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Tópicos • Questões gerais sobre reúso; • As membranas de ultrafiltração como forma de tratamento mais compacto e eficiente; •A demanda pela remoção de nutrientes e a eutrofização; • Considerações sobre a desinfecção ultravioleta para água de reúso.

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Tópicos

• Questões gerais sobre reúso;

• As membranas de ultrafiltração como forma de

tratamento mais compacto e eficiente;

• A demanda pela remoção de nutrientes e a

eutrofização;

• Considerações sobre a desinfecção ultravioleta

para água de reúso.

Questões gerais sobre reúso

Produção de Água 116 m3/hab./ano

DISPONIBILIDADE HÍDRICA 146 m3/hab./ano(Sustentabilidade Hídrica de 1.500 a 2.000 m3/hab/ano)

SOLUÇÕES

Reúso

Atuação na demanda: uso racional

Atuação na oferta: redução de perdas

Escassez de água em muitas bacias –caso crítico no país: Alto Tietê

Reúso é tendência e realidade em países com déficit hídrico

15% 12% 9% 8% 5% 3% 0,3% 3,9% 0,3%

Água de reúso no mundo

Água de reúso / esgoto tratado

Fornecimento Sabesp 2012: 145 mil m3/mês – 55 clientes

80%

Aquapolo: entrada em operação em ago/12

Dados Sabesp considerando razão água de reuso/esgoto tratado na RMSP

Desafios para o reúso no Brasil

• Falta de regulamentação nacional e estadual: Resoluçãoconjunta SSRH, SMA e SES para aplicações urbanas.Discussão foi retomada e fase consulta pública concluída;

• Quebra de paradigmas: Superação de preconceitos deusuários e receio de órgãos de fiscalização;

• Desenvolvimento de novos nichos de mercado: Desde ofim de 2010, a Sabesp realizou encontros setoriais comAbeltre, Abetre, Sinicesp, Abratt e Abendi;

• Custo do frete com caminhões-tanque: A Sabespdesenvolveu, com a Sansuy, contêiner flexível de PVC quepode ser montado em caminhões de carroceria aberta eser dobrado após o uso.

Apreensão quanto à resolução conjunta paulista em fase de aprovaçãoMuito rigorosa podendo inibir interesse pelo maior custo de produção ede análise. Introdução de limites para (oo)cistos::

• limites para protozoários sem paralelo em outras legislações;

• isto exigirá adoção de polimento com membranas (maiores investimentoe custo que filtração granular). Em estudo pela Sabesp as do tipo cerâmicopela maior durabilidade;

• fabricantes de membranas entendem que 0,01 (oo)cisto por litrosomente pode ser assegurado com polimento adicional. Ex: desinfecção UV(bastante cara pela troca de lâmpada;• análise de (oo)cistos, disponível em apenas 5 laboratórios no país (mét.EPA 1623) custa R$ 2500,00/amostra (equivale a 250 caminhões de 10 m³);• limites apertados para sódio e cloretos não permitirão uso em aguadade áreas verdes. Tendência a maior presença de sódio noesgoto (xampús e outros produtos com uso crescente).

Por outro lado: ainda há pouca demanda...

ETEs

Capacidade de produção

de esgoto tratado

(m³/mês)

Capacidade de produção de água de

reúso (m³/mês)

Fornecimento atual + uso

interno(m³/mês)

Disponibilidade de Água de Reúso* (m³/mês)

Disponibilidade de

Efluente final ** (m³/mês)

ABC 4.035.706 34.560 8.500 26.060 4.001.146

BARUERI 20.215.655 7.776 4.200 3.576 20.207.879

SÃO MIGUEL 1.711.747 31.104 3.509 27.595 1.680.643

SUZANO - - - - -

PQ. NOVO MUNDO 5.506.214 51.840 8.204 43.636 5.454.374

JESUS NETO 195.477 100.800 74.800 26.000 94.677

Total 31.664.799 226.080 99.213 126.867 31.438.719

* Água de reúso para uso urbano não potável, aplicada em lavagens de ruas, regas de áreas verdes,desobstrução de galerias de esgotos e águas pluviais e perfuração direcional.** Esgoto tratado que deverá passar por polimento para adequá-lo aos requisitos do uso a que se destina.

Questões gerais sobre membranas

Processos por Membranas

Private & Confidential

Lâmina cedida pela Koch

Classificação dos processos por membrana

Nano-filtration

RO

1

10

100

Pre

ssu

re d

iffe

ren

ce in

[b

ar] Viruses

Bacteria

Saline solutions

0,1

Particle size in [µm]

0,1 1,0 10,00,010,0010,0001 100

Sand filtration

Microfiltration

Ultrafiltration

0,05

Lâmina cedida pela Koch

rejeito

aumentar e estabilizar o fluxo de permeado

Questão central na tecnologia de membranas:

membrana

permeação

Característica das membranas

Eficiência econômica

Possibilidade de reúso

Estabilidade do processo

O papel das membranas na tecnologia MBR

Lâmina cedida pela Koch

d biomassaMembrana

Retrolavagem com permeado Insuflação de ar

omassa solta

Bolhas de ar

Membrana

Eficiência econômica

tempo

energia

filtrado

Limpeza exige

Limpeza dos módulos

Lâmina cedida pela Koch

Clogging

Clogging by hairsand fibrous materialat the upper end

Sedimentation of sludgein poorly aerated

potting area

Sludging filtrate

consequence: reduced filtration rate

Problemas operacionais com módulos capilares (fibras ocas)

Processos não usando membranas e especificações para água de reúso

ETE Jesus Netto

ETE Jesus Netto (pioneira no reúso)

EPAR na ETE Parque Novo Mundo

Processo de coagulação, floculação, sedimentação, filtração –atende demanda da Santher

ETA Santher

• Início do fornecimento: Setembro/2008• Volume: 24 L/s � 60.000 m³/mês � 720.000 m³/ano, (água

suficiente para abastecer 12.000 pessoas/dia.)• Adutora 1.400 m (tubulação de Ø 300mm)

ETE Pque Novo Mundo

Santher

Qualidade típica de água industrial

Comparativo de Padrões – Água de Reúso Sabesp

Padrões de qualidade para diferentes classes de água de reúso

Classe Tipo de Reuso ParâmetroValor máximo

permitidoTratamento Fontes

ETE Jesus Netto

Coliformes fecais 200 NMP/100 Ml OMS <1,1

Ovos viáveis de helmintos

< 1/L OMS 0,1

Coliformes fecais 200 NMP/100 Ml OMS <1,1

Ovos viáveis de helmintos

< 1/L OMS 0,1

pH 6.0 - 9.0 USEPA 7,15

Turbidez < ut 0,4

SST 30 mg/l 2

DBO < 20mg/L 16

Cloro residual total (após 30 min de

contato) < 1 mg/L USEPA 2

Lagoa de estalização ou tratamento

equivalente em termos de remoção de

patogênos

▪Tratamento secundário ▪Desinfecção ▪Filtração

Dados típicos do processo

ÁGUA DE REUSO

I

II

Irrigação paisagística

Lavagem de logradouros e espaços públicos, construção civíl, desobstrução de água pluvial, lavagem de veículos e combate

a incêndio.

OMS – Organização Mundial da SaúdeUSEPA – Environmentral Protection Agency

ParâmetrosÁgua de reúso

ETE Jesus Netto

Limites para Água de Reúso

(Padrão Espanhol)

Limites da Portaria

MS 2914/11(potabilidade)

Cor 9,5 < 10 < 15

Turbidez 0,40 < 2 < 5

pH 7,05 6,7 a 7,2 6 a 9,5

DQO 13,0 < 20 Não consta

Coli total < 1,0 < 2,0 Ausente

Características / Parâmetros de Qualidade

Aplicações, forma de distribuição e cuidados sanitários

Uso industrial:• Água de processo, reposição em torres de

resfriamento, limpeza de equipamentos e linhas e até água de caldeira (após UF/OI);

• Testes hidrostáticos em vasos de pressão.

Urbanos:• Limpeza de ruas, pátios e monumentos;• Aguada de áreas verdes, campos de golfe etc.;• Desobstrução de redes de esgoto e galerias pluviais;• Lavagem externa de veículos (caminhões de lixo, trens e aviões);• Reserva para combate a incêndio em indústrias químicas.Construção civil:• Preparação e cura de concreto não estrutural;• Lama de lubrificação em furos direcionais e tubos cravados;• Umectação em terraplenagens;• Lubrificação de rolos compressores (não grudar no asfalto).

Aplicações

Vantagens

• Redução de Custos (preço a partir de R$ 0,90 / m3)• Preservação de mananciais;• Sustentabilidade ambiental;• Objetivos para ISO 14001 & Selo Verde;• Diferencial competitivo – Imagem;• Fornecimento por concessionária pode permitir desativar poços e captações com concentração na atividade-fim.

� Caminhão-tanque;

� Reservatório flexível móvel,

desenvolvido com a Sansuy;

� Rede de distribuição, dependendo do

volume consumido e da distância entre

ETE e cliente.

Formas de abastecimento de água de reúso

� Rede independente para separar águas potável e de reúso (sem

possibilidade de mistura por manobras de válvulas);

� Adoção de cor distinta em descargas sanitárias em prédios

comerciais;

� Comunicação visual e identificação da tancagem e rede interna;

� Treinamento de mão-de-obra.

Cuidados necessários

Evolução nas Vendas de Água de Reúso & Novos Projetos

Aquapolo

Tratamento terciário – TMBR

Lodos ativados com desnitrificação

Separação sólido-líquido por membranas de ultrafiltração

TMBR – fev/12

Febrero 2013

Linha do tempo na Sabesp

Água de Reúso - Sabesp

Início do programa de reúso naCoatsCorrente

Utilização na limpeza de ruas (em S. Caetano do Sul desde 1996)

Lançamento do programa Sabesp Soluções Ambientais

Novos projetos Aquapolo,Santher,Metrô (em estudo)

2001 2007 20091998

Água de reúso - Fornecimento

Capacidades:

Principais clientes

Capacidade de tratamento de

esgotos(m³/mês)

Capacidade de produção de

água de reúso(m³/mês)

Fornecimento atual -2011

(m³/mês)

46.656.000 320.000Caminhão: 25.000

Rede: 106.000

• Prefeitura (Santo André, São Caetano, São Paulo, Barueri) + Subprefeituras de S. Paulo

• Usinas de asfalto• SP Engª Ambiental• Unileste• Delta• Paulitec• Construfert• Royalplás

• Prefeituras: 1.387 m³/mês

• Empresas privadas (que prestam serviços para Pref.): 18.477 m³/mês

• Construção civil e outras finalidades: 5.092 m³/mês

Água de reúso - Fornecimento

Aquapolo - Polo Petroquímico ABC(ETE ABC) – conclusão: set/2012

Metrô - Pátio Tamanduateí (ETE Jesus Netto)

Fornecimento via rede - Subprefeitura SéProjeto Nova Luz(ETE Parque Novo Mundo)

Banco Itaú - Prédio central(ETE Jesus Netto)

ETE Campos do Jordão (1a ETE MBR da Sabesp): 300 L/s (possível uso em área de déficit hídrico – conclusão: nov/13

Sabesp

Projetos em andamento e em negociação

CEDAE/Foz do Brasil/Petrobras/Comperj3000 L/s

SANASA – ETE Capivari II (possível uso no aeroporto de Viracopos)

CAGECE em desenvolvimento uso agrícola

Outras concessionárias

Indústrias

Petrobras – em todas as 13 refinarias –aplicação em torres de resfriamento –tecnologia MBR e filtro de casca de nozes para remover OG

Diversas indústrias no país. Problemas ocasionais com OG e descargas fugidias

Projetos em andamento e em negociação

Projeto Nova LuzObjetivo: Desenvolver uma nova alternativa para uso urbano irrestrito

visando maior aceitação pública.

Desenvolvimento de sistema de água de reúso com instalações para pós-tratamento, elevação, adução e reservaçãodos efluentes tratados, atendendo prioritariamente as instalações da Sub-Prefeitura Sé, na região da Nova Luz, bemcomo consumidores potenciais situados ao longo do traçado da linha de adução (Ex.: Tecelagem Santa Constância),atendendo as exigências para Uso Urbano Menos Restrito, conforme a “Califórnia Code of Regulations Title 22 –Division 4 – Chapter 3 – Water Recycling Criteria”. Volume estimado: 259.200 m³/mês = 100 L/s

Projeto: Metrô/Estádio Corinthians

Fornecimento atual para obras da Odebrecht no Itaquerão: 2000 m³/mês a partir da ETE PNM. Mais 200 m³ em negociação para o estádio e ciclovia.

Demanda pela redução de nutrientes e a eutrofização

Reúso & remoção de nutrientes

• Os requisitos da água de reúso com frequência implicam emremoção de nutrientes e assim descartes de excedentes ouprodução não conforme ou para make-up em torres evitandobuild-up de sais têm qualidade superior – benefício indiretopara o corpo receptor;

• O macronutriente controlador da eutrofização é o fosfato,elemento relativamente escasso na litosfera. Daí pesquisa parasua remoção na forma de estruvita;

• O lançamento de lodo de ETAs em rede de esgoto, em especialquando se usa coagulante a base de ferro, traz benefício naremoção de fosfato. Como não se dosa no tanque de aeração ede forma controlada não se otimiza este efeito;

• Para reúso agrícola a presença de N e P pode ser vantajosa ecom menor custo de tratamento até se usar a fertirrigação.

Considerações sobre a desinfecção ultravioleta para água de reúso

Objetivos

• Verificar a eficiência do uso de radiação ultravioletana desinfecção da água de reúso para eliminação decolimetria total e destruição de oocistos deCryptosporidium e cistos de Giardia, resistentes àcloração;

• Avaliar o efeito da recirculação pelo dispositivo UV;• Checar se a condição novo ou saturado dos filtros

cartucho influencia na presença de (oo)cistos;Nota: pelo pioneirismo, os ensaios também servirampara prospectar a presença dos (oo)cistos na águade reúso da ETE ABC.

Materiais

• Lâmpada ultravioleta Germetec H16C/5.5C - potência 1600W,emissão na faixa de 165 a 480nm, média pressão etransmitância de 60 a 65% (cedida gentilmente pelo fabricantepara a realização dos testes).

• Rede em PVC para circulação e recirculação do efluente,bomba centrífuga, válvulas, rotâmetro (menor divisão 40litros/h).

• Reservatórios existentes na área de tancagem.• O fabricante não especifica valores de turbidez para o uso da

lâmpada e sim valores máximos de DBO5: 30 mg/l de e SST: 30mg/l. A vazão recomendada pelo fabricante é de 500 a 600 l/h,o que além de razões de eficácia, visa evitarsobreaquecimento.

Metodologia

• Foi montado o dispositivo UV após o filtro de cartuchos emlinha sem cloração. Efetuou-se a determinação de coliformestotais, Escherichia coli. parasitos Cryptosporidium e Giardia noefluente final, após os filtros de areia e antracito e de cartuchose após a lâmpada UV e ainda após a recirculação pela lâmpada.Controlou-se a vazão para não ultrapassar a máxima permitidapelo equipamento UV para desempenho satisfatório (entre500 a 600 l/h). A condição de saturação dos filtros de cartuchoé constatada pela queda de vazão usual de 37 para a faixaentre 5 a 10m³/h.

• Obs: um tanque foi isolado para receber a água nãodesinfetada, que posteriormente retornou ao processo paraque isto ocorresse.

Condições de teste

• montou-se a lâmpada em um circuito conforme foto e croqui a seguir, provido de rotâmetro para verificar se a vazão estava na faixade trabalho do dispositivo UV;

• não se usou cloração durante os testes (a água não clorada foi estocada e retornou ao processo);

• testou-se a condição filtros cartuchos novos e saturados;

• para avaliar efeito da recirculação estocou-se a água filtrada e se fez a recirculação pela lâmpada;

• como os primeiros resultados apontaram um nº muito baixo ou até ausência de oocistos de Cryptosporidium e um nº reduzido decistos de Giardia se tentou sucessivamente, desviar o fluxo do filtro de cartuchos e depois também do filtro de areia;

• devido à variação acentuada da concentração instantânea dos (oo)cistos se realizou ensaio com estoque de efluente final semfiltração e que foi mantido homogeneizado por recirculação de bomba;

• realizou-se medição da turbidez em todos os ensaios para verificar o quão favorável era a passagem da radiação UV;

• a vazão foi ajustada para 600 l/hora, através das válvulas e rotâmetro de capacidade máxima 1200 l/hora, pressão do sistema 4 bar.Efetuaram-se coletas nos seguintes pontos:

• - efluente final nos decantadores secundários;

• - efluente dos filtros de areia e antracito sem passagem pelo filtro de cartuchos;

- efluente após a lâmpada UV.

• Dados do efluente final

• pH = 6,90

• Turbidez = 2,53 NTU

• DQO tot = 20 mgO2/l

• SST = 8 mg /l

• SSV = 3mg/l

• SS < 0,1 ml/l

• Cor típica = 100 UC

Parâmetro Unidade Frequência Resultados típicos* Limites Sabesp

pH -- Diário 7,3 6 a 9,0

Cor UC Diário 92,2 --

Turbidez NTU Diário 4,7 < 20

SST mg/l semanal 11,0 < 35 (em 95% das amostras)

DBO5 mg/l semanal 13,2 < 25 (em 95% das amostras)

DQO mg/l semanal 33,4 Legislação espanhola < 125

OG (substâncias

solúveis em hexana)mg/l anual 1,8 Visualmente ausente

Colimetria total NMP UFC/100ml diária

Em 22% das amostras

ausentes e

85% abaixo de 200

----

E. coli NMP UFC/100 ml diária 92% das amostras < 200 < 200

Condutividade µS/cm semanal 963,2 --

Dureza total mgCaCO3/l anual 97,9 --

CRT (cloro total) mg Cl /l Diário 5,6 2 a 10

Cloretos total mg Cl-/l anual 127,8 --

Ferro total mg/l anual 2,424 < 5

Nitrogênio amoniacal mg N-NH3/l anual 7,8 --

Fósforo total mg P/l anual 0,1 < 2

* média de 01/01/11 a 30/05/11

Características típicas do efluente final

Resultados do afluente à lâmpada

DiaCond.

µS/cm

Cor

UCDBO5mgO2/l

DQO

mgO2/lpH

SS

ml/l

SSF

mg/l

SSV

mg/l

SST

mg/l

Temp.

ºC

Turbidez

NTU

26/01/11 927 89 10 38 7,22 0,1 1 5 7 25,7 4,89

01/02/11 775 47 17 19 7,37 0,1 1 2 2 25,0 1,64

04/02/11 - 40 - 24 7,24 0,1 - - 1,1 25,0 1,4

Croqui da instalação de teste

Fotos

Foto 01: Reservatório 02 de água de reúso (25000 litros)

Foto 02: Sistema de retorno com bomba de recirculação e mangueira de nível

Foto 03: Tomada de sucção do sistema de recirculação

Foto 04: Ponto de tomada de amostra após a lâmpada UV

Fotos

Foto 05: Rotâmetro para medição de vazão antes da lâmpada UV

Foto 06: Sistema de filtro cartucho 1μm nominal

Foto 07: Dispostivo com lâmpada UV Foto 08: Ponto de alimentação e interligação da recirculação. Manômetro c/ menor divisão 0,10bar.

Fotos

Foto 09: Bomba de recirculação e sistema de retorno p/ ajuste da vazão

Foto 10: Filtro de areia/antracito.

Foto 11: Vertedores dos decantadores secundários (coleta do efluente final.

Métodos de análise

Colimetria total• Standard Methods for the Examination of Water & Wastewater - 21st

• Edition – 2005 - nº 9223 - Enzyme Substrate Coliform Test

Escherichia coli

• Standard Methods for the Examination of Water & Wastewater - 21st

• Edition – 2005 - nº 9223 - Enzyme Substrate Coliform Test

Cryptosporidium e Giardia

• Método EPA (EUA) nº 1623: “Crypstoporidium and Giardia by Filtration / IMS / FA - Dec/2005

Equipamentos usados na análise dos parasitos

Centrifuga Eppendorf 5810R (1500 G)

Microscópio Zeiss Axio Imager A1de epifluorescência

Resultados das análises

Condição Amostra

Data

da

Coleta

Coliformes

totais

(UFC/100m

l)

Escherichi

a coli

(NMP/100

ml)

Cryptosporid

ium

(oocistos/l)

Giardia

(cistos/l)

1 - Sem filtro cartucho, sem

recirculação

Efluente

final

26/01/1

1> 2419,6 > 2419,6 0,1 29,2

Após filtro

areia e

antracito

26/01/1

1> 2419,6 > 2419,6 0,0 13,5

Após

lâmpada

UV

26/01/1

1275,5 11 0,1 17,0

2 - Sem filtro cartucho, com

recirculação

Após

lâmpada

UV

29/01/1

120,9 < 1 0,0 1,1

3 - Com filtro cartucho novo,

sem recirculação

Efluente

final

01/02/1

1> 2419,6 > 2419,6 0,0 9,8

Após filtro

areia e

antracito

01/02/1

1> 2419,6 > 2419,6 0,0 1,0

Após

lâmpada

UV

01/02/1

13,1 < 1 0,0 2,1

4 - Com filtro cartucho novo,

com recirculação

Após

lâmpada

UV

04/02/1

127,5 18,9 0,0 3,3

Nota: estes resultados de colimetria são elevados, pois para a realização dos testes a cloração foi desligada. O efluente retornou ao processo para ser clorado, após a coleta de amostras.

Condição Amostra

Data

da

Coleta

Coliformes

totais

(UFC/100m

l)

Escherichi

a coli

(NMP/100

ml)

Cryptosporid

ium

(oocistos/l)

Giardia

(cistos/l)

5 - Com filtro cartucho

saturado, sem recirculação

Efluente

final

04/02/1

1> 2419,6 > 2419,6 0,0 9,7

Após filtro

areia e

antracito

04/02/1

1> 2419,6 > 2419,6 0,0 0,1

Após

lâmpada

UV

04/02/1

155,4 5,2 0,0 6,3

6 - Com filtro cartucho

saturado, com recirculação

Após

lâmpada

UV

07/02/1

11732,9 7,5 0,0 3,2

Nota: estes resultados de colimetria são elevados, pois para a realização dos testes a cloração foi desligada. O efluente retornou ao processo para ser clorado, após a coleta de amostras.

Resultados da sobredosagem de radiação UV por 3 e 8 passagens pela lâmpada

AmostraData/hora de coleta

Coliformes totais

NMP/100ml

E. coliUFC/100 ml

Cryptosporidium(oocistos/l)

Giardia(cistos/l)

TurbidezNTU

Afluente à lâmpada

18/07/1116:00

1,84 x 106 3,13 x 106 0 32,3* 20,06

Efluente da lâmpada

com 3 passagens

20/07/1107:30

2 x 104 1 x 104 0,4 58,0____

Efluente da lâmpada

com 8 passagens

21/07/1109:30

3,1 <1 0 0,8 10,7

Nota: estes resultados estão provavelmente subestimados pois esta amostra estava muito turva por ser do efluente final e foram necessárias15 lavagens na etapa de purificação em que normalmente são 2 vezes.

Conclusões

Conclusões

• Resultados de remoção de E. coli promissores em todas as condições (com e sem filtro cartucho, com e sem recirculação e filtros cartucho novos ou saturados). Não se constatou qualquer efeito benéfico da recirculação pela lâmpada UV, que deveria resultar em leituras menores. Contudo o número de coletas foi muito reduzido para embasar afirmações definitivas. Nas 6 coletas realizadas, a redução foi substancial: > 2419,6 para: ≤ 18,9 UFC-NMP/100ml (em 2 coletas o nível foi inferior ao limite de detecção do método. Contudo, uma avaliação mais criteriosa requereria um maior número de coletas.

• Para colimetria total os resultados foram piores e a remoção em 5 das 6 coletas saiu do patamar de > 2419,6 para ≤ 275,5 UFC-NMP/100ml. Curiosamente, a última análise em 07/02/11 a concentração após lâmpada UV e com recirculação foi surpreendentemente de 1732,9 UFC-NMP/100ml. Desconhece-se a possível causa, mas que pode ser inclusive uma pane momentânea na lâmpada UV.

Conclusões

• Verificou-se virtual ausência de oocistos de Cryptosporidium, em todas coletas do efluente final sem filtração, servindo os testes apenas para indicar tal característica do efluente. Portanto, neste caso nada se pode afirmar quanto à eficiência dos filtros de areia/antracito, de cartuchos e da lâmpada UV. Cabe registrar que isto é auspicioso, no sentido que que este parasito é bem mais perigoso e infectante que a Giardia, há apenas tratamento sintomático para a cryptosporidiose e os oocistos resistem muito mais a desinfecção que os cistos.

Conclusões

Para Giardia, constatou-se que em 4 das 5 coletas, a concentração estava emtorno de 10 cistos/l e apenas na 1ª coleta se encontrou 29,2 cistos/l.Entretanto, também não foi possível qualquer avaliação por quatro motivos:

1) o método US-EPA 1623 apenas quantifica os (oo)cistos sem determinarviabilidade, embora se perceba alguma alteração de cor e aspecto das paredesde alguns (oo)cistos, o que ensejou novo protocolo de testes para se verificarse tal mudança poderia ser atribuída ao UV, conforme detalhado abaixo;

2) somente a passagem pelo filtro de areia e antracito já reduzsubstancialmente a concentração ( ≤ 1,0 cisto/l, exceto na coleta em 26/01/11em que a redução foi de 29,2 para 13,5 cistos/l), impedindo se avaliar o efeitoda desinfecção;

3) como se trata de um método de análise demorado e dispendioso, hádificuldades em se realizar um número razoável de ensaios, que forneçasuporte estatístico para afirmações assertivas;

Dificuldades em testes usando método desenvolvido para água potável

• constatou-se intensa flutuação da concentração de cistos de Giardia no efluente final e mesmo se fazendo coletas “simultâneas”, ocorreu de haver mais parasitos na saída que na entrada do dispositivo UV em todas as três coletas. Para contornar este problema decidiu-se realizar uma nova bateria de análises em que estocou-se efluente final em pequeno tanque de 3000 litros que se manteve sob agitação através de recirculação com bomba e coletou-se amostra para obter a concentração de cistos e fez-se a passagem desta água pelo dispositivo UV.

• Deve-se considerar que há grande variabilidade em ensaios biológicos, baixa recuperação (embora dentro dos limites permitidos pelo método) e maior quantidade de interferentes nas amostras provenientes de etapas anteriores.

Verificou-se que em todas as amostras os valores de SST e DBO5 (em alguns casos levando em consideração os valores de DQO) não ultrapassaram os valores máximos estabelecidos pelo fabricante Germetec. Contudo, em situação de operação normal, com fluxo contínuo, é possível a formação de biofilme sobre a lâmpada. Por isso é recomendável se avaliar a necessidade de aparelho contando com sensor de transmissão que alarme redução da passagem de UV. Isto poderia ser feito de forma automática, como ocorre em alguns modelos, que dispõem de um anel de teflon com ou sem gel esterilizante) que corre automaticamente pela superfície de vidro para limpeza da lâmpada com intertravamento do sinal de transmissão de UV,. Acredita-se ser possível substituir por sinal de um turbidímetro à montante da lâmpada e neste caso caberia se estabelecer um valor teto para turbidez.

Dificuldades com o método

• Constatou-se nos ensaios com sobredosagem que a radiação UV é efetiva na destruição dos parasitos. No caso da amostra que passou 3 vezes na lâmpada houve destruição significativa dos cistos que desapareceram na amostra que passou 6 vezes, sem deixar vestígios na forma de restos de parede celular. Cabe registrar que apenas as amostras que foram submetidas à radiação UV apresentaram alteração morfológica com a parede externa rugosa, com pequenas reentrâncias. Novos ensaios poderiam quantificar tais alterações.

• O método US-EPA 1623 foi desenvolvido para água potável e sua aplicação na água de reúso aumenta o erro, que já é elevado (recuperação média de (oo)cistos marcados mínima de 24% em água destilada; no caso da água de reúso se conseguiu cerca de 10% - o método descreve que pode não ser possível a recuperação em certas matrizes). Ou seja na melhor condição o método fornece resultados que podem ser até 4 vezes menores que os reais.

• O Lab. Central da Sabesp consegue recuperação de 40-50% mín. para água destilada (recuperação do método) e de somente 10% para água de reúsoda ETE-ABC (recuperação na matriz). Infelizmente as técnicas para determinação da viabilidade dos (oo)cistos não estão disponíveis nos laboratórios da Sabesp (corantes vitais ou biologia molecular).

• No caso destes protozoários, em que as doses infectantes são muito baixas e mesmo um único (oo)cisto poderia deflagrar doença em indivíduo adulto imunodeficiente, recomenda-se a mudança de tecnologia de polimento do efluente final para água de reúso destinada à venda, como ultrafiltração ou coagulação / floculação / sedimentação. Isto ainda que possa se considerar o risco de contaminação relativamente remoto seja por ingestão acidental, seja por ingresso no esôfago por inalação de névoa. Registre-se que no histórico de fornecimento de água de reúso desde 1997, para hoje 53 clientes, se desconhecem casos de cryptosporidiose ou giardíase associados à sua manipulação, em que pese tais etiologias possam ser assintomáticas em certos casos.

Recomendações

Recomendações

• Investigar a possibilidade de adotar a desinfecção UV como alternativapara destruição de oocistos e cistos, recorrendo-se a recirculação oudispositivos mais potentes, tendo em vista os resultados promissores nabateria de ensaios com 3 e 6 passagens pela lâmpada. Também éoportuno estudar a possibilidade de se desenvolver um método paraavaliar a viabilidade das formas encistadas, após a radiação. Registre-seque a US-EPA reconhece a radiação UV como método de inativaçãodos protozoários;

• Considerando-se que o método EPA é muito caro e trabalhoso, foidesenvolvido para água potável e que o monitoramento de (oo)cistosde protozoários não consta em legislações consultadas de outrospaíses, recomenda-se que a futura regulamentação no estado de S.Paulo considere a alternativa de se exigir tecnologia e não talmonitoramento.

Recomendações

• Instalar um 2o filtro de cartuchos em série, à montante do de 1 mícron,com abertura nominal superior (Ex: 15 micra), visando aumentar a vidaútil dos cartuchos de 1 mícron e melhorar o desempenho, permitindo aoperação a pressões mais baixas (Obs: este é o padrão usual emfiltração industrial);

• Adotar a ultrafiltração ou coagulação/sedimentação para água de reúsodestinada à venda, em casos em que haja risco de contaminação;

• Considerar as membranas cerâmicas de ultrafiltração pela sua robusteze durabilizade;

• No caso das ETEs que utilizarem a água de reúso apenasinternamente, como água de serviço na selagem de bombas e outrasaplicações em que não há aspersão, não se considera haver objeçõesao uso de polimento apenas por filtração.

Muito obrigado! Marcelo Morgado– e-mail: [email protected]

Apoio técnicoSuzana Santana – [email protected]

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