conhecimento racional, para atingir o progresso e o aperfeiçoamento humano balizas:
• início da publicação de Enciclopédia de Diderot e D’ Alembert (33 vols, 1751-65)
• começo das guerras napoleónicas (1804-15)
• impacto nas universidades da crença renovada no conhecimento objectivo
• Göttingen (fundada em 1737)• universidades alemães (2ª metade do séc. XVIII)
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Frontespício da Enciclopédia , 1772Charles-Nicolas Cochin inv.
Bonaventure-Louis Prévost sculp.
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características
• Emergência de um novo Renascimento , a partir de França, centrado na capacidade do homem e no seu progresso . Superioridade do moderno sobre o antigo. Secularização da sociedade e desenvolvimento de uma cultura laica, anticristã e anticlerical
• Primado da razão e da experiência sensível
• Preocupação com a depuração do obscuro e pouco racional trazidos do passado:
• AS CIÊNCIAS TORNAM-SE EMPÍRICAS E DOCUMENTAIS• História documentada com rigor• Crítica social do governo e da sociedade
• Desenvolvimento do Utilitarismo – nas artes e literatura é requerida uma finalidade utilitária de carácter didáctico, moral ou social - Academismo greco-romano na arquitectura e artes norteado pelo bom gosto
• Depuração da vulgaridade em prol do refinamento da linguagem e gosto social estilizado, neoclássico. Impacto da cultura e arte francesa na Rússia, Alemanha, Espanha e Portugal.
• antropocentrismo
• racionalismo
• criticismo
• pragmatismo
• idealismo universalista
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História da Arquitectura
28 Set. 2011
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O SUBLIME E A POETICA DO PITORESCO
JONH LOCKEDAVID HUME
JOSEPH ADDÍSONEDMUND BURKE
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John Locke (1632 1704)‑
ENSAIO SOBRE O ENTENDIMENTO HUMANO (1690)
Com o Ensaio, John Locke renova e revigoriza o tronco secular do empirismo inglês ao injectar-lhe a necessidade crítica e problemática do cartesianismo.
Nesta obra Locke declara tentar aclarar «a origem, a certeza e a extensão do conhecimento humano» iniciando assim a larga série de reflexões sobre a génese da actividade espiritual do homem, as suas particularidades e límites, que caracterizará o pensamento do séc. XVIII.
Também diz querer levar a cabo esta investigação com método lhano e histórico , isto é, analítico e descritivo, evitando deter-se nos problemas metafísicos que possam nascer no decurso desta investigação.
Locke, em aberta polémica contra todo inatismo, encontra na experiência a origem de toda a actividade racional do homem. O entendimento humano é segundo uma ‑concepção que remonta à Grécia clássica como uma «tábua rasa», um papel em ‑branco, sobre a qual a experiência vai escrevendo.
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David Hume (1711 17)‑
TRATADO DA NATUREZA HUMANAA NORMA DO GOSTO (1739 1840)‑
O Tratado da Natureza Humana constitui um poderoso intento de fundar em muitos aspectos a partir das ‑bases apresentadas por Locke uma «ciência do homem» e de aprofundar o problema da «origem das ‑nossas ideias».
Segundo Hume as categorias estéticas de beleza e fealdade, tem origem nas sensações de prazer e de dor e relacionam-se com as paixões : orgullho e humildade.
Na Norma do Gosto, Hume fala da inquestionável subjectividade do gosto, da relatividade dos seus juízos e da regulação que impõem a essa relatividade o carácter comúm das faculdades humanas e a delicadeza adquirida mediante o hábito de exercitar essas faculdades na contemplação e na creação da beleza.
«a beleza não é uma qualidade das próprias coisas; existe só na mente de quem as contempla», afirma Hume no Ensaio.
Esta afirmação constitui uma das chaves para entender algumas das principais transformações acontecidas na arte ocidental a partir do séc. XVIII.
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Joseph Addíson (1672 – 1719)
1712 - As primeiras dissertações sobre o Sublime e as primeiras definições crítico-estéticas na série de artigos «The Pleasures of Imagination» publicados no Spectator
o conceito de SUBLIME, aliando-se à beleza, realça a subjectividade humana na apreciação da arte.
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Edmund Burke (1729 1797‑ )
1754 - A Philosophical Inquíry into the origin of the Sublime and Beautiful
Belo e Sublime como categorías estéticas opostas
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SUBLIME BELOSensação
- Deleite (terror e prazer por perigo à distância); - Prazer simples;
Manifestação física
- Tensão dos nervos e dos músculos mais forte que o natural, alternando com contrações e descontracções convulsivas;
- Descontracção muscular e nervosa;- Languidez;
Emoção
- Espanto/terror (admiração, reverência e respeito); - Amor (sem luxúria), desinteressado;
- Grandeza (ou pequenez, com a possibilidade de infligir dor ou morte); vastidão; ilimitado;- Rugosidade, negligência;- Linhas rectas com desvios angulares;- Obscuridade;- Magnificência;- Potência e solidez;
- Pequenez; - Macieza e polidez;
- Linhas suaves, ondulatórias;- Clareza;
- Delicadeza;- Fragilidade;
Virtudes no homem
- Perfeição;- Dignas (Justiça, sabedoria, etc.); - Correctoras;- Úteis à sociedade;
- Imperfeição, fraqueza:- Menos dignas (compaixão, bondade, liberalidade, etc.);
- Gratificantes;- Úteis ao indivíduo, «inúteis» à sociedade;
Oposições
- Odioso; medíocre; belo; - Feio; medíocre; sublime;
Qualidades nos objectos
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Immanuel Kant (1724-1804)
e a síntese entre o racionalismo e o empirismo --- método de pesquisar as condições de possibilidade
do nosso conhecimento do mundo
pontos de partida da importação de formas e conceitos apriorísticos para a experiência concreta: espaço não derivam da experiência• * formas de sensibilidade mas são a sua
tempo condição de possibilidade
• ** formas de entendimento faculdade da razãobelo - o que agrada universalmente sem conceito
julgamento estético beleza – ligado à forma do objectosublime - encontra-se no objecto sem forma
Idealismo transcendental
* Crítica da razão pura, 1781** Crítica do julgamento, 1790
![Page 28: História Da Arquitectura](https://reader035.vdocuments.com.br/reader035/viewer/2022062410/5695cf251a28ab9b028cca06/html5/thumbnails/28.jpg)
O iluminismo representa a saída dos seres humanos de uma tutela autoimposta. Tutelados são aqueles que se encontram incapazes de fazer uso da própria razão, independentemente da direcção de outrem.