histÓria da alfabetizaÇÃo
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História da AlfabetizaçãoEdlauva Oliveira dos Santos
Introdução
•A alfabetização é tão antiga quanto a própria escrita, devido à necessidade de socialização do código.
•Os sistemas de escrita em geral são simples e práticos, demonstrando o interesse em favorecer a decifração.
A leitura e a escrita na antiguidade • A escrita é um fato social, daí a necessidade de
ser conhecida pelos sujeitos sociais.
• Existe uma articulação direta entre leitura e escrita, uma não existe sem a outra, daí a necessidade da alfabetização.
• A escrita se constitui como “sistema de formas gráficas, figurativas ou não, para representar palavras ou frases ou mesmo históricas” (p.16)
A leitura e a escrita na antiguidade •A escrita surgiu do sistema de contagem
para registro da produção e do comércio.
•Significado de alfabetizado na escrita primitiva: “saber ler o que os símbolos significavam e ser capaz de escrevê-los” (p.16).
•Assim a invenção da escrita inclui as regras de alfabetização.
A leitura e a escrita na antiguidade •Surgimento da escrita de maneira
autônoma:Local Período Suméria 3.300 a.C.Egito 3.000 a.C.China 1.500 a.C.
•Todos os demais sistemas de escrita forma criados a partir do contato com outros sistemas.
Alfabetização na antiguidade•Aprendia-se a ler e escrever e lendo algo
já escrito e copiando.
1º
•Leitura de palavras
2º
•Leitura (exaustiva) de textos famosos
3º
•Escrita dos próprios textos
“O trabalho de leitura e cópia era o segredo da alfabetização” (p. 17) – aprendizagem por transmissão de conhecimentos.
Relação sistema de escrita e alfabetização
•Princípio acrofônico - o som inicial do nome da letra é o som que a letra representa:
Letra Fonema
B Bê
V Vê
Esse princípio permite a simplificação no número de letras e a leitura e a escrita.
Alfabetização na Idade Média•A alfabetização geralmente ocorria em
casa, por tanto não era uma atividade escolar.
•Permanência do princípio acrofônico.
1°
•Decorar o nome das letras
2°
•Somatória dos valores sonoros das letras
3°
•Descoberta da palavra escrita
Outros elementos que facilitavam a alfabetização•Os aprendizes como falantes da língua a
ser aprendida;•O contexto linguístico e as ilustrações
que ajudavam com informações complementares;
DIFICULDADE:•Surgimento de outras formas gráficas das
letras (A = a)
O aparecimento das cartilhas/Séc. XV e XVI
• Criação da imprensa e maior divulgação de material escrito;
• Maior necessidade de socialização da leitura e da escrita;
• Aparecimento das cartilhas;• Maior desenvolvimento da
gramática;• Surgimento de diferentes
propostas.
Primeiras obras/cartilhas/propostasAutor Características
Jan Hus Conjunto de frases de cunho religioso
Valentin Ickelsamer
De mesmo cunho, mas incluindo lista de sílabas simples
Comênius Lições acompanhadas de gravuras
La Salle Ensino dividido em 05 lições: tábua do alfabeto, tábua das sílabas, silabário, aprender a soletrar e a silabar e o desenvolvimento da leitura.
José Hamel Aulas de 15 minutos com ensino coletivo.
Robert Owen Escolas para os filhos dos operários
Froebel Fundação dos jardins de infância
Cartilhas da Língua Portuguesa
•João de Barros – Cartinha (mesmo esquema da Cartilha do ABC);
•Antonio de Castilho – Metodo portuguez para o ensino do ler e do escrever;
• João de Deus – Cartilha maternal ou arte da leitura
Os métodos/processos de Alfabetização
•Método sintético
•Método analítico
•Método misto
•Construtivismo – psicogênese da língua escrita
As cartilhas e alfabetização
•Até 1950:
As cartilhas davam ênfase à leitura;Ensinavam o abecedário;Leitura através de exercícios de
decifração e identificação de palavras – relação letra/som;
Leitura de textos de autores famosos;Muita cópia.
As cartilhas e alfabetização• A cartilha dá ênfase à escrita – a
partir de 1950Cenário: início do processo de
democratização do acesso à escola;Ênfase à produção escrita – escrita
de palavras;Ênfase na atividade de ensino;No lugar do alfabeto, as palavras-
chave, as sílabas geradoras e textos apenas com as palavras já estudadas.
As cartilhas e alfabetização
•O processo do ba-be-bi-bo-bu contribuiu com o fracasso escolar.
MOLL, Jaqueline. Alfabetização possível: reinventando o ensinar e o aprender. Porto Alegre:Mediação. 1996.
O manual do professor
•O manual foi criado como estratégia para combater a reprovação escolar;
•Eram meramente instrumentais, como um script;
•Devido a permanência do fracasso escolar surgem as abordagens individualista e biologicista.
O período preparatório
•Uso inadequado de “teorias” fundamentaram a explicação psicologicista para o fracasso escolar;
•Como proposta surge o período preparatório – exercícios de prontidão;
•Essa explicação tirava o foco da situação desigual da nossa sociedade que não permite as mesmas condições de vida e de aprendizagem a todos;
•Equívoco pedagógico e psicológico.
Alfabetização Hoje
•Continuidade do “método” das cartilhas;
•Retomada de idéias básicas como: ensino do alfabeto, das relações letra/som, dos diferentes sistemas de escrita e da ortografia;
•Retirada dos conteúdos de gramática;
•A criação do ciclo de alfabetização;
Alfabetização na escola
•Crítica aos vários “pacotes educacionais” aplicados à alfabetização;
•Necessidade da formação do professor: pedagógica, psicológica e linguística;
•Reconhecimento da obra de Paulo Freire.
Referências
•CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetizando sem bá-bé-bi-bó-bu. São Paulo: Scipione, 2010.
•Moll, Jaqueline. Alfabetização possível: reinventando o ensinar e o aprender. Porto Alegre: Mediação, 1996.